Boletim Informativo de Educação Ambiental GERED - N.03

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_________________________________________________________________________ Boletim Informativo de Educação Ambiental Gerência de Educação de Joinville ___________________________________________________________________________________________ Março de 2011 Ano 02 – Edição nº. 03 Pg.01 Nesta Edição: - Destaque - Notícias - Dicas - Lembrete do Ensino - Referências bibliográficas - Sobre o boletim DESTAQUE 2010: Ano da Biodiversidade O conceito de biodiversidade, muito utilizado atualmente, começou a ganhar visibilidade nas décadas de 80 e 90 devido à preocupação com o aumento da extinção de espécies, entrando no cenário mundial como tema de discussão em diversas esferas da sociedade. Biodiversidade, num sentido amplo, refere-se à “variedade de seres vivos e ambientes em conjunto.” (MEC, MMA, 2005, pg. 60) Entretanto, o conceito é mais complexo, abrangendo também a variação de genes dentro das espécies, a diversidade entre elas, suas interações e a diversidade de ecossistemas. (AMBIENTE BRASIL, 2011) A complexidade vai mais além, quando “se assume e se adota a perspectiva de que o tema em foco não se esgota na diversidade biológica em si. Sabe-se hoje que a possibilidade de sua manutenção passa pela preservação da diversidade cultural e de modos de vida e de produção que sejam compatíveis com a sustentabilidade.” (LOUREIRO, 2011, pg. 05) Isto quer dizer que nesse contexto está inserida também a diversidade humana, constituída historicamente pelas relações entre os grupos sociais, aos quais interagem com o ambiente em que estão inseridos. A perda alarmante de espécies e habitats em grande velocidade, chegando, conforme dados do WWF 1 , a um número estimado pelos especialistas de mil a dez mil vezes acima da taxa de extinção natural está diretamente ligada às ações da espécie humana, que ao longo de sua história têm modificado sobremaneira o ambiente em que ocupa e o seu modo de viver e se relacionar consigo, entre si, com o ambiente e as demais espécies. Essa modificação, com mais ênfase no último século, ocorreu por meio da adoção do modelo capitalista, que ocasionou os fenômenos da urbanização e industrialização, os quais trouxeram elementos novos para a sociedade, inserindo na ideologia do grupo social um modelo de cultura que foi uniformizado por outro fenômeno que surgiu nesse contexto: a globalização. A busca de satisfação pessoal e comodidade para uma suposta melhoria na qualidade de vida, tendo como base a aquisição de bens de consumo e serviço, ficou em evidência nesse modelo de sociedade, bem como a perda da biodiversidade e das particularidades da cultura da diversidade humana. Com essa maneira de interação do ser humano com o ambiente, elementos que compõe a biodiversidade vêm sendo utilizados como fonte primária de extração de matéria prima para a fabricação de bens de consumo, entre outros produtos que atendam às demandas do modo de vida atual da espécie humana. Em decorrência disso, perda da biodiversidade, degradação de habitats, alterações climáticas

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Boletim Informativo de Educação Ambiental da Gerência de Educação de Santa Catarina. Coordenadora de Educação Ambiental Adriana Lima

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Boletim Informativo de Educação Ambiental Gerência de Educação de Joinville

___________________________________________________________________________________________ Março de 2011

Ano 02 – Edição nº. 03

Pg.01

Nesta Edição:

- Destaque

- Notícias

- Dicas

- Lembrete do Ensino

- Referências bibliográficas

- Sobre o boletim

DESTAQUE

22222222000000001111111100000000:::::::: AAAAAAAAnnnnnnnnoooooooo ddddddddaaaaaaaa BBBBBBBBiiiiiiiiooooooooddddddddiiiiiiiivvvvvvvveeeeeeeerrrrrrrrssssssssiiiiiiiiddddddddaaaaaaaaddddddddeeeeeeee

O conceito de biodiversidade, muito utilizado atualmente, começou a ganhar visibilidade nas décadas de 80 e 90 devido à preocupação com o aumento da extinção de espécies, entrando no cenário mundial como tema de discussão em diversas esferas da sociedade.

Biodiversidade, num sentido amplo, refere-se à “variedade de seres vivos e ambientes em conjunto.” (MEC, MMA, 2005, pg. 60) Entretanto, o conceito é mais complexo, abrangendo também a variação de genes dentro das espécies, a diversidade entre elas, suas interações e a diversidade de ecossistemas. (AMBIENTE BRASIL, 2011)

A complexidade vai mais além, quando “se assume e se adota a perspectiva de que o tema em foco não se esgota na diversidade biológica em si. Sabe-se hoje que a possibilidade de sua manutenção passa pela preservação da diversidade cultural e de modos de vida e de produção que sejam compatíveis com a sustentabilidade.” (LOUREIRO, 2011, pg. 05)

Isto quer dizer que nesse contexto está inserida também a diversidade humana, constituída historicamente pelas relações entre os grupos sociais, aos quais interagem com o ambiente em que estão inseridos.

A perda alarmante de espécies e habitats em grande velocidade, chegando, conforme dados do WWF1, a um número estimado pelos especialistas de mil a dez mil vezes acima da taxa de extinção natural está diretamente ligada às ações da espécie humana, que ao longo de sua história têm modificado sobremaneira o ambiente em que ocupa e o seu modo de viver e se relacionar consigo, entre si, com o ambiente e as demais espécies.

Essa modificação, com mais ênfase no último século, ocorreu por meio da adoção do modelo capitalista, que ocasionou os fenômenos da urbanização e industrialização, os quais trouxeram elementos novos para a sociedade, inserindo na ideologia do grupo social um modelo de cultura que foi uniformizado por outro fenômeno que surgiu nesse contexto: a globalização.

A busca de satisfação pessoal e comodidade para uma suposta melhoria na qualidade de vida, tendo como base a aquisição de bens de consumo e serviço, ficou em evidência nesse modelo de sociedade, bem como a perda da biodiversidade e das particularidades da cultura da diversidade humana.

Com essa maneira de interação do ser humano com o ambiente, elementos que compõe a biodiversidade vêm sendo utilizados como fonte primária de extração de matéria prima para a fabricação de bens de consumo, entre outros produtos que atendam às demandas do modo de vida atual da espécie humana.

Em decorrência disso, perda da biodiversidade, degradação de habitats, alterações climáticas

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poluição são algumas conseqüências geradas pela exploração demasiada de recursos naturais, em virtude do modo de vida da humanidade, que ao longo de sua trajetória foi perdendo a conexão e o respeito aos ciclos naturais. BOFF (2004, pg. 16) nos diz sobre isso afirmando que “o ser humano, nesta prática cultural, se entende como um ser sobre as coisas, dispondo delas a seu bel-prazer, jamais como alguém que está junto com as coisas, como membro de uma comunidade maior, planetária e cósmica”.

Seguindo essa premissa, tratando sobre biodiversidade, mesmo quando se pensa em criar ações de preservação, o fator econômico é supervalorizado, colocando-a apenas como fonte primária de recursos e suporte de produção. Em segundo plano fica a questão ética sobre a preservação da biodiversidade, que preconiza o direito à vida que cada ser vivo possui e o homem, nesse caso, sendo considerado como mais uma espécie a habitar o planeta.

Atualmente se fala em uma crise de extinção em massa. Apontando para a seriedade do assunto, o WWF (2011) afirma que “em toda a história do planeta, houve cinco grandes ondas de extinção, como a que exterminou os dinossauros, por exemplo. Acredita-se que atualmente, vivemos a sexta crise de extinção.” Contudo, como dito anteriormente, essa se dá de forma incisiva, por meio da interferência humana.

Entretanto, é possível que a estimativa de perda de espécies existentes seja bem maior, à medida que não se sabe ao certo a quantidade de espécies existentes no planeta.

O impacto na própria espécie humana é significativo. A Globalização, nascida da necessidade de expandir o capital financeiro, interage também nos aspectos sociais e culturais da sociedade. A ideia inicial de interligar os países e criar uma grande comunidade global, de modo a congregar as culturas, permaneceu dentro da dinâmica capitalista, favorecendo a segregação da cultura, a concentração de renda para poucos e a exclusão social. (DIAS, 2002)

As comunidades tradicionais e as populações economicamente vulneráveis são as mais atingidas nesse aspecto. Atualmente se fala em Racismo Ambiental2, para denominar as injustiças sociais e ambientais que recaem nessas populações.

A congregação da cultura que se esperava se configura hoje numa unificação da cultura, como se existisse para o ser humano uma única maneira de existir e se relacionar.

Em todo o mundo, ações para conter a perda da biodiversidade estão sendo implementadas. Para fortalecer essas ações e sensibilizar sobre a importância do papel da biodiversidade para a manutenção da vida, a Organização das Nações Unidas declarou o ano de 2010 como o ‘Ano Internacional da Biodiversidade’.

Considerando a redução de 30% de espécies nos últimos 35 anos, conforme dados divulgados pelo Índice do Planeta Vivo3, o ano Internacional da Biodiversidade “se traduz numa campanha global instituída para fomentar medidas de proteção da biodiversidade em todo o mundo.” (Secretaria da Convenção da Diversidade Biológica, 2011, p.05).

Dentre essas ações está a Conferência da Biodiversidade (COP-10), realizada em outubro de 2010, em Nagoya no Japão. Neste evento, as nações de todo o mundo debateram sobre a perda da biodiversidade, buscando encontrar soluções que possam surtir efeito de curto a médio prazo.

A Convenção da Biodiversidade foi estabelecida durante a ECO-92 (Rio de Janeiro), mas somente na Cúpula da Terra (Johannesburgo) em 2002, foram definidas metas para os países combaterem a extinção de espécies. Infelizmente, das 21 metas estabelecidas nesse evento, nenhuma delas está próxima de ser atingida, conforme dados do Ministério do Meio Ambiente (MMA).

O link fornecido pelo site OEco retrata de forma mais detalhada sobre as ações ocorridas na COP-10, inclusive descrevendo os desafios que ainda estão em pauta para o Brasil: http://www.oeco.com.br/images/infobiodiversidadefinal-highres.pdf

1. WWF (World Wide Fund For Nature) ou Fundo Mundial para a Natureza é uma organização não-governamental dedicada à conservação da natureza, objetivando harmonizar o uso racional dos recursos naturais e a conservação da biodiversidade.

2. Racismo Ambiental – Refere-se às Injustiças sociais e ambientais que tenham impacto ‘racial’ em etnias e populações mais vulneráveis. Esse conceito, segundo PACHECO (2011), desafia a ampliação das visões de mundo para a criação de um novo paradigma civilizatório, cuja justiça social, democracia e uma sociedade igualitária estejam em pauta, independente da cor, origem e etnia.

3. Índice do Planeta Vivo (Living Planet Index) – elaborado pelo WWF, é um indicador sobre o estado da biodiversidade no mundo, incluindo dados nacionais e globais, que levam em conta a área mundial de cobertura florestal, as populações de espécies terrestres, de água doce e marinha, analisando 1686 espécies de vertebrados em todas as regiões do mundo. Segue abaixo o link do relatório do planeta vivo de 2008: http://assets.panda.org/downloads/lpr_2008_portuguese_final_lores_2_.pdf

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EEB FRANCISCO EBERHARDT

Projeto Étnico-Racial

“Ninguém nasce odiando outra pessoa pela sua cor da pele, por sua origem ou por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender e, se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar” é a frase de Nelson Mandela que acompanhou o projeto Étnico-Racial desenvolvido pela EEB Francisco Eberhardt, nos meses de junho a setembro de 2010.

Pertencente a um perímetro rural, predominantemente de colonização alemã, a equipe pedagógica da escola percebeu a necessidade de desenvolver ações que tratassem sobre a diversidade étnico-racial, sob o ponto de vista histórico-cultural. Isto por entender que o ato de educar deve considerar a realidade exterior ao ambiente escolar, tratando questões ideológicas e psicossociais, que interferem nas concepções de homem e mundo de seus alunos. Dessa maneira, tratar sobre a diversidade étnico-racial no contexto escolar possibilita a reflexão do aluno sobre as diferenças étnicas e culturais existentes na espécie humana, desvelando as ideias incutidas na ideologia da sociedade, que vem ao longo do tempo tratando à margem o considerado ‘diferente’. Contudo, isso é possível, por meio de ações pedagógicas que permitam desmistificar formas pejorativas das diversas culturas e etnias existentes, para então colocar em questão as práticas discriminatórias e racistas presentes nesse contexto. (UESC, 2011)

Para planejar as ações do projeto, a equipe gestora organizou uma reunião no início do ano, que permitiu aos professores discutir sobre os objetivos e as estratégias que utilizariam para sensibilizar seus alunos, bem como propiciar adensamento conceitual e ações que proporcionassem um envolvimento efetivo da comunidade e que tivessem visibilidade para todos os alunos da escola.

Tendo em vista esses objetivos, a equipe pedagógica organizou um cronograma contendo ações, que contemplaram diversas disciplinas curriculares, tendo início com uma revisão de literatura sobre os temas escolhidos por cada disciplina, que foram divididos em turmas. Cada qual aprofundou as pesquisas e, a partir delas, elaborou atividades para apresentar em uma Semana Cultural, prevista para a culminância do projeto.

Com envolvimento de alunos de 4ª série do Ensino Fundamental ao 3º ano do Ensino Médio, as pesquisas e atividades foram desenvolvidas tendo um enfoque sistêmico sobre o assunto e explorou a literatura, artes, música, dança e manifestações religiosas sobre as diversas etnias que habitaram e habitam o Brasil, abordando também as diversas etnias catarinenses.

Um dos temas trabalhados, que exigiu dos professores

estudo e aprofundamento, foi a legislação vigente que trata sobre a inclusão da cultura afro e indígena no currículo escolar (Leis 10.639/03 e a 11.645/08) que, juntamente com as demais etnias que integram o povo brasileiro, foram pesquisadas e discutidas por meio de debates.

Dentre as atividades desenvolvidas em decorrência da revisão bibliográfica está a produção de duas peças teatrais, uma tratando sobre a cultura do boi de mamão e outra sobre o artista Aleijadinho. Os alunos ensaiaram também danças regionais e coreografias, além da produção de vídeos com a veiculação de mensagens sobre os temas estudados.

Tratando sobre a identidade cultural, desenharam seu auto-retrato, participaram de palestras com a especialista e Coordenadora da Diversidade Étnico Racial da Gerência de Educação, Alessandra Cristina Bernardino, e se dedicaram à produção textual de diversas maneiras. Poesias, literatura de cordel, produção de jornal são alguns exemplos.

No âmbito artístico, confeccionaram boi-de-mamão em miniaturas e um em tamanho original, além de exemplares de galinhas de angola, que foram expostos na Semana Cultural que aconteceu de 20 a 24 de setembro de 2010.

Apresentação Boi de Mam

ão

4ª série EF

As atividades planejadas para essa semana movimentou toda a escola, familiares e membros da comunidade, sendo dias dedicados a socializar todo o trabalho desenvolvido e sensibilizar os envolvidos para o tema. Para isso, realizaram apresentações culturais como teatro, dança, capoeira, música, declamação de poesias, desfile de roupas, além da exposição dos trabalhos realizados e a premiação do 3º Concurso de Poesias, que tratou sobre o tema do projeto.

Prem

iação Concurso de Poesias

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ESCOLAS DE EDUCAÇÃO BÁSICA ELPÍDIO BARBOSA E GIOVANI PASQUALINI FARACO

Cachoeira: Um rio em transformação Depois de participar do Seminário ‘Cachoeira: um rio em transformação’, realizado pelo Instituto Viva o Cachoeira, em parceria com a Gerência de Educação, a escola Elpídio Barbosa, localizada no bairro Costa e Silva, recebeu o acervo de imagens do rio Cachoeira, que faz parte da Exposição Itinerante que circulou por uma semana nas cinco escolas envolvidas no projeto.

Com esse material, as escolas aproveitaram e desenvolveram atividades de aprendizagem que propiciassem debate sobre as características históricas e ambientais do rio Cachoeira, de modo a incentivar nos alunos um olhar mais crítico e sensibilizado sobre o assunto.

A equipe pedagógica da EEB Elpídio Barbosa aproveitou a exposição como estratégia de motivação para iniciar um estudo do tema, com o envolvimento de alunos da 1ª a 8ª série. A exposição, que ficou na escola entre os dias 13 e 17 de setembro de 2010, marcou início com a presença Altamir de Andrade (jornalista) e Adilson Lopes da Silva (marinheiro aposentado), ambos ambientalistas e sócios do Instituto Viva o Cachoeira, que em momentos diferenciados, debateram a realidade histórica e aspectos ambientais sobre o rio, buscando discutir as influências humanas nesse contexto.

A partir daí, os professores inseriram a discussão em suas disciplinas, de modo que pudessem contribuir para as reflexões levantadas na exposição e nas palestras ministradas. Assim, os alunos pesquisaram sobre a poluição do rio, sua história, causas e consequências da interferência humana nas disciplinas de Língua Portuguesa, História, Geografia e Ciências. A escola contou também com o apoio da Companhia Águas de Joinville, que apresentou questões relacionadas ao Saneamento Básico, Coleta, tratamento e distribuição de água para alunos de 5ª a 8ª série.

Em 2011, a equipe da escola pretende sensibilizar a comunidade escolar e as famílias que moram nas imediações da nascente do Rio Cachoeira, localizada próxima a escola. Para isso, foi realizada com os alunos uma caminhada até a nascente, embasada por questões referentes à legislação, especialmente relacionada aos recursos hídricos.

Palestra Instituto Viva o Cachoeira

EEB Elpídio Barbosa

Exposição Cachoeira: Um rio em

transformação

Da mesma maneira, a escola Giovani Pasqualini Faraco, localizada no bairro Santo Antônio, após participar do Seminário, realizou, de 04 a 08 de outubro, a Exposição Itinerante ‘Cachoeira: um rio em transformação’, que também contou a presença dos palestrantes, já mencionados, Altamir de Andrade e Adilson Lopes da Silva.

Para iniciar as atividades, os alunos do 3° ano do Ensino Médio fizeram uma saída de estudo até a nascente do rio Cachoeira, na qual realizaram um levantamento fotográfico da fauna e flora da área estudada, sob a coordenação dos professores de Biologia e Educação Física.

Saída de cam

po: Percurso e

nascente Rio Cachoeira EEB

Giovani Pasqualini

Faraco

Na disciplina de Geografia, ainda com os alunos do Ensino Médio, foi realizada revisão bibliográfica sobre a Bacia Hidrográfica do rio Cachoeira, legislação referente a mata ciliar, a relação das espécies da fauna que habitam o rio e os principais métodos de despoluição de rios.

Em Língua Portuguesa, os alunos realizaram entrevistas com a comunidade e profissionais da área ambiental, para colher memórias e dados técnicos sobre o rio Cachoeira.

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NOTÍCIAS

Para comemorar o Ano Internacional da Biodiversidade, a Secretaria de Estado da Educação encaminhou para as escolas da Rede Pública Estadual um kit de Educação Ambiental, contendo seis livros ilustrados. Água, resíduos sólidos e os impactos da ação do homem sobre a atmosfera, litoral e solo são exemplos de conteúdos tratados nos livros. Em todo o Estado foram distribuídos 63.750 kits, num investimento de R$ 9,7 milhões, oriundos de recursos federais. A Gerência de Educação organizará a entrega dos exemplares com a realização de um curso de capacitação para professores, referente aos temas abordados nos livros.

Outro material encaminhado pela Secretaria de Estad o da Educação às escolas da rede Pública Estadual foi um a coletânea de livros e DVDs contendo 01 Atlas Ambien tal, livros temáticos sobre Energia, Reciclagem, Aliment os Trangênicos, Água, Poluição, e Aquecimento Global. Além disso, o acervo ‘Projeto Meio Ambiente’ conta com 06 títulos da Coleção Ciência Viva, que trata da hi stória da Eletricidade, da Cadeia Alimentar, do Dia e da N oite e de um Fóssil de Dinossauro. Numa linguagem dinâmica, outros 06 exemplares compõem o acervo abordando a Vida no Mar, no Campo, no Jardim, nos Rios, na Cidade e na Floresta. Para completar a coletânea, 03 DVDs sobre Aquecimen to Global estão disponíveis no acervo. Esse material também será distribuído e aproveitado pela Gerência de Educação como recurso didático para um momento de formação continuada de Educação Ambiental para professores da rede.

“A alimentação, direito fundamental e constituciona l do ser humano, deve ser tratada como questão educacional r elevante, considerando ser essencial para a preservação da sa úde e, por conseqüência, da vida.” (Alencar, 2009, p.01) O livro ‘Segurança Alimentar – Sua saúde dia-a-dia’ foi distribuído para todas as escolas da Gerência de Educação de Jo inville, para alunos de 5ª série do Ensino Fundamental ao Ensino Médio, bem como as turmas de Magistério. Todas as bibliotecas das escolas também receberam exemplares do livro. Este guia de orientação alimentar orienta o estudan te a adquirir hábitos saudáveis de alimentação, por meio de infor mações que subsidiam o entendimento das funções dos componente s alimentares para o desenvolvimento do corpo humano. Além disso, propõe um novo olhar para a questão, por int ermédio da contribuição histórica das diversas etnias na forma ção da culinária brasileira.

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NOTÍCIAS

No dia 30 de agosto de 2010, no auditório da Gerênc ia de Educação, aconteceu o Seminário ‘Cachoeira: Um rio em transformação’, promovido pelo Instituto Viva o Cachoeira, em parceria com a Gerência de Educação. O objetivo desse evento foi propiciar adensamento conceitual, bem como informações relevantes sobre a história e realidade do rio, para professores das 0 5 escolas participantes, inseridas na Bacia Hidrográf ica do Rio Cachoeira. Aspectos históricos da bacia hidrográfica, ocupação humana, fauna e poluição, foram conteúdos abordados no Seminário, além da apresentação do Plano de Expansão de Esgotamento Sanitário e de sugestões de atividades de Educação Ambiental. O Seminário contou também com a parceria da Companhia Águas de Joinville e Fundema (Fundação Municipal do Meio Ambiente) e com a participação de membros do CIEA (Comissão Interinstitucional de Educação Ambiental) de Joinville.

Ainda como uma ação da parceria entre o Instituto V iva o Cachoeira e Gerência de Educação, como propos ta de continuidade do Seminário, aconteceu até o final de outubro, a Exposição Itinerante do acervo de image ns ‘Cachoeira: um rio em transformação’ e ‘A força do rio Cachoeira’, com painéis e fotos de períodos his tóricos marcantes e exemplares da fauna existente no rio. A exposição ficou 01 semana em cada escola, das 05 envolvidas no projeto: EEB Elpídio Barbosa e EEB Ar naldo Moreira Douat, do bairro Costa e Silva; EEB G ustavo Augusto Gonzaga e EEB Lea Lepper Aguiar Lepper, do bairro Saguaçu e EEB Giovani Pasqualini Faraco, do bairro Santo Antônio.

193 países estiveram presentes na 10 ª Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre Diversidade Biológica (COP10), que ocorreu de 18 a 29 de outubro de 2010, em Nagoya (Japão). Diferentes Grupos de Trabalho se dedicaram a discut ir temas, tendo em vista a redução da perda da biodiversidade em todo o mundo e a criação de um novo acordo e metas para serem cumpridas até 2020. Os principais temas discutidos foram o Plano Estratégico, documento que define as ações de conservação, o Protocolo de acesso e repartição de benefícios dos recursos genéticos da biodiversidade e as estratégias para a mobilização dos recursos financeiros. Em 2002, no primeiro plano estratégico acordado pel as nações, adotado na VI Conferência das Partes da Convenção da Diversidade Biológica (COP-6) houve o comprometimento de reduzir significativamente a perda da biodiversidade em todo o mundo. Contudo, segundo dados do PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente), a extinção de espécie s da fauna e da flora cresceu, nesse período, de 11 p ara 17 mil. Embora os países tenham em pauta a mesma missão e concordem que o plano estratégico deva conter metas claras, a diferença entre suas posições se encontra no percentual de proteção de áreas terrestres, marinha s e costeiras.

Outros pontos polêmicos nas discussões foram sobre o favorecimento de países desenvolvidos como provedores dos recursos genéticos e as decisões sobre a mobilização de recursos financeiros para os países em desenvolvimento, para o financiamento de ações de conservação da biodiversidade. Resultados mais detalhados sobre a Conferência podem ser conferidos no link abaixo: http://www.boell-latinoamerica.org/downloads/COP_10 _-_Um_balanco_final.pdf

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DICAS

Biodiversidade no Contexto Pedagógico

O conceito de biodiversidade, antes visto numa visão prática, que a considerava sob o ponto de vista econômico como fonte de recursos para atender às necessidades humanas, têm ganhado novas perspectivas, ampliando essa concepção e incorporando nesse contexto valores éticos de reconhecimento ao diverso como condição à vida.

Nessa discussão, a diversidade se amplia numa visão que considera além da questão biológica, também a social, trazendo com isso novas implicações e questões sobre o tema, sobretudo para a educação. Nesse sentido, todo o contexto da escola deve ser observado; suas ações, abordagem, do ponto de vista teórico e prático, dando atenção tanto à reflexão, quanto às ações pedagógicas concretas.

Dentre os aspectos metodológicos, é importante contextualizar os conceitos e conteúdos abordados, problematizando a partir da realidade do aluno, de modo a estimular a interação do estudante com o ambiente, numa cultura de acolhimento, que propicie um senso de pertencimento, utilizando-se do cotidiano, das vivências do aluno e seus ambientes, como pano de fundo para o início do trabalho.

Contudo, essa reflexão deve abordar questões que dizem respeito à sociedade como um todo, levando em conta as ideologias e modos de existência que tenham implicações nos aspectos biológicos, sociais, econômicos, ambientais, políticos, entre outros imbricados no tema, refletindo sobre direitos públicos, responsabilidades, causas e consequências, desafiando os estudantes na busca de possíveis soluções para desafios ambientais observados.

Nessa perspectiva, é importante trabalhar o tema como comumente é abordado no contexto escolar, tratando a diversidade do ponto de vista da flora e da fauna, com os desdobramentos inerentes à eles, como os biomas existentes, conceitos de preservação e conservação, extinção de espécies, recursos genéticos, políticas públicas de preservação da biodiversidade, por exemplo. Entretanto, o trabalho deve ir além, numa visão ampliada, observando o ser humano nesse contexto, no qual se pretende conhecer os diversos comportamentos, entrando nessa discussão também as populações tradicionais, de maneira que a diversidade sócio-cultural esteja em pauta.

Olhando a questão por esse prisma, conceitos de ecologia social1 e etnicidades ecológicas2 deverão ser abordados, de modo a refletir as diferentes formas de comportamento, do que a predominante na hegemonia capitalista, na qual a maioria da humanidade está inserida, com ações altamente impactantes para o ambiente.

Nesse sentido, considerando que as diversas populações tradicionais sempre interagiram com ambientes considerados ‘selvagens’, o paradigma conservacionista é colocado em cheque, à medida que se observa que a diferença está na forma de manejo ou interação com esses ambientes. Isto é, se de um lado temos o modelo de existência capitalista que se impõe ao ambiente, promovendo transformações, muitas vezes irreversíveis, de outro lado temos as populações tradicionais que se utilizam de práticas culturais e recursos naturais, com impacto mínimo ao ambiente. (Loureiro, 2011)

Assim, o conhecimento dessas maneiras diferentes de existência humana no planeta proporciona uma reflexão sobre o modelo que a maioria da humanidade vem seguindo, observando que o ser humano também é diverso. Conforme Loureiro (2011, p. 24) existem mais de “10 mil grupos identificados com base na etnia, na lingüística e religião”. Pensando nesse número e em toda a diversidade que emerge dessas diferenças, por que consideraríamos que o único modelo seria o capitalista/globalizado? ______________________________________________________________________________

1. Ecologia social – Trata-se de práticas culturais de utilização de recursos naturais, com impacto mínimo ao ambiente, tendo como principais atores as sociedades tidas como tradicionais (indígenas, quilombolas, pescadores, caiçaras, entre outras). Essas comunidades possuem longa duração com seu habitat, utilizando-se de tecnologias que levam à sustentabilidade desses lugares. (Loureiro, 2011)

2. Etnicidades ecológicas ou populações tradicionais – são aqueles “povos que mantêm um modo de vida intimamente relacionado e diretamente dependente do meio ambiente em que vivem. Têm um modo de uso e consumo dos recursos naturais locais que não esgota nem degrada os ambientes. (Loureiro, 2011, p. 21) O conceito foi utilizado pela primeira vez em 1996, pelo indiano Pramod Parajuli.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

- ALENCAR, Marina Senti de. Segurança Alimentar: sua saúde dia-a-dia. São José: 2009. - BOFF, Leonardo. Ecologia: Grito da Terra, Grito dos Pobres. Rio de Janeiro: 2004. - DIAS, Genebaldo Freire. Antropoceno: Iniciação à Temática Ambiental. São Paulo: 2002. - Lei 10639 de 09 de janeiro de 2003. - Lei 11645 de 10 de março de 2008. - MMA, MEC, IDEC. Consumo Sustentável: Manual de Educação. Brasília: 2005. - AMBIENTE BRASIL. Acesso em 12 de fev. 2011. http://ambientes.ambientebrasil.com.br/educacao/glossario_ambiental/glossario_ambiental_-_e.html - BOELL Latino Americana. COP 10 Um balanço final. Acesso em 25 de fev. 2011. http://www.boell-latinoamerica.org/downloads/COP_10_-_Um_balanco_final.pdf - LOUREIRO, Carlos Frederico. Educar na Biodiversidade. Acesso em 13 de fev. 2011. http://www.tvbrasil.org.br/fotos/salto/series/18562406-Educacabiodiversidade.pdf - MMA - Ministério do Meio Ambiente. Biodiversidade e Florestas. Acesso em 25 de fev. 2011. http://www.mma.gov.br/sitio/index.php?ido=conteudo.monta&idEstrutura=146 - O Eco. Biodiversidade. Acesso em 25 de fev. 2011. http://www.oeco.com.br/images/infobiodiversidadefinal-highres.pdf - PACHECO, Tania. Desigualdade, injustiça ambiental e racismo: uma luta que transcende a cor. Acesso em 21 de fev. 2011. http://www.justicaambiental.org.br/_justicaambiental/pagina.php?id=1869 - PNUMA. Biodiversidade. Acesso em 21 de fev. 2011. http://www.onu-brasil.org.br/agencias_pnuma.php - Secretaria da Convenção da Diversidade Biológica. O Ano Internacional da Biodiversidade – 2010 Diretrizes Gerais. Acesso em17 de fev. 2011. http://www.peaunesco.com.br/BIO2010/Diretrizes_Gerais%20-%20Ano%20Internacional%20da%20Biodiversidade%20-%202010.pdf - UESC – Universidade Estadual de Santa Cruz. Educação e Relações Étnico-Raciais. Acesso em 17 de fev. 2011. http://www.uesc.br/cursos/pos_graduacao/especializacao/relacoes_etnico/ - WWF. Biodiversidade: A base de nossas vidas. Acesso em 15 de fev. 2011. http://www.wwf.org.br/informacoes/especiais/biodiversidade/ - WWF. Índice do Planeta Vivo 2008. Acesso em 12 de fev. 2011. http://assets.panda.org/downloads/lpr_2008_portuguese_final_lores_2_.pdf

SOBRE O BOLETIM

Supervisão de Educação Básica e Profissional Rua Senador Felipe Schmidt, 159 – Centro - Joinville – SC – CEP. 89201440 Fone: (47) 34334351 - E-mail: gereijoinvilleens@sed .sc.gov.br

Elaboração: Adriana Lima Moraes – Coordenadora de E ducação Ambiental – Gerência de Educação - e-mail: [email protected]

Revisão: Fernanda Petry Vieira Steinbach – Assisten te Técnica Pedagógica Colaboradores: Alessandra Cristina Bernardino – Coo rdenadora de Educação Etnico-Racial Eleonora Minatto – Orientadora do Projeto Político Pedagógico

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Lembrete do Ensino:

Acontece em 2011 a Reorganização Curricular para os anos finais do Ensino Fundamental, envolvendo todas as disciplinas.

Divididos em Grupos de Trabalhos, cujos coordenadores são professores das Unidades Escolares, o trabalho irá nortear a construção das Diretrizes Curriculares para os anos finais do Ensino Fundamental, documento orientador a ser adotado na região de abrangência da Gerência de Educação de Joinville.

Fique atento (a) e participe das discussões dos grupos.

Maiores informações: Dulce - (47) 34334351 ou (47) 34330324