Boletim Monitoramento Abrasce Janeiro 2015
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7/25/2019 Boletim Monitoramento Abrasce Janeiro 2015
http://slidepdf.com/reader/full/boletim-monitoramento-abrasce-janeiro-2015 1/2
Rua Estados Unidos, 498, 01427-000, São Paulo, SP, Fone: 3052-3311, Fax: 3884-9022, http://www.tendencias.com.br/
Monitoramento Shopping Center
Boletim de desempenho – Janeiro de 2015
Melhora neste início de ano é bastante positiva, tendo em vista o cenário de difíceis ajustes na economia
De acordo com o Monitoramento ABRASCE para a evolução em Shopping Centers, a receita nominal de vendas
registrou alta de 8,3% em janeiro ante o mesmo mês de 2014. Em termos reais, descontando-se o Índice Nacional de
Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o indicador avançou 1,1% na comparação anual, recuperando-se parcialmente
da desaceleração verificada em dezembro de 2014 – ano marcado por avanço nominal de 7,7% (alta real de 1,2%) e
também por recuperação moderada e gradativa das vendas de shopping centers no segundo semestre.
A melhora observada no último mês deve ser interpretada positivamente, e ainda ilustra certa resiliência do setor
varejista comparativamente a outros segmentos da economia. O início do ano foi marcado por notícias negativas emedidas do governo que atuam no sentido de retrair a atividade econômica num primeiro momento – ainda que os
ajustes na política econômica sejam positivos para uma “limpeza da casa” que permitirá melhora nos anos seguintes.
Assim, num ambiente em que há piora generalizada da indústria e do mercado de trabalho, a sustentação das
vendas do setor no mês passado é algo a ser destacado.
No 2º semestre do ano passado, além de relativa retomada da atividade após a Copa do Mundo, o fôlego para o
consumo foi auxiliado por melhora da renda disponível das famílias – beneficiada também pelo arrefecimento da
inflação de alimentos e bebidas e contenção de preços de combustíveis e transportes. De certa forma, a ligeira
recuperação das concessões de crédito à pessoa física também ajudou no período, em comparação ao início do ano.
Já nesse início de 2015, dentre os condicionantes negativos à demanda, deve-se destacar a acelerada deterioração
da confiança de empresários e consumidores. Apenas em janeiro e fevereiro, o ICC (FGV) recuou mais de 11%,
atingindo nível 33% abaixo do recorde positivo de abril de 2012. O aumento do pessimismo é captado não apenas
nos índices econômicos, mas também se espelha na queda da popularidade de governantes em geral. Esse
comportamento é crucial para explicar a menor propensão ao consumo e afeta de modo ainda mais forte a
demanda por bens duráveis de maior valor, em razão da postura mais cautelosa do consumidor quanto ao
comprometimento da sua renda.
Por outro lado, como pontos positivos em janeiro destacamos (i) a mudança de postura do governo com relação à
agenda econômica e especialmente quanto às contas públicas, caminhando no sentido de maior transparência e
compromisso com o reequilíbrio fiscal neste novo mandato; e (ii) a continuidade do arrefecimento da inflação de
preços livres, refletindo a desaceleração da atividade econômica e também os efeitos do ciclo de alta dos juros.
Apesar da elevação da inflação geral no mês (reajustes de tarifas e alta sazonal em alimentação e educação), o índice
tende a desacelerar na medida em que se dissipem as elevações de preços administrados e a sazonalidade volte a
favorecer o arrefecimento de preços de alimentos.
Figura: Índice de preços ao consumidor (IPCA) – preços livres e administrados
Fonte: IBGE
IPCA 2010 2011 2012 2013 2014 2015*
Preços livres 7.0% 6.9% 6.6% 7.3% 6.7% 6.0%
Preços administrados 3.2% 5.6% 3.7% 1.5% 5.3% 11.6%
7/25/2019 Boletim Monitoramento Abrasce Janeiro 2015
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Monitoramento Shopping Center
Quanto à evolução por mix de vendas, destacam-se positivamente as atividades de conveniência e serviços (+16,5%)
e os segmentos de telefonia (+22,0%), perfumaria (+15,4%), alimentação (+13,9%) e ótica (+13,7%), que aceleraramfrente a dezembro (à exceção de perfumaria) e cujos crescimentos nominais ficaram acima da média, puxando o
resultado mensal da atividade de lojas satélite (+10,2%, que também se acelerou frente ao mês anterior). Por fim,
dentre as menores variações nominais nas vendas de shopping centers em janeiro, estão artigos para o lar (-2,2%),
vestuário (+6,5%) e artigos diversos (+6,6%), que evoluíram abaixo da média geral.
Figura: Índice de confiança do consumidor (ICC)
Fonte: FGV
De modo geral a perspectiva é de evolução do varejo em ritmo mais alinhado ao PIB. O cenário deve ser diferente do
observado em anos passados, período em que o crescimento da massa de renda e do varejo se deu a taxas muito
superiores ao ritmo do setor industrial e do PIB como um todo. A perspectiva para o restante de 2015, inclusive,
contempla panorama bem mais difícil do que esperávamos anteriormente para o consumo das famílias, com mais
obstáculos do que no ano passado, sendo o momento muito desafiador do ponto de vista dos negócios no setor.
Os principais limitantes serão: (i) a queda na renda real disponível das famílias, devido à desaceleração da atividadeeconômica, à inflação pressionada e aos reajustes de tarifas e impostos e (ii) a menor propensão à tomada de
crédito pelos consumidores, em razão dos juros mais elevados e das incertezas sobre a manutenção dos empregos.
Por outro lado, ainda que os níveis de confiança estejam em níveis historicamente baixos, tudo leva a crer que um
processo de reversão das expectativas de famílias e empresários deva passar a ser observado. Ou seja, na medida
em que a nova equipe econômica reestabeleça a confiança e conduza os ajustes necessários, os investimentos
tendem a gradativamente ser retomados, gerando um ciclo virtuoso com frutos sobre a massa de renda e o crédito.
Ainda que as taxas de crescimento não retomem aquelas observadas na década passada, os indicativos são de que a
recuperação do otimismo e a melhora na condução da economia permitam um avanço em relação ao crescimento
econômico do momento atual.
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ICC Média histórica