Boletim OSMSP 9 maio 2010

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S e nosso pai Adão não tivesse feito aquela besteira, hoje estaríamos deitados numa rede, como o Dorival Caymmi, compondo belas canções ao som das ondas do mar! Os dois últimos Boletins deram um grande destaque aos mineiros. Este agora deveria ser uma homenagem aos baianos. Mas deu uma preguiça! Quase resolvemos não fazer. Pra quê? Vamos deixar para o outro mês, ninguém vai notar. Tá muito frio por aqui, vamos nos enrolar numa coberta, esquecer que tem gente esperando ansiosamente para ler as besteiras que escrevemos , e esperar pelos meses de junho e julho, torcer pelo Brasil. Vibrar com o Galvão Bueno e com a seleção do Dunga. Que é a cara da Bahia: correr, pra quê? Atacar, pra quê? Dá uma canseira! Então, vamos lá: Brasil, sil, sil! Bahia, ia, ia! BOLETIM DO PROJETO MEMÓRIA OSMSP “No princípio criou Deus os Céus e a Terra, criou o firmamento, a luz e as estrelas, os vegetais e os animais, o homem e a mulher. E Ele só foi falar em trabalho e ganhar o pão com o suor do rosto depois que o homem comeu o fruto proibido”. Gênesis, caps. 1, 2 e 3 Publicação Mensal - São Paulo -maio de 2010 - Nº 9 - Ano II CONTRIBUIÇÕES MENSAIS (DE NOVO)? A maioria dos companheiros e compa- nheiras que contribui para o Projeto não é formada por baianos, são paulistas. Mas eles têm uma preguiça em pagar, que é preciso estar todo mês lembrando: - E aí mano, vais pôr as mãos no bolso ou não vais? Pensas que as despesas do Projeto são pagas pelo Espírito Santo (ou pela Bahia)? Acerta as tuas contas agora, para não teres que acertar no Juízo Final, servo infiel! Lembre o que disse o apóstolo Paulo: “ Cada um contribua segundo propôs no seu coração. Não com tristeza ou por necessida- de; porque Deus ama ao que dá com alegria” (Coríntios, II – capítulo 9, versículo 7) VIVA O BARÃO DE ITARARÉ ! D ia 14 de maio foi criado em São Paulo o Centro de Estudos da Mídia Alternativa “Barão de Itararé”. Vai ser um espaço para quem quer notícias e informações que a grande imprensa esconde ou deturpa. Este Boletim, que tem o Barão de Itararé como um dos seus inspiradores, vai infor- mar o que acontece lá. Aguardem Se o Barão fosse vivo, certamente diria o seguinte sobre a seleção do Dunga: “Se querem uma equipe de gigantes, como é que colocam um anão para dirigir?” (com todo o respeito aos anões).

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Este Boletim, que tem o Barão de Itararé como um dos seus inspiradores, vai infor- mar o que acontece lá. Aguardem “Se querem uma equipe de gigantes, como é que colocam um anão para dirigir?” (com todo o respeito aos anões). Se o Barão fosse vivo, certamente diria o seguinte sobre a seleção do Dunga: nheiras que contribui para o Projeto não é formada por baianos, são paulistas. Mas eles têm uma preguiça em pagar, que é preciso estar todo mês lembrando:

Transcript of Boletim OSMSP 9 maio 2010

Se nosso pai Adão não tivesse feito aquela besteira, hoje estaríamos deitados numa rede, como o Dorival Caymmi, compondo belas canções ao som das ondas do mar!

Os dois últimos Boletins deram um grande destaque aos mineiros. Este agora deveria ser uma homenagem aos baianos. Mas deu uma preguiça! Quase resolvemos não fazer. Pra quê? Vamos deixar para o outro mês, ninguém vai notar. Tá muito frio por aqui, vamos nos enrolar numa coberta, esquecer que tem gente esperando ansiosamente para ler as besteiras que escrevemos , e esperar pelos meses de junho e julho, torcer pelo Brasil.

Vibrar com o Galvão Bueno e com a seleção do Dunga. Que é a cara da Bahia: correr, pra quê? Atacar, pra quê? Dá uma canseira!

Então, vamos lá: Brasil, sil, sil! Bahia, ia, ia!

Boletim do Projeto memória oSmSP“No princípio criou Deus os Céus e a Terra, criou o firmamento, a luz e as estrelas, os vegetais e os animais, o homem e a mulher. E Ele só foi falar em trabalho e ganhar o pão com o suor do rosto depois que o homem comeu o fruto proibido”. Gênesis, caps. 1, 2 e 3

Publicação Mensal - São Paulo -maio de 2010 - Nº 9 - Ano II

CONTRIBUIÇÕES MENSAIS (dE NOvO)?

A maioria dos companheiros e compa-nheiras que contribui para o Projeto

não é formada por baianos, são paulistas. Mas eles têm uma preguiça em pagar, que é preciso estar todo mês lembrando:

- E aí mano, vais pôr as mãos no bolso ou não vais? Pensas que as despesas do Projeto são pagas pelo Espírito Santo (ou pela Bahia)?

Acerta as tuas contas agora, para não teres que acertar no Juízo Final, servo infiel!

Lembre o que disse o apóstolo Paulo: “ Cada um contribua segundo propôs no seu coração. Não com tristeza ou por necessida-de; porque Deus ama ao que dá com alegria” (Coríntios, II – capítulo 9, versículo 7)

vIvA O BARÃO dE ITARARÉ !

Dia 14 de maio foi criado em São Paulo o Centro de Estudos da Mídia Alternativa

“Barão de Itararé”. Vai ser um espaço para quem quer notícias e informações que a grande imprensa esconde ou deturpa.

Este Boletim, que tem o Barão de Itararé como um dos seus inspiradores, vai infor-mar o que acontece lá.

Aguardem

Se o Barão fosse vivo, certamente diria o seguinte sobre a seleção do Dunga:

“Se querem uma equipe de gigantes, como é que colocam um anão para dirigir?” (com todo o respeito aos anões).

JORgE LUíS dOS SANTOS OLIvEIRA (JORgE PRETO)

Jorge Preto (Zona Sul)

Ace

rvo

OSM

-SP/

IIE

P

ExPEdIENTE

Projeto Memória OSM-SPwww.iiep.org.br/index1.htmlTel: (11) 3362-1513 / (11) 7110-2474

E-mail: [email protected]: Acervo Projeto Memória/Arquivo OSM-SPProjeto Gráfico: Cesar Habert Paciornik

NOTíCIAS E COMENTÁRIOS

Ás vezes uma pequena nota num canto de página revela coisas interessantíssimas.

Vejam esta, dada na Folha de S. Paulo:

“Construtoras e empreiteiras da região sudes-te, S. Paulo e Rio, principalmente, temem “apa-gão de mão de obra”.O Bolsa Família e o aquecimento da economia nordestina vão provocar a redução das migra-ções para o Sul”.Comentário: Taí uma das razões porque não houve reforma agrária no Brasil, principal-mente em 1930, quando da revolução de Getú-lio. Se os nordestinos, mineiros, paulistas, ti-

vessem seu pedaço de terra para plantar, não iriam para São Paulo ou Rio de Janeiro servir de bucha de canhão e mão de obra barata para os industriais, empreiteiros e construtores de prédios, estradas e viadutos.

Outra notícia: “Comerciante é roubada dentro da delegacia” (Estadão, 15.05.2010)Aconteceu em Salto, interior de S. Paulo. A mu-lher tinha sacado R$ 13.500,00 e foi ao 1º DP para registrar queixa de um celular clonado. Dentro da Delegacia foi atacada por um assal-tante que levou sua bolsa com o dinheiro.Comentário: Sem comentário!

Um baiano “arretado” que saiu do sertão da Bahia para dar uma grande contribuição ao

movimento operário e sindical de São Paulo.

Foi dirigente na combativa Zona Sul, fez parte da Chapa de Oposição em 1981 e foi também Secretário da CUT Regional Grande São Paulo.

Milhares de baianos lutaram junto com a OSM nas fábricas, nas eleições, nas greves. Jorge Preto é um representante destacado desse povo combativo da história brasileira.

ENCERRAMENTO: UMA dECLARAÇÃO dE AMOR E AdMIRAÇÃO AOS BAIANOS

A lguns leitores podem ter entendido errado as considerações que fizemos em respeito aos

baianos. Vamos esclarecer então.Os baianos estão adiantados um século em relação a nós paulistas, que nos consideramos um povo de-dicado ao trabalho, diligente, ativo e responsável.No final do século XIX Paul Lafargue, genro de Karl Marx, escreveu um livro que todos deveriam ler: “O Direito à Preguiça”. Nessa obra ele mostra-va que a valorização do trabalho era uma mistifi-cação burguesa para iludir o proletariado, falando daquelas histórias de que “o trabalho enobrece”, “o trabalho torna o homem livre”, etc. Etc.Claro que o homem deve trabalhar, dizia ele, é pelo trabalho que ele se torna um ser humano. Mas não trabalhar 10, 12 horas por dia e, em vez de se hu-manizar, ele se torna um animal, como o burro ou

o boi, que só trabalham, comem e dormem. Hoje, com o desenvolvimento da tecnologia, poderíamos trabalhar 3 horas por dia, como queria Lafargue, todos teriam emprego e a produção de bens e mer-cadorias satisfaria todas nossas necessidades.Para isso acontecer, basta só acabar com o capita-lismo. Fácil, não é ?

P.S.: Como todo pai conservador e ciumento do sé-culo XIX, Marx achava que sua filha Laura merecia alguém melhor que o Paul Lafargue. Mas eles se amavam apaixonadamente, e acabaram se casando. Como todas histórias de amantes célebres – Romeu e Julieta, Tristão e Isolda – o fim de Lafargue e Laura também é trágico.

Não vamos contar aqui, leiam a vida deles.