Boletim rio+20 amb - numero1
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De4a6deJunhode2012,oRiodeJaneiroserásededaConferênciadasNaçõesUnidassobreDesen-volvimentoSustentável,achamadaRio+20.Oeventocelebraráos20anosdaECO92,aConferênciadasNa-çõesUnidassobreMeioAmbienteeDesenvolvimento,consideradaatéhojeamais importanteconferênciaambientalmundialporterincorporadoosdesafiosam-bientaiseclimáticosnaagendapolíticaglobaletercon-sagradooconceitode“desenvolvimentosustentável”.
Uma orientação pró-pobres deve ser sobrepos-ta a qualquer iniciativa de economia verde”. Domesmo jeito, essa transição procura fortalecer osmecanismos de proteção dos direitos de proprie-dade e rentabilidadedas inovações, enquanto pro-move as chamadas soluções demercado e a cria-ção de novos mercados (tais como o mercado deCarbono) como remédio à necessidade de pro-teção do meio ambiente e dos recursos naturais. Nessesentido,hárazõesparapensarqueacon-ferênciaserácapturadapelosinteressesdasgrandescorporaçõestransnacionaisparaconstruirconsensoaoredordonovoparadigma“verde”natentativaderevitalizarumnovociclodaacumulaçãocapitalista. Oqueéprecisodiscutirem2012émuitomaisdoqueisso,eosmovimentossociaisestãoseprepa-randoparaessadisputa.Énecessáriaumamudançadeparadigmacivilizatórioedospadrõesdeproduçãoeconsumo.Édizerumbastaàfaltadecompromissodosgovernoscomaimplementaçãodepolíticassus-tentáveis,acomeçarpelosacordosjáassinados.Éde-nunciarqueassoluçõesnãopodemserdemercado.
Realização Apoio
Ediçãonúmero1Setembro2011
Boletim Rio+20
“É necessária uma mudança de paradigma civilizatório e dos padrões de produção e consumo.”
Apesar dos importantes resultados nasdefinições institucionais, o balanço 20 anos depoisdo que foi implementado após a Conferência nãopodesedefinircomopositivo.Nasúltimasduasdé-cadastemosassistidoaoaprofundamentodapobeza,das desigualdades e da destruição ambiental e doaquecimento global sem precedentes, com gravesimpactos no SulGlobal. Diante da crise econômica,financeira, alimentar, energética e climática que omundovive,aRio+20reveste-sedeuma importân-cia especial, dada a amplitude e diversidade daproblemática que acolherá, e da importância quetem para os movimentos sociais do mundo inteiro. Frente aos grandes desafios da vida nopla-neta, os temas que estão na pauta oficial são (i) aeconomiaverdenocontextodeerradicaçãodapobr-ezae(ii)agovernançaambientalglobal,alémdesepreverumaavaliaçãodosciclosdeConferênciasdaONUnosanos90edassucessivasCOPs.Dopontodevistadosmovimentossociais,muitassãoascríticasquesefazem,tantoaonovoconceitode“economiaverde”quantoaoconjuntodemecanismospaliativosdacriseambientale tambémà faltadeeficiênciaelegitimidade da institucionalidade internacional quenãotemsequercumpridocomosacordosassinados. Entendemosqueaeconomiaverdepoucotemquevercomaerradicaçãodapobreza,trata-semaisbemdetentarumaforma“renovada”deacumulação
docapitaldiantedagravecriseeconômico-financeira para aqual o mundo foi empurrado.Defato,atémesmoorelatóriodoPNUMA-ProgramadasNa-çõesUnidasparaoMeioAmbi-ente-admiteque“atransiçãoparaumaeconomiaverdenãoresolveráautomaticamenteto-dos osproblemasdapobreza.
De fato, na ECO92foram assinadas as Conven-ções sobre Biodiversidade eMudança Climática, foi acor-dada a Convenção pela LutaContra a Desertificação, e foilançadaaAgenda21-umdoc-umento-guia sobre desenvol-vimentosustentávelparaumaação conjunta dos governos,Nações Unidas, empresas etodosossetoresdasociedadecivil para enfrentamento dosproblemassócio-ambientais.
É a redistribuição dariquezaeare-apropria-çãodos territórios,dosbens comuns e doscorposementesdeho-mens e mulheres paraexercer uma cidadaniasoberana. É a busca,enfim, da equidade eda justiça social e am-biental.
“É (preciso) de-nunciar que as soluções não po-dem ser de mer-cado.”
Governo cria Comissão especial para organizar a Rio+20
OGovernobrasileirocriourecentementeumaestrutura temporária para a organização da Rio+20pormeiodoDecreto7.495,de7de Junhode2011.Essa estrutura é formada pela ComissãoNacional epeloComitêNacionalOrganizador.
Rio+20: uma conferência sobre o fu-turo do planeta
tribuindoparalevaraperspectivafeministaeaslutasdasmulheresdetodoopaís. Frente aos desafios da crise civilizatória queviveomundo,oCFSCsepropõeaorganizarumnovomarco de discussão autônomo frente às instituiçõesinternacionais,corporaçõescapitalistaseaospoderesnacionais, buscando constituir um marco plural quevalorize a diversidade e que supere a fragmentaçãoeatomizaçãodaslutas,estimulandoconvergênciaseagendascomuns. O trabalhonocomitêseorganizaporGruposdeTrabalho:GTEvento,GTFormaçãoeMobilização,GTProcessoOficialeGTRiodeJaneiro.
A proposta em construção da Cúpula dos Povos
Matérias:ÉrikaMasinaraeLucíaSantalicesRevisãoediagramação:LucíaSantalicesEdição:GracielaRodriguezParaassinaturaoucancelamento:[email protected] ler os boletins anteriores acesse:www.articula-caodemulheres.org.brewww.equit.org.br
Segundo o governo brasileiro, a ComissãoNacional, copresidida pelo Ministro das RelaçõesExteriores e pela Ministra do Meio Ambiente, temcomo missão promover o diálogo entre as esferasdo governo e da sociedade civil, a fim de debaterpublicamente a estratégia do Brasil na conferência. Ela conta com representantes dos poderesExecutivo, Legislativo e Judiciário (nas três esferas:federal, estadual emunicipal), e no âmbito das en-tidades não-governamentais, participam represen-tantesdasociedadecivil,dascomunidades tradicio-nais,dosmovimentossociaisedosetorempresarial. A Comissão Nacional conta ainda com umaSecretariaExecutiva,responsávelporcoordenarsuasatividades,compostaporrepresentantesdoMinistériodaFazenda(quecoordenaostemaseconômicos),doMinistériodoMeioAmbiente(quecuidadasquestõesambientais),edoMinistériodoDesenvolvimentoSo-cial (que trata dos assuntos sociais). O Comitê Na-cionalOrganizador, por sua vez, é responsável peloplanejamentoeexecuçãodalogísticadaconferência. A AMB - Articulação de Mulheres Brasil-ei-ras foi convidada a participar da Comissão Na-cional como representante dos movimentos so-ciais, através do Instituto Eqüit - e pretendetornar públicas, com este boletim bimensal, asnegociações e informações do que aí aconteça.
Emnovembrode2010,numaprimeirareuniãoorganizadaporumconjuntopluraldeorganizaçõesemovimentossociaisbrasileiros,criou-seoCFSC-Co-mitêFacilitadordaSociedadeCivil.EsseComitêtemcomo objetivo articular e facilitar a participação dasociedadecivil nacionale internacionalnoprocessopreparatórioeduranteaRio+20.Écompostoporor-ganizações,movimentos sociais e redes que atuamemdiversasáreas:sindical,dedireitoshumanos,en-tidades ambientalistas, feministas, povos indígenasetc.equeconvergirãonarealização-emparaleloàConferênciaoficial-doeventoautônomodenominado“CúpuladosPovosdaRio+20porJustiçaSocialeAm-biental” no intuito de fortalecer o poder político dasociedade civil. AAMB faz parte desseComitê con-
As mulheres na Rio+20 NospróximosnúmerosdoBoletimcontinuare-mosaexplicitaraspropostasdaAMBparaaRio+20,onde nós,mulheres, queremos reeditar a importantepresença que tivemos no Planeta Fêmea durante aECO92.
No próximo capítulo, pretendemos publicar oquejáavançamosnessadiscussãoetambémumaprépropostadecomoestamospensandonossaparticipa-çãonaRIO+20,importanteespaçodearticulaçãodosmovimentos sociais globais e momento de dar umamensagemclaraàsociedadesobreomundoequitativoejustoquequeremosequejáestamosconstruindo!
A participação nosgrupos de trabalhoé aberta a todas asorganizações e indi-víduos que se iden-tifiquem com a suapro posta e estejamdispostosacolaborar(maisinformaçõesnosite oficial do CFSC:http://www.rio2012.org.br).
Plenáriadasmulherescomafamosafeminis-taBellaAbsugduranteaECO92.
LançamentodaComissãoNacional