Boletim rogerio real

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1 B letim Edição n o 1 * Editor: Rogério Marques Benedito Júnior * Ano: I * Data: 30 de Maio de 2015 Site: www.fm.uem.mz Faculdade de Medicina beneficia- se do equipamento de vídeo- conferência Estudantes da Faculdade de Medicina terão novas batas Zeladores reunidos na Faculdade de Medicina Maputo acolhe o primeiro Congresso Internacional de Ginecologia e Obstetrícia Pag.2 Pag.2

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BletimEdição no 1 * Editor: Rogério Marques Benedito Júnior * Ano: I * Data: 30 de Maio de 2015 Site: www.fm.uem.mz

Faculdade de Medicina

beneficia-se do

equipamento de vídeo-

conferência

Estudantes da Faculdade de Medicina terão novas batas

Zeladores reunidos na Faculdade de Medicina

Maputo acolhe o primeiro Congresso Internacional de Ginecologia e

Obstetrícia Pag.2Pag.2

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A faculdade de Medicina da Universidade Eduardo Mondlane (UEM) acolheu

de 18 a 21 de Maio de 2015 um Seminário dos Zelado-

res da Direcção de Infra--estruturas.

O evento que contou com a presença de delegados, a nível nacional, teve como

objectivo reflectir sobre avaliação das actividades de manutenção dos edifícios da Universidade Eduardo Mondlane (UEM).Durante os quatro dias do seminá-rio, os participantes foram forma-dos em matéria de electricidade, carpintaria e serigrafia. De acordo com Carlos Tovela, elec-

tricista há 29 anos e representante dos zeladores, esta iniciativa veio para solucionar, de forma rápida e eficaz, os problemas infra-estrutu-rais da UEM.“Agora os problemas de electrici-dade, pintura, torneira e outros não levarão muito tempo para serem solucionados porque, a nível inter-

no, existirão pessoas capacitadas”. Disse. A formação dos Zeladores, poderá diminuir as relações buro-cráticas e acrescer a autonomia das faculdades na medida em que, pe-quenos problemas passarão a ser re-solvidos localmente, sem por isso, apresentar para as instâncias supe-riores.“Antigamente, as faculdades, apre-sentavam à Direcção de Infra-estru-turas qualquer tipo de problemas. Por exemplo: fechadura avariada, torneira, etc e que para a sua res-posta levava demasiado tempo” contou.Refira-se que este é o terceiro ciclo de seminários dos zeladores depois de ter acontecido no Centro de Es-tudos Africanos e na faculdade de Arquitectura.

Decorreu entre os dias 14 e 16 mês corrente, a primeira edição do Congresso Inter-

nacional de Obstetrícia e Ginecologia dos países de

Língua Portuguesa.

O evento, que teve lugar em Maputo, foi organizado pela Associação Moçam-

bicana de Obstetras e Ginecologis-tas (AMOG), em colaboração com o Ministério da Saúde e a Facul-dade de Medicina da Universidade Eduardo Mondlane.Com o lema “A Mulher, da Infân-cia à Menopausa. Saúde e Direitos Sexuais Reprodutivos”, o congres-so permitiu a abordagem de temas como a saúde sexual e reprodutiva, direitos sexuais e reprodutivos,

Zeladores reunidos na Faculdade de Medicina

Notícias

saúde materna e Neonatal, planea-mento familiar, oncologia gine-cológica, práticas tradicionais inde-sejáveis e violência contra a mulher, cuidados ligados ao Aborto, fístulas obstétricas.Entre muitos especialistas, o con-gresso contou com a presença do presidente da FIGO (International Federation of Gynecology and Ob-stetrics), Sabaratnam Arulkumaran.

Maputo acolhe o primeiro Congresso Internacional de Ginecologia e Obstetrícia

BFicha Técnica

Editor: Rogério Marques Benedito JúniorRepórter: Rogerio Marques Ben-edio Júnior Propriedade: Faculdade de Me-dicina.Localização: Cidade de Maputo

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A Faculdade de Medicina da Universidade Eduardo Mondlane oferece Licen-

ciatura em Medicina desde 1963 e já graduou mais de

mil médicos para o país.

Até meados dos anos 1990 era a única instituição no país responsável pela for-

mação de médicos. Hoje existem outras instituições públicas e priva-das que também se dedicam à for-mação de médicos.Ao longo de cerca de meio século de existência, a Faculdade de Me-

dicina da UEM passou por várias reformas académicas e administra-tivas de acordo com os desafios e especificidades das diferentes épo-cas da história do país. Por isso, ela é um repositório de experiencias e competências acumuladas nos in-tervenientes, nos processos e na memória institucional. O objectivo na formação de médi-cos e outros profissionais de saúde guia os passos da instituição permi-tindo a avaliação dos processos de ensino-aprendizagem e o planea-mento das metas para o futuro onde se espera brevemente introduzir no-vos cursos.

A produção científica (conheci-mento novo) e o ampliar do leque de serviços que oferece à sociedade moçambicana são pontos altos na nossa agenda como pilares que ali-cerçam o nosso desempenho.Manifestamos a nossa abertura a todos os que pretendam enveredar pelas ciências médicas e da saúde e encorajar que não hesitem em bus-car junto a nós a resposta as vossas interrogações ajudando-nos a ser um local onde se troquem as me-lhores ideias acerca de como abor-darmos e resolvermos os problemas de saúde que nos afligem.

Cinquentenário da Faculdade de Medicina

Dependência de médicos estrangeiros deve ser combatida

História & Opinião

A Ordem dos Médicos de Moçambique referiu-se, recentemente, em um re-

latório, que na província da Zam-bézia só há um médico para cada 30 mil habitantes, isto é, a província está dependente de profissionais es-trangeiros e há uma grande falta de especialistas. Actualmente, os pa-cientes com doenças consideradas graves são transferidos para os hos-pitais centrais da Beira, de Nampu-la e de Maputo.Vale a pena lembrar que vivem qua-tro milhões de pessoas na província central da Zambézia, mas só exis-tem 165 médicos, 35 dos quais são estrangeiros. Dos restantes 130 na-cionais, apenas cinco são especialis-tas nas áreas de medicina dentária, pediatria e psiquiatria, e apenas um é cirurgião.O número é insuficiente para cobrir a procura. Estamos, infelizmente,

com um rácio superior a um médi-co para 30 mil habitantes. Era, no meu ponto de vista, ideal que este número fosse inferior a pelo menos 5 mil habitantes.Este cenário leva-me a pensar que a qualidade de prestação dos serviços nesta província só é maior quando diminui o número de utentes por médico. Mas isso, no contexto mo-çambicano parece uma utopia, por-que num universo de 30 mil pessoas a probabilidade de redução de uten-tes por médico pode não ser tão sig-nificante como se pensa.Esta é uma oportunidade ímpar para as instituições começarem a pensar de forma comprometida na necessidade de formação de mais médicos nacionais, não só genera-listas, mas também especializados em diversos ramos de saúde porque tal como a Zambézia, outras pro-víncias não tem médicos suficientes

para responder ao número da po-pulação.É verdade que numa primeira fase vão ser necessários médicos gene-ralistas, mas depois vamos de mé-dicos especialistas: Mais ginecolo-gistas e obstetras, mais cirurgiões, mais pediatras, mais dermatologis-tas, mais oncologistas. Este é um processo contínuo e que as institui-ções vocacionadas devem encarar, reafirmo, com muita seriedade. Aos estudantes de medicina é pre-ciso deixar de preferir trabalhar apenas nas grandes cidades, porque o que se tem notado é um número asfixiante de recém graduados em medicina geral ou não preferindo trabalhar nos centros urbanos a su-burbanos. Pois, enquanto houver um défice de “recursos humanos” – resultante desta centralização - os serviços de saúde ficarão aquém do desejado.

Opi

nião

Rogério M.B. Júnior

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Os estudantes da fa-culdade de Medici-na da Universidade Eduardo Mondlane

vão passar a usar uma nova bata até o

próximo semestre.

Esta indumentária será confecciona-da na Europa, em

Portugal pela empresa OPASTAC. De acordo com a direcção, a sua uti-lização será de carácter obrigatório.

A FACULDADE de Medicina da Uni-

versidade Eduardo Mondlane dispõe de um equipamento de

vídeo-conferência que esta a servir no apoio clínico entre

as unidades sani-tárias do país e na

formação contínua dos profissionais da

Saúde.

O e q u i p a m e n t o é composto por um micro-

fone, um descodifica-dor vídeo, um televisor plasma de 40 polegadas e uma câmara de filmar, avaliados em pouco mais de 700 mil meticais.Esta é uma iniciativa fi-

nanciada pelo Governo da Argentina e que em Moçambique está a ser coordenada pelo pro-jecto “Escolas Ocor-rentes”, que visa o de-senvolvimento das áreas de Saúde e Educação.

egundo o director da Fac-uldade, Moshin Sidat, o equipamento está a servir em grande me-dida para o desenvolvi-mento de diagnósticos nas unidades sanitárias. “Muitas vezes eramos

obrigados a deslocar eq-uipas para prestar apoio, por exemplo, aos nos-sos colegas da UNILU-RIO e isso envolvia cus-tos. Este equipamento está a facilitar muita coisa”, disse Moshin.Por outro lado, esta tec-nologia ajuda na materi-alização do projecto de aulas por vídeo-confer-ência com estudantes e docentes de outras fac-uldades de medicina que procuram apoio na UEM, dado a sua experiência na formação de médicos.A colocação do equipa-mento de vídeo-confer-ência na Faculdade de Medicina da “Eduardo Mondlane” faz parte de um projecto-piloto que se espera expandir para todas as regiões do país.

Estudantes da Faculdade de Medicina terão novas batas

Faculdade de Medicina beneficia-se do equipamento de vídeo-conferência

Reportagem

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O director da Faculdade, Mohsin Sidat diz que a nova bata irá ajudar na identificação dos próprios estudantes, isto é, de um estudante da Faculdade de Medicina da UEM e de outras instituições como ISCISA, INSCTEM entre outras. De acordo com a mesma fonte, a única ins-tituição que até agora não apresenta marcas é a fa-culdade de medicina. “Visto que dentro do hospital central, onde lo-caliza-se a faculdade de medicina, está também implantada o Instituto Superior de Ciência de Saúde”. Disse o director acrescentando que a ar-quitectura da nova bata oferece garantias de segu-

rança ao estudante quan-do estiver diante de exer-cício práticos dado que apresenta-se com botões do lado esquerdo, “Todo fluido está repleto de do-enças, então se a bata es-tiver aberta na parte de frente é mais fácil que aquela substância pene-tre no interior atingindo o corpo do estudante sendo, desta maneira um atenta-do a saúde”. Esclareceu, Outra justificação para a adopção desta bata é a uniformidade. Embora to-das as batas actuais sejam brancas, elas se diferem nas dimensões. Cada es-tudante apresenta-se de uma indumentária ao seu tamanho – larga, aperta-da, curta etc.

Para a aquisição, os estu-dantes devem efectuar um pagamento de 750 meti-cais, o correspondente a 50 por cento, até o dia 31 de Maio do ano corrente para se dar inicio da sua produção.

O que os estudantes pensam?

Alfandega Bernardo Manteiga, estudante na Faculdade de Medicina diz que o preço da nova indumentária é um ponto que está a preocupar. “No meu caso, a bata que estou a usar agora, sobre-tudo original, custou-me 300 meticais. A bata que se vai adoptar custará se-

tecentos e cinquenta me-ticais e de acordo com a proposta da direcção, cada estudante deve ter duas, gastando por isso mil e quinhentos meti-cais. Considero ser um valor muito alto”.De outro lado, o estudan-te Nelson Marcelino tem um olhar positivista à esta inovação. Segundo ele es-tava mais do que na hora para tal decisão ser toma-da. Marcelino mostra-se céptico quanto ao local de produção.“Não percebo porquê esta bata de ser produzida no exterior, em Moçambique não temos fábricas para tal?”. Indignou-se.

SESSÃO CIENTÍFICA

Ciência

As sessões científicas na Faculdade de Medicina da Universidade Eduardo Mondlane tem como objectivo apresen-tar e discutir trabalhos de pesquisa ou outras actividades técnico-científicas realizadas pelo Instituto Nacional de Saúde e outras instituições de pesquisa nacionais ou internacionais. As sessões são também uma ferramenta para actualização sobre as actividades científicas realizadas no país. Neste contexto, fazem parte desse evento profissio-nais de saúde, estudantes de biociências, investigadores e toda comunidade científica e publico em geral .

Desafios no desenvolvimento de medicamentos de tuberculose

O professor Michael Hoelscher, MD FRCP (lond), é o director do sector de saúde global e doenças infecciosas do hospital da Universidade Ludwig-Maximilians, em Munique.O Professor Hoelscher estudou medicina em Munique e de seguida passou para o departamento de doenças infecciosas e medicina tropical. Trabalhou em colaboração com o Instituto Norte-americano Walter-Reed e o hospital Mbeya na Tanzânia. Em 2010 foi promovido a professor e director do sector de saúde global e doenças infec-ciosas. Desde 2013, tem estado a trabalhar igualmente com o CISPOC – Centro de Investigação em Saúde da Polana Caniço, na área de pesquisa em tuberculose.

Um tema apresentado pelo professor Mi-chael no dia 12 de maio de 2015 na Sala

Magna da Faculdade de medicina

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Questões chave na prevenção do HIV em 2015

Um tema apresentado por Dr. Timothy no dia 10 de maio de 2015

no Anfiteatro do Ministerio da Saúde

Dr. Timothy Mastro é licenciado em medicina, com especialidade em Medicina Internacional e treinado pelo Centro de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC) como oficial de inteligência e serviços epidemiológicos.O Dr. Mastro é igualmente professor adjunto de epidemiologia da Escola de Gill-ings na Universidade de Saúde Publica Global da Carolina do Norte em Chapel Hill. É autor de mais de 150 artigos publicados em vários capítulos de livros. Recebeu prémio Alexander Langmuir na área de investigação Epidemiológica e o prémio Shepard Charles na área de ciência.

“A investigação é a base de qualquer faculdade”A Faculdade de

Medicina da Uni-versidade Eduardo Mondlane oferece

Licenciatura em Me-dicina desde 1963, porem, até hoje ela não agrega no seu

currículo a compo-nente de investiga-

ção.

Sobre este assunto conversamos com um estudante “A” do

quinto ano de Medicina que nas entrelinhas que se seguem, faz-nos saber que a metodologia de investi-gação deve fazer parte do currículo para agregar va-lor a própria instituição.

Entrevistador: Como é que vê o currículo da Fa-culdade de Medicina?

Estudante A: No que toca a investigação o nosso currículo peca. Os currí-culos que estamos a usar neste momento não cons-tam em nenhuma parte

dele uma disciplina que está focada a metodologia de investigação científica. No entanto, existem um conjunto de três ou qua-tro disciplinas que não são necessariamente de investigação científica, mas acabamos de apren-der um pouquinho daqui-lo que é investigação. No primeiro ano existem uma disciplina em que os estu-dantes saem para os cen-tros de saúde ou para os bairros da cidade de Ma-

puto e fazem aquilo que se chama de “reconheci-mento de área de saúde”. No segundo ano tive uma disciplina que ensina-se elaboração de protocolo de investigação, mas o en-sino não é de forma inten-siva, é como se fosse um módulo e, isso não chega a ser o suficiente para um estudante sair da facul-dade com cabeça erguida de que sabe investigar. Depois tive uma outra disciplina em que íamos

saindo para determinadas zonas para identificarmos as doenças que mais exis-tem para depois juntar os dados e interpretá-los na base de conhecimentos de estatística. Mas mes-mo assim, não considero investigação, mas apenas processos que podem dar, de longe, a ideia de que venha a ser uma investi-gação científica.

Entrevistador: De quem seria a responsabilidade

Entrevista

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desta ausência?

Estudante A: Não pos-so culpar o currículo por isso, mas até onde sei, exis-tem cursos extracurricu-lares que são leccionados na própria faculdade que tem a componente de in-vestigação. Exemplo, para o primeiro e segundo ano, os estudantes tem direito de participar de curso de informática no qual são introduzidos ferramentas de investigação. Porem, embora a faculdade tenha mais de 1000 estudantes, pouquíssimos tem inte-resses em aderir ao curso. Também existe um outro curso extracurricular que se chama: “iniciação para investigação científica”, no entanto, apesar de ha-ver vagas limitadas, vê-se logo de inicio que os estu-dantes têm pouco interes-se. Eu penso que para um curso deste, numa facul-dade onde não tem uma disciplina específica de investigação científica no seu currículo, era suposto uma grande corrida, mas não se nota.Entrevistador: Que con-sequência a curto e longo prazo para os estudantes deste desinteresse?

Estudante A: A primeira oportunidade que eu noto é que os estudantes per-dem a oportunidade de saber procurar informa-ção. Nós temos livros, que considero poucos dado a demanda, então somos obrigados a recorrer a fontes online – internet . Neste caso, o estudante fica sem saber utilizar as

plataformas, sem conhe-cer os verdadeiros sites e jornais científicos que nos ajudariam a ter uma ideia para investigar ou até mesmo estudar. E esta é uma consequência a cur-to prazo.E a longo prazo, o estu-dante pode se mostrar com um deficit de co-nhecimento muito forte enquanto no seu posto de trabalho. Por exemplo, a falta de conhecimentos estatísticos que este tem por não ter participado neste cursos fazer-lhe-á num médico graduado sem qualidade. E quando tem que fazer estatísticas no seu dia-a-dia de tra-balho não irá conseguir. Então eu acredito que se se incluísse uma discipli-na de investigação cientí-fica no currículo, todo o estudante seria obrigado a estudá-la e consequente-mente teríamos médicos cientistas ou investigado-res capazes de se inserir no mercado de trabalho sem muitas dificuldades. Falo isso a semelhança de alguns países que tem no seu currículo de medicina Metodologia de investiga-ção 1, 2, 3 etc.

Entrevistador: E se exis-tisse uma disciplina de investigação científica no currículo da faculdade de medicina, o que mudaria?

Estudante A: Estaríamos a ajudar o estudante a bus-car informação e com isso venceríamos a limitação de acesso a informação dos livros que tem sido escassa. Depois teríamos

pessoas mais bem prepa-radas em termo de pro-cura de respostas tanto para problemas de saúde locais, como para proble-mas mesmo de elabora-ção de dados estatísticos. Teríamos uma geração uma geração de médicos cientistas ou, usando o termo correcto, médicos investigadores e isso faria com que tivéssemos mui-to mais investigação na nossa área feito por mo-çambicanos e isso traria inovação no nosso meio. Inovação em termos de diagnóstico, tratamento e iniciativas de prevenção. E fora a isso, acredito que somente a metodologia de investigação engrandece uma universidade. Se ti-véssemos mais estudantes engrenados nesta área de investigação estaríamos a ajudar a subir o nível da nossa universidade.

Entrevistador: Qual é a apreciação que faz sobre o actual nível de investiga-ção em medicina, em Mo-çambique?

Estudante A: De acordo com aquilo que eu tenho

visto, penso que existe investigação, porem este acto é muitas vezes feito pelos nossos docentes ou orientadores. As investi-gações localmente pro-duzidas que conheço, são publicadas em jornais es-trangeiro e ainda não vi um jornal moçambicano que apareça as nossas in-vestigações em peso. Se nós pudéssemos ter um jornal de investigação da faculdade e incluir mais estudantes de nível de li-cenciatura e mestrado neste processo seria me-lhor, dado que este grupo, é muitas vezes deixado para trás quando se trata de produção de artigos de investigação. Outra coisa é que a maior parte dos estudos em medicina que tenho visto da faculdade de medicina estão em as-sociação com o hospital central de Maputo e o Ins-tituto Nacional de Saúde, para dizer que há interli-gação que significa cres-cimento. Entretanto, se tivéssemos investigadores experimentados na área a apoiarem os estudan-tes, penso que seria uma mais-valia.

Entrevista

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Conheça o calendario academico do segundo semestre 2015

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