boletim SBNPE 44
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2013 promete!!!
Veja alguns eventos que temos pela
frente
Nesta edio
editorial
V i s i t e n o s s o s i t e : w w w .sbnperj.com.br
Neste primeiro boletim do ano apresentando mais um exemplo da disposiao dos in-
tegrantes de nossos comites de difundir conhecimentos, abordando temas importantes na
terapianutricional. Contamos com a participaao da Nutricionista Nara Lopes e das enfer-
meiras Karla Lopes Pereira Gomes e Janana de Medeiros Tavares, para discutir cuidados
com as ostomias. O reconhecimento precoce dos sinais e sintomas de uma complicao, e
intervenes pontuais so cruciais para manuteno de uma ostomia vivel e um bom resul-
tado cirrgico. A avaliao das complicaes periostomais durante o perodo ps-operatrio
precoce so fundamentais para uma adaptao bem sucedida a uma nova situao.
Aproveitamos para lembrar o retorno das atividades de para o ano de 2013, com as
reunioes mensais no audotorio do Hospital Copa D or.
Diretoria SBNPE-RJ
Cuidados nutricionais no paciente com ileostomia
Preveno e controle de complicaes com gastrostomia e jejunostomia
Cuidados com estomas
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Boletim SBNPE RJ - Jan/Fev/Mar 132
Boletim SBNPE RJ - Jan/Fev/Mar 133
1 - IntroduoA ocluso vascular mesentrica, a doena de Crohn, as complicaes de
procedimentos cirrgicos abdominais, as neoplasias malignas e os distrbios
de motilidade so as causas mais comuns das resseces intestinais extensas1.
Muitas vezes a confeco de uma ileostomia torna-se necessria e o grau de
insuficincia intestinal depender do comprimento da resseco; do local da
resseco; da funo do intestino remanescente, estmago, pncreas e fgado;
da capacidade de adaptao do intestino remanescente; e da patologia, que
foi a causa da cirurgia2.
A terapia nutricional no paciente ostomizado deve ser implantada com
o objetivo de recuperao ou manuteno do estado nutricional, adequada
s suas necessidades individuais, diferenciada em cada etapa distinta: ps-
operatrio imediato e acompanhamento ambulatorial.
A reabilitao do individuo ileostomizado exige esforos de toda equipe
interdisciplinar para adoo de medidas que contribuam para a adaptao
intestinal e preveno de intercorrncias como: desidratao, obstruo
intestinal e/ou extravasamento de fezes na parede abdominal3.
2 - terapIa nutrIcIonal A terapia nutricional para indivduos ileostomizados deve compreender
avaliaes nutricionais peridicas, planejamento dietoterpico individuali-
zado e educao nutricional4.
No ps-operatrio imediato, os grandes volumes de lquidos e eletrlitos
perdidos atravs da diarreia, dbito excessivo pela ileostomia e drenagem da
sonda nasogstrica devem ser monitorados e repostos1. Ocorre uma reduo
significativa na perda de gua pela ileostomia aps 10 dias, devido ao processo
de adaptao do intestino5.
A terapia nutricional por via digestiva, por ser potente estmulo para a
adaptao intestinal, seja por via oral ou por meio de sonda nasoenteral e
deve ser iniciada assim que as perdas fecais estiverem controladas. A Terapia
Nutricional Enteral (TNE), alm de ser a fonte preferencial de substratos, ,
provavelmente, o estmulo primrio para a resposta proliferativa do epitlio
da mucosa que recobre o tubo digestivo6.
Cuidados nutricionais no paciente com ileostomia
A Terapia Nutricional Parenteral (TNP) no deve ser iniciada no ps-
-operatrio imediato, mas deve ser proposta entre 5 a 7 dias, caso no haja
possibilidade de iniciar a TNE. Se o paciente for desnutrido, a TNP dever
ser iniciada assim que possvel aps a admisso e adequada ressuscitao7.
2.1 - Lquidos, vitaminas e mineraisUma pessoa normal saudvel necessita de 1,5 a 2L de lquidos diaria-
mente1. Os pacientes com ileostomia tm necessidades acima da mdia de sal
(perda de 1,4g/dia) e gua (1L de gua + dbito da ileostomia ou de acordo
com o dbito da ileostomia)8.
As perdas de lquidos podem estar estimuladas pelo efeito laxativo de
altas doses de lactose, sacarose, sorbitol e gordura. A gua pura ou lquidos
hipotnicos podem aumentar a perda hdrica por provocar uma excreo
de sdio para o lmen intestinal. As solues de reidratao oral com alto
teor de sal podem ser teis, se toleradas1.
A suplementao de sdio na dieta extremamente importante. Sua
presena no lmen intestinal absolutamente necessria para a absoro de
muitos nutrientes e sua suplementao fundamental em funo da grande
perda deste mineral no fluido intestinal1.
Ateno tambm deve ser dada a ingesto de potssio, magnsio, clcio,
vitaminas lipossolveis, vitamina C, folato e vitamina B121.
2.2 - Carboidratos e FibrasO carboidrato um macronutriente de fcil digesto, quando for ne-
cessrio aumentar a ingesto de energia, a maltodextrina solvel pode ser
acrescentada as refeies1.
As fibras solveis especficas no aumentam o bolo fecal e j foi eviden-
ciado que sua utilizao retarda o esvaziamento gstrico, aumenta o tempo
total do trnsito intestinal e tem leve efeito antidiarreico em indivduos
adultos. As fibras fermentveis e solveis, como a pectina, e os carboidratos
complexos (por exemplo, amidos, maltodextrinas etc) no absorvveis e
resistentes, portanto so coadjuvantes na adaptao intestinal. O seu meta-
bolismo pelas bactrias anaerbias resulta principalmente na produo dos
cidos graxos de cadeia curta (AGCC) e de outros subprodutos no clon,
auxiliando ainda na absoro do nitrognio. Os AGCC so rapidamente
absorvidos pela mucosa colnica e utilizados como energia6.
Com a adaptao intestinal, as fibras insolveis podem ser introduzidas na
alimentao do paciente de acordo com a sua tolerncia9. Alguns alimentos com
caractersticas fermentativas tambm devem ser avaliados individualmente e
evitados se for o caso. So exemplos de alimentos formadores de gases: brcolis,
couve, couve-flor, cebola, repolho, nabo, batata doce, feijo, pimento, melo10.
2.3 - GordurasHigham SE e colaboradores compararam pacientes ileostomizados que
ingeriram uma dieta rica em lipdeos e pacientes que ingeriram uma dieta
pobre em lipdeos, aqueles que ingeriram dieta rica em lipdeos, tiveram um
dbito maior pela ileostomia11.
Os triglicerdeos de cadeia mdia (TCM), que so hidrossolveis como os
AGCC e, logo, no necessitam da lpase pancretica no processo de digesto,
so usados com frequncia, visando reduzir a esteatorreia. Em um estudo que
comparou duas dietas hiperlipdicas (50% do total de kcal, enriquecidas ou
no com TCM), em 19 pacientes com resseco intestinal nove com clon
(intestino delgado com 203 cm) e 10 sem clon (intestino delgado com
143 cm). A dieta enriquecida com TCM melhorou a absoro de energia e
de gordura em pacientes com clon, mas somente houve melhora da absoro
de gordura nos pacientes sem clon. Apesar da considerao de longa data
que os TCM so benficos pela sua rpida absoro no intestino delgado,
esses autores concluem que, nos pacientes do estudo, somente aqueles com
clon se beneficiam dos TCM. Assim, a tolerncia aos lipdios dever ser
avaliada individualmente6.
A utilizao clnica do cido oleico lipdios mega-9 pela via oral
(VO), em comparao com outros lipdios lipdios mega-3 e mega-6 ,
mostrou que h reduo do trnsito intestinal, diminuio da frequncia e
do volume das defecaes em pacientes com diarreia de diversas etiologias.
Assim, o consumo do cido oleico antes das refeies ativa os mecanismos
de retroalimentao inibidores fisiolgicos, que so estimulados pelos nu-
trientes, diminuindo o trnsito gastrointestinal (GI) e a eliminao fecal6.
2.4 - ProtenasFrmulas contendo protena intacta devem ser a primeira opo na
nutrio desses pacientes. Se a protena intacta no consegue ser absorvida,
provavelmente os oligopeptdeos possam ser, ento o uso de uma dieta a base
de peptdeos dever ser o prximo passo1.
Os laticnios contm lactose e podem causar diarreia. O uso de laticnios
fermentados e queijo podem ser boas opes. A casena desses produtos
se coagula parcialmente no estmago e aps digesto parcial liberada
vagarosamente no intestino delgado. Alm disso, ela possui alguns efeitos
trficos sobre a mucosa intestinal. Ovos, aves, peixes e carne magra tambm
so algumas opes1.
3 - conclusoPriorizar a administrao suficiente de lquidos e eletrlitos, bem como dos
macro e demais micronutrientes, a fim de equilibrar essas perdas e manter o
balano de nitrognio, fundamental para se obter o timo desfecho clnico6.
A longo prazo e quando o fornecimento calrico/protico/hdrico por
via oral no for adequado, a TNE pode ser utilizada6.
O nutricionista deve orientar o paciente ileostomizado quanto ao
dos alimentos, segundo o seu efeito habitual no intestino e capacit-lo a
fazer substituies de alimentos no cardpio. A capacitao junto ao acon-
selhamento de mudanas comportamentais, como disciplina nos horrios
das refeies, tempo mais prolongado de mastigao e ingesto fracionada
ao longo do dia, integram educao para o auto cuidado. Faz-se cumprir
assim o direito do indivduo ileostomizado de receber apoio e informaes
para aumentar o entendimento sobre as condies e adaptaes necessrias
para alcanar um padro de vida satisfatrio para viver com o estoma4.
4 - referncIas BIBlIogrfIcas1. Sobotka L et al. Terapia Nutricional em Resseces Intestinais Extensas. Bases
da Nutrio Clnica. Rio de Janeiro: Rubio; 2008.
2. Zarkovic M, Milicevic M. Enteral nutrition in patients with ileostomies and jejunostomis. Act Chir Lugosl. 1995;42: 17-20.
3. Carvalho WAF. Estomas em pediatria. Estima. 2003; 1: 16-23.
4. Purcino LS. Terapia nutricional para pessoas com ileostomia. Rev Estima - vol 3 (1) 2005 p. 37 - 41
5. Ladas SD et al. Fasting and postprandial ileal function adapted ileostomates and normal subjects. Gut, 1986;27: 906-912.
6. Rocha EEM et al. Terapia Nutricional na Sndrome do Intestino Curto - Insu-ficincia/Falncia Intestinal. Projeto Diretrizes. 2011.
7. Stephen A. McClave et al. ASPEN. JPEN J Parenter Enteral Nutr 2009; 33; 277.
8. Krause: Alimentos, Nutrio e Dietoterapia 2010; Edio 12.
9. Marlett jA, McBurney Mi, Slavin Jl. Position of the American Dietetic Associa-tion helth implications of dietary fiber. J Am Diet Assoc. 2002; 102 7: 993-1000.
10. Souza DM. Bolsas peditricas para estomas. Estima. 2004; 2:41-3.
11. Higham SE et al. Effect of ingestion of fato on ileostomy effluent. Gut, 1990,
31, 435-438.
Patrcia Hanako Ribeiro Sato
Nutricionista do Hospital Naval Marclio Dias; Ps-graduada em Terapia Nutricional Enteral e Parenteral pela Santa Casa da Misericrdia
do Rio de Janeiro; Especialista em Terapia Nutricional Parenteral e Enteral pela SBNPE
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Boletim SBNPE RJ - Jan/Fev/Mar 134
Boletim SBNPE RJ - Jan/Fev/Mar 135
A gastrostomia (GTT) um procedimento em que uma abertura
(estoma) criada entre a parede abdominal e o estmago. A utilizao mais
comum visa a obteno de uma via de acesso para nutrio enteral prolon-
gada de pacientes com condies clnicas agudas ou crnicas que apresentem
desnutrio ou risco nutricional. A GTT deve ser considerada em pacientes
que apresentem o trato gastrointestinal (TGI) ntegro e funcional, mas que
sejam incapazes de ingerir uma quantidade de nutrientes suficientes para
suprir suas demandas metablicas. Segundo o DITEN (Projeto Diretrizes
CFM 2011), so recomendadas quando a TNE est prevista para exceder 3
a 4 semanas. Grau de recomendao e Fora de Evidncia ( C ), (D).
Em 1837 encontramos registro que o cirurgio Egeberg da marinha
norueguesa comeou a pensar na possibilidade da realizao de uma gas-
trostomia (GTT) cirrgica eletiva para alimentar paciente, com uma sonda
diretamente na luz do estmago. O inicio do experimento aconteceu com o
cirurgio francs Seddilot em 1845 usando ces, em ser humano encontramos
registro de inicio em 1849, sendo que todos os casos evoluram para bito no
ps operatrio, tendo como causa peritonite. A partir de 1875, so descritas
as primeiras GTT com sucesso. A cirrgica um procedimento invasivo,
geralmente sob anestesia geral, o que vai limitar o paciente de acordo com
seu estado hemodinmico, apesar da tcnica simples passvel de acontecer
complicaes relevantes. Dr. Michael Gauderer cirurgio peditrico nascido
na Alemanha e criado no Brasil, comeou a estudar um mtodo de realizar
o procedimento que fosse minimamente invasiva e com menor morbidade.
No dia 12 de junho de 1979, o Dr. Michael Gauderer juntamente com
outros mdicos nos EUA trabalhando no Rainbow Barbies and Childrens
Hospital Of University Hospitals, realizaam a primeira GTT endoscpica
percutnea com sucesso, sendo esta tcnica publicada em 1980 com grande
disseminao no meio cientfico.
Na prtica clinica diria a principal indicao para a Gastrostomia a
administrao de dieta enteral de longo prazo em pacientes com:
Disfagia - Disfuno neurolgica: neuropatias, Parkinson, quadros demncias, AVE, TCE, tumores do SNC, leses metastticas e seqelas
do tratamento, tumores de cabea e pescoo e esfago, Traumatismo
de face e mandbula;
Condies catablicas - Grandes queimados, SIDA, fibrose sstica, doena cardaca congnita, necessidade de suplementao nutricional:
sndrome do intestino curto, crohn, m-absoro;
Descompresso Gstrica/gastrointestinal crnica - Obstruo intestinal por tumor ou carcinomatose peritonial, gastroparesia e gastrectomia,
entre outras.
contra IndIcao para gepDentre as causas absolutas destacam-se as seguintes: recusa do paciente,
coagulopatias ,doenas em fase terminal, exame endoscpicos, ausncia de
modalidade intestinal, estomago intratorcico. Relativas quando ao proce-
dimento no pode ser realizado momentaneamente por causas corrigveis,
reversveis ou temporrias, como: hepatopatias descompensadas, distrbio
de coagulao tratveis, peritonites, dilise peritonial e ascite macia, gas-
trectomia total, hepatomegalia, varizes esofagogstrica, cateter de derivao
ventriculoperitoneal, obesidade mrbida, hrnia hiatal volumosa, gastrec-
tomia total, cirurgia abdominal prvia em andar superior, leses ulceradas
ou infectadas na parede abdominal ou gstrica, fstula esofgica ou fstula
prxima de intestino delgada.
Recomendaes:A Gastrostomia pode estar indicada para pacientes idosos com neces-
sidade de ingesta enteral prolongada, desde que seja realizada emmomento
clnico adequado. DITEN (D)
No existe consenso, na literatura, sobre qual o melhor ou mais adequa-
do mtodo para realizao da GTT. A escolha provavelmente deve levar em
considerao fatores como preferncia e experincia pessoal com determinada
tcnica pelos mdicos endoscopistas, disponibilidade de material no servio,
doena de base e quadro clnicopatolgico do paciente. DITEN (D)
A alimentao precoce (dentro das primeiras 3 a 4 horas) considerada
uma opo segura e bem tolerada pelos pacientes, diminuindo o tempo de
hospitalizao e custos de internao. DITEN (A)
Nos pacientes em que no possvel ou no seguro a utilizao do
estmago para alimentao, pode-se utilizar a jejunostomia, que consiste
na colocao de uma sonda atravs da confeco de um estoma no jejuno
proximal, indicado nos casos de retardo ao esvaziamento gstrico, refluxos
freqentes, aspirao e no ps operatrio de grandes cirurgias do tubo
digestivo superior.
Existem sondas com anteparo interno e sondas com balonete, ambos
dispositivos evitam a exteriorizao da sonda, pois ficam em contato direto
com a parede interna do estmago. Nas sondas com balonete, este dever
ser insuflado com gua destilada em volume de acordo com o fabricante.
Tambm existe o botton gstrico que esteticamente mais confortvel para
os pacientes. So produzidas basicamente de dois tipos de material, silicone
ou poliuretano, com dimetros que variam de 14 a 24 Fr.
Higienizao: Manter a pele perigastrostomia sempre limpa e livre de umidade. Higienizar as mos antes e aps manipular o estoma e a sonda: a
medida mais eficiente para o controle de infeco hospitalar.
Limpar diariamente a pele, na hora do banho e sempre que houver presena de secreo, com gua e sabo (algumas literaturas indicam
gua morna e sabo neutro), sec-la aps a higiene com pequenos golpes.
Manter sempre a insero da sonda limpa e seca.
Para remover qualquer incrustao utilizar gua destilada (evitar soro fisiolgico 0,9%, pois poder haver deposio de cristais de sais na pele)
enxaguar bem a rea com gua e sec-la com pequenos golpes.
Posicionamento da sonda Nas sondas com balonete (cuff), especificado na prpria via (geralmente
de cor diferenciada e sem tampa), manter o balonete com adequado vo-
lume de gua para fixar a sonda no estmago e em contato com a parede
gstrica, evitando assim a ocorrncia de vazamentos, o mesmo no dever
ser manipulado de rotina. Verificar a adequao da insuflao do balo
uma vez por semana desinsuflando o balo com o uso de uma seringa.
Sonda com disco ou placa de fixao externa (anteparo): esta placa deve ficar em contato com a parede abdominal, porm sem exercer presso
na pele.
Para manter a sonda na posio, fix-la parede abdominal com fita ade-siva ou dispositivo prprio de fixao externa (anteparo), sem tracion-la
e sem exercer presso sob a pele, a fim de evitar remoo da sonda ou
comprometer a integridade tissular.
Tenha o cuidado de proteger durante procedimentos e transporte para que no ocorra remoo acidental da sonda.
Inspecione diariamente se marcao externa da sonda continua na mesma posio ou se houve movimentao da mesma.
cuIdados com a admInIstrao da dIeta e medIcamentos Os cuidados com a permeabilidade da sonda so iguais com os das
sondas oro/nasoenterais.
A administrao da dieta no ambiente hospitalar sempre atravs de bomba infusora.
Manter cabeceira elevada 30/45 durante todo perodo de infuso da nutrio enteral (NE), at 30 minutos aps a interrupo. A utilizao de
gastrostomia ou jejunostomia no evita a ocorrncia de broncoaspirao.
Lave a sonda antes e aps a administrao de medicamentos com 50ml de gua e de 6/6h independente da administrao de medicamentos,
afim de prevenir a obstruo das sondas (Protocolo Instutucional).
Preveno e controle de complicaes com gastrostomia e jejunostomia
Enf. Janana de Medeiros Tavares
Gerncia de Risco Sanitrio Hospitalar HFSE/Hospital Federal dos Servidores do Estado/MS; Especialista em Terapia Nutricional Parenteral e
Enteral pela SBNPE; Membro do Comit de Enfermagem da SBNPE cap. RJ e SBNPE Nacional
Enf. Cleusa Rodrigues dos Santos
Rotina da EMTN Hospital Quinta D or; Ps Graduada em Terapia Nutricional Multidisciplinar pela Santa Casa de Misericrdia RJ
Ilustrao de Gastrostomia
Gastrostomia posicionada
Sonda de Gastrostomia com Balo Botton
cuIdados aps a confeco do estomaNas primeiras 48 horas da realizao do estoma ou enquanto for neces-
srio (quando houver drenagem de secreo serossanguinolenta), mantenha
um pequeno curativo (gaze seca ou cobertura seca) aplicado sobre a sada
da sonda para proteger a pele ao redor contra o extravasamento de cido
gstrico e derramamento de alimentos, troc-lo diariamente e cada vez que
estiver sujo ou molhado.
ATENO: Uma vez o estoma formado e sem drenagem periestomal, no
h necessidade de manter o curativo.
cuIdados dIrIosMonitoramento:
x Checar aspectos da pele ao redor do estoma, avaliando eritema, edema, exsudato;
x Rachadura na pele e aumento de temperatura; x Observar necrose por presso; x Observar vazamento gstrico e estoma alargado; x Evitar macerao da pele;
Avaliar diariamente posicionamento da sonda e atentar para pacientes confusos e agitados; proteger a sonda durante procedimentos e transporte
para que no ocorra remoo acidental da sonda.
Monitorar quanto presena de sangramento originrio do local de insero da sonda e observar toda a drenagem a partir do local.
Nas sondas com balonete, apesar de geralmente possuir cor diferenciada
nas vias, com o passar do tempo podem ficar apagadas, portanto, especificar
de forma legvel qual a via para insuflao do balonete e qual a via para
administrao das medicaes e alimentos, a fim de evitar a ocorrncia de
erros. Checar a integridade do balo uma vez pr semana;
Atentar para as sondas com lumm gstrico (esvaziamento gstrico) e lumm jejunal (alimentao).
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Boletim SBNPE RJ - Jan/Fev/Mar 137
cuIdados em caso de complIcaoRemoo acidental da sonda: Se houver perda da sonda por trao ou rompimento do balo, inserir
imediatamente uma sonda Foley do mesmo calibre para manter o per-
tuito e otimizar a troca (este procedimento poder ser realizado pelo
enfermeiro capacitado em caso de GTT j bem maturada; se a remoo
da sonda for prematura, (protocolo institucional) solicitar avaliao
mdica com urgncia).
ATENO: O trato pode se fechar dentro de 4 a 6 horas quando a
sonda no substituda de imediato.
Extravasamento de lquido gstrico ou dieta:Em caso de extravasamento do contedo gstrico/jejunal ou de dieta ao
redor do estoma pelo rompimento do balonete: interromper imediatamente
a infuso da dieta; verificar as condies do balo (se rompido ou desinsu-
flado); ajustar o tubo pele; verificar:
Ao redor da insero quanto presena de edema, eritema ou abaula-mento; avaliar queixas de dor; identificar causa do extravasamento e
caractersticas do contedo.
Testando o esvaziamento do balo para verificar se o mesmo murchou ou se houve rompimento: conectar uma seringa de 20 ml se murchou
haver retorno de gua, porm em menor quantidade da especificada
no prprio conector da via do balo, neste caso, completar o volume de
gua designado. Se houve rompimento do balo, no haver retorno de
gua, podendo ser aspirado suco gstrico, resduo da dieta ou nenhum
contedo, nessa situao, suspender a dieta, fixar a sonda no abdome
para manter o pertuito e providenciar a troca.
Leso periestoma: Em caso de dermatite periestoma ou de infeco por causa de extravasa-
mento de lquido gstrico/jejunal ou de dieta: solicitar avaliao de um es-
pecialista (terapeuta enterostomal ou especialista em cuidados com feridas).
Em caso de ulcerao do ponto de insero pela tenso do tubo sobre a pele com formao de granuloma (crescimento tecidual): verificar ten-
so do tubo sobre a pele, ajustar se necessrio; verificar as condies do
balo; avaliar a dor; minimizar movimentos com o tubo para diminuir
a irritao; solicitar avaliao de um especialista (terapeuta enterostomal
ou especialista em cuidados com feridas).
O enfermeiro especialista tem funo importante em todo o processo da
Terapia Nutricional, especialmente no que tange administrao, relacionada
com os cuidados na administrao e monitorizao da terapia, de modo que
o paciente receba a formulao correta e adequada, nos acessos via cateter
e / ou ostomias, garantido os seus cuidados adequados e a manuteno do
posicionamento correto e finalmente no controle das complicaes inerentes
a todo o processo da TN. Alm de participar e promover atividades de trei-
namento operacional e de educao continuada, garantindo a atualizao de
seus colaboradores. Ressaltamos a importncia da clareza e datalhamento das
informaes, prevenindo complicaes e eventos adversos. Para isso, a elabo-
rao e padronizao dos procedimentos de enfermagem relacionadas s TN
so fundamentais, bem como o planejamento educacional do paciente e da
famlia para continuidade do cuidado domiciliar e qualidade de vida, buscando
referncIas BIBlIogrfIcas1. Matsuba Claudia Sakito Takemura, Magnoni, Daniel. Enfermagem em terapia nutricional. So Paulo: SARVIER, 2009.
2. Souza e Mello, Gustaco Francisco. Avaliao da gastrostomia endoscpica percutnea como procedimento ambulatorial em pacientes com cncer de cabea e pescoo: viabilidade, complicaes e impacto clnico do momento da realizao (pr, per ou ps-tratamento). Dissertao (Mestrado em Oncologia) Instituto Nacional de Cncer INCA, 2011.
3. Ministrio da Sade Secretaria de Vigilncia Sanitria. Resoluo n 63 de 06 de julho de 2000. Dispe sobre o Regulamento Tcnico para Terapia de Nutrio Enteral. Dirio Oficial da Unio, Braslia, 13 de jul 2000.
4. DITEN - Projeto Diretrizes em Terapia Nutricional 2011. Associao Mdica Brasileira e Conselho Federal de Medicina Volume IX
sempre a qualidade e segurana na assistncia de Enfermagem, humanizada e
individualizada. Os profissionais das EMTN devem utilizar-se de protocolos
e procedimentos operacionais pado (POP), permitindo a uniformidade das
aes, preveno de erros e at de desperdcio, garantindo a qualidade.
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XX CONGRESSO BRASILEIRO DE NUTRIO PARENTERAL E ENTERALVIII Congresso Brasileiro de Nutrio ClnicaIII Congresso de Gastronomia HospitalarCongresso Brasileiro de Nutrio Clnica PeditricaCongresso Brasileiro de Nutrio EsportivaEncontro Mundial de Terapia Nutricional Prof. Dudrick
XX CONGRESSO BRASILEIRO DE NUTRIO PARENTERAL E ENTERALVIII Congresso Brasileiro de Nutrio ClnicaIII Congresso de Gastronomia HospitalarCongresso Brasileiro de Nutrio Clnica PeditricaCongresso Brasileiro de Nutrio EsportivaEncontro Mundial de Terapia Nutricional Prof. Dudrick
1 a 4 de dezembro de 2013
Em breve mais informaes
I ENCONTRO INTERNACIONAL DE ENFERMAGEM EM TERAPIA NUTRICIONAL
II SIMPSIO NACIONAL DE ENFERMAGEMEM NUTRIO PARENTERAL E ENTERAL
TEMA CENTRALQualidade e Segurana na Terapia Nutricional para Equipe de Enfermagem
Centro de Convenes - Recife - Pernambuco
Inscries e informaes: Expanso EventosTel: (11) 5081-7718 / www.expansaoeventos.com.br
Organizao: Comit de Enfermagem da Sociedade Brasileira de Nutrio Parenteral e Enteral - SBNPE
Pontuao pela SBNPE: 15 pontos
18 de maio 2013 - So Paulo
Fiquem atentos aos eventos de 2013. Reservem estas datas!!
Estoma significa abertura artificial entre os rgos internos com
o meio externo, ou seja, a exteriorizao dos sistemas digestrio,
respiratrio ou urinrio atravs de um procedimento cirrgico (Por-
taria 400 do Ministrio da sade-16 de novembro de 2009).
O termo estoma passou a ser utilizado aps se verificar junto
a Academia Brasileira de Letras em 2005 a inexistncia do termo
ostomia na lngua portuguesa.
Dentre os estomas intestinais, nos quais temos a exteriorizao de
parte do intestino para o meio externo atravs da parede abdominal,
temos as colostomias (confeccionadas no intestino grosso) e as il-
eostomias (confeccionadas no leo). Ambos so estomas de excreo
pelos quais sairo fezes que devero ser coletadas em equipamentos
coletores, mais conhecidos como bolsas de colostomias.
O cuidado com os estomas fundamental para evitarmos com-
plicaes como o surgimento de leses na pele ao redor do mesmo,
pois o efluente (fezes) cido e pode provocar desde uma dermatite
at a deiscncia do estoma.
Este se inicia com a higiene da pele periestomal e vai at a escolha
e manipulao do equipamento coletor.
A higiene do estoma e da pele ao seu redor deve ser realizada
com gua e sabo neutro. desaconselhado a utilizao do lcool
que causa irritao e do soro fisiolgico, pois o mesmo composto
por sdio, o qual acarreta o ressecamento da pele ntegra e propicia
abertura de leso.
Quanto aos equipamentos coletores, encontramos desde equi-
pamentos de pea nica, nos quais a placa adesiva e a bolsa coletora
formam um nico equipamento, at equipamentos de duas peas, nos
quais as bolsas coletoras podem ser desconectadas das placas adesivas
facilitando o esvaziamento e a lavagem das mesmas.
Os equipamentos coletores devem ter suas placas adesivas re-
cortadas do tamanho do estoma para evitar que haja exposio da
pele periestomal ao efluente. Para tal, o estoma deve ser medido com
rguas prprias que so adquiridas juntamente com o equipamento.
A troca dos mesmos dever ser realizado a cada 5 a 7 dias, ou quando
a placa adesiva estiver saturada e descolando. Bem como dever ser
esvaziado sempre que estiver cheio em 1/3 de sua capacidade, assim
evita-se que a placa solte da pele de forma inadequada e no programada.
Protetores cutneos em spray ou em pelcula podem ser utili-
zados para formar uma barreira entre a pele e a placa adesiva a fim
de evitar que, caso haja extravasamento do efluente para a pele, a
mesma seja lesionada.
O uso indiscriminado de pastas e ps como cola para favorecer
a adesividade dos equipamentos coletores deve ser abolido, pois
estes produtos tm outra finalidade e s devem ser utilizados caso
haja necessidade.
Outro cuidado que deve ser tomado a ateno com as possveis
alteraes de colorao e tamanho dos estomas e das caractersticas
do efluente a fim de evitar complicaes como isquemia, prolapso,
estenose e invaginao do mesmo.
As equipes de enfermagem e de cuidadores devem ser orientadas
e treinadas a fim de prestarem uma assistncia de qualidade para
o portador de estomas proporcionando tranqilidade e confiana.
O ostomizado e sua famlia devem receber orientao sobre os
principais cuidados com os estomas e sobre os equipamentos coletores
(quais existem no mercado, onde adquirir, como manipular...) a fim
de evitar angstia e ansiedade no momento da alta hospitalar, bem
como de procurar um estomaterapeuta caso haja dvidas ou alguma
alterao na pele e/ou estoma.
Cuidados com estomasEnf. Karla Gomes
Ps-graduada em Estomaterapia pela UERJ; Enfermeira Rotina da EMTN e da Estomaterapia do Hospital Copa Dor;
Membro do Comit de Enfermagem da SBNPE cap. RJ
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Prezado scio,Atualize seus dados cadastrais em nosso site.
Assim, voc garante o recebimento regular do Boletim e de nossos comunicados.
Presidente: Carmen T. Cordier Leite
Vice-Presidente: Gabriela Addor
Secretrio: Haroldo Falco Ramos da Cunha
Tesoureiro: Ricardo Schilling Rosenfeld
SOCIEDADE BRASILEIRA DE NUTRIO PARENTERAL E ENTERAL - CAPTULO RIO DE JANEIRO
Endereo para correspondncia: Rua Voluntrios da Ptria, 450/sl. 710 - Botafogo CEP: 22270-010 Rio de Janeiro - RJ
BOLETIM SBNPE-RJ
Programao visual: Mauro Corra Filho
Editor Cientfico: Carmem Cordier Leite
Comit CientficoEduardo Rocha, Laura Velloso, Mnica Hissa e Pedro Portari
Comit de NutrioNara Lopes e Raila Emmel
Comit de FarmciaMrio Jorge Sobreira
Comit de EnfermagemJanana de Medeiros Tavares e Karla Lopes Gomes
Comit de DivulgaoSofia Portugal
Comit de Valorizao ProfissionalArmando Porto Carreiro
Comit de PediatriaEneida Veiga e Patrcia PadilhaComit de Fonoaudiologia
Ftima Lago
9912289863/2010-DR/RJ
SBNPE-RJ