Boletim sobre Hipertensão Tabela 1 - Prevalência de ... · Tabela 2 - Prevalência de...

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Quanto à escolaridade, a prática de AF tende a ser mais prevalente nos níveis de escolaridade mais elevados. Dieta sem sal e dieta para perder peso são mais prevalentes nos idosos de nível intermediário de escolaridade (Figura 4) . Cerca de 42% dos hipertensos de Campinas fazem dieta sem sal, apenas 7,5% fazem dieta para perder peso e 17,6% praticam atividade física (AF) para controle da doença. Percentual elevado (87%) utiliza medicamentos regularmente para o controle da doença e 78,3% fazem consulta médica de rotina para acompanhamento e controle. As mulheres tendem a utilizar medicação de rotina e fazer dieta para perder peso num percentual superior ao dos homens (Figura 3). A consulta ao serviço de saúde para controle da hipertensão no último ano foi referida por 91% da população e apenas 2,7% relataram consulta há mais de 5 anos (Figura 3). Hipertensos idosos fazem mais uso de medicação e de consulta de rotina para cuidar da doença de que hipertensos adultos, mas os adultos, embora sem significância estatística, tendem a praticar AF para controle da doença mais do que os idosos. Pacientes com plano de saúde fazem mais consulta de rotina e mais AF para controle da doença de que os hipertensos sem plano de saúde, mas não foram observadas diferenças em relação ao uso de medicamentos de rotina e fazer dieta sem sal (Figura 3). Dieta sem sal Dieta para perder peso* Atividade Física Medicação de rotina* 41,8 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 41,9 Consulta de rotina 41,8 7,5 4,9 9,3 17,6 19,4 16,2 87,3 82,3 91,0 78,3 74,5 81,0 Feminino Masculino Total % Sexo 43,0 41,0 7,8 7,1 19,4 15,4 81,0 94,4 74,0 84,0 60 anos e mais 20 a 59 anos % Faixa etária 38,4 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 44,4 8,1 6,6 22,2 14,0 91,4 84,2 90,0 70,0 Sem plano de saúde Com plano de saúde % Plano de saúde 28,0 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 51,0 38,2 8,7 8,2 13,0 16,1 23,0 77,1 82,1 80,4 60,0 75,0 9 anos ou mais de estudo 4 a 8 anos de estudo 0 a 3 anos de estudo 20 a 59 anos 74,4 Dieta sem sal Dieta para perder peso Atividade Física Medicação de rotina Consulta de rotina Dieta sem sal Dieta para perder peso Atividade física* Medicação de rotina Consulta de rotina* Dieta sem sal Dieta para perder peso Atividade Física Medicação de rotina* Consulta de rotina* 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 Este é o primeiro boletim elaborado com dados do Inquérito Domiciliar de Saúde de Base Populacional do Município de Campinas (ISACamp), desenvolvido numa parceria entre o Centro Colaborador em Análise de Situação de Saúde (CCAS), vinculado ao Departamento de Saúde Coletiva da Faculdade de Ciências Médicas da UNICAMP e o Departamento de Vigilância em Saúde (DEVISA) da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Campinas. Os inquéritos domiciliares de saúde (ISACamp) têm abrangido múltiplos temas de saúde e vêm sendo periodicamente realizados em amostras representativas da população de Campinas. O primeiro foi conduzido em 2001-2002, fazendo parte do Inquérito Multicêntrico de Saúde (ISA-SP), realizado em 4 áreas do Estado de São Paulo e um segundo inquérito ocorreu em 2008 e 2009 (ISACamp 2008/09). A 3ª versão do inquérito (ISACamp 2014/15), pela primeira vez, foi desdobrada em outros dois projetos para aprofundar temas específicos. Assim, tiveram origem o ISACamp- Nutri e o ISACamp-Sono que foram desenvolvidos na mesma amostra ou em subamostras do ISACamp 2014/15. Neste primeiro boletim são apresentadas informações coletadas no inquérito ISACamp 2014/15 sobre o perfil epidemiológico da hipertensão, as práticas adotadas pelos pacientes para controle da doença e a tendência temporal das prevalências comparando as estimativas atuais com as observadas nos inquéritos anteriores. As análises foram realizadas considerando a população com 20 anos de idade ou mais. A hipertensão arterial é um dos problemas mais prevalentes na atualidade e se não adequadamente tratada pode provocar graves consequências para a saúde e prejuízos significativos na qualidade de vida do paciente. Dados apontam que a hipertensão arterial e suas consequências responderam, no mundo todo, em 2014, por 9,4 milhões de mortes e por 7% dos dias perdidos por incapacidades. O adequado acompanhamento e tratamento de hipertensos é crucial para reduzir as complicações e mortes provocadas pela doença e o elevado custo que a doença e suas consequências acarretam para os serviços de saúde. Hipertensão em Campinas Os dados do ISACamp 2014/15 revelam que 23% da população de 20 anos de idade ou mais sofrem de hipertensão arterial, o que significa que cerca de 188 mil moradores de Campinas têm hipertensão. A prevalência é superior nas mulheres que, em geral, cuidam mais da saúde, procuram mais os serviços de saúde e têm assim mais chance de ter a doença diagnosticada. Enquanto nos adultos a prevalência é de 14,9%, nos idosos chega a patamar próximo a 60%, ou seja, de cada 10 idosos moradores em Campinas, 6 são hipertensos. Entre os idosos, as mulheres têm prevalência significativamente maior que os homens (Tabela 1). Boletim sobre Hipertensão Inquéritos ISACamp Masculino Feminino Total 13,7 16,0 14,9 53,9 62,3 58,7 20,3 25,3 23,0 Sexo Faixa Etária Total* 20 a 59 60 e mais* A prevalência da hipertensão aumenta significativamente a partir dos 40 anos de idade atingindo, já na faixa de 40 a 59 anos, 28,6% dos indivíduos (Figura 1). 20 a 39 anos 40 a 59 anos 60 a 79 anos 80 anos e mais 0 10 20 30 40 50 60 28,6 58,2 61,5 70 4,5 Entre os adultos a prevalência da hipertensão decresce significativamente com o aumento do nível de escolaridade, de modo que os mais afetados são os adultos de menor nível educacional e, nos idosos, essa tendência é menos clara e não é estatisticamente significativa (Figura 2). 0 a 3 anos de estudo 4 a 8 anos de estudo 9 anos ou mais de estudo 0 10 20 30 40 50 60 64,2 20,7 56,0 70 22,5 56,2 12,0 60 anos ou mais 20 a 59 anos* Os dados desse inquérito não revelaram diferenças na prevalência de hipertensão segundo raça/cor da pele. Moradores de Campinas com obesidade têm prevalência de hipertensão 66% maior do que os eutróficos, e aqueles com sobrepeso, 27% maior. A prevalência não difere em função do tabagismo, mas em relação à atividade física em contexto de lazer a hipertensão é 27% mais frequente nos inativos (Tabela 2). Tabela 1 - Prevalência de hipertensão na população de 20 anos ou mais, segundo sexo e faixa etária. Campinas, 2014/2015. Figura 1 - Prevalência de hipertensão segundo faixa etária. Campinas, 2014/2015. Figura 2 - Prevalência de hipertensão segundo anos de estudo, por faixa etária. Campinas, 2014/2015. Tabela 2 - Prevalência de hipertensão e razões de prevalências (RP), segundo estado nutricional, tabagismo e atividade física na população de Campinas com 20 anos ou mais. Campinas 2014/2015. Figura 3 - Práticas de controle para hipertensão segundo sexo faixa etária e plano de sáude. Campinas, 2014/2015. Figura 4 - Práticas de controle para hipertensão segundo escolaridade, por faixa etária. Campinas, 2014/2015. 37,8 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 51,8 28,0 5,0 10,9 7,9 19,2 19,9 94,0 94,0 96,0 81,0 82,5 60 anos e mais 89,4 Dieta sem sal* Dieta para perder peso* Atividade Física* Medicação de rotina Consulta de rotina 3,9 % % 9 anos ou mais de estudo 4 a 8 anos de estudo 0 a 3 anos de estudo Estado Nutricional Prevalência RP* IC 95% Baixo Peso Eutrófico Sobrepeso Obeso Tabagismo Não Fuma Fumante Ex-Fumante Atividade Física Ativo Insuficientemente ativo Inativo 29,6 19,6 20,7 33,6 22,4 17,8 31,5 17,7 21,1 25,9 IC 95% 0,78 1,00 1,27 1,66 1,00 0,77 0,96 1,00 1,00 1,27 0,60-1,02 1,02-1,56 1,37-2,02 0,58-1,02 0,80-1,15 0,75-1,35 1,01-1,59 *RP ajustada por sexo e idade *p<0,05 *p<0,05 *p<0,05 *p<0,05 *p<0,05

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Page 1: Boletim sobre Hipertensão Tabela 1 - Prevalência de ... · Tabela 2 - Prevalência de hipertensão e razões de prevalências (RP), segundo estado nutricional, tabagismo e atividade

Quanto à escolaridade, a prática de AF tende a ser mais prevalente nos níveis de escolaridade mais elevados. Dieta sem sal e dieta para perder peso são mais prevalentes nos idosos de nível intermediário de escolaridade (Figura 4).

Cerca de 42% dos hipertensos de Campinas fazem dieta sem sal, apenas 7,5% fazem dieta para perder peso e 17,6% praticam atividade física (AF) para controle da doença. Percentual elevado (87%) utiliza medicamentos regularmente para o controle da doença e 78,3% fazem consulta médica de rotina para acompanhamento e controle. As mulheres tendem a utilizar medicação de rotina e fazer dieta para perder peso num percentual superior ao dos homens (Figura 3).

A consulta ao serviço de saúde para controle da hipertensão no último ano foi referida por 91% da população e apenas 2,7% relataram consulta há mais de 5 anos (Figura 3).

Hipertensos idosos fazem mais uso de medicação e de consulta de rotina para cuidar da doença de que hipertensos adultos, mas os adultos, embora sem significância estatística, tendem a praticar AF para controle da doença mais do que os idosos. Pacientes com plano de saúde fazem mais consulta de rotina e mais AF para controle da doença de que os hipertensos sem plano de saúde, mas não foram observadas diferenças em relação ao uso de medicamentos de rotina e fazer dieta sem sal (Figura 3).

Dieta sem sal

Dieta paraperder peso*

AtividadeFísica

Medicaçãode rotina*

41,8

0102030405060708090

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41,9

Consulta de rotina

41,8

7,54,9

9,317,6

19,416,2

87,382,3

91,078,3

74,581,0

FemininoMasculinoTotal

% Sexo

43,0 41,0

7,8 7,1

19,415,4

81,094,4

74,084,0

60 anos e mais20 a 59 anos

% Faixa etária

38,4

0102030405060708090

100

44,4

8,1 6,6

22,2

14,0

91,484,2

90,0

70,0

Sem plano de saúdeCom plano de saúde

% Plano de saúde

28,0

0102030405060708090

100

51,038,2

8,78,2 13,0

16,123,0

77,182,1

80,4

60,0

75,0

9 anos ou mais de estudo4 a 8 anos de estudo 0 a 3 anos de estudo

20 a 59 anos

74,4

Dieta sem sal

Dieta paraperder peso

AtividadeFísica

Medicaçãode rotina

Consulta de rotina

Dieta sem sal

Dieta paraperder peso

Atividadefísica*

Medicaçãode rotina

Consulta de rotina*

Dieta sem sal

Dieta paraperder peso

AtividadeFísica

Medicaçãode rotina*

Consulta de rotina*

0102030405060708090

100

Este é o primeiro boletim elaborado com dados do Inquérito Domiciliar de Saúde de Base Populacional do Município de Campinas (ISACamp), desenvolvido numa parceria entre o Centro Colaborador em Análise de Situação de Saúde (CCAS), vinculado ao Departamento de Saúde Coletiva da Faculdade de Ciências Médicas da UNICAMP e o Departamento de Vigilância em Saúde (DEVISA) da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Campinas.

Os inquéritos domiciliares de saúde (ISACamp) têm abrangido múltiplos temas de saúde e vêm sendo periodicamente realizados em amostras representativas da população de Campinas. O primeiro foi conduzido em 2001-2002, fazendo parte do Inquérito Multicêntrico de Saúde (ISA-SP), realizado em 4 áreas do Estado de São Paulo e um segundo inquérito ocorreu em 2008 e 2009 (ISACamp 2008/09). A 3ª versão do inquérito (ISACamp 2014/15), pela primeira vez, foi desdobrada em outros dois projetos para aprofundar temas específicos. Assim, tiveram origem o ISACamp- Nutri e o ISACamp-Sono que foram desenvolvidos na mesma amostra ou em subamostras do ISACamp 2014/15.

Neste primeiro boletim são apresentadas informações coletadas no inquérito ISACamp 2014/15 sobre o perfil epidemiológico da hipertensão, as práticas adotadas pelos pacientes para controle da doença e a tendência temporal das prevalências comparando as estimativas atuais com as observadas nos inquéritos anteriores. As análises foram realizadas considerando a população com 20 anos de idade ou mais.

A hipertensão arterial é um dos problemas mais prevalentes na atualidade e se não adequadamente tratada pode provocar graves consequências para a saúde e prejuízos significativos na qualidade de vida do paciente. Dados apontam que a hipertensão arterial e suas consequências responderam, no mundo todo, em 2014, por 9,4 milhões de mortes e por 7% dos dias perdidos por incapacidades.

O adequado acompanhamento e tratamento de hipertensos é crucial para reduzir as complicações e mortes provocadas pela doença e o elevado custo que a doença e suas consequências acarretam para os serviços de saúde.

Hipertensão em Campinas

Os dados do ISACamp 2014/15 revelam que 23% da população de 20 anos de idade ou mais sofrem de hipertensão arterial, o que significa que cerca de 188 mil moradores de Campinas têm hipertensão. A prevalência é superior nas mulheres que, em geral, cuidam mais da saúde, procuram mais os serviços de saúde e têm assim mais chance de ter a doença diagnosticada. Enquanto nos adultos a prevalência é de 14,9%, nos idosos chega a patamar próximo a 60%, ou seja, de cada 10 idosos moradores em Campinas, 6 são hipertensos. Entre os idosos, as mulheres têm prevalência significativamente maior que os homens (Tabela 1).

Boletim sobre HipertensãoInquéritos ISACamp

Masculino

Feminino

Total

13,7

16,0

14,9

53,9

62,3

58,7

20,3

25,3

23,0

SexoFaixa Etária

Total*20 a 59 60 e mais*

A prevalência da hipertensão aumenta significativamente a partir dos 40 anos de idade atingindo, já na faixa de 40 a 59 anos, 28,6% dos indivíduos (Figura 1).

20 a 39 anos 40 a 59 anos 60 a 79 anos 80 anos e mais0

102030

405060

28,6

58,2 61,570

4,5

Entre os adultos a prevalência da hipertensão decresce significativamente com o aumento do nível de escolaridade, de modo que os mais afetados são os adultos de menor nível educacional e, nos idosos, essa tendência é menos clara e não é estatisticamente significativa (Figura 2).

0 a 3 anosde estudo

4 a 8 anosde estudo

9 anos ou maisde estudo

0102030405060

64,2

20,7

56,070

22,5

56,2

12,0

60 anos ou mais20 a 59 anos*

Os dados desse inquérito não revelaram diferenças na prevalência de hipertensão segundo raça/cor da pele.Moradores de Campinas com obesidade têm prevalência de hipertensão 66% maior do que os eutróficos, e aqueles com sobrepeso, 27% maior. A prevalência não difere em função do tabagismo, mas em relação à atividade física em contexto de lazer a hipertensão é 27% mais frequente nos inativos (Tabela 2).

Tabela 1 - Prevalência de hipertensão na população de 20 anos ou mais, segundo sexo e faixa etária.

Campinas, 2014/2015.

Figura 1 - Prevalência de hipertensão segundo faixa etária. Campinas, 2014/2015.

Figura 2 - Prevalência de hipertensão segundo anos de estudo, por faixa etária. Campinas, 2014/2015.

Tabela 2 - Prevalência de hipertensão e razões de prevalências(RP), segundo estado nutricional, tabagismo e atividade física

na população de Campinas com 20 anos ou mais.Campinas 2014/2015.

Figura 3 - Práticas de controle para hipertensão segundo sexo faixa etária e plano de sáude. Campinas, 2014/2015.

Figura 4 - Práticas de controle para hipertensão segundo escolaridade, por faixa etária. Campinas, 2014/2015.

37,8

0102030405060708090

100

51,8

28,0

5,010,9 7,9

19,219,9

94,094,0

96,0

81,0

82,560 anos e mais

89,4

Dieta sem sal*

Dieta paraperder peso*

AtividadeFísica*

Medicaçãode rotina

Consulta de rotina

3,9

%

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9 anos ou mais de estudo4 a 8 anos de estudo 0 a 3 anos de estudo

Estado Nutricional Prevalência RP* IC 95%Baixo Peso

EutróficoSobrepesoObesoTabagismoNão Fuma

Fumante

Ex-FumanteAtividade Física

AtivoInsuficientementeativoInativo

29,619,6

20,7

33,6

22,4

17,8

31,5

17,7

21,1

25,9

IC 95%

0,78

1,001,27

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1,000,770,96

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1,00

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1,37-2,02

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*RP ajustada por sexo e idade

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Page 2: Boletim sobre Hipertensão Tabela 1 - Prevalência de ... · Tabela 2 - Prevalência de hipertensão e razões de prevalências (RP), segundo estado nutricional, tabagismo e atividade

Embora 41,8% dos hipertensos relatem fazer dieta sem sal, 63% deles acham que deveriam fazê-la. Da mesma forma, embora apenas 17,5% dos doentes façam AF para controle da hipertensão, 36% julgam que deveriam adotar esta prática, e apesar de apenas 7,5% fazerem dieta para perder peso, 18% avaliam que deveriam incorporá-la no seu dia a dia (Figura 8).

A comparação dos dados dos três inquéritos aponta que a prevalência de hipertensão aumentou de forma significativa nos idosos de 70 anos ou mais, e tendeu também a aumentar no sexo feminino, mas sem atingir significância estatística (Figuras 9 e 10). Em síntese, observa-se que a hipertensão tem alta prevalência em Campinas, que é problema que requer muita atenção dos serviços de saúde, e que os pacientes estão tendo bom acesso a consultas médicas e a medicamentos para o controle da doença.Mas detecta-se elevada prevalência de excesso de peso entre os hipertensos e baixa frequência de dieta para perder peso, sinalizando aspectos que os serviços precisam intervir melhor.

O ISACamp 2014/15 também permitiu conhecer se os hipertensos se sentem ou não bem orientados nos cuidados com a hipertensão e 92% dos hipertensos de Campinas referiram que sim, sem diferença entre os que têm e os que não têm plano de saúde.

Também o tabagismo persiste elevado entre os hipertensos, com prevalência semelhante entre os sexos, e com alta prevalência entre os pacientes hipertensos atendidos pelo SUS. Outro aspecto relevante é que a maioria dos hipertensos considera que deveriam realizar AF para controlar a doença, porém o percentual dos que a praticam é baixo. Assim, a atenção à saúde dos hipertensos deve oferecer ações de promoção de comportamentos saudáveis e serem mais efetivas em engajar os hipertensos nessas práticas.

Quanto ao hábito de fumar, o percentual de mulheres hipertensas fumantes é semelhante ao dos homens. Os hipertensos adultos apresentam prevalência de fumantes apenas um pouco superior à dos idosos, mas os hipertensos sem plano de saúde apresentam prevalência de fumantes (16%) muito superior à dos que tem plano (6%) (Figura 7).

Dieta sem sal0102030405060

36,0

70 62,5

17,5

Atividade Física

7,518,4

Dieta paraperder peso

Acha que deveria fazerFaz

41,8

Masculino05

101520

10,311,3 12,815,8

6,012,0

Feminino Com planode saúde*

Sem planode saúde

60 e mais

20 a 59anos

Figura 7 - Prevalência do tabagismo em hipertensos segundo sexo, faixa etária e posse de plano de saúde.

Campinas, 2014/2015.

Figura 8 - Práticas de controle para hipertensão: o que oshipertensos fazem e o que acham que deveriam fazer.

Campinas, 2014/2015.

Figura 9 - Prevalência de hipertensão segundo sexo, na população com 20 anos e mais. Comparação nos períodos de 2001/2002, 2008/2009, 2014/2015.

%

%

Figura 10 - Prevalência de hipertensão segundo faixa etária. Comparação nos períodos de 2001/2002,

2008/2009, 2014/2015.

40 a 590

10203040506070

28,3

59 a 69 70 e mais*

29,7

%

26,1

50,446,9

52,8

66,760,5

53,5

2014-20152008-20092001-2002

Total0

51015202530 23,0

Masculino Feminino

22,0

%

20,4 21,416,5

20,325,223,9

22,5

2014-20152008-20092001-2002

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Contato:

www.saude.campinas.sp.gov.brwww.fcm.unicamp.br/centros/[email protected]

Publicado em março/2019

Equipe responsável pelo Boletim:

Entre os hipertensos de Campinas 38,6% são obesos e 27,2% tem sobrepeso, portanto 65,2% estão com excesso de peso e constata-se que 11,6% dos hipertensos do município continuam sendo fumantes (Figura 5).

Tabagismo

Ex-fumanteFumanteNunca fumouSobrepeso

EutróficoBaixo pesoObeso

Estado nutricional

19,0%

11,6%

69,4%

38,6%

3,6%

30,6%

27,2%

As prevalências de sobrepeso e de obesidade não diferem entre os sexos, mas tendem a ser mais elevadas nos hipertensos adultos em comparação aos idosos (Figura 6).

Baixo Peso05

1015202530

37,432,435

4045

7,8

24,8

Eutrófico*

21,1

42,8

33,8

Sobrepeso* Obeso

60 anos e mais20 a 59 anos

Figura 5 - Prevalência de estado nutricional e tabagismo entre os hipertensos. Campinas, 2014/2015.

Figura 6 - Prevalência de estado nutricional segundo sexo e faixa etária, entre os hipertensos. Campinas, 2014/2015.

Baixo Peso05

1015202530

32,927,9

354045

4,3

27,4

Eutrófico

26,6

42,036,2

Sobrepeso Obeso

FemininoMasculino

2,7

Sexo

Faixa etária

*p<0,05

Prof. Dra. Marilisa Berti A. BarrosDra. Margareth Guimarães LimaMaria do Carmo Ferreira

Juliana NatívioAna Paula Crivelaro FerreiraMilena Aparecida Rodrigues Silva

Centro Colaborador em Análise de Situação de Saúde /DSC/UNICAMP

Departamento de Vigilância em Saúde SMS/PMC

O projeto ISACamp 2014/15 foi financiado pela FAPESP

sob processo Nº 2012/23324-3 e contou com o apoio da

Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da

Saúde e da Secretaria Municipal de Saúde de Campinas.

Diagramação: Secretaria de Comunicação/PMCCamila Menezes FernandesFelipe Bueno Fernandes

*p<0,05

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Boletim

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