Boletim Técnico - SNatural...mesmas bacterioses capazes de afetar as tilápias criadas em...

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S

B o l e t i m T é c n i c o

S t r e p t o c o c c u s s p .

Figura 1 Figura 2 Figura 3

Kubtiza, 2005

A Estreptococose é uma doença causada porbactérias gram positivas do gênero Streptococcussp. e S. agalactiae. Esta é considerada a enfermidadede maior impacto econômico nas criações comerciaisde tilápias a nível mundial. Diagnósticos positivosjá foram realizados em grandes surtos demortalidades junto aos principais eixos de produçãode tilápias em tanques-rede no Brasil, em particularnas bacias do Rio Paranapanema, Tietê e SãoFrancisco. Evidencia-se desta forma, grandeimportância e um grande impacto econômicocausado por esta bacteriose nas diferentes regiões

Sintomatologia clínica

Os sinais clínicos observados em peixes acometidos pelas Estreptococoses são típicos de umasepticemia bacteriana. Seguem abaixo alguns sintomas que normalmente estão associados a estaenfermidade. Deve-se ressaltar que estes sintomas também podem estar associados a outrasbacterioses.

Sinais clínicos externos

• Escurecimento do corpo;

• Natação lenta e falta de apetite;

• Sintomas nervosos associados à natação errática “nado em círculos” ou “rodopiando” (fig.1);

• Olhos saltados (exoftalmia) (fig.2);

• Distensão do abdômen (ascite) (fig.3);

• Hemorragias difusas pelo corpo, na base das nadadeiras e nos opérculos.

Estações de reprodução:

Infecções por Aeromonas móveis eFlavobacterium columnare.

Fatores predisponentes: Maiorsusceptibilidade de alevinos e juvenis, altasdensidades de animais, excesso de matériaorgânica, manejos excessivos de classificaçõese transportes.

Pesqueiros:

Infecções por Aeromonas móveis, Streptococcussp., S. agalactiae e Flavobacterium columnare.

Fatores predisponentes: Altas densidadesde animais, excesso de matéria orgânica e altorisco de introdução de enfermidades devidoao trânsito intenso de animais (compra deanimais adultos infectados por Estreptococuse Aeromonas móveis provenientes de criaçõesem tanques-rede).

Fazendas de engorda:

Infecções por Aeromonas móveis, Streptococcussp., S. agalactiae e Flavobacterium columnare.

Fatores predisponentes: Altas densidadesde animais, excesso de matéria orgânica,manejos de classificações e despescas seletivas.

Dicas de saúde e prevenção de bacteriosesem criações intensivas de tilápias:

• Adquirir alevinos e juvenis provenientes de estaçõesde reprodução que garantam a qualidade dosanimais e pratiquem um bom manejo sanitário;

• Trabalhar com densidades de animais compatíveiscom a estrutura e localização dos viveiros escavadosou tanques-redes;

• Uso de suplementos alimentares para oincremento da saúde e resistência dos animais;

• Evitar sobras de ração por meio domonitoramento das mortalidades e realizaçãode biometrias semanais ou quinzenais paraofertar a quantidade correta de ração, de acordocom a indicação do fabricante;

• Evitar manejos ligados à classificação e transporteem semanas de pouco vento e temperaturas muitoelevadas, principalmente nos períodos maisquentes do dia;

• Evitar manejos ligados à classificação e transporteem épocas de inverno rigoroso;

• Retirar rapidamente das gaiolas e dos viveirostilápias que estejam doentes, pois constituem aprincipal fonte de infecção para os outros animais.

CC r i a ç ã o d e t i l á p i a s e m v i v e i r o s e s c a v a d o s

O mais antigo e tradicional sistema de produção de tilápias praticado no Brasil, é a criação em viveirosescavados. Destacam-se neste contexto estações de reprodução, fazendas de engorda e pesqueiros. Asmesmas bacterioses capazes de afetar as tilápias criadas em tanques-rede são capazes de acometer as criaçõesem viveiros escavados. Deve-se ressaltar no entanto que, quando bem manejadas, as tilápias criadas emviveiros escavados são mais resistentes às doenças bacterianas quando comparada às criadas em tanques-rede. A disponibilidade de alimento natural associada ao maior espaço físico dos viveiros confere maiorconforto aos animais e conseqüentemente maior resistência. No entanto, atenção especial deve ser dispensadaneste tipo de criação, principalmente quando existe uma queda na qualidade da água de cultivo. Seguemabaixo informações sobre as possíveis bacterioses e fatores predisponentes/risco:

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Kubtiza, 2005

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Sinais clínicos internos

• Baço aumentado (esplenomegalia) ecom coloração escura (fig. 4);

• Trato digestivo hiperêmico comaparência geral avermelhada;

• Acúmulo de líquido na cavidadeabdominal.

Patogenicidade

Os Estreptococus são bactérias oportunistas econsideradas altamente patogênicas e prejudiciaisjunto às criações intensivas de tilápias. Diagnósticospositivos para estas bactérias junto aos rins, fígadoe cérebro dos animais evidenciam a gravidadedestas infecções, levando a altas mortalidadesquando desencadeada a doença. Em corteshistológicos, podem ser observados necroses einfiltrados de células inflamatórias junto aosórgãos acometidos.

Impacto econômico

O grande impacto econômico causado pelasEstreptococoses deve-se à faixa de idade em queas tilápias adoecem. Freqüentemente sãoobservadas mortalidades em populações adultas,acima de 100 gramas, particularmente nas épocasmais quentes do ano. Mortalidades nesta fase dacriação acarretam enormes perdas econômicas,principalmente devido aos investimentos jácapitalizados na engorda dos animais (custeiocom ração), queda de produtividade e aumentoda conversão alimentar. Dependendo da gravidade

da infecção e do estado imunológico dos animais,mortalidade de até 30 % do plantel pode serobservada em poucos dias, caso não seja feitonenhum tipo de tratamento. Estimam-se perdasanuais acima de 150 milhões de dólares associadasa esta bacteriose na piscicultura mundial. Apenasnos EUA estimam-se perdas acima de 10 milhõesde dólares em criações intensivas de tilápias. NoBrasil, ainda não existem dados estatísticosassociados as perdas econômicas por estabacteriose. No entanto, podem-se estimar enormesprejuízos econômicos, já que, altas mortalidadessão freqüentemente observadas nos pólosprodutores associadas a diagnósticos positivospara esta enfermidade.

Tratamento

Sendo uma doença de origem bacteriana, asEstreptococoses podem ser tratadas com o usode antimicrobianos especificamente desenvolvidose registrados para uso aqüícola. O uso de vacinasespecíficas também pode ser realizado comométodo preventivo.

Patogenicidade

A patogenicidade desta bactéria dependerá doestado imunológico dos animais. Dependendoda extensão destas lesões e dos órgãosacometidos, maior ou menor será o impacto nasaúde dos animais. Lesões de pele e brânquias,dependendo da gravidade, podem causarproblemas osmorregulatórios e respiratórios.Também podem ser observadas infecçõessecundárias por fungos prejudicando ainda maiso quadro clínico.

Impacto econômico

Os impactos econômicos referentes a estaenfermidade associam-se às altas taxas demortalidade iniciais, particularmente nas estaçõesde reprodução e recria. As perdas econômicastambém ocorrem junto as fazendas de engordadurante a recepção dos alevinos e juvenisprovenientes das estações de reprodução(estresse de transporte) ou após manejos declassificação de juvenis em tanques-rede bolsões(estresse de captura). Estas mortalidades refletemdiretamente em prejuízos referentes ao dinheirojá capitalizado na compra dos alevinos e juvenis,assim como na queda da produtividade esobrevivência final das criações.

Tratamento

Sendo uma doença de origem bacteriana, aColumnariose pode ser tratada com o uso deantimicrobianos especificamente desenvolvidose registrados para uso aqüícola. O uso de vacinasespecíficas também pode ser realizado comométodo preventivo.

Diagnósticos

Os sintomas apresentados pelos animais doentesmuitas vezes são inespecíficos, podendo serconfundidos entre as diferentes bacterioses. Poreste motivo, faz-se necessário o diagnóstico definitivoatravés de exames microbiológicos em laboratóriosespecializados. Este diagnóstico pode ser realizadoatravés de exames microbiológicos (fig. 4 e 5) outambém através de técnicas de biologia molecular(PCR).

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Mortalidades de tilápias adultas em tanques-rede com diagnóstico positivo para Streptococcus sp.

Figura 4

Figura 5Figura 4

Aquavet-UFLA Aquavet-UFLA

Figura 3

Pilarski, 2005

B o l e t i m T é c n i c o

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A

Sintomatologia clínica

Os sinais clínicos observados em peixes infectadospor Aeromonas móveis, como o próprio nomeda enfermidade sugere, são típicos de umasepticemia bacteriana, muitas vezes com presençade hemorragias. Segue abaixo alguns sintomasnormalmente associados a esta enfermidade.Deve-se ressaltar que, estes sintomas tambémpodem estar associados a outras bacterioses.

Sinais clínicos externos

• Lesões hemorrágicas de pele em diferentesregiões do corpo (fig. 1);

• Lesões de pele típicas de erosões (fig. 2 e 3);

• Natação lenta e falta de apetite.

Estes sintomas podem aparecer em conjunto ouindividualizados. Em muitas ocasiões, o intestinoe a cavidade abdominal podem apresentarlíquido sanguinolento além de aumento do baçoe também dos rins.

A e r o m o n a s s p .

Patogenicidade

A gravidade da infecção dependerá do estadoimunológico dos animais. Nos casos mais graves,as bacterias podem acometer diferentes órgãos,prejudicando funções vitais dos peixes e oslevando à morte. Necroses e infiltradosinflamatórios são relatados em exameshistopatológicos, particularmente em rins e baço,evidenciando grande impacto na saúde dosanimais.

Impacto econômico

O impacto econômico causado por esta enfermidadedeve-se diretamente às mortalidades observadas etambém à diminuição de ganho de peso dos animaisdoentes. Normalmente, a mortalidade está associadaa manejos grosseiros, transportes, classificações equeda na qualidade de água. Quanto maiores osanimais e mais graves as infecções, maiores serãoos impactos econômicos desta doença junto àscriações. Não existem dados precisos sobre as perdas

econômicas referentes à esta enfermidade, massabe-se de seu grande impacto econômico nascriações de tilápias no Brasil.

Tratamento

Sendo uma doença de origem bacteriana, aSepticemia Hemorrágica Bacteriana pode sertratada com o uso de antimicrobianosespecificamente desenvolvidos e registrados parauso aqüícola. O uso de vacinas específicas tambémpode ser realizado como método preventivo.

A Columnariose é uma doença causada por bactérias gram negativas da espécie Flavobacteriumcolumnare. Normalmente, os alevinos e juvenis de tilápias são mais susceptíveis a esta enfermidade,no entanto, os animais adultos também podem ser acometidos. O estado de saúde destes animais éum fator fundamental na resistência dos mesmos frente a esta bactéria. Temperaturas elevadas, altasdensidades de animais, excesso de matéria orgânica, além de manejos estressantes são fatores quenormalmente desencadeiam esta enfermidade junto às criações.

FF l a v o b a c t e r i u m c o l u m n a r e

A Septicemia Hemorrágica Bacteriana é uma doença causada por bactérias gram negativaspertencentes ao grupo das Aeromonas móveis. Diversos diagnósticos positivos para esta bacterioseevidenciam seu impacto econômico nas criações de tilápias em tanques-rede no Brasil. Em muitasocasiões, diagnósticos positivos para bactérias do gênero Streptococcus sp. e Aeromonas móveis sãorealizadas em uma mesma tilápia doente, evidenciando muitas vezes, uma associação entre estasenfermidades. Normalmente, esta bacteriose manifesta-se junto às criações após algum fator estressantepelo qual os animais foram submetidos, como classificações, transportes e queda na qualidade deágua.

Sintomatologia clínica

Freqüentemente, observam-se lesões na regiãoda cabeça, dorso, brânquias e nadadeiras (fig. 1,2 e 3). A coloração destas lesões pode apresentardiferentes tonalidades podendo ser rodeada porzonas hemorrágicas (avermelhada). Quandoacometem as nadadeiras, as lesões desenvolvem-se das extremidades para a base e sãopopularmente conhecidas por “podridão dasnadadeiras”.

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Figura 1

Figura 2

Figura 3

Kubtiza, 2000 Kubtiza, 2000

Kubtiza, 2000

Figura 1

Figura 2

Pilarski, 2005

Pilarski, 2005

B o l e t i m T é c n i c o

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Sintomatologia clínica

Os sinais clínicos observados em peixes infectadospor Aeromonas móveis, como o próprio nomeda enfermidade sugere, são típicos de umasepticemia bacteriana, muitas vezes com presençade hemorragias. Segue abaixo alguns sintomasnormalmente associados a esta enfermidade.Deve-se ressaltar que, estes sintomas tambémpodem estar associados a outras bacterioses.

Sinais clínicos externos

• Lesões hemorrágicas de pele em diferentesregiões do corpo (fig. 1);

• Lesões de pele típicas de erosões (fig. 2 e 3);

• Natação lenta e falta de apetite.

Estes sintomas podem aparecer em conjunto ouindividualizados. Em muitas ocasiões, o intestinoe a cavidade abdominal podem apresentarlíquido sanguinolento além de aumento do baçoe também dos rins.

A e r o m o n a s s p .

Patogenicidade

A gravidade da infecção dependerá do estadoimunológico dos animais. Nos casos mais graves,as bacterias podem acometer diferentes órgãos,prejudicando funções vitais dos peixes e oslevando à morte. Necroses e infiltradosinflamatórios são relatados em exameshistopatológicos, particularmente em rins e baço,evidenciando grande impacto na saúde dosanimais.

Impacto econômico

O impacto econômico causado por esta enfermidadedeve-se diretamente às mortalidades observadas etambém à diminuição de ganho de peso dos animaisdoentes. Normalmente, a mortalidade está associadaa manejos grosseiros, transportes, classificações equeda na qualidade de água. Quanto maiores osanimais e mais graves as infecções, maiores serãoos impactos econômicos desta doença junto àscriações. Não existem dados precisos sobre as perdas

econômicas referentes à esta enfermidade, massabe-se de seu grande impacto econômico nascriações de tilápias no Brasil.

Tratamento

Sendo uma doença de origem bacteriana, aSepticemia Hemorrágica Bacteriana pode sertratada com o uso de antimicrobianosespecificamente desenvolvidos e registrados parauso aqüícola. O uso de vacinas específicas tambémpode ser realizado como método preventivo.

A Columnariose é uma doença causada por bactérias gram negativas da espécie Flavobacteriumcolumnare. Normalmente, os alevinos e juvenis de tilápias são mais susceptíveis a esta enfermidade,no entanto, os animais adultos também podem ser acometidos. O estado de saúde destes animais éum fator fundamental na resistência dos mesmos frente a esta bactéria. Temperaturas elevadas, altasdensidades de animais, excesso de matéria orgânica, além de manejos estressantes são fatores quenormalmente desencadeiam esta enfermidade junto às criações.

FF l a v o b a c t e r i u m c o l u m n a r e

A Septicemia Hemorrágica Bacteriana é uma doença causada por bactérias gram negativaspertencentes ao grupo das Aeromonas móveis. Diversos diagnósticos positivos para esta bacterioseevidenciam seu impacto econômico nas criações de tilápias em tanques-rede no Brasil. Em muitasocasiões, diagnósticos positivos para bactérias do gênero Streptococcus sp. e Aeromonas móveis sãorealizadas em uma mesma tilápia doente, evidenciando muitas vezes, uma associação entre estasenfermidades. Normalmente, esta bacteriose manifesta-se junto às criações após algum fator estressantepelo qual os animais foram submetidos, como classificações, transportes e queda na qualidade deágua.

Sintomatologia clínica

Freqüentemente, observam-se lesões na regiãoda cabeça, dorso, brânquias e nadadeiras (fig. 1,2 e 3). A coloração destas lesões pode apresentardiferentes tonalidades podendo ser rodeada porzonas hemorrágicas (avermelhada). Quandoacometem as nadadeiras, as lesões desenvolvem-se das extremidades para a base e sãopopularmente conhecidas por “podridão dasnadadeiras”.

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Figura 1

Figura 2

Figura 3

Kubtiza, 2000 Kubtiza, 2000

Kubtiza, 2000

Figura 1

Figura 2

Pilarski, 2005

Pilarski, 2005

B o l e t i m T é c n i c o

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Sinais clínicos internos

• Baço aumentado (esplenomegalia) ecom coloração escura (fig. 4);

• Trato digestivo hiperêmico comaparência geral avermelhada;

• Acúmulo de líquido na cavidadeabdominal.

Patogenicidade

Os Estreptococus são bactérias oportunistas econsideradas altamente patogênicas e prejudiciaisjunto às criações intensivas de tilápias. Diagnósticospositivos para estas bactérias junto aos rins, fígadoe cérebro dos animais evidenciam a gravidadedestas infecções, levando a altas mortalidadesquando desencadeada a doença. Em corteshistológicos, podem ser observados necroses einfiltrados de células inflamatórias junto aosórgãos acometidos.

Impacto econômico

O grande impacto econômico causado pelasEstreptococoses deve-se à faixa de idade em queas tilápias adoecem. Freqüentemente sãoobservadas mortalidades em populações adultas,acima de 100 gramas, particularmente nas épocasmais quentes do ano. Mortalidades nesta fase dacriação acarretam enormes perdas econômicas,principalmente devido aos investimentos jácapitalizados na engorda dos animais (custeiocom ração), queda de produtividade e aumentoda conversão alimentar. Dependendo da gravidade

da infecção e do estado imunológico dos animais,mortalidade de até 30 % do plantel pode serobservada em poucos dias, caso não seja feitonenhum tipo de tratamento. Estimam-se perdasanuais acima de 150 milhões de dólares associadasa esta bacteriose na piscicultura mundial. Apenasnos EUA estimam-se perdas acima de 10 milhõesde dólares em criações intensivas de tilápias. NoBrasil, ainda não existem dados estatísticosassociados as perdas econômicas por estabacteriose. No entanto, podem-se estimar enormesprejuízos econômicos, já que, altas mortalidadessão freqüentemente observadas nos pólosprodutores associadas a diagnósticos positivospara esta enfermidade.

Tratamento

Sendo uma doença de origem bacteriana, asEstreptococoses podem ser tratadas com o usode antimicrobianos especificamente desenvolvidose registrados para uso aqüícola. O uso de vacinasespecíficas também pode ser realizado comométodo preventivo.

Patogenicidade

A patogenicidade desta bactéria dependerá doestado imunológico dos animais. Dependendoda extensão destas lesões e dos órgãosacometidos, maior ou menor será o impacto nasaúde dos animais. Lesões de pele e brânquias,dependendo da gravidade, podem causarproblemas osmorregulatórios e respiratórios.Também podem ser observadas infecçõessecundárias por fungos prejudicando ainda maiso quadro clínico.

Impacto econômico

Os impactos econômicos referentes a estaenfermidade associam-se às altas taxas demortalidade iniciais, particularmente nas estaçõesde reprodução e recria. As perdas econômicastambém ocorrem junto as fazendas de engordadurante a recepção dos alevinos e juvenisprovenientes das estações de reprodução(estresse de transporte) ou após manejos declassificação de juvenis em tanques-rede bolsões(estresse de captura). Estas mortalidades refletemdiretamente em prejuízos referentes ao dinheirojá capitalizado na compra dos alevinos e juvenis,assim como na queda da produtividade esobrevivência final das criações.

Tratamento

Sendo uma doença de origem bacteriana, aColumnariose pode ser tratada com o uso deantimicrobianos especificamente desenvolvidose registrados para uso aqüícola. O uso de vacinasespecíficas também pode ser realizado comométodo preventivo.

Diagnósticos

Os sintomas apresentados pelos animais doentesmuitas vezes são inespecíficos, podendo serconfundidos entre as diferentes bacterioses. Poreste motivo, faz-se necessário o diagnóstico definitivoatravés de exames microbiológicos em laboratóriosespecializados. Este diagnóstico pode ser realizadoatravés de exames microbiológicos (fig. 4 e 5) outambém através de técnicas de biologia molecular(PCR).

6

Mortalidades de tilápias adultas em tanques-rede com diagnóstico positivo para Streptococcus sp.

Figura 4

Figura 5Figura 4

Aquavet-UFLA Aquavet-UFLA

Figura 3

Pilarski, 2005

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S t r e p t o c o c c u s s p .

Figura 1 Figura 2 Figura 3

Kubtiza, 2005

A Estreptococose é uma doença causada porbactérias gram positivas do gênero Streptococcussp. e S. agalactiae. Esta é considerada a enfermidadede maior impacto econômico nas criações comerciaisde tilápias a nível mundial. Diagnósticos positivosjá foram realizados em grandes surtos demortalidades junto aos principais eixos de produçãode tilápias em tanques-rede no Brasil, em particularnas bacias do Rio Paranapanema, Tietê e SãoFrancisco. Evidencia-se desta forma, grandeimportância e um grande impacto econômicocausado por esta bacteriose nas diferentes regiões

Sintomatologia clínica

Os sinais clínicos observados em peixes acometidos pelas Estreptococoses são típicos de umasepticemia bacteriana. Seguem abaixo alguns sintomas que normalmente estão associados a estaenfermidade. Deve-se ressaltar que estes sintomas também podem estar associados a outrasbacterioses.

Sinais clínicos externos

• Escurecimento do corpo;

• Natação lenta e falta de apetite;

• Sintomas nervosos associados à natação errática “nado em círculos” ou “rodopiando” (fig.1);

• Olhos saltados (exoftalmia) (fig.2);

• Distensão do abdômen (ascite) (fig.3);

• Hemorragias difusas pelo corpo, na base das nadadeiras e nos opérculos.

Estações de reprodução:

Infecções por Aeromonas móveis eFlavobacterium columnare.

Fatores predisponentes: Maiorsusceptibilidade de alevinos e juvenis, altasdensidades de animais, excesso de matériaorgânica, manejos excessivos de classificaçõese transportes.

Pesqueiros:

Infecções por Aeromonas móveis, Streptococcussp., S. agalactiae e Flavobacterium columnare.

Fatores predisponentes: Altas densidadesde animais, excesso de matéria orgânica e altorisco de introdução de enfermidades devidoao trânsito intenso de animais (compra deanimais adultos infectados por Estreptococuse Aeromonas móveis provenientes de criaçõesem tanques-rede).

Fazendas de engorda:

Infecções por Aeromonas móveis, Streptococcussp., S. agalactiae e Flavobacterium columnare.

Fatores predisponentes: Altas densidadesde animais, excesso de matéria orgânica,manejos de classificações e despescas seletivas.

Dicas de saúde e prevenção de bacteriosesem criações intensivas de tilápias:

• Adquirir alevinos e juvenis provenientes de estaçõesde reprodução que garantam a qualidade dosanimais e pratiquem um bom manejo sanitário;

• Trabalhar com densidades de animais compatíveiscom a estrutura e localização dos viveiros escavadosou tanques-redes;

• Uso de suplementos alimentares para oincremento da saúde e resistência dos animais;

• Evitar sobras de ração por meio domonitoramento das mortalidades e realizaçãode biometrias semanais ou quinzenais paraofertar a quantidade correta de ração, de acordocom a indicação do fabricante;

• Evitar manejos ligados à classificação e transporteem semanas de pouco vento e temperaturas muitoelevadas, principalmente nos períodos maisquentes do dia;

• Evitar manejos ligados à classificação e transporteem épocas de inverno rigoroso;

• Retirar rapidamente das gaiolas e dos viveirostilápias que estejam doentes, pois constituem aprincipal fonte de infecção para os outros animais.

CC r i a ç ã o d e t i l á p i a s e m v i v e i r o s e s c a v a d o s

O mais antigo e tradicional sistema de produção de tilápias praticado no Brasil, é a criação em viveirosescavados. Destacam-se neste contexto estações de reprodução, fazendas de engorda e pesqueiros. Asmesmas bacterioses capazes de afetar as tilápias criadas em tanques-rede são capazes de acometer as criaçõesem viveiros escavados. Deve-se ressaltar no entanto que, quando bem manejadas, as tilápias criadas emviveiros escavados são mais resistentes às doenças bacterianas quando comparada às criadas em tanques-rede. A disponibilidade de alimento natural associada ao maior espaço físico dos viveiros confere maiorconforto aos animais e conseqüentemente maior resistência. No entanto, atenção especial deve ser dispensadaneste tipo de criação, principalmente quando existe uma queda na qualidade da água de cultivo. Seguemabaixo informações sobre as possíveis bacterioses e fatores predisponentes/risco:

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