Bom dia, dr. sapinHo! - ECBecb.inse.pt/images/jornal/numeros/n17_final.pdf · 2 ESCOLA VIVA...

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Diretor: Alfredo Lopes | Chefe de Redação: Valter Boita | Coordenação: Deolinda Castelhano e Fátima Feliciano | Bianual | Fevereiro de 2012 | Ano 7 - Número 17 | 1,00 € Esta era a sua imagem de marca reconhecida por muitos e muitos milhares de alunos que ao longo de mais de trinta anos passaram pelo Externato Cooperativo da Benedita, onde o seu diretor, de manhã, à tarde ou à noite, cumprimentava com um vigoroso “bom dia”. O Dr. José Gonçalves Sapinho era natural do Sabugal mas seria adotado pela Benedita e pelo concelho de Alcobaça há mais de quarenta anos. Primeiro como professor, mas cedo promovido a diretor pedagógico, este homem seria a grande referência desta escola. Também eu fui seu aluno, em 1970, de noite, no curso industrial e em 1971, de dia, no curso liceal. Muitas são as atividades que o ECB tem promovido e continua- rá a promover durante o presente ano letivo, com vista a conscien- cializar os nossos alunos acerca da importância da literacia finan- ceira. Página 3 LITERACIA FIANCEIRA Na comemoração dos cin- quenta anos do início da expe- riência de desenvolvimento co- munitário da Benedita convém recordar e contextualizar as pro- fundas mudanças que ocorreram. Página 13 EXPERIÊNCIA COMUNITÁRIA Ex-aluna do ECB conta a sua experiên- cia em Timor como assessora jurídica na Universidade Nacional de Timor Lorosa’e. Página 15 UMA PORTUGUESA EM TIMOR LOROSA’E PARLAMENTO DOS JOVENS BOM DIA, DR. SAPINHO! O Externato voltou a participar este ano no Parlamento dos Jovens. O Parlamento dos Jovens é uma iniciativa institucional da Assembleia da República, desenvolvida ao longo do ano letivo com as Escolas de todo o país, em que pode inscrever- se qualquer Escola do universo do ensino público, privado e cooperativo. O programa culmina com a realização anual de duas Sessões Nacionais na Assembleia da República: uma sessão destinada aos alunos do ensino secundário e outra destinada aos alunos do 2.º e 3.ºciclos do ensino básico. Educar para a cidadania, estimulando o gosto pela par- ticipação cívica e política, dar a conhecer a Assembleia da República e as regras do debate parlamentar, promover o debate democrático, o respeito pela diversidade de opiniões e pelas regras de formação das decisões, proporcionar a ex- periência de participação em processos eleitorais e estimular a capacidade de expressão e argumentação são os objetivos deste Projeto. Este ano o ECB só participou com alunos do Ensino Se- cundário cujo tema é “REDES SOCIAIS: participação e cida- dania”. (continua na página 8) Patrocínios (continua na página 14) Entrevista à Drª Manuela Silva na Comemoração do 50ª aniversário da experi- ência de Desenvolvimento Comunitário na Benedita. Página 12 Noventa e nove alunos, sem temerem a chuva e o frio, participaram em mais um corta-mato promovido pelo Grupo de Educação Física do ECB. Página 22 Aluna do ECB ganha men- ção honrosa no concuso DNA DAY organizado pela Sociedade Europeia de Ge- nética Humana. Página 16 Festa de Natal do ECB en- volveu toda a comunidade. Página 6

Transcript of Bom dia, dr. sapinHo! - ECBecb.inse.pt/images/jornal/numeros/n17_final.pdf · 2 ESCOLA VIVA...

Diretor: Alfredo Lopes | Chefe de Redação: Valter Boita | Coordenação: Deolinda Castelhano e Fátima Feliciano | Bianual | Fevereiro de 2012 | Ano 7 - Número 17 | 1,00 €

Esta era a sua imagem de marca reconhecida por muitos e muitos milhares de alunos que ao longo de mais de trinta anos passaram pelo Externato Cooperativo da Benedita, onde o seu diretor, de manhã, à tarde ou à noite, cumprimentava com um vigoroso “bom dia”. O Dr. José Gonçalves Sapinho era natural do Sabugal mas seria adotado pela Benedita e pelo concelho de Alcobaça há mais de quarenta anos. Primeiro como professor, mas cedo promovido a diretor pedagógico, este homem seria a grande referência desta escola.

Também eu fui seu aluno, em 1970, de noite, no curso industrial e em 1971, de dia, no curso liceal.

Muitas são as atividades que o ECB tem promovido e continua-rá a promover durante o presente ano letivo, com vista a conscien-cializar os nossos alunos acerca da importância da literacia finan-ceira.

Página 3

L i t e r a c i a fianceira

Na comemoração dos cin-quenta anos do início da expe-riência de desenvolvimento co-munitário da Benedita convém recordar e contextualizar as pro-fundas mudanças que ocorreram.

Página 13

e x p e r i ê n c i a comunitária

Ex-aluna do ECB conta a sua experiên-cia em Timor como assessora jurídica na Universidade Nacional de Timor Lorosa’e.

Página 15

uma portuguesa em timor Lorosa’e

parLamento dos jovens

Bom dia, dr. sapinHo!

O Externato voltou a participar este ano no Parlamento dos Jovens.

O Parlamento dos Jovens é uma iniciativa institucional da Assembleia da República, desenvolvida ao longo do ano letivo com as Escolas de todo o país, em que pode inscrever-se qualquer Escola do universo do ensino público, privado e cooperativo. O programa culmina com a realização anual de duas Sessões Nacionais na Assembleia da República: uma sessão destinada aos alunos do ensino secundário e outra destinada aos alunos do 2.º e 3.ºciclos do ensino básico.

Educar para a cidadania, estimulando o gosto pela par-ticipação cívica e política, dar a conhecer a Assembleia da

República e as regras do debate parlamentar, promover o debate democrático, o respeito pela diversidade de opiniões e pelas regras de formação das decisões, proporcionar a ex-periência de participação em processos eleitorais e estimular a capacidade de expressão e argumentação são os objetivos deste Projeto.

Este ano o ECB só participou com alunos do Ensino Se-cundário cujo tema é “REDES SOCIAIS: participação e cida-dania”.

(continua na página 8)

Patrocínios

(continua na página 14)

Entrevista à Drª Manuela Silva na Comemoração do 50ª aniversário da experi-ência de Desenvolvimento Comunitário na Benedita.

Página 12

Noventa e nove alunos, sem temerem a chuva e o frio, participaram em mais um corta-mato promovido pelo Grupo de Educação Física do ECB.

Página 22

Aluna do ECB ganha men-ção honrosa no concuso DNA DAY organizado pela Sociedade Europeia de Ge-nética Humana.

Página 16

Festa de Natal do ECB en-volveu toda a comunidade.

Página 6

ANO 7 - Nº 17TOQUE DE SAÍDA

2 ESCOLA VIVA

editoriaL SUMÁRIOescola vivaMais um ano letivo começou 3

Acontecendo 3

A importância da literacia financeira 3

Educação para a saúde do ECB 4

Um tratador de cavalos especial 4

De que sonhos são feitos os nossos filhos? 5

Quadro de Mérito 5

Assim aconteceu Natal no ECB 6

Natal a sorrir, campanha de solidariedade 6

Centro de Recursos 6

O Glee veio para ficar 7

Stand-up: levanta-te contra a pobreza 7

O dia da Filosofia 7

Alunos brilham no exame Delf Scolaire 7

Parlamento dos jovens 8

Informar para decidir 8

Alunos no filme Linhas de Torres 24

arte e culturaO reinado de D. João I em conto 8

Sugestão de leitura 9

Café literário 9

Lançamento de livro 9

Entre livros 10

Nirvana - 20 anos depois de Nevermind 21

olhar circundanteEntrevista à Dr.ª Manuela Silva 12

Os 50 anos de desenvolvimento

comunitário da Benedita

13

Bom dia, Dr. Sapinho! 14

As palavras de amor são ridículas? 14

Uma portuguesa em Timor Lorosa’e 15

A vida é como uma rampa bem inclinada 15

A Universidade Sénior de Benedita 17

Centro escolar da Benedita 17

Associação de Pais e E.E. da Benedita 17

Programa de Literacia Financeira da CGD 24

o Lugar da memóriaA força de um povo 11

recriar o mundoPoema 15

Virar a página 18

A arte de comunicar 18

Recomeços 18

Recordações da Escola Primária 19

3 poemas 19

ciência, tecnologia e ambienteAlunos do ECB vencem concurso 16

Coastwatch 16

DNA Day 16

ECB renova bandeira verde 16

A ciência chegou aos séniores 20

Sida: perspetiva histórica e social 20

Haiti hoje 20

Vira costas à ditadura da beleza 21

mente sã em corpo sãoEquipa de voleibol feminino do ECB 8

Corta-mato escolar 22

Xadrez escolar 22

Duatlo de Peniche 22

Natação: nacionais da 3ª divisão 22

passatempos e curiosidades

Curiosidades da História 20

Plêiades, Alcione 21

Diretor do Jornal:Alfredo LopesChefe de redação: Valter BoitaCoordenação:Deolinda CastelhanoFátima FelicianoEquipa de redação:Acácio CastelhanoClara PeraltaConceição RaimundoEstela SantanaFátima FelicianoGlória Mota Graça SilvaIsabel PáscoaMaria de Lurdes GoulãoPaula CastelhanoRicardo MiguelSérgio TeixeiraTeresa AgostinhoMarketing e vendas:Maria José JorgeComposição gráfica:Nuno RosaPaulo Valentim Samuel BrancoImpressão: Relgráfica, LdaTiragem: 500 exemplaresPreço avulso: 1,00 €

O Toque de Saída está de volta, na sua 17.ª edi-ção, para dar voz a toda a comunidade escolar, em especial aos nossos alunos e professores e dar con-ta do trabalho e dos projetos de mais um ano, que esperamos cheio de sucesso escolar.

Em primeiro lugar, gostaria de dar os parabéns a todos os alunos que frequentaram pela última vez o ECB no ano letivo de 2010/11, especialmente aos alunos do ensino secundário que realizaram exames nacionais, colocaram a nossa escola em primeiro lugar no ranking a nível concelhio e prosseguiram os seus estudos no ensino superior, bem como aos alunos que completaram os cursos profissionais e se iniciaram no mundo do trabalho, concretizando, todos eles, uma meta fundamental na realização dos seus sonhos. Em segundo lugar, votos de boas realizações para todos os alunos que estudam no ECB, em especial para os alunos do 7.º ano, que iniciam uma nova fase do seu percurso escolar e para os do 12.º ano que, desejamos, terminem com sucesso este ciclo de estudos. Não quero também deixar de salientar o meu reconhecimento aos pro-fessores pelo seu compromisso com um ensino de excelência.

No presente ano letivo, pesem as contingências, esperamos com o empenho e dedicação de todos, continuar a realizar o percurso que temos vindo a traçar ao longo de 50 anos.

O início do ano letivo ficou marcado pela perda de uma das figuras incontornáveis da história desta instituição. O Dr. Sapinho ficará na memória de ge-rações de alunos pelo seu carisma, espírito de lide-rança, como atesta o artigo, em sua homenagem, da autoria de um seu antigo aluno e atual membro dos órgãos sociais do INSE.

O ECB é uma escola atenta aos problemas do nosso tempo, pelo que procura refletir, tal como se inscreve no seu Projeto Educativo, um “relacio-namento equilibrado entre o homem e a natureza,

fundamentado num compromisso com o futuro”, “re-formando atitudes e criando novos hábitos de utili-zação dos recursos”, promovendo e desenvolvendo trabalho transdisciplinar no domínio da literacia fi-nanceira.

O ECB foi, desde a sua fundação, uma escola inserida na comunidade e em diálogo com as pes-soas e as instituições que a constituem. Por isso, as sucessivas gerações de antigos alunos continuam direta ou indiretamente ligados à sua escola, uns através das redes sociais, outros participando em atividades e eventos nela realizados, nomeadamen-te, através da sua constante contribuição para o nosso jornal.

O Toque de Saída congratula-se também com as colaborações recebidas da Associação de Pais e Encarregados de Educação, da Universidade Sé-nior, do Agrupamento de Escolas, entre outros.

Ao assinalar-se, no presente ano, o 50.º aniver-sário da experiência de desenvolvimento comunitá-rio na Benedita, o Toque de Saída quis saber mais pormenores sobre o contexto que conduziu a gran-des transformações na nossa vila, nomeadamente a criação do ECB, e entrevistou uma das protago-nistas da implementação dessa experiência, a Dr.ª Manuela Silva.

Um jornal escolar reflete o que é uma escola, desde dentro, e traduz as tonalidades com que os alunos, professores, antigos alunos e restantes membros da comunidade educativa se expressam. Este número foi mais um resultado da harmonia sin-fónica de todas estas notas musicais. Agradecemos a colaboração de todos, pois sem ela esta pauta de música não se faria escutar.

O Diretor

Dr. Alfredo Lopes

TOP 10 - LivrosOs livros mais requisitados na Biblioteca do ECB durante os meses de fevereiro a setembro de 2011.

1º- Bons Sonhos, Meu Amor – Dorothy Koomson2º - Contos – Eça de Queirós 3º - A Melodia do Adeus – Nicholas Sparks 4º - A Saga das Pedras Mágicas – Sandra Car-valho 5º - Fúria Divina – José Rodrigues dos Santos 6º - A Pousada no Fim do Rio – Nora Roberts 7º - O Século – Ken Follett 8º - Música Ligeira – José Régio 9º - Viagem a Capri – Elizabeth Adler10º - Alguém Para Amar – Jude Deveraux

Externato Cooperativo da BeneditaRua do Externato CooperativoApartado 197 2476-901 Benedita

[email protected]

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ESCOLA VIVA 3

recomeço

Apesar da instabilidade financeira que se vive e no rescaldo de mudanças políticas nacio-nais, iniciou-se o ano letivo 2011/2012, com total normalidade. Assim, nos dias 14 e 15 de setem-bro, alunos e encarregados de educação foram recebidos pelos diretores de turma e/ou de curso que procederam à divulgação de um conjunto de informações pertinentes relativas à vida escolar, destacando-se a reorganização curricular que altera os planos de estudo do ensino básico, retirando-lhes as áreas curriculares não discipli-nares de área de projeto e de estudo acompa-nhado; o novo regulamento interno, entre outras.

Encontram-se matriculados no Externato 1193 alunos, repartidos da seguinte forma: 7º ano - 177; 8ºano - 199; 9º ano - 197 e uma turma de CEF com 18 alunos. No ensino secundário, a distribuição dos alunos é a seguinte: 438 alunos

nos cursos Científico-Humanísticos (Ciências e Tecnologias, Línguas e Humanidades, Ciências Socioeconómicas e Artes) e 167 alunos nos cur-sos profissionais de Técnico de Informática de Gestão (TIG), Técnico de Gestão (TG), Técnico de Comunicação, Marketing, Relações Públicas e Publicidade (TCMRPP), Técnico de Multimé-dia (TM), Técnico de Apoio Psicossocial (TAP) e ainda no curso de Técnico de Apoio à Gestão Desportiva (TAGD). O Ensino Secundário Recor-rente por Módulos conta apenas com uma turma de 15 alunos.

A todos estes alunos, encarregados de edu-cação, funcionários e professores, o Toque de Saída deseja um ano letivo pleno de sucessos…

Numa sociedade que nos últimos anos tem vivido e crescido à boleia do crédito fácil, muitos são os jovens que hoje tomam por certa a aquisição de bens da última geração. Supérflu-os ou essenciais, caros ou baratos, pagos a pronto ou a crédito, o impor-tante é poder comprar. Sem usufru-írem de poder de compra, as gera-ções mais jovens vão “pedinchando” aos mais experientes o telemóvel da moda ou a consola que ainda não foi lançada, como se tudo se resolvesse com um pedido a uma carteira sem fundo. Não têm a noção do custo, não estabelecem relações entre despesas e receitas mensais e desconhecem o significado do termo gestão orçamen-tal.

Numa época em que a economia mundial atravessa uma das maiores

crises de que há memória, resultante em grande parte da falta de capacida-de das pessoas em controlar as suas finanças, não queremos repetir erros do passado e passar a ideia de que tudo se pode comprar a crédito. Pas-sa por nós, os menos jovens, a obri-gação de construir uma sociedade mais informada acerca dos mercados, que crie hábitos de controlo orçamen-tal, preocupada em não hipotecar de forma desenfreada o seu futuro e o das gerações vindouras.

Muitas são as atividades que o ECB tem promovido e continuará a promover durante o presente ano le-tivo com vista a consciencializar os nossos alunos acerca da importância da literacia financeira. Conhecer ter-mos básicos como taxa de juro, euri-bor ou spread, compreender os custos

que um consumidor acarreta quando pede um financiamento bancário, sa-ber selecionar de entre duas opções de investimento aquela que lhe trará mais vantagens financeiras ou saber construir um orçamento com base nas receitas e despesas mensais do seu agregado familiar, são alguns dos te-mas já abordados.

Para reforçar a importância e a necessidade de não descurar o tema, quatro turmas do ensino profissional visitarm no dia 1 de fevereiro a uma exposição de Educação Financeira organizada pelo projeto PmatE, da Universidade de Aveiro em parceria com a Caixa Geral de Depósitos, que pretende sensibilizar os jovens para a questão da literacia financeira atra-vés de atividades interativas que têm por objetivo confrontar os alunos com

as consequências da sua tomada de decisão em relação ao dinheiro.

Em marcha, encontra-se tam-bém um projeto da turma do Curso de Apoio Psicossocial, que consiste na elaboração de um mini livro com receitas económicas, uma forma de reduzir o orçamento familiar destina-do ao supermercado e cujas recei-tas financeiras reverterão a favor da Associação de Solidariedade Sorriso Amigo.

Entre conferências e workshops, visitas e materiais didáticos, muito irá ainda acontecer ao longo do ano leti-vo... Mantém-te atento!

Professora Marta Valentim

a importÂncia da Literacia financeira

acontecendo- O desporto no ECB está “em alta”, como já é hábito. No corta-mato escolar, fase regional em Torres Ve-dras, dia 1 de fevereiro, participaram 48 alunos; na fase local do Compal Air, a realizar em Alcobaça, no dia 1 de março, irão participar 32 alunos; o 3º encon-tro de rugby irá decorrer no dia 21 de março. As vá-rias modalidades do desporto escolar encontram-se a disputar a fase de grupos.- O ECB sai à rua e o GleeClub participará na Festa dos Padroeiros no dia 5 de fevereiro.- No âmbito do Projeto Crescer terão lugar diversas atividades, das quais se destacam o teatro/debate, (IN)dependências, a 13 de fevereiro; Segredos do Coração, para assinalar o “Dia dos Namorados”, (14 de fevereiro) em que participarão algumas turmas do ensino secundário e sessões sobre a temática da educação para os afetos I Got a Felling, de 14 a 16 de fevereiro. Estão também previstas sessões de escla-recimento para pais e professores.- No dia 16 de fevereiro vai decorrer o Dia do Francês.- Mantendo a tradição, realizar-se-á mais um Rally Paper do ECB, a 17 de fevereiro.-No dia 28 de fevereiro os alunos inscritos vão partici-par nas 1ª eliminatória das Olimpíadas Nacionais de Biologia e no dia 29 de fevereiro terá lugar a 1ª elimi-natória das 7ªs Olimpíadas de Biotecnologia. Estão também previstas para o mês fevereiro as Olimpíadas da Química e da Física (nível de escola); as equipas apuradas passarão à fase regional, a realizar entre março e maio. Durante o mês de fevereiro decorrerão também os Jogos Matemáticos.- Está a decorrer o concurso literário - texto dramá-tico, promovido pelo grupo de Português, sendo os trabalhos vencedores representados na Semana Cul-tural que se realizará entre os dias 19 e 23 de Março.- A visita de estudo proposta pelo grupo de Educação Moral e Religiosa Católica à Comunidade Ecuménica de Taizé (França) terá lugar de 31 de março a 9 de Abril.- À semelhança de anos anteriores, vai decorrer a X Feira do Livro do ECB, de 2 a 6 de Maio, evento que há muito cativou um vasto público. Mais uma vez, para além da venda de livros, os visitantes poderão assistir as diversas atividades.- Semana Cultural de 19 a 23 de março. Exposições, palestras e outras atividades.

mais um ano Letivo começou…

aos antigos aLunosA equipa do projeto Antigos Alunos solicita a participação de todos numa exposição em ho-

menagem ao Dr. Gonçalves Sapinho, a apresentar na Feira do Livro. Podem ser enviados textos, fotografias ou vídeos para o email [email protected].

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4 ESCOLA VIVA

O Projeto Crescer continua a desenvolver um conjunto de atividades que visam desenvolver, nos alunos, valores e responsabilidades importantes para o seu crescimento e formação enquanto ci-dadãos.

A educação e a saúde são consideradas pilares fundamentais do bem-estar individual e comunitá-rio, contribuindo a educação para o processo de desenvolvimento de competências que facilitam a aquisição, escolha e manutenção de práticas sau-dáveis. Entende-se, então, que a escola é um con-texto privilegiado de Educação para a Saúde, uma vez que garante a acessibilidade e continuidade das ações de saúde e permite a implementação da Educação para a Saúde numa perspetiva de desen-volvimento integral das crianças e jovens, propor-cionando a aquisição de conhecimentos, conceitos e valores importantes para a vida.

Desde 2003 que o projeto visa dotar os jovens

de conhecimentos, atitudes e valores que os ajudem a fazer opções e a tomar decisões ade-quadas ao bem-estar físico, so-cial e mental. Neste momento, face aos diversos constrangi-mentos económicos e sociais, mais urgente se torna respon-sabilizar os jovens pelas suas ações e atitudes e pelo cum-primento dos seus deveres. É fundamental promover a aqui-sição de competências pes-soais, fundamentais à tomada de decisões responsáveis, que contribuam para a formação integral dos jovens e, a longo prazo, para o desenvolvimento da sociedade.

O PES continua a privilegiar seis grandes áreas, embora com objetivos e grau de aprofundamento diferentes, em função do nível de escolaridade: De-senvolvimento Pessoal e Social (área transversal); Alimentação e Atividade Física; Prevenção dos Consumos de Substâncias Psicoativas; Educação Sexual e IST’s e Saúde Mental /Violência em Meio Escolar. Na área do Desenvolvimento Pessoal e So-cial (área transversal), desenvolveremos atividades específicas no âmbito da promoção das relações interpessoais positivas e mediação de conflitos, in-tegradas num projeto elaborado na sequência de uma formação frequentada por dois elementos da equipa. Para estas atividades, teremos o apoio téc-nico da Equipa do Projeto “Mais Participação, Mais Cidadania, Mais Desenvolvimento” do Centro So-cial de Valado dos Frades. Outra área a privilegiar este ano é a da literacia financeira.

O PES é uma equipa multidisciplinar constituída por duas professoras coordenadoras, pela psicólo-ga da escola e por professores de diferentes áreas que desenvolvem uma diversidade de atividades, visando envolver toda a comunidade escolar.

No 3º Ciclo, a Formação Cívica assume-se como um espaço privilegiado para potenciar o de-senvolvimento da Educação para a Cidadania, in-cluindo a educação para a saúde. Neste sentido, ocupa uma carga horária de 90 minutos por se-mana, transformando-se estas aulas num espaço de diálogo e reflexão sobre experiências vividas e preocupações sentidas pelos alunos, destinando-se também a reforçar a participação do aluno indi-vidual e coletivamente na vida da turma, da escola e da comunidade.

No ensino secundário, o projeto desenvolve-se integrado na nova disciplina de Formação Cívica dos Cursos Científico-Humanísticos, no 10º ano, e nos projetos de Educação Sexual das restantes turmas.

Desenvolvemos outras atividades tais como: Sessões para Pais; Viver a Escola; Gabinete de Saúde Nutrição e Exercício Físico; Gabinete de Atendimento aos alunos, dinamizado pela equipa com a colaboração de enfermeira; um Blog; ações de sensibilização com diferentes técnicos; vitrina informativa sobre as diferentes temáticas, dinami-zada pelos professores de FC; divulgação de infor-mação no circuito interno da escola e na página do ECB e formação de professores.

O projeto tem desenvolvido parcerias com dife-rentes entidades fundamentais ao apoio das nos-sas iniciativas, tais como, Centro de Saúde, Escola Segura, Bombeiros, entre outras.

Professoras Helena Rodrigues e Paula Arraião

projeto crescereducação para a saúde (pes) do ecB

Em junho de 1994, com a Decla-ração de Salamanca, preconizou-se a educação inclusiva.

Ainda que as barreiras atitudinais e materiais continuem a ser eviden-tes, a Escola tem vindo a fazer as adaptações necessárias para que as pessoas (crianças e adolescentes) com deficiência se integrem no am-biente escolar e sejam preparadas

para o mundo do trabalho, tal como qualquer outro indivíduo.

É nesta sequência que surge a elaboração de um PIT (Plano Indivi-dual de Trabalho) para alunos com PEI (Programa Educativo Individual) ao abrigo do decreto-lei 3/2008, o qual pretende explorar as capacida-des e interesses dos mesmos.

Henrique Roxo é um destes alu-nos e frequenta o oitavo ano de es-colaridade. Nas aulas de Linguagem Funcional, tem vindo a realizar traba-lhos de expressão escrita e ilustra-ções sobre as tarefas que executa, à sexta-feira, no Pólo Equestre – EPA-DRC, como “Tratador de Cavalos”, o que faz com todo o empenho e or-gulho.

Professora Lucília Borges

um tratador de cavaLos especiaL“Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós, deixam um pouco de si, levam um pouco de nós.” (Saint-Exupéry)

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Há uma expressão que sempre me fascinou – “a mãe que tricota o bebé”!

Ao longo da gravidez, a mãe vai-se preparan-do para o nascimento do filho, mas não só! Prepara também o próprio filho para os primeiros contactos com o mundo: imagi-na as suas roupas, lê livros e revistas so-bre recém-nascidos, decora o quarto, etc. Inevitavelmente, pensa em alguns aspetos do seu desenvolvimento precoce – as pri-meiras gracinhas, o gatinhar…. será que vai usar chupeta ou preferirá o dedito? Ao mesmo tempo, começa a criar algumas ex-petativas: era tão bom que fosse um bebé calminho… ou então, adoro bebés mexidos e com muita vivacidade! … Quando o bebé nasce, a família vai criar, cuidar e educar o filho, tendo por base o sonho que construiu - e vai construindo - para este bebé. Assim, pode acentuar traços de personalidade, tor-nando-o mais ou menos dependente, autó-nomo, curioso, introvertido, meigo ….

Sonhar para os filhos devia durar toda a vida!

Aos seis anos, ainda é comum os pais agirem pelas expetativas – ajudam os filhos a aprender a ler, a escrever e a contar; ajudam a memorizar os poemas, para as festas da escola; querem que eles sejam felizes e bons alunos, para terem um bom futuro!

No entanto, à medida que se vai avançando na idade, parece que esta capacidade de sonhar se

vai diluindo; parece que os filhos deixam de ser sonhados e passam a ser agidos … transportam-se para a escola, para as atividades extracurricu-

lares, alimentam-se, vestem-se, assina-se-lhes os testes,…

A “construção” do filho fica para segundo plano. Já não se FAZ para que seja bom aluno, nem tão pouco se FAZ para que o filho seja feliz! Não se pergunta como correu o dia na escola, não se ave-

rigua se a caderneta tem informações, não se quer saber onde está o filho quando não tem aulas, não se observa uma possível tristeza ou alegria espe-

cial no olhar; os pais dizem-se demasiado ocupados e com muitas preocupações. Mas não seria o filho a principal preocupação e ocupação lógica de um pai?

Que tal construir a motivação do filho para a escola? Basta que os pais se mos-trem realmente interessados nos assuntos escolares e valorizem os mesmos; bas-ta que os próprios pais se interessem por aprender algo novo e que estudem para me-lhorar essa aprendizagem.

Que tal construir melhores valores nos filhos? Basta que os pais deem bons exem-plos de generosidade, justiça, honestidade, respeito e amizade.

Que bom seria ver mais pais a terem mais tempo para sonhar os filhos, sonhar o seu futuro e também o presente; sonhar as suas amizades; o seu percurso escolar, os seus passatempos … preocuparem-se, de facto, com a vida e crescimento do filho e ocuparem-se nesta tarefa de os ajudar a crescer, crescendo com eles.

É que, afinal, os filhos são feitos dos nossos sonhos!

Margarida Ferreira, Psicóloga do ECB

de que sonHos são feitos os nossos fiLHos?

Alexandre Gabriel C. Teixeira 7.º AAna Filipa Serrazina Inácio 7.º ALaura Vicente da Costa 7.º ARita Alexandra Neto Pestana 7.º BBruna Catarina A. Mateus 7.º CJosé António de Sousa Pinho 7.º DAlexandre da Silva Pinho 7.º ELaura Carvalho Gorricha 7.º GFrancisco Rogério Santos 8.º APatrícia Maria P. Rebelo 8.º ACarolina Silva Couto 8.º BAlexandra Lopes Belo 8.º CCristina Isabel A. Rodrigues 8.º CFrancisco Miguel D. Salvaterra 9.º FInês da Cruz do Couto 9.º FCarlos Ferreira Martins 9.º GGeorgeta Munteanu 9.º GCarolina Gonçalves Guerra 10.º ACatarina Colaço Serralheiro 10.º AAna Paula Jorge Cruz 10.º BMaria Ana Bernardo Almeida 10.º BVanessa Agostinho Ferreira 10.º BAlice Coelho Vicente 10.º CBeatriz Ribeiro Norte 10.º CFilipa Alexandra Paulo Lindo 10.º C

José Luís Alexandre Mateus 10.º CMariana da Silva Alves 10.º CPedro Rui Ramalho Constantino 10.º CCinzia Pessi 10.º EDiana Isabel T. Ferreira 10.º ECatarina Henriques Barros 10.º ECristina Isabel S. Vicente 10.º IDavid Agostinho Raimundo 10.º ICarlos Miguel Lureiro Siopa 11.º ACláudia Sofia Coito e Silva 11.º ADaniel José Domingos Guerra 11.º AMónica Sofia Pereira Lourenço 11.º AAndré Almeida Luís 11.º BJoão António Mateus Tiago 11.º BMariana Carvalho S. Baptista 11.º BSofia Filipe Funcheira 11.º BHenrique Sabino Ferreira Roberto 11.º CAlexandra dos Santos Dinis 11.º DNuno Alexandre Coelho Ribeiro 11.º DNuno Miguel Fialho Feliciano 11.º DRui da Silva Lopes 11.º DAna Carolina F. P. S. Pontes 11.º EIndira Alexandra V. Leão 11.º FBernardo João Lourenço Vinagre 11.º GDiana Ferreira Goucha 11.º J

Marisa Lopes Fialho 11.º JCarolina Perista Serrazina 12.º AConstança Inês Almeida Alves 12.º AInês Santos Tinta 12.º AJoaquim Marques V. Ferreira 12.º AJuliana Serrazina Pedro 12.º AMargarida Vanessa M. Silva 12.º AMaria Serrazina Carvalho 12.º AAlexandra Paulo Francisco 12.º APedro Radamanto Rodrigues 12.º BSofia Santos Ramalho 12.º BTiago Costa Mateus 12.º BJoão Filipe Coito Ribeiro 12.º CAndreia Dias Lopes 12.º DJoão Filipe Pereira Rodrigues 12.º EMargarida Costa Serralheiro 12.º EJoão Emanuel Peralta e Tato 12.º FMarisa Ferreira Machado 12.º FTatiana Tomaili 12.º FMariana Raquel M. Santos 12.º GDaniela Tomás Costa 12.º HNuno Filipe M. Carreira 12.º HLuís Miguel M. Vicente 12.ºER

quadro de mÉrito O Toque se Saída felicita todos os alunos que constam do Quadro de Mérito, fazendo votos de que continuem a ter sucesso escolar e que muitos outros alunos se lhes juntem.

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6 ESCOLA VIVA

O CCGS recebeu, no passado dia 15 de dezem-bro, a já habitual Festa de Natal, levada a cabo pelo grupo de Educação Moral e Religiosa Católica, da nossa escola, numa fase indiscutivelmente exaus-tiva do ano, mas, ainda assim, nem por um minuto este evento se revelou desinteressante, sendo de salientar a qualidade dos participantes, nomeada-mente, 7º A, 10º C, 11º A, B, C e J, 12º A e B, os alunos do Ensino Articulado de Música, o Glee Club e a Universidade Sénior da Benedita.

Decerto que foi sentido pela plateia o trabalho trazido a palco pelos organizadores da Festa de Na-tal, contando com uma componente cénica com óti-ma qualidade, aliada a uma igualmente boa mistura de luzes e sons. É de realçar também a excelente atmosfera que os apresentadores criaram durante os “tempos mortos”, com uma disposição ímpar e sempre agradável. Merece ainda destaque a inter-venção dos professores da nossa escola que, em

conjunto com o Diretor Peda-gógico, Dr. Alfredo Lopes, nos presentearam com uma rábula musical.

Temas como o verdadeiro sentido do Natal foram, inú-meras vezes, ao encontro da celebração, sendo que todas as atuações que abordaram esta temática evidenciaram a verdadeira natureza do Natal, destacando que este passa, não pelo consumismo e toda a realidade materialista que lhe é associada, mas pelo verda-deiro sentido espiritual desta época. Homenageou-se, ain-

da, o Dr. Gonçalves Sapinho, através da apresen-tação de um conjunto de momentos fotográficos, acompanhada pela leitura de um texto, que a todos sensibilizou. Toda a fluidez que se fez sentir duran-te a realização do espetáculo sugere que este foi produzido no seio de um clima de colaboração e entreajuda de todos os envolvidos.

Se desde que este espetáculo é feito se tem de-monstrado um ritmo de trabalho alucinante, o evento apresentado este ano foi uma manifestação acres-cida desta energia, conseguindo transportar todos os envolvidos – participantes, plateia e produtores - para um ambiente envolvente, onde apenas existiu espaço para a boa disposição e espírito natalício.

Pedro Constantino 10ºC

A reorganização curricular, já em vigor no pre-sente ano letivo, retirou dos planos de estudo do Ensino Básico, as Áreas Curriculares não Disciplinares de Área de Projeto e de Estu-do Acompanhado. Em parte para responder a esta situação, e para ajudar os alunos, quer nas atividades de pesquisas para trabalhos a apresentar nas várias disciplinas, quer na re-alização de trabalhos de casa, iniciou-se um projeto de dinamização do Centro de Recursos do ECB.

Um dos papéis que hoje compete à Esco-la, ao professor e, por extensão, à Biblioteca Escolar/Centro de Recursos, é o de produzir sentidos com base na informação e no conhe-cimento, construir “pontes de significados” que permitam aos alunos selecionar, organizar e transformar o conhecimento em práticas que lhes possibilitem a intervenção no mundo que os rodeia.

Qualquer que seja a designação por que são referenciados (Bibliotecas, Mediatecas, Centros de Documentação e Informação, Centros de Recursos Educativos), estes espaços constituem-se como recursos básicos do processo educativo, sendo-lhes atribuído papel central em domínios diversos, tais como, a competência leitora; a criação e o de-senvolvimento do prazer de ler e a aquisição de

hábitos de leitura; a capacidade de selecionar in-formação e atuar criticamente perante a quantida-

de e diversidade de fundos e suportes que hoje são postas à disposição de todos; o desenvolvimento de métodos de estudo e de investigação autónoma; o aprofundamento da cultura cívica, científica, tec-nológica e artística.

Pretende-se, assim, contribuir para a melhoria do processo de ensino-aprendizagem, potenciando os recursos que o Centro de Recursos, em articu-

lação com a Biblioteca, disponibiliza aos alunos, no sentido de promover o seu sucesso e desenvolvi-

mento integral.Em termos específicos, pretende-se igual-

mente potenciar as aprendizagens através de recursos variados, em papel, vídeo, online; en-sinar os alunos a saber pesquisar e avaliar a qualidade da informação encontrada; a sinte-tizar ideias, contribuindo também para a ma-nifestação de atitudes éticas em relação à for-ma como utilizam a informação, sabendo, por exemplo, distinguir citação de plágio.

Para que esta iniciativa atinja estes pres-supostos, é também importante o trabalho co-laborativo com os Conselhos de Turma e com os professores em geral, que podem encami-nhar os seus alunos para o Centro de Recursos onde, de 2ª a 5ª feira, em horários diversifica-dos, estará sempre uma equipa de professo-res de diferentes disciplinas, disponível para

proporcionar aos alunos estas valências e para os apoiar nas várias atividades que desenvolvam, quer quando recorrem a este espaço de forma au-tónoma, quer quando encaminhados por professo-res.

Professora Teresa Agostinho

nataL a sorrircampanHa de soLidariedade

Mais uma campanha Natal a Sorrir che-gou ao fim. A generosidade demonstrada pela população da região da Benedita muito tem contribuído para que o Sorriso Amigo possa proporcionar, a várias famílias de alunos, um Natal mais feliz.

Neste Natal, foram contempladas com ca-bazes de alimentos cerca de vinte e seis famí-lias de alunos, sendo muitas mais auxiliadas ao longo do ano.

A nossa gratidão sincera a todos quantos colaboraram de forma direta e voluntária na campanha Natal a Sorrir, e também àqueles que expressaram a sua solidariedade através da entrega de alimentos.

Dirigimos, igualmente, uma palavra de apreço aos supermercados Intermarché e Neomáquina, que, desde o início do Sorriso Amigo, têm facilitado, sem reservas, a possi-bilidade de angariação de alimentos nos seus estabelecimentos.

À Direção do Instituto Nossa Senhora da Encarnação e ao nosso Diretor Pedagógico, Dr. Alfredo Lopes, um grande bem haja, uma vez que nunca nos abandonaram nesta cami-nhada solidária.

A Professora Ana Paula Barosa

assim aconteceu nataL no ecB

uma nova dinÂmica para o centro de recursos

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ESCOLA VIVA 7

Os alunos Bruna Isaque R. Penas, Filipa Vicente Custóias, Carlos Ferrei-ra Martins, João Gil D. Silva, Catarina Castelhano Dias, Ana Margarida M. Lourenço, Maria Ana B. Almeida, Ma-riana da Silva Alves, Vanessa Agos-tinho Ferreira e Patrícia Constanti-no Martins realizaram o Exame Delf Scolaire, no dia 12 maio de 2011, nas Caldas da Rainha, sob a orientação da Alliance Française, obtendo, to-dos, excelentes classificações, o que enche de orgulho o Externato e as professoras de Francês que os prepa-raram. Este exame é elaborado e certificado pelo Ministério da Educação Nacional Francês, confe-rindo aos alunos o grau de proficiência A1 em Lín-gua Francesa, de acordo com o Quadro Europeu de Referência das Línguas. Com este diploma, pretende-se que os alunos disponham de um cur-

rículo pessoal mais vasto e tenham a possibilidade de, no futuro, aceder mais facilmente a escolas ou trabalho em países de expressão francesa ou a empresas que possuam relações comerciais com estes países.

Professoras de Francês

dia da fiLosofiaInstaurado em 2002, pela UNESCO, celebrou-

se, no passado dia 17 de novembro, mais um Dia da Filosofia.

Para assinalar a data, o grupo disciplinar de-safiou os alunos do 11.º ano de Artes, a represen-tarem pictoricamente a sua resposta à questão: O que é para si a filosofia?

Todos os alunos responderam ao desafio, pro-porcionando à comunidade escolar a fruição das suas “obras” que foram expostas no átrio da es-cola. O grupo preparou ainda uma aula, em torno da “Alegoria da Caverna”, de Platão, dirigida a todos os alunos e, em especial, aos dos cursos profissionais, já que a filosofia não faz parte dos seus currículos.

A atividade consistiu numa aula livre que foi lecionada no horário da turma J do 11.º ano do curso profissional, sendo aberta à participação de outros alunos que, para o efeito, se inscreve-ram antecipadamente. Os alunos manifestaram-se muito interessados e dialogantes, contribuindo para uma aula inesquecível.

Outra atividade do grupo é a dinamização do blogue http://www.logosecb.blogspot.com/. Aguardamos a sua visita e colaboração.

O grupo de Filosofia

Está maior em número e… em talento!Depois das audições já habituais, foram es-

colhidos mais 6 elementos para integrar o nosso clube. À Alice, Sofia, Fabiana, Ana, Georgeta, Ja-cinta, Catarina e Alexandra, que todos já conhe-cem, juntam-se agora a Carolina Guerra, a Caro-lina Vicente, o Paulo Tinta, a Inês Cruz, a Maysa Marquês e a Maria Ana Almeida. São ao todo 14 elementos com diferentes sonoridades, gostos versáteis e personalidades inspiradoras que pro-metem surpreender com um ano repleto de música e talento.

A primeira atuação do grupo, na Festa de Natal,

no passado dia 15 de dezembro, encheu todos os corações presentes com espírito natalício. De um apelo à solidariedade com o tema “Do they know it’s Christmas?” a uma explosão de alegria com “All I want for Christmas is you”, o grupo arrasou e não deixou ninguém indiferente.

Em preparação já está o primeiro concerto te-mático que nos vai obrigar a recuar no tempo, para nos deliciarmos com êxitos de outrora.

Fiquem a aguardar, vai valer a pena! Gleeji-nhos! Até breve!

Professoras Carmelita Costa e Estela Santana

o gLee veio para ficar

stand-up Levanta-te contra a poBreZa

No passado dia 17 de outubro, assinalou-se o Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza. Na nossa escola, a atividade foi organizada pelo Grupo de Geografia.

O ECB levantou-se contra a pobreza às 9:40h e, de seguida, durante o intervalo de vinte minu-tos, no pátio, alunos e professores envolveram-se nesta atividade, com mensagens e canções contra a pobreza mundial, de forma a sensibilizar toda a escola para que a solidariedade não seja esquecida. Aproveitando a data, foram muitos os alunos que doaram alimentos à associação Sor-riso Amigo e que, com este gesto, ajudaram pes-soas que vivem com muitas dificuldades.

Todos nós devemos ajudar. Foi esta a mensa-gem que alunos e professores do ECB quiseram transmitir ao levantarem-se contra a pobreza.

Indira Leão, 11ºF

aLunos do externato BriLHam no exame deLf scoLaire

Com o início do novo ano letivo (2011/2012), procedeu-se também ao lançamento do Anuário relativo ao ano letivo anterior (2010/2011).

Num auditório repleto, coube ao Coordenador do Projeto fazer a sua apresentação, destacando o facto de ser, pela primeira vez, editado em for-mato digital (DVD), o que torna esta edição mais rica, em termos de fotos e acontecimentos, mas também mais económica (2,5 euros).

O Anuário, a exemplo de anos anteriores, tem

um prefácio do Diretor, Dr. Alfredo Lopes e mos-tra a organização da escola: turmas, professo-res, pessoal não docente, atividades, projetos, clubes, os alunos das várias turmas e respetivas atividades, visitas de estudo, etc…

O Anuário 2010/2011, à venda na Biblioteca, mostra uma escola transparente, tal como ela é: com VIDA!

Professor Ricardo Miguel

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8 ESCOLA VIVA

A nível da escola, desenvolveu-se uma campanha eleitoral com uma grande parti-cipação de alunos, envolvendo seis listas candidatas ao ato eleitoral de dia 16 de janeiro. A anteceder as eleições, decorreu ainda um debate com a presença do Depu-tado da Assembleia da República, Dr. Pe-dro Pimpão que explicou o funcionamento da Assembleia e respondeu às questões do público presente. Também nesta ocasião, o Dr. Alfredo Lopes reforçou a importância deste projeto para a formação dos alunos como cidadãos esclarecidos.

As eleições ditaram a vitória da lista F com 113 votos, seguindo-se as listas D com 70, a lista E com 47, a lista C com 33, a lista B com 31 e a lista A com 30, elege-ram os 31 elementos que compuseram a Sessão Escolar.

A Sessão foi realizada no dia 18 no Grande Auditório do Centro Cultural Gon-çalves Sapinho e contou com os eleitos: Alexandra Dinis, Alexandra Viana, Alice Vicente, Ana Pontes, Beatriz Inácio, Be-atriz Norte, Bernardo Subtil, Bruno Silva, Carolina Quitério, Catarina Dias, Catarina Marques, Celine Belo, Cristiana Almei-da, Daniela Roxo, Djirson Monteiro, Filipe Luís, Flávia Silva, Joana Pinho, João Ro-

drigues, Nuno Feliciano, Nuno Ribeiro, Pe-dro Penas, Rafael Santos, Rui Cabrita, Rui Lopes, Rute Correia, Sofia Fialho, Telmo Sousa, Tiago Couto.

Esta sessão foi presidida pela aluna Sofia Fialho, eleita entre todos os mem-bros eleitos das várias listas, seguindo-se o debate das várias medidas apresentadas por cada lista. É de destacar a preparação evidenciada pelos alunos e pelos membros da mesa que conduziram os trabalhos com muita dignidade. Após um breve debate, foram aprovadas três medidas que inte-gram o Projeto de Recomendação que vai ser defendido na Sessão Regional: 1- criar uma página nas diversas redes sociais, di-vidida por sessões (educação, saúde, lazer entre outros que se considerem pertinen-tes) onde um representante do governo ou um deputado responsável por cada sessão possa entrar em contato com os utilizado-res, de modo a conhecer as opiniões dos cidadãos e estreitar a ligação eleitores- eleitos; 2 - criar grupos e páginas nas re-des sociais a nível internacional tendo em vista promover o multiculturalismo e a tro-ca de experiência de modo a encontrarmos soluções.

Professor Ricardo Miguel

parLamento dos jovens

informar para decidirNo âmbito da disciplina de biologia, a turma do

12.ºA, do ECB, decidiu realizar um projeto para sen-sibilizar a população acerca das técnicas de procria-ção medicamente assistida (PMA).

Desde que em 1978 foi noticiado que o obstetra Patrick Steptoc e o biólogo Robert Edwards trouxe-ram ao mundo Louise Brown, o primeiro bebé-pro-veta resultante da técnica de fecundação in vitro, mais de 40 mil bebés nasceram, em todo o mundo, de casais estéreis. Ao mesmo tempo, as técnicas de reprodução assistida experimentaram um forte incremento na maioria dos países desenvolvidos, existindo hoje várias técnicas, sejam elas com re-curso a medicamentos, técnicas laboratoriais de ma-nipulação e seleção de gâmetas e embriões ou com recurso a cirurgia.

A PMA é assim, um conjunto de técnicas que aju-dam o casal a procriar, criando um ambiente propício para que tal aconteça, contornando as causas de in-fertilidade num dos membros do casal ou em ambos. As técnicas consistem na facilitação do encontro dos

gâmetas, promovendo-o fora do corpo materno ou em locais do aparelho reprodutor feminino mesmo hostis para as gâmetas femininas e/ou masculinas, possibilitando a procriação. A lei nº 32/2006 de 26 de julho que regula a utilização das técnicas de pro-criação medicamente assistida determina requisitos no que respeita à organização dos centros de PMA, qualificação do seu pessoal, instalações, equipa-mentos bem como regras e boas práticas clínicas e científicas.

Com a autorização do Diretor Pedagógico do ECB e dos responsáveis pelas devidas instituições, decorreu uma exposição dos trabalhos desenvolvi-dos pelos alunos, de 1 de dezembro a 4 de janeiro de 2012, na Policlínica da Benedita, na Farmácia Al-ves, na Farmácia Nova e no Centro de Saúde da Be-nedita, para que toda a população possa estar mais bem informada sobre um tema que levanta tantas dúvidas.

Constança Alves,12A

o reinado de d. joão i em conto

«Há muitos, mui-tos anos, vivia no reino de Portugal um menino chamado João.» Assim começa mais uma his-tória assinada por Van-da Marques. À primeira vista, poderíamos julgar que se trata de uma es-tória, mas depressa nos enredamos na História, em que a narrativa nos aparece imbuída de toda

a ingenuidade, simplicidade, veracidade como só se vê no olhar de uma criança.

Da leitura das primeiras palavras embarcamos numa viagem de fantasia ao século XIV, a um Portugal em crise, embora a esperança num futuro melhor fosse assegurada pela entroniza-ção de um novo rei, de cognome O de Boa Memória, que não só fundou uma geração de portugueses heróicos, como foi o pai da “Ínclita Geração”, aquela que havia de colocar Portugal na direção das descobertas marítimas.

Como em todos os contos de fadas, também existe uma rai-nha, neste caso, boa, D. Filipa de Lencastre, oriunda do reino de Inglaterra, que educou e preparou os seus filhos para serem capazes de compreender a sua missão e de construírem um projeto para Portugal.

Este livro não nos conta apenas a história do rei D. João I. Com os textos minuciosos a que Vanda Marques nos tem habi-tuado e ilustrações sugestivas (da autoria de Rita Correia), fa-cilmente deparamos com um livro que não é meramente infantil, mas que carrega consigo a capacidade de nos fazer sonhar e até de imaginar um país melhor, sobretudo quando os tempos hodiernos tendem a fazer-nos paralisar.

A leitura deste livro permite aos leitores embarcarem numa viagem pelo tempo, o seu e o do país, mas também, caso se trate de crianças, de aprenderem a história da nossa cultura de forma descontraída e sentida, como as verdadeiras aprendiza-gens o devem ser.

Professor Valter Boita

(continuação da página 1)

2º Lugar para a equipa de voLeiBoL feminino do ecB

A equipa feminina de Voleibol - Juvenis (Desporto Escolar) classificou-se em 2º lugar na 2ª Concentração de Escolas do Oeste que decorreu no pas-sado dia 25 de janeiro, em S. Martinho do Porto. O Toque de Saída felicita a equipa liderada por Adriana Cardoso e constituída por Naíde Fialho, Maria Ladeira, Alice Belo, Márcia Correia (11ºC), Ana Margarida Lourenço e Maria Almeida (10ºB), assim como o seu treinador, professor Miguel Fonseca. Con-tinuamos à espera de bons resultados!

ANO 7 - Nº 17 TOQUE DE SAÍDA

ARTE E CULTURA 9

Claraboia é o segundo roman-ce escrito por José Saramago, o primeiro foi Terra do Pecado, no entanto, permaneceu inédito por vontade do autor, talvez pela cir-cunstância de a editora à qual en-viou o manuscrito para uma even-tual publicação só quarenta anos depois, e quando o escritor já tinha um percurso firme na escrita, se ter dignado responder-lhe e prontifi-car-se a publicá-lo. A mágoa tê-lo-á levado a esquecer este romance escrito aos trinta anos, deixando a decisão de o publicar aos seus herdeiros. Um ano volvido da morte física do autor, surge, finalmente, Claraboia, um romance intenso que se lê de um fôlego.

Claraboia ilumina a vida de seis inquilinos de um prédio, que se cru-zam e articulam ao longo de trin-ta e cinco capítulos. A vida destes inquilinos é como um microcosmos que espelha o macrocosmos da Lisboa salazarista, triste, miserável e baça. O nó central da ação cons-

trói-se a partir dos diálogos entre o sapateiro Silvestre, homem sá-bio, e o seu inquilino Abel, o jovem que recusa compromissos e quer ver a vida por detrás da cortina que a oculta. A ação desenha também o universo feminino e as suas in-quietações, a assunção da sua se-xualidade, a opressão masculina, a ostracização e o medo, temas que nas obras posteriores o autor de-senvolveu.

Como disse Pilar del Río em en-trevista ao Jornal de Letras, “Cla-raboia é um livro fundamental na obra de Saramago, uma ótima por-ta de entrada para a sua literatura”. Olhemos, pois, através da Clara-boia para o universo narrativo sa-ramaguiano que aqui já se vislum-bra e para as referências literárias, principalmente Pessoa e Diderot, e musicais Honegger, Beethoven, Chopin e Donizzetti.

Professora Luísa Rocha

sugestão de Leitura

Foi no pas-sado dia 12 de novembro, pelas 16 horas, que Isabel Guerra Madaleno reu-niu um grupo de amigos no Cen-tro Cultural Gon-çalves Sapinho para apresentar o seu primeiro romance: Os ou-tros somos nós. Natural da Bene-

dita, mas há vários anos a residir na região de Lis-boa, depois do lançamento da sua obra na capital, Isabel Guerra Madaleno decidiu fazê-lo também na sua terra natal.

Para iniciar a apresentação, um dos sobrinhos da autora, Nuno Sardinha, proferiu alguns elogios que se foram ouvindo ao longo de toda a sessão.

Numa sala polivalente repleta, os presentes viaja-ram no tempo à medida que ouvia o Grupo Coral da Universidade Sénior da Benedita entoar duas can-tigas populares: “O regresso”, de António Calvário, e “Moleirinha”, do Cancioneiro Nacional. Logo de seguida, António Vieira da Silva, representante da Edições Vieira da Silva, uma das poucas editoras em Portugal que reconhece o trabalho dos peque-nos escritores, mostrou vontade de continuar a se-guir os trabalhos da autora.

A atração da reunião foi o comentário de Correia da Fonseca (modesto crítico literário que prefere não “ter quaisquer títulos, pois não tem autoridade para isso”) acerca de Os outros somos nós e da personagem principal, Lia. Segundo o crítico, o li-vro explora uma personagem individual que “se dá ao serviço de um bem coletivo”, pelo que deve ser glorificada pelo “combate aos individualismos ás-peros”.

Margarida Madaleno, sobrinha da escritora e autora da ilustração da capa, também deu a sua palavra de encorajamento à tia, explicando a mo-

tivação para a realização do seu pequeno proje-to. Tomou como principal guia o título da obra, Os outros somos nós, e depressa visualizou um misto de “opostos, vivências, reflexos e contrariedades”, o que a levou a dividir a capa em duas partes e a representar Lia em diferentes movimentos.

No fim da sessão, o grupo coral voltou a atuar, desta vez com um tema inédito, “Moinhos”, com-posto por Natália Canário.

Isabel Guerra Madaleno agradeceu o apoio da família e dos amigos, evidenciando a sua paixão pela escrita, não só como escape pessoal, mas também como uma transmissão de ideais ao mun-do. É com a história de Lia e “dos outros que são eles mesmos” que a escritora e poetisa abre a sua carreira e o seu coração ao mostrar que a força de vontade pode vencer todos e quaisquer obstáculos.

Margarida Serralheiro, 12ºE

Lançamento de Livro

Os OuTrOs sOmOs nós, de isaBeL madaLeno

O que motiva uma dezena de pessoas, numa tarde outonal de sábado, quando as condições atmosféricas convidavam a ficar em casa, a deslocar-se até ao Centro Cultu-ral Gonçalves Sapinho para conversar acerca de um romance e de um autor? A estima pelo livro e pela leitura, mas também a generosida-de com que se partilham ideias e se aceitam outras interpretações, tantas vezes diferentes daquelas a que se chegou de forma solitária.

Na semana em que José Saramago com-pletaria 89 anos, reuniu-se o clube de leitores do ECB para trocar ideias sobre o seu derra-deiro romance, Caim. Depois de alguns meses de interrupção, no dia 19 de novembro, reto-maram-se assim os encontros da tertúlia Café Literário.

Não foi consensual a visão que cada um construiu deste último romance de Saramago. Se a mestria da escrita não foi posta em cau-sa, já o assunto abordado mereceu algumas divergências. De um lado, posicionam-se os que questionam o porquê do retomar da abor-dagem bíblica, quase 19 anos após a publi-cação de O Evangelho Segundo Jesus Cristo. Outros consideram não fazer sentido este re-corrente “ajustar de contas” com Deus, vindo de um homem assumidamente ateu. Outros ainda, identificam na obra apenas uma refle-xão em torno do bem e do mal que existe den-tro de cada um de nós, que nos reconhecemos ora em Abel, ora em Caim…

Depois de uma semana de trabalho exigente, durante cerca de hora e meia, a leitura partilhada, as descobertas que se fazem em conjunto, a perspetiva de novo livro (Jerusalém, de Gonçalo M. Tavares) e de novo encontro (20 de março, integrado na Semana Cultural), constituiu-se como autêntica terapia, um readquirir de vontades e de energias para enfrentar um trabalho que se (re)descobre motivador e compensador.

Teresa Agostinho

cafÉ Literárioe ainda saramago…

ANO 7 - Nº 17TOQUE DE SAÍDA

ARTE E CULTURA10

Olá leitores do Toque de Saída! Nesta edição ques-tionámos a professora de história e responsável pela biblioteca do ECB, Maria José Jorge e a alu-na Ana Paula Cruz, do 10.º B, curso de Ciências e Tecnologias, sobre as suas preferências de leitura.

Comecemos então pela professora Maria José Jor-ge.

Qual foi o livro que mais gostou de ler? Porquê?Sou uma leitora com-pulsiva. Assim, quando acabo de ler o último li-vro penso que esse foi o que mais gostei de ler. No entanto, houve

alguns que me marcaram especialmente, por exem-plo, A Cabana de WM. Paul Young, Em busca do Unicórnio de Juan Eslava Galán, As Filhas do Graal de Elisabeth Chadwic, A Catedral do Mar de Ilde-fonso Falcones, A Irmandade do Santo Sudário de Júlia Navarro, Sob um Céu de Mármore Branco de John Shors e tantos outros.

Qual o livro que menos gostou de ler? O livro que menos gostei de ler foi Os Versículos Satânicos, de Salman Rushdie.

Qual é o seu escritor(es) favorito(s)? Os meus escritores favoritos são Eça de Queiroz, Cátherine Clément, Umberto Eco, James Rollins, entre outros.

Qual o livro que gostaria de ter lido, mas nunca teve oportunidade de o fazer?O livro que gostaria muito de ter lido, mas ainda não tive oportunidade é a Bíblia.

Para si, quais são os elementos que deve ter um bom livro?Os elementos que, para mim, devem ter um bom livro são aqueles que nos prendem à narrativa, que nos fazem sonhar, viajar através deles e nos tocam com a sua mensagem.

Qual é o livro que anda a ler neste momento?

Os livros que ando a ler neste momento são A mão de Fátima, de Ildefonso Falcones e o Dom, de Sha-jen Joy Aziz e Demian Lichtenstein.

Vejamos, agora, o que nos disse a Ana Paula Cruz sobre os livros e a lei-tura.

Qual foi o livro que mais gostaste de ler? Porquê?Há muitos livros que gostei de ler, mas exis-te um que recomendo particularmente: Os Maias, de Eça de Quei-

roz, pois considero que esta é a sua obra-prima. É nela que o carácter satírico do escritor é claramen-te notório, bem como a sua capacidade descritiva única, que nos envolve no enredo. As personagens, que são uma personificação dos costumes e vícios do século XIX, evidenciam a crítica (quase carica-tura) de Eça e dão um interesse particular ao livro. Além disso, é nelas que Eça expressa, mais uma vez, a sua mestria na arte da descrição detalha-da e singular. Por outro lado, as figuras de estilo utilizadas, a construção do texto e o vocabulário erudito tornam o ambiente de Os Maias ainda mais agradável.

Qual o livro que menos gostaste de ler? Porquê?O livro que menos gostei de ler foi O Mundo em que vivi de Ilse Losa, porque é um livro com uma his-tória triste e com realidades um pouco incómodas. Ao longo do livro são mencionados vários episódios da vida da protagonista que deixam o leitor forte-mente constrangido, como o falecimento dos seus parentes. No entanto, é de salientar que o livro está muito bem escrito.

Qual é o teu escritor(es) favorito(s)?Há muitos escritores de que gosto. Porém, gos-taria de realçar que há escritores particularmente fantásticos, segundo o meu ponto de vista, como Sophia de Mello Breyner Andresen, pela sua poe-sia incrivelmente contagiante e pela prosa rica em descrições e Eça de Queiroz, pela sua capacidade de nos transportar para os espaços descritos nos

seus livros, semeados de sensações e emoções, pela sua sátira verdadeiramente intrigante e singu-lar, pela sua capacidade de dotar o enredo e as personagens de uma magia que o leitor partilha.

Qual o livro que gostarias de ter lido?Gostaria de ler Os Lusíadas na íntegra, pois é um livro que me cativa bastante, não só por estar es-crito numa linguagem que admiro, que nos fornece informações sobre o passado da Língua Portugue-sa, mas também por evidenciar a gesta dos portu-gueses, a sua ousadia em descortinar os mistérios, em procurar mundos desconhecidos. Além do valor histórico e linguístico, gostaria ainda de referir que a própria construção do texto e as emoções nele presentes são geniais e que as personagens mito-lógicas dão ainda uma magia maior ao enredo.

Para ti, quais são os elementos que deve ter um bom livro?Para mim, um bom livro deve ter um vocabulário adequado ao contexto situacional da ação e das personagens, deve ter uma história cativante, que convide o leitor a deleitar-se com a leitura, permi-tindo-lhe viver o enredo e “interagir” com o espaço e as personagens; deve ser autêntico, isto é, ter um enredo que deixe transparecer o seu carácter único e especial; deve ser o “transporte” para um mundo onde o leitor se sinta sereno e feliz e, sobretudo, deve alumiar-lhe o pensamento com energias posi-tivas, sendo uma luz amiga, que lhe afaga a alma, como se de um sol se tratasse…

Qual é o livro que andas a ler neste momento? Estás a gostar de o ler?Neste momento ando a ler A Volta ao Mundo em 80 dias, de Júlio Verne. Estou a gostar do livro, pois ele mostra-nos o progresso e a evolução dos meios de comunicação no século XIX, bem como a des-crição de vários países do globo. Além disso, tem personagens com personalidades muito próprias, de entre as quais dou especial ênfase à persona-gem principal, cujas atitudes e comportamentos são bastante curiosos e únicos.

Indira Leão, 11º F

entre Livros

O tema da Cidadania coloca-nos hoje, alguns problemas de filosofia política: Que princípios devem orien-tar a organização da sociedade, de forma a estimular a participação dos cidadãos na vida pública? O que se entende por cidadania? E o que é ser cidadão?

Num contexto filosófico, a cidada-nia, entende-se como um “ideal nor-mativo substancial de pertença e par-ticipação numa comunidade política” ou seja, ser cidadão é ser-se membro

pleno e igual na sociedade, com o di-reito e o dever de participar no pro-cesso político, de modo direto ou indi-reto, consoante o tipo de democracia. Numa Democracia representativa como a nossa, o cidadão pode esco-lher livremente os seus representan-tes através do voto. Ao votar exprime a sua preferência política. Defende-mos que os regimes democráticos dependem dos cidadãos, sendo o exercício ativo da cidadania impres-cindível para a sua manutenção. A

que princÍpios devem orientar a sociedade, de forma a potenciar a participação dos cidadãos na vida púBLica?

ANO 7 - Nº 17 TOQUE DE SAÍDA

O LUGAR DA MEMÓRIA 11

Durante o corrente ano estão previstas diver-sas atividades de comemoração dos 50 anos da vinda para a Benedita de um grupo de trabalho, liderado pela doutora Manuela Silva, que iniciou o chamado “desenvolvimento comunitário”.

Todo o enfoque é colocado nesse movimen-to externo esquecendo um pouco o povo desta freguesia paupérrima, mas dono de uma força e vontade férreas. Teremos de recuar alguns anos para termos a noção da força deste povo.

Neste artigo falaremos, essencialmente, da Igreja Paroquial da Benedita (a igreja velha e a igreja nova) e no trabalho e empenho da comu-nidade local.

Em 1856, o então pároco José da Silva (beneditense), preside a uma comissão for-mada por alguns paroquianos para dar início a um projeto a que foi dado o nome de “Obras de acrescimento da igreja”. Nesse mesmo ano iniciaram-se as obras que se prolongaram pelo ano 1857. É interessante saber que o valor des-tas obras foi de 1.294.000 réis e que as madei-ras utilizadas nas mesmas foram cortadas nas matas do Estado com autorização real.

Desde esta intervenção passaram-se 83 anos durante os quais a população da Benedita quase triplicou e a velha igreja deixou de ter capacidade e condições para celebrar, com a devida dignidade, as festas religiosas e as cele-brações do calendário litúrgico.

Assim, em 1941, o pároco da Benedita, pa-dre José Susano Coelho, reuniu alguns homens com influência na terra, mas especialmente apoiado pelo povo, deu início aos trabalhos.

Não podemos esquecer que em 1941, a Eu-ropa estava envolvida na II Guerra Mundial e os tempos eram muito difíceis. As dificuldades e a pobreza eram a realidade do dia a dia, espe-cialmente, nas pequenas aldeias portuguesas. Mesmo assim, as obras da Igreja Velha foram progredindo até o ano de 1951, altura em que foram suspensas pela total falta de capacidade de ajuda do povo beneditense.

É, precisamente, em 30 de Março de 1951 que chega à Benedita o padre Inácio Rodrigues Antunes, homem empreendedor, dinâmico e im-pulsionador da vida social e material da nossa terra, que começa por se pronunciar lamentan-do a precariedade das instalações, ao mesmo tempo que começa a sugerir a construção de uma igreja nova.

Esta sugestão gera uma grande polémica na

freguesia, porque algumas pesso-as estão cansadas de dar dinheiro para as obras da igreja e acham que apenas se devem acabar as da igreja velha sem pensar em fazer uma nova. Outras concordam que o caminho certo é fazer uma nova igreja. Entre discussões, debates e campanhas a favor e contra é con-vocada uma consulta popular para que o povo se possa expressar li-vremente.

É interessante constatar que a esmagadora maioria da população (cerca de 90%) vota a favor de uma igreja nova.

Passados alguns dias “do altar abaixo”, o padre Inácio Antunes

anunciava, perante a estupefação de muitos paroquianos: “Quem quiser acreditar, acredite; quem quiser não acreditar não acredite”…”Mas o que é certo é que a igreja vai ser construída”.

Nesse mesmo ano o arquiteto Licínio Cruz faz o projeto, que é entregue ao construtor Júlio Cismeiro.

Muito bem, a declaração do Padre Inácio ti-nha sido feita, o projeto estava pronto e o cons-trutor contratado. Mas faltava o essencial: o di-nheiro para a obra. E é aqui que entra o espírito de solidariedade e força deste povo benediten-se que une rapidamente toda a comunidade.

Em 17 de agosto realiza-se o primeiro gran-de cortejo de oferendas com o objetivo de co-meçar a angariar fundos e ao qual, o Senhor Cardeal Patriarca de Lisboa, D. Manuel Gonçal-ves, veio assistir.

Este cortejo foi o primeiro de uma série de iniciativas, tais como, jogos, campanhas, da qual destacamos a dos ovos e a das telhas, gru-pos e ranchos que se criam com a finalidade de fazer teatro, dança, etc.

Destes grupos que se organizaram por toda a freguesia, destacamos o da Benedita (centro) e o do Taveiro que aparecem nas fotos.

Finalmente, a 15 de agosto de 1955 o povo reúne-se para a inauguração daquela que, ain-da hoje, é chamada de Igreja Nova.

O custo desta igreja foi de 3.000 contos e, devemos lembrar, que foi construída sem qual-quer auxílio oficial, quer da parte da Igreja, quer da parte do Estado.

Concluindo, foi a força deste povo que per-mitiu e uniu comunitariamente todos sem exce-ção, preparando o terreno para o desenvolvi-mento comunitário que chegaria à Benedita em 1962. Curiosamente, foi também nesse mesmo ano que a igreja velha foi demolida, perdendo a Benedita um património recheado de objetos litúrgicos, sinos, quadros, “santos,” azulejos, ta-lhas douradas, relíquias e, até, o ouro de Nossa Senhora da Encarnação.

Professora Maria José Jorge

a força de um povo

Rancho do Taveiro

Cortejo de agariação de fundos para a construção da Igreja Nova.

saúde e a estabilidade da democracia moderna não dependem apenas da justiça das suas instituições básicas, mas também das qualidades cívicas e atitu-des dos seus cidadãos. Sem cidadãos responsáveis dificilmente as democracias são estáveis e eficazes.

Em democracia são necessárias virtudes cívicas. Entenda-se virtude como a qualidade do caráter que determina a excelência da ação. Assim, as virtudes cívicas seriam as qualidades do carácter que deter-minam as práticas que tornam melhor a vida em so-ciedade.

Um Estado democrático dá aos seus cidadãos a oportunidade de avaliar as práticas governativas através da discussão pública, mas isto implica ques-tionar e saber julgar. Os cidadãos devem, portanto, saber avaliar as atitudes e práticas políticas.

Sendo o regime democrático, um “sistema de go-vernação do povo, pelo povo e para o povo” a prática do debate é imprescindível. Não são os cidadãos que decidem todas as matérias, mas devem estar atentos vigiando a justiça do processo político.

Os gregos não valorizavam a vida privada, mas a maior parte das pessoas que compõem as socie-dades actuais dão uma grande importância à vida privada e acomodam-se, não sentem a necessida-de de lutar/participar/colaborar para o bem coletivo o que enriqueceria posteriormente, a sua vida pri-vada. Assim, não entendem a participação na vida pública como uma obrigação, entregando-a aos seus representantes. Ora, este é um dever básico, como a capacidade de ganhar a vida em vez de estar depen-dente do subsídio de desemprego. O exercício pleno da cidadania funciona como um “motor político” no sentido de saber escolher o bem comum. A democra-cia será tão forte quanto mais conscientes e ativos politicamente forem os cidadãos.

Deste modo, penso ser de grande importância sermos conscientes e cooperantes na sociedade. A democracia é o resultado de uma luta árdua de séculos, por isso temos deveres na sua vitalidade e conservação. A democracia não é só para o povo, é também do povo, o que nos confere o dever de parti-cipar de modo qualificado e responsável.

Ana Lopes, 12E

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12 ESCOLA VIVA

entrevista - dr.ª manueLa siLva“esta crise pode dar um novo rumo ao desenvoLvimento”

O Toque de Saída foi ao encontro da Dr.ª Ma-nuela Silva, sobejamente conhecida pela popula-ção beneditense que ainda tem memória do ano de 1962, em que a Equipa de Estudo e Experimenta-ção de Desenvolvimento Comunitário interveio na Benedita, que se deslocou ao Centro Cultural Gon-çalves Sapinho, no passado dia 14 de janeiro, a fim de participar numa iniciativa do Rotary Club Benedita de assinalação do 50.º aniversário da experiência do Desen-volvimento Comunitário na Benedita.

Maria Manuela da Silva, nascida em 1932, em Cascais, é licenciada em Economia pelo Instituto Superior de Economia e Gestão, da Universidade Técnica de Lisboa. Iniciou a sua vida profissional com o projeto de investi-gação sobre a estrutura dos salários na indústria portuguesa, o qual lhe permitiu ingressar no Ministério das Corporações, nos Serviços de Ação Social, desempenhando aí a tarefa de defender as condições de trabalho das mulheres e organizá-las, constituin-do secções femininas nos sindicatos. Promoveu a promulgação das leis la-borais de proteção das mulheres e da maternidade.

Em 1961, frequentou, em Paris, um curso de Desenvolvimento Comu-nitário. Regressada a Portugal, criou uma equipa de estudo e experimen-tação de novas técnicas de desenvol-vimento comunitário. Após a criação desta equipa (que integrava técnicos de vários ministérios), tornou possível a experiência de desenvolvimento co-munitário que incentivou o progresso de localidades como a Benedita. Criou também um serviço de promoção social comunitá-ria, no Instituto de Apoio à Família, do Ministério da Saúde, que dirigiu até 1970 em simultâneo com a direção do Gabinete de Estudos Sociais no mesmo Ministério.

Desde o ano de 1970 até ao ano de 1993, foi professora convidada no Instituto Superior de Eco-nomia e Gestão, com uma interrupção em que as-sumiu o cargo de Secretária de Estado para o Pla-neamento, no I Governo Constitucional. Presidiu ao Instituto de Tecnologia Educativa (responsável pela telescola), entre 1974 e 1975. Lecionou no Instituto Superior de Economia e Sociologia, em Évora, en-tre 1970 e 1974.

Autora de várias obras no domínio da economia e das questões sociais, dirigiu ainda a Revista de Estudos de Economia do ISEG.

Presidiu ao Movimento Internacional dos Inte-lectuais Católicos (1983-87) e à Comissão Nacional Justiça e Paz (2005-08).

Atualmente, é presidente da Fundação Betânia, vogal do Conselho Geral da Universidade Técnica de Lisboa e vogal do Conselho Geral do Montepio.

É agraciada com a Grã Cruz do Infante Dom Henrique.

Apresente-nos o contexto em que lhe surgiu a temática do desenvolvimento comunitário.

A experiência de desenvolvimento comunitário foi inspirada no curso que frequentei em Paris, no ano de 1960. Assim que regressei a Portugal, jul-gava trazer um conjunto de conhecimentos nessa área que seria, no nosso país, bastante inovador. Em Paris, além de ter adquirido conhecimentos so-bre desenvolvimento comunitário, contactei com

experiências que haviam sido realizadas em alguns países de África e da América Latina. Sabendo que a realidade portuguesa era significativamente dife-rente da desses países, não esmoreceu o desejo que tinha em empreender atividades nesse âmbito. Por estas razões, em 1962 constituí uma equipa pluridisciplinar, que reunia técnicos cedidos por diferentes serviços do Estado, que chegaram até mim devido à confiança que sentiram neste projeto. Destaco que o país vivia numa ditadura, apesar de se fazerem sentir ventos de mudança.

Como explica o seu interesse pelos estudos em desenvolvimento comunitário?

Sempre fui uma pessoa motivada pela fé e pelo empenhamento em movimentos cristãos no sentido de poder contribuir para o bem público. No começo dos anos 1960, existia uma consciência por par-te de alguns intelectuais de que o país era sub-desenvolvido, relativamente à Europa, e julgavam ser necessário contribuir para o desenvolvimento do país. Por outro lado, esse meu interesse deveu-se também à minha formação católica através do Movimento de Ação Católica, a Juventude Univer-sitária Católica.

Ter ingressado no Gabinete de Estudos Corpo-rativos, presidido pelo Professor Pires Cardoso, permitiu-me colaborar na revista deste Gabinete,

por onde passavam temáticas que, sem porem em causa o regime, nos abriam novos horizontes de mudança. Aí aprendi a interessar-me pelas ques-tões sociais.

Lembrei-me agora de um episódio caricato. Fui a aluna melhor classificada do meu curso, o que me teria permitido enveredar pelo ensino universitário.

Contudo, o professor da cadeira de Eco-nomia não me escolheu como assistente, com o argumento de que, devido ao facto de ser mulher, não seria capaz de impor disciplina.

Como é que a experiência comunitá-ria surgiu na Benedita? Ou melhor, que critérios levaram à seleção da Benedita como localidade-piloto para a Equipa de Estudo e Experimentação de Desen-volvimento Comunitário intervir?

Isso deveu-se ao facto de termos co-nhecimento de um estudo que foi feito so-bre a zona oeste da serra dos Candeeiros, bem como ao contacto com a dissertação da socióloga, Maria Susana Gaspar de Almeida, intitulada A condição da mulher numa paróquia rural de Portugal – Benedi-ta, o que nos foi muito útil. Deveu-se ain-da ao meu relacionamento com o Cónego Serrazina que, tal como eu, pertencia ao movimento de Ação Católica, e que de-sempenhou na perfeição o papel de inter-mediário com a população, devido ao seu carisma e espírito de liderança. Foi tam-bém importante o conhecimento que tive-mos do espírito colaborativo da população beneditense, que se tornou bem visível na construção da nova igreja. Finalmente, ti-vemos ainda conhecimento da existência de atividade artesanal, que também pesou na nossa escolha.

A nossa equipa não interveio apenas na Benedi-ta, nós escolhemos também o Bárrio, no concelho de Alcobaça, por ser, então, uma zona exclusiva-mente rural.

Diga-nos quais eram os principais objetivos da experiência de desenvolvimento comunitário operada na Benedita e qual o seu grau de con-secução.

Tratava-se de uma experiência com os seguin-tes objetivos: promover o desenvolvimento local com a participação das pessoas da terra; procurar saber em que medida a técnica do desenvolvimen-to comunitário poderia ser transposta para Portugal (objetivo de cariz mais teórico ou investigativo) e adquirir conhecimentos para generalizar a experi-ência a outras zonas do país. Os objetivos foram notoriamente cumpridos.

Em que medida o Externato Cooperativo da Benedita é um reflexo dessa experiência e, con-comitantemente, serviu de motor de continuida-de do desenvolvimento?

Foi muito importante. A metodologia utilizada por nós consistia em auscultar as necessidades da população e procurar dar resposta a essas mesmas necessidades. Então, observou-se, por exemplo, que as crianças que prosseguiam estudos além da quarta classe, estudavam fora, tinham de se des-

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locar para Alcobaça, Rio Maior ou até Leiria. Perante esta necessidade, a equipa ajudou a conceber um proje-to que a suprisse. O papel da nossa equipa consistia em despertar a cons-ciência da população acerca das suas necessidades e dos seus recursos, de modo a promover um desenvolvimen-to económico, social e cultural.

A população queria um liceu, mas à equipa sempre pareceu ser mais interessante apostar-se num ensino técnico-profissional. De facto, houve grande interesse e empenhamento por parte da população em criar um externato e a correspondente coope-rativa.

Em que projetos é que está atu-almente envolvida?

Tenho um projeto ligado à Funda-ção Betânia de que sou fundadora e presidente. A Fundação Betânia pre-tende promover uma espiritualidade que valoriza a relação da pessoa con-sigo mesma, com os outros, com a na-tureza e com o transcendente.

Coordeno o Grupo “Economia e Sociedade” no âmbito da Comissão Nacional Justiça e Paz e também in-tegro uma rede de investigadores e professores, designada “Economia com futuro”. Num e noutro caso, pro-curo estar atenta a questões inerentes à erradicação da pobreza, à correção das desigualdades, ao favorável de-senvolvimento humano sustentável, defendendo uma economia que não se deixe dominar pelo lucro, mas que regresse às suas raízes, ou seja, uma economia ao serviço das pessoas e do desenvolvimento dos povos.

Convido-vos a visitar os blogues Areia dos dias (http://areiadosdias.blogspot.com/) e Ouvido do Vento (ht tp: / /ouvidovento.blogspot.com/), onde encontrarão as ideias e projetos que me preenchem neste momento.

Quando a sua equipa chegou há 50 anos à Benedita, ter-se-á con-frontado com uma terra diferente da que é hoje, em que as pessoas viviam de forma bem mais modes-ta. Contudo, volvidos 50 anos, de-pois da população beneditense ter disfrutado da experiência de desen-volvimento comunitário, eis que os sinais de crise parecem ter-nos tro-cado as voltas.

A presente crise não é só finan-ceira, afeta a economia, a vida social das pessoas e organizações e tem um caráter sistémico. Contudo, esta crise pode dar um novo rumo ao desenvol-vimento.

Entrevista realizada pelos professores

Clara Peralta, Conceição Raimundo e

Valter Boita

Num período de crise, como o que hoje vivemos, é demasiado fácil esquecer tudo o que foi conseguido e o significado dos progressos alcançados. Na come-moração dos cinquenta anos do início da experiência de desenvolvimento comunitário da Benedita, convém recordar e contextualizar as profundas mudanças que ocorreram nesse período e alteraram para sempre a vida na Benedita.

No início dos anos sessenta, Portugal era um país aonde co-meçavam a surgir modestos sinais de desenvolvi-mento e algumas “janelas” se iam abrindo para o progresso.

A b a n d o n a d o o modelo agrário, o regime dava si-nais de abertura. Foram os fundos do Plano Marshall, de que também Portugal beneficiou, os Planos de Fo-mento, a entrada na EFTA, a saída de estudantes para universidades europeias, os movimentos progressistas católicos, a intensificação da industrialização ao redor de Lisboa e Porto e o êxodo rural, entre outros fatores.

Por essa altura (e por motivos estranhos a Por-tugal, como as independências que se seguiram à II Guerra Mundial), afirmava-se um movimento da Ci-ência Económica orientado para a compreensão dos processos de Desenvolvimento. Surgiam expressões como subdesenvolvimento e crescimento dualista, tro-ca desigual, etc., que fizeram percurso e dominaram várias escolas de pensamento económico. Crescia a Teoria dos Polos de Desenvolvimento. É, aliás, nestas teorias que longinquamente radicam as atuais teses pós-modernas do desenvolvimento autocentrado.

Estas preocupações, conquanto mundiais, também encontravam campo de análise em Portugal. O país estava em crescimento. No entanto, esse processo era lento e desigual. Num país dominantemente rural e ile-trado, anquilosado, surge a vontade de experimentar os modelos que a teoria propunha. Apoiado nos traba-lhos da Prof.ª Maria Manuela Silva e na recente Equipa de Desenvolvimento Comunitário, dá-se início à expe-riência na Benedita.

Esta experiência segue ao pé da letra o modelo te-órico. Primeiro, as técnicas de ação social empenham-se na deteção das necessidades reais da população, através de inquéritos dirigidos às mulheres, mães de família, cientes dos anseios sociais e da realidade eco-nómica. Identificam-se os líderes locais que se incluem no projeto, explicando os seus objetivos (Pároco, Re-gedor, Presidente da Junta de Freguesia, as elites); segue-se a conquista do espaço público (os homens) e a identificação dos líderes informais, influenciadores da opinião pública; a relação entre os líderes formais e informais é crucial, daí a importância da frequência da igreja e das associações já existentes.

De seguida, a equipa multidisciplinar (médicos,

economistas, técnicos agrários, …) pode comunicar através de assembleias abertas e formar comissões locais que se responsabilizam pela sua área de atu-ação. O projeto baseia-se na organização e dinâmica local, na correta identificação das necessidades (so-ciais, culturais, económicas, de acessos,…), no apoio técnico e de gestão, na definição e ampliação de esca-

las dos processos de trabalho, na formação de mão-de-obra. Muito pouco na injeção direta de capital, daí a ideia do as-sociativismo, que potencia o capi-tal existente, mas disperso e, con-sequen temen te , sem escala. De-pois, a dinâmica está iniciada e os automatismos de crescimento co-

meçam a funcionar.Finalmente, e determinante, o aspeto psicológico.

É imprescindível que a população tenha vontade de mudar e acredite nas suas capacidades. Terá sido este o aspeto que determinou o sucesso da experiência. É extraordinário e comovente o relato dos esforços cole-tivos para a construção da igreja nova. Muito polémica, ao tempo, mas reveladora do espírito determinado e cooperativo da população. E da liderança de dois pá-rocos sucessivos. Provavelmente, se não tivesse exis-tido o movimento de construção da igreja, a população não teria consciência do poder que a concorrência do esforço de todos poderia alcançar e não teria acredi-tado que podia mudar de forma radical o seu estilo de vida. Podemos considerar, assim, que a experiência resultou porque o terreno para o projeto foi bem es-colhido.

Foram muitas as conquistas. A indústria, a expor-tação, a agropecuária, o Externato e a escolarização generalizada (especialmente das mulheres), a saúde pública e assistência materno-infantil, as vias de co-municação, o desenvolvimento do comércio e das as-sociações culturais, a abertura de bancos, o corpo de bombeiros, entre muitas outras. A maioria delas, com base associativa e cooperativa.

Hoje, muitos anos passados, a Benedita não é mais um campo de experiência. Os esforços de todos saí-ram vitoriosos. Completamente integrada no todo na-cional, os seus produtos vendem-se por todo o mundo, os jovens encontram-se nas escolas e empresas mais prestigiadas, tem um lugar no desenvolvimento portu-guês e pode continuar a contar com as sementes então lançadas para vencer os desafios que hoje e sempre se lhe colocam.

Professora Mª Conceição Raimundo

os 50 anos da experiência de desenvoLvimento

comunitário da Benedita

Fotografia da época do atual largo José Damasceno Campos

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Bom dia, dr. sapinHo!

Era, então, meu professor de matemática e por-tuguês e exercia duma forma espantosa, não avan-çando nas matérias sem que fossem completamen-te esclarecidas, resultando dispensa de exame para todos, por exemplo em matemática em que tive 19 valores e nenhum colega precisou de prova oral. Não só na educação, mas também na cultura sob todas as suas formas, no desporto, na música, nas artes e até no lazer, o Dr. Sapinho estava sempre um passo à frente. Enquanto aluno, fui dois anos um dos organizadores da festa de finalistas, com teatros e outros espetáculos no salão paroquial, lo-cal onde hoje está o Centro Cultural, sempre com total liberdade, mesmo quando realizámos um baile de finalistas em plena quaresma, coisa impensável à época na Benedita. O Dr. Sapinho foi sempre um diretor omnipresente, com autoridade inquestioná-vel, perante professores e alunos, respeitado, exi-gente e rigoroso, mas era também o primeiro ami-go, no apoio e incentivo eloquente para todos, pese o receio quando se era chamado ao seu gabinete.

Mais tarde, membro da direção da escola e ain-da com o Dr. Sapinho como diretor pedagógico do externato, pude constatar, durante anos, nas reuni-ões semanais, a sua competência, o seu dinamis-mo, o seu empenhamento, o seu inconformismo, a inovação permanente que nos arrastava, como ele próprio dizia, o seu desassossego, sempre atento a novas oportunidades e aos canais do Estado a que recorrer. Para mim, que o acompanhei em múl-tiplas atividades, no topo da marca de excelência da vida deste homem estará sempre o seu papel no

Externato Cooperativo da Benedita, grande impul-sionador da cultura e do desenvolvimento de toda uma região.

O Dr. Sapinho, em 1995, a meu convite, foi pre-sidente da Assembleia Geral do Beneditense, então na 2.ª divisão nacional, mantendo-se nesse cargo nos meus mandatos e do senhor José Afonso Ma-chado, até 2003. Foi igualmente um dos fundado-res e provedor da Santa Casa da Misericórdia da Benedita e teve o seu nome ligado a outras institui-ções locais e até empresas, como a Fapocal, que chegou a gerir.

Politicamente, o Dr. Sapinho fez a sua estreia como deputado na 1ª Assembleia da República pós 25 de Abril, dita constituinte, nas listas do então PPD, entremeando, no percurso, uma breve passa-gem pelo movimento ASDI.

Relevo também para o seu papel na fundação da Associação Nacional de Freguesias, cuja primei-ra sede foi na Benedita.

Foi presidente da Assembleia de Freguesia da Benedita nos anos 80, tempo do senhor Rui Coe-lho na Câmara, período difícil em que demonstrou muita coragem solidária com o senhor Avelino Ho-nório da Silva e sua Junta, perante ameaças físicas do então “movimento de bandeiras negras”, que se opunha à instalação da praça, ao sábado, nas atuais instalações e ao encerramento da praça, ao domingo, em terrenos da igreja, movimento que arrastaria a praça que virou feira, para Santana, até hoje. Em 1993 concorreria à Assembleia Mu-nicipal com sucesso, mas perderíamos a Câmara e, eu próprio, a Junta de Freguesia da Benedita, na última derrota do PSD, até hoje, no concelho e na freguesia. Finalmente, em 1997, o Dr. José Gonçalves Sapinho e a sua equipa ganharam a Câmara Municipal e a Assembleia Municipal com maioria absoluta, vindo a consolidar e aumentar essa maioria por vontade expressa do povo de Al-cobaça. Tendo o privilégio de me ter considerado sempre seu amigo, confidente e homem de con-fiança, a seu convite acompanhei-o nos 12 anos na Assembleia Municipal, onde me viria a nomear líder de bancada do PSD. Também da nossa bancada, e por escolha sua no terceiro mandato, o meu ami-

go e companheiro com maior afinidade, Dr. Paulo Inácio, assumiu a presidência da Assembleia Muni-cipal, cargo que o levaria à sucessão do Dr. Sapi-nho na Câmara. Não estivemos sempre de acordo, algumas vezes na forma, outras mesmo no conte-údo, mas, globalmente, a sua marca e o seu cunho pessoal, com pouquíssimas influências de amigos ou apoiantes, timbre de quem pensa por cabeça própria, agradou ao povo do concelho, como confir-mam as suas três grandes vitórias eleitorais. O Dr. Sapinho gostava de algum protagonismo, que se lhe reconhecessem os méritos, não sendo sua vir-tude a modéstia ou humildade e terá, obviamente, como todos os mortais, cometido erros, mas isso só sucedeu pela grande obra que deixou, sobejamen-te conhecida. Só mesmo os que nada fazem ficam isentos do erro.

O Dr. José Gonçalves Sapinho, depois de assu-mir a presidência da Câmara, deixou de ser diretor pedagógico, mas manteve-se sempre nos órgãos sociais do Externato Cooperativo da Benedita, sen-do presidente da Assembleia Geral e, ultimamente, era presidente do Conselho Fiscal, pela rotativida-de obrigatória. Nunca deixou de acompanhar os problemas da escola e, ainda recentemente, nos acompanhou duas vezes à Assembleia da Repú-blica, com intervenções perante todos os partidos, perante a Comissão de Educação e Ciência da As-sembleia e, ainda, noutra visita ao Conselho Nacio-nal da Educação, tudo a propósito da sobrevivência do Externato perante os cortes agora anunciados.

A Benedita muito ficou a dever a este beirão que estudou no seminário, fez o serviço militar e veio para esta terra, onde deixou indelevelmente marcada a sua passagem, promovendo a cultura, o desenvolvimento e uma considerável melhoria na qualidade de vida da região. Por tudo isso, merece a nossa homenagem este grande homem que dedi-cou parte da sua vida à educação da nossa juven-tude, tornando a nossa escola na grande referência que é hoje.

Bem haja, Dr. Sapinho...

Pedro Mateus Guerra, membro da direção do INSE

Hoje em dia, o caráter ro-mântico e sentimental da ju-ventude está muito aquém do esperado. Os jovens já não têm o cuidado de ser amoro-sos e gentis, como manda a tradição, e os seus piropos equivalem a uma espécie de abreviaturas.

Devido ao avanço da so-ciedade e, na minha opinião, ao avanço da educação da mulher e à sua igualdade pe-rante o homem, os rapazes ficam um pouco acanhados e, às vezes, por muito que quei-ram dizer, nada sai. É certo

que existem os mais deste-midos e corajosos, que não têm "papas na língua". Eles soltam piropos com força. No

entanto, como esses são nor-malmente os menos instruí-dos, as suas expressões são pobres e, por vezes, rudes e

agressivas. A salvação da ju-ventude reside naqueles que sabem o que dizer às rapa-rigas e como dizer; que não são envergonhados e têm um discurso inteligente. Esses moços são os que deveriam servir de exemplo aos outros.

O avanço tecnológico tam-bém contribuiu, a meu ver, para uma diminuição da origi-nalidade e da criatividade dos rapazes, visto que grande parte deles vai à Internet bus-car frases feitas. Esses são, infalivelmente, mal sucedidos e, não raras vezes, gozados.

Há também os que mandam piropos pela Internet. Será que ainda não perceberam que isso, além de ineficaz, não é correto?! As “coisas” são para se dizer na cara.

É por tudo isto que os nossos jovens estão mais ar-rogantes perante a mocidade feminina que, hoje em dia, também não dá tréguas…

José Mateus, 10º C

as paLavras de amor são ridÍcuLas?

(continuação da página 1)

ANO 7 - Nº 17 TOQUE DE SAÍDA

OLHAR CIRCUNDANTE 15

Quando terminei o mestrado, à semelhança de muitos jovens da minha idade, comecei a enviar currículos e a responder a todas as propostas de emprego que surgiam. Não foi tarefa fácil, mas eis que chega uma notícia que foi uma verda-deira surpresa. A resposta veio do outro lado do mundo! Fiz as malas e aí vou eu rumo a Timor, para ocupar o lugar a que me tinha candidatado de Assessora Jurídica da Universidade Nacional de Timor Lorosa’e.

É verdade, estou em Timor! Aquele país dis-tante que tantas memórias e recordações traz aos portugueses. Longe, muito longe, a 13 mil km de Portugal, dois dias de viagem e com uma diferença de 8 horas.

Timor é o país das pequenas maravilhas … pes-soas afáveis, bom tempo, bonitas paisagens, praias paradisíacas, barreiras de corais fantásticas, … É um excelente local para quem gosta de apreciar a paisagem e explorar as maravilhas que o mar ofe-rece. Fazer snorkeling, por exemplo, é uma expe-riência fenomenal: vi corais lindíssimos, peixes e estrelas-do-mar de todas as cores e feitios, cardu-mes de “nemos e amigos” a desafiar toda a nossa imaginação! Os estrangeiros, a quem os timoren-ses chamam “malays”, deliciam-se com estas novas experiências e ficam extasiados com todas estas maravilhas!

A cultura timorense, para além da sua matriz local, foi ao longo da sua história sofrendo influ-ências variadas, daí que seja um misto de cultura asiática, europeia e alguns traços de cultura afri-cana, facto que a torna tão especial e sui generis. Para uma portuguesa como eu, o primeiro impacto é de uma realidade nova, porém, à medida que nos

vamos integrando e quando começamos a prestar atenção, verificamos que muitos hábitos nos são comuns … É claro que a realidade do dia a dia é

bastante diferente das nossas vivências em Portu-gal. Algumas carências quotidianas em Díli, como a falta de alguns bens que nos habituámos a consi-derar importantes, energia elétrica sem cortes e ou-tros, continuam a marcar as vivências diárias. Para quem chega, sobretudo para os mais jovens, es-tas carências parecem estranhas, habituados que estamos ao saneamento básico, à energia elétrica 24horas por dia, aos transportes públicos, à inter-net rápida, aos centros comerciais, cinemas e lojas. Mas, apesar destas dificuldades, rapidamente nos damos conta também que Timor nos oferece novas vivências e experiências gratificantes. O primeiro centro comercial, o Timor Plaza, foi inaugurado em Díli, em outubro passado com grande pompa e cir-cunstância. No final do mês de novembro, a cidade encheu-se de festa e fogo de artifício pela inaugu-ração dos geradores novos, para acabar com as de-sagradáveis falhas de luz na cidade…

Timor é um país em crescimento. Com apenas

10 anos, é o mais jovem país do mundo e está a começar a (re)construir a sua identidade, (re) edifi-cando cidades, criando as suas próprias instituições

e órgãos de segurança pública, etc. A criação de escolas, hospitais, zonas habitacionais, forças de segurança e saneamento básico, fazem par-te de um conjunto de realidades em construção.

Para mim, a experiência de trabalho em Ti-mor tem sido bastante interessante e, acima de tudo, bastante gratificante. O primeiro impacto não foi fácil … mas, felizmente, adaptei-me mui-to bem. Os timorenses têm um carinho espe-cial pelos portugueses e as pessoas com quem trabalho são fantásticas e receberam-me muito bem. Estou a trabalhar na área da minha for-

mação, o que é para mim também muito aliciante. Muita coisa está ainda por fazer, mas com determi-nação e empenho, Timor vai-se construindo.

Apesar da distância, é um belo país para traba-lhar e visitar. Costumo dizer que em Timor temos de ter mente aberta e espírito de aventura … São constantes os desafios com que nos deparamos e comummente são postas em causa muitas verda-des que julgávamos inquestionáveis. Timor é uma lição de vida, especialmente para os mais jovens.

Venham visitar Timor! Aqui vos espero!

Lúcia Henriques, ex-aluna

CRónICa de TIMOR

as aventuras de uma portuguesa em timor Lorosa’e

Toda a minha vida se poderia assemelhar a uma rampa bem inclinada. E como sabem...porque to-dos vocês já experimentaram um dia subir rampas com a vossa bicicleta, não é tarefa fácil...exige es-forço, dedicação, suor, luta e algumas lágrimas. A

única diferença entre mim e vocês é que eu preciso sempre da minha “bicicleta”. Não posso parar para um pequeno descanso. Conto com a família e os amigos para palavras de força e apoio moral, mas a força maior tem de vir de mim mesmo. Sei disso, e gosto. E quando surgem pequenas ou grandes pe-dras que rolam pela rampa e me atrapalham, tenho de enfrentar os solavancos e deixá-las para trás. Às vezes, mesmo que não esteja ainda no topo da rampa, consigo ter uma vista magnífica de tudo aquilo que já subi. E sinto orgulho.

Mãos, mais do que simples mãos! Mãos que tocam as rodas, que me levam pela vida!Mãos calejadas, mãos sofridas! Mãos amadas, mãos necessárias!Luta, Glória, tudo isso quero ganhar! Sinto suor, sinto dor! Nada que me faça parar!Mãos que nunca se rendem, que levantam para o céu a gritar!Mãos que me fazem tocar o céu, como se realmen-te pudesse voar!Mãos que agradecem por poder respirar!

João Matias, ex-aluno

www.joaomatias.pt.to

a vida É como uma rampa Bem incLinada

TUDO O QUE SOU…

Sou estúpido, sou alegre,Falso, realista, Triste, egoísta,Bom, É claro que sou tudo isto, Sou pessoa!Também sou calmo,Distante, perigoso,Rebelde,E todos dizem:- Aquele mente!Claro que minto, Sou gente!Ignorante também sou,Polémico, desconfiado,Até mesmo tarado, Apontam e dizem:- Tem grande personalidade!Claro que tenho,Faço parte da Humanidade!Sou sincero, descuidado,Severo, encantado,Sou um misto de homem e mulher,Sou esquecido,Sou muito bom,Mas muitos dizem:- Quando se chateia…Manda tudo para o maneta!Claro, minha gente,Afinal, faço parte deste planeta!

Rafael Santos, 8º C

ANO 7 - Nº 17TOQUE DE SAÍDA

CIÊNCIA, TECNOLOGIA E AMBIENTE16

aLunos do ecB vencem concurso V Mostra nacional de Ciência - Jovens Cientistas e Investigadores

“A Amanita e os seus Amiguinhos” foi o título do conto com que três alu-

nos da turma 11.º A do ECB participa-ram na V Mostra Nacional de Ciência

- Jovens Cientistas e Investigadores, no Museu da Eletricidade em Lisboa, e que lhes permitiu ganharem uma menção honrosa na área das ciências sociais.

Margarida Silva, Maria Carvalho e Rúben Nogueira, os alunos responsá-veis pelo projeto, criaram um conto infantil, fantoches para a sua repre-sentação e um vídeo, utilizando as ilustrações realizadas pelos alunos do Jardim de Infância da Benedita, onde apresentaram esta história.

“Foi um trabalho que nos deu bas-tante prazer realizar e uma experiên-cia única”, conta Margarida Silva que, juntamente com os seus colegas, recebeu uma diciopédia e algumas lembranças como prémio. Na obra, os

alunos criaram a história com o intuito de ensinar aos mais novos a impor-tância da floresta e da sua proteção. Orientados pela sua professora de Biologia e Geologia, Paula Castelha-no, que recordou “a importância do ensino com base em projetos”, consi-derando-os uma mais-valia para o fu-turo dos jovens alunos. Neste concur-so, decorrido entre 26 e 28 de maio, participaram 600 alunos, tendo sido expostos 103 trabalhos submetidos à avaliação de vários júris. Quanto às menções honrosas, foram entregues 15 nas várias áreas em que se inse-riam os projetos.

Carolina Serrazina, 12ºA

Os alunos das turmas 8.º B, 8.º D, 8.º G,11.º B e 11.º C, du-rante o mês de janeiro, fizeram o levantamento de dados ambien-tais para caracterização da faixa litoral correspondente às praias da Gralha e São Martinho do Por-to no âmbito do projeto europeu coastwatch.

Numa das saídas coastwatch foram encontradas, na praia da Gralha, 21 tordas mergulheiras adultas mortas. As aves foram re-colhidas pela Câmara Municipal de Alcobaça, das quais uma irá para o Museu de História Natural para constituir acervo e as restan-tes para análise, uma vez que as aves estavam bem nutridas e não apresentavam lesões macroscó-picas.

Para além da monitorização do litoral, os alunos tiveram opor-tunidade de colaborar com investi-gadores do projeto científico POI-ZON “Microplásticos e poluentes persistentes – uma dupla amea-ça à vida do mar”, na recolha de areias para posterior análise na Faculdade de Ciências e Tecnolo-gias da Universidade Nova.

Pretendemos com este projeto alertar os nossos alunos para os problemas ambientais das regi-ões costeiras, e, para a urgência da sua proteção.

Nome científico: Alca torda

Reino: AnimaliaFilo: ChordataClasse: AvesOrdem: CiconiiformesFamília: LaridaeGénero: AlcaEspécie: A. torda

Distribuição:Pode ser encontrada por toda

a área geográfica do Atlântico Norte, preferindo no entanto as ilhas rochosas isoladas.

Encontra-se em toda a costa ocidental de Portugal, já que aqui vem frequentemente passar o in-verno. Sendo comuns as observa-ções desta espécie em todo o lito-ral português, é a norte do Cabo Carvoeiro que a sua presença é mais efetiva. A sua observação é rara durante os meses mais quen-tes, em que se dirige mais para norte, regressando quando as temperaturas começam a baixar, por volta do mês de novembro.

Grupo disciplinar de Biologia

coastWatcHO concurso DNA day 2011, orga-

nizado pela Sociedade Europeia de Genética Humana (ESHG), propunha a elaboração de um ensaio acerca de um de dois temas, associados à ge-nética. Participaram estudantes de 12 países europeus, que apresentaram 130 ensaios. A Carolina Serrazina, aluna do ECB, elaborou um ensaio que apresentou a concurso, ainda no 11º ano, no âmbito da disciplina de Biologia e Geologia.

A avaliação foi feita no passado

mês de junho e envolveu os Comités de Educação das Sociedades Nacio-nais de Genética Humana dos paí-ses representados. O júri selecionou 4 vencedores e atribuiu 10 menções honrosas.

Um dos vencedores foi a Carolina Serrazina, na altura aluna do 11ºA, galardoada com o 3º prémio. É de louvar o seu empenho!

Mais Informações em http://www.dnaday.eu/

Maria Serrazina, 12ºA

dna daY

A Equipa do Programa Eco-Escolas visitou, no passado mês de junho o ECB para realizar uma auditoria ambiental, de modo a verificar a adequação da meto-dologia do Eco-Escolas, a qualidade do Programa e os seus efeitos na escola e na comunidade escolar.

Cumulativamente, procura dar visibilidade e reconhecer o trabalho realizado pelas Eco-Escolas, galardão que o ECB vem renovando há 5 anos consecutiva-mente.

Em resultado dessa auditoria, o ECB receberá um Diploma de Qualidade e um conjunto de 4 azulejos onde está inscrita a mensagem “ Eco-Escolas- a cuidar do ambiente”.

Em 100% de pontuação possível, o ECB conquistou 81%, salientando-se que o Programa de ação deste ano terá em conta as recomendações de melhoria, nomeadamente a participação dos alunos no Conselho Eco-Escolas. O ECB con-seguiu a pontuação máxima em diversos indicadores tais como medidas de ra-cionalização da água, envolvimento da Direção da Escola na concretização do programa, integração nos PCT´s ou envolvimento dos alunos nas atividades.

O ECB renovou o galardão Bandeira Verde que na nossa escola tem a sua consagração em junho.

Este ano, estamos novamente envolvidos no Projeto, sendo que a auditoria realizada pelos alunos foi feita, pela primeira vez, online. Bom trabalho a todos na defesa do ambiente.

Professor Ricardo Miguel

eCO-eSCOLaSecB renova Bandeira verde

ANO 7 - Nº 17 TOQUE DE SAÍDA

OLHAR CIRCUNDANTE 17

A Universidade Sénior de Benedita – Associa-ção de Desenvolvimento Comunitário - é uma IPSS vocacionada para apoio à popu-lação sénior. Criada em 2006, funcionou até ao início deste ano letivo em instalações provisórias. Desde outubro tem a sua sede no antigo Jardim de Infância de Be-nedita, cedido pela Câmara Muni-cipal de Alcobaça.

A Universidade Sénior per-segue os seguintes objetivos: a promoção social e cognitiva dos seniores; evitar o isolamento for-çado; promover a integração e a inclusão dos que se sentem sós; ocupar os tempos livres de for-ma ativa e saudável; promover o interesse pela cultura; suscitar o interesse pela partilha; desenvolver projetos comuns e fomentar o intercâmbio intergeracional.

Quem pode fazer parte deste projeto? Enquanto alunos, todos aqueles que, tendo mais de 50 anos, gostam de se manter ativos e de continuar a apren-der/ensinar ao longo da vida; enquanto professo-res, são bem vindos todos os que se identificam com um projeto desta natureza, independentemen-te da idade – o intercâmbio intergeracional é uma das nossas grandes apostas.

Além de um conjunto variado de disciplinas le-

cionadas nas suas instalações e noutros espaços, nomeadamente no Externato Cooperativo da Bene-

dita, que pode consultar no nosso site (www.usbe-nedita.com), promove convívios, visitas de estudo, passeios e outros eventos de interesse geral; pro-cura também ser uma instituição atenta e participa-tiva na vida da nossa comunidade.

Neste ano letivo, a U.S.B. tem parcerias com o Externato Cooperativo da Benedita, Escola Supe-rior de Desporto de Rio Maior, Junta de Freguesia da Benedita, Câmara Municipal de Alcobaça, Agru-pamento de Escolas da Benedita, Policlínica Cen-tral da Benedita, o Centro de Saúde, ...

Enquanto IPSS, sem apoios institucionais, luta,

diariamente, pela melhoria dos serviços a prestar aos seus utentes, sendo digna de realce a dedi-

cação de todos aqueles que se entregam a esta causa. Para já, e como formas alternativas de autofinanciamento, surgiu a publicação do primeiro livro da U.S.B., uma coletânea de textos em verso e prosa, com o título O brilho do crepúsculo. Este livro teve a sua primeira sessão de lançamento no dia 23 de novembro; também, a abertura a sócios beneméritos, destinada a todas as pessoas, singulares e coletivas, que se reveem num projeto tão cla-ramente direcionado para a

melhoria da qualidade de vida dos seniores e cuja quota mensal 1€ (12€/ano) é muito importante para a instituição. Poderão fazer a inscrição como sócio através do sítio da internet ou nas instalações da U.S.B.

Conhecer o nosso projeto é conhecer a própria realidade da nossa terra e da nossa gente. Fazer parte dele é demonstrar que não se quer ser ex-cluído do mesmo. Virar a cara para o lado é o que fazem aqueles cuja falta nunca é notada.

A direção da U.S.B.

a universidade sÉnior de Benedita e os seus projetos

A data de quinze de setem-bro de 2011 fica na memória como um dia especial para 138 crianças do pré-escolar e 354 do 1.º ciclo, que iniciaram o ano letivo no novo Centro Escolar da Benedita. Este edifício ofe-rece uma melhor qualidade na formação e aprendizagem das crianças, uma vez que os ou-tros edifícios isolados onde fun-cionavam as antigas escolas já não permitiam uma socialização enriquecida e inovadora com a diversidade de comunidades multiculturais e a verdadeira di-ferenciação pedagógica, que se deseja partilhada entre pares e

em trabalho colaborativo en-tre docentes em grande grupo, condições necessárias para um ensino/aprendizagem de me-lhor qualidade.

Neste espaço, onde traba-lham 30 docentes e 20 auxilia-res de ação educativa, existe maior diversidade de meios de ensino, novas tecnologias, no-vos materiais didáticos e qua-dros interativos. Uma verdadei-ra biblioteca escolar, além de um refeitório e de um polides-portivo completam o cenário equipado com mobiliário novo pelas 26 salas de aula, sala de informática e diversas salas de

trabalho, duas salas polivalen-tes e um auditório…Tudo isto representa uma oportunidade de acesso a um espaço de di-mensão e recursos adequados ao sucesso educativo que nun-ca seria possível nas escolas anteriores. O conforto, a como-didade, e a funcionalidade do próprio Centro Escolar sobres-saem deste empreendimento, cujos destinatários principais são os alunos. Quanto aos adultos, pais, encarregados de educação, docentes e funcioná-rios, sabemos que é necessário dar mais tempo de adaptação às mudanças, mas o tempo é o grande fator de amadurecimen-to, que se deseja alcançar com serenidade e muito respeito pelas crianças, cuja educação e formação são a preocupação da nossa missão institucional, e por todos nós como seres hu-manos responsáveis ligados à educação …

Lúcia Serralheiro

Diretora do Agrupamento de

Escolas da Benedita

centro escoLar da Benedita associação de pais e encarregados de educação da Benedita

A Associação de Pais e Encarregados de Educa-ção da Benedita tem como missão assegurar a efeti-vação dos direitos e deveres que assistem aos pais e encarregados de educação em tudo quanto respeita à educação, ensino e ocupação dos tempos livres dos seus filhos e educandos, de acordo com a legis-lação em vigor, contribuindo para o desenvolvimento e fortalecimento de relações solidárias entre toda a comunidade educativa.

Os novos corpos sociais são os seguintes:

DIREÇÃOPresidente – Mário ArraiãoVice Presidente – Vasco MonteiroTesoureiro – Marco InácioSecretário – Paulo FonsecaVogal – Catarina TejoASSEMBLEIA GERALPresidente – Clara PedrasVice Presidente – Sara FelizardoSecretário – Vanda MarquesVogal - Emanuel MendesCONSELHO FISCALPresidente – Isabel MatosSecretário – Patrícia AzinhagaVogal – Helen Nicolau

ANO 7 - Nº 17TOQUE DE SAÍDA

RECRIAR O MUNDO18

recomeços…Mesmo que saibamos que cada novo ano é

apenas tempo convencionado num calendário, a maioria de nós entretinha-se a pensar que ter uma agenda nova era uma metáfora tão boa como qualquer outra num tempo de recomeço. Esta lindíssima metáfora onde podíamos anotar todos os nossos sonhos e esperanças já quase não faz sentido, todas as páginas deram lugar à crise. É por causa da crise que tudo o que não devia acontecer acontece. É por causa da crise que somos infelizes, atabalhoados, sem jeito. É por causa da crise que os problemas não se re-solvem.

Desemprego? Falta de dinheiro? Clima de insegurança? Porque estamos em crise. Leis retorcidas, excessivas, imprestáveis e não fun-cionais? Porque estamos em crise. Educação e saúde em surtos de grande confusão? Porque estamos em crise. Banca, agricultura, indústria, pescas, tudo sem rumo? Porque estamos em cri-se, claro.

Podemos, pois, barafustar contra o sistema; devia ter-se parado num qualquer momento an-terior àquele que conhecemos. Que o sistema “desatinou” em qualquer fase do percurso e nos arrasta para onde temos medo de ir, todos nós o sabemos. Podemos prometer mais contenção nos nossos ideais consumistas de outrora, fazer contas, cortar nos extras é verdade, mas sabe-mos também que não é suficiente. Temos es-sencialmente, de estar preparados e saber que tudo isto não funciona se não soubermos usar o verbo POUPAR!

Maria do Rosário (Zaira)

Volta e meia lá passa o deputado, o juiz e o mé-dico, a um alucinante ritmo de palavras ditas que deixam muito por dizer. As ruas da cidade vão es-treitando o caminho, asfixiando as gargantas mais abertas. Ninguém pára. Ninguém olha. Ninguém diz. Os colaços de metal reluzente, polidos como a face de uma cereja carnuda, surtem num efeito estranho em todos os que, com um olhar penetran-te, a acariciam.

A atmosfera citadina dos subúrbios suga tro-cas amargas de palavras, suga, da corrente movi-mentada, perfumes de todos os cantos, silêncios de todas as esquinas. O buzinar amiudado e viril, denota-se, ergue-se. Distingue-se do palrar dos pássaros, dos guinchinhos já mais vivazes dos miúdos, dos silêncios constantes e inseguros dos Homens superiores. Na cidade, a palavra mata, fere, pelo que as mentes deduzem a sua irrelevân-cia. Na cidade as palavras de etiqueta, bom nome e educação, são trespassadas, despromovidas ao mais vil grau de nobreza. Só as gentes humildes, o varredor, calejado daquele dedilhar frenético cons-tante, consegue trocar uma vez por outra, exprimir a preço de feira uma frase de bom dia, um som de arrependimento quando, como que consumido por um impulso contagiante, contagia aquele indivíduo do passeio com os males de uma pastilha elástica que, acidentalmente, ficou por apanhar. Quando isto acontece, as árvores param, ficam trémulas, estáticas no tempo, acalmando o ranger amaldi-çoado pelo vento. Uma palavra simpática tem o poder de paralisar a cidade.

O Homem, ser tão perspicaz, inteligente e racional, a quem algo ou alguém ou alguma coi-sa atribui o mais tumultuoso poder – aquele que move montanhas e serras e mares e pessoas para

tão perto – não é capaz de fazer acarinhar a pala-vra, nem mesmo deixando a pairar a nostalgia da outra hora e poeta!

Rebentem de vergonha, seus poeirentos usu-fruidores da palavra sem fado, que nunca vislum-brarão destino enquanto não assimilarem, arruma-rem em destaque na gaveta torácica a seguinte posição: "As palavras que ficam por dizer são pe-dras no caminho, as lágrimas inseguras de quem não sabe ou não aprendeu a arte de comunicar".

Mónica Lourenço, 11º A

a arte de comunicar

Cada vez que a professora lhe pedia para ler em voz alta à turma, era como se tivesse uma corda ao pescoço. A corda ia-se apertando progressivamen-te, roubando-lhe o fôlego. As letras pareciam bailar numa coreografia em que as palavras ensaiavam as frases, qual comédia dançante à qual não logra-va entender o sentido. E a corda inflexível e impie-dosa que não abrandava a pressão no pescoço… Quanto mais se apertava a corda, mais difícil lhe era respirar. A voz ia-se sumindo, mirrando como um pequeno regato a quem no verão morre o cau-dal, não deixando outro testemunho da sua pas-sagem na terra para além das pedras redondas e lisas no leito seco.

Talvez isto explicasse a sua predileção pela ve-lha cascata na serra. Nenhuma outra razão poderia justificar o efeito balsâmico e regenerador que o som das águas a cair placidamente tinham sobre si. No verão, a escarpa também secava e o mus-go, nas rochas, ficava amarelo, como se dando cor à saudade da chuva. Mas, no inverno, a água precipitava-se a grande velocidade desde lá de cima com um bramido… Nessas alturas, sozinho no meio da serra, ele gritava, procurando rebentar todas as cordas que lhe apertavam a garganta e lhe roubavam a voz. Era uma sensação de liberta-ção absoluta.

Mas não estava junto à velha cascata, encon-trava-se na sala de aula, a cinco linhas do final da página. Ouvia-se um ou outro suspiro de algum colega impaciente. A professora acenava a cabe-ça, encorajando-o, incentivando-o a continuar. No meio da aflição, só esperava aguentar até ao virar da página, rezando para que não restasse mais do que uma ou duas frases do outro lado, e que o som do gesto em estereofonia de toda a turma a virar a página, de forma perfeitamente sincronizada, re-presentasse o final do seu tormento.

Havia de visitar a velha cascata entretanto, pro-meteu a si mesmo. Eram o quê? Duas horas de ca-minho a pé? Já não faltaria muito para que a água voltasse a correr pela ribeira, enchendo de água a imponente cascata. Apesar da distância, quase conseguia ouvir o ribombar da água a atroar pelos vales, agigantando-se, derramando-se pelo leito seco com a fúria dum dilúvio. Muito em breve volta-ria a gritar à desgarrada com o rugido da água em queda, quebrando todas cordas que lhe amarravam a voz. Talvez a velha cascata o esperasse já ali ao fundo, no virar da página.

Texto e Foto: António Catarino, ex-aluno

www.amcatarino.com

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ANO 7 - Nº 17 TOQUE DE SAÍDA

19RECRIAR O MUNDO

A INFÂNCIA

Na infância é tudo tão bonito,Vive-se um dia de cada vez,As brincadeiras são ingénuas,Não há rapidez!

O querer fazer tudo sozinhoFaz parte da idade,São crianças,não têm maldade!

A melhor coisa do mundoPara colorir a vidaSão as crianças,São elas que dão alegria!

Acreditam em tudo, Em tudo o que lhes dizem,Pensam que é verdade,Mas não passa de mentira!

Patrícia Costa Serralheiro, 7ºA

MúSICA

O violino tem 4 cordasDo Sol até ao MiÀs vezes toco todasSozinha, só para mim.

As melodias aprendo a lerCom o ritmo a acompanharContinuando a crescerE cada dia a melhorar.

Gostava de aprenderTambém a tocar piano,Mas tenho de saberSe passo ou não de ano.

A música na minha vidaOcupa um lugar especial,Pois sempre gostei de cantarMúsicas de Natal.

Catarina Lourenço, 7ºA

Filipa, Carolina, Luís Carlos, “Zé” (Maria José) e “Ivana” (Iva Ana). Éramos um grupo de cinco. Como os três mosqueteiros. Éramos os cinco mosquetei-ros. Viemos juntos da Pré e aprendemos juntos até ao terceiro ano, altura em que o ódio pela profes-sora nos separou.

Chamávamos-lhe “a bruxa”. Era velha, devia ter quase 70 anos. Tinha o cabelo preto, sempre apanhado atrás. Desdentada e com voz esganiça-da que nos entrava por um ouvido, causando uma espécie de hemorragia interna, imaginária, no cére-bro todo, e saindo pelo outro ouvido. Destruía tudo à sua passagem. Tinha os olhos castanhos junto à pupila e verdes nas extremidades, um mais verde que o outro. Quando se irritava, a pupila dilatava e os tons de verde pareciam sugar todo o casta-nho, tornando-os esbugalhados e aterradores, como armas carregadas, prontas para nos alvejar ao mínimo percalço que cometêssemos. De cada vez que ela confrontava alguém, fazia-se um silên-cio inquietante naquela sala, e todas as atenções se prendiam no pobre coitado que “caíra nas suas garras”. Evitávamos sempre olhá-la nos olhos, com medo que o olhar nos matasse. Ficávamos imóveis que nem estátuas, prendíamos a respiração e até o coração batia lenta, pausada e silenciosamente, para evitar qualquer ruído que a enfurecesse. Era um medo irracional que nos assombrava a todos, e foi o único motivo pelo qual a nossa primária não

foi perfeita.O recreio, esse sim, era perfeito… Ocupava

quase metade do recinto circundante do edifício. Os ramos densos e carregados de folhas curva-vam-se com o peso dos anos. Formava uma es-pécie de abóbada, como um cogumelo gigante, e abrigava-nos a todos.

O grande carvalho fazia as maravilhas da es-cola. Era o centro, o coração, a vida, era a escola em si e era nele que prendíamos a atenção todos os dias em que vínhamos à escola. As folhas, os ramos, as bolotas, tudo, mas tudo, era matéria-prima da nossa imaginação. No outono fazíamos montes enormes de folhas. Era o nosso sofá, a nossa cama, o nosso encosto, o nosso cantinho, era nosso! Fazíamos fila no muro e ficávamos vira-dos para ele. Usávamos os ramos pequeninos para fazer um quadrado. Depois tirávamos as “boinas de pintor” às bolotas, juntando-as todas num cantinho. A nossa atenção prendia-se então no fruto. As que tinham “furinhos” eram as prediletas. Abríamo-las, cuidadosamente, na esperança de ver o bichinho, uma lagartinha cor de leite, gorda e com anéis, do comprimento da unha do mindinho. Quando não tinham, descascávamo-las e, com uma pedra, es-borrachávamo-las. Era o alimento do bichinho. Se tinham bichinho, era como uma vitória. Pegávamos num pau, o mais pequeno possível e, com cuidado, tirávamos o bichinho de dentro da bolota, levando-o para dentro do quadrado, limitado pelos paus. Juntávamos quantos bichinhos conseguíssemos e depois metíamos, aos poucos, as bolotas esborra-chadas no meio do quadrado. Não me lembro de os ver comer. Só me lembro que tínhamos de es-tar sempre com a pestana aberta, senão lá fugia um pela esquerda, lá escapava outro pela direita. Quando um teimoso queria fugir muitas vezes, iso-lávamo-lo dos irmãos. Metíamo-lo dentro da “boina de pintor”, enchíamo-la de bolota esborrachada e enterrávamos o caixão na terra.

Era a brincadeira de uma vida. Nada nos fazia mais felizes do que cuidar dos bichinhos da bolota.

E, muito por isso, o recreio era perfeito. Sem desa-venças, sem injustiças, sem maldades, jogávamos aquele jogo todos juntos, ao longo do muro, esque-cendo os jogos competitivos. Os mais velhos joga-vam futebol, ou usavam os pneus como divertimen-to. Às vezes, faziam montes com eles e enfiavam lá dentro o desgraçado que estivesse mais à mão. Outras vezes, criavam grupos onde só entravam os mais importantes, fazendo barreiras com os pneus à volta da grande palmeira. Depois, subiam o muro e, usando as folhas como lianas, desciam pendura-dos nelas. Cheguei a participar dessas brincadei-ras exclusivas. Talvez pelos primos mais velhos, talvez pelas amizades, era muita vez escolhida como favorita entre as raparigas. Havia uma cer-ta hierarquia nas brincadeiras mais importantes, e eu não me podia queixar da posição que ocupava. Talvez por isso o recreio era tão perfeito e pacífico, pelo menos do meu ponto de vista.

Tento lembrar-me das aulas, mas quase não consigo, e o que lembro é muito vago e indefinido. O que nos fazia mais felizes eram os intervalos, e é disso que me lembro. As coisas mais marcantes, pela positiva e pela negativa, ficam sempre muito mais vivas na memória, especialmente as positi-vas, porque são essas que vale a pena recordar.

Carolina Silva Couto, 8ºB

recordaçÕes da escoLa primária

AS CORES

O que seria de nós sem as cores?Uma vida melancólica, a preto e branco?O aumento da tristeza a cada dia?O que seria de nós sem as cores?

O que seria de nós sem o amarelo?Sem aquele lindo sol, que nos ilumina;Sem o limão e a banana que comemosE o girassol que nos fascina?

O que seria de nós sem o azul?Sem aquele lindo céu giganteSem o mar que nos refresca,Ou sem a safira deslumbrante?

O que seria de nós sem o verde?Sem aquela relva tão bonita,Sem os legumes que fazem tão bem,E sem o arvoredo que é tão catita?

O que seria de nós sem o vermelho?Sem o coração, símbolo de amorSem o sangue que nos dá vidaOu sem o fogo que dá calor?

Sem as cores não somos nada.Está provado, sim senhor.Como viveríamos nós,Num mundo sem esplendor?

Não é que a preto e brancoOs desenhos não fiquem engraçadosMas e se fosse assim para sempre?Estávamos todos lixados!

Ana Filipa Serrazina Inácio,7ºA

ANO 7 - Nº 17TOQUE DE SAÍDA

CIÊNCIA, TECNOLOGIA E AMBIENTE20

Este ano letivo o projeto “Momen-tos de Ciência” vai trabalhar com um grupo de Séniores, do Lar da Aldeia, na freguesia da Benedita.

Este projeto visa promover o ensi-no das ciências, de modo a desenvol-ver o sentido para a descoberta, para a aprendizagem, para a partilha e in-tercâmbio de conhecimentos a partir de atividades práticas com um grupo de séniores.

Serão realizadas várias sessões ao longo deste ano letivo, onde have-rá momentos para a experimentação, partilha e troca de conhecimentos no âmbito da biologia, da geologia, da química e da física.

O grupo de trabalho criou um blo-

gue em http://momentosdeciencia-ecb.blogspot.com/, e na plataforma Moodle da escola uma área (http://ecb-m.ccems.pt/) com mais informa-ções acerca do projeto, onde se po-dem consultar notícias, fotografias, vídeos e as sessões já realizadas.

Este projeto candidatou-se ao concurso “Participar para mudar”, no qual todos podem votar no endereço http:/ /www.part iciparparamudar.eu/project/65.

“Nunca é tarde para aprender”.

A Equipa do projeto

Momentos de Ciência

a ciência cHegou aos sÉniores

perspetiva HistÓrica e sociaL SIda

A SIDA é um conjunto de sinais e sintomas bem definidos que podem surgir em indivíduos com a in-feção pelo VIH (vírus da imunodeficiência humana), em inglês HIV (Human Immunodeficiency Virus). A pesquisa genética indica que o HIV teve origem na África centro-ocidental durante o século XIX e início do século XX e atualmente existem dois vírus distin-tos, o HIV-1 e o HIV-2. Esta doença matou já mais de 20 milhões de pessoas nos últimos vinte anos e as estimativas apontam para a existência de cerca de 40 mil casos de SIDA atualmente em Portugal. O primeiro caso no nosso país foi detetado em 1983, no Hospital Curry Cabral, num homem que já apre-sentava sintomas da última fase da infeção com HIV, e comprovado através de um exame realizado na Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa.

O estigma da SIDA manifesta-se no mundo numa diversidade de comportamentos, tais como a re-jeição, a discriminação e até mesmo a violência. O medo do preconceito impede que muitas pesso-as que fazem o teste do HIV retornem para saber o resultado e iniciem um tratamento, transformando assim o que poderia ser uma doença crónica, mas tratável, numa sentença de morte.

Os portadores assintomáticos da infeção em Por-tugal são predominantemente jovens com mais de 20 anos e indivíduos até aos 39 anos, pertencendo 45,3% à categoria de “toxicodependentes” e 39,3% à categoria de “heterossexuais”.

A pandemia da SIDA custou, em todo o mundo, cerca de 2,1 milhões de vidas em 2007, sendo que 330.000 pessoas eram menores de 15 anos. Global-mente, cerca de 33,2 milhões de pessoas viviam com

o HIV em 2007, incluindo 2,5 milhões de crianças. A África subsariana continua a ser de longe a re-

gião mais afetada. Estima-se que, em 2007, a região continha 68% de infetados e 76% dos óbitos eram causados pelo HIV, sendo a maioria dos infetados e dos óbitos mulheres. A SIDA continua, pois, a ser a maior causa de mortalidade nesta região do planeta.

A África do Sul tem a maior população de porta-dores de HIV no mundo (5,6 milhões), seguida pela Nigéria e pela Índia, esta última com 2,5 milhões de infeções. O sul e o sudeste da Ásia são a segunda região mais afetada. Pelo contrário, há cerca de 17 países em que não existem casos diagnosticados de SIDA, como por exemplo a Croácia e o Catar.

Atualmente, a cura não é possível e a única medi-da eficaz para combater esta doença é a prevenção e sobretudo o bom senso de cada um, que deve pe-sar na hora de evitar comportamentos de risco.

Francisco Salvaterra, 9ºF

Pouca gente se lembra do sismo ocorrido em janeiro de 2010, no Haiti. Todos sabemos que provocou consequências catastróficas, mas já ninguém quer saber do estado atual do país.

Pois bem, o Haiti continua na miséria: o esgoto a céu aberto continua a ser uma pre-sença inevitável; as pessoas que não têm fundos para comprar água usam-no para la-var a roupa, preparar a comida e para todas as outras necessidades. Alguns haitianos ainda procuram um lugar seguro para vi-ver, e grande parte das ruas e dos edifícios continuam obstruídos. As empresas, na sua maioria, faliram, e a ajuda de organizações como a ONU e de pessoas generosas não é suficiente. E acredita-se que a situação ain-da vá piorar. Tudo isto, não contabilizando os milhares de seres humanos que morre-ram e os efeitos psicológicos provocados nos sobreviventes.

Nada parece conseguir compensar a per-da financeira de 7,8 biliões de dólares, 120% do seu PIB, em 2009. Provavelmente, ainda terão de passar mais dezanove anos para o Haiti voltar ao que era!

Carlos Martins e Georgeta Munteanu, 9ºG

Haiti Hoje

curiosidades da HistÓria Sabia que a Livraria Bertrand, no Chiado, fundada em 1732, foi a primeira livraria do Mundo?Marquesa de Alorna. Do Cativeiro de Chelas à Corte de Viena, de Maria João Lopo de Carvalho, p. 630.

Sabia que até ao final do século XIX, após o casamento, só as mulheres usavam aliança?Marquesa de Alorna. Do Cativeiro de Chelas à Corte de Viena, de Maria João Lopo de Carvalho, p. 208.

Professora Ana Paula Barosa

ANO 7 - Nº 17 TOQUE DE SAÍDA

CIÊNCIA, TECNOLOGIA E AMBIENTE 21

No passado ano letivo, a turma A do 11º ano, no âmbito da disciplina de biologia e geologia, participou no concurso integrado na Semana In-ternacional do Cérebro, organizado pelo IBMC-INEB (Instituto de Biologia Molecular e Celular e Instituto de En-genharia Biomédica, Laboratório As-

sociado) e pela Ciência Viva, com o apoio da ESAD (Escola Superior de Artes e Design) de Matosinhos.

Este concurso desafiava os jovens estudantes entre o 9º e o 12º ano a decorar um capacete, fosse ele verda-deiro ou construído pelos participan-tes. A ideia era associar este objeto de proteção da cabeça aos cuidados de proteção do cérebro, que passa por comportamentos defensivos como a segurança rodoviária, a não ingestão abusiva de álcool e drogas ou a corre-ta utilização das capacidades intelec-tuais e a importância de ter padrões de sono adequados.“Não afogues o teu cérebro em álcool”, “Não expo-nhas o teu cérebro a drogas” e “Não

dês fome ao teu cérebro” eram os três conselhos salientados pelo concurso, que deram o mote aos trabalhos dos vários grupos de participantes.

As alunas Carolina Serrazina e Inês Tinta, desta mesma turma, opta-ram pelo último tema e com o nome de equipa “Cérebro com pinta!” abor-daram a anorexia nervosa.

Elas tinham por objetivo apelar ao público-alvo, a população jovem, para esta questão tão problemática e cada vez mais frequente. Para tal, cobriram um típico tupperware de cozinha com diversos alimentos que dividiam o “capacete” de forma simétrica fazen-do, desta forma, o contraste entre um mundo saudável e uma vida “aprisio-

nada” à infelicidade. No topo, coberto com ervilhas, que representavam um “mundo saudável”, foi colocada uma boneca enrolada a dois fios de massa esparguete, em frente ao espelho e sentada num sofá feito com um ham-búrguer, simbolizando a prisão em que vivem as anoréticas, bem como o sentimento destas ao sentirem-se amarradas.

É de salientar que o esforço des-tas alunas foi reconhecido, visto te-rem sido galardoadas com o 2º lugar neste concurso nacional, sendo este um motivo de orgulho também para a escola.

Rafael Santos, 12ºA

vira costas À ditadura da BeLeZa

Astronomicamente, 2012 marca o regresso do sistema solar e da Via Láctea à luz das Plêiades. A cada dez mil anos, a galáxia atravessa este cin-turão de fotões em cada viagem à vol-

ta de Alcione (a estrela das Plêiades mais próxima do centro da galáxia) - ver imagem - e nela permanece du-rante cerca de dois mil anos.

É o momento de que as culturas ancestrais guardaram memória e pro-fecia na noite dos tempos: da escuri-dão virá a luz.

A Terra atravessou este cinturão ou faixa de luz há cerca de doze mil anos, durante a Era de Leão. Quando essa radiação incidir na Terra, todas as moléculas e átomos do nosso planeta começam um processo de transforma-ção e adaptação a novas condições ambientais criadas pela presença das partículas de luz em que todo o Siste-ma Solar está mergulhado.

A excitação molecular provocada pelos fotões cria um tipo de luz cons-tante, permanente, que não é quente, uma luz sem temperatura, que não produz sombra nem escuridão. Talvez por isso os hindus designem a Era de

Aquário por “Era da Luz”.2012 = 5 = regeneração, libertação

de todos os medos e de tudo o que nos prende no passado... libertação do medo da “crise”… compreensão de que “crise” significa “oportunidades novas”...

No Tarot, o arcano V - O PAPA evo-ca a ligação ao alto, ao espírito, para sair de situações em que a estabilida-

de se tornou estagnação, enfrentando as mudanças com criatividade. É nas situações difíceis que ativamos o nos-so potencial, a capacidade de combi-nar as nossas habilidades no tempo certo.

É desafiante!

Professora Ana Luísa Quitério

pLêiades, aLcione

24 de setembro de 1991 e 8 de abril de 1994, qual a importância destas duas datas para o comum mortal? Elas marcam o apogeu e a queda de uma das figuras icónicas da música rock: Kurt Cobain. Na primeira data foi editado nos Estados Unidos o álbum Nevermind do seu grupo Nirvana; na segun-da data é encontrado morto, tinha-se suicidado três dias antes.

Os Nirvana, formados na cidade de Seattle (EUA), em 1987, e constituídos por Kurt Cobain (guitarras, voz), Krist Novoselic (baixo) e Dave Gro-hl (bateria), conjuntamente com os Soundgarden e os Mudhoney, eram talvez os grupos mais importan-tes da subcultura grunge da cidade. Mas ninguém estava preparado para o que se iria passar com o lançamento de Nevermind, pois os Nirvana torna-

ram-se um fenómeno à escala global e canções como “Smells Like Teen Spirit” transformaram-se em hinos de uma geração.

Nevermind tornou-se o álbum mais conhecido da chamada música alternativa, vendeu mais de 30 mi-lhões de cópias, estando no top 30 dos álbuns mais vendidos de sempre. A sua capa é praticamente tão conhecida como a sua música. Nevermind popula-rizou diferentes estilos como o punk rock, grunge, post-punk e o indie-rock e notam-se neste disco in-fluências, principalmente, dos Pixies, mas também dos Meat Puppets (americanos), Vaselines e das Raincoats (britânicos), alguns dos grupos prefe-ridos de Kurt Cobain. Nevermind é um modelo de criação e ainda hoje soa fresco e excitante, embora o seu lado destrutivo também seja assinalável, es-

tando também associado ao aumento da depressão e ao abuso de drogas de Kurt Cobain. Porém, rela-cionar o seu suicídio com o sucesso de Nevermind é talvez um pouco abusivo, apesar de Kurt Cobain ter ficado sujeito a uma pressão que possivelmente não conseguiu suportar.

O que teria acontecido se Nevermind fosse um álbum diferente? Talvez os Nirvana não se tivessem tornado tão grandes e Kurt Cobain ainda estivesse vivo e a música alternativa fosse muito diferente. Duas décadas passadas desde o seu lançamento, o seu legado está cada vez mais presente na música atual e mais vivo que nunca.

Professor Francisco Franco

nirvana - 20 anos depois de nevermind

ANO 7 - Nº 17TOQUE DE SAÍDA

MENTE SÃ EM CORPO SÃO22

duatLo de penicHe

No dia 14 de dezembro de 2011, realizou-se a Prova de Duatlo Regional de Peniche. A Equipa de Duatlo do ECB leva 10 duatletas e ganha nove medalhas.

Iniciados Femininos: 1ª Martina Ferreira e 2ª Bruna SilvaJuvenis Femininos: 2ª Georgetta Munteanu e 3ª Catarina MarquesJuvenis Masculinos: 3ª Júlio VicenteJuniores Femininos:1ª Maria Carvalho e 2ª Carolina SerrazinaJuniores Masculinos:1ª Miguel Silva e 2ª Daniel Mateus

Professora Estela Santana

No dia 16 de dezembro de 2011, último dia de aulas do primeiro período, no âmbito do Desporto Escolar, realizou-se o Corta-mato, atividade orga-nizada pelo Grupo de Educação Física do ECB, juntamente com a colaboração do 10º I, turma do curso profissional de Gestão Desportiva.

A atividade contou com o curioso número de 99 alunos na manhã fria e chuvosa de dezembro.

O Grupo de Educação Física salienta o empe-nho da turma cooperante e também o fair-play de-monstrado pelos alunos participantes nos diversos escalões.Os seis primeiros classificados em cada escalão foram automaticamente apurados para a fase re-gional, que se realizará no segundo período, em Torres Vedras. São eles:-Infantis femininos: Patrícia Serralheiro -7º A; Adriana Fialho – 7º G; Rosa Castelhano – 7º B; Lí-

dia Ramalho – 7º G; Danie-la Fonseca – 7º H; Eduarda Gomes – 7º B.-Infantis masculinos: Rui Loureiro – 7º G; Miguel San-tos -7º H; João Fialho – 7º C; Luís Paixão -7º B; Daniel Castelhano – 7º C; Bernardo Silva – 7ºE; -Iniciadas femininas: Carolina Matos – 8º B; So-fia Silva – 8º H; Raquel Bernardo – 8º D. Mariana Rodrigues – 8º D; Filipa Fonseca – 8.ºA.-Iniciados masculinos: Ricardo Silva – 7º G; João Lopes – 9º B; Pedro Patrício – 9 º E; Rafael Ferreira – 8º F; Carlos Martins – 9º G; Francisco Timóteo -.7º A.-Juvenis femininos: Georgeta Munteanu – 9º G; Catarina Marques – 11º B; Juliana Machado – 10º B; Ana Castelhano – 9º B.-Juvenis masculinos: Júlio Vicente – 8º F; João

Baptista – 11º D; Paulo Ramalho – 9º C; Diogo Silva – 8º F; Adriano Santos – 9º H; Luís Tinta – 10º D.-Juniores femininos: Rita Lopes – 12º C; Maria Carvalho – 12º A.-Juniores masculinos: Miguel Silva – 11º A; Da-niel Mateus – 12º A.Os 44 alunos apurados participaram no dia 1 de fevereiro no corta-mato regional, realizado em Tor-res Vedras.

Professora Estela Santana

corta-mato escoLar

O Externato Cooperativo da Be-nedita comemorou o Dia Mundial do Xadrez no dia 5 de novembro com a realização do XIX Torneio Externato Cooperativo da Benedita. Este ano com uma novidade, a existência de dois torneios, A - Aberto e Torneio B - para jovens Sub12 e com elo infe-rior a 1300. O ritmo utilizado foi de 15 minutos por jogador e por partida. O sistema foi o suíço de 6 sessões. Participaram no total 48 jogadores, 30 no torneio A e 18 no torneio B. A direção da prova esteve a cargo de José Cavadas e a arbitragem foi de José Cavadas, Rui Lopes e Paulo Costa (no torneio B).

No dia 13 de dezembro teve início o XI Circuito de CE Oeste em S. Mar-tinho do Porto. No torneio dos infan-tis participaram 51 alunos, enquanto no torneio dos iniciados a juniores participaram 59 alunos. A direção da prova ficou a cargo de José Cava-das e José Lopes; e a arbitragem foi de José Cavadas, Júlio Flores, Vitor Paulo, Desidério, Fernando Augusto, Arménio Vinagre e do aluno André Rebelo.

Foram vários os alunos do Exter-nato Cooperativo da Benedita que participaram nestes torneios e obti-veram importantes classificações. O Grupo Equipa do Externato apresen-tou também alunos do 1º ciclo da Es-cola Básica 1 da Ribafria (2 alunos) e do Centro Escolar da Benedita (8 alunos).

Professor José Cavadas

xadreZ

Decorreram, nas Piscinas Muni-cipais de Cantanhede, os Campe-onatos Nacionais de Clubes de 3ª Divisão Masculinos e Femininos. As equipas do Benedita estiveram pre-sentes sendo a estreia da equipa feminina nesta competição. Os obje-tivos passavam por manter os mas-culinos na 3ª divisão, os femininos no meio da tabela classificativa e a obtenção de recordes pessoais.

A equipa masculina, apesar de se ter portado bem, não conseguiu su-perar a difícil concorrência e acabou por classificar-se em 22º lugar, des-cendo de divisão. A equipa feminina conseguiu alcançar os objetivos a que se propunha, terminando na 14ª posição. Já em recordes pessoais, esses foram amplamente atingidos com um total de 21 novos recordes e 6 novos recordes do clube, todos no setor feminino.

Destaque para os recordes do clube de Filipa Custóias nos 100 e

200 metros, costas, bem como nos 100 metros, mariposa, estando na equipa de 4x100 estilos que es-tabeleceu novo recorde do clube. Também Carolina Matos, nas duas provas que nadou, estabeleceu re-cordes pessoais e do clube nos 100 e 200 metros, bruços, fazendo tam-bém parte da estafeta de 4x100 es-tilos.

No setor masculino destaque para os três recordes pessoais de Luís Tarquíneo nos 100, 200 metros, costas, e 100 metros, mariposa,

igualando o seu recorde pessoal nos 100 metros, costas, novamente na estafeta de 4x100 estilos na última prova desta competição. Henrique Marques nadou também três provas e estabeleceu três novos recordes pessoais nos 50 metros, livres, 200 metros, mariposa, e 200 metros, es-tilos; e Leonardo Reis alcançou três recordes pessoais em três provas 100, 400 e 800 metros, livres.

Benedita Sport Clube de Natação

nacionais da 3ª divisão

ANO 7 - Nº 17 TOQUE DE SAÍDA

PASSATEMPOS E CURIOSIDADES 23

enigmasDesafio 1Como medirias os 11 minutos que são ne-cessários para cozinhar um biscoito, com duas ampulhetas de 8 e 5 minutos respe-tivamente?

Desafio 2A diferença entre os cubos dos algaris-mos da idade de um octogenário é igual ao quadrado da idade de seu bisneto. Que idades têm os dois?

Desafio 3Numa estante há 10 livros arrumados, cada um com 100 folhas. Uma traça famin-ta come desde a primeira folha do primeiro livro até a última folha do último livro.Quantas folhas a traça faminta comeu?

Desafio 4Ao abrir um livro, um antropólogo encon-trou a seguinte mensagem:“O meu nome é Barnabé. O ano em que nasci era um cubo perfeito. O ano em que morri, um quadrado perfeito. O quanto vivi também era um quadrado perfeito”.Sabendo que o livro foi escrito no século XVIII, quantos anos viveu o Barnabé?

Desafio 5O Simão tem uma balança de 2 pratos e 12 tomates, sendo que: - 11 têm o mesmo peso - 1 tem o peso diferente (não sabemos se é mais leve ou mais pesado)Com apenas três pesagens, descubra qual é o tomate diferente e se ele é mais leve ou mais pesado.

Professor Acácio Castelhano

anedotasO canibal vai numa viagem de cruzeiro. O criado de mesa vem ao pé dele e pergunta:- Deseja ver a ementa?- Não, dê-me antes a lista de passageiros.

O pai do Joãozinho ficou apavorado quando este lhe mostrou o boletim.- Na minha época as notas baixas eram punidas com uma boa bofetada.- Bom pai! Que tal apanharmos o professor amanhã à saída?

Dois amigos encontram-se depois das férias.- Então, como correram as férias?- A primeira semana foi passada a esquiar nos Alpes, a segunda foi no hospital.

as receitas da isaBeLpudim de nataL

Ingredientes:60 g de ameixas pretas secas, sem caroço60 g de ameixas brancas secas, sem caroço60 g de sultanas350 g de açúcar1 l de leite1 casca de limão12 ovos80 g de miolo de amêndoa laminado80 g de miolo de pinhões

Preparação: Pique as ameixas e demolhe-as em água quente, juntamente com as sultanas.- Leve 200 g do açúcar ao lume, com um pouquinho de água, até obter um caramelo. Verta-o depois para dentro de uma forma. Ligue o forno a 180ºC.- Leve o leite a aquecer ligeiramente com a casca do limão. Bata os ovos com o restante açúcar e verta o leite em fio, batendo sempre. Rejeite a casca do limão.- Escorra as ameixas e as sultanas e junte-as ao preparado anterior, tal como os miolos da amêndoa e do pinhão. Envolva muito bem, deite para a forma e leve ao forno, em banho-maria, durante 1 hora.- Depois de cozido, retire o pudim do forno, deixe arrefecer e desenforme. Disponha o caramelo e a fruta que ficou na forma sobre o pudim, acrescente outra decoração a gosto e sirva.- Delicie-se!

Professora Isabel Neto

SOLUçõeS

Desafio - Colocamos as duas ampulhetas ao mesmo tem-po, e quando terminar a de 5 minutos, faltarão na de 8, 3 minutos para terminar. Nesse momento damos a volta na de 5 minutos.Quando terminar a de 8, totalmente (passaram no total 8 minutos), na de 5 faltam 2 minutos para terminar.Nesse preciso momento damos a volta na de 5 que demorará 3 minutos para terminar, que somados aos 8 que já tinham passado, totalizarão 11 minutos.Desafio 2 - -O ancião tem 87 anos e seu bisneto tem 13 anos.Desafio 3 - resposta é 802 folhas!Note que sempre que um livro é colocado em uma prateleira, a primeira folha fica do lado direito e a última do lado es-querdo. Logo, a traça comeu os 8 livros intermediários (800 folhas) e mais a primeira folha do primeiro livro e a última folha do último livro: 800+2 = 802Desafio 4 - O único cubo perfeito correspondente a um ano do século XVIII é: 12³= 1728O único quadrado perfeito correspondente a um ano do sé-culo XVIII é 42²=1764Portanto, ele viveu 1764-1728=36, que também é um qua-drado perfeito.Resposta: O Barnabé viveu 36 anos.Desafio 5

Banda desenHada

O Toque de Saída agradece a colaboração de todos os que enviaram material para este número. Por limitação de espaço, os artigos agora não publicados transitarão para o próximo número. Obrigado!

ANO 7 - Nº 17TOQUE DE SAÍDA

Até ao passado dia 8 de janeiro de 2012 esteve patente ao público na galeria de expo-sições da sede do Museu Gulbenkian a mos-tra que reuniu cerca de 93 obras de 70 artistas europeus, desde os pós-impressionistas como Cézanne, Van Gogh e Gauguin, aos surrea-listas como Dali e Magritte, passando pelos portugueses Vieira da Silva e Eduardo Viana. Encontraram-se pela primeira vez em Portugal

um conjunto de obras, não só de pintura mas também da escultura, que reinventa a nature-za-morta. Estas obras podem ainda ser visita-das em www.museu.gulbenkian.pt.

Professora Lurdes Goulão

“a perspetiva das coisas.

a natureZa-morta na europa”

O programa de literacia financeira da CGD - Saldo Posi-tivo - foi criado, em 2008, com os objetivos de promover a educação financeira, prevenir o endividamento, incentivar a poupança e o investimento e contribuir para uma gestão res-ponsável do património financeiro das famílias e indivíduos.

Este programa insere-se, por inteiro, na atuação susten-tável da CGD e consolida o seu empenho, enquanto insti-tuição financeira de referência, no estímulo à poupança e investimento, contribuindo para o conhecimento dos consu-midores, para o planeamento e gestão dos seus recursos financeiros e para o consumo informado e responsável.

O acesso ao Saldo Positivo excede os clientes Caixa. Trata-se de um site aberto a toda a população, com uma estrutura de conteúdos, adaptados e agrupados de forma distinta para diferentes segmentos etários e necessidades: desde as situações do dia a dia, aos empréstimos e respon-sabilidades financeiras, a compra de casa, os seguros, a reforma, as soluções de poupança e investimento, os impos-tos e uma área fundamental de informação financeira para crianças e jovens.

Em destaque, desde o final de 2011, conteúdos como vídeo, fotografia e infografia, mantendo-se o enfoque num tratamento simplificador e pedagógico dos temas, de forma a ajudar os portugueses a gerirem melhor o seu dinheiro. É, também, dada uma relevância a uma área de entrevistas com especialistas, empresários ou famílias - para partilhar conhecimento e boas práticas e uma área de opinião, na qual participam peritos em variadas áreas.

O site é atualizado diariamente com a inclusão de fun-cionalidades e demais conteúdos que vão ao encontro das necessidades dos utilizadores. Das operações financeiras mais simples às mais complexas, este site constituiu-se como um precioso auxiliar em finanças pessoais e como um manual de gestão quotidiana.

Vale a pena visitar.www.saldopositivo.cgd.pt; www.facebook.com/saldopositivo

saldo positivoprograma de Literacia financeira da cgd

Nos dias 18 e 21 de janeiro, os alunos do Ex-ternato Cooperativo da Benedita deslocaram-se a Óbidos e participaram como figurantes no filme As Linhas de Torres - Linhas de Wellington. Este pro-jeto foi começado pelo realizador Raúl Ruiz, que após o seu falecimento tem a sua esposa Valeria Sarmento como realizadora. A ante-estreia deste

filme será no Festival de Cannes no próximo mês de abril. A participação dos nossos alunos foi feita com grande profissionalismo e entusiasmo tornan-do-se numa experiência enriquecedora e inesque-cível. Este filme conta com a presença de Cathe-rine Deneuve e a filha, Chiara Mastroianni, John Malkovich, Marisa Paredes, Isabelle Huppert, Ma-

thieu Amalric e Michel Piccoli, e dos portugueses Nuno Lopes, Soraia Chaves, Maria João Bastos e Albano Jerónimo.

Professora Rita Pedrosa

LinHas de WeLLington

aLunos no fiLme LinHAs de TOrres

Alunos figurantes do filme “Linhas de Torres”