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GEOGRAFIA FÍSICA / PROF. VIANA Estrutura da Terra *ESTRUTURA INTERNA DA TERRA *AGENTES FORMADORES E MODELADORES DO RELEVO *ROCHAS *SOLOS Objetivo: Compreender a origem e a dinâmica evolutiva da terra na Escala do Tempo, observando sua estrutura física e geomorfológica, assim como a formação dos solos. 1. Compreendendo a Origem da Terra. A maioria dos cientistas concorda que a terra é resultado do processo de contínua expansão do universo, que teve início com o Big Bang, entre 10 e 20 bilhões de anos atrás. Há cerca de 4,6 bilhões de anos, num “canto” da Via Láctea, formou-se primeiramente o sol, a partir de uma densa nuvem de poeira e gás que se contraiu, formando também, no seu entorno, os planetas, que se estabeleceram em suas respectivas órbitas. O Sistema Solar, na ordem, Sol, Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. Com a radioatividade dos minerais e as altíssimas temperaturas, o material original do que hoje é e Terra se manteve inicialmente derretido. De acordo com a diferença de densidade dos minerais, foram se formando camadas concêntricas. O níquel e o ferro (NIFE), por exemplo, se concentraram no núcleo ; na camada intermediária (manto) se concentraram o silício e o magnésio (SIMA), enquanto que na superfície do planeta ficou um oceano de “rochas incandescentes”, com grande concentração de elementos mais leves como silício e alumínio (SIAL). Após um lento processo de resfriamento, a Terra primitiva acabou solidificando a camada mais externa, formando uma casca (crosta) rochosa que, devido a instabilidades sofreu fraturas, formando os vulcões, cujas erupções emitiram gases que contribuíram para a formação da atmosfera, originando também vapor d’agua. Esta estrutura, atingida por sucessivas descargas elétricas e raios ultravioleta deu origem aos primeiros coacervados, aglomerados orgânicas que constituíram a base da evolução da vida no planeta. Há aproximadamente 3,5 bilhões de anos, grande parte da crosta terrestre já estava formada, mas bem diferentes da que conhecemos hoje, com diversos continentes e ilhas. Naquele momento, a Terra (terras emersas) estava estruturada em um só continente.

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GEOGRAFIA FÍSICA / PROF. VIANAEstrutura da Terra

*ESTRUTURA INTERNA DA TERRA*AGENTES FORMADORES E MODELADORES DO RELEVO*ROCHAS*SOLOS

Objetivo: Compreender a origem e a dinâmica evolutiva da terra na Escala do Tempo, observando sua estrutura física e geomorfológica, assim como a formação dos solos.

1. Compreendendo a Origem da Terra. A maioria dos cientistas concorda que

a terra é resultado do processo de contínua expansão do universo, que teve início com o Big Bang, entre 10 e 20 bilhões de anos atrás. Há cerca de 4,6 bilhões de anos, num “canto” da Via Láctea, formou-se primeiramente o sol, a partir de uma densa nuvem de poeira e gás que se contraiu, formando também, no seu entorno, os planetas, que se estabeleceram em suas respectivas órbitas.

O Sistema Solar, na ordem, Sol, Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno.

Com a radioatividade dos minerais e as altíssimas temperaturas, o material original do que hoje é e Terra se manteve inicialmente derretido. De acordo com a diferença de densidade dos minerais, foram se formando camadas concêntricas. O níquel e o ferro (NIFE), por exemplo, se concentraram no núcleo; na camada intermediária (manto) se concentraram o silício e o magnésio (SIMA), enquanto que na superfície do planeta ficou um oceano de “rochas incandescentes”, com grande concentração de elementos mais leves como silício e alumínio (SIAL).

Após um lento processo de resfriamento, a Terra primitiva acabou solidificando a camada mais externa, formando uma casca (crosta) rochosa que, devido a instabilidades sofreu fraturas, formando os vulcões, cujas erupções emitiram gases que contribuíram para a formação da atmosfera, originando também vapor d’agua. Esta estrutura, atingida por sucessivas descargas elétricas e raios ultravioleta deu origem aos primeiros coacervados, aglomerados orgânicas que constituíram a base da evolução da vida no planeta.

Há aproximadamente 3,5 bilhões de anos, grande parte da crosta terrestre já estava formada, mas bem diferentes da que conhecemos hoje, com diversos continentes e ilhas. Naquele momento, a Terra (terras emersas) estava estruturada em um só continente.

A Terra vista do espaço.

A terra realiza dois principais movimentos, Rotação e Translação. O movimento de ROTAÇÃO tem origem interna, e é gerado pelo dinamismo geomagmático, fazendo com que o planeta gire em torno do seu próprio eixo, processo que dura, em média, 24 horas, e que origina a sucessão dos dias e das noites. Já no movimento de TRANSLAÇÃO, a terra descreve uma órbita elíptica em torno do Sol, em aproximadamente 365 dias e seis horas (um ano), tendo como consequência o surgimento das estações do ano e do ano bissexto. Nosso planeta tem uma forma Geoide, uma esfera imperfeita, achatada nos polos,

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com uma superfície de 510 milhões de Km2, sendo 149 milhões de terras emersas (continentes e ilhas) e 360 milhões de relevo submarino. A terra possui um satélite natural, a Lua, que ajuda na sua proteção contra meteoros e influi diretamente no fenômeno das marés.2 -ALGUMAS PARTICULARIDADES QUE VIABILIZARAM A EXISTÊNCIA DO NOSSO PLANETA E A EVOLUÇÃO DA VIDA (BIOSFERA).

• A Posição no Sistema Solar: a distancia em relação ao sol é perfeita, evitando excessos de calor e frio, permitindo o desenvolvimento da vida.

• Sua colisão com Théia, seu planeta irmão: contribuiu para aumentar a sua massa e seu “puxão” gravitacional, facilitando a agregação de sua atmosfera. Esta colisão originou a lua.• A proteção de Júpiter: protege-nos dos constantes bombardeios de meteoros, o que é comum em Júpiter, planeta mais de 300 vezes maior que a terra.• O tipo de Estrela: o sol é uma estrela anã, por isso não possui uma grande força radioativa, nem se apagará rapidamente, como ocorre com as estrelas de primeira grandeza.• Sua composição química: a disponibilidade água, minerais, e gases, dentre outros, viabilizando a existência da vida.• Sua Atmosfera: funciona como uma camada gasosa que acompanha a terra em seus movimentos, protegendo-a de meteoros e dos raios ultravioleta, além de armazenar calor, gerando o efeito estufa ecologicamente necessário ao desenvolvimento da vida.• Sua Litosfera: resultado do resfriamento de minerais, que originalmente se encontravam em estado pastoso.• Seu campo magnético: protege a Terra dos ventos solares, influindo no movimento das marés, e das massas de ar.• Sua Hidrosfera: resultado do resfriamento da terra (desprendendo vapor d’água) e do “bombardeio” de meteoros com grande volume de gelo.• Sua Biosfera: contribui para o equilíbrio térmico e “orgânico” do planeta.• Seu satélite natural, a Lua: além de interferir diretamente no fenômeno das marés, a lua contribui para a estabilidade orbital da terra, impedindo que o planeta “balance” e evitando que a velocidade de

sua rotação varie excessivamente, aspectos que ajudam na regulação do seu clima.• A colisão de um meteoro: há 65 milhões de anos atrás (final da era mesozóica), no atual território do México, a queda de um meteoro exterminou 95% da vida na terra, inclusive a dos dinossauros, evento que facilitou o surgimento do homem no final da era cenozóica.• O sequestro do carbono: é realizado pelas florestas no seu processo de fotossíntese, com a absorção de gás carbônico e liberação de oxigênio.

3 - A DIVISÃO DO TEMPO GEOLÓGICO:A história geológica do nosso planeta é

dividida em Éons, Eras, Períodos, Épocas e Idades, como veremos a seguir. Contudo, o (a) aluno (a) deverá ficar bem atento (a) à orientação do professor, que priorizará os pontos realmente importantes para o Enem e demais vestibulares, o que evitará certas memorizações desnecessárias.

A divisão do tempo geológico:

- Éons: é a maior subdivisão de tempo na escala geológica. Há dois Éons: Arqueo-proterozóico (ou pré-cambriano) e o

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Fanerozóico (que agrega o Paleozóico, o Mesozóico e o Cenozóico).

AS ERAS GEOLÓGICAS:I- Arqueozóico: teve início há aproximadamente 4 bilhões de anos atrás. Destaca-se pela formação da crosta terrestre, com o surgimento dos escudos cristalinos (rochas magmáticas), nos quais se encontram as mais antigas formações de relevo. Teve início a formação da atmosfera e surgiram os primeiros organismos unicelulares.Proterozóico: de 2,5 bilhões até 550 milhões de anos. Esta era foi marcada por forte atividade vulcânica, deslocando material magmático para a superfície e originando os grandes jazimentos de minerais metálicos, como o Manganês, Ferro, Ouro, etc. Houve um aumento considerável de oxigênio na atmosfera e o surgimento das primeiras formas de vida unicelulares mais avançadas e complexas.Paleozóico: entre 550 até 250 milhões de anos atrás. Ocorrência de rochas metamórficas e sedimentares (começam a se formar as bacias sedimentares), e surgimento de cadeias montanhosas antigas como os Alpes Escandinavos (Norte da Europa). No período Cambriano (início do Paleozóico) houve uma verdadeira “explosão” de vida, principalmente nos oceanos (animais de conchas), aumentando espetacularmente a quantidade de espécies. Já no Permiano (final do Paleozóico) houve a “grande dizimação” (95% das espécies desapareceram). Ao longo do Paleozóico surgiram grandes florestas , briófitas e pteridóftas, glaciações, os primeiros peixes, insetos, répteis e anfíbios. No período Carbonífero surgem depósitos de carvão mineral.Mesozóico: entre 250 milhões a 65 milhões de anos atrás. Está dividida em três períodos: Triássico, Jurássico e Cretáceo. O Mesozóico foi marcado por intensa atividade vulcânica, com derrame de lavas em grande parte do planeta, a exemplo do sul do Brasil (no Planalto Meridional), formando grandes depósitos de basalto, que originaram o solo de terra rocha. Formação de bacias sedimentares, inclusive nos fundos marinhos, dando origem a jazidas petrolíferas (Bacia de Campos...). No início do Mesozóico começou a divisão da Pangeia (225 milhões de anos atrás), para formar os atuais continentes. Surgiram os animais mamíferos e as aves, além dos répteis gigantes (dinossauros) e das grandes

florestas (com Angiospermas e gimnospermas).

OBS: Ao final do período Cretáceo (final do Mesozóico) houve uma segunda grande extinção em massa de espécies, associada principalmente à queda de grandes meteoros, como aquele que atingiu o atual território do México, e que contribuiu para o desaparecimento dos dinossauros.

Cenozóica: de 65 milhões atrás até hoje. Está dividida em dois períodos - o Terciário (pouco mais de 60 milhões de anos até pouco mais de um milhão de anos atrás) e o Quaternário (pouco mais de um milhão de anos atrás até hoje).Período terciário: foi marcado por intenso movimento da crosta terrestre (Tectonismo), surgindo os dobramentos modernos, com as grandes cadeias montanhosas (cordilheiras) como os Andes (américa do Sul), Montanhas Rochosas (América do Norte), Alpes (Europa), Himalaia (Ásia), além da ampliação das bacias sedimentares, e do início da formação das planícies, nas regiões mais baixas, a partir da deposição de sedimentos. Surgem os primeiros primatas, baleias, focas e ancestrais do cavalo, grande variedade de mamíferos, diversificação das aves e das Angiospermas (Fanerógamos; vegetais superiores).Período Quaternário: teve início há mais de um milhão de anos atrás (1,7) e se estende ate os dias atuais. Destaca-se pela formação dos atuais continentes e oceanos, além das grandes glaciações (Era do Gelo), estabilização do clima do planeta, formação das bacias sedimentares mais recentes e continuação da formação das atuais planícies. O evento mais importante do Quaternário foi o surgimento do Homo Sapiens Sapiens.

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Obs: as glaciações foram períodos da história da terra em que a sua temperatura caiu bruscamente, aumentando o volume de gelo das calotas polares, sobre as montanhas (cobrindo até 32% dos continentes) e oceanos (cobrindo até 30%). O gelo avançou até as proximidades dos trópicos, modificando significativamente as formas de vida e o relevo do planeta.A última glaciação ocorreu, aproximadamente, entre 70.000 a 12.000 anos atrás, no Período Quaternário. Foi a “Era do Gelo”, quando o homem teria migrado para a América através do Estreito de Bering e quando também ocorreu a ultima “grande extinção”, com o desaparecimento de grandes mamíferos, como o mamute, preguiça gigante, personagens do filme A Era do Gelo.

Hoje provavelmente estamos vivendo um período “interglacial”, ou seja, entre dois períodos de glaciação. com o gelo ocupando cerca de 10% da área total do planeta e concentrado principalmente nas regiões polares e topos de montanhas.

4- A ESTRUTURA INTERNA DA TERRA

A Terra é formada por camadas concêntricas, cuja densidade aumenta da superfície para o centro.

Didaticamente, a estrutura do planeta terra pode ser comparada à de um ovo: a casca, bastante fina, seria a crosta terrestre, com uma espessura que oscila entre 20 e 90 km. O manto chega a aproximadamente 2.900km de profundidade, é formado por magma pastoso e denso, em estado de fusão, e pode ser comparado à clara do ovo. Por fim, o núcleo, comparável à gema, é a parte mais densa do planeta, formado principalmente por níquel e ferro, chega 6.370km de profundidade.

4.1 - Crosta Terrestre ou Litosfera (SIAL): É a “casca” da Terra, a camada sólida superficial e de espessura variável (entre 20 e 90 km), formada principalmente por Silício e Alumínio (SIAL). Sua superfície é bastante irregular, apresentando várias formas, que constituem o relevo terrestre – montanhas, planaltos, planícies e depressões. O silício é o material mais abundante da crosta terrestre.

4.2 Manto ou Magma (SIMA): É a Camada intermediária, em estado de fusão, onde predominam o Silício e o Magnésio, correspondendo à maior parte do volume e massa da terra. No manto são geradas as correntes de convecção de materiais que, em contato com a crosta, produzem o lento deslocamento das placas tectônicas. O ponto de contato do magma pastoso com a crosta é chamado de Astenosfera.

4.3 Núcleo (NIFE): Concentra os minerais de maior densidade (Níquel e Ferro), encontra-se sob elevada pressão e temperatura (6.000°C). A enorme quantidade de ferro derretido contribui para gerar o campo magnético da Terra.

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OBS: Do contato, das relações interativas e complementares entre a litosfera (crosta), atmosfera (camada gasosa) e hidrosfera (oceanos, rios, lagos...) surge a biosfera, área de domínio do homem, sob condições de florescimento o evolução da vida vegetal (flora) e animal (fauna).

5 - A Deriva Continental

Em 1912, o geofísico e meteorologista alemão Alfred Wegener (1880-1930) elaborou a Teoria da Deriva Continental, defendida no livro A Origem dos Continentes e dos Oceanos (1915).

De acordo com esta teoria, no final do Período Carbonífero (há quase 250 milhões de anos) existia apenas uma única e gigantesca massa continental - a Pangeia (pan = toda; gea = terra).

Desde a desagregação do Pangeia, ainda no período Jurássico, a superfície terrestre encontra-se em movimento contínuo, até chegar à configuração mais recente dos continentes, que se estabeleceu há cerca de 60 milhões de anos (início do Cenozoico).

Atualmente, a deriva continua: a América do Sul, por exemplo, afasta-se da África entre 2 e 5 cm por ano.

5.1 Evidências dos Acertos de Wegener:

I - As feições dos litorais do Brasil e da África: as imagens dos litorais sugerem um perfeito “encaixe”, demonstrando que estes continentes já estiveram unidos.II - Estruturas geológicas: Brasil e África apresentam rochas sedimentares antigas, do

paleozóico e do mesozóico (formadas entre 350 milhões e 150 milhões de anos atrás), semelhantes;III - Jazidas minerais: há cerca de 300 milhões de nos atrás (período carbonífero, no Paleozóico), o gelo foi substituído por florestas que foram soterradas, gerando depósitos de carvão mineral. No sul da África e do Brasil (Vale do rio Tubarão – SC), na Austrália e Índia há depósitos de carvão justamente desta idade.IV - A distribuição de fósseis e plantas nos dois continentes: é o caso do fóssil do pequeno réptil (1 metro) mesossauro (do paleomesozóico), encontrado no Brasil (SC) e na África.

5.2 – Problemas na teoria A pergunta fundamental que Wegener

não conseguiu responder foi: “que tipo força conseguiria mover tão grandes massas a tão grandes distâncias?”. Resposta hoje comprovada: os movimentos de convecção do magma.

Considerando que as placas tectônicas se movimentam (um movimento vibratório) a 3 cm por ano (em média), para se deslocar 1 km serão necessário 33 mil anos. Reconstruindo o curso da deriva dos continentes é possível compreender certos padrões de evolução biológica no planeta, particularmente no aspecto da migração de certas espécies quando os continentes, que hoje se encontram separados, ainda estavam unidos. Com a separação dos continentes, populações se isolaram geograficamente e geneticamente, o que viabilizou a especialização dessas espécies.

6 A TEORIA DAS PLACAS TECTÔNICAS:

Nos anos sessenta do século XX, cientistas desenvolveram estudos, a partir da Teoria da Deriva Continental (de Wegener), que afirmam que a crosta da Terra está dividida em 12 “placas” principais, que “flutuam” sobre o magma pastoso. As regiões de contato entre as placas tectônicas apresentam grande instabilidade, gerando terremotos, maremotos, vulcões, montanhas, alterações no relevo. Neste sentido, a palavra “tectônica” tem um significado muito apropriado: vem do radical grego “tektoniké”, que significa “a arte de construir”.

AS 12 PLACAS TECTÔNICAS

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ATENÇÃO: estudando através do mapa

I - Observe no mapa a localização do “Círculo de Fogo do Pacífico”, o maior conjunto de vulcões ativos do planeta, que se estende pela costa ocidental da América, leste e sudeste da Ásia, estendendo-se até a Oceania. Coincide com as regiões de contato entre as principais Placas Tectônicas: áreas de instabilidade.

II- O choque entre a Placa Eurasiana e a Placa Indiana deu origem à Cordilheira do Himalaia.III - Lembre que os mais catastróficos terremotos são de origem tectônica, ou seja, resultantes do choque de Placas Tectônicas.IV - Os terremotos que atingem o oeste da América do Sul (Andes) resultam do choque entre a Placa de Nazca e a Placa Sulamericana.V - A mais famosa falha tectônica da terra é a Falha de San Andreas (Santo André), na Califórnia (EUA). Encontra-se na área de contato entre a Placa Norteamericana e a Placa do Pacífico que, quando se chocam (em movimento tangencial) provocam terremotos em San Francisco, Los Angeles, San Diego...VI - Em janeiro de 2010, o Haiti sofreu um violento terremoto, resultante do choque (movimento tangencial), entre as placas Norteamericana e das Caraíbas, matando mais de 200 mil pessoas, entre as quais a médica sanitarista brasileira Zilda Arns.VII - Em 11 de março de 2011, o Japão foi atingido por violento terremoto, seguido por um tsunami (maremoto), que deixou 20.000 mortos (além do vazamento de radiação em

Fukushima). Foi provocado pela subsidência da Placa Eurasiana sob a Placa do Pacífico; em 1995, o terremoto de Kobe, provocado pelo choque entre as placas Eurasiana e das Filipinas

DA PANGEIA AOS DIAS ATUAIS

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* OS TRÊS TIPOS DE PLACAS

7- O PRINCÍPIO DA ISOSTASIA

O princípio da isostasia explica o estado de equilíbrio da crosta sobre o Magma. Quando grandes massas depositam-se sobre a crosta, gera um afundamento no magma (Astenosfera). Analogamente, se houver uma remoção de massa sobre a crosta, esta região sofrerá uma elevação. Assim, nas porções montanhosas, a crosta é mais espessa, pois também há um aumento da “raiz” da montanha, que afundou no magma.

PRINCÍPIO DA ISOSTASIA

8 - AGENTES FORMADORES E MODIFICADORES DO RELEVO

O relevo nada mais é do que o conjunto de formas da superfície da terra. Estas formas são resultado tanto de forças provenientes do interior do planeta (tectonismo, vulcanismo e abalo sísmico) quanto de agentes externos (erosão e intemperismo).

8.1 - AGENTES INTERNOS (ENDÓGENOS) OU FORMADORES DO RELEVO.

São as forças geradas no interior do planeta, e que estão vinculadas a fatores como pressão e altas temperaturas:

8.1.1 – Tectonismo ou Diastrofismo: são os deslocamentos, geralmente lentos, da crosta terrestre (nas suas respectivas placas). Já que esses movimentos podem ser verticais ou horizontais, classifica-se o tectonismo em:* OROGENISMO: resulta de pressão horizontal do magma em regiões formadas por rochas flexíveis (plásticas), originando as montanhas. Os melhores exemplos são os chamados dobramentos modernos, originados no Período Terciário da Era Cenozóica (nos últimos 65 milhões de anos): Cordilheira dos Andes (América do Sul), Montanhas Rochosas (América do Norte), Alpes (Europa), Himalaia (Ásia)...

Placas convergentes¹: são placas que vão de encontram à outra. A placa mais densa mergulha para baixo da menos densa. É o caso do choque entre uma placa oceânica e outra, continental.

Placas divergentes: são aquelas que se afastam. Pela falha aberta na crosta pode escapar magma, dando origem a ilhas vulcânicas. Esse de estrutura provoca menos terremotos.

Placas convergentes²: quando as placas têm a mesma densidade (duas placas continentais, por exemplo), chocam-se e se comprimem. O Himalaia é resultado desse fenômeno.

Placas transformantes: são criadas por duas placas que deslizam uma ao lado da outra. O atrito entre elas guarda muita tensão, que pode causar terremotos catastróficos.

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DOBRAMENTOS MODERNOS

I - EPIROGENISMO: resulta de pressão vertical do magma em rochas em rochas muito resistentes (de pouca plasticidade), dando origem às fraturas e falhas.* Diáclase: fratura sem desnivelamento de camada.* Paráclase: fratura com desnivelamento de camada, com falhamento.*Trapp: sequência de falhas, produzindo “degraus”, a exemplo do “trapp do Paraná”, no Planalto Meridional, sul do Brasil.

OBS: a Península Escandinava (norte da Europa) vem sofrendo um lento epirogenismo positivo, elevando o relevo em alguns centímetros por ano; pode acontecer, em certas regiões, também o epirogenismo negativo, devido a redução da pressão do magma, produzindo um lento “afundamento” no relevo.

8.1.2 – Vulcanismo: processo que promove o deslocamento de material magmático (e da própria crosta), a exemplo de lavas, gases, lápilis (pequenas pedras), bombas ( pedras grandes), vapores e cinzas..., através de fendas, até a superfície da terra. Os vulcões estão vinculados a terrenos recentes, montanhosos, instáveis e fraturados, sobretudo nas áreas de contato entre placas tectônicas. Eles podem ser submarinos, como ocorrem na dorsal do atlântico ou no pacífico, ou se constituir em grandes altitudes continentais, a exemplo dos vulcões andinos, das Montanhas Rochosas, da Itália, do Japão.

Observe as partes de um vulcão

CLASSIFICAÇÃO DOS VULCÕES: podem ser Ativos (permanentes ou intermitentes) ou Extintos. Quanto ao material expelido, são classificados em: I - Vulcões Efusivos ou Havaianos: expelem principalmente lava (magma), com erupções geralmente pouco violentas, a exemplo dos vulcões Kilawea e Mauna Loa, no Havaí.II - Vulcões Explosivos ou Peleanos: emanam cinzas e gases, além de lava bastante viscosa, com grande energia, produzindo explosões, a exemplo do Monte Peleé, na Martinica.

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III - Vulcões Mistos ou Vesuvianos: ocorre uma alternância entre erupções “explosivas” e “efusivas”, a exemplo do Vesúvio, na Itália.Obs: as principais zonas vulcânicas do planeta são: Círculo de Fogo do Pacífico (Extremo-Oriente, Sudeste Asiático, parte da Oceania e costa oeste da América); Círculo de Fogo do Atlântico (principalmente nas Antilhas) e Círculo de Fogo do Mediterrâneo (Itália).

8.1.3 – Abalos sísmicos: são tremores que ocorrem na superfície da terra, gerados por três fatores. Os sismos “tectônicos” resultam do choque entre placas tectônicas. São os mais catastróficos, ocorrendo com grande violência; sismos vulcânicos, gerados pela energia liberada pelo vulcanismo; sismos gerados pela acomodação de camadas subterrâneas. Obs: no terremoto tectônico, a placa que apresenta maior viscosidade (mais aquecidas) afunda sob a placa menos viscosa (menos aquecidas), gerando uma Zona de Subducção.

A região, no interior da terra, onde se originam os tremores é o hipocentro, enquanto que o ponto na superfície da terra onde se registra a maior intensidade do tremor é o epicentro. Quando os abalos sísmicos ocorrem nas áreas continentais recebem o nome de terremoto; se acontecem no fundo oceânico, são os maremotos. Esses últimos podem causar os terríveis tsunamis, a exemplo do ocorrido em 11 de março de 2011, no Japão, com 20 mil mortos e desaparecidos.Obs: o sismógrafo é o aparelho que identifica a intensidade dos terremotos, ou seja, o índice de energia liberada pelo sismo, adotando-se comumente a Escala Richter,

que é uma escala logarítmica, de forma que um terremoto 4.0 é 10 vezes mais intenso do que um 3.0. Embora a intensidade seja teoricamente infinita, nunca foi registrado um terremoto igual ou superior a 10. 9 - AS ROCHAS: ORIGEM E CLASSIFICAÇÃO

Quanto à estrutura geológica, a crosta terrestre é a camada mais importante para a humanidade, pois é na sua superfície que construímos o espaço geográfico e nossa história. A litosfera é constituída por Rochas, estruturas formadas por dois ou mais minerais agrupados.

 Os minerais são elementos encontrados na natureza e que apresentam uma estrutura química equilibrada, resultante de processos inorgânicos (ação do calor, pressão...), ao longo de milhões de anos. A maioria dos minerais é sólido, como feldspato, mica, quartzo, mas há alguns em estado líquido, como a água e o mercúrio.

*Segundo sua origem, as rochas são classificadas em três grupos: Ígneas ou Magmáticas, Sedimentares ou Estratificadas e Metamórficas.

9.1 - Rochas Magmáticas ou Ígneas: são formadas a partir do material proveniente do magma, solidificando-se no interior da terra ou então em contato com a atmosfera, após ser expelido pelos vulcões. Por isso, estas rochas são subdivididas em dois tipos: intrusivas e extrusivas.

9.1.1 - Rochas Intrusivas ou Plutônicas: são produzidas pela cristalização de magmas que não atingiram a superfície terrestre, mas foram cristalizadas a grandes profundidades. O Granito é o grande exemplo. No Brasil, as serras do Mar e da Mantiqueira (Sudeste; Planalto Atlântico) são formações graníticas.

9.1.2 – Rochas Magmáticas Extrusivas ou Vulcânicas: são geradas pela solidificação do material magmático (lava) expelido pelo vulcão (lava). Ex: Basalto, diabásio e pedra-pômis.

9.2 - ROCHAS SEDIMENTARES OU ESTRATIFICADAS

São formadas a partir da sedimentação (deposição, acúmulo) e litificação de partículas de rochas degradadas (por erosão ou intemperismo) ou de materiais orgânicos, ou ainda da precipitação química de minerais. As rochas sedimentares podem ser divididas

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em três tipos: clásticas ou detríticas, orgânicas e químicas.

9.2.1 - Rochas Sedimentares Clásticas ou Detríticas: são formadas a partir da litificação de “detritos”, resíduos (sedimentos) de rochas erodidas, e que se acumularam em camadas (estratos) superpostas. Mediante grande pressão, elevadas temperaturas e muito tempo, as partículas de sedimentos (e seus cristais) se compactam, se litificam. São exemplos de rocha sedimentar clástica, o Arenito, Tilito, etc.9.2.2 - Rochas Sedimentares Orgânicas: são formadas por restos de animais e vegetais (fósseis...), que vão se acumulando em porções mais baixas do relevo. Este material, sendo sujeitos a grande pressão de camadas sobrepostas e a elevadas temperaturas, ao longo de milhares de anos, dão origem à rochas e minerais como calcário, carvão mineral, petróleo, etc.9.2.3 - Rochas Sedimentares Químicas: se formam quando o meio no qual os sedimentos de rocha (minerais) estão dispersos se torna saturado (com 100% de umidade), facilitando a precipitação, concentração e cristalização dos minerais (geralmente com grande concentração de carbonato de cálcio). As rochas químicas em geral formam cristais. Ex: estalactites, estalagmites, colunas calcárias, calcita, aragonita, dolomita.9.3 - Rochas Metamórficas: são rochas que sofreram alterações na sua estrutura e cristalização ao serem submetidas a altas pressões e temperatura ao longo de muito tempo. Exemplos de rochas metamórficas são o mármore (derivado do calcário), o quartzito (derivado do arenito) e a gnaisse (derivada do granito), ardósia (derivada da argila).

ROCHAS METAMÓRFICAS

10 - OS AGENTES EXTERNOS OU EXÓGENOS (MODELADORES DO RELEVO): INTEMPERISMO E EROSÃO

Resultam da própria ação da natureza, ou mesmo da ação humana (antrópica). Assim, enquanto a erosão resulta de uma ação mecânica sobre a rocha, o intemperismo é a “ação do tempo sobre a rocha”.

10.1 – Intemperismo Químico: resulta da ação contínua da umidade sobre as rochas, resultando na hidratação (hidrogênio), oxigenação (oxigênio) e carbonatação (carbono) dos seus minerais, dissolvendo o “cimento natural” que agrega as partículas da rocha. Portanto, o intemperismo químico é típica de regiões que apresentam clima tropical úmido ou equatorial, com grande pluviosidade e elevada umidade relativa do ar, a exemplo da Amazônia.10.1.2 - Intemperismo Físico: é resultado da variação acentuada da temperatura sobre a rocha, A dilatação térmica (amplitude térmica) diuturna e sazonal acaba enfraquecendo o “cimento natural” que agrega as partículas da rocha, que, assim, “naturalmente” se desagregam (termoclastia). É típico de regiões desérticas e semiáridas, a exemplo do Saara e do Sertão nordestino.

Obs: nas regiões de clima muito frio, o congelamento aumenta o volume da rocha, desagregando suas partículas (crioclastia)

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10.1.2 - Intemperismo Biológico: é produto da ação dos animais e vegetais, desagregando as rochas.

10.2 - EROSÃO: É uma ação mecânica, agressiva, de força, que desagrega a rocha, e que derivada dos seguintes agentes:

1. Água

I - Chuvas (Erosão Pluvial): a ação “meteorizadora” da chuva degrada o solo, cuja intensidade varia de acordo com fatores como a cobertura vegetal, declividade e constituição física do terreno (mais ou menos arenoso...). Através das torrentes e enxurradas, pode produzir verdadeiras valas (voçorocas, ravinas), geralmente vinculadas a intervenções antrópicas (do homem). Este processo também transporta sedimentos, depositando-os nas regiões mais baixas, sendo dominante em regiões tropicais (chuvosas).II - Rios (Erosão Fluvial): os rios, em seu percurso, provocam desgaste do leito (vertical) ou em suas margens (horizontal). Os rios também podem depositar sedimentos junto à sua foz, formando ilhas aluviais (foz em delta).III - Mares (Erosão Marinha): é a desagregação das rochas junto ao litoral (abrasão marinha), processo facilitado pela dinâmica das marés, e que dá origem às falésia e barreiras. Já o processo de sedimentação marinha também modela a morfologia do litoral, construindo as praias, tômbolos e restingas. O acúmulo de arenito ou de animais marinhos dá origem aos recifes, que podem ser de arenito ou de coral.IV - Geleiras (Erosão Glacial): a fusão do gelo, o deslocamento de blocos de gelo (...), degradam as rochas, escavam vales, transportam sedimentos, particularmente em áreas montanhosas e de grandes latitudes (próximas aos polos). Junto ao litoral a erosão glacial pode escavar vales, como os Fjords, típicos da Noruega e do Chile. A erosão nival (fusão da neve) também é relevante. V - Ventos (Erosão Eólica): apresenta dois estágios: deflação – é uma ação suave do vento, “varrendo” ou “polindo” a rocha; corrosão ou corrasão é a ação mais violenta, na qual o vento “meteoriza” a rocha, com o material por ele transportado (com grãos de areia...). A acumulação eólica é responsável pela formação das dunas. A parte da duna que “recebe” o vento é

chamada de barlavento; o lado contrário é chamado de sotavento. VI - Erosão dos Seres Vivos: atualmente, o ser humano é o principal agente modelador do relevo, pois, em busca da satisfação de seus desejos e necessidades, a partir do emprego de técnicas e tecnologias, constrói cidades, túneis, estradas, represas, aterros (...), extraindo os recursos da natureza, transformando sensivelmente a superfície da terra. Outros animais, além de vegetais, também provocam erosão.

Fjords, na Noruega.

11 - ESTRUTURA GEOLÓGICA: é a base rochosa e a cobertura sedimentar da superfície terrestre, apresentando-se sob três formas.

I - Escudos Cristalinos: são os terrenos mais antigos do planeta (pré-cambrianos). No Brasil, corresponde a 36% do território, sendo 32% do Arqueozóico (rochas magmáticas e metamórficas) e 4% do Proterozóico, estes com grandes jazidas de minerais metálicos, como as províncias minerais de Carajás (PA) e do Quadrilátero Ferrífero (MG), além do Maciço do Urucum (MS), dentre outros.

II - Bacias Sedimentares: são formadas por terrenos sedimentares acumulados no Paleozóico, Mesozóico e Cenozóico. Constitui 64% dos terrenos brasileiros, contendo as nossas reservas de petróleo, gás e carvão mineral.

III - Dobramentos Modernos: correspondem às montanhas mais jovens, originadas por orogênese no Período Terciário (Cenozóico). Por isso continuam pontiagudas, pois ainda não houve tempo suficiente para o rebaixamento pela erosão.

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Obs: no Planalto Meridional (brasileiro), no Centro-sul, apresenta-se uma cobertura formada por terrenos vulcânicos (8% do território nacional), com rochas extrusivas como o diabásio e o basalto, esta última geradora do solo de terra roxa.

Obs: durante o Paleozóico, o planeta sofreu uma grande transgressão marinha, cujas marcas se encontram em bacias sedimentares brasileiras, com o registro de fósseis marinhos.

MAPA ESTRUTURA GEOLÓGICA DO BRASIL

12 - RELEVO: Relevo é o conjunto de formas apresentadas pela superfície da terra. As terras emersas (continentes e ilhas) representam 30% da superfície do planeta (o restante corresponde ao relevo submarino), com altitude média de 623m. O ponto mais alto é o Monte Everest (Himalaia, entre o Nepal e Tibet – China), enquanto que o Mar Morto (entre Jordânia e Israel) é a maior depressão absoluta do planeta (394m abaixo do Mar).

12.1 – Relevo Terrestre (emerso): Montanhas, Planaltos, Planícies e Depressões.

I - Montanhas (ou dobramentos): são produto de tectonismo orogenético, surgindo geralmente às proximidades de regiões onde se dá o “encontro” (contato) entre placas tectônicas. A maior parte destas formações (Dobramentos Modernos) teve origem no período Terciário (Era Cenozóica). Um conjunto de montanhas forma as cordilheiras, aexemplo dos Andes, Rochosa, Himalaia e Alpes.

II - Planaltos: os planaltos são terrenos antigos, onde os processos de erosão e intemperismo (desgaste) superam o de sedimentação, com altitude variada ( em média, entre 200m e 3.000m). Podem ser de origem sedimentar ou cristalina. O relevo brasileiro é dominado pelos planaltos: Planalto Central, Planalto Atlântico, Planalto Meridional.

III – Planícies: correspondem a superfícies relativamente planas, geralmente entre 0 a 200 metros de altitude, ao longo de litorais e de rios, por exemplo. Ocorrem a partir do acúmulo (deposição) de sedimentos, transportados de regiões mais elevadas, pelas chuvas, vento (...). Quando os sedimentos são transportados por rios, a planície é do tipo aluvial (Planície Amazônica). Quando a planície é formada por sedimentos é denominada de planície costeira. Quando é produto do soterramento de um lago, temos a planície lacustres. E por fim, no caso de transporte de sedimentos por meio dos ventos, a planície é do tipo eólica. No Brasil temos a Planície

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Amazônica, Planície Costeira, Planície do Pantanal e a Planície do Pampa Gaúcho

IV - Depressões: se encontram abaixo do nível topográfico das áreas circunvizinhas. Existem dois tipos de depressão: absoluta e relativa. As depressões absolutas são aquelas que se encontram abaixo do nível do mar (Mar Morto, Vale da Morte), enquanto que depressões relativas estão acima do nível do mar.

12.2 – Relevo Submarino: Plataforma Continental, Talude, Região Pelágica, Região Abissal.

I - Plataforma continental: é o “prolongamento do relevo continental, constituindo-se geralmente numa “planície submersa” que margeia o continente, que se estende até 200m de profundidade, em uma extensão que varia, em média, de 20 a 100km. Quanto mais suave for o declive do litoral, mais larga será a plataforma. Esta região recebe grande quantidade de sedimentos, podendo concentrar depósitos de petróleo, além de intensa atividade pesqueira.

II - Talude: porção escarpada (íngreme) que surge após a Plataforma Continental. As fossas marinhas (depressões abissais) aparecem abaixo do talude, em zonas de contato entre placas tectônicas.

III - Região pelágica ou Bacia Oceânica: corresponde à maior parte do relevo submarino, formando o “fundo oceânico” propriamente dito. Podem emergir daí montanhas tectônicas e vulcânicas, que inclusive podem aflorar à superfície do mar, formando ilhas como Fernando de Noronha e o arquipélago japonês.

IV - Região Abissal ou Fossa Oceânica: ocorrem geralmente em áreas de subducção (zonas de contato de placas)em meio à Bacia Oceânica. São fendas estreitas e alongadas que podem chegar a mais de 10.000 metros de profundidade.

*Dorsal Oceânica: corresponde a cordilheiras submarinas que surgem nas áreas de contato entre “placas tectônicas divergentes”, facilitando o extravasamento do material magmático, viabilizando o surgimento de ilhas e vulcões. É o caso da Dorsal Meso-Atlântica, na região de contato entre as placas Sulamericana e Africana.

*Transgressões e Regressões MarinhasComo o próprio nome sugere, a

transgressão marinha se caracteriza pelo avanço (invasão) das águas oceânicas sobre superfícies continentais. Ela pode ser provocada por epirogênese negativa, ou seja, pelo rebaixamento de blocos continentais, ou ainda por ”aquecimento global” e consequente derretimento de porções das geleiras polares, elevando o nível do mar. As regressões marinhas, ao contrário, se caracterizam pela emersão (subida) de superfícies originalmente recobertas pelo mar, e são causadas por movimentos epirogênicos positivos ou pelo “resfriamento global”, inclusive durante as glaciações.

13- Solos:O solo é uma camada superficial da crosta formada por material sedimentar gerado pelo intemperismo sobre as rochas, acrescido de matéria orgânica (microscópica e macroscópica) e que funciona como substrato para a fixação e desenvolvimento da vida vegetal. Apresenta níveis variados de porosidade, o que garante a percolação (penetração) de água e infiltração de ar (aeração).

13.1 - Quanto à profundidade, os solos são classificados em:

I - Latossolos (profundos): são solos profundos, geralmente com grande porosidade certa concentração de dióxido de ferro, do que resulta a coloração amarelada ou avermelhada, sendo comum em regiões tropicais, com ocorrência de lixiviação e laterização.

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II - Litossolos (rasos): geralmente com profundidade inferior a 10 cm, com baixo teor de matéria orgânica, sem “horizontes” definidos, podendo apresentar cascalhos (pequenas pedras), resultantes do intemperismo sobre a rocha matriz. São comuns em regiões de clima semiúmido até o semiárido.

13.2 - Quanto à origem:

I - Solos Eluviais: quando se encontra sobre a rocha matriz (a rocha intemperizada que lhe deu origem). Portanto, é um solo autóctone, pois se encontra sobre o local de origem. São exemplos o solo de terra-roxa (de origem vulcânica, no Centro-Sul do Brasil, sobre o Planalto Meridional) e o solo massapê (na Zona da Mata Nordestina).II - Solos Coluviais: se encontram nas regiões de decida do relevo, tendo sido transportado das regiões mais elevadas.III - Solos Aluviais: se encontram nas regiões mais baixas do relevo, resultando da deposição de sedimentos transportados pelos rios, vento (...), a exemplo dos solos de várzea (várzea do Amazonas) e o solo de loess (vale do Hoang ho, o “rio amarelo“, na China)IV - Solos Orgânicos: são formados a partir da deposição de matéria orgânica, o que explica sua fertilidade, pois apresentam elevada concentração de humos. Destaque para o solo Tchernoziom (o mais fértil do mundo), típico das estepes da Rússia e Ucrânia, e o Black Cotton Soil (Planície do Mississipi – EUA).13. 3 - Quanto à granulometria: indica o tamanho

I - Solos arenosos: em sua composição, é dominante a presença de areia (cristais de quartzo), apresentando boa percolação (infiltração da água), baixa retenção de matéria orgânica e baixa fertilidade.

II - Solos sílticos: apresentam o predomínio de partículas com diâmetro entre a areia e a argila, os Siltes.

III - Solos Argilosos: predominam grãos (partículas) microscópicos, com grande capacidade de absorção e retenção de umidade, apresentando menor permeabilidade (baixa percolação e aeração).

HORINZONTES DO SOLO.

Os solos de regiões de climas tropical e equatorial sofrem grandes perdas com a erosão, lixiviação e a laterização.

A lixiviação: é a “lavagem” da parte superficial do solo pela ação da chuva, retirando os nutrientes orgânicos e inorgânicos (NPK), inclusive os sais minerais hidrossolúveis, empobrecendo o solo. A retirada das “bases nitrogenadas” aumenta a acidez do solo, reduzindo a sua fertilidade.

A laterização: é o surgimento de uma crosta ferruginosa, formada pela decomposição das rochas com precipitação dos óxidos e hidróxidos de alumínio e ferro, o que praticamente esteriliza o solo.

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