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Aramação Aramação A técnica de “educar” plantas através da colocação de arames é uma das mais utilizadas no cultivo do Bonsai. Sua finalidade é dar forma ao tronco e direcionar galhos e ramos, dando à planta uma aparência de árvore antiga, acrescido de um efeito artístico. Com arames de cobre ou alumínio é possível educar o Bonsaiem quase todas as formas e estilos. É importante, porém, ter em mente que a forma deve respeitar a estrutura da planta natural, para que o resultado não seja um Bonsai com aparência artificial. Assim, se uma planta tem característica de um “Chokkan”, dificilmente teremos condições de transformá-la em um “Kengai”. Algumas regras devem ser observadas para procedermos corretamente à aramagem: As árvores fracas ou aquelas que tenham sido replantadas recentemente não devem nunca ser submetidas a este processo, pois a tendência é que murchem e morram; É fundamental que o arame seja mantido sempre na direção do crescimento natural do galho, para evitar que afrouxe. Ele não deve ser amarrado muito apertado, pois poderá danificar os galhos e provocar marcas indesejáveis, mas também não deverá ficar muito frouxo, já que dessa maneira não cumpriria seu objetivo; O arame deve ser aplicado em ângulos de aproximadamente 45° (ângulos maiores ou menores tornam menos efetivo o processo); Pode-se aramar dois galhos com um único arame; Para galhos mais grossos, pode-se utilizar mais de um arame, sempre paralelo ao primeiro; Pode-se prender uma ponta do arame ao solo e ir enrolando até o galho que se deseja modelar; Para direcionar um galho recém amarrado, pressione com uma das mãos a parte inferior do mesmo, fixando o polegar sobre o ponto onde se deseja efetuar uma curvatura e, com a outra mão, pressione a parte superior do galho e faça o modelo que tem em mente; Devemos também ter cuidado para não danificar as gemas, brotos e folhagens;

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Aramação

Aramação A técnica de “educar” plantas através da colocação de arames é uma das mais utilizadas no cultivo do Bonsai. Sua finalidade é dar forma ao tronco e direcionar galhos e ramos, dando à planta uma aparência de árvore antiga, acrescido de um efeito artístico. Com arames de cobre ou alumínio é possível educar o Bonsaiem quase todas as formas e estilos. É importante, porém, ter em mente que a forma deve respeitar a estrutura da planta natural, para que o resultado não seja um Bonsai com aparência artificial. Assim, se uma planta tem característica de um “Chokkan”, dificilmente teremos condições de transformá-la em um “Kengai”. Algumas regras devem ser observadas para procedermos corretamente à aramagem: As árvores fracas ou aquelas que tenham sido replantadas recentemente não devem nunca ser submetidas a este processo, pois a tendência é que murchem e morram; É fundamental que o arame seja mantido sempre na direção do crescimento natural do galho, para evitar que afrouxe. Ele não deve ser amarrado muito apertado, pois poderá danificar os galhos e provocar marcas indesejáveis, mas também não deverá ficar muito frouxo, já que dessa maneira não cumpriria seu objetivo;

O arame deve ser aplicado em ângulos de aproximadamente 45° (ângulos maiores ou menores tornam menos efetivo o processo); Pode-se aramar dois galhos com um único arame; Para galhos mais grossos, pode-se utilizar mais de um arame, sempre paralelo ao primeiro; Pode-se prender uma ponta do arame ao solo e ir enrolando até o galho que se deseja modelar;

Para direcionar um galho recém amarrado, pressione com uma das mãos a parte inferior do mesmo, fixando o polegar sobre o ponto onde se deseja efetuar uma curvatura e, com a outra mão, pressione a parte superior do galho e faça o modelo que tem em mente; Devemos também ter cuidado para não danificar as gemas, brotos e folhagens;

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Não é aconselhável alterar o ângulo de um galho no ponto de intersecção com o tronco: há o risco dele romper-se;

O arame deve ser removido após um certo período de tempo. Em geral de seis a oito meses, dependendo da espécie. Entretanto, há árvores que se desenvolvem mais rapidamente que outras e é preciso observar se o arame está danificando os galhos. Nesse caso, retire os arames; Evite “desenrolar” os arames. Para retirar os arames é aconselhável cortá-los aos pedaços, utilizando uma ferramenta apropriada. Há ainda métodos alternativos utilizados para alterar o posicionamento de um galho, como exemplo podemos citar a ANCORAGEM, que consiste em prender um fio ou arame no galho em que se deseja modificar sua inclinação fixando-o ao vaso, parte da raiz ou outro galho mais grosso e ir fazendo um torniquete para esticá-lo até que o galho fique na posição desejada.

Outro acessório bastante comum no mundo do Bonsai, o CURVADOR, é capaz de efetuar curvas em galhos bem mais grossos. Porém, devemos ter cuidado quando usarmos esse método protegendo a área do galho que fica tracionada com um pedaço de borracha ou capa de fios, para que não fiquem marcas indesejáveis.

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Adubação

Sementes, Bonsai, Ferramentas, Insumos e tudo que você pode imaginar referente a Bonsai Adubação - macro e micro nutrientes e suas funções Assim como o ser humano, as plantas também são organismos vivos,formados por moléculas, que na sua composição contém açúcares, lipídios, proteínas e ácidos nucléicos (ADN). Esta composição básica de uma molécula é comum a todos os organismos vivos, e é ela que contém as informações genéticas de cada ser. A diferença está na origem destes elementos. Os seres humanos e os animais precisam comer para consegui-lo. As plantas por sua vez retiram-nos da luz solar, que serve para produzir folhas, frutos e flores. Tudo isso se encontra nas moléculas inorgânicas encontradas no ar e no solo, que são chamados de sais. Na sua origem os sais se encontram em forma sólida, sendo dissolvidos em água. Por exemplo: O sulfato de magnésio se dissolve resultando em iones de magnésio e iones de sulfato, e ambos são absorvidos pelas raízes. O Enxofre contido neles é essencial para que a formação da planta aconteça naturalmente. Os elementos essenciais para a formação de uma planta são classificados em dois grupos: a) Macronutrientes: Carbono (C), Oxigênio(O), Hidrogênio(H), Nitrogênio(N), Enxofre (S), Fósforo (P), Potássio (K), Cálcio (Ca) e Magnésio (Mg). b) Micronutrientes: (Oligoelementos) Ferro (Fe), Manganês (Mn), Boro (B), Zinco (Zn), Cobre (Cu), Molibdeno (Mo) e Cloro (Cl). Os Macronutrientes são os elementos que a planta necessita em quantidades elevadas, e os Micronutrientes em quantidade muito pequena. Os primeiros elementos são tomados do ar (CO2 e oxigênio) e da água (H2O). Também o Cloro geralmente já está contido na água utilizada para regar a planta (a carência de cloro deixa a coloração das folhas pálida). Nitrogênio: este elemento serve de base para a formação das proteínas, e é especialmente importante na formação de clorofila (transformação de luz solar em alimento, através da fotossíntese). Grande quantidade do nitrogênio contida nas plantas se encontra nas folhas. Assim sendo é um elemento necessário para o crescimento e desenvolvimento da massa foliar, bem como da formação de “corpo” na planta. Fósforo: fundamental para a formação de ADN e na formação de membranas celulares. O Fósforo é um elemento importante na formação de flores e frutos. Em frutífera e floríferas pode ser usado em quantidade mais elevada, nos períodos de floração. Enxofre: se absorve em forma de sulfato, e faz parte de alguns aminoácidos e de algumas proteínas da planta. Junto com fósforo, nitrogênio, carbono e água, forma um grupo chamado de elementos estruturais, que intervém na formação do “esqueleto” da planta. Potássio: é absorvido na forma de íon potássio(K+). Intervém no regulamento da abertura e fechamento dos estomas das folhas. Tem participação no transporte dos nutrientes pelo floema. Deve ser regulado de acordo com a estação do ano. Com a chegada do inverno tende-se a aumentar a dosagem de potássio. Cálcio: sua função é estrutural, dando rigidez as membranas celulares, bem como regulador de certas reações que ocorrem na planta. Atua como agente protetor frente a elevadas

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concentrações salinas (contidas em água) e frente a certos elementos tóxicos que podem ser absorvidos pela planta. Magnésio: fundamental para a formação da clorofila. MICRONUTRIENTES Atuam na formação de reações fundamentais ao crescimento, bem como auxiliam a fotossíntese. Alguns se concentram mais nas raízes (zinco) e outros na parte aérea (ferro). Mesmo que em quantidade muito pequena, são fundamentais para o bem desenvolvimento da planta. NPK: N (nitrogênio): Torta de mamona P (fósforo): Farinha de osso/ostra K(potássio): Cinza de madeira PERIODICIDADE: A adubação não deve ocorrer de forma irregular. Quanto mais periodicamente e regularmente a adubação ocorrer, mais resultados serão obtidos. Uma adubação irregular causa esgotamento e desenvolvimento irregular para a planta. ADUBO E ÁGUA: A adubação está intrinsecamente ligada a água. Adubo só faz efeito quando dissolvido, e assim as reações procedentes do contato com a água agem de forma livre. Uma adubação com pouca água não terá efeito, ou no máximo, um efeito muito fraco. A periodicidade das regas também é fundamental, pois faz com que a planta crie uma rotina de alimentação. As raízes só absorvem nutrientes e água quando a umidade do substrato do vaso estiver entre 15 e 25 % . ADUBO E SUBSTRATO: Não é a quantidade de adubo que mata uma planta, mas sim a falta de aeração no substrato. Se a drenagem estiver muito baixa, a concentração de adubo ativo (solvido) é elevada e assim também a absorção. Isso provoca a superdosagem que queima as células sensíveis na ponta das raízes capilares. Um substrato com boa drenagem e aeração permite que a porcentagem de umidade (e assim também adubo ativo) ideal seja atingida mais de uma vez ao dia.

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Dicas para melhorar a forma do Bonsai.

Há três técnicas principais para melhorar a forma dos Bonsai: A) A poda B) As pinçagens C) A alambragem A) A PODA. Podar é dirigir a formação de uma Árvore. Com a poda, eliminamos os ramos defeituosos (os que se cruzam) ou os desnecessários (os que saem na zona não desejada do tronco). A melhor época para podar é geralmente no fim do Inverno, quando as árvores estão em repouso e não sai tanta seiva pelas feridas da poda. Para podar devemos utilizar ferramentas adequadas de corte côncavo, que fazem uns cortes limpos e de fácil cicatrizarão. Quando as feridas da poda são de grande tamanho, é conveniente cobri-las com pasta de selagem para garantir a sua perfeita cicatrização. B) A PINÇAGEM. Chamamos pinçagem ao corte dos ramos finos dos Bonsai. Ao contrário da poda, a pinçagem efetua-se também durante a época de crescimento das árvores. Com a pinçagem conseguimos aumentar a densidade da folhagem dos Bonsai e diminuir o tamanho das suas folhas. Como as árvores têm diferentes maneiras de crescimento, não devemos pinçar todas as árvores da mesma maneira. Como pinçar as árvores de folhagem perene larga: Árvores que não perdem as folhas no Outono como Ficus, Oliveira, Sageretia, Serìssa, Carmona, Larajeira, Buxo, etc. Como pinçar as árvores de folhagem caduca de um só crescimento anual: Árvores que perdem as folhas no Outono, e que têm uma só brotadura forte na Primavera, como Acer palmatum, Faias, etc. Como pinçar as árvores de folhagem caduca com crescimento ativo durante todo o período vegetativo; Árvores que perdem as folhas no Outono, mas que não param de crescer desde a Primavera até ao fim do Verão, como Ulmeiros, Figueiras, Romãzeiras, Macieiras, Pyracantha, Cotoneaster, Ligustrum, etc. Como pinçar as coníferas de folhas escamosas; Juníperos como as Sabinas ou Zimbros. Como pinçar os pinheiros: Pinus pentaphylia, etc. C) A ALAMBRAGEM. Utilizamos a alambragem para corrigir a inclinação dos ramos. A alambragem permite-nos utilizar ramos que de outra maneira teríamos que podar. De certa maneira, o arame substitui a força do peso dos ramos nas árvores grandes da natureza. Enrolamos arame nos ramos e no tronco sem apertar demais para que o arame não fique marcado na casca da árvore.

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Idealmente tem de ficar um espaço entre o arame e o ramo por onde possa passar uma folha de papel. Como os ramos engrossam, devido ao seu crescimento, devemos tirar o arame antes que se "crave" na casca. A arame que se utiliza atualmente é o arame de alumínio anodizado, de cor de cobre velho. Trata-se de um arame extraordinariamente flexível e resistente. A grossura do arame depende da força que tem de exercer para fazer vergar os ramos. De uma maneira geral, os arames grossos vão de 5 mm. ate aos 0'5 mm. A regra de ouro da alambragem consiste em não deixar nenhuma marca na casca Antes da poda e o processo No bonsai os brotos podem vir fortes ou não. Os brotos vão enfraquecendo e vão murchando. Existem galhos que necessitam de mais sol que os outros. Para termos um bonsai equilibrado, bonito, deve haver um bom trabalho de cultivação por parte da pessoa que quer ter um bonsai. Deve haver dedicação total, e saber fazer poda e a manutenção da aparência, que auxiliam no crescimento. Por isso deve-se tirar os brotos (Me-tsumi), catar as folhas (Há-gari), arrancar os galhos (Eda-nuki) e cortar os galhos (Kirimodoshi), havendo técnicas para faze-los. Além de saber a técnica, deve-se saber também a hora certa de aplicá-las, pois senão não adianta fazer a técnica corretamente, se ainda não é hora de cortar os brotos, por exemplo. É bom conhecer a natureza das espécies das plantas. Se você faz uma poda para aumentar as raízes ou para haver uma nova brotação e não é isso que acontece, todo o trabalho que você teve foi nulo. A época de crescimento dos galhos e raízes geralmente começa um pouco antes de abrir as folhas novas dos galhos. Por exemplo: ácer e bordo é na metade de Agosto (no Japão é final de inverno) que começam os movimentos das raízes. As espécies sempre verdes começam o movimento das raízes no final de Setembro ou começo de Outubro. Podem começar mais cedo, na metade de Agosto, ou mais tarde, no começo de Novembro. No caso das caducifólias, as raízes começam a crescer mais cedo, na metade de Agosto e continuam, até, mais ou menos a metade Dezembro. As raízes de folhas verdes iniciam no final de Outubro e vão até o final de Abril. Para os galhos, folhas e qualquer outra parte da árvore que fique sobre a terra, no caso das folhas caídas, iniciam seu crescimento no final da metade de Maio até a metade de Agosto. No caso das sempre verdes, o crescimento do resto da árvore inicia na metade de Abril até a metade de Setembro, havendo algumas diferenças dependendo da espécie da árvore. Vai depender também da temperatura e umidade, que variam de um ano para outro. Por isso é bom ter uma boa base de comparação para poder fazer os trabalhos (poda e manutenção de estilo),é bom ter anotado. Programando a forma para daqui a três anos Poda: a manutenção do estilo da árvore nova deve ser sempre programada, para comparar o que você quer com o resultado que você tem. Através do resultado você pode analisar como transformar a forma da árvore. A cada ano que passa você pode fazer um trabalho par alterar a forma e a classe da árvore. Por exemplo: vamos pegar um bonsai que foi abandonado, crescendo a vontade, as formas caíram em desordem. Agora, pega-se uma tesoura para organizá-lo, cortando, limpando os galhos. Isto é um trabalho com resultado passageiro, quem pensa que fazendo assim, está certo, está apenas fazendo um trabalho tapeado. Você deve pegar esse bonsai e coloca-lo em uma base giratória, dando uma olhada em todo o bonsai, de todos os ângulos, várias vezes. Ver qual galho é forte e qual é fraco, se a poda é necessária, quais são as direções que ele vai crescer, quais as medidas, o resultado disso. Quais as tendências que esse bonsai tem, para que tipos de formas. Ás vezes agimos muito

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rápido, devemos ás vezes deixar crescer um pouco mais, para poder planejar formas para daqui a três ou cinco anos. Devemos forma-lo pouco a pouco, isto é importante. Não é tão complicado observa-lo por um ou dois anos, qualquer pessoa saberá a natureza da árvore. Daí deve-se seguir o básico da poda e a manutenção aparência, cumprindo por este tempo apenas este método. A Estética é o coração do bonsai. Enquanto é verdade que o cultivo de bonsai está baseado na horticultura, os aspectos de horticultura não devem levar vantagem em relação aos fatores estéticos. Será um fracasso apreciar um bonsai sem estética, resultando em árvores de baixo padrão. Aqueles que negligenciam a estética fazem do bonsai um grande desserviço. Uma árvore bonita sempre é uma fonte de grande inspiração para outros. As pessoas estão começando a ser mais criteriosa no que eles apreciam e compram. No passado, a maioria dos entusiastas de bonsai dedicava quase todos suas energias às mecânicas do bonsai. Hoje em dia o equilíbrio mudou ligeiramente a favor dos aspectos visuais de designio de bonsai. Isto é uma realidade, porque o bonsai é essencialmente um tipo de arte. Como qualquer outro tipo de arte, o bonsai pode ser analisado, ensinado e estudado. Os princípios básicos estão comumente relacionados com os outros tipos de artes visuais como pinturas e esculturas. As limitações habituais que os indivíduos passam para alcançar o final, são inerentes a todos os tipos de arte, afinal de contas nada é fácil e o desafio a disciplina e a dedicação é quem vai determinar a formação de um grande artista. Os princípios estéticos do bonsai podem ser aprendido como quaisquer outros tipos de arte. Objetivo é dar uma compreensão de como a teoria estética deveria ser colocada em prática fazendo um projetado de árvore. A Estéticas do Bonsai é composta por linha, forma, composição, equilíbrio, perspectiva, textura e cor, os mesmos fatores que governam as impressões visuais das artes plásticas.

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Manual do Bonsai

INTRODUÇÃO A palavra Bonsai, justamente por ser um ideograma, não possui plural. BON=BANDEJA, SAI=ÁRVORE. Bonsai = “Árvore criada em bandeja (vaso)”. Muitas das coisas belas deste mundo se criam a partir da própria destreza ou são transmitidas de geração em geração. A arte se baseia na sensibilidade, na visão e no tato. O bonsai mescla estes três sentidos e inspira paz e tranqüilidade. Além disso, o bonsai é uma terapia, já bastante indicada, onde esta nos ensina observação, cuidado e principalmente paciência. O Bonsai é uma arte viva, sempre em formação. Cada bonsai é único, nunca encontraremos dois Bonsai idênticos. O Bonsai não deverá ser somente a fotocópia ou a imitação tridimensional de uma fotografia. Se for justo usar a natureza como modelo, o objetivo final deverá ser algo que foi estudado e refeito nas vossas mentes antes de iniciar a criar. Só neste caso se lhe pode chamar Arte. A arte do Bonsai esta intimamente relacionada com a contínua observação. Tanto a observação de nossa inspiração, a natureza em si, quanto à de nossa própria arte. Talvez o mais fácil e importante meio de proteger-se de problemas é inspecionar as plantas regularmente e estar consciente do fato de que insetos e doenças geralmente não atacam plantas saudáveis e bem cuidadas. Por suas características muito singulares é cada vez maior, em todo mundo, o número de pessoas interessadas em aprender a arte do Bonsai. Antigamente, o cultivo do Bonsai era considerado elitizado. Hoje, no entanto, ele é visto como arte e hobby pelo público em geral. Tornou-se popular nas grandes cidades, onde as pessoas têm pouco contato com a natureza. Um dos principais itens a ser nunca esquecido, é o fato de que o Bonsai é uma árvore, e como qualquer árvore necessita de um ambiente ao máximo similar ao geral. O Bonsai deve permanecer o máximo possível em ambiente externo. Sua saúde depende exclusivamente do contato com o ambiente natural. O fato de “aprisionarmos” uma árvore a um vaso, pode nos levar a pensar que esta sofre. Mas se os Bonsai não fossem fortes e saudáveis, como é que alguns exemplares poderiam ter sobrevivido por centenas de anos? Há registro de um bonsai ainda vivo, cuja idade aproximada é 1500 anos, em alguma casa na periferia de Tóquio (informação extraída da revista Veja). No Japão até um tempo atrás, uma família para se considerar com tradição deveria possuir um Bonsai de pelo menos 300 anos. No bonsai o fator idade é bastante relevante. Muitas vezes torna-se difícil determinar a idade exata de um bonsai. Entretanto, a idade real não é fundamental. No Bonsai o que prevalece é a idade que a árvore aparenta ter. O verdadeiro artista é aquele que consegue, através de técnicas, “envelhecer” uma planta jovem. O Bonsai esteticamente perfeito é aquele que se pode encontrar um similar na natureza, em sua forma e tamanho originais.

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Atualmente os bonsai são classificados por quatro portes: mini ou "mame" até 15 cm, pequenos medindo de 15 a 30 cm, médios com altura entre 30 e 60 cm e grandes com mais de 60 cm. O PRIMEIRO ESTILO Mário Alberto Garcia Leal. Em uma exposição vários amigos mostravam e passavam um pouco da Arte Bonsai aos atentos visitantes quando, entre estes, aparece um conhecido bonsaísta que passa a fazer críticas a cada árvore que via. - Este "Jin" está mal-feito; a aramação deveria começar aqui; aquele vaso está muito grande para aquela planta... Continuou implacável até chegar a uma árvore onde sua fúria apareceu por inteiro. - Mas o que é isto?! Uma árvore como esta não deveria estar em nenhuma exposição! De quem é?- perguntou. - É do Sr Terada - respondeu um dos participantes, e enquanto respondia foi em direção ao dono da árvore e o chamou: - Sr. Terada, fulano quer vê-lo e certamente ouví-lo. Tranqüilo o Sr. Terada, 68 anos, levantou-se de onde estava atendendo ao chamado. - Como?! - pergunta o crítico - como o Senhor tem coragem de trazer uma planta como essa a uma exposição? - Não, não tive coragem, - responde calmamente - tive receio. - Receio, realmente é o que se deve ter ao trazer uma árvore como esta a uma exposição. – atacou mordaz o crítico. - Não, o Senhor não entendeu, - respondeu - não tive receio de trazê-la, meu receio é que não entendessem o "PRIMEIRO ESTILO". - O Senhor vai me perdoar mas, tenho certeza que entre todos os que aqui se encontram, ninguém conhece o "PRIMEIRO ESTILO". - contra ataca vitorioso o crítico. - Se assim for, - responde com ar de tristeza o Sr. Terada - precisaremos começar tudo de novo, pois o "PRIMEIRO ESTILO" que é o estilo desta maravilhosa árvore, não sofreu emnenhum instante a minha interferência no seu processo de desenvolvimento; ela é NATURAL, foi colhida como se apresenta e não acredito que ninguém esteja habilitado a criticar a NATUREZA. - e, valorizando a quem de fato não tinha valor, completa - Nem mesmo o Senhor. Virou-se e voltou calmamente para seu o lugar. HISTÓRIA

A mística taoística, rica em visões de promessas, atraiu a favor do povo chinês e reuniu adeptos. O taoísmo marcou profundamente a visão estética dos chineses; as miniaturas se converteram em um meio de regeneração de forças, em um caminho que prolongava a vida e traria a imortalidade. Os monges taoístas desempenharam um papel muito importante no desenvolvimento do bonsai. Como tinham uma especial obsessão pela imortalidade, recorriam aos vales e despenhadeiros mais abruptos, buscando o elixir da vida. Voltavam destas expedições carregados de plantas e rochas, pois todos os fenômenos da natureza, por sua força vital, representavam o poder e a eternidade; eram o veículo que os conduzia à meditação. Durante essas viagens, os monges observaram que algumas árvores, de tamanho reduzido, mostravam sinais de terem vivido muitos anos, de terem lutado contra todas as inclemências do tempo e, apesar do meio hostil no qual se desenvolviam, reverdeciam a cada primavera. Cada broto, cada flor era um canto de vitória contra a morte. Os monges começaram a recolhê-las para continuar sua vida em um recipiente. Por seu valor religioso, ligado à meditação, as puseram nas escadas dos templos. As incontáveis sessões

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dedicadas à meditação os conduziram a formular a idéia de que, nessas árvores em miniaturas, se concentrava a força vital, a energia dos grandes bosques e que o pequeno tamanho era o que lhes prolongava a vida. Ainda mais, a pessoa capaz de garantir vida a essas plantas, em um espaço reduzido, possuía o poder de concentrar em seu corpo toda a energia da vida e os poderes mágicos que aquelas plantas guardavam e estendê-los aos seres humanos para assegurar a longevidade. Essas árvores modeladas nas inclemências do tempo receberam o nome de “p’en-tsai” (pun-sai). Para os chineses, a árvore era o vínculo que unia o céu e a terra, um veículo de pensamento, algo real e concreto que estimulava a meditação. Durante os séculos XII e XIII, muitos monges se instalaram no Japão, levando consigo os “p’ent-sai” que possuíam um significado filosófico e religioso. Os japoneses, porém, entenderam o bonsai de outra maneira, Converteu-se na expressão do homem como intérprete da Natureza e adquiriu a categoria de Arte. O entusiasmo que despertou foi tão grande que colecionar bonsai transformou-se no passatempo da aristocracia. Os mercadores percorriam as comarcas vizinhas em busca de exemplares que, uma vez colocados em recipientes de porcelana, adornavam a entrada e os terraços das casas. Em 1644, um funcionário chinês, Chun-sun-sui, cansado dos assuntos do Estado, instalou-se no Japão onde se dedicou ao cultivo da Arte. A partir dos ensinamentos desse mestre chinês, os japoneses desenvolveram as técnicas de cultivo, criaram os estilos básicos, a terminologia adequada e difundiram o bonsai pelo mundo. Por esta razão, o Japão é considerado a pátria indiscutida do bonsai. Esta prática que, em princípio, esteve reservada à nobreza, pouco a pouco foi acercando-se do povo e, atualmente, muitos japoneses dedicam grande parte de seu tempo livre ao cultivo do bonsai. No Brasil, a história do bonsai teve início a partir de 1909, com a chegada do vapor Kasato-Maru, no porto de Santos. Apesar de poucos dados existentes, sabe-se que os primeiros imigrantes japoneses, provavelmente tenham trazido consigo pertences de grande estima, coisas que os fizessem lembrar sua terra natal. Certamente os primeiros exemplares de bonsai chegaram aqui dessa maneira. Dentre esses imigrantes encontravam-se Alfredo Otsu, Kensaburo Hadano e Osamu Hidaka. ESTÉTICA Os aspectos listados a seguir são apenas acréscimos às técnicas de desenvolvimento, delas desligados, mas constituindo parte integrante da concepção geral das árvores. A idade da árvore – No bonsai o fator idade é bastante relevante. Muitas vezes torna-se difícil determinar a idade exata de um bonsai. Entretanto, a idade real não é fundamental. Em bonsai o que prevalece é a idade que a árvore aparenta ter. O verdadeiro artista é aquele que consegue, através de técnicas, “envelhecer” uma planta jovem. Postura do tronco – Quando plantada em ângulo a árvore parecerá mais velha, pois as jovens são verticais. Com exceção do estilo ereto formal (Chokkan), quanto mais mudanças no tronco, melhor. Postura dos galhos – As árvores jovens possuem galhos do tipo vassoura, já que estão propensas à verticalidade. Os galhos das árvores mais velhas curvam-se para baixo, elevando-se apenas seus terminais. As copas das árvores mais velhas são arredondadas ou planas. “JIN” – Jin é um galho ou uma ponta de um tronco que, por algum acontecimento natural, morreu e ficou seco na árvore. Muitas vezes cai um raio e queima um galho e ele permanece ali. O Jin viria a ser como os cabelos brancos dos homens, aquilo que nos dá a idade. São “os cabelos brancos” na planta que irão ajudar ao observador para que ele veja e perceba uma planta mais velha.

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“SHARI” – A palavra Shari vem do indiano, significa cinzas sagradas de um Buda. O Shari dentro do bonsai é quando um tronco, por algum motivo também natural, perde parte da casca. Geralmente, quando um galho cai, seu próprio peso arranca parte da cortiça, da casca da árvore. Isso também é uma marca que dá à planta, uma imagem mais velha. “URO” – Uro é um buraco na planta onde geralmente vivem os pássaros ou esquilos. Normalmente esse buraco indica que ali existia algum galho que, por algum motivo, apodreceu e fez-se surgir uma concavidade. O Uro também dá ao tronco, característica de velhice, de antiguidade. “SABAMIKI” – O Sabamiki significa um tronco oco pela ação do tempo e em decorrência do apodrecimento de parte lenhosa do caule. Superfície do solo – O solo do bonsai assume uma aparência mais antiga quando coberto por musgos de delicada textura. Os contornos do solo podem variar combinado com o estilo da planta. Deve-se evitar os excessos, que além proporcionarem uma aparência artificial, tornam o solo impermeável, pois a água das regas tende a escorrer sobre o musgo. Regras Básicas para cuidar de um Bonsai 1. SEMPRE QUE PODAR UM GALHO, USE UM CICATRIZANTE. EVITA A PERDA DE SEIVA E EVITA QUALQUER ATAQUE DE FUNGOS. 2. SEMPRE QUE PODAR RAÍZES, USE UM BOM HORMÔNIO ENRAIZADOR E TAMBÉM UM CICATRIZANTE. 3. PREFIRA O FINAL DO INVERNO PARA PODAR AS RAÍZES, É UM MOMENTO EM QUE A CIRCULAÇÃO DE SEIVA É MENOR. A PLANTA SENTIRÁ MENOS, É VÁLIDO TAMBÉM PARA PODAS AÉREAS. 4. AO PODAR AS FOLHAS DE UMA ÁRVORE MAIS VELHA COM O OBJETIVO DE REDUZIR O TAMANHO DAS FOLHAS, MOLHE POUCO E NÃO ADUBE ATÉ A PLANTA COMEÇAR A MOSTRAR AS NOVAS FOLHAS. 5. TODA VEZ QUE FOR FEITA UMA PODA DE RAÍZES MAIOR DE QUE DEVERIA TER SIDO FEITA, POUPE A PLANTA ELIMINANDO UM POUCO DE FOLHAGEM. A RAIZ É A BOCA DA PLANTA, COMO DIMINUIMOS A SUA CONDIÇÃO DE ALIMENTAÇÃO SERÁ INTERESSANTE DIMINUIR, TAMBÉM, UMA PARTE A SER ALIMENTADA. 6. QUANDO PODANDO RAÍZES EVITE QUE AS MESMAS SE RESSEQUEM, USE UM BORRIFADOR PARA MANTER A UMIDADE. 7. A ARAMAGEM QUANDO FEITA COM O FIO ENCAPADO MACHUCA MENOS OS TRONCOS E OS GALHOS DA ÁRVORE. SE A SUA PLANTA NÃO ESTÁ INDO PARA UMA EXPOSIÇÃO, PREFIRA FIOS ENCAPADOS. 8. NUNCA SE ESQUEÇA DE COLOCAR A TELA DE PROTEÇÃO NOS FUROS DE DRENAGEM, POIS A MESMA TEM A FINALIDADE PRINCIPAL DE EVITAR A PERDA DE COMPOSTO POR ESTES FUROS QUE SÃO GRANDES NOS VASOS DE BONSAI. COM O TEMPO PODERÁ ATINGIR AS RAÍZES. 9. AO ESCOLHER UMA PLANTA EM UM VIVEIRO, OLHE AS CONDIÇÕES DA MESMA. SÓ COMPRE PLANTAS COM ASPECTO SADIO. 10. PROCURE SEMPRE QUE POSSÍVEL SABER A IDADE, NOME COMUM E CIENTÍFICO DA PLANTA ADQUIRIDA. TODA INFORMAÇÃO É IMPORTANTE. SE É UMA PLANTA QUE PODE FICAR DIRETO NO SOL,QUAL O TIPO DE TERRA, QUE TIPO DE ADUBAÇÃO USAR, COMO SE PROPAGA, PRECISA MUITA OU POUCA ÁGUA, ETC..

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11. UMA ÁRVORE VELHA, ASSIM COMO UMA PESSOA IDOSA, PRECISA DE MENOS ALIMENTAÇÃO; NÃO DÊ MAIS DO QUE O NECESSÁRIO, NÃO SERÁ BENÉFICO. 12. UMA ÁRVORE DOENTE TAMBÉM NÃO DEVE SER ADUBADA ATÉ QUE MOSTRE SINAIS DE RECUPERAÇÃO, NESTE MOMENTO COMEÇAREMOS A ADUBAR DE FORMA MÍNIMA. NÃO SE OFERECE FEIJOADA A NENHUM DOENTE. 13. NÃO DEVE SER USADA UMA FÓRMULA DE ADUBO “N.P.K.” COM MUITO “N”, NITROGÊNIO, VISTO QUE A FINALIDADE DO MESMO É DE FAVORECER O DESENVOLVIMENTO DA PLANTA QUE NÃO É O QUE PRETENDEMOS PARA NOSSOS BONSAI. É EVIDENTE QUE EM PLANTAS NOVAS (MUDAS), PARA QUE CHEGUE AO ESTÁGIO DE DESENVOLVIMENTO NECESSÁRIO MAIS RAPIDAMENTE, PODEREMOS USAR UMA FORMULAÇÃO “N.P.K.” 10-10-10. FICAREMOS MAIS SEGUROS USANDO 50% DA INDICAÇÃO DO FABRICANTE. 14. AO MOLHAR MENOS AS FLORES DE UMA PLANTA AS MESMAS TERÃO UM PERÍODO DE DURAÇÃO MAIOR. QUANDO FLORIDAS, MOLHE SOMENTE O COMPOSTO. 15. ESCOLHA SEMPRE A FRENTE DA SUA ÁRVORE ANTES DE COLOCÁ-LA NO VASO. 16. EVITE UM GALHO APONTANDO EM DIREÇÃO AO ESPECTADOR DE SUA ÁRVORE. 17. AS ÁRVORES NASCERAM E CONTINUARÃO NASCENDO AO AR LIVRE. BONSAI DENTRO DE CASA SÓ COM CONDIÇÕES DE ILUMINAÇÃO ADEQUADA. UMA ÁRVORE TAMBÉM MORRE POR FALTA DE LUZ. 18. TENHA TRANQUILIDADE AO LIDAR COM UM BONSAI. ESTILOS Os bonsai obedecem a estilos que imitam as árvores na natureza, como cada bonsai é único, existem tantos que não seria possível nomeá-los a todos aqui. No entanto baseamo-nos nos mais utilizados.

ERECTO FORMAL – CHOKKAN Possui um tronco totalmente reto e sua forma geral é cónica com ramos em escada e tronco vertical adelgaçando em direção ao topo.

ERETO INFORMAL - MOYOGI Este estilo é agradável á vista, o tronco mantém-se ereto, mas é contorto, com formas caprichosas

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VASSOURA - HOKIDACHI Como o nome indica tem o aspecto de uma vassoura virada ao contrario. O tronco adelgaça desde a sua base até ao seu topo.

TRONCO DUPLO - SOKAN Neste estilo existe um tronco que domina, é maior e mais grosso, enquanto o segundo tronco nasce no primeiro terço da parte inferior do tronco principal. Este estilo muitas vezes também é denominado de "mãe e filho".

CASCATA - KENGAI O tronco recai sobre o rebordo do vaso e imita uma árvore que pende de uma falésia. A parte inferior deste Bonsai deve ficar num plano mais baixo que o vaso

Semi Cascata – Han-Kengai O tronco recai sobre o rebordo do vaso, mas a parte inferior deste Bonsai não deve ultrapassa a borda inferior. Normalmente possui um galho bastante reclinado para fora do vaso.

VARRIDO PELO VENTO – FUKINAGASHI Este estilo faz lembrar uma árvore fustigada pelos ventos fortes. Todas as pernadas estão orientadas para um dos lados.

FLORESTA - YOSE UE Vários bonsai reunidos, formando uma floresta. No Japão, por motivos religiosos, as florestas plantam-se com um número impar de árvores.

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COMPOSTO Formação do Solo: Areia, pedra, argila mais elementos minerais, matéria orgânica, água e ar. Tipos de Solo: Argiloso, calcário, arenoso e humoso. Características de cada um: ARGILOSO - Como diz o nome, predomina a argila em sua composição, 50% aproximadamente. É uma terra pegajosa. São compactos e tendem a rachar quando secos. Não apresentam uma característica de drenagem boa. A argila vermelha adquire esta cor devido ao ferro em sua composição. CALCÁRIO - Mais ou menos 50% são de cal ou carbonato de cálcio. Retêm melhor a água que o solo arenoso, mas, menos que o solo argiloso. ARENOSO - Drenagem excelente, pobre em nutriente. É composto de aproximadamente de 80% de areia. HUMOSO - Predomina a matéria vegetal decomposta e alguma parcela de matéria animal. Controlando a composição do solo: Para evitar a compactação do solo adicionamos areia ou composto orgânico. PH - O PH é a taxa de acidez do solo. Pode-se dizer também que é a concentração de íons de hidrogênio. Pode-se medir o pH por meio de reagentes químicos. Foi convencionada uma escala numérica de 1 a 14 sendo que pH=7 é considerado neutro e neste ponto de medição a absorção de todos os nutrientes é de 100%. SOLOS ÁCIDOS - O PH é menor que 7. Quanto menor for a marcação, mais ácido. O solo ácido pode ser reconhecido visualmente pela sua cor escura. A falta de cálcio e magnésio torna o solo ácido, isto acontece devido, principalmente, a ação das chuvas que lavam estes elementos. COMO NEUTRALIZAR UM SOLO ÁCIDO - Adicionando-se a ele calcário dolomítico, cal hidratado, nitrato de sódio ou nitrato de potássio. Cerca de 150g de calcário dolomítico por metro quadrado (m2), elevam em 1 ponto o teor de pH do solo. SOLO ALCALINOS - O PH é maior que 7. Quanto maior a marcação, mais alcalino. O solo alcalino tem uma cor clara. TORNANDO ÁCIDO UM SOLO ALCALINO - Acrescenta-se sulfato de ferro ou de alumínio na proporção de 150 g por metro quadrado (m2) para diminuir a taxa de pH em 1 ponto. PEAGÔMETRO - É o equipamento para medir ao pH de uso bem simples.

CAL

Fornecedora de cálcio, a cal, é necessária para o desenvolvimento das raízes e ajuda na absorção de alimentos. A cal agrícola tem uma ação mais lenta e duradoura. A cal hidratada ( É a cal agrícola queimada, à qual se acrescentou água.) é mais rápida mas influi negativamente no teor de humus. É possível usar a cal empregada em construções embora não seja a mais recomendada.

CARVÃO VEGETAL Solos com tendência a acidez são neutralizados com carvão. É excelente quando acrescentado as sementeiras ou nas covas quando do plantio.

VERMICULITA

É uma espécie de mica expandida com propriedade de absorção e retenção de água excelentes. É um material estéril e levemente alcalino sem nenhum teor nutricional. Pode ser usada para melhorar a drenagem e reter a umidade.

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TURFA

Formada pela sedimentação da decomposição de vegetais que crescem em locais alagados e pobres em oxigênio. A turfa é leve, de cor escura e inflamável. Pode ser empregada em misturas de solo.

TERRA VEGETAL É um composto orgânico da decomposição de vegetais em mistura com a terra. Rico em humus e nutrientes mas pobre em fósforo.

PÓ DE XAXIM Ideal para plantas que necessitam solo úmido. ESFAGNO É um musgo que tem a propriedade de absorver e armazenar água. ÁGUA A água é fundamental para a manutenção de um Bonsai em boas condições. Na maioria das vezes que converso com alguém que perdeu um Bonsai, verifico que houve descuido na administração de água: esquecimento, viagem, "achei que estava molhado", etc... De fato não existe nenhum complicador para molharmos o nosso Bonsai desde que verifiquemos alguns pormenores:

• Clima em nossa região Se você mora em uma região onde o clima é muito quente (Ribeirão Preto), deve molhar a sua planta até três vezes nos dias muito quentes.

• Tamanho do vaso e material de que é feito: cerâmica, concreto Alguns Bonsai são colocados em vasos pequenos. Isto propicia um enxugamento mais rápido, assim como o tipo do material usado na feitura do vaso. A cerâmica esmaltada conserva mais umidade que um vaso de concreto, este último é mais poroso.

• Local aonde vamos deixá-la e o tempo de exposição ao sol Dependendo do local onde colocamos a nossa planta irá acontecer uma variação na exposição; portanto é importante observarmos qual o tempo de incidência de sol. É com este tipo de observação que vamos controlando a rega do Bonsai.

• Época do Ano: fria, quente. É claro que, quando acontece uma mudança de tempo deverá acontecer uma mudança na quantidade de água. No período de Inverno nossa planta precisará de menos água.

• Tipo de planta Alguns tipos de plantas como Crássulas, Ciprestes, Tuias e Pinheiros aceitam um solo menos úmido, é importante na hora da compra de um espécime solicitar informação geral sobre a planta e, principalmente, sobre a rega.

• Horário Desde que seja um dia quente, rega-se pela manhã e também a tarde. Como foi dito acima, em dias excepcionalmente quentes devemos regar também no meio do dia. Uma boa hora para climas normais é na parte da tarde, sua planta vai aproveitar a umidade durante a noite. É claro que, em dias seguidos de muito frio não é aconselhável molhar a planta a tarde. O excesso de umidade pode apodrecer as raízes.

• Como regar Uma maneira prática de medida é regar até a água escorrer pelo furo no fundo do vaso. Muitas vezes, por esquecimento, deixamos de molhar nossa planta por um dia. Quando isto ocorrer, a terra do vaso pode endurecer, e neste caso, devemos molhar a planta por imersão por alguns minutos isto é, colocar o vaso dentro de 1 recipiente com água. No ressecamento da terra acontece um travamento do substrato em redor das pequenas raízes e, quando molhamos da maneira normal a água não consegue atingir aquelas raízes essenciais na alimentação da planta, ocorrendo a perda total da planta. Observe que quando você molha um vaso seco, ou seja, onde não existe umidade, a água não penetra de imediato, ela escorre como se fosse um piso. A pouca água que permanece sobre a superfície do vaso vai dilatando e abrindo poros que absorverão a água; por isto devemos molhar cada vaso demoradamente e

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com regador de crivo fino. Importante: o vaso para Bonsai tem um furo de bom tamanho na parte de baixo que é para escoar o excesso de água que porventura tenhamos usado, fica então subentendido que não se deve usar um prato para apoio do vaso, isto criaria um acumulo de água dentro do prato e por conseguinte no vaso.

• Um teste excelente Verifico a umidade dos meus vasos tocando a terra com as costas da mão. É uma boa maneira de sentir a umidade ou secura do composto. É NECESSÁRIA A UMIDADE NO VASO DE BONSAI. Se você pegar como exemplo qualquer planta na natureza, vai observar que, ao escavar até as suas raízes verificará que elas estão em solo úmido. Não é porque seja um Bonsai que devemos manter a umidade mas, porque as raízes devem estar em solo com alguma umidade. Como o seu Bonsai não tem como levar as suas raízes até um solo úmido, você deve proporcionar esta condição. ÚMIDO, NÃO ENCHARCADO. A MAIORIA DOS BONSAI PERDIDOS SÃO POR FALTA DE ÁGUA. OBSERVE ATENTAMENTE AS INFORMAÇÕES ACIMA E TENHA UM BONSAI POR MUITOS E MUITOS ANOS. Podas Podas Aéreas - São as feitas no tronco ou galhos primários. Diversas podas drásticas são necessárias para que cheguemos a obter uma boa grossura no tronco do Bonsai. Ao atingirmos a grossura pretendida as podas drásticas não mais serão necessárias. Podas de Refinamento - São as feitas em galhos secundários, pequenas ramificações e folhas, com o objetivo de maior ramificação e aumento folhar ou. Quando podar - Final da Primavera ao início do Verão. OBS.: AS FOLHAS SERÃO CORTADAS SEMPRE NO PONTO DE JUNÇÃO COM O PECÍOLO. CUIDADOS - Árvores que não estejam pegas não se podam. Fazendo uma poda drástica de tronco, faça sempre acima de uma ramificação ou broto que acabarão, um ou outro, sendo a continuidade do tronco. Faça um corte limpo, ou seja, retire todas as saliências para que haja uma perfeita cicatrização. Trabalhe sempre com uma ferramenta adequada para a espessura do galho ou tronco que esteja trabalhando, evitando lascar ou rachar a madeira. PODA DAS CONÍFERAS - Todas terão a sua poda feita na Primavera sempre com as mãos. Os brotos serão retirados com o indicador e o polegar. Podas de Raizes - O intervalo de tempo para poda de raízes depende de muitos fatores. Um Bonsai novo será podado bem antes de um Bonsai mais velho, o seu crescimento é naturalmente mais rápido. Existem outros fatores que podem fazer uma poda de raízes ser mais demorada como por exemplo uma doença que ataque sua planta. Épocas - Verão e Outono, com exceção para as espécies deciduifólias que deverão ser reenvazadas logo no início da Primavera. Nunca devemos reenvazar quando a árvore tenha emitido suas primeiras folhas. Frutíferas adultas também serão reenvazadas no início da Primavera. Procedimento - Retira-se a planta do vaso com cuidado (use uma faca para soltar as laterais). Diminuímos o torrão em 1/3 e, as raízes excedentes serão cortadas com cuidado. Quando a poda de raízes for muito grande lembre-se sempre de diminuir um pouco as folhagens ou pequenos ramos. É claro, retiramos parte do orgão alimentador das plantas, as raízes. Esta atitude favorecerá uma melhor recuperação da planta. Reenvazamento - Tampa-se o furo de drenagem do vaso com uma tela de nylon prendendo-a ao vaso com um pedaço de fio de cobre. Coloca-se o substrato que vamos usar, sempre verificando que vamos colocar o torrão com a nossa planta. Se o torrão ficar muito baixo, completamos com substrato. O substrato deve estar seco para que não fiquem espaços vazios no interior do vaso criando bolsas de ar. Usar um palito, que pode ser RASHI (Aqueles palitos usados pelos japoneses para comerem.) que será colocado entre as paredes do vaso e o torrão

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da planta, quando vamos fazer movimentos circulares pequenos e também um movimento como se estivéssemos socando (suavemente) para que a terra vá se acomodando (você notará que a terra vai descendo lentamente ). Comprimir a terra levemente dando pancadas com as pontas dos dedos. NUNCA APERTE A TERRA DO SEU VASO COM OS DEDOS OU QUALQUER OBJETO. Pode-se dar acabamento com placas de musgo ou castelos ou pedriscos de 3 a 6mm. CUIDADOS - Na primeira rega usar um bom hormônio enraizador. LOCAL - Deixar a árvore sob uma tela de sombreamento. Após 4/5 semanas pode-se voltar com a planta para área de sol mais intensa. OBS.: Nunca podar a parte aérea e as raízes ao mesmo tempo. Evitando as duas operações ao mesmo tempo poupamos mais nossa árvore. Depois da poda da parte aérea daremos um tempo para que a planta se refaça e, então sim, podaremos as raízes.

Nosso trabalho neste momento é o de reenvazar esta árvore. Vamos retirar nossa planta do local onde estiver para fazer a mudança pretendida. Com uma faca vamos soltar a terra que poderá estar com certa aderência com as paredes da lata ou vaso plástico. Enfie a faca encostada pelo lado de dentro, entre a lata ou plástico e a terra e vá contornando toda a volta. Isto soltará o torrão. Retire o torrão com cuidado evitando que se quebre.

Vamos fazer isto deixando 1 ou duas folhas em cada galho. Nada mais! Veja como podar as folhas no tópico abaixo.

Você pode dar acabamento colocando musgo sobre a terra ou pedriscos, castelos (pedregulho). O musgo você poderá retirar de locais onde haja muita umidade. Nestes locais é muito comum a presença de musgo. Retire-os e coloque sobre a terra do seu vaso que ficará com uma aparência envelhecida. Nossa árvore já se parece com um Bonsai mas não é. Veja a "regra" abaixo, que considero a mais importante de todas. -Qual a terra que vou usar? Quando adubo? Qual o local ideal para deixar minha árvore? Com quais árvores posso trabalhar? É verdade são tópicos interessantes, veja logo abaixo!

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PRIMEIRA OPÇÃO QUAL A TERRA (COMPOSTO) QUE VOU USA R? Simples, faça a seguinte mistura usando sempre todos os ingredientes secos. Ficará melhor para acomodá-los dentro do vaso no momento de reenvasar: 2 (duas) partes de terra boa. (Quero dizer com terra boa, qualquer terra do fundo do nosso quintal, onde se desenvolva bem uma horta por exemplo.) 1 (uma) parte de areia média ou grossa. (Esta areia que está sendo usada na construção do seu vizinho.) A finalidade da areia é para drenar melhor a água. 1 (uma) parte de esterco de gado seco e coado. (Coar para que não fiquem pelotas dentro do vaso. Causam má impressão. Só por isso!) SEGUNDA OPÇÃO QUAL A TERRA (COMPOSTO) QUE VOU USAR? Nosso amigo tem razão ao dizer que nem todos temos quintal em casa, principalmente nos grandes centros. Vamos preparar um composto diferente para estes casos. 3 (uma) parte de terra vegetal. (Também encontrada nestas lojas.) 1 (uma) parte de areia grossa de rio. MISTURE AS DUAS DETALHE IMPORTANTE - USAR UM ENRAIZADOR A razão de termos cortado as raízes de nossa árvore é que, um Bonsai deve ser acomodado em vaso de pequeno porte. Certo! Mas mesmo em um vaso pequeno é necessário uma boa quantidade de raízes para dar sustentação a toda planta. Por esta razão, (termos cortado as raízes) vamos usar um produto que ajude a planta no desenvolvimento de novas raízes. São conhecidos como "enraizadores". Bem lógico! Darei o nome de dois facilmente encontrados.

1. BIOFERT - É um produto da BIOKITS muito bom 2. VITAFLOR RAIZ - Este produto é encontrado em lojas de jardinagem e afins. 3. COMPLEXO B1 - é um remédio para o fígado que tem como princípio ativo os

mesmos ingredientes do produto acima. Encontrado em todas as boas farmácias. DOSAGEM- Use a tampa dos mesmos em meio litro de água. COMO USAR - Após acomodar sua planta no vaso e molhá-la até que a água vaze pelo furo de drenagem, aguarde mais uns 15/20 minutos e coloque a solução de enraizador que você preparou.

LOCAL ONDE DEIXAREMOS NOSSA ÁRVORE Nossa árvore, após a poda de raízes deverá ser colocada em local sombreado, sem muita ventilação, até que se recupere. Notaremos a melhora quando começarem a aparecer novos brotos e folhas. Isto variará de árvore para árvore. Em um período de 15 dias, normalmente, a planta estará respondendo aos cuidados que dispensamos a ela. NUNCA ADUBE UMA PLANTA DOENTE OU REENVAZADA RECENTEMENTE. ADUBAÇÃO Repetindo o que foi dito acima: NUNCA ADUBE UMA PLANTA DOENTE OU REENVAZADA RECENTEMENTE. Começar uma adubação com calda de esterco de gado após 4 meses. Quanto mais rápida a recuperação da planta, mais cedo poderemos adubar. Comparo com o que se faz com qualquer pessoa que sofreu uma cirurgia. Toma sopinha, nunca uma feijoada!

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ÁGUA - ISTO É FUNDAMENTAL A água é fundamental para a manutençao de um Bonsai em boas condições. Na maioria das vezes que converso com alguém que perdeu um Bonsai, verifico que houve descuido na administração de água: esquecimento, viagem, "achei que estava molhado", etc... De fato não existe nenhum complicador para molharmos o nosso Bonsai desde que verifiquemos alguns pormenores: a) Clima em nossa região. Se você mora em uma região onde o clima é muito quente (Ribeirão Preto), deve molhar a sua planta até 3 vezes nos dias muito quentes. b) Tamanho do vaso e material de que é feito cerâmica, concreto. Alguns Bonsai são colocados em vasos pequenos. Isto propicia um enxugamento mais rápido, assim como o tipo do material usado na feitura do vaso. A cerâmica esmaltada conserva mais umidade que um vaso de concreto, este último é mais poroso. c) Local aonde vamos deixá-la e o tempo de exposição ao sol. Dependendo do local onde colocamos a nossa planta irá acontecer uma variação na exposição; portanto é importante observarmos qual o tempo de incidência de sol. É com este tipo de observação que vamos controlando a rega do Bonsai. d) Época do Ano: fria, quente; É claro que, quando acontece uma mudança de tempo deverá acontecer uma mudança na quantidade de água. No período de Inverno nossa planta precisará de menos água. e) Tipo de planta. Alguns tipos de plantas como Crássulas, Ciprestes, Tuias e Pinheiros aceitam um solo menos úmido, é importante na hora da compra de um espécime solicitar informação geral sobre a planta e, principalmente, sobre a rega. f) Horário. Desde que seja um dia quente, rega-se pela manhã e também a tarde. Como foi dito acima, em dias excepcionalmente quentes devemos regar também no meio do dia. Uma boa hora para climas normais é na parte da tarde, sua planta vai aproveitar a umidade durante a noite. É claro que, em dias seguidos de muito frio não é aconselhável molhar a planta a tarde. O excesso de umidade pode apodrecer as raízes. g) Como regar. Uma maneira prática de medida é regar até a água escorrer pelo furo no fundo do vaso. Muitas vezes, por esquecimento, deixamos de molhar nossa planta por um dia. Quando isto ocorrer, a terra do vaso pode endurecer, e neste caso, devemos molhar a planta por imersão por alguns minutos isto é, colocar o vaso dentro de 1 recipiente com água. No ressecamento da terra acontece um travamento do substrato em redor das pequenas raízes e, quando molhamos da maneira normal a água não consegue atingir aquelas raízes essenciais na alimentação da planta, ocorrendo a perda total da planta. Observe que quando você molha um vaso seco, ou seja, onde não existe umidade, a água não penetra de imediato, ela escorre como se fosse um piso. A pouca água que permanece sobre a superfície do vaso vai dilatando e abrindo poros que absorverão a água; por isto devemos molhar cada vaso demoradamente e com regador de crivo fino. Importante: o vaso para Bonsai tem um furo de bom tamanho na parte de baixo que é para escoar o excesso de água que porventura tenhamos usado, fica então subentendido que não se deve usar um prato para apoio do vaso, isto criaria um acumulo de água dentro do prato e por conseguinte no vaso. h) Um teste excelente. Verifico a umidade dos meus vasos tocando a terra com as costas da mão. É uma boa maneira de sentir a umidade ou secura do composto. É NECESSÁRIA A

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UMIDADE NO VASO DE BONSAI. Se você pegar como exemplo qualquer planta na natureza, vai observar que, ao escavar até as suas raízes verificará que elas estão em solo úmido. Não é porque seja um Bonsai que devemos manter a umidade mas, porque as raízes devem estar em solo com alguma umidade. Como o seu Bonsai não tem como levar as suas raízes até um solo úmido, você deve proporcionar esta condição. ÚMIDO, NÃO ENCHARCADO.

EDUCAÇÃO

A Aramação é uma técnica que irá educar o bonsai ao seu estilo preferido, e também com a possibilidade de deixar o seu tronco mais grosso. Procedimento: Compre arames de 1mm e 2mm de espessura, afim de poder aramar todos os troncos de seu bonsai uniformemente. Compre de 2 a 3 metros de cada, afinal é melhor sobrar do que faltar. Siga o Passo a Passo das figuras abaixo:

Cuidado para que os Arames não amassem as folhas, isso poderá prejudicar seu trabalho. NUNCA deixe as pontas do arame soltas, alem de ser a forma errada de se aramar um bonsai, isso deixaria uma visualização ruim para o espectador.

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ADUBAÇÃO É a reposição dos nutrientes retirados do solo pelas plantas e pelas chuvas. Tipos de Adubos: ORGÂNICOS - São os oriundos de matéria vegetal ou animal. Têm maior permanência no solo embora sejam absorvidos de forma mais lenta, isto porque eles demandam algum tempo para se tornarem absorvíveis ou seja, tem que acontecer toda uma transformação para que o adubo orgânico se transforme nos elementos químicos que serão utilizados pelas plantas. Use preferentemente os orgânicos, deixando os inorgânicos para solos testados como muito fracos. Torta de Mamona - (Cerca de 5% de Nitrogênio) Húmus - É resultado da decomposição de restos vegetais e pequena parcela de restos animais. Humos de Minhoca - Além de um excelente adubo é também um recondicionante das condições físicas e biológicas do solo. Farinha de Sangue - Rica em Nitrogênio aproximadamente 10%. Farinha de Osso - Rica em Fósforo. É indicado para plantas floríferas visto que o Fósforo é um estimulante para a floração e frutificação. Para calcular comece pensando que por m2 (metro quadrado) podemos usar de 100 a 300grs. Farinha de Peixe - Rica em Fósforo 9% e, em Nitrogênio 5%. Valores aproximados. Cinza de Madeira - É rica em Potássio - Cálcio e Magnésio. É quase imperceptível a presença de Nitrogênio e Fósforo Estercos - São ricos em macronutrientes (NPK) além de incorporarem matéria orgânica. Nunca devem ser usados ainda frescos, é necessário curtir o esterco deixando secar ao sol por mais ou menos 30 dias. Molhe algumas vezes até que esteja totalmente fermentado. INORGÂNICOS - São obtidos da extração mineral ou derivados de petróleo. Devido a alta concentração são aproveitados pelas plantas de forma mais rápida, razão pela qual devemos aplicá-los com conhecimento para não causarmos danos às plantas. N - P - K (Nitrogênio - Fósforo e Potássio) Salitre do Chile - ( Rico em Nitrogênio, aproximadamente 16%) Sulfato de amônia -( Rico em Nitrogênio) Nitrocálcio - ( Rico em Nitrogênio) Uréia -( Rico em Nitrogênio) Superfosfatos - ( Rico em Fósforo) Cloreto de potássio - (Rico em Potássio) Sulfato de potássio - (Rico em Potássio) Para uma perfeita adubação seria necessária uma análise do solo em laboratório especializado o que em nossa caso, a Arte Bonsai, não se fará necessário. Os adubos indicados vem, em sua maioria, com a formulação correta para uso. Siga-as lembrando que a quantidade de solo em seu vaso é limitada. Para maior segurança, reduza a 1/3 ou 1/2 da indicação na bula. N- P - K: N = Nitrogênio - Para brotação e enfolhamento ou seja, desenvolvimento da planta. P = Fósforo - Estimulante da floração e frutificação. K = Potássio - Fortalece as plantas tornando-as mais resistentes. São conhecidos como MACRONUTRIENTES visto serem os principais para as plantas. Esta a razão de toda e qualquer formulação de adubos serem adotadas por "NPK". Outros nutrientes importantes: Além dos acima indicados temos outros. Na realidade dos 109 elementos químicos, 17 são fundamentais para as plantas. É bom observar que tantos os macronutrientes como os micronutrientes são importantes para as plantas sendo que, a diferença está, somente, na

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quantidade necessária para as plantas. Vamos ver os mais importantes: CÁLCIO (Ca) - Ajuda no crescimento e funcionamento das raízes. MAGNÉSIO (Mg) - Ajuda a constituir a clorofila e na formação dos açucares. ENXOFRE - Componente essencial de todas as proteínas além de ajudar a manter a planta com um verde sadio. MICRONUTRIENTES - São também importantes para as plantas embora em menor quantidade. Exemplos: Ferro (Fe), Boro (B), Zinco (Zn), Cobre (Cu), Molibdênio (Mo), Cloro (Cl), Manganês (Mn). Como adubar: Primeiro devemos molhar as plantas depois adubamos. Principalmente nos fertilizantes químicos pois os mesmos poderiam queimar as plantas. Adubo Foliar: Deve ser usado em plantas que estejam sadias. Observando que as folhas estão murchas, não use. O processo de absorção por plantas doentes é deficiente PRAGAS PULGÕES - chamados também de piolho de planta. são verde-claro, amarronzados e pretos. Podem ser retirados com cotonetes embebidos em água ou álcool, quando descoberto no começo. Os sintomas apresentados são atrofia dos brotos novos, folhas que amarelam e enrugam e, presença de formigas que apreciam a substância açucarada que os pulgões excretam. COCHONILHAS - Pequenos insetos de 2 a 5mm de comprimento, de formato arredondado e cores variando do entre branco, marrom e esverdeado. Existem dois tipos: de carapaças (escamas) e as farinhosas, que se apresentam revestidas por uma secreção serosa que lembra o algodão. Percebendo-se no início podemos combatê-la com cotonete embebido em álcool metílico. Os sintomas são folhas que nascem enroladas e com manchas amareladas, podendo apresentarem-se meladas. Os botões florais caem antes de se abrirem e a planta mostra-se sem viço e com crescimento estacionado. ÁCAROS - Assemelha-se a um carrapato ligeiramente peludo com 8 patas. Podem atacar os tecidos internos das plantas, caules, folhas e até raízes. No início podemos eliminá-los pulverizando água morna nas folhas e retirando os ácaros com esponja ou cotonete embebido em álcool. A pulverização com calda de fumo ajuda. Casos extremos usar acaricidas à base de Enxofre, aplicados com muito cuidado. Sintomas são as folhas apresentarem partes esbranquiçadas, às vezes com os bordos enrolados. Em alguns casos nota-se a presença de finíssimas teias brancas nas folhas ou outras com aparência de ferrugem. Mais tarde, caules e folhas escurecem e tornam-se crespos e, se a planta chega a florescer, as flores são menores e defeituosas. Existem umas aranhas vermelhas também chamadas de ácaros que podem ser combatidas com borrifação de água constante ou aplicação de enxofre. BROCAS - São insetos que perfuram troncos e hastes lenhosas para lá depositarem seus ovos. As larvas que nascem cavam galerias no interior do caule. Sintomas são reconhecidos por orifícios no tronco ou caule. Se a infestação estiver somente em um galho devemos arrancá-lo. Aplicar nos outros galhos uma pasta à base de Fosfeto de Alumínio. Pode-se prevenir o ataque de brocas fazendo uma pasta de cinza de madeira misturada com água e com ela rebocar o tronco. LESMAS E CARACÓIS - Como precisam manter-se hidratados passam os dias escondidos sob pedras ou madeiras ou outros locais úmidos. À noite fazem o estrago. Sal de cozinha tem a propriedade de derreter lesmas. Retire os caracóis com as mãos. FORMIGAS - Todos sabemos como controlá-las mas existem plantas que tem a propriedade de afastá-las como a hortelã. O gergelim não afasta mas quando as formigas levam o gergelim para dentro do formigueiro, as folhas em contato com a umidade do formigueiro liberam uma substância tóxica que envenena as formigas. LAGARTAS - É necessária a nossa observação e localizar seus ninhos no verso das folhas ou em folhas enroladas. Para grandes infestações pulverizações com inseticidas biológicos como

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o Dipel ou Agropel, provocam uma doença bacteriana mortal na lagarta. Uma maneira de afugentá-las é evitar que as borboletas ou mariposas cheguem perto plantando a sálvia, alecrim, hortelã e alho poró. Estas plantas afugentam as borboletas. TATUZINHO E TRIPS - Para eliminá-los utiliza-se creolina aplicada em seus esconderijos: locais escuros e úmidos. Como a creolina leva apenas 5 minutos para matá-los, convém lavar o local um pouco depois pois o produto e prejudicial a microfauna que mantém o solo saudável. DICIONÁRIO Chokkan: Formal, ereto, tronco vertical, com copa piramidal e galhos distribuídos em todas as direções. Fukinagashi: Varrido ou fustigado pelo vento. Han-Kengai: Estilo "Semi-Cascata". Hokidachi: Estilo Vassoura. Tronco reto e sem curvas, com todos os galhos partindo de um mesmo ponto. Ishitsuki : Agarrado a Rocha. Jin: Galho ou parte de um tronco que morreu e permaneceu seco na árvore Kengai: Em forma de cascata. Kusamono: “Planta de assento”. Ervas plantadas em pequenos potes, bastante usadas como “acompanhamento” para os bonsai. Mame: Bonsai com altura máxima de 10 cm. Moyogi: Ereto informal. Nebari: Raízes visíveis. Penjing: Arte chinesa que consiste em recriar uma paisagem numa bandeja. Shakan: Inclinado. Shari: Parte descascada de um bonsai. Sokan: Troncos gêmeos: pai e filho. Suiban: Espécie de bandeja utilizada no cultivo de penjing e saikei. Sui = "água" e Ban = "bacia". Suiseki: Em geral rochas com formatos que lembram algo da natureza. Yamadori: Coletar plantas na natureza para fazer bonsai. Yose-ue: Plantio em grupo de várias árvores em uma bandeja, com a aparência de uma floresta. BIBLIOGRAFIA Miniatura Bonsai - Herb L. Gustafson - Sterling Publishing Co. Inc - New York 1995 (Tradução por Eloá C Levandowski - Porto Alegre-RS)

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Preparo da Terra e Ferramentas

Bonsai buyseeds – Preparo da terra e Ferramentas

Substrato? Pedrisco? Areia? Argila? Humus?... Quando estava começando, não entendia nada disso. Me lembro quando fui até uma floricultura no bairro da Liberdade (SP) e escolhi aquela arvorezinha que tanto queria: era uma pequena tuia, com aproximadamente 15cm de altura, não muito cara. Não tinha coragem de investir numa planta... mas eu queria um Bonsai! Nem preciso falar que morreu em 2 semanas! Fui curioso: retirei do vaso e comecei a desmanchar o torrão cuidadosamente. Era uma terra escura, provavelmente terra preta... humm, estranho: não tem raiz!? É colegas, descobri que fui vítima de floricultores de má fé... Resolvi então iniciar minha carreira de “serial killer”. Comprei uma muda de pinheiro (era como eu chamava) e plantei no vaso (aquele do falso Bonsai). Do jeito que retirei, plantei. Morreu! Em 3 semanas. Tentei de novo, mas com algumas falsa-érica que encontrei a venda na feirinha da Liberdade. Retirei toda a terra, coloquei terra preta... e... ... viveu um pouco mais, até que a água não penetrava mais no vaso! Acho que devo ter feito umas 10 tentativas, e desanimei: Bonsai não dá certo e ponto final. Um ano depois, encontrei numa livraria uma revista exclusiva sobre Bonsai; um pouco cara, mas comprei. Não me lembro exatamente quem foi o autor das explicações, mas tinha algo bem básico. O “serial killer” voltou a atacar! He, he! Fui começar a desmistificar o caso Bonsai depois de uma pequena estadia em São Francisco – CA – USA, onde fui estudar (Inglês, não Bonsai). Era possível encontrar livros sobre o assunto (Bonsai) e folheando alguns e perguntando a outros (orientais é claro) fui rê-descobrindo o quanto eu tinha a aprender e gostar... VIROU UM VÍCIO. Acho que muitos leitores estão começando a se identificar, pelo menos um pouco! Então vamos checar todos os aspectos que proporcionei às minhas plantas: Local: Bem iluminado, arejado e ensolarado => ok Umidade: Diária, ou conforme a superfície do vaso demandar => ok Adubação: Muito complicado => xiiiiiii! Substrato: Mas que raio é substrato? Kanuma? Esses japas devem estar brincando! O que é Kanuma? Akadama? Parem com isso! Bendita Internet! Aquele povo americano não vive sem isso. Basta ligar a TV e ouvir em todas as propagandas ".com" (ponto com). Não há telefone e nem endereço. Eu nunca havia me plugado antes... como eles dizem lá! Aprendi a aprender com a Internet. De volta ao Brasil... puxa! Temos lojas de Bonsai! E, eles vendem o tal do substrato... caro não? E tem curso... encontrei num stand no Shopping Morumbi: R$350,00 por 3 aulas, material incluso... estes caras estão loucos... que material? Vaso, Plantas, Terra, Água... tudo isto pela pechincha de R$350,00.

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É claro que hoje a realidade é outra... os cursos já não são tão caros, temos mais adeptos da arte, literatura, Internet, fóruns, bonsaistas que não se conformam como algumas pessoas dificultam a arte (um desses sou eu!), etc. Desculpem pela longa introdução, mas é preciso que vocês se sintam exatamente como eu me senti e entendam que todo o material que utilizamos é resultado de uma brilhante ação da natureza sob influência do homem. Já ouvi de tudo a respeito do substrato: - Nossa terra é importada! Trabalho no ramo bancário há mais de 12 anos e nunca ouvi falar de alguém que faz importação comercial de terra. - Nossa terra vem do interior de uma cidadezinha bem longe que fica ao sul de um estado lá prá.... puxa! Então o frete deve ficar bem caro, não? - Nossa terra é 60% AKADAMA, 10% KANUMA e 30% AREIA DE RIO 1mm... Interessante. Nunca encontrei um profissional que deixasse bem claro de onde ele obtém a terra... Ahh, teve um sim: - Minha terra vem do fundo do quintal de minha chácara. Perguntei: Mas por que fica tão granulada e compacta? A resposta: Foi ação da natureza, durante anos. Ahhhh, quer dizer que devo deixar a natureza agir sobre a terra,... não entendi nada, mas... interessante. Terra dos cupinzeiros é sem dúvida uma ótima terra, tem granulação ideal, compacta, não desmancha na água... Interessante. A areia de rio ou pedrisco pode ser obtida em lojas de aquários, ou outras lojas específicas. Resolvi pesquisar um pouco mais sobre Akadama (Terra em Japonês): pode-se encontrar varias definições, mas a mais sensata veio de um colega que disse: aqui no Japão, nosso substrato é VULCÂNICO. Mas é claro! As regiões próximas a Vulcão sofrem com chuvas ácidas e quentes, altas temperaturas de solo, umidade constante seguida de vapor de água... hummm... acho que começa a ficar compatível com o que disse um mestre sobre esterilizar a terra em forno, mesmo que em casa... hummm... mas as regiões vulcânicas tem solo mais argiloso, e o nosso não! Pessoal: fiz as mais diversas tentativas que vocês podem imaginar. Enviei idéias a algumas listas de discussão, teve críticas, falaram que eu era maluco, etc. Mas recebi várias respostas positivas: das pessoas que seguiram passo a passo, sem mudar uma vírgula a minha receita, então fui modificando, perguntando... melhorando....até que... Vocês verão que nas fotos eu chego no solo granulado e com textura razoável (procurei concentrar todos os passos em duas fotos, para que a página não fique pesada para os que utilizam linha discada - modem). Bom... vamos ao que interessa: Como fazer seu próprio substrato AKADAMA Ingredientes: 2 partes de terra vermelha 1 parte de argila ou pipicat (argila granulada para gatos) Água 1 colher de sopa de salitre do chile (opcional) Bandejas para secar a terra 1 hashi bem apontado (palito japonês) 1 Forno (se for de alta temperatura, ótimo a 600ºC a 800ºC), mas pode ser caseiro 1 Balde Muita, mas muita paciência

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O objetivo de utilizar pipicat é para formar a argila, (nunca utilize isoladamente no seu substrato). Pipicat é uma argila compactada que se expande ao contato com líquidos. A terra vermelha é bem solúvel e a mais indicada. Nunca usei terra preta, mas acredito que os restos orgânicos da terra preta podem atrapalhar a compactação. O objetivo do forno é de esterilizar e cozer a terra, formando uma pré-cerâmica. Alguns de vocês já devem ter percebido o cheiro de queimado que é exalado pelo solo para Bonsai que compramos em algumas lojas... tem a ver! Modo de Preparo: Em uma vasilha (balde) coloque o pipicat e adicione água aos poucos, até que o pipicat se expanda por completo. Mexa com uma colher grande, de forma obter uma lama líquida. Peneire bem a terra vermelha e vá adicionando ao pipicat, sempre colocando água para garantir a textura de lama. No meu caso, eu coloco uma colher de sopa de salitre do chile (diluído na água), para garantir uma certa proporção de nitrogênio ao substrato, mas é opcional. Mexa bem, até ficar uma pasta bem homogênea (lama mesmo!). Deixe descansar, no balde sem tampa por dias. Mexa sempre todos os dias. Você irá perceber que a água começa a evaporar e a mistura começa a secar. Recebi algumas sugestões de aquecer a mistura, com o objetivo de simular as condições de regiões vulcânicas, mas como não tenho um caldeirão grande o suficiente, não o fiz (Se alguém fizer, não deixe a água secar, vá completando com água fervendo). A medida que se formar uma consistência mais grossa, dura, coloque em bandejas, como as da foto, comprimindo para formar um bloco, até metade da bandeja (é importante que sobre um espaço para desfazer o bloco). Quando for secando, vá desfazendo o bloco em grãos com auxílio do hashi. Deixe sempre secando na sombra, se possível parcialmente coberto para garantir uma secagem bem lenta. Peneire os grãos, selecionando o que interessa e deixe secar bem (na terra mais fina, pó, que sobrar pode ser adicionado água e repetir o processo). Depois de seco, pulverize com água (névoa) apenas para umedecer superficialmente todos os grãos e leve a forno alto por 1 hora, aproximadamente (mexa os grãos de vez em quando (a cada 30 min) para que cozinhem por igual. Retire do forno, pulverize com água morna e deixe esfriar. Está pronto! Basta misturar pedriscos ou faça sua mistura preferida. Detalhe nas fotos das fases de preparação: a terra argilosa quase seca, os grãos maiores sendo desmanchados, até formar a granulação desejada. Na segunda foto, a terra já granulada e cozida, pronta para a mistura. KANUMA A Kanuma é um tipo de terra/argila branca com ph bastante ácido, muito usado pelos japoneses no cultivo de azaléas. Encontrei algo parecido nas falésias de Porto Seguro – BA, mas não exatamente igual. A Kanuma pode ser encontrada em lojas específicas de Bonsai, importado do Japão. Eu utilizo Kanuma no meu substrato numa proporção de 5% (a Kanuma é um composto muito forte), e comprei numa loja em SP chamada Bonsai Arquitetura. Eles também vendem Akadama, aliás é o único lugar onde o substrato vendido é uma mistura de Akadama, Kanuma e pedriscos, e, é bem caro! Adubação Uma das dúvidas mais comuns identificadas nos fóruns de bonsai é sobre adubação. Já me deparei em vários debates, com as mais diversas opiniões. Um caso que me impressionou foi uma parecer que dei a um colega que utilizava os seguintes procedimentos:

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"Os adubos que costumo usar rotineiramente são o NPK 10.10.10, mistura 1/2 a 1/2 torta de mamona e farinha de osso, esterco de galinha curtido e adubo foliar Bio fert. Faço um revezamento entre eles utilizando-os a cada 30 dias aproximadamente alternando-os, inclusive nos meses de outono e inverno em doses menores. Na sua opinião existe falta ou sobrecarga de algum nutriente que poderia ser prejudicial às plantas?" (extraído do fórum da Bonsai Brasil) Vamos fazer uma análise: NPK: Nitrogênio, Fósforo (P) e Potássio (K) Torta de Mamona: Nitrogênio Farinha de Osso: Rica em Fósforo Esterco de Galinha: Os estercos são ricos em NPK. No caso do "de frango" na sua maioria é Fósforo, e sua massa orgânica propicia a acidificação do solo. Deve-se tomar cuidado com o PH. Biofert: Macro-nutrientes (Nitrogênio, Fósforo, Potássio) e Micro-nutrientes (Cálcio, Cloro, Enxofre, Ferro, Cobre, Zinco, Boro, Manganês, Magnésio, Cobalto e Molibidênio), todos na quantidade mínima necessária. Podemos concluir que o colega tem apenas alternado entre adubação Química e Orgânica. Eu particularmente prefiro a adubação química (não quero dizer que seja ruim a adubação orgânica e nem sou contra), é que os adubos orgânicos PODEM induzir a formação de fungos e bactérias (quando já não trazem naturalmente). Evito usar Nitrogênio, somente quando é inevitável, pois o N incentiva o crescimento e desenvolvimento da folhagem, estragando todo o nosso trabalho de redução de folhas (mas as vezes se faz necessário usá-lo). Uso NPK 0-30-20, composto importado marca KEMIRA-QUEMIFOS a cada 15 dias na rega, adotando metade da dosagem indicada pelo fabricante (não uso como manutenção, mas para incentivar a floração e frutificação). Para quem nunca usou, sugiro obedecer o intervalo de 30 dias. Uma única vez 2 meses antes da floração já é suficiente. Existe no mercado produtos a base de NPK e micronutrientes, que também podem ser utilizados, sempre numa dosagem de 1/3 do que é indicado pelo fabricante na utilização de plantas ornamentais, frutíferas, etc. Também faço uma pulverização preventiva com Enxofre Fungicida (KUMULUS) a cada 15 dias. O KUMULUS é um fungicida barato (cerca de R$3,00 o kg) e de toxidade muito pequena (também uso metade da dose, pois é apenas preventivo). É importante que fique claro que não quero promover o desuso dos adubos orgânicos, até porque os grandes mestres só fazem uso deles, mas é importante considerar que não moramos em chácaras ou viveiros de plantas, nosso habitat é residencial, temos animais domésticos e crianças (aos pais), e é complicado colocar uma lata cheia de farinha de osso, água e torta de mamona no quintal para curtir... imaginem o cheiro e o que os vizinhos pensarão! E aquelas moscas voando em volta do vaso atraídas pelo cheiro orgânico do substrato...

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O adubo químico pode proporcionar o mesmo resultado, e até melhor, basta saber usar, e, sem exageros. FERRAMENTAS! E... como são caras! Serei objetivo, afinal os colegas já devem estar cansados de tanta dissertação, e, acho que todos já se identificaram com as outras matérias que publiquei aqui na WEB Page. Se ainda não leu... está perdendo... Ferramentas Básicas (suficientes para a manutenção): - Tesoura - Hashi -- e . só! Demais ferramentas (para a formação e estilização): - Alicate Esférico (Bola, Redondo, Côncavo, etc) - Alicate de Corte Lateral - Alicate para Raiz - Alicate para Jin - Alicate para cortar arame - Espátula - Serrote pequeno - Rake (rastelo) - Desfolhador - Pinças - e outras sugeridas em diversos sites É claro que a maioria já teve aquela dúvida: será que precisa tudo isto? Vamos resumir tudo em um FAQ (Frequently Asked Questions – Perguntas Feitas com Frequência)

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1. Posso utilizar uma tesoura comum, como as de costura? - Confesso que usei quando estava começando... e tinha vergonha de assumir ou até mesmo perguntar. Usava e ponto final. A questão é que a tesoura comum não é tão forte e resistente quanto a tesoura para bonsai (foto1). O corte também não é tão preciso... dependendo do material da tesoura, dificulta a cicatrização do corte... e..., você não precisa comprar uma tesoura tão cara... Não Quero fazer propaganda, mas temos no mercado uma ótima opção: são as tesouras para colheita de uva da CORNETA (foto2), em dois tamanhos: curta e longa. Aqui em SP custam cerca de R$16,00 e tem a vantagem de serem feitas de uma liga de aço especial que não enferruja (não exatamente o INOX, mas o mesmo material utilizado na confecção das ferramentas profissionais para bonsai. São realmente muito boas. 2. Posso usar alicates de unha, cutícula, etc? - Não dá certo. Talvez quando o galho for bem fino... mas se você realmente gosta de formar bonsai a partir de mudas e fazer seu próprio trabalho, não exite em comprar pelo menos o Alicate Bola (foto), custa caro mas o efeito da cicatrização e a beleza do corte é gratificante. Tentei encontrar em nosso mercado alguma ferramenta que pudesse substituir, mas foi em vão. 3. Posso usar um garfo em substituição ao Rake (foto)? - Eu o faço, embora prefira usar os dedos e o hashi para desembaraçar as raízes. 4. Tive uma boa idéia: utilizar um bisturi para descascar e esculpir galhos! Posso? - Pode e deve: tenho uma coleção de lâminas dos mais estranhos tipos e formas. Comprei numa loja de instrumentos cirúrgicos. Aliás, as lojas de instrumentos cirúrgicos têm ótimos apetrechos: Pinças dos mais diversos tipos e tamanhos, Tesouras longas (foto) e com bico curvo ótimas para aquela poda naquele galho lá no meio..., e, para os que a esposa ou namorada reclamam das mãos ásperas e ressecadas pela terra, tem uma caixa com 500 pares de luvas de látex descartáveis que são uma pechincha! he, he... 5. O alicate de corte lateral (foto) é realmente necessário? - Acho dispensável, mas vou comprar um! Ele pode ser usado também em substituição ao de Jin. 6. E o de Raiz? - Não uso e não senti falta. Vários colegas não vêem necessidade. De modo geral, cada um vai formando a sua coleção particular de ferramentas, sejam específicas, profissionais, caseiras... não importa.

Dicas PRIMAVERA Pela minha preferência por "Acer", é a minha estação preferida, pois é o momento que as decíduas respondem ao pós-inverno com toda a vigorosidade, força e cores! Também é o segundo momento escultural e artístico de nossa

arte (o primeiro é o inverno!). É nesta estação que vamos fazer aquela "geral" em nossa árvore, retirar aqueles galhos sobressalentes, alguns acertos, aquela "passada de flanela" no vaso e colocá-lo num local bem destacado para a inveja de todos, he, he.

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Em geral, poderemos "dar umas tesouradas" na maioria das espécies, formar novos bonsai e pré-bonsai em espécies como a azaléa, primavera, caducas, éricas.... ÉRICAS? OH, OH! Acho que estou falando para os "serial killers" de éricas ... também fui um! he, he. Depois de uns 7 ou 8 fracassos, fui descobrir que ela (a érica) é sentimental (como disse um mestre amigo meu). O que descobrí sobre a érica? Lá vai: Regra número 1: NÃO MEXA COM A RAIZ Regra número 2: Mantenha um prato com água em baixo do vaso. Coloque areia até a borda do prato para não criar mosquitos. A érica adora solo constantemente úmido. Regra número 3: NÃO MEXA COM A RAIZ Regra número 4: Não use solo alcalino. Deve ser neutro ou levemente ácido. Pode usar vermiculita e terra vermelha. Não use terra preta. Regra número 5: NÃO MEXA COM A RAIZ MESMO. Regra número 6: Jamais deixe faltar água: é irreversível. As éricas japonesas tem um visual muito interessante como bonsai, porém seu crescimento é muito lento e sua formação deve ser cuidadosa, pois pela delicadeza das folhas e flores, qualquer descuido na formação pode prejudicar o estilo. A poda de estilização deve ser feita durante o crescimento. Corte sempre os galhos acima da formação de folhas. Uma parte sem folhas não brotorá novamente. Se cortar, perderá o galho. A poda é tradicional, isto é, a cada corte perpendicular, bifurcarão duas pontas em "Y". A propagação se dá por sementes (vindas do japão) ou por estaca da pontinha dos galhos, plantada em esfagno, sempre com água. Demora uns 4 meses para formar raiz. Depois de formada a raiz, leva 1 ano para formar uma muda. Estas são as condições básicas para ter sucesso com um bonsai de érica, pelo menos eu tenho conseguido. Segue abaixo a tabela para a época: SETEMBRO PODA, ARAMAÇÃO E REPLANTIO EM CONÍFERAS PODA SEVERA E REPLANTIO EM AZALÉAS (APÓS FLORAÇÃO) PODA, REPLANTIO EM DECÍDUAS - ANTES DA BROTAÇÃO PODAS DE LIMPEZA EM GERAL, ARAMAÇÕES LEVES, ALPORQUIAS ÚLTIMO MÊS PARA REPLANTIO GERAL OUTUBRO PODAS DE LIMPEZA E ESTILIZAÇÃO PODA E REPLANTIO EM PRIMAVERA E ÉRICA REDUÇÃO DE BROTOS-VELAS EM PINHEIROS PINÇAGEM EM DECÍDUAS E CADUCAS (eu não curto muito) NOVEMBRO PINÇAGEM EM JUNÍPEROS E TUIAS REPLANTIO APENAS PARA PLANTAS TROPICAIS

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Bonsaísta: Rinus Otten

(Netherlands) Idade aprox: 59 anos

Bonsaísta: Carlos Tramujas (Brasil)

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Trabalho Com Carmona

Dicas - Trabalho com Carmona

Muda da nossa produção Inicialmente faremos um trabalho na raiz, vamos retira-la do vaso. Com um gancho de raiz vamos des bastar o torrão.

Utilizando o alicate de raiz retiramos as raízes que estão desproporcionais Mantemos as raízes finas em volta da raiz principal

Observamos a estrutura como um todo, escolhendo os galhos que irão sair.

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Veja que nós tínhamos três galhos de mesma espessura que saiam quase que na mesma posição. Foi retirados uma delas com alicate de corte lateral, fazemos o acabamento do coto restante. Com esta escolha já definimos o primeiro galho, à direita.

Nesta posição observei a presença de dois galhos e decidi retirar uma delas para definir o segundo galho. Observem o movimento do tronco principal com suas curvaturas. A escolha do galho a ser retirado está na necessidade de obedecer a proporcionalidade da espessura do tronco que gradativamente vai diminuindo, os galhos devem sair do lado externo da curvatura. Assim como a distância dos galhos que saem do tronco principal devem diminuir gradativamente. Após termos definido os galhos principais, vamos escolher o vaso.

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Devemos colocar uma tela de proteção no furo de drenagem do vaso. Esta tela é fixada com um arame de alumínio conforme a figura. O tipo de vaso vai depender do tamanho da planta, normalmentea largura do vaso dever ser 1/3 menor do que a largura da planta.

O substrato utilizado é por nós produzido, composto por terra granulada estéreo 3-5 mm + pedrisco 3-5 mm + substrato agrícola em proporções iguais. Agora vamos fixar a planta no vaso com o arame de alumínio para evitar movimentos que podem danificar as raízes jovens. Depois de fixada completamos com o substrato e aguardamos três meses para retirar a fixação.

A complementação deverá ser feita gradativamente com a ajuda do rachi (vareta de bambu), fazendo com que a terra entre nos bolsões de ar. Nas primeiras irrigações utilizamos o Hormônio Enraizador da Biofert.

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Nas primeiras irrigações utilizamos o Hormônio Enraizador da Biofert. Temos que passar um selante nas cicatrizes dos cortes profundos, evitando a ação de microrganismo que podem danificar a planta. Vamos partir para a etapa final da escolha dos galhos segundários e sua fixação na posição adequada.

A fixação é feita com arame de alumínio, a espessura do arame vai depender do galho que você esta aramando Quanto mais forte o galho mais espesso deve ser o arame de tal forma que ela supere a força do galho. O arame deverá ser sempre ancorado de um galho para outro como foi mostrado, pra que ela tenha sustenção e não perca a sua posição. Podemos observar que os galhos estão ficando melhor posicionados e definidos. Nesta imagem já podemos notar o primeiro galho e o segundo galho.

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Vamos definir o terceiro galho em posição posterior dando profundidade ao trabalho.

Imagen lateral direita, mostrando o galho posterior e a curvatura para frente do tronco principal. Nesta imagem podemos notar o trabalho de refinamento do ápice da planta. Final do Trabalho Nesta imagem podemos observar que o diâmetro do tronco vai diminuindo gradativamente até o ápice. Os galhos diminuem de espessura gradativamente. E a distância de um galho para outro vai diminuindo proporcionalmente até o ápice. Dando uma estética muito bem equilibrada da planta.

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A Saúde Do Bonsai

A Saúde do Bonsai Como todas as coisas vivas, o bonsai é suscetível às pragas e doenças. Existe uma série de medidas preventivas e corretivas que poderão ser tomadas. Em primeiro lugar é fundamental manter o bonsai com boa saúde, pois os insetos e bactérias tendem a atacar as plantas mais fracas, com grande freqüência. Nesse sentido, é importante que o bonsai receba bastante luz solar, ar fresco e fertilizações adequadas. Conheça, a seguir, quais são as pragas e doenças mais comuns no cultivo dos bonsai, aprenda a identificá-las e a combatê-las. Pulgões Geralmente, são pequenos piolhos verdes, brancos ou pretos. Eles se fixam em caules e folhas novas para sugar a seiva das plantas, prejudicando a fotossíntese. Em suas proximidades há sempre formigas, já que eles excretam glicose junto com as fezes, das quais elas se alimentam.

COMBATE : A melhor forma de eliminar os pulgões é pulverizando calda de fumo com sabão, a cada três dias. Cochonilhas As cochonilhas são pontinhos brancos ou avermelhados que sugam a seiva das plantas, afetam seu crescimento e distorcem suas folhas. As cochonilhas podem atingir até a raiz da planta

Cochonilha Verde

Cochonilha de Carapaça COMBATE: Se existirem poucas cochonilhas em sua planta, retire-as com um cotonete embebido em álcool. No caso de uma maior infestação, pulverize com óleo emulsivo (vegetal ou mineral), repetindo a operação após cinco dias. Lesmas e Lagartas As lesmas e lagartas alimentam-se de brotos e folhas jovens. De uma espécie para outra há variações na escolha da planta e horário da "refeição". Todas elas podem causar grandes danos às plantas. As lagartas afetam gravemente a planta apenas nos casos de infestação. É importante lembrar que elas se transformam em mariposas ou borboletas que polinizam flores. As lesmas escondem-se durante o dia e devoram as folhas à noite, raspando-as ou fazendo grandes buracos e deixando um rastro prateado.

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Lagartas

Lesmas

COMBATE: A melhor forma de eliminar as lagartas é através de coleta manual, usando luvas ou pinças, pois elas costumam ser venenosas. Quanto às lesmas, tente atraí-las com iscas embebidas com cerveja ou com um pedaço de chuchu. Depois cate-as e retire-as das proximidades. Formigas As formigas cortam folhas para levar ao formigueiro onde nutrem os fungos, dos quais se alimentam.

COMBATE: Espalhe sementes de gergelim sobre o formigueiro. Isso irá intoxicar o fungo do qual as formigas se alimentam. Outra alternativa é colocar iscas nos locais por onde elas passam. Fungos e Ácaros Existe uma enorme variedade de ácaros e fungos. Entre os fungos, muitos atacam pela superfície da folha e ali se alastram, interferindo na coloração das folhas. Os ácaros, invisíveis a olho nu, atacam preferencialmente a parte inferior das folhas deixando-as com uma coloração de ferrugem.

Ferrugem

Fungos e Ácaros COMBATE: A maioria deles pode ser combatida com a calda bordalesa, um fungicida atóxico que deve ser pulverizado a cada 15 dias, até a eliminação da enfermidade.

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Nematóides Nematóides são vermes brancos e pequeninos que vivem no solo e atuam junto às raízes. Se manifestam através de nodosidades e galhas que dificultam a absorção da água e nutrientes pelas raízes, provocando o desenvolvimento anormal dos tecidos. Os nematóides não podem ser vistos a olho nu mas a aparência da planta torna-se doente, murcha, mesmo que esteja recebendo água e nutrientes, normalmente.

COMBATE: A única forma de combater os nematóides é através da aplicação de nematicidas no solo, mas essa doença pode ser evitada utilizando terra com boa procedência e, se possível, esterilizada em estufas. Os vasos atacados por nematóides devem ser destruídos para que a infecção não se propague. Todos os produtos químicos utilizados para combater pragas são tóxicos. Por isso é altamente recomendável tentar resolver os

problemas com formas naturais. Porém, se elas não funcionarem, é importante que alguns cuidados sejam tomados na hora de aplicar os produtos: use luvas e uma máscara com filtro para purificar o ar inalado. O melhor horário para pulverizar estes defensivos é de manhã cedo, quando o vento é fraco e há menor dispersão dos produtos. Além disso, neste horário a planta está com os estômatos (estruturas presentes nas folhas, por onde ocorrem trocas gasosas com o ambiente) abertos, facilitando a penetração do pesticida. Impreterivelmente, os defensivos químicos devem ser utilizados de acordo com as especificações do fabricante e, em caso de dúvidas, não hesite em consultar ou procurar auxílio de agrônomos, técnicos ou do próprio fabricante.

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Poda

Poda A poda propriamente dita cumpre uma função restauradora, pois permite rejuvenescer uma planta, eliminar defeitos, ramos mortos, dirigir, orientar e controlar o crescimento, além de assegurar o equilíbrio entre a parte aérea e radicular. Se em qualquer tarefa de jardinagem a poda é importante, no bonsai assume uma importância fundamental: mediante a poda estabelece-se a estrutura básica, conserva-se a forma, corrigem-se e evitam-se defeitos.

Poda de refinamento Também chamada de “PINÇAGEM”, é feita com a ponta de uma tesoura longa ou com os dedos e nos permite manter a forma da árvore, reorientar o crescimento e obter uma boa ramificação. Temos que recordar que as gemas terminais são inibidoras da ramificação lateral. A técnica da pinçagem

nos permite eliminar estas gemas terminais e favorecer o surgimento de novas ramificações. Poda Drástica Também denominada “Poda Estrutural”, serve para dar forma à estrutura do futuro bonsai, quando a matéria prima é uma planta de viveiro ou coletada na Natureza, e é necessário suprimir os galhos cuja localização não se ajuste ao estilo e, também aqueles que não se possa corrigir através de aramação. Para que se destaque a linha do tronco, os primeiros 2/3 (em sua parte frontal) devem ser livres de galhos sem, entretanto, deixar a árvore desnuda. Para que isto não ocorra, devemos recordar que os ramos alternados, localizados na parte posterior do tronco vestirão e darão profundidade ao bonsai. Deve-se estudar detidamente a planta, avaliar suas possibilidades e decidir o estilo. Neste momento chega o instante da poda. Mas, que galhos devemos cortar? Os galhos que estão localizados no primeiro terço do tronco; Os galhos que cruzam o tronco, tanto na frente como atrás; Os galhos de crescimento invertido, mais finos na base que no ápice; Os galhos que crescem perpendiculares para cima ou para baixo; Os galhos que crescem para o centro; Os galhos muito emaranhados; Os brotos ladrões; Os galhos em forma de “V”; Se dois galhos crescem na mesma altura, em lados opostos do tronco, elimine um; Se dois galhos nascem de um mesmo ponto, deixe apenas um; Se existirem galhos paralelos, apenas um deve permanecer; Se existirem galhos dispostos em forma radial, eliminamos todos os que incomodam esteticamente; Eliminam-se também todos os galhos que apontem para frente, salvo os do último terço da árvore, que devem ser colocados ligeiramente para esquerda ou para direita.

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A superfície do corte deve ser ligeiramente côncava, para facilitar a cicatrização. Uma pomada poderá ser aplicada sobre a área para evitar a proliferação de fungos. Poda de Raízes A poda de raízes é uma prática comum de jardinagem. Permite transplantar árvores de grande porte, estimula o crescimento de exemplares jovens, consegue que árvores frutíferas ou floríferas comecem a produzir. Quando se podam as raízes de um bonsai, a planta recebe todos esses benefícios e mais o adicional de um sistema formado por raízes fortes e curtas, das quais saem uma grande quantidade de pequenas raízes. A poda estimula o surgimento de numerosas ramificações laterais, se o substrato

tiver a porosidade adequada (textura grossa). A massa radicular determina o volume da parte aérea de uma planta: se o sistema radicular tem poucas raízes finas, os galhos e as folhas se mostrarão débeis enquanto que uma planta com um sistema radicular adequado mostrará um aspecto bastante vigoroso. Poda Compensatória O sistema radicular de um exemplar transplantado reduz sua capacidade de prover de água a parte foliar. A parte aérea deve ser reduzida na mesma proporção que as raízes; isto permitirá que a planta desenvolva um novo sistema radicular. Enquanto durar este processo, as poucas raízes que sobraram serão insuficientes para que o sistema foliar receba a água necessária para a transpiração e a fotossíntese que ocorre. O equilíbrio entre a parte aérea e o sistema radicular trará um restabelecimento rápido. Toda raiz que apresente traumatismo ou enfermidade deve ser eliminada. Os cortes devem ser em ângulo reto e com a superfície do mesmo voltada para baixo.

Poda de Manutenção Uma vez estabelecida a estrutura do bonsai, é necessário manter-se o contorno dos galhos. Se a nova folhagem crescer livremente, rapidamente o nosso bonsai perderá sua forma. Para que isto não ocorra devemos sempre podar a parte que cresceu demais durante o período de crescimento ativo

(Primavera – Verão). Caso você deseje aumentar o tamanho do bonsai, quando os brotos novos tiverem 4 ou 5 pares de folhas, reduz-se 2 ou 3. Caso contrário, eliminam-se todos. O corte deve ser efetuado acima de uma gema orientada para fora. A nova folhagem crescerá na mesma direção da folha localizada imediatamente abaixo do corte. A poda

constante dará como resultado uma copa frondosa e uma ramificação fina e abundante. É necessário lembrar que a melhor época para se proceder às podas é o período em que as árvores estão em repouso vegetativo, tendo em vista que nessa época não há uma atividade muito grande no

fluxo de seiva e nutrientes, o que reduz bastaste o desgaste da planta.

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Argila Granulada

ARGILA GRANULADA – AKADAMA (uma alternativa simples e barata) Tenho visto constantemente nos fórum, questões envolvendo a composição do substrato para bonsai. Um dos pontos mais discutidos é justamente o que se refere à argila granulada, terra granulada ou, simplesmente, akadama. A akadama, como sabemos, é uma argila de origem vulcânica, de coloração vermelho/amarelada, muito utilizada pelos bonsaístas de todo o mundo por sua forma granulada e difícil decomposição. No Brasil, há algumas empresas que importam a akadama. Entretanto, seu preço ainda é muito alto e nada convidativo. Os passos a seguir, ainda que bastante rudimentares, mostram uma forma simples e barata, de como conseguir um material alternativo para compor o substrato do bonsai, com características semelhantes à akadama.

1. Utilizaremos 2 peneiras: uma malha grossa e outra fina;

2. A matéria prima: pedaços de tijolo manuais;

3. Colocamos a peneira grossa sobre a peneira fina;

4. Com a ajuda de um martelo e uma tábua, começamos a quebrar os tijolos

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5. No interior da peneira de malha grossa, alguns pedaços maiores ainda ficarão;

6. Com a ajuda de um seixo rolado ou outro instrumento semelhante..

7. ... trituramos o que sobrou na peneira grossa ...

8. ... até passar todo material para a peneira fina;

9. Peneiramos o material depositado na peneira de baixo (fina) para eliminar o pó...

10. e temos, finalmente, uma argila granulada

Nota: A escolha de tijolos manuais ou de fabricação artesanal é, meramente, uma opção pessoal. Outros materiais, como telhas ou tijolos de cerâmica poderão também ser utilizados.

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Como Colocar Bonsai Dentro de Casa

Como colocar bonsai dentro de casa? Não há plantas de interior, mas condições de interior que permitem o cultivo das plantas. Os Bonsai não constituem uma exceção a esta regra. Como já vimos, sempre que for possível, os Bonsai devem ser colocados adequadamente no exterior. Isso não quer dizer que não possam viver, inclusive durante longas temporadas, no interior das casas. No entanto, dentro de casa não é costume haver as condições adequadas para o desenvolvimento de uma árvore: falta luz e a umidade, o que limita a vida dos Bonsai. A adaptação de um Bonsai ao interior de uma casa depende do fato do lugar reunir estas condições de luz e umidade: Luz: O lugar ideal para pôr um Bonsai em casa é sempre muito perto de uma janela grande e bem iluminada (sem cortinas). A distância máxima da janela deve ser de um metro e meio aproximadamente. Umidade: O ambiente das casas é geralmente seco demais para o bom desenvolvimento das árvores. o melhor lugar para ter os Bonsai dentro de casa deve ser uma sala fresca, e devemos colocar os Bonsai longe dos caloríficos, lareiras ou eletrodomésticos que emitam calor, como a parelho de televisão Umidade: o melhor lugar para ter os Bonsai dentro de casa deve ser uma sala fresca, e devemos colocar os Bonsai longe dos caloríficos, lareiras ou eletrodomésticos que emitam calor, como a parelho de televisão

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Critérios Básicos Sobre Bonsai

Critérios Básicos O Tronco – Constitui a base da árvore e está em consonância com a espécie e o estilo do bonsai proposto. O tronco dá ao bonsai elegância e robustez. Deve-se sempre escolher árvores que tenham o melhor tronco, isto é, afunilando de baixo para cima, com boa distribuição de galhos.

Vista Frontal Vista Superior As Raízes - Da mesma forma que uma casa precisa de uma boa fundação, o bonsai necessita de uma estrutura radicular bem definida, disposta radialmente e se possível, com boa parte visível ao nível do solo. Uma boa distribuição de raízes não apresenta cruzamento de nenhuma raiz ao nível do solo.

As raízes fazem parte do tronco e devem estar distribuídas radialmente ao nível do solo, isto dá à planta a impressão de árvore poderosa e bem ancorada. Nesse caso, são chamadas de “Nebari”.

Os Galhos – Embora seja o tronco quem dê ao bonsai sua força visual, são os galhos que dão graça e beleza à árvore. Eles devem obedecer a alguns padrões para tornar a árvore equilibrada. O espaçamento entre eles, por exemplo, não deve ser uniforme: isso pareceria artificial.

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É de fundamental importância a disposição dos galhos de um bonsai. O ideal é que o primeiro galho esteja localizado a, aproximadamente, um terço da altura da árvore, e os demais nos dois terços restantes. A parte frontal deve possibilitar ao observador visualizar toda a estrutura do tronco.

O Vaso – Deve reforçar de maneira sutil, mas não dominadora, o impacto visual provocado pela árvore. O vaso deve ocupar cerca de 20% a 40% do volume total, de modo que fique um conjunto equilibrado. A forma do vaso ou bandeja deve se integrar à forma da árvore, um complemento que reflita o meio de crescimento da mesma. Uma árvore com forma geométrica requer um vaso retangular, quadrado ou hexagonal, enquanto que uma planta com formas suaves e arredondadas se verá melhor em um vaso com formas ovais ou redondas.

O Ideal é que a largura do vaso (a) seja, aproximadamente, igual à extensão dos galhos (b) e a altura ou profundidade do vaso (c) igual à largura da base do tronco (d).

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Escorredor e Mamadeira

ESCORREDOR E MAMADEIRA Objetivo Acelerar o desenvolvimento da planta, diâmetro do tronco e estrutura de galhos, permitindo que o bonsai adquira o aspecto de árvore adulta em menor espaço de tempo. Esta técnica oferece várias vantagens em relação a plantar o bonsai no solo, entre elas: permite alternativas sobre o melhor local para planta maior controle dos substratos usados melhor controle das adubações mobilidade da planta para trabalhos de manutenção grande facilidade no replantio para o vaso final PASSO A PASSO Plantio no escorredor Plantar o bonsai num escorredor plástico, normalmente usado em cozinha, redondo e totalmente furado nas laterais e parte inferior. Usar substrato com boa drenagem, preferindo granulação entre 3mm e 5mm. Usar para isso os ingredientes mais acessíveis e baratos em sua região. Funciona bem a composição de 70% de matéria não-orgânica e 30% de matéria orgânica, ou variações próximas disso. Iniciar adubação 3 semanas após o plantio. Manter o escorredor em local arejado e com boa insolação. Preparação da mamadeira Quando as raízes da planta começarem a sair pela parte inferior do escorredor, está na hora de colocá-lo na mamadeira. Caso as raízes saiam antes pelos furos laterais, aguarde até que saiam pelos furos inferiores. Colocá-lo na mamadeira antes disso praticamente não traz vantagens. Usar como mamadeira uma bacia plástica com diâmetro perto de 50% maior que o do escorredor. Fazer furos no fundo da bacia, o que fica bem fácil usando-se um ferro de solda de tamanho pequeno. Alguns furos na lateral inferior da bacia também podem ser úteis. Usar na bacia substrato rico em nutrientes. A mistura de 50% de terra comum e 50% de esterco animal bem curtido é uma boa opção. É interessante adicionar areia grossa ou outros insumos para garantir uma boa drenagem. Apoiar a bacia em suportes que a mantenham elevada o suficiente para permitir a livre drenagem. Colocando o escorredor na mamadeira O escorredor deve ser apenas apoiado no substrato da bacia. Um importante motivo para não se enterrar o escorredor, mesmo que parcialmente, é manter seus furos laterais livres para que as raízes saiam e entrem em contato com o ar. Quando isto ocorre, as pontas das raízes secam, estimulando o surgimento de raízes capilares no substrato do escorredor, o que é importante na época do replantio final no vaso raso de bonsai. Em locais mais abertos, sujeitos a ventos fortes, aliados a uma grande estrutura enfolhada, existe o risco do escorredor tombar. Para evitar riscos à planta, é recomendável que, nestas

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condições, o escorredor seja amarrado na mamadeira. Arames de alumínio se prestam bem para isso. Adubação O tempo que o bonsai será mantido no conjunto escorredor/mamadeira depende das expectativas do bonsaísta, porém, os resultados se tornam gradativamente mais visíveis a partir do segundo ano. Assim, manter o bonsai neste tratamento de 3 a 5 anos não é impossível, o que, por sua vez, nos recomenda manter um sistema de adubação adequado. Neste processo, temos 2 níveis de enraizamento, ou seja, as raízes do escorredor e as raízes da mamadeira, e os resultados serão melhores se os adubarmos conforme suas exigências específicas. O substrato do escorredor deve ser adubado como um bonsai já no vaso definitivo, ou seja, adubação frequente e suave, exceto no inverno. O substrato da mamadeira, uma vez que alimentará o sistema radicular maior, pode receber uma adubação um pouco mais forte. Intercalar adubação orgânica e química também é uma boa sugestão, tanto para o escorredor como para a mamadeira. Trabalhos com o bonsai Durante todo o período que o bonsai permanecer na mamadeira, poderá receber todos os trabalhos normais de manutenção e estética como poda de galhos, aramação, desfolhamento, exceto, evidentemente, a poda de raízes. Replantio final Tendo atingido os resultados esperados, chegou o momento de replantar o bonsai no seu vaso definitivo. O primeiro passo é cortar as raízes que ligam o escorredor à mamadeira. Em seguida, retirar o torrão do escorredor e fazer a poda de raízes como num processo normal de replantio de vaso. Neste momento, deve ser mantida uma parte do substrato original, completando-se com substrato novo. Após replantado o bonsai no vaso final, voltamos aos cuidados conhecidos, ou seja, meia sombra e ausência de adubação por 3 semanas. De volta ao objetivo Após toda esta “apologia” do escorredor e mamadeira, é importante termos clareza do que esperar desta técnica, e o que não esperar! Quando falamos do objetivo de acelerar o processo de desenvolvimento de diâmetro de tronco e estrutura de galhos, estamos falando de um pré-bonsai, um bonsai, ou mesmo uma planta na qual visualizamos um bom potencial. Esta técnica, entretanto, não é miraculosa a ponto de transformar uma mudinha sem as mínimas características definidas, num belo bonsai.

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Estilizando um Junípero

Estilizando um Junípero

Texto e fotos: Eduardo Campolina Um dos principais problemas encontrados no Brasil no cultivo do Bonsai é a obtenção de material bruto de qualidade, especialmente quando o objetivo é um uma estilização que proporcione um trabalho de qualidade em curto espaço de tempo. O material aqui utilizado, relativamente fácil de ser obtido, tem seu cultivo orientado para o Bonsai, possuindo galhos com alguma orientação, folhagem podada compacta e um primeiro trabalho de raízes. Por ser obtido por alporquia, apresenta também uma boa

distribuição de raízes, considerando a espécie. Trata-se portanto um bom material para a formação de Bonsai pequenos a médios. O junípero é uma espécie popular no Bonsai apresentando trabalhos de grande beleza, caracterizados pelos contrastes entre a folhagem verde escura, casca avermelhada e a madeira branca dos jins e shari. Dentre suas características apresenta também grande flexibilidade de galhos e troncos, resistindo bem a flexões e torções bastante pronunciadas.

Este exemplar possuía como ponto positivo uma boa folhagem bastante compacta e saudável. Como pontos negativos, temos o tronco proporcionalmente fino para a altura da árvore, não apresentando qualquer movimento além da inclinação lateral desde a base. Os galhos são poucos e mal distribuídos. Após o primeiro galho existe

um espaço relativamente longo sem novos galhos e então o segundo e terceiro galhos são quase paralelos. Além disso o segundo galho tem praticamente o mesmo diâmetro do primeiro galho e o terceiro tem um terço do segundo. Qualquer estilização aproveitando os galhos superiores resultaria em uma composição pouco natural. Optamos então por reduzir a altura, utilizando para a composição apenas o primeiro galho. Toda a parte superior da copa foi eliminada, deixando apenas uma parte do tronco para ser esculpida como Jin. Alterando o ângulo em que é plantado, acentuamos a inclinação inicial. O primeiro galho é então aramado, levantado e torcido em leve espiral, com o novo ápice posicionado no centro de gravidade da árvore. Desta forma, criamos um tronco principal equilibrado com boa

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conicidade e movimento e, ao reduzirmos a altura, tornamos o tronco proporcionalmente mais grosso, criando um aspecto de mais idade

Passamos então para a escolha dos galhos com base na origem e qualidade da folhagem. Os galhos serão aramados e orientados para baixo, com a folhagem podada, aramada e orientada.

Posicionados desta maneira, além de aumentar o volume da copa, adquirem também aspecto de idade avançada. A escolha do primeiro galho (sashieda) tem especial importância pois é ele que define todo o movimento da árvore.

Num primeiro momento foi utilizado o primeiro galho a direita para que a copa envolvesse o forte jin, aumentando o contraste. Entretanto esta escolha mostrou-se equivocada, pois além de esconder a curva do tronco, desbalanceava todo o movimento da árvore.

O sashieda à esquerda proporcionou equilíbrio ao movimento do tronco, e consequentemente, à árvore como um todo. Terminada a copa, foi criado um shari, a partir do jin, até o solo.

Lado Esquerdo Lado Direito Visto de Trás Finalizando a copa, procedemos a aramagem fina dos galhos secundários e terciários, com a arientação cuidadosa da folhagem. Como a árvore apresentava-se vigorosa e a aramagem não apresentou grande impacto, optamos por efetuar o transplante já para um vaso de Bonsai.

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Com o crescimento da copa nos próximos meses e a troca do vaso por um mais adequado ao estilo e o tamanho da árvore no próximo transplante, todo o conjunto ficará mais harmonioso Além da técnica Deixando de lado os conceitos meramente técnicos, vamos analisar os motivos da decisão de realizar semelhante transformação. Antes do trabalho, o junípero possuía realmente inúmeras qualidades, ressaltando a folhagem saudável e compacta de grande efeito visual. Com seus 40 cm de altura era chamativo e atraente. Analisando porém com mais atenção, sua forma comum não remete à imagem de uma árvore marcada pelos anos e pelas adversidades. O formato do tronco reto e cilíndrico está presente no

máximo em jovens árvores no início de seu desenvolvimento. A copa ampla contrasta com o tronco fino e contribui para a sensação de juventude. A grande assimetria na origem dos galhos e a presença de galhos grossos próximos ao ápice e orientados para baixo, tornam sua estrutura pouco natural e desagradável. Certamente o bonsai não busca representar árvores comuns ou com estruturação e desenvolvimento matemático e perfeitamente simétrico. O movimento simétrico é mais monótono e pouco natural que sua ausência. Por outro lado, copas retas ou perfeitamente triangulares só são vistas quando há interferência humana. A árvore bonsai representa a vitória de um guerreiro sobre o tempo e as adversidades. Quando presente, o movimento deve ser harmônico e natural, nunca simétrico. A copa perfeita à primeira vista, é formada pelo conjunto complementar de pequenas imperfeições. A beleza reside na assimetria balanceada e original. As marcas do tempo devem ser evidentes, mas sem perder a naturalidade. O bonsai precisa contar uma história. A sua tranquilidade atual foi conseguida a duras penas, não apenas pela ação de elementos adversos, mas também pelo simples, porém implacável efeito do passar dos anos. O artista precisa buscar esta história com imaginação e decisão, independente da utilização de técnicas mais ou menos radicais. O tempo é um aliado com certeza, e a natureza sempre sabe o que faz, mas seus efeitos são maiores em nós que em nossas árvores e se sentarmos e esperarmos pela sua ajuda, poderemos não chegar a ver o resultado de nosso “esforço”.

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Menos é Mais

Menos é Mais

Detalhe do shohin de cotoenaster O bonsai de shohin e mame deve parecer uma árvore adulta que foi reduzida a um tamanho menor? Deverá o bonsai parecer uma copia em menor escala de uma árvore em tamanho normal? A resposta é não. Mas certamente deve fazer o observador pensar que está vendo uma árvore. Não uma cópia, mas uma pintura de uma árvore.

Bonsai é imaginação e fantasia. Não podemos apenas reduzir em escala uma árvore grande e coloca-la em um vaso. Devemos pintar as imagens guardadas na mente das pessoas. Logicamente é muito mais fácil criar esta imagem com um bonsai grande. Mas quando você cria um bonsai shohin ou mame, você é forçado a usar um mínimo de material para criar a imagem. A arte do shohin Espaços vazios e poucas folhas devem sugerir a copa de uma árvore shohin. O pequeno tronco carrega a alma da árvore e sugere o tamanho, idade e condições em que vive. Umas poucas raízes deverão ser suficientes para mostrar que a árvore está bem firme no solo. Toda a estória deve ser contada com menos material do que o normalmente usado em um bonsai maior. Isto requer um pouco mais, tanto do artista quanto do público: imaginação. E é por isso que é uma arte, quando temos sucesso em transmitir uma visão dentro da mente do observador. É o que torna o shohin e mame tão extraordinariamente fascinantes quando comparados a bonsai maiores. É simplesmente um desafio extra para a mente. Uma outra razão para penetrar no mundo destas pequeninas árvores é que você pode segura-las em suas mão e simplesmente sorve-las. É uma experiência intensa e muito gratificante sentar com uma árvore em suas mãos, gira-la a todos os ângulos possíveis, observando todos os detalhes do tronco, nebari (raízes e base), e a ramificação delicada. Imaginação e visualização devem ser as ferramentas principais para formar a árvore e o resultado deve induzir o observador à imaginação. A dimensão extra Bonsai de tamanho grande podem impressionar pelos seus troncos fortes e poderosos. Eles podem dominar nossos sentidos exclusivamente por seu tamanho, estrutura de ramos impressionantes e fantásticos jin e shari. Estas vantagens estão fora do alcance para o bonsai pequeno. O shohin precisa evocar a imagem de uma árvore muito maior com o traço de um lápis em vez da pincelada de um largo pincel. A arte do shohin necessita de um público disposto a envolver-se na fantasia, receptivo à imagem pintada na mente pela árvore. O observador deve estar disposto a participar, pois as formas simplificadas do shohin são mais sugestões que ilustrações. A importante dimensão extra é o que não vemos, mas imaginamos sem hesitação. Esta sugestão é o que preenche o restante da pintura da árvore. Esta é a essência maior do shohin e mame que deve ser revelada.

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Cotoneaster horizontalis Respirando emoção dentro da árvore e da mente Experimentar o shohin é completamente diferente de observar outro tipo de bonsai. O shohin exige um esforço para ser visto adequadamente. Precisamos nos curvar para vê-lo no nível correto, e precisamos chegar perto para observar os ricos detalhes da ramificação, nebari, da estrutura da casca e do posicionamento preciso da folhagem. Alguns sentimentos vindos da natureza devem estar

presentes na árvore. Para mim, deve trazer a sensação do grande carvalho que eu escalava quando era criança. Ele ainda está perto da praia e eu vou ocasionalmente até lá a passeio. Precisa trazer de volta memórias do sol brincando com a folhagem e a vista do chão enquanto eu sentava num galho com meus pés pendurados. Eu tenho estes sentimentos quando eu olho meu pequeno Cotoneaster. É claro que eu não espero que outros tenham as mesmas sensações. Mas se a árvore é capaz de trazer estas memórias da natureza para minha mente, ela deve acordar memórias similares em outras pessoas que a observam. Todos nós não somos tão diferentes assim. Os elementos que despertam estas sensações são em um certo grau, inexplicáveis. O seguinte deve promover alguns “insights”. Em parte, isto depende do tipo de relação com a natureza que a pessoa possui, sua cultura, a área em que vive e como vive. O quê o musgo no vaso significa para você? É apenas musgo colocado no vaso para ficar bonito? Ou você vê a grama baixa debaixo da árvore da sua infância? Os galhos são apenas caprichosamente organizados ou você realmente vê uma árvore com o vento soprando através de suas folhas, fazendo-a dançar sob o sol? Tudo depende de como você aborda a árvore no vaso. Devemos ter a mente aberta para que possamos receber o maior benefício de conhecer um bonsai. E no caso do shohin e mame, é um desafio receber e expressar estas emoções do pequeno volume de material. Medido a partir da borda do vaso, o shohin não deve exceder 20 a 25 cm de altura, e apenas 7 cm é o limite para o mame.

Lonicera nitida - Idade: 1930 Homem ou árvore Alguns anos atrás na exibição do WBC em Munique na Alemanha, eu tive o prazer de ver alguns belos bonsai em exibição. Enquanto eu me preparava para fotografar um bonsai feito por um conhecido e habilidoso bonsaista europeu, ele me reconheceu. Ele se aproximou e me pediu para fotografá-lo em frente à sua árvore. Esta pequena história ilustra a diferença entre um homem dedicado à sua árvore e um homem dedicado a si mesmo. Você nunca será

capaz de criar uma árvore com uma naturalidade convincente se você se colocar na frente da árvore. E a árvore nem ganhará, nem expressará as emoções que direcionam seus pensamentos do interior da sala para a natureza. Você precisa ser tocado. Não pela árvore, mas pelas habilidades do criador.

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Naturalidade A naturalidade esperada na árvore não está sempre presente quando observamos todos os bonsai presentes nas exibições. Normalmente são artísticos e poderosos, mas perdem em naturalidade. Em 1999 eu viajei a Omiya no Japão, inicialmente para visitar o viveiro Seikou-en. Seikou-en pertence a Tomio Yamada, presidente da Omiya Bonsai Union. A naturalidade de seus bonsai é absolutamente surpreendente. Os bonsai pareciam que tinham sido simplesmente colocados em um vaso sem nunca ter sido tocados por mãos humanas. Além disso, a harmonia entre o vaso e a árvore era impressionante. Cada detalhe era executado com respeito pela árvore. Desde esta visita, eu tenho procurado por esta qualidade em minhas árvores. E tenho primeiramente encontrado nos shohin. Pela necessidade de utilizar uma pequena quantidade de material, eu não sou estimulado a exacerbar minhas expressões. Com o shohin eu encontrei a “naturalidade natural” sem exibicionismos excessivos e artisticamente perturbadores. Eu tento trazer este hábito aos meus bonsai maiores, e desta forma minhas árvores menores ensinam-me a desenvolver meus bonsai maiores com melhores resultados. A propósito, Seikou-en significa o som do jardim muito verde. Elegantemente, expressa a abordagem natural dada pelo Sr. Yamada. Escute este som e criará shohin dignos de serem apreciados.

Tomio Yamada em seu viveiro de bonsai. Seikou-en em Omiya - Japão. 1999

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Substrato Para o Bonsai

O SUBSTRATO PARA BONSAI O substrato “ideal” para bonsai era algo que me intrigava muito no início do meu aprendizado. Não achava muito lógico o porquê de ser necessário algo diferenciado, pois via várias plantas, de diferentes espécies e tamanhos, em vasos de diferentes proporções de altura e largura. Hoje, passada esta fase, acredito que muitos colegas iniciantes, ou mesmo veteranos, possam ter ainda estas mesmas dúvidas. Por este motivo achei que seria conveniente tentar ajudar aqueles que ainda estejam trilhando este caminho, que é realmente básico no cultivo saudável de qualquer bonsai. Já repararam que na China e no Japão existem bonsai que sobrevivem há séculos? Que muitas das plantas que vemos em vasos comuns, dos mais variados tamanhos, cedo ou tarde, vão parar no chão ou acabam morrendo em alguns anos? Já repararam que os vasos e substratos para orquídeas são diferenciados do restante? Que a tendência é regar menos para que o substrato não fique encharcado, evitando grandes perdas nas estufas por conta da “podridão negra”, uma doença fúngica causada pelo excesso de umidade? Se você entender melhor as necessidades de uma planta e tiver uma noção básica, bem básica mesmo de botânica, irá ver que não é nada assustador. Como as orquídeas, nossos bonsai também têm necessidades diferentes. Próximo ao século XX, quando os bonsai foram levados para a Europa e Estados Unidos, começou-se a criar um “mito” de que havia algum segredo oriental” no cultivo destas plantas, pois elas morriam em pouco espaço de tempo e que este “segredo” superava os conhecimentos básicos da botânica. Na verdade, o grande “segredo” era justamente o conhecimento na formulação do substrato utilizado nesses bonsai. É útil sabermos que as raízes mais claras, finas e ramificadas (meristema ou raízes capilares) têm a função de absorver água e nutrientes através das suas extremidades: é a “boca” da planta. As raízes mais velhas, fortes e grossas são responsáveis pela fixação e sustentação da planta ao solo. Precisamos entender que para sobreviver e manter-se fixada, a planta necessita de espaço para suas raízes e estas, por sua vez, necessitam de ar, de água para hidratar-se e absorverem os nutrientes através de reações químicas; de uma base de sustentação e fixação de determinadas bactérias que vivem em associação com a planta, ajudando na absorção e/ou elaboração dos nutrientes, além de um solo com pH ideal para cada espécie. (Quanto às bactérias associadas, não se preocupem, a planta saudável se vira muito bem sozinha: elas chegam naturalmente à raiz através do ar, água, etc.). Em contrapartida, temos as bandejas ou vasos de bonsai que normalmente são bem pequenos, cabem pouco substrato e por isso também mantêm a umidade por um curto período de tempo. O substrato não deve compactar-se como terra comum, pois isso reduz a aeração e faz aumentar a umidade, asfixiando, apodrecendo e matando as raízes e, conseqüentemente, a planta. Baseado nisto, chegamos à conclusão que este solo “ideal” deve ter: - aeração (espaços vazios onde possa circular o ar); - retenção de umidade e nutrientes suficientes para suprir a planta sem compactar-se nem encharcar; - sustentação, propiciando a fixação das raízes e a planta como um todo;

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- pH de acordo com a espécie cultivada. Um método prático para se determinar o pH do solo é a observação através do tamanho das folhas: folhas maiores, pH mais ácido; folhas menores, pH mais alcalino. Em geral, excetuando as azaléias, se o solo tiver aeração, retenção de umidade e drenagem adequadas, isso não será um grande problema. Se pensarmos bem, o “segredo” está na composição e na granulometria ou tamanho das partículas deste substrato. É simples!!!! Tem mais algumas coisas que vamos obter se prestarmos mais atenção com a composição e granulometria deste tal substrato “ideal”... • Mais oxigênio nas raízes; • Melhor drenagem; • Mais facilidade no transplante, sem os danos às raízes capilares; • Mais fácil de expor e limpar as raízes durante a poda; • Maior área de superfície em que as raízes possam crescer; • Aumento do número de raízes e suas ramificações; • Menor elevação de temperatura do substrato em nível danoso à planta; • pH do solo correto para a espécie; • Condições ideais para a troca de íons; • Meio apropriado para o desenvolvimento de bactérias benéficas associadas; • Cor e aparência agradáveis; • Facilidade em aplicar e controlar nutrientes; • Menos estresse pela diminuição dos riscos em quebrar raízes mais grossas; • Menor probabilidade de galhos mortos; • Melhoria na saúde da planta; • Aumento da longevidade do bonsai. Vamos entender essa granulometria ou tamanho das partículas nesse substrato: As raízes crescem entre as partículas do solo e, se olharmos bem de perto, veremos que a parte merismática ou capilar vai de encontro à essas partículas, hora mudando de direção no seu crescimento, hora ramificando-se e aumentando de diâmetro, o que é muito bom. Nesse crescimento, as raízes estarão em busca da água disponível que se encontra junto ao ar. Isso mesmo! Todos já viram na escola sobre as propriedades da tensão superficial dos líquidos, que criam um efeito capilar e que elevam um líquido, aderindo a pequenos corpos. Isso fará a água aderir às partículas do nosso substrato granulado, mantendo tanto oxigênio como também a água. Hoje, sabemos que a granolometria ideal para esse substrato varia entre 2 a 5 milímetros de diâmetro. Para conseguirmos estes tamanhos precisamos de duas peneiras. Uma com 1 ou 2 milímetros de malha e a outra entre 4 ou 5 milímetros de malha. Vamos moendo o nosso substrato escolhido e peneirando na peneira de malha maior, o que não passar por esta, deve ser moído novamente até passar completamente. Depois peneiramos na peneira mais fina. Nesse caso, o que passar tem que ser descartado, pois é pó ou pequeno demais. O que ficar nesta última peneira será utilizado! Temos também grãos de dois tipos: o liso, do tipo cascalho de rio lavado (meio vítreo) e os ásperos, do tipo calcário dolomítico (ou Dolomita) moído. O grão mais áspero tem uma área de superfície muito maior que o grão mais liso e isso proporciona uma capacidade de retenção de líquidos muito maior que no grão liso. Portanto, os grãos ásperos são muito mais apropriados na utilização em bonsai. Agora uma informação polêmica!!! Costumamos colocar só cascalho mais grosso no fundo dos vasos com a finalidade de

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melhorar a drenagem do substrato e isso é utilizado pela maioria dos mestres, foi o que me ensinaram e é o que faço ainda, mas pesquisas recentes mostraram que esta prática pode estar fazendo mal aos nossos bonsai. A capilaridade da água no substrato, que nos ajuda, tende a mover-se de uma partícula maior para uma partícula menor e isso tende a carregar a umidade do vaso para a camada mais superior do substrato e criando uma “falta” de água nas raízes mais baixas do vaso, formando um acúmulo de sais. Muitos mestres de bonsai estão começando concordar que o ideal é conter uma mistura homogênea em todo o vaso sem a camada de cascalho mais grossa no fundo!!! (vamos pesquisar?) Mais algumas coisas a serem levadas em consideração na formulação do substrato: Profundidade do vaso - influencia drasticamente na evaporação da água, vasos muito pequenos como os de mame ou muito rasos tendem a reter a umidade por bem menos tempo. Insolação - ou período em que o vaso permanece exposto ao sol. Um vaso que fica o dia todo exposto ao sol, obviamente perderá mais umidade que outro exposto apenas durante a manhã. Clima - as estações do ano, clima ou micro clima local, ventos, média pluviométrica, etc. Espécie cultivada - algumas espécies preferem solos bem encharcados como as Éricas Chinesas (Leptospermum), plantas originárias da Nova Zelândia e Austrália. Outros, como os pinheiros e tuias, se desenvolvem melhor em um substrato bem drenado, isto é, que não encharque. Vaso – De certa forma, a superfície e material do vaso também influenciam na umidade. Um vaso mais poroso tende a reter mais água. CARACTERÍSTICAS E POSSIBILIDADES DE MATERIAIS No Japão utiliza-se uma composição de “Akadama”, que é uma argila vulcânica e compõe a maior parte do substrato, “Kiryu” extraído próximo à uma cidade de mesmo nome, tem sua composição argilo-arenoso e “Kanuma”, também extraído próximo à cidade de mesmo nome, amarelado, ácido, de origem vulcânica, sem matéria orgânica e muito usado puro nas azaléias. Entretanto, este material todo é muito difícil de ser encontrado no Brasil.

Dolomita - ou qualquer material mineral calcário, proporciona boa aeração, drenagem pH alcalino, livre de matéria orgânica e nutrientes.

Cascalho lavado de rio - Pedrisco ou areão de rio, normalmente formado por quartzo, proporciona boa aeração, drenagem, pH neutro, livre de matérias orgânicas e nutrientes. Menos indicado para algumas regiões que o cascalho de dolomita, por possuir uma superfície mais lisa, com menor área e, portanto, retendo menos umidade.

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Terra de cupinzeiro moída - Tem sua composição argilosa, boa aeração, retém boa umidade e nutrientes, compactação moderada (compacta-se em até um ano), tende ao pH neutro, pouco ou nenhum nutriente. È conveniente assar este material depois de peneirado para evitar contaminações e eliminar sementes de plantas indesejáveis. Cupinzeiros de cor mais escura são menos arenosos e tendem a compactar-se ainda menos.

Vermiculita - Material de origem mineral com grande capacidade de absorção e retenção de umidade e de nutrientes, pH neutro, isento de nutrientes. Usado somente em vasos muito pequenos (mame) ou em regiões muito quentes, em proporções não maiores que 10% do total da mistura. Pode ser encontrada em casas de agro-pecuárias.

Substrato comercial - Do tipo Plantimax, Biomix, etc. Normalmente vem com matéria orgânica “curtida”, incorporada (restos de folhas, madeira, serragem, pó de xaxim) e terra preta. Não utilizar ou evitar os substratos que tenham a adição de adubos (ou adubado). Alguns fabricantes colocam também vermiculita na composição, é bom observar isso e tomar o devido cuidado. Pode ser bem aproveitado para composição se o substrato for para Azaléias, acidificando a mistura. Por aqui

uso 1/3 ou ¼ para as mesmas. Carvão vegetal - Tem certa propriedade fito-sanitária e pode ser usado em até 5% da mistura moída na mesma granulometria dos outros componentes. Material orgânico - Em geral, restos de vegetais em decomposição e esterco. Rico em nutrientes, pH ácido, grande capacidade de retenção de umidade, compacta-se facilmente. Restos de agulhas e cascas de pinheiro poder proporcionar um fornecimento inicial de micorrizas. Argila expandida moída – Boas propriedades em retenção de umidade e absorção de nutrientes, boa aeração, pouca ou nenhuma compactação, inerte, pH neutro, isento de nutrientes. Tem uma aparência desagradável por ser cinza escuro, quando quebrada. Outra opção é a Cinasita 500 que é a argila expandida em sua menor granulometria.

Tijolo ou telha moído - Boas propriedades em retenção de umidade e aeração, pouca ou nenhuma compactação, inerte, pH neutro, isento de nutrientes.

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Laterita – Ou laterita mineira. Granulado rico em minério de ferro. Não seria normalmente parte do substrato, mas podem ser usados alguns grãos em Azaléias e plantas com deficiência em ferro. Comumente usado como material em aquário plantado e fácil de ser achado em lojas deste ramo

COMPOSIÇÃO FINAL DO SUBSTRATO "IDEAL" Eu não diria que exista um substrato ideal, mas sim uma mistura básica para cada região do país (clima) e espécies. Em geral, não se acrescenta material ou adubo orgânico, nem adubos químico ao substrato. Toda a necessidade de nutrientes que a planta exigir será colocado periodicamente através de adubos específicos, sejam eles químicos ou orgânicos, que serão retidos no vaso pelos materiais com boa absorção de água. Uma mistura de uso geral que eu uso aqui na região Sudeste (São Paulo) seria de 50% de pedrisco de dolomita e 50% de terra de cupinzeiro moída ou tijolo moído mais 5% de carvão vegetal. Se for azaléia, retiro 10% de cada material e acrescento 20% de material orgânico, ou então acrescento 20% ao total da mistura, ou mais, para acidificá-la. Se o caso for mame e você não tem como ficar sempre de olho na umidade, aquela pequena porcentagem de vermiculita pode ajudar e ser acrescentada. Tendo em mãos estas informações acredito que seja mais fácil para cada um formular o “Seu substrato ideal”! Levando em consideração agora o gosto pessoal, clima local e disponibilidade do material citado! - As alternativas não faltam!!

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Rega

Rega O bonsai é uma árvore e como tal necessita de água para sobreviver. As plantas que vivem na natureza desenvolvem suas raízes em grandes profundidades até encontrar a água armazenada no solo. Por isso, todas as plantas que vivem em vaso, inclusive os bonsai, precisam ser regadas com maior ou menor freqüência. Para regar os bonsai utiliza-se regador comum de jardim, mangueira ou fazemos uma imersão do vaso em um balde d’água. É preciso apenas ter cuidado com a temperatura da água: como às vezes ela está bastante quente, recomenda-se deixá-la escorrer alguns minutos na torneira, até que a temperatura se normalize. Não existe uma regra matemática capaz de determinar que devemos regar uma vez, duas vezes ou n-vezes ao dia. Regam-se os bonsai tantas vezes forem necessárias. O que se deve observar é se o solo está ou não precisando de água. Com um simples toque dos dedos é possível perceber se solo está seco. Nesse caso, devemos regar imediatamente. Se virmos que está úmido, não há necessidade de rega. Convém, porém, não confundir “solo úmido” com “solo encharcado”: este último sufoca as raízes provocando seu apodrecimento e a conseqüente morte da planta, sendo uma das principais causas de fracasso de muitos bonsaístas (CUIDADO!).

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Sistema De Irrigação Automatizada

SISTEMA DE IRRIGAÇÃO AUTOMATIZADO "Eficiente e Barato"

Timer mecânico: R$15,80 na Irka Rua Vitória 346 – Sta Efigenia - São Paulo-SP

Válvula solenóide de máquina de lavar ou válvula retentora de saída, como os técnicos chamam. Válvula da Brastemp antiga é mais barata R$6,00. Na Rua Glete entre os números 700 e 800 existem várias lojas. Ao instalar verique a seta que mostra o sentido que a água deve passar. Comprar as conexões hidráulicas necessárias para a rede Hidráulica (luvas, veda roscas, abraçadeiras etc...)

É só colocar um fio paralelo (ou dois pólos) ligados nos dois conectores metálico da válvula e com uma tomada na outra ponta e ligada no Timer.

Mangueira ou encanamento preto flexível. Rolo de 50 Mt na C&C, R$16,50

Micro-aspersores. Nas lojas próximo ao CEAGESP CAPSA, R. Aroaba , 391 - Vila Leopoldina - 3831-6348. É uma das travessas da Dr. Gastão Vidigal. Preços: R$0,50 cada aspersor mais R$0,25 cada chulinha

(vedação azul). Existem vários tipos de aspersores, os que estou usando, e achei melhor, são estes com a tampinha verde e um outro com tampinha laranja. A diferença entre os dois é que o laranja solta um spray mais fino, ou seja, variam em consumo de litros/hora de água. Pra colocar a vedação fure a mangueira com uma broca de 7 mm, encaixe a vedação e depois o aspersor. Se vazar é porque a vedação rasgou. É bom comprar algumas a mais!

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Como os endereços são todos de São Paulo abaixo o link do fabricante para se conseguir um representante mais próximo a sua cidade que poderá ajudá-lo com a descrição dos aspersores. Os demais materiais acham-se com mais facilidade. Tem um modelo com a vazão de 6 litros/h que poderá ser mais adequado para ficar os 15 minutos ligado. A programação do Timer é muito simples... Ajuste na seta a hora local. Abaixe 1 pino no horário em que você queira que a rega seja feita (no meu caso coloquei 15 min). Você pode programar por exemplo às 9:30hs por 15 min e às 15:30hs por mais 15 min. Cada pininho preto abaixado corresponde a 15 minutos do mecanismo ligado ou tempo da rega.

Programação .O timer gira durante as 24:00 hs e toda hora que passar por um pino abaixado ficará ligado os 15min, 30min, 45min, 1:00hr ou mais... de acordo com a quantidade de pinos abaixados. 15 min é mais que suficiente!

Agora é só colocar a mangueira sobre os vasos a um distância entre 1 e 1 ½ mt. Colocar um aspersor na mangueira a cada 1 metro (isso também depende da distância entre o vaso e o aspersor). Cada aspersor tem capacidade de regar 1,3 m² aproximadamente. Pra ligar a água... Observe se existem vazamentos pois estamos mexendo com água e eletricidade!!!!! TOME O DEVIDO CUIDADO! Para vedar bem a mangueira na válvula foi preciso colocar veda-roscas no bico da válvula antes de colocar a mangueira e apertar bem a abraçadeira na mangueira!!! (vedou bem na primeira) É muito bom colocar a válvula na saída de uma torneira pAra poder regular a quantidade de água que vai pra mangueira pois, a válvula abre totalmente e se você tiver muita pressão na água e o seu sistema for pequeno e com poucas saídas de aspersores pode arrancar os mesmos da mangueira (apesar de serem bem resistentes a isso). Agora as plantas vão estar sempre molhadas nos horários escolhidos todos os dias e, não vou incomodar ninguém pedindo pra fazer o serviço enquanto estou fora. Molha muito bem!!!! - Veja abaixo o jato e o resultado no bambú.

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Para tampar o final da mangueira não achei nada pronto. Fiz a vedação, como costumo ver em chácaras, dobrando o cano e amarrando com um arame para segurar bem dobrado. Funciona! Contras do sistema: O timer mecânico fica ligado no mínimo 15 min. Acho que o ideal seria entre 7 e 10 min (economizaria água). Pode ser resolvido colocando-se um timer digital com mais recursos. Valor R$35,00, no mesmo endereço. Acontece que, se faltar energia perde-se a programação e, neste caso, perde-se a confiabilidade. Ficarão expostas as mangueiras pretas sobre as plantas. É FEIO mas traz um ótimo benefício e conforto. Estou dando uma ótima receita e que me ajudou muito! NÃO me responsabilizo por tentativas frustradas, erros ou acidentes

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Trabalhando Com Ficus de 25 Anos

Trabalhando com fícus de 25anos O objetivo deste tópico é mostrar aos colegas iniciantes a técnica de transplantar uma planta que necessita de renovação no seu substrato, que é indicado nas plantas que perderam a qualidade do seu substrato. Um dos grande questionamento é saber Quando? Bom de um modo geral as plantas que tem seu metabolismo acelerado( os mais jovens ) possuem um consumo energético maior que uma planta mais velha, assim como nas plantas de clima tropical, frutiferas e floriferas consomen muito mais energia, porem elas possuem uma vida média mais curta, necesssitando assim trocas mais frequentes chegando a ser anuais em determinadas plantas. E as plantas de clima temperado como as coníferas( pinheiros),as caducifólias( acer, zelkova, etc) possuem um periodo de hipoatividade( no inverno) e por sua vez consomen menos nutrientes e necessitam de menos trocas de substrato, portanto possuem uma vida média mais longa e necessitam de trocas com intervalos mais longos chegando a até dez anos. Mas uma boa dica é observar o aspecto físico da planta e tambem o substrato, que pode mostrar o ecesso de raizes, mostrando a necessidade do transplante.

Ficus retusa 25 anos imagem frontal, antes do trabalho

Inicio do trabalho de desfolia. A desfolia é muito importante para que possamos observar melhor as estruturas de galhos, e assim definir a necessidade de poda de galhos e aramação.

Finalmente esta imagem mostra o final do nosso trabalho, porém a quantidade de raiz retirada foi maior do que normalmente retiramos, isto devido a necessidade de reestruturação da planta.

Com certeza teremos muito trabalho pela frente, podemos observar a saida de galhos na parte interna da primeira grande curvatura a direita posicionamento de galho que deveremos evitar de acontercer. Observamos tambem a necessidade de melhorar o ápice, que está confuso. No capitulo anterior mostrei

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alguns erros de posicionamento de galhos, nesta sessão mostrarei algumas alterações no posicionamento da planta, para que se destaque ou melhore o aspecto visual da nossa planta, por exemplo: realçar as curvas, acertar posicionamento e alinhamento do ápice em relação a base, com isso algumas vezes nos somos obrigados a mudar a angulação da base da planta. Para se ter uma noção de como ela vai ficar, podemos apoiar a lateral do vaso sobre uma madeira. Observe que neste novo posicionamento a primeira curvatura foi realçada, assim como as outras curvaturas tambem. A aramação é muito importante para que possamos posicionar melhor os galhos, observe que

na imagem anterior o primeiro galho a direita fazia uma curva para cima,( os galhos mais antigos, na natureza, por serem mais pesados possum uma angulação reta ou um pouco inclinado para baixo em relação ao tronco principal. Portanto deveremos imitar a natureza realinhando o galho com aramação ou com a utilização de outras técnicas como o peso a tração etc. que veremos oportunamente em outro capítulo. No Capítulo anterior tinha comentado sobre os dois galhos a esquerda e que deveriamos optar por retirar uma. A opção de retirar este galho se deve a maior proximidade do primeiro galho a direita ficando esteticamente mais proporcional se mantivermos o que esta acima.

A irregularidade deve ser retirada e se possível deixer uma concavidade para que a casca feche a ferida com maior facilidade. Neste local deve ser aplicado um isolante para que não penetre umidade, microorganismos, que podem levar ao apodrecimento.

Como comentei anteriormente, a presença deste galho na parte interna da curvatura não esta agradando. Vamos retira-lo.

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Nesta imagem estamos escolhendo o vaso. Colocamos a planta sobre o vaso e observamos que o torrão deve ser retirado em grande quantidade para que a planta entre no

vaso. O vaso é um componente muito importante. Para podermos definir qual utilizar devemos obedecer alguns critérios, como proporcionalidade, textura e coloração. Assim sendo devemos evitar que o vaso fique muito grande em relação a planta ou a planta fique maior que o vaso. De um modo geral a largura do vaso deve ser 1/3 menor do que a largura da distância composta pela primeiro e o segundo galho.A altura do vaso deve ser aproximadamente da largura da base do tronco. Alguns tipos de plantas como as coníferas ficam melhores nos vaso de textura mais rústicas e de coloração neutra como o marron, cinza etc. As plantas frutiferas e floríferas são interessantes de ser colocados em vasos com coloração que realçam as cores das frutas e das flores.

Com um palito de bambú(rachi), vamos retirando a terra que fica na porção externa do torão, aproximadamente 1/3 dela. Devem ser podadas as raizes velhas e de mal aspecto. Algumas vezes a presença de microorganismo, assim como formigas etc. Devem ser eliminadas.

Ésta imagem mostra a presença de grande quantidade de raiz que deve ser cortata.

Finalmente esta imagem mostra o final do nosso trabalho, porém a quantidade de raiz retirada foi maior do que normalmente retiramos, isto devido a necessidade de reestruturação da planta.

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O vaso está sendo preparado com a colocação de redes de proteção no sistema de drenagem. Este vaso possui um sistema de furos que serve para a passagem de fios de fixação das plantas, estes fios são de aluminio revestido, tambem pode ser utilizado fio de cobre. A fixação é muito importante para que a planta não se movimente evitando que as raizes novas quebrem. Nos utilizamos um substrato estéreo( vide detalhes em acessórios /substrato ), composto por terra granulada, pedrisco, substrato agrícola, em proporções adequadas para determinadas plantas. 1/3 do fundo do vaso é prenchido pelo substrato.

Conforme discutido anteriormente estamos fixando a planta numa posiçãomais inclinada.

A fixação impede que as raizes novas se quebrem. O fio utilizado é de aluminio revestido.

Estamos preenchendo as lacunas com o substrato. Ela deve ser compactado uniformente para evitar bolções de ar.

Com o rachi vamos compactando lentamente a planta, procurando uniformisar o substrato.

Esta imagem mostra o final de trabalho de raiz. Podemos observar agora a necessidade do trabalho dos galhos.

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Esta imagem mostra o ápice da planta muito confusa. Devemos escolher os galhos para ser cortado.

O local escolhido fica na marcação com giz. Observem a presença de varios galhos saindo do mesmo lugar, e estéticamente ficaria melhor se mantivermos o galho da frente. Nas próximas imagens poderemos observar isto.

Com o alicate de corte lateral ficou fácil de cortar, apesar da presença de vários galhos na frente.

No próximo capítulo mostraremos o resultado da poda.

Esta imagem mostra o local da retirado do galho, feita no capítulo anterior.

Notem que o ápice ainda esta voltada lateralmente e tambem o excesso de galhos deveremos retirar

mais galhos. Retiramos o galho que era o lider do ápice e reposicionamos outro galho no lugar. Vamos aramar os outros galhos.

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Esta é a nova visão do ápice.

Resultado final. Visão da frente. Planta Inicial

Visão Latera

Visão Posterior

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A Vida Secreta Das Plantas

Plantas e eletromagnetismo Assim como respondem aos comprimentos de onda da música, as plantas são continuamente afetadas pelos comprimentos de onda do espectro eletromagnético, vindos da Terra, da Lua, dos planetas, do cosmo e de um sem-número de engenhos concebidos pelo homem; resta saber apenas com exatidão quais os benéficos e quais os prejudiciais . Uma tarde, por volta de 1730, um escritor e astrônomo francês, Jean- Jacques Dertous de Mairan, regava uma coleção de Mimosa pudica em sua sala de estar em Paris quando, para sua surpresa, notou que o desaparecimento do sol parecia fazer com que as folhas das plantas sensitivas se retraíssem, tal como quando tocadas com a mão. Legítimo pesquisador, admirado por seu contemporâneo Voltaire, Mairan não se precipitou a concluir que as plantas, com a chegada da noite, estavam simplesmente "indo dormir". Em vez disso, esperou que o sol se erguesse de novo e colocou duas de suas plantas num armário escuro. As folhas dessas plantas - notou então - permaneciam normalmente abertas ao meio-dia; ao pôr-do-sol, no entanto, elas se retraíam com a mesma rapidez observada nas plantas que continuavam sobre a mesa da sala. Mairan concluiu que a dormideira ou malícia devia ser capaz de "sentir" o sol, ainda que o não "visse". Mas Mairan - cujas investigações científicas iam desde o movimento de rotação da Lua e as propriedades físicas da aurora boreal até a razão da luminosidade do fósforo e as peculiaridades do número 9 - não soube esclarecer a causa do fenômeno. Num relatório enviado à Academia Francesa, sugeriu insatisfatoriamente que suas plantas deviam estar sob a influência de um fator desconhecido no universo, fator ao qual talvez se sujeitassem ainda os pacientes hospitalizados, que em certas horas do dia pareciam ficar extremamente fracos. Cerca de dois séculos e meio depois, o Dr. John Ott, que dirige o Instituto de Pesquisas sobre a Luz e o Bem-estar Ambiental em Sarasota, na Flórida, interessouse pelas observações de Mairan, que foi capaz de confirmar, e quis saber se a "energia desconhecida" em questão penetraria uma massa compacta de terra, a única couraça reconhecidamente capaz de bloquear a chamada "radiação cósmica". Ao meio-dia, Ott levou seis pés de dormideira para o fundo de uma mina, quase 200 metros abaixo da superfície da Terra. Ao contrário dos trancados no armário de Mairan, os espécimes subterrâneos de Ott recolheram imediatamente as folhas, sem esperar pelo crepúsculo; fizeram-no, inclusive, quando ao redor foram acessas lâmpadas elétricas. Mas, sobre a causa do fenômeno, Ott continuou na mesma escuridão que seu predecessor francês, a não ser por relacioná-lo ao eletromagnetismo, do qual pouco se sabia no tempo de Mairan. Tudo o que os contemporâneos de Mairan conheciam sobre a eletricidade era o que lhes tinha sido transmitido pelos gregos em relação às propriedades do âmbar amarelo - ou élektron, como o chamavam -, que atraía uma pena ou um fiapo de palha quando f r i ccionado intensamente. Antes de Aristóteles, já se sabia que a magnesita ou pedra-ímã, um óxido de ferro preto, também podia exercer uma atração igualmente inexplicável sobre limalhas de ferro. Como esse material era abundantemente encontrado numa região da Ásia Menor chamada Magnésia, passou a ser conhecido como magneslithos, ou pedra magnésia, termo reduzido para magnes em latim, magnet em inglês (Magneto em português - N. do T.). O primeiro a vincular a eletricidade ao magnetismo foi o sábio do século XVI William Gilbert, cuja perícia no tratamento de doenças e erudição filosófica valeram-lhe a

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designação para médico da Rainha Elizabeth I. Proclamando que o próprio planeta era um magneto globular, Gilbert atribuiu uma "alma" à pedra-ímã, posto que ela era "parte e descendente dileta de sua mãe animada, a Terra". O sábio descobriu ainda que outros materiais, além do âmbar amarelo, eram capazes de atrair objetos, quando friccionados, qualificando-os de "elétricos" e cunhando a expressão "força elétrica" . Durante séculos, as forças atrativas do âmbar e da pedra-ímã foram tomadas - fossem o que fossem - por "fluídos etéreos penetrantes" emitidos pelas substâncias. Cinquenta anos após as experiências de Mairan, Joseph Priestley, conhecido sobretudo como o descobridor do oxigênio , escrevia em seu popular compêndio de eletricidade: A Terra e todos os corpos que nos são familiares, sem exceção, parecem conter certa quantidade de um fluído supremamente elástico e sutil que os filósofos concordam em chamar de elétrico. Fenômenos notáveis se originam em qualquer corpo desde que se altere, para mais ou para menos , seu conteúdo natural desse fluído. Diz-se então que o corpo está eletrificado e ele é capaz de apresentar aspectos que são atribuídos à força da eletricidade. O verdadeiro conhecimento do magnetismo evoluiu muito pouco até o século XX. Como, pouco antes da Primeira Guerra Mundial, o Prof. Silvanus Thompson declarou numa conferência em homenagem a Robert Boyle, "as propriedades ocultas do magnetismo, depois de terem excitado a admiração da humanidade por séculos, continuam ocultas, e não apenas por requererem ainda investigações experimentais, mas também por permanecer inexplicada sua causa última". Um texto publicado logo após a Segunda Guerra Mundial pelo Museu da Ciência e Indústria de Chicago declara que os seres humanos ainda não sabem por que a Terra é um ímã, como os materiais magnéticos são afetados por ímãs distantes deles, por que as correntes elétricas têm à sua volta campos magnéticos, nem mesmo por que os átomos de matéria, minúsculos como são, dão forma a prodigiosos volumes de espaço, aparentemente vazios, onde a energia se condensa. Nos três séculos e meio decorridos desde a publicação da famosa obra de Gilbert De magnete, muitas teorias foram propostas para explicar a origem do geomagnetismo, mas nenhuma delas é satisfatória. O mesmo pode ser dito a respeito da física contemporânea, que substituiu a idéia de um "fluído etéreo" por um espectro de radiações ondulatórias chamadas "radiações eletromagnéticas",estendendo-se de enormes macropulsações, cada qual com a duração de várias centenas de milhares de anos e com ondas de milhões de quilômetros de comprimento, até super-rápidas pulsações energéticas que se alternam 10 sextilhões de vezes por segundo, com comprimentos de onda infinitesimais que medem a décima bilionésima parte de um centímetro. As do primeiro tipo são associadas a fenômenos como a inversão do campo magnético terrestre; as do segundo, à colisão de átomos, em geral de hidrogênio e hélio, que se movem a velocidades incrivelmente altas e se convertem na forma de energia radiante chamada de "raios cósmicos". Entre elas, estão incontáveis faixas de ondas energéticas, inclusive os raios gama, que se originam nos núcleos dos átomos; os raios x, que se originam em suas camadas exteriores; uma série de freqüências que, por serem visualmente perceptíveis, são chamadas de luz; e as freqüências usadas em rádio, tevê, radar e um número cada vez maior de setores, da pesquisa espacial à cozinha eletrônica. As ondas eletromagnéticas diferem das ondas sonoras por se transmitirem não só através da matéria, mas também através do "nada", precipitando-se a uma velocidade de 300 milhões de quilômetros por segundo através de vastas regiões do cosmo que já se supôs contivessem um meio chamado "éter", mas que agora são tidas por um vácuo quase perfeito. Mas ninguém explicou a inda como, exatamente, se transmitem. Como nos disse um físico eminente, "nem conseguimos entender o danado do mecanismo". Em 1947, Jean Antoine Nollet , um abade e físico francês, tutor do delfim, foi informado por um físico alemão de Wittenberg de que a água que caía gota a gota de um tubo capilar poderia correr num fluxo constante, caso o tubo fosse eletrificado.

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Após repetir a experiência do alemão e acrescentar-lhe outras de sua própria concepção, Nollet passou, como disse mais tarde, "a acreditar que essa virtude elétrica, empregada de certa maneira, poderia ter algum efeito sobre os corpos organizados, licitamente vistos como máquinas hidráulicas fabricadas pela própria natureza" . Nollet pôs várias plantas, em vasos metálicos, perto de um condutor e ficou intrigado ao verificar que seu ritmo respiratório aumentava. Numa longa série de experiências, testou não só narcisos, mas também andorinhas, gatos e pombos, notando que todos eles perdiam peso mais depressa quando eletrificados. Decidido a averiguar a eventual influência dos fenômenos elétricos sobre e germinação, Nollet plantou dezenas de sementes de mostarda em dois pequenos recipientes, eletrificando um deles, durante uma semana, das 7 às 10 da manhã e das 3 da tarde às 8 da noite . Findo o prazo, todas as sementes do recipiente eletrificado tinham germinado e chegado a uma altura média de 15 a 16 lignes - a linha, velha medida francesa, correspondente à duodécima parte da polegada, ou cerca de 2,25 milímetros. Das sementes não eletrificadas, só três tinham brotado, medindo apenas de 2 a 3 lignes de altura. Sem nem sequer imaginar por quê, Nollet apenas pôde sugerir, em seu longo comunicado à Academia Francesa, que a eletricidade parecia ter efeitos profundos sobre o crescimento das formas vivas. A conclusão de Nollet foi formulada poucos anos antes de uma notícia alvoroçar a Europa: a de que Benjamin Franklin, em Filadélfia, captara a descarga elétrica de um raio soltando um papagaio em meio a uma tempestade. Atingindo uma ponta de metal na armação do papagaio, o raio descera pela linha molhada até uma garrafa de Leyden, aparelho inventado em 1746, na Universidade de Leyden, que permitia condensar a eletricidade em água e descarregá-la numa única explosão súbita. Até então, só a eletricidade estát ica, produzida por um gerador eletrostático, podia ser condensada numa garrafa de Leyden. Enquanto Franklin colhi a eletricidade das nuvens, o brilhante astrônomo Pierre Charles Lemonnier, admitido na Academia Francesa aos 21 anos e mais tarde aclamado por sua descoberta da obliquidade da eclíptica, determinava que, mesmo em dias ensolarados, existe na atmosfera terrestre um estado permanente de atividade elétrica. Continuava a ser porém um mistério a ação das cargas onipresentes sobre as plantas. A tentativa seguinte de adaptar a eletricidade atmosférica à frutificação das plantas ocorreu na Itália. Em 1770, um certo Prof. Gardini esticou vários fios de arame sobre uma produtiva plantação monástica em Turim. Em pouco tempo, muitas das plantas murchavam e morriam. Mas a plantação reviveu tão logo os monges retiraram os fios. Gardini deduziu que ou bem as plantas tinham sido privadas de um fornecimento natural de eletricidade necessário a seu crescimento, ou bem tinham recebido uma dose excessiva. Ao saber que , na França, os irmãos Joseph-Michel e Jacques-Étienne Montgolfier tinham feito subir um imenso balão cheio de ar aquecido, permitindo a dois passageiros viajar 10 quilômetros sobre Paris em 25 minutos, Gardini recomendou que esse novo invento fosse aplicado à horticultura, ligandose a ele um longo fio através do qual a eletricidade pudesse ser conduzida de grandes alturas até as plantações. Essas propostas francesas e italianas pouco interessaram aos figurões científicos de então, que já começavam a dar mais atenção aos efeitos da eletricidade sobre os corpos inertes, em detrimento dos vivos. Também não se comoveram muito quando outro homem da Igreja, o Abade Bertholon, publicou em 1783 seu abrangente tratado DE l'électrici té des végétaux. Professor de física experiment al em universidades francesas e espanholas, Bertholon deu um sólido apoio à idéia, já exposta por Nollet, de que, alterando-se a viscosidade, ou resistência dos fluídos, nos organismos vivos, a eletricidade podia provocar mudanças em seu crescimento. Citava a informação de um físico italiano, Giuseppe Toaldo, segundo o qual dois jasmineiros perto de um pára-raios haviam chegado à incrível altura de 9 metros, enquanto os demais do mesmo grupo permaneciam com 1,20 metro. Bertholon, que era considerado meio feiticeiro, punha um jardineiro de pé numa prancha de material isolante para molhar sua horta

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com um regador eletrificado. Garantia que as verduras cresciam extraordinariamente. De sua invenção é também o que ele mesmo chamou de "eletrovegetômetro", um aparelho para captar a eletricidade atmosférica através de uma antena e transmiti-la às plantas. Escrevendo sobre o invento, disse que ele "se aplica à produção vegetal de todo tipo, em toda parte, seja qual for o tempo; sua utilidade e eficácia não podem ser ignoradas nem postas em dúvida, salvo pelas almas tímidas que não se entusiasmam com as descobertas e que nunca hão de deitar abaixo as barreiras da ciência, mas sim permanecer covarde à qual, por paliativo, costumam dar o nome de prudência". Em sua conclusão, o abade ousava sugerir que o melhor fertilizante para plantas, algum dia, haveria de vir "livre dos céus" em forma elétrica. A perturbadora idéia de uma interação das coisas vivas - de que todas elas, de fato, estavam imbuídas de eletricidade - tomou impulso gigantesco em novembro de 1780, quando a mulher de um cientista bolonhês, Luigi Galvani, descobriu casualmente que uma máquina usada para gerar eletricidade estática fazia uma perna de sapo amputada pular espasmodicamente. Chamado a ver o fato, Galvani surpreendeu-se, mas logo se perguntou se a eletricidade não ser ia realmente uma manifestação de vida. Achando que sim, no dia de Natal, escreveu em suas anotações: "O fluído elétrico deve ser considerado um meio de excitar a força neuromuscular". Nos seis anos seguintes, Galvani estudou os efeitos da eletricidade sobre a coordenação muscular, até descobrir acidentalmente que as pernas de sapo também se mexiam sem a aplicação de uma corrente elétrica, desde que os fios de cobre dos quais pendiam fossem impulsionados pela vento contra uma grade de ferro. Compreendendo que a eletricidade, nesse circuito tríplice, só podia provir dos metais ou das pernas, Galvani, firmemente inclinado a tomá-la por uma força viva, acabou associando-a aos tecidos animais e atribuindo a reação a um fluído ou energia vital, inerente ao corpo dos sapos, ao qual chamou de "eletricidade animal". As descobertas de Galvani, a princípio, receberam o caloroso apoio de seu compatriota Alessandro Volta, um físico da Universidade de Paiva, no ducado de Milão. Mas quando, repetindo a experiência de Galvani , Volta notou que só obtinha o efeito elétrico ao usar dois metais diferentes, escreveu ao Abade Tommaselli, dizendo-lhe ser óbvio que a eletricidade não provinha das pernas de sapo, mas sim "da simples aplicação de dois metais de diferente qualidade". Concentrando-se nas propriedades elétricas dos metais, Volta chegou em 1800 à invenção de uma pilha composta por discos de zinco e cobre alternados e um pedaço de papel úmido separando as camadas. Instantaneamente carregável , a pilha de Volta enfim libertava os pesquisadores de sua dependência da eletricidade natural ou estática, pois servia para produzir corrente elétrica uma infinidade de vezes - e não apenas uma, como a garrafa de Leyden. Precursora de nossos diferentes tipos de acumulador, ela revelava uma eletricidade artificial, cinética ou dinâmica, que por pouco não obliterava a noção de uma energia vital especial nos tecidos vivos formulada por Galvani. Apesar de ter aceito de início as descobertas de Galvani, Volta escreveu mais tarde: "Se excluirmos dos órgãos animais toda atividade elétrica própria, abandonando assim a atraente idéia sugerida pelas belas experiências de Galvani , poderemos considerar tais órgãos como simples eletrômetros de um tipo novo e precisão extraordinária". Malgrado a profética afirmação de Galvani, pouco antes de sua morte, de que um dia a análise de todos os aspectos fisiológicos de suas experiências permitiria "um melhor conhecimento da natureza das forças vitais e de sua duração específica,segundo as variações de sexo, idade, temperamento, saúde e da própria constituição da atmosfera", os cientistas negligenciaram suas teorias e as negaram na prática. Poucos anos antes, sem que Galvani o soubesse, o jesuíta húngaro Maximilian Hell revivera a idéia, expressa por Gilbert , de que a pedra-ímã transmitia aos metais ferrosos características da mesma índole da alma; com essa idéia na cabeça, ele inventara uma singular disposição de lâminas de aço magnetizado para curar a si mesmo de um reumatismo persistente. Um amigo seu, o físico vienense Franz Anton Mesmer,

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que se interessara pelo magnetismo ao ler Paracelso, impressionou-se com as curas de várias doenças em outras pessoas, logo empreendidas por Hell, e deu início a uma série de experiências para comprová-las. Sem demora, Mesmer se convenceu de que a matéria viva t inha uma propriedade suscetível à ação de "forças magnéticas terrestres e celestiais", propriedade a que chamou de "magnetismo animal", em 1779, e à qual dedicou uma tese de doutoramento intitulada A inf luência dos planetas sobre o corpo humano. Ao saber que havia um padre suíço, J. J. Gassner, curando doentes pelo tato, Mesmer adotou com sucesso sua técnica e proclamou que algumas pessoas, entre as quais se incluía , possuíam mais força magnética que outras. Malgrado a aparência de que essas surpreendentes descobertas da energia bioelétrica e biomagnética levariam a uma nova era de pesquisas capaz de unir numa só coisa a física, a medicina e a fisiologia, a porta novamente foi fechada, dessa vez por mais de um século. Onde outros tinham falhado, Mesmer era bem sucedido, tratando de casos graves, e isso aguçou a inveja dos demais médicos vienenses. Atribuindo suas curas à feitiçaria e ao Diabo, eles se organizaram em comissão para investigá-las. Declarando-se a comissão contra seus feitos, Mesmer foi expulso da classe médica e intimado a abandonar sua prática. Mudando-se em 1778 para Paris, onde as pessoas lhe pareciam "mais esclarecidas e menos indiferentes às novas descobertas", conseguiu converter a seus métodos o poderoso Charles d'Eslon, principal médico da corte do irmão de Luís XVI, que o introduziu em círculos influentes. Mas em breve os médicos franceses se mostraram tão enfurecidos e invejosos quanto seus confrades austríacos. A grita forçou o rei a designar uma comissão para investigar o assunto, embora D'Eslon, numa reunião da classe médica na Universidade de Paris, tivesse saudado a contribuição científica de Mesmer como "uma das mais importantes da época". Quando a comissão, que incluía o diretor da Academi a Francesa de Ciências - que em 1772 decretara solenemente que os meteoritos não existiam - e cujo presidente era o embaixador norteamericano Benjamin Franklin, deu o veredicto de que "nem existe nem pode ter efeito salubre o magnetismo animal", a grande popularidade de Mesmer, assim exposto ao ridículo, começou a declinar. Ret irando-se para a Suíça, ele a í completou, um ano antes de morrer , em 1815, sua obra mais importante: O mesmerismo ou O sistema das influências recíprocas - teoria e prática do magnetismo animal. Em 1820, Hans Christian Oersted, um cientista dinamarquês, descobriu que, colocada perto de um fio eletrificado, uma agulha de bússola sempre se movia de modo a ficar perpendicular ao fio. Quando a corrente era invertida, a agulha apontava na direção oposta. O fato de uma força agir sobre ela indicava que no espaço ao redor do fio deveria existir um campo magnético. A hipótese levou a uma das mais proveitosas descobertas na história da ciência, quando Michael Faraday, na Inglaterra, e Joseph Henry, nos Estados Unidos, compreenderam independentemente que o fenômeno oposto era igualmente válido, ou seja, que um campo magnét ico poderia induzir uma corrente elétrica se o fio fosse movido através dele. Assim foi inventado o "gerador" e, com ele, um mundo totalmente novo de engenhos elétricos. Hoje, os livros sobre o que o homem pode fazer com a eletricidade enchem dezessete prateleiras de 30 metros nas estantes da Biblioteca do Congresso em Washington, mas o que é e por que funciona a eletricidade continuam a ser mistérios tão grandes quanto na época de Priestley. Os cientistas modernos, não fazendo ainda idéia da composição das ondas eletromagnéticas, limitam-se simplesmente a empregá-las em rádio, radar, televisão e torradeiras. Em virtude de uma concentração tão mal equilibrada sobre as propriedades mecânicas do eletromagnetismo, só um reduzido grupo de indivíduos, no transcurso dos anos, deu atenção a saber como e por que o eletromagnetismo pode afetar os seres vivos. Entre eles figura com destaque o Barão Karl von Reichenbach, um cientista alemão de Tubingen que em 1845 descobriu produtos extraídos do alcatrão vegetal, entre os quais o creosoto, usados para

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a preservação de mourões de cercas e estacas imersas. Certo de que pessoas especialmente dotadas - ou, no seu próprio fizer, "sensitivas" - podiam ver uma energia estranha emanando de todas as coisas vivas, e mesmo das extremidades de um ímã, cunhou para t a l energia o tempo de odyle ou od. Embora suas obras fosse traduzidas em inglês por um eminente médico, Willian Gregory, designado professor de química na Universidade de Edimburgo em 1844, como Pesquisas sobre as forças do magnetismo, eletricidade, calor e luz em relação à força da vida, suas tentativas para provar a existência delas aos físicos contemporâneos da Inglaterra e do continente foram sumariamente rejeitadas. Reichenbach indicou o motivo da repulsa à sua "força ódica" ao escrever: "Sempre que eu tocava no assunto, sentia-me como se dedilhasse numa corda uma nota desagradável. Em seus espíritos, as pessoas associavam od sensitividade ao chamado magnetismo animal e ao mesmerismo, e com isso toda a simpatia acabava". A associação, com efeito, não se justificava, pois Reichenbach fora bastante claro ao declarar que, embora a misteriosa força ódica pudesse parecer com o magnetismo animal e a ele fosse conjugada, também podia existir separadamente. Anos depois, Wilhelm Reich afirmaria que "a energia da qual tratavam os antigos gregos e os modernos desde Gilbert era basicamente diferente da energia de que tratam os físicos desde Volta e Faraday, obtida pela movimentação de fios em campos magnéticos; diferente não apenas quanto ao princípio de sua produção, mas diferente em fundamento". Reich acreditava que os antigos gregos, com o princípio de fricção, tinham descoberto a misteriosa energia à qual deu o nome de "orgônio", tão semelhante ao od de Reichenbach e ao éter dos antigos. Reich garantia que o orgônio é o meio no qual a luz se move, bem como o meio da atividade gravitacional e eletromagnética, e que ele preenche todo o espaço, em diferentes graus e concentração, e está presente até mesmo no vácuo. Considerava-o o vínculo básico entre a matéria orgânica e a inorgânica. Na década de 60, pouco após a morte de Reich, tornavam-se esmagadoras as evidências de uma base elétrica nos organismos. Um autor que escreve sobre a ciência ortodoxa, D. S. Halacy, reconheceu isso em termos simples: "O fluxo dos elétrons é básico para praticamente todos os processos vitais". As dificuldades surgidas no período entre Reichenbach e Reich derivaram parcialmente da voga científica de considerar as coisas à parte, em detrimento de seu estudo como todos funcionais. Ao mesmo tempo, um abismo cada vez maior separou os pesquisadores envolvidos com as chamadas "ciências naturais" dos físicos inclinados, numa progressão constante, a só dar crédito ao que podiam ver ou medir instrumentalmente. Nesse meio tempo, a química se concentrou em entidades separadas cada vez menores e mais variadas que em sua recombinação artificial propunham uma fascinante cornucópia de novos produtos. A primeira síntese artificial de uma substância orgânica, a uréia, feita em laboratório em 1828, pareceu destruir a idéia de que havia um aspecto "vital" especial nos seres vivos. A descoberta das células, as significativas contrapartes biológicas dos átomos da filosofia grega clássica, sugeriu que as plantas, os bichos e o próprio homem eram apenas diferentes combinações desses blocos de construção ou agregados químicos. Nesse clima novo, poucos tomaram a iniciativa de estudar a fundo os efeitos do eletromagnetismo sobre a vida. Não obstante, alguns individualistas excêntricos formulavam volta e meia uma idéia de que as plantas poderiam responder a forças cósmicas, livrando assim do esquecimento as descobertas de Nollet e Bertholon. Na América do Norte, William Ross, ponto à prova afirmações feitas pelo Marquês de Anglesey de que as sementes germinavam mais rápido quando eletrificadas, plantou pepinos, numa mistura de óxido preto de manganês, sal de cozinha e areia lavada, regando-os com ácido sulfúrico diluído. Ligou então uma corrente elétrica à mistura, levando as sementes a germinarem muito mais depressa que outras postas numa mistura idêntica, mas não eletrificadas. Um ano mais tarde, em 1845, o primeiro número do Journal Of the Horticultural Society, de Londres, publicava um longo relato sobre a "Influência da eletricidade na vegetação", escrito por um agrônomo, Edward Sol ly, o qual, como Gardini , tinha estendido fios sobre canteiros e, como Ross, experimentado enterrá-los. Mas, das setenta experiências de Solly com vários cereais,

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legumes e flores, sódezenove tiveram resultados benéficos, enquanto outras tantas foram prejudiciais. Os resultados conflitantes conseguidos por tais pesquisadores deixavam claro que a quantidade, a qualidade e a duração da estimulação elétrica eram de fundamental importância para cada tipo de forma vegetal. Mas, como os físicos não dispunham de instrumental para medir seus efeitos específicos e ainda não sabiam exatamente como a eletricidade, artificial ou atmosférica, agia sobre as plantas, o campo experimental ficou entregue a horticultores empenhados e a simples curiosos. Mesmo assim, continuaram a ser registradas várias observações que demonstravam que a vegetação tinha uma característica elétrica. Em 1859, um número do Gardener's Chronicle londrino publicou a informação de que um brilho súbito passava de uma verbena vermelha para outra, acrescentando que a melhor ocasião para observar o fenômeno eram os momentos crepusculares quando uma tempestade se armava depois de muitos dias secos. Isso validava a observação, feita por Goethe, de que as papoulas orientais emitiam um brilho estranho ao crepúsculo. Só na última parte do século, na Alemanha, abriram-se novas perspectivas sobre a exata natureza da eletricidade no ar, que Lemonnier tinha descoberto. Julius Elster e Hans Gaitel, especializando-se na emissão espontânea de radiação por substâncias inorgânicas, que já se começava a chamar de "radioatividade", deram início a um vasto estudo da eletricidade atmosférica. Tal estudo iria revelar que o solo terrestre libera continuamente no ar partículas eletricamente carregadas. Chamadas de íons - palavra formada do particípio presente do verbo grego ienai, que significa ir , andar -, essas partículas foram consideradas como átomos, grupos de átomos ou moléculas que, ganhando ou perdendo elétrons, passavam a ter uma carga positiva ou negativa. A observação de que a atmosfera estava permanentemente cheia de eletricidade, feita por Lemonnier , encontrava enfim um tipo de explicação material. Em dias claros e firmes, a terra tem uma carga elétrica negativa, ao passo que a da atmosfera é positiva: os elétrons, em consequência, fluem do solo e das plantas em direção ao céu. Durante as tempestades, a polaridade se inverte, tornando-se positiva a terra, e negativa a base da camada de nuvens. Como, ao que se estima, há de 3000 a 4000 tempestades "elétricas", em qualquer momento dado, agitando a superfície do globo, as cargas perdidas pela terra nas zonas favorecidas por tempo ameno são assim substituídas, estabelecendo-se um perfeito equilíbrio dos elementoselétricos . Em decorrência desse fluxo de eletricidade em manifestação constante, a voltagem, ou tensão elétrica, aumenta nas altitudes maiores. Entre a cabeça de um homem de 1,80 metro e o chão que pisa, é de 200 volts; entre o topo do Empire State e as calçadas que o rodeiam,de 40000; no intervalo entre as camadas mais baixas da ionosfera e a superfície da Terra, de 360.000. Ainda que isso pareça uma ameaça, o perigo de choque é reduzido, pois há pouca passagem de corrente. A maior dificuldade, para o aproveitamento desse vasto reservatório de energia, é não dispormos ainda de um conhecimento exato de seu funcionamento e das leis que governam suas operações. Uma nova investida quanto à aplicação da eletricidade atmosférica ao crescimento das plantas teve início quando um cientista finlandês de interesse ecléticos, Selin Lemstrom, realizou quatro expedições às regiões subpolares dos Spitsbergen, ao norte da Noruega, e da Lapônia, de 1868 a 1884. Especialista em luz polar e magnetismo terrestre, Lemstrom sugeriu que a vegetação luxuriante dessas latitudes, atribuída pela opinião popular aos dias longos de seus verões, estava de fato relacionada ao que ele chamou de "violenta manifestação elétrica", a aurora boreal. Sabendo-se, já desde o tempo de Franklin, que as pontas afiladas exerciam uma atração especial sobre a eletricidade atmosférica - observação que conduziu ao desenvolvimento de pára-raios -, Lemstrom afirmou que "as pontas afiladas das plantas funcionam como pára-raios para captar a eletricidade atmosférica e faci l itar a troca de cargas entre o ar e osolo". Estudando os anéis em cortes transversais de caules de abetos, concluiu que seu crescimento anual correspondia integralmente a períodos de aurora alta e atividade das manchas solares, tornando-se os efeitos mais pronunciados à medida que se avançava para o norte. Ao voltar para casa, disposto a confrontar suas observações e

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experiências, Lemstrom conectou uma série de flores em vasos de metal a um gerador estático, usando para tanto, à guisa de condutor aéreo, uma rede de fios posta cerca de 40 centímetros acima delas e, à guisa de ligação de terra, uma haste fincada no chão. Outros vasos foram "abandonados à natureza". Depois de oito semanas, as plantas eletrificadas revelavam um ganho em altura quase 50% superior ao das demais. Transferindo a aparelhagem para a horta, não só dobrou sua colheita de morangos como também notou que eles ficavam mais doces; sua colheita de cevada, por outro lado, aumentou em um terço. Numa longa série de experiências, e fetuadas agora em regiões mais ao sul , até a Borgonha, os resultados de Lemstrom variaram de acordo com as frutas, legumes, cereais específicos, bem como com a temperatura, umidade, fertilidade natural e adubação do solo. Os êxitos que obteve foram relatados num livro publicado em 1902 em Berlim, Eletrocultura, e o termo por ele cunhado para o título incluído na Enciclopédia padrão de horticultura, de Liberty Hyde Bailey. A tradução inglesa do l ivro de Lemstrom, intitulada A eletricidade na agricultura e na horticultura, que apareceu em Londres dois anos depois do original alemão, advertia em sua introdução, áspera mas verdadeiramente, como depois de verificou, que o controvertido tem poderia não ser "muito do agrado" dos cientistas, uma vez que estava vinculado a nada menos de três disciplinas distintas, a física, a botânica e agronomia. Um de seus lei tores, Sir Oliver Lodge, prescindia porém dessa advertência. Após distinguirse singularmente no campo da física, ele demonstrara sua abertura de espírito passando a integrar a Sociedade de Pesquisas Psíquicas, sediada em Londres, e publicando uma dezena de livros nos quais afirmava sua crença de que outros mundos jazem além do físico. Lodge resolveu eliminar o problema encontrado por Lemstrom para suspender a rede de fios à medida que as plantas cresciam; a sua foi montada com isoladores em postos altos, permitindo assim a livre circulação de pessoas, animais e implementos agrícolas pelos campos eletrificados . Tendo sido capaz de aumentar em 40% o rendimento por acre do trigo canadense Red Fife, Lodge se encheu de alegria ao saber que a farinha dele extraído, segundo o testemunho de padeiros, dava um pão mui to superior ao produzido com farinha comum. Após trabalhar com Lodge, seu colaborador John Newman adaptou o sistema para obter aumentos de mais de 20% em lavouras de trigo, em Evesham, na Inglaterra, e de batata, em Dunfries, na Escócia. Além de muito mais produtivos queos não el etrificados, os morangueiros de Newman, como os de Lemstrom, davam frutos mais suculentos e mais doces, enquanto suas beterrabas pareciam ter uma maior percentagem de açúcar que o normal. O resultado das experiências de Newman, que não deixa de ser i n teressante, não foi publicado numa revista botânica, mas s im na quinta edição do Manual básico para engenheiros elet ri cistas, lançado pela McGraw- Hill em Nova York. Desde então, f o i a classe dos engenheiros - mais que a dos especialistas em plantas – que se dedicou a dar assídua cont inuidade aos esforços eletroculturais. Fonte: A vida secreta das plantas, Peter Tompkins e Chris topher Bird, Círculo do Livro, pp. 175-189.

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Como Se Aduba o Bonsai

Como se adubam os Bonsai ? POR QUE SE TEM DE ADUBAR. Todos nós comemos diariamente; os alimentos são imprescindíveis para viver. As plantas alimentam-se dos sais nutritivos que extraem do solo. Os Bonsai, como vivem em vasos pequenos, podem chegar a consumir todos nutrimentos que há na terra. Temos de ir repondo, por meio dos adubos, os elementos que a planta consome. QUANDO SE DEVE ADUBAR? Ë preciso adubar principalmente nos momentos de forte crescimento da planta: primavera e fim do Verão. Para evitar crescimentos desmesurados, ao contrário dos outros cultivos, costumamos adubar os Bonsai mais no 0utono (final do Verão) do que na Primavera C) COMO SE DEVE ADUBAR. Deve-se adubar a planta sem sobressaltos: Ê muito melhor adubar em pequenas quantidades mas com freqüência do que fazê-lo em excesso de longe em longe. Não se deve esperar, portanto, que a arvore chegue a ficar fraca e amarelenta para voltar a adubar. D) QUAIS SÃO OS MELHORES ADUBOS. Há dois tipos diferentes de adubos para Bonsai: os adubos líquidos e os adubos sólidos. Adubo líquido : 0 adubo líquido dissolvesse na água da rega ou aplica-se com a água da vaporização por cima das folhas. Vantagens do adubo líquido : É rápido e limpo, não produz cheiros desagradáveis e é fácil de aplicar. Precauções no uso do adubo líquido : NÃO ULTRAPASSAR NUNCA AS DOSES INDICADAS. Adubo sólido: 0 adubo sólido colocasse em cima da terra do vaso de uma maneira uniforme, evitando pô-lo ao lado do tronco das árvores. Vantagens do adubo sólido: É de larga duração, não queima as plantas, melhora muito a terra dos Bonsaí. E) QUANDO NÃO SE DEVE ADUBAR. Não devemos adubar no Inverno nem durante os períodos de calor extremo do verão. Como acontece conosco, que quando adoecemos vamos ao médico e não pretendemos curar-nos comendo mais, não se deve querer tratar os Bonsai doentes com adubos. Em primeiro lugar é preciso ver qual é a causa da doença e fazer o tratamento adequado. Só quando a planta começar a recompor-se a devemos adubar. Pelo mesmo motivo, também não devemos adubar os Bonsai acabados de transplantar que ficaram secos devido a um descuido.

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Galeria De Imagens - Fotos de Bonsai

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BONSAI UMA ARTE FÍSICA E ESPIRITUAL Os japoneses dizem que o Bonsai é a arte mais completa, porque ele mexe com a quarta dimensão da arte que é a vida. Ao iniciarmos na arte do Bonsai, chega um dado momento, que sentimos que aquela pequena árvore parece nos transmitir uma imensa paz espiritual. Não sabemos explicar o porquê, mas sentimo-nos invadidos dessa paz de espírito e nesse momento somos partícipes na arte da criação, somos parceiros de Deus. A interação com a pequena árvore

chega a tal ponto que parece que é ela que está conduzindo o processo, é ela que está guiando as nossas mãos. Para alguns pode parecer estranho estarmos interferindo na natureza, mas quando a pequena árvore atinge a sua plenitude, ela não nos parece uma pequena árvore, mas uma árvore grande e frondosa que nos transmite força e energia e mais do que nunca é uma obra de Deus feita pela mão do homem.

Cuidados Básicos com o Bonsai Na verdade não existe uma regra milagrosa que garanta um desenvolvimento sadio para qualquer espécie e estilo de bonsai. Para entendermos melhor que tipos de cuidados devemos ter com o Bonsai, analisaremos a questão utilizando uma visão hierárquica de um Bonsai: O Vegetal - Cada tipo, espécie de planta, requer cuidados singulares. A Técnica - Um bonsai pode ser estilizado de várias formas, cada uma com cuidados apropriados.

Resumindo: Primeiro vem o Vegetal (planta), e depois vem a Técnica (Bonsai). Para o cultivo deveremos primeiro satisfazer as necessidades da planta e depois as da técnica. Considerando as necessidades básicas de um vegetal, temos: Água Sais Minerais Luz Solar "Ar"

Tudo Sobre Bonsai

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Água e Sais Minerais Existe uma relação entre a área (volume ocupado) da copa de uma árvore e a área das raízes, normalmente existe um equilíbrio (igualdade),dessas "áreas". Esta relação proporciona um volume de nutrientes adequado, assim como uma boa sustentação mecânica ("árvore ficar de pé"). Em um bonsai esta relação de equilíbrio entre copa e raiz não existe, temos sim uma área de copa muito maior do que a das raízes. Assim para mantermos a quantidade de nutrientes necessários para um bonsai onde a área da copa é maior do que a das raízes, deveremos aumentar a quantidade de água e sais minerais.

Será prudente manter a terra do vaso úmida ao toque, é este nível mínimo de umidade que determinará a periodicidade das regas, tomar cuidado para não deixar a água empoçar. Devemos adubar com mais freqüência (sais minerais e compostos orgânicos), uma vez por mês será razoável. "Ar" A planta deverá ficar em local ventilado. Não devemos deixar acumular muita poeira sobre as folhas. Se o bonsai não ficar sob a chuva, durante as regas ´deveremos molhar também as folhas, desde que a rega ocorra fora do período de sol direto pois as folhas poderão ser queimadas. Luz Solar Todas as plantas de cor verde, realizam o conhecido processo de Fotossíntese onde a intensidade da luz solar é fundamental e difere entre as espécies. Vamos tentar entender o que significa esta qualidade "Luz Solar". A luz solar é composta por um conjunto de tipos (freqüências) de "luzes", isto é, temos raios ultravioleta, as cores do arco-íris, enfim, um espectro amplo e bem definido. Uma planta necessita de luz com determinadas características, e quando alterações nessas características acontecem, observamos comportamentos (crescimento, floração, ...), diferentes. É bem verdade que o bonsai natural é normalmente encontrado em grandes altitudes, onde a intensidade dos raios UV é maior (atmosfera menos densa), e tem como efeito direto o retardamento no crescimento das plantas. Podemos entender agora a existência de diferenças entre iluminação indireta, iluminação filtrada (janelas de vidro) e iluminação direta. Considerando as espécies mais utilizadas para bonsai podemos dividi-las nas classes Exterior e Interior. Para EXTERIOR deveremos ter uma exposição a luz solar direta de pelo menos 4 horas diárias. Nesta classe podemos citar como exemplo as coníferas ou popularmente chamados "Pinheiros" Para INTERIOR é necessário que o bonsai receba luz direta e/ou indireta durante 4 horas diárias, é aconselhável que uma vez por semana o bonsai seja exposto a luz solar direta, se possível no período da manhã, durante 3 a 4 horas. Cuidados Básicos com o Bonsai - RESUMO •Regar diariamente, mantendo a terra úmida ao toque, porém deve-se tomar o cuidado de não deixar encharcado, água empoçada. Lembre-se que o nível de umidade determinará a periodicidade da rega. •Bonsai para Interior - Dispor o vaso onde a luz solar seja abundante. Para um melhor desenvolvimento do Bonsai, é aconselhável que seja exposto a luz solar direta pelo menos uma vez por semana, sendo o período da manhã o melhor.

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•Bonsai para Exterior - O vaso deve ser disposto em local onde possa receber luz solar direta de no mínimo 4 (quatro) horas diárias. •Recomenda-se adubar 1 (uma) vez por mês. Pode ser usado Torta de Mamona com Farinha de Osso em proporções iguais, 2 colheres de chá para vaso pequeno (aproximadamente 6x9 cm.), e 3 colheres para vaso grande (20x30 cm.), ou Adubo Líquido NPK (5,5,6) sendo 3cc. para 1 litro de água. •Devem ser consideradas as características peculiares ao cultivo de cada espécie de planta e muito carinho e dedicação. Estilos de Bonsai Os nomes japoneses para cada estilo estão em negrito. Poderemos observar variações nos nomes traduzidos, porque a tradução é realizada de forma a manter a mesma fonética da palavra original em japonês. Existem inúmeros estilos, esta é uma pequena relação.

Ferramentas As atividades manuais específicas do cultivo de bonsai, poderão ser divididas em três grandes grupos, isto é: •Atividade de "Poda de Raiz" •Atividade de "Poda de Galhos e Folhas" •Atividade de "Aramação" ou "Amarração" Desta forma teremos conjuntos de ferramentas específicas para cada atividade. Poda de Raiz É necessário que se faça poda de raiz no bonsai periodicamente, para mantê-la reduzida. Dependendo do tamanho (espessura) das raízes da planta em que se está trabalhando, necessitaremos de tesoura para a poda de tamanho diferente. Para cortar as raízes mais finas (delicadas) é interessante uma tesoura pequena, mas para cortar raízes mais grossas precisaremos de uma tesoura maior. Poda de Galhos e Folhas A poda de galhos e folhas também deverá ser realizada de uma maneira periódica, sendo sua freqüência normalmente maior do que a poda de raiz. Nesta atividade temos ferramentas desenvolvidas especialmente para alguns tipos de plantas que necessitam que suas folhas sejam desbastadas e este procedimento se faz através de tesoura com ponta fina e pinças de diferentes tamanhos e formatos.

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Aramação ou Amarração Para dar forma a planta, definindo um estilo para o bonsai. Necessitamos ter controle sobre a tortuosidade de cada galho. Para elucidar este ponto, vamos imaginar que dispomos de um tubo plástico flexível do qual gostaríamos de moldar a forma da letra "S". Se simplesmente entortamos o tubo, o "S" permanecerá formado enquanto estivermos segurando. Para resolver este problema usaremos de um artifício, enrolando ao longo do tubo um arame. Certamente agora conseguiremos manter a forma da letra "S", o arame enrolado garantirá a rigidez necessária. Em bonsai, utilizamos o mesmo artifício. Os galhos que queremos dar forma serão envoltos com arame, de preferência arame de cobre. Este arame deverá ser trocado/retirado para não "enforcar" o tronco com o desenvolvimento da planta (galho engrossando). Poderemos também amarrar os galhos puxando-os para um lado determinado, dando forma ao estilo escolhido para o bonsai. Existem várias maneiras de se imprimir uma tortuosidade desejada aos galhos do bonsai, lembrar que as torções deverão ser sempre suportáveis pela planta evitando a quebra do galho. Normalmente para atingir uma envergadura acentuada levamos meses, faz-se a primeira torção, aguarda-se uns 2 meses e depois aumentamos a torção e assim por diante. Usaremos alicate de corte para retirar o arame. Que tal simplificarmos um pouco!?! Para iniciar na Arte do Bonsai precisaremos, em termos de ferramentas: - 1 alicate de corte - 1 alicate bico chato (bico de pato) - 1 alicate bico fino - 1 tesoura de poda (poderá ser usada para poda de galhos e raiz) - 1 tesoura com ponta fina para podar folhas e galhos finos. Para ilustrar selecionamos algumas ferramentas, com fotos obtidas de catálogos dos seguintes fabricantes: ARS e OKATSUNE. As fotos não apresentam "riqueza de detalhes", mas poderemos ter uma idéia da forma e da aplicação de cada ferramenta. Para cada forma que se deseja imprimir ao bonsai, usaremos um estilo de poda e/ou aramação diferente. Sendo uma arte, a escolha do tipo de "cicatriz" deixada por uma poda, dependerá somente do artista, onde usará a ferramenta que mais lhe convier. Existem centenas de ferramentas para bonsai, cada uma mais específica que a outra. Temos estojos em couro com conjunto de ferramentas cromadas, que podem custar US$2,000 ou mais. Para cultivarmos bonsai, não precisaremos necessariamente desta gama de ferramentas. Lembre-se que a ferramenta mais importante somos nós mesmos, os maestros da transformação. COMO FAZER OS ESTILOS : OS ESTILOS DE BONSAI São as formas que o bonsai pode ter e por isso todas existem na natureza. Dos cinco primeiros estilos básicos de bonsai, derivam os demais. CHOKKAN ( ERETO FORMAL ) Este estilo baseia-se nas árvores gigantes que crescem isoladamente. Deve Ter um único trono reto e rígido, e uma distribuição de galhos perfeita, diminuindo a medida que o tronco se afasta do solo , formando um triângulo . Os galhos podem ser horizontais ou dirigidos para baixo, mas nos dois casos devem se harmonizar com a árvore. MOYOGI ( ENRETO INFORMAL ) O bonsai neste estilo tem um único tronco com certa sinuosidade ou inclinação. Esse estilo assume uma forma correspondente á maioria das arvores nas praças , parques, ruas e na própria natureza. O bonsai Moyogi pode ter galhos exageradamente tortuosos , ou com pouco tortuosidade. O mais importante é que a árvore possua uma aspecto geral de informalidade.

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SHAKAN (INCLINADO ) O bonsai shakan tem o tronco inclinado e sempre reto, independente de ser grosso ou fino. A diferença entre este estilo Fukinagashi (varrido pelo vento) é o fato de os galhos crescerem nos dois lados da árvore. KENGAI ( CASCATA ) No estilo Kengai a maior parte da árvore cresce para baixo, atingindo um nível inferior ao da borda do vaso. A diferença entre este estilo e o estilo Han-Kengai (semi cascata) é que no bonsai Kengai a parte da árvore em queda realmente cai enquanto que no estilo Han-Kengai ocorre uma insinuação de queda, uma queda parcial. Para este estilo são utilizados vasos mais profundos que os comumente utilizados para os outros estilos de bonsai. Este estilo é baseado na situação que ocorre na natureza com as árvores que nascem nas encostas dos penhascos. HAN-KENGAI ( SEMI CASCATA ) O Bonsai han-kengai é semelhanate ap Kengai. Tem um aspecto horizontal e geralmente uma parte da árvore se inclina para baixo porém, com uma inclinação menos acentuada que a do estilo Kengai. É plantado em vasos mais rasos que os utilizados para o Kengai. Estes são os estilos de bonsai que derivam dos estilos básicos. No caso de observarmos um bonsai com características de dois estilos, por exemplo, um bonzai de raízes expostos (neagari) geralmente é um Moyogi, o seu estilo não será Moyogi e Neagari, somente Neagari. Ou seja o bonsai irá assumir o estilo específico e não o básico no caso de possuir características de dois estilos. NEAGARI ( RAIZ EXPOSTA ) O Bonsai neagari possui raízes grossas aparentes , que sustentam o tronco acima do solo. Este estilo é característico do bonsai chinês, pois é muitas vezes utilizado pelos chineses. FUKINAGASHI (VARRIDO PELO VENTO) A característica do bonsai fukkinagashi é possuir todos os galhos "caídos "para um lado, como se fossem soprados constantemente pelo vento. HOKIDACHI ( VASSOURA ) O bonsai hokidashi tem o tronco vertical, com os galhos muito ramificados formando uma copa única. De certo modo, parece uma vassoura invertida. NEJIKAN ( TRONCO RETORCIDO ) O tronco da árvore deve percorrer um movimento axial. O nejikan é um belíssimo estilo e produz um efeito ainda mais interessante em espécies de tronco particularmente bonito. SHARIMIKI ( MADEIRA-EXPOSTA ) Não é difícil encontrarmos na natureza uma árvore com troncos inicialmente vivos, mas com uma terminação seca e morta, muitas vezes por ter sido atingido por um raio. São essas árvores que o estilo Sharimiki representa. Este estilo é obtido através da coleta de árvores na natureza (yamadori) ou artificialmente (Jin, Shari e Madeira - Arrastada). BANKAN (SERPENTINA ) Este talvez seja o mais excêntrico de todos os estilos, pois o bonsai Bankan tem um tronco formando círculos e arcos consecutivos.

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BUNJINGI (MINIMALISTA) O estilo Bunjingi é a presença de um minimalismo no cultivo do bonsai, provavelmente por influência do Zen. O bonsai bunjingi não tem aspecto de profundidade e possui uma razoável tortuosidade, passando na maioria das vezes uma idéia de simplicidade e leveza. SEKIJOJU (RAIZ - SOBRE - ROCHA) As raízes são aparentes como no neagari, mas nesse caso abraçam firmemente uma pedra ou pedaço de rocha antes de penetrar no solo. ISHITSUKI (ARVORE NA ROCHA) Este estilo é semelhante ao anterior. A diferença é que neste estilo as raízes não vão de encontro ao solo como no estilo anterior. NETSURANARI (RAIZES INTERLIGADAS) O bonsai netsuranari caracteriza-se por apresentar várias árvores que crescem de uma única raiz serpentiforme. KABUDACHI (TRONCOS MÚLTIPLOS) Neste estilo vários troncos partem de um único tronco mais grosso.Os troncos devem aparececer a poucos centímetros da superfície pois,desta forma tronco-mãe será mais curto.O estilo da árvore da figura ao lado é chamado Sokan (tronco duplo). SAIKEI (PAISAGEM EM UMA BANDEJA ) Neste estilo é criada uma paisagem miniatura formada por árvores que são pequenas mudas ou mame bonsai de árvores de folhas muito pequenas. YOSE - UÊ (FLORESTA ) Neste estilo representa uma floresta que deve Ter mais de nove árvores na mesma bandeija. Quando o número de árvores é abaixo deste, o estilo não considerado Floresta, é considerado árvores em grupo. YAMAMORI (ÁRVORES EM GRUPO) 2 árvores : Soju 3 árvores: Sambon – Yose 5 árvores: Gohon – Yose 7 árvores: Nanahon – Yose 9 árvores: Kyuhon - Yose Esta é a forma pela qual podemos limitar o comprimento do tronco e dos galhos , regulamos o número de galhos e folhas, e podemos também diminuir o tamanho das folhas. As podas de galhos secundários, de ramificações ainda menores e de folhas são chamadas de podas de refinamento, e as podas de tronco ou até mesmo de galhos primários são chamadas podas drásticas. Resumos : Desejo saber tudo sobre Bonsai Esta é uma pergunta freqüente e também impossível responder num e-mail, pois as técnicas de cultivo de bonsai são muito amplas, seria preciso escrever um livro. Se a pessoa estiver realmente interessada é necessário ter acesso a alguma literatura básica e com a familiarização dos procedimentos de cada técnica poderá tirar suas dúvidas com perguntas mais específicas. Lembrando que o objetivo deste site é dar uma breve introdução as técnicas envolvidas no cultivo de bonsai e disseminar a arte. Como é explicado no site

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(página "Bonsai ?") cada espécie de planta requer cuidados específicos e que o descrito nos "Cuidados Básicos" (na mesma página), poderá ser dito como "regra geral". Época das podas (galhos, folhas e raízes) dependerá da espécie de planta. Quando se deve mudar de vaso também dependerá de como a planta está se desenvolvendo. É interessante que o iniciante tenha acesso a literatura básica sobre Bonsai, ter noções de jardinagem (manejo de plantas), iniciar com espécies de plantas de fácil manejo (ex: Serissa). A tarefa mais perigosa para a planta é a poda de raízes, peça auxílio para alguém que já tenha realizado esta tarefa com sucesso, ou com mais experiência. A manutenção de um Bonsai sem realizar poda de raízes é bem simples, além disso as podas de raízes são realizadas num período médio de 1 a 2 anos. Cuidados Básicos. Considerando as espécies mais utilizadas para bonsai podemos dividi-las nas classes Exterior e Interior. Para EXTERIOR deveremos ter uma exposição a luz solar direta de pelo menos 4 horas diárias. Nesta classe podemos citar como exemplo as coníferas ou popularmente chamados "Pinheiros" Para INTERIOR é necessário que o bonsai receba luz direta e/ou indireta durante 4 horas diárias, é aconselhável que uma vez por semana o bonsai seja exposto a luz solar direta, se possível no período da manhã, durante 3 a 4 horas. •Regar diariamente, mantendo a terra úmida ao toque, porém deve-se tomar o cuidado de não deixar encharcado, água empoçada. Lembre-se que o nível de umidade determinará a periodicidade da rega. •Bonsai para Interior - Dispor o vaso onde a luz solar seja abundante. Para um melhor desenvolvimento do Bonsai, é aconselhável que seja exposto a luz solar direta pelo menos uma vez por semana, sendo o período da manhã o melhor. •Bonsai para Exterior - O vaso deve ser disposto em local onde possa receber luz solar direta de no mínimo 4 (quatro) horas diárias. •Recomenda-se adubar 1 (uma) vez por mês. Pode ser usado Torta de Mamona com Farinha de Osso em proporções iguais, 2 colheres de chá para vaso pequeno (aproximadamente 6x9 cm.), e 3 colheres para vaso grande (20x30 cm.), ou Adubo Líquido NPK (5,5,6) sendo 3cc. para 1 litro de água. Devem ser consideradas as características peculiares ao cultivo de cada espécie de planta e muito carinho e dedicação. Espécies mais Utilizadas. Poderemos cultivar como bonsai quase todas as plantas de caule lenhoso. Dê preferência para plantas com folhas pequenas, no caso de frutíferas que os frutos não sejam muito grandes. Lembrar que cada planta (espécie) tem cuidados específicos.Escolha plantas de sua região pois será mais fácil cultivá-las por que já estão adaptadas ao clima. Uma pequena lista: Ácer, Amoreira, Romãzeira, Thuya Jacaré, Ardísia, Árvore da Felicidade, Salgueiro-Chorão, Azalea, Bambu, Buganvillea, Thuya Hinoki, Buxus, Caliandra, Cedrinho, Podocarpos, Cerejeira, Murta, Ficus, Pitangueira, Gardênia, Jasmin, Jabuticabeira, Resedá, Junípero, Laranjeira, Limoeiro, Pessegueiro, Manacá, Marmeleiro, Serissa, Pinheiro, Mexeriqueira, Nan-Ten, Pau-Brasil, Piracanta, Pereira, Thuya Degenerada, Acerola, Fuji, Matsu, Macieira, Poda Aérea - Galhos e Folhas Podar quer dizer tirar galhos em excesso e ao mesmo tempo dar direcionamento. Depois de já definido a posição dos galhos, a medida em que o broto cresce, periodicamente é só cortar e reduzir o tamanho dos brotos e galhos para manter sempre a harmonia visual. A época da poda dependerá da espécie de planta cultivada e da estação do ano.

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Poda de Raízes Início da primavera é o período mais indicado para realizarmos poda de raízes e re-envasamento. A espécie e sua idade determinarão a periodicidade das podas. Plantas mais jovens, onde seu sistema radicular está em plena atividade, as podas são mais freqüentes, a cada 1 ou 2 anos; Já em plantas idosas, este intervalo é maior devido ao seu ciclo vegetativo estar com crescimento bem diminuído. As raízes poderão ser diminuídas em até 1/3 do seu total. É importante usar ferramentas adequadas para não danificar as raízes. A poda de raízes é uma das tarefas mais delicadas na técnica do cultivo, se você é principiante deverá pedir ajuda a alguém que tenha experiência em jardinagem ou em bonsai. Para iniciar um bonsai uma espécie adequada seria a Serissa, resistente aos diversos climas do Brasil e podendo ser cultiva no interior ou exterior Após a poda de raízes, não exponha o bonsai a ventos fortes e deixe-o em meia sombra por um período de 50 dias e, após este período, introduzir o sol direto gradativamente até poder expor ao sol pleno. Comece com 1 hora e aumente na razão de 1 hora de 2 em 2 dias até atingir 6 horas. Poderá então deixá-lo o dia todo (sol pleno). Não aplique adubos por um período de 30 a 40 dias Tipo de Vaso Existe uma variedade de vasos para bonsai, considerando que o vaso é parte integrante do bonsai, este deverá ser escolhido de acordo com o estilo de bonsai desejado. Quando se cultiva um bonsai no estilo cascata o vaso é alto pois deverá garantir a sustentação do bonsai de maneira estável. O vaso deverá ter furos de drenagem evitando que a água fique empoçada. A cor do vaso deve estar em harmonia com colorido da planta. Terra A composição da terra poderá ser dividida em dois tipos básicos, sendo um para coníferas e outra para não coníferas. Dentre esses dois tipos básicos temos pequenas variações na composição da terra, essas variações são devidas a necessidades diferentes de cada espécie. Os componentes mais utilizados nas misturas são: - terra preta - terra vermelha - areia grossa - esterco curtido - fibra de xaxim - pedriscos Na figura (vaso) o número 1 representa o pedrisco e o 2 a composição da terra para cada tipo (espécie) de planta. Adubação Adubação, poderá ser mensal, diminuindo nos meses de inverno. Pode ser usado : Torta de Mamona + Farinha de Osso misturados em quantidades iguais, deve ser colocado na superfície do vaso, longe do tronco, em montinhos pequenos , após a rega. Farelo de peixe ou adubo químico também poderão ser utilizados bom adubo é o ouro verde e nao os N-P-K que sao perigo para seu bonsai. Siga a dosagem indicada pelo fabricante É importante fornecer Nitrogênio, Fósforo e Potássio para a planta. Pragas e Doenças Tanto árvores na natureza, como as cultivadas em vaso, são susceptíveis a pragas e doenças. Podemos usar preventivos em alguns casos, mas, o que dará mais resultado é com certeza a

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atenção dispensada, por exemplo na hora da rega, examinando suas folhas e caules para constatar presença de alguma praga e detê-las quando ainda estiverem em sua fase inicial. Pragas mais comuns. - Pulgões - Ácaros - Cochonilhas Pragas no Jardim: Cochonilhas Planococcus citri

A planta está definhando e não há sinal de doenças ou pragas. Apenas algumas casquinhas aderidas e imóveis há muito tempo, tentando disfarçar sua presença. Estes seres vivos, nada suspeitos, são, na verdade, os responsáveis pelo problema da planta. Eles pertencem à classe dos insetos e são chamados cochonilhas. Dentro da classe, as cochonilhas são classificadas como Homópteras, sendo parentes próximas das cigarrinhas, cigarras e dos pulgões. Sugadoras implacáveis, elas roubam seiva da planta o tempo todo e são bastante diversificadas, pois há mais de 32.000 espécies de Homopteras já descritas. Espero que tenham apreciado um pouco sobre essabelíssima arte que é o bonsai e tenhamos consciência que um dia Não apenas o bonsai desapareça e sim a natureza à qual inspiramos para fazer nossas plantas em miniaturas sucessos a todos!!!

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Dicas

- DICAS GERAIS - ADUBO

-Torta de mamona Farinha de osso É preparado com partes iguais - 1 de torta e 1 de Farinha osso USO - 1 colheres de café para vaso pequeno ( 6x9 cm ) 2 colheres de café para vaso grande ( 20x30 cm ) -Calda de estêrco de vaca Necessariamente um estêrco bem curtido. Deixar uma semana fermentando em uma lata ou tambor com água, sendo de 1/3 até metade do recepiente com estêrco Ouví dizer que temos Bonsaístas que usam somente este preparado. ADUBOS ORGÂNICOS - Teor aproximado de N.P.K. Qualquer informação adicional será bem vinda. Por favor citar a fonte (livro) e autor pois, ficará uma informação mais precisa. TIPO DE ADUBO

N %

P %

K %

Algas Secas 0.45 .46 1.29 Cinza de Madeira 0.00 0.00 15.00 Composto Orgânico 1.20 1.40 .050 Esterco de cavalo 0.54 0.23 0.54 Esterco de gado 0.40 0.20 0.44 Esterco de Ovelha 0.83 0.23 0.67 Esterco de pombo 1.75 1.80 1.00 Esterco de porco 0.45 0.19 0.60 Esterco de galinha 1.63 1.55 0.80 Farinha de osso 2.00 24.00 0.00 Farinha de peixe 5.00 9.00 3.00 Farinha de sangue 12.00 1.00 0.60 Urina de Vaca para Repelente de Insetos ou fertilizante -Por possuir vários nutrientes, a urina é útil como fertilizante e, por causa do cheiro forte, atua como replente de insetos. Como fertilizante a urina precisa ser diluída 1% (1 litro de urina para 100 litrosde água) e fazer pulverizações semanais em hortaliças ou a cada 15 dias em frutíferas. Ou, ainda, no solo, junto ao pé da planta, diluída a 5% (5 litros de urina para 100 litros de água). A urina deve ser recolhida em um balde e guardada por três dias em um vasilhame fechado antes de ser usada. Pode ser guardada um ano em vasilhame fechado. Urina de vaca distribuída como brinde Brasília, 16 (Agência Brasil - ABr) - Um dentre os vários brindes distribuídos na exposição Ciência para a Vida, promovida pela Embrapa, despertou a curiosidade dos visitantes, a urina de vaca. Pode parecer estranho presentear as pessoas com um frasco contendo urina animal, mas essa foi a forma encontrada pela Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado do Rio de Janeiro (Pesagro) para divulgar as pesquisas efetuadas na instituição para o aproveitamento

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da urina de vaca como fungicida e na produção de plantas mais resistentes. Segundo os pesquisadores, a urina é um substituto natural aos agrotóxicos e adubos químicos utilizados na agricultura. Ela é composta por substâncias que, reunidas, melhoram a saúde das plantas, tornando-as mais resistentes às pragas e doenças. A urina é rica em potássio e em priocatecol, um aminoácido que fortalece os vegetais. Em sua composição também são encontrados cloro, enxofre, nitrogênio, sódio, fenóis e ácido indolacético. Na Estação Experimental de Itaocara, Rio de Janeiro, onde os experimentos estão centralizados sob a coordenação de Ricardo Gadelha, a urina foi utilizada, inicialmente, para combater a fusariose, doença que ataca as plantações de abacaxi e que pode provocar perda de até 40% para os produtores. Com o avanço dos testes, verificou-se que o produto evitava outras doenças provocadas por fungos em culturas diversas. Já foram realizados estudos que revelaram aumento de produção no cultivo de frutas, legumes, hortaliças e também plantas ornamentais. Para cada cultura, há uma dosagem específica da mistura. Nelcyr Guimarães, um dos pesquisadores da Pesagro envolvidos no trabalho, explica que dosagens de urina maiores que as indicadas podem causar danos às plantas. Em culturas de legumes como quiabo, jiló e berinjela, o litro de urina deve ser diluído em 100 litros de água e pulverizado sobre a plantação uma vez a cada quinze dias. Para as frutas o procedimento é diferente. No abacaxi, por exemplo, pulveriza-se a mistura com a mesma dosagem uma vez por mês, durante os primeiros quatro meses. Depois, aumenta-se a quantidade de urina para 2,5 litros para cada 100 litros de água, continuando a aplicação mensal. O procedimento deve ser suspenso dois meses antes da indução da floração, retornando a partir do vermelhamento do fruto. A idéia de se aproveitar a urina de vaca surgiu a partir de reivindicações de pequenos produtores rurais fluminenses, para que a Pesagro desenvolvesse ações que aumentassem a produção com redução do uso de agrotóxicos. A urina de vaca resolve as duas questões, inibindo o uso de defensivos químicos e aumentando o número de brotações, de folhas e de frutos. Sendo um produto natural, não causa riscos à saúde do produtor e do consumidor. Outra vantagem apontada por Guimarães é o atraso na maturação dos frutos tratados com a mistura. "Chegando ao mercado na entressafra, esses produtos gerarão mais lucro a seus produtores", diz o pesquisador. A urina já é usada, com resultados satisfatórios, por produtores rurais do Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia e Minas Gerais. Quando fala das pesquisas para os visitantes da exposição, Guimarães costuma brincar dizendo que o mais difícil de tudo é fazer a vaca urinar dentro do recipiente. Brincadeiras à parte, o procedimento de coleta do material é simples e deve ser feito na hora de tirar o leite. Ele explica que é normal o animal urinar quanto tem as pernas amarradas para a ordenha, sendo esse o momento ideal de coleta. O líquido deve descansar por três dias, estando bom para manipulação após esse período. A validade do produto é de dois anos. (Hebert França) CALDA BORDALESA - fungicida -A calda bordalesa é preparada com sulfato de cobre que é encontrado em casas especializadas em jardins em sacos com pequenas quantidades. MODO DE PREPARO - 2 grs ou 2 colheres de café por litro de água. CALDA SULFOCÁUSTICA - P/ preservar madeira em Jins e Sharis -CONTEÚDO 1 litro de água 70 grs de cal 100 grs de enxofre

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MODO DE PREPARO - Ponha a água com cal para ferver. Quando estiver ebulindo o enxofre será adicionado aos poucos, em fogo baixo. Após alguns minutos o enxofre terá se dissolvido e, parte da cal terá permanecido sem se dissolver e não mais se dissolverá. Esfriar e coar. Está pronto para o uso. COXONILHAS - Combate (Veja também "'OLEO MINERAL") MATERIAL 100 grs de fumo 1 litro de água 1 barra sabão de côco de 200grs ralada. 1/2 litro de querosene OU 1/2 litro de detergente neutro MODO DE PREPARO Deixar o fumo de molho na água por 24 horas, após este período aquecer em fogo (NÃO DEIXAR FERVER). Coar. Usar um coador de pano para reter todos os resíduos. Diluir o sabão na calda em FOGO BAIXO. Tirar do fogo e acrescentar 500 ml. (1/2 litro) de querosene ou pode ser usado também, no lugar do querosene, um detergente neutro. USO DILUIR 1 PARTE DO PREPARADO PARA 10 PARTES DE ÁGUA E ASPERGIR SOBRE AS PLANTAS ATACADAS. ENRAIZADORES Outra dica é usar como enraizante a erva daninha TIRIRICA batida no liquidicador com água, a tiririca possui grande quantidade de ácido indol-acético que estimula a formação das raízes. Após 5 meses de espera, a árvore esta pronta para ser coletada. OBS.: A “caldo de tiririca” deve ser guardado em recepiente escuro, não transparente, pois o ácido indol-acético perde a sua propriedade se for exposto a luz. Rubens Marcelo 6.39 Rua João Marson, 742 Piscina Cajobi-SP 15410-000 (0XX17) 563.1626 -Vita Flor - Raiz - produto encontrado em lojas que trabalham com jardinagem MODO DE USAR - 1 ou 2 colheres de café por litro de água. -Complexo B1 MODO DE USAR - 1 cc por litro de água FERTILIZANTES -Fórmula encontrada na página da Bonsai Rio http://www.bonsai.com.br -Fórmula 1 - Árvores Frutíferas Base = 1 litro de água 10% de torta de soja ou de mamona ou de grãos de colza. Prefiro a colza 15% de farinha de osso 05% de cinza de madeira ( se a árvore é de PH alcalino ) Substitua a cinza por enxôfre em pó, flor de enxôfre, se a árvore é de PH ácido. 5 grs de pó de folha de tabaco ou, o conteúdo de tabaco de 5 cigarros. -Fórmula 2 - Demais Árvores Base = 1 litro de água 10% de torta de soja ou de mamona ou de grãos de colza. Prefiro a colza. 05% de farinha de osso 05% de cinza de madeira ( se a árvore é de PH alcalino ) Substitua a cinza por enxôfre em pó se a árvore for de PH ácido 5 grs de pó de folha de tabaco ou, o conteúdo de tabaco de 5 cigarros.

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MODO DE PREPARO - Deixe fermentar por um mês, recolha o líquido e jogue fora a parte sólida. Ao usar, faça uma solução de 1 parte do preparado para 10 partes de água, ou seja, uma solução de 10%. Regue apenas o solo do Bonsai. MÁSTIQUE – Cicatrizante -Para cortes em raízes, estacas, etc. Protege contra agentes atmosféricos, invasão de insetos ou fungos. Substância adesiva ou aglutinante que os franceses chamam de "mastic". 200 grs de cera de abelha 60 grs de breu 25 grs de sebo de vaca( ou 20 grs de sebo de carneiro) MODO DE PREPARO: Derreter tudo em uma panela, mexer bem para que os ingredientes se misturem. Fazer pequenas formas ou antes que endureçam faça toretes esfregando uma quantidade entre as mão. Você terá mástique para muito tempo. Quando for usar aqueça a ponta de um torete e aplique sobre a parte cortada. MUSGO - Receita para preparar 1. Recolha um punhado de musgo e retire a maior parte de terra possível. 2. Coloque algumas lajotas de cerâmica dentro de um local com água e deixe por um dia para que fiquem totalmente úmidas. 3. Prepare em um local com sombra uma(s) bandeja(s) com um pouco de água onde serão colocadas as lajotas. 4. Coloque o musgo dentro de um liquidificador e acrescente meia colher de sobremesa de açucar. 5. Acrescente um pouco de água e bata. Se ainda estiver muito pesado, coloque mais um pouco de água até que forme uma pasta verde. 6. Sobre as lajotas coloque uma tela como as de mosquiteiro. A tela deve estar úmida e ficar bem estendida. 7. Com pincel ou espátula passe a pasta de musgo sobre a lajota. 8. Mantenha sempre a umidade na(s) bandeja(s) com a(s) lajota(s). 9. Fertilize com frequência. Agora é esperar. Fique atento as lajotas pois elas absorvem bastante água. Com o tempo o musgo irá se desenvolver e poderá ser usado levantando-se a tela e cortando-se a quantidade necessária, não é preciso tirar a tela. Com o tempo ela apodrecerá. Esta informação foi retirada do informativo trimestral (Jan/Fev/Março-98) da FELAB - Federação Latino-Americana de Bonsai. ÓLEO MINERAL -Usado no combate a coxonilhos MEDIDA - 4 cc por litro de água. PASTA DE DENTE - Cicatrizante -É usada também para proteção de cortes em galhos ou raízes. O Sr José Naka mura de Uberlândia diz que não usa nenhum outro produto, desde que ficou sabendo das propriedades fungicidas da pasta de dente. PASTA CICATRIZANTE Caro Mário Finalmente terminei meus testes e acho que cheguei numa fórmula bastante satisfatória. Hoje fiz muitos testes com a pasta e fiquei satisfeito.

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Parti da premissa de que tem que ser bom (eficiente), barato e fácil de fazer (os ingredientes tem que ser fácil de se obter também). A fórmula que cheguei é: 1/3 de argila 1/3 de pasta de dente 1/3 de graxa de sapato preta A argila tem a função de selante para tamponar a área cortada. Também dá consistência e cor a ajuda a secar rápido. A pasta de dente tem função de ser bactericida devido ao cloro, precisa ser uma pasta com fluor (acho que hoje todas são). A graxa de sapato é impermeabilizante e dá consitência moldável e cor. Observações: A argila pode ser barro de brejo, úmida, de várias cores ou o barro vermelho de barranco que também é argila. Ë importante não conter areia ou silte que a torne arenosa ou ásapera durante a manipulação. Uma boa argila vermelha de barranco dá uma boa cor marron ao ser misturada com a graxa preta e a pasta de dente branca. A pasta de dente deve ser branca pois dá um tom mais opaco mais realista, mais próximo da cor de casca de árvore. Não recomendo cremes tipo gel transparentes e muito coloridos. A graxa de sapato preta com o creme dental branco dá a mistura de cor acinzentada opaca desejada. Recomendo preparar na hora os tres ingredientes e pode-se variar as proporções de modo a ficar mais próximo da cor do tronco. Lembrar que ao secar a cor sempre clareia e fica mais neutra. Colocando mais argila que graxa dá-se um tom mais avermelhado. Colocando-se mais creme dental dá se um tom mais claro, acinzentado, etc... Devido a argila e ao creme dental com o tempo a mistura tende a ressecar. Se for um trabalho longo de poda e aramação e a mistura começar a secar é só adicionar um pouco de água e ela volta a ter a fluidez necessária. Para cicatrizar ponta de galhos finos podados deve-se diluir bem com água pois facilita a aplicação. Para o preparo sugiro um pequeno recipiente raso ou uma placa para se manipular a mistura com uma pequena espátula, que pode ser usada para a aplicação. Uma bisnaga de creme dental e uma lata de graxa de sapato custam pouco e dá para preparar muita pasta (a argila é de graça). Acho que a relação custo/ benefício desta receita caseira é bastante satisfatória. PASTA BORDALESA - Fungicida/Cicatrizante -CONTEÚDO 10 grs de sulfato de cobre 20 grs de cal 120 cc de água MODO DE PREPARO - Dissolver 10 grs do sulfato de cobre em 60 cc de água e, em recepiente a parte as 20 grs de cal em 60 cc de água, juntando em seguida as duas soluções. Atenção- Não usar recepiente metálico na preparação da pasta. PULGÕES - Combate MATERIAL 100 grs de fumo 1 litro de água 1 barra sabão de côco de 200grs ralada. 1/2 litro de querosene OU 1/2 litro de detergente neutro MODO DE PREPARO –

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Deixar o fumo de molho na água por 24 horas, após este período aquecer em fogo (NÃO DEIXAR FERVER). Coar. Usar um coador de pano para reter todos os resíduos. Diluir o sabão na calda em FOGO BAIXO. Tirar do fogo e acrescentar 500 ml. (1/2 litro) de querosene ou pode ser usado também, no lugar do querosene, um detergente neutro. USO DILUIR 1 PARTE DO PREPARADO PARA 10 PARTES DE ÁGUA E ASPERGIR SOBRE AS PLANTAS ATACADAS. SULFATO DE COBRE E VASELINA - Cicatrizante Semelhante ao produto anterior mas com formulação diferente a pasta cicatrizante informada pelo amigo: Mauri A Baptista Dias Porto Alegre_RS [email protected] Conforme seu texto:" A formula é bem simples e desconheço o seu criador. O fato é que é usada há muito tempo pela minha familia. Os componentes são os seguintes: - sulfato de cobre; ( disponivel nas lojas de agropecuária ) - vaselina líquida ( encontra-se em qualquer farmácia ) Coloca-se 50 grs de sulfato de cobre em um vidro de boca larga e adiciona-se a vaselina liquida aos poucos, mexendo sempre até adquirir a consistencia de tinta grossa. Aplica-se com pincel nos ramos ou raizes recem-cortadas. O produto preparado dura indefinidamente, devendo ser mexido para homogenizar antes do uso. PRÓPOLIS E VASELINA - Cicatrizante -Pode ser usado como fungicida na proteção de cortes de galhos ou raízes. Misture 30/50 gotas de própolis em uma lata pequena de vaselina. SUBLIMATO CORROSIVO - Também conhecido como: Calomelano ou Cloreto de Mercúrio Oso -Para plantas doentes ou de solos infectados. CONTEÚDO 1 gr de sublimato corrosivo 1 litro de água MODO DE USAR - Desinfetar mergulhando a planta ou estaca. Deixar secar em local sombreado e ventilado.

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Como Fazer um Vaso de Cimento

Como Fazer um Vaso de Cimento No Brasil, encontrar vasos para bonsai não é tarefa das mais fáceis, principalmente quando cultivamos bonsai de médio ou grande porte. Devido à essa dificuldade, desenvolvi um método artesanal de fabricação de vasos para bonsai.

1. Utilizaremos uma tábua de madeira, revestida com plástico branco, que servirá de base para a execução do

trabalho e um molde retangular de cimento.

Pode-se também usar moldes de madeira (caixotes) ou de plásticos (bacia, bandejas, etc.), sem fundos.

2. Para encher o molde de cimento, areia fina de

construção, umedecida o suficiente para

permitir uma boa compactação, sem desmanchar.

3. Aos poucos, adicionamos a areia úmida;

4. Compactamos com as mãos...

5. e, depois, com um cepo de madeira

.

6. Com uma desempenadeira de madeira, faremos o alisamento da parte superior do molde.

7. Cuidadosamente, retiramos o molde de cimento

8. Iniciamos o trabalho de modelagem inter do vaso, utilizando um perfil de alumínio.na

9. O perfil é uma peça feita com chapa de alumínio ou acrílico para

modelar as paredes do vaso. Faz-se o desenho desejado na chapa, recorta-se com uma lâmina de serra e dá-se o acabamento utilizando-se de um esmeril ou limas.

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10. Detalhes do trabalho com um perfil de alumínio

11. Aos poucos, vai surgindo a forma interna do vaso

12. Eliminamos e limpamos o excesso de areia.

13. Retiramos as arestas, pois a parte interna do vaso não há bordas.

14. O molde de areia está pronto para receber a camada de cimento.

15. Traçamos linhas paralelas que servirão de guias.

16. Marcarmos no perfil de alumínio o ponto onde desejamos que coincida com as linhas paralelas. O

espaço entre o perfil e a areia modelada corresponde à largura da parede do vaso.

17. Adicionamos ao poucos, de baixo para cima e circulando todo o bloco de areia, com o auxílio de uma pequena

colher de pedreiro, o cimento previamente preparado, à proporção de 1 parte cimento : 2 partes de areia fina.

18. É importante que o cimento fique com uma consistência pastosa, não muito mole, para não desmanchar. Aos

poucos, o bloco de areia vai sendo revestido pela camada de cimento.

19. O bloco de areia totalmente revestido pelo cimento. Após

1h30min, aproximadamente, o cimento estará em

condições de ser modelado.

20. Utilizando, novamente, o perfil de alumínio, iniciamos a modelação do cimento, puxando-o lentamente, em

direção ao nosso corpo, em movimentos paralelos às linhas de auxiliares...

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21. ... e, aos poucos, o vaso vai tomando forma.

22. Detalhe das formas deixadas pelo perfil de alumínio.

23. O vaso já está tomando forma.

24. Aplainando a base do vaso com auxílio de uma régua de madeira.

25. Com um tudo de alumínio, fazemos os furos de drenagem.

26/27. Marcando os locais onde serão colocados os pés do vaso.

28. Colocamos uma camada de cimento nos locais onde serão feitos os pés..

29. Enquanto o cimento que foi colocado para fazer os pés não secam, ou melhor, ficam no ponto de modelar, damos

um acabamento na parte externa do vaso, utilizando um velho cartão telefônico.

30. Recortamos o cimento que foi colocado para fazer os pés do vaso ...

31. ...até chegar ao modelo pretendido.

32. O trabalho de modelação do vaso está concluído.

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33. Após 24 hora após, levantamos cuidadosamente o vaso para retirada da areia que está no seu interior. Para

que as bordas não quebrem, é conveniente alçá-lo colocando os dedos pelos furos de drenagem.

34. Fazendo uma limpeza para retirada do excesso de areia.

35. Aplicamos, com uma trincha, uma camada de cimento puro para eliminar os pequenos defeitos internos do vaso. Este

procedimento tornará o vaso menos poroso por dentro, o que evita que o substrato resseque rápido.

36. Após estar totalmente seco, aplicamos uma demão de tinta látex.

37. Por fim, aplicamos uma demão de tinta Gel Perolizado.

38. O resultado final.