BPI Análise Mercados Financeiros Mai.2014

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Análise de mercados financeiros

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  • ESTUDOS ECONMICOSE FINANCEIROS

    Anlise Mensal14 de Maio de 2014

    Mercados FinanceirosPaula Gonalves Carvalho

    Agostinho Leal AlvesLuisa Teixeira FelinoNuno Andr Coelho

    Pedro Miguel MendesTeresa Gil Pinheiro

    GESTO DE EXPECTATIVAS

    Depois do FMI e da Comisso Europeia, a OCDE foi o ltimo dos principais organismosde pesquisa econmica internacional a apresentar as suas previses de Primavera. Otom mantm-se positivo mas o ritmo de crescimento continua moderado de uma formatransversal s vrias regies do globo: a economia mundial dever registar uma expansode 3.4% depois de 2.8% estimados em 2013, sendo a trajectria de recuperao maisacentuada nos pases desenvolvidos. Neste grupo, destaca-se a economia dos EUA,com uma previso de crescimento de 2.6%, apesar do quadro menos favorvel nomercado imobilirio e do mercado de trabalho revelar ainda contornos frgeis na suatrajectria de recuperao. As economias da regio da UEM devero crescer de novo noprimeiro trimestre de 2014, com um registo que se espera forte ainda que reflectindoem parte factores conjunturais relacionados com o clima mais favorvel do que o habitualnas regies do centro europeu. Todavia, h sinais de reforo da procura interna nospases do bloco, que devero sustentar a fase de expanso. Os riscos provem sobretudodo exterior e so de ordem poltica, relacionados com o clima de tenso Ucrnia-Rssia.Entretanto, a probabilidade de retoma cclica do investimento parece estar a aumentarde forma a repor capacidade instalada, que se encontra abaixo de patamares mdioshistricos, condio necessria para restabelecer o potencial de crescimento.

    Depois de quase tocar um valor mximo de trs anos de 1.40, a cotao EUR/USDretrocedeu aps a promessa do BCE de agir na reunio de Junho. A volatilidade ircontinuar, pois incerto se o espao de manobra da autoridade monetria ser suficientepara alterar uma tendncia por ora ainda assente em fluxos de investimento oriundosde mercados menos apelativos. Todavia, a prazo, continuamos a apostar no paulatinoregresso de um dlar tendencialmente mais forte.

    Os nveis de inflao persistentemente baixos na regio do euro tm contribuido paraum ambiente financeiro mais restritivo pois, em termos reais, as taxas de financiamentoa empresas esto em mximos desde 2009, nomeadamente em alguns pases daperiferia. Neste contexto, justifica-se a expectativa de actuao do BCE na prximareunio, caso o cenrio de inflao continue a ser ajustado em baixa. Nos EUA, antecipa-se a manuteno da postura da Reserva Federal, reduzindo lentamente a liquidezadicional no sistema financeiro mas mantendo um discurso de apoio ao crescimento eateno criao de emprego.

    Num contexto de inflao ancorada em nveis historicamente baixos e folga aindasignificativa no mercado de trabalho, factores aos quais se aliam nveis de endividamentoelevado e a postura de suporte dos principais bancos centrais, antecipa-se que astaxas de juro de longo prazo permaneam, por ora, em torno dos nveis actuais. Masimporta recordar que num contexto de estabilizao dos fluxos financeiros, a lgica devalorizao ditar taxas de juro benchmark mais elevadas, em linha com o crescimentonominal de longo prazo. Os prmios de risco dos mercados de dvida da periferiacontinuam a beneficiar da envolvente muito particular, de procura de rendibilidade quetem prevalecido como lgica dominante. Numa situao de regresso normalizao,estes activos estaro de novo mais expostos volatilidade do mercado, e sujeitos aoescrutnio por parte dos investidores internacionais no que diz respeito quer aosfundamentos macroeconmicos, quer a factores polticos internos.

    O cenrio em perspectiva permanece favorvel aos mercados bolsistas, ainda que estesmantenham um registo mais moderado que no passado. A eventual concretizao deuma recuperao cclica do investimento nos pases desenvolvidos daria suporte a estaevoluo. Os mercados de commodities mantm um comportamento diferenciado: metaise energia condicionados pela fraqueza evidenciada pela economia chinesa e os bensagrcolas reflectindo factores especficos, mas com tendncia de valorizao.

    Nesta publicao disponibilizamos dois artigos de opinio. O primeiro analisa a estratgiaoramental de Portugal no perodo de ajustamento e depois de concludo o PAEF; osegundo consiste numa anlise, com algum detalhe, ao mercado de trabalho nos EUA,elemento crucial para a conduo da poltica e definio da postura da Reserva Federal.

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  • GESTO DE EXPECTATIVAS

    As recentes projees da OCDE i lustram adificuldade da economia mundial recuperar avelocidade de cruzeiro. Efectivamente, espera-seque a actividade global continue a crescer, masmoderadamente. Os riscos continuam elevados esero necessrias medidas mais eficazes para gerarmais emprego e combater o legado da crise. Ouseja, a recomposio de balanos e a correco deexcessos do passado continua a condicionar aactividade econmica. O cenrio macroeconmicoglobal caracter iza-se por uma signif icat ivadivergncia, desta vez denotando o mundodesenvolvido maior pujana face aos mercados emdesenvolvimento, mais frgeis: no grupo dos BRICSapenas a ndia mantm indicadores de actividadecom elevada correlao com o PIB em patamaresde expanso.

    Nos mercados financeiros, o Banco Central Europeudemonstrou de novo a sua habilidade na gesto deexpectativas. Todavia, a probabilidade de que tenhaque passar aco parece maior, dado o andamentodos preos ao consumidor e os fluxos de capitaisque cont inuam a regressar dos mercadosemergentes (Rssia tem sido relevante nestecontexto), pressionando o cmbio. Assiste-se denovo a um perodo favorvel, em simultneo, aomercado de dvida pblica e aos mercados bolsistasde referncia. A atitude de suporte por parte dosresponsveis dos principais bancos centraismundiais, a melhoria da informao econmica eexpectativas de que a situao na Ucrnia no sofraagravamentos justificam a valorizao dos activosbols istas e dv ida pbl ica, s i tuao que tipicamente pouco usual e temporria. A prazo, anormalizao do cenrio econmico e financeiroditar taxas de juro de longo prazo mais elevadas,enquanto as valorizaes nos activos com maiorrisco tero que ser validadas com crescimentoeconmico mais pujante.

    DEPARTAMENTO DEESTUDOS ECONMICOS E FINANCEIROS

    Paula Gonalves Carvalho Economista ChefeTeresa Gil PinheiroNuno Andr CoelhoLusa Teixeira FelinoPedro Miguel Mendes

    ANLISE TCNICAAgostinho Leal Alves

    Tel.: 351 21 310 11 86 Fax: 351 21 353 56 94Email: [email protected] www.bancobpi.ptwww.bpiinvestimentos.pt/Research

  • NDICEPg.

    Perspectivas Globais e Principais Factores de Risco 04

    Principais Mercados: Recomendaes 05

    TEMAS EM DESTAQUE

    BCE PREPARADO PARA AGIR 07INFLAO NA UEM 09PREVISES DO FMI PARA O CRESCIMENTO ECONMICO GLOBAL 11EUROPA SOB OPTIMISMO MODERADO 14

    ECONOMIAS

    PORTUGAL - EMPREGO COM SINAL MAIS; BALANA COM SINAL MENOS 17ESPANHA - PREVISES DE CRESCIMENTO REVISTAS EM ALTA 19BRASIL - MANTM-SE SINAIS DE ENFRAQUECIMENTO DA ACTIVIDADE 20MXICO - DE INFRA-ESTRUTURAS E REFORMAS ESTRUTURAISDEVEM ANIMAR A ECONOMIA 21ANGOLA - EXPORTAES DE PETRLEO VOLTAM A DIMINUIR 22MOAMBIQUE - CRESCIMENTO DA ECONOMIA MANTM-SE ELEVADO 23NIGRIA - A MAIOR ECONOMIA AFRICANA 24

    MERCADOS

    MERCADO CAMBIALE POR FIM O BCE OLHOU PARA O EUR/USD... 25AMBIENTE MAIS FAVORVEL 26

    MERCADO MONETRIOPRESSES DIFERENTES SOBRE PRINCIPAIS BANCOS CENTRAIS 27

    MERCADO DE DVIDA PBLICAPREOS EM MXIMOS DO ANO 28

    MERCADO DE DVIDA DIVERSASPREADS DA DVIDA HIGH YIELD ATINGEM NOVOS MNIMOS HISTRICOS 29

    MERCADOS ACCIONISTASLIQUIDEZ AINDA ALIMENTA MERCADOS ACCIONISTAS 30

    MERCADO DE COMMODITIESPREOS GLOBALMENTE ESTVEIS, COM EXCEPES 31

    PREVISES

    Economias DesenvolvidasMercados EmergentesPrevises Econmicas do BPI 33

    Taxas de CmbioTaxas de Juro 34

    Taxas Oficiais dos Principais Bancos Centrais 35

    Taxas de Cmbio dos Mercados EmergentesTaxas de Juro dos Mercados Emergentes 36

    OPINIO

    PORTUGAL - NOTAS SOBRE A ESTRATGIA ORAMENTAL DE MDIO PRAZO 37

    EUA: MERCADO DE TRABALHO AINDA COM SINAIS DE FRAGILIDADE 44

    BASES DE DADOS 49

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    oder

    ado,

    fixa

    ndo-

    se n

    os 2

    .5%

    em

    201

    4. A

    recu

    pera

    o

    da a

    ctiv

    idad

    e na

    s ec

    onom

    ias

    avan

    ada

    s de

    ver

    sup

    orta

    r o

    cres

    cimen

    to d

    as e

    xpor

    ta

    es,

    mas

    est

    e ef

    eito

    pode

    r s

    er m

    itiga

    do p

    ela

    desa

    cele

    ra

    o do

    cre

    scim

    ento

    da

    Chin

    a, p

    elo

    impa

    cto

    da q

    ueda

    dos

    pre

    os

    das

    com

    mod

    ities

    , co

    ndi

    es d

    e fin

    ancia

    men

    to e

    xter

    no m

    ais

    rest

    ritiv

    as e

    con

    stra

    ngim

    ento

    s do

    lado

    da

    ofer

    ta.

    Toda

    via,

    a p

    erfo

    rman

    ce d

    epen

    der

    das

    car

    acte

    rstic

    as d

    e ca

    da e

    cono

    mia

    , po

    dend

    o as

    eco

    nom

    ias

    mai

    sfra

    giliz

    adas

    (Br

    asil,

    Arg

    entin

    a e

    Vene

    zuel

    a) d

    epar

    ar-s

    e co

    m u

    m a

    mbi

    ente

    mai

    s ad

    vers

    o. P

    or o

    utro

    lado

    , as

    econ

    omia

    s da

    Alia

    na

    do P

    acfi

    co (C

    hile

    , Col

    mbi

    a, M

    xico

    e P

    eru)

    m

    ais

    aber

    tas

    ao c

    omr

    cio e

    xter

    no e

    com

    mod

    elo

    econ

    mico

    orie

    ntad

    o pa

    ra o

    inve

    stim

    ento

    c

    ontin

    uar

    o a

    exib

    ir ta

    xas

    de c

    resc

    imen

    to m

    ais

    elev

    adas

    e a

    aum

    enta

    r o

    seu

    cont

    ribut

    o pa

    ra o

    cre

    scim

    ento

    reg

    iona

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    . O c

    resc

    imen

    to e

    con

    mico

    man

    tm

    -se

    robu

    sto

    e el

    evad

    o gu

    iado

    em

    par

    te p

    or fl

    uxos

    de

    capi

    tal e

    stra

    ngei

    roor

    ient

    ados

    par

    a se

    ctor

    es d

    e ex

    plor

    ao

    de

    recu

    rsos

    min

    erai

    s e

    para

    o d

    esen

    volv

    imen

    to d

    e in

    fra-e

    stru

    tura

    s,ap

    esar

    de

    pers

    istire

    m c

    onst

    rang

    imen

    tos

    inte

    rnos

    em

    vr

    ios

    pase

    s..

    Em 2

    014,

    o c

    resc

    imen

    to d

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    onom

    ia d

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    ta

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    enef

    iciar

    de

    um m

    elho

    r co

    ntex

    to e

    xter

    no p

    ara

    asex

    port

    ae

    s, n

    omea

    dam

    ente

    da

    recu

    pera

    o

    das

    econ

    omia

    s da

    Zon

    a Eu

    ro.

    Exis

    tem

    tam

    bm

    ref

    orm

    ases

    trutu

    rais

    em c

    urso

    que

    dev

    ero

    ser

    resp

    ons

    veis

    pelo

    aum

    ento

    do

    cres

    cimen

    to p

    oten

    cial e

    m d

    eter

    min

    ados

    pase

    s.

    . O r

    itmo

    e o

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    esso

    de

    expa

    nso

    con

    tinua

    ain

    da v

    acila

    nte,

    dep

    ende

    nte

    dos

    EUA;

    ass

    ente

    no

    dese

    mpe

    nho

    dos

    mer

    cado

    s fin

    ance

    iros,

    vul

    ner

    vel

    inst

    abili

    dade

    em

    alg

    uns

    emer

    gent

    es e

    dep

    ende

    nte

    do a

    ndam

    ento

    da

    econ

    omia

    da

    Chin

    a. B

    aixo

    s n

    veis

    de in

    fla

    o po

    r um

    per

    odo

    pro

    long

    ado

    de te

    mpo

    pod

    em tr

    aduz

    ir-se

    num

    are

    du

    o da

    s ex

    pect

    ativa

    s, c

    om im

    pact

    o na

    act

    ivid

    ade

    e no

    pes

    o da

    dv

    ida.

    . Nos

    pr

    xim

    os d

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    nos,

    o p

    roce

    sso

    de re

    tirad

    a de

    est

    mul

    os p

    ela

    Rese

    rva

    Fede

    ral p

    oder

    or

    igin

    ar p

    ertu

    rba

    es

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    erca

    dos f

    inan

    ceiro

    s, co

    m im

    pact

    o na

    eco

    nom

    ia re

    al e

    na

    conf

    ian

    a do

    s age

    ntes

    eco

    nm

    icos.

    Act

    ualm

    ente

    as e

    xpec

    tativ

    as d

    e au

    men

    to d

    os ju

    ros

    pelo

    ban

    co c

    entr

    al d

    os E

    UA e

    sto

    de

    acor

    do c

    om o

    cal

    end

    rio s

    uger

    ido

    pela

    Res

    erva

    Fed

    eral

    (a

    parti

    r de

    mea

    dos

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    .

    . Risc

    os p

    ara

    o cr

    escim

    ento

    so

    neg

    ativ

    os e

    pre

    ndem

    -se

    com

    o e

    feito

    no

    cons

    umo

    priva

    do d

    a su

    bida

    da

    taxa

    de im

    post

    o pr

    ojec

    tada

    par

    a 20

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    a au

    snc

    ia d

    e re

    form

    as m

    ais

    prof

    unda

    s po

    der

    refle

    ctir-

    se, m

    ais

    tard

    e, n

    ore

    for

    o da

    s m

    edid

    as e

    xpan

    sioni

    stas

    pel

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    nco

    do J

    apo

    , vi

    sand

    o al

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    taxa

    de

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    uest

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    de o

    rdem

    pol

    tica

    sur

    gem

    com

    o os

    prin

    cipai

    s fa

    ctor

    es d

    e ris

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    ara

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    escim

    ento

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    pida

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    xa d

    e de

    sem

    preg

    o no

    s l

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    es te

    m c

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    ince

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    sob

    re o

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    ro d

    a po

    ltica

    mon

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    stan

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    rpor

    ada

    no m

    erca

    do a

    exp

    ecta

    tiva

    de a

    ltera

    o

    de ta

    xas

    de ju

    ro n

    o pr

    xim

    o an

    o,o

    que

    pode

    r c

    ompr

    omet

    er a

    rec

    uper

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    econ

    omia

    ..

    Aind

    a ex

    iste

    um e

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    e ca

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    ade

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    s ap

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    da

    rpi

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    ra

    o do

    mer

    cado

    de

    trab

    alho

    . O

    inve

    stim

    ento

    em

    pres

    aria

    l con

    tinua

    dep

    rimid

    o e

    cont

    inua

    m a

    ser

    nece

    ssr

    ias

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    idas

    de

    aust

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    ade

    para

    con

    solid

    ar a

    s co

    ntas

    pb

    licas

    .

    . Par

    ece

    esta

    r as

    segu

    rado

    o r

    egre

    sso

    no

    rmal

    iza

    o na

    form

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    fina

    ncia

    men

    to d

    o se

    ctor

    pb

    lico.

    Ass

    im, a

    curto

    pra

    zo, o

    s pr

    incip

    ais

    fact

    ores

    de

    risco

    est

    o r

    elac

    iona

    dos

    com

    o a

    ndam

    ento

    das

    eco

    nom

    ias

    exte

    rnas

    efa

    ctor

    es d

    e na

    ture

    za p

    olti

    ca.

    .Tod

    avia

    , a m

    dio

    pra

    zo, s

    ubsis

    tem

    impo

    rtant

    es c

    onst

    rang

    imen

    tos

    e de

    safio

    s, re

    lacio

    nado

    s co

    m a

    nec

    essid

    ade

    de r

    efor

    ar

    o po

    tenc

    ial d

    e cr

    escim

    ento

    eco

    nm

    ico n

    um c

    onte

    xto

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    rolo

    ngad

    o es

    for

    o de

    con

    solid

    ao

    ora

    men

    tal,

    a qu

    e se

    alia

    um

    cal

    end

    rio p

    olti

    co p

    oten

    cialm

    ente

    per

    turb

    ador

    des

    te e

    quil

    brio

    .

    . Num

    cen

    rio

    mai

    s op

    timist

    a, u

    m c

    resc

    imen

    to d

    os E

    UA a

    cima

    do e

    sper

    ado

    pode

    ria fa

    vore

    cer

    a pe

    rform

    ance

    da r

    egi

    o, a

    inda

    que

    atra

    vs

    das

    mel

    horia

    s de

    cre

    scim

    ento

    no

    Mxi

    co e

    na

    Amr

    ica C

    entra

    l.. O

    s pr

    incip

    ais

    risco

    s de

    scen

    dent

    es re

    lacio

    nam

    -se

    com

    o im

    pact

    o da

    sub

    ida

    das

    taxa

    s de

    juro

    nas

    eco

    nom

    ias

    avan

    ada

    s no

    s m

    erca

    dos

    finan

    ceiro

    s, e

    spec

    ialm

    ente

    se

    a re

    tirad

    a de

    cap

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    de

    form

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    enta

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    com

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    men

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    renc

    iado

    , de

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    endo

    das

    car

    acte

    rstic

    as in

    trns

    ecas

    de

    cada

    eco

    nom

    ia:

    pase

    sco

    m p

    olti

    cas

    fisca

    is m

    ais

    cont

    idas

    e r

    egim

    es d

    e in

    fla

    o an

    cora

    da m

    ais

    cred

    vei

    s te

    ro

    mai

    or c

    apac

    idad

    e de

    impl

    emen

    tar

    polt

    icas

    cont

    ra-c

    clica

    s pa

    ra d

    ar r

    espo

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    a um

    a sit

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    mai

    or v

    olat

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    os m

    erca

    dos

    finan

    ceiro

    s.

    . Os

    risco

    s pr

    ende

    m-s

    e pr

    incip

    alm

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    mul

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    Res

    erva

    Fed

    eral

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    EUA

    ,qu

    e po

    der

    afe

    ctar

    neg

    ativ

    amen

    te o

    s flu

    xos

    de c

    apita

    l par

    a as

    eco

    nom

    ias

    mai

    s vu

    lner

    vei

    s a

    choq

    ues

    exte

    rnos

    (prin

    cipal

    men

    te a

    fri

    ca d

    o Su

    l) de

    sval

    oriza

    ndo

    as s

    uas

    moe

    das

    e cr

    iand

    o in

    stab

    ilida

    de s

    obre

    o s

    istem

    afin

    ance

    iro.

    . A re

    du

    o do

    s pr

    eos

    das

    prin

    cipai

    s co

    mm

    oditi

    es (p

    etr

    leo,

    gs

    nat

    ural

    , etc

    .) de

    ver

    ser

    tam

    bm

    um

    fact

    orde

    risc

    o pa

    ra o

    s pa

    ses

    expo

    rtado

    res,

    mas

    dev

    er

    bene

    ficia

    r os

    pa

    ses

    impo

    rtado

    res.

    . O c

    resc

    imen

    to p

    oten

    cial p

    erm

    anec

    e em

    mui

    tos

    pase

    s lim

    itado

    pel

    a a

    aus

    ncia

    de

    refo

    rmas

    est

    rutu

    rais

    que

    reso

    lvam

    nec

    essid

    ades

    de

    infra

    -est

    rutu

    ras

    e re

    des

    rodo

    vir

    ias

    e pe

    la b

    aixa

    qua

    lifica

    o

    e el

    evad

    a po

    brez

    ada

    s po

    pula

    es

    .

  • E.E.F. Mercados Financeiros Maio 2014

    5

    Prin

    cipa

    is R

    ecom

    enda

    es

    e F

    acto

    res

    de R

    isco

    Reco

    men

    da

    esFa

    ctor

    es d

    e Ri

    sco

    M. C

    ambi

    al

    M.

    Mon

    etr

    io

    Div.

    Pb

    .

    Dv.

    Div

    .

    Ac

    es

    Com

    mod

    ities

    .A s

    obre

    valo

    riza

    o d

    o eu

    ro, n

    omea

    dam

    ente

    em

    rela

    o

    ao d

    lar

    e a

    o ie

    ne, m

    ostra

    va-s

    e ex

    ager

    ado,

    leva

    ndo

    o pr

    prio

    BCE

    a c

    omen

    tar

    que

    no

    era

    dese

    jve

    l man

    ter

    essa

    situ

    ao

    num

    per

    odo

    de

    baix

    a ac

    tivid

    ade

    eba

    ixa

    infla

    o

    na E

    urop

    a. S

    qu

    e o

    mer

    cado

    esp

    era

    h j

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    um te

    mpo

    atit

    udes

    mai

    s pr

    agm

    tica

    s po

    r pa

    rteda

    aut

    orid

    ade

    cent

    ral,

    que

    tm

    tard

    ado.

    No

    final

    da

    ltim

    a re

    uni

    o do

    con

    selh

    o de

    gov

    erna

    dore

    s fic

    ou m

    ais

    claro

    que

    ent

    re m

    edid

    as a

    dicio

    nais

    de p

    olti

    ca m

    onet

    ria

    mai

    s ou

    men

    os c

    onve

    ncio

    nais,

    alg

    o de

    ver

    sur

    gir

    em J

    unho

    . Nes

    te c

    onte

    xto,

    des

    de h

    al

    gum

    tem

    po q

    ue s

    e de

    fend

    e a

    aber

    tura

    de

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    es

    long

    as e

    m d

    lar

    esco

    ntra

    eur

    os e

    a a

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    ra o

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    o de

    pos

    ies

    long

    as e

    m li

    bras

    e f

    ranc

    os s

    uo

    s co

    ntra

    eur

    os,

    embo

    raes

    tas

    duas

    lti

    mas

    moe

    das

    j s

    e en

    cont

    rem

    forte

    s fa

    ce

    moe

    da

    nica

    eur

    opei

    a (a

    GBP

    e o

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    tm

    vin

    do a

    cons

    truir

    tend

    ncia

    s de

    ref

    oro

    de

    valo

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    ntra

    o e

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    ais

    tem

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    O ie

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    abili

    za

    o. N

    o en

    tant

    o, e

    spec

    ula

    es

    de in

    trod

    uo

    de

    novo

    s pa

    cote

    s de

    liqu

    idez

    no

    siste

    ma

    pode

    m v

    olta

    r a

    cria

    r um

    mov

    imen

    to d

    e de

    prec

    ia

    o da

    moe

    da n

    ipn

    ica.

    . As

    taxa

    s de

    juro

    no

    mer

    cado

    mon

    etr

    io m

    ant

    m-s

    e m

    uito

    pr

    xim

    as d

    e ze

    ro, e

    m li

    nha

    com

    as

    taxa

    s de

    juro

    dos

    prin

    cipai

    s ba

    ncos

    cen

    trais.

    Man

    tm

    -se

    as r

    efer

    ncia

    s

    man

    uten

    o

    das

    taxa

    s po

    r lo

    ngos

    per

    odo

    s;ap

    enas

    na

    zona

    eur

    o se

    ass

    iste

    a um

    mov

    imen

    to d

    e su

    bida

    nas

    taxa

    s in

    terb

    anc

    rias

    mot

    ivad

    o pe

    la r

    edu

    odo

    exc

    esso

    de

    liqui

    dez,

    mas

    que

    pod

    er

    ser

    cont

    raria

    do p

    or in

    terv

    en

    o do

    BCE

    .. Q

    uand

    o se

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    a da

    dec

    iso

    de a

    plica

    o

    de fu

    ndos

    , rec

    omen

    dam

    -se

    aplic

    ae

    s de

    md

    io/lo

    ngo-

    praz

    o co

    mo

    obje

    ctiv

    o de

    apr

    ovei

    tar o

    pr

    mio

    de

    imob

    iliza

    o

    de c

    apita

    l (te

    rm p

    rem

    ium

    ) im

    plci

    to n

    as ta

    xas

    dos

    activ

    osco

    m m

    atur

    idad

    es m

    ais

    alar

    gada

    s. N

    o cu

    rto-p

    razo

    , os

    dep

    sitos

    dev

    ero

    con

    tinua

    r a

    ofer

    ecer

    ren

    tabi

    lidad

    esre

    duzid

    as.

    . As

    yiel

    ds d

    os t

    tulo

    s de

    dv

    ida

    pbl

    ica n

    os p

    rincip

    ais

    mer

    cado

    s de

    senv

    olvi

    dos

    atin

    gira

    m m

    nim

    os e

    m M

    aio.

    O de

    sem

    penh

    o ob

    serv

    ado

    refle

    cte

    expe

    ctat

    ivas

    de

    que

    a a

    polt

    ica m

    onet

    ria

    se m

    ante

    nha

    mui

    to a

    com

    odat

    cia,

    a in

    fla

    o em

    nve

    is re

    duzid

    os e

    per

    spec

    tivas

    de

    que

    os n

    vei

    s ne

    utra

    is da

    s ta

    xas

    juro

    sej

    am m

    ais

    baix

    osne

    ste

    ciclo

    face

    a a

    nter

    iore

    s. N

    o cu

    rto p

    razo

    as

    yiel

    ds m

    ante

    r-se

    -o

    redu

    zidas

    , mas

    no

    md

    io e

    long

    o pr

    azo

    a in

    form

    ao

    fund

    amen

    tal c

    ontin

    ua a

    apo

    ntar

    par

    a su

    bida

    das

    yie

    lds.

    . As

    con

    di

    es n

    o m

    erca

    do d

    e d

    vida

    div

    ersa

    dev

    ero

    man

    ter-

    se f

    avor

    vei

    s pa

    ra o

    s em

    itent

    es d

    e d

    vida

    ,en

    quan

    to a

    s ta

    xas

    de ju

    ro p

    erm

    anec

    erem

    bai

    xas.

    Ent

    reta

    nto,

    a p

    rocu

    ra d

    os in

    vest

    idor

    es p

    or m

    aior

    es y

    ield

    s,no

    con

    text

    o da

    fuga

    dos

    mer

    cado

    s em

    erge

    ntes

    , dev

    er

    cont

    inua

    r a

    sust

    enta

    r a

    proc

    ura

    por

    activ

    os ta

    nto

    nom

    erca

    do d

    os E

    UA c

    omo

    Euro

    peu,

    con

    duzin

    do o

    s sp

    read

    s a

    atin

    gire

    m n

    veis

    mn

    imos

    em

    par

    ticul

    ar p

    ara

    nas

    obrig

    ae

    s hi

    gh-y

    ield

    . Nom

    eada

    men

    te, n

    o m

    erca

    do e

    urop

    eu d

    ever

    co

    ntin

    uar a

    ass

    istir-

    se a

    um

    aum

    ento

    da

    proc

    ura

    por

    activ

    os d

    os p

    ase

    s da

    per

    iferia

    , qu

    e es

    to

    nest

    e m

    omen

    to a

    ser

    neg

    ocia

    dos

    com

    yie

    lds

    mui

    topr

    xim

    as d

    as d

    os p

    ase

    s co

    re d

    a Eu

    ropa

    .

    . Dep

    ois

    de u

    m 2

    013

    com

    val

    oriza

    es

    bol

    sista

    s ex

    pres

    sivas

    , esp

    era-

    se u

    m a

    no p

    ositi

    vo e

    m 2

    014,

    mas

    mai

    sm

    oder

    ado.

    Par

    a al

    m d

    o fu

    lgor

    inici

    al d

    a no

    rmal

    rec

    ompo

    sio

    das

    car

    teira

    s po

    r in

    stitu

    ciona

    is e

    fund

    ospr

    ivad

    os,

    o am

    bien

    te e

    con

    mico

    -fina

    ncei

    ro m

    ostra

    -se

    agor

    a re

    nova

    do c

    om b

    oas

    expe

    ctat

    ivas

    fut

    uras

    . A

    Euro

    pa,

    em p

    artic

    ular

    , te

    m u

    m p

    oten

    cial d

    e cr

    escim

    ento

    sup

    erio

    r de

    vido

    ao

    fact

    o de

    a m

    aior

    ia d

    os s

    eus

    ndi

    ces

    aind

    a es

    tar l

    onge

    de

    anul

    ar a

    s cr

    ises

    bolsi

    stas

    de

    2008

    e d

    e 20

    00. D

    evem

    -se

    priv

    ilegi

    ar s

    ecto

    res

    que

    sofre

    ram

    sig

    nific

    ativ

    as r

    eest

    rutu

    ra

    es n

    os

    ltim

    os d

    ois

    anos

    e/o

    u qu

    e ap

    rese

    ntam

    pre

    sent

    emen

    te u

    mim

    porta

    nte

    plan

    o de

    inve

    stim

    ento

    par

    a 20

    14 e

    ano

    s vi

    ndou

    ros,

    abr

    indo

    per

    spec

    tivas

    de

    mai

    s cr

    escim

    ento

    :te

    cnol

    gica

    s, in

    dst

    rias,

    fin

    ance

    iras,

    sa

    de,

    mat

    eria

    is e

    utilit

    ies.

    . Vr

    ios a

    spec

    tos c

    onco

    rrem

    par

    a um

    a re

    lativ

    a es

    tabi

    lidad

    e do

    s pre

    os e

    m 2

    014:

    o m

    undo

    ter

    um

    a pe

    rform

    ance

    econ

    mica

    mel

    hor,

    mas

    no

    to

    cat

    egr

    ica c

    omo

    se p

    revi

    a h

    alg

    uns

    mes

    es a

    trs,

    nom

    eada

    men

    te a

    o n

    vel

    das

    econ

    omia

    s em

    erge

    ntes

    . A n

    o e

    xist

    ncia

    de

    signi

    ficat

    ivos

    con

    stra

    ngim

    ento

    s do

    lado

    da

    ofer

    ta, h

    aven

    dom

    esm

    o um

    a pe

    rspe

    ctiv

    a de

    abu

    ndn

    cia, r

    etira

    m p

    ress

    o d

    e su

    bida

    de

    pre

    os. N

    este

    m

    bito

    , a c

    onst

    itui

    ode

    sto

    cks

    mn

    imos

    nec

    ess

    rios

    ac

    tivid

    ade

    a

    atitu

    de m

    ais

    adeq

    uada

    .

    .Des

    ilus

    o re

    lativ

    amen

    te a

    atit

    udes

    e a

    ce

    s es

    pera

    das

    pelo

    s pr

    incip

    ais

    banc

    os c

    entra

    is..Q

    uest

    es

    geop

    olti

    cas

    pode

    m e

    nvie

    sar d

    eter

    min

    adas

    tend

    ncia

    s ca

    mbi

    ais.

    . As

    taxa

    s de

    cur

    to p

    razo

    nos

    prin

    cipai

    s m

    erca

    dos

    inte

    rnac

    iona

    is co

    ntin

    uam

    pr

    xim

    as d

    e ze

    ro, a

    limen

    tada

    s pe

    lasin

    aliza

    o

    do p

    ercu

    rso

    futu

    ro (f

    orwa

    rd g

    uida

    nce)

    das

    prin

    cipai

    s tax

    as d

    e ju

    ro d

    irect

    oras

    . O ri

    sco

    de u

    m a

    umen

    tosu

    bsta

    ncia

    l no

    esp

    erad

    o da

    s ta

    xas

    de m

    erca

    do

    redu

    zido

    e es

    tar

    rela

    ciona

    do c

    om o

    s ef

    eito

    s de

    con

    tgi

    o da

    redu

    o

    do Q

    E pe

    la F

    ed e

    com

    a re

    du

    o do

    exc

    esso

    de

    liqui

    dez

    na z

    ona

    euro

    .. A

    tens

    o e

    ntre

    a R

    ssia

    e o

    s pa

    ses d

    o Oc

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  • 6E.E.F. Mercados Financeiros Maio 2014

  • E.E.F. Mercados Financeiros Maio 2014

    7

    BCE PREPARADO PARA AGIRTEMAS EM DESTAQUE

    Dadas as recentes indicaes de Mario Draghi de que o BCE est preocupado com a persistncia da inflao em valoresmnimos e com a lenta recuperao da economia, atribumos uma maior probabilidade reduo das taxas de juro, quepoder ocorrer j em Junho depois de serem divulgadas as novas previses do banco central. Esperamos um corte de 15pontos base na taxa principal de refinanciamento para 0.10%, atingindo um novo mnimo histrico, que ser suficientepara provocar uma reduo do EUR/USD e impulsionar o nvel de preos, ao mesmo tempo que coloca presso no sentidode evitar a apreciao das taxas do mercado monetrio decorrente da reduo do excesso de liquidez.

    Apesar de deixar as taxas de juro inalteradas na reunio de poltica monetria de Maio, o BCE indicou quepoder agir de forma a tentar impulsionar a inflao j no prximo ms. Mario Draghi, presidente do banco central,abriu a porta a uma interveno na prxima reunio, sinalizando que "o Conselho de Governadores est confortvel com adeciso de agir da prxima vez mas primeiro queremos [o Conselho de Governadores] as novas previses que serodivulgadas em Junho", referindo tambm que existe consenso para a tomada de aco. As previses actuais colocam a taxade inflao em 1% em 2014 e 1.3% em 2015. Com a taxa de inflao em 0.7% em Abril (excluindo os preos dos bensenergticos e alimentares, a inflao fixou-se em 1.0%), existe margem para que os preos subam em linha com a previsoactual, retirando presso para a tomada de aco por parte do BCE. No entanto, este valor foi muito influenciado peloaumento dos preos no sector dos servios (+1.6%) derivado da maior procura associada ao perodo da Pscoa, que no anopassado decorreu em Maro.

    A valorizao do euro tem sido um dos principais determinantes do crescimento lento do nvel de preos*,comum tambm aos pases centrais da zona euro e que dificulta o ajustamento relativo dos diferentes pases. O EUR/USDchegou aos 1.40 antes da reunio do BCE, embora tenha corrigido logo aps a apresentao da discusso, tendo valorizadomais de 14% desde Julho de 2012. A reduo dos riscos de ruptura da zona euro, a crise dos mercados emergentes desdeo anncio do tapering nos EUA e mais recentemente a intensificao da crise entre a Ucrnia e a Rssia tm contribudo paradevolver o estatuto de safe-haven ao euro, pelo que tem existido forte procura por activos da regio.

    Inflao

    (variao anual do IPC respectivo - %)

    Taxa de cmbio

    (EUR/USD; ndice)

    Paralelamente, a reduo do excesso de liquidez no Eurosistema (soma das reservas superiores ao obrigatriona balana corrente com o BCE e dos depsitos aplicados na facilidade de depsito) atingiu em Abril um mnimode vrios anos. O excesso de liquidez atingiu um mnimo de EUR 80.5 mil milhes no final de Abril, verificando-se umadiminuio considervel face ao mximo de EUR 813 mil milhes atingido em Maro de 2012, quando foi efectuado osegundo leilo de emprstimos de longo-prazo do BCE ao sector bancrio (LTRO). Com a amortizao voluntria das LTRO,o valor da liquidez em excesso atingiu um mnimo de vrios anos, colocando presso adicional sobre as taxas interbancrias.Em particular, a volatilidade da EONIA (taxa aplicada a emprstimos interbancrios overnight sem garantia) aumentousignificativamente e chegou a atingir 0.46% (um mximo desde o final de 2011), sinalizando o retorno normalizao nomercado monetrio interbancrio.

    Se, at ao ms passado, espervamos que o BCE no anunciasse novas medidas, a nossa posio foi alteradapelo discurso de Mario Draghi, acreditando que o banco central se tenha comprometido com a adopo de novas medidasj na prxima reunio (em funo de uma esperada reviso negativa inflao). A reduo do excesso de liquidez tem sidoacompanhada por uma reduo da dependncia do financiamento do banco central e pelo aumento das transacesinterbancrias, pelo que as novas medidas no devero visar a liquidez na regio. Por sua vez, a reduo da taxa praticadana facilidade de depsito para valores negativos implica riscos que, na nossa opinio, so demasiado elevados dado aincerteza que rodeia a aplicao e a reaco medida. A confirmar esta incerteza, o banco central da Dinamarca reverteu noms passado a deciso, tomada em 2012, de reduzir para -0.1% a taxa aplicada aos depsitos dos bancos comerciaisNota:*ver tema em destaque "Inflao na UEM".

  • 8E.E.F. Mercados Financeiros Maio 2014

    Nuno Andr Coelho

    TEMAS EM DESTAQUE

    BCE PREPARADO PARA AGIR

    (efectivamente cobrando um valor pelos depsitos no banco central) ao aument-la para 0.05%. Dentro deste cenrio, adiminuio da refi, em 15 pontos base para 0.10% (o que deixa ainda alguma margem para nova actuao numa situao deemergncia futura) parece-nos a medida mais provvel para reduzir o valor do euro e impedir uma subida expressiva dastaxas interbancrias. Em paralelo, o BCE tambm poder optar por introduzir operaes de compra de ttulos de dvida deempresas, mediante condies especficas e com caractersticas determinadas. Ainda que o seu efeito fosse mais de naturezapsicolgica do que efectiva, esta medida poderia estimular o mercado de dvida diversa, contribuindo para reduzir a fragmentaofinanceira e conferindo suporte catividade produtiva.

    Excesso de liquidez na zona euro est a decrescer

    (mdia mvel de 30 dias em EUR mil milhes)

    Emprstimos do BCE

    (mdia mvel de 4 semanas em EUR mil milhes)

    Aumenta volatilidade da EONIA

    (principais taxas de juro de referncia na Zona Euro, %)

  • E.E.F. Mercados Financeiros Maio 2014

    9

    TEMAS EM DESTAQUE

    INFLAO NA UEM

    Confirma-se um cenrio de baixa inflao no conjunto dos pases que formam o euro, bem como perspectivas de que estepossa perdurar num horizonte relativamente alargado. Contudo, uma anlise rpida dos dados relativos evoluorecente do ndice de preos no consumidor sugere que o risco de deflao continua limitado.

    A publicao do dado preliminar relativo taxa deinflao na zona euro indica que o ritmo de crescimentoanual dos preos no consumidor foi de 0.7% em Abril, poucoacima do dado de Maro (0.5%). Os nveis observados nosltimos meses so os mais baixos desde finais de 2009.Relativamente informao de Maro - para a qual conhecido o desempenho das vrias componentes - verifica-se que os preos do leo para aquecimento caram 6.5%,os das telecomunicaes 2.7%, e os da gasolina e do gasleo4.1%. A evoluo dos preos nos diversos pases quecompem o euro apresenta dinmicas diferentes, emborasempre abaixo do objectivo do banco central de "prximomas abaixo" de 2%. Os pases que registaram ritmos decrescimentos mais fortes dos preos no consumidor forama ustria e Malta, com crescimentos homlogos de 1.4%, ea Alemanha, onde os preos avanaram 0.9%. Nos pasescom programas de assistncia financeira, obrigados adopo de medidas de ajustamento e reestruturao dasrespectivas economias, assistiu-se contraco, em termoshomlogos, dos preos. Na Grcia, a taxa de inflao situou-se em -1.5%, no Chipre em -0.9%, em Portugal em -0.4%e em Espanha em -0.2%.

    Tambm importante no comportamento dos preos noconjunto da zona euro a valorizao do euro que algumasmtricas indicam encontrar-se sobreavaliado face aos principaiscmbios, com consequncia na queda dos preos dos bensimportados. O Banco Central Europeu estima que aapreciao de 9% do euro face ao dlar, desde meadosde 2012, implica que a taxa de inflao anual se reduzaem 0.4 pontos percentuais. A apreciao do euro e o factode a economia estar ainda fragilizada, observando-se ainda,em algumas das economias do euro, o ajustamento dedesequilbrios acumulados em anos anteriores d suporte permanncia dos preos em nveis historicamente reduzidos,colocando algum receio na possibilidade de verificao de umcenrio de deflao.

    De acordo com o Presidente do BCE, Mrio Draghi, umcenrio de deflao na zona euros caracteriza-se por: i)queda dos preos num nmero significativo de pases; ii)ao longo de um leque alargado de bens; iii) e ser umprocesso que se auto alimenta. Com base nesta avaliaocomo se comportou o ndice de preos no consumidor emMaro?

    i) a nvel geogrfico, o registo de taxas de inflao negativascingiu-se a cinco economias: Grcia, Espanha, Chipre,Portugal e Eslovquia, enquanto que nas restantes 13economias se continuou a verificar crescimentos, ainda quemoderados, nos preos no consumidor. Ainda que o nmerode pases que observam taxas de inflao negativas esteja aaumentar desde o final de 2013, verifica-se que em apenasdois deles - Grcia e Chipre - que a inflao se mantevenegativa ao longo dos ltimos meses (doze no caso grego equatro no caso cipriota).

    Inflao na zona euro em Maro

    (%; pontos percentuais)

    Taxa de cambio efectiva do euro

    (ndice)

    Expectativas inflacionistas implcitas nos InflationSwap(%)

  • 10

    E.E.F. Mercados Financeiros Maio 2014

    INFLAO NA UEM

    ii) Ao longo das doze principais classes que formam o ndice de preos no consumidor, a queda est ainda restringida a umrelativo pequeno nmero, que representam 25% das classes que formam o ndice de preos. Neste campo de notar oscomportamentos dos preos dos bens energticos, relacionados com o facto dos preos das commodities apresentarem umevoluo muito moderada ao longo dos ltimos anos;

    iii) A avaliao da actual dinmica de abrandamento do ritmo de crescimento dos preos no consumidor realiza-se atravs deindicadores que medem as expectativas inflacionistas. E neste campo, a resposta menos clara, surgindo alguns factoresque, embora no apontando para o riso de deflao, sugerem a observao de um perodo prolongado de reduzido crescimentodos preos. A avaliao das expectativas de inflao, tendo por base as taxas de juro de longo prazo, aponta para ainexistncia de riscos inflacionistas, na medida em que a taxa de inflao implcita nos inflation swap a cinco e dez anos sesitua entre os 1.2% e os 1.7%; no entanto, nos prazos mais curtos, por exemplo a dois anos, as expectativas implcitas norespectivo swap apontam para que a inflao se situe em 0.9% naquele horizonte temporal. Neste captulo, refere-se achamada de ateno do FMI para o facto de um horizonte de dois anos ser aquele mais significativo no que respeita tomadade decises de realizao de despesas, bem como para a negociao salarial.

    Na avaliao da dinmica da inflao, importa ter em conta as diversas perspectivas que esto em causa. Um cenrio decrescimento anmico dos preos beneficia as perspectivas quanto evoluo do rendimento disponvel das famlias, dandosuporte ao consumo privado. No entanto, para os agentes econmicos com nveis de endividamento mais elevados, apermanncia de um cenrio de baixo crescimento dos preos surge como desfavorvel, na medida em que taxas de juro reaismais elevadas implicam maior peso do servio da dvida a suportar, compensando, pelo menos parcialmente, o efeitobenigno no comportamento do rendimento disponvel. Este facto justificar a actual postura do Banco Central Europeu deabertura a adopo de medidas que favoream o reinflacionar da economia.

    Numa outra perspectiva, importa recordar que nos pases sob ajustamento, a queda da inflao resulta em particular dasreformas estruturais para o aumento dos nveis de competitividade, com impacto, por exemplo, nos preos de algunsservios (telecomunicaes, sade, etc), sendo, por isso, um sinal de aumento da competitividade face ao exterior. Noentanto, a queda dos preos pode levar os agentes econmicos a adiarem decises de consumo e investimento ( espera depreos sucessivamente mais baixos) e afirmar-se como um obstculo recuperao das suas economias.

    TEMAS EM DESTAQUE

    Teresa Gil Pinheiro

  • E.E.F. Mercados Financeiros Maio 2014

    11

    O FMI publicou as suas previses para o crescimento econmico global, que confirmam que a tendncia de recuperaoque se iniciou em 2013 se dever fortalecer em 2014-15. A nvel global, o crescimento ir acelerar para 3.6% e 3.9%, em2014 e 2015 respectivamente (face a um crescimento de 3% em 2013), impulsionado nomeadamente pela recuperaoeconmica nos EUA e por um acrscimo moderado nas taxas de crescimento das economias emergentes e emdesenvolvimento, que continuam a contribuir em mais de 2/3 para o crescimento global. Em geral, verifica-se que asreformas estruturais que se efectuaram nos ltimos anos comeam a mostrar resultados e os obstculos que tinhamrestringido o crescimento parecem agora ser mais suaves. Mais especificamente, melhores polticas e reformas estruturaisforam capazes de restabelecer confiana quanto sustentabilidade fiscal e resilincia do sistema financeiro global. Aindaassim, o hiato do produto nas economias avanadas continua a ser significativo, o que sinaliza alguma fragilidade naretoma do crescimento econmico. Por conseguinte, o relatrio recomenda que as polticas monetrias acomodatcias semantenham enquanto o crescimento continuar abaixo do potencial, assumindo que a consolidao fiscal ir prosseguir.

    PREVISES DO FMI PARA O CRESCIMENTO ECONMICO GLOBALTEMAS EM DESTAQUE

    Nas economias avanadas, a recuperao docrescimento notvel mas ainda desigual. Destaca-sesobretudo um fortalecimento do crescimento nos EUA, queface a uma consolidao fiscal mais moderada e umamanuteno de polticas monetrias ainda acomodatcias,dever acelerar de 1.9% em 2013 para 2.8% em 2014 e 3%em 2015. Na zona euro, as previses de crescimento foramrevistas em alta para 1.2% em 2014 e para 1.5% em 2015 (1p.p. acima das estimativas de Janeiro). O FMI considera que arecuperao do crescimento na zona euro ficar a dever-seem parte a uma reduo no ritmo de consolidao fiscal, queir permitir s economias da periferia voltarem a apresentartaxas de crescimento positivas, depois de dois anosconsecutivos de contraco. Para alm disso, o crescimentoeconmico nas economias da periferia continuar a sersustentado pelos avanos no sector externo e por umaestabilizao da procura interna, mas o crescimento poderser penalizado pela fragmentao financeira, pela dificuldade

    Orientao da poltica oramental

    (variao do saldo estrutural em percentagem do PIB)

    de acesso ao crdito e pelo elevado peso da dvida. Na Alemanha, o principal motor da economia da zona euro, espera-se queas polticas monetrias acomodatcias juntamente com um mercado de trabalho robusto continuem a contribuir para estimulara procura interna. No Japo, o crescimento econmico dever ser impulsionado pelo investimento e pelas exportaes, face desvalorizao do yen; contudo, a introduo de polticas de consolidao oramental em 2014-15 (designadamenteatravs do aumento do imposto sobre o consumo) poder ter um impacto negativo sobre o crescimento econmico, pelo quese estima que este recue para 1.4% em 2014 e 1% em 2015. Por sua vez, o Reino Unido dever apresentar um crescimentorobusto de 2.9% este ano, o crescimento mais elevado entre as economias avanadas. O FMI interpreta esta performancecomo um reflexo dos bons resultados da poltica monetria, apesar das preocupaes de que as taxas de juro reduzidastenham contribudo para fomentar a criao de uma bolha especulativa, nomeadamente no mercado imobilirio.

    Nas economias emergentes e em desenvolvimento, o crescimento econmico dever continuar vigoroso, ainda quemais fraco do que no perodo antes da crise. O FMI estima uma acelerao do ritmo de crescimento de 4.7% em 2013 para4.9% em 2014 e 5.3% em 2015. Apesar de o cenrio central apontar para um fortalecimento do crescimento, estas economiasdevero enfrentar importantes desafios no processo de adaptao ao novo contexto global. Por um lado, o sector exportadordestes pases dever beneficiar da recuperao econmica nas economias desenvolvidas e da depreciao das suas moedas.Contudo, a reduo da liquidez no sistema financeiro global poder ter um impacto adverso sobre a sua capacidade definanciamento externo assim como sobre os mercados financeiros locais. Nesta conjuntura, salienta-se tambm o facto de osinvestidores terem ficado bastante mais exigentes quanto sustentabilidade das polticas, impondo custos mais elevadospara as economias com maiores vulnerabilidades macroeconmicas. O crescimento econmico na China dever desacelerarmas apenas moderadamente para 7.5% em 2014, face a uma taxa de 7.7% em 2012-13, como resultado de importantesreformas (nomeadamente a introduo de medidas para limitar o crescimento do crdito) que devem por outro lado ajudara proporcionar um crescimento sustentvel no longo prazo. Na Amrica Latina, o crescimento ser moderado de 2.5% em2014 e 3% em 2015. Apesar de um fortalecimento da actividade econmica no Mxico, que evolui de forma pr-cclica coma economia norte americana, o crescimento no Brasil permanecer comedido, face ao fraco investimento e falta de confianados investidores.

    As previses do fundo apontam para que a inflao se mantenha baixa a nvel global, reflectindo as expectativas detendncia de queda nos preos das commodities e do petrleo. A convergncia da inflao nas economias avanadas para asrespectivas taxas objectivo ser gradual, antevendo-se um aumento da inflao para 1.5% em 2014 e 1.6% em 2015;enquanto nas economias emergentes a inflao dever continuar a ser arrastada pela queda nos preos das commodities,

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    E.E.F. Mercados Financeiros Maio 2014

    TEMAS EM DESTAQUE

    PREVISES DO FMI PARA O CRESCIMENTO ECONMICO GLOBAL

    abrandando para 5.5% em 2014 e 5.3% em 2015. Espera-se tambm que em 2014/2015 as polticas monetrias daseconomias avanadas comecem a divergir. Para os EUA, o cenrio base de projeces assume que o primeiro aumento detaxas de juro dever ocorrer no terceiro trimestre de 2015, assumindo que a inflao se mantem estvel e que osprogressos no mercado de trabalho ocorrem gradualmente. Por seu turno, na Europa e no Japo, as polticas monetriasacomodatcias ainda se devero manter durante esse perodo, perante uma recuperao econmica ainda frgil.Paralelamente, os mercados emergentes tendero a adoptar polticas monetrias restritivas como resposta fuga decapitais destes pases.

    Todavia, o quadro central de perspectivas para a economia global vem acompanhado de riscos. De acordo com osmodelos de projeco do FMI, os riscos de uma recesso (dois trimestres consecutivos de recesso) para os prximosquatro trimestres reduziram-se significativamente para a Zona Euro, apesar de os clculos ainda apontarem para umaprobabilidade de cerca de 20%. Contrariamente, para o Japo a probabilidade de uma recesso foi ampliada para quase20%, e para as restantes economias as estimativas mantiveram-se estveis relativamente s projectadas no ltimorelatrio de Outubro. Paralelamente, o FMI alerta para o risco de a inflao se manter abaixo dos objectivos por umperodo prolongado de tempo e que se poderia traduzir numa reduo das expectativas, com impacto na actividade e nopeso da dvida. Este cenrio particularmente preocupante no caso da Zona Euro, em que se atribui uma probabilidade dedeflao de cerca de 20%, num contexto em que a recuperao econmica ainda no est consolidada, a reforma dosistema financeiro ainda est em curso e a poltica monetria se encontra restringida com as taxas de juro j prximas dezero.

    Probabililidade de recesso

    (percentagem)

    Probabililidade de deflao (4T 2014)

    (percentagem)

    Relativamente s economias emergentes salienta-se o risco de uma possvel desacelerao sincronizada nocrescimento, j que o seu contributo para a economia global considervel. De acordo com as previses do relatrio,o crescimento nas economias emergentes e em desenvolvimento ser suportado fundamentalmente pelos avanos naregio da sia e frica Subsaariana, enquanto para alguns dos maiores pases (Brasil, Turquia, frica do Sul e Rssia)as taxas de crescimento foram revistas em baixa, reflectindo a sua vulnerabilidade reduo de liquidez nos mercadosfinanceiros. Apesar de os fundamentos macroeconmicos destas economias serem agora mais fortes (comparativamentea anteriores crises), estes pases esto agora mais integrados no comrcio internacional e nos mercados financeirosinternacionais, e perante este estreitamento de ligaes entre os dois grupos de pases, as repercusses de umadesacelerao do crescimento dos emergentes poderia ter um impacto considervel sobre o comportamento daseconomias avanadas.

    Finalmente, a organizao alertou para o facto de o crescimento potencial ser agora mais reduzido e medida quea recuperao econmica se consolida serem necessrios ajustamentos do lado da oferta, de forma a expandir opotencial de crescimento. Assim, as economias avanadas devero avanar com reformas no mercado de trabalho deforma a aumentar a produtividade e repensar a dimenso do sector pblico na economia e o seu papel no investimento.Para alm disso, num contexto em que os efeitos da crise comeam agora a suavizar, as polticas econmicas futurasdevero conceder especial ateno aos efeitos das desigualdades sociais nos desenvolvimentos macroeconmicosfuturos.

  • E.E.F. Mercados Financeiros Maio 2014

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    TEMAS EM DESTAQUE

    PREVISES DO FMI PARA O CRESCIMENTO ECONMICO GLOBAL

    Lusa Teixeira Felino

    Perspectivas da Economia Mundial

    2012 2013 2014 P 2015 PPIB real (var. y/y %)

    Mundo 3.2 3.0 3.6 3.9Economias Avanadas 1.4 1.3 2.2 2.3

    EUA 2.8 1.9 2.8 3.0Zona Euro -0.7 -0.5 1.2 1.5

    Alemanha 0.9 0.5 1.7 1.6Frana 0.0 0.3 1.0 1.5Itlia -2.4 -1.9 0.6 1.1Espanha -1.6 -1.2 0.9 1.0

    Japo 1.4 1.5 1.4 1.0Reino Unido 0.3 1.8 2.9 2.5

    Economias Emergentes e Desenvolvimento 5.0 4.7 4.9 5.3Rssia 3.4 1.3 1.3 2.3China 7.7 7.7 7.5 7.3ndia 4.7 4.4 5.4 6.4Brasil 1.0 2.3 1.8 2.7Mxico 3.9 1.1 3.0 3.5frica do Sul 2.5 1.9 2.3 2.7

    Comrcio Mundial vol. bens e serv. (var. y/y, %)Volume do comrcio mundial 2.8 3.0 4.3 5.3

    ImportaesEconomias Avanadas 1.1 1.4 3.5 4.5Economias Emergentes e em Desenvolvimento 5.8 5.6 5.2 6.3

    ExportaesEconomias Avanadas 2.1 2.3 4.2 4.8Economias Emergentes e em Desenvolvimento 4.2 4.4 5.0 6.2

    Preos das Commodities USD(var. y/y, %)Petrleo 1.0 -0.9 0.1 -6.0No petrolferos -10.0 -1.2 -3.5 -3.9

    Preos do ConsumidorEconomias Avanadas 2.0 1.4 1.5 1.6Economias Emergentes e em Desenvolvimento 6.0 5.8 5.5 5.2

    Fonte: Base de dados das Naes Unidas.

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    E.E.F. Mercados Financeiros Maio 2014

    EUROPA SOB OPTIMISMO MODERADOTEMAS EM DESTAQUE

    A Comisso Europeia publicou esta semana as suas previses para 2014 e 2015, estando previsto um perodo de crescimentomoderado mas sustentvel a mdio prazo, conduzido pelo aumento da procura interna e gradual reduo da taxa dedesemprego. Tambm o aumento da confiana dos agentes econmicos pode trazer, numa perspectiva de mais longoprazo, suporte ao cenrio de recuperao, que ganhar fora ao longo do tempo. Porm, a baixa inflao, o risco para asexportaes causado pela valorizao do euro e a instabilidade externa continuam a causar incerteza.

    Neste relatrio acerca das perspectivas econmicas, a Comisso voltou a defender a sustentabilidade do processo derecuperao econmica iniciado em 2013, prevendo que, ao contrrio do que sucedeu em 2010, esta apresente um carctergeral, sublinhando que j no ltimo trimestre de 2013 apenas quatro pases da Unio registaram crescimento negativoquando um ano antes 15 estados membros encontravam-se em situao de contraco do PIB. Prev-se que apenas Crociae Chipre no mostrem crescimento em 2014 e que, em 2015, todos os 28 pases devam aumentar a actividade econmica,estando a mdia anualizada de crescimento na Unio Europeia (UE) prevista para 1.6% e 2.0%, em 2014 e 2015. Na ZonaEuro, os valores indicados so inferiores, 1.2% e 1.7%, respectivamente. De facto, apesar dos indicadores de actividade,nomeadamente os PMI por sectores, mostrarem um ritmo acelerado de aumento da actividade econmica nos pases maisafectados pela crise do euro, o crescimento continuar a ser tmido na periferia europeia e em Frana, continuando a serimpulsionado pela Alemanha e Reino Unido.

    Apesar de ser esperado que os membros mais vulnerveis da Unio continuem o processo de retoma econmica apoiadonas exportaes, a mdio prazo, a menor incerteza, os sinais crescentes de melhoria das condies do mercado de trabalhoe o esperado aumento das importaes devero levar a procura interna e o consumo a ganhar terreno face aos ganhos dabalana comercial como principal factor de crescimento. tambm esperado que o investimento, cuja diminuio acentuadarepresentou uma dos principais factores da diminuio do PIB durante a crise, continue a manter o ritmo de crescimento jiniciado no ano passado, impulsionado por melhores prognsticos de crescimento e por condies de crdito mais favorveisem grande parte dos pases da Unio.

    Segundo a Comisso, a baixa inflao, tal como a valorizao do euro e os crescentes riscos externos continuam a serfactores de preocupao. Recorde-se que em Maro a inflao na Zona Euro atingiu o valor mnimo homlogo 0.5%, recuperandopara 0.7% em Abril, no estando previsto uma diminuio abaixo destes valores, muito menos chegar a uma situao dedeflao. Mas a evoluo dos preos no deixa de ser factor de preocupao visto estar bastante abaixo do objectivo de 2%previsto pelo BCE, que entretanto reconheceu que tal valor no ser alcanado em 2015, prevendo-se que a taxa de inflaose situe em 1.2% no final do prximo ano. Embora a taxa nominal do euro esteja mais elevada do que se previa no Inverno,a Comisso assume uma estabilizao no perodo em questo. Nos riscos externos, referido o abrandamento do crescimentodas economias emergentes, nomeadamente daquelas com maior exposio s condies financeiras. So ainda apontados oaumento da incerteza relativamente ao crescimento e estabilidade financeira da China e os riscos geopolticos a propsitoda tenso surgida entre a Rssia e a Ucrnia.

    De facto, o relatrio sublinha que as economias mais desenvolvidas devero voltar a ganhar relevncia como impulsionadorasdo crescimento mundial face a uma deteriorao do potencial da economia russa j antes registada e agora agravada pelacrise na Ucrnia, tal como uma contraco do sector industrial chins. Assim, esperado que o aumento do output daseconomias avanadas, incluindo a UE, quase duplique em 2014 e continue numa trajectria de crescimento em 2015. NosEUA, apesar do mau resultado no primeiro trimestre do ano, esperado que a economia entre num ritmo de recuperaomais forte, impulsionada pelos efeitos positivos da poltica monetria, que se tem traduzido em melhoramentos notveis nomercado de trabalho e no aumento do consumo privado.

    Para Portugal, a comisso prev um crescimento do PIB de 1.2% em 2014 e 1.5% em 2015. Apesar de este crescimentocontinuar a ser principalmente gerado por aumentos nas exportaes e no investimento (que j no ltimo trimestre de 2013cresceram 5.7% e 3.3%, respectivamente), espera-se igualmente um aumento da procura interna devido aos ganhos doemprego, que se espera ao ritmo de 0.8 e 0.9p.p. durante o corrente ano e o prximo. A Comisso deu tambm parecerpositivo meta do Governo para o dfice de 4% em 2014, afirmando ainda que a meta para 2015 de 2.5% dever seratingida, enquanto que a inflao, situada em -0.4% em Maro, dever aumentar para 0.4% at ao final do ano e para 1.1%em 2015. Apesar de reconhecer o efeitos positivo das reformas estruturais at agora realizadas, a Comisso sugeriu que,face potencial instabilidade apresentada pelo mercado externo, importante para Portugal estabilizar a procura interna,reduzindo a dependncia do comportamento das exportaes de forma a criar-se um modelo mais sustentvel e assimdiminuir o risco de derrapagens.

  • E.E.F. Mercados Financeiros Maio 2014

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    EUROPA SOB OPTIMISMO MODERADO

    TEMAS EM DESTAQUE

    Pedro Miguel Mendes

    Previses Primavera 2014

    U.E. Zona Euro Portugal Espanha2014 2015 2014 2015 2014 2015 2014 2015

    PIB 1.6% 2.0% 1.2% 1.7% 1.2% 1.5% 1.1% 2.1%Consumo Privado 0.7% 0.6% 0.8% 1.3% 0.7% 0.8% 1.3% 1.6%Exportaes 4.0% 5.1% 4.0% 5.3% 5.7% 5.7% 5.5% 6.7%Importaes 3.7% 5.2% 3.8% 5.5% 4.1% 4.2% 3.4% 5.8%Taxa de Desemprego 10.5% 10.1% 11.8% 11.4% 15.4% 14.8% 25.5% 24.0%Inflao 1.0% 1.5% 0.8% 1.2% 0.4% 1.1% 0.1% 0.8%

    Irlanda Grcia Itlia Frana2014 2015 2014 2015 2014 2015 2014 2015

    PIB 1.7% 3.0% 0.6% 2.9% 0.6% 1.2% 1.0% 1.5%Consumo Privado 0.4% 0.8% -1.8% 1.6% 0.4% 0.8% 0.6% 1.2%Exportaes 2.8% 3.7% 4.1% 5.2% 3.3% 4.3% 3.1% 5.3%Importaes 2.8% 2.6% -1.2% 2.2% 2.7% 4.8% 3.1% 5.8%Taxa de Desemprego 11.4% 10.2% 26.0% 24.0% 12.8% 12.5% 10.4% 10.2%Inflao 0.6% 1.1% -0.8% 0.3% 0.7% 1.2% 1.0% 1.1%

    Alemanha Reino Unido2014 2015 2014 2015

    PIB 1.8% 2.0% 2.7% 2.5%Consumo Privado 1.5% 1.8% 2.1% 2.2%Exportaes 5.0% 5.6% 2.6% 3.2%Importaes 5.4% 6.5% 2.0% 2.8%Taxa de Desemprego 5.1% 5.1% 6.6% 6.3%Inflao 1.1% 1.4% 1.9% 2.0%Fonte: Comisso Europeia.

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    E.E.F. Mercados Financeiros Maio 2014

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    PORTUGAL - EMPREGO COM SINAL MAIS; BALANA COM SINAL MENOSECONOMIAS

    Taxa de desemprego desce no primeiro trimestre: segundo dados do Instituto Nacional de Estatstica, a taxa dedesemprego desceu no primeiro trimestre de 2014 para 15.1% comparativamente a 15.3% no ltimo trimestre de 2013 e17.5% h um ano atrs. Adicionalmente, o nmero de desempregados baixou 15% em termos homlogos e 2.5% face aotrimestre anterior; e o emprego aumentou em termos homlogos pelo segundo trimestre consecutivo, no obstante terdiminudo ligeiramente em cadeia, facto que poder reflectir factores de sazonalidade. Menos favorvel a tendncia dequeda da populao activa, que se intensificou, caindo 1.3% em termos homlogos e 1.2% em relao aos trs mesesanteriores. O recuo em termos homlogos foi mais notrio entre a populao masculina, nos indivduos com idade entre 15e 34 anos, e nos indivduos com qualificao at ao ensino bsico. O aumento do emprego verificou-se sobretudo no sectordos servios e no emprego por conta de outrem, sendo mais intenso nos contratos sem termo do que nos contratos comtermo. Esta uma indicao positiva, que eventualmente poder ser j reflexo das reformas observadas no mercado detrabalho.

    A emigrao e o desencorajamento devero explicar parcialmente a melhoria no mercado de emprego:efectivamente, a populao total continua a encolher; a faixa etria onde se regista maior queda da populao activa situa-se entre os 15 e os 34 anos, tipicamente com maior propenso para emigrar e, por outro lado, na anlise dos inactivos,verifica-se que os inactivos disponveis mas que no procuram emprego continuam a aumentar, 6.6% em termos homlogos,representando uma parcela significativa da populao: 276 mil indivduos.

    Balana externa sinaliza tendncia preocupante: a informao disponvel respeitante ao saldo da balana correntenos dois primeiros meses do ano reflecte um agravamento do respectivo dfice em 88 milhes de euros. Analisando osprincipais contributos, verifica-se uma acentuada deteriorao do dfice da balana de bens, que passou de -1001 para -1315 milhes de euros. Ora, os elementos estatsticos disponibilizados relativos ao comrcio internacional no primeirotrimestre mantm a tendncia j evidenciada, ou seja, as exportaes continuam a desacelerar, reflexo sobretudo da quedade exportaes de combustveis, menos 30% face a 2013; e as importaes continuam a aumentar (6%), sendo o materialde transporte o contribuidor principal, facto que est em linha com o acentuado crescimento de compras de automveis. Esta uma tendncia a acompanhar na medida em que pode pr em causa melhorias estruturais fundamentais. Refira-se que, emcontrapartida, o aumento das importaes de bens de capital poder ser um indcio positivo na medida em que podersinalizar retoma do investimento.

    ndices prospectivos confirmam cenrio maisfavorvel: entretanto, os indicadores compsitos calculadospelo Banco de Portugal e INE (de actividade e de confiana)mantm tendncia positiva, sustentando um cenrio maisoptimista. Se os indicadores de actividade e consumo privadoindicaram um crescimento ao ritmo mais acelerado desde 2010,o indicador de sentimento econmico alcanou um mximodesde Maio de 2008, o que sugere que a melhoria da actividadeeconmica se traduz tambm em melhores perspectivas parao futuro.

    Indicadores de sentimento e actividade econmica

    (taxa de variao homloga; ndice)

    Mercado de trabalho Jan-Mar 2014: Alguns indicadores

    (Variao homloga , milheres de individuos)

    -138.7

    -66.4

    4.2

    -30.3

    94.6

    27.7

    72.3

    -200.0

    -150.0

    -100.0

    -50.0

    0.0

    50.0

    100.0

    150.0

    Emprego Desemprego Pop. Activa Inactivos Desempreg. Hmais de 1 Ano

    Contrato semtermo*

    Contrato comtermo** emprego por conta de outrem

    Fonte: INE, BPI calc

    -4.5

    -3

    -1.5

    0

    1.5

    3

    M ar-06 M ar-08 M ar-10 M ar-12 M ar-1470

    80

    90

    100

    110

    Ind. actividade econmica Ind. sentimento (ELD)Fonte: Banco de Portugal

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    E.E.F. Mercados Financeiros Maio 2014

    PORTUGAL - EMPREGO COM SINAL MAIS; BALANA COM SINAL MENOS

    ECONOMIAS

    Importaes de bens no perodo Janeiro-Maro

    106 euros

    2013 Peso 2014 Peso tvh contributoBens industriais 4,017 29.7% 4,225 29.5% 5.2% 1.5ppBens de consumo 1,941 14.4% 2,066 14.4% 6.4% 0.9ppMaterial de trasnporte 1,340 9.9% 1,725 12.0% 28.7% 2.8ppBens de capital 1,778 13.1% 1,966 13.7% 10.6% 1.4ppCombustveis 2,618 19.4% 2,509 17.5% -4.1% -0.8ppAlimentao e bebidas 1,823 13.5% 1,841 12.8% 1.0% 0.1ppOutros 3 0.0% 3 0.0% -16.9% 0.0ppTotal 13,520 - 14,334 - 6.0% -Fonte: INE, calc. BPI.

    Importaes de bens no perodo Janeiro-Maro

    106 euros

    2013 Peso 2014 Peso tvh contributoBens industriais 3,945 34.2% 4,072 34.7% 3.2% 1.1ppBens de consumo 2,143 18.6% 2,386 20.3% 11.3% 2.1ppMaterial de trasnporte 1,783 15.4% 1,838 15.7% 3.1% 0.5ppBens de capital 1,440 12.5% 1,487 12.7% 3.3% 0.4ppCombustveis 1,141 9.9% 796 6.8% -30.3% -3.0ppAlimentao e bebidas 1,082 9.4% 1,150 9.8% 6.2% 0.6ppOutros 7 0.1% 7 0.1% -2.2% 0.0ppTotal 11,542 - 11,734 - 1.7% -Fonte: INE, calc. BPI.

    Paula Gonalves Carvalho * Nuno Andr Coelho

  • E.E.F. Mercados Financeiros Maio 2014

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    ESPANHA - PREVISES DE CRESCIMENTO REVISTAS EM ALTA

    Teresa Gil Pinheiro

    ECONOMIAS

    PIB no primeiro trimestre: A estimativa inicial indica que a economia avanou 0.4% em cadeia nos primeiros trsmeses do ano, o que poder justificar, aps a publicao do detalhe, a reviso em alta da previso do BPI para o crescimentoem 2014. A informao econmica mais recente sugere que a previso de 1% em 2014 se revela conservadora. Em Abril, osindicadores de confiana mantiveram a tendncia de recuperao em todos os sectores, com excepo do da construo queretrocedeu para nveis prximos dos observados em Janeiro; e os indicadores de actividade continuam a indicar expanso daactividade tanto no sector dos servios como da indstria. O indicador PMI compsito subiu para 56.3 em Abril, mais 2.1pontos do que um ms antes, beneficiando da acelerao da actividade no sector dos servios. Na indstria verificou-se aestabilizao do mesmo indicador em 52.7, nvel indicativo de aumento da produo. Paralelamente, observa-se uma melhoriasustentada dos indicadores relativos ao mercado de trabalho: o nmero de inscritos na segurana social tem vindo aaumentar desde Janeiro, apresentado, at Abril, uma tendncia de acelerao, e a queda do desemprego continua a acelerar.

    Reviso em alta das previses: o governo reviu as suas estimativas de crescimento para 1.2% em 2014 e para 1.8%em 2015, consideravelmente acima dos 0.5% e 0.9% estimados anteriormente. No cenrio apresentado pelo governo,destaca-se o retorno a terreno positivo do investimento, muito provavelmente beneficiando de expectativas favorveis paraa actividade do sector exportador. O facto de as condies financeiras apresentarem melhorias considerveis (os prmios derisco exigidos na dvida soberana e bancria tm vindo a diminuir, repercutindo-se nos custos do financiamento economia)e dos resultados dos inquritos aos bancos apontarem para o relaxamento das condies creditcias no crdito ao sectorempresarial no financeiro, tambm suporta melhores perspectivas para o investimento. A alterao da estimativa decrescimento de 2014 justificou a reviso da previso do dfice oramental para 5.5% do PIB, menos 0.3 pontos percentuaisdo que anteriormente. A reduo mais acentuada do dfice pblico beneficia de perspectivas mais positivas para ocomportamento da receita fiscal, nomeadamente atravs do incremento da receita relativa aos impostos sobre o consumo,mas tambm pela reduo nas despesas associadas ao pagamento de subsdios de desemprego, dados os sinais de criaode emprego.

    Emprego e crescimento

    (%)

    Indicadores de actividade apontam para expanso

    (ndice:50 = sem alterao)

    Resultados dos inquritos banca sugeremrelaxamento das condies creditcias para as ENF(ndice de difuso)

    Previses macroeconmicas (%)

    Governo OCDE CE BPI2014 2015 2014 2015 2014 2015 2014 2015

    PIB 1.2 1.8 1.0 1.5 1.1 2.1 1.0 1.8

    Consumo privado 1.4 1.8 1.0 1.0 1.3 1.6 0.5 1.5

    Consumo pblico -1.3 -1.9 -3.6 -2.5 -0.8 -0.7 -1.5 0.5

    Investimento 0.5 3.0 0.3 2.0 -1.4 4.2 0.5 3.0

    Exportaes 5.0 6.1 5.6 6.3 5.5 6.7 4.6 5.5

    Importaes 3.6 5.0 2.6 3.8 3.4 5.8 2.0 5.0

    Procura interna 0.6 1.3 -0.1 0.5 0.3 1.6 0.1 1.6

    Procura externa 0.6 0.5 1.1 1.0 0.8 0.5 0.9 0.2

    Inflao1 0.3 0.9 0.1 0.5 0.1 0.8 0.9 1.5

    Desemprego 24.9 23.3 25.4 24.4 25.5 24.0 - -

    Saldo oramental -5.5 -4.2 -5.5 -4.5 -5.6 -6.1 - -

    Saldo externo - - 1.6 2.0 1.4 1.5 - -

    Rcio dvida pblica 99.5 101.7 - - 100.2 103.8 - -

    Fonte: Gov. de Espanha, OCDE, Comisso Europeia, BPI.Nota: 1 as previses do governo so as do deflator do consumo privado.

    -8

    -6

    -4

    -2

    0

    2

    4

    6

    8

    M ar-97 Dez-99 Set-02 Jun-05 M ar-08 Dez-10 Set-13

    PIB,yoy Emprego yoy Fonte: Bloomberg

    35

    40

    45

    50

    55

    60

    Jun-11 Out-11 Fev-12 Jun-12 Out-12 Fev-13 Jun-13 Out-13 Fev-14PM I composto PM I manufacturasPM I servios Fonte: Bloomberg

    -40

    -20

    0

    20

    40

    60

    80

    100

    M ar-07 M ar-08 M ar-09 M ar-10 M ar-11 M ar-12 M ar-13 M ar-14

    nos prximos 3 meses nos ltimos 3 mesesFonte: Ecowin

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    E.E.F. Mercados Financeiros Maio 2014

    BRASIL - MANTM-SE SINAIS DE ENFRAQUECIMENTO DA ACTIVIDADE

    ECONOMIAS

    Os dados relativos actividade econmica voltaram a demonstrar um arrefecimento do crescimento econmico.A produo industrial recuou em Maro 0.5% m/m e 0.9% y/y, indicando que o crescimento registado no incio do ano tersido uma natural correco face fraca actividade no final do ano de 2013. Paralelamente, o ndice PMI para a indstriatransformadora caiu para 49.3 em Abril, encontrando-se agora abaixo da barreira dos 50 (o que indica uma contraco daactividade), que resultou de um aumento dos custos com crdito e de um aumento dos stocks. Entretanto, de acordo com orelatrio de crdito do Banco Central, o crdito total economia em Maro cresceu 13.7% y/y, face a um crescimento de14.6% y/y no ms anterior. Os dados confirmaram uma desacelerao do crescimento do crdito, que foi conduzida no spor uma moderao do crdito por parte dos bancos pblicos mas igualmente por uma falta de dinamismo dos bancosprivados, devendo esta desacelerao traduzir-se num abrandamento no consumo privado. De acordo com a mesma fonte,as taxas de juro mdias subiram para 21.1% em Maro, registando uma subida de cerca de 3 p.p. desde Maio de 2013,depois de o BCB ter iniciado o ciclo de subida das taxas de juro de referncia. Ainda assim, o crdito mal parado tem-semantido estvel no patamar dos 3%, o menor registo observado desde Maro de 2011.

    No sector externo, a conta corrente registou um dfice recorde de Usd 25 mil milhes no primeiro trimestre doano, depois de registado um dfice de USD 6.2 mil milhes em Maro, que apesar de ter abrandado face aos mesesanteriores, no ter sido suficiente para compensar a m performance registada no incio do ano. De notar contudo, que aligeira quebra do dfice em Maro foi justificada por um aumento do excedente comercial em que as exportaes cresceram11% m/m e as importaes recuaram 3% m/m. O dfice externo continuou a ser financiado por investimento directoestrangeiro que aumentou para USD 5 mil milhes em Maro, face a Usd 4 mil milhes em Fevereiro, cobrindo cerca de 80%das necessidades de financiamento exter