BPI Análise Mercados Financeiros Mar.2014

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Análise Mensal 11 de Março de 2014 Mercados Financeiros Paula Gonçalves Carvalho Agostinho Leal Alves Luisa Teixeira Felino Nuno André Coelho Teresa Gil Pinheiro REGRESSAM OS FACTORES POLÍTICOS Os sinais relativos ao andamento da economia global têm-se caracterizado por um maior grau de heterogeneidade face ao passado recente, ainda que não existam, por ora, motivos para revisões do cenário. De facto, as dúvidas sobre a robustez da expansão nos EUA, os potenciais efeitos sobre o crescimento económico (Europeu, em particular) derivados de uma eventual escalada de tensões envolvendo a Ucrânia, a Rússia e os países do Ocidente, bem como os sinais de arrefecimento que emanam das economias emergentes, constituem situações a monitorar no curto prazo. Recorda-se que o crescimento do PIB norte-americano no último trimestre de 2013 foi revisto em baixa, sendo ainda de abrandamento as expectativas para os primeiros três meses de 2014, embora esta tendência deva ter um carácter pontual. Entretanto, na China, pretende-se alcançar um ritmo de crescimento de 7.5% em 2014 e, em simultâneo, continuar a regeneração do sector financeiro, actuando sob o sistema de concessão de crédito, e reduzir o investimento em infra-estruturas, objectivos que poderão revelar-se pouco compatíveis. O sentimento de mercado permanece favorável ao euro, que viu a sua cotação face ao dólar reforçada com o resultado da reunião de Fevereiro do comité de política monetária do BCE. As perspectivas de melhoria do cenário macroeconómico na região, corroboradas pelos principais indicadores prospectivos, a estabilidade dos preços e situação externa confortável, justificam a preferência dos investidores por posições longas em euros. No curto prazo, a cotação EUR/USD deverá oscilar num intervalo largo em torno de 1.37, embora a eventual escalada das tensões geopolíticas possa reflectir-se no movimento natural de refúgio no dólar dos EUA. O Banco Central Europeu optou por não efectuar alterações nos principais instrumentos de política monetária, postura que reflecte sobretudo a melhoria registada em alguns indicadores desde a última reunião: confirma-se a expectativa de recuperação económica, a inflação estabilizou, o crédito ao sector privado aumentou, contrariando as quedas sucessivas nos últimos dois anos e, finalmente, a envolvente financeira dos países da periferia tem vindo paulatinamente a melhorar. Todos estes argumentos favorecem a atitude de manutenção das condições de política monetária de forma a não desperdiçar munições, que são já escassas. Entretanto, não se antecipa também alteração da política da Reserva Federal, na reunião de Março, devendo prosseguir a lenta redução das compras de activos. As taxas de juro de longo prazo dos activos de referência permanecem em níveis absolutos historicamente baixos: a yield de 10 anos do Bund situa-se em torno de 1.7%, enquanto as taxas da dívida americana para o mesmo prazo rondam 2.7%. Embora em termos reais o posicionamento relativo seja diferente (derivado ao diferencial de taxas de inflação nos dois países), acredita-se que esta é uma situação temporária, justificada pelo regresso de alguma incerteza política e económica. Mais tarde regressará o movimento de rotação de carteiras, em direcção a posições com maior risco. A ausência de inflação ou de perspectivas de recessão no radar dos investidores favorece o movimento de valorização dos activos bolsistas nos países desenvolvidos, pese embora a extensão do movimento de alta dos preços, que se prolonga desde inícios de 2009 nos principais índices bolsistas (designadamente, o índice de acções norte-americano S&P 500). Apesar de se estabelecerem alguns paralelos com épocas que antecederam períodos de queda expressiva das cotações, devem ressalvar-se factores que diferenciam o momento actual. Por um lado, o atraso relativo observado na performance comparativa de alguns mercados de relevo, designadamente na Europa; por outro lado, o facto da escalada de preços ter encontrado suporte sobretudo no amplo fornecimento de liquidez pelos bancos centrais, estando ainda a decorrer a lenta diversificação de carteiras a favor de activos com maior risco, espelhando a melhoria do cenário global; em terceiro lugar, as políticas económicas, designadamente a política monetária, continuando globalmente a suportar o crescimento; finalmente, depois de um período de reestruturação, ganhos de eficiência, redução de custos, as empresas encontram-se numa posição estruturalmente mais sólida, privilegiada para reforçar as suas estratégias de investimento e alimentar um ciclo global virtuoso. Todavia, uma eventual escalada das tensões políticas poderá reflectir-se num movimento temporário de correcção. Nesta publicação disponibilizamos uma análise sobre a economia brasileira, discutindo os motivos subjacentes à desapontante performance económica da maior economia da América Latina nos últimos anos. De salientar ainda a abordagem à natureza do pendor (cíclico ou estrutural) do ajustamento externo nos países periféricos do euro (com destaque para Portugal), uma nota acerca da alteração da política cambial pelas autoridades monetárias da China, bem como um breve olhar sob a economia do Reino Unido. BPI BPI BPI BPI BPI

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Análise de mercados financeiros

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ESTUDOS ECONÓMICOSE FINANCEIROS

Análise Mensal

11 de Março de 2014

Mercados Financeiros

Paula Gonçalves CarvalhoAgostinho Leal AlvesLuisa Teixeira FelinoNuno André CoelhoTeresa Gil Pinheiro

REGRESSAM OS FACTORES POLÍTICOS

Os sinais relativos ao andamento da economia global têm-se caracterizado por um maior grau

de heterogeneidade face ao passado recente, ainda que não existam, por ora, motivos pararevisões do cenário. De facto, as dúvidas sobre a robustez da expansão nos EUA, os potenciaisefeitos sobre o crescimento económico (Europeu, em particular) derivados de uma eventualescalada de tensões envolvendo a Ucrânia, a Rússia e os países do Ocidente, bem como ossinais de arrefecimento que emanam das economias emergentes, constituem situações amonitorar no curto prazo. Recorda-se que o crescimento do PIB norte-americano no últimotrimestre de 2013 foi revisto em baixa, sendo ainda de abrandamento as expectativas para osprimeiros três meses de 2014, embora esta tendência deva ter um carácter pontual. Entretanto,na China, pretende-se alcançar um ritmo de crescimento de 7.5% em 2014 e, em simultâneo,continuar a regeneração do sector financeiro, actuando sob o sistema de concessão de crédito,e reduzir o investimento em infra-estruturas, objectivos que poderão revelar-se poucocompatíveis.

O sentimento de mercado permanece favorável ao euro, que viu a sua cotação face ao dólar

reforçada com o resultado da reunião de Fevereiro do comité de política monetária do BCE. Asperspectivas de melhoria do cenário macroeconómico na região, corroboradas pelos principaisindicadores prospectivos, a estabilidade dos preços e situação externa confortável, justificam apreferência dos investidores por posições longas em euros. No curto prazo, a cotação EUR/USDdeverá oscilar num intervalo largo em torno de 1.37, embora a eventual escalada das tensõesgeopolíticas possa reflectir-se no movimento natural de refúgio no dólar dos EUA.

O Banco Central Europeu optou por não efectuar alterações nos principais instrumentos de

política monetária, postura que reflecte sobretudo a melhoria registada em alguns indicadoresdesde a última reunião: confirma-se a expectativa de recuperação económica, a inflaçãoestabilizou, o crédito ao sector privado aumentou, contrariando as quedas sucessivas nos últimosdois anos e, finalmente, a envolvente financeira dos países da periferia tem vindo paulatinamentea melhorar. Todos estes argumentos favorecem a atitude de manutenção das condições depolítica monetária de forma a não desperdiçar munições, que são já escassas. Entretanto, nãose antecipa também alteração da política da Reserva Federal, na reunião de Março, devendoprosseguir a lenta redução das compras de activos.

As taxas de juro de longo prazo dos activos de referência permanecem em níveis absolutos

historicamente baixos: a yield de 10 anos do Bund situa-se em torno de 1.7%, enquanto astaxas da dívida americana para o mesmo prazo rondam 2.7%. Embora em termos reais oposicionamento relativo seja diferente (derivado ao diferencial de taxas de inflação nos doispaíses), acredita-se que esta é uma situação temporária, justificada pelo regresso de algumaincerteza política e económica. Mais tarde regressará o movimento de rotação de carteiras, emdirecção a posições com maior risco.

A ausência de inflação ou de perspectivas de recessão no radar dos investidores favorece omovimento de valorização dos activos bolsistas nos países desenvolvidos, pese embora a extensãodo movimento de alta dos preços, que se prolonga desde inícios de 2009 nos principais índicesbolsistas (designadamente, o índice de acções norte-americano S&P 500). Apesar de seestabelecerem alguns paralelos com épocas que antecederam períodos de queda expressivadas cotações, devem ressalvar-se factores que diferenciam o momento actual. Por um lado, oatraso relativo observado na performance comparativa de alguns mercados de relevo,designadamente na Europa; por outro lado, o facto da escalada de preços ter encontradosuporte sobretudo no amplo fornecimento de liquidez pelos bancos centrais, estando ainda adecorrer a lenta diversificação de carteiras a favor de activos com maior risco, espelhando amelhoria do cenário global; em terceiro lugar, as políticas económicas, designadamente a políticamonetária, continuando globalmente a suportar o crescimento; finalmente, depois de um períodode reestruturação, ganhos de eficiência, redução de custos, as empresas encontram-se numaposição estruturalmente mais sólida, privilegiada para reforçar as suas estratégias de investimentoe alimentar um ciclo global virtuoso. Todavia, uma eventual escalada das tensões políticaspoderá reflectir-se num movimento temporário de correcção.

Nesta publicação disponibilizamos uma análise sobre a economia brasileira, discutindo os motivos

subjacentes à desapontante performance económica da maior economia da América Latina nosúltimos anos. De salientar ainda a abordagem à natureza do pendor (cíclico ou estrutural) doajustamento externo nos países periféricos do euro (com destaque para Portugal), uma notaacerca da alteração da política cambial pelas autoridades monetárias da China, bem como umbreve olhar sob a economia do Reino Unido.

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Page 2: BPI Análise Mercados Financeiros Mar.2014

REGRESSAM OS FACTORES POLÍTICOS

Os r iscos geopol í t icos intensi f icaram-serecentemente, envolvendo desta vez a Ucrânia, aRússia e o Ocidente. Não obstante alguns factoresatenuantes, em particular a redução da dependênciada Europa relativamente ao gás proveniente daRússia - que representa cerca de 30% dofornecimento, sendo menos de metade fornecidoatravés da Ucrânia - ou o facto de conjunturalmenteas necessidades de energia deverem diminuir, dadaa aproximação da Primavera, um cenário deescalada de tensões na região do Leste da Europateria consequências sérias, sobretudo pelos efeitosno retrocesso da confiança e aumento da aversãoao risco num contexto económico ainda frágil.

Para além dos factores políticos, as condiçõesclimatéricas extremas que se registaram no iníciodo ano em alguns países, com destaque para osEUA, continuam a dificultar a interpretação dosindicadores macroeconómicos, que registam valoresvoláteis e erróneos. Entre outros, recorde-se aqueda da componente do emprego do indicador deactividade nos serviços nos EUA (ISM), que recuoupara níveis que indicam redução de postos detrabalho pela primeira vez desde 2010. Ao longodo mês de Março a situação deverá clarificar-segradualmente, diluindo as dúvidas quanto àrobustez da economia norte-americana.

Num contexto de alguma volatilidade e ruídoproveniente de factores que se espera sejamconjunturais, a postura dos bancos centrais não vaisofrer alterações: o BCE deverá continuar aesforçar-se por demonstrar que suporta arecuperação económica, embora sem espaço demanobra para recurso a medidas menosconvencionais, nomeadamente quantitative easing;a Reserva Federal cont inuará a reduzirpaulatinamente as compras de activos, pois o custode interrupção seria demasiado elevado.

Neste contexto, a envolvente nos mercadosfinanceiros está dependente do evoluir da situaçãogeopolítica, sendo também relevantes os sinaisprovenientes dos EUA, confirmando a persistênciade robustez no quadro macroeconómico.

DEPARTAMENTO DEESTUDOS ECONÓMICOS E FINANCEIROS

Paula Gonçalves Carvalho Economista ChefeTeresa Gil PinheiroNuno André CoelhoLuísa Teixeira Felino

ANÁLISE TÉCNICA

Agostinho Leal Alves

Tel.: 351 21 310 11 86 Fax: 351 21 353 56 94Email: [email protected] www.bancobpi.ptwww.bpiinvestimentos.pt/Research

Page 3: BPI Análise Mercados Financeiros Mar.2014

ÍNDICEPág.

Perspectivas Globais e Principais Factores de Risco 04

Principais Mercados: Recomendações 05

TEMAS EM DESTAQUE

AJUSTAMENTO DA BALANÇA CORRENTE COM MAIOR PENDOR ESTRUTURAL 07AS PREVISÕES DE INVERNO DA COMISSÃO EUROPEIA 12UM BREVE OLHAR SOBRE O REINO UNIDO 14A POLÍTICA (CAMBIAL) CHINESA ESTÁ A MUDAR? 17

ECONOMIAS

ECONOMIA GLOBAL - FACTORES POLÍTICOS E CLIMATÉRICOS TOLDAM

PERCEPÇÕES 21PORTUGAL - BONS RESULTADOS NA MARGEM MAS CONSTRANGIMENTOS

PERMANECEM A MÉDIO PRAZO 22ESPANHA - RETORNO A CICLO DE CRESCIMENTO 23MÉXICO - CRESCIMENTO ECONÓMICO DESAPONTA EM 2013 25ANGOLA - PAUTA ADUANEIRA NECESSÁRIA MAS NÃO SUFICIENTE PARA

DESENVOLVIMENTO ANGOLANO 26MOÇAMBIQUE - ESTABILIDADE DE PREÇOS PILAR CENTRAL DO CLIMA

MACROECONÓMICO 27ÁFRICA DO SUL - NO EPICENTRO DA CRISE DOS EMERGENTES 28

MERCADOS

MERCADO CAMBIAL

O MERCADO PERMANECE LONGO EM EUROS 29ACALMOU A INSTABILIDADE NAS MOEDAS DOS EMERGENTES 30

MERCADO MONETÁRIO

ESTABILIZAÇÃO NOS PRINCIPAIS MERCADOS 31

MERCADO DE DÍVIDA PÚBLICA

NORMALIZAÇÃO ADIADA 32

MERCADOS ACCIONISTAS

BULL MARKET! 33

MERCADO DE COMMODITIES

QUANDO AS CONDIÇÕES GEOPOLÍTICAS SE JUNTAM ÀS CLIMATÉRICAS… 34

PREVISÕES

Economias DesenvolvidasMercados EmergentesPrevisões Económicas do BPI 35

Taxas de CâmbioTaxas de Juro 36

Taxas Oficiais dos Principais Bancos Centrais 37

Taxas de Câmbio dos Mercados EmergentesTaxas de Juro dos Mercados Emergentes 38

OPINIÃO

BRASIL - ANÁLISE DE CONJUNTURA 39

BASES DE DADOS 53

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pera

ção

das

econ

omia

s da

Zon

a Eu

ro.

Exis

tem

ref

orm

as e

stru

tura

is e

mcu

rso

que

deve

rão

ser

resp

onsá

veis

pel

o au

men

to d

o cr

esci

men

to p

oten

cial

em

det

erm

inad

os p

aíse

s.

. O

ritm

o e

o pr

oces

so d

e ex

pans

ão c

ontin

ua a

inda

mui

to v

acila

nte,

dep

ende

nte

dos

EUA,

que

des

acel

erar

amno

1T1

4; a

ssen

te n

o de

sem

penh

o do

s m

erca

dos

finan

ceir

os;

vuln

eráv

el à

inst

abili

dade

em

alg

uns

emer

gent

es;

depe

nden

te d

o an

dam

ento

da

econ

omia

da

Chin

a. A

cres

ce r

efer

ir o

s fa

ctor

es d

e or

dem

pol

ítica

na

Euro

pa,

com

des

taqu

e pa

ra a

ten

são

na U

crân

ia.

Cres

cem

os

rece

ios

quan

to à

s te

ndên

cias

eco

nóm

icas

na

Chin

a,on

de o

indi

cado

r PM

I da

man

ufac

tura

tem

apo

ntad

o pa

ra r

etra

cção

. Es

te é

um

dos

fac

tore

s qu

e po

derá

vir

ape

rtur

bar

o eq

uilíb

rio

e o

cená

rio

prev

isto

s pa

ra 2

014.

. Nos

pró

xim

os d

ois

anos

, o p

roce

sso

de r

etira

da d

e es

tímul

os p

ela

Rese

rva

Fede

ral p

oder

á or

igin

ar p

ertu

rbaç

ões

nos

mer

cado

s fin

ance

iros

, com

impa

cto

na e

cono

mia

rea

l e n

a co

nfia

nça

dos

agen

tes

econ

ómic

os. A

ctua

lmen

teas

exp

ecta

tivas

de

aum

ento

dos

jur

os p

elo

banc

o ce

ntra

l dos

EU

A es

tão

de a

cord

o co

m o

cal

endá

rio

suge

rido

pela

Res

erva

Fed

eral

(a

part

ir d

e m

eado

s de

201

5).

. Ri

scos

par

a o

cres

cim

ento

são

neg

ativ

os e

pre

ndem

-se

com

o e

feito

no

cons

umo

priv

ado

da s

ubid

a da

tax

ade

impo

sto

proj

ecta

da p

ara

2014

; a

ausê

ncia

de

refo

rmas

mai

s pr

ofun

das

pode

rá r

efle

ctir-

se,

mai

s ta

rde,

no

refo

rço

das

med

idas

exp

ansi

onis

tas

pelo

Ban

co d

o Ja

pão,

vis

ando

alc

ança

r a

met

a de

2%

par

a a

taxa

de

infla

ção.

. Em

sen

tido

desc

ende

nte

salie

ntam

-se

risc

os a

ssoc

iado

s à

situ

ação

na

Ucr

ânia

, dad

a a

sua

situ

ação

geo

gráf

rica

fron

teir

iça

com

paí

ses

da U

E e

a im

port

ânci

a ge

o-es

trat

égic

a e

econ

ómic

a da

reg

ião.

De

refe

rir

aind

a as

elei

ções

Eur

opei

as e

m M

aio,

com

alg

um p

oten

cial

par

a ge

rar

algu

mas

ten

sões

na

UEM

, em

bora

est

e fa

ctor

pare

ça a

ctua

lmen

te e

sbat

ido.

Em s

entid

o as

cend

ente

des

taca

-se

a po

ssib

ilida

de d

e qu

e o

inve

stim

ento

, qu

e so

freu

um

a fo

rte

qued

a de

sde

2007

, po

ssa

ter

uma

perf

orm

ance

mai

s fa

vorá

vel,

bene

ficia

ndo

da r

eduç

ão d

a in

cert

eza

e da

nec

essi

dade

de

subs

titui

ção

de e

quip

amen

tos

obso

leto

s.

. A

rápi

da r

eduç

ão d

a ta

xa d

e de

sem

preg

o no

s úl

timos

mes

es t

em c

riad

o in

cert

eza

sobr

e o

futu

ro d

a po

lític

am

onet

ária

, qu

e in

icia

lmen

te c

ondi

cion

ou a

pri

mei

ra s

ubid

a da

tax

a de

jur

o à

taxa

de

dese

mpr

ego

abai

xo d

e7%

..

Aind

a ex

iste

um

exc

esso

de

capa

cida

de i

nsta

lada

fac

e ao

s ní

veis

de

prod

ução

act

uais

ape

sar

da r

ápid

are

cupe

raçã

o do

mer

cado

de

trab

alho

. O

inv

estim

ento

em

pres

aria

l co

ntin

ua d

epri

mid

o e

cont

inua

m a

ser

nece

ssár

ias

med

idas

de

aust

erid

ade

para

con

solid

ar a

s co

ntas

púb

licas

.

. Pa

rece

est

ar a

sseg

urad

o o

regr

esso

à n

orm

aliz

ação

na

form

a de

fin

anci

amen

to d

o se

ctor

púb

lico.

Ass

im,

acu

rto

praz

o, o

s pr

inci

pais

fac

tore

s de

ris

co e

stão

rel

acio

nado

s co

m o

and

amen

to d

as e

cono

mia

s ex

tern

as e

fact

ores

de

natu

reza

pol

ítica

. .T

odav

ia, a

méd

io p

razo

, sub

sist

em im

port

ante

s co

nstr

angi

men

tos

e de

safio

s, r

elac

iona

dos

com

a n

eces

sida

dede

ref

orça

r o

pote

ncia

l de

cre

scim

ento

eco

nóm

ico

num

con

text

o de

pro

long

ado

esfo

rço

de c

onso

lidaç

ãoor

çam

enta

l, a

que

se a

lia u

m c

alen

dári

o po

lític

o po

tenc

ialm

ente

per

turb

ador

des

te e

quilí

brio

.

. R

isco

s pa

ra o

cre

scim

ento

são

neg

ativ

os e

rel

acio

nam

-se

com

a i

ncer

teza

e v

olat

ilida

de n

os m

erca

dos

finan

ceir

os e

pos

sibi

lidad

e de

red

ução

dos

flu

xos

de c

apita

is d

irec

cion

ados

par

a es

tas

econ

omia

s de

riva

da d

eum

a su

bida

das

tax

as d

e ju

ro n

as e

cono

mia

s de

senv

olvi

das.

. O

com

port

amen

to s

erá

dife

renc

iado

, de

pend

endo

das

car

acte

ríst

icas

int

ríns

ecas

de

cada

eco

nom

ia:

país

esco

m p

oliti

cas

fisca

is m

ais

cont

idas

e r

egim

es d

e in

flaçã

o an

cora

da m

ais

cred

ívei

s te

rão

mai

or c

apac

idad

e de

impl

emen

tar

polit

icas

con

tra-

cícl

icas

par

a da

r re

spos

ta a

um

a si

tuaç

ão d

e m

aior

vol

atili

dade

nos

mer

cado

sfin

ance

iros

.

. O

s ri

scos

pre

ndem

-se

prin

cipa

lmen

te c

om r

eduç

ão d

os e

stím

ulos

mon

etár

ios

da R

eser

va F

eder

al d

os E

UA,

que

pode

rá a

fect

ar n

egat

ivam

ente

os

fluxo

s de

cap

ital p

ara

as e

cono

mia

s m

ais

vuln

eráv

eis

a ch

oque

s ex

tern

os(p

rinc

ipal

men

te a

Áfr

ica

do S

ul)

desv

alor

izan

do a

s su

as m

oeda

s e

cria

ndo

inst

abili

dade

sob

re o

sis

tem

afin

ance

iro.

A r

eacç

ão d

os m

erca

dos

à re

duçã

o do

s es

tímul

os p

oder

á ta

mbé

m d

ificu

ltar

os p

lano

s pa

ra e

mis

sões

de d

ívid

a in

tern

acio

nal

em v

ário

s pa

íses

da

regi

ão.

. O

cre

scim

ento

pot

enci

al p

erm

anec

e em

mui

tos

país

es l

imita

do p

ela

ausê

ncia

de

refo

rmas

est

rutu

rais

que

reso

lvam

nec

essi

dade

s de

inf

ra-e

stru

tura

s e

rede

s ro

dovi

ária

s e

pela

bai

xa q

ualif

icaç

ão e

ele

vada

pob

reza

das

popu

laçõ

es.

Page 5: BPI Análise Mercados Financeiros Mar.2014

E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014

5

Pri

nci

pai

s R

ecom

end

açõe

s e

Fact

ores

de

Ris

co

Rec

om

end

açõ

esFa

ctor

es d

e R

isco

M.

Cam

bia

l

M.

Mon

etár

io

Div

. P

úb

.

Dív

. D

iv.

Acç

ões

Com

mod

itie

s

.O m

erca

do t

em v

indo

a r

efor

çar

as p

osiç

ões

long

as e

m e

uros

, te

ndo

mes

mo

dific

ulda

de e

m c

ontr

aria

r es

tate

ndên

cia,

mes

mo

quan

do h

á no

tícia

s m

ais

favo

ráve

is p

ara

dóla

r, lib

ra o

u fr

anco

suí

ço.

É no

tóri

o qu

e há

um

are

acçã

o se

mpr

e m

ais

opor

tuna

a n

otíc

ias

posi

tivas

par

a o

euro

, ag

ora

que

pare

ce "

cont

rola

da"

uma

poss

ível

situ

ação

de

defla

ção

na Z

ona

Euro

. Ac

resc

ente

-se

que

com

a c

rise

eur

opei

a pr

atic

amen

te u

ltrap

assa

da,

osac

tivos

em

eur

os -

sej

am e

les

acçõ

es,

com

o ob

riga

ções

(no

mea

dam

entr

e da

s ec

onom

ias

peri

féri

cas

suje

itas

a re

sgat

e) -

têm

tid

o gr

ande

pro

cura

por

par

te d

os in

vest

idor

es,

dada

os

alto

s re

ndim

ento

s qu

e pr

opor

cion

amem

ter

mos

com

para

tivos

. Ac

redi

tam

os q

ue e

sta

tend

ênci

a se

irá

man

ter,

com

o E

UR/

USD

a v

aria

r em

ter

mos

méd

ios

à vo

lta

de 1

.375

(em

bora

rec

ente

men

te o

EU

R/U

SD t

enha

reg

ista

do u

m n

ovo

máx

imo

do a

no,

1.39

15).

Por

iss

o, d

evem

-se

man

ter

posi

ções

lon

gas

em e

uros

num

a pe

rspe

ctiv

a de

cur

to/m

édio

pra

zo.

. As

tax

as E

urib

or e

stab

iliza

ram

fac

e à

tend

ênci

a de

sub

ida

regi

stad

a no

fin

al d

o an

o pa

ssad

o. P

arec

e te

rfic

ado

fora

de

ques

tão

a in

trod

ução

de

nova

s m

edid

as d

e po

lític

a m

onet

ária

, em

lin

ha c

om a

rec

uper

ação

econ

ómic

a da

zon

a eu

ro.

No

enta

nto,

as

prin

cipa

is t

axas

de

juro

dev

erão

con

tinua

r pr

óxim

as d

e ze

ro p

or u

mlo

ngo

perí

odo,

pel

o qu

e co

ntin

uam

os a

rec

omen

dar

o fin

anci

amen

to a

tax

a va

riáv

el.

. Q

uand

o se

tra

ta d

a de

cisã

o de

apl

icaç

ão d

e fu

ndos

, re

com

enda

m-s

e ap

licaç

ões

de m

édio

/lon

go-p

razo

com

o ob

ject

ivo

de a

prov

eita

r o

prém

io d

e im

obili

zaçã

o de

cap

ital (

term

pre

miu

m)

impl

ícito

nas

tax

as d

os a

ctiv

osco

m m

atur

idad

es m

ais

alar

gada

s. N

o cu

rto-

praz

o, o

s de

pósi

tos

deve

rão

cont

inua

r a

ofer

ecer

ren

tabi

lidad

esre

duzi

das,

em

fun

ção

da m

anut

ençã

o da

s ta

xas

de j

uro

prin

cipa

is e

m v

alor

es p

róxi

mos

de

zero

.

. Em

Fev

erei

ro,

as y

ield

s do

s tít

ulos

de

dívi

da s

ober

ana

man

tiver

am-s

e em

nív

eis

redu

zido

s no

s pr

inci

pais

mer

cado

s, r

efle

ctin

do m

ovim

ento

s de

fug

a pa

ra a

qua

lidad

e nu

m p

erío

do d

e m

aior

ins

tabi

lidad

e po

lític

a em

dive

rsas

eco

nom

ias

emer

gent

es.

A c

ondu

ção

da p

olít

ica

mon

etár

ia n

os p

rinc

ipai

s bl

ocos

eco

nóm

icos

epe

rspe

ctiv

as d

e qu

e a

infla

ção

man

ter-

se-á

em

nív

eis

redu

zido

s ap

onta

m p

ara

que

o m

ovim

ento

de

subi

dada

s yi

elds

se

reve

le le

nto.

Con

tudo

, num

cen

ário

de

reto

ma,

o c

enár

io m

ais

prov

ável

con

tinua

a s

er p

enal

izad

orpa

ra e

ste

mer

cado

, já

que

se

espe

ra a

que

da g

radu

al d

os p

reço

s. N

os p

aíse

s da

per

iferi

a da

zon

a eu

ro,

ospr

émio

s de

ris

co c

ontin

uarã

o a

estr

eita

r, tr

aduz

indo

ava

nços

na

corr

ecçã

o de

des

equi

líbri

os.

. Em

201

4, o

mer

cado

de

dívi

da d

iver

sa a

inda

ben

efic

iará

de

baix

as t

axas

de

juro

e f

orta

leci

men

to d

osba

lanç

os d

as e

mpr

esas

. N

um c

enár

io m

ais

posi

tivo

para

o c

resc

imen

to e

mar

cado

por

red

ução

da

ince

rtez

a,an

teci

pa-s

e um

aum

ento

da

activ

idad

e na

áre

a da

s fu

sões

e a

quis

içõe

s, d

ando

sup

orte

ao

mer

cado

. O

sac

tivo

s co

m m

enor

qua

lidad

e de

verã

o co

ntin

uar

a be

nefic

iar

da p

rocu

ra d

e re

ntab

ilida

de p

or p

arte

dos

inve

stid

ores

, m

as o

ritm

o de

em

issõ

es d

ever

á ab

rand

ar f

ace

a 20

13,

já q

ue o

s pr

eços

pra

ticad

os s

e tê

mvi

ndo

a re

duzi

r e

o ri

sco

de i

ncum

prim

ento

a a

umen

tar.

. D

epoi

s do

ano

de

2013

, co

m v

alor

izaç

ões

bols

ista

s ex

pres

siva

s, e

sper

a-se

um

ano

pos

itivo

em

201

4, m

asm

ais

mod

erad

o. P

ara

além

do

fulg

or i

nici

al d

a no

rmal

rec

ompo

siçã

o da

s ca

rtei

ras

por

inst

ituci

onai

s e

fund

ospr

ivad

os,

o am

bien

te e

conó

mic

o-fin

ance

iro

mos

tra-

se a

gora

ren

ovad

o co

m b

oas

expe

ctat

ivas

fut

uras

. A

Euro

pa,

em p

artic

ular

, te

m u

m p

oten

cial

de

cres

cim

ento

sup

erio

r de

vido

ao

fact

o de

a m

aior

ia d

os s

eus

índi

ces

aind

a es

tar

long

e de

anu

lar

as c

rise

s bo

lsis

tas

de 2

008

e de

200

0. D

evem

-se

priv

ilegi

ar s

ecto

res

que

sofr

eram

sig

nific

ativ

as r

eest

rutu

raçõ

es n

os ú

ltim

os d

ois

anos

e/o

u qu

e ap

rese

ntam

pre

sent

emen

te u

mim

port

ante

pla

no d

e in

vest

imen

to p

ara

2014

e a

nos

vind

ouro

s, a

brin

do p

ersp

ectiv

as d

e m

ais

cres

cim

ento

:te

cnol

ógic

as,

indú

stri

as,

finan

ceira

s, s

aúde

, m

ater

iais

e u

tiliti

es.

Vári

os a

spec

tos

conc

orre

m p

ara

uma

rela

tiva

esta

bilid

ade

dos

preç

os e

m 2

014:

o m

undo

terá

um

a pe

rfor

man

ceec

onóm

ica

mel

hor,

mas

não

tão

cat

egór

ica

com

o se

pre

via

há a

lgun

s m

eses

atr

ás,

nom

eada

men

te a

o ní

vel

das

econ

omia

s em

erge

ntes

; a

não

exis

tênc

ia d

e si

gnifi

cativ

os c

onst

rang

imen

tos

do l

ado

da o

fert

a, h

aven

dom

esm

o um

a pe

rspe

ctiv

a de

abu

ndân

cia,

ret

iram

pre

ssão

de

subi

da d

e pr

eços

.

.No

dóla

r, ex

iste

m a

spec

tos

que

pode

rão

pesa

r ne

gativ

amen

te:

men

or e

ntra

da d

e ca

pita

is e

xter

nos

nos

activ

osno

rte-

amer

ican

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E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014

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E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014

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AJUSTAMENTO DA BALANÇA CORRENTE COM MAIOR PENDOR ESTRUTURAL

TEMAS EM DESTAQUE

Artigos publicados pelo BCE, Comissão Europeia e Bundesbank apontam para que a correcção dos desequilíbrios externosnas economias da periferia da UEM reflicta, principalmente, alterações estruturais nas respectivas economias, o que lhespermitirá, num ciclo de crescimento, evitar a deterioração dos défices externos para níveis idênticos aos observados noperíodo pré-crise. Os factores que suportam esta perspectiva relacionam-se com o facto da queda verificada nas importaçõesestar relacionada com uma redução mais sustentada da procura interna, à alteração dos preços relativos a favor dos benstransaccionáveis e reforço das exportações num período em que o crescimento global foi menos acentuado e em que osprincipais parceiros comerciais se encontravam, também, em fase de ajustamento.

Desde 2008 os défices das balanças correntes dos países da periferia europeia têm vindo a reduzir-se. Em Portugal, osaldo da conta corrente melhorou 15.1 pontos percentuais (pp), passando de um défice de 12.6% do PIB em 2008 para umsuperavit de 2.5% do PIB no terceiro trimestre de 2013. De acordo com a informação disponível no Eurostat, esta melhoriaresultou essencialmente da melhoria da balança comercial de bens e serviços, cujo saldo em percentagem do PIB passou de-9.6% em 2008 para +3.6% no 3T13. Esta evolução reflecte o efeito da queda da procura interna nas importações, as quaisrepresentavam cerca de 39% do PIB em Setembro de 2013, claramente abaixo do nível observado em 2008 (43%), massobretudo por via do aumento das exportações no PIB para próximo dos 43%, o que compara com 33% em 2008.

Índice de competitividade harmonizado com baseno deflator do PIB(1T99=100)

Movimentos idênticos foram, observados nos saldos das contas correntes dos restantes países da periferia: na Irlanda amelhoria foi de 13.7 pp, em Espanha foi de 11.3 pp e na Grécia foi de 25.2 pp. Neste último país, o ajustamento concentrou-se essencialmente em 2013, estando associado à melhoria da balança de serviços resultante do aumento de 14% nasentradas relacionados com o sector do turismo que representa 63% do total das exportações de serviços e 42% dasexportações totais (em Portugal, o peso do turismo é consideravelmente mais baixo: 54% e 19%, respectivamente, evidenciandomaior diversificação).

Tendo por base a análise dos indicadores de competitividade harmonizados (ICH)1 calculados pelo BCE verifica-se umamelhoria generalizada da competitividade nestas economias. O ICH calculado com base no deflator do PIB, que se baseia nastrocas comerciais intra e extra área do euro, melhorou cerca de 12% entre o segundo trimestre de 2008 e o terceirotrimestre de 2013 no conjunto dos países que formam o euro, variando entre aproximadamente 17% na Irlanda, 10% emEspanha e 4% em Portugal e Grécia. Da mesma forma, observou-se uma melhoria da competitividade com base nos custosunitários do trabalho para o total da economia. Neste caso, no conjunto da zona euro, a melhoria foi de 11.5% no mesmoperíodo, verificando-se da mesma forma um forte contributo da Irlanda, onde a competitividade com base nos custos dotrabalho melhorou 25%; 23% na Grécia; em Espanha a melhoria foi de 18% e em Portugal 8.5%. Note-se contudo que estasvariações escondem pontos de partida (e necessidades de ajustamento) diferentes. Como é visível graficamente, sobretudoIrlanda, mas também Espanha registaram incrementos consideráveis nos respectivos índices deflacionados pelos custoslaborais no período pré-crise, indicando uma perda de competitividade naquele período. Na Irlanda entre o primeiro trimestrede 1999 e Setembro de 2007 (pico) a perda acumulada de competitividade com base nos custos do trabalho foi de 30%, oque corresponde a uma perda média anual de 3.75%; enquanto em Espanha e Portugal a perca acumulada entre Março de1999 e Junho de 2008 (pico) foi de 18.7% e 10.5%, respectivamente, o que corresponde uma perda média anual de 2.1%e 1.2%, respectivamente. Comportamento idêntico foi observado na deterioração dos índices de competitividade baseadosno deflator do PIB, que entre Março de 1999 e os respectivos pontos mais altos se deteriorou em termos médios anuais entre2.5% e 2.9% na Irlanda, Espanha e Grécia e apenas 0.8% em Portugal.

1Nota metodológica do Banco de Portugal: Os ICH baseados nos deflatores do PIB e custos unitários do trabalho são compilados face os outros 16 países da área do euro e ao grupo de20 parceiros comerciais, o qual inclui os 10 Estados-Membros da UE não pertencentes à área do euro, a Austrália, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, Hong Kong, Japão,Noruega, Singapura e Suíça. Adicionalmente, os ICH baseados em preços no consumidor são calculados face aos outros 16 países da área do euro e ao grupo de 40 parceiros comerciais,o qual inclui o grupo de 20 países, bem como a África do Sul, Algéria, Argentina, Brasil, Chile, Croácia, Filipinas, Índia, Indonésia, Islândia, Israel, Malásia, Marrocos, México, NovaZelândia, Rússia, Tailândia, Taiwan, Turquia e Venezuela.

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IE GR ES PTFonte: Eurostat

Conta corrente em % do PIB

(%PIB)

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DE IE EL ES PT2000 2008 Set-13

Fonte: Eurostat

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E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014

TEMAS EM DESTAQUE

AJUSTAMENTO DA BALANÇA CORRENTE COM MAIOR PENDOR ESTRUTURAL

Taxa de cambio efectiva real deflacionada pelo IPC

(1T99=100)

Índice de competitividade harmonizado com basenos CUT(1T99=100)

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IE GR ES PTFonte: Eurostat

A par dos ajustamentos internos, a competitividade destas economias beneficiou também da depreciação do euro. EntreJunho de 2008 e Janeiro de 2014, a taxa de câmbio real efectiva do euro no conjunto da zona euro tinha caído 8.7%. No casodos países da periferia, no mesmo período, as respectivas taxas de câmbio efectivas reais tinham caído 14% na Irlanda e3.6% em Espanha e Portugal.

Para além dos ajustamentos visíveis nos indicadores de competitividade, existem também sinais de maiorrealocação dos factores produtivos a sectores com maior componente exportadora. Neste campo, o Bundesbanksalienta o facto de na Irlanda 50% da queda do emprego ser explicada pela queda do emprego no sector daconstrução, enquanto que em Espanha, Portugal e Itália, a queda do emprego neste sector explica 2/5 da queda doemprego total.

De salientar também as conclusões do BCE2, que apontam para um maior enfoque dos factores estruturais nacorrecção do desequilíbrios externos destas economias. O documento refere que entre 2008 e 2012, o PIB real naIrlanda, Espanha e Portugal contraiu cerca de 5% e cerca de 20% no caso da Grécia. No entanto, apenas partedestas quedas reflectem um aumento significativo do output gap. No caso da Grécia, o outupt gap alargou entre14-19 pontos percentuais enquanto que o PIB potencial apenas caiu 6% entre 2008 e 2012. Da mesma forma, nasoutras economias o crescimento potencial do PIB diminuiu ou ficou aquém do crescimento do PIB potencial mundial,indicando que parte significativa da queda da procura interna destas economias se deve à queda do seu PIBpotencial, sugerindo também que o ajustamento dos saldos das contas externas é de natureza não-ciclica. Odocumento refere o cálculo das componentes cíclica e não-cíclica do ajustamento com base num modelo que temem conta factores cíclicos como o output gap de um país face ao outut gap mundial e factores não-cíclicos como osdemográficos, crescimento potencial no médio prazo e ajustamento fiscal cíclico. Com base neste modelo, o documentoaponta para que os factores cíclicos expliquem menos de metade do ajustamento nas economias da periferia, comexcepção do caso grego. Os resultados apresentados indicam que o contributo da componente cíclica associada àredução dos saldos das contas correntes variará entre aproximadamente 0.5 pp e 2pp, no caso de Portugal; 2pp-4pp no caso de Espanha; 0-4 pp na Irlanda e 6pp-7pp na Grécia. Os intervalos apresentados são aproximados evariam dependendo de nos cálculos terem sido utilizadas as estimativas para o output gap da Comissão Europeia,FMI ou OCDE.

Por seu turno, os resultados apresentados pela Comissão Europeia3, que incidem no período entre 2007-2013, têmpor base um modelo que compara os output gap de cada uma das economias e dos seus principais parceiros comerciaise indicadores de competitividade preço e não-preço. Os resultados apresentados resumem-se no quadro seguinte,destacando-se o facto de em Portugal a melhoria de 9.9 pontos percentuais do saldo da conta corrente ter um carizestrutural (ou seja, mais de 90% da melhoria é explicada por factores não-cíclicos), o que compara com 9.6 pp na Gréciae 9.8 pp em Espanha. Na Irlanda o resultado é bastante melhor: 12.9 pp.

2 Boletim mensal de Janeiro de 2014.3 Previsões de Inverno 2014.

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IE GR ES PT Fonte: Eurostat

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TEMAS EM DESTAQUE

AJUSTAMENTO DA BALANÇA CORRENTE COM MAIOR PENDOR ESTRUTURAL

Apesar das diferenças nos resultados apresentados, resultante de diferentes metodologias utilizadas, estes apontamtodos na mesma direcção, ou seja, que grande parte da correcção dos saldos externos tem carácter estrutural,estando por isso estes países mais protegidos do retorno a situações de desequilíbrio externo excessivo emperíodos de maior expansão económica. No entanto, importa ter presente que os modelos partem da hipótese de que asalterações observadas nas procuras internas destas economias são permanentes, considerando, por isso, a redução permanentedo emprego, do rendimento disponível dos agentes económicos e do crescimento potencial destas economias. Neste sentido,será importante reforçar os processos reformistas em vigor nestas economias que permitam a consolidação das melhorias decompetitividade já realizados, favorecendo os sectores exportadores, a par de uma alteração do tecido produtivo que facilitea substituição de parte das importações por produção interna. Neste capítulo terá um papel importante a criação de condiçõesfavoráveis para a expansão do investimento em sectores transaccionáveis.

O ajustamento da balança corrente versus o seu ajustamento cícliclo (% do PIB)

Saldo da conta corrente Saldo da conta corrente ajustado da componente cíclica2007 2009 2011 2013 Var. 07-13 2007 2009 2011 2013 Var. 07-13

BE 3.9 0.7 0.5 0.1 -3.9 3.9 2.4 1.3 0.4 -3.4

BG -25.2 -9.0 0.1 2.0 27.3 -20.8 -8.3 0.0 2.8 23.7

CZ -5.1 -3.3 -3.5 -2.4 2.8 -2.0 -1.8 -3.0 -3.7 -1.8

DK 1.4 3.4 5.9 7.0 5.6 2.1 2.8 4.1 4.9 2.8

DE 7.5 6.1 6.3 7.0 -0.5 6.7 5.7 7.6 7.8 1.1

EE -15.7 4.0 0.3 -2.1 13.6 -6.5 0.0 3.1 2.1 8.6

IE -5.5 -2.3 1.2 7.0 12.5 -4.4 -3.2 1.4 8.5 12.9

EL -17.6 -14.4 -11.7 -2.3 15.3 -16.8 -14.1 -15.8 -7.2 9.6

ES -10 -4.8 -4 1.1 11.1 -10.0 -5.2 -5.6 -0.2 9.8

FR -1.4 -1.8 -2.5 -1.9 -0.6 -1.2 -1.6 -2.5 -2.3 -1.1

HR -6.9 -4.5 -1.1 0.8 7.7 -5.3 -4.0 -1.7 0.8 6.1

IT -1.3 -2.0 -3.1 0.9 2.2 -1.0 -2.1 -3.2 -0.1 0.9

CY -11.6 -10.7 -3.5 -1.7 9.9 -11.2 -9.0 -1.6 -1.4 9.9

LV -22.4 8.6 -2.3 -1.6 20.8 -14.1 3.4 -7.4 -0.1 14

LT -15 2.1 -3.9 0.1 15.1 -8.2 -2.4 -6.7 1.7 9.9

LU 10.1 7.3 6.6 6.4 -3.6 12.9 5.6 5.8 6.2 -6.7

HU -7.4 -0.1 0.6 2.9 10.3 -7.1 -1.5 -1.3 1.4 8.5

MT -4 -8.9 -1 1.7 5.7 -4.8 -6.6 0.5 4.2 9.0

NL 8.4 3.2 7.4 9.2 0.8 7.5 4.4 7.4 7.8 0.3

AT 4 2.7 1.5 2.9 -1.1 3.3 3.2 2.1 3.7 0.5

PL -6.1 -3.1 -4.5 -1.6 4.5 -6.1 -0.5 -3.5 -1.5 4.6

PT -10.2 -10.8 -7.2 0.4 10.6 -10.7 -10.7 -7.5 -0.8 9.9

RO -13.6 -4.2 -4.5 -1.0 12.6 -10.8 -2.5 -5.1 -0.4 10.3

SI -4.6 -0.4 0.2 4.9 9.5 -1.3 -1.1 -0.7 3.3 4.6

SK -5.6 -2.5 -2.6 2.0 7.7 0.1 -0.9 -3.8 0.1 0.0

FI 4.2 2.0 -1.5 -0.2 -4.4 5.3 0.8 -1.6 -1.6 -6.9

SE 8.6 6.9 6.2 6.2 -2.3 8.4 5.7 6.8 6.3 -2.1

UK -2.2 -1.4 -1.5 -3.8 -1.6 -2.0 -2.3 -2.7 -4.1 -2.1

Fonte: Comissão Europeia.

Page 10: BPI Análise Mercados Financeiros Mar.2014

10

E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014

Balança de bens e serviços

Saldo Crédito DébitoDE IE EL ES IT PT DE IE EL ES IT PT DE IE EL ES IT PT

2000 0.1 12.7 -9.6 -3.1 1.0 -11.2 33.3 96.2 23.2 29.0 26.9 29.1 33.2 83.6 32.8 32.0 25.9 40.3

2008 6.3 8.9 -11.6 -5.5 -0.6 -9.6 48.3 82.7 23.1 26.7 28.5 33.2 42.0 73.7 34.7 32.2 29.1 42.7

2012 6.0 24.2 -2.3 1.1 1.1 -0.1 51.8 107.5 25.6 32.8 30.1 39.1 45.8 83.3 27.9 31.7 29.1 39.2

3T13 5.2 26.2 8.3 4.4 3.2 3.6 49.1 104.3 35.5 36.8 31.1 42.8 43.9 78.2 27.2 32.4 28.0 39.3

Var 2008-2012 -0.3 15.3 9.3 6.6 1.7 9.5 3.5 24.8 2.5 6.1 1.6 5.9 3.8 9.6 -6.8 -0.5 0.0 -3.5

Var 2008-3T13 -1.1 17.3 19.9 9.9 3.8 13.2 0.8 21.6 12.4 10.1 2.6 9.6 1.9 4.5 -7.5 0.2 -1.1 -3.4

Balança de bens

Saldo Crédito DébitoDE IE EL ES IT PT DE IE EL ES IT PT DE IE EL ES IT PT

2000 3.0 25.8 -15.9 -6.4 0.9 -12.9 28.9 75.7 8.0 19.9 21.8 21.4 25.9 49.9 23.9 26.3 20.9 34.3

2008 7.3 13.2 -18.9 -7.9 -0.1 -13.4 41.2 45.0 8.5 17.7 23.5 22.8 33.9 31.7 27.4 25.6 23.6 36.2

2012 6.7 22.2 -10.1 -2.5 1.1 -5.4 43.9 52.4 11.4 22.4 24.9 27.5 37.2 30.2 21.5 24.9 23.8 32.9

3T13 6.6 21.2 -9.5 -1.7 2.5 -5.0 41.1 48.7 11.9 23.6 24.5 27.7 34.5 27.6 21.4 25.3 22.1 32.8

Var 2008-2012 -0.6 9.0 8.8 5.4 1.2 8.0 2.7 7.4 2.9 4.7 1.4 4.7 3.3 -1.5 -5.9 -0.7 0.2 -3.3

Var 2008-3T13 -0.7 8.0 9.4 6.2 2.6 8.4 -0.1 3.7 3.4 5.9 1.0 4.9 0.6 -4.1 -6.0 -0.3 -1.5 -3.4

Balança de serviços

Saldo Crédito DébitoDE IE EL ES IT PT DE IE EL ES IT PT DE IE EL ES IT PT

2000 -2.9 -13.1 6.3 3.3 0.1 1.7 4.4 20.5 15.2 9.1 5.1 7.7 7.3 33.7 8.9 5.7 5.0 6.0

2008 -1.0 -4.3 7.3 2.4 -0.5 3.8 7.1 37.7 14.6 9.0 5.0 10.4 8.1 42.0 7.3 6.6 5.5 6.5

2012 -0.7 2.0 7.8 3.6 0.0 5.3 7.9 55.1 14.2 10.4 5.2 11.6 8.6 53.1 6.4 6.8 5.3 6.3

3T13 -1.4 5.0 17.8 6.1 0.7 8.6 8.0 55.6 23.6 13.2 6.6 15.1 9.4 50.6 5.8 7.1 5.9 6.5

Var 2008-2012 0.3 6.3 0.5 1.2 0.5 1.5 0.8 17.4 -0.4 1.4 0.2 1.2 0.5 11.1 -0.9 0.2 -0.2 -0.2

Var 2008-3T13 -0.4 9.3 10.5 3.7 1.2 4.8 0.9 17.9 9.0 4.2 1.6 4.7 1.3 8.6 -1.5 0.5 0.4 0.0

Outros items

Saldo Crédito DébitoDE IE EL ES IT PT DE IE EL ES IT PT DE IE EL ES IT PT

2000 -1.8 -13.1 1.8 -0.9 -1.2 0.9 6.4 32.9 6.4 5.2 5.2 8.8 8.2 45.9 4.5 6.2 6.4 7.9

2008 -0.1 -14.5 -3.3 -4.1 -2.3 -3.0 8.5 49.7 5.3 6.5 5.8 10.9 8.6 64.3 8.7 10.6 8.0 14.1

2012 1.0 -19.8 -0.1 -2.2 -1.5 -1.9 8.1 38.3 4.6 5.7 4.7 9.2 7.1 58.0 4.7 7.9 6.1 11.1

3T13 1.1 -18.1 2.0 -2.7 -1.8 -1.1 7.5 34.6 6.9 4.6 4.4 8.6 6.4 52.6 5.0 7.4 6.0 9.6

Var 2008-20121.1 -5.3 3.2 1.9 0.8 1.1 -0.4 -11.4 -0.7 -0.8 -1.1 -1.7 -1.5 -6.3 -4.0 -2.7 -1.9 -3.0

Var 2008-3T131.2 -3.6 5.3 1.4 0.5 1.9 -1.0 -15.1 1.6 -1.9 -1.4 -2.3 -2.2 -11.7 -3.7 -3.2 -2.0 -4.5

FFonte: Eurostat, Cálc. BPI.

TEMAS EM DESTAQUE

AJUSTAMENTO DA BALANÇA CORRENTE COM MAIOR PENDOR ESTRUTURAL

Conta corrente em % do PIB

Saldo Crédito DébitoDE IE EL ES IT PT DE IE EL ES IT PT DE IE EL ES IT PT

2000 -1.7 -0.4 -7.8 -4.0 -0.2 -10.3 39.7 129.1 29.6 34.2 32.1 37.9 41.4 129.5 37.3 38.2 32.3 48.2

2008 6.2 -5.6 -14.9 -9.6 -2.9 -12.6 56.8 132.4 28.4 33.2 34.3 44.1 50.6 138.0 43.4 42.8 37.1 56.8

2012 7.0 4.4 -2.4 -1.1 -0.4 -2.0 59.9 145.8 30.2 38.5 34.8 48.3 52.9 141.3 32.6 39.6 35.2 50.3

3T13 6.3 8.1 10.3 1.7 1.4 2.5 56.6 138.9 42.4 41.4 35.5 51.4 50.3 130.8 32.2 39.8 34.0 48.9

Var 2008-2012 0.8 10.0 12.5 8.5 2.5 10.6 3.1 13.4 1.8 5.3 0.5 4.2 2.3 3.3 -10.8 -3.2 -1.9 -6.5

Var 2008-3T13 0.1 13.7 25.2 11.3 4.3 15.1 -0.2 6.5 14.0 8.2 1.2 7.3 -0.3 -7.2 -11.2 -3.0 -3.1 -7.9

Page 11: BPI Análise Mercados Financeiros Mar.2014

E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014

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TEMAS EM DESTAQUE

AJUSTAMENTO DA BALANÇA CORRENTE COM MAIOR PENDOR ESTRUTURAL

Estrutura da balança comercial

Grécia IrlandaExport. Import. Export. Import.

Bens (2012, milhões usd) 35,479 63,164 Bens (2012, milhões usd) 117,227 62,768

Prod. Agricolas 19.4% 13.4% Prod. Agricolas 10.8% 14.4%

Combust., prod. minerais 46.0% 40.3% Combust., prod. minerais 3.6% 16.1%

Manufacturas 32.3% 46.3% Manufacturas 84.7% 65.0%

Principais destinos Principais origens Principais destinos Principais origens

UE27 43.0% UE27 45.0% UE27 59.1% UE27 58.9%

Turquia 10.8% Rússia 12.4% EUA 19.8% EUA 13.0%

EUA 3.8% Arábia Saudita 5.5% Suíça 5.5% China 5.6%

Macedónia 3.0% China 4.7% Japão 2.3% Suíça 2.0%

Líbia 2.9% Rep. Coreia 3.9% China 1.7% Noruega 1.9%

Outros 6.1% 0.5% Outros 0.5% Outros 2.0%

Servi. com. (3T13, milhões euros) 11,484 2,830 Serv. com. (3T13, milhões euros) 23,510 21,401

Transportes 18.7% 11.0% Transportes 3.2% 1.2%

Turismo 42.2% 4.0% Turismo 2.7% 5.2%

Outros 39.1% 85.1% Outros 94.0% 93.6%

Portugal Espanha

Export. Import. Export. Import.

Bens (2012, milhões usd) 58,328 72,216 Bens (2012, milhões usd) 293,939 334,790

Prod. Agricolas 13.7% 17.0% Prod. Agricolas 16.8% 12.3%

Combust., prod. minerais 11.3% 23.4% Combust., prod. minerais 13.3% 27.7%

Manufacturas 73.2% 59.5% Manufacturas 67.1% 59.2%

Principais destinos Principais origens Principais destinos Principais origens

UE27 69.8% UE27 64.2% UE27 61.1% UE27 49.1%

Angola 6.6% China 4.7% EUA 4.1% China 7.0%

EUA 4.1% Angola 3.2% Marrocos 2.4% EUA 3.9%

China 1.7% Argélia 2.6% Turquia 2.1% Rússia 3.2%

Brasil 1.5% Brasil 2.5% Suíça 2.1 Nigéria 2.8%

Outros 2.8% Outros 0.0% Outros 3.7 Outros 0.0%

Serv. com. (3T13, milhões euros) 6,363 2737 Serv. com. (3T13, milhões euros) 32,735 17,590

Transportes 8.4% 5.3% Transportes 5.0% 5.1%

Turismo 19.2% 4.9% Turismo 18.6% 4.9%

Outros 72.5% 89.7% Outros 76.4% 90.0%

Fonte: WTO, Eurostat, calc. BPI.

Teresa Gil Pinheiro

Page 12: BPI Análise Mercados Financeiros Mar.2014

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E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014

Após ter praticamente estagnado em 2013, os países da União Europeia avançarão 1.5% este ano e 2% no próximo,beneficiando de desempenhos mais favoráveis do Reino Unido e da Alemanha. Nos países do euro, a expansão da economiaquedar-se-á pelos 1.2% em 2014, acelerando para 1.8% em 2015. Os riscos estão mais balanceados, mas ainda comalgum pendor descendente.

A retoma revelar-se-á frágil, mas os contributos das diversas componentes serão mais balanceados. Após dois anos decontracção resultante da necessidade de reduzir os níveis endividamento público e privado, da fragmentação dos mercadosfinanceiros e do elevado grau de incerteza, as perspectivas são de reforço da procura interna. A melhoria de alguns daquelesdesequilíbrios e a redução da incerteza política em 2013 face a 2011-12 surge como fundamental na melhoria da actividadeinterna da zona euro, com especial impacto no investimento. Ainda assim, no campo da política europeia, são necessáriosavanços adicionais para que se consolide um sentimento mais benigno que beneficie a actividade produtiva, principal motorda retoma.

AS PREVISÕES DE INVERNO DA COMISSÃO EUROPEIA

TEMAS EM DESTAQUE

Previsões da Comissão Europeia

(%)

PIB Inflação Desemprego2013 2014 2015 2013 2014 2015 2013 2014 2015

Alemanha 0.4 1.8 2.0 1.6 1.4 1.4 5.3 5.2 5.1

França 0.3 1.0 1.7 1.0 1.2 1.2 10.8 11.0 11.0

Itália -1.9 0.6 1.2 1.3 0.9 1.3 12.2 12.6 12.4

Espanha -1.2 1.0 1.7 1.5 0.3 0.9 26.4 25.7 24.6

Portugal -1.6 0.8 1.5 0.4 0.8 1.2 16.5 16.8 16.5

Irlanda 0.3 1.8 2.9 0.5 0.8 1.1 13.1 11.9 11.2

Grécia -3.7 0.6 2.9 -0.9 -0.6 0.2 27.3 26.0 24.0

Zona euro -0.4 1.2 1.8 1.4 1.0 1.3 12.1 12.0 11.7

Reino Unido 1.9 2.5 2.4 2.6 2.0 2.0 7.6 6.8 6.5

EU 0.1 1.5 2.0 1.5 1.2 1.5 10.9 10.7 10.4

Mundo 2.9 3.6 3.9

Fonte: CE.

Tanto o consumo privado como o investimento apresentarão ritmos de crescimento positivos nos anos 2014-15; antecipando-se também uma ligeira aceleração do consumo público, reflectindo o retorno da política fiscal a um cariz mais neutral. Nazona euro, o consumo privado deverá avançar 0.7% este ano e 1.4% no próximo, beneficiando da estabilização/ligeiroaumento do rendimento disponível associado à permanência da inflação em níveis reduzidos e dada a perspectiva de que opendor da política fiscal seja menos restritivo. Também um panorama mais positivo para a evolução do emprego, sugereaumento da confiança e maior propensão para o consumo. Importa, no entanto, ter presente que a expansão do consumoserá sempre moderada e apresentará divergências entre os vários membros do euro. Os avanços esperados para o investimento- +2.3% em 2014 e +3.6% em 2015 - beneficiarão essencialmente da expansão do investimento em bens de equipamento;o investimento em construção continuará a limitar a amplitude de crescimento das despesas de capital. Note-se que em2013, o investimento representava cerca de 19% do PIB, muito abaixo dos 21% observados no início da década 2000,reflectindo em grande parte a contracção do investimento em construção nas economias onde se tinham formado bolhas nossectores imobiliários, nomeadamente, Irlanda e Espanha.

O contributo da procura externa será ligeiramente positivo, mas no conjunto da zona euro, assistir-se-á à aceleração doritmo de crescimento das importações, possivelmente associado ao melhor cenário para o investimento. A envolvente externaserá um factor favorável para a expansão da actividade na União Europeia. Com efeito, a CE estima que o mundo, depois deter crescido 2.9% em 2013, avançará 3.6% em 2014 e 3.9% em 2015; excluindo a EU, o crescimento global será de 4% e4.5% em 2014 -15. Nas economias mais fragilizadas, espera-se que se mantenha um movimento de correcção das contasexternas, assentes essencialmente na expansão das exportações de bens e serviços. Neste capítulo, referem-se as boasposições das economias ibéricas, cujo ajustamento dos défices externos apresentam um pendor estrutural mais acentuadodo que o factor cíclico associado à contracção da procura interna.

Segundo o documento, a banca continua a enfrentar importantes desafios, apesar dos progressos já conseguidos. Defacto ao longo do último ano, observou-se a redução da dependência do Banco Central Europeu, evidente, por exemplo, naamortização antecipada de cerca de metade do montante tomado nas operações de cedência de liquidez do BCE com prazomais longo (3 anos), e a maior dependência de fontes de financiamento mais estáveis, como são os depósitos. Todavia, acapacidade de gerar lucros continua sob pressão num ambiente em que as margens financeiras se encontram muitocomprimidas. Este ano um importante desafio para a banca prende-se com a revisão dos critérios de avaliação da qualidadedos activos e a realização dos stress tests.

Page 13: BPI Análise Mercados Financeiros Mar.2014

E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014

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TEMAS EM DESTAQUE

AS PREVISÕES DE INVERNO DA COMISSÃO EUROPEIA

Teresa Gil Pinheiro

A inflação continuará em níveis reduzidos, consideravelmente abaixo do objectivo do BCE, mas os riscos de deflação sãoreduzidos. O acentuado abrandamento da taxa de inflação em 2013 esteve associado à diluição de efeitos de segunda ordemrelacionados com a evolução dos preços dos bens energéticos e com o pendor mais restritivo da política fiscal nalguns dosmembros do euro. Paralelamente, a Comissão Europeia refere que a inflação é actualmente mais reactiva ao output gap,possivelmente como consequência da redução da rigidez das economias mais fragilizadas e que implementaram, nos últimosanos, reformas estruturais. Factores cíclicos e estruturais relacionados com a frágil retoma e o ajustamento dos preçosrelativos também influenciaram o comportamento da inflação em 2013. Destes, os custos unitários do trabalho explicamgrande parte do movimento. O facto dos ciclos de retoma serem primeiramente marcados pelo aumento da produtividade,observando-se aumentos salariais apenas num momento posterior, aponta para a permanência da inflação em níveis reduzidos.Actualmente, o crescimento da produtividade é ainda reduzido, pelo que tudo indica que haverá ainda espaço para a suaexpansão, sugerindo adiamento do momento em que se começarão a observar aumentos salariais significativos para influenciaro comportamento da inflação. Esta perspectiva para a evolução dos preços no consumidor surge também reflectida nasexpectativas inflacionistas implícitas nas taxas de swap que apontam para que a inflação continue abaixo dos 2% no médioprazo.

Ainda que os riscos de deflação sejam reduzidos, na medida em que não se espera adiamento da despesa associado auma queda dos preços, a permanência de um cenário de baixas taxas de inflação é um factor de preocupação no caso dospaíses mais endividados, já que um ambiente de baixa inflação não favorece a redução dos rácios de dívida, pressionando emalta os juros exigidos a estas economias.

No campo fiscal, o documento refere que em 2013 o ajustamento foi sobretudo por via do aumento das receitas,devendo, a partir deste ano incidir primordialmente sobre a despesa, nomeadamente salários e consumos intermédios.

Índice de incerteza política em níveis elevados

(Índice)

Produtividade e custos unitários do trabalho

(taxa variação média anual)

-4%

-3%

-2%

-1%

0%

1%

2%

3%

4%

5%

Dez-05 Jun-07 Dez-08 Jun-10 Dez-11 Jun-13

Produtividade real do trabalho Custos unitários do trabalho

Fonte: Eurostat

0

50

100

150

200

250

1997 1998 2000 2001 2003 2004 2006 2007 2009 2010 2012 2013

Fonte: Economic Policy Uncertainity

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E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014

UM BREVE OLHAR SOBRE O REINO UNIDO

TEMAS EM DESTAQUE

A economia britânica continua a recuperar rapidamente da recessão de 2008-09. A produção continua a aumentar a umritmo cada vez maior, os indicadores de actividade mensal estão em máximos de vários anos e o mercado de trabalhoconta já com uma taxa de desemprego próxima de 7%. Como consequência, torna-se cada vez mais provável uma subidada taxa de juro principal da economia já no início do próximo ano. No entanto, ainda existem vários factores de risco,entre os quais se destacam o elevado desvio da produção actual em relação ao potencial, o elevado peso da dívida públicae a recente tendência de subida nos preços do imobiliário.

A economia cresceu 0.7% em cadeia no último trimestre do ano depois de registar um crescimento de 0.8% no trimestreanterior, o que se traduz num crescimento anual em 2013 de 1.8%. A recuperação económica continua a beneficiar dasexportações (líquidas de importações), cujo contributo para o crescimento em cadeia se fixou em 0.4 pontos percentuais(pp), mas beneficiou também de uma melhoria no investimento e no consumo privado (cujos contributos para o crescimentose fixaram em 0.3 pp). A recuperação da produção tem sido acompanhada também por uma melhoria significativa nomercado de trabalho, com a taxa de desemprego a diminuir em Dezembro para 7.2% face ao máximo de 8.4% alcançado emNovembro de 2011 e a taxa de participação laboral a aumentar significativamente. Paralelamente, os indicadores PMI(indicadores de evolução mensal da actividade económica, baseados em respostas de empresários a inquéritos e comelevada correlação com o PIB) continuam a ser consistentes com uma aceleração da produção nos sectores da indústria eserviços no primeiro trimestre de 2014 à medida que a confiança dos consumidores e empresários na situação económicafutura do país continua a melhorar.

Produção continua a recuperar mas ainda estálonge dos valores pré-crise(PIB trimestral a preços constantes em GBP mil milhões)

Mercado de trabalho em rápida recuperação

(% da população activa; milhares de indivíduos)

7.2

3

4

5

6

7

8

9

Dez-05 Dez-07 Dez-09 Dez-11 Dez-13

-50

-15

20

55

90

125

160

Variação no nº de pedidos de subs. desemprego

Taxa de desemprego Fonte: ONS

Por outro lado, desde a introdução do programa Funding for Lending Scheme (FLS) pelo Banco de Inglaterra (BoE) emJulho de 2012 - através do qual os bancos recebem títulos de dívida pública (deixando como colateral empréstimos aempresas e particulares) que podem ser usados para obter financiamento a taxas reduzidas, procurando incentivar a concessãode novo crédito -, a contracção dos empréstimos ao sector privado tem diminuído significativamente. A redução dosempréstimos, que entre o máximo atingido em Janeiro de 2010 e o mínimo de Junho de 2013 caíram quase 14%, tem sidoum dos maiores riscos para a recuperação económica, o que motivou o alargamento da duração do programa FLS até Janeirode 2015 (de acordo com a informação inicial, o programa deveria ter terminado em Janeiro de 2014). Ao mesmo tempo, ainflação tem deixado de colocar um risco imediato para a política monetária. De facto, a inflação de Janeiro (medida pelavariação anual do índice de preços no consumidor) diminuiu para 1.9%, o que representa uma diminuição significativa faceaos 5.2% alcançados em Setembro de 2011. Da mesma forma, a inflação core (que exclui os preços dos bens alimentares eda energia) diminuiu para 1.6%, encontrando-se em linha com o objectivo do BoE em obter uma taxa de inflação de 2% nomédio prazo.

Considerando todas as perspectivas favoráveis para o crescimento, a expectativa implícita nas taxas de juro do mercadotem vindo a antecipar a primeira subida da taxa de juro directora do BoE face ao mínimo histórico actual de 0.50%. Asrespostas médias dos analistas aos últimos inquéritos conduzidos pela Bloomberg e Reuters já colocam a taxa directora em0.75% no segundo trimestre de 2015, o que tem sido suportado pela rápida redução da taxa de desemprego (numa faseanterior, o BoE condicionou, à semelhança da Reserva Federal nos EUA, a primeira subida da taxa de juro a uma taxa dedesemprego de 7%; no entanto, com a aproximação mais rápida do que o esperado desse valor, o discurso foi alterado para"existe bastante margem para absorver excesso de capacidade antes de subir a Bank Rate [taxa directora]"). Ao mesmotempo, o banco central tem-se comprometido a manter o stock de activos adquiridos através de medidas não convencionaisde política monetária (com que procurou influenciar as taxas de juro da economia num contexto em que a taxa directora jáse encontrava próxima de zero) em GBP 375 mil milhões.

250

300

350

400

450

500

2001 2004 2007 2010 2013Fonte: ONS, BPI

Tendência pré-crise 2008

PIB efectivo

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E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014

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UM BREVE OLHAR SOBRE O REINO UNIDO

TEMAS EM DESTAQUE

Actividade económica em máximos de vários anos

(o valor 50 separa contracção de crescimento)

Empréstimos continuam em queda, mas a ummenor ritmo(Variação anual do stock)

-10%

-5%

0%

5%

10%

15%

Jan-06 Jan-08 Jan-10 Jan-12 Jan-14

Empréstimos ao sector privadoFonte: Bank of England

Início do programa Funding fo r Lending

Scheme

40

45

50

55

60

65

70

Fev-10 Fev-11 Fev-12 Fev-13 Fev-14

PM I indústria PM I serviços PM I construçãoFonte: M arkit

Apesar do bom momento da economia britânica, a produção continua bastante abaixo do potencial e a taxa de desempregoainda é elevada quando comparada com a norma corrente pré-crise. De facto, a queda do PIB (entre o máximo alcançado emMarço de 2008 e o mínimo de Junho de 2009) chegou a atingir 7.2% e actualmente ainda se encontra 1.4% abaixo domáximo registado antes do início da crise. Da mesma forma, a taxa de desemprego em 7.2% continua bastante superior àmédia registada no período 2005-07 de 5.2%, sinalizando o excesso de capacidade ainda por absorver no mercado detrabalho. O número médio de horas trabalhadas é inferior ao desejado e o crescimento dos salários é ainda reduzido.

Inflação encontra-se em linha com o objectivo

(variação anual do índice de preços do consumidor seleccionado)

Mercado espera primeiro aumento da taxa de jurono início de 2015(expectativa média actual do mercado)

0

1

2

3

4

5

6

Jan-10 Jan-11 Jan-12 Jan-13 Jan-14

IPC global Excl. energia e alimentação Fonte: ONS

0.40%

0.45%

0.50%

0.55%

0.60%

0.65%

0.70%

0.75%

0.80%

Q114 Q214 Q314 Q414 Q115 Q215

Bank rate Fonte: Bloomberg

A continuação da consolidação orçamental deverá também constituir um factor de risco para o crescimento da economiano curto-prazo. A execução orçamental de Janeiro revela uma redução do rácio da dívida (líquida) em relação ao PIBpara 134.5%, um valor ainda muito elevado por comparação com o limiar 60% da União Europeia. Quando excluídaa ajuda ao sector financeiro, o rácio da dívida pública regista mesmo uma variação positiva para 75.7%. Assim, aredução da despesa pública deverá continuar ao longo dos próximos meses, constituindo um factor de risco para aeconomia.

Com a consolidação orçamental em curso e o crescimento lento do consumo privado (derivado da evolução esperada dossalários), o investimento empresarial terá que aumentar para manter o ritmo de crescimento actual da economia. Noentanto, o elevado hiato do produto sugere que as empresas deverão primeiro recorrer ao excesso de produção instaladapara aumentar a produção, pelo o investimento deverá continuar deprimido.

Por último, destaca-se a formação recente de uma tendência de forte valorização dos preços no mercado imobiliário. EmJaneiro deste ano, os preços das habitações aumentaram em média 9.4% face ao período homólogo, enquanto que emigual período do ano passado os preços tinham-se mantido inalterados. Apesar de parte desta valorização poder reflectira recuperação de um mercado afectado pela crise de 2008-09, a perspectiva de formação de uma bolha imobiliária nãodeverá ser excluída.

Page 16: BPI Análise Mercados Financeiros Mar.2014

16

E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014

UM BREVE OLHAR SOBRE O REINO UNIDO

TEMAS EM DESTAQUE

Consolidação orçamental deverá continuar

(% do PIB)

Nuno André Coelho

Mercado imobiliário em risco de sobre-aquecimento?(1993Q1 = 100; variação homóloga em %)

0

30

60

90

120

150

180

2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 Jan-14

Dívida pública Excl. suporte ao sector financ.Fonte: ONS

280

290300

310

320

330340

350

360370

380

Jan-06 Jan-08 Jan-10 Jan-12 Jan-14

-20

-15

-10

-5

0

5

10

15

Preços habitação Var. homóloga (ELD)

Fonte: Nationwide Building Society

Page 17: BPI Análise Mercados Financeiros Mar.2014

E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014

17

TEMAS EM DESTAQUE

A POLÍTICA (CAMBIAL) CHINESA ESTÁ A MUDAR?

A intensa fuga de capitais dos activos dos emergentes tem vindo a ser fonte de preocupação global, mas também dasautoridades chinesas, dado o risco de contágio. Com o parqueamento destes capitais nos activos das economias avançadasacentuam-se de novo os desequilíbrios económico-financeiros. Mas a China continua a ser a âncora dos mercados asiáticos,nomeadamente o yuan. Contudo, no final de Fevereiro iniciou-se um movimento de forte correcção da tendência de quedado USD/CNY. Esta depreciação da moeda chinesa foi aparentemente desencadeada pelo Banco Popular da China, impondoum custo a quem especula e aposta numa moeda sistematicamente mais forte, de modo a introduzir futuramente umsistema cambial mais livre.

Desde o início de 2014 assiste-se a um movimento de turbulência na maioria dos mercados de activos das moedasemergentes, provocada pela fuga de capitais externos e que levou a uma forte desvalorização das moedas locais. Este factotrouxe alguma apreensão tanto aos investidores como aos dirigentes chineses, dado o risco de contágio, podendo a moedada China seguir igualmente a tendência de depreciação cambial que se generalizou, embora se saiba que o país continua acrescer a taxas significativamente altas e que tanto o amplo saldo comercial como o excedente corrente resguardam a paísde fugas maciças de capitais e de movimentos mais acentuados de perda de valor do yuan. Possivelmente, no futuro,poderemos assistir a uma maior volatilidade da moeda em relação às referências dólar e euro, se o caminho escolhido pelasautoridades for uma evolução menos controlada do valor da moeda, no contexto da política de gradual internacionalização doyuan. A possibilidade de a breve prazo a China liderar economicamente o mundo (para já é 2ª maior economia do mundo, noencalço apertado aos EUA) coloca a questão de deter uma moeda financeiramente mais importante.

Com o dólar de Hong Kong (HKD) praticamentefixo, o yuan (CNY) está a corrigir a apreciação(x unidades de USD por HKD; x unidades de USD por CNY)

É cada vez maior a acumulação de reservas(excluindo o ouro)(USD mil milhões)

7.65

7.70

7.75

7.80

7.85

M ar-12 Ago-12 Jan-13 Jun-13 Nov-13

6

6.15

6.3

6.45

USD/HKD USD/CNYFonte: Reuters, BPI

0

1500

3000

4500

2010 2011 2012 2013 2014 2015

Fonte: IIF, BPI

A instabilidade financeira instalada nos mercados dos emergentes iniciou-se em Dezembro com o arranque do taperingpela Reserva Federal norte-americana, com os mercados a penalizar aquelas economias mais dependentes de capitais efinanciamento externo para cobrir os altos défices correntes. A progressão do tapering significa menos reforço da liquidez nosistema, numa medida que marca o início de um novo ciclo, agora de maior dificuldade de acesso ao crédito e mais caro, eque deverá ser seguido por outros blocos económicos. Em resultado desta percepção, deu-se uma fuga de capitais comimpacto igualmente nos EUA e Europa, nomeadamente ao nível dos activos de maior risco, sobretudo acções de empresascom ligações directas ou indirectas à maioria das economias emergentes. Por outro lado, moedas como a lira turca, pesoargentino, rublo russo e rand sul-africano sentiram fortes movimentos de desvalorização. A fuga tanto de acções como deobrigações dos emergentes foi de tal forma significativa que, segundo a EPFR Global (uma instituição que monitoriza osfluxos financeiros com sede em Boston) desde o início de 2014 a saída de capitais já ultrapassou o montante registado natotalidade de 2013. Em termos acumulados, até ao momento o fluxo total foi de 18.6 mil milhões de dólares (mmd), quecompara com 15.5 mmd de todo o ano de 2013. Entretanto, os mercados das economias avançadas tornaram-se os favoritosna captação destes capitais, que já acumula 20 mmd em fundos de acções até ao momento, quando no mesmo período doano passado o valor era de 2 mmd.

Mas terão os investidores que se preocupar com a China? É que a maior das economias emergentes do mundo tem sidoe é o pilar de suporte dos mercados financeiros asiáticos, mesmo no período de turbulência nas outras economias emergentes,proporcionando uma relativa estabilidade na região, nomeadamente ao nível das moedas. Existe igualmente uma grandeconfiança dos investidores na economia (e nos actuais dirigentes políticos no que respeita à monitorização da evolução daactividade e no pragmatismo da actuação), no sector bancário e no yuan. Contudo, o risco de abrandamento do crescimentoeconómico, estreitamento do crédito e do investimento são possibilidades a serem monitorizadas.

Não existem estimativas exactas de quanto investimento está afecto às transacções de yuan dado existirem inúmeros"caminhos" que os investidores podem utilizar para contornar sistemas mais ou menos opacos e às regras de controlo de

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TEMAS EM DESTAQUE

A POLÍTICA (CAMBIAL) CHINESA ESTÁ A MUDAR?

capitais. A maior parte das transacções efectuam-se nos mercados a prazo, estando garantida a apreciação do yuan (vergráfico; a actual política e o actual sistema cambial tem prosseguido a constante valorização da moeda, de acordo igualmentecom as exigências dos principais parceiros comerciais), por meio do mercado offshore do yuan, grande parte centrado emHong Kong. Calcula-se que em termos de volume sejam transaccionados através de offshore em média cerca de 6 mmdpor dia. Mas os maiores movimentos dão-se através do mercado de opções, onde se escolhe vender dólares por yuans,permitindo aos investidores uma aposta barata na apreciação da moeda chinesa. Acrescem ainda os produtos fornecidospelos bancos chineses a investidores estrangeiros que proporcionam rendimentos médios à volta dos 6%, nomeadamenteprodutos estruturados criados por bancos em Hong Kong. Segundo a Reuters, em Outubro do ano passado, estes produtoscorrespondiam a um valor recorde de 295 mmd, um aumento superior a 50% desde o final de 2012. Por fim, há que contarcom a crescente valorização das exportações chinesas, da duplicação do crédito ao comércio fornecido pelos bancos deHong Kong e pelo colossal montante de depósitos nessas mesmas entidades. Também existem muitos fluxos comerciaisque escondem movimentos financeiros menos claros. Esse montante tem sido estimado através da diferença entre oaumento das reservas cambiais da China e o total de fluxos proporcionados pelo comércio e pelo investimento (era decerca de 38 mmd no 4ºT2013).

PIB e investimento crescem menos embora oconsumo e as exportações mostrem reanimação(%)

Os excedentes comerciais crescem e o saldocorrente estabiliza(USD mil milhões)

5

10

15

20

25

2010 2011 2012 2013 2014 2015

PIB Consumo Exportações Investimento

Fonte: IIF, BPI

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

2010 2011 2012 2013 2014 2015

Bal. Comercial Bal. Corrente Fonte: IIF, BPI

Por outro lado, não há dúvida que a China pode defender a sua moeda em caso de necessidade, pois dispõe de reservascambiais acima dos 4000 mmd. Mas se realmente houvesse o aumento da volatilidade e o surgimento de instabilidadepoderia desencadear-se um movimento incontrolado de fecho de posições de alguns investidores mais nervosos. No entanto,existe a convicção entre os analistas de que a China não vai ser "contaminada" pela aversão mais ou menos generalizada aactivos dos emergentes, embora a 2ª maior economia do mundo seja sempre alvo do escrutínio pelos mercados, formando-se "sentimentos", nomeadamente ao nível da evolução económica. Seja como for, os investimentos parecem bem assegurados.

Está mais apaziguada a pressão de subida dastaxas de juro de curto prazo(%)

As taxas longas (dívida soberana) começaram asubir em 2013 mas encontraram para já um tecto(%)

0

2

4

6

8

10

12

Jan-10 Out-10 Jul-11 Abr-12 Jan-13 Out-13

Repo 7 dias Shibor 3mFonte: Bloomberg, BPI

Por isso coloca-se outra questão. Quais são as perspectivas para a China? Segundo os planos de desenvolvimento queestão actualmente em discussão internamente, existem vários aspectos a ter em consideração: o estreitamento gradual doinvestimento público; continuação do aperto monetário; e um grande esforço no controlo das dívidas dos governos regionaisao longo do ano; para além da necessidade de encaminhar o crescimento económico para uma evolução mais equilibrada emais sustentável. Neste âmbito, espera-se que a procura externa permita firmeza nas exportações e que o aumento doemprego e dos salários suportem um maior consumo interno, em linha com os objectivos do governo. O Congresso Nacional

2

2.5

3

3.5

4

4.5

5

Jan-10 Out-10 Jul-11 Abr-12 Jan-13 Out-13

5 Y 10 Y Fonte: Bloomberg, BPI

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TEMAS EM DESTAQUE

A POLÍTICA (CAMBIAL) CHINESA ESTÁ A MUDAR?

do Povo em Março apresentou formalmente as previsões económicas, antecipando um crescimento de 7.5% sustentadonuma política fiscal pró-activa e numa política monetária prudente. Entretanto, está em curso (desde Setembro) um movimentode redução da liquidez no sistema financeiro, com implicações directas na redução do crescimento da moeda e do crédito,que tem levado à subida gradual da Shibor (Shanghai interbank offered rate, benchmark a 1 mês). Acrescem outras alteraçõesem curso, com implicações económicas: o regulador bancário está a exigir que os bancos aprovisionem pelo menos 10% docrédito concedido, o que está a levar ao fim do crédito bonificado a quem compra a primeira casa; as autoridades locais têmde ter uma gestão mais restritiva e está a ser introduzido um programa piloto de introdução de impostos sobre a propriedade,a expandir-se pelas cidades.

Pese embora todos os argumentos referidos, no final de Fevereiro iniciou-se um movimento de depreciação da moedachinesa contra o dólar. Dos 6.0395 yuans por dólar registado em 14 de Janeiro (valor mais baixo do USD/CNY desde 1993),chegou-se a 6.1718 em 28 de Fevereiro (uma perda de valor de 2.2%). Segundo algumas fontes credíveis e para surpresado mercado, esta acção foi conduzida pelo próprio Banco Popular da China (BPC) que pretende afastar os especuladores,antes de introduzir uma banda cambial mais ampla para o yuan, no âmbito das reformas estruturais em curso. Para umamaior repercussão do efeito, houve mesmo uma orientação para que outros bancos na orla do estado comprassem dólarescontra yuans. A moeda chinesa alcançou o nível mais baixo dos últimos sete meses, representando uma expressiva correcçãoface à evolução anterior. Mas, mais do que tudo, verificou-se uma alteração no interesse das autoridades em terem umamoeda constantemente mais forte. Essa percepção da tendência de apreciação sem fim do yuan fez convergir inúmerosinvestidores, que se aproveitavam deste facto, num enorme fluxo de capitais de difícil controlo pelo banco central, mesmocom a introdução de medidas cada vez menos complacentes. Aparentemente esta actuação a nível cambial foi consideradade curto prazo e visava introduzir maior volatilidade nos câmbios do yuan, criando uma situação mais semelhante a umamoeda em mercado livre, inserida num plano de reestruturação da economia chinesa para torná-la menos dependente dosinvestimentos externos e das exportações. Entretanto, os fortes fluxos de capitais externos estavam a dificultar o maiorcontrolo da economia, criando desequilíbrios financeiros, nomeadamente o surgimento de bolhas especulativas de preços emmercados como o imobiliário.

Até aqui, o valor do yuan era definido pelo BPC e tinha uma banda de flutuação de 1%, para ambos os lados. Contudo, aautoridade central só permitia (dirigia) a apreciação da moeda. Pensa-se que essa banda poderá passar para 2%. A últimavez que tal alteração ocorreu foi em Abril de 2012, quando aumentou de 0.5% para 1%. De facto, após a última reuniãomonetária do BPC (que terminou dia 18 de Fevereiro) ficou a saber-se que as autoridades pretendem expandir de formaordenada a banda cambial do yuan este ano. Mas a actuação do BPC nos mercados acabou por criar receios de que era ummovimento resultante da preocupação dos investidores com a desaceleração da economia chinesa. Por isso, mais tarde,tiveram de explicar que era um ajuste cambial estratégico da autoria do próprio banco central. Por outro lado, o BPC deu aentender que o valor do yuan já alcançou o seu preço de equilíbrio. Mas o BPC não vai deixar de controlar a moeda, indicadodiariamente o câmbio de referência. Contudo, futuramente, com a banda mais larga, a sua variação será mais livre e tantopoderá ser de apreciação como de depreciação. A China deu sempre a entender que não poderia passar de imediato a umregime de câmbios flutuante, apesar das pressões externas, preferindo uma abordagem gradual de forma a não desestabilizaro seu mercado de capitais e o modelo económico baseado na potente máquina exportadora.

A reforma cambial agora iniciada faz parte da reforma mais ampla do sector financeiro, com o objectivo da internacionalizaçãocada vez maior do yuan e do status mais elevado da China no sistema monetário internacional, de acordo com o seu pesoeconómico, a par de potências como os EUA (dólar) e o Japão (iene).

Agostinho Leal Alves

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E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014

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E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014

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ECONOMIA GLOBAL - FACTORES POLÍTICOS E CLIMATÉRICOS TOLDAM PERCEPÇÕES

ECONOMIAS

Nos EUA, as temperaturas anormalmente baixas de Janeiro/Fevereiro afectaram o consumo, o investimentoe o emprego. Vários indicadores reflectem esta influência: as vendas a retalho sofreram uma contracção em Janeiro (-0.3%m/m), a componente core das compras de bens duradouros (excluindo material militar e aeronáutico), proxy para oinvestimento, caiu 0.8% no mesmo período; o ritmo de acumulação de stocks deverá abrandar significativamente e ocontributo das exportações líquidas será inferior ao observado nos últimos meses de 2013. Em conjunto, tudo aponta paraque o andamento do PIB abrande para níveis em torno de 1.5%, trimestrais anualizados, que compara com +2.4% no4T2013, revisto em baixa face a +3.2% publicados na estimativa preliminar.

Serão apenas os factores climatéricos os responsáveis pelo andamento dos indicadores nos EUA? O teor dainformação económica recente manteve-se fraco, suscitando dúvidas quanto à sua natureza. Serão apenas os factoresclimatéricos, designadamente as condições extremas que se registaram nas primeiras semanas do ano, as principaisresponsáveis por esta pioria ou haverá razões mais fundamentais? Se alguns indicadores continuarão possivelmentecondicionados pelas questões climatéricas - o relatório do emprego de Fevereiro, por exemplo - progressivamente ao longodo mês de Março os dados económicos deixarão de ser directamente influenciados por este factor, vindo à tona o efectivovigor da actividade económica. Entretanto, sinais de robustez no consumo privado, o bom comportamento das vendas dehabitações e a recuperação dos indicadores prospectivos da oferta (ISM das manufacturas recuperou mais do que o esperado)sugerem que o cenário de aceleração da actividade se mantém intacto.

Entretanto, a escalada das tensões políticas na Ucrânia começa a condicionar de forma mais evidente osprincipais mercados e activos financeiros internacionais, situação cuja evolução poderá ter consequências importantesnas próximas semanas/meses. No âmbito dos mercados emergentes, teme-se que os ajustamentos actualmente em cursopossam fazer descarrilar a recuperação que se adivinhava no mundo desenvolvido. De referir, no entanto, que por um lado,os problemas estão actualmente bastante mais contidos do que no passado, centrados em economias mais frágeis. Por outrolado, apesar do reforço destes mercados na dinâmica económica global, os elos de ligação comerciais e financeiros com ospaíses desenvolvidos são actualmente menos relevantes do que em épocas de crise no passado (crise asiática dos anos 90,por exemplo), sugerindo maior resiliência para suportar esta fase de ajustamento.

Paula Gonçalves Carvalho

EUA - PIB anual e Contributos por Componente

(%)

EUA - Indicadores de confiança e actividade

Alemanha - Indíce de confiança dos empresários(IFO)

PIB na Zona Euro - Crescimento homólogo econtributos(tx. de variação)

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E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014

PORTUGAL - BONS RESULTADOS NA MARGEM MAS CONSTRANGIMENTOS PERMANECEM A MÉDIO PRAZO

ECONOMIAS

PIB no 4T2013: O INE reviu em alta para +1.7% a taxa de variação y/y do PIB no 4T2013. Subjacente à expansãoestiveram as exportações (+3.5 p.p.), o consumo privado (+0.4 p.p.) e a FBCF, ainda que com contributo marginal.

Penúltima avaliação do PAEF confirma cenário de crescimento: Os resultados da 11ª avaliação do Programa deAjustamento (PAEF) foram positivos, destacando-se a revisão em alta do cenário para o PIB este ano produzido pelo FMI/UEde +0.8% para +1.2%, a redução em 1.1 p.p. do desemprego esperado para 15.7% e a expectativa de melhoria continuadado saldo da balança externa, ainda que a um menor ritmo que nos últimos dois anos. Os indicadores mais recentes, emparticular os índices de confiança e os indicadores compósitos de actividade e consumo privado publicados pelo Banco dePortugal, continuam a apontar também para reforço da dinâmica de crescimento no primeiro trimestre de 2014.

Ajustamento externo surpreendeu positivamente: O saldo da balança de bens e serviços regressou a terrenopositivo em 2013, pela primeira vez desde 1969, reflectindo-se na melhoria do excedente da balança corrente, que em 2012ficara praticamente equilibrado. A melhoria foi transversal aos vários componentes: os défices das balanças de bens e derendimento recuaram; o excedente dos serviços e as transferências correntes (remessas de emigrantes) aumentou; apenaso saldo da balança de capital decresceu ligeiramente (na maior parte, transferências comunitárias). De realçar o bomcomportamento das exportações de bens e serviços e o facto de as importações terem registado apenas um ligeiro crescimentonão obstante a aceleração da actividade doméstica (mais evidente no segundo semestre). Destaque para uma nota incluídanesta publicação, discutindo a natureza cíclica ou estrutural do ajustamento externo recente.

Mas permanecem os constrangimentos a um crescimento mais forte: Apesar da franca melhoria do cenário nocurto/médio prazo, é importante ressalvar que subsistem importantes condicionalismos às perspectivas de médio/longoprazo. Destacam-se a fraca competitividade no sector não transaccionável, o elevado nível de endividamento do sectorprivado, o facto de o tecido empresarial ser muito pulverizado (dificultando que as empresas tirem partido de economias deescala, o que facilitaria a incursão nos mercados externos) e desemprego estruturalmente elevado. Apesar dos progressosregistados em múltiplas frentes nos últimos anos, estes são desequilíbrios mais difíceis e morosos de corrigir, dada a suanatureza estrutural, exigindo a continuação de políticas e reformas em diversos sectores da sociedade portuguesa. Os fracosníveis de crescimento potencial indicados por vários organismos internacionais, muito inferiores aos níveis registados nopassado, confirmam a importância desta questão, sobretudo num contexto em que os níveis de endividamento permanecemmuito elevados em todos os sectores, e a inflação é praticamente inexistente.

Paula Gonçalves Carvalho

Desemprego por duração

(mil)

Balança Corrente

103

Custos Unitário de Trabalho - todos os sectores

(2010=100)

-40,000

-30,000

-20,000

-10,000

0

10,000

20,000

2007 2008 2009 2010 2011 2012 Jan-

Set13

2013

Bens Serv. Rend.

Transf. Corr. Bal. Capital Bal. Corr + Capital

Fonte: Banco de Portugal

75

80

85

90

95

100

105

110

115

120

M ar-03 M ar-05 M ar-07 M ar-09 M ar-11 M ar-13

Alemanha Irlanda PortugalEspanha EM U Fonte: OCDE

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

Set-04 Set-05 Set-06 Set-07 Set-08 Set-09 Set-10 Set-11 Set-12 Set-13

<1 ano entre 1-2 anos >2 anosFonte: Banco de Portugal

Níveis de endividamento no sector empresarial

(Mil milhões de euros)

Nº de Dívidaempresas Dez-11 Dez-13 Variação

Empresas privadas 179.9 184.1 4.2

PME's

Micro empresas 321k 104.2 99.3 -4.9

Pequenas empresas 39 k 45.7 43.8 -1.9

Médias empresas 8 k 29.3 27.2 -2.1

Grandes empresas 1 k 48.7 54 5.3

SGPS não financeiras 3 k 27 30.7 3.7

Fonte: Banco de Portugal.

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E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014

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ECONOMIAS

ESPANHA - RETORNO A CICLO DE CRESCIMENTO

Produto em novo ciclo: A estimativa final relativa ao PIB no 4T13 revelou um crescimento de 0.2% em cadeia e umacontracção de 0.2% em termos homólogos. Os dados finais mostram um crescimento menos acentuado que o divulgadoinicial, mas, mais importante, confirmam a tendência de retorno a um cenário de crescimento moderado do produto. Aprocura externa continua a ser o principal motor da actividade, tendo contribuído com 0.4 pontos percentuais (pp) para ocrescimento homólogo, enquanto que o da procura interna se mantém em terreno negativo, retirando 0.6 pp ao produto. Noterceiro trimestre os contributos tinham sido de 1 pp e -2.1 pp, respectivamente. No conjunto do ano, o PIB registou umaqueda de 1.2%, tendo a procura interna subtraído 2.7 pp e a procura externa acrescido 1.5 pp. As exportações foram oprincipal motor da economia, tendo avançado 4.9%, o que contrasta com um crescimento de 2.1% em 2012.

Procura interna: após 7 trimestres de contracção, o consumo privado aumentou 0.7% yoy, e o investimento abrandouo ritmo de queda para -1.7%, o que compara com -5.3% no trimestre anterior. O investimento em construção caiu 8.6%versus -9.8% no trimestre anterior. Por seu turno, o investimento em bens de equipamento e activos cultivados aumentou9.5%. Este comportamento, resultante, essencialmente, do aumento do investimento em bens de equipamento, está emlinha com a evolução recente de indicadores como a produção industrial, volume de negócios e importações de bens deequipamento.

PIB na óptica da oferta: indica aceleração da actividade no sector agrícola e o retorno a taxas de crescimento positivasnas actividades manufactureiras, que representam 12% do PIB avançaram 1.2%. O sector da construção (cerca de 7% doPIB) continua a ser o principal factor por detrás da queda da actividade tendo contraído 7.7%. Os serviços registaram umcrescimento de 0.5%, destacando-se os avanços de 1.3%, 0.6% e 1.9% dos sectores do comércio, transportes e hotelaria,actividades imobiliárias e actividades profissionais, respectivamente.

Previsões da Comissão Europeia: em 2014 deverá reforçar-se a tendência de aceleração da actividade, permitindoque Espanha entre num ciclo de crescimento moderado: +1% este ano e 1.7% em 2015. Os contributos das procurasinternas e externas serão mais equilibrados. A procura interna voltará a contribuir positivamente parta o crescimento, por viada expansão do consumo privado e do investimento em bens de equipamento. O contributo da procura externa será maismoderado, reflectindo, principalmente, a aceleração das importações, associado, em grande parte, à recuperação doinvestimento.

PIB (variação homóloga, %): Óptica da procura

2012 2013 Comissão Europeia

I II III IV I II III IV 2012 2013 2014 2015

PIB -1.2 -1.6 -1.7 -2.1 -1.9 -1.6 -1.1 -0.23 -1.6 -1.2 1.0 1.7

Consumo privado -1.8 -3.1 -2.8 -3.6 -4.2 -3 -1.8 0.7 -3.3 -2.1 0.6 1.1

Consumo público -4.9 -4.4 -4.9 -5 -2.3 -3.4 0.2 -3.5 -4.8 -2.3 -0.9 -0.2

Investimento -6 -6.9 -7.5 -7.7 -7.2 -5.8 -5.3 -1.7 -7.0 -5.1 0.1 2.0

Construção -8.6 -9.3 -10.9 -10 -9.8 -10.1 -9.8 -8.6 -9.7 -9.6

Bens de equipamento -2.9 -4.3 -3.8 -4.8 -4.1 1.7 2.2 9.5 -3.9 2.2 5.8 6.7

Exportações 0.1 0.5 3.3 4.4 2.9 9.5 3.5 3.7 2.1 4.9 5.4 6.4

Importações -6.9 -7.7 -4.6 -3.5 -4.9 3.2 0.6 2.7 -5.7 0.4 3.3 4.9

Contributos:

Procura interna -3.4 -4.2 -4.2 -4.7 -4.3 -3.6 -2.1 -0.6 -4.1 -2.7 0.2 0.9

Procura externa 2.3 2.6 2.5 2.5 2.4 2.1 1.1 0.4 2.5 1.5 0.8 0.7

Var. existências -0.1 0.0 0.0 0.1 0.0 -0.1 -0.1 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0

Fonte: INE, Comissão Europeia.

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E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014

PIB (variação homóloga, %): Óptica da oferta

2012 2013I II III IV I II III IV 2012 2013

PIB -1.2 -1.6 -1.7 -2.1 -1.9 -1.6 -1.1 -0.2 -1.6 -1.2

Agric., silvic, pesca -6.9 -12.6 -11.2 -12.7 -4.1 3.9 0.9 4.1 -10.9 1.1

Indústria -1.7 -0.7 0.2 0.4 -2.5 -2.1 -0.8 0.3 -0.5 -1.2

Manufactura -2.8 -1.8 0.1 0.1 -2.5 -1.2 -0.8 1.2 -1.1 -0.9

Construção -9.1 -8.6 -8.7 -7.7 -7.0 -8.3 -7.8 -7.7 -8.6 -7.7

Serviços 0.7 -0.1 -0.4 -1.1 -1.1 -0.9 -0.6 0.5 -0.3 -0.5

Com., transp., hotelaria 1.3 0.2 1.0 -0.5 -1.9 -0.2 0.2 1.3 0.5 -0.2

Inform., comunic. 0.9 1.3 1.0 0.5 -0.7 1.0 -1.6 -0.1 0.9 -0.3

Act.financ., seguros 0.8 1.0 -6.1 -6.9 -3.7 -4.1 -2.7 -2.4 -2.8 -3.3

Act. Imobiliárias 0.9 0.8 1.6 1.1 -0.3 -0.6 -0.7 0.6 1.1 -0.2

Act. Profissionais -1.2 -2.6 -1.5 -2.2 -0.8 -0.7 -0.5 1.9 -1.9 0.0

Ad. Púb., saúde, educação 0.4 -0.1 -1.3 -1.1 0.4 -2 -0.8 -0.2 -0.5 -0.6

Act. Artísticas, recreat., outros 0.7 -2.2 -2.5 -3.0 -2.7 -0.6 -0.7 0.5 -1.7 -0.9

Impostois líq. Sobre prod. -5.0 -4.7 -4.9 -5.1 -2.0 -1.0 -0.8 -1.2 -4.9 -1.2

Fonte: INE, Comissão Europeia.

ESPANHA - RETORNO A CICLO DE CRESCIMENTO

Teresa Gil Pinheiro

ECONOMIAS

Page 25: BPI Análise Mercados Financeiros Mar.2014

E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014

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MÉXICO - CRESCIMENTO ECONÓMICO DESAPONTA EM 2013

ECONOMIAS

A actividade económica voltou a crescer mas a um ritmo mais lento. No último trimestre do ano, o PIB registou umcrescimento de 0.7% em termos homólogos e 0.18% em relação ao trimestre imediatamente anterior. Com isto, verificou-seum crescimento anual de apenas 1.1% em 2013, o pior resultado desde 2009. No total do ano a indústria foi o sector comprior performance, que contraiu 0.7%, enquanto o sector dos serviços registou um crescimento mais expressivo de 2.1% ea agricultura cresceu a um ritmo de 0.3%. A contracção da indústria resultou essencialmente de uma queda da actividadenos sectores mineiro (já que se registou uma redução da produção de petróleo e gás) e de construção. Os dados da produçãoindustrial também confirmaram a desaceleração da actividade no último trimestre do ano, com o índice geral a contrair 0.3%,em Dezembro de 2013, em relação ao mesmo mês do ano anterior. Apesar do abrandamento da actividade económica,espera-se que o México beneficie este ano da aceleração da actividade económica nos Estados Unidos e que no médio-longoprazo as reformas estruturais em curso possam também dar um novo impulso à economia.

No sector externo, a economia mexicana também arrefeceu. No ano como um todo, as exportações de benssofreram uma desaceleração em relação ao ano anterior, avançaram a um ritmo de 2.6% (+6.1% em 2012) que foi ultrapassadopor um crescimento de 2.8% das importações. Perante um deficit moderado da balança comercial e um saldo negativo dabalança de rendimentos, a conta corrente acabou por exibir um deficit de 22.3 mil milhões de dólares em 2013 (equivalentea 1.8% do PIB). Por outro lado a balança de transferências correntes beneficiou das receitas de remessas dos emigrantesque somaram 21 mil milhões de dólares (1.7% do PIB), para apresentar um excedente confortável, apesar de menor que omontante acumulado em 2012 (22.4 mil milhões). Por outro lado o investimento estrangeiro atingiu um valor recorde de35.2 mil milhões de dólares (2.8% do PIB) e os investimentos em carteira mantiveram-se elevados apesar dos distúrbios nosmercados financeiros.

A inflação manteve em Fevereiro a tendência crescente iniciada no primeiro mês do ano. O índice de preços doconsumidor aumentou em Fevereiro 0.25% em relação ao mês anterior, mas a um ritmo mais lento, depois de ter crescido0.89% no mês de Janeiro. A taxa de inflação homóloga permaneceu acima do limite superior do intervalo objectivo do BancoCentral (2%-4%), mas também abrandou relativamente ao mês anterior: taxa de inflação anual registou uma variação de4.23% em Fevereiro (comparada com um crescimento de 4.48% em Janeiro). O aumento da inflação no início do ano éexplicado pela entrada em vigor de novos impostos que entraram em efeito no dia 1 Janeiro 2014 (nomeadamente nospreços de alimentos e bebidas açucaradas e nos preços da gasolina). Este agravamento não trouxe portanto grandes surpresase o Banco Central prevê que este efeito seja temporário e que o aumento dos preços comece a ceder progressivamente atéao final do ano.

Luisa Teixeira Felino

Crescimento do PIB (a preços constantes de 2008) por sector de actividade (Var. y/y, %)

1T 12 2T 12 3T 12 4T 12 2012 1T 13 2T 13 3T 13 4T 13 2013

Total 4.8 4.4 3.1 3.3 3.9 0.6 1.6 1.4 0.7 1.1

S. Primário 5.8 13.5 0.0 8.5 7.3 -2.2 2.5 0.8 -0.3 0.3

S. Secundário 4.0 3.4 2.3 0.8 2.6 -1.7 -0.3 -0.5 -0.4 -0.7

S. Terciário 5.2 4.6 3.7 4.5 4.5 2.1 2.6 2.5 1.3 2.1

Fonte: INEGI.

A evolução da inflação reflecte as medidas fiscaisintroduzidas no início do ano(variação anual)

Balança corrente, exportações e importações

(variação anual; milhões de USD)

0

1

2

3

4

5

6

7

Jan-09 Jan-10 Jan-11 Jan-12 Jan-13 Jan-14

IPC IPC subjacenteFonte: INEGI/Bloomberg

-40%

-30%

-20%

-10%

0%

10%

20%

30%

40%

Dez-04 Jun-06 Dez-07 Jun-09 Dez-10 Jun-12 Dez-13

-8,000

-6,000

-4,000

-2,000

0

2,000

4,000

6,000

8,000

S. Conta Corrente (eld) Importações de bens e serviços

Exportações de bens e serviçosFonte: BCM

Page 26: BPI Análise Mercados Financeiros Mar.2014

26

E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014

ANGOLA - PAUTA ADUANEIRA NECESSÁRIA MAS NÃO SUFICIENTE PARA DESENVOLVIMENTO ANGOLANO

ECONOMIAS

A nova pauta aduaneira foi oficialmente implementada a partir do dia 1 de Março. Depois de ter sido publicadaem Novembro com data de entrada em vigor para Janeiro, a nova lei tem vindo a ser sucessivamente adiada. A pautaaduaneira, da forma como foi definida, constitui um incentivo para que a produção local substitua o recurso a importações.Este agravamento selectivo das tarifas é uma forma indirecta de subsidiar as empresas locais, apesar de o resultado não sersentido nos custos de produção mas numa diminuição dos preços relativos praticados ao consumidor (os produtos locaistornam-se relativamente mais baratos com o agravamento das tarifas sobre os bens importados). A introdução da novapauta aduaneira por si só não deverá constituir um impulso ao desenvolvimento de Angola. São necessárias mais emelhores infra-estruturas para resolver necessidades principalmente ao nível dos transportes e do acesso àenergia, uma maior aposta do investimento orientado para a educação e uma redução de outros custos decontexto. A pauta aduaneira deverá ser encarada apenas como um instrumento de protecção temporário, com o objectivode promover o aparecimento de estruturas produtivas locais.

A execução do investimento público acelerou no terceiro trimestre do ano passado mas manteve-se muitoabaixo da execução em 2012. Entre Julho e Setembro, o investimento público aumentou Kz 357 mil milhões, o equivalenteao investimento total realizado durante o primeiro semestre do ano (de acordo com o relatório da execução do OrçamentoGeral do Estado 2013). Apesar da taxa de execução (face ao orçamentado) ter aumentado para 42%, mais 21 pontos do quese tinha observado no final do primeiro semestre do ano, mantém- se aquém da execução observada para igual período de2012 (52.5%). Recorde-se que a reduzida execução do investimento público tem motivado revisões em baixa ao crescimentoda economia no ano passado. O FMI reviu a sua previsão para 5.4% face aos 6.2% inicialmente divulgados; o governo reviuo crescimento real do PIB para 5.1%, contra os 7.1% inicialmente previstos. A nossa estimativa também foi revista em baixopara incorporar o menor investimento público, esperando-se um crescimento de 4.5%.

A taxa de juro principal da economia, definida pelo BNA, mantém-se em 9.25%. O ciclo de reduções na taxa dejuro e no coeficiente de reservas obrigatórias tem recentemente motivado uma queda nas principais taxas de juro interbancárias.Este movimento poderá dar lugar a uma queda nas taxas de juro activas dos bancos para o mesmo nível de risco daeconomia. Por outro lado, apesar de a taxa de inflação (medida por variações do nível de preços na cidade de Luanda) teracelerado ligeiramente face ao observado em Dezembro (7.69%), a tendência continua decrescente, verificando-se umavariação negativa de 1.06 pontos percentuais face à taxa de inflação de Janeiro de 2013.

Redução das reservas externas correlacionadascom queda das exportações de petróleo

(US$ mil milhões; milhões de barris diários)

Crescimento do PIB entre 2003-10 revisto em baixa

(crescimento anual real do PIB)

Taxas do mercado monetário interbancáriocontinuam em queda(taxas anuais)

Inflação mantém tendência de queda

(Variação do IPC da cidade de Luanda)

Nuno André Coelho

Page 27: BPI Análise Mercados Financeiros Mar.2014

E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014

27

2.5

2.7

2.9

3.1

3.3

3.5

3.7

M ar-12 M ay-12 Aug-12 Nov-12 Jan-13 Apr-13 Jul-13 Oct-13 Jan-14

ZAR/M ZN Source: Bloomberg

Crise EMFed anuncia início

do tapering

ECONOMIAS

MOÇAMBIQUE - ESTABILIDADE DE PREÇOS PILAR CENTRAL DO CLIMA MACROECONÓMICO

Nuno André Coelho

A taxa de inflação anual na cidade de Maputo (o indicador de referência para a política monetária) manteve-se em 3.0% em Janeiro depois de a média anual de 2013 se ter fixado em 4.2%, superior aos 2.1% de 2012,mas confortavelmente abaixo do objectivo definido pelo governo (definido anualmente no Plano Económico eSocial) de 7.5%. A evolução favorável do nível de preços tem sido justificada pela apreciação do metical contra o rand sul-africano (principalmente na primeira metade do ano passado, reflectindo preocupação com o crescimento reduzido da Áfricado Sul, um dos principais fornecedores de bens alimentares de Moçambique), a recuperação da produção agrícola (depoisdas cheias do início do ano) e a desaceleração do crescimento do preço internacional das commodities relevantes para o país.

O objectivo para a taxa de inflação média em 2014 foi fixado em 5.6%. As perspectivas de evolução dos preçosnos mercados internacionais (principalmente de alimentação e energia) e a perspectiva de um crescimento na produçãoagrícola deverão contribuir para a materialização deste objectivo. A política monetária, com o Banco de Moçambique aprocurar conter a expansão da liquidez no sistema bancário, deverá também acomodar este cenário. No entanto, existemdois grandes riscos para a estabilidade de preços no curto-prazo. Em primeiro lugar, a recente crise nos paísesemergentes (EM) desde que a Reserva Federal norte-americana anunciou a redução dos estímulos monetários tem contagiadoo metical, que desde o final de 2013 já desvalorizou cerca de 7% contra o dólar e euro. Considerado que os EUA e a ZonaEuro são dois principais parceiros comerciais, a perda de valor da moeda poderá colocar pressões inflacionistas. Adicionalmente,o recurso do governo aos depósitos no banco central acumulados ao longo do ano passado com as receitas extraordináriasderivadas com impostos da venda de participações de empresas no sector da indústria extractiva, se não for cuidadosamenteplaneado, poderá aumentar a massa monetária em circulação e constituir uma nova fonte de pressão sobre a inflação.

Mesmo depois de iniciativas multilaterais de alívio da dívida terem conduzido a um diminuição de 100p.p. norácio dívida pública/PIB desde a década de 2000, a dívida pública de Moçambique continua elevada porcomparação com os restantes países da África Subsariana. O stock de dívida bruta do governo aumentou 14% noprimeiro trimestre de 2013 face ao primeiro trimestre do ano anterior para MZN 146.1 mil milhões, o equivalente a 40% daprodução total de 2012. Cerca de 86% corresponde a dívida externa (59% a dívida multilateral e 41% a dívida bilateral), oque constitui uma fonte de vulnerabilidade a choques externos. No médio-prazo, com o o aumento das receitas derivado doinício da produção de gás natural liquefeito (LNG), a capacidade do país servir a dívida (pagamento de capital e juros) nãoparece afectada. No entanto, a produção de LNG (que, de acordo com o FMI, poderá atingir 20% da produção total e metadedas exportações em 2023) não deverá iniciar-se antes de 2018.

Inflação continua controlada

(Variação homóloga no índice de preços do consumidor)

Apreciação do MZN contra o ZAR contribui paramanter inflação sob controlo

(x meticais por rand)

Sustentabilidade da dívida pública em risco

(mil milhões MZN billions; % do PIB)

MZN atingido pela crise dos emergentes

(x meticais por dólar americano; x meticais por euro)

0

50

100

150

200

250

300

2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014

0

25

50

75

100

125

150

Dívida pública (stock) % do PIB (ELD)Fonte: FM I

26

27

28

29

30

31

32

33

M ar-12 M ay-12 Aug-12 Nov-12 Jan-13 Apr-13 Jul-13 Oct-13 Jan-14

32

35

38

41

44

47

USD/M ZN EUR/M ZN (RHS) Source: Bloomberg

Crise EMFed anuncia início

do tapering

0%

3%

6%

9%

12%

15%

18%

Jan-10 Jan-11 Jan-12 Jan-13 Jan-14

M oçambique M aputoFonte: INE

Page 28: BPI Análise Mercados Financeiros Mar.2014

28

E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014

A África do Sul foi apanhada no epicentro da crise dos países emergentes, com o rand a sofrer desvalorizaçõessuperiores a 25% face ao euro e ao dólar americano desde o início de 2013. A persistência de elevados défices dabalança corrente ao longo dos últimos anos, em conjunto com a dificuldade de a economia recuperar taxas de crescimentoelevadas após a recessão de 2009, contribuíram para que o país fosse um dos mais afectados pela redução dos estímulos daReserva Federal dos EUA. No final de Janeiro, o banco central sul-africano (SARB) amentou a taxa de juro dereferência da economia em 50 pontos base, para 5.5%, numa tentativa de atenuar a diminuição das saídas decapitais do país e controlar o valor da moeda local. De facto, a desvalorização do rand constitui actualmente o principalrisco para a estabilidade de preços, com a taxa de inflação anual a aumentar em Janeiro para 5.8%, ficando muito próximado objectivo superior definido pelo banco central em 6%. A possibilidade de a depreciação do rand se acentuar e de afectaros preços das mercadorias importadas deverá ser o principal centro de atenção do SARB nos próximos meses.

O crescimento anual da economia real acelerou no último trimestre do ano passado para 2%, depois de umcrescimento de 1.7% no terceiro trimestre. Desta forma, o crescimento da economia no ano ficou em 1.9%, menor doque os 2.5% de 2012 e o mais baixo desde a recessão de 2009. A persistência de greves, principalmente no sector daindústria transformadora, a fraqueza da procura interna e frequentes quebras de energia têm sido os principais factores pordetrás da desaceleração do crescimento económico. Ainda assim, a economia cresceu 3.8% no último trimestre por comparaçãocom o trimestre anterior (dados corrigidos pela sazonalidade), o ritmo mais elevado dos últimos dois anos. Por sua vez, ataxa de desemprego permanece elevada e um factor de tensão social, apesar de ter diminuído no último trimestre do anopara 24.1%. Quando incluídos os desempregados desencorajados, de fora da população activa, a taxa de desemprego sobepara 31.7% (ainda assim o valor mais baixo dos últimos quatro anos).

O Orçamento do Estado para o ano fiscal de 2014/15 mantém o enfoque na consolidação orçamental, apesardos receios levantados pelo crescimento lento da economia e pela desvalorização da moeda. O défice orçamentaldeverá fixar-se em 4% do PIB (o mesmo que no ano anterior) e deverá reduzir-se nos próximos dois anos. O crescimentodas receitas, derivado do aumento dos impostos sobre os lucros empresariais e sobre o rendimento dos particulares (reflectindoos aumentos salariais) têm contribuído para conter as contas públicas. Nas novas projecções que acompanham a divulgaçãodo orçamento, o governo reduziu o crescimento da economia para 2.7% em 2014 (menos 0.3 pontos) e reviu em alta a taxade inflação para 6.2% (mais 0.6 pp).

ECONOMIAS

ÁFRICA DO SUL - NO EPICENTRO DA CRISE DOS EMERGENTES

Nuno André Coelho

Rand já perdeu mais de 1/4 do seu valor desde oinício de 2013(rands por unidade de moeda estrangeira)

Fragilidade deriva de crescimento reduzido eelevados desequilíbrios externos(dados trimestrais, em %)

Depreciação do rand coloca estabilidade de preçosem risco(taxas anuais)

Aumento das exportações não evita maior déficecomercial(variação homóloga)

6

8

10

12

14

16

M ar-12 M ai-12 Ago-12 Nov-12 Jan-13 Abr-13 Jul-13 Out-13 Jan-14

USD/ZAR EUR/ZAR Fonte: Bloomberg

+27%

+33%

2

3

4

5

6

7

Jan-11 Jul-11 Jan-12 Jul-12 Jan-13 Jul-13 Jan-14

Inflação Taxa repo Fonte: SARB

Intervalo para a inflação

-20%

-10%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

Jan-11 Jul-11 Jan-12 Jul-12 Jan-13 Jul-13 Jan-14

Importações ExportaçõesFonte: Stat ist ics South Africa

Page 29: BPI Análise Mercados Financeiros Mar.2014

E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014

29

MERCADOS MERCADO CAMBIAL

O MERCADO PERMANECE LONGO EM EUROS

Descontado o processo de tapering, o mercado reforçou as posições longas em euros a propósito do relativosucesso dos países periféricos da moeda única sujeitos a resgate financeiro e com as boas perspectivaseconómicas futuras, tendo presentemente dificuldade em inverter essa situação. De facto, mesmo com o aumentodos riscos geopolíticos no mundo, nomeadamente através do potencial conflito entre russos e ucranianos, o dólar nãobeneficiou do clássico papel de moeda refúgio em momentos de forte instabilidade e incerteza. Em termos de Análise Técnicapodemos referir o seguinte: o EUR/USD, depois de ter tentado testar e quebrar o ponto de suporte 1.3506 (chegou a1.3475), formou um dinamismo de subida de curto prazo que pôs em causa pontos de resistência (nomeadamente 1.3739).Esta evolução veio confirmar que ainda estamos perante uma tendência bullish de longo prazo e que movimentos contráriosforam simples acções de correcção, normais na construção de uma tendência. Neste âmbito defende-se a actual sustentabilidadedo câmbio e mesmo a possibilidade de acontecerem testes ao importante ponto de resistência 1.3892. No entanto, casoaconteça um agravamento da disputa entre Moscovo e Kiev, o dólar poderá ser encarado como potencial activo de refúgio.Prevemos para já um intervalo de variação de curto prazo entre 1.36 e 1.39.

A recuperação do euro contra o dólar dos últimos dias foi consequência da atenuação do perigo de deflação naZona Euro, depois de conhecida a estabilização dos preços. Com efeito, desde Dezembro de 2013 que o crescimentodos preços em termos anuais se mantém em 0.8%. Em Fevereiro voltou a situar-se neste nível, quando as previsõesapontavam para um valor inferior, 0.7%. O alívio do mercado ficou patente na imediata apreciação do EUR contra USD e GBP.Entretanto ocorreu um outro facto que retirou valor ao dólar a favor do euro: a revisão em baixa do PIB dos EUA no 4ºT2013.De facto, de Setembro a Dezembro de 2013, o PIB não cresceu 3.2% mas sim 2.4%. Recorde-se que nesse período ocorreuum abrandamento do consumo privado, dos inventários e das exportações, em parte devido período de shutdown (apagãoorçamental) que paralisou durante algum tempo os serviços públicos norte-americanos.

Por fim, constatamos que os movimentos nos principais câmbios, tanto nos últimos meses como últimassemanas (dependendo dos casos), têm levado a desequilíbrios bem visíveis através da Paridade dos Poderes deCompra (PPC). O EUR está sobrevalorizado 5% em relação ao USD (devia situar-se em 1.31 e não em 1.38) e 14% face aoJPY (devia encontrar-se em 122 e não em 139). Mas em relação à GBP, o EUR mostra-se subavaliado em 6% (deviapermanecer em 0.87 e não 0.82), o que demonstra a grande atracção que a libra tem exercido sobre os investidores noactual contexto económico.

Agostinho Leal Alves

EUR/USD volta a cortejar valores máximos;enquanto USD/JPY mostra estabilização

(x euros por USD; x dólares por JPY)

Persiste a situação de maior firmeza de GBP e CHFcontra EUR, dada a maior procura destas moedas

(x euros por GBP; x euros por CHF)

Paridade dos Poderes de Compra

03.Mar.2014

% SOBRE (+) OU SUB (-)PPC SPOT VALORIZAÇÃO DO EUR

EUR/USD 1.3110 1.3768 5.02%

EUR/JPY 122.39 139.51 13.98%

EUR/GBP 0.8734 0.8231 -5.77%

EUR/CHF 1.2256 1.2129 -1.04%

Fonte: BPI.

Cotações a Prazo

03.Mar.2014

Moedas 3 Meses 6 Meses 1 Ano

EUR/USD 1.3767 1.3767 1.3773

EUR/JPY 139.47 139.40 139.28

EUR/GBP 0.8236 0.8241 0.8262

EUR/CHF 1.2121 1.2113 1.2092

Fonte: BPI.

Page 30: BPI Análise Mercados Financeiros Mar.2014

30

E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014

MERCADOS MERCADO CAMBIAL (moedas emergentes)

ACALMOU A INSTABILIDADE NAS MOEDAS DOS EMERGENTES

Depois da recente turbulência sentida em muitas das moedas das economias emergentes, a situação mostra-se agora mais calma, tendo mesmo ocorrido movimentos de correcção do valor para as principais moedas domercado (USD, EUR e GBP). Contudo, será cedo para que os investidores mais avessos ao risco regressem aos activosdestas economias, embora este movimento de enfraquecimento das moedas possa proporcionar boas oportunidades deentrada, dadas as atractivas taxas de juro, pois muitos bancos centrais subiram acentuadamente as suas taxas de juro dereferência. Mas muitos outros aspectos persistem, como o forte desequilíbrio externo e a alta inflação. Por isso são necessáriosajustamentos e reformas, que bem ou mal, de forma mais lenta ou rápida, estão a ser implementadas, de modo a gerar-secrescimento no contexto de maior competitividade mas também de maior rigor financeiro. Assim, os factores de mercadopara estas moedas encontram-se agora no meio interno de cada país, gerando-se mesmo uma diferenciação entre eles (porisso a partir de agora a análise feita pelos mercados será mais "fina", depois da última vaga de instabilidade ter sidoprovocada por um acto externo a estas economias: o tapering iniciado pela Reserva Federal norte-americana).

Na América Latina podem-se referir vários exemplos do que está a ser feito e do que ainda é necessárioimplementar para que surja crescimento e contas externas mais saudáveis. Na Argentina, embora a desvalorizaçãoda moeda tenha permitido ganhar competitividade, possivelmente será necessário um controlo mais apertado das importaçõese dos fluxos de capitais de modo a não se entrar num ciclo de mais desvalorizações e economia em contracção. No Brasil faltainvestimento, quando o cenário é de menor crescimento, mais inflação e mais necessidades financeiras, suportado noconsumo interno. Embora com políticas monetárias contraccionistas, em ambos os casos as moedas deverão permanecerfracas.

Na Europa, a Rússia padece dos mesmos males, crescimento baixo e falta de investimento. Com a inflação altae o rublo igualmente mais fraco, o banco central tem vindo a subir os juros de referência. Acresce que a crise da Ucrânia/Crimeia trouxe grande volatilidade ao rublo, o que levou o banco central a subir recentemente a sua principal taxa directorade 5.5% para 7.0%. Desde o início do ano, o rublo já se desvalorizou cerca de 12% contra o dólar. Do conjunto dos restantesmoedas, o zloty polaco mostra-se a melhor escolha.

Na Ásia, a depreciação inesperada do yuan (ver temas em destaque) foi um dos principais destaques domercado cambial. Este facto, a par da situação frágil de moedas como a rupia da Indonésia, deve limitar investimentosexternos.

Agostinho Leal Alves

Yuan perde valor por acção das autoridades; rublodeprecia-se por receio dos investidores

(x dólares por CNY; x dólares por RUB)

Numa evolução sem tendência mas volátil, zlotypolaco e coroa checa mostram-se firmes(x euros por PLN; x euros por CZK)

Rupía da Indonésia corrige recentes perdas e rupíada Índia mantém uma evolução bastante estável(x dólares por INR; x dólares por IDR)

Estancou momentaneamente a tendência dedepreciação do peso do México e do real do Brasil(x dólares por MXN; x dólares por BRL)

Page 31: BPI Análise Mercados Financeiros Mar.2014

E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014

31

MERCADOS MERCADO MONETÁRIO

ESTABILIZAÇÃO NOS PRINCIPAIS MERCADOS

O Banco Central Europeu voltou a deixar inalteradas as principais taxas de juro de referência para a Zona Eurona reunião de política monetária de Março. Em particular, a taxa refi mantém-se em 0.75% e as taxas aplicáveis aosdepósitos e empréstimos dos bancos comerciais efectuados com o banco central mantêm-se em 0.0% e 0.75%,respectivamente. Esta decisão contrariou muitas expectativas que apontavam para a introdução de medidas alternativas,entre os quais o anúncio de um programa de quantitative easing semelhante ao da Reserva Federal ou a suspensão daesterilização das operações de depósito utilizadas para absorver a liquidez introduzida com o programa de compra de dívidade 2010. Mario Draghi, presidente do banco central, voltou a reforçar que as taxas de juro vão permanecer nomesmo nível ou num nível inferior ao actual por um longo período temporal e desta vez referiu no seu discurso aligação entre a evolução do nível de preços e fraqueza da economia e da subutilização da capacidade instalada (emprego ecapital), sugerindo que a política monetária irá continuar a acomodar a recuperação económica.

De acordo com a primeira estimativa do Eurostat, a inflação anual manteve-se em 0.8% Fevereiro. No entanto, a taxa deinflação core, que exclui os preços dos bens energéticos e alimentares, aumentou para 1.0%. Apesar de permanecer emvalores significativamente inferiores ao objectivo, a inflação encontra-se em linha com as projecções do banco central.Assim, a decisão de introduzir novas medidas de política monetária deverá ser apenas influenciada por umadesaceleração inesperada do crescimento do nível de preços. As taxas Euribor estabilizaram depois de uma ligeirasubida iniciada perto do final do ano passado, mantendo-se imunes ao conflito Rússia-Ucrânia, à crise nos países emergentese à redução dos estímulos da Reserva Federal norte-americana, e não constituem fonte de pressão para o BCE.

O Banco de Inglaterra também manteve a principal taxa de juro inalterada em 0.50%, em linha com o consensono mercado. A recuperação rápida da economia tem contribuído para aumentar a expectativa de que a política monetáriaseja restringida já no primeiro semestre de 2015, o que não tem sido desmentido pelos governadores do banco central.

Nos EUA, prossegue a redução do quantitative easing (QE) em USD 10 mil milhões. Na reunião de 18 e 19 deMarço, a Reserva Federal deverá continuar a reduzir os estímulos no mesmo montante, passando a fixar-se em USD 55 milmilhões por mês. Prosseguindo a redução gradual do QE, até ao final do ano as compras de activos deverão ter terminado.

Nuno André Coelho

Inflação baixa não é comum a todos os Estados-membros da Zona Euro(dados em %)

BCE mantém taxas de juro em níveis mínimos

(principais taxas de juro de referência na Zona Euro, %)

Balanço da Fed continua a aumentar; do BoEestabilizou e do BCE continua em queda(activos bancários, 2007=100)

Taxas de mercado monetário interbancáriocontinuam estáveis(taxas de juro interbancárias a 3 meses)

Nota: * Ou último valor disponível quando dados de Janeiro não tiverem sido divulgados. Estãoincluídos todos os países da Zona Euro com excepção da Grécia.

0

1

2

3

4

5

6

M ar-08 M ar-09 M ar-10 M ar-11 M ar-12 M ar-13 M ar-14Depósitos CedênciaRefi EONIA Fonte: BCE

0

0.2

0.4

0.6

0.8

1

1.2

M ar-12 Set-12 M ar-13 Set-13 M ar-14

Euribor Libor USD Libor GBPFonte: Bloomberg

0

100

200

300

400

500

Fev-07 Fev-08 Fev-09 Fev-10 Fev-11 Fev-12 Fev-13 Fev-14

Fed BCE BoE Fonte: bancos centrais

Page 32: BPI Análise Mercados Financeiros Mar.2014

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E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014

MERCADOS MERCADO DE DÍVIDA PÚBLICA

NORMALIZAÇÃO ADIADA

Mercados desenvolvidos: Em Fevereiro, as yields os títulos de dívida pública a 10 anos norte americanos e alemãesapresentaram um comportamento muito estável, variando entre 2.62-2.75% no caso dos US Treasuries e entre 1.56-1.70%no caso do Bund alemão. A permanência das taxas de rendibilidade em níveis reduzidos terá beneficiado de movimentos defuga para a qualidade relacionados com a verificação de situações de maior instabilidade política em algumas economiasemergentes e na Ucrânia. Para além dos factores políticos, também os sinais de que os respectivos bancos centrais nãoalterarão proximamente os níveis das taxas de juro de referência - dada a perspectiva de que a inflação manter-se-á emníveis reduzidos no médio prazo - são um factor de suporte para o mercado de dívida pública, mantendo as respectivas taxasde rendibilidade próximos dos níveis mínimos. A ausência de pressões inflacionistas e a instabilidade política em algunspontos do globo favorecerão a permanência das yields dos países desenvolvidos em níveis reduzidos; contudo a permanênciade cenários favoráveis à retoma da actividade continua a suportar a construção de um movimento de subida gradual dastaxas de rendibilidade até ao final do ano.

Países da periferia: os spreads da dívida dos países mais fragilizados da zona euro continuam a estreitar, reflectindoperspectivas mais favoráveis quanto à actividade, melhorando a percepção do risco por parte dos investidores. Os prémiosde risco de Portugal e Espanha encontram-se em mínimos desde 2011, situando-se em torno dos 290 pontos base no casode Portugal e dos 170 pb em Espanha. Durante o mês de Fevereiro, Portugal emitiu 3 mil milhões de euros (mme) de dívidaa 10 anos, recomprou 1.3 mme de dívida com vencimentos em 2014 e 2015 e realizou uma colocação privada de 1.27 mmede títulos com maturidade em 2022 e com uma taxa de 4.6%. Esta última operação foi colocada junto de um investidornacional, eventualmente o Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social. Com as operações realizadas nos primeirosmeses de 2014, Portugal assegurou o cumprimento das necessidades de financiamento para este ano, reduzindo para cercade 4.5 mme as necessidades de financiamento para 2015.

Teresa Gil Pinheiro

Mercado de Dívida Pública: Taxas nominais

(%)

Mercado de Dívida Pública: Taxas reais

(%)

Taxa de inflação implícita na dívida pública

(%)

UEM: Mercados mais afectados

(Spread face ao Bund alemão 10 anos (p.b.))

Page 33: BPI Análise Mercados Financeiros Mar.2014

E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014

33

MERCADOS MERCADOS ACCIONISTAS

BULL MARKET!

O sentimento bolsista mantém-se bastante positivo nos dois lados do Atlântico, suportado por dados económicosfortes, que reforçam o cenário de uma economia mundial mais pujante, e por expectativas elevadas de ganhosatractivos (comparativamente superiores a outros activos). Por outro lado, engrossou o parqueamento em activosdas economias avançadas proveniente de capitais em fuga das economias emergentes (sendo difícil para já o seu regresso).Mas também é previsível que esta fase mais madura do movimento bullish possa abrandar, com os índices bolsistas maisimportantes a cortejar novos territórios (novos máximos de sempre). Este facto faz surgir com frequência o "fantasma" dabolha especulativa no espírito dos investidores mais cautelosos. Contudo, há situações de suporte deste ciclo de alta: astaxas de juro de curto prazo permanecerão em níveis historicamente baixos num período longo; neste mesmo sentido, nãoexistem ainda pressões de subida das taxas de curto prazo que levem a aproximar-se e mesmo ultrapassar as de longo prazo(sinal infalível de alteração de sentimento de mercado, contudo os spreads são de 250 pontos base no caso EUA e de 150 naZona Euro); este cenário permite assim uma expansão dos preços e espaço para mais ganhos bolsistas, mas igualmente"escaladas" menos racionais; os EUA na frente, mas com a Zona Euro a retomar uma actividade mais dinâmica, deverãocrescer a taxas pré-crise, com o consumo e as expectativas dos empresários em níveis de grande conforto; que acresce, ainflação em valores abaixo dos objectivos tanta da Fed como do BCE.

Neste contexto, e em comparação com outros períodos semelhantes no passado, espera-se igualmente oaumento da volatilidade com a aceleração dos preços. No caso dos índices, nomeadamente de DJI, S&P500 e DAX, porexemplo, o facto de já não haver referências para um possível "tecto" (não existem pontos de resistência do passado, poisencontram-se em novos territórios) ajuda ao aumento de volatilidade - a incerteza trazida pelo facto de se encontrarem emníveis máximos torna as compras e as vendas e a variação de preços mais agitada. De referir ainda que surgiram recentementeriscos acrescidos trazidos por instabilidade política e económica na Ucrânia, Venezuela, Brasil, Turquia e Tailândia. No caso daEuropa, a Turquia representa uma dívida externa titularizada de curto prazo de 150 mil milhões de dólares, concentrada embancos do Reino Unido, França, Grécia e Espanha. A situação da China também é centro de interesse para os mercados, apropósito de um provável abrandamento económico e do seu reflexo para o mundo.

Na Ibéria, o índice português tem mostrado uma prestação acumulada superior ao espanhol. Desde o início doano, PSI20 e IBEX35 registam ganhos acumulados de 16% e 6%, respectivamente.

Agostinho Leal Alves

Após uma expressiva correcção está retomado obullish trend do DJI; EUROSTOXX50 mais contido(base 100=Jan 12)

Comparativamente ao IBEX35, o PSI20 destaca-see regista uma valorização superior(base 100=Jan 12)

As bolsas em termos gerais retomaram a tendência de alta, após um momento de correcção maisexpressiva; destacam-se os EUA, que lideram o movimento; os emergentes não descolam

(base 100=Jan 12)

99.80

100.00

100.20

100.40

100.60

Jan-12 Jul-12 Jan-13 Jul-13 Jan-14M SCI M undo M SCI Emergentes M SCI Europa M SCI América Norte Fonte: ThomsonReuters

99.80

99.90

100.00

100.10

100.20

100.30

100.40

Jan-13 Abr-13 Jul-13 Out-13 Jan-14

IBEX 35 PSI 20 Fonte: ThomsonReuters

99.90

100.00

100.10

100.20

100.30

Jan-13 Abr-13 Jul-13 Out-13 Jan-14

DJI EUROSTOXX 50 Fonte: ThomsonReuters

Page 34: BPI Análise Mercados Financeiros Mar.2014

34

E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014

MERCADOS MERCADOS DE COMMODITIES

QUANDO AS CONDIÇÕES GEOPOLÍTICAS SE JUNTAM ÀS CLIMATÉRICAS…

Ao longo dos últimos meses, os preços das matérias-primas em termos globais foram se mantendo basicamente subavaliados,num cenário de abundância, sem constrangimentos tanto do lado da oferta como da procura, havendo à partida boasperspectivas económicas/de consumo para 2014. Contudo, o Inverno trouxe dois factores inesperados: o agravamentodas condições climatéricas, sejam elas tempestades e excesso de chuva e neve no hemisfério norte, ou secasmais rigorosas no hemisfério sul; o agravamento da situação política na Ucrânia e a ingerência da Rússia, o queampliou os riscos de tensão à escala mundial (para além de que a Ucrânia é um importante fornecedor decereais na região e energeticamente dependente do gás russo). Em mercados que, pela sua natureza, reagem porantecipação, o desenvolvimento destes aspectos ao longo das próximas semanas deverá manter volatilidade acrescida nospreços.

Na energia, o preço do petróleo e do gás natural mostraram pressão de subida com o surgimento de mais umfactor geopolítico (a par de outros que persistem, Síria/Médio Oriente, Coreias; e em potência o caso da Ven-ezuela) com a instabilidade política na Ucrânia/Crimeia e a intromissão da Rússia, na tentativa de controlo deuma zona estrategicamente importante. Entretanto, com a oportunidade dada à diplomacia, os preços destas matérias-primas corrigiram e estão presentemente mais contidos. Enquanto se aguardam por sucessivas confirmações de que aeconomia mundial está a trilhar um crescimento mais sustentado e abrangente (embora haja riscos, como a sensação deinstabilidade e incerteza trazida pela situação da Ucrânia), a Agência Internacional de Energia (AIE) reviu em alta a procurade crude ao longo do ano (ver gráfico). Por outro lado, a AIE também espera um aumento faseado dos produtos refinadosoferecidos, num movimento liderado pelos EUA, China, Rússia e Médio Oriente. Neste contexto, a previsão da evolução dospreços mantém-se conservadora, podendo desenhar-se uma ligeira tendência de subida.

Os preços dos metais preciosos também beneficiaram com a questão da Ucrânia/Crimeia versus Rússia. Opreço do ouro, que retomou o seu papel de activo de refúgio, está agora longe dos valores mínimos registados tanto emmeados de 2013 ($1180 onça troy) como no fim do ano ($1184). A recuperação do preço tem sido significativa desde o iníciode 2014 e tenderá a aproximar-se de um importante ponto de resistência existente em $1433 (Agosto de 2013).

Os preços dos metais para a indústria mantêm-se bastante dependentes da evolução económica na China.Uma recuperação da produção industrial (depois de recente abrandamento) poderá dar suporte aos preços.

Agostinho Leal Alves

O risco geopolítico fez subir preço do petróleo, quejá está a corrigir com a diminuição da pressão(USD)

Crude - no 4ºT13 a procura foi superior à oferta,levando à subida dos preços no final do ano(milhões barris dia)

Depois de ter registado um mínimo em $1180, opreço do ouro recupera e consolida(USD)

O preço do gás natural sobreu grande volatilidadecom o risco de guerra na Crimeia e Ucrânia(USD)

85

90

95

100

105

110

115

120

Abr-13 Jun-13 Ago-13 Out-13 Dez-13 Fev-14

WTI Brent Fonte: Reuters, BPI

86878889909192939495

1T12 4T12 3T13 2T14

Procura Oferta Fonte: AIE

1100

1200

1300

1400

1500

1600

1700

Abr-13 Jun-13 Ago-13 Out-13 Dez-13 Fev-14

Fonte: Reuters, BPI

2

3.5

5

6.5

Abr-13 Jun-13 Ago-13 Out-13 Dez-13 Fev-14

Fonte: Reuters, BPI

Page 35: BPI Análise Mercados Financeiros Mar.2014

E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014

35

PREVISÕES

Economias Desenvolvidas

Tx. de Inflação Saldo Orç./PIB Dívida Pública/PIB BTC/PIB Desemprego Crescimento PIB

2013 2014 2015 2013 2014 2015 2013 2014 2015 2013 2014 2015 2013 2014 2015 2013 2014 2015

E.U.A. 1.5 1.8 2.0 -5.3 -4.4 -3.7 98.0 99.4 100.7 -2.5 -2.4 -2.5 7.5 6.8 6.0 1.8 2.8 3.0Japão 0.3 2.5 1.7 -9.4 -7.6 -6.5 233.5 234.1 241.9 0.9 1.0 1.3 4.1 3.9 3.8 1.7 1.5 1.2

UE 1.5 1.2 1.5 -3.5 -2.7 -2.7 89.4 89.7 89.5 1.7 1.7 1.7 10.9 10.7 10.4 0.1 1.5 2.0

UEM 1.4 1.1 1.3 -3.0 -2.5 -2.1 95.3 96.1 95.9 2.2 2.3 2.4 12.1 12.1 11.7 -0.4 1.1 1.5

Alemanha 1.6 1.5 1.9 -0.1 0.1 0.3 79.5 77.2 74.3 6.8 6.5 6.2 5.9 5.8 5.5 0.5 1.8 1.9

França 1.0 1.2 1.3 -4.1 -3.6 -2.7 93.7 95.8 96.9 -1.8 -1.7 -1.5 10.8 11.0 10.7 0.2 0.9 1.4Itália 1.3 1.0 1.0 -3.0 -2.6 -2.4 132.1 133.7 134.0 0.7 1.1 1.4 12.2 12.6 12.4 -1.8 0.5 0.9

Espanha 1.6 0.6 0.7 -6.6 -5.6 -5.1 93.6 98.9 102.7 1.0 1.9 2.5 26.5 26.0 24.9 -1.2 0.7 1.2

Holanda 2.6 1.2 1.3 -3.9 -3.5 -2.6 74.4 75.6 76.0 10.3 10.3 10.2 7.3 8.0 8.1 -1.0 0.4 1.1Bélgica 1.2 1.1 1.4 -2.7 -2.4 -2.0 100.8 101.1 101.1 -1.2 -0.6 -0.3 8.6 8.7 8.4 0.2 1.1 1.4

Áustria 2.1 1.7 1.8 -2.1 -1.9 -1.4 75.0 74.9 73.9 2.7 2.9 3.4 4.8 4.8 4.6 0.4 1.6 1.9

Finlândia 2.3 1.9 1.8 -2.4 -2.3 -2.0 57.1 60.4 61.3 -1.0 -0.9 -0.4 8.2 8.2 8.0 -1.1 0.8 1.6Grécia -0.8 -1.2 -0.9 -6.5 -2.8 -1.6 176.0 180.1 182.3 -0.6 0.4 0.9 27.3 27.1 26.1 -3.7 0.1 1.6

Irlanda 0.6 0.7 1.2 -7.4 -4.9 -3.2 123.4 121.7 120.3 5.3 5.3 5.5 13.4 12.3 11.3 0.2 1.9 2.4

Reino Unido 2.6 2.2 2.0 -6.3 -5.2 -4.1 90.2 92.9 90.7 -3.7 -3.0 -3.0 7.7 7.2 6.6 1.6 2.7 2.5Suécia 0.1 1.0 1.8 -1.3 -1.3 -0.9 39.8 39.5 37.9 5.9 5.5 5.5 8.0 7.9 7.4 0.9 2.3 2.9

Dinamarca 0.7 1.5 1.8 -1.4 -1.8 -2.2 44.6 44.6 45.1 5.9 5.7 5.8 7.0 6.9 6.6 0.3 1.6 1.8

Luxemburgo 1.7 1.7 1.9 -0.5 -0.7 -1.6 23.6 25.0 27.3 6.3 6.6 6.1 6.6 6.7 6.6 1.5 2.0 2.3Suíça -0.2 0.4 1.0 0.4 0.6 0.7 36.2 34.7 31.2 11.9 11.6 12.3 3.5 3.3 3.2 1.9 2.1 2.3

Portugal 0.9 0.6 0.5 -5.8 -4.4 -3.3 127.8 131.2 132.2 0.6 1.3 1.7 16.5 16.3 15.5 -1.7 0.6 1.1Fontes:Média simples de previsões mais recentes: da OCDE, UE, FMI, BdP, Economist, e outras instituições.

Notas: O uso de médias de várias previsões pode gerar valores incongruentes entre si.

Portugal

2013 2014 2015

Consumo privado -1.6 0.8 1.2Consumo público -1.7 -1.5 -0.2

Investimento -7.3 3.0 3.0

Exportações 6.1 3.8 3.0Importações 2.8 2.9 2.2

PIB -1.4 1.0 1.5

Défice Orçamental (PDE) 5.1 4.0 2.5Déf. orçam. s/ medidas extraordinárias n.d. 4.0 2.7

Taxa de inflação média 0.3 0.8 1.7

Taxa média de desemprego 16.3 15.5 15.0

Fonte: INE, Banco BPI.

Previsões Económicas do BPI

EUA&UEM

PIB Taxa de Inflação*

2013 2014 2015 2013 2014 2015EUA 1.9% 2.4% 2.5% 1.5% 2.0% 2.2%

Zona Euro -0.4% 1.1% 1.5% 1.4% 1.6% 2.0%

Portugal -1.4% 1.0% 1.5% 0.3% 0.8% 1.7%Fonte: INE, Eurostat, Reuters, previsões do Banco BPI.

Nota: * Taxa de Variação Média; IPCH para Zona Euro.

Indicam-se, a laranja, as alterações recentes.

Mercados Emergentes

Tx. de inflação Cresc. do PIB Tx. de Desemp. Dívida Púb./PIB Saldo Orç./PIB BTC/PIB Dívida Externa/PIB

2013 2014 2015 2013 2014 2015 2013 2014 2015 2013 2014 2015 2013 2014 2015 2013 2014 2015 2013 2014 2015Brasil 5.6 5.6 4.9 2.4 2.2 2.6 5.7 6.1 6.2 57.8 58.8 61.6 -3.1 -3.4 -2.7 -2.9 -2.7 -1.8 18.1 19.3 17.2

México 3.7 3.6 3.4 1.5 3.7 3.9 4.9 4.8 4.5 36.2 33.2 40.9 -2.4 -3.1 -2.9 -1.6 -1.6 -1.6 26.6 26.5 29.2

Argentina 18.2 21.5 25.4 3.0 1.6 2.2 7.6 8.1 7.8 40.2 40.4 47.6 -3.0 -3.2 -2.8 -0.5 -0.5 -0.5 29.3 29.5 27.8Chile 2.3 2.8 3.0 4.3 4.4 4.4 6.4 6.6 6.6 9.8 9.6 13.5 -0.5 -0.4 -0.5 -4.2 -4.2 -4.2 42.7 42.0 46.8

R. Checa 1.6 1.4 1.8 -0.6 1.7 2.1 7.9 8.0 n.a. 48.0 49.5 n.a. -3.2 -2.9 -2.6 -1.5 -1.4 -2.5 52.1 50.6 n.a.Polónia 1.5 2.0 2.6 1.4 2.6 3.6 11.6 11.5 n.a. 56.6 56.2 n.a. -3.7 -2.3 -3.1 -2.7 -2.7 -2.5 74.2 80.3 n.a.

Hungria 2.6 2.5 2.9 0.4 1.7 2.0 10.9 10.9 n.a. 78.8 77.9 n.a. -3.0 -3.1 -2.7 2.0 1.9 0.6 121.1 122.4 n.a.

Russia 6.5 5.6 4.7 2.4 3.0 2.5 5.9 5.8 n.a. 9.6 10.6 n.a. -0.3 -0.9 -1.3 2.2 1.3 1.0 28.5 27.2 n.a.

China 2.7 3.1 3.4 7.8 7.7 7.6 4.1 4.1 4.0 26.8 26.4 n.a. -1.8 -1.8 -1.8 2.4 2.2 2.0 10.3 10.7 n.a.

Fontes: Média simples de previsões mais recentes: FMI, OCDE, CE e outras instituições.

Page 36: BPI Análise Mercados Financeiros Mar.2014

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E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014

Taxas de Câmbio10.Mar.14

Taxa actual ...a 1 mês ...a 3 meses ...a 6 meses ...a 1 ano

EUR/USD 1.39 1.35 1.33 1.31 1.28

EUR/USD (Prev. BPI) - 1.36 1.33 1.30 1.28USD/JPY 103.43 104.00 106.00 108.00 115.00

USD/JPY (Prev. BPI) - 105.00 110.00 105.00 106.00

EUR/JPY 143.44 140.00 140.00 140.00 145.00EUR/JPY (Prev. BPI) - 142.80 146.30 136.50 135.68

EUR/GBP 0.83 0.82 0.81 0.81 0.80

EUR/GBP (Prev. BPI) - 0.83 0.83 0.82 0.82EUR/CHF 1.22 1.23 1.24 1.25 1.30

EUR/CHF (Prev. BPI) - 1.23 1.23 1.23 1.23

Fonte: Médias de previsões de várias instituições de research.

PPPPPREVISÕESREVISÕESREVISÕESREVISÕESREVISÕES

Taxas de Juro10.Mar.14

Taxas de Juro Spreads equivalentes face às taxas americanas

Taxa actual ...a 1 mês ...a 3 meses ...a 6 meses ...a 1 ano Spread actual ...a 1 mês ...a 3 meses ...a 6 meses ...a 1 ano

Taxas de juro 3 MEUR 0.29% 0.25% 0.26% 0.28% 0.36% 5 -4 -5 -6 -10

EUR (Prev. BPI) - 0.30% 0.33% 0.35% 0.40% - 5 8 0 -5

USD 0.24% 0.29% 0.31% 0.34% 0.46% - - - - -USD (Prev. BPI) - 0.25% 0.25% 0.35% 0.45% - - - - -

JPY 0.14% 0.17% 0.17% 0.17% 0.18% -10 -12 -14 -17 -28

JPY (Prev. BPI) - 0.15% 0.15% 0.15% 0.15% -10 -10 -20 -30GBP 0.52% 0.53% 0.55% 0.60% 0.75% 29 24 24 26 29

GBP (Prev. BPI) - 0.52% 0.60% 0.70% 0.75% 27 35 35 30

CHF 0.02% 0.02% 0.03% 0.04% 0.09% -22 -27 -28 -30 -37CHF (Prev. BPI) - 0.02% 0.02% 0.05% 0.05% -23 -23 -30 -40

Taxas de juro 10 A

POR 4.57% 4.65% 4.65% 4.75% 4.75% 177 166 153 149 127POR (Prev. BPI) - 4.65% 4.65% 4.75% 4.75% - 175 165 150 125

ALE 1.67% 1.97% 2.11% 2.23% 2.42% -114 -102 -101 -103 -106

ALE (Prev. BPI) - 1.90% 2.00% 2.25% 2.50% - -100 -100 -100 -100EUA 2.80% 2.99% 3.12% 3.26% 3.48% - - - - -

EUA (Prev. BPI) - 2.90% 3.00% 3.25% 3.50% - - - - -

JAP 0.63% 0.70% 0.74% 0.79% 0.90% -218 -229 -238 -247 -258JAP (Prev. BPI) - 0.70% 0.70% 0.70% 0.75% - -220 -230 -255 -275

RU 2.81% 3.02% 3.15% 3.33% 3.63% 0 3 3 7 15

RU (Prev. BPI) - 2.90% 3.00% 3.15% 3.50% - 0 0 -10 0SUI 1.04% 1.12% 1.23% 1.33% 1.50% -177 -187 -189 -193 -198

SUI (prev. BPI) - 1.10% 1.25% 1.25% 1.30% - -180 -175 -200 -220

Fonte: Médias de previsões de várias instituições de research.

Page 37: BPI Análise Mercados Financeiros Mar.2014

E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014

37

PPPPPREVISÕESREVISÕESREVISÕESREVISÕESREVISÕES

Taxas Oficiais dos Principais Bancos Centrais

Taxa de referência Nível em Nível actual Data da última Data do anúncio Previsão

31.Dez.12 10.Mar.14 alteração da próxima decisão BPIBancos Centrais G-7

Reserva Federal dos EUA 1* Fed Funds Rate 0%-0.25% 0%-0.25% 16-Dez-08 (-75/-100 pb) 19-Mar-14 Sem alteração

Banco Central Europeu 2* Minimum Bid Refi Rate 0.75% 0.25% 7-Nov-13 (-25 pb) 03-Abr-14 Sem alteraçãoBanco do Japão 3* O/N Call Rate 0.10% 0.07% 5-Out-10 (-5 pb) - -

Banco do Canadá O/N Lending Rate 1.00% 1.00% 8-Set-10 (+25 pb) 16-Abr-14 -

Banco de Inglaterra Repo Rate 0.50% 0.50% 5-Mar-09 (-50 pb) 10-Abr-14 Sem alteraçãoOutros Bancos Centrais

Banco Nacional da Suíça Libor 3M do CHF 0%-0.25% 0%-0.25% 03-Ago-2011 (-50 p.b) 20-Mar-14 Sem alteração

Riksbank (Suécia) Repo Rate 1.00% 0.75% 17-Dez-13 (+25 pb) 09-Abr-14 -Norges Bank (Noruega) Key Policy Rate 1.50% 1.50% 14-Mar-12 (-25 pb) 27-Mar-14 -

Banco Nacional da Dinamarca Lending Rate 0.20% 0.20% 2-Mai-13 (-10 pb) 4* -

Reserve Bank (Austrália) Cash Rate 3.00% 2.50% 6-Ago-13 (-25 pb) 01-Abr-14 -América Latina

BACEN (Brasil) Selic 7.25% 10.75% 26-Fev-14 (+25 bp) 02-Abr-14 -

BANXICO (México) O/N Interbank Funding Rate 4.50% 3.50% 25-Out-13 (-25 pb) 21-Mar-14 -Europa de Leste

NBP (Polónia) Taxa de intervenção - 14 dias 4.25% 2.50% 03-Jul-13 (-25 pb) 09-Abr-14 -

NBH (Hungria) Repo Rate - 2 semanas 5.75% 2.70% 18-Fev-14 (-15pb) 25-Mar-14 -CNB (República Checa) Repo Rate - 2 semanas 0.05% 0.05% 2-Nov-12 (-20 pb) 27-Mar-14 -

Fonte: Bloomberg.

Notas: 1*Normalmente as alterações de taxas são anunciadas nas datas dos FOMC. No entanto poderão ser criadas reuniões intermédias, e as taxas poderão ser alteradasem qualquer altura.

2*De acordo com o BCE, apenas a 1ª reunião de cada mês serve para anunciar alterações na sua política monetária. No entanto, existe a possibilidade de poder

alterar essa mesma política em qualquer altura.3*A partir de Abril de 2013, o Banco do Japão passou a adoptar como principal instrumento de política monetária o controlo da base monetária em vez da taxa de

juro. A taxa actual apresentada refere-se à taxa efectiva.

4*Sem datas pré-marcadas, podendo ser alterada em qualquer altura.

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38

E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014

Taxas de Câmbio dos Mercados Emergentes10.Mar.14

Taxas de Câmbio Taxa actual... a 1 mês... a 3 meses... a 6 meses... a 1 ano

USD/BRL 2.40 2.40 2.42 2.45 2.55

USD/MXN 13.25 13.28 13.15 13.00 12.57USD/ARS 7.90 8.00 8.63 9.43 12.95

EUR/CZK 27.51 27.40 27.40 27.20 26.15

EUR/PLN 4.19 4.16 4.14 4.10 3.96EUR/HUF 307.89 305.00 306.00 303.00 290.00

USD/RUB 34.67 34.68 35.05 35.15 36.00

USD/CNY 6.06 6.05 6.02 6.00 5.90Fonte: Médias de previsões de várias instituições de research.Legenda: BRL - Real do Brasil PLN - Zloty da Polónia MXN - Peso Mexicano HUF - Forint da Hungria

ARS - Peso Argentino RUB - Rublo da Rússia CZK - Coroa Checa CNY - Renminbi/Yuan da China

PPPPPREVISÕESREVISÕESREVISÕESREVISÕESREVISÕES

Taxas de Juro e Spreads dos Mercados Emergentes10.Mar.14

Taxas de Juro Spreads equivalentes face às taxas americanas

Taxa act. ...a 1 mês ...a 3 meses ...a 6 meses ...a 1 ano Spread act. ...a 1 mês... a 3 meses ...a 6 meses ...a 1 anoTaxas de juro de curto-prazo

BRL 10.50% 10.63% 10.75% 10.75% 11.64% 1027 1034 1044 1041 1118

MXN 3.50% 3.50% 3.50% 3.58% 3.86% 327 321 319 324 340ARS 12.75% n.d. n.d. n.d. n.d. 1252 n.d. n.d. n.d. n.d.

CZK 0.37% 0.40% 0.42% 0.42% 0.48% 14 11 11 8 2

PLN 2.61% 2.69% 2.72% 2.85% 3.56% 238 240 241 251 310HUF 2.85% 3.20% 3.24% 3.27% 3.20% 262 291 293 293 274

RUB 6.50% 4.96% 4.91% 4.89% 0.00% 627 467 460 455 -46

CNY 6.00% 6.02% 6.04% 6.05% 6.08% 577 573 573 571 562Taxas de juro 10 A

BRL 4.21% n.d. n.d. n.d. n.d. 239 - - - -

MXN 3.59% 6.31% 6.35% 6.78% 7.08% 181 - - - -ARS 14.52% n.d. n.d. n.d. n.d. 1203 - - - -

CZK 2.12% 2.48% 2.59% 2.67% 2.78% 47 - - - -

PLN 4.12% 4.46% 4.57% 4.65% 4.91% 247 - - - -HUF 6.22% 6.03% 6.08% 6.07% 5.90% 457 - - - -

RUB 7.99% n.d. n.d. n.d. n.d. 204 - - - -

CNY 4.07% 4.54% 4.61% 4.62% 4.71% 243 - - - -Fonte: Médias de previsões de várias instituições de research.Nota: A taxa de juro de curto prazo apresentada para o Brasil é a taxa Selic, para o México é a taxa overnight, para a Hungria é a base rate e para a China é a taxa de

empréstimo fixada pelo banco central.Os spreads de dívida de longo prazo de CZK, PLZ, HUF e CNY resultam da comparação directa entre a yield do benchmark dos Bunds a 10 anos e a yield aquiapresentada.

Os spreads de dívida de longo prazo de BRL, ARS, MXN e RUB são os calculados pela JP Morgan nos índices EMBI.

Page 39: BPI Análise Mercados Financeiros Mar.2014

E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014

39

BRASIL - ANÁLISE DE CONJUNTURA

OOOOOPINIÃOPINIÃOPINIÃOPINIÃOPINIÃO

De uma maneira geral, a economia brasileira encontra-se hoje em dia em melhores condições para absorver choquesexternos comparativamente às crises anteriores. O mercado interno é vasto, e os fundamentos macroeconómicos sãobastante mais fortes (exportações diversificadas, bom nível de reservas internacionais, deficit da balança corrente moderadoe coberto por um elevado investimento estrangeiro). Porém, o Brasil irá continuar certamente vulnerável à turbulência nosmercados financeiros, e os riscos de impacto no mercado cambial e no sector financeiro são elevados. É certo que asprincipais vulnerabilidades da economia estão relacionadas com problemas estruturais do mercado interno, mas qualquerefeito adverso no sector externo iria ter repercussões negativas em toda a economia, e expor as debilidades internas quetanto têm preocupado os investidores. A título de exemplo, uma desvalorização significativa do real poderia forçar umnovo ciclo de politicas monetárias restritivas para prevenir o contágio da desvalorização cambial no aumento dos preços,o que neste momento teria um efeito contraproducente sobre o investimento e o crescimento. Assim, a capacidade deimplementação de políticas públicas, para promover o crescimento, dando prioridade ao investimento, em detrimento doestímulo do consumo, será fundamental para preparar a economia para lidar com os choques externos. Ao mesmo tempo,a política fiscal deveria adoptar um cariz mais neutral, já que uma moderação da expansão fiscal iria provavelmente tornara politica monetária mais eficaz.

A EVOLUÇÃO DOS ÚLTIMOS ANOS: O CRESCIMENTO ECONÓMICO E AS MELHORIAS SOCIAIS

Nas últimas duas décadas, o Brasil alcançou uma posição de destaque no contexto da economia global. A economiabrasileira é a maior economia da América Latina, representa cerca de 40% do PIB da região, e ocupa já o sétimo lugarno ranking das maiores economias do mundo. O bom posicionamento da economia brasileira no actual contexto daeconomia global foi conseguido não só pela riqueza natural do país mas também pelas reformas estruturais adoptadasdesde os anos 90 e pelas políticas macroeconómicas e fiscais conservadoras que melhoraram a credibilidade externa dopaís.

Neste contexto foram também alcançados importantes progressos na diminuição da pobreza. No início dos anos 90, cercade 30% da população vivia com menos de dois dólares por dia, o que compara com apenas 10% em 2009. Ao mesmotempo, entre 1990 e 2011, o PIB per capita aumentou aproximadamente de 2000 para 12000 dólares. Com esta conjugaçãode políticas, o Brasil conseguiu finalmente dar um passo importante para começar a diminuir as disparidades sociais quepermaneceram no país durante décadas. O coeficiente de Gini1, que se tinha fixado ao valor de 60 durante mais de trintaanos, apresentou uma melhoria significativa ao cair para um mínimo histórico de 53 em 2012. Esta melhoria ficouessencialmente a dever-se aos programas de transferências sociais, nomeadamente o programa Bolsa Família (um programade transferência directa de rendimentos para as famílias em situação de pobreza em todo o país). No entanto, note-se queeste valor é ainda extremamente elevado para um país de rendimento médio (o coeficiente médio dos países da OCDE éde 31).

1 Indicador que mede a desigualdade na distribuição do rendimento que assume valores entre 0 (quando todos os indivíduos têm igual rendimento) e 100 (quando todo o rendimento se concentra num únicoindivíduo).

Brasil - Perfil do país

Designação oficial República Federativa do Brasil

Localização América do SulFaz fronteira com: Oceano Atlântico; Argentina, Bolivia, Colombia,Guiana Francesa, Guiana, Peru, Paraguai, Suriname, Uruguai e Venezuela

Capital Brasília

Chefe de Estado Dilma ROUSSEFF (desde 1 Janeiro 2011)

Área 8.5 milhões de km2

Recursos Naturais Bauxite, ouro, ferro, manganês, níquel, alumínio, platina, nióbio, fosfatos,platina, urânio, petróleo

Língua Portugês

Religião Catolicismo romano

Alianças/Tratados Mercoul, CPUP

Moeda Real

Risco de país S&P - BBB; Moody's - Baa2; Fitch - BBB

Fonte: xxxxxx

Page 40: BPI Análise Mercados Financeiros Mar.2014

40

E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014

OOOOOPINIÃOPINIÃOPINIÃOPINIÃOPINIÃO

Com um crescimento médio de 3.7% durante a primeira décadado segundo milénio, o Brasil impressionou particularmente aoexibir uma taxa de crescimento de 7.5% em 2010, umcrescimento que beneficiou dos altos preços das commodi-ties, da expansão do crédito e do consumo interno. No entantodepois deste ciclo prometedor, a economia brasileira entrounum período de desaceleração de crescimento económico. Ocrescimento do PIB sofreu um abrandamento considerável para2.7% em 2011 e 0.9% em 2012, enquanto que em 2013 severificou uma ligeira melhoria para 2.3%. Mas ao contrário doque terá acontecido durante a crise financeira de 2008, esteabrandamento não foi causado simplesmente por factoresexternos, derivou também de diversas questões relacionadascom a economia doméstica. Se por um lado, o fim do ciclo dospreços altos das commodities e da desaceleração docrescimento global, contribuíram para esta inversão detrajectória, por outro lado a economia brasileira tem sedeparado com diversos constrangimentos internos relacionadosnomeadamente com o mercado de trabalho, a falta de infra-estruturas (físicas e humanas) e o fraco investimento. Nãoobstante os efeitos adversos que uma nova crise internacionalpoderia ter no Brasil (que poderia ser causada por uma retiradamassiva de capitais das economias emergentes), são estesfactores do foro interno e estrutural, que mais têm motivadoas presentes inquietações relativamente à sustentabilidade docrescimento da economia do Brasil.

Principais Indicadores

2012(ou data indicada)

PIB (USD, mil milhões) $2,253

PIB per capita (USD) 11,340

População (total; milhões de habitantes) 196.5

População (crescimento) 0.8

Densidade pop. (hab. por km2) 23.1

Indicadores de desenvolvimento

Desenvolvimento humano

Esp. média de vida à nascença, anos (2011) 73

Taxa de pobreza* (% da população) (2009) 21.4%

UN HDI, Ranking em 185 países(2013) 85

Saúde

Médicos por 1000 habitantes (2010) 1.8

Camas de hospital por 1000 habitantes 2.4

Educação

Taxa de analfabetismo (2009) 9.7

Taxa líquida de matriculas

Ensino Primário (2005) 94%

Ensino Secundário (2004) 78%

Economia

Evolução 2009-2012

Taxa de cresc. média do PIB 2.7

Taxa de cresc. média da população 0.9

Peso dos sectores no VAB

Sector Primário 5.3

Sector Secundário 26.0

Sector Terciário 68.7

Balança Corrente (% do PIB) -2.4

Exportações Bens e Serv. (% PIB) 12.6

Importações Bens e Serv. (%PIB) 14.0

Dívida Externa Total (% do PIB) 25.6

Taxa de desemprego 5.5

Fonte: IIF, Banco Mundial, FMINota:* Proporção dos individuos com um rendimento abaixo do limiar de pobreza nacional

PIB per capita e incidência de pobreza

(dólares; percentagem)

0

2000

4000

6000

8000

10000

12000

14000

1990 1993 1996 1999 2002 2005 2008 2011

0

5

10

15

20

25

30

35

População a viver com menos de 2$ por dia (eld)

PIB per capita nominal Fonte: Banco M undial

Desigualdades medidas pelo coeficiente de Gini

(Número índice - %)

Crescimento do PIB

(percentagem)

46

48

50

52

54

56

58

60

62

64

66

1976 1979 1983 1986 1989 1993 1997 2001 2004 2007 2011

Coeficiente de Gini Fonte: IPEA

2.7

1.1

5.7

4.0

5.2

7.5

2.3

6.1

3.2

4.3

1.3

-0.3 0.9

2.7

2.5

-2

0

2

4

6

8

10

2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014

Global Brasil M ercados EmergentesFonte: FM I WEO

Page 41: BPI Análise Mercados Financeiros Mar.2014

E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014

41

OOOOOPINIÃOPINIÃOPINIÃOPINIÃOPINIÃO

Salário minimo e Salário médio

(Reais; percentagem)

Custos unitários de trabalho

(Índice)

0

200

400

600

800

1000

Jan-05 Jul-06 Jan-08 Jul-09 Jan-11 Jul-12 Jan-14

-2%

0%

2%

4%

6%

8%

10%

12%

Salário minimo Variação anual do salário médio real (ELD)

Fonte: IBGE

Investimento total nas principais economiasemergentes(percentagem do PIB)

Formação Bruta de Capital Fixo

(variação anual)

OS PROBLEMAS ESTRUTURAIS DO MERCADO INTERNO

O que aconteceu ao investimento nos últimos anos

De forma a compreender o que aconteceu ao crescimento doBrasil nos últimos anos, importa analisar o problema do fracoinvestimento na economia, já que o grau de correlação entrea evolução do investimento e a performance do PIB é bastanteevidente, como se pode confirmar no gráfico ao lado. Éimportante também constatar a importância desta componentepara a economia no contexto das economias emergentes. Ataxa de investimento do Brasil é bastante baixa comparadacom o nível desta componente em outras economiasemergentes. Qualquer uma destas economias apresenta taxasde investimento acima dos 20% do produto, nível do qual aeconomia brasileira tem tido dificuldade de se aproximar.Mesmo assim entre os anos de 2004 e 2010, a formação brutade capital fixo, apresentou níveis de crescimento médiobastante razoáveis, que só foram interrompidos durante a crisefinanceira internacional de 2008. Todavia, desde meados de2011, o investimento entrou novamente numa trajectóriadescendente, que resultou mesmo numa contracção doinvestimento e num crescimento do PIB insignificante em 2012.O problema em questão é que a queda do investimento quese observou em 2012 não foi resultado exclusivamente defactores externos (como aconteceu em 2008), mas motivadasobretudo por adversidades relativas ao mercado interno, queestão relacionadas com a falta de competitividade da indústria,o mercado de trabalho rígido e a falta de confiança dosinvestidores.

Relativamente ao mercado de trabalho, uma das principaispreocupações está relacionada com a quebra da produtividadee com o aumento contínuo dos salários. A produtividade temsido por um lado constrangida pela falta de infra-estruturas,mão-de-obra pouco qualificada e excessiva burocracia. Poroutro lado o aumento dos salários tem sido resultado dasrecentes reformas no mercado de trabalho, nomeadamenteatravés da fórmula de indexação do salário mínimo, aocrescimento dos últimos dois anos e à inflação do ano ante-rior. Como resultado, o crescimento acelerado dos custosunitários de trabalho acabou por minar a competitividade dasempresas brasileiras, em particular na indústriatransformadora, reduzindo assim os incentivos para investir.

Outro factor que poderá estar a travar o investimento é ofacto de as pequenas e médias empresas enfrentaremexcessivos entraves para se instalarem num mercado que écaracterizado por ser demasiado burocratizado. De facto,apesar de ter subido duas posições no ranking Doing Busi-ness2 em 2014, fazer negócios no Brasil continua a serrelativamente difícil comparado com outros países com asmesmas características. As outras grandes economias daAmérica Latina têm avançado a um ritmo bastante maisacelerado na implementação de reformas para melhorar afacilidade de fazer negócios (o Brasil está a uma distância de63 posições do México, 73 da Colômbia e 82 do Chile). Já emtermos de sub-indicadores, o Brasil apresenta uma das pioresclassificações relativamente à dificuldade de pagamento deimpostos ocupando a posição 159 num conjunto de 189economias. Assim, de forma a estimular os empreendedores

2 O relatório do Doing Business é um estudo elaborado pelo Banco Mundial que tem por objectivo medir os custos para as empresas das regulamentações de negócio. As economias são classificadas no índice defacilidade para fazer negócios, de 1 a 189, em que 1 é a melhor classificação. Uma boa classificação no índice de facilidade para fazer negócios significa que o ambiente regulatório promove o funcionamento denegócios.

10

20

30

40

50

2007 2008 2009 2010 2011 2012

Brasil China Índia Indonésia

M exico Russia Turquia Fonte: FM I WEO

0

40

80

120

160

200

1989 1991 1994 1996 1999 2001 2004 2006 2009 2011

Fonte: BCB

-20%

-10%

0%

10%

20%

30%

40%

Dez-06 Dez-07 Dez-08 Dez-09 Dez-10 Dez-11 Dez-12 Dez-13

-4

-2

0

2

4

6

8

10

FBCF PIB trimestralFonte: IBGE

Page 42: BPI Análise Mercados Financeiros Mar.2014

42

E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014

OOOOOPINIÃOPINIÃOPINIÃOPINIÃOPINIÃO

e investidores, o governo necessita também de implementar reformas que proporcionem um ambiente empresarial mais ágilpara facilitar o investimento privado. No entanto o relatório de 2014 revela que no último ano não houve qualquer reformapara melhorar o ambiente regulatório de forma a promover o funcionamento dos negócios.

Para além disso, as políticas implementadas entre 2011-2012 para tentar reanimar o crescimento económico não forameficazes. Em primeiro lugar, a política de descida de taxas de juro em 2011-2012 não resultou num aumento do investimento,que continuou a contrair durante esse período. Mas o investimento depende também das expectativas dos investidoresrelativamente à economia em questão. Neste caso, a confiança dos empresários foi também negativamente afectada não sópelas perspectivas de crescimento fraco mas também por uma excessiva intervenção do governo na economia (nas áreas daenergia, finanças e preços do petróleo para tentar resolver o problema da inflação elevada) que de certa forma acabou portrazer incerteza e receios quanto à sustentabilidade das medidas.

Facilidade para Fazer Negócios

(Ranking de 2014 entre 189 economias) Brasil Chile China Colombia México Índia Rússia

Facilidade para Fazer Negócios 116 34 96 43 53 134 92

Abertura das empresas 123 22 158 79 179 48 88

Obtenção de alvarás de construção 130 101 185 24 182 40 178

Obtenção de eletricidade 14 43 119 101 111 133 117

Registro de propriedades 107 55 48 53 92 150 17

Obtenção de crédito 109 55 73 73 28 42 109

Protecção de investidores 80 34 98 6 34 68 115

Pagamento de impostos 159 38 120 104 158 118 56

Comércio entre fronteiras 124 40 74 94 132 59 157

Execução de contratos 121 64 19 155 186 71 10

Resolução de Insolvência 135 102 78 25 121 26 55

Fonte: Banco Mundial.

Evolução recente da actividade económica

Os desenvolvimentos mais recentes demonstram algumasmelhorias na actividade económica. O índice de actividadeeconómica divulgado pelo Banco Central do Brasil apresentoualguma estabilização em 2013, depois de ter mostrado umatendência claramente decrescente em 2011/2012. No últimotrimestre de 2013, o PIB apresentou um crescimento mensalde 0.7%, o que resultou numa variação anual de 1.9%. Ocrescimento do ano de 2013 fixou-se nos 2.3%, acima do quese tinha estimado com base na evolução recente dosindicadores de actividade mensais, mas ainda muito aquémdas médias de crescimento históricas e do PIB potencial doBrasil (que de acordo com as estimativas do FMI deverá rondaros 3.5%). O desempenho do PIB na óptica da oferta mostraque o sector da agropecuária foi o sector mais dinâmico daactividade económica em 2013 (crescimento de 7%). Noentanto o peso desta componente no total do produto ainda érelativamente pequeno, pelo que, o crescimento de apenas2.5% do sector dos serviços terá sido essencial para a per-formance do ano como um todo. Já no sector da indústriadestaca-se o facto de o sector de extracção mineral ter recuado2.8%, o que levou as importações de petróleo a superarem asexportações. Apesar de se ter verificado uma ligeira melhoriada actividade em 2013, ainda não é claro até que ponto estarecuperação se deveu à resolução dos problemas no mercadointerno, ou simplesmente ao facto de a economia estar a serestimulada por um aumento da procura externa, num contextode recuperação da economia global. De facto, a recuperaçãoobservada no último trimestre do ano, resultou essencialmentede uma melhor performance das exportações, enquanto queo crescimento do investimento se manteve diminuto. Assim,apesar da queda do investimento ter abrandado, o crescimentoeconómico no final de 2013 ainda deixou bastante a desejar

Crescimento do PIB em 2013

% VAB Taxa de cresc. real(2013) 2012-2013

Agropecuária 5.7 7.0

Indústria 24.9 1.3

Ext. Mineral 4.1 -2.8

Transformação 13.0 1.9

Construção 5.4 1.9

Eletricidade, gás e água 2.3 2.9

Serviços 69.4 2.0

Comércio 12.7 2.5

Transporte, armazenagem e correio 5.3 2.9

Serviços de informação 2.6 5.3

Interm. finaceira e seguros 7.0 1.7

Outros Serv. 15.7 0.6

Serviços imobiliários e aluguer 8.3 2.3

APU, educação púb. e saúde púb. 17.7 2.1

VAB 100.0

PIB 2.3

% PIB Taxa de cresc. real(2013) 2012-2013

PIB 100.0 2.3

Consumo das Famílias 62.5 2.3

Consumo da APU 22.0 1.9

Formação Bruta de Capital Fixo 18.4 6.3

Variação de existências -0.4 -

Exportação 12.6 2.5

Importação 15.1 8.4

Fonte: IBGE.

Page 43: BPI Análise Mercados Financeiros Mar.2014

E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014

43

OOOOOPINIÃOPINIÃOPINIÃOPINIÃOPINIÃO

mas é provável que a futura trajectória da actividade seja um reflexo dos próximos desenvolvimentos no sector petrolífero(espera-se que por um lado com o aumento da produção para os próximos anos e por outro que os investimentos no sectortenham uma contribuição positiva para a formação bruta de capital fixo).

Crescimento das componentes do PIB

(variuação anual)

Evolução da actividade económica

(variação anual)

-2

0

2

4

6

8

10

Jun-10 Dez-10 Jun-11 Dez-11 Jun-12 Dez-12 Jun-13 Dez-13

PIB trimestral Índice de Actividade EconómicaFonte: BCB

A política governamental e a necessidade de consolidação fiscal

No contexto da desaceleração do crescimento, o governo tem adoptado várias medidas para estimular a economia. O "Planode aceleração económica", que tinha sido implementado em 2007 para promover o investimento em infra-estruturas, não foisuficiente para sustentar e animar a economia, e como tal, a partir do final de 2011 o governo introduziu uma série deincentivos fiscais com o objectivo de fomentar o crescimento económico. O primeiro conjunto de medidas incluiufundamentalmente incentivos ao consumo e ao sector da construção (cortes fiscais para o consumo de bens duradouros ecortes nos impostos sobre o rendimento no sector da construção), mas mais tarde foram também introduzidas outrasmedidas direccionadas para os problemas do mercado de trabalho, dos custos da energia e da inflação (incentivos fiscaispara o sector exportador, medidas para reduzir os custos de energia para famílias e indústria). De forma a tentar resolver oproblema do fraco investimento, o governo também promoveu um programa de desenvolvimento de infra-estruturas, quepretende chamar a participação do sector privado para os investimentos em infra-estruturas de transporte (estradas, aeroportose portos) através de concessões directas ou através de parcerias público privadas. De acordo com os dados oficiais, o planode investimentos em infra-estruturas (Plano de Investimentos em logística) deverá rondar os 240 mil milhões de reais (cercade 5% do PIB).

O conjunto de benefícios fiscais criado pelo governo durante os últimos anos com vista à reanimação da economia contribuiupor outro lado, para a deterioração das finanças públicas. Isto porque as soluções encontradas para compensar este conjuntode incentivos fiscais consistiram principalmente em receitas extraordinárias (em 2013, o governo beneficiou das receitas doleilão do Campo de Libra - onde estão localizadas as maiores reservas de petróleo - que geraram cerca de 15 mil milhões dereais, de receitas relativas a concessões de infra-estruturas e das receitas do Refis - programa de regularização de dívidasfiscais para empresas) que não serão suficientes para cobrir as medidas estruturais implementadas do lado da receita nospróximos anos. Os lucros da Petrobras representam também uma componente importante das receitas do sector público. Oslucros excepcionais que a empresa apresentou no passado recente foram uma contribuição essencial para o excedenteprimário. No entanto, nos últimos anos a empresa tem-se endividado significativamente de forma a financiar um grandeprograma de investimentos para exploração das novas reservas encontradas. Apesar de se esperar que o aumento daprodução nos próximos anos seja suficiente para diminuir a actual alavanca financeira, a actividade da empresa tem ficadoaquém das expectativas, como resultado de diversos atrasos nos projectos e problemas operacionais que tem restringido aprodução. Isto tem não só preocupado os investidores, como afectado os lucros da empresa e consequentemente a robustezdas finanças públicas. A receita federal em 2013 ascendeu a 24.6% do PIB, o que permitiu atingir um saldo primário de 1.3%do PIB para o governo federal e de 1.9% para o total do sector público. O excedente primário continuou no entanto a ficaraquém do objectivo do governo, que em 2013 apontava para 3.3% do PIB.

Visto de outro ângulo, a dimensão das receitas do sector público do país é comparativamente elevada no contexto internacional.O total das receitas do sector público sobre o PIB está acima dos 35%, um nível próximo dos países avançados, e bastanteacima do nível das receitas dos restantes países da América Latina ou das economias emergentes. O elevado peso da cargafiscal é maioritariamente absorvido pelos encargos com a segurança social e transferências sociais, e esta rigidez do lado dadespesa, explica a fragilidade das finanças públicas. O actual ajustamento da política fiscal, de forma a contornar o problemado fraco crescimento económico através de incentivos fiscais, tem levado a uma redução das receitas, que não está a sercompensada do lado da despesa devido à inflexibilidade dos gastos sociais. A dívida pública bruta tem aumentado nosúltimos dois anos através de transferências directas do orçamento federal para os bancos públicos (sobretudo para o bancode fomento BNDES), mas este aumento não tem efeitos na dívida pública líquida. A expansão fiscal através do aumento docrédito concedido pelos bancos públicos tem no entanto contribuído para diminuir a credibilidade e transparência das finançaspúblicas.

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Dez-09 Dez-10 Dez-11 Dez-12 Dez-13

Consumo (Priv.+Pub.) Investimento

Exportações ImportaçõesFont e: IBGE

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E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014

OOOOOPINIÃOPINIÃOPINIÃOPINIÃOPINIÃO

Indicadores Sector Público(% PIB)

2009 2010 2011 2012 2013

Governo Federal

Receita Total 22.8% 24.4% 23.9% 24.2% 24.6%

Impostos sobre o rendimento 6.9% 6.4% 7.1% 6.9% 6.9%

Singulares 2.5% 2.3% 2.6% 2.7% 2.7%

Empresas 4.4% 4.1% 4.5% 4.2% 4.2%

Impostos indirectos 6.3% 6.7% 6.9% 6.8% 6.5%

Outras receitas 9.6% 11.3% 9.9% 10.5% 11.2%

Despesa primária 21.0% 22.6% 21.6% 22.5% 22.1%

Despesa corrente 20.0% 20.0% 20.3% 21.2% 20.9%

Despesa de investimento 1.1% 2.6% 1.3% 1.4% 1.2%

Saldo primário 1.3% 1.8% 2.2% 1.7% 1.3%

Estados e municipios

Receita Total 11.3% 11.4% 11.6% 11.9% 11.9%

Despesa primária 10.8% 10.9% 10.8% 11.5% 11.4%

Saldo primário 0.6% 0.5% 0.8% 0.5% 0.6%

Empresas Públicas

Saldo primário 0.2% 0.2% 0.2% -0.1% 0.0%

Sector Público Não Financeiro

Saldo primário 2.2% 2.5% 3.2% 2.1% 1.9%

(objectivo do saldo primário) 2.5% 3.1% 3.2% 3.1% 3.3%

(saldo primário etrutural)* 2.6% 1.4% 2.7% 2.1% 1.9%

Pagamento de Juros 5.3% 5.2% 5.7% 4.9% 4.6%

Balanço do SPNF -3.1% -2.7% -2.5% -2.8% -2.7%

Dívida Pública do Sector Público

Dívida Pública Liquida 41.5% 39.1% 36.4% 35.2% 35.0%

Divida Pública Bruta 66.8% 65.0% 64.7% 68.0% 68.2%

Fonte: Governo Federal e FMI.Nota:* saldo ajutado para output gap e para medidas extraordinárias (venda da divida da Electrobas e operação na Petrobras, de acordo com os calculos do FMI).

Taxa directora de Política Monetária

(percentagem)

Em suma, as finanças públicas ainda continuam sólidas como um todo, mas os indicadores fiscais têm-se deteriorado, o quede certa forma tem ameaçado a credibilidade do governo perante os investidores e agências de rating. Como resposta, asautoridades quiseram mostrar uma vontade de inverter as politicas, com o anúncio de um corte na despesa de 44 mil milhõesde reais para este ano (0.4% do PIB), o que entretanto será difícil de cumprir em ano de eleições.

A dificuldade de combate à inflação

Ainda no contexto das políticas públicas, resta abordar oproblema da inflação. A política de "inflação ancorada" refere-se ao compromisso do Banco Central de manter a taxa deinflação estável, apontando para um determinado nível decrescimento dos preços, que o Banco Central do Brasil definiuem 4.5% (+/- 2%). No entanto este objectivo não tem sidofacilmente alcançado, e o crescimento do nível geral dos preçoscontinua a ser um dos principais problemas da economiabrasileira. As decisões do Banco Central do Brasil têm sidoprudentes mas a capacidade da política monetária de responderao problema da inflação parece ser cada vez menor.

Nos últimos três anos, as taxas de inflação flutuaramconstantemente acima do objectivo do Banco Central dos 4.5%,

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Dez-09 Dez-10 Dez-11 Dez-12 Dez-13

Taxa Over SELIC Taxa SELIC - meta

Fonte: BCB

mesmo num contexto de crescimento fraco (a economia cresceu a uma média de 2% entre 2011 e 2013). A conjugação deinflação elevada e crescimento fraco está relacionada por um lado com as políticas económicas internas (politicas fiscaisexpansionistas, modelo de crescimento orientado para o consumo, estrutura do mercado de trabalho e indexação do saláriomínimo à inflação) e por outro lado com o efeito cambial (desde 2011 o real sofreu uma desvalorização de cerca de 40%).

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E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014

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OOOOOPINIÃOPINIÃOPINIÃOPINIÃOPINIÃO

Inflação

(percentagem, variação anual)

Taxa de inflação dos preços não regulados

(percentagem, variação anual)

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Dez-10 Jun-11 Dez-11 Jun-12 Dez-12 Jun-13 Dez-13

Transaccionáveis Não TransaccionáveisFonte: BCB

Este modelo económico tem levado a que a resposta da política monetária não tenha sido suficientemente eficaz no combateao aumento do nível geral dos preços. Em 2011, o Banco Central iniciou um ciclo de descida de taxas de juro como respostaao fraco crescimento económico.

A taxa directora de política monetária, a Selic, desceu dos 12.5% para um mínimo histórico de 7.25%. Mas depois de umperíodo de relaxamento da política monetária, deparando-se com taxas de inflação acima dos 6.5%, e com um real adesvalorizar-se, a autoridade voltou a iniciar um ciclo de aumento das taxas directoras. A persistência da taxa de inflaçãobastante acima do objectivo do Banco Central levou as autoridades a aumentarem a taxa Selic progressivamente até aos10.75% entre Março de 2013 e Fevereiro de 2014, e espera-se que este ciclo de aumentos ainda perdure durante ospróximos meses, dado os riscos iminentes de uma continuação da desvalorização do real (dada a turbulência nos mercadosfinanceiros das economias emergentes e os receios de uma desaceleração do crescimento da China).

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Preços regulados Preços não reguladosFonte: BCB

Para compreender melhor qual a proveniência do aumentodos preços importa desarticular o índice geral de duas formas.Em primeiro lugar, convém observar a evolução dos preçosregulados comparativamente aos preços não regulados. Apesarde a contribuição dos preços regulados para o Índice de Preçosdo Consumidor (IPC) ser bastante menor (cerca de 25% doIPC), a redução da taxa de inflação desta categoria tem sidosignificativa relativamente à categoria dos preços nãoregulados. Esta análise mostra que as intervenções do governo(que se direccionaram nomeadamente para os preços dostransportes e da energia) têm sido determinantes para contero aumento do nível dos preços, e que caso esta intervençãonão tivesse ocorrido, teria sido ainda maior a tendência deaumento do nível geral dos preços. Relativamente aos preçosnão regulados, estes podem por sua vez ser separados empreços dos bens transaccionáveis e não transaccionáveis. Defacto, mesmo reconhecendo que houve um aumento docrescimento dos preços dos bens transaccionáveis (resultouda desvalorização do real), a pressão dos preços dos bensnão transaccionáveis foi sempre bastante mais elevada. Estaanálise sugere que os problemas de controlo de inflaçãoresultam fundamentalmente de políticas internas,nomeadamente dos desenvolvimentos no mercado de trabalho(aumento dos salários associado ao baixo nível de desemprego)e por outro lado das políticas fiscais expansionistas.

Espera-se que a grande contrapartida das políticas de estímuloao crescimento, continue a ser o problema da inflação. Dadoo objectivo das autoridades de continuarem a estimular oinvestimento, o baixo nível de desemprego, a rigidez domercado de trabalho, e a tendência de desvalorização do real,espera-se que o processo de convergência das taxas de inflaçãopara o nível objectivo continue lento e difícil.

O aumento do crédito, economia de consumo e o sistema bancário

Um dos factores, que distingue o sistema financeiro deuma economia avançada do de uma economia emergente,é o facto de a banca comercial ter tipicamente umarelevância muito maior, sendo este o principal sistema deintermediação financeira (na ausência de um mercado decapitais desenvolvido). Por esta razão, o crédito bancáriotem um impacto significativo na economia: as empresasdependem fundamentalmente do financiamento bancáriode curto prazo, e as alterações das taxas de juro atravésda política monetária para controlar o lado da procurainterna têm um importante efeito de compensação pelolado da oferta.

Crédito bancário à economia por sector deactividade(variação anual)

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Jan-11 Jul-11 Jan-12 Jul-12 Jan-13 Jul-13Sector Público Indústria RuralComercial Particulares ServiçosImobiliário

Fonte: BCB

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OOOOOPINIÃOPINIÃOPINIÃOPINIÃOPINIÃO

O crescimento do crédito ao sector privado abrandou du-rante o ano de 2013, mas continuou a registar valoreselevados (o crédito ao total do sector privado cresceu 14%em 2013). O crédito providenciado pelos bancos públicoscresceu a um ritmo mais acelerado do que o crédito deinstituições privadas, conduzindo a que actualmente os bancospúblicos providenciem 51% do total do crédito (comparadocom um peso de 41% em 2009). Com a excepção dosempréstimos ao sector público, foram os empréstimos aosector do imobiliário e ao sector agrícola que comandaram ocrescimento.

A experiência de crises no sector bancário durante asúltimas décadas, levou a que a preocupação com asupervisão bancária e regulamentação no Brasil tenha saídofortalecida. Assim, de certa forma os sinais indicam que osector financeiro foi capaz de lidar satisfatoriamente coma desaceleração da economia. O sector bancário continuafirme, os indicadores de solidez financeira do FMI doterceiro trimestre de 2013 apontam para um rácio entrecapital e os activos ponderados pelo risco de 12.6% e umrácio entre o activo líquido e o total dos activos de 11.9%.Apesar do crescimento rápido do crédito bancário, as baixastaxas de juro, o baixo nível de desemprego e o crescimentodos salários ajudaram a prevenir os incumprimentos. Deacordo com a mesma fonte, o crédito mal parado reduziu-se em 2013, representando actualmente apenas cerca de3% do total dos empréstimos. Para além disso os passivosdos bancos em moeda estrangeira são ainda reduzidos,apesar de terem aumentado recentemente, representamapenas cerca de 14% do passivo total dos bancosbrasileiros.

Crédito total por finalidade

(variação anual)

Crédito total ao sector privado e por finalidade

(variação anual)

Indicadores financeiros

(%)

2012 Q1 2012 Q2 2012 Q3 2012 Q4 2013 Q1 2013 Q2 2013 Q3

Indicadores de solidez financeira*

Rácios de Capital

Capital/Activos ponderados pelo risco 16.0 16.4 16.4 16.4 17.0 16.9 17.1

Capital/Activos ponderados pelo risco (Tier 1) 12.6 12.4 12.2 11.9 12.3 12.3 12.6

Capital/Activos 10.2 10.2 10.2 10.1 9.8 9.4 9.4

Qualidade dos Activos

Crédito mal parado/Total dos empréstimos 3.6 3.6 3.6 3.4 3.4 3.2 3.1

Rácios Liquidez

Activos Líquidos/Responsabilidades de curto prazo 163.0 159.8 182.3 190.6 183.1 162.6 160.0

Activos Líquidos/Total dos activos 14.0 13.2 14.4 14.8 13.5 11.9 11.9

Responsab. em moeda estrangeira/Total reponsab. 13.3 14.0 13.8 13.6 13.9 14.3 14.5

Rácios de Rendibilidade

ROA 1.6 1.5 1.4 1.4 1.3 1.4 1.4

ROE 15.8 14.7 13.5 13.4 13.0 13.9 14.2

(milhões de reais)

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

Agregados Monetários

Moeda em sentido amplo 1,631,808 1,921,865 2,235,175 2,588,689 3,067,856 3,555,787 3,870,336

% PIB 61 63 69 69 74 81 80

Crédito ao Sector Privado 1,106,901 1,423,738 1,583,003 2,050,354 2,541,737 3,010,154 3,419,724

% PIB 42 47 49 54 61 69 71

Fonte: Financial Soudness Indicators (FMI) e BCB.Nota: *Total do sistema bancário (inclui bancos públicos).

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E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014

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OOOOOPINIÃOPINIÃOPINIÃOPINIÃOPINIÃO

Crédito mal parado no total dos empréstimos

(percentagem)

Passivos dos bancos em moeda estrangeira

(percentagem do total do passivo)

2

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2009 Q1 2009 Q4 2010 Q3 2011 Q2 2012 Q1 2012 Q4 2013 Q3

Fonte: Indicadores de Solidez Financeira (FM I)

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2009 Q1 2009 Q4 2010 Q3 2011 Q2 2012 Q1 2012 Q4 2013 Q3

Fonte: Indicadores de Solidez Financeira (FM I)

Abertura ao comércio internacional de bens

(% do PIB)

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CHN BRA IND IDN M EX RUS KOR TUR ZAF

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Grau de abertura ao comércio int. Peso do saldo comercial no PIB (eld)

Fonte: Banco Mundial

Por outro lado, o sistema bancário continuará vulnerável a choques externos, como resultado da integração dos sistemasfinanceiros a nível global. Logo, no contexto de condições creditícias mais restritivas na sequência da redução deliquidez que vem sendo disponibilizada pela Fed nos últimos anos, prevê-se que os custos de financiamento aumentemcom efeitos sobre o crédito bancário do país. No entanto, considerando o risco de crédito e de alavanca financeira e orisco cambial, espera-se que o sistema financeiro brasileiro seja capaz de se adaptar a esta progressiva mudança compoucos sobressaltos.

A VULNERABILIDADE DO BRASIL NO SECTOR EXTERNO

De uma forma geral, a economia brasileira apresenta alguma robustez relativamente ao sector externo: tem umelevado montante de reservas internacionais e um deficit de conta corrente ainda contido e maioritariamente cobertopor investimento directo estrangeiro. No entanto, o comércio internacional parece estar bastante mais vulnerável, ea falta de competitividade das exportações (derivada de factores internos) começa a preocupar. Pese embora emtermos comparativos internacionais evidencie robustez.

Crescimento médio das exportações de bens

(percentagem)

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Brasil China Índia Indon. Cor. Sul M éxico Rússia Áf. Sul1990-1999 2000-2009 2010-2012 Fonte: FM I WEO

Exportações e o fim dos preços altos das commodities

Em primeiro lugar, importa analisar o enquadramento docomércio internacional de bens na economia. Um ponto anotar antes de mais, é que o peso do comércio internacionalna economia brasileira é bastante reduzido comparado comas economias emergentes congéneres. O grau de aberturaao comércio de bens (que mede o peso do comerciointernacional de bens no PIB) em 2012 correspondeu a 20%do PIB, o que compara com rácios superiores a 40% emqualquer uma das restantes economias emergentes. Por outrolado, o saldo comercial de bens, apesar de ser positivo temum peso de apenas 0.4% no PIB. De facto, a aberturacomercial do Brasil não é assim tão elevada mas esta é defacto uma das características de grandes economiasdesenvolvidas, que tendem a ficar mais dependentes domercado interno. O crescimento das exportações tambémnão tem sido surpreendente quando comparado com o dasrestantes economias emergentes utilizadas nesta análise. Aexportação de bens cresceu a um bom ritmo entre 2000-2009 (+7%), mas nos últimos 3 anos o crescimento abrandoupara 4%, o que compara com taxas de crescimento médio(entre 2010 e 2012) de 14% na China, 11% na Índia e 9%no México. Em termos de mercados, importa realçar aimportância da China e dos EUA para onde são direccionadasrespectivamente 19% e 10% das exportações do país;enquanto que em termos de regiões, os mercados da AméricaLatina e da União Europeia são também relevantes erepresentam respectivamente cerca de 22% e 20% do totaldas exportações.

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E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014

OOOOOPINIÃOPINIÃOPINIÃOPINIÃOPINIÃO

Exportações produtos selecionados (2013)

(% do total)

Balança comercial

(variação anual; milhões de dólares)

Apesar de uma performance um pouco mais desapontantenos últimos anos, o comércio de bens continua a ser umimportante motor da economia e extremamente relevantepara equilibrar as contas externas. Mas a boa performancedo comércio internacional nos últimos anos beneficioubastante não só dos preços altos das commodities mastambém do crescimento da procura externa, em particularda China. Entretanto, se se confirmar a expectativa de quedados preços das commodities nos próximos anos, e dado quese começa também a temer um abrandamento da actividadeeconómica na China, este enquadramento será desfavorávelao sector externo brasileiro, tendo em conta as suas actuaiscaracterísticas.

Relativamente à evolução recente do comércio internacional,é visível uma tendência decrescente no comércio de bens eserviços. As importações têm crescido constantemente a umritmo mais rápido do que as exportações, e em Janeiro desteano, o Brasil apresentou o maior deficit de sempre da balançacomercial de cerca de 4 mil milhões de dólares. A perda dacompetit ividade das exportações parece um poucocontraditória num período em que o real também se temdesvalorizado. Mas no seguimento do que já foi referidoacima, alguns dos factores que podem explicar, pelo menosem parte, a perda de competitividade da produção brasileira,são derivados de factores internos - como por exemplo oselevados custos da energia e do trabalho (aumento do salárioreal e perdas de competitividade). Outro factor que podeexplicar o facto de a desvalorização do real não ter sidosuficiente para favorecer o sector exportador, é o facto deainda se considerar que, apesar da desvalorização recente,a moeda nacional ainda continua sobrevalorizada em relaçãoao dólar. De acordo com o índice Big Mac (índice utilizadopara medir a paridade de poder de compra, e que dá umaindicação de como as taxa de câmbio deverão evoluir nolongo prazo) divulgado pela revista The Economist, o real éa quinta moeda mais sobrevalorizada do mundo, ficando atrássó da Noruega, Venezuela, Suíça e Suécia. O índice revelavauma sobrevalorização do real de 13% face ao dólar em 2012.

Pela positiva, deve destacar-se a diversificação de bensexportados, e de mercados destino. A diversificação dasexportações (produtos e mercados) é um factor tambémbastante importante para diminuir a vulnerabilidade daeconomia às variações nos preços das commodities assimcomo a choques na procura. De facto, alguns dos principaisbens exportados pelo Brasil (minério de ferro, soja, café eaçúcar) têm os seus preços pouco correlacionados, o quereduz a vulnerabilidade das exportações a choques externos.Por outro lado, as exportações de petróleo começam a terum peso bastante evidente no total das exportações. Noentanto, em 2013 a produção de petróleo da Petrobras(actualmente o maior produtor de petróleo cujo principalaccionista é o governo), ficou aquém do esperado já que aempresa se deparou com diversos problemas operacionaisque dificultaram a produção, com impacto nas exportaçõesque caíram significativamente. Apesar de em termos líquidosem 2013, as importações de petróleo terem superado asexportações, espera-se que as exportações disparem, com oinício da exploração do campo de Libra (onde se localizam asmaiores reservas de petróleo) e das camadas de petróleopré-sal, o que poderá alterar significativamente a composiçãoda balança comercial e a estrutura do comércio internacionaldo Brasil.

Exportações e importações de petróleo

(em milhões de dólares)

Taxa de câmbio

(USD/BRL)

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E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014

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Apesar do fim da era dos preços altos das commodities e dese perspectivarem condições de financiamento externo maisapertadas, o Brasil irá beneficiar do reanimar da economiamundial (o World Economic Outlook aponta para umcrescimento mundial 3.7% em 2014) e por outro lado doseventos desportivos que se irão realizar no país nos próximosanos. Para além disso, é possível que exista algum atrasorelativamente aos impactos da desvalorização cambial nacompetitividade das exportações, e por isso é possível que asempresas exportadoras ainda venham a ser favorecidas peladesvalorização.

A exposição do Brasil a uma possível redução dos fluxosde capitais

O Brasil foi um dos países que mais beneficiou dos efeitos daspolíticas monetárias acomodatícias das economiasdesenvolvidas, ao receber um montante confortável de capitais,que têm por si só um carácter temporário (investimentos decarteira e depósitos de curto prazo). Mediante esta situação,a retirada dos incentivos de política monetária pela ReservaFederal norte americana deverá afectar o Brasil assim comoqualquer outro mercado emergente. Por outro lado, as retiradasde capitais das economias emergentes vão contribuir paraexpor as vulnerabilidades destas economias já que os bonsfundamentos macroeconómicos construídos durante esteperíodo, serão fundamentais para moderar a volatilidade quepoderá afectar os preços dos seus activos financeiros.

Em primeiro lugar, a política conservadora do Banco Centraldo Brasil conduziu à acumulação de um montante bastanteconfortável de reservas internacionais. Actualmente as reservasinternacionais rondam os 360 mil milhões de dólares(correspondente a cerca de 13 meses de importações de bense serviços), montante que se estima que seja razoável paragarantir uma actuação eficaz contra possíveis crises no mercadocambial ou no sector bancário. As reservas internacionaisaumentaram a um bom ritmo até 2012, observando-se depoisuma ligeira quebra a partir de Maio 2013, que resultou dasintervenções da autoridade monetária para proteger o realdurante a crise que se instalou nos mercados emergentesquando a Fed anunciou o início da retirada dos estímulos depolítica monetária.

Por outro lado, a balança corrente apresenta-se maisfragilizada, registando três anos consecutivos um deficit decerca de 2% do PIB, que resultou em grande parte de ummenor excedente da balança comercial. No entanto, o deficitda conta corrente foi coberto essencialmente por investimentodirecto estrangeiro, que continuou a prosperar nos últimosanos e que tem um carácter de estabilidade.

OOOOOPINIÃOPINIÃOPINIÃOPINIÃOPINIÃO

Principais mercados das exportações (2013)

(milhões de dólares) % do Total

Total 242 179

EFTA 3 420 1%

Africa 11 087 5%

América Latina 53 700 22%

Argentina 19 615 8%

Chile 4 484 2%

México 4 230 2%

Paraguai 2 997 1%

Uruguai 2 071 1%

Venezuela 4 850 2%

Outros 15 453 6%

Asia 77 657 32%

China 46 026 19%

Coreia do Sul 4 720 2%

Japão 7 964 3%

Outros 18 947 8%

Canadá 2 702 1%

EUA 24 856 10%

Europa de Leste 4 178 2%

Médio Oriente 10 954 5%

União Europeia 47 541 20%

Alemanha 6 552 3%

França 3 394 1%

Itália 4 098 2%

Países Baixos 17 283 7%

Reino Unido 4 067 2%

Outros 12 147 5%

Outros 6 083 3%

Fonte: Min. Desenv. Ind. e Com. Ext.

Investimento Directo estrangeiro no Brasil

(% do PIB; milhões de USD)

0

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40000

50000

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80000

Inv. directo estrangeiro líquido (eld) Inv. directo estrangeiro líquidoFonte: Banco M undial

Relativamente aos fluxos de capitais que têm entrado no país, é importante notar o seguinte. Os investimentos decarteira expandiram-se notoriamente em 2009 e 2010 perante as políticas monetárias acomodatícias das economiasdesenvolvidas. No entanto, esta tendência foi descontinuada em 2012 em consequência dos seguintes factores: a baixanas taxas de juro, o abrandamento da actividade económica e a introdução de medidas de controlo de capitais pelogoverno (através do imposto sobre operações financeiras - IOF). As medidas de controlo de capitais foram implementadasno Brasil de forma a proteger o país das pressões inflacionistas e da apreciação do real, geradas pelos fluxos de capitaisque invadiram o mercado brasileiro. De certa forma, as medidas foram efectivas, já que se verifica uma clara alteraçãona composição dos fluxos de capitais nos anos seguintes à intervenção. A proporção de investimento estrangeiro decurto prazo (investimentos de carteira) caiu consideravelmente, e em contrapartida voltou a notar-se um aumento doinvestimento estrangeiro directo, que constitui uma forma mais estável de financiamento. Mais tarde, em 2013, apesarde o governo ter suavizado as medidas de controlo de capitais, na segunda metade do ano, instalou-se alguma turbulêncianos mercados financeiros, que resultou do anuncio da retirada de liquidez pela Fed e dos receios dos investidores

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50

E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014

Composição da Balança Financeira

(% PIB)

Reservas Internacionais

(milhões de dólares; Indice)

relativamente às fracas perspectivas de crescimentoeconómico. Assim, é notório que por um lado a volatilidadeque se observou nos fluxos de investimentos de carteira nosúltimos anos resultou fundamentalmente de alterações nastaxas de juro e das imposições/retiradas de impostos sobretransacções de capitais. Por outro lado, o Brasil não estácompletamente protegido da vulnerabilidade que se poderáprolongar nos mercados, e as autoridades podem por issoainda ter que ser forçadas a actuar para reduzir a volatilidadenos mercados nacionais.

OOOOOPINIÃOPINIÃOPINIÃOPINIÃOPINIÃO

Composição da balança corrente

(% do PIB)

Participações no Capital (liquidas)

(milhões de dólares)

Luísa Teixeira Felino

Investimento Directo Estrangeiro vsBalança Corrente(mil milhões de dólares, acumulado de 12 meses)

Page 51: BPI Análise Mercados Financeiros Mar.2014

E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014

51

Indicadores de Conjuntura Económica e Previsões

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Contas Nacionais e Preços

PIB, preços de mercado (mil milhões de USD) 1,622.3 2,142.9 2,474.6 2,253.1 2,190.2 2,169.8 2,294.7 2,429.3

PIB per capita (Reais) 16,763.1 19,339.1 21,067.4 22,194.6 23,927.1 25,833.0 27,776.6 29,937.3

Taxa de crescimento real PIB -0.3% 7.5% 2.7% 0.9% 2.3% 3.2% 3.0% 3.3%

Taxa de variação real

Consumo Privado 4.4% 6.9% 4.1% 3.2% 2.3% 2.0% 2.5% -

Consumo Público 3.1% 4.2% 1.9% 3.3% 2.2% 3.5% 3.0% -

Investimento -6.8% 21.6% 4.8% -4.0% 5.0% 1.0% 3.0% -

Exportações de bens e serviços -9.2% 11.5% 4.5% 0.5% 2.5% 3.2% 3.8% -

Importações de bens e serviços -7.7% 36.1% 9.9% 0.3% 8.3% 7.3% 7.8% -

Investimento Total (% PIB) 17.8% 20.2% 19.7% 17.6% 19.2% 19.2% 19.3% 19.5%

Poupança Nacional Bruta (% PIB) 16.3% 18.0% 17.6% 15.2% 15.8% 16.0% 16.1% 16.1%

Taxa de inflação média 4.9% 5.0% 6.6% 5.4% 6.3% 5.8% 5.3% 4.7%

Desemprego 8.1% 6.7% 6.0% 5.5% 5.8% 6.0% 6.5% 6.5%

Finanças Públicas (Sector Público Não Financeiro)(% PIB)

Total das receitas 34.9% 37.2% 36.7% 37.7% 37.0% 37.0% 37.0% 37.0%

Total das depesas 38.0% 39.9% 39.2% 40.4% 40.0% 40.2% 39.4% 39.4%

Saldo primário 2.2% 2.5% 3.2% 2.2% 1.9% 2.0% 3.1% 3.1%

Saldo do Sector Público -3.1% -2.7% -2.5% -2.7% -3.0% 2.0% -2.3% -2.4%

Dívida Bruta 66.8% 65.0% 64.7% 68.0% 68.3% 69.0% 68.8% 68.4%

Dívida Liquida 41.5% 39.1% 36.4% 35.2% 34.0% 34.3% 34.1% 33.8%

Sector Externo(milhões de USD)

Balança corrente -24,302.3 -47,273.1 -52,473.5 -54,248.7 -81,373.8 -78,121.0 -79,686.0 -

(% PIB) -1.5% -2.2% -2.1% -2.4% -3.6% -3.7% -3.6 -

Balança de bens 25,289.8 20,146.9 29,792.8 19,394.5 2,557.8 11,056.0 13,414.0 -

Exportações de mercadorias 152,994.7 201,915.3 256,039.6 242,578.0 242,178.7 256,084.0 286,974.0 -

Importações de mercadorias -127,704.9 -181,768.4 -226,246.8 -223,183.5 -239,620.9 -245,028.0 -273,560.0 -

Balança de serviços -19,245.4 -30,835.1 -37,931.6 -41,041.6 -47,523.1 -50,607.0 -52,118.0 -

Balança de rendimentos -33,684.2 -39,486.4 -47,318.9 -35,447.6 -39,772.5 -41,777.0 -44,309.0 -

Balança de transacções correntes 3,337.5 2,901.6 2,984.2 2,845.9 3,364.1 3,207.0 3,328.0 -

Balança de capital 1,128.5 1,118.5 1,573.2 -1,876.7 1,194.5 - - -

Balança financeira 70,172.1 98,793.2 110,807.8 71,886.5 74,172.6 - - -

do quais: Investimento Directo (liquido) 36,032.8 36,918.9 67,689.1 68,093.3 67,541.2 - - -

Reservas Internacionais Totais (milhões USD) 238,539.0 288,575.0 352,010.0 373,147.0 358,806.0 365,550.0 380,573.0 -

em meses das import. de bens e serviços 16.4 14.2 14.0 14.7 13.2

Indicadores financeiros(variação anual)

Agregado Monetário (M1) 12.0% 12.6% 1.2% 13.9% 6.1% 11.8% 12.3%

Agregado Monetário (M2) 8.8% 16.7% 18.7% 9.1% 10.9% 13.8% 13.0%

Taxa de câmbio, final do período (USD/BRL) 1.7 1.7 1.9 2.0 2.16 2.34 2.49 2.58

Fonte: EIU, FMI, BCB.

OOOOOPINIÃOPINIÃOPINIÃOPINIÃOPINIÃO (A (A (A (A (ANEXONEXONEXONEXONEXO)))))

Page 52: BPI Análise Mercados Financeiros Mar.2014

52

E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014

Page 53: BPI Análise Mercados Financeiros Mar.2014

E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014

53

BASES DE DADOS

Calendário de Acontecimentos Políticos e Económicos em

Março e Abril 2014

CONJUNTURA ECONÓMICA

Indicadores de Conjuntura Macroeconómica em Portugal

Indicadores de Conjuntura Económica Internacional I

Indicadores de Conjuntura Económica Internacional II

MERCADOS CAMBIAIS

Cotações no mercado SpotTaxas Oficiais de Conversão para o EURO

MTC-2

MERCADOS MONETÁRIOS

Taxas de Juro Internacionais

MERCADOS DE OBRIGAÇÕES

Indicadores do Mercado Doméstico de Obrigações

Evolução dos Indexantes

Taxa de Rendimento de Obrigações do Tesouro

MERCADOS DE ACÇÕES

Indicadores dos Mercados Internacionais de Acções I

Indicadores dos Mercados Internacionais de Acções II

COMMODITIES

Índices CRB de Preços de Futuros de Commodities

Page 54: BPI Análise Mercados Financeiros Mar.2014

54

E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014

Page 55: BPI Análise Mercados Financeiros Mar.2014

E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014

55

Calendário de Acontecimentos Políticos e Económicos Esperados em Março e Abril de 2014*Calendário de Acontecimentos Políticos e Económicos Esperados em Março e Abril de 2014*Calendário de Acontecimentos Políticos e Económicos Esperados em Março e Abril de 2014*Calendário de Acontecimentos Políticos e Económicos Esperados em Março e Abril de 2014*Calendário de Acontecimentos Políticos e Económicos Esperados em Março e Abril de 2014*

Março 2014Março 2014Março 2014Março 2014Março 2014Zona Euro 6 Decisão de política monetária do BCEReino Unido 6 Decisão de política monetária do Banco de InglaterraZona Euro 10 Reunião dos ministros das finanças (Eurogrupo)UE 11 Reunião dos ministros das finanças (Ecofin)Japão 11 Decisão de política monetária do Banco do JapãoJapão 14 Banco do Japão divulga actas da reunião de 17-18 de FevereiroReino Unido 19 Banco de Inglaterra divulga actas da reunião de 5-6 de MarçoEUA 19 Decisão de política monetária do FOMCUE 20 Cimeira dos líderes da União Europeia

Abril 2014Abril 2014Abril 2014Abril 2014Abril 2014UE 1 Reunião dos ministros das finanças (Ecofin) e banqueiros centraisZona Euro 3 Decisão de política monetária do BCEJapão 8 Decisão de política monetária do Banco do JapãoReino Unido 9 Decisão de política monetária do Banco de InglaterraJapão 11 Banco do Japão divulga actas da reunião de 13-14 de MarçoReino Unido 23 Banco de Inglaterra divulga actas da reunião de 9-10 de AbrilEUA 30 Decisão de política monetária do FOMCNotas: (*) - Este calendário não pretende conter uma enumeração exaustiva de todos os acontecimentos futuros na Europa, Japão e América do Norte, mas sim listar alguns dos eventos que possam ter

um impacto significativo nos mercados financeiros.

Page 56: BPI Análise Mercados Financeiros Mar.2014

56

E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014

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Page 57: BPI Análise Mercados Financeiros Mar.2014

E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014

57

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Page 58: BPI Análise Mercados Financeiros Mar.2014

58

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Page 59: BPI Análise Mercados Financeiros Mar.2014

E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014

59

Cotações no Mercado Cotações no Mercado Cotações no Mercado Cotações no Mercado Cotações no Mercado SpotSpotSpotSpotSpot

DADADADADATTTTTAAAAA EUR/USDEUR/USDEUR/USDEUR/USDEUR/USD EUR/JPYEUR/JPYEUR/JPYEUR/JPYEUR/JPY EUR/GBPEUR/GBPEUR/GBPEUR/GBPEUR/GBP EUR/CHFEUR/CHFEUR/CHFEUR/CHFEUR/CHF USD/JPYUSD/JPYUSD/JPYUSD/JPYUSD/JPY03-Fev-14 1.3498 137.82 0.8259 1.2226 102.1004-Fev-14 1.3519 137.05 0.8291 1.2215 101.3805-Fev-14 1.3543 136.78 0.8322 1.2222 101.0006-Fev-14 1.3495 136.93 0.8288 1.2224 101.4707-Fev-14 1.3574 138.79 0.8314 1.2237 102.2510-Fev-14 1.3638 139.26 0.8316 1.2234 102.1111-Fev-14 1.3676 140.00 0.8308 1.2235 102.3712-Fev-14 1.3573 138.89 0.8216 1.2249 102.3313-Fev-14 1.3675 139.42 0.8215 1.2216 101.9514-Fev-14 1.3707 139.48 0.8204 1.2221 101.7617-Fev-14 1.3699 139.60 0.8189 1.2221 101.9118-Fev-14 1.3731 140.77 0.8233 1.2221 102.5219-Fev-14 1.3745 140.08 0.8251 1.2214 101.9120-Fev-14 1.3706 139.91 0.8220 1.2203 102.0821-Fev-14 1.3707 140.50 0.8218 1.2195 102.5024-Fev-14 1.3735 140.69 0.8247 1.2209 102.4325-Fev-14 1.3754 140.65 0.8240 1.2193 102.2626-Fev-14 1.3726 140.50 0.8226 1.2198 102.3627-Fev-14 1.3656 139.15 0.8204 1.2161 101.9028-Fev-14 1.3813 140.63 0.8263 1.2153 101.81

VVVVVararararar. Mês %. Mês %. Mês %. Mês %. Mês % 2.33 2.04 0.04 -0.60 -0.29VVVVVararararar. em 2014 %. em 2014 %. em 2014 %. em 2014 %. em 2014 % 1.13 -2.22 -0.24 -1.25 -3.32Média mensalMédia mensalMédia mensalMédia mensalMédia mensal 1.37 139.35 0.83 1.22 102.02Fonte: BPI, BCE.

Taxas Oficiais de Conversão para o EUROTaxas Oficiais de Conversão para o EUROTaxas Oficiais de Conversão para o EUROTaxas Oficiais de Conversão para o EUROTaxas Oficiais de Conversão para o EURO

Escudo (PTE) 200.482Peseta (ESP) 166.386Franco Francês (FRF) 6.55957Lira (ITL) 1936.27Marco Alemão (DEM) 1.95583Libra Irlandesa (IEP) 0.787564Markka Finlandesa (FIM) 5.94573Florim Holandês (NLG) 2.20371Xelim Austríaco (ATS) 13.7603Franco Belga (BEF) 40.3399Franco Luxemburguês (LUF) 40.3399Dracma Grega (GRD) 340.75Tolar Esloveno (SIT) 239.640Lira Maltesa (MTL) 0.429300Libra Cipriota (CYP) 0.585274Coroa Eslovaca (SKK) 30.1260EEK (Coroa estoniana) 15.6466LVL (Lats letão)* 0.702804Fonte: BCE.Nota: (*) Desde 01/01/2014.

MTC-IIMTC-IIMTC-IIMTC-IIMTC-II

Data deData deData deData deData de TTTTTaxa Centralaxa Centralaxa Centralaxa Centralaxa Central Bandas deBandas deBandas deBandas deBandas de BandaBandaBandaBandaBandaentradaentradaentradaentradaentrada face ao EUROface ao EUROface ao EUROface ao EUROface ao EURO VVVVVararararar. Nominal. Nominal. Nominal. Nominal. Nominal ActualActualActualActualActual

DKK (Coroa dinamarquesa) 01.01.1999 7.46038 +/-2.25% <1%LTL (Litas lituana) 28.06.2004 3.45280 +/-15% 0%Fonte: BCE.

Page 60: BPI Análise Mercados Financeiros Mar.2014

60

E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014

Taxas de Juro InternacionaisTaxas de Juro InternacionaisTaxas de Juro InternacionaisTaxas de Juro InternacionaisTaxas de Juro Internacionais

10.Mar.14

O/NO/NO/NO/NO/N 1 Mês1 Mês1 Mês1 Mês1 Mês 3 Meses3 Meses3 Meses3 Meses3 Meses 6 Meses6 Meses6 Meses6 Meses6 Meses 1 Ano1 Ano1 Ano1 Ano1 AnoEUR 0.10% 0.20% 0.26% 0.35% 0.51%USD 0.09% 0.16% 0.24% 0.33% 0.55%JPY 0.07% 0.10% 0.14% 0.19% 0.35%GBP 0.46% 0.48% 0.52% 0.61% 0.90%CHF -0.01% -0.01% 0.02% 0.08% 0.20%Fonte: BPI, Reuters.Nota: Taxas de juro Libor para todas as moedas.

Page 61: BPI Análise Mercados Financeiros Mar.2014

E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014

61

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Page 62: BPI Análise Mercados Financeiros Mar.2014

62

E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014

Evolução dos IndexantesEvolução dos IndexantesEvolução dos IndexantesEvolução dos IndexantesEvolução dos Indexantes

TTTTTAXAAXAAXAAXAAXA EURIBOR (ACT/360)EURIBOR (ACT/360)EURIBOR (ACT/360)EURIBOR (ACT/360)EURIBOR (ACT/360) LIBOR / EUROLIBOR / EUROLIBOR / EUROLIBOR / EUROLIBOR / EURODADADADADATTTTTASASASASAS EONIAEONIAEONIAEONIAEONIA EQUIVEQUIVEQUIVEQUIVEQUIV. . . . . (1)(1)(1)(1)(1) TBA TBA TBA TBA TBA (2)(2)(2)(2)(2) 1 mês1 mês1 mês1 mês1 mês 2 meses2 meses2 meses2 meses2 meses 3 meses3 meses3 meses3 meses3 meses 6 meses6 meses6 meses6 meses6 meses 9 meses9 meses9 meses9 meses9 meses 12 meses12 meses12 meses12 meses12 meses 1 mês1 mês1 mês1 mês1 mês 3 meses3 meses3 meses3 meses3 meses 6 meses6 meses6 meses6 meses6 meses 12 meses12 meses12 meses12 meses12 meses

03-Fev-14 0.14 0.25 0.297 0.2250 0.2540 0.2900 0.3870 0.4720 0.5490 0.1957 0.2564 0.3449 0.508604-Fev-14 0.13 0.25 0.297 0.2220 0.2530 0.2880 0.3870 0.4690 0.5480 0.1957 0.2543 0.3420 0.506005-Fev-14 0.15 0.25 0.298 0.2230 0.2520 0.2870 0.3860 0.4700 0.5480 0.1979 0.2550 0.3420 0.507406-Fev-14 0.13 0.25 0.298 0.2210 0.2510 0.2860 0.3850 0.4680 0.5470 0.1979 0.2543 0.3427 0.506707-Fev-14 0.13 0.25 0.298 0.2290 0.2560 0.2910 0.3910 0.4740 0.5520 0.1986 0.2579 0.3491 0.512910-Fev-14 0.13 0.25 0.298 0.2300 0.2570 0.2910 0.3900 0.4740 0.5510 0.1986 0.2571 0.3484 0.512911-Fev-14 0.12 0.25 0.298 0.2300 0.2580 0.2910 0.3910 0.4750 0.5540 0.1986 0.2593 0.3491 0.515312-Fev-14 0.17 0.25 0.298 0.2300 0.2570 0.2910 0.3900 0.4750 0.5520 0.2000 0.2600 0.3484 0.514313-Fev-14 0.16 0.25 0.298 0.2250 0.2530 0.2880 0.3870 0.4690 0.5470 0.1971 0.2579 0.3413 0.507914-Fev-14 0.14 0.25 0.298 0.2260 0.2510 0.2870 0.3860 0.4690 0.5480 0.1971 0.2593 0.3413 0.508617-Fev-14 0.15 0.25 0.297 0.2240 0.2510 0.2870 0.3860 0.4680 0.5470 0.1971 0.2586 0.3413 0.507918-Fev-14 0.15 0.25 0.296 0.2240 0.2510 0.2880 0.3860 0.4680 0.5470 0.1971 0.2579 0.3413 0.508619-Fev-14 0.16 0.25 0.295 0.2240 0.2510 0.2870 0.3860 0.4660 0.5470 0.1971 0.2557 0.3399 0.507420-Fev-14 0.17 0.25 0.294 0.2210 0.2490 0.2860 0.3840 0.4640 0.5450 0.1971 0.2571 0.3379 0.507421-Fev-14 0.17 0.25 0.293 0.2220 0.2510 0.2870 0.3840 0.4640 0.5470 0.1971 0.2607 0.3414 0.508924-Fev-14 0.17 0.25 0.292 0.2210 0.2520 0.2880 0.3840 0.4660 0.5490 0.1971 0.2607 0.3414 0.509325-Fev-14 0.17 0.25 0.291 0.2220 0.2520 0.2890 0.3870 0.4700 0.5530 0.1971 0.2614 0.3371 0.512426-Fev-14 0.17 0.25 0.290 0.2220 0.2510 0.2880 0.3870 0.4690 0.5510 0.1971 0.2614 0.3429 0.513927-Fev-14 0.16 0.25 0.290 0.2190 0.2490 0.2860 0.3840 0.4660 0.5490 0.1971 0.2600 0.3393 0.510028-Fev-14 0.26 0.25 0.289 0.2180 0.2500 0.2860 0.3840 0.4670 0.5490 0.1971 0.2614 0.3443 0.5139Fonte: BPI, Reuters, IGCP, BdP.Notas: 1) Ex-taxa de desconto do BP. De acordo com a Portaria nº 1227/2001, esta taxa passa a ser igual à taxa mínima de proposta aplicável às operações principais de refinanciamento pelo BCE.

(2) Desde 31/12/2002 a TBA passou a ser fixada segundo a seguinte fórmula: 0.52xL3 + 0.47xL12 - 0.12, em que L3 e L12 representam as médias móveis das últimas 20 observações da Euribora 3 e 12 meses, respectivamente, terminadas no penúltimo dia útil ao dia a que se refere o cálculo.

Page 63: BPI Análise Mercados Financeiros Mar.2014

E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014

63

Taxa de Rendimento de Obrigações do TesouroTaxa de Rendimento de Obrigações do TesouroTaxa de Rendimento de Obrigações do TesouroTaxa de Rendimento de Obrigações do TesouroTaxa de Rendimento de Obrigações do Tesouro07.Mar.1407.Mar.1407.Mar.1407.Mar.1407.Mar.14

Admitidas a negoc.Admitidas a negoc.Admitidas a negoc.Admitidas a negoc.Admitidas a negoc. VVVVVidaidaidaidaida ModifiedModifiedModifiedModifiedModifiedTítuloTítuloTítuloTítuloTítulo MaturidadeMaturidadeMaturidadeMaturidadeMaturidade (10(10(10(10(1033333 EUR) EUR) EUR) EUR) EUR) AnosAnosAnosAnosAnos MesesMesesMesesMesesMeses CupãoCupãoCupãoCupãoCupão PreçoPreçoPreçoPreçoPreço DurationDurationDurationDurationDuration YTMYTMYTMYTMYTMObrig. do TObrig. do TObrig. do TObrig. do TObrig. do TesouresouresouresouresouroooooOTs 10 Anos 03 2014-06-16 4,524,000.00 0 3 4.375% 101.04 0.27 0.422%OTs 5 Anos 09 2014-10-15 5,314,000.00 0 7 3.600% 101.90 0.60 0.399%OTs 10 Anos 05 2015-10-15 8,205,000.00 1 7 3.350% 103.41 1.56 1.178%OTs 5 Anos 11 2016-02-15 3,500,000.00 1 11 6.400% 108.82 1.85 1.719%OTs 10 Anos 06 2016-10-15 6,185,000.00 2 7 4.200% 105.51 2.44 1.996%OTs 10 Anos 07 2017-10-15 11,258,000.00 3 7 4.350% 105.84 3.28 2.624%Ots 10 Anos 08 2018-06-15 10,853,000.00 4 3 4.450% 105.17 3.76 3.131%Ots 10 Anos 09 2019-06-14 10,915,000.00 5 3 4.750% 106.05 4.50 3.468%Ots 10 Anos 10 2020-06-15 8,551,000.00 6 3 4.800% 106.05 5.22 3.697%OTs 15 Anos 05 2021-04-15 7,510,000.00 7 1 3.850% 100.04 5.91 3.843%OTs 15 Anos 08 2023-10-25 7,228,000.00 9 7 4.950% 104.17 7.47 4.406%Ots 10 Anos 13 2024-02-15 6,000,000.00 9 11 5.650% 108.43 7.59 4.574%OTs 30 Anos 06 2037-04-15 6,973,000.00 23 1 4.100% 88.47 13.56 4.949%Fonte: BPI, IGCP, Reuters.Nota: O YTM é uma taxa anual.

Page 64: BPI Análise Mercados Financeiros Mar.2014

64

E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014

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Page 65: BPI Análise Mercados Financeiros Mar.2014

E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014

65

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64.

216

.91.

731

.620

13-0

4-18

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2014

-01-

1526

.310

.9DJ

EUR

OPE

MEDI

A25

5.5

2.3

12.1

0.7

29.5

2013

-06-

24-1

.920

14-0

2-25

26.7

17.6

DJ E

UROP

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NANC

IAL

345.

25.

013

.21.

431

.520

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2014

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1322

.916

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EUR

OPE

OIL&

GAS

335.

05.

12.

40.

112

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2014

-01-

214.

011

.4DJ

EUR

OPE

UTIL

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299.

67.

213

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623

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2014

-03-

0618

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EUR

OPE

AUTO

515.

28.

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163

.920

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2014

-03-

0639

.511

.0DJ

EUR

OPE

CONS

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3.7

7.8

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37.0

2013

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17.1

DJ E

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628.

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113

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2014

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2619

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EUR

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2013

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EUR

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20.8

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2013

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19-0

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201.

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EUR

OPE

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414.

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2013

-03-

15-3

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EUR

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493.

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2013

-04-

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.418

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EUR

OPE

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ICAL

755.

35.

39.

90.

117

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13-0

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2014

-01-

0275

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326.

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2013

-11-

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138.

06.

95.

1-0

.739

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2013

-12-

1734

.212

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599.

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2014

-03-

0524

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2014

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17.6

S&P

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13.3

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2014

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147.

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-4.9

13.0

Font

e:Bl

oomb

erg.

Page 66: BPI Análise Mercados Financeiros Mar.2014

66

E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014

Índices CRB de Preços de Futuros de Índices CRB de Preços de Futuros de Índices CRB de Preços de Futuros de Índices CRB de Preços de Futuros de Índices CRB de Preços de Futuros de CommoditiesCommoditiesCommoditiesCommoditiesCommodities

PreçoPreçoPreçoPreçoPreço VVVVVariaçãoariaçãoariaçãoariaçãoariaçãoPesoPesoPesoPesoPeso MarMarMarMarMar.14.14.14.14.14 1 mês1 mês1 mês1 mês1 mês 3 meses3 meses3 meses3 meses3 meses 6 meses6 meses6 meses6 meses6 meses 12 meses12 meses12 meses12 meses12 meses Dez.12Dez.12Dez.12Dez.12Dez.12 1 mês1 mês1 mês1 mês1 mês 3 meses3 meses3 meses3 meses3 meses 6 meses6 meses6 meses6 meses6 meses 12 meses12 meses12 meses12 meses12 meses ytdytdytdytdytd

CRC FuturosCRC FuturosCRC FuturosCRC FuturosCRC FuturosÍndice Global 100% 305.5 322.6 322.6 322.6 322.6 322.6 -5.3% -5.3% -5.3% -5.3% -5.3%CRB EnergiaCRB EnergiaCRB EnergiaCRB EnergiaCRB EnergiaPetróleo 100.8 97.8 97.7 110.5 90.4 98.4 3.0% 3.2% -8.8% 11.4% 2.4%Heating oil 297.4 299.5 305.7 316.4 297.6 307.7 -0.7% -2.7% -6.0% -0.1% -3.4%Gas natural 4.5 4.9 4.1 3.5 3.5 4.2 -7.9% 10.4% 28.6% 30.8% 7.3%CRB Metais PreciososCRB Metais PreciososCRB Metais PreciososCRB Metais PreciososCRB Metais PreciososOuro 1337.5 1257.6 1230.3 1386.2 1574.9 1202.3 6.4% 8.7% -3.5% -15.1% 11.2%Platina 1482.0 1374.9 1356.3 1495.7 1579.8 1371.1 7.8% 9.3% -0.9% -6.2% 8.1%Prata 21.2 19.9 19.5 23.8 28.8 19.3 6.3% 8.8% -11.1% -26.3% 9.5%CRB AgrícolaCRB AgrícolaCRB AgrícolaCRB AgrícolaCRB AgrícolaMilho 474.5 443.0 424.0 491.5 708.0 422.0 7.1% 11.9% -3.5% -33.0% 12.4%Sementes de soja 1428.3 1325.8 1325.5 1437.0 1484.5 1312.5 7.7% 7.8% -0.6% -3.8% 8.8%Trigo 634.5 580.8 637.3 635.0 676.3 605.3 9.3% -0.4% -0.1% -6.2% 4.8%CRB AlimentaresCRB AlimentaresCRB AlimentaresCRB AlimentaresCRB AlimentaresCacau 2946.0 2886.0 2813.0 2544.0 2046.0 2709.0 2.1% 4.7% 15.8% 44.0% 8.7%Café 192.9 135.8 105.8 114.0 140.6 110.7 42.1% 82.3% 69.3% 37.2% 74.3%Sumo de laranja 155.5 145.5 138.1 133.1 122.7 136.5 6.9% 12.6% 16.9% 26.8% 14.0%Açúcar 18.4 15.9 16.6 16.8 18.2 16.4 15.8% 10.6% 9.3% 0.8% 11.8%CRB IndustriaisCRB IndustriaisCRB IndustriaisCRB IndustriaisCRB IndustriaisCobre 325.8 322.9 327.0 325.8 347.4 339.7 0.9% -0.4% 0.0% -6.2% -4.1%Algodão 87.9 86.3 79.4 83.2 86.2 84.6 1.8% 10.7% 5.6% 1.9% 3.9%CRB GadoCRB GadoCRB GadoCRB GadoCRB GadoBovino 143.4 139.6 131.4 125.7 128.8 134.5 2.7% 9.1% 14.1% 11.3% 6.6%Suíno 111.9 86.5 81.7 90.9 79.3 85.4 29.3% 36.9% 23.0% 41.1% 30.9%Fonte: Bloomberg, BPI.

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