Braquiterapia permanente (ldr) em tumor da próstata
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Braquiterapia permanente (LDR) em tumor da
próstata
“Assuntos Controversos”
Físico Lucas Augusto Radicchi
TEMAS ABORDADOS
Materiais radioativos Prescrição e cálculo de dose Modalidades de imagem em diversas etapas Técnicas de planejamento Tipos de sementes e agulhas Tipos de carregamentos Tempo ideal de CT de pós-planejamento Proteção radiológica
INTRODUÇÃO
Radiobiologia
INTRODUÇÃO
Adenocarcinoma de próstata: Prostatectomia radical Radioterapia com feixe de fótons (teleterapia) Hormonioterapia Braquiterapia intersticial permanente ou temporária
Baixa taxa de dose (LDR) Rápido retorno da atividade normal Simples (menor tempo de tratamento) Histórico:
~1970 (NY): retropúbico (manual)~1980 (Dinamarca): transperineal (TRUS)1985 (Seatle)
INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO
SELECAO DE PACIENTES
Int J Radiat Oncol Biol Phys, 1999; 44:789-799 (Recomendações da ABS)
FONTES RADIOATIVAS
FONTES RADIOATIVASCARACTERÍSTICAS DOSIMÉTRICAS
I-125 (6711) Pd-103
Modo de decaimento CE CE
Energia Média 27,4 Kev 21 Kev
Meia vida 59,4 dias 16,97 dias
Sk 1.270 U mCi-1 1.293 U mCi-1
Constante de Anisotropia 0,93 0,90
Constante de Taxa de Dose
0.88 cGy h-1 U-1 0.74 cGy h-1 U-1
Atividade das sementes usadas nos implantes
(ACCamargo)
0,294 a 0,354 mCi
1,4 a 1,5 mCi
Absorção pela cápsula 37,5 % 54 %
Produção Reator Nuclear Ciclotron
TAXA DE DOSE
SEMENTES
EVIDÊNCIAS CLÍNICAS
Gleason score 2-6: 125I
Gleason score > 6: 103Pd5
1Int J Radiat Oncol Biol Phys, 1992; 23; 81-872Endocuriether/Hypertherm, 1996;12:119-1243Endocuriether/Hypertherm, 1993;9:97-1044Int J Radiat Oncol Biol Phys, 1995; 32:373-3785Int J Radiat Oncol Biol Phys, 1998; 40:461-465
Modelo Linear-Quadrático1:• 125I: tumores de proliferação lenta• 103Pd: tumores de proliferação rápida
Diferenciação celular2,3:• 103Pd mais efetivo que 125I para tumores pouco diferenciados
RBE4:• 125I: 1,4• 103Pd: 1,9
ESSPECIFICAÇÃO DE FONTE
Atividade: Contida x Aparente
ICRU 38 (1985): Taxa de kerma no ar
TG-32 (1987): Intensidade de kerma no ar
NIST (1996): exclui fótons de baixa energia
CÁLCULO DE DOSE (TG-43)FONTE
PONTUAL
CÁLCULO DE DOSE
avgoTOTAL TDD .
DOIS DESENVOLVIMENTOS
TG-43 (1995)1: Novo formalismo de dosimetria de fontes de braquiterapia intersticial (125I, 103Pd e 192Ir) → 17% para 125I Padronização de valores das constantes para cada modelo (tipo de semente, geometria, construção e espectro energético), não só do radionuclídeo. Parâmetros baseados em medidas na água
NIST (1996)2,3: Modificação em SK (intensidade da fonte) → desconsidera fótons de baixa energia (cápsula) → 10%
1Med Phys, 1995;22:209-2342NIST, 19963Med Phys,1993;20:907
PRESCRIÇÃO DE DOSE
TG-43: Mudança no valor da dose de prescrição
NIST: Mudança no valor da constante de dose (Λ) no TPS
1Int J Radiat Oncol Biol Phys, 1998;40: 697-702
GyGyDDTGpre
anTGpre
TGan
TGTGpre
prescTGpresc 7,144
87,004,1
93,088,0160..
UhcGy
S
S
novoK
KTGTGNIST
98,011,188,0,
1985,
MEDIDO PELO NIST
MPD e mPD
MPD (“Matched Peripheral Dose”) = superfície de isodose que engloba um volume igual a de um elipsóide de mesmas dimensões ortogonais que o volume alvo
• Inadequado para volumes irregulares, mas útil quando não se pode delinear volume alvo
mPD (“minimum Peripheral Dose”) = máxima dose que cobre 100% do volume alvo (D100)
• Conceito limitado para prescrição e especificação de dose → D90
mPD
ICRU (1993): recomenda a especificação e prescrição de dose em termos de mPD Yu et al. (1996)1:
• Objetivo: avaliar se mPD é um bom parâmetro para prescrição de dose
• mPD depende da distribuição de sementes (afetada por deslocamento ou mal colocação)
• mPD não é um parâmetro prático para prescrição de dose, pois o que é prescrito não é o que é tratado (irregularidade difíceis de predizer) → Soluções:
• Prescrever mPD, mas exigir cobertura menor (90%)• Aumentar Intensidade total por 20% (para compensar imperfeições), aumentando a dose em uma pequena porção da perfieria. Mas isso sobredosa todo volume!
1Int J Radiat Oncol Biol Phys, 1996; 34; 717-725
mPD
1Int J Radiat Oncol Biol Phys, 1996; 34; 717-725
MATERIAIS TRUS: 5,0-7,5 MHz, preferencialmente com sistema biplanar
de alta resolução com software dedicado “Stepping-unit”: imobilização da sonda e template (passos de
0,5 cm)
Sementes
1) Soltas (esterilização) – “loose seeds”
2) Sutura absorvível de Vicryl (RAPID StrandTM) – Esterilizada por gás de óxido de etileno
SOLTAS x SUTURA RAPID StrandTM x sementes soltas:1,2
• Melhor cobertura de volume alvo• Menos migração de sementes
Menor retenção urinária, mas a influência do isótopo não pode ser excluída
1Brachytherapy, 2004;3:136-1402Radiother Oncol, 2003;66(Supl. 95):S33 → Porto Alegre!
“A mensagem importante é que os ‘braquiterapistas’ devem analisar cuidadosamente seus próprios resultados para determinar os fatores que contribuem para melhorar a dosimetria” (Juanita Crook: Brachytherapy,
2004;3:20-21)
MATERIAIS
Agulhas:
1) Pré-carregadas
2) Aplicador MICK
ESTUDO DE VOLUME
Volume da próstata pode variar entre diferentes especialistas
a. Planejamento (pré-planejamento)
b. Pedido de sementes
Objetivos:1) Interferência do arco púbico
2) Analisar volume prostático
ESTUDO DE VOLUME
Imagens axiais consecutivas (0,5 cm): TRUS CT → melhor visualização, mas paciente não em litotomia
2-3 semanas antes
TÉCNICAS DE PLANEJAMENTO
Pré-planejamento• Estudo de volume = planejamento
- Dificuldade em reproduzir posicionamento no implante
- Possível variação de volume e forma da próstata (34%)1 e outras variações (anatomia, anestesia)
- Maior número de agulhas são usadas, em geral2 → maior toxicidade3
- Geralmente, modificações são necessárias durante o implante (agulhas induzem distorção do volume)4
+ Menor tempo de implante5
1Int J Radiat Oncol Biol Phys, 1999;44:801-8082Int J Radiat Oncol Biol Phys, 2001;51:41-48 3Int J Radiat Oncol Biol Phys, 2000;48:1457-14604Int J Radiat Oncol Biol Phys, 2000;48:601-6085Int J Radiat Oncol Biol Phys, 2000;48:377-380
TÉCNICAS DE PLANEJAMENTO
Intra-operatório (“real-time”)• Imagens de TRUS adquiridas logo antes do implante -Se não fizer estudo de volume, demanda conhecimento prévio do volume e do formato da próstata, e avaliação da anatomia- Maior tempo de implante e maior logística
+ Melhor qualidade dosimétrica (melhor cobertura de volume alvo e dose menor em uretra e tolerável em reto)1
1Int J Radiat Oncol Biol Phys, 2000;48:601-608
OTIMIZAÇÃO
Automática → algoritmo computacional (objetivos) Exemplo: Algoritmo Genético (GA)1
Desvantagem: agulhas e sementes geradas randomicamente
Manual: Simetria, em geral Avaliação de parâmetros (D90, V100, V150, doses em uretra e reto, etc)
1Med Phys, 1996;23:2085-2091
TIPOS DE CARREGAMENTOS
Carregamento Uniforme (Sistema Quimby)
• Muitas sementes de baixa atividade distribuídas uniformemente• Alta dose central (uretra)• Menos dependente de erro de posicionamento de sementes• Efeito “ondulatório” na periferia
Carregamento Periférico• Poucas sementes de alta atividade• Dosimetria mais susceptível a erros• Mais barato
TIPOS DE CARREGAMENTOS
Carregamento Uniforme Modificado (Sistema Paterson-Parker)
• Muitas sementes de baixa atividade• Menos sementes centrais (diminui regiões quentes) e algumas sementes perféricas (reduz efeito “ondulatório”)• Intercala planos com carregamento uniforme e planos com carregamento periférico
Anestesia Cateter de Foley (gel aerado): visualização da uretra Aquisição de imagens TRUS (ou fluoroscopia) Planejamento (delineamento + dosimétrico) Avaliação e aprovação Relatório Montagem das agulhas carregadas Implante e registro no software das agulhas implantadas Citoscopia Levantamento radiométrico
IMPLANTE
PÓS-IMPLANTE
Radiografias (0o, 45o, 90o) → contagem das sementesA. C. Camargo: Simulador Acuity
Tomografia no mesmo dia do implante (3 mm)Pós-planejamento
PÓS-PLANEJAMENTO
Objetivos:1) Avaliação do implante (se necessário complementação com
teleterapia ou novo implante)
2) Curva de aprendizado
Modalidades de imagem: Filmes (visualização de sementes)1
CT (visualização de sementes) MRI (tecidos moles) TRUS (fácil e barato) → ABS2
1Phys Med Biol, 1997;42:293-3022Int J Radiat Oncol Biol Phys, 2000;46:221-230
PÓS-PLANEJAMENTO
PÓS-PLANEJAMENTO
CT superestima volume da próstata, quando comparado com MRI e TRUS1
ABS2 → parâmetros recomendados para análise:- D100, D90 e D80
- V200, V150, V100, V90 e V80 para a próstata
- Volume total da próstata (em cm3) → imagem de pós-planejamento
- Número de dias pós-implante em que a análise foi realizada
- Dose em uretra (comprimento da uretra que recebe >200% da dose prescrita) e reto
1Medical Dosimetry, 2002;4:289-293 2Int J Radiat Oncol Biol Phys, 2000;46:221-230
AVALIAÇÃO
AVALIAÇÃO
AVALIAÇÃO
PÓS-PLANEJAMENTO
Achados dosimétricos foram correlacionados com controle no PSA e resultados de biópsia negativa (aumentando até D90 ~ 140Gy houve melhora em resultados clínicos baseados no PSA)1
Implantes com mesmo D90 e heterogeneidade de dose diferentes, o que possui maior heterogeneidade pode ter um maior TCP (ainda não adequadamente documentado para correlação clínica)2
1Int J Radiat Oncol Biol Phys, 1998;41:101-108 2Int J Radiat Oncol Biol Phys, 1994;28:971-978
ABS1: tempo ideal de CT de pós-planejamento é controverso e pode depender do isótopo
→ Recomenda ter um padrão estabelecido
Edema prostático aumenta o volume da glândula em 50% e se resolve com meia-vida de 10 dias. CT feito pouco tempo depois do implante subestima a dose e CT feito muito tempo depois superestima a dose total2
1Int J Radiat Oncol Biol Phys, 2000;46:221-2302 Med Phys, 1999; 26:763-767
TEMPO DE CT PÓS-PLAN
TEMPO DE CT PÓS-PLAN
CT superestimou o volume da próstata → média de 22,9%
CT ideal (pós implante): 30º dia para 103Pd 90º dia para 125I
Int J Radiat Oncol Biol Phys, 1998;40:1111-1115
PROTEÇÃO RADIOLÓGICA
Após implante → avaliação de radiação do local (Geiger ou cintilador) e medida à 1m do paciente (Câmara de Ionização)1
Regulamentação:• USA2: TEDE = 5 mSv (IOE) e TEDE = 1 mSv (público)• Brasil3:
1Med Phys, 1999;26:2054-2076 (“TG-64”)2 NRC, Vol.1, No. 6 (2002)3CNEN-3.01
PROTEÇÃO RADIOLÓGICA
1Brachytherapy, 2004;3:1-6
PROTEÇÃO RADIOLÓGICA
“acompanhante”
familiares
PROTEÇÃO RADIOLÓGICA
À 1 m do paciente → < 1 μSv/h
Superestimando:• 1 μSv/h à 1m• E = 33%
1Brachytherapy, 2004;3:1-6
0,7 mSv p/ 125I
0,2 mSv p/ 103Pd < 1,0 mSv
Taxa de dose limite à 1m (NCRP1970, NRC2002): 0,01 mSv/h p/ 125I 0,03 mSv/h p/ 103Pd
PROTEÇÃO RADIOLÓGICA
Taxa de dose depende da atividade total implantada e da espessura do paciente
Instruções ao paciente (ALARA): Aumentar distância e/ou reduzir tempo em contato próximo
(evitar dormir de “conchinha”)
Evitar ficar com criança no colo e mulher grávida
Pacientes implantados (125I ou 103Pd) não representam risco de radiação ao público (inlcuindo criança e mulher grávida) se o princípio de ALARA for mantido
1Brachytherapy, 2004;3:1-6