Brasil Colônia

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Brasil Colonial

Em 22 de abril de 1500, Pedro Álvares Cabral chega ao Brasil à procura de riquezas. Envia-se então uma carta ao rei de Portugal, escrita por Pero Vaz de Caminha, trazendo informações sobre o Brasil.

Os portugueses se interessaram pelo Pau-Brasil, devido suas utilidades como: tintura de tecidos e por ser matéria-prima para a construção de móveis e navios. Para que a extração do pau-brasil pudesse ser realizada, eles necessitavam de mão de obra para cortar a madeira e carregá-la até os navios, para isso utilizaram o escambo, isto é, em troca do seu trabalho, os índios recebiam apitos, espelhos, canivetes, entre outros objetos.

Com medo de perder o território e em busca de obter lucros, (Portugal precisava de dinheiro para cobrir as despesas da igreja e da nobreza, pois nesse período o comércio com as Índias entrava em declínio) em 1532, Portugal decide colonizar o Brasil, o rei D. João III resolve dividir a terra Brasileira em lotes conhecidos como Capitanias Hereditárias (sesmarias), essas capitanias eram distribuídas para pessoas de confiança do rei. Esses territórios passariam de pai para filho e não poderiam ser vendidos.

Esse sistema de Capitanias Hereditárias falhou por vários fatores: a distância de Portugal, os ataques indígenas e a falta de interesse por falta de recursos (dinheiro). Com exceção das capitanias de São Vicente e Pernambuco, todas foram fracassadas. Dessa forma, em 1549, o rei de Portugal criou um novo sistema que centralizava o poder e ajudava a administrar as capitanias, era o Governo-Geral, que foi instalado em Salvador.

Os portugueses decidiram montar um sistema produtivo, e escolheram como produto o açúcar, pois havia condições de cultivo no Brasil, Portugal já tinha a experiência de produção açucareira e era um produto conhecido na Europa (antigamente era usado como remédio, para depois usá-lo na culinária). Portugal não tinha condições de realizar tudo isso sozinho, pois o investimento seria muito alto, então a Holanda aceitou financiar a produção açucareira. A Holanda, então, ajudaria no transporte do açúcar, no refinamento e na distribuição por toda a Europa e obteria assim o lucro maior. Eles esperavam receber altos lucros, então montaram essa produção de açúcar em sistema de plantation, para produzirem um só produto (monocultura), plantado em latifúndios e com a utilização de escravos. A Plantation gerou uma alta produção e uma alta concentração de renda.

Eles necessitavam de mão-de-obra para esse trabalho, mas como Portugal não tinha população o suficiente para isso, e nem queria gastar dinheiro com mão de obra assalariada, foi adotada a escravidão. Os portugueses traziam os negros da África, que eram

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comprados como se fossem mercadorias, o transporte era feito nos porões do navio negreiro, onde muitos morriam muito antes de chegar até o Brasil, os escravos eram tratados da pior forma possível, trabalhavam muito no engenho e passavam a noite na senzala, acorrentados para não fugirem, eram constantemente torturados, sendo os açoites a punição mais comum dos escravos.

O engenho de açúcar era formado pela Casa Grande: onde viviam o senhor de engenho e sua família. Capela: local onde se realizavam os serviços religiosos católicos. Senzala: era a moradia dos escravos. Engenho: instalações destinadas ao preparo do açúcar - a moenda, onde a cana era moída para a extração do caldo; as fornalhas, onde o caldo era fervido e purificado em tachos de cobre; a casa de purgar, onde o açúcar era branqueado; os galpões, onde os blocos de açúcar eram quebrados em várias partes e reduzidos a pó.

Utilizavam nesse tempo a lógica mercantilista, que visava o desenvolvimento econômico através do acúmulo de riquezas, nesse período fazia-se uma “divisão do trabalho”, que se chamava Pacto Colonial, onde o Brasil deveria completar a economia de Portugal e Portugal deveria administrar e proteger o Brasil, e também a colônia só poderia fazer comércio com a metrópole. O açúcar era destinado inteiramente ao mercado externo e não ao interno.

Nesse período o Brasil seguia uma hierarquia aristocrática, a sociedade colonial tinha no topo da pirâmide, com poderes políticos e econômicos, os senhores de engenho, abaixo aparecia uma camada média formada por trabalhadores livres e funcionários públicos, e na base da sociedade estavam os escravos negros. Era uma Sociedade Patriarcal, onde o senhor de engenho tinha um grande poder na sociedade.

Em 1578 o rei de Portugal D. Sebastião I veio a falecer, sem deixar nenhum herdeiro do trono, quem assumiu o trono foi seu tio, D. Henrique que era Cardeal, por isso também não deixou nenhum herdeiro devido ao celibato, quando ele faleceu em 1580, Felipe II rei da Espanha, assumiu o posto de rei de Portugal, com o apoio da burguesia e da nobreza portuguesa. Felipe II acabou unindo as duas coroas dando início á União Ibérica que durou até o ano de 1640.

Com essa união, os inimigos da Espanha passam a ser inimigos de Portugal, então Felipe II tira a Holanda da grande empresa colonial açucareira (pois a Espanha já tinha sido colônia da Holanda, e a teria vencido e conseguido sua independência), porém a Holanda faz invasões em Salvador e fracassam, e em 1630 a Holanda consegue invadir Pernambuco e continuam com a sua parte da produção. Em 1640 Portugal entra em guerra contra a Espanha e pede ajuda à Inglaterra e à Holanda (seus inimigos), Portugal volta para as mãos da coroa portuguesa e em 1654, Portugal expulsa os holandeses.

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Então a Holanda passa a produzir açúcar nas Antilhas, com as técnicas de produção adquiridas no Brasil e domina o mercado consumidor na Europa, acabando com o monopólio de Portugal.