Brasil Colonia. A Expansao maritima

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CAPITULO I BRASIL COLÔNIA Introdução No século XIV, Portugal afirma-se como primeiro Estado moderno da Europa, sua origem ligou-se a um movimento peculiar à Península Ibérica, chamado Reconquista (expulsão dos muçulmanos que dominavam parte da Península). - Dinastia de Borgonha

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CAPITULO I BRASIL COLÔNIA

IntroduçãoNo século XIV, Portugal afirma-se como primeiro Estado moderno da Europa,

sua origem ligou-se a um movimento peculiar à Península Ibérica, chamado Reconquista (expulsão dos muçulmanos que dominavam parte da Península).

- Dinastia de Borgonha

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O nobre Henrique de Borgonha recebeu do Rei de Castela, como recompensa por seus serviços de luta contra os muçulmanos, o Condado Portucalense. Mais tarde seu filho, D. Afonso Henriques, conseguiu a independência do condado, formando o Reino de Portugal e fundando a primeira dinastia Portuguesa, que contou com nove monarcas.

- Dinastia de Avis

A segunda dinastia portuguesa é a dinastia de Avis. Ela tomou o trono de Portugal, apoiada pela burguesia mercantil, pois o último rei da dinastia de Borgonha faleceu sem deixar herdeiro. Para não perder sua independência para o reino de Castela, pois a herdeira única do trono português era casada com o Rei de Castela, comerciantes portugueses das cidades do Porto e de Lisboa financiam o Mestre da Ordem Militar de Avis, D.João I, para ele armar um exército, enfrentar as pretensões de Castela e assumir o trono.

Sobre a dinastia de Avis é que vai ser elaborada a expansão marítima portuguesa. Sob o controle do Infante D. Henrique de Avis “O NAVEGADOR”, grandes sábios, cartógrafos e navegadores se reuniram na Escola de Sagres, não uma escola, mais sim um centro de pesquisa.

- Fatos sobre alguns reis portugueses

D. Afonso Henriques: Primeiro Rei de Portugal

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D.João I : Primeiro rei da dinastia de Avis D.Dinis: Fundou a Universidade de Coimbra, e ficou conhecido como o Lavrador,

pois ordenou a plantação de pinhais, usados na construção naval. D. Manuel I: O Venturoso, durante seu governo foi descoberto o Brasil. D. João II: Conhecido como o príncipe perfeito

Assunto I- A Expansão Marítima

Caravelas portuguesas Séc. XV

Ocupou sempre lugar de destaque na economia lusa a atividade pesqueira, sendo esta a origem da experiência portuguesa em navegação. A expansão marítima portuguesa como projeto nacional data do início do século XV. O comércio foi o grande motor da expansão marítima portuguesa, pois as famosas especiarias (pimenta, canela, gengibre, noz moscada, etc.) tinham um preço absurdo quando chegavam em Portugal devido à distância dos centros produtores e, depois de 1453, devido ao domínio turco na cidade de Constantinopla (grande entreposto comercial da Idade Média.). As especiarias desempenhavam naquele tempo uma função importantíssima. Era costume na Europa abater todo o gado a ser consumido no inverno e conservar com o uso de especiarias, principalmente pimenta e cravo. No Oriente também havia os produtos de luxo, como seda e porcelana, que interessavam aos europeus. O Infante D. Henrique foi assim movido, ao mesmo tempo, pelo espírito de cruzada e cavalaria e por considerações políticas e econômicas. Sua fama se espalhou. Pregava, então, o papa uma cruzada contra os turcos, dirigindo a D. Henrique significativos documentos, concedendo-lhe vários privilégios em todas as terras descobertas e por descobrir.

A primeira conquista portuguesa foi a cidade de Ceuta (1415), grande entreposto comercial no norte da África. Em 1420, fora atingidas as ilhas de Madeira e Açores. Seguindo a política de contornar a costa africana para poder chegar às Índias (Périplo Africano), o Navegador Gil Eanes, em 1434, dobra o cabo Bojador. Em 1488, Bartolomeu Dias conseguiu dobrar o cabo das Tormentas (que passou a ser chamado de

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cabo da Boa Esperança). Coroando o projeto português em 1498, Vasco da Gama descobre o caminho marítimo para as Índias, chegando em Calicute. Enquanto a costa ocidental da África era minuciosamente revelada, a navegação no Atlântico era um segredo de estado, só quebrado por Colombo que, equivocadamente, pretendia alcançar o Oriente pelo Ocidente.

- Causas da expansão Marítima

* Econômicas:Cobiça de lucros, o comércio Oriente -Ocidente era o mais rentável da Idade

Média;Busca de ouro e prata;O interesse em acabar com o monopólio italiano na venda de especiarias.

* Políticas:A tomada de Constantinopla pelos Turcos.Ascensão da burguesia, que passou a financiar as viagens marítimas.

* Religiosas:Levar a fé Católica a outros povos. Lembre-se de que as caravelas portuguesas

levavam a cruz pintada em suas velas.Busca do Paraíso Terrestre.

* Tecnológicas:Os grandes progressos náuticos, muitas vezes copiados dos árabes, como:Bússola, Astrolábio, Caravela, Portulanos.

- Causas do pioneirismo português nas navegações

- Posição geográfica favorável;- Portugal foi o primeiro Estado Nacional Moderno (centralização do poder);- Presença de uma forte burguesia;- A Espanha estava preocupada em expulsar os árabes de seu território;- Existência de escolas de navegação.

- Os Tratados feitos com a Espanha

A descoberta da América por Colombo, em 1492, abriu uma etapa na política expansionista portuguesa, sobretudo porque através da bula “Inter Coetera”, de 1493, o Papa Alexandre VI estabelecia um meridiano a 100 léguas a oeste do arquipélago de Cabo Verde, concedendo à Espanha todas as terras a oeste daquele mesmo arquipélago. O rei de Portugal , D João II , não ficou satisfeito com a bula papal, pois a linha imaginária passaria no meio do Atlântico, deixando Portugal sem terras no Novo Mundo. Devido a isso, o rei resolveu negociar diretamente com o soberano espanhol e, em 1494, na povoação espanhola de Tordesilhas, foi assinado um novo tratado com os espanhóis. Foi decidido que seria traçado um novo meridiano, agora a 370 léguas do arquipélago de Cabo Verde, ficando as terras a leste do mesmo meridiano para Portugal. Deste modo grande parte do território brasileira já estava assegurada a Portugal mesmo

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antes da chegada dos portugueses, colocando assim em xeque a teoria do descobrimento do Brasil ser acidental.

- A Viagem de Cabral

Com o objetivo de fundar feitorias na Índia e de forçar o Marajá de Calicute a aceitar a comercializar com Portugal, o rei D.Manuel I, O Venturoso, preparou uma grande esquadra composta de 13 caravelas, a mais poderosa das expedições até então organizada. Em artilharia, munições e mantimentos a esquadra levava o melhor possível. Transportava 1.500 homens de armas, entre os quais 20 degradados que deviam ser deixados em terra para aprender a língua. Esta esquadra estava sob o comando do Fidalgo Pedro Alvares Cabral, Embaixador de Portugal perante o Marajá de Calicute. Cabral não era navegador, mas por ser a figura mais importante da frota, assumiu o comando. Tinha os melhores comandantes de navios na sua esquadra. No dia 9 de março de 1500, a frota parte do porto do Tejo em direção à Índia, contornando a costa africana, como era o projeto português; mas a viagem tinha objetivos secretos, se afasta muito da costa africana e no dia 21 de abril de 1500 foram avistados os primeiros sinais de terra. No dia 22 de abril é avistado o monte Pascal; no dia 26 é rezada a primeira missa, na localidade chamada Coroa Vermelha por frei Henrique de Coimbra, franciscano; o escrivão Pero Vaz de Caminha escreve notícia do descobrimento para que o Navegador Gaspar de Lemos a leve a Portugal e noticie o Rei e a Europa das novas possessões portuguesas. O Brasil teve vários nomes como:

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* Ilha de Vera Cruz, Terra de Santa Cruz e finalmente Brasil.

1. O TERMO ÍNDIO: O termo índio nasceu de um engano histórico: ao desembarcar na América, o navegador Cristóvão Colombo chamou seus habitantes de índios, pois pensava ter chegado nas Índias. Outras designações para o habitante da América pré-colombiana: aborígines, ameríndio, autóctone, brasilíndio, gentio, íncola, “negro da terra”, nativo, bugre, silvícola, etc. O termo índio designa quem habitava e ainda habita as terras que receberiam o nome de América.

- As conseqüências da expansão marítima

A conseqüência principal foi que Portugal, um reino pequeno, se deparou com um grande Império para conquistar, não tendo de imediato força para poder dominá-lo por inteiro.

O ideal das cruzadas ainda permanecia bastante intenso para justificar a expansão, daí o apoio Papal ao reino. Portugal era um Estado Nacional moderno, portanto Absolutista (onde o Rei tem todos os poderes) e Mercantilista (intervenção do Estado na Economia, balança comercial favorável, protecionismo alfandegário), tinha então que ter esquadras mesmo sem ter capital e manter suas feitorias dentro do sistema econômico mercantilista.

Devido a isso o Brasil tornou-se uma colônia de exploração, onde prevalecia o Pacto Colonial (a colônia só poderia comercializar com sua metrópole) e o sistema de Plantation (monocultura, trabalho escravo e latifúndio).

As outras conseqüências da expansão marítima foram a comprovação da esfericidade da Terra, a ampliação do mundo conhecido, o deslocamento do eixo econômico para o Atlântico (antes era o Mediterrâneo), alta dos preços (devido à entrada de riquezas na Europa), o fortalecimento da burguesia, o ressurgimento do escravismo e a formação de impérios coloniais.

TEXTO COMPLEMENTAR

“No começo do século XV, Portugal era um reino pobre. A riqueza estava na Itália, na Alemanha e em Flandres. Então como foi que os lusitanos encabeçaram a expansão marítima? A rica Ordem de Cristo foi o seu trunfo decisivo. Fundada por franceses, em Jerusalém, em 1119, com o nome de Ordem dos Templários, acabou transferindo-se para Portugal em 1307, época em que o rei da França desencadeou contra ela uma das mais sanguinárias perseguições da História. Quando o infante D. Henrique , terceiro filho de D.João I, tornou-se grão mestre da Ordem em 1416, a organização encontrou respaldo para colocar em prática um antigo projeto: circunavegar a África e chegar à Índia, ligando o Ocidente ao Oriente” Super interessante, fevereiro de 1998.

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A figura acima mostra o Tratado de Tordesilhas.