Brasil: o estado de uma -...

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LC/BRS/R.172 Junho de 2006 Original: português CEPAL COMISSÃO ECONÔMICA PARA A AMÉRICA LATINA E O CARIBE Escritório no Brasil G L O B A L IZ A Ç Ã O , E S C A L A S T E R R IT O R IA S E P O L ÍT IC A T E C N O L Ó G IC A R E G IO N A L IZ A D A N O B R A S IL Documento elaborado no âmbito do Convênio CEPAL/IPEA (Projeto: Brasil: o estado de uma nação). As opiniões aqui expressas são de inteira responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, a posição das instituições envolvidas. Clélio Campolina Diniz

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LC/BRS/R.172 Junho de 2006

Original: português

CEPALC O M IS S Ã O E C O N Ô M IC A P A R A A A M É R IC A L A T IN A E O C A R IB E Escritório no Brasil

G L O B A L I Z A Ç Ã O , E S C A L A S T E R R I T O R I A S E P O L Í T I C A

T E C N O L Ó G I C A R E G I O N A L I Z A D A N O B R A S I L

Documento elaborado no âmbito do Convênio CEPAL/IPEA (Projeto: Brasil: o estado de uma nação). As opiniões aqui expressas são de inteira responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, a posição das instituições envolvidas.

Clélio Campolina Diniz

G L O B A L I Z A Ç Ã O , E S C A L A S T E R R I T O R I A S E P O L Í T I C A

T E C N O L Ó G I C A R E G I O N A L I Z A D A N O B R A S I L

Clélio Campolina Diniz

1. Global-local: interdependência e desigualdade

O fenôm eno contem porâneo denom inado globalização vem alterando,

profundam ente, as estruturas produtivas, as relações técnicas e sociais de produção e os

padrões organizacionais e locacionais. Esse processo é o resultado e condicionante das

aceleradas e radicais mudanças tecnológicas, determinadas pela com petição capitalista, sob

a liderança da tecnologia da inform ação e da sociedade do conhecim ento. E le perm itiu e

induziu a generalização dos novos meios de com unicação e controle (inform ática,

telem ática, internet, e -m a il, T V a cabo, sistemas on line etc .), que vêm facilitando e

barateando os transportes e as comunicações, potenciando o aum ento do fluxo de

inform ações econômicas, científicas, tecnológicas, culturais e políticas, expandindo o

com ércio internacional e in ter-reg ional de bens, alterando a natureza da produção, consumo

e com ércio de serviços, inclusive possibilitando o crescimento do com ércio de serviços à

distância, aum entando o flu xo de capitais e de pessoas, especialmente financeiro e,

portanto, acelerando a integração m undial.

Inaugura-se, de form a dialética, um espaço de fluxos sobre o espaço de lugares,

no qual o espaço de fluxos subordina o espaço de lugares, mas é, ao mesmo tem po, por este

condicionado ou determ inado, criando um a econom ia ou sociedade em rede. Rede de

inform ações, insumos, equipamentos, serviços, produção, distribuição, consumo etc.

(Castells, 1991, 1999, V e ltz , 1996, Lastres et al. 1999).

A s características e a natureza das transformações ind icam que a globalização

não é um simples aum ento da internacionalização, mas sim de um processo distinto, na

form a e no conteúdo (C o n ti, 1995, D icken et. A l 1997, A m in e T h erift, 1994, 1997,

M assey, 1997). N ão se trata de um a simples expansão da atuação das grandes corporações

à escala m undial e na am pliação do m ercado1, acelerada nos 30 anos que se seguiram à I I

Guerra M u n d ia l, mas de um a m udança nas relações de poder, na criação de cadeias de

valo r baseadas em novas form as de cooperação e com petição, na destruição ou

desestruturação das autonom ias monetárias nacionais. N este novo contexto vem ocorrendo

mudanças nos padrões de organização industrial com a expansão do horizonte econômico

das companhias, decorrente da redução do espaço econôm ico e do tem po, am pliando as

fontes de recursos, o m ercado e as tecnologias para a lém das fronteiras nacionais ou

continentais. Pode ocorrer, tam bém , a desincorporação e despersonalização da tecnologia,

com o aum ento da difusão e integração de soluções plurais e flex íve is , mudanças nas

relações entre oferta e dem anda, entre produção e consumo, com am pliação e

diversificação da cesta de bens e serviços. A m plia -se a interdependência, mas alteram-se as

formas de contratação, com petição, cooperação e dependência, bem com o as relações entre

Estados N acionais, entre Estado e as empresas privadas, em um processo simultâneo de

homogeneização e diferenciação.

D entro do retorno à orientação liberal e sob a égide de políticas de controle

ditadas pelo F M I e na recriação de um padrão diferenciado de poder, são promovidas

liberações do com ércio internacional, desregulados os mercados, induzidas privatizações e

1 O mercado m undial fo i significativam ente am pliado a partir da Segunda m etade do século X I X , com o desenvolvim ento dos transportes (ferrovias e navegação a vapor) e a concentração do capital, porém obstaculizado por duas guerras m undiais e pela crise de 1929.

r

reduzido o Estado do B em -Estar. D iv id id o entre a tríade Estados Unidos-Japão-Europa

Ocidental como espaço de decisão e poder, mas com flex ib ilidade de inclusão e exclusão de

membros emergentes, reconstitui-se o m apa econôm ico m undial (M assey, Sachas).

M udam -se, tam bém , as posições econôm ica, social e po lítica, absoluta e re lativa, de países

e regiões, alterando as relações m undiais de espaço-tempo, gerando um a nova geom etria do

poder (C onti, 1995, D icken et. A l. 1997, M assey, 1998) N a realidade, o processo de

globalização é heterogêneo na form a e nos efeitos, envolvendo intrincadas e justapostas

interações entre um a am pla variedade de aspectos sociais, políticos, econômicos,

institucionais, com tendências inter-relacionadas, cujos agentes tanto na cooperação quanto

na com petição possuem diferentes e cambiantes poderes de ação. Assim , o processo de

globalização universaliza, mas ao mesmo tem po fragm enta e quebra o espaço m undial, em

um a relação dia lética na qual aum entam-se as desigualdades (M assey, 1998, D icken et al.

1997). São exem plos claros, no contexto da integração m undial, a re la tiva m arginalização

da Á frica , partes da Á sia e da A m érica Latina, o próprio abandono econôm ico de certas

regiões americanas, com a possibilidade de que processo semelhante venha ocorrer no

Brasil.

A o m esm o tem po, o processo de globalização induz a criação de blocos

regionais. O processo de unificação européia, a partir da década de 1950, e seus sucessivos

avanços e am pliações, ao aum entar o com ércio intra-regional e forta lecer o bloco europeu,

passou a pressionar outros países e regiões no sentido de se defenderem do protecionismo

regional, criando novos blocos econômicos, a exem plo do A S E A N , N A F T A , M E R C O S U L ,

entre outros, demonstrando um a situação paradoxal: globalização e regionalização como

duas forças simultâneas e contraditórias, produto do mesmo processo (D ick en et a li, 1997;

C onti, 1995; Bonavero e Dansero, 1998).

Estes fatos negam a visão anunciada e defendida de que a globalização,

suportada por forças internacionais avassaladoras e irreversíveis, s ignificaria o f im do

Estado-Nação (O hm ae, 1995) e, sob a hegem onia do m ercado, seriam destruídas as

barreiras econômicas, culturais, políticas e sociais, entre países e regiões, criando um

mundo desterritorializado, sem fronteiras geográficas e sem raízes sociais, com a

universalização m onetária e dom inação tecnológica e econôm ica das corporações gigantes,

as quais não deveriam lealdade a nenhum Estado-Nação. N ão haveria, tam bém , lealdade

entre localidades e com unidades, mas sim universalização do m ercado, com globalização

tecnológica, organizacional, institucional, po lítica, com ercial, financeira, cultura e social

(K orton, 1975, apud D icken et al. 1997, Lastres et al. 1999) . N as palavras de Porter (1990 ,

7 3 /2 0 ) “E m um mundo de crescente com petição global, nações têm se tornado m ais, não

menos im portante A sede é nação na qual vantagens com petitivas essenciais da empresa

são criadas e m antidas. E onde a estratégia da empresa é fixada, o produto básico e a

tecnologia do processo são criados e m antidos” .

A globalização deve ser vista como um processo profundam ente contraditório e

não como um fim ou tendência unidericional e fatalista (M assey, 1997). E la está de mãos

dadas com um desenvolvim ento espacialmente desigual, enraizada em instituições e

condições históricas e culturais geograficam ente determinadas. E la se dá, no entanto, com

mudanças quantitativas e qualitativas que m udam as relações entre escala, estrutura social e

agentes, d ifundindo, rearticulando e reconstituindo as relações de poder (D icken et. A l.

1997).

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A m elhoria do sistema de comunicações e o acesso im ediato à inform ação, por

sua vez, deu origem a um fenôm eno novo que é a possibilidade da articulação do "local" ao

"global", sem a necessária m ediação do nacional. Isto im p lica que ao invés de

homogeneização dos espaços econômicos nacionais, o processo de globalização pode

aum entar as diferenças entre as regiões de um mesmo país, aum entando a com petição entre

as localidades.

N o bojo desta relação d ia lética que com bina o hiper-espaço da circulação do

capital com a recriação da localidade ressurge o discurso acadêm ico e a prática po lítica da

ação local na busca da construção econôm ica e social, redefin indo o lugar da localidade

como locus da v ida econôm ica e social. O local com o conceito m ultifacetado, envolvendo

escala (tam anho/dim ensão), diferença/especificidade, autonom ia, n ív e l de com plexidade.

Ele é tam bém identificado com a idéia de lugar ou de região, com o porção do espaço onde

as pessoas habitam , rea lizam suas práticas diárias, ocorrem as transformações e a

reprodução das relações sociais, a construção fís ica e m ateria l da v id a em sociedade. O

lugar é a com plem entaridade de três dimensões: localização, interação social, no sentido

antropológico e cultural (A lb a g a li, 1999). Assim , além de realidade em pírica, a região ou o

lugar é representação social. (Sw yngedow n, 1989).

A s atividades econômicas, em um mundo crescentemente integrado buscam as

localidades m ais lucrativas, recriando o local e aumentando a com petição regional, naquilo

que (M arkusen , 1995) cham ou de “ sticky place in sllipery space” . O retom o se dá, também,

pela busca da regulação e pela prática institucional locais em um contraditório contexto de

mudança de form a ou perda de poder do Estado-Nação. N este contexto, aum entam as

transferências das negociações capital-trabalho da instância nacional e coletiva, com a

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quebra das legislações nacionais, para a localidade, a empresa, a firm a , os indivíduos,

tornando a localidade o lugar da regulação e organização institucional; onde ocorrem novas

formas de segmentação do m ercado de trabalho; mudanças nas políticas de bem estar;

aumento da autonom ia financeira das localidades; políticas locais de prom oção do

desenvolvim ento. O u seja, hom ogeneiza-se o espaço para o m ovim ento do capital, das

m ercadorias e do trabalho e ao mesmo tem po, reforçam -se as instituições e as políticas

locais, criando um a forte com petição inter-territorial, a exem plo da U n ião Européia ou da

“guerra fiscal” brasileira (Sw yngedow n, 1989; Prado e C avalcanti, 2 00 0 ). A o mesmo

tempo, o local exige escalas m ínim as que v iab ilizem o controle, a dom inação, a construção

do poder, levando à com binação da hiper-escala dos espaços de circulação do capital e à

hipo-escala dos nexos de produção e consumo, ou seja, o local como instância

in term ediária entre o n íve l m acroeconôm ica do sistema nacional e o n íve l m icro-econôm ico

da empresa ou do ator (S w yngedow , 1997, C onti, 1995).

A globalização não e lim in a os contextos sociais e institucionais locais. A o

contrário, reforça a im portância dos tecidos locais. Estabelecem -se duas naturezas de

com petição e relações: a) fortes (técnicas e de m ercado), na qual o processo de inovação é

central e, b) fracas (identidade, atmosfera, interações, cultura industrial etc.) (C onti, 1995;

Storper e W a lk e r, 1989). N a confluência destas duas dimensões ou conceitos insere-se a

dimensão local com o relação das empresas com o espaço, sendo que a organização local

tom a-se com ponente estrutural de um processo de natureza global. O nexo global-local

como relação de poder e o empresário como fator de globalização e ator local na dialética

global-local. G obal-local com o cultura de com plexidade, fundam entada na dimensão

ecológica, sistêm ica e de conhecim ento evolutivo. Ecológica, com o fundamento

epistem ológico e categoria de integração para o estudo do sistema social e sua relação com

o m eio am biente. Sistêm ico com o princíp io de interação e reciprocidade entre o todo e suas

partes. D e conhecim ento evolutivo no sentido da cum ulatividade, irreversibilidade e

im predicabilidade em um a com binação de tempo, espaço e subjetividade. Em bora o global

estabeleça um espaço de fluxos que am arra diferentes e m utáveis sistemas locais, não há

redutibilidade entre o local e o global, no sentido de que nem o todo pode ser quebrado ou

divid ido em partes nem a soma das partes reconstitui o todo, pois são autoorganizativos e,

portanto não desmembráveis.

2. Os limites das concepções teóricas e das experiências de planejamento regional

A té a década de 1940, pode-se d izer que a teoria do desenvolvim ento regional

estava restrita à teoria da localização das atividades econômicas. Esta se sustentava em um

conjunto de m odelos produzidos segundo as condições históricas de cada época, sendo os

mais representativos os de V o n Thunen, W eber, C hirsta ller e Losch.

V o n Thunen (1 8 2 6 ), visando explicar o padrão locacional e as especializações

sub-regionais da agricultura alem ã, procurou demonstrar que esta decorria da combinação

da produtividade fís ica da terra, a distância aos mercados e dos custos de transportes, os

quais determ inavam os anéis de especialização agrícola em tom o das cidades (Lem e,

1982). M a is tarde, W eber (1 9 6 9 ) procurou explicar as razões da localização industrial,

enfatizando o papel dos custos de transportes de m atérias prim as e produtos acabados, em

função da localização daquelas e dos mercados consumidores. A dicionalm ente , considerou

a im portância do m ercado de trabalho e das economias de aglom eração, fatores estes

relativam ente negligenciados pela chamada “Regional Science” , no pós I I G uerra (Isard,

1956, H o lland , 1976). N a década de 1930 foram desenvolvidos os trabalhos de Losch

(19 69 ) indicando que a localização das atividades econômicas estaria no centro das áreas

de mercado, as quais eram supostamente uniform es no espaço geográfico, combinando

escala e custo de transportes. Posteriormente, houve um a grande contribuição com a noção

ou o conceito de centralidade urbana, desenvolvido por C h irsta ller (1 9 6 6 ), explicando os

determinantes da concentração urbana, em função da natureza e das características

produtivas de atividades que exig iam escala e consumo sim ultâneo à produção,

especialmente dos serviços.

D e form a alternativa, seguindo as form ulações de Schum peter, fo i introduzida a

variável inovação tecnológica como o elemento central na d inâm ica econôm ica e no

crescimento. N este sentido, Perroux (1 9 6 7 ) desenvolveu, ao longo das décadas de 1940 e

1950, a noção de pólo de crescimento ou desenvolvim ento, explicando as razões do

processo de concentração e o papel das empresas líderes, indústrias m otrizes e chaves

(capazes de gerar efeitos de encadeamento e integração) no processo de crescimento

regional ou local.

Buscando exp licar a natureza desigual do desenvolvim ento econôm ico, M yrd a l

(1 9 7 2 ) desenvolveu a noção de causação circular cum ulativa mostrando o processo de

polarização do capital e dos recursos humanos para as regiões m ais desenvolvidas e,

perpetuando a desigualdade. Igualm ente, H irshm ann (1 9 5 8 ) dem onstrou a tendência de

aum entar a desigualdade por processo semelhante ao indicado por M y rd a l, em bora tenha

reconhecido a possibilidade de algum im pacto do crescimento das regiões ricas sobre as

regiões pobres, por ele denom inado efeito de gotej amento, e o papel do capital social

básico na criação de condições do desenvolvim ento nas regiões menos desenvolvidas. N o

entanto, argum enta que o desenvolvim ento é por natureza desequilibrado, defendendo a

concentração de recursos em poucos pontos ou regiões a f im de exercer efeitos de

polarização e crescimento, entendendo o crescimento como um a cadeia de desequilíbrios.

A in d a na m esm a linha, a C E P A L (Comissão Econôm ica para a A m érica Latina)

procurou explicar o atraso dos países da A m érica L atina pela deterioração das relações de

troca, pelos menores ganhos de produtividade e m enor força da classe trabalhadora,

defendendo o planejam ento e a industrialização como form a de racionalizar a ação do setor

público e prom over o crescimento econôm ico (C E P A L , 1950, Prebish, 1950).

Paralelam ente ao desenvolvim ento da teoria do desenvolvim ento

desequilibrado, foram articuladas a análise dos fatores locacionais clássicos, especialmente

o custo de transportes, com o arcabouço teórico neoclássico de concorrência perfeita,

equilíbrio geral e m axim ização de lucro, com o instrum ental de insum o-produto e o

conceito de m u ltip licador de renda keynesiano, dando origem a um conjunto de

interpretações teóricas e instrum ental analítico, batizados com o “ C iênc ia R egional” , sob a

liderança teórica e pessoal de W a lte r Isard 1956, 1960)

Tam bém , no p ó s -II G uerra M u n d ia l, à lu z da tom ada de consciência e da

pressão política e social para enfrentar as desigualdades regionais, nasceu um conjunto de

modelos de planejam ento e de crescimento regional. Esses m odelos, em bora tenham

matizes e propósitos diferenciados, se basearam nas concepções de fatores locacionais

decorrentes da fusão da teoria da localização com m ultip licador e de renda e emprego de

filiação keynesiana, com ênfase na industrialização (Isard, 1960; Chenery, 1964); na noção

de efeitos inter-industriais e de etapas do desenvolvim ento econôm ico (Kuznets, 1957,

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1966); na idéia das vantagens regionais e do com ércio, baseada na disponibilidade de

fatores (O h lin , 1967), da qual derivou a teoria da base de exportação (N o rth , 1964; Tibeout,

1964); na noção de atividade m o triz e desenvolvim ento reg ional polarizado (Paelinck,

1977) e; nos efeitos de transbordamento e gotejamento (H irscham an, 1958).

Sim ultaneam ente, generalizaram -se as experiências de planejam ento e de

políticas para a prom oção do desenvolvim ento regional. Destacam -se as experiências dos

Estados U nidos, iniciadas com o T V A em 1933, e seguida pelos planos para os Apalaches,

V a le do M issouri, entre outros (Friedm an, 1964; M c k in le y , 1964; C h in itz , 1969); da

Inglaterra, com os program as de desconcentração industrial (M an no p , 1995); da França,

após a advertência do célebre liv ro de G ravier (1 9 4 7 ) sobre Paris e o deserto francês, com

os planos de distribuição territo ria l, pólos de desenvolvim ento e m etrópoles de equilíbrio

(B oudev ille , 1965); da A lem anha, preocupada com o desenvolvim ento das fronteiras,

especialmente após a divisão do país, e visando resolver os problem as de excessiva

concentração no V a le do R uhr (D eonton et al. 1970); da Itá lia , com a criação da Cassa del

M eggogiorno, voltada para apoiar o desenvolvim ento do Sul (A m en d o la e Barata, 1978);

da U n ião Soviética, com os programas de criação dos Com plexos Territoria is Produtivos e

de desenvolvim ento da S ibéria (N ekrasov, 1971); da A m érica Latin a , com os programas de

bacias hidrográficas, no M é x ic o , da Região de Guayana, na Venezuela , do program a para o

Cuyo argentino, e do program a para o Nordeste brasileiro, do qual decorreu a criação da

S U D E N E (Stohr, 1972).

N o entanto, a reação político-ideológica contra a intervenção do Estado nos

Estados U nidos, a falsa expectativa de que os problem as de desigualdade regional poderiam

ser resolvidos no curto prazo, a avaliação de que a m aioria das in ic iativas havia fracassado,

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tanto na Europa quanto na A m érica L atina e a frustração das expectativas de solução dos

problem as sociais provocaram a reavalização crítica da base teórica e dos modelos de

localização e desenvolvim ento regional (Cum berland, 1973; M assey, 1974; H o lland , 1976;

A m endola e Barata, 1978; O live ira , 1977; Corragio, 1977 e 1981).

A o m esm o tem po, novos processos como a desindustrialização ocorrida no

nordeste dos Estados U nidos e no noroeste da Ing laterra enquanto ocorria o crescimento

industrial em outras regiões daqueles países (M assey, 1986 e 1982, R o w thom , 1986,

Bluestone and H arrison, 1982); mudanças na divisão internacional do trabalho, com

em ergência dos N I C ’s (n e w ly industrialized countries) (F robel et al. 1980, A m sden,1989)

e; o crescimento e localização das atividades tecnologicam ente modernas em novas regiões

dos países industrializados, especialmente do com plexo m ilita r am ericano (M arkusen et

a l ) , para as quais a “ ciência regional” não dispunha de explicações.

Por outro lado, em bora Perroux tenha considerado a variável tecnológica e a

inovação como elementos centrais na sua análise, não fo i desenvolvido um corpo teórico

mais consistente para exp licar o papel daquelas variáveis no desenvolvim ento regional ou

local dentro do corpo da cham ada “ciência reg ional” . N o entanto, as mudanças do

paradigm a tecnológico e as alterações estruturais decorrentes de um a nova onda

tecnológica, especialm ente da m icro-eletrônica e seus desdobramentos, o sucesso industrial

do V a le do S ilíc io , nos Estados U nidos, o crescimento da articulação das universidades e

centros de pesquisa com as atividades industriais baseadas em tecnologias avançadas, a

redescoberta do distrito industrial como manifestação em pírica e categoria analítica

perm itiram resgatar teórica e em piricam ente a tecnologia com o variável central no

desenvolvim ento econôm ico e, por conseqüência, no desenvolvim ento regional ou local.

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Por outro lado, o esforço interdisciplinar na análise do desenvolvim ento

regional dem onstrou a im portância de variáveis ou aspectos não tangíveis, fundamentados

na cultura local, no com portam ento da sociedade c iv il, na organização institucional e

produtiva, nas novas form as de com petição e cooperação com o elementos centrais na

explicação do desenvolvim ento regional ou local.

3. Globalização, sociedade do conhecimento e as condições locais do desenvolvimento

O aum ento da flu id ez do mercado e da m obilidade do capital, na busca de

localizações ou nichos de m aior lucratividade aum enta, tam bém , a com petição entre as

localidades, da qual resulta um processo contínuo de reconstrução e reterioralização do

espaço

O sucesso econôm ico de cada país, região ou localidade passa a depender da

capacidade de se especializar naquilo que consiga estabelecer vantagens comparativas

efetivas e dinâm icas, decorrentes do seu estoque de atributos e da capacidade local de

promoção continuada de sua inovação. A lé m dos atributos que possui, o esforço de busca e

a luta com petitiva, centrada no processo inovativo, va i depender de duas dimensões: da

capacidade em presarial em prom over pesquisa e desenvolvim ento e identificar novos

produtos ou processos, que assegurem o sucesso econôm ico (produtivo e com ercial) da

empresa e; da capacidade local de aprender, no sentido de se criar um a atmosfera de

transformação e progresso, no que A sheim (1 9 9 6 ) cham ou de aprendizado regional

(learning regions) e K eb le et al (1 9 9 8 ) de aprendizado coletivo (co llective learning).

A luta com petitiva e o processo de inovação decorrente abrem “janelas de

oportunidade” (D o s i, 1988), que são tam bém “janelas locacionais” (Storper e W alker,

1989), no sentido de que os agentes produtivos e sua vinculação territo ria l geram efeitos de

diferenciação reg ional ou local do desenvolvim ento. Isto s ignifica que a capacidade de

atração de cada região ou localidade passa a depender, cada vez m ais, do conjunto de

elementos locais, naturais, econômicos, sociais, culturais e políticos, com plementares ou

sistêmicos, naquilo que Granoveter (1 9 8 5 ) chamou de im ersão social (embeddedness).

Esses elementos se in teragem através de um processo cultural, construído e reconstruído

durante o processo de interação, no qual se inclu i confiança e m oralidade. A identidade

local é defin ida pelo seu conteúdo m aterial e im ateria l, de natureza cultural, e pelos

princípios norm ativos (estéticos, morais, políticos, ju lgam ento ), sendo a cultura é afeta pela

econom ia e v ice-versa (Sayer, 1997). A lé m disso, há um conjunto de atributos tácitos, não

quantificáveis nem codificáveis, cuja ação é d ifíc il de ponderar prever ou determinar.

N a m esm a linha Storper (19 95 , 1997) enfatizou a im portância do ambiente

social e cultural no processo de desenvolvim ento regional ou local, por ele denominado

“ativos relacionais” (relational assets) e de “interdependências não com ercializáveis”

(untraded interdependences). D e form a semelhante, Putnam (1 9 9 3 ) demonstrou, através de

análises históricas e em píricas para o caso italiano, o papel da sociedade c iv il e suas

tradições no desenvolvim ento econômico regional diferenciado daquele país. Saxenian

(1 9 9 4 ) interpretou a força da cultura no desenvolvim ento do V a le do S ilíc io ,

com parativam ente a Boston. A m in e T h r if f (1 9 9 4 ) argum entam que a v id a econôm ica local

ou regional depende das relações cognitivas entre as instituições culturais, sociais e

políticas.

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O que se conclui é que a partir da idéia de que o desenvolvim ento está

enraizado nas condições locais, o foco do planejam ento regional passa a ser a localidade.

U m bom exem plo é o da U n ião Européia, que hom ogeneizou o espaço para o m ovim ento

do capital, das m ercadorias e do trabalho mas, ao mesmo tem po, reforça as instituições e

ações locais para atrair o capital, como ilustra a criação de um conjunto de agências

regionais de desenvolvim ento na Europa (H a lk ie r, Danson e D am borg , 1998), dentro de um

ambiente de com plem entaridade e com petição entre as regiões européias (Bonavero e

Dansero, 1998). Isso vem dem onstrar que o acordo político de integração da Europa não

elim inou as identidades das regiões, dos governos locais, das características da comunidade

etc. (Galès e Lequesne, 1998)

A atualidade, identificada como era do conhecim ento e da crescente integração

em redes, a região ressurge como locus da organização produtiva e da inovação, onde o

esforço e o sucesso da pesquisa, da ação institucional, do aprendizado se dão de form a

coletiva (K eab le et al. 1998), através da interação, cooperação e com plem entaridade,

imersos no am biente cultural local, o qual é tam bém o resultado do processo histórico

cultural ou “path dependent” . Assim , a lém de seus atributos há um processo contínuo de

aprendizado reg ional (A sheim , 1996). D a í a im portância da proxim idade, da flex ib ilização

dos processos e da organização produtiva, o que veio recebendo em cada época

denominações distintas: distrito industrial, na form ulação in ic ia l de M arshal (19 82 ) e sua

retom ada na literatura contem porânea (Harrison, 1992); na idé ia de pólo de

desenvolvim ento ou crescimento, nas formulações de Perroux (1 9 6 7 ) e sua generalização

como instrumento de planejam ento regional; na idé ia de m eio inovador, com ênfase no

papel da inovação tecnológica, liderado pela escola francesa e especialm ente pelo G rem i,

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na idéia de cluster, tam bém in ic ia lm ente form ulado por Schum peter (1 9 6 0 ) e sua recente

retom ada (O E C D , 1999, F u jita et a li 1999), pela tentativa de sua introdução através de

incubadoras de empresas, parques e cidades tecnológicas planejadas (Storper, 1995, Lastres

et al. 1999, P iore e Sabei, Castells e H a ll, 1994).

Contem poraneam ente sugiram várias escolas de pensamento voltadas para

explicar o sucesso das aglom erações industriais ou dos arranjos produtivos locais, a partir

das mudanças tecnológicas, da organização produtiva, das estruturas produtivas e do

processo de flex ib ilização , especialmente à luz da cham ada crise do fordism o. Storper

(19 97 ) identifica três linhas de pensamento dominantes e dem onstra os lim ites delas. A

prim eira, a cham ada idé ia da especialização flex ív e l e do distrito industrial, fortemente

in fluenciada pela experiência da “terceira Itá lia ” relatada e analisada em um grande número

de trabalhos (P iore e Sabei, 1984). Esta linha advoga que a crise do fordism o como padrão

organizacional induziu a desintegração produtiva, a produção flex ív e l, e, como

conseqüência o retorno da pequena e m édia empresa, em um am biente de cooperação. Para

isto, a proxim idade geográfica se torna v ita l, recriando o distrito industrial, como

anteriorm ente form ulado por M arsh a ll (19 82 ). A escola da organização industrial e dos

custos de transação, sustentadas nos trabalhos de W illiam so n e adaptados pela chamada

escola californiana, cujas m aiores expressões foram exatam ente A lla n Scoot e M ichael

Storper. Para esta escola, a aglom eração surge da necessidade de se reduzir os custos de

transação, a partir dos processos de desintegração vertical e do aum ento das relações inter-

firm as, onde a proxim idade, confiança são relevantes na redução de custos e riscos, todas

elas traduzidas em economias externas. Assim , a aglom eração se tom a um fator

determ inante na d inâm ica industrial. Dadas as lim itações do m ercado em erge a im portância

das instituições.

E m terceiro lugar, surge a idéia do processo de inovação tecnológica no

desenvolvim ento regional, resgatando a tradição neo-shum peteriana e o papel da inovação

no processo de com petição capitalista. Esta visão seria tam bém com patível com a forte

presença do Estado, especialmente no caso dos com plexos m ilitares, com o bem exem plifica

o caso am ericano durante a “ G uerra F ria” (M arkusen ,...). N esta perspectiva, surge tam bém

a idéia de m eio inovador, resgatando a tradição francesa (A y d o la t) no qual a idéia de

imersão social tam bém se to m a central (Granoveter, 1985).

A o mesmo tem po, o local se constitui com o espaço de regulação e prática

institucional, com o organização socio-espacial ou político-econôm ica (Sw yngedouw ,

1989). Cada localidade é ind ividualidade no sentido de seus atributos naturais,

econômicos, antropológicos, históricos, sociais e políticos, havendo portanto, conteúdo

m aterial e im ateria l, não sendo reproduzível ou copiável, gerando um a espiral de

com petição in ter-territo ria l, a qual, por sua vez, exige escalas de controle e dominação,

cooperação e com petição, hom ogeneização e diferenciação, ganho e perda de poder

(Sw yngedouw n, 1989 e 1997). D a escala surge a hierarquia dos lugares ou hierarquia

urbana já que os lugares criam suas centralidades (C hrista ller, 1966). A tividades

econômicas imersas no am biente cultural e social (em bedded). N o entanto, a divisão do

trabalho, o m ercado, o dinheiro e o capital agem no sentido de reduzir a imersão ou a força

local (desim nbedded). Granoveter (1 9 8 5 ) critica a visão sub-sociológica, de tradição

utilitarista, que supõe a com petição perfe ita e a atom ização. C ritica tam bém os

16

institucionalistas que reduzem a análise aos custos de transação e à hierarquia de

organização dos mercados .

4. O p ap e l d a inovação no desenvo lv im ento re g io n a l

E m um processo de integração excludente, com forte lu ta com petitiva e busca

de inserção produtiva no com ércio m undial, aum enta o esforço para modernização

produtiva. E a í, as palavras da m oda v iram "produtividade" e "com petitiv idade". Com o ser

com petitivo em um m undo cada vez m ais globalizado, por um lado, e mais regionalizado,

por outro. Neste sentido, o aumento do conteúdo de conhecim ento c ientífico e tecnológico

nos bens e serviços traz um novo desafio para os países, regiões, localidades, empresas ou

sociedades, no sentido da capacitação científica e tecnológica com o pré-condição para o

sucesso produtivo e com ercial. Resgatando a análise schumpeteriana, Porter (1993 , 2 1 /2 0 )

d iz “um a nova teoria deve partir da premissa de que a com petição é d inâm ica e evolui....

N a com petição real, o caráter essencial é a inovação e m udança.... A vantagem com petitiva

é criada e m antida através de um processo altamente localizado. D iferenças nas estruturas

econômicas, valores, culturas, instituições e histórias nacionais contribuem profundam ente

para o sucesso com petitivo” .

Baseado na idé ia de que a inovação é o m otor central do desenvolvim ento

econômico e na identificação de que as regiões possuem atributos próprios, sintetizados na

literatura por imersão social (embeddedeness), ativos relacionais ou interdependências não

com ercializáveis , e de que o sucesso econômico depende da existência de meios

17

inovadores (A lb a g li, 1999), surge a discussão do papel na inovação no desenvolvim ento

regional.

O prim eiro aspecto para entendim ento do problem a é negar a idé ia de inovação

como processo tecnocrático e linear, o qual enfatiza a seqüência pesquisa básica, a cargo

dos cientistas que desenvolvem as teorias, chegam às descobertas e invenções, passando

para a pesquisa aplicada, onde são realizados os testes e adaptações, prom ovida a inovação,

passando para a terceira fase onde é realizada a produção para o m ercado, a difusão,

crescimento da produtividade, sem considerar o contexto social (Edquist, 1997) . A o

contrário, a perspectiva assumida neste trabalho é de que o processo de inovação resulta da

com binação entre pesquisa, desenvolvim ento e sua interação com as condições econômicas

e sociais presentes em cada espaço, através da interação entre firm as e o m eio nas quais

estão envolvidas. N esta perspectiva poderá haver sim ultaneidade entre pesquisa básica e

pesquisa aplicada ou mesmo de seqüência invertida, ou seja, parte da produção e busca

realizar pesquisas que perm itam o avanço do conhecim ento com o base para novas

inovações. N esta perspectiva, as redes de inovação surgem com o estratégia ou instrumento

de desenvolvim ento reg ional (A sheim and Cooke, 1997). A aglom eração, ao reduzir

distâncias, fac ilita r a acessibilidade, perm itindo o contato direto, face a face, e a presença

de externalidades em termos de instituições de pesquisa, relações inter-firm as, trabalho

qualificado fac ilita o fluxo de conhecimentos, facilitando o aprendizado e a inovação.

Por outro lado, à m edida que os mercados se integram , perde im portância a

com petição baseada em recursos naturais, salário barato e preços e ganha força a

com petição baseada em capacidade inovativa e alta qualificação, ou tendo como base o

conhecim ento com o ativo estratégico (Lopes e Lugones, 1999), que se traduzem em boa

qualidade dos produtos. Os preços existem e são praticados porém eles devem resultar da

redução de custos. A ssim , a m oderna firm a, inserida em mercados cada vez mais

com petitivos, não com pete em preços mas sim na diferenciação e qualidade dos produtos.

Para isto, o esforço da firm a deve estar perm anentem ente concentrado no processo

inovativo que lhe perm ita ating ir estes resultados, passando das vantagens comparativas

estáticas (R icardo, 1973) para vantagens com parativas construídas e dinâm icas (Steindl,

1952, D osi, 1998, Porter, 1993). A s redes inovativas, decorrentes das interações form ais e

inform ais dos agentes e instituições, enraizadas no am biente, devem ser portanto

localizadas, onde a com unicação, a cooperação e a coordenação dos atores ajam como

elementos facilitadores do processo de inovação. A sheim e Cooke (19 97 , p .3 /4 ) assim

sintetizam a im portância da dimensão local: a) existência de capacidade para o

desenvolvim ento do capital hum ano, interações entre firm as, escolas, universidades,

mediadores do treinam ento; b ) redes form ais e principalm ente in form ais entre os membros

da rede, possibilitados pelos encontros planejados ou casuais, troca de informações,

relações entre vendedores e compradores (custom er-supplier); c) sinergias, ou “excedente”

inovativo , que podem resultar de um a cultura com partilhada, perspectivas políticas ou

psicológicas resultantes da ocupação de um mesmo espaço econôm ico ou região; d)

existência leg ítim a de poderes estratégicos de adm inistração em áreas tais como educação,

inovação e suporte em presarial.. Os autores enfatizam o que o processo de aprendizagem é

predom inantem ente in terativo e socialmente imerso no am biente institucional e cultural. A

cooperação local passa a funcionar como um determ inante chave na capacidade local de

competição.

19

A com binação das visões de Lundvall e Johnson, que usam o conceito de

econom ia do aprendizado (learning econom y), e de A sheim e C ooke, com o conceito de

regiões que aprendem (learning regions), demonstrando que o grande paradigm a

contem porâneo, baseado na tríade inform ação-com putação-telecom unicação está

sustentado na visão de que o conhecim ento e o aprendizado constituem o recurso e a form a

m ais im portante para a inovação e a com petição (A sheim e C ooke, 1997, p. 7 /8 ). N a

interação desse processo a interação local se to m a central. “D istancia geográfica,

acessibilidade, aglom eração e a presença de externalidades provêem um a poderosa

in fluência nos fluxos de conhecim ento, aprendizado e inovação e sua interação jo g a papel

central” (H o w e lls , 2 99 6 , 18, apud A sheim e Cooke, 1997). A ssim , o processo de

aprendizado é fortem ente localizado pela natureza da form a que interagem pesquisa com

experiência prática e de ação: processo de aprender fazendo, aprender usando e aprender

interagindo (learning by doing, learning by using and learning by interacting) e, aprender

aprendendo (learn ing by learning) Cooke (1 9 9 8 ,1 2 /3 ), naquilo que L u d va ll e Johnson

(1 9 9 4 ) cham aram de econom ia do aprendizado (learning econom y). A ssim , a vantagem que

um país, região ou localidade adquire está relacionada com sua capacidade de aprendizado

e inovação (Porter, 1990, 19). À m edida que a velocidade do aprendizado e da inovação

aum entam , encurta-se o ciclo de v ida dos produtos, exigindo um a crescente capacidade de

resposta e reacelerando o processo de pesquisa e inovação. Inseridas dentro do processo

produtivo com o agente fin a l da inovação, produção e com petição, as empresas são cada vez

mais pressionadas para aprenderem ou m odernizarem . Em bora a empresa seja o agente

fina l, ela está inserida no contexto social. Com o form a de potencia lizar a capacidade social,

o agente público ou as políticas públicas se tornam relevante com o suporte ao processo de

2 0

inovação e m odernização produtiva. O processo de aprendizagem assume o centro da

sociedade, por isto cham ada de econom ia ou sociedade do conhecim ento (Spolidoro, 1997).

Isso nos perm ite resgatar o papel da região ou da aglom eração como base para a

inovação e com petição e ao mesmo tem po resgatar e articular os conceitos de pólo de

crescimento ou desenvolvim ento, distrito industrial, “cluster” , com plexo produtivo,

aglom eração industrial, economias externas, suporte urbano com o form a organizacional e

condição para o processo de inovação e ganho de com petitividade (A sh eim e Cooke, 1997).

Estes aspectos ind icam a im portância dos fatores econômicos e não econômicos no

processo de aprendizado, inovação e com petição enraizados em cada localidade, seja

incorporado nas m áquinas e no conhecim ento cod ificável seja no conhecimento

desincorporado ou tácito, im erso na cultura local. N as palavras de A sheim e Cooke (1997 ,

12) “ ... A com binação da aglom eração econôm ica m arshalliana im ersa territorialm ente,

conhecim ento desincorporado e interdependências não com ercializáveis podem constituir a

base m aterial para a nova form a social de criação de vantagens com parativas regionais em

um a econom ia m undial g lobalizada” .

5. D ife ren tes fo rm as in s titu c io na is e locais de inovação

A análise da inovação como resultado de um processo sistêmico é recente na

literatura. Em bora Chistopher Freem an tenha alegado que o term o tenha sido cunhado por

B engt-A ke Lun dvall, o prim eiro a usá-lo fo i realm ente Freedm an, em 1987 (Edquist,

1997,3). A partir de então o term o ou conceito passou a ser largam ente utilizado na

literatura sobre tecnologia e desenvolvim ento econôm ico, na linha evolucionista, com um

2 1

grande núm ero de trabalhos analisando teórica, conceituai, histórica e em piricam ente as

distintas form as de organização institucional dos sistemas de inovação e de seu papel

histórico no desenvolvim ento econôm ico de diferentes países (D o is , 1988, L undvall, 1992,

Nelson, 1993, Edquist, 1997).

A tualm ente, os sistemas de inovação vêem sendo classificados através de uma

taxionom ia que os caracterizam como sistemas supranacionais de inovação (S S N I),

sistemas nacionais de inovação (S N I) , sistema regional de inovação (S R I) e sistema setorial

de inovação (S S I) (Edquist, 1997; Cooke, 1998; Lopes e Lugones, 1999). Edquist (19 97 )

identifica nove características comuns dos sistemas de inovação: a) inovação e

aprendizagem está no centro; b) holístico e interdisciplinar; c) perspectiva histórica; d)

diferenças entre sistema e não ótim o; e) ênfase em interdependência e não linearidade; f)

inc lu i tecnologias do produto e inovação organizacional; g) instituições são centrais; h)

conceitualm ente difuso e; i) estrutura conceituai e não teóricas form ais.

Para efeitos deste trabalho vamos tratar apenas dos S R I e suas formas de

manifestação, identificados ao longo da h istória e da literatura com diferentes

denominações, em função da natureza e das características de sua organização: distritos

industriais, pólos de crescim ento, com plexos territoriais produtivos, m eio inovador,

clusters, parques tecnológicos, parques científicos, cidades científicas, tecnópolis,

incubadoras

D ado o recorte regional, é possível identificar tipos de ordem coletiva (Cooke,

1998,16) interesses ou características comuns: cultura, especificidade econômica,

hom ogeneidade adm inistrativa. Desta form a, o S R I como um a com binação de elementos

públicos e privados Cooke (1 9 9 8 ,2 0 /4 ) caracteriza os S R I segundo governança

2 2

(enraizam ento capilar -grassroot R S I, rede R S I e dirig ista R S I) e segundo a dimensão (S R I

localista, S R I interativo e S R I globalizado). Enraizam ento capilar quando a origem e

organização tem caráter local, a n íve l de cidade ou distrito, com recursos de origem

genérica e difusa, recursos de pesquisa próxim os, tecnicam ente especializado. E m geral

estes são tam bém localistas, no sentido de se apoiarem em empresas locais. C ita como

exemplos os kohsetsushi japoneses, como pequenas e médias empresas, suportados por

prefeituras ou m unicipalidades, os distritos industriais da terceira Itá lia e mesmo o V a le do

Silíc io . S R I em rede, que é tam bém interativo, quando a transferência de tecnologia inclui

dimensão regional, nacional ou supranacional. Os recursos vêem de com binação entre

bancos, recursos públicos e empresas. A pesquisa em rede m ista, o sistema de coordenação

inc lu i com m uitos agentes, especialização flex íve l. D á com o exem plo a região de Baden-

W ürttem berg, onde existem 14 institutos M a x Planck de pesquisa, s im ilar número de

institutos Fraunhofer Society, a lém de m ais de 60 institutos de pesquisa pertencentes à

indústria, várias fundações e escolas politécnicas, nove universidades etc. Dá-se ainda

como exem plo, os casos de Catalunha e Quebec, pela cultura in terativa e associativa. Por

fim , o S R I dirig ista quando o sistema de inovação é d irig ido de fora, pelo governo central,

cujos fundos vêem principalm ente do governo. D á com o exem plo, o sistema francês, que

nas últim as três décadas im plantou laboratórios de pesquisa m etropolitanos regionais e

criou o C R IT T S (Centros Regionais de pesquisa, inovação e transferências de tecnologia).

Para o caso de S R I globalizado predom ina o esforço de pesquisa privado e dom inado pelas

grandes corporações, em bora possam haver recursos públicos e colaboração com as

pequenas e médias empresas, especialmente como fornecedoras. C ita-se com o exemplos a

C alifórn ia , Brabant (H o lan d a) com a Phillips etc.

23

D e form a com plem entar e alternativa, A sheim e Cooke (1 9 9 7 ) d iv idem os tipos

de arranjos inovativos em endógenos e exógenos. M eio s (m ilie u ) endógenos ou distritos

industriais, quando há extensa divisão do trabalho entre firm as, forte especialização

produtiva, e fetiva rede de inform ação, alta qualificação da força de trabalho, imersão

sociocultural, instituições de suporte públicas e privadas, naquilo que Piore e Sabei

cham aram de fusão entre econom ia e sociedade (P iore e Sabei, apud A sheim e Cooke,

1997) . C itam com o exem plos em blem áticos os casos italianos da E m ilia - R om ana e Jaeren

na Noruega.

Os arranjos exógenos são denominados de m eio (m ilie u ) inovador exógeno,

technopole ou parque c ien tífico , nos quais as experiências francesas e americanas se

destacam. N o caso francês com a experiência de Grenoble, com o prim eira tentativa de

construção de um a tecnopole, e da cidade c ientífica de L ille , com grande concentração de

laboratórios de pesquisa dos grandes institutos públicos franceses (C N R S , IN R A ,

IN S E R M , P A S T E U R , C E R C H A R ), Centros regionais de inovação e transferência de

tecnologia (C R IT T s ), universidades, agências nacionais , centros de treinam ento setorial,

incubadoras etc. C itam , tam bém Sophia A ntipo lis , onde se tentou com binar infra-estrutura

de pesquisa com a atração de grandes empresas m undiais para lá se desenvolverem ..

N o caso francês a análise dos resultados m ostra que, em bora tenha havido

algum sucesso, há m uitos pontos fracos e problemas. N o caso de L ille fo i dada pouca

im portância aos aspectos não m ateriais, o treinam ento técnico não respondeu às

necessidades específicas das empresas, houve pequena resposta das pequenas e médias

empresas. N o caso de Sophia A ntipo lis há pouca interação entre as firm as e os resultados

ainda são modestos.

24

N o caso am ericano citam as experiências de m aior sucesso como aquelas

vinculadas a grandes recursos universitários, como a criação do parque científico da

Universidade de Stanford, em 1949, e o grande crescimento industrial do V a le do S ilíc io , a

experiência do sistema universitário de Boston, especialmente do M IT , para o crescimento

industrial ao longo da rodovia 128, e do Research T riang le Park, na C aro lina do N orte ,

baseado nas três universidades locais e na atração de laboratórios de pesquisa das grandes

empresas americanas.

O sucesso dessas experiências nos Estados Unidos levou à criação generalizada

de parques científicos ou tecnológicos, a m aioria sem suporte acadêm ico- universitário e de

pesquisa e sem a criação de redes de integração e sinergias entre as empresas, o que levou

M organ a cunhar a seguinte frase “ isolados, parques científicos são equivalentes a catedrais

no deserto” (M o rg an , 1992, apud A sheim e Cooke, 1997).

À luz destas análises A sheim e Cooke (1 9 9 7 ) concluem demonstrando as

vantagens e lim ites das duas formas de organização dos sistemas de inovação, indicando

que os “m ilieu ” endógenos ou distritos industriais possuem as vantagens da atmosfera

industrial, da cooperação e da confiança que fac ilitam a inovação increm entai, mas que há

deficiência de capacidade inovativa para a quebra do path-dependence e da realização de

inovações radicais. E m contrapartida os “m ilieus” exógenos, nas form as de parques

científicos ou tecnopóles, têm pouca capacidade de criação de redes locais de firmas

integradas, pouco relação com o am biente local. Com o saída propõem um a alternativa

estratégica baseada na abordagem de rede que com bine as características endógenas e

exógenas, a exem plo do que vem acontecendo na A lem anha, Á ustria e países nórdicos, com

forte cooperação entre universidades e instituições de pesquisa e as indústrias. A lé m de

fortalecer os aspectos fracos, esta estratégia cria vantagens em relação aos competidores

fora da rede. N este caso, a proxim idade tom a-se aspecto central para o processo de

aprendizado e de integração entre firm as e, entre firm as e instituições. O m odelo de rede

deve estar, no entanto, consciente dos riscos do fechamento cognitivo ou em grupo, o que

Granoveter cham ou de enfraquecim ento dos laços fortes (G ranoveter, 1973, apud A sheim e

Cooke, 1997). E m síntese, um sistema de inovação em rede deve ser suficientem ente forte

para dentro e para fora, de form a a com binar cooperação e com petição. N as palavras de

(A sheim e Cooke, 1997, 4 1 /2 ) “para a m áxim a eficiente da inovação tecnológica,

estabelecida teórica e praticam ente, como um processo de interação social, necessita ser

organizado de form a a m axim izar as externalidades econômicas da proxim idade geográfica.

Isto significa criar situações onde a rede de infra-estrutura forte (tecnológica) e fraca

(hum ano) conduza ao estabelecimento de interação” .

6. As m udanças e s tru tu ra is , o crescim ento do setor serviços e a econom ia do

conhecim ento

A histórica classificação das atividades econômicas em prim árias, secundárias e

terciárias, estabelecidas por Fisher e C la rk já não correspondem às características

estruturais do sistema econôm ico, à luz da com plexidade e diversidade do setor terciário ou

serviços e da articulação existente entre este e os demais setores. A m pliam -se e

diversificam -se os serviços, com funções, características técnicas e mercados diferenciados,

sendo d ifíc il a separação entre serviços e produção m aterial. O aum ento do peso dos

serviços na estrutura produtiva, em termos de produto e em prego e, as mudanças

26

tecnológicas decorrentes da in form ática e da telem ática, m udam a natureza dos serviços.

N ão só am plia o leque de atividades deste como m uda, tam bém , a natureza da

com ercialização, perm itindo a am pliação dos serviços com ercializáveis à distância. D e não

“tradables” um a grande parcela dos serviços passam a “tradables” , em função do

desenvolvim ento da tecnologia da inform ação, especialmente da in form ática e da

telem ática, o que perm ite o transporte dos serviços, e lim inando ou reduzindo o efeito da

distância, superando a característica histórica dos serviços de serem produzidos e

consumidos, sim ultaneam ente, no mesmo local da produção. A globalização dos negócios

induzida e perm itida pelos avanços tecnológicos aum enta tam bém a dem anda de serviços e

sua internacionalização, a exem plo dos grandes grupos com erciais com o Sears, Carrefour,

M arks and Spencer etc. Acrescente-se ainda as mudanças nas normas de comércio

internacional, com novas regras sobre a com ercialização dos serviços, sua integração

internacional, a redução de barreiras tarifárias, acordos de liv re com ércio.

Por outro lado, a integração agricultura- indústria- serviços aum enta a demanda

dos chamados serviços à produção, especialmente com o crescimento da

internacionalização e a necessidade de adm inistração e controle das grandes organizações

(engenharia, pesquisa e desenvolvim ento, m ercado, propaganda, seguros, bancos,

processamento de dados, contabilidade,) e à circulação (venda, transporte, assistência

técnica, manutenção, instalação, etc.). Por sua vez, o aum ento da terceirização am plia a

com plem entaridade entre indústria e serviços e im p lica na atração dos serviços para

próxim o à produção, com tendência reaglomeração e a “ clusterização” , podendo ocorrer

tam bém a “clusterização” em um conjunto de serviços que são incorporados e

com ercializados através de bens. A elevada elasticidade renda da dem anda de serviços, as

27

novas exigências e expectativas do público consumidor leva à diversificação da cesta de

consumo e o conseqüente aum ento da dem anda de serviços pessoais e de consumo

(educação, saúde, transporte e acomodação, restaurantes, recreação, laser, com ércio etc.) e

serviços públicos ou governam entais (segurança, educação, saúde, controle), entre outros,

am plia a im portância destes. Em bora m uito heterogêneo, o setor serviços aumenta a

exigência de trabalho qualificado no seu segmento m oderno, transform ando-se no “ locus” ,

por excelência , da econom ia e da sociedade do conhecim ento.

Estim a-se que nos países da O E C D mais de dois terços do emprego e mais de

50% da renda estejam vinculados ao setor serviços (D an ie ls , 1993). O aumento da

im portância dos serviços dentro da estrutura econômica é tal que entre 1970 e 1990, para os

países da O E C D , a agricultura perdeu 12 m ilhões de empregos, a indústria os am pliou em

apenas 1,7 m ilhões, enquanto o setor serviços criou 89 m ilhões de novos empregos

(M arsh a ll e W ood , 1995).

Por outro lado, a concepção de que o setor serviços era passivo, dependente dos

setores produtores de bens, especialmente da indústria, não com ercia lizável à distância

tam bém não corresponde à sua natureza contemporânea. N este sentido, os analistas

econômicos estão despreparados, teórica e em piricam ente, para a análise do papel que o

setor serviços vem assumindo, de form a crescente, dentro de um a econom ia cada vez mais

dom inada pela tecnologia e pelo conhecim ento. Consequentem ente, tom a-se d ifíc il m edir

produtividade e desempenho setorial à luz da base em pírica e das m etodologias utilizadas

para a análise dos setores produtores de bens.

Consideradas as economias de aglom eração presentes na produção de serviços,

aumenta-se a im portância da centralidade urbana na localização destes, recolocando os

28

conceitos de área de m ercado e centralidade urbana desenvolvidos pelos teóricos alemães,

na década de 1930, no contexto do desenvolvim ento econôm ico e urbano daquele país

(Losch, 1969; C hrista ller, 1966; M arsh a ll e W ood, 1995). N ã o só os serviços estão mais

ligados aos mercados, com tendência de reaglom eração, a exem plo dos centros comerciais

(C entral shopping), cidades e locais turísticos e de grande concentração dos serviços de

apoio aos negócios e ao setor financeiro nas grandes metrópoles, a exem plo de bancos,

companhias de seguros, serviços de computação, consultoria, m ercado im o b iliário , além de

atrativos pessoais dados pelo am biente cultural e social, hoje considerados im portante fator

locacional. Assim , as cidades se transform am cada vez m ais em centros de consumo e

menos em centros industriais, com a transição estrutural em pro l de um a sociedade do

conhecim ento e dos serviços e menos da produção m aterial

E m função destas transformações decorre a criação das chamadas “cidades

m undiais” com capacidade de polarização e comando da econom ia m undial, as quais

controlam os fluxos de inform ação, conhecimento e investim ento e, portanto, m odelam a

dinâm ica territo ria l à escala m undial. São exemplos as cidades de N o v a Y o rk , Londres,

Tó kio (Sassen, 1991). A o mesmo tempo cria-se um a hierarquia urbana m undial, com

funções ao mesmo tem po concorrências e complementares. Isto porque, na m edida em que

se am plia a com ercialização de serviços à distância, certa natureza de serviços ainda tem

sua oferta e consumo lim itadas no espaço, criando ou recriando as áreas de mercado no

sentido das form ulações teóricas de Losch e Christaller. C om o consequência, criam-se

distintos níveis de polarização, hierarquizados em função da dimensão e com plexidade das

estruturas econômicas urbanas, indo das cidades m undiais para as m etrópoles nacionais,

m acro-regionais, m eso-regionais e m icro-regionais.

29

A o lado das forças de m ercado, o sucesso econôm ico de cada m etrópole passa a

depender cada vez mais das iniciativas locais (públicas e privadas), não se podendo esperar

que todas as soluções venham de fora. Aum enta-se a im portância dos agentes locais,

através dos seus ambientes sociais de inovação, representados pelos valores culturais da

sociedade, pela ação pública, pela base em presarial e sua força empreendedora, pelo

sistema educacional, pela base acadêm ico-univesitária e de pesquisa, entre outros,

aumentando a im portância da econom ia e da sociedade do conhecim ento.

N o B rasil, o setor serviços participa com 6 3% do P IB e estima-se que com mais

de 50% do emprego. A o lado das metrópoles prim azes, São Paulo e R io de Janeiro, a

dinâm ica econôm ica no território induz o desenvolvim ento de novas m etrópoles, as quais

passam a com andar seus macro-espaços e ao produzirem economias de aglom eração para

os próprios serviços e para outras atividades, realim entados pela in fluênc ia cruzada entre

setores produtores de bens e de serviços. N a m edida em que a excessiva concentração

populacional e econôm ica com eça a criar deseconomias de aglom eração nas cidades

prim azes, é reforçada a tendência à expansão das novas m etrópoles, as quais passam a criar

economias de aglom eração e realim entam a concentração. Consideradas as distâncias entre

as novas m etrópoles e as m etrópoles prim azes e o fato de que o crescimento econômico

brasileiro se faz com desconcentração destas últim as mas com reaglom eração no mesmo

macro-espaço, algumas das novas m etrópoles se destacam, a exem plo de C uritiba e Belo

H orizonte. Por sua vez, a diversificação e especialização econômicas am pliam tam bém , a

diversificação e especialização dos serviços. C om o m uitos destes exigem econom ia de

escala, reforça-se a concentração urbana e o papel das novas m etrópoles.

30

Considerada a distribuição regional da produção e da renda brasileiras e a rede

de cidades da R egião C entro-Sul, onde estão localizadas as m aiores universidades e

instituições de pesquisa, o m ercado de trabalho profissional e a infra-estrutura urbana de

serviços modernos, tenderiam a am pliar a força da rede de serviços, prom ovendo ou

acentuando a concentração regional.

7. O q u a d ro re g io n a l b ra s ile iro e suas im plicações p a ra u m a p o lític a re g io n a l de

desenvo lvim ento tecnológico e in d u s tr ia l

C om o resultado de um processo histórico, o B rasil apresenta um quadro de

fortes desigualdades sociais e regionais, as quais podem ser visualizadas pela diferença

entre os indicadores econômicos e sociais por estados (Tabela 1).

31

Brasil: Distribuição da Área Geográfica, PIB Total e Per Capita, População e Taxa de Analfabetismo, por Grandes Regiões e Estados

______________________________________________________________________________________________(Em %)

Tabela 1

Regiões / Estados Área PIB Total PoDulacão PIB Per Capita Taxa de analfa­1970 1997 1970 1996 Em dólares PPC* betismo**

1970 1996 1970 1996Rondônia 2,8 0,1 0,5 0,1 0,8 2.025 6.448 35,3 14,3Acre 1,8 0,1 0,2 0,2 0,3 1.302 5.741 52,7 29,8Amazonas 18,5 0,7 1,7 1,0 1,5 1.591 5.718 37,2 20,3Roraima 2,6 — 0,1 0,0 0,2 1.736 6.231 33,6 14,1Pará 14,7 1,2 1,7 2,3 3,5 1.157 4.268 32,3 21,3Amapá 1,7 0,1 0,2 0,1 0,2 2.170 5.370 33,6 15,0Tocantins 3,3 — 0,2 — 0,7 — 1.575 — 21,2Norte 45,3 2,2 4,4 3,9 7,2 1.302 4.705 37,0 20.8Maranhão 3,9 0,9 0,9 3,2 3,3 579 2.158 59,5 33,1Piauí 3,0 0,4 0,5 1,8 1,7 434 2.004 59,6 34,4Ceará 1,7 1,5 2,0 4,7 4,3 723 2.667 55,4 31,0Rio Grande do Norte 0,6 0,6 0,8 1,7 1,6 723 4.083 54,4 28,4Paraíba 0,7 0,7 0,8 2,6 2,1 723 2.438 55,0 31,4Pernambuco 1,2 3,0 2,7 5,5 4,7 1.157 3.213 49,7 26,3Alagoas 0,3 0,7 0,7 1,7 1,7 868 2.496 60,9 36,3Sergipe 0,3 0,5 0,6 1,0 1,0 1.013 5.122 53,4 25,1Bahia 6,6 3,8 4,3 8,0 8,0 1.013 3.677 50,6 24,5Nordeste 18,3 12,1 13,1 30.2 28,5 868 3.085 53,9 28,8Minas Gerais 6,9 8,3 10,0 12,3 10,6 1.591 5.968 34,3 12,9Espírito Santo 0,5 1,2 1,9 1,7 1,8 1.591 6.251 32,8 14,1Rio de Janeiro 0,5 16,1 11,2 9,7 8,5 3.761 8.653 16,6 6,3São Paulo 2,9 39,4 35,5 19,1 21,7 4.629 10.536 18,8 7,4Sudeste 10,9 65.0 58.6 42.8 42,7 3.472 8.843 22.9 8,7Paraná 2,3 5,5 6,1 7,4 5,7 1.736 6.485 31,0 11,7Santa Catarina 1,1 2,8 3,7 3,1 3,1 2.025 6.519 18,9 7,3Rio Grande do Sul 3,3 8,7 8,0 7,2 6,1 2.749 7.395 18,4 7,2Sul 6,8 17.0 17,7 17,7 15,0 2.170 6.865 23,5 8.9Mato Grosso do Sul 4,2 — 1,1 — 1,2 — 6.410 — 12,4Mato Grosso 10,6 ... 1,1 1,7 1,4 1.447 5.003 35,8 11,9Goiás 4,0 ... 1,8 3,2 2,9 1.157 5.238 35,6 13,2Distrito Federal 0,1 1,0 2,3 0,6 1,2 4.051 14.854 17,0 6,3Centro-Oeste 18.9 3,7 6.2 5,4 6,7 1.591 7.073 32,5 11,6Brasil 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 2.315 6.491 33,0 14,7Fonte: FIBGE e IPEA: Desenvolvimento Humano e Condições de Vida - Indicadores Brasileiros, 1998 * PIB real per capita em dólares corrigido por um índice de Paridade do Poder de Compra, ou seja, ajustado para refletir a paridade do poder de compra entre os países.** população com idade superior a 10 anos.

E m bora a tabela seja auto-ilustrativa, algumas observações precisam ser

ressaltadas. E m prim eiro lugar, a existência de um a am pla região vazia , o N o rte , com 45%

da área geográfica do país, 4 % do P IB e 7 % da população. E m segundo lugar, a Região

Nordeste com 2 9 % da população e apenas 13% do P IB , com um a taxa de analfabetism o de

32

adultos que, em m édia, ainda era de 2 9% em 1996. E m terceiro lugar, a alta concentração

econômica no estado de São Paulo, com 3 % da área geográfica, 2 2 % da população e 36%

do P IB .

Em bora, em term os relativos, as desigualdades tenham sido reduzidas nas

últim as décadas (D in iz , 2 0 0 0 ), os desníveis ainda são elevados e as transformações em

curso poderão am pliá-los. E m especial, o processo de m odernização tecnológica, partindo

de um a base econôm ica e de um a infra-estrutura do conhecim ento tam bém fortemente

diferenciada poderá acelerar a concentração nas regiões m ais desenvolvidas do país. Neste

sentido, ao lado da perda re lativa da produção industrial das áreas m etropolitanas do R io de

Janeiro e São Paulo, vem ocorrendo um processo de reconcentração m acro espacial na

região centro-sul do país, com predom inância das novas m etrópoles (B e lo Horizonte,

Curitiba, Porto A legre) e nas cidades médias desta região, naquilo que D in iz (19 93 )

caracterizou com o desenvolvim ento poligonal no B rasil e D in iz e Crocco (19 96 )

caracterizaram com o novo m apa da indústria brasileira. Neste processo, várias novas áreas

industriais com presença de indústrias de tecnologia m oderna vêm sendo desenvolvidas.

Cabe destacar, a lém das regiões m etropolitanas mencionadas, as regiões de Cam pinas, São

Carlos e São José dos Cam pos, no estado de São Paulo; Santa R ita do Sapucaí/Itajubá, em

M inas Gerais; F lorianópolis, em Santa Catarina, Caxias do Sul, no R io Grande do Sul.

A dicionalm ente, o crescimento da indústria do conhecim ento e de atividades industriais

leves e intensivas em conhecim ento poderão se concentrar na área m etropolitana de São

Paulo e, em especial, no m unicíp io de São Paulo, com o vem ocorrendo com a indústria de

in form ática (Lage, 1993).

A lé m da distribuição regional das atividades econômicas e das tendências

recentes, a distribuição da infra-estrutura do conhecim ento tam bém se encontra

relativam ente concentrada com o indicam os dados de distribuição do sistema acadêmico

universitário, dos pesquisadores, do gasto com pesquisa e dos profissionais com formação

tecnológica (Tabelas 2, 3, 4, 5, 6, 7).

Tabela 2Brasil: Ensino Superior por Grandes Regiões e Estados Selecionados -1998

Regiões / Estados Selecionados

N° de Instituições

(%) DocentesTotal

(%) Mestres (%) Doutores (%) Alunos (%)

Norte 40 4,1 7.737 4,4 1.764 3,9 503 1,6 85.077 4,0Nordeste 124 12,7 27.038 15,5 7.488 16,5 3.321 10,7 310.159 14,6Sudeste 570 58,6 91.334 52,4 23.121 50,8 20.731 66,7 1.148.004 54,0

Minas Gerais 123 12,6 16.623 9,5 4.095 9,0 2.670 8,6 199.115 9,4Rio de Janeiro 95 9,8 22.358 12,8 7.143 15,7 4.663 15,0 238.713 11,2São Pauio 322 33,1 50.006 28,7 11.346 24,9 13.138 42,3 678.706 31,9

Sul 131 13,5 35.660 20,5 10.156 22,3 4.959 16,0 419.133 19,7Centro-Oeste 108 11,1 12.520 7,2 2.953 6,5 1.559 5,0 163.585 7,7

Brasil 973 100,0 174.289 100,0 45.482 100,0 31.073 100,0 2.125.958 100,0

Fonte: MEC/INEP - Censo do Ensino Superior 1998

Tabela 3Brasil: A lunos Matriculados nas Áreas de Formação Tecnológica por Grandes Regiões e

Estados Selecionados -1998

Regiões / Estados

Selecionados

Ciências Exatas e da Terra

(%) CiênciasBiolóaicas

(%) Engenharia/Tecnologia

(%) Ciênicas

Agrárias(%) Total (%)

Norte 8.561 3,9 1.810 4,9 5.169 3,1 2.988 5,2 18.528 3,9

Nordeste 31.427 14,5 7.416 20,2 21.374 13,0 9.990 17,5 70.207 14,8

Sudeste 111.412 51,2 17.591 47,8 102.419 62,4 24.341 42,7 255.763 53,8

Minas Gerais 20.024 9,2 2.028 5,5 21.103 12,8 7.448 13,1 50.603 10,6

Rio de Janeiro 21.993 10,1 3.966 10,8 17.221 10,5 3.876 6,8 47.056 9,9São Paulo 67.133 30,9 11.310 30,7 62.559 38,1 12.280 21,5 153.282 32,2

Sul 46.281 21,3 5.545 15,1 30.367 18,5 14.491 25,4 96.684 20,3

Centro-Oeste 19.804 9,1 4.427 12,0 4.900 3,0 5.187 9,1 34.318 7,2

Brasil 217.485 100,0 36.789 100,0 164.229 100,0 56.997 100,0 475.500 100,0

Fonte: MEC/INEP - Censo do Ensino Superior 1998

34

35

Tabela 4Distribuição dos Pesquisadores e Investimentos do CNPq por Instituições

Instituições Doutores1997

Total de Pesquisadores

1997

Investimentos em R$ mil

1998UniversidadesUniversidade de São Paulo 3.035 4.408 56.412Universidade Estadual de Campinas 1.405 2.023 22.071Universidade Estadual Paulista 1.166 1.754 13.482Universidade Federal do Rio de Janeiro 1.127 1.717 34.189Universidade Federal do Rio G. do Sul 938 1.508 21.049Universidade Federal de Minas Gerais 762 1.223 13.840Universidade de Brasília 605 820 11.985Universidade Federal de Santa Catarina 520 906 11.440Universidade Federal de São Paulo 494 666 6.016Universidade Federal de Pernambuco 436 632 11.603Universidade Federal da Paraíba 393 803 6.026Universidade Católica do Rio de Janeiro 356 467 9.467Universidade Estadual do Rio de Janeiro 349 580 2.823Universidade Federal de São Carlos 339 444 5.938Universidade Federal da Bahia 315 582 5.847Universidade Católica de São Paulo 313 664 7.015Universidade Federal de Viçosa 306 396 7.374Universidade Federal do Ceará 302 514 6.417Universidade Federal do Paraná 270 385 5.147Universidade Federal Fluminense 261 425 5.543Universidade Católica do Rio G. do Sul 223 583 2.956Universidade Federal de Santa Maria 211 510 2.850Universidade Estadual de Londrina 209 354 1.503Universidade Federal do Rio Grande do Norte 183 388 3.959Universidade Federal de Uberlândia 157 216 2.682Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro 152 255 2.166Universidade Federal do Espírito Santo 146 259 2.283Universidade Federal de Lavras 105 125 2.819Universidade Federal do Pará 101 177 3.620Universidade Federal de Alagoas 91 154 —

Sub-total Universidades 15.270 23.938 288.522Centros de PesquisasFundação Oswaldo Cruz (R J) 350 718 5.793Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (SP) 266 412 5.294Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária 249 495 5.547Instituto Agronômico de Campinas (SP) 161 259 —

Comissão Nacional de Energia Nuclear (R J) 143 469 ...

Intituto Butantan (SP) 89 159 ...

Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (R J) 88 99 2.321Instituto Tecnológico da Aeronáutica (SP) 88 119 ...

Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (AM) 79 118 2.457Instituto Militar de Engenharia (R J) 60 102 ...

Centro Técnico Aeroespacial (SP) 57 174 —

Observatório Nacional (R J) 56 61 ...

Museu Paraense Emilio Goeldi (PA) 47 77 ...

Emp. de Pesq. Agropecuária de Minas Gerais (MG) 44 100 ...

Instituto de Botância (SP) 41 47 ...

Instituto Agronômico do Paraná (PR) 39 157 ...

Instituto de Matemática Pura e Aplicada (R J) 36 36 2.198Instituto Adolfo Lutz (SP) 33 201 ...

Instituto de Zootecnia (SP) 30 86 —

Sub-total Centros de Pesquisas 1.956 3.889 ...

Demais instituições (universidades e centros) 2.426 7.263 ...

Total 19.652 35.090 ...

Fonte: CNPq - A pesquisa no Brasil, 1998.CNPq - Séries históricas do fomento do CNPq - 1995/1998, tabela 5, http:www.cnpq.br

36

T a b e la 5

B ra s i l: D is t r ib u iç ã o d o s P e s q u is a d o r e s p o r G r a n d e s R e g iõ e s e

E s ta d o s S e le c io n a d o s - 1 9 9 7

R e g iõ e s / E s ta d o s

S e le c io n a d o s

M e s t re s (% ) D o u to re s (% )

N o r te 1 9 4 2 ,0 3 2 9 0 1 ,5 3N o rd e s te 1 .5 4 0 1 6 ,0 9 2 .1 6 3 1 1 ,4 1S u d e s te 5 .2 0 7 5 4 ,3 9 1 2 .6 6 0 6 6 ,7 7

Minas Gerais 8 0 5 8 ,4 1 1 .6 8 0 8 ,8 6Rio de Janeiro 1 .5 3 9 1 6 ,0 7 3 .0 1 9 1 5 ,9 2

São Paulo 2 .7 8 8 2 9 ,1 2 7 .8 1 5 4 1 ,2 1

S u l 2 .0 6 1 2 1 ,5 3 2 .9 1 7 1 5 ,3 8

C e n t r o - O e s te 5 7 2 5 .9 7 9 3 2 4 .9 2B ra s i l 9 .5 7 4 1 0 0 ,0 0 1 8 .9 6 2 1 0 0 ,0 0

F o n te : C N P q - A p e s q u is a no B ra s il, 1 998 .

Tabela 6Brasil: Distribuição do Emprego ligado às Áreas de Formação Tecnológica por Grandes Regiões e

Estados Selecionados

Regiões / Estados

Selecionados

Qumica/

Física

(%) Engenharias (%) Biológicas e

saúde animal

(%) Sub-Total (%) Informática

e Computação*

(%)

Norte 346 1,9 4.099 3,0 680 3,0 5.125 2,9 1.601 1,8Nordeste 5.786 32,1 18.686 13,9 2.953 12,8 27.425 15,6 7.373 8,3

Sudeste 8.809 48,8 81.477 60,5 11.477 49,9 101.763 57,9 61.792 69,2

Minas Gerais 1.315 7,3 12.455 9,2 2.681 11,7 16.451 9,4 7.698 8,6

Rio de Janeiro 2.249 12,5 20.015 14,9 1.786 7,8 24.050 13,7 13.474 15,1São Paulo 5.154 28,6 47.272 35,1 6.684 29,1 59.110 33,6 39.544 44,3

Sul 2.345 13,0 22.667 16,8 5.309 23,1 30.321 17,3 12.917 14,5

Centro-Oeste 751 4,2 7.764 5,8 2.569 11,2 11.084 6,3 5.606 6,3

Brasil 18.037 100,0 134.693 100,0 22.988 100,0 175.718 100,0 89.289 100,0

Fonte: IVTTB - Rais 1997

* Não há desagregação entre pessoal de nível superior e nível médio na área de informática e computação.

37

Tabela 7Emprego ligado às Áreas de Formação Tecnológica (1997) e População (1996), por Microrregiões Selecionadas

Microrregiõesselecionadas

Qumica/Física

(%> Engenharias (% ) Biológicas e Saúde Animal

(% ) Sub-Total (% ) Informática e Computação*

(% ) População1996

(% )

Fortaleza 194 1,1 2.551 1,9 194 0,8 2.939 1,7 1.123 1,3 2.567 1,6Recife 458 2,5 3.429 2,5 306 1,3 4.193 2,4 1.683 1,9 2.916 1,9Salvador 3.984 22,1 4.497 3,3 621 2,7 9.102 5,2 2.104 2,4 2.695 1,7Belo Horizonte 257 1,4 7.584 5,6 1.037 4,5 8.878 5,1 5.477 6,1 3.784 2,4Uberlândia 40 0,2 431 0,3 104 0,5 575 0,3 428 0,5 626 0,4Juiz de Fora 64 0,4 379 0,3 148 0,6 591 0,3 260 0,3 627 0,4Uberaba 38 0,2 174 0,1 82 0,4 294 0,2 122 0,1 268 0,2Pouso Alegre, Itajubá, S. R. Sapucaí 47 0,3 312 0,2 114 0,5 473 0,3 110 0,1 547 0,3Rio de Janeiro 1.750 9,7 17.370 12,9 1.481 6,4 20.601 11,7 12.627 14,1 9.962 6,3São Paulo 1.941 10,8 27.899 20,7 3.586 15,6 33.426 19,0 27.240 30,5 12.013 7,6Campinas 447 2,5 3.283 2,4 547 2,4 4.277 2,4 2.385 2,7 1.967 1,3São José dos Campos 193 1,1 2.729 2,0 122 0,5 3.044 1,7 751 0,8 1.105 0,7São Carlos 62 0,3 259 0,2 61 0,3 382 0,2 137 0,2 247 0,2Curitiba 298 1,7 5.711 4,2 813 3,5 6.822 3,9 3.304 3,7 2.354 1,5Maringá, Londrina 169 0,9 577 0,4 278 1,2 1.024 0,6 494 0,6 993 0,6Florianópolis 92 0,5 4.686 3,5 536 2,3 5.314 3,0 1.263 1,4 578 0,4Blumenau, Joinville, Itajaí 736 4,1 1.145 0,9 205 0,9 2.086 1,2 1.555 1,7 1.433 0,9Porto Alegre, Gramado, Caxias S. 457 2,5 4.573 3,4 920 4,0 5.950 3,4 4.213 4,7 3.972 2,5

Sub-total das Micros 11.227 62,2 87.589 65,0 11.155 48.5 109.971 62,6 65.276 73,1 48.654 31,0Brasil 18.037 100,0 134.693 100,0 22.988 100,0 175.718 100,0 89.289 100,0 157.079 100,0Fonte: MTB - Rais 1997, FIBGE, Contagem da População 1996.* Não há desagregação entre pessoal de nível superior e nível médio na área de informática e computação.

E m que pese à tendência de se m anter a concentração econôm ica na Região

C entro-Sul do B rasil, existem grandes potencialidades em outras regiões do país, as quais

podem e devem ser incentivadas. N este sentido, consideradas as diversidades regionais, o

tamanho do país em termos geográficos e populacionais, tom a-se relevante o

estabelecimento de um a p o lítica tecnológica e industrial regionalizada para o Brasil

8. D ire tr iz e s p a ra u m a p o lític a tecnológica e in d u s tr ia l re g io n a liza d a no B ra s il

Partindo da perspectiva de que o elemento central no processo de crescimento e

com petitividade é a inovação tecnológica, a variável independente deve ser a política

tecnológica, à qual deve estar subordinada a po lítica industrial (com ercial, tributária,

creditic ia). A ssim , o estabelecimento de diretrizes para um a p o lítica tecnológica e industrial

regionalizada no B rasil deve partir de algumas premissas ou constatações básicas. E m

prim eiro lugar, dado o n íve l de desenvolvim ento econôm ico do país, sua dimensão

territorial e populacional, é relevante o aproveitam ento das potencialidades naturais. E m

segundo lugar e, coerentemente com as análises até aqui desenvolvidas, os projetos ou

programas devem ter um enraizam ento local, com binando potencialidades naturais, base

econômica, experiência acum ulada com a ação dos agentes locais (empresas, instituições

públicas, organizações da sociedade c iv il). E m outras palavras, condições e in ic ia tiva locais

são fundamentais para o sucesso de qualquer in iciativa.

Partindo destas premissas, vários elementos precisam ser considerados. E m

prim eiro lugar é a coordenação da po lítica Federal, representada pela ação de um conjunto

de órgãos e instituições (M in is té rio de C iência e Tecnolog ia- M C T , M in istério da

39

Educação, Conselho N ac io n a l de Pesquisas- C N P Q , Comissão de A perfeiçoam ento de

Pessoal Superior- C A P E S , Financiadora de Estudos e Projetos - F IN E P ). E m segundo

lugar, articulação das políticas Federais com as políticas estaduais, estabelecendo

com plem entaridade e parcerias. E m terceiro lugar, m otivar e articu lar a in ic ia tiva privada

(empresas privadas e públicas, instituições de pesquisa, instituições da sociedade c iv il),

dentro da concepção de que o processo de inovação ocorre dentro da articulação entre

empresas, sistema acadêm ico universitário e instituições de pesquisa e o am biente social,

cultura e político local.

Considerada a dimensão geográfica do território brasileiro , as diferenças

naturais, as bases produtivas existentes e o potencial econôm ico de cada região ou

localidade, um program a de apoio ao desenvolvim ento tecnológico do país deveria

estabelecer diretrizes regionais a partir das características m encionadas, a exem plo da

experiência da E M B R A P A .

As diretrizes de um program a brasileiro de pesquisa tecnológica deveriam partir

da conjugação de dois fundamentos básicos: a base produtiva existente e o potencial

econômico de cada região.

A base produtiva ou o conjunto de atividades econômicas existentes condiciona

o tipo de suporte necessário à sua modernização e expansão, tendo em vista um a economia

regional e internacionalm ente cada vez mais integrada, onde as empresas e regiões somente

sobreviverão e prosperarão se forem capazes de se adequarem, em termos de qualidade e

custo. Por sua vez, o tipo de apoio tecnológico vai depender das características setoriais da

região, em termos de atividades portadoras ou receptoras de progresso técnico, se

intensivas em conhecim ento, se de estrutura produtiva concentrada ou pulverizada em

40

muitas empresas etc. E m m uitos casos, não se trata de busca de conhecim ento novo mas

sim de sua adequação, im plem entação ou difusão ao n íve l local. Neste sentido, a análise

das condições econômicas locais pode demonstrar que determinadas atividades não

possuem vantagens com parativas regionais, devendo o esforço de pesquisa tecnológica ser

orientado para a busca de reestruturação produtiva regional, no sentido de alteração do

p erfil da produção ou da busca de outras alternativas econômicas.

A rticu lado ao conhecim ento e à base produtiva existente, deve ser analisado o

potencial produtivo da região à luz das transformações tecnológicas e estruturais a n ível

m undial e nacional. C om o processo de integração de mercados e de globalização não é

m ais possível pensar em estruturas produtivas regionais com pletas e integradas. Cada

região deverá se especializar naquilo para o qual apresenta potencial produtivo efetivo, na

linha do argum ento do “ sticky place in slippery space” . Sem negar a im portância da base de

recursos naturais, que determ ina as chamadas “vantagens com parativas naturais ou

ricardianas” , o potencial produtivo de um a região deve ser analisado a partir da sua

capacidade e fe tiva de criar vantagens comparativas construídas, pelo desenvolvim ento das

forças produtivas locais ou regionais. Este é o exem plo típ ico de países como o Japão e a

C oréia do Sul, que com pouca dotação de recursos naturais foram capazes de desenvolver

um a avançada produção industrial e de serviços.

Assim , o potencial produtivo de um a região pode estar relacionado com a sua

posição geográfica em relação a mercados e portos, com a experiência produtiva prévia,

com as lideranças em presariais, com o conhecim ento acum ulado, com a existência de in fra-

estrutura acadêm ico-universitária e de pesquisa, com o m ercado de trabalho, com a in fra-

estrutura de transportes, com a existência de serviços urbanos etc. Por sua vez, o potencial

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produtivo não é estático, podendo ser alterado pelas próprias mudanças tecnológicas e de

p erfil de demanda, pela localização de um a grande empresa, pela construção de obras de

infra-estrutura etc.

N o entanto, em um mundo cada vez mais com petitivo, tanto a m odernização ou

expansão das atividades existentes quanto o desenvolvim ento de novas atividades têm

como pré-requisito a im plem entação, privada e pública, de sistemas de apoio tecnológico e

organizacional que consideram as bases produtivas e o potencial das regiões.

A identificação das prioridades regionais deve estar baseada no conhecimento

local acumulado a n íve l de empresas ou organizações empresarias, universidades,

fundações de pesquisa, órgãos governamentais. A seleção das prioridades poderia partir de

seminários locais ou de um a proposta in ic ia l, elaborada a partir do conhecim ento em pírico

da região. E m um processo recorrente de avaliação as prioridades poderiam ser alteradas ou

enfatizadas, sendo que o próprio processo de pesquisas da região ajudará a defin i-las ou

redefini-las.

A títu lo de exem plo: a biodiversidade e energia solar, na R egião N orte ; manejo

da água e técnicas de irrigação, energia solar e biotecnologia, na Região Nordeste;

m ineração, m etalurgia e novos m ateriais, em M in as Gerais; agricultura e agroindústria, no

Centro- Oeste; m icroeletrônica, inform ática, telecomunicações e m ecânica de precisão em

São Paulo; qu ím ica fina, no R io de Janeiro; biotecnologia, qu ím ica, genética anim al, na

Região Sul etc.

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