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#0001 Leilão do Campo de Libra explicita preocupação do governo em assegurar superávit primário das contas públicas >> Páginas 4 e 5 Diretor Paulo Henrique Fontenelle comenta as investigações para o documentário sobre João Gulart >> Páginas 8 e 9 www.brasilobserver.co.uk FREE LONDON EDITION Nov 5th - 18th 2013 UKstudy.com University Partners INVISTA NO SEU FUTURO PROFISSIONAL! FAÇA A SUA GRADUAÇÃO E PÓS NO REINO UNIDO COM A AJUDA GRÁTIS E HONESTA DA UKstudy! CONTATE [email protected] | www.ofertasukstudy.com.br | UKstudyBrazil foto divulagação Embratur foto: agência brasil foto:divulgação PRÓXIMA PARADA: BRASIL Com o Brasil em destaque na 34ª edição do World Travel Market em Londres, o Brasil Observer analisa as ambições do país na atração de turistas para a Copa e Olimpíada >> Páginas 10 e 11 READ IN ENGLISH

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Com o Brasil em destaque na 34ª edição do World Travel Market em Londres, o Brasil Observer analisa as ambições do país na atração de turistas para a Copa e Olimpíada

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Leilão do Campo de Libra explicita preocupação do governo em assegurar superávit primário das contas públicas >> Páginas 4 e 5

Diretor Paulo Henrique Fontenelle comenta as investigações para o documentário sobre João Gulart >> Páginas 8 e 9

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LONDON EDITIONNov 5th - 18th 2013

EXPEDIENTE EDITORA - CHEFE ana toledo

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EDITORES guilherme reis [email protected] kate rintoul [email protected]

RELAÇÕES PÚBLICAS roberta schwambach r o b e r t a @ b r a s i l o b s e r v e r. c o . u k Antonio Veiga, Gabriela Lobianco, Inner Space, Luciane Sorrino, Nathália Braga, Renato Brandão, Ricardo Somera, Rômulo Seitenfus, Rosa Bittencourt Shaun Cumming, Wagner de Alcântara Aragão, Zazá Oliva

PROJETO GRÁFICO & DIAGRAMAÇÃO wake up colab

[email protected]

DISTRIBUIÇÃO BR Jet [email protected] Emblem Group [email protected]

IMPRESSÃO Iliffe Print Cambridge iliffeprint.co.uk

ASSESSORIA CONTÁBIL Atex Business Solutions [email protected]

BRASIL OBSERVER é uma publicação quinzenal da ANAGU UK MARKETING E JORNAIS UN LIMITED (Company number: 08621487) e não se responsabiliza pelos conceitos emitidos nos artigos as-sinados. As pessoas que não constarem do expediente não tem autorização para falar em nome do Brasil Observer. Os conteúdos publicados neste jornal podem ser reprodu-zidos desde que devidamente creditados ao autor e ao Brasil Observer.

CONTATO [email protected] [email protected] 020 3015 5043

SITEwww.brasilobserver.co.uk

Recriar-se. Este foi o desafio dos últimos dias para que hoje, enfim, pudéssemos apresentar o Brasil Observer. Que nasce a partir da for-ça de trabalho do The Brazilian Post, através de uma recriação da identidade visual, atendendo ao anseio de independência, garantindo a propriedade intelectual e com a proposta de mostrar o Brasil para o mundo.Optamos por Brasil com “S”, como uma sutil maneira de dizer quem somos e o que nos propomos. Brasileiros e ingleses, misturando visões e realidades, aprimorando uma ótica global de observação, e sempre considerando as questões locais que formam a visão de mundo de cada um. Desta forma, colocamos em prática o conceito “glocal” enquanto veículo de comunicação.Para consolidar uma estrutura na qual novos projetos possam ser desenvolvidos, nos organizamos como uma cooperativa, que perante à legislação britânica assume a forma legal de empresa limitada.Dar este passo adiante só foi possível com o suporte de nossos co-laboradores – profissionais capacitados que acreditam na possibilidade de recriação, num ambiente participativo e, acima de tudo, construtivo, no qual a via de mão dupla entre veículo de comunicação e jornalista é viabilizada.Para entender melhor esse conceito e forma de trabalho, convido você a ler os conteúdos preparados para esta primeira edição como Brasil

Observer. Ao passar pelas páginas, perceberá que demos prioridade para páginas duplas, para agregar mais informações e valorizar o trabalho jornalístico.Além disso, com o intuito de aperfeiçoar a qualidade do conteúdo do Brasil Observer, novas editorias foram criadas. Entre elas, a refor-mulação da “página 3”, que ganhou o nome Em Foco, trazendo os destaques da imprensa brasileira e internacional. Para enfatizar a co-nexão entre Brasil e Reino Unido, as páginas 6 e 7 transformaram-se em Brasil no UK e UK no Brasil, para você ficar por dentro do que acontece de brasileiro por aqui e o que ingleses estão fazendo por lá.O projeto Conectando também ganha espaço na versão impressa. A partir de agora, como editoria fixa. Nesta primeira edição, na página 14, você vai entender os passos que o projeto tomou, de que manei-ra você pode participar e a opinião de quem já está conosco nesta caminhada.É com a certeza de nossa relevância jornalística – e com a consciência de que o jornalismo impresso só se sustenta se baseado na qualidade editorial – é que convidamos você a fazer parte desta história.Siga em contato conosco através das redes sociais www.facebook.com/brasilobserver e www.twitter.com/brasilobserver e aguarde mais novida-des no www.brasilobserver.co.uk. Enjoy the edition!

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EM FOCO

CAPA

BRASIL NO UK

CONECTANDO

UK NO BRASIL

BRASIL OBSERVER GUIDE

PERFIL

BRASILIANCE

A CAMINHO DA COPA

Black Bloc e repressão

Brasil se mostra em Londres para o setor turístico

Leilão para garantir contas no azul

Mão no bolso para ir à Copa Quem vai para o baile?

Ciência sem Fronteiras: Primeiras impressões

Projeto Conectando propõe experiência de comunicação ‘glocal’

Reino Unido busca empreendedores brasileiros

Diretor Paulo Henrique Fontenelle esteve em Londres para lançar o filme ‘Dossiê Jango’

16 - 17 CAPA18 GRINGO`S VIEW19 NINETEEN EIGHT-FOUR20 - 21 TRAVEL 22 GOING OUT23 COOL HUNTER24 MIND & SOUL 25 FOOD

16 - 17 18 19 20 - 21 22 23 24 25

E D I T O R I A L

COLABORADORES

QUEM SOMOS E O QUE NOS PROPOMOSpor Ana Toledo – [email protected]

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3brasilobserver.co.uk

Imprensa no UKO Conselho Assessor da Rainha da Ingla-terra sancionou um novo sistema regulador da imprensa que contempla a criação de um órgão regulador e outro ouvidor com poderes ampliados e multas de mais de um milhão de dólares pela violação do código de ética. O novo sistema, feito em consenso entre os três principais partidos políticos, substitui a Comissão de Reclamações sobre a Impren-sa, alvo de críticas durante as duas últimas décadas diante dos escândalos envolvendo a família real e escutas telefônicas.

Na Argentina ...A Suprema Corte da Argentina julgou constitucional todos os artigos da cha-mada Lei de Meios. Alguns pontos eram contestados pelo maior grupo de mídia do país, o Clarín. Com isso, o grupo precisará se desfazer de vários de seus negócios. O Clarín tem, por exemplo, 237 licenças de TV por assinatura, quando o limite máximo esta-belecido pela nova lei é de 24, e presta serviços desse tipo de TV a 58% da população, quando o máximo permitido de abrangência populacional é de 35%.

... e no Brasil Qualquer tentativa de avanço no debate sobre a democratização da mídia é trata-da como ameaça à liberdade de impren-sa e expressão pelos grandes oligopólios midiáticos – assim como no Reino Uni-do e Argentina – e travam um esclare-cimento mais amplo a respeito do tema.A proposta de iniciativa popular de Lei da Mídia Democrática não atinge reper-cussão mais ampla fora do campo pro-gressista de esquerda, que também pres-siona o poder público para a aprovação do Marco Civil da Internet com o item que prevê a neutralidade da rede.

Black Bloc e repressão

EM FOCO

Das diversas vertentes que saltaram aos olhos do país e do mundo junto com as manifestações de junho figura em destaque a tática de protesto dos assim chamados Black Blocs – não que cheguem a ser novidade no exterior, mas, tratando-se de Brasil, a simples menção a este nome já causa comentá-rios ríspidos de desaprovação. Não vem ao caso aqui explorar suas

origens e motivações, mas sim dizer que as ações dos mascarados brasileiros tem gerado um perigoso desdobramento: a aceitação por parte considerável da sociedade de uma resposta ainda mais repressiva por parte do aparato militar do Estado.Pesquisa do Datafolha aponta que 95%

dos moradores da cidade de São Paulo não concordam com as ações dos Black Bocks. Os números levam a crer que, para a maioria, não passam de bader-neiros que não tem o que fazer a não ser perturbar a paz do trabalhador que levanta às 5 da manhã e gasta, além das três horas para ir e vir do trabalho, mais 10 reais de condução por dia – numa hipótese que não é das piores. Aqui, valeria lembrar que a luta pela

tarifa zero do transporte público é uma das causas dos Black Bloc. Ou, ainda, que a violência a ser considerada, neste caso, é o preço abusivo do transporte nas grandes cidades, e não catracas que-bradas no terminal de ônibus. Mas, ao que parece, a maioria das

pessoas não concorda com isso, então cabe à Polícia Militar acabar com a ‘ba-derna’. Abre-se, portanto, a brecha que os policiais pareciam esperar; agora, têm apoio da maioria, que, afinal, repudia as ações dos mascarados.Não devem ser tratados como mera coincidência os assassinatos por poli-ciais militares de dois jovens na peri-feria de São Paulo dias após imagens terem captado manifestantes mascarados batendo em outro policial militar no centro da cidade. E não se trata de defender o espanca-

mento de policiais – atitude inadequada de uma minoria. Mas atentar ao fato de que a violência de um (a polícia militar e o Estado) está sendo igualada perante a opinião pública à violência do outro (os ditos vândalos). Cabe perguntar se as ações são proporcionais e até que ponto a tática dos Black Blocs tem levado para alguma conquista efetiva.

Dilma e Merkel contra espiões Em respostas às ações de espionagem internacional da Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos (NSA, em inglês), Brasil e Alemanha enviaram à ONU uma proposta de resolução con-tra a invasão de privacidade. No texto, os dois países pedem garan-tias para proteção de dados em comuni-cações digitais; medidas para a cessação das violações do direito à privacidade (inclusive, por meio da adequação das legislações nacionais); revisão dos pro-cedimentos adotados atualmente; estabe-lecimento de mecanismos nacionais de supervisão de atividades de espionagem e intensificação da transparência no âm-bito das comunicações.Depois de Dilma Rousseff ter feito um duro discurso na ONU contra as prá-ticas da NSA, foi Angela Merkel que teve a resposta mais contundente às re-velações de que a agência monitorou celulares de líderes europeus. Mas convém à alemã resolver um pro-blema maior dentro de seu próprio quintal, pois documentos divulgados por Eduard Snowden mostram que o serviço secreto alemão age em colaboração com a NSA, assim como os corresponden-tes no Reino Unido, França, Espanha e Suécia. Será que o Brasil também se aproveitou da rede de espionagem?

Por Guilherme Reis

Foto: Agência Brasil

Integrantes do Black Bloc no Rio de Janeiro; ação do grupo tem fei-to a mídia internacional questionar o sistema de segurança para a Copa do Mundo de 2014

Escreva para [email protected] comentando um fato da se-mana. Sua opinião pode sair nesta página na próxima edição, que chega às ruas de Londres no dia 19 de no-vembro.

DÊ SUA OPINIÃO

ANUNCIE AQUI020 315 55 43

[email protected]

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4 brasilobserver.co.uk

BRASILIANCEPRÉ-SAL

O governo brasileiro pretende firmar ainda em novembro o contrato com o consórcio que vai retirar o petróleo da camada pré-sal do Campo de Libra, cuja exploração foi a leilão no dia 21 de outubro. De acordo com as regras do leilão, o consórcio terá de pagar, como bônus de assinatura do contrato, um total de R$ 15 bilhões. Este mon-tante será utilizado pela União para garantir, ainda em 2013, o superávit primário das contas públicas, confor-me declarou à Agência Brasil, em 31 de outubro, o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin.O leilão do Campo de Libra teve

a participação de apenas um consór-cio, formado pela brasileira Petrobras (40%), a anglo-holandesa Shell (20%), a francesa Total (20%) e as chinesas CNPC e Cnooc, com 10% cada uma. A Petrobras e as duas companhias chinesas são estatais; a Shell e a To-tal são empresas privadas. O Campo de Libra está localizado na Bacia de Santos, tem 1,5 mil quilômetros qua-drados e a produção estimada é a de 8 a 12 bilhões de barris de petróleo em 35 anos. Nesse período, o governo pretende

arrecadar mais de R$ 1 trilhão. Além dos R$ 15 bilhões imediatos (o bônus de assinatura do contrato), entram nes-sa conta, para as próximas décadas, R$ 270 bilhões em royalties e R$ 736 bilhões a título de excedente de óleo. É o que presidenta Dilma Rous-seff chamou, em pronunciamento em rede de rádio e televisão na noite do dia 21, depois de ocorrido o leilão, de “passaporte para o futuro”.Isso porque, graças a uma lei de

autoria do Poder Executivo, aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada por Dilma Rousseff em 9 de setembro último (lei federal 12.858/2013), tudo o que a União arrecadar com royal-ties de petróleo deverá ser aplicado em educação (75%) e saúde (25%). Além disso, o consórcio que vai atuar no Campo de Libra deverá investir R$ 610 milhões na exploração, com prioridade à utilização de máquinas, equipamentos e infraestrutura fabrica-dos no Brasil, o que tende a fortale-cer a indústria naval – atividade de

elevado grau de geração de emprego e renda. O consórcio terá ainda de aplicar 1% de sua receita em inova-ção e pesquisa.Apesar das cifras estratosféricas e

das perspectivas otimistas da presiden-ta Dilma e seu governo, considerar que a nação saiu ganhando com o leilão do Campo de Libra está longe de ser um consenso. As críticas e questionamentos partem não só da oposição de centro-direita ou da extrema-esquerda, como também de aliados e integrantes do grupo político de esquerda identificado e alinhado com o atual governo.A oposição de centro-direita, lidera-

da pelo PSDB e de cunho neoliberal, critica o regime de partilha, adota-do no leilão do Campo de Libra. Esse regime foi instituído em lei (12.351/2010) de autoria do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, depois da descoberta em 2008, pela Petro-bras, do petróleo na camada pré-sal. Em síntese, o regime de partilha esta-belece que todo o petróleo no Brasil, ainda que extraído por empresas ou consórcios privados, pertence à União. Para o PSDB, tal modelo afugenta

as companhias estrangeiras. O PSDB defende o modelo o qual o partido implantou quando esteve no gover-no (entre 1995 e 2002) – o modelo de concessão (fixado pela lei federal 9.478/1997). Por meio desse modelo, o petróleo pertence à empresa que faz a extração. A concessão é dada às empresas (ou consórcios) que propõem maior reembolso à União. De parte da esquerda, há enten-

dimento de que o regime de parti-lha implantado pelo governo Lula, se não garante o monopólio estatal do petróleo, pelo menos recupera a soberania do país no domínio de um dos recursos naturais mais cobiçados no planeta. Entretanto, para a esquer-da que contesta o leilão do Campo de Libra, nesse caso o mais vantajoso para a nação seria – como é previs-to na mesma lei que criou o regime de partilha – que a própria Petrobras assumisse, majoritariamente, a explora-ção daquelas reservas. No leilão do Campo de Libra, em

troca das expensas com a exploração e extração do petróleo, o consór-cio vencedor ficará com 58,35% do lucro do óleo retirado do campo, e a União, com 41,65%. Este era o percentual mínimo fixado no edital do leilão; como só um consórcio, o vencedor, participou do processo, não houve ofertas melhores. Para os

críticos situados no espectro político progressista e nacionalista, a União poderia ficar com uma fatia maior – e portanto teria mais receitas para investir em educação e saúde – se o monopólio da exploração fosse assegu-rado à Petrobras.Os defensores do leilão argumentam

que a Petrobras não teria capital para entrar sozinha na empreitada, o que é rechaçado pelos críticos do espectro político mais à esquerda. Parte desse grupo questiona também a preocupa-ção do governo em iniciar o quanto o antes a exploração do Campo de Libra. Nem os casos de espionagem do governo norte-americano no Brasil, que vieram à tona em setembro, fize-ram o governo brasileiro cogitar em, por prudência, cancelar ou pelo menos suspender o processo de exploração de recurso tão estratégico geopoliticamente como é o petróleo.Para os críticos situados no campo

da esquerda, o governo brasileiro viu no leilão do Campo de Libra uma fonte de receita para fechar o ano com superávit primário – um dos

Consórcio firmado para a explora-

ção do petróleo no Campo de Libra

está longe de ser um consenso, e evi-

dência preocupação do governo em

assegurar o superávit primário das

contas públicas; Para Dilma, com

previsão de investimentos em saúde

e educação, Brasil tem um ‘passa-

porte para o futuro’

LEILÃO PARA GARANTIR CONTAS NO AZUL

Por Wagner de Alcântara Aragão

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5brasilobserver.co.uk

BBC – Rede britânica destacou que o leilão teve lance único e a presença da Força de Segurança Nacional para conter manifestantes, questionando se uso do aparato militar era bom para o país que

vai receber a Copa.

Financial Times – Jornal considerou que “o resultado é mais positivo do que o esperado para o Brasil, mostrando que o novo regime regulatório, considerado oneroso por alguns, foi capaz de atrair o

interesse privado”.

The Washington Post – Site do jornal americano também salientou o regi-me de partilha: “A decisão conseguiu desencorajar os críticos, que dizem que as regras novas assustaram os poten-ciais investidores”.

DA CONCESSÃO À PARTILHA

A exploração do petróleo no Brasil já vi-veu tempos de maior controle do governo e outros de menor presença do Estado.

1930 a 1953 – Exploração sob o regime de concessão1953 – Com a criação da Petrobras, por Getúlio Vargas, o petróleo passa a ser monopólio da União

1997 – Lei do governo Fernando Hen-rique Cardoso acaba com o monopólio estatal e reestabelece o regime de con-cessão

2008 – Com a descoberta de petróleo na camada pré-sal, o governo Lula re-solve trazer de volta ao Estado maior domínio sobre o petróleo

2010 – É instituída, ainda no governo Lula, a lei que cria o regime de partilha

fundamentos da política macroeconômica brasileira, vigente há quase 20 anos e duramente combatida pelos desenvolvi-mentistas. Mais do que garantir recur-sos para a educação e saúde, oriundos dos royalties – e que demorarão anos para serem faturados –, a preocupação do governo no momento era garantir dinheiro para alcançar o tal superávit.É justamente do bônus de assinatura

do contrato com o consórcio vencedor do leilão, fixado em R$ 15 bilhões, que virá esse reforço ansiosamente desejado pelo governo. As palavras do secretário de Tesouro Nacional, ditas à Agência Brasil, mostram que não estava errada a análise dos que enxergavam, na defesa do leilão pelo governo, a certeza de que entraria dinheiro para o superávit primário como fundamental razão (ainda que pouco explícita). “Pre-tendemos cumprir a meta [de superávit] do ano (…) Nos próximos meses, há receitas bem fortes, principalmente do leilão de Libra”, disse Arno Augustin. Em tempo: superávit primário (saldo

positivo entre a arrecadação do Tesou-ro Nacional e as despesas, sem contar

os juros da dívida) é o sinal que o governo dá ao mercado financeiro de que mantém o compromisso de pagar a dívida pública, composta sobretudo por títulos negociados com instituições financeiras nacionais e estrangeiras.

NA IMPRENSA INTERNACIONAL

Consórcio formado pelas empresas Shell, Total, CNPC, CNOOC e Petrobras foi o vencedor da 1ª Rodada de Licitação do Pré-Sal referente a área de Libra, na Bacia de Santos (foto abaixo e mapa)

Manifestantes protestam em passeata no centro do Rio contra o leilão do Campo de Libra

REGIÃO DO

PRÉ-SAL

L o c a l a p rox i m a d od o C a m p o d e L i b ra

fotos: Agência Brasil

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6 brasilobserver.co.uk

EDUCAÇÃO

BRASIL NO UK

Ciência sem Fronteiras: Primeiras impressões

Programa do governo federal trouxe 1.700 estudantes bra-sileiros para o Reino Unido

em setembro dentro da moda-lidade graduação sanduíche; passadas as primeiras sema-nas de adaptação, o Brasil Observer conversa com alu-nos e professores e constata

que a relação começou com o pé direito.

Bom comportamento, facilidade de adaptação e familiaridade com o inglês. Estas foram algumas das características observadas nos estudantes brasileiros pelo professor chefe da Escola de Engenharia, Design e Sistemas de Manufatura da Bir-mingham City University (BCU), Parmjit Chima. “Todos os estudantes se compor-tam muito bem nas salas de aula e nos laboratórios. Eu fiquei mais surpreso com a rapidez com que eles se adaptaram não só ao ambiente da faculdade, mas à vida no Reino Unido. Eles estão aproveitando a nova experiência de ensino e aprendizado, especialmente pelo fato de que estão tendo a engenharia ensinada em inglês pela pri-meira vez”, disse o professor. Ele ressaltou ainda os benefícios da

iniciativa para a economia brasileira. “Irá desenvolver a próxima geração de gradua-dos que irão impulsionar a economia em diversos setores durante a segunda década do século 21 e além deste período. Estou muito ansioso para continuar a trabalhar com os estudantes, acadêmicos e Ciência sem Fronteiras para fazer do programa uma experiência educacional de ponta para todos os participantes”, ressaltou Chima. Se os professores estão satisfeitos, os

alunos estão ainda mais contentes com a oportunidade de estudar fora do país. Em setembro, 1.700 brasileiros desembarcaram no Reino Unido para fazerem um ano de curso na modalidade graduação sanduíche. Bruno Gomes, de 19 anos, morador de

Uberaba, foi um deles. Ele contou que a recepção feita pela faculdade atendeu suas expectativas. “A faculdade já sabia que eu viria antes e quaisquer necessidades minhas foram atendidas com rapidez. E o melhor: na maioria dos casos eles sabiam o que estavam fazendo. Não tinha aquela questão de ‘não estamos preparados para isso’”,

afirmou o estudante que cursa Biomedicina na Universidade Federal do Triângulo Mi-neiro e está estudando na Universidade de Durham, no norte da Inglaterra.Os estrangeiros também recebem su-

porte da universidade, mas a comunidade brasileira é ainda a melhor forma de pedir ajuda quando necessário. “A gente acaba recorrendo mais uns aos outros do que a essa comunidade internacional, por ser mais prático”, disse Gomes. No quesito aco-modação, Bruno tem seu próprio quarto e alimen-tações na própria faculdade. “Nos tira um pouco a liberdade em re-lação aos horári-os, mas nos traz muita facilidade e até certa mor-domia. Afinal, dos afazeres do-mésticos, nos so-brou organizar o quarto e lavar as roupas”, comen-tou. Mas o que

mais impressionou o brasileiro foi a quali-dade do ensino e o preparo dos docen-tes. “Os professores que conheci são todos muito bons e dominam os assuntos. Certa vez, um deles estava explicando a matéria baseado em um artigo quando nos contou que ele tinha sido o autor de tal desco-berta. Para nós alunos, especialmente para mim, foi um ‘espanto’ muito positivo”, afirmou, destacando a diferença com sua universidade no Brasil, onde o ensino é

baseado em livros. Outra aluna que tem aproveitado a vida

estudantil na terra da rainha é Marília Passos, 23 anos, que estuda Arquitetura e Urbanismo na Universidade de São Paulo (USP). Depois de uma passagem tranquila pela imigração, em que ela só precisou mostrar alguns documentos emitidos pela faculdade e pelo programa, a estudante passou por uma semana intensa de adap-

tação à vida acadêmica i n g l e s a . “ F o r a m e v e n t o s dedicados à in tegração de novos estudantes e alguns es-peciais para es tudantes internacio-nais, que são muitos aqui”, contou ela, que está matriculada na Kingston University, em Londres. S e g u n -

do Marília, o ensino difere bastante do brasileiro quanto à didática. “O foco na parte teórica é menor. Geralmente, temos uns 20 minutos de teoria e [os professo-res] já nos passam um trabalho a respeito do que foi dito. Temos mais trabalhos e estudos independentes aqui e menos horas de aula. O lema da universidade é o de aprender através da prática, então o estudo independente é bastante forte”, comparou.VETERANA

Não são apenas alunos novatos que elo-giam o sistema de ensino, acomodação e universidade. Nathália Gobbetti, de 22 anos, cursa Farmácia na USP e chegou ao Reino Unido em janeiro desse ano para estudar na Universidade de East Anglia (norte da Inglaterra), e também se diz bas-tante satisfeita com sua experiência. Porém, quase no final de seu período de estudos (Nathália voltará para o Brasil em dezem-bro), ela já consegue identificar pontos em que o ensino nacional, pelo menos em sua opinião, não deixa a desejar. “Os professores são muito bons, mas

assim como no Brasil, alguns tem mais didática do que outros. A interação pro-fessor-aluno durante as aulas é pouca, mas eles são bem acessíveis no ambiente extra-classe”, analisou. Nathália chama atenção ainda para o

fato de as aulas serem mais curtas e como o estudo por conta é incentivado. “O esquema se baseia em aulas de, no máximo, duas horas, mas a maioria dura apenas uma hora. As aulas focam em uma apresentação geral do conteúdo e o dire-cionamento do aluno dentro do assunto, esperando-se que o aluno estude sozinho”, explicou. Para ela, o ponto mais discrepante entre

os sistemas didáticos é a forma de avalia-ção. Isso porque a maioria das disciplinas é anual e as provas acontecem apenas no final do curso, cobrindo o conteúdo do ano inteiro. “Neste ponto, eu prefiro o sistema brasileiro, uma vez que o aluno é avaliado continuamente ao longo do se-mestre”, ponderou.

Por Nathália Braga

Marília Passos, 23 anos, está matriculada na Kingston University, em Londres

Bruno Gomes, 19 anos, estudante da Universidade de Durham; na foto ao lado, seu quarto

Fotos: arquivo pessoalNathália Gobbetti, 22 anos, estuda na Universidade de East Anglia e já é considerada veterana

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7brasilobserver.co.uk

OPORTUNIDADE

Reino Unido busca empreendedores brasileiros

UK NO BRASIL

Desenvolvido pelo UK Trade & In-vestment, programa Sirius oferece financiamento para que jovens em-preendedores possam realizar seu sonho de negócios no Reino Unido; entre as facilidades oferecidas está apoio financeiro de 12 mil libras.Da assessoria do Consulado Britânico em São Paulo

O UK Trade & Investment (UKTI), departamento do Con-sulado Geral Britânico em São Paulo, está em busca das men-tes mais brilhantes do mundo dos negócios que queiram colocar suas ideias em prática no Reino Unido. O Programa Sirius (Sirius Programme) é um dos pacotes de investimento mais abrangentes do mundo destinado a recém-forma-dos ou estudantes que estejam no último ano do curso de graduação, mestrado ou programas de pesqui-sa e chega pela primeira vez ao Brasil para apoiar grandes ideias.Com objetivo de atrair o mel-

hor talento empresarial do mundo para o Reino Unido e criar a próxima geração de grandes em-preendedores, o programa oferece aos candidatos aprovados um pa-cote de apoio de 12 meses de duração, incluindo investimento de 12 mil libras, suporte para capta-ção de clientes, ajuda na obtenção do visto e na mudança para solo britânico.“O Reino Unido é um dos mel-

hores lugares do mundo para se tornar um empreendedor. Nosso objetivo é atrair pessoas talentosas

que possuam curso superior para montarem e construírem aqui seus negócios”, disse Nick Baird, CEO do UKTI global. “O Programa Sirius, do UKTI, será um dos mais completos pacotes de apoio para a abertura de negócios ofer-ecidos mundialmente e também o melhor da Europa”, concluiu. As vagas serão oferecidas men-

salmente, entre outubro de 2013 e janeiro de 2014 e os projetos inscritos serão avaliados e sele-cionados por um painel de es-pecialistas. O Programa Sirius tem a meta de, já em seus dois primeiros anos, atrair centenas de empresários para o Reino Unido, estimulando a geração de novos empregos.“A minha experiência de abrir a

Bossa no Reino Unido foi muito positiva e nada burocrática. O processo foi muito rápido: em uma semana, eu estava com a empresa montada e basicamente pronta para começar a operar, contratar funcionários e criar os jogos”, afirmou Roberta Lucca, cofundadora da Bossa Studios, empresa de desenvolvimento de jogos sediada na região da Tech

As vagas serão oferecidas mensalmente, entre outubro de 2013 e janeiro de 2014

City, no leste de Londres.“Apesar de todas as fac-

ilidades que o país oferece para a abertura de novos negócios, o Programa Sirius torna o processo ainda mais fácil e representa uma grande oportunidade para o em-preendedor de ter o respaldo

do próprio governo britânico, algo que teria feito toda a diferença quando eu com-ecei”, conclui a empresária.O Programa Sirius é par-

te do compromisso do UK Trade & Investment de apoiar o talento de pessoas de todo o mundo que pos-

suam curso superior, ajudan-do jovens a tornarem suas ideias de negócios uma reali-dade no Reino Unido.Para mais informações so-

bre o programa, acesse www.siriusprogramme.com.

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8 brasilobserver.co.uk

PERFIL

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‘Fizemos nossa parte’ Diretor Paulo Henrique Fontenelle esteve em Londres para lançar o filme ‘Dossiê Jango’, que investiga a morte de João Goulart, presidente do Brasil deposto pelo golpe militar de 1964. Em entrevista exclusiva ao Brasil Obsever, o cineasta comenta sobre a investigação feita para o documentário e diz que no país “a história é sempre empurrada para debaixo do tapete”.Entrevista e Foto: Rômulo Seitenfus

O cineasta e diretor Paulo Henrique Fontenelle esteve em Londres no fi-nal de setembro para lançar seu filme ‘Jango Report’ (em português, ‘Dossiê Jango’), na quinta edição do Brazilian Film Festival. Trata-se de um documen-tário de cunho investigativo, produzido em três anos, que apresenta inúmeros indícios e depoimentos defendendo a tese de que a morte de João Gou-lart, em 1976, fora causada por enven-enamento, e não por ataque cardíaco – como foi divulgado oficialmente.Nesta entrevista exclusiva, Paulo Henrique Fontenelle argumenta sobre as fortes evidências apresentadas no filme; fala sobre a troca de remédios que teria causado a morte de Jango, refletindo sobre as mortes sequenciais de líderes e companheiros políticos de Goulart pela Operação Condor; cita também a preocupação dos Estados Unidos de controlar os movimentos esquerdistas brasileiros da época e se diz esperançoso sobre a Comissão da Verdade, que divulgou recentemente a exumação do corpo do ex-presidente, a ser realizada no dia 13 de novembro.Este é mais um capítulo da ditadura sendo desvendado, pois há depoimen-tos, há sobreviventes, há investigações. Neste caso específico, se confirmada a morte por envenenamento, ficará provado que os vilões que torturaram e exterminaram tantos cidadãos se es-queceram de pensar em apenas um detalhe: a história.

O principal foco do documentário é a possibilidade de João Goulart ter sido assassinado. Um antigo espião da polí-cia uruguaia, Mário Neira Barreiro, fala em depoimento que presenciou a troca de remédios que teria causado a morte de Jango, ordenada pelo então delegado do Dops de São Paulo, Sér-

gio Fleury, com autorização do então presidente brasileiro, Ernesto Geisel, em plena atividade da Operação Con-dor (aliança político-militar em países da América do Sul contra os movi-mentos de resistência às ditaduras da região). Como ocorreu o contato com o ex-agente?Ele é um ex-agente secreto uruguaio que está preso em Porto Alegre e afirma esse fato; quem nos apresentou essa pessoa foi o João Vicente, filho do João Goulart; o Jango realmente era cardía-co, mas se cuidava muito, não seria o momento para morrer do coração. Se-gundo esse depoimento, a polícia se-creta do Uruguai conseguiu confiscar um frasco do remédio e trocou apenas um comprimido por outro que tinha uma substância letal para acelerar o proces-so cardíaco, forçando um enfarto.

O filme enfatiza inúmeras outras evi-dências que defendem a possibilidade de ter ocorrido um assassinato, en-tre elas a ausência de uma autópsia, a resistência ao corpo ser enterrado no Brasil, o adiamento da chegada do caixão em solo brasileiro sob vigilân-cia militar e o fato de 19 pessoas que estavam ligadas ou envolvidas com a morte, e que poderiam desvendar as contradições, terem morrido de for-mas suspeitas...Sim. O caixão do Jango nem pôde ser aberto. Segundo o depoimento do uru-guaio, a possibilidade de ser detectada a substância do remédio no corpo levaria até 48 horas, então foi adiado ao máxi-mo esse tempo. O depoimento de Leonel Brizola diz que Jango estava recebendo ameaças por telefone, além de amigos políticos exilados terem sido assassina-dos na mesma época, num contexto em que os Estados Unidos começaram a re-tirar o apoio às ditaduras na América

Latina, quando Jimmy Carter, o presi-dente norte-americano, foi eleito e, possivelmente, teriam eleições diretas; esse pessoal que estava sendo caçado voltaria ao poder e provavelmente os militares perderiam, sendo julgados. Na América Latina morreram vários líderes políticos, com bombas, acidentes de car-ro ou envenenados; parceiros de Jango morreram assassinados.

Os planos de Jango retornar ao Bra-sil – após dez anos no exílio com o objetivo de reconquistar o poder de forma democrática – incomodava seus opositores que o haviam deposto do cargo com o golpe militar de 1964. A possibilidade desse retorno poderia ser o pivô do suposto assassinato em 1976? Afinal, o filme mostra que em um espaço de alguns meses morreram Juscelino Kubitschek, João Goulart e Carlos Lacerda, os três que forma-vam uma aliança para reestabelecer a democracia...Sim. O Juscelino num acidente de carro nunca muito bem explicado, o Jango num acidente de coração e o Carlos Lacer-da, que faleceu após tomar uma vacina dentro de um hospital. Penso que sim; fizemos o filme exatamente para isso, para todos tirarem suas conclusões.

Enquanto outros países já fizeram justiça há muito tempo, o Brasil so-mente agora fala em investigações. No mês de maio finalmente a Comissão da Verdade divulgou o pedido da exumação do corpo de João Goulart. Você acredita que esse caso ainda será completamente esclarecido?É bom lembrar que na Argentina o jul-gamento dos militares que torturaram aconteceu em 1985, logo após a ditadu-ra; no Uruguai também ocorreu isso. O Brasil é o país mais atrasado nesse sen-

tido; já se passaram mais de 25 anos de democracia e nunca foi investigado para dizer exatamente o que aconteceu, sendo a história sempre empurrada para baixo do tapete. A família está pedindo a exu-mação do corpo do Jango há mais de dez anos e agora talvez saibamos a verdade. Espero ser possível a eficácia do resul-tado após passar tanto tempo da morte.

Mesmo tendo passado tantos anos, penso que não é somente a exumação do corpo que pode comprovar o assas-sinato. Certamente deve ser exumado, mas, além disso, outras formas de in-vestigação devem ser feitas paralela-mente...Sim. Seria importante ouvir os agentes da CIA [Agência Central de Inteligência Americana] que são citados em vários documentos como participantes de as-sassinatos na América Latina, e que já foram ouvidos em outros países, como no Chile, por exemplo. Você sente a contribuição do seu filme para a realização dessas investiga-ções?Sim, muito! Quando lançamos o filme no Festival do Rio, integrantes da Comissão da Verdade estiveram pre-sentes, e eles saíram confiantes da sala do cinema após assistirem ao docu-mentário, almejando dar continuidade ao processo. Estou com a sensação de que fizemos e estamos fazendo a nossa parte, cumprindo o nosso papel.

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NEGÓCIOS

CAPA

Com Copa do Mundo e Jogos Olímpicos a caminho, o Brasil tem um dos anos de maior relevância no World Travel Market; pri-meira edição da feira em São Paulo impul-siona negócios para a região das Américas e Caribe, que devem girar em torno de 500 milhões de libras no próximo ano

Da Redação

Realiza-se em Londres de 4 a 7 de novembro a 34ª edição do World Travel Market (WTM), maior evento global da indústria do tur-ismo que reúne todo ano os líderes do setor no centro de exposição Excel, na região leste da capital britânica. Trata-se de uma grande oportunidade para negócios entre operadores turísticos e também para exposição de países que bus-cam no turismo uma maneira de diversificar e incrementar o cresci-mento econômico. Entre os países ali representados, o Brasil figura em destaque, tendo pela frente os dois maiores eventos esportivos do planeta e uma expectativa de atrair 600 mil visitantes durante os 30 dias de Copa do Mundo em junho e julho do ano que vem.“Como um destino emergente, vejo o Brasil ficando cada vez mais forte dentro do mercado euro-peu”, disse o diretor de exibição do WTM, Simon Press, ao Brasil Observer. “Baseados em uma pes-quisa conduzida junto a expositores e compradores dentro do WTM podemos dizer que o sucesso dos Jogos Olímpicos de Londres 2012 tem tido um impacto positivo so-bre a visão da indústria em rela-ção ao Brasil e o Rio de Janeiro como destinos turísticos durante a Olimpíada de 2016”, completou. Este ano, o WTM deve atrair mais de 5 mil expositores, quase 30 mil visitantes e 3 mil jornalistas; ao todo, há representantes de 182 países. A expectativa em relação aos acordos comerciais é de que fique em torno do que foi gerado pelo evento no ano passado. Se-gundo a organização da feira, o WTM 2012 gerou £ 1,8 bilhão em “business deals”, em contratos as-sinados durante o evento e até o início do WTM 2013.Ainda no que diz respeito aos acordos fechados no último cic-lo, o WTM possibilitou negócios para Américas e Caribe que so-mam £ 585 milhões, um expres-sivo aumento de 30% em relação ao WTM 2011. Tal crescimento se explica pela realização da primeira edição do World Travel Market Latin America, que aconteceu em abril deste ano em São Paulo – a segunda edição também ocorre na cidade em abril do ano que vem.No WTM 2013, mais de 60 ex-positores são do Brasil, entre eles a Embratur, órgão do Ministério do Turismo responsável pela divulga-ção do país no exterior, e diversos

Estados da federação, como Rio de Janeiro, Mato Grosso, Amazo-nas e Minas Gerais, entre outros. Das empresas privadas, um dos destaques é a Match Connections, empresa do Grupo Águia que entre os serviços oferecidos tem a co-mercialização de camarotes corpo-rativos para os jogos da Copa do Mundo de 2014.Além disso, duas sessões chave do evento terão o Brasil no centro do debate. Uma delas é “The Grow-ing Pains of Brazil”, cuja propos-ta é analisar de que maneira o crescimento da classe média teve papel fundamental na consolidação econômica do país e apontar onde estão as oportunidades de negócios para empresas de turismo. A outra é “Next stop Brazil – 2014 FIFA World Cup update”, que tem o objetivo claro de fazer uma revisão do planejamento do país para rece-ber o mundial.

Gringos no Brasil Diante de pesquisas que mostram mês a mês que os turistas brasileiros gastam cada vez mais em viagens ao exterior – foram mais de US$ 2 bilhões em setem-bro deste ano, maior para o mês desde 1969, e mais de US$ 18 bilhões no acumulado do ano – vale perguntar: mas e o contrário? Quanto os turistas estrangeiros es-tão gastando no Brasil?De acordo com dados do Banco Central, turistas estrangeiros gasta-ram no Brasil R$ 7 bilhões (cerca de £ 2 bilhões) nos primeiros seis meses de 2013. Ainda que mui-to abaixo do que é gasto pelos brasileiros no exterior, foi o mel-hor número já registrado para o primeiro semestre, um aumento de 9,6% em comparação ao mesmo período do ano passado. “A Copa das Confederações em junho teve grande impacto sobre este aumento”, disse na ocasião o presidente da Embratur, Flávio Dino. “Já teríamos quebrado o recorde anual se considerássemos apenas os resultados até maio, mas, sem dúvida, a Copa das Con-federações contribuiu bastante para esse desempenho, não apenas no que diz respeito aos gastos em dias de jogos, mas também como resul-tado da visibilidade que o país está ganhando no exterior”, completou. Em 2012, o Brasil recebeu a vis-ita de 5,7 milhões de turistas es-

BRASIL SE MOSTRA EM LONDRES PARA O SETOR

TURÍSTICO

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BRASIL SE MOSTRA EM LONDRES PARA O SETOR

TURÍSTICO

trangeiros. A expectativa é que este número supere os 6 milhões em 2013, segundo a Embratur. No que diz res-peito ao número de turistas britânicos que visitam o Brasil, em 2012 o país recebeu mais de 150 mil visitantes do Reino Unido, um aumento de 4% em relação a 2011.Para Simon Press, diretor de ex-posição do WTM, o número ainda é bastante baixo. “Os principais prob-lemas que posso detectar para o Brasil atrair turistas estrangeiros seriam os problemas de infraestrutura que tor-nam mais difíceis as viagens dentro do país e o custo elevado da viagem a partir de muitas cidades europeias”, afirmou Simon. O clima do WTM, porém, é de otim-ismo. Simon é enfático ao dizer que dados colhidos junto aos operadores de turismo inscritos no WTM 2013 apontam para um significante interesse em fazer negócios no Brasil, princi-palmente durante os Jogos Olímpicos do Rio 2016. De acordo com ele, quase 40% dos executivos do setor estão mais inclina-dos a vender pacotes de viagens que coincidam com os jogos. Além disso, mais de 25% deles estão tão confi-antes do sucesso do Rio como cidade-sede que não vão esperar os resulta-dos da Copa do Mundo de 2014, ao passo que 28% estão considerando au-mentar a capacidade para o Rio, mas vão esperar ver como se desenrola o mercado no mundial. No que diz respeito aos turistas, 18%

deles disseram que Londres 2012 fez com que eles se tornassem mais inclinados a via-jar ao Rio de Janeiro para acompanhar os Jogos Olímpicos de 2016.

Copa do Mundo Estudo feito pela Em-bratur revela que a expectativa de gastos por turistas domésti-cos e internacionais no Brasil durante os 30 dias da Copa do Mundo de 2014 é de R$ 25,2 bilhões (aproximadamente £ 7 bilhões). Baseados no gasto médio de turistas em grandes eventos no

Brasil, assim como nos gastos de turistas na Copa de 2010, os econo-mistas da Embratur estimam que os turistas brasileiros gastarão R$ 18,2 bilhões (£ 5,1 bilhões), enquanto os estrangeiros devem desembolsar R$ 6,85 bilhões (£ 1,9 bilhão). De acordo com a entidade, o valor supera os investimentos públicos para a Copa, estimados em R$ 22,5 bilhões. Estima-se que 25 mil ingleses viajarão para o Brasil para assistir à Copa do Mundo de 2014. Para isso, porém, terão que colocar a mão no bolso (leia reportagem na página 12).

“Como um destino emergente, vejo o

Brasil ficando cada vez mais forte dentro do mercado

europeu”

Em 2012, foco da Embratur em ex-posição no World Travel Market já era a

Copa do Mundo de 2014

Simon Press – Diretor de exibição do WTMR$ 7 bilhões

Foram gastos por turistas estrangeiros no Brasil nos seis primeiros meses de 2013

R$ 6,85 bilhões

Deve ser o gasto de turistas estrangeiros no Brasil durante a os 30 dias da Copa do Mundo de 2014

5,7 milhões

De turistas estrangeiros visitaram o Brasil em 2012. Número deve passar de 6 milhões em 2013

155.488

Turistas britânicos visitaram o Brasil no ano passado. Cerca de 25 mil são aguardados para a Copa

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A CAMINHO DA COPA

A seleção da Inglaterra de futebol fez seu torcedor sofrer ao longo das Elimina-tórias Europeias para a Copa do Mundo de 2014. Mas, ao final, os torcedores ingleses puderam festejar a classificação para o Mundial no Brasil. Entretanto, participar do evento de perto será um luxo para poucos torcedores do English Team.Se optar por pacotes de viagem co-

mercializados por agências de viagens no Reino Unido, que são as opções mais baratas do que comprar diretamente pas-sagens aéreas, um torcedor deverá gastar

entre £ 7.000 e £ 10.000 em um pacote para a primeira fase do torneio, entre 12 e 16 dias. São pacotes que garantem es-tadia e transporte para as cidades-sedes, mas não incluem os ingressos – comer-cializados exclusivamente pela Fifa.Empresas como Thomson Sport estão

oferecendo pacotes de viagens a partir de £ 6,995 para adultos (e a metade do preço para uma criança), que incluem estadia completa de 16 dias na Costa do Sauípe (na Bahia) e passagens aéreas de ida e volta mais viagens para as três cidades-sedes da fase de grupos do Mun-

CUSTO ALTO

Mão no bolso para ir à Copa Ingleses que quiserem assistir à Copa do Mundo de 2014 no Brasil terão de desembolsar entre £ 7 mil e £ 10 mil em pacote para primeira fase do torneio; para os brasileiros que moram no Reino Unido, preço ficaria menos salgado por conta da acomodação, mas é preciso ficar atento ao sorteio de ingressos.Por Renato Brandão

dial, mas não incluem ingressos para essas três primeiras partidas. Outras agências oferecem pacotes mais “mo-destos”, como o caso do pacote mais básico da Infinity Tours, com seis noites de acomodação em hotel três estrelas, café da manhã e transporte de ônibus entre duas cidades – válido para a fase de grupos da Copa.Estima-se que 25 mil torcedores

ingleses viajem para o Brasil para acompanharem a Copa do Mundo – mesmo número de fãs que estive-ram no Mundial da África do Sul, em 2010, embora na época fossem esperados 40 mil ingleses no país africano.Como ainda não foi realizado o

sorteio da Copa, não é possível saber em quais cidades a seleção inglesa vai atuar, então um dos principais de-safios para o torcedor será as viagens pelo Brasil, quinto maior país em ex-tensão territorial do mundo. Se estiver hospedado no Rio de Janeiro e tiver de ir a São Paulo (sudeste), Porto Alegre (sul) e Fortaleza (nordeste), o torcedor terá de percorrer 276 milhas, 985 milhas e 1.627 milhas, respecti-vamente.Por conta disso, não deve compen-

sar comprar passagens diretamente com as companhias aéreas. Em todo o caso, a British Airways e a TAM são as duas únicas empresas aéreas que oferecem voos diretos para o Rio de Janeiro e São Paulo saindo de Heathrow – um voo diário da BA ou da TAM varia entre £ 600 a £ 1.600.Em relação à acomodação, um hotel

de três estrelas deverá custar pelo me-nos £ 400 por noite, ou seja, o torce-dor inglês precisará desembolsar pelo menos mais de £ 4.800 em um quarto individual só para os 12 a 15 dias da fase de grupos. Hotéis mais luxuosos devem cobrar diárias de até £ 800.Resta ainda garantir os ingressos

para o evento, adquiridos exclusiva-mente pelo site oficial da Fifa. O bilhete da categoria 1 (mais caro) para ver a decisão no Estádio do Maraca-nã, no dia 13 de julho, estará 60% mais caro do que o valor do ingresso pago para

ver França e Brasil na final do Mun-dial de 1998.O torcedor inglês terá duas opções

de compra no site da Fifa. Uma delas é escolher um pacote que inclua sete partidas – três da fase de grupos, uma das oitavas-de-final, uma das quartas-de-final, uma da semi-final e a final. Nesse formato, no qual não há garan-tia de que ele assista a um duelo com a Inglaterra em campo, ele deverá pagar pelo menos £ 784 – se adquirir os ingressos da categoria 3, que são os mais baratos. A segunda opção é comprar apenas

bilhetes para as três partidas iniciais da Inglaterra na fase de grupos, onde o torcedor pagaria £ 186 (categoria 3), £ 278 (categoria 2) ou £ 362 (categoria 1).O primeiro lote de pedidos foi aber-

to em 20 de agosto passado e teve mais de 6,2 milhões de solicitações – sendo mais de 70% feitos no Brasil e 1,5% (quase 97 mil) realizados a partir da Inglaterra, que teve a sex-ta maior demanda no total. No total serão sorteados e vendidos 1 milhão de entradas nessa primeira rodada. Outros 2,3 milhões de bilhetes serão disponibilizados em outras fases – a primeira delas agendada para o dia 11 de novembro.

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REPESCAGEM

A CAMINHO DA COPA

Quem vai para o baile?

Dos 32 países que serão representados na Copa do Mundo no Brasil, 21 já garantiram seus lugares; entre as seleções que ainda têm chances de se clas-sificar estão duas campeãs mundiaisPor Antonio Veiga

Faltando oito meses para a bola rolar no Brasil, 21 países já têm presença garantida na Copa do Mun-do. As últimas rodadas das eliminatórias foram tensas, como inevitavelmente deveriam ser, e confirmaram a presença de campeões e novatos no mundial do ano que vem. Da América do Sul, garantiram-se Argentina, Co-

lômbia, Chile e Equador, além do Brasil, que é país-sede. Da Concacaf, que reúne países das Américas do

Norte e Central, classificaram-se EUA, Costa Rica e Honduras. Da Ásia, vão para Copa o Japão, a Coréia do Sul, o Irã e a Austrália - que não disputa mais as eliminatórias da Oceania. E, por fim, da Europa, estarão presentes Bélgica, Itália, Alemanha, Holanda, Rússia, Suíça, Inglaterra, Bósnia-Hezergovina e a atual campeã, a Espanha.O único continente que ainda resta definir os seus

representantes é a África, de onde sairão cinco clas-

sificados dos jogos: Tunísia x Camarões, Etiópia x Nigéria, Gana x Egito, Costa do Marfim x Senegal, e Burkina Fasso x Argélia.No entanto, outras seleções ainda terão a última

chance de carimbar o passaporte rumo ao Brasil, na re-pescagem. Entre elas, as duas únicas campeãs mundiais que ainda não estão confirmadas na próxima Copa, a França e o bicampeão Uruguai.

Sueco Ibrahimovic e português Cristiano Ronaldo vão ficar frente a frente por uma vaga

O duelo que será definido em terras romenas promete ser muito truncado, devido às características defensivas das seleções. O time grego é um pouco mais experiente, disputou a última Euro, em que chegou a sonhar – em vão – com vôos maiores. Sem ir à uma Copa desde 1998, a Romênia sonha em reviver os momentos de glória, quan-do era comandada pelo craque Hagi.

Os franceses têm a missão de não repetir a vergonha de quatro anos atrás, quando dependeram de grande ajuda da arbitragem para ir à África do Sul. Um gol de mão de Henry le-vou os azuis ao Mundial, eliminando a Irlanda. Mas a mandinga dos ir-landeses foi tão grande que a França passou vergonha em terras africanas.

Enquanto o envelhecido time da Ucrânia apostará no seu futebol pragmático de pouco erros de pas-ses, muita marcação e bola na área, os franceses depositam as suas espe-ranças em nomes consagrados, como Ribery e Benzema. São favoritos, mas o jogo passa longe de ser uma barbada.

O confronto entre portugue-ses e suecos é o mais imprevi-sível dos embates da repesca-gem. Nele será definida a maior ausência da Copa. Os craques Cristiano Ronaldo e Ibrahimo-vic vão medir forças e tentar levar suas equipes nas costas rumo ao mundial – algo que já estão bem acostumados. Os times possuem características semelhantes. São equipes me-dianas que apostam todas as suas fichas nos dois astros.

PORTUGAL X SUÉCIA (15/11 e 19/11)

A torcida da conhecida ca-misa quadriculada conta as horas para comemorar a pre-sença no mundial, enquanto o time tenta conter a euforia e prega respeito ao adversá-rio. O salto alto talvez seja o principal obstáculo que sepa-ra, hoje, o time dos Bálcãs da Copa do Mundo. Caso vença a Islândia, os croatas farão com-panhia aos vizinhos da Bósnia-Hezergovina, que disputarão sua primeira Copa.

CROÁCIA X ISLÂNDIA (15/11 e 19/11)

Uma das equipes mais tra-dicionais da história do futebol mundial, a seleção uruguaia por pouco não ficou fora da Copa que será disputada perti-nho de seu país. Se hoje é quase barbada que a Celeste supera-rá a Jordânia e irá ao Brasil, os uruguaios têm muito que agradecer ao time do Paraguai, que venceu a Venezuela fora de casa, confirmando os uruguaios na repescagem, após muitos trancos e barrancos.

URUGUAI X JORDÂNIA (13/11 e 20/11)

Dos principais times de rúgbi do mundo, os neozelandeses sempre passaram longe da Copa. Mas des-de que a Austrália passou a disputar as eliminatórias asiáticas, começou a ser possível almejar uma vagui-nha. E, assim, conseguiram em 2010, jogar a Copa da África do Sul. No entanto, a Nova Zelândia encarará uma pedreira pela fren-te. Afinal, os mexicanos têm mais tradição e mais costume de jogos importantes, pois além de já terem sediado duas Copas e estarem sem-pre jogando mundiais, ainda têm jogadores nos principais campeo-natos do mundo.

MÉXICO X NOVA ZELÂNDIA (13/11 e 20/11) FRANÇA X UCRÂNIA (15/11 e 19/11) GRÉCIA X ROMÊNIA (15/11 e 19/11)

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EDUCAÇÃO

CONECTANDO

Conectando o quê? Infor-mações, ideias, projetos, real-idades. Esta é a proposta que vem sendo posta em prática pelo Brasil Observer junto a estudantes, jornalistas, mídia-ativistas, movimentos sociais e culturais do Brasil, Reino Unido, Portugal, Irlanda e além.Um projeto que surgiu

da necessidade que todo brasileiro sente de explicar que o Brasil vai além de “samba, caipirinha e futebol”, ainda que sejam estereótipos extremamente convidativos. Da necessidade que sentimos de mostrar a diversidade do nosso país através dos olhos daqueles que lá vivem, bem como da necessidade que sentimos de mostrar o mun-do do lado de cá com uma visão mais verde e amarela.É o que entendemos por

“Experiência de Comuni-cação Glocal”, Conectando dois ou mais mundos.Glocalização (o que é

“Glocal”) é um neologismo que combina Global e Lo-cal. É um conceito que junta tendências globais às reali-dades locais. Dochakuka é uma palavra japonesa que diz que as técnicas aplicadas

para cultivar as terras devem se adaptar às condições lo-cais. Da mesma forma, nós acreditamos que o enten-dimento do mundo global passa pela percepção e en-tendimento das diferenças e semelhanças de cada um dos locais que o compõe.Uma comunicação “glo-

cal”, no nosso entendimen-to, seria então colocada em prática através de um veículo de comunicação em Londres, cidade que se posiciona no centro da globalização, mas que abriria espaço para di-versos jornalistas de diferen-tes regiões do Brasil e do mundo.Com o amadurecimento do

nosso website (www.brasilob-server.co.uk) e trabalho nas redes sociais, percebemos o quanto nosso trabalho é im-portante para a difusão de informações que de outra maneira não chegariam ao público internacional. Quem conheceria o hip-

hop de Ilhéus (Bahia) se não fossem os meninos de OQuadro aparecendo na cena musical underground de Lon-dres? Quem acreditaria que as maravilhosas praias de Santa Catarina também cor-

rem riscos ambientais se não fossem nossos colaboradores locais a dizer? Quem não se recordaria que Santa Ma-ria (RS) tem muito mais a mostrar do que somente o terrível acidente que assolou a cidade?Esses são alguns exemplos

que evidenciam o objetivo do projeto: circular informação através

de nossa mídia e aumentar a troca de conhecimento, bem como atuar como um ponto de ligação entre o brasileiro e o mundo exterior. Bus-camos descentralizar a co-municação, pois sabemos que o Brasil é muito maior que Rio-São Paulo, tanto quanto o Reino Unido vai além de Londres. Buscamos abrir es-paço de mídia para que mais vozes mostrem a realidade em que vivem, e que as-sim possamos montar esse quebra-cabeça cada vez mais complexo do mundo global-izado e interconectado que vivemos – cheio de cores, culturas e sabores.

“Sou jornalista e colabora-dor do Brasil Observer. Tudo começou com o Projeto Co-nectando, um espaço jornal-isticamente democrático onde tudo e todos têm o devido es-paço. A equipe é fantástica, dão-me liberdade sobre os temas que quero escrever e estão sempre presentes para ajudar quando é preciso”.

Maxwell Quintão – Portugal

“O estágio universitário Erasmus com a equipe do Brasil Observer foi uma opor-tunidade única de acesso à realidade e ao ritmo profissional de um jornalista, dentro de uma das cidades mais motiva-doras e agitadas do mundo, que é Lon-dres. Fui encorajada a explorar a vida cultural e as teias de comunicação da ci-dade, entre várias comunidades e grupos sociais. É o estilo e o approach do jornal que o torna diferente entre todos os out-ros, e eu raramente teria aprendido tudo isso fora de um estágio como o que tive. Entre Inglaterra, Brasil e Europa, está tudo mais conectado do que se imagina”.

Heloisa Moraes – Portugal

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PROJETO CONECTANDO PROPÕE EXPERIÊNCIA DE COMUNICAÇÃO ‘GLOCAL’

COMO PARTICIPAR?Passo 1: Ter uma história para contar, seja ela relacio-nada à política, cultura, esporte, entretenimento, tecnolo-gia... Desde que tenha a ver com o local em que você vive, ou com um local que você visitou, sua história tem potencial para ser espalhada pelos quatro cantos do mundo.

Passo 2: Envie seu texto para [email protected]. Nosso time de editores vai avaliar o conteúdo e decidir se ele será publicado no website do Brasil Observer. Dependendo do caso, o material pode tam-bém ser publicado na edição impressa, seguindo as necessárias modificações para se enquadrar neste espaço. Caso você não tenha um texto pronto, mas uma ideia boa na cabeça, nosso time de editores ficará satisfeito em discutir a pauta com você e ajudá-lo a produzir o conteúdo.

Passo 3: Com a matéria publicada em nossas mídias, ajude-nos a aumentar a abrangência de sua história, divulgando o conteúdo nas redes sociais com amigos, familiares e todos que possam se interessar pela história que está sendo contatada.

QUEM PODE PARTICIPAR?Estudantes, jornalistas, mídia-ativistas e comunicadores em geral. Na verdade, todos àqueles que estejam interessados em mostrar sua visão da realidade, discutindo fatos, explorando notícias, relatando vivências.

“A parceria com o Brasil Observer aconteceu por acaso e foi a melhor e maior surpresa do ano de 2013 na minha vida. Por causa do entusiasmo do pessoal do jornal pude participar de dois dos principais festivais de cinema europeus: o de Berlim e o de Veneza. Além disso, voltei a escrever e a prati-car o jornalismo, atividade parada em minha vida justamente por falta de um veículo que me desse espaço”

Gabriela Lobianco – Irlanda

Por Roberta Schwambach

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foto divulagação

Brasil Observer

GUIDE

30 HOME THEATRES Created in Rio de Janeiro, Home Theatre Festival was a great success in its first UK edition, staging original performances in thirty homes across London. >> Read more on Pages 16 and 17

Criado no Rio de Janeiro, Festival Home Theatre foi um grande sucesso em sua primeira edição na Inglat-erra, levando performances originais para 30 casas em Londres. >> Leia mais nas páginas 16 e 17

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PERFORMING ARTS

Home Theatre Festival: from Rio to London

Festival aimed at mixing the aes-thetic and political gestures from Brazil and the UK, giving people the opportunity to experience theatre in a different way

taking place on the theatre’s new web platform stratfordeast.tv on Saturday 9 November. Kicking off at 8am, one performance will go live thirty minutes for the entire day, totalling more than fif-teen hours of theatre.“Home Theatre (UK) was about telling great

stories and the project captured these from across the capital. It was a great opportunity for artists and London audiences to come together, share a meal and have an open dialogue about their stories and the project. It’s been a great success and we’re already planning the next stage for this exciting project”, said Kerry Michael, Artistic Director at Theatre Royal Stratford East.Performances took place in a wide-variety of

homes, with hosts ranging from ages nineteen to seventy. This included a professional couple based in a new build in Islington, a born and bred Strat-ford family in their Victorian two up, two down, a houseboat on Regent’s Canal, a care home in Newham and a neuro-rehabilitation centre in Wand-sworth.Leytonstone resident, Daniel Tuffour, was one

of the hosts who volunteered to take part in the project said: “I’m so glad that I took part in Home Theatre. When Saturday arrived, I didn’t know what to expect. My performance artist re-ally captured my story in a way which I would never have thought was possible. The performance had everything I wanted to see. She sang, acted and took me and my friends on a roller-coaster of emotions. I’d definitely do it again.”More than seventy members of the public from

across the capital applied to take in the project and have a tailor-made performance created for

them in their own home, presented to an audi-ence of their choosing. As a pan-London project with the intention of linking together the capital’s boroughs, including some of the city’s less afflu-ent areas with Newham, (Theatre Royal Stratford East’s home borough), hosts were selected accord-ingly to reflect this aim.

Home Theatre UK is part of a series of projects developed in cooperation between Brazil and the United Kingdom, and developed both in the UK and Brazil.During Kerry Michael’s stay of in Brazil earlier

this year, she directed nine pieces for residents of the communities of Borel and City of God (paci-fied ‘favelas’ to the north of Rio). The project is also a result of cooperation with the Agency Network for Youth www.agenciarj.org, developed by Marcus Faustini.In London, Faustini has been part of projects

developed in partnership with other institutions, such as The Agency with BAC and Contact which worked with young people from suburban areas of London and Manchester. He also helped to make two documentary short films in partner-ship with Futura, one of which was an immersive piece on Brixton.The hope now is that everyone involved will retain

a dialogue with each other and help to build cultural

links and connections between the UK and Brazil.

The Home Theatre Festival first created in Rio de Janeiro aims at creating a shared space, bringing the audience into the creative process mixing approaches to life, language and arts. The Festival organisers brought these objectives with them when they presented their first edition in the UK.“We wanted to raise the discussion about what theatre is,

whether it’s about getting people into venues or if it’s possible to invent another means of experiencing theatre”, explained Mar-cus Vinicius Faustini, creator of its project, who was in London to oversee the festival.Home Theatre UK was a highly ambitious new project that

saw thirty, one-person shows staged in thirty homes across London on Saturday 26 October before moving into its second stage early this month, with a broadcast of all performances

BR - UK CONNECTION

By Brasil Observer

Performances took place in a wide-variety of homes, with hosts ranging in age from nineteen to seventy

Page 17: Brasil Observer #001 Portuguese version

17brasilobserver.co.uk

ARTES CÊNICAS

Festival Home Theatre: do Rio para Londres

Com objetivo de misturar estética e política dando a oportunidade para pessoas experimentarem o teatro de uma maneira diferente, o Festival Home Theatre tem sua edição inglesa

Stratford East. Basicamente, eles ouviram 30 pes-soas, que encenaram nas suas casas em diferentes localidades de Londres. No dia nove de novembro, o resultado será transmitido pela plataforma web stratfordeast.tv. A partir das 8am, a cada 30 minu-tos, uma gravação será lançada, totalizando mais de 15 horas de teatro.“Home Theatre UK é uma oportunidade de con-

tar grandes histórias e o projeto capturou isto por diversas áreas de Londres. Foi uma grande oportunidade para artistas e o público de Londres para se reunir, compartilhar uma refeição e ter um diálogo aberto sobre suas histórias e o pro-jeto. Tem sido um grande sucesso e já estamos planejando a próxima fase”, reflete Kerry Michael, Diretor Artístico.As performances ocorreram em uma ampla varie-

dade de casas, cujos anfitriões estão na faixa etária entre 19-70. Desta forma, mostrando novas reali-dades de gerações londrinas, como, por exemplo, um casal de profissionais que moram em um novo prédio em Islington, uma família nascida e criada em Stratford, uma “casa bote” no Regent’s Canal, uma casa de atendimento em Newham e um centro de neuro-reabilitação em Wandsworth.Daniel Tuffour, morador de Leytonstone, um dos

anfitriões que se voluntariaram para participar do projeto, disse: “Estou feliz por ser parte deste pro-jeto. Quando chegou sábado, eu não sabia o que esperar. O ator realmente captou minha história de um jeito que eu nunca pensei que seria possível. O desempenho teve tudo o que eu queria ver. Ela cantou, atuou e levou meus amigos e eu em uma montanha-russa de emoções. Eu definitivamente faço novamente”.

Mais de setenta pessoas de toda Londres fizeram inscrição para fazer parte do projeto e receber uma performance feita com exclusividade, criada por eles, em sua própria casa e apresentada para um público que a pessoa representada escolhesse. Como foi realizado em outro projeto com a inten-ção de conectar diferentes áreas de Londres, in-cluindo algumas mais ricas, como Newham, bairro sede do Theatre Royal Stratford East. Os anfitriões foram selecionados para refletir essa diferença.

O Home Theatre UK faz parte de uma série de projetos desenvolvidos em cooperação entre o Brasil e o Reino Unido. Durante a estadia de Kerry Michael no Brasil,

no início deste ano, o inglês dirigiu nove peças para moradores das comunidades do Borel e Ci-dade de Deus. Projeto que também é resultado da cooperação com a Agência Redes Para a Juven-tude www.agenciarj.org, desenvolvido por Marcus Faustini.Em Londres, Faustini acompanhou outros proje-

tos que desenvolve em parceria com outras institu-ições, como o The Agency with BAC and Contact – experiência inglesa da agência com jovens do subúrbio de Londres e Manchester. Além de rodar dois documentários de curta-metragem em parceria com o Canal Futura. Um deles é uma imersão no bairro de Brixton.

Criar um espaço compartilhado, aproximando o público do processo criativo de elaboração de uma cena dramática. Mistu-rar o gesto estético e político, pelo qual a vida e a linguagem artística tornam-se uma coisa. Estes são os objetivos do Festival Home Theatre, criado no Rio de Janeiro e que agora conta com sua primeira edição no Reino Unido. “Queremos levantar a discussão sobre o que é o teatro, se é

sobre a obtenção de pessoas em locais ou se é possível inventar outra maneira de dar às pessoas a oportunidade de experimentar o teatro”, explica Marcus Faustini, criador do Home Theatre no Rio e que esteve em Londres para acompanhar a versão inglesa do projeto, no final de outubro.O Home Theatre UK foi desenvolvido pelo Theatre Royal

CONEXÃO BR – UK

Da Redação

Photos: Divulgation

Page 18: Brasil Observer #001 Portuguese version

18 brasilobserver.co.uk

GRINGO’S VIEW

The leaks from Edward Sno-wden, the former US NSA operative who is currently se-eking asylum in Russia, were concerning on many scores: put simply, the US, and Bri-tain, are using a programme to search digital communications of just about everyone else in the world for political and competitive advantages under the guise of anti-terrorism.The story took an interes-

ting twist when David Miran-da, the Brazilian partner of Guardian journalist, Glen Gre-enwald (who are both based in Rio), was detained at Hea-throw under anti-terrorism laws for 12 hours. Of course, the notion that Brazilian national

David Miranda is a terrorist is obviously absurd. He was travelling through Europe, car-rying data, and his flights were being paid for by the Guardian newspaper. Officials plainly wanted to obtain the leaked data that Miranda carried.Greenwald (who is Ame-

rican) played a very shrewd card. Brazil’s government was already furious about Miran-da being detained in the first place. Whether it was legiti-mate or not, Greenwald and his partner became targets for angry governments. Indeed, both would likely be targeted in either the US and Britain, so they needed to solidify the-re Brazilian shelter. Fortunate-

ly, Greenwald had in his pos-session information that would ensure his continued safety in Brazil.His revelations that the US

intercepted the personal com-munications of Dilma and her senior aides, as well as official communications with state oil firm Petrobras, infuriated the government. It angered them to the point that Dilma can-celled an official state visit to the US. Washington’s unapo-logetic note that it monitored these communications to pro-tect against terrorism is, again, utterly ridiculous. Greenwald and Miranda should have no problems in continuing their journalism from the safety of Brazil. It’s a story that conti-nues, and I impatiently await more revelations.Meanwhile, Brazil has con-

firmed plans to create a secure email service. President Dilma Rousseff posted a series of tweets saying the move was required to “prevent possible espionage”.She added the country’s Fe-

deral Data Processing Servi-ce (Serpro) would be charged with developing the system. Good on her - a rightful two fingers up to spying govern-ments who’s monitoring can only mean they interested in how they can gain commercial advantages over Brazil. This is especially the case for Canada in its race to win the global war over natural resources.Snowden’s leaks have now

shown that President Merkel of Germany, as well as the citizens of France, Italy and Spain were also targets. Gre-enwald has quit his post with the Guardian to begin a new media/journalism project, ba-cked by Ebay’s billionaire founder.

A ameaça globalao jornalismo, privacidade e concorrência leal

The global threat to

journalism, privacy and

fair competition tais de praticamente todo o resto

do mundo por vantagens políticas e econômicas, sob o pretexto de agir contra o terrorismo.A história teve uma reviravolta

interessante quando David Miran-da, o parceiro brasileiro do jor-nalista do Guardian, Glen Gre-enwald (ambos são baseados no Rio de Janeiro), foi detido no Heathrow, aeroporto de Londres, sob as leis anti-terrorismo por 12 horas. A ideia de que o brasileiro David Miranda é um terrorista é, obviamente, um absurdo. Ele es-tava viajando pela Europa, trans-portando os dados, e seus voos estavam sendo pagos pelo jornal The Guardian. Os funcionários claramente queriam obter as in-formações que Miranda carregava.Greenwald (que é americano)

teve uma “jogada” astuta. Em pri-meiro lugar, o governo do Bra-sil já estava furioso por causa da detenção de Miranda – se era legítimo ou não, o fato é que Greenwald e seu parceiro se tor-naram alvos de governos irritados. Na verdade, ambos provavelmente eram alvos tanto dos EUA como da Grã-Bretanha, logo eles preci-savam solidificar o abrigo brasi-leiro. Felizmente, Greenwald tinha em sua posse informações que garantiam a sua segurança perma-nente no Brasil.Suas revelações de que os EUA

interceptaram as comunicações pessoais de Dilma e seus asses-sores, bem como comunicações oficiais com da empresa estatal Petrobras, enfureceu o governo.

Irritou-o a tal ponto que Dilma cancelou uma visita de Estado para os EUA. A explicação de Washington para justificar o moni-toramento de dados, que se daria para proteção contra o terrorismo, é, mais uma vez, completamen-te ridícula. Greenwald e Miranda não devem ter problemas em con-tinuar seu jornalismo a partir da segurança do Brasil. É uma histó-ria que continua, e eu impacien-temente espero mais revelações.Enquanto isso, o Brasil confir-

mou planos para criar um servi-ço de e-mail seguro. A presidente Dilma Rousseff postou uma série de tweets dizendo que o movi-mento foi necessário para “evitar uma possível espionagem”.Ela acrescentou que o Serviço

Federal de Processamento de Da-dos do país (Serpro) seria encar-regado de desenvolver o sistema. Bom pra ela – pois a espionagem só pode significar que eles estão interessados em ganhar vantagens comerciais sobre o Brasil. Este é especialmente o caso para o Ca-nadá, que segue em sua corrida para ganhar a guerra global sobre os recursos naturais.Os vazamentos de informa-

ções revelados por Snowden têm mostrado agora que a presidente Merkel, da Alemanha, bem como os cidadãos da França, Itália e Espanha também foram alvos. Greenwald já deixou o cargo no The Guardian para começar um novo projeto de mídia apoiado pelo bilionário fundador do eBay.

Os vazamentos de Edward Snowden, o ex-consultor da Agência Nacional de Segurança dos EUA, que atualmente está em busca de asilo na Rússia, são preocupantes em muitos pontos. Em poucas palavras: os EUA e a Grã-Bretanha es-tão usando um programa para vasculhar comunicações digi-

David Mirand and Glen Greenwald at Brazilian Congress

Photo: Agência Brasil

By Shaun Cumming

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19brasilobserver.co.uk

NINETEEN EIGHT-FOUR

Tour of

Rio

F R O M S P T O R J

By Ricardo Somera

Rolé no Rio

D E S P P R A R J

Por Ricardo Somera

Cheguei quarta-feira (16/10) pela manhã e fui para Santa Teresa, um bairro tradi-cional próximo à Lapa, o bairro mais boêmio da cidade. Hospedei-me no Rio Forest Hostel, um aconchegante casarão transformado em hostel e com uma vista incrível para a cidade.

Com o dia nublado, fui andar pelo cen-tro da cidade conferir as exposições e monumentos turísticos. A primeira parada foi o Paço das Artes, onde confecciona-ram as primeiras moedas do Brasil, mas que hoje é um centro cultural/bistrô/loja. Na área de exposições, uma retrospectiva de Beatriz Milhazes, a artista brasileira viva com a obra mais cara, Meu Limão (2000), arrematada por US$ 2,1 milhões. De lá andei mais algumas quadras e fui

ao CCBB-RJ, que está com uma exibição gigante das obras da artista japonesa Yayoi Kusama. Essa sem dúvida é im-perdível caso esteja no Rio. No intervalo entre uma e outra, parei na Rua do Ou-vidor para tomar uma cervejinha; a rua é

tão tranquila que parece que você saiu do agitado centro da cidade.

O show do Tame Impala estava mar-cado para o Circo Voador, casa de shows próxima aos famosos Arcos da Lapa. An-tes, passei no Bonde Sucos e comi um wrap Mexicano (carpáccio com guacamole) com salada. Essa lanchonete fica na rua principal dos bares da Lapa e é ponto de encontro de todos os boêmios famintos ou de ressaca.Iniciando o meu (planejado) último dia

no Rio, conheci um casal de ingleses que estava viajando por toda a América Latina (México ao Brasil) de ônibus e uma alemã – que tatuou “Deixe a Vida me Levar” na costela na sua estadia em São Paulo. Fiquei sabendo que iria rolar uma pool par-ty no sábado e decidi ficar mais dois dias.

Copacabana pode ser a praia mais famo-sa e Leblon, a mais rica. Mas, sem dúvida,

a melhor de todas é Ipanema. Peguei um ônibus e fui ao hostel Che Lagarto Ipane-ma para ficar uma noite e consegui vaga. Uma quadra da praia, num dos lugares mais bem localizados da zona sul e com hóspedes e staff divertidíssimos. Há ótimos lugares próximos para fazer uma refeição boa e relativamente barata.Nesse hostel, conheci gente de todo o

mundo e a festa estava só começando: Arpex (Eletrônica + Hip Hop) no Studio RJ; Baixo Gávea – para mim o melhor lugar da cidade - para ver o clássico ca-rioca Flamengo e Botafogo (4X0) e fechar a noite como todos os dias em Ipanema: Empório. Pense numa baladinha-bar de in-die-rock old-school a uma quadra da praia; a galera fica na calçada e começa a partir das 2 da manhã. Segundo melhor lugar da cidade.Resumindo: fui passar três dias no Rio e

o lugar é tão incrível que fiquei dez (tinha uma argentina que estava há um mês e foi passar uma semana!). Não tenha medo de ir sozinho, as pessoas, a cidade e o Cristo estão de braços abertos a todos. Um sentimento: saudade.

After a trip to North Eastern Brazil (Aracaju – State of Sergipe), the post-holiday blues set soon after a returned to a rainy São Paulo. Looking for something to lift my sprits, I was happy to find that the Australian band Tame Impala would be playing in the city, yet my hopes were dashed when I realised that tickets had already sold out. Undeterred I found that tickets for the bands gig in Rio were still avail-able (evidentially the cariocas aren’t as into An-tipodean psychedelic rock yet), so on a whim I bought a ticket and got myself on the next bus to the Marvellous City. After an overnight journey, I arrived on

Wednesday morning and headed straight to Santa Teresa, a traditional neighbourhood near to Lapa, the most bohemian quarter of the city. I stayed in Rio Forest Hostel, a mansion which has been transformed into a cosy hostel that has incredible views of the city.

The weather was fairly overcast so I decided to head to the city centre to check out the exhibitions and tourist sites. My first stop was the Paço das Artes (Pass of Arts), this was originally where the first coins of Brazil were made and has undergone a great transforma-tion to become a cultural centre/bistro/shop. Inside the gallery space, I visited a retrospec-tive exhibition of Beatriz Milhazes, one of the best-known living Brazilian artists, who’s work, Meu Limão (2000), broke national re-cords when it was sold for US$ 2.1 million.From there I walked a few more blocks

and went to CCBB - RJ, where I saw a giant display of the works of Japanese artist Yayoi Kusama. Some of you might have made it to her highly successful show at London’s Tate

Modern, once again, this exhibition is undoubtedly a must if you are in Rio. After all this culture, I thought I deserved a beer so I stopped in the Rua do Ouvidor (Ou-vidor Street); the street is so quiet that it’s almost possible to forget that you are in a busy city centre.

Tame Impala’s show took place at the Circo Voador (Flying Circus), venue next to the famous Arcos da Lapa. Before the gig, I went to Bonde Sucos and ate a

great Mexican-style wrap with Carpaccio, gua-camole and salad. This coffee shop is on the main street of bars of Lapa and depending on the time of day is a meeting point for all hungry or hung-over bohemians.It was while in Lapa (at the start of what

I thought would be my last day in Rio), that I met an English couple who were travelling around Latin America by bus. They told me about a pool party that would take place on the Saturday, so I decided to stay two more days.

Copacabana may be the most famous beach and Leblon, the richest, but undoubtedly the best of all is Ipanema. I took a bus and styed in the Che Lagarto hostel. Situated just one block from the beach, this is one of the best places to stay in the area. There are also great places nearby to eat a good meal, which are relatively inexpensive.

In this hostel I met people from all over the world and the pool party was just beginning: Ar-pex (Electronic + Hip Hop) at Studio RJ, Baixo Gávea was the best place in town where I got to see the football derby Flamengo x Botafogo (4x0) and close night at the Ipanema institution - Em-porium. This is a club-bar playing indie-rock, just one block from the beach where the party starts at 2am and people stay out on the sidewalk.

In few words: I planned to spend three days in Rio and the place is so amazing that I ended up being there for ten and I am not alone, I met an Argentinean who’s week stay had been extended to a month. And as my experience shows, you shouldn’t be afraid to go alone, the people, the city and the arms of Christ are open to all.

Após fazer uma breve viagem para o nordeste brasileiro (Aracaju–SE), voltei a São Paulo e os dias estavam chuvosos. Buscando o que fazer nos dias seguintes, descobri que a banda australiana Tame Impala iria tocar na cidade e os ingressos já estavam esgotados; mas, no Rio, ainda era possível encontrar. Decidi pegar um ônibus para a Cidade Maravilhosa.

Lapa is essential to discover the ‘carioca’ spirit

CITY CENTRE

CENTRO

CITY LAPA

LAPA

IPANEMA

IPANEMA

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20 brasilobserver.co.uk

TRAVEL

IGUAZU FALLS

CATARATAS DO IGUAÇU

Recognised worldwide for its beauty, the Igua-zu Falls attract over 1 million visitors every

year

Mundialmente reconhecida

pela sua beleza, região das Cata-ratas do Iguaçu atraem mais de 1 milhão de visi-tantes por ano

The nomination of Iguazu Falls as one of the New Seven Wonders of Nature in 2012 has made the city of Foz do Iguaçu the second most recognised Brazilian lan-dscape around world. Spanish explorers discovered the gigantic natural beauty in 1542 and settled nearby, establishing the city of Foz, which now receives over 1 million visitors annually.Located on the border between Brazil,

Argentina and Paraguay, the falls are per-fectly located for travellers touring South America, as well as an option for those who plan to visit the 2014 World Cup events in the South and Southeast of Brazil. It might be a destination of natu-ral beauty, but the region is well establi-shed for international tourism, less than two hours by plane from São Paulo, and boasting over 22,000 hotels.

The Falls

Visiting the Iguazu Falls is an im-mersive experience in nature, experienced via a network of walking trails in the woods that keep you in close proximity to the impending immensity of the wa-terfalls of the Iguazu River.Located within the Iguassu National

Park, on the border between Brazil and Argentina the area is well equipped for visitors with an information centre, good parking facilities, hotels, restaurants, ex-cellent bus tours and shops to enjoy during your stay.There are two options to travel to the

Iguazu Falls which can be visited from the Brazilian or the Argentine side. Tours are entirely separate so you have to pay

for admission to each, but it is worth the price as they are very distinct and expe-riment with different perspectives. In this case it is necessary to enter the country through the Customs so remember to bring your essential personal documents like passports and visas.On the side of Brazil, the tour lasts

2-4 hours. The trail is made on foot, following woodland paths that lead to open spaces to observe the Iguazu Falls. At the end of the trail, there is a sec-tion of great spectacle known as “Devil’s Throat”.For those who make the journey to

one of the world’s most impressive natu-ral phenomenon, there are also other at-tractions, like the Itaipu Dam, Bird Park and for those who like a gamble, the casinos in Argentine soil.

Eleita em 2012 como uma das Sete Novas Maravilhas da Natureza, as exu-berantes Cataratas do Iguaçu levam a ci-dade de Foz do Iguaçu a ser o segundo cartão postal brasileiro mais reconhecido mundo afora. A gigantesca foz foi des-coberta por desbravadores espanhóis em 1542 e assistiu à chegada de colonos para a exploração do mate, que deu origem ao povoamento da região. Hoje, os 256.000 habitantes voltam-se, principalmente, para a indústria do turismo. Foz recebe anual-mente mais de um milhão de visitantes. Localizado na divisa entre Brasil, Ar-

gentina e Paraguai, o destino é ideal para turistas que curtem natureza, além de uma opção para quem estiver nas cidades sedes da Copa 2014 do sul e sudeste do Brasil. A menos de duas horas de São Paulo de avião, Foz do Iguaçu conta com uma rede hoteleira de 22.000 leitos.

As Cataratas

Visitar as Cataratas do Iguaçu é uma experi-ência de imersão na natureza, com caminhadas em trilhas no meio da mata e a proximidade iminente da imensidão das quedas d’água do Rio Iguaçu. Localizadas dentro do Parque Nacional do

Iguaçu, na fronteira entre Brasil e Argenti-na (nas cidades de Foz do Iguaçu e Puerto Iguazú), as cataratas possuem uma estrutura qualificada para o recebimento de turistas, com centro de visitantes, estacionamento, hotel, res-taurante, ônibus internos, passeios adicionais, lojas de lembranças, praça de alimentação e trilha de caminhada para acesso às quedas. Existem duas opções para se conhecer as

Cataratas do Iguaçu: pelo lado brasileiro ou pelo lado argentino. São passeios separados, ou seja, para cada um você terá que pagar um ingresso, mas vale o preço, já que são experi-ências com perspectivas diferentes. O acesso às Cataratas do Iguaçu pelo Brasil

é feito através do Parque Nacional do Iguaçu, e pela Argentina, através do Parque Nacional Iguazú, neste caso é necessário ingressar no país através da Aduana, sendo essencial os seus documentos pessoais.No lado do Brasil, o passeio dura de 2 a

4 horas, começando com o deslocamento de ônibus pela BR-469, do Centro de Visitantes até o início da trilha; durante este trajeto existem paradas para os passeios adicionais. A trilha é realizada a pé, por um trajeto no meio da mata, com espaços abertos para ob-servação das Cataratas do Iguaçu em alguns pontos do percurso. No final da trilha, existe uma passarela de observação que completa o passeio, chegando até o ponto conhecido como “Garganta do Diabo”.Outros motivos que mantêm a região entre

as cinco mais visitadas do país são a colossal Usina Hidrelétrica de Itaipu e o Parque das Aves (leia mais no box), além das compras do lado paraguaio da fronteira e os cassinos em solo argentino.

IMMERSIVE EXPERIENCE IN NATURE

IMERSÃO NA NATUREZA

Page 21: Brasil Observer #001 Portuguese version

21brasilobserver.co.uk

The Itaipu Dam is recognised as one of the gre-atest feats of modern engineering, it produces the highest levels of hydroelectric power and for a time was the largest structure of its kind. It is a monu-mental building, and is one of the main attractions in the region, drawing tourists interested in technology, nature and the history of the area.The “Panoramic Tour” is the most popular, begin-

ning at the Visitor Centre with an informative film about the dam’s construction and current work. After this, visitors then travel by bus to two observation points that offer different views of the construction, the journey also takes them alongside and over the dam where thy can see Lake Itaipu.The Itaipu Tourist Complex is open every day

from 8am to 6pm. For more information visit www.itaipu.gov.br.

ITAIPU DAM

The Bird Park provides an opportunity for visitors to see birds from different regions of the world. A walking tour that unites contact with nature and kno-wledge, takes visitors through the nurseries. Located near the National Park of Iguaçu, the Bird Park is one of the largest of its kind in Latin America, in addition to providing access to unique specimens, the park also develops projects for the conservation and breeding of some species. The tour lasts an average 1-2 hours and takes

you through an environment of native forest. Some nurseries can be entered, while others are only for observation. The walk also gives visitors the chance to encounter rare reptiles and butterflies. The Bird Park is open daily from 8:30am to

5:30pm. For more information visit www.parquedasaves.com.br.

O Parque das Aves é uma oportunidade de contato com aves de diversas regiões do mundo, em um pas-seio que coloca o visitante dentro de viveiros durante uma caminhada que une o contato com a natureza e o conhecimento. Localizado próximo ao Parque Na-cional do Iguaçu, o Parque das Aves é um dos maio-res parques de aves da América Latina, que além da exibição dos exemplares também desenvolve projetos de conservação e procriação de algumas espécies. O passeio tem duração média de 1 a 2 horas de

caminhada num ambiente de mata nativa, com trilhas de acesso aos viveiros. Alguns viveiros são de ob-servação, enquanto em outros o visitante pode entrar. Durante a caminhada, além das aves, ainda existem espaços de repteis e borboletas.O Parque das Aves funciona diariamente, das 8h30

às 17h30. Para mais informações visite www.parquedasaves.com.br.

BIRD PARK

PARQUE DAS AVES

Photos: Divulgation

Photos: Divulgation

A Usina Hidrelétrica de Itaipu Binacional é reconheci-da como uma das maiores obras da engenharia moderna, sendo a maior usina hidroelétrica em produção do mundo, e durante muito tempo também foi a maior em tamanho. Uma construção monumental que hoje é um dos principais pontos turísticos de Foz do Iguaçu, com várias opções de atrações tanto nas áreas da engenharia, como na tecnologia, na natureza e no resgate histórico da região.A “Visita Panorâmica” é o passeio tradicional da Usina, e

começa no Centro de Visitantes com um filme apresentado numa sala de cinema, que conta a história da construção da barragem e um pouco do atual trabalho de Itaipu. Após a projeção, os visitantes são levados de ônibus para dois mirantes de observação, que permitem diferentes pontos de vista da construção. O passeio termina passando ao lado e sobre a barragem quando também dá vista ao Lago de Itaipu.O atendimento do Complexo Turístico Itaipu funciona

todos os dias, das 8h às 18h. Para mais informações visite www.itaipu.gov.br.

USINA DE ITAIPU

IMMERSIVE EXPERIENCE IN NATURE

IMERSÃO NA NATUREZA

Page 22: Brasil Observer #001 Portuguese version

22 brasilobserver.co.uk

GOING OUTBrazilian singer

Milton Nascimento at the Barbican on

October 20

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InterContinental London Park Lane’s food festival series is back with a carnival of flavours from Bra-zil. Choose from dishes such as Grilled Brazilian Rump Steak with Herbs Butter Served with Rice and Shrimp Bobo in pumpkin and coriander foam.

The Unconscious on Stage Company presents a performance about the acclaimed American poet HD (Hilda Doolittle)’s analysis with Freud. Prom-enade performance by Antonio Quinet, supported by the Brazilian Embassy in London.

Multi-media event brings the arts of the Brazilian State of Minas Gerais to the UK and promotes col-laboration and exchange between Brazilian and Lon-don based artists, communities and audiences. Ac-tivities include theatre, literature, cinema and music.

Cristina Ortiz, one of Brazil’s most celebrated pianists and long resident in London, offers the International Piano Series a celebration of Chopin at his most inventive.

Celebration of 50th anniversary of Group Senzala, with Capoeira workshop, Afro-Brazilian dances like Jongo, Maculele, Coco and Maracatu, party and tal-ent show.

Where Cookbook Cafe / Tickets £15 , £25>> cookbookcafe.co.uk

Where Freud Museum / Tickets £10>> freud.co.uk

Where Brazilian Embassy and Indian YMCA / FREE >> minas-heart-of-brazil.com

Where Acland Burghley School /Tickets from £30>> senzala-london.co.uk

Where Southbank Centre /Tickets from £10>> southbankcentre.co.uk

November 5 – 10, 2013

November 12 – 16, 2013

November 14 – 15, 2013

November 15 – 17, 2013 November 27, 2013

LAVOURS OF BRAZIL

HILDA & FREUDCOLLECTED WORDS

MINAS HEART OF BRAZIL

Group Senzala ANNIVERSARY

Cristina Ortiz CONCERT

Mudança Doméstica e Internacional

Armazenagem e Empacotamento

Importação e Exportação de Frete Comercial

Serviço Especializado para Antiguidades

Serviço Aéreo, Marítimo e Rodoviário

Serviço Porta a Porta para qualquer lugar do Brasil

“Desde 1992 servindo a Comunidade Brasileira”

Horário de Atendimento: Segunda a Sexta das 08:00h às 19:00h Sábados das 09:00h às 12:00h

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Page 23: Brasil Observer #001 Portuguese version

23brasilobserver.co.uk

O outono chegou e com ele as folhas

caídas, a beleza dos parques. E o melhor disso tudo é poder colocar mais e mais roupas usando a

criatividade ;-)

Aproveite a beleza do outono londrino!

Para ver mais acesse www.zazaoliva.com

Fall has arrived and with it the fallen leaves, making

the parks look beautiful. The best thing about the change of seasons has to

be that now is the time you can put more and more clothes on and use you

creativity;-)

Enjoy the beauty of Au-tumn in London!

To see more, visit www.zazaoliva.com

COOL HUNTER

John, 28Hat: The Quiet LifeSunglasses: Ray-BanT-shirt: PalaceJacket: PenfieldJeans: APCSneakers: NikeMusic: EverythingBest of London: The culture, food, nightlife

Jess, 28Hat: GiftJumper: TopshopJacket: VintageJeans: PrimarkBoots: TopshopMusic: IndieBest thing of London: The food

Lottie, 24Top: WhistlesCoat: ZaraJeans: Levi’sSneakers: ConverseMusic: 90’s, Ero DanceBest of London: The chance to walk everywhere

Rose, 28Necklace: ASOST-shirt: Urban OutfittersSkirt: TopshopBag: Vivienne WestwoodBoots: OfficeMusic: 80’s, hip hopBest of London: I never get bored

Tessan, 21Hat: MonkyDress: VintageCoat: JCSocks: TopshopBoots: Urban OutfittersMusic: Psychedelic musicBest thing of London: It’s always changing

Elise, 19Dress: VintageHoodie: H&MCoat: Mum’sBag: From TurkeyBoots: VintageMusic: R&B, Hip Hop, electronicBest thing about London: My friends that live here

Alice, 30T-shirt underneath: Rick OwensDress: Made by a friend in ItalyCoat: ZaraBag: Fleet IlyaBoots: VagabondMusic: Deep House to Classical MusicBest thing about London: The colours,people and smells

Gemma, 29Hat: American ApparelShirt: Urban OutfittersPlaysuit: Urban OutfittersCoat: TopshopSneakers: New BalanceMusic: A mixture, so long as it’s alternativeBest thing of London: There’s always lots going on

Page 24: Brasil Observer #001 Portuguese version

24 brasilobserver.co.uk

MIND & SOUL

By Inner Space (www.innerspace.org.uk)

Contemplation and meditation purify the heart and mind and can help foster forgiveness. In forgiving yourself and others, you will feel a lightness of heart. Forgiveness comes from un-derstanding; it has the power to release you from a painful past and helps you to find inner love. It takes away the pain and resentment you carry as a burden, which hurts you and those you love. By forgiving, you stop being a victim of the harm you endured and frees you to be the master of your fate.Forgiveness is important because your thoughts

create feelings, which influences your attitude and worldview. Everything we think, say and do creates our world. Therefore to think with bitter-ness or anger creates pain and by creating pain for others, you generate suffering and anxiety to yourself.Therefore, it is essential to learn to put an ‘end

point’ to something, which has hurt you. Try to understand that the past is the past, everything happens for your spiritual growth, and that your future is in your hands.What you will reap in the future (emotionally,

spiritually and in terms of welfare) depends on what you plant today. If you sow forgiveness, understanding and contentment, leaving behind what happened, certainly you will reap a better and happier future.

A oração, a contemplação e a meditação purificam o coração e a mente e auxiliam a sentir o perdão. Perdoar-se sempre e perdoar os outros da leveza ao coração. O perdão vem do entendimento, libera do passado e faz com que eu experimente amor interno. Ele tira a dor, o ressentimento que carrego como um fardo, e que fere a mim e aos outros. Perdoando, de-ixo de ser vítima de quem me prejudicou. Passo a ser dono do meu destino, livre, leve e solto.Perdoar é importante, pois meus pensamentos geram

sentimentos e os sentimentos criam minhas atitudes e visão de mundo. Assim, tudo que pensamos, falamos e fazemos cria o nosso mundo. Desse modo, ao pen-sar com rancor ou raiva, crio dor – e ao criar dor para a alguém, gero sofrimento e inquietude para mim mesmo.Portanto, um grande aprendizado é o poder de co-

locar um “ponto final”. Entender que o passado é o passado, que tudo acontece para o meu crescimento espiritual, e que o meu futuro está em minhas mãos. O que vou colher no futuro (emocionalmente, espiri-

tualmente e em termos de bem estar) estou plantando hoje, no presente. Se eu semear perdão, entendimento e contentamento – deixando para trás o que passou – certamente colherei um futuro melhor e mais feliz. Perdoar é deixar ir. E ao deixar o passado ir, fico com um presente leve e contente.

To forgive is to let it go While going walking the path of life, sometimes it is impossible to avoid

the thorns that hurt us. This may be rage for being insulted, frustration when things don’t meet our expectations, or the critical attitude of others. While we might see them as an external presence, it is easy for us to

remove these thorns. By ‘letting go’ of these experiences by forgiving them, we can move on, and put them firmly in the past. To forgive is let it go. Forgiveness means embracing our own existence,

understanding that everything happens for a reason, and that we cannot change this. When life is hard, try to remember that every experience will help you to

develop as a human being and that the eventual outcome will be beneficial. In this way it is possible to extract the best from everything.

Perdoar é deixar irEnquanto passando por tudo, às vezes, um ou outro espinho teima em grudar

na gente. O espinho pode ser a raiva por ter ouvido algum insulto; a frustração pela ausência de uma cena esperada, que nunca chegou; a crítica da atitude alheia, etc.Mas esse espinho, por mais que, aparentemente, tenha sido provocado por

algo externo, sempre gruda é na gente mesmo. Então deixar ir, deixar aquelas cenas passarem e seguir em frente, colocando ponto final no passado, é uma atitude real de perdão. Perdoar é deixar ir. Perdoar é como abraçar sua própria existência, compreendendo que tudo o que passou foi assim, desse jeito, e não pode mudar. Tudo o que está acontecendo no meu contexto atual é exatamente o que eu

preciso para me desenvolver como ser humano, e tudo o que acontecerá será bom e benéfico, não importa em que forma venha (pois eu saberei extrair o melhor de tudo).

BY CREATING PAIN FOR OTH-ERS, YOU GENERATE SUFFER-ING AND ANXIETY TO YOURSELF

AO CRIAR DOR PARA A ALGUÉM, GERO SOFRIMENTO E INQUIE-

TUDE PARA MIM MESMO

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FOOD

F i l l i n g /Place the chicken in a pan and season

(you can add herbs like thyme, and onion to provide more flavour). Add enough water to cover the chicken then bring the liquid to the boil then reduce to a simmer. Simmer for 5 minutes then remove from the heat and cover. Allow it to sit for 30 minutes, check the meat is cooked and then remove from the liquid and shred the meat then set aside. Place a saucepan over a medium heat, add

the onion, tomato and carrot followed by the chicken and some of the cooking broth. Simmer for 12 minutes, stirring occasionally. To make the gravy in a separate pan,

bring one cup of the chicken broth to a simmer. Dissolve 2 tablespoons of flour, then add the peas and corn, mix well for 2 minutes before stirring it into the chicken and vegetables. Remove from heat.

While this cools, prepare the pastry.

P a s t r y :In a large bowl, mix the flour, sugar, baking powder and salt.Add margarine and mix by hand, rub-

bing the ingredients be-tween your fingertips un-til it looks like breadcrumbsIn a separate bowl, lightly

beat the egg, and stir this into the flour mix. Continue to stir while you slowly add the water and work the mix-ture until it forms a dough. Leave it to stand 15 minutes.

Meanwhile grease your pie dish and preheat your oven to 180 C.Divide dough in half. On

a lightly floured surface roll out one half so that it is big enough to line your pie dish. Then place this in the dish, leaving about 2cm over vthe edg-es so it doesn’t shrink during cooking.Pour in the chicken filling then

roll out the top and cover, pinching the sides over. Make sure you pierce a hole in the top for steam to escape. To give your pie a lovely golden co-

lour, brush with lightly beaten egg yolk.Bake for 45 minutes or until golden.

Serve with new potatoes and green beans.

R e c h e i o /Cozinhe o peito de frango com

os temperos, com pouca água, desfie e reserve. Em uma panela coloque a cebola, o tomate e a cenoura. Junte o fran-go com um pouco de caldo e deixe cozi-nhar por 10 minutos.Misture e deixe co-

zinhar mais 3 minu-tos. À parte, em uma xícara (chá) do caldo de frango frio: dis-solva as 2 colheres de farinha de trigo, acrescente ao recheio

as ervilhas e o milho, misture bem por 2 minutos e retire do fogo.Enquanto esfria prepare a massa.

M a s s a :Junte a farinha, o açúcar, o

fermento o sal e misture. Acres-cente a margarina e misture com a mão até ficar uma farofa.À parte bata ligeiramente o

ovo, junte a água e acrescen-te a massa, misture bem. Dei-xe descansar por 15 minutos.Divida a massa em 2 partes

e espalhe uma parte no fundo de uma forma média (retangu-lar ou redonda) e laterais. Re-cheie e cubra com o restante da massa. Pincele com uma gema. Asse em temperatura moderada por 45 minutos ou até dourar.

By Luciane Sorrini

Special recipe for chicken pie

Now the days are shorter aNd weather is chilly, it is the perfect time for wholesome aNd hearty home cookiNg. the great British Bake off might Be over But here is a woN-derfully simple recipe that proves makiNg your owN pastry is easy. this chickeN pie is satisfyiNg, comfortiNg aNd will

please everyoNe arouNd the diNNer taBle!

receita eSpecial de ‘empadão’ de frango

agora os dias são mais curtos e clima, mais frio; o momeNto perfeito para a salutar e saudável coziNha caseira. aqui vai uma receita maravilhosameNte sim-ples que prova que fazer a sua própria empada em casa é fácil. esta torta de fraNgo vai agradar a todos ao redor da mesa!

Ingredients < For the Pastry

2 ½ cups self-raising flour150 g butter

1 egg1 tablespoon sugar

½ teaspoon (tsp.) salt1 tsp. baking powder

4 tablespoons of cold water

< Filling½ kg chicken breast

1 onion, chopped1 tomato, chopped

1 carrot, coarsely grated2 tablespoons plain flour

1 cup peas1 tin of sweet corn

Salt and pepper, to taste

Ingredientes Massa >2 ½ xícaras de farinha de trigo150g de manteiga1 ovo1 colher (sopa) cheia de açúcar½ colher (chá) de sal1 colher (chá) de fermento para bolo4 colheres (sopa) de água gelada

Recheio >½ kg de peito de frango1 cebola picada1 tomate picado1 cenoura ralada (ralo grosso)2 colheres (sopa) cheias de farinha de trigo1 lata de ervilha1 lata de milhoTemperos a gosto

P R E P A R A T I O N P R E P A R A Ç Ã O