Brasil Rotário - Março de 2010

68

description

Edição 1.053 da revista Brasil Rotário - Março de 2010.

Transcript of Brasil Rotário - Março de 2010

Sucessora de “Notícias Rotárias” e “Rotary Brasileiro”. Publicação mensal dedicada à divulgação do Ideal

de Servir. Revista regional oficial do Rotary International para os rotarianos do Brasil.

Sumário05 Mensagem do presidente

John Kenny

10 COLUNA DO DIRETOR DO RIA fidelidade no RotaryAntonio Hallage

12 ENTREVISTAAonde o presidente eleito quer chegarVince Aversano

18 NOSSAS LIDERANÇASAssembleia Internacional de 2010 foi a diferençaAdelia Villas

21 CAPA

No Haiti, em outro recomeço

26 DIA INTERNACIONAL DA MULHER

A mulher no RotaryHertz Uderman

28 TEMA DO MÊSFome de lerLuiz Renato Dantas Coutinho

32 ÁFRICA

Capacitados para a vidaAlyce Henson e Nicole Charky

35 COLUNA DA ABTRFUma revolução no campo da amizadeJosé Alfredo Pretoni

38 CONVENÇÃO DE 2010Não se esqueça das atrações!

40 COLUNA DOS COORDENADORES REGIONAIS DA FRÉ hora de nos prepararmos para as mudançasAltimar Augusto Fernandes e Henrique Vasconcelos

41 COLUNA DO CHAIR DA FUNDAÇÃO ROTÁRIA

Libertando as pessoas através da alfabetizaçãoGlenn Estess Sr.

ACAMPAMENTO PARA

desabrigados montado por

rotarianos no Haiti

Pág. 2121212121

ShelterBox/Mark Pearson

Foto: ShelterBox/Mark Pearson

� Barracas daShelterBoxdoadas aoshaitianos

SEÇÕES04 Cartas e recados � Saudades

06 Curtas Brasil

08 Curtas Mundo

17 Rotarianos que são notícia

36 Cultura

42 Interact e Rotaract

44 Distritos em revista

59 Senhoras em ação

60 Novos Companheiros Paul Harris

61 Autores rotarianos

62 Novos clubes, novos amigos � Os 50 Mais

63 Aconteceu na Brasil Rotário...

64 Relax

2 MARÇO DE 2010

ÉTICA. Um princípio que não pode ter fim. Campanha em prol de mais elevados padrões de ética. Apoio dos Rotary Clubs do Brasil

GOVERNADORES DE DISTRITOS NO BRASIL EM 2009-10CONSELHO DIRETOR2009-10

CURADORES DA FUNDAÇÃOROTÁRIA 2009-10

PRESIDENTEJohn Kenny

PRESIDENTE-ELEITORay Klinginsmith

VICE-PRESIDENTEEric E. Lacoste Adamson

T E S O U R E I R OMichael Colasurdo Sr.

D I R E T O R E SAntonio HallageCatherine Noyer-RiveauDavid LiddiattEkkehart PandelFrederick Hahn Jr.Jackson San-Lien HsiehJohn BlountJohn LawrenceJosé Alfredo SepúlvedaK. R. RavindranKyu Hang LeeLars-Olof FredrikssonMasahiro KurodaPhilip SilversThomas Thorfinnson

SECRETÁRIO-GERALEdwin Futa

C H A I RGlenn Estess Sr.

CHAIR ELEITOCarl-Wilhelm Stenhammar

VICE-CHAIRJohn Germ

C U R A D O R E SAshok MahajanDavid MorganDoh BaeGustavo Gross C.José Antonio Salazar CruzLouis PiconiLynn HammondRon BurtonSakuji TanakaSamuel OkudzetoWilfrid WilkinsonWilliam Boyd

SECRETÁRIO-GERALEdwin Futa

DISTRITO 4310Emilio Carlos CassanoRotary Club de Piracicaba-Povoador, SP

DISTRITO 4390Elder Silveira SobralRotary Club de Itaporanga D’Ajuda, SE

DISTRITO 4410Almiro SchimidtRotary Club de Colatina-São Silvano, ES

DISTRITO 4420Roberto Luiz Barroso FilhoRotary Club de Santos, SP

DISTRITO 4430Juvenal Antonio da SilvaRotary Club de Suzano, SP

DISTRITO 4440Nelson Pereira LopesRotary Club de Rondonópolis, MT

DISTRITO 4470Sergio de Araújo PhilboisRotary Club de Corumbá, MS

DISTRITO 4480Sueli Noronha KaiserRotary Club de São José do Rio Preto, SP

DISTRITO 4490Pedro Augusto Pedreira MartinsRotary Club de Teresina-Piçarra, PI

DISTRITO 4500Francisco Leandro de Araujo Jr.Rotary Club do Recife, PE

DISTRITO 4510José Uracy FontanaRotary Club de Cândido Mota, SP

DISTRITO 4520Itamar Duarte FerreiraRotary Club de Sete Lagoas, MG

DISTRITO 4530Adriano Jorge SoutoRotary Club de Brasília-Centenário, DF

DISTRITO 4540Osvaldo PontesRotary Club de Sertãozinho, SP

DISTRITO 4550Luiz Antonio Souza CoelhoRotary Club de Itabuna, BA

DISTRITO 4560Carlos Alberto Dias CoelhoRotary Club de Itajubá, MG

DISTRITO 4570Alcio Augusto Carpes AthaydeRotary Club do Rio de Janeiro-Galeão, RJ

DISTRITO 4580José Antonio Cúgula GuedesRotary Club de Juiz de Fora-Norte, MG

DISTRITO 4590Antonio Ademir BobiceRotary Club de Limeira-Leste, SP

DISTRITO 4600Ettore Dalboni da CunhaRotary Club de Volta Redonda, RJ

DISTRITO 4610Reinaldo Aparecido DomingosRotary Club de São Paulo-Jabaquara, SP

DISTRITO 4620Clovis Rodrigues FelipeRotary Club de Avaré, SP

DISTRITO 4630José Claudiney RoccoRotary Club de Cianorte, PR

DISTRITO 4640César Luis SchererRotary Club de Marechal Cândido Rondon-Beira Lago, PR

DISTRITO 4650Ernoe EgerRotary Club de Blumenau-Norte, SC

DISTRITO 4651Paulo Fernando BrancoRotary Club de Balneário Camboriú-Norte, SC

DISTRITO 4660Olandino RobertoRotary Club de Ijuí, RS

DISTRITO 4670Paulo MeinhardtRotary Club de Xangri-lá, RS

DISTRITO 4680Carlos Roberto Silveira BorgesRotary Club de Guaíba, RS

DISTRITO 4700Evaristo AndreollaRotary Club de Sananduva, RS

DISTRITO 4710José Machado BotelhoRotary Club de Londrina-Norte, PR

DISTRITO 4720Antônio Lopes LourençoRotary Club de Belém-Norte, PA

DISTRITO 4730Alcino de Andrade TigrinhoRotary Club de São José dos Pinhais-Afonso Pena, PR

DISTRITO 4740Estanislao Díaz DávalosRotary Club de Chapecó-Oeste, SC

DISTRITO 4750Luiz Oscar SpitzRotary Club de Araruama, RJ

DISTRITO 4760Maria Inês Silveira CarlosRotary Club de Francisco Sá-Norte, MG

DISTRITO 4770Nelson Marra de OliveiraRotary Club de Ipameri, GO

DISTRITO 4780Lia Silvia Souza PereiraRotary Club de Caçapava do Sul-Sentinela, RS

ROTARY INTERNATIONALONE ROTARY CENTER 1560 SHERMAN AVENUE EVANSTON, ILLINOIS, USA

www.rotary.org

3BRASIL ROTÁRIO

LeiaO Haiti é um daqueles países que infelizmente se

tornam destaque na mídia internacional porconta de tragédias de grande porte. Habitantes danação mais pobre das Américas, há bastante tempoos haitianos contam apenas com as organizaçõesnão governamentais para terem garantido um mí-nimo de assistência social. Depois do terremoto quematou mais de 200 mil pessoas e desabrigou ou-tras 2 milhões no dia 12 de janeiro, essa necessida-de de ajuda ao Haiti ganhou uma urgência sem pre-cedentes.

Como a maior ONG do planeta, o Rotary nãotem se furtado ao seu papel: no dia seguinte aostremores, rotarianos ajudavam a socorrer os feri-dos e acomodar os desabrigados. Mas eles já esta-vam lá, bem antes da tragédia, desenvolvendo pelomenos 38 projetos humanitários por meio de 17Rotary Clubs.

Na reportagem de capa desta edição, convida-mos o leitor a conhecer a mobilização dos rotaria-nos em torno da tragédia, especialmente por meioda ShelterBox, maior projeto desenvolvido por umRotary Club em todo o mundo, e que atualmenteajuda a abrigar pelo menos 20 mil pessoas no Haiti.

� O linguista norte-americano Steven Roger Fis-cher, em sua obra “História da Leitura”, assinalaque 90% da população da Inglaterra, da França eda Alemanha era alfabetizada já em 1900. Isso sedeu graças ao cumprimento da legislação educa-cional criada e respeitada pelos respectivos go-vernos. Naquela virada de século, o livro havia setransformado em uma mercadoria de massa na-queles países.

Enquanto isso, do outro lado do Atlântico, o Bra-sil curtia seu momento Belle Époque com apenas34,7% de alfabetizados. Os principais escritores bra-sileiros da época reclamavam que cada edição desuas obras ganhava, com sorte, no máximo 1.500exemplares.

Passados 110 anos, o desconhecimento da leitu-ra e da escrita continua sendo uma grave doençasocial em nossas terras. Segundo relatório do Pro-grama das Nações Unidas para o Desenvolvimento,a taxa de analfabetismo de adultos se mantém nopatamar dos 10% desde 1999. O problema se revelauma doença social cujos prejuízos na qualidade devida não ficam a dever a patologias como tubercu-lose, poliomielite ou malária, pois não saber ler eescrever é estar mutilado para a vida plena.

Aproveitamos que a alfabetização é o tema domês de março no calendário do Rotary para levan-tar algumas perguntas. Qual o espaço do Rotary nocombate ao analfabetismo? Os objetivos estão sen-do alcançados? De que forma?

É com o desejo de estarmos contribuindo para ainformação precisa e o debate positivo que sauda-mos o leitor.

Ano 85 Março, 2010 nº1053

Revista de Propriedade da Cooperativa Editora Brasil Rotário

CNPJ 33.266.784/0001-53 � Inscrição Municipal 00.883.425

Av. Rio Branco, 125, 18º andar CEP: 20040-006 – Sede própria

Rio de Janeiro – RJ � Tel: (21) 2506-5600 / FAX: (21) 2506-5601

Site: www.brasil-rotario.com.br � E-mail: [email protected]

CONSELHO SUPERIOR (Colégio de Diretores do RI – Zonas 22 e 23 A)

EXPEDIENTE

EDITOR: Carlos Henrique de Carvalho Fróes

JORNALISTA RESPONSÁVEL: Luiz Renato D. Coutinho – Jorn. Prof. 25583RJ

REDATOR-CHEFE: Nuno Virgílio Neto

REDAÇÃO: Alex Mendes, Armando Santos, Luiz Renato Dantas Coutinho, MariaCristina Andrade, Maria Lúcia Ribeiro de Sousa, Nuno Virgílio Neto e Renata Coré

DIGITALIZAÇÃO: Maurício Teixeira

IMPRESSÃO: Log & Print Gráfica e Logística S.A.

TIRAGEM DESTA EDIÇÃO: 54.200 exemplares

ENDEREÇO: Av. Rio Branco, 125 – 18º andar – Rio de Janeiro – RJCEP 20040-006 – Tel.: (21) 2506-5600

E-MAIL DA REDAÇÃO: [email protected]: www.brasil-rotario.com.br

*As matérias assinadas são de inteira responsabilidade dos seus autores.

CONSELHO DEADMINISTRAÇÃO 2009-11Diretoria ExecutivaPres identeCarlos Henrique de Carvalho FróesVice-Presidente de OperaçõesEdson Avellar da SilvaVice-Presidente de AdministraçãoWaldenir de BragançaVice-Presidente de FinançasWilmar Garcia BarbosaVice-Presidente dePlanejamento e ControleBemvindo Augusto DiasVice-Presidente de MarketingJosé Alves FortesVice-Presidente de RelaçõesInst i tuc iona isCarlos Jerônimo da Silva GueirosVice-Presidente JurídicoJorge Bragança

MEMBROS EFETIVOSAdelia Antonieta VillasFernando Antonio Quintella RibeiroHertz UdermanJosé Luiz FonsecaJosé Moutinho DuarteJosé Ubiracy SilvaNelson Pereira LopesRicardo Vieira Lima Magalhães Gondim

MEMBROS SUPLENTESAntônio VilardoAroldo Mendes de AraújoHerlon Monteiro Fontes

GERENTE EXECUTIVOGilberto Geisselmann

ASSESSORESAlberto de Freitas Brandão BittencourtDulce Grünewald Lopes de OliveiraEduardo Alvares de Souza SoaresEduardo de Barros PimentelFausto de Oliveira CamposFernando Teixeira Reis de SouzaFlávio Antônio Queiroga MendlovitzGedson Junqueira BersaneteGeraldo da ConceiçãoIvo Arzua Pereira

Joper Padrão do Espírito SantoMilton Ferreira TitoTaketoshi HiguchiVicente Herculano da Silva

CONSELHO FISCALMembros efetivosNilson MouraRil MouraSebastião Porto (coordenador)Sup lentesArtur Vieira da CruzCarmelinda Amália Maria MaliskaCleofas Paes de Santiago

CONSELHO CONSULTIVODE GOVERNADORESMembros natos efetivosGovernadores 2009-10RepresentanteNelson Pereira LopesSup lentesGovernadores eleitos 2010-11

COMISSÃO EDITORIALEXECUTIVAPres identeCarlos Henrique de Carvalho Fróes

MembrosBemvindo Augusto DiasEdson Avellar da SilvaJosé Alves FortesLuiz Renato Dantas CoutinhoNuno Virgílio NetoSecretár ioGilberto Geisselmann

CONSELHO EDITORIALCONSULTIVOPres identeCarlos Henrique de Carvalho Fróes

MembrosBemvindo Augusto DiasEdson Avellar da SilvaFernando Antonio Quintella RibeiroJosé Alves FortesJosé Ubiracy SilvaMário César de Camargo

Secretár ioGilberto Geisselmann

Mário de Oliveira Antonino(Rec i f e -PE)EDRI 1985-87

Gerson Gonçalves(Londr ina -PR)EDRI 1993-95

José Alfredo Pretoni(São Paulo-SP)EDRI 1995-97

Hipólito Sérgio Ferreira(Belo Horizonte-MG)EDRI 1999-01

Alceu Antimo Vezozzo(Cur i t i ba -PR)EDRI 2001-03

Luiz Coelho de Oliveira(L imei ra-SP)EDRI 2003-05

Themístocles A. C. Pinho(Niterói-RJ)EDRI 2007-09

Antonio Hallage(Curitiba-PR)DRI 2009-11

4 MARÇO DE 2010

Cartas & Recados

SaudadesSaudades

Escritório do RI no Brasil

Home page:

http://www.rotary.org.br

Endereço

Rua Tagipuru, 209

São Paulo – SP – Brasil

CEP: 01156-000

Tel: (11) 3826-2966

Fax: (11) 3667-6575

Horário: 2ª a 6ª, de

8h às 17h

Gerente

Celso Fontanell i

celso.fontanell [email protected]

Quadro Social (Assistência aos

Governadores de Distrito e aos Clubes)

Débora Watanabe

<[email protected]>

Supervisor da Fundação Rotária

Edilson M. Gushiken

<[email protected]>

Supervisor Financeiro

Carlos A. Afonso

<[email protected]>

Encomendas de Publicações, Materiais

e Programas Audiovisuais

Clarita Urey

[email protected]

Tel.: (11) 3826-2966

Fax: (11) 3667-6575

Rotary International

Secretaria (Sede Mundial)

1560 Sherman

Avenue,Evanston,

Il 60201 USA

Phone: 00-21-1847 866-

3000

Fax: 00-21-1847 328-8554

Horário: 8h30 às 16h45

(horário de Washington)

A Seu ServiçoA Seu ServiçoDistritos em revista

Para começar o ano, a revista Brasil Rotário nos deu um presente [ao

publicar nota sobre o clube].

Ary Laroca Mendes, presidente do RC de Além Paraíba-Portal de Minas,

MG (D. 4580).

Foto da equipe

Adorei a reportagem “Quem somos nós e o que desejamos para 2010” [edi-

ção de janeiro, nº 1051]. Parabéns para quem a sugeriu! Participo do Rotary

desde 1974. A maioria dos funcionários da revista eu não conheço, ou me-

lhor, passei a conhecê-los a partir do mês de janeiro.

Sylvinha Fasciotti, associada do RC de Niterói, RJ (D. 4750).

Alfredo Palermo, decano do distrito 4540. Associado do RC de Franca, SP, o companheiro foigovernador distrital 1953-54.

� � �

Bento Lourival Furtado, associado do RC de Itajaí-Porta do Vale, SC (D. 4651).

� � �

Celso Araújo, associado do RC de Belo Horizonte-Barreiro, MG (D. 4760), no qual foiduas vezes presidente.

� � �

Dino Querido, associado do RC de Taubaté, SP (D. 4600). O companheiro foi presidente1987-88 do clube.

� � �

Jacob Ayub, associado fundador do RC de Vitória-Oeste, ES (D. 4410). Exerceu a presi-dência do clube nos períodos de 1967-68 e 1985-86.

Luiz Gorniack Sobrinho, vice-presidente do RC de Campo Alegre, SC (D. 4650).

� � �

Luiz Lazzaris Fernandes, presidente do RC de Itajaí-Porta do Vale, SC (D. 4651).

� � �

Olgy Aquino Krebs, governador 1974-75 do distrito 4780.

� � �

Orlieta Estella Madalosso, ex-presidente do RC de Porto Alegre-Partenon, RS (D. 4680).

� � �

Paulo Philbois Filho, governador 1977-78 do distrito 4470.

� � �

Walter Bachmann, governador 1989-90 do distrito 4560.

� Na página 45 da edição de janeiro, seçãoDistritos em revista, na nota referente aoassociado Natale Dalla Vecchia, do RC deSalto, SP (D. 4310), deveria constar queeste cedeu dois terrenos, e não apenas um,para sediar a Associação dos DeficientesVisuais de Salto e a Associação Saltensede Pais e Amigos dos Surdos. Natale foiainda responsável pela construção dos doisprédios das entidades, havendo doado equi-pamentos e mobiliários para as mesmas.

� Diferentemente do que nos foi inicial-

mente informado por correspondência,devemos esclarecer que Augusto deRezende Menezes, ex-governador dodistrito 4570, é associado representa-tivo do RC do Rio de Janeiro, RJ, eassociado honorário do RC de Juiz deFora, MG (D. 4580).

� Esclarecendo o que nos foi informadopor correspondência, o almoço beneficen-te na creche da ONG Alquimia, que atendecrianças carentes, foi realizado pelo RC deSão Paulo-Moema, SP (D. 4610).

5BRASIL ROTÁRIO

NA REDE

Leia os pronunciamentos e

as notícias do presidente

do RI John Kenny

acessando o site

www.rotary.org/president

MEUS COMPANHEIROS ROTARIANOS,

Mensagem do

Presidente

Mensagem do

Presidente

JOHN KENNY

Presidente do Rotary International

stão adiantados os preparativos para a nossa Convenção de Montreal,em Quebec, no Canadá, de 20 a 23 de junho. A data final para inscriçõescom desconto expira em 31 de março. Por mais convincente que este in-

centivo possa parecer, não foi por causa dele que compareci a quase todas asconvenções, desde que participei da minha primeira, em 1984. A grande razãopor que sempre anseio pela chegada deste evento anual é a oportunidade dereencontrar velhos amigos rotarianos e conhecer outros novos.

De muitas maneiras, nossa Convenção representará o que o Rotary tem demelhor: rotarianos que se reúnem para desfrutar de companheirismo agradávele discutir temas sérios de serviço. Seremos inspirados, sem dúvida, pelos nos-sos palestrantes, incluindo Greg Mortenson, autor do best-seller “A TerceiraXícara de Chá”; Jo Luck, executivo-chefe da organização sem fins lucrativosHeifer International; e a cantora de músicas country Dolly Parton, que nosfalará sobre seus outros interesses, como a alfabetização de crianças e a Biblio-teca da Imaginação. Além disso, nas diversas oficinas programadas, sabere-mos mais acerca de muitas das facetas do Rotary e da nossa Fundação Rotária.Nos intervalos dos eventos, poderemos construir novas amizades, durante umcafé na Casa da Amizade, ou num jantar, em um dos celebrados restaurantesde Montreal.

Já foi dito muitas vezes que não se pode apreciar a internacionalidade doRotary até que se compareça a uma convenção. Em Montreal, no próximo mêsde junho, esperamos dar as boas-vindas a rotarianos de mais de 100 países.Dezenas de idiomas serão falados, mas sei que todos daremos o melhor denós mesmos para nos comunicarmos da melhor forma possível – por meio depalavras, sorrisos e risadas –, superando todas as diferenças culturais e idio-máticas.

A Convenção é a ocasião para se comemorar as conquistas do ano quepassou, mas também é o momento de planejar o futuro. No Rotary, não noslimitamos a olhar para tudo o que fizemos e dizer “isto foi o bastante”. Não,nós usamos as nossas conquistas como trampolim para fazer mais ainda. En-corajo-lhes a se juntarem a nós, em Montreal, e se valerem do ensejo paraidentificar novos parceiros de serviços, obter ideias inovadoras para projetos erenovar o entusiasmo pelo Rotary. Ainda há muito serviço a fazer – tanto nesteano rotário como no próximo. O Futuro do Rotary Está em Nossas Mãos.

E

6 MARÇO DE 2010

Curtas Brasil

Quantos somos

Clube brasileiro propõe regulamentação dos Rotakids

uando se reunir, entre 25 e 30 de abril, na cidade norte-americana de Chicago, o Con-selho de Legislação do RI, conhecido como Parlamento do Rotary, apreciará propostas de resolução sugeridas por oito clubes bra-

sileiros. Uma delas, o reconhecimento e regulamentação do funcionamento dos clubes de Rotakids como programa ofi cial do RI, foi idealizada pelo RC de Rondonópolis-Leste, MT, e endossada pelo distrito 4440. Posteriormente, a re-solução também foi proposta pelo RC de Decatur County, EUA, e endossada pelo distrito 6000.

Integrado por um representante de cada distrito, o Con-selho de Legislação se reúne a cada três anos para discutir e votar as propostas de emendas e resoluções submetidas pelos clubes, distritos e pelo Conselho Diretor do RI, entre outros. Para a discussão deste ano, estão pautados mais de 200 itens, que podem ser encontrados no endereço www.rotary.org (palavra-chave para busca: 2010 Council).

Outras propostas de clubes brasileiros para o Conselho de Legislação foram publicadas na página 7 da edição de janeiro da Brasil Rotário.

Q

NO BRASIL

Rotarianos: 52.979; Clubes: 2.319; Dis-tritos: 38; Rotaractianos: 14.973; Clu-bes: 651; Interactianos: 16.629; Clubes: 723; Núcleos Rotary de Desenvolvimento Comunitário: 293; Voluntários: 6.739; Número de rotarianas: 10.513.

Fonte: Escritório do Rotary International no Brasil (dados de fevereiro de 2010)

NO MUNDO

Rotarianos: 1.210.614; Clubes: 33.585; Distritos: 534; Países e regiões: 211; Rotaractianos: 184.046; Clubes: 8.002; Países: 167; Interactianos: 284.418; Clubes: 12.366; Países: 133; Núcleos Rotary de Desenvolvimento Comunitário: 6.866; Voluntários: 157.918; Países: 78; Número de rotarianas: 199.149.

Guille

rmo O

ssa/sxc.h

u

7BRASIL ROTÁRIO

BR

Cada moedaé valiosa contra a pólio

Os rotarianos podem felicitar seus amigos enviando cartões ilustrados com ações do Rotary nos quatro cantos do planeta. A aquisição do kit conten-do 12 unidades, com a parte interna em branco, para que se possa adicionar mensagem pessoal, é uma forma de contribuir com o programa Polio Plus.

Um dos cartões traz imagem de um grupo de alunos da Escola Padre Dr. Francisco da Motta, localizada no bairro da Saúde, na zona portuária do Rio de Janeiro. Administrada pela Venerável Ordem Terceira de São Francisco, a instituição de ensino é fi nanciada pela Fundação Rotária.

O código do kit de cartões no catálogo de produ-tos é 980-MU.

Rotary segue fi rme em sua missão de erradicar a poliomielite do mundo e lançou um pequeno cofre de cartolina para recolher fundos desti-nados ao programa Polio Plus. Vendida por US$ 3, a caixinha traz fotos e o logotipo da campanha End Polio Now (Eliminemos a Pólio Já, em português). A ideia é que os rotarianos deixem-na em

suas lojas, escritórios, clubes ou mesas de trabalho, como uma forma alternativa de coletar moedas para apoiar o fi m da doença.

Vale lembrar que, graças ao empenho dos rotarianos de todo o mundo, nossa fundação já conseguira, até 31 de dezembro, levantar US$ 107 milhões para o Desafi o de US$ 200 Milhões do Rotary, proposto pela Fundação Bill & Melinda Gates.

O código do cofrinho no catálogo de produtos do RI é 989-ENP. O item pode ser encomendado no ende-reço eletrônico shop.rotary.org e está disponível somente em inglês.

O

Cartões divulgam iniciativas do Rotary

A. Santos

A. Santos

8 MARÇO DE 2010

ITZHAK PERLMAN: “Não existe razão para que as pessoas contraiam essa doença”

Foto de Jennifer Taylor/The Rotarian

Curtas Mundo

em 1910, conclamou os rotarianos a ajudá-los na sua expansão.

Em 1930, rotarianos organizaram mais da metade dos 500 conselhos de escotismo, e hoje em dia Rotary Clubs patrocinam 1.483 tropas de escotei-ros, que congregam 45.528 jovens.

“Faz sentido que o Rotary se envol-va no esforço de fazer da comunidade um local onde se viva bem, começando pela juventude”, diz Mike Birkholm, associado do Rotary Club de Los Ange-les, e presidente da Região Interameri-

Escoteiros comemoram 100 anos de bons serviços

O virtuose do violino e so-brevivente da pólio Itzhak Perlman e a Filarmônica

de Nova York apresentaram-se para uma plateia lotada, em 2 de dezembro, num concerto em favor da erradicação da pólio.

“Não existe razão para que as pessoas contraiam esta doença,” disse Perlman, que foi vítima da pólio aos quatro anos de idade e superou desafios físicos para se tornar um dos mais celebrados músicos do planeta.

NOVA ARRANCADAO concerto benefi cente foi parte da campanha do Rotary Eliminemos a Pólio Já. Antes da apresentação, o secretário-geral do RI, Edwin Futa, anunciou que o Rotary havia ultra-passado metade da meta do esforço para arrecadar US$ 200 milhões para equiparar a doação-desafi o da Fundação Bill & Melinda Gates. Na

recepção que sucedeu o concerto, o presidente do Conselho de Curadores da Fundação Rotária, Glenn E. Estess Sr., concedeu a Perlman um prêmio por sua ajuda em vencer a poliomie-lite. O concerto rendeu mais de US$ 100.000 em contribuição ao Desafi o de US$ 200 milhões do Rotary.

Naquele dia, mais cedo, num pai-nel na sede do Unicef, em Nova York, especialistas afi rmaram que a vitória na batalha contra a pólio depende da cooperação de agências gover-namentais e não governamentais e entidades religiosas. A desinformação e os confl itos representam a última barreira da doença, impedindo que os agentes de saúde vacinem crian-ças. O painel foi organizado depois que em junho o presidente dos EUA, Barack Obama, anunciou um novo esforço global junto à Organização da Conferência Islâmica em prol da erradicação da pólio.

O trabalho do Rotary pelo fi m da

US$ 100.000

cana do Grupo de Companheirismo dos Escoteiros Rotarianos, uma rede de 1.200 rotarianos envolvidos com o escotismo. O grupo de companhei-rismo conta, entre os seus membros, com o atual presidente do RI, John Kenny, e o presidente 1992-93, Cli-fford L. Dochterman.

Em homenagem ao centenário dos Escoteiros da América, o diretor geral dos Escoteiros, Bob Mazzuca, fará pronunciamento na Convenção do RI deste ano.

doença contribuiu para uma queda de 99% dos casos, de 350.000, esti-mados em 1985, para 1.571, no ano passado. Mas o principal obstáculo para alcançar as crianças tem sido representado pelas áreas em confl itos ou revoltas políticas.

Concerto contra a pólio arrecada mais de

Um velho amigo do Rotary está come-

morando o seu centenário nes-te ano: os Esco-

teiros da Améri-ca (Boy Scouts of

America). As duas organizações têm trabalhado ombro a ombro desde os primeiros dias. O fundador do Rotary, Paul Harris, após o encontro com o diretor ge-ral dos Escoteiros, James E. West,

9BRASIL ROTÁRIO

A Convenção 2010 do RI, em Montreal, no Canadá, será a segunda ocasião em

que rotarianos farão um encontro anual naquela cidade. Em 1975, Montreal recebeu 13.425 rotarianos e convidados de 87 países e áreas geográfi cas para a convenção.

O lendário atleta Jesse Owens (foto), cujas quatro medalhas de ouro, conquistadas nas Olimpí-

No seu encontro de novembro, o Conselho Diretor do RI revisou o plano estratégico do Rotary, que assi-nala as seguintes prioridades: apoiar e fortalecer os clubes, incrementar o serviço humanitário e intensifi car a imagem pública e a conscientização.

“A revisão do plano estratégico concentra-se no empenho do RI junto aos clubes e no retorno ao básico”, explica o ex-diretor do Rotary Thomas Thorfi nnson. “O papel principal da or-

Plano revisto volta às premissas básicas

antes e agoraMontreal:

ganização deveria ser o apoio aos clubes e o auxílio para que eles expandam os seus serviços e publiquem o sucesso na obtenção das suas tarefas.”

O plano revisado entrará em vigor em julho. Uma revisão trienal do pla-no, recomendada pelo Conselho de Legislação, indicou que os rotarianos relacionam o crescimento do quadro associativo com clubes fortes, e que o maior apelo do Rotary é a oportunida-de para servir e estabelecer contatos.

Mais Montreal 2010 nas páginas 38 e 39 desta edição.

adas de Berlim de 1936, foram um duro golpe na propaganda nazista de superioridade racial, foi o orador principal. As palavras do presidente do RI na época, William R. Robbins, se incorporaram à fi losofi a do atual presidente, John Kenny: “O Rotary não vive nos altos escalões da orga-nização. O Rotary vive nas ruas, nos seus corações e no meu, e nos seus clubes e no meu.”

10 MARÇO DE 2010

Coluna do Diretor do RColuna do Diretor do RColuna do Diretor do RColuna do Diretor do RColuna do Diretor do Rotary Internationalotary Internationalotary Internationalotary Internationalotary International

Antonio Hallage

Coluna do Diretor do RColuna do Diretor do RColuna do Diretor do RColuna do Diretor do RColuna do Diretor do Rotary Internationalotary Internationalotary Internationalotary Internationalotary International

iel é aquele que não trai

alguém ou um princípio,

aquele que é fiel à refe-

rência. Ser fiel a uma or-

ganização envolve questões de

sentimento, de respeito e de le-

aldade, fatores essenciais a uma

relação duradoura.

A fidelidade requer alguma

renúncia, e no Rotary a renún-

cia é de tempo, prioridades e re-

cursos, sem causar por isso ar-

rependimentos futuros. Quem

não entender isto deveria repen-

sar sua condição de rotariano.

A fidelidade imprime um sen-

timento de realização. Juntas, a

confiança (cum fidere, que quer

dizer “com fé”, em latim), a cons-

tância e a perseverança, que es-

tão relacionadas, são fatores que

se ligam à fidelidade de forma bi-

unívoca, sendo geradas no Ro-

tary por um companheirismo sa-

dio que redunda, com o passar

do tempo, em fidelidade.

Este companheirismo de que

falo é aquele da segurança de

que há sinceridade no relaciona-

mento que, ao longo do conví-

vio semanal, passamos a depo-

sitar nos nossos companheiros.

O companheirismo é, portanto,

um fator fundamental para o de-

senvolvimento da fidelidade.

A fidelidade no Rotary se ex-

pressa muito proximamente à

fidelidade familiar, na qual se

têm e se professam o compro-

misso duradouro e os objetivos

F

comuns. Desejar ser fiel é uma as-

piração nobre e que enobrece. Ter

consciência e robustecer o valor

da fidelidade é uma necessidade –

e nas diversas oportunidades em

que se apresentem, é preciso que

seja dado o devido valor à atua-

ção fiel ao Objetivo do Rotary.

Este é um íntimo compromisso

que assumimos: o de cultivar,

proteger e enriquecer o relacio-

namento com quem a preserva,

por respeito à sua dignidade e in-

A fidelidade no

Rotary se

expressa muito

proximamente à

fidelidade

familiar

A fidelidade no Rotary

11BRASIL ROTÁRIO

BR

Para fazer comentários e sugestões sobre o tema deste artigo, escreva para [email protected] fazer comentários e sugestões sobre o tema deste artigo, escreva para [email protected]

Fidelidade é olhar

pouco para os erros dos

companheiros, fazendo o

possível para ajudá-los a

superar esses erros, com

compreensão e carinho

tegridade. É exatamente istoque fazemos ao homenagear umcompanheiro ou clube que de-monstram sua fidelidade ao Ro-tary por décadas a fio.

ANTERIOR À RELAÇÃOPor mais estranho que possa pa-recer, a fidelidade é anterior àprópria relação. Assim, a rela-ção de um rotariano com o Ro-tary e seu Objetivo – que nuncadeve ser esquecido – está desti-nada ao fracasso se, ao iniciá-la,a pessoa buscar apenas satisfa-zer sua vaidade, seu prazer ou,pior ainda, alcançar algum inte-resse econômico. Pouco futuroterá este relacionamento e nãoserá fiel se não houver disposi-ção de compartilhar, compreen-der e colaborar com o aperfei-çoamento do grupo que elege-mos para pertencer e pelo qualfomos acolhidos.

A fidelidade também está li-gada a um processo de escolha ea um plano de vida. Esta escolhanão é nem deve ser uma atadu-ra, mordaça, nem tipoia. Pelocontrário: ela é a livre expres-são de nossas aspirações. Ser fieldeve nos cumular de alegria, nosiluminar cotidianamente. É sóreparar o ar iluminado dos fiéisrotarianos quando eles são jus-tamente homenageados e ver obrilho nos seus olhares.

Fidelidade é olhar pouco paraos erros dos companheiros, fa-zendo o possível para ajudá-los asuperar esses erros, com com-preensão e carinho. Ser fiel é, so-bretudo, compartilhar triunfos,tristezas, alegrias, fracassos, pla-

nos – tudo, enfim. A fidelidade seexpressa inclusive na utilidade denossa prestação de serviços por in-termédio da área de influência quedesenvolvemos através do exercí-cio de nossa atividade ou profissão,razão de termos sido selecionadospara participar do Rotary.

Ser fiel é, afinal, encontraroportunidades de sermos melho-res a cada dia, e assim levarmosuma vida mais feliz. E o que é vi-ver a fidelidade no Rotary? Vivera fidelidade, que os rotarianosaprendem ao longo de um bomtempo de participação ativa eprodutiva no Rotary, se traduz naalegria de compartilhar com oscompanheiros a própria vida, ge-rada pelo conhecimento mútuo,pela estabilidade e confiança per-duráveis, tendo como resultadoum sincero bem querer.

UM IDEAL EM NÓSO exercício de princípios coeren-tes com a crença pessoal, seja elareligiosa ou filosófica, também au-xilia no desenvolvimento de umaligação duradoura e fiel com o Ro-tary. Estes princípios de vida e va-

lores praticados (pelos quais en-tendemos que vale a pena lutar,preservar e transmitir às próxi-mas gerações) nos dão, pela fi-delidade, um sentimento de uti-lidade e mantêm aceso em nósum ideal.

É sabido, e não custa repetir,que não se nasce jovem, mas ad-quire-se a juventude através deum ideal. Idealista moral que é orotariano, manter aceso esteideal torna-o sempre jovem,mesmo que longevo. E talvez porser um idealista é que o rotaria-no é longevo.

Mantenhamos nosso ideal ro-tário aceso para realizar hoje oque entendemos ser um futuroadequado para as próximas ge-rações, mantendo-nos fiéis aoRotary, seus princípios e valo-res, lutando por sua preservaçãoe perpetuidade.

E que ao longo de nossa exis-tência no Rotary possamos afir-mar, parafraseando o grande po-eta Vinicius de Morais, que anossa fidelidade não seja imor-tal, posto que é chama, mas queseja infinita enquanto dure.

12 MARÇO DE 2010

Entrevista

Aonde o presidente eleito quer chegar

13BRASIL ROTÁRIO

Com quase 50 anos de vivência no Rotary, Ray Klinginsmith colocará toda sua experiência a serviço dos rotarianos

Aonde o presidente eleito quer chegar

Vince Aversano*

Quando iniciar seu mandato de pre-sidente do Rotary International em julho, Ray Klinginsmith estará coro-ando quase meio século de serviços à

nossa organização, o mesmo Rotary que lhe proporcionou uma bolsa de estudos em 1961 na Universidade de Cape Town, na África do Sul.

Primeira pessoa da sua comunidade a es-tudar no exterior, Klinginsmith retornou a Unionville, no Missouri, EUA, depois de ter viajado mais de 25 mil quilômetros e visitar 35 países africanos. Duas semanas após seu retorno aos EUA, ele iniciou sua trajetória como rotariano associando-se ao Rotary Club de Unionville. Em 1965, transferiu-se para o Rotary Club de Macon, também no Missouri, cidade onde passou a viver com sua esposa, Judie, para praticar a advocacia.

Em 1974, outra mudança, dessa vez para Kirksville, onde foi trabalhar na Universida-de Estadual de Northeast Missouri. Naquele mesmo ano, ingressou no Rotary Club de Kirksville, onde permanece até hoje.

De lá para cá, Ray Klinginsmith serviu ao Rotary em diversos postos, inclusive como coordenador do Conselho de Legislação, vice-presidente e presidente do Comitê para Convenção do RI, além de curador e vice-presidente do Conselho de Curadores da Fundação Rotária. Em 1985, tornou-se o mais jovem diretor do RI até então, oportu-nidade que ele atribui ao seu contato ainda muito novo com o Rotary, por meio da bolsa de estudos.

Klinginsmith foi consultor jurídico e professor de administração na Universida-de Estadual de Northeast Missouri (atual-mente Universidade Estadual Truman) de 1973 até a aposentadoria, em 1995, e foi rei-tor de administração durante cinco anos. Ele também dirigiu um escritório jurídico até se aposentar, em 2009. Klinginsmith ainda foi comissário do Condado de Adair por quatro anos, diretor do Banco Estadual de Macon Atlanta por 38 anos, e presidente da Associação de Chariton Valley para Pes-soas Portadoras de Deficiências ao longo de 27 anos.

14 Março de 2010

O que você pretende fazer no seu ano como presidente do RI?n RAY KLINGINSMITH: Preci-samos continuar dando uma grande atenção à erradicação da pólio. Temos que acabar de vez com essa doença, ou então ela se espalhará novamente. Estou certo de que conseguiremos, e a Fundação Bill & Melinda Gates tem certeza de que nós o faremos. Se não fosse assim, não teriam dado US$ 355 milhões para nos ajudar a concluir essa tarefa.

Quero garantir também que o Plano Visão de Futuro da Fundação Rotária decole. Pretendo tornar mais visíveis os programas do Rotary para a juventude, em particular o Inter-câmbio de Jovens, porque eles não são suficientemente divulgados entre os rotarianos. Desejo dar atenção aos aspectos administrativos, para ver se existem formas de fazer melhor as coisas, questionando: as práticas que adotamos são mesmo as melhores ou são simplesmente as tradicionais? E quero aperfeiçoar as maneiras pelas quais nossos clubes atuam, colocando em campo coordenadores voluntá-rios que ajudarão os governadores nessa tarefa, assim como acontece com os coordenadores regionais da Fundação Rotária.

Qual foi a reação dos rotarianos ao Plano Visão de Futuro e como ele afetará os associados dos clubes?n A reação foi muito positiva. Mais de 250 dos 534 distritos rotários inscre-veram-se para participar do progra-ma piloto que será iniciado em julho, e os curadores só puderam escolher 100 deles. O plano irá conferir uma velocidade muito maior na condução dos nossos projetos internacionais. Desejo facilitar aos rotarianos as vi-sitas aos países em desenvolvimento para que eles vejam pessoalmente as grandes necessidades provoca-das pela pobreza. Eles retornarão e concluirão que com o Plano Visão

de Futuro será mais rápida e fácil a alocação de recursos onde eles forem necessários. Nós destinaremos mais rapidamente os recursos aos clubes e distritos e lhes daremos mais autori-dade para utilizá-los de acordo com o que estabelece a missão da Fundação Rotária.

Você pretende aproximar mais o Rotary International e os clubes. Que mudanças seriam necessárias para alcançar esse objetivo?n Nossa ligação com os clubes é fei-ta pelos governadores distritais. Se dermos mais assistência aos governa-dores, faremos com que eles também assistam os clubes de forma mais efetiva. Algumas vezes, no passado, os clubes chegaram a pensar que nós só queríamos tirar coisas deles. Chegou a hora de invertermos esse processo e fazermos com que eles tenham a certeza de que queremos trabalhar para os clubes.

Como você se preparou para ser o presidente do RI?n Desempenhei praticamente todas as funções no Rotary e sou rotariano há quase 50 anos. Duvido que qualquer outro presidente tivesse tantos anos de Rotary como eu ao assumir este cargo. Não sei dizer quantos clubes visitei até hoje, mas posso garantir que foram muitos. Aprendo com os rotarianos e admiro o que eles fazem,

identifico-me com eles. Os rotarianos geralmente sonham com o que é certo, por isso acredito que, se ajudarmos os rotarianos a fazer o que eles querem, continuaremos a ter muito sucesso.

Quando foi que você se interes-sou pelo Rotary?n Meu pai entrou para o Rotary quan-do eu tinha 10 anos. Além disso, tive a minha experiência como bolsista, porque naquela época os filhos dos rotarianos ainda podiam participar do programa de bolsas. Lembro da primeira conferência distrital a que assisti, em 1960, na minha cidade de Unionville, no Missouri. Quando o nome do novo governador foi anun-ciado, ele correu pelo corredor, de tanta emoção. Aquilo me tocou muito, e eu percebi que o governador distri-tal é quem faz as coisas acontecerem no Rotary. Por isso eu decidi que uma das formas de retribuir o Rotary pela minha bolsa de estudos seria tornando-me governador. Quando retornei do meu ano de estudos no exterior, o presidente do Rotary Club de minha cidade, Stewart Pratt, que era o meu dentista, convidou-me para ser rotariano, e eu aceitei de imediato. A minha intenção era trabalhar para o clube e para o distrito, o que eu fiz por mais de 15 anos. Aí fui surpreendido com o convite para atuar como líder de discussão e orador na Assembleia Internacional de 1979.

Qual a maior força do Rotary?n Ah, são os clubes – 33 mil clubes! É maravilhoso que possam existir em 200 países e regiões geográficas mais de 33 mil Rotary Clubs, todos seguin-do os mesmos princípios. Os clubes operam de forma um tanto diversa, mas observam os mesmos princípios de companheirismo, serviço e ele-vados padrões éticos. O espírito do Rotary nos mantém unidos, e isso é um fenômeno formidável. Edward F. Cadman, que foi presidente do RI em 1985-86, costumava dizer que “o

Entrevista

Se dermos mais

assistência aos

governadores,

faremos com que eles

também assistam os

clubes de forma

mais efetiva

15Brasil rotário

Rotary é uma unidade sem uniformi-dade”, o que é uma verdade até hoje.

E por que a sua bolsa de estudos foi tão importante?n Ela me ajudou a conhecer o mundo.

Eu já havia viajado dentro dos EUA, mas nunca ao exterior, algo que talvez só aconteceria quando eu prestasse o serviço militar. No navio para a África do Sul, que partiu de Nova Orleans, paramos em Curaçau e Trinidad e

Tobago, que representavam um am-biente inteiramente novo para mim. Passei um ano na África e viajei como se fosse o integrante único de um IGE pelo sul africano, hospedando-me nas casas dos rotarianos – às vezes, por duas ou três vezes, em diferentes ocasiões –, e sempre fui muito bem tratado por eles. Na volta aos EUA, passei por Londres, e tive a chance de ver o primeiro ministro indiano, Jawaharlal Nehru, no aeroporto. Tudo isso muda a vida de uma pessoa.

O que difere o Rotary de outras organizações de prestação de serviços?n Muitas coisas. Em primeiro lugar, fomos o primeiro clube de serviços da história, e logo nos tornamos a mais importante organização nessa área, reunindo pessoas de alto nível, e permanecemos até hoje nesta posição invejável. Temos muitos imitadores, é verdade, e a imitação é a mais sin-cera forma de lisonja. Outras organi-zações prestam bons serviços, mas o nosso interesse no companheirismo, no serviço, nos altos padrões de ética e em profissionais e empresários de primeira qualidade é algo que nos difere. A nossa internacionalidade também nos identifica. Quando os rotarianos estão reunidos numa

Outras organizações

prestam bons serviços,

mas o nosso interesse

no companheirismo,

no serviço, nos altos

padrões de ética e

em profissionais

e empresários de

primeira qualidade é

algo que nos difere

16 Março de 2010

BR

Entrevistaconvenção internacional, por exem-plo, geralmente eles se surpreendem pela universalidade e pelo espírito do Rotary.

Na sua opinião, como anda a imagem pública do Rotary?n Melhor do que nunca, mas ainda insuficiente. Ainda somos desco-nhecidos por uma grande parte da população. Muita gente tem apenas uma vaga ideia do que é o Rotary e não compreende a grandeza das nos-sas ações. Mas nós realizamos muita coisa, e temos destaque no cenário mundial por causa da erradicação da pólio e de nossa parceria com a Organização Mundial da Saúde, com o Centro Norte-Americano para o Controle e a Prevenção de Doenças, o Unicef e a Fundação Gates. Nunca tivemos tanta visibilidade, e isso me anima muito. Acreditamos no nosso potencial e sei que faremos ainda mais. Como eu disse anteriormente, os nossos melhores dias ainda estão por vir.

Um dos grandes desafios do Ro-tary é se tornar mais conhecido pela juventude. O que podemos fazer em relação a isso?n Este é realmente um grande de-safio, porque as chamadas Gerações X e Y diferem mais entre si do que as anteriores. As diferenças entre as gerações crescem no mesmo ritmo em que a tecnologia evolui. Temos, portanto, um desafio, mas ele pode ser superado. Os integran-tes da Geração X – da qual minha filha participa – não têm caráter gregário. Eles preferem trabalhar por conta própria. Já os da Geração Y possuem uma mentalidade um pouco diferente dessa. Eles são mais propensos a participar de grupos e comunidades, e apoiar causas, o que me deixa muito otimista no sentido de que podemos nos dirigir a eles. Tenho também um interesse parti-cular pelos integrantes do Rotaract

e em facilitar a migração deles para o Rotary.

O que o inspirou na escolha do lema para 2010-11, Fortalecer Comunidades, Unir Continen-tes?n Fiz uma análise dos lemas anterio-res e concluí que a maioria deles diz respeito somente aos rotarianos. Por isso, decidi desenvolver um lema que comunicasse aos não rotarianos algo sobre o que o Rotary faz e, ao mesmo tempo, validasse para os rotarianos a importância do que fazemos.

Quais são as suas metas para o quadro associativo?n Durante décadas, nós crescemos 3% ao ano, mas estacionamos nos anos 90. Precisamos crescer para manter o dinamismo, e o caminho para re-tomarmos o crescimento é ajudar os clubes a se tornarem maiores, melho-res e mais arrojados. Para isso, temos que mostrar aos clubes que eles podem melhorar se crescerem um pouco mais. Por isso, estou incentivando os clubes a adotar planos trienais, com metas para todas as quatro Avenidas de Serviços, e a estabelecer o número de associados que eles precisarão ter para cumprir suas metas.

Como os clubes podem enco-rajar os rotaractianos a migrar para o Rotary?n Na maioria das vezes, há apenas

um ou dois rotarianos no clube dan-do apoio ao Rotaract. Sou da opinião de que cada rotaractiano deveria ter um mentor rotariano, e que eles de-veriam se encontrar de três a quatro vezes por ano. Se pudermos fazer com que os rotaractianos integrem-se à família rotária, será muito mais fácil trazê-los para o Rotary quando chegar o momento certo. Além disso, se tivermos bons Rotaract Clubs, mais ou menos a cada três anos os associados mais velhos podem criar seus próprios Rotary Clubs e operar com custos mais baixos do que os tradicionais, eliminando as refeições semanais.

Assim como muitos rotaractianos deixam a família rotária na idade máxima de 30 anos por não terem condições de pagar as despesas de um Rotary Club tradicional, há muitos Rotary Clubs que não têm um grande contingente de pessoas na casa dos 30 anos. Portanto, a criação de Rotary Clubs das Novas Gerações, a partir dos Rotary Clubs existentes, faz muito sentido.

Como o Plano Estratégico do RI pode ajudar nossa organização?n Dando-nos estabilidade. Já houve um tempo em que, a cada ano, criá-vamos um novo programa, e gastá-vamos recursos consideráveis para encaminhá-los. Isso não aconteceu em anos recentes, então esta é uma boa oportunidade para inserirmos alguma criatividade no nosso plane-jamento. Como estamos em processo de implementação do Plano Visão de Futuro da Fundação Rotária, não sei se este é o momento de promover-mos grandes mudanças no Rotary International. É preciso fazer isso em etapas. E a primeira delas é dar mais assistência aos nossos clubes!

* O autor é editor-chefe da The Ro-tarian.

Tradução de Eliseu Visconti Neto.

Se pudermos fazer com

que os rotaractianos

integrem-se à família

rotária, será muito

mais fácil trazê-los

para o Rotary

quando chegar o

momento certo

17BRASIL ROTÁRIO

Rotarianos que são notícia

Nesta seção abrimos espaço para os rotarianos que foram eleitos ou nomeados para cargos de

governo, da administração direta ou indireta, ou que ainda receberam homenagens ou assumiram

função em organizações da sociedade civil nas esferas federal (1o, 2o e 3o escalões), estadual (1o e 2o

escalões) e municipal (1o escalão).

José Domingos Zanco, ex-governador do distrito 4310 eassociado do RC de Ameri-cana-Integração, SP,recebeu o título de CidadãoEmérito de Americana emcerimônia realizada naCâmara Municipal.

Associado do RC dePiracicaba-CidadeAlta, SP (D. 4310), PedroLuiz da Cruz assumiu emjaneiro o cargo de secre-tário municipal de Desen-volvimento Econômico dePiracicaba.

Prefeito do município paulistade Guaiçara, o rotarianoOsvaldo Afonso Costarecebeu o prêmio Top Prefei-tos 2009, concedido peloInstituto Sócio Ambientalpara o DesenvolvimentoSustentável aos 50 prefeitosbrasileiros que se destacaramno ano passado pela adminis-tração de suas cidades sob oenfoque da sustentabilidadeurbana. Associado do RC deGuaiçara, SP (D. 4480), eletambém recebeu o certifica-do Município Verde Azul,concedido pela Secretaria deMeio Ambiente do Estado deSão Paulo aos municípiosbem-sucedidos em suaspolíticas ambientais.

O presidente da Associação Comercial eIndustrial de Itabira é o rotariano JoséAntônio dos Reis Lopes, do RC de Itabira-Cauê, MG (D. 4520). Outro associado doclube, o governador distrital eleito José LuizScaglioni Filho, preside a Fundação Comuni-tária de Ensino Superior de Itabira.

Companheiros do RC deRolândia, PR (D. 4710),Johnny Lehmann eSabina Giesen são,respectivamente, prefeitoe vice-prefeita da cidadede Rolândia.

Vice-prefeito de JoãoPinheiro e associado do RCde João Pinheiro, MG(D. 4760), Neider KennedyAmorim foi agraciado com aMedalha da Ordem doMérito Legislativo daAssembleia Legislativa deMinas Gerais.

Criador da campanha que ajudou a eleger oCristo Redentor como uma das Sete Mara-vilhas do Mundo Moderno, o publicitárioAroldo Araújo, associado do RC do Rio deJaneiro, RJ (D. 4570), e membro doConselho de Administração da CooperativaEditora Brasil Rotário, recebeu o prêmioAtitude Carioca 2010, da Rede Record deTV, concedido por voto popular às persona-lidades que vêm ajudando a melhorar acidade do Rio. Na categoria em que foipremiado, Aroldo concorreu com o empresá-rio Roberto Medina, idealizador e produtordo Rock in Rio, e com José Bonifácio deOliveira Sobrinho, o Boni, um dos grandesnomes da televisão brasileira.

18 MARÇO DE 2010

Nossas lideranças

Assembleia Internacionalde 2010 foi a diferençaNovidades marcaram o treinamento dos governadores eleitosAdelia Villas*

Participar da Assembleia Internacional é a primeira grande experiência como administrador para cada um dos 534 governadores eleitos do mundo rotário. Embora o treinamento deles tenha se iniciado no Seminário de Treinamento de Governadores Eleitos (GETS) de cada país ou região, foi na Assembleia Internacional, realizada este ano entre os dias 18 e 23 de janeiro em San Diego, na Califórnia, nas confortáveis instalações do Manchester Hyatt Hotel, que as orientações foram passadas, com o conhecimento do lema e do logo 2010-11, das ênfases que nortearão os serviços rotários, das metas a serem alcançadas, das oportunidades para parcerias e do programa sugerido para o próximo ano.

RAY KLINGINSMITH, o presidente eleito do RI, fazendo a apresenta-ção do lema e do logo para 2010-11 na abertura da Assembleia de San Diego. No detalhe, a versão em português

Monika Lozinska-Lee/Rotary Images

19Brasil rotário

Durante seis dias, os governadores 2010-11 conviveram com seus lí-deres, o atual presidente do Rotary International

John Kenny e o presidente eleito Ray Klinginsmith, além de diretores do RI, coordenadores e 40 training leaders, numa interação para que os planos sejam realizados de forma eficaz, dentro do conceito de que o Rotary é uma unidade sem uniformidade, já que são respeitadas as diferenças do nosso mundo globalizado.

Este exemplo de passagem natural de liderança é a primeira lição a ser aprendida dessa Assembleia Interna-cional de 2010. Como observadora da revista Brasil Rotário no evento, devo dizer que a Assembleia deste ano, entre as demais de que participei, foi a mais impactante, seja pela objetivi-dade do programa como pelas novas metodologias de treinamento, levando à economia de tempo. É na Assem-bleia Internacional, testemunhando a diversidade cultural, étnica e de religiões, que entendemos a dimensão da nossa organização. Independente das barreiras de idioma, é nestas re-lações humanas que constatamos que o Rotary, primeiro clube de serviços da história, foi altamente beneficiado ao apoiar sua prática no valor e na vi-vência do saudável companheirismo, até hoje valorizado pelos rotarianos e seus cônjuges – estes, vale destacar, atores de grande importância, a quem é destinado um treinamento específico nas Assembleias Internacionais.

l AQUI APARECEM os cônjuges dos governadores eleitos. Destaque para as instrutoras Ceça, mulher de José Ubiracy Silva, e Beta, mulher de José Carlos Correia Estorninho

l OS GOVERNADORES brasileiros 2010-11 na companhia dos casais Ray Klinginsmith e Judie, Antonio Hallage e Rose, e dos training leaders Altimar Augusto Fernandes e Elizabeth, José Ubiracy Silva e José Carlos Correia Estorninho, do distri-to 1960, de Portugal

Portanto, como um modelo de trei-namento das lideranças, a Assembleia Internacional representa o início de uma série de cursos e seminários para os distritos de todo o mundo, em pre-paração para um novo período rotário, nas sucessivas etapas de qualificação das equipes distritais, nos Seminários de Treinamento de Governadores Assistentes, Seminários de Treina-mento de Presidentes Eleitos de Clube, Assembleias Distritais e Seminários do Desenvolvimento do Quadro As-sociativo e da Fundação Rotária. Foi nesta copiosa fonte de informações e modernas técnicas de qualificação que os 38 governadores eleitos brasileiros foram beber para inspirar-se, renovar-se e orientar suas equipes – assim, bem preparados para um novo tempo.

A ApResentAção de RAyO programa seguiu um modelo de sessões plenárias temáticas, que leva-vam a grupos de discussão voltados aos governadores e seus cônjuges. O companheirismo, ao final de cada tar-de, aconteceu na House of Friendship (que contou sempre com as presenças do próximo casal presidente do RI, Judie e Ray Klinginsmith), além dos jantares e noites especiais.

O momento mais esperado foi a Sessão Plenária de Abertura. Cada governador presente foi destacado com um lugar específico, nunca ao lado de um conterrâneo. A princípio meio “perdidos”, mesmo sendo os principais participantes deste grande universo, certamente o discurso do

presidente Ray Klinginsmith (reali-zado após a apresentação dele e de Judie, feita pelo atual presidente John Kenny) deu a unidade a este grupo de governadores.

Com 50 anos de envolvimento com o Rotary, iniciados como bolsista da Fundação Rotária, Ray mostrou sua preocupação e empenho pessoal com a manutenção de algumas tradições rotárias. A primeira grande mudan-ça já havia sido concretizada ao ser antecipada a definição do blazer para o período 2010-11 (que será na cor vinho/burgundy), uma novidade sempre aguardada com curiosidade. O presidente Ray entendeu que, an-tecipando tal medida, possibilitaria aos governadores que se preparassem previamente, economizando o tempo dedicado às atividades-fim da Assem-bleia. A prática do uso deste uniforme mereceu uma longa explicação, com uma deliciosa história que teve até mesmo a presença de duas testemu-nhas: o ex-presidente do RI M.A.T. Caparas e o ex-governador distrital Jim Fisher, ambos vestindo seus bla-zers originais.

“pAlAvRAs mágicAs”Seguindo esta mesma linha histó-rica, com vistas à definição do lema do período 2010-11, o presidente Ray Klinginsmith dedicou-se a uma pesquisa para levantar quantas vezes as palavras-chave escolhidas por ele compuseram os lemas anuais de nossa organização desde que eles passaram a ser utilizados, em 1954. Tal como a

20 MARÇO DE 2010

BR

palavra “Rotary”, que apareceu em 16 anos diferentes, ele constatou que muitos desses lemas falaram apenas aos rotarianos – e que, na opinião dele, isto deveria mudar, se queremos que mais pessoas juntem-se a nós e que o Rotary seja atrativo para elas.

Ray Klinginsmith citou as ex-pressões e “palavras mágicas” que o inspiraram e que descrevem o Rotary, entre outras: orgulho de ser rotariano, companheirismo, serviço, diversidade, liderança e integridade. Deste estudo, surgiu o motivador lema que será utilizado em 2010-11: Fortalecer Comunida-des, Unir Continentes, que fala do nosso compromisso de serviço junto às comunidades, mas também da in-ternacionalidade do mundo rotário.

No momento do anúncio, foi mos-trado em um telão o conjunto com o desenho que encima o lema, formado por curvas sugerindo caminhos ou pontes, e adotando as cores tradicio-nais do Rotary (amarelo-ouro e azul), resultando num logotipo síntese, forte. Depois de ser longamente aplaudido, num testemunho da aprovação da pla-teia, Klinginsmith fi nalizou exortando os governadores a “trabalharem atra-vés da prestação de serviços, lembran-do que somos poucos se comparados à humanidade, mas somos uma minoria que pode mudar o mundo”.

Cada Sessão Plenária levou ao pódio um diretor do RI, cinco ao todo, falando em sua língua pátria sobre o tema Rotarianos Fazem a Diferença. Além deles, falou também o brasileiro Mário César de Camargo, ex-gover-nador do distrito 4420. Dar a oportu-nidade de conhecer bons projetos em várias partes do mundo e ao mesmo tempo mostrar o compromisso e o en-volvimento destes líderes com a causa da instituição foi o objetivo dessas presenças, plenamente atingido. Ouvir estes depoimentos em diferentes idio-mas lembrou a todos que as diferenças culturais não são, de fato, uma barreira para atingir os objetivos de serviço.

DESTAQUESSe pudesse apontar momentos de grande expressão neste programa tão

Nossas lideranças

* Ex-governadora do distrito 4570 e associada do RC do Rio de Ja-neiro-Guanabara, RJ, a autora é membro efetivo do Conselho de Administração da Brasil Rotário e foi representante da revista na As-sembleia Internacional de San Diego. Fotografi as gentilmente cedidas pelos governadores eleitos Alice Maria Po-lacchini (distrito 4680) e Valdomiro Oliveira Júnior (distrito 4550).

O ATUAL presidente, John Kenny, numa das plenárias

TAMBÉM PALESTRANTE, o diretor do RI Antonio Hallage falou sobre os Serviços Profissionais

MÁRIO CÉSAR de Camargo foi um dos expositores das sessões Rotarianos Fazem a Diferença

especial, destacaria o discurso do ex-presidente do RI Cliff Dochterman, apresentado por Ray Klinginsmith como um ícone do Rotary. Ele falou após a apresentação das ênfases para o período 2010-11, e fi xou-se em lembrar a evolução da prestação dos serviços no Rotary, numa impressionante cro-nologia histórica. Como síntese dos seus depoimentos, cito suas palavras fi nais: “Os feitos do Rotary no passa-do são apenas o prelúdio do futuro”, afi rmou. “O Rotary tem o potencial de tornar melhores as nossas comuni-dades e construir um mundo melhor. E acreditem: isto depende de vocês, porque vocês foram escolhidos para liderar o mundo do Rotary. Esta é a missão. Agora, avante para servir!”

Da mesma forma, outra inovação acrescentada ao programa da Assem-bleia foram os Seminários de Assuntos Internacionais, que destacaram o sul da Ásia, a África e a Europa, onde o Ro-tary tem um interesse especial. Tendo como moderador o ex-presidente Bill Boyd, o seminário mostrou as mu-danças históricas, fruto das mudanças políticas e da economia ocorridas na atualidade, e como o Rotary está lidando com estes novos diferenciais.

A dinâmica utilizada iniciava sem-pre com a projeção de um fi lme didáti-co produzido pelo Southern Center for International Studies, de Atlanta, nos EUA, seguido de comentários do seu diretor, Peter White. A seguir, depoi-mentos de painelistas, diretores do RI e curadores da Fundação Rotária das regiões do mundo abordadas davam a conhecer como o Rotary está lidando com essas mudanças em termos de interferência positiva nos serviços a serem prestados e no desenvolvimento do quadro associativo. A participação de um grande público, sempre mais de 500 pessoas, mostrou o acerto deste evento.

Se pudesse resumir numa rápida análise a Assembleia Internacional de 2010, diria que este foi um evento que introduziu mudanças, todas necessá-rias e pertinentes, e que o Rotary uti-lizou apenas sua “prata da casa”, com um resultado extremamente positivo para quem participou.

Monika Lozinska-Lee/Rotary Images

22 Março de 2010

Capa

l NA CHEGADA das pri-meiras caixas, o mais difícil foi o acesso dos caminhões a Porto Príncipe

ShelterBox/Mark Pearson

o dia seguinte ao terremoto de 12 de janeiro, o rotariano Caleb Lucien, associado do Rotary Club de Pignon, no Haiti, viajou 140 quilômetros para chegar a Porto Príncipe.

À medida que avançava em direção à capital do Haiti, epicentro do pior terremoto de que se tem notícia nos últimos 200 anos da história do país, o cenário tornava-se cada vez mais assustador. “A cidade está completa-mente destruída”, narrou ele ao Ro-tary International News dias depois. “Passamos por centenas e centenas de cadáveres no caminho. O número de mortos vai muito além do que se pode imaginar”.

Já em Porto Príncipe, depois de gastar o equivalente a US$ 3.500 do próprio bolso comprando água e

comida para os desabrigados, Caleb partiu em busca de amigos rotarianos que viviam nas áreas afetadas. Com a ajuda dele, mais de 120 pessoas feridas foram levadas para Pignon. Coorde-nador do Grupo de Apoio à Saúde e Combate À Fome no distrito 7020, que cobre o Haiti, Caleb Lucien foi um dos rotarianos que testemunharam em pri meira mão o terror do terremoto e enviaram um pedido de socorro ao Rotary International. “Não era hora de se lamentar ou de se pensar nas dimensões da devastação. Era hora de agir”, ele diz. “É claro que eu sofri com toda aquela situação, mas era importante seguir em frente e focar no desafio de encontrar rotarianos para ajudar nos trabalhos de emergência.”

Desde então, Caleb Lucien vem liderando uma série de ações no país

com o apoio da força-tarefa criada há dois anos pelo distrito 7020 para administrar a ajuda financeira dos rotarianos ao Haiti.

Fundo de ajudaEm resposta à tragédia, a Fundação Rotária criou um fundo de ajuda ao Haiti no dia seguinte aos tremores para receber doações dos rotarianos dos EUA. Dawn Johnson, presidente do Rotary Club de Verretes, no Haiti, fez um apelo, explicando a necessidade de mobilização internacional urgente para o caso. “O governo haitiano é alta-mente centralizado em Porto Príncipe, cidade que agora está enterrada sob os escombros”, disse ele. “A escala desse desastre é imensa, e está muito além de qualquer outra situação que o país já tenha enfrentado”.

Em nota de pesar, o presidente do Rotary Inter-national, John Kenny, con-clamou todos os clubes e distritos rotários do mundo a agir em favor dos haitia-nos. “Nós encorajamos os rotarianos a trabalhar em parceria com organizações internacionais que tenham experiência em ações de emergência como essa”, disse o presidente do RI na nota assinada também pelo presidente do Conselho de

N

21BRASIL ROTÁRIO

Capa

No Haiti, em outro recomeço

ShelterBox é a principal ação do Rotary no socorro às vítimas do terremoto

Shelte

rBox/M

ark

Pearso

n

TERRA DEVASTADA: com 1/4 da população desabrigada e 200 mil mortos, haitianos dependem da ajudainternacional para reerguer seu país

Da Redação*

Poucos enredos poderiam ser mais dramáticos: país mais pobre no mapa das Américas, com uma economia destroçada, metade da população analfabeta e ainda sob os efeitos nefastos de uma sucessão de golpes e ditaduras, o Haiti voltou a pedir o socorro internacional no dia 12 de janeiro, quando um violento terremoto matou mais de 200 mil pessoas (entre elas a coordenadora da Pastoral da Criança, Zilda Arns, e pelo menos 18 militares brasileiros que participavam da missão de paz da ONU) e deixou 2 milhões de desabrigados, 1/4 de toda a população haitiana, segundo algumas estimativas. Presente no Haiti com 17 Rotary Clubs, que antes da tragédia coordenavam um total de 33 projetos humanitários para combater a pobreza em diversas frentes, agora o Rotary foca seus esforços para expandir a ação da ShelterBox no país e ajudar os haitianos a reconstruírem suas vidas.

23Brasil rotário

l PELO MENOS 2.000 kits da ShelterBox já chegaram ao Haiti, onde os abrigos foram utilizados na monta-gem de acampamentos e hospitais de campanha

ShelterBox/Mark Pearson

Curadores da Fundação Rotária, Glenn Estess Sr., e pelo secretário-geral da organização, Ed Futa.

Uma das organizações citadas por Kenny, a ShelterBox foi criada há dez anos pelo Rotary Club de Helston-Lizard, da Inglaterra, por iniciativa do rotariano Tom Henderson, um mergulhador de resgate reformado da Marinha Real Britânica. Desde então, a ShelterBox participou de ações de emergência em aproximadamente 80 desastres em mais de 50 países. Finan-ciada exclusivamente por doações, a ShelterBox já mobilizou mais de US$ 34 milhões (R$ 63 milhões) em suas ações, o que faz dela o maior projeto de um Rotary Club em todo o mundo.

O custo de cada caixa fica em torno de US$ 670 (R$ 1.250), incluindo-se aí as despesas com o armazenamento e o transporte dos kits até às áreas afetadas. Cada caixa contém uma barraca com capacidade para abrigar até 10 pessoas, um fogareiro, coberto-res, ferramentas como pás, martelos e outros utensílios essenciais para a sobrevivência de uma família (veja a composição de cada caixa na página 25). Como todas as caixas são nume-radas, através do site da ShelterBox www.shelterbox.org é possível que o doador monitore em que país estão sendo distribuídos os kits comprados com o dinheiro que doou. O período de uso deste material pode chegar a seis meses, tempo essencial para a sobrevivência de quem espera a reconstrução de sua casa depois de tragédias como o tsunami que varreu o litoral da Ásia no final de 2004 e o terremoto que matou 86 mil pessoas

no Paquistão no ano seguinte – dois episódios em que a ShelterBox inter-veio com sua equipe.

As primeirAs cAixAs A mobilização da ShelterBox no Haiti começou na quinta-feira, 14 de janeiro, dois dias depois do terremoto. Com o hospital de Porto Príncipe destruído, as primeiras caixas foram utilizadas na montagem de um hospital de cam-panha no próprio aeroporto. “As con-dições aqui são alarmantes”, relatou, na ocasião, o britânico Mike Pearson, um dos coordenadores da ação da ShelterBox no Haiti. “As amputações acontecem a cada meia hora”.

Desde então, o envio de kits da ShelterBox ao país tem sido regular. Até o fechamento desta edição, na primeira semana de fevereiro, pelo menos 2.000 caixas haviam sido colo-cadas em solo haitiano e outras 2.000 estavam a caminho. A maior barreira nos primeiros dias depois dos tremo-res foi a dificuldade de acesso às áreas atingidas. Segundo os coordenadores da ShelterBox, até a conclusão dos trabalhos no Haiti esta terá sido uma das maiores operações da história do projeto – como comparação, apenas no episódio do tsunami foram distri-buídas mais de 13 mil caixas.

Trabalhando em parceria com as Nações Unidas e com a ONG francesa ACTED, um dos desafios da equipe da ShelterBox foi organizar a distribuição das caixas em meio ao caos que tomou conta das áreas afetadas. Até o final de janeiro, a ShelterBox forneceu abrigo a pelo menos 20.000 pessoas em Porto Príncipe e outras cidades da região,

Com uma

barraca, fogareiro

e outros utensílios

essenciais, cada

caixa garante

o abrigo de 10

pessoas por

um período de

até seis meses

24 Março de 2010

CapaShelterBox/Mark Pearson

como Delmas, Petion-Ville, Carrefour e Leogane. Na difícil tarefa de decidir quem são os haitianos mais vulnerá-veis num momento como esse, foram priorizadas as crianças e as grávidas.

O ROtaRy já estava láA atuação dos rotarianos no Haiti antes da tragédia de 12 de janeiro foi fundamental para a rápida atuação da ShelterBox. “O Rotary já tinha uma estrutura incrível estabelecida no país, o que ajudou a tornar nossa resposta ao terremoto bastante efetiva”, diz Dick McCombe, ex-governador do distrito 7020.

Um total de 33 projetos vinham sendo desenvolvidos pelo Rotary no Haiti antes do terremoto. Essas ações iam desde a construção de in-fraestrutura de saneamento básico e fornecimento de água até projetos na área de saúde e educação. “Se antes ensinávamos as crianças a ler e escre-ver, agora o desafio é ensiná-las a viver depois de tudo isso que aconteceu”, diz McCombe.

Até que outras caixas entrem em Porto Príncipe, todos vão ajudando como podem. O rotariano Claude Surena, coordenador da Força-Tarefa

pelo Haiti e presidente da Associação Médica do Haiti, abriga mais de 100 pessoas feridas em sua própria casa, também atingida pelos tremores em Porto Príncipe. A residência foi trans-formada num pequeno hospital e num centro de distribuição de material mé-dico. “Os rotarianos são extremamen-te generosos e estão fazendo o máximo que podem”, relata Dick McCombe.

Se os esforços humanitários in-ternacionais para ajudar o Haiti eram fundamentais antes do terremoto, se-rão ainda mais importantes daqui em diante na difícil tarefa de reconstruir um país que já estava em processo de reconstrução. No dia 07 de fevereiro, o G7, grupo que reúne os sete países mais ricos do mundo, anunciou que vai cancelar todas as dívidas do Haiti.

Da parte que cabe aos rotaria-nos, muito foi e está sendo feito, é verdade. Mas os haitianos precisam de muito mais. “Nestes primeiros seis meses, a prioridade é continuar garantindo abrigo, comida e água aos desabrigados”, diz Caleb Lucien. “Mas a longo prazo, eu espero ver o Rotary trabalhar na reconstrução do Haiti, ajudando a reconstruir escolas, hospitais e igrejas”.

Atuação

humanitária do

Rotary no Haiti

antes da tragédia

foi essencial

para o sucesso

dos trabalhos da

ShelterBox

25BRASIL ROTÁRIO

A ajuda dos brasileirosOs Rotary Clubs do Brasil também estão mobilizados para ajudar o Haiti, como mostraram algumas correspondências enviadas à Brasil Rotário no mês de janeiro. Duas caixas enviadas pela ShelterBox ao Haiti foram compradas com os recursos de uma ação conjunta do Rotary Club de Hermann-Blumenau, em Santa Catarina, e o Centro de Tradições Gaúchas Fogo de Chão. No Ceará, o Rotary Club de Fortaleza-Leste participou da campanha de arrecadação de alimentos e água potável para o Haiti. O clube doou 46 cestas básicas (foto). À medida que receber notícias sobre outras ações dos clubes brasileiros, a Brasil Rotário vai publicá-las nas próximas edições, na seção Distritos em revista.

Janeiro, um mês difícil também no Brasil

A mobilização dos rotarianos brasileiros no começo do ano também foi voltada ao enfrentamento dos problemas causados pelas chuvas que mataram 21 pessoas em Angra dos Reis, no litoral sul do Rio de Janeiro, e desalojaram praticamente toda a população de São Luiz do Paraitinga, no Vale do Paraíba paulista. O governador do distrito 4600, que abrange essas áreas, Ettore Dalboni da Cunha, liderou uma iniciativa junto aos demais distritos rotários brasileiros e do mundo para receber doações materiais e em dinheiro que estão sendo empregadas nas comunidades afetadas. O governador do distrito 4710, José Machado Botelho, anunciou a doação de 1.000 camas. Os móveis estão sendo fabricados e serão entregues a famílias atingidas em Angra e São Luiz do Paraitinga. BR

*Com informações do Rotary International News e da governadoria do distrito 4600. Agradecimentos: Nathália Vianna Friedrich.

LUTA CONTRA O TEMPO: cada

kit da ShelterBox contém uma

barraca, cobertores, fogareiro,

ferramentas como pás e martelos,

utensílios de cozinha e material

didático para crianças, entre outros.

A ideia do projeto, que está com-

pletando uma década de atividade,

é garantir que os desabrigados por

desastres vivam com um mínimo de

dignidade até que suas casas sejam

reconstruídas

26 MARÇO DE 2010

08 de março – Dia Internacional da Mulher

A Mulher no Rotary

Muito se tem comentado sobre a entrada da mulher no Rotary, inclusive se

veiculando informações equivocadas.Para melhor ilustração dos com-

panheiros rotarianos, em especial dos admitidos mais recentemente, é útil

divulgar a epopeia que foi a mudança de orientação da diretoria do Rotary International, a qual insistia na velha tradição de que o Rotary é um clube de homens.

Entre nós, temos como pre-cursora, especialmente no Rotary Club do Rio de Janeiro, dona

Eugenia Hamann, esposa do com-panheiro Christian Hamann (hoje

nome de escola municipal

Os capítulos de uma longa marcha atéo surgimento das líderes rotárias

no bairro carioca da Gávea). Ela questionou nosso fundador em um brado – “Por que, Paul Harris?” –, no sentido da admissão da mulher, numa época em que apenas os ho-mens tinham expressão na sociedade.

Houve diversas tentativas no Conselho de Legislação para eliminar o veto da admissão de mulheres em clubes rotários.

CLUBES PRECURSORESNa Convenção Internacional do RI de 1950, um clube da Índia sugeriu excluir a palavra “masculino” dos estatutos dos Rotary Clubs.

A agenda do Conselho de Legisla-ção na Convenção do RI de 1964 teve proposta de emenda apresentada por um clube do Ceilão (hoje Sri Lanka) para admitir mulheres nos Rotary Clubs. Os delegados do Conselho

negaram a proposta. Também foram recusadas duas propostas separadas para permitir que mu-lheres fossem eleitas associadas honorárias.

Hertz Uderman*

Foto

: stock

.XC

HN

G

26 MARÇO DE 2010

27BRASIL ROTÁRIO

BR

NOVOS TEMPOSEm 1972, tendo em vista as mulheres estarem conquistando as mais rele-vantes posições profi ssionais, muitos clubes começaram a pressionar o RI para admitir representantes do sexo feminino. No mesmo ano, um clube norte-americano sugeriu ao Conselho de Legislação alterar o Estatuto do RI.

Cinco anos depois, três propos-tas para a admissão de mulheres como associadas de Rotary Clubs foram submetidas ao Conselho de Legislação para serem avaliadas na Convenção do RI de 1977. Enquanto isso, um clube brasileiro lançava a mesma sugestão.

Foi um ano de mudanças. O Rotary Club de Duarte, Califórnia, EUA, ad-mitiu três mulheres, contrariando os estatutos e o regimento do Rotary In-ternational. Por conta dessa violação, o clube foi desfi liado em março de 1978 como membro do RI. Ele foi reinstala-do apenas em setembro de 1987.

O processo de inclusão se acelerava:

1980 – A diretoria do RI e de unidades rotárias da Índia, Suécia, Suíça e dos EUA propõem remover dos estatutos do RI e dos clubes todas as referências de que os Rotary Clubs são formados por pessoas do sexo masculino.

1983 – Em uma demanda do RC de Duarte, a Corte Suprema da Califór-nia decide a favor do Rotary Inter-national, confi rmando a qualifi cação baseada no sexo do candidato para a associação aos clubes da Califórnia.

No mesmo ano, um clube norte-americano apresenta proposta ao Conselho de Legislação para remover restrições baseadas no sexo. Proposta idêntica é apresentada em conjunto por clubes da Austrália, Índia, Suécia, de Bermudas e dos EUA.

1986 – A Corte de Apelação da Cali-fórnia altera a decisão do Tribunal, impedindo o cumprimento daquela disposição no estado. A Suprema Cor-

te da Califórnia se recusa a debater o caso, apelando da decisão à Suprema Corte dos Estados Unidos.

1987 – Em 4 de maio, a Suprema Cor-te dos EUA delibera que os Rotary Clubs não podem excluir mulheres dos seus quadros baseando-se no sexo do associado. O Rotary divulga uma declaração de que qualquer clube nos EUA pode admitir mulhe-res qualificadas como associadas. A diretoria do RI estimula todos os clubes dos EUA a aceitar com toda consideração candidatos a associa-dos sem distinção de sexo.

O Rotary Club de Duarte, Califór-nia, é reintegrado ao RI em setembro de 1987.

O RC de St. Martin Sunrise é ad-mitido em 18 de maio, tornando-se o primeiro a ter mulheres associadas após a decisão da Suprema Corte.

Sylvia Whitlock, do RC de Duarte, é a primeira mulher presidente de um Rotary Club.

1988 – Em novembro, o Conselho de Diretores do RI divulga uma declara-ção reconhecendo o direito dos clubes canadenses de admitir mulheres com base numa lei canadense, similar àquela aprovada pela Suprema Corte dos EUA.

1989 – Na sua primeira reunião após a

decisão da Suprema Corte de 1987, o Conselho de Legislação elimina o tre-cho, nos estatutos do RI, que diz ser limitada ao sexo masculino a fi liação a clubes rotários. Mulheres são bem-vindas nos RCs de todo o mundo.

1990 – Em junho, há cerca de 20.200 rotarianas ao redor do mundo.

1995 – Em junho, oito mulheres são empossadas governadoras de distrito para o período de 1995-96.

2005 – Carolyn E. Jones toma posse como primeira mulher curadora da Fundação Rotária para o período 2005-09.

2006 – Em maio, há aproximada-mente 166.600 rotarianas em todo o mundo.

2007 – Em julho, 63 mulheres são empossadas como governadoras de distrito. Há associadas em 25.227 clubes ao redor do mundo.

2008 – Catherine Noyer-Riveau to-ma posse como a primeira mulher diretora do RI. Ela servirá até junho de 2010.

2009 – Em julho, há 197.000 rotaria-nas; 63 são governadoras de distrito.

Esperamos que a participação da mulher seja crescente no Rotary, a exemplo do que vemos nas empresas, nas profi ssões liberais e nas áreas judiciária, legislativa e executiva.

Temos certeza de que em mais alguns anos teremos uma presidente do RI.

Queira Deus que possamos aplaudi-la.

* O autor é membro efetivo do Con-selho de Administração da Brasil Rotário, governador 1995-96 do dis-trito 4570 e associado ao RC do Rio de Janeiro-Méier, RJ (D. 4570).

Em 1972, muitos

clubes começaram a

pressionar o RI para

admitir mulheres.

No mesmo ano, um

clube norte-americano

sugeriu ao Conselho

de Legislação alterar o

Estatuto do RI

28 Março de 2010

Tema do mês

Fome de lerO Brasil tem 14,2 milhões de analfabetos. O Rotary está preparado para mais esta missão?

Luiz Renato Dantas Coutinho*

er nos parece algo tão natural que no dia a dia pouco atenta-mos para a importância dessa capacidade adquirida nos pri-meiros anos na escola. Hoje a

alfabetização parece ser um direito universal e só se é analfabeto por um grande azar na vida: a miséria extre-ma em regiões isoladas, acredita-se. Mas não é bem assim. Em 2000, as duas maiores cidades do país, São Paulo e Rio de Janeiro, tinham juntas 582 mil analfabetos.

No Brasil, há pouco mais de cem anos, saber ler e escrever era algo quase tão digno de nota quanto seria ter, hoje, um carro do ano ou uma casa de veraneio. Em 1905, os quiosques do Rio de Janeiro conta-vam com 12 jornais diários, número equivalente de semanários, além de jornais de outros estados e suple-mentos estrangeiros. Viam-se pilhas altas de papel em “exposição” pelas esquinas da cidade. Era a soma do produzido pela manhã, à tarde e à noite pela imprensa.

“Há leitores para o tanto que se escreve?”, perguntava o poeta Olavo Bilac em uma de suas crônicas para a Gazeta de Notícias.

O próprio Bilac respondia que não: “Os analfabetos, na população desta cidade, estão na proporção de

stock.XCHNG

L

29Brasil rotário

dois para um”. E concluía: “Quem lê todos esses jornais? Lemo-los nós, que os fazemos – assim como também os livros de versos são lidos pelos autores”. A cidade tinha 730 mil habitantes, mas sua massa de leitores ficava muito abaixo de 100 mil.

O Brasil de 1900 tinha 17.438.434 habitantes e 65,3% de analfabetos. Isso significava que na faixa da população com 15 anos ou mais, que representava 9,7 milhões de habitantes, 6,3 milhões ignoravam a leitura. A Belle Époque brasileira não era tão bela assim... En-quanto isso, nos EUA, a média geral de analfabetismo era da ordem de 10,7% – ainda que entre os afrodescendentes ela alcançasse 40,5%.

Se compararmos o censo norte-americano de 1870 com o de 1900, o contingente de analfabetos naquele país havia se reduzido à metade em ambos os grupos. Cabe então indagar se estamos longe de chegar, mesmo com 90 anos de atraso, à média glo-bal de analfabetismo dos EUA em 1920: 6%.

O Brasil hOjeDe acordo com o sociólogo brasilei-ro Simon Schwartzman, os gastos brasileiros com educação em 2003 eram de 5 a 5,5% do Produto Interno Bruto. Um percentual superior ao de países como Argentina e Chile e equivalente aos da Espanha, Itália e Japão. Apesar disso, os resultados ainda são lentos: entre 1999 e 2008, no Brasil, a taxa de analfabetismo entre aqueles com 15 anos ou mais manteve-se em 10%.

Em 2008, 14,2 milhões de bra-sileiros com 15 anos ou mais eram

incapazes de ler e escrever. Embora isso seja apenas 10% dessa parcela da população, é, no entanto, um con-tingente grande. O educador Anísio Teixeira, em 1953, já alertava para o fato de que não bastava a queda da taxa de analfabetismo; a redução em números absolutos era fundamental. Em 2000 havia um número maior de analfabetos do que o registrado em 1960 e quase duas vezes e meia o que havia no início do século 20.

Schwartzman aponta também uma rea lidade subjacente: a maior parte das crianças frequenta as es-colas, contudo vêm a abandoná-las durante a adolescência. Muitos es-tudantes não estão no nível em que deveriam estar. Segundo dados de 2003, aos 16 anos de idade, 16,7% dos brasileiros já se encontram fora da escola. Aos 18 anos, o contingente é de 42%. Além disso, metade dos alunos do nível médio tem 18 anos ou mais

“A sociedade esclarecida tem cons-ciência de que, para atingirmos o pa-tamar de quinta potência do planeta, precisa se empenhar, alavancando recursos destinadas à alfabetização e ao ensino fundamental e médio. O governo federal tem feito a sua parte, mas é preciso que estados e municípios façam a sua”, avalia o ex-governador do distrito 4530 Francisco Fernando Schlabitz. E exemplifica:

“A Unesco adota o índice de 4% como limite para declarar um país livre do analfabetismo. Hoje, segun-do a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio do IBGE, com dados levantados em 2008, apenas o Distri-to Federal apresenta índice inferior a 4% de analfabetismo. Os estados do

Sul têm índice um pouco superior, porém, no outro extremo, verificamos alguns estados do Nordeste com taxas acima de 25%”.

UNir esFOrÇOsSchlabitz é considerado dentro do Rotary um profundo conhecedor do tema. Nos dois últimos anos ele vem coordenando estratégias para moti-var os clubes no combate ao analfa-betismo. Para ele, o Rotary, outras organizações não governamentais, iniciativa privada e governo devem unir esforços. E ele enfatiza: “Deve-mos considerar ainda os analfabetos funcionais (ver boxe na página 30).

Segundo ele, não há saída sem essa cooperação, pois as tarefas são de grande porte: “Uma tarefa dos Rotary Clubs deve ser a de trabalhar a educação em 80% do tempo dispo-nível, com projetos de toda ordem que visem a alfabetização de crianças, jovens e adultos, nunca deixando de acompanhar os passos de cada crian-ça e de cada cidadão na busca de mais estudo e mais capacitação”.

O ex-governador considera a Abordagem Linguística Concentrada, conhecida como método CLE (Con-centrated Language Encounter), uma experiência que deveria ser replicada em todo o Brasil. O método é a base do projeto Lighthouse, uma iniciativa do Rotary International de combate ao analfabetismo (ver entrevista na página 31).

“Se conseguíssemos difundir o método CLE, o caminho para a alfa-betização seria encurtado de forma brutal. Alguns exemplos, que de longe não esgotam as oportunidades, são as

“A Unesco adota o índice de 4% como limite

para declarar um país livre do analfabetismo.

Apenas o Distrito Federal apresenta índice

inferior a 4%. Verificamos alguns estados do

Nordeste com taxas acima de 25%”

30 MARÇO DE 2010

experiências em Curitiba, Araras, Soro-caba, Ouro Preto, Contagem e Recife. As ações foram promovidas por Rotary Clubs locais com ou sem recursos da Fundação Rotária”, diz Schlabitz.

ERA DA INFORMAÇÃOConsidera-se que a Era da Informação teve início nos anos 80. Para o soci-ólogo norte-americano Daniel Bell, professor da Universidade de Harvard, a sociedade caminhou em direção à

Muitos parâmetros, muitas iniciativas Há várias definições para analfabetismo. O Instituto Brasileiro de Ge-ografia e Estatística (IBGE), a agência responsável pelos indicadores sociais e geográficos, considera como alfabetizada uma pessoa capaz de ler e escrever pelo menos um bilhete simples no idioma nativo. Por esse parâmetro, o Brasil teria 14,2 milhões de analfabetos.

Uma definição que tem se difundido modernamente é o de anal-fabeto funcional. Trata-se de qualquer pessoa com menos de quatro séries de estudos concluídas. Em decorrência, poderíamos considerar como sendo de 30 milhões o número de analfabetos no Brasil.

O governador do biênio 2008-09 do distrito 4680, Tirone Lemos Michelin, em parceria com lideranças locais e 290 prefeituras gaúchas, conseguiu ajudar a reduzir o índice de analfabetismo do Rio Grande do Sul de 6,7% para 4%. Um protocolo de intenções assinado entre este estado e o Rotary, numa coordenação de do ex-governador, permitiu ainda que o nome e endereço de cada cidadão analfabeto do Rio Grande do Sul formasse um banco de dados. Após esse mapea-mento, concluído no início de 2006, iniciou-se a alfabetização, dentro do projeto Alfabetiza Rio Grande.

Ações de menor escala também têm funcionado. Os companhei-ros do Rotary Club de Santana do Ipanema (D. 4390), no sertão de Alagoas, tiveram seu trabalho reconhecido pelo governo estadual. É que a Escola Rotary da cidade foi inserida na categoria de escola com o melhor Índice de Desenvolvimento da Educação Básica do 6º ao 9º ano do ensino fundamental.

Quase todos os meses, a Brasil Rotário tem publicado iniciativas educacionais de Rotary Clubs por todo o país. Acompanhar esses trabalhos é obter fonte de inspiração para combater um dos principais fatores levados em conta no cálculo do Índice de Desenvolvimento Humano.

De acordo com a Unesco, 776 milhões de pessoas com 15 anos ou mais são analfabetas no mundo. Desse total, 66,6% são mulheres. Mais de 75% dos adultos analfabetos se concentram em apenas 15 países, entre eles Bangladesh, Brasil, China, Egito, Índia, Indonésia, Nigéria e Paquistão.

predominância do setor de serviços. Aqueles que possuem um conheci-mento que interessa a outros detêm algum poder ou status. E a longa e recompensadora busca do conheci-mento parte do contato com a leitura e a escrita. A globalização virtual, por meio da rede de computadores domés-ticos, ampliou o número de horas que nos dedicamos à leitura. Por isso se diz que a partir dos anos 90 os valores da informação se impuseram defi niti-

vamente sobre os da Era Industrial. De acordo com pesquisas, no

Brasil de 1992, sete ou oito anos de escolaridade eram o mínimo que um trabalhador deveria ter para alcançar a média de salário nacional. Em 2002, o tempo dedicado aos estudos para alcançar a mesma média pulou para 11 anos. Alguém ainda duvida que o analfabetismo tem o mesmo efeito que uma doença incapacitante? Mais uma missão para o Rotary e todos nós.

Uma defi nição que

tem se difundido

é o de analfabeto

funcional. Trata-se

de qualquer pessoa

com menos de quatro

séries de estudos

concluídas. Teríamos,

então, 30 milhões de

analfabetos no Brasil

Tema do mês

31Brasil rotário

BR

Brasil rotário: Como o se-nhor tem visto as iniciativas baseadas no projeto lighthouse hoje no Brasil?n Jório Coelho: O processo está lento, mas tenho que elogiar o esforço que o ex-governador Fran-cisco Schlabitz tem feito há mais de dois anos. Imagino que boa parte dos rotarianos ainda prefere doar material escolar, e poucos conhecem a metodologia CLE. Além do mais, eu e a professora Glória Guiné, da Universidade Federal de Ouro Preto, temos carregado essa bandeira pelo Brasil afora e nem sempre poderemos atender aos pedidos dos distritos ou clubes. Esse ano, apenas São Paulo e Ribeirão Preto foram atendidas. Infe-lizmente, nenhuma equipe foi criada pelo Projeto 3H, feito em Contagem, para continuar a aplicação dessa metodologia.

Há uma falha enorme entre nós, ou seja, as cidades e os clubes por nós assistidos não dão continuidade ao trabalho.

Como o senhor vê a acolhida, atu-almente, ao projeto lighthouse pelos rotarianos e pelos líderes rotários?n Há uma expressão criada pelo dra-

Contra o nosso complexo de vira-lataEntrevistando um especialista no projeto Lighthouse de combate ao analfabetismo

O ex-governador do distrito 4580 Jório Coelho se dedica aos projetos de alfabetização do Rotary desde 1999. Jório, porém, tem se mostrado cético em relação ao assunto. Conta que tem visitado os clubes, proposto assistência técnica às iniciativas de alfabetização, porém na maioria das vezes estas não têm sobrevivido mais do que três meses. Geólogo, professor aposentado da Universidade Federal de Ouro Preto e editor de uma revista de divulgação científica, ele também aponta um outro obstáculo: muitos cursos de pedagogia não costumam preparar bem os professores para as salas de aula.

Em artigo para a Brasil rotário, em 2006, o ex-governador contou que o ex-diretor do RI Hipólito Ferreira foi um dos líderes rotários que o influenciaram sobre o Lighthouse, o projeto do Rotary para combater o analfabetismo. Hipólito conhece a metodologia de ensino do Lighthouse e os seus resultados desde 1988.

maturgo Nelson Rodrigues: complexo de vira-lata. Acredito que muitos sofrem desse complexo: tentam com-parar o CLE ao Método Paulo Freire. Tenho certeza de que a maioria desco-nhece tanto o CLE quanto a pedagogia do Paulo. Hoje falo com segurança sobre a metodologia CLE e tenho a certeza de ser a melhor para o Brasil.

e fora do rotary, como o senhor avalia a repercussão do projeto?n Ainda é pequena no meio acadêmi-co, e mais uma vez lembro o complexo de vira-lata. Os professores primários têm uma preparação deficiente; os cursos de pedagogia não os preparam para as salas de aulas. O resultado desse imbróglio é um ensino de baixo nível. Somado a tudo isso o aumento de “universidades arapucas”, que montam salas de aulas em qualquer lugar, apenas para dar o diploma de nível superior, e assim as autoridades tentarem atender a legislação vigente. Mas o complexo faz com que haja rejeição de algo testado em um país como a Tailândia.

Segundo o Jornal da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, os resultados do teste Pisa [sigla, em inglês, para Programa In-ternacional de Avaliação de Alunos],

divulgados pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico, mostram que os alunos brasileiros obtiveram, em 2006, mé-dias que os colocam na 53ª posição em matemática, entre 57 países, e na 48ª em leitura, entre 56.

o que o senhor acha que deveria ser feito para ampliar o programa no Brasil? n É notório que a Unesco cita o tra-balho feito na Tailândia, porém nada é dito no Brasil sobre isso. Temos que buscar esse apoio, para que o MEC e mesmo os estados e municípios passem a crer na possibilidade de adotarmos o CLE no Brasil.

Assim como envolvemos a Uni-versidade Federal de Ouro Preto, outras instituições de ensino devem ser colocadas no jogo. É lamentável que a Universidade de Minas Gerais não tenha participado do trabalho em Contagem, pois é uma das instituições mais respeitáveis no setor de pesquisas sobre alfabetização.

Também temos que promover a vinda dos criadores da metodologia para debates em instituições de ensino, para mostrar o potencial dela, e quem sabe acabarmos com o complexo de vira-lata.

* O autor é jornalista da Brasil Rotário.

32 MARÇO DE 2010

África

CapacitadosEscola em Uganda constrói autoestima de órfãos com arte

JOSEPH MAYANJA, 13 anos de idade

33BRASIL ROTÁRIO

BR

Fotos de Alyce Henson e texto de Nicole Charky

Estima-se que existam 2,4 milhões de órfãos em

Uganda, na África, mas os 25 que vivem no orfa-

nato e escola Bitone, em Kampala, capital do país,

conseguem oportunidades que muitos outros não têm.

Em Bitone, aulas de música e dança são oferecidas para

construir autoestima. Em 2008-09, os Rotary Clubs de

Kampala-East e Traverse Bay Sunrise, este último nos Es-

tados Unidos, apoiaram aquele objetivo e a experiência com

a ajuda de Subsídios Equivalentes da Fundação Rotária.

A dança já modifi cou as vidas desses órfãos de oito a 18

anos de idade ao proporcionar-lhes aventuras transforma-

doras. Eles gravaram um álbum na sala de estar do centro,

em 2008, e viajaram a Addis Ababa, capital da Etiópia,

Capacitados

DAMALIE NABANAKULYA, 17 anos de idade

para o festival cultural do East African Theatre Institute

[Instituto de Teatro do Leste Africano, em tradução livre].

Em 2009, o grupo se apresentou no 19º Global Smart Par-

tnership Dialogue [Diálogo de Parceria Global Inteligente,

em tradução livre] na cidade de Munyonyo, em Uganda.

O fundador da Bitone, Lawrence Branco Sekalegga, dá

aulas de música ugandense e de instrumentos musicais

no centro. “Nós não queremos usar arte apenas para en-

treter as crianças, mas para causar mudanças de alguma

forma. Nós usamos arte como terapia para as crianças,

mas também lhes fornecemos capacitação artística para

equipá-las com habilidades para a vida.” Dançar com

alegria é um começo.

para a vida

34 MARÇO DE 2010

JUNIOR KIIZA, 16 anos de idade

ANGEL NDAGIRE, 10 anos de idade

África

36 MARÇO DE 2010

Renata CoréCulturaCultura

larice Lispector nasceu em uma agreste região ucraniana chamada Podólia, viveu sua infância parte no Recife e parte no Rio de Janeiro, passou por diversas cidades do mundo, acompanhando o marido diplomata, até se fi xar no Leme, bairro da zona sul carioca. O texano Benjamin Moser percorreu os mesmos lugares, para tentar desven-dar a aura enigmática daquela que ele considera a maior escritora moderna do Brasil.

Formado em história, Moser é colunista da Harper’s Magazine, colaborador do The New York Review of Books, tradutor literário e fala seis idiomas, o português entre eles. Foi nas aulas de língua portuguesa que desco-briu Clarice e se apaixonou por sua obra. Sem entender nem aceitar o fato de a escritora não ser conhecida no exterior, Moser passou cinco anos batendo em portas no mundo inteiro para pesquisar a vida de Clarice. O empenho resultou

em uma obra apontada como a mais completa biografi a da autora já escrita. Uma das principais chaves de leitura propostas por Moser é a fi liação de Clarice Lispector à tradição

literária da mística judaica. Para o autor, essa matriz judaica, ainda que óbvia, sempre foi relegada ao segundo plano nos estudos clariceanos, mas explicaria o aspecto estrangeiro observado na literatura de Clarice. Segundo a leitura do biógrafo, ela teria herdado dos escritores da cabala um tipo de busca espiritual ou subjetiva que, desprovida do caráter essencialmente religioso, cria um poderoso efeito estético. Tal característica já foi apontada, por exemplo, também na obra de Kafka.

De maneira geral, o que Moser pretendeu com seu livro foi desfazer a mitologia criada em torno da imagem de Clarice para humanizar sua biografada, uma fi gura que, decorridos mais de 30 anos de sua morte, continua a despertar o interesse dos leitores brasileiros. Na introdução, o autor escreve que “é raro passar um mês sem que surja um livro examinando um ou outro aspecto de sua vida e obra”.

A afi rmação de Moser é corroborada por um recente lançamento. O livro “Clarice na Cabeceira” é uma seleção afetiva de contos da autora realizada por escritores, críticos literários, jornalistas, cineastas, atrizes e cantoras. Junto a cada um dos 22 textos esco-lhidos, cada um dos leitores convidados – Luis Fernando Verissimo, Rubem Fonseca, Lya Luft, Affonso Romano de Sant’Anna e o próprio Benjamin Moser, entre outros, que indicaram uma biblioteca ou instituição para a qual uma coleção completa da obra da escritora foi doada – compartilha a experiência de ter Clarice em suas vidas, seja por ter convivido com ela ou por ter descoberto seus livros.

Uma nova visão do enigma Clarice

Clarice, Benjamin Moser Cosac Naify

Clarice na cabeceira Clarice Lispector Rocco

C

35BRASIL ROTÁRIO

José Alfredo Pretoni*

ABTRF – Associação Brasileira da The Rotary Foundation

Uma revolução no campo da amizade

BR

Aexperiência atual nospõe diariamente emcontato com três cate-

gorias de amizade: amizade ego-ísta, amizade estética e amizadeética ou moral.

A primeira é uma forma infe-rior e rudimentar do nobre senti-mento, baseada na pura conve-niência que não mostra senão asatisfação do egoísmo às pessoasque a elas pertençam. Aquele queestabelece a escolha de seus ami-gos em razões de pura conveni-ência não tem, na verdade, ami-gos. É, simplesmente, uma reedi-ção do homem lobo que vive emsociedade, constantemente enca-puzado e na espreita de quem temde ser suas presas, aqueles aquem enganará ou de quem rou-bará, segundo a conveniência e omomento. Mais cedo ou tarde,será desmascarado e expurgado.

Além desse primeiro tipo, en-contraremos um segundo mode-lo, já muito mais elevado: a ami-zade que seria denominada comoestética, que se origina e consistena pura complacência em relaçãoàs pessoas que nos despertamsimpatia e que se estabelece en-tre indivíduos que se encontrame se tratam assiduamente, turis-tas que viajam juntos, compa-nheiros de trabalho etc.

Esta segunda categoria, apesarde ser mais elevada, não é a me-lhor nem é a que mais satisfaçãoproduz na alma. Há, entretanto,um terceiro plano: o que corres-ponde à amizade ética ou moral.

Neste plano, não se aprecia no

conjunto ilimitado de nossos se-melhantes, que nos proporcio-nam a ocasião de servir-lhes.

Esta forma de amizade é aque tende a se desenvolver noRotary.

Há um ponto no qual o Rotaryagrega ao fenômeno amistosouma experiência absolutamenteincontrolável na crônica das ami-zades humanas. Com o Rotaryaparece pela primeira vez a ami-zade dita social. A amizade socialdeve ser entendida em um duplosentido: na sua natureza e nassuas repercussões.

Social quanto à sua natureza,porque a amizade não é um sim-ples privilégio de raras individu-alidades isoladas, mas se estendea grupos consideráveis de indi-víduos vindos de todas a profis-sões e partes do mundo.

Social quanto aos seus resul-tados, porque a amizade de to-dos os homens não se encerraneles mesmos, mas se espalhapara o exterior. Como se pareces-se desenhar seus desígnios, o Ro-tary teve de presente uma frasede Rousseau: “Os bens do homemnão estão em suas arcas cofres,senão no uso que deles se faz”.

O ter sido soldado de tal luta eempunhado tal bandeira firmam,em meu conceito, a glória e agrandeza de nossa organização,o Rotary.

Será que esses conceitos sãoutópicos? Espero que não.

*O autor é ex-diretor do RI e pre-

sidente da ABTRF.

amigo a pessoa que pode nos aju-dar em dado momento nem aquelecuja companhia nos alegra, mas simo ser humano que se une intima-mente a nós por vínculos do espíri-to e da alma, por uma idêntica con-cepção do mundo e da vida e quenos induz a ver na humanidade um

Há um ponto no qual o

Rotary agrega ao

fenômeno amistoso uma

experiência

absolutamente

incontrolável na crônica

das amizades humanas.

Com o Rotary aparece

pela primeira vez a

amizade dita social

stock.xchng

37BRASIL ROTÁRIO

BR

Os rotarianos de todo o país já podem conhecer por dentro o projeto da Escola Padre Dr. Francisco da Motta, instalada no bairro da Saúde, na zona portuária da cidade do Rio de Janeiro. Financiada pela Fundação Rotária, a escola, que

foi expandida graças a parcerias internacionais, é um dos três episódios que integram o primeiro DVD do volume cinco da “Rotarian Video Magazine” (RVM).

Na escola, localizada em uma área considerada de risco, os alunos, além das dis-ciplinas curriculares, têm aulas de música e informática e aprendem a fabricar pães e móveis. Há atividades também para os parentes dos estudantes, o que transforma a área da escola em um centro de convivência voltado para a comunidade.

As outras histórias que completam o DVD são a construção pelos rotarianos do Sri Lanka de 20 novas escolas que benefi ciaram 12 mil alunos, após o tsunami de 2004; e os documentários produzidos por estudantes de jornalismo ao redor do mundo, com o patrocínio de um programa da revista regional francesa, Le Rotarien.

O DVD tem opções de áudio em português, inglês, espanhol, francês, japonês e coreano, além de legendas em inglês para defi cientes auditivos. A RVM pode ser encomendada no endereço eletrônico shop.rotary.org pelo código RVM0910 por US$ 30.

Desde 1993, quando Maria Bethânia lançou “As Canções que Você Fez pra Mim”, Roberto Carlos não autorizava outro artista a gravar um álbum de

canções suas. A única exceção foi aberta ao padre Marcelo Rossi, que, em 2002, usou músicas do Rei e de Erasmo Carlos em seu CD “Paz”. No ano passado, Roberto deu mais um raro sinal verde, desta vez para que Cauby Peixoto gravasse o álbum “Cauby Interpreta Roberto”.

Com o aval do Rei, Cauby e o produtor Thiago Mar-ques Luiz selecionaram 12 faixas dentre todo o extenso cancioneiro de Roberto. Foram escolhidos sucessos como “Olha”, “Proposta” e “Sentado à Beira do Caminho”. Cauby imprimiu sua marca no repertório e, na sua interpretação, “Desabafo” se transformou em um tango, com a citação de “Balada para Um Loco”, de Piazzola.

Em seus mais de 50 anos de carreira, eventualmente Cauby já gravara músicas de Roberto, mas tinha o sonho de dedicar um álbum inteiro à obra do Rei. O produtor

Homenagens Homenagens Homenagens ao Rei Robertoao Rei Robertoao Rei Roberto

Luiz fi cou satisfeito com a habilidade de Cauby para in-terpretar as canções: “Ele colocou todas as vozes do disco em duas sessões”, disse.

Em maio último, Roberto Carlos foi celebrado também por 20 famosas vozes femininas, como Nana Caymmi, Wanderléa, Fafá de Belém, Marília Pêra, Hebe Camargo, Alcione e Rosemary. O tributo homenageou os 50 anos de carreira do cantor e compositor. Apresentado no Teatro Municipal de São Paulo, o show, que já havia ganhado um CD, foi lançado também em DVD.

Os rotarianos de todo o país já podem conhecer por dentro o projeto da Escola s rotarianos de todo o país já podem conhecer por dentro o projeto da Escola

Rotarian Video Magazine traz história brasileira

38 MARÇO DE 2010

Convenção de 2010

Não se esqueça das atrações!

Do alto do Mont Royal pode se ter uma visão ampla da segunda mais populosa cidade do Canadá. No re-

censeamento de 2006, Montreal, na província de Quebec, havia atingido 1.637.563 habitantes. Cerca de 52,4% dos habitantes são de cultura e lín-gua francesas, 12,5% são de cultura e língua inglesas e 32,4%, “novos canadenses” – falantes de outros idiomas e com outras origens cultu-rais. Por isso, a cidade é considerada um centro efervescente.

O complexo da Place des Arts [Praça das Artes] abriga o Museu de Arte Contemporânea. Na área também está situada a Ópera de Montreal. E existe na cidade uma importante face da realidade fran-cesa: os cafés.

Quando os rotarianos lá apor-tarem para a Convenção do RI de 2010, de 20 a 23 de junho, encon-trarão algumas das maiores atrações internacionais na cidade que surgiu,

Montreal mostrará aos rotarianos por que é um centro multicultural

em 1642, como um pequeno centro comercial francês.

CIRQUE DU SOLEILA apresentação desse circo mun-dialmente famoso e uma premiada adaptação musical, “Les Misérables”, são duas das ótimas atrações durante a Convenção do RI.

O Cirque du Soleil fará um es-petáculo projetado especialmente para o Rotary International durante a sessão plenária de encerramento da Convenção, na quarta-feira, 23 de junho.

Trata-se de um circo moderno que já encantou quase 100 milhões de espectadores em 300 cidades nos cinco continentes. Surgido como um pequeno grupo de artis-tas de rua, fundado em 1984, em uma cidade de Quebec, o Cirque du Soleil tornou-se uma fábrica de entretenimento de alta qualidade artística, empregando mais de 1.200 artistas.

Mas não é só isso. Graças ao Comitê Anfi trião, no sábado, 19 de junho, os presentes ao evento terão a oportunidade de admirar o notável talento de jovens artistas circenses com a apresentação da École Na-tionale de Cirque [Escola Nacional de Circo].

LES MISÉRABLESUm lote de ingressos foi reservado aos rotarianos para um outro espe-táculo inesquecível, esse em 19 de junho. Trata-se de “Les Misérables”, adaptação musical premiada do famoso romance de Victor Hugo, “Os Miseráveis”. Essa produção de língua francesa, “Les Miz”, como é carinhosamente conhecida em todo o mundo, será o centro de um festival de música de língua francesa, que trará cerca de 1 milhão de amantes da arte para Montreal. Estão programa-dos mais de 200 concertos em vários espaços interiores e exteriores, de 9 a 19 de junho.

VISTA DA segunda cidademais populosa do Canadáa partir do Mont Royal

39BRASIL ROTÁRIO

BR

Não se esqueça das atrações!

Registre-se para a convenção até 31 de março e aproveite os preços especiais. Para isso, basta entrar na página:

www.rotary.org/pt/members/events/convention

Crescendo nas montanhas do Tennessee, EUA, a atriz, com-positora e cantora Dolly Parton

teve pouco tempo para a leitura. Antes e depois da escola, ela e seus 11 irmãos tinham várias tarefas: buscar água do poço, cozinhar no fogão a lenha e cultivar a horta. Seu pai, um plantador de tabaco, nunca aprendeu a ler.

A infância pobre de Parton e o analfabetismo de seu pai inspiraram essa lenda da música country, que já ganhou sete prêmios Grammy, a uma ação envolvendo o incentivo à leitura infantil em 1996. Ela começou em sua terra natal, no minúsculo Condado de Sevier. Assim é que a Fundação Dollywood, com o projeto Biblioteca da Imaginação, oferece um novo livro a cada mês para o público infantil, desde o nascimento aos cinco anos de idade.

O programa tem crescido rapida-mente: até agora ele enviou mais de 23 milhões de livros para meninos e meninas no Canadá, no Reino Unido e nos Estados Unidos. Um ano atrás, a organização de Parton e o Rotary International se uniram para incre-mentar o esforço, que anualmente custa US$ 28 por criança. Mais de 140 clubes participam.

Parton dará uma palestra em 23 de junho, durante a Convenção.

A maioria das organizações filantrópicas ajuda apenas os pobres. A Biblioteca da Imagi-nação oferece livros para todas as crianças, independentemen-te das fi nanças da família. Por que isso? Eu nunca quis que uma criança ou sua família sentisse que estavam re-cebendo livros porque alguém decidiu que eles são pobres ou carentes. Eu

Dolly Parton, a Biblioteca da Imaginação e o Rotary

quero que as crianças percebam que estão recebendo um livro porque são menores de cinco anos e pertencem à comunidade dos que amam os livros. E eu tenho um lado prático: se tivéssemos que assumir o encargo de decidir quem é qualifi cado ou não para receber livros, iríamos gastar mais tempo e dinheiro na qualifi cação das pessoas do que nos livros.

Como o Rotary tem apoiado o seu trabalho? O Rotary tem sido um parceiro maravilhoso. A organização tem nos ajudado de todas as formas: em-penhando a palavra, fi nanciando o esforço, encontrando outras pessoas dispostas a ajudar, e também regis-trando grupos de crianças. Não vai demorar até que estejamos postando mensalmente para 600.000 crianças.

Qual impressão você teve dos rotarianos? Todos que encontrei foram caloro-sos e solidários.

Você tem um Kindle [leitor ele-trônico de livros digitais]? Não. Eu amo tudo que envolve o livro físico – a maneira como eu o sin-to, a maneira como ele cheira... Acho que sempre haverá livros; o mundo é grande o bastante para ter ambos: livros de papel e livros digitais.

O que você imagina para o futuro da Biblioteca da Imagi-nação? Minha esperança é simples: que nenhuma criança cresça sem livros. Em muitos aspectos, a nossa parce-ria com o Rotary é apenas o começo, então estou certa de que nós cresce-remos mais.

Que livro está na sua cabeceira? Eu leio o tempo todo, mas o livro de cabeceira é a Bíblia.

Alguém lê para você? Para mim, a leitura é uma aven-tura solitária. Eu me levanto cedo todas as manhãs. Chamo esse o meu momento com Deus – de quietude, em que eu posso ler, orar, escrever, criar. É um momento muito especial para mim.

Como os seus esforços humani-tários inspiraram sua música? Tudo que eu faço de alguma forma está na minha música. No entanto, sei que, conforme amadureço – eu não envelheço; só continuo a crescer e a amadurecer –, quero fazer mais pelas crianças, me divertir com elas e, talvez, até mesmo inspirar um pouco o longo caminho delas. Sou apenas uma criança grande mesmo, por isso tenho apreciado escrever música para elas.

Encontre-me lá A CANTORA e atriz lê para o seu público preferido: as crianças

40 MARÇO DE 2010

Altimar Augusto Fernandes e Henrique VAltimar Augusto Fernandes e Henrique VAltimar Augusto Fernandes e Henrique VAltimar Augusto Fernandes e Henrique VAltimar Augusto Fernandes e Henrique VasconcelosasconcelosasconcelosasconcelosasconcelosCoordenadores Regionais da Fundação Rotária para as

Zonas 22A e 23A, e para Zona 22B, respectivamente

“Em 2013-14, todo o mundo rotário operará sob umanova estrutura de subsídios da Fundação Rotária. Con-tudo, espero que os distritos que não fazem parte do pro-grama-piloto do Plano Visão de Futuro não esperem atéo momento de transição integral. Eu proponho que elesse cadastrem para receber o ‘Boletim Plano Visão de Fu-turo’ e consultem regularmente o site do RI, que contémas informações mais atuais e completas sobre o novomodelo de concessão de subsídios e o programa-piloto.Também seria útil que os governadores dos distritos quenão integram o programa-piloto interagissem com osdistritos que participam da iniciativa, a fim de aprende-rem sobre suas experiências seguindo o novo modelo.

Finalmente, peço que vocês considerem ajustar suasatividades atuais aos princípios do plano. Nunca é cedodemais para se concentrar no Plano Visão de Futuro,apoiando atividades autossustentáveis que visem al-cançar as metas das seis áreas que foram definidas comoo enfoque da Fundação Rotária:

� Paz e prevenção/resolução de conflitos� Prevenção e tratamento de doenças� Recursos hídricos e saneamento� Saúde materno-infantil� Educação básica e alfabetização� Desenvolvimento econômico e comunitário

Agindo assim agora, vocês estarão preparando me-lhor os seus distritos para a transição à nova estruturade subsídios em 2013-14. O modelo que será testado écomposto por dois tipos principais de subsídios: os Sub-sídios Globais da Fundação Rotária e os Subsídios Dis-tritais da Fundação Rotária. Estas duas categorias apoi-am um dos principais objetivos do Plano Visão de Fu-turo: a simplificação. Além disso, elas representam umaimportante mudança filosófica no apoio da Fundação àprestação de serviços.

O futuro modelo de concessão de subsídios deixaráde enfatizar programas específicos, como Bolsas Edu-cacionais e Subsídios Equivalentes, e estimulará o de-senvolvimento de atividades integradas, que ajudem aresolver os problemas mais urgentes do nosso mundo,como educação, erradicação de doenças, desenvolvi-mento econômico, assistência pré e pós-natal, promo-ção da paz e fornecimento de água potável. As seis áre-

É hora de nos prepararmos para as mudançasNa coluna deste mês, reproduzimos um texto de Carolyn Jones,ex-curadora da Fundação Rotária, sobre o Plano Visão de Futuro

as de enfoque, tiradas diretamente da Missão da Fun-dação Rotária, são um guia para direcionar os esfor-ços, a energia e o conhecimento dos rotarianos.

Esperamos que Rotary Clubs e distritos continu-em realizando muitas atividades populares, como ooferecimento de bolsas de estudo e a formação de equi-pes de intercâmbio, para atingir as metas das seis áre-as de enfoque. No entanto, a nova estrutura de subsí-dios também permitirá maior inovação no desenvol-vimento de atividades integradas, que incorporarãocomponentes múltiplos e serão de longo prazo e au-tosustentáveis. Por exemplo, em vez de simplesmen-te construirmos um poço, que era financiado no pas-sado com um Subsídio Equivalente, um projeto se-guindo as diretrizes do novo modelo de subsídios po-deria financiar a construção de poços, irrigação dosolo, sementes para plantio, animais para arar a terra,microcrédito e outras coisas do gênero.

FINANCIAMENTO

Como vocês financiarão estes novos Subsídios Globaisque acabei de descrever? Bom, vai depender de quemdesenvolve os subsídios e de como eles são criados. Omodelo de Subsídios Globais abrange tanto aqueles cri-ados por Rotary Clubs e distritos, quanto os subsídiosconjuntos já existentes.

Os projetos de Subsídios Globais desenvolvidos porum clube ou distrito se basearão no sucesso de rotari-anos em atender as necessidades do mundo com proje-tos e patrocínio de bolsistas.

Em muitos aspectos, eles lembrarão os SubsídiosEquivalentes e as Bolsas Educacionais do passado. Osclubes e distritos continuarão contribuindo com di-nheiro ou com o Fundo Distrital de Utilização Contro-lada. O Fundo Mundial também poderá ser usado. Comrelação aos Subsídios Globais Conjuntos, a Fundaçãopretende desenvolvê-los com o estabelecimento deparcerias estratégicas com organizações que demons-trem conhecimento, disponham de recursos financei-ros consideráveis ou um grande poder de intervençãoem pelo menos uma das seis áreas de enfoque.

O financiamento por meio do Fundo Mundial e doparceiro estratégico já estará acontecendo. A ativi-dade do subsídio já terá sido designada. Os clubes edistritos irão simplesmente fazer o pedido. O estabe-

41BRASIL ROTÁRIO

Coluna do Chair da Fundação Rotária

Libertando aspessoas atravésda alfabetização

BR

GLENN ESTESS SR.Presidente do Conselho de

Curadores da Fundação Rotária

No Rotary, março é o Mês da Alfabetiza-ção, época em que enfatizamos a im-

portância da alfabetização e da educação nonosso serviço humanitário. Nas muitas dé-cadas em que tenho sido um rotariano, sejaem casa, no Alabama, EUA, ou no exterior,tenho sempre constatado o papel crucial quea alfabetização desempenha para uma vidasaudável e produtiva.

Ser alfabetizado significa a capacidadede compreender as prescrições de umaembalagem de remédio, uma série de ins-

truções, ou uma men-sagem profissional.

Significa enten-der um bilhe-

te da pro-fessora deuma crian-ça. Signifi-

ca ser capazde usar um

computador, se-guir uma receita, ou

pleitear um empréstimo. A alfabetizaçãoenseja fazer parte de uma sociedade. Sig-nifica inclusão, poder.

Aqueles que não podem ler ou escrever,sejam crianças ou adultos, veem-se excluí-dos de inúmeras informações importantes.Eles serão provavelmente menos saudáveise mais pobres. E o mais importante, pais in-capazes de ler provavelmente educarão fi-lhos analfabetos – perpetuando o ciclo doanalfabetismo e da pobreza.

Na minha vida rotária e profissional, já vimuitas maneiras simples e criativas de que-brar tal ciclo. Podemos, no Rotary, fazer mui-to, seja como voluntários nas escolas, levan-do educação e treinamento aos adultos, ou,simplesmente, garantindo que todas as cri-anças possam dispor dos livros e dos materi-ais escolares necessários. Podemos ajudar osoutros a aprender a ler – e ensiná-los a aju-dar a si próprios.

lecimento de parcerias estratégicas irá aumentar conside-ravelmente as oportunidades de serviço.

Os Subsídios Distritais da Fundação Rotária não estãonecessariamente atados às seis áreas de enfoque, mas de-vem seguir a Missão da Fundação. Eles terão a forma desubsídios únicos anuais, representando até 50% do FundoDistrital de Utilização Controlada de um distrito, disponí-vel em um dado ano do programa. As diretrizes para o usodestes fundos são mais flexíveis. O gerenciamento diretodos fundos de subsídio permitirá que os distritos continu-em apoiando suas atividades favoritas e colaborando comparceiros de longa data, mesmo se um destes distritos forparticipante do programa-piloto e o outro, não. O dinhei-ro poderá ser gasto para suprir necessidades imediatas emnível local ou internacional. Por exemplo: o dinheiro doSubsídio Distrital poderia financiar um pequeno projetocomunitário, como a compra de material escolar ou paratreinamento profissionalizante. Se o seu distrito já rece-beu um Subsídio Distrital Simplificado no modelo tra-dicional de concessão, ele não terá dificuldade nenhumaem entender como o Subsídio Distrital poderá ser usadopara dar suporte às suas atividades no Rotary.

QUALIFICAÇÃOAlém da simplificação do programa, o processo de qualifi-cação e pedido de subsídios foi melhor organizado e serárealizado inteiramente online. Para solicitar subsídios, osdistritos-pilotos devem primeiramente ser qualificadospela Fundação Rotária.

A qualificação preparará os distritos para assumir umamaior responsabilidade no gerenciamento dos subsídios,melhorar a supervisão dos fundos e simplificar os proces-sos de inscrição, pagamento e entrega de relatórios. Emresumo, a qualificação garantirá que os distritos partici-pantes compreendam os padrões de gerenciamento dosfundos internacionais.

Os distritos que integram o programa-piloto terão aces-so aos formulários de qualificação online no Acesso ao Por-tal. Eles também poderão solicitar os Subsídios Globais eDistritais a partir de abril. Embora os distritos que não fa-zem parte do programa-piloto só se qualifiquem em 2012-13, todos devem se familiarizar com os requisitos para aqualificação. Estes materiais são um bom recurso sobre ospadrões de gerenciamento financeiro internacional.

Como saberemos se o Plano Visão de Futuro teve su-cesso? Nós confiaremos imensamente na sua opinião e nade seus companheiros, assim como na opinião das pessaosbeneficiadas pelos projetos. A resposta dos clubes e distri-tos-pilotos permitirá que a Fundação aprimore seus pro-cessos administrativos antes de introduzir a nova estrutu-ra ao mundo rotário em 2013-14. Além disso, a Fundaçãocontratou uma firma de consultoria para avaliar o plano.

Então, é hora de começar. A implementação do PlanoVisão de Futuro será um desafio. Encontraremos dificul-dades no caminho, por isso teremos que usar todas as fer-ramentas ao nosso alcance e nos concentrar emocional eintelectualmente. O paradoxo é que, quanto maior o obje-tivo, maior a chance de se obter sucesso.”

Carolyn E. JonesEx-curadora da Fundação Rotária

42 MARÇO DE 2010

Interact & RotaractOs integrantes do Interact Club de Indaiatuba, SP (D.4310), doaram oito cadeiras de rodas para o banco mantido pelo RC local. A verba para a aquisição das cadei-ras foi obtida com a venda de mil números da rifa de uma cesta de chocolates.

O Rotaract Club de Santos-Monte Serrat, SP (D. 4420), organizou uma festa e doou edredons, fraldas geriá-

tricas, agasalhos e roupas de cama ao Lar Vicentino, onde vivem cerca de 60 idosos. Outra iniciativa dos jovens foi

o apoio à realização da peça de teatro “Raves, Balas e Doces”, encenada em

escolas locais, com o intuito de debater o consumo de drogas.

O Rotaract Club de Fernandópolis, SP (D. 4480), apoiou o Dia do Sorvete, realizado no pátio da Unicastelo, em prol da construção da unidade neonatal da Santa Casa local. Duas atrações do

evento foram uma biblioteca móvel e pinturas para o rosto das crianças.

Por meio de uma par-ceria com o Interact Club de Santa Fé do Sul, SP (D. 4480), a empresa CBR Cons-trutora Brasileira doou US$ 1.000 (aproxima-damente R$ 1.870) para o programa Polio Plus da Fundação Rotária. A doação foi efetuada por ocasião da visita da governa-dora Sueli Kaiser.

Todo último domingo

do mês, os integrantes

do Rotaract Club de

Jequitinho-nha, MG

(D. 4520), visitam o Lar

dos Velhi-nhos, levando

brincos, esmaltes, batons e pentes. Os jovens arrumam os vovôs e vovós, dançam e servem lanche para os idosos.

Com o apoio do Rotary Club padrinho, entre outros parceiros, os

jovens do Rotaract Club de Ubaitaba, BA (D. 4550), promo-veram a 2ª Campanha de Doação de Sangue e a 1ª Feira de Saúde, ocasião em que cole-

taram 139 bolsas de sangue e distribuíram mais de 600 panfletos sobre doenças sexualmente transmissíveis, dengue e gripe suína,

entre outros assuntos.

43BRASIL ROTÁRIO

Os integrantes do Rotaract e do Interact Clubs de Serra Negra, SP (D. 4590), serviram um lanche para os moradores do asilo da cidade, no fim do ano. Os jovens também presentearam os vovôs e vovós com toalhas de mão e minipanetones. A confraternização acon-teceu ao som de um violino.

Com o objetivo de arrecadar fundos para ações em prol das crian-ças do município, o Rotaract Club de São Miguel do Iguaçu, PR (D.4640), sorteou uma cesta com bebidas e doces. Na foto, a rotaractiana Natany Skio en-trega o prêmio para a ganhadora, Vanilda Scheffer.

Junto com colaboradores, os integrantes do Rotaract Club de Cachoeirinha, RS (D.4670), visitaram o asilo Lar da Vovó Anjo Gabriel. Eles providenciaram música para alegrar o encontro, doaram mantimentos e serviram cachorro-quente e bolo aos idosos.

O Rotaract Club de Osório, RS (D. 4680), realizou o 17º Encontro Gaúcho de Ro-taract Clubs, com a partici-pação de mais de 20 clubes do estado e representan-tes nacionais e internacionais. O tema do encontro foi A Vida É um Filme e cartazes com personagens e longas de Hollywood decoraram o Centro de Tradições Gaúchas Estância da Serra.

Rotaractianos do distrito 4740 participaram da edição de 2009 do Encontro de Rotaract Clubs de Santa Ca-tarina, realizado na cidade de Florianópolis. O evento reuniu integrantes dos Rotaract Clubs de São Miguel, Pinhalzinho, Maravilha, São Carlos, Xanxerê, Campos Novos e Curitibanos.

Para promover a interação entre os interactia-nos do distrito, o Interact Club de Várzea

da Palma, MG (D. 4760), promoveu o 11º Encontro Mineiro de Interact Clubs, com a

participação do EGD Javert Vivian Silva, que proferiu uma palestra.

MARÇO DE 201044

Cantando pela juventudeDistritos EM Revista

O CORAL Casa de Maria foi um dos três a se apresentarem no Corais em Ação

A MAESTRINA Rosemeri Paese regeu o Coral Champagnat – PUCPR, no Teatro Municipal

O CORAL Cristo Rei também cantou no evento em

prol da juventude de Toledo

Para colaborar com um projeto

interclubes de apoio à juventude

em situação de risco, criado pelo

RC de Toledo, no Paraná, a família rotária

local encheu de música o Teatro Muni-

cipal daquela cidade. Os quatro Rotary

Clubs do município organizaram o evento

Corais em Ação, com apoio e participação

da Casa da Cultura e da PUC do Paraná,

Campus de Toledo, além do patrocínio de 20 empre-

sas locais.

Os corais da Casa de Maria, Cristo Rei e Cham-

pagnat – PUCPR, regidos, respectivamente, por Nel-

son Engelmann, Darcysio Fritsh e Rosemeri Paese,

apresentaram obras de compositores estrangeiros

clássicos, como Mozart, Verdi e Mendelssohn, e

também composições da música brasileira, assinadas

por nomes como Heitor Villa-Lobos e Ary Barroso,

entre outros.

O evento foi organizado para fi nanciar a aquisi-

ção, com custos estimados em R$ 18 mil, do material

necessário à realização do curso profi ssionalizante

de Reparação e Manutenção de Equipamentos de In-

formática. Com duração de cinco meses, o curso será

oferecido a adolescentes de 14 a 16 anos de idade,

na Casa de Maria, responsável também por forne-

cer pessoal e pela gestão administrativa do curso. A

expectativa é de que, a cada ano, o curso proporcione

a capacitação profi ssional de 40 adolescentes que

vivem em bairros carentes da cidade e se encontram

em situação de risco.

Rotary Clubs de Toledo promovem encontro de corais no Teatro Municipal da cidade

D. 4640

45BRASIL ROTÁRIO

Distritos EM Revista

D. 4310 D. 4410RC de Piraci-caba-Paulista,

SP – Os companheiros possibi-litaram a capacitação de 25 alu-nas com o Primeiro Treinamento de Qualificação de Secretária Doméstica, realizado na Casa da Amizade local.

RC de Botucatu, SP – Pela 63ª vez consecutiva, o clube ofereceu o Prêmio Mérito Escolar Companheiro Edmundo de Araújo Oliveira, tendo entregado 186 certificados de melhores alunos e tam-bém de melhores companheiros. Além disso, foram sorteados um computador e 232 bicicletas.

D. 4390 RC de Penedo, AL – Entregou 40 lençóis para o Lar São José, insti-tuição mantida pela Santa Casa de Penedo e que acolhe idosos.

RC de Colatina-São Silvano, ES – Entre outras ações, o clube,

que recentemente completou 40 anos de funda-ção, patrocinou junto com a Casa da Amizade um projeto fotográfico, desenvolvido com alunos de Aprendizagem Industrial do Senai local. Se-gundo o RC, a iniciativa foi agraciada pelo Minis-tério da Cultura, Funarte e Secretaria de Cultura do Estado com um incentivo destinado a micro projetos das regiões do semiárido brasileiro.

RC de Cachoeiro de Itapemirim-Oeste, ES – Os companheiros apoiaram a realização da 1ª Noite de Caldos, uma iniciativa da Casa da Amizade local. Parte da renda obtida com o evento foi desti-nada ao Núcleo Cachoeirense de Dança, que oferece aulas gratuitas de balé.

D. 4420RC de São Vicente-Antônio Emmerich, SP – Entre as diversas ações promovidas pelo clube no ano passado, estão a entrega de cadeiras de rodas para a Secretaria de Saúde do município, por ocasião da visita oficial do governador Roberto Luiz Barroso Filho (foto), e também para o Fundo Social de Solidariedade de São Vicente.

46 MARÇO DE 2010

Distritos EM Revista

D. 4420 D. 4430O Ryla que o distrito organizou na cidade de São Caetano do Sul, em

São Paulo, reuniu cerca de 30 de jovens, além de 24 acompanhantes. Os participantes assistiram a palestras e puderam tomar café da manhã, almo-çar e fazer coffee breaks no local.

RC de São Paulo-Cidade Dutra, SP – Pelo quinto ano consecutivo, os companheiros apro-veitaram os três dias do Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1 para arrecadar verbas em prol de insti-tuições assistenciais da região. Em parceria com a cervejaria Schincariol, os associados montaram um ponto de venda de cerveja e churrasco e atenderam o público que acompanhou os treinos e a corrida.

RC de São Vicente, SP – Graças a um projeto de Subsídios Simplificados do distrito, os asso-ciados, junto com o Rotary Kids, doaram jogos de cama e fraldas geriátricas para o Lar Vicentino.

Os RCs de São Paulo-Norte, São Paulo-Santana, São Paulo-

Noroeste e São Paulo-Freguesia do Ó se juntaram aos RCs de São Paulo e São Paulo-Pacaembu, estes do distrito 4610, para realizar o Rotary em Ação pela Saúde e Cidadania, no Centro Educacional Unificado Jardim Paulistano. Aproxi-madamente 1.500 atendimentos foram realizados.

RC de Guarulhos-Sul, SP – Com a ajuda da Casa da Amizade e do Rotaract Club, os asso-ciados organizaram a 1ª Festa Beneficente do Boi no Rolete e serviram mais de 700 refeições. A renda obtida com o evento está sendo utilizada para beneficiar instituições assistenciais da região.

D. 4440RC de Cáce-res-Pantanal, MT – No último Natal, os com-panheiros fize-ram a alegria das crianças do bairro Jardim das Oliveiras e da escola Cris-to Lavrador, na comunidade Carrapatinho, com a distribuição de presentes e lanches. Junto com o Rotakids, também organizaram uma confraternização para 250 crianças na chácara da companheira Elisabete Reis (foto).

47BRASIL ROTÁRIO

Distritos EM Revista

D. 4470 D. 4480

D. 4490

RC de Dourados, MS – Mais de mil pessoas estiveram presen-

tes no Festival Gastronômico do Carneiro, que os companheiros realizaram no Clube Indaiá, em benefício da construção do Hospital do Câncer de Dourados.

RC de Valpara-íso, SP – Ajudado pela Casa da Amiza-de, o clube organizou sua tra-dicional Festa do Agricul-tor, quando foi servido almoço para cerca de mil pessoas. A renda obtida com a comemoração é destinada a instituições assistenciais do municí-pio. O RC também doou ao programa Polio Plus da Fundação Rotária US$ 6.000 (cerca de R$ 11 mil), arrecadados por ocasião da festa de 80 anos do EGD Taketoshi Higuchi.

RC de Catanduva-14 de Abril, SP – Fez uma doação ao Progra-

ma Criança Cidadão do Futuro, que atende 700 adolescentes (foto). Em outra ocasião, o go-vernador assistente Antonio Reginaldo Morandin promoveu uma campanha solidária de doações para comemorar seu aniversário. Por fim, o clube se juntou aos RCs de Catanduva, Catandu-va-Norte e Catanduva-Sul, além do Interact Club, para implementar o projeto Arvorear, junto com a Secretaria do Meio Ambiente da cidade.

RC de Au-riflama, SP – Homenageou o sapateiro Bonfilio Santos Lulio como pro-fissional do ano. Na foto, ele está na presença do casal presidente Lúcio Cardin e Gláucia e na companhia da mulher, Lidinalva.

RC de Fortaleza-Fátima, CE – Os integrantes do RC Kids realizaram uma campanha para reunir roupas e alimentos em prol das vítimas das enchentes naquele estado.

RC de Teresina-Jóquei, PI – Em nome do clube, a companheira Ivana Andrade Santos, junto com a primeira-dama do município de Campo Maior, Dorile-ne Félix, distribuiu filtros e cadeiras de rodas para a população carente.

48 MARÇO DE 2010

Distritos EM Revista

RC de Ipatinga-Norte, MG – O

companheiro Manoel Martins de Paiva

Junior participou da Volta Internacional da Pampulha, na cidade

de Belo Horizonte, e aproveitou para

divulgar o trabalho do Rotary de erradica-

ção da pólio.

D. 4510

D. 4500

D. 4520

Com a partici-pação de rotaractia-nos e ex-intercam-

biados, o distrito arrecadou donativos em um supermercado do Recife, entre os meses de setembro e outubro. A iniciativa integrou a campanha Infân-cia Cidadã e contou também com a parceria da TV Jornal, retransmissora do SBT, que fez a cobertura da ação.

RC do Recife-Brum, PE – Em visita oficial, o gover-nador Francisco Leandro de Araújo Júnior esteve na Pousada Interiorana Cristã, estabelecimento administrado por um grupo de companheiros do clube e que recepciona pacientes com câncer oriundos do interior daquele estado.

RC de Presidente Venceslau, SP – Em parceria com a prefeitura, o

clube mantém cinco classes do Movimento de Alfabetização de Adultos, com cerca de 70 alunos inscritos. No fim do último ano letivo, os concluintes receberam seus certificados durante cerimônia na sede social do clube.

RC de Garça, SP – O clube realiza campa-nhas periódicas de doação de sangue, desde 2002. Nesse período, coletou cerca de 8.130 bolsas de sangue. Além disso, nos últimos dois anos, cadastrou 353 novos doadores de medula óssea.

RC de João Mon-levade, MG – Doou à Co-lônia Luiza de Marillac um conjunto de utensílios de cozinha, adquiridos

com parte da verba arrecadada no Baile do Hawaí.

50 MARÇO DE 2010

Distritos EM Revista

D. 4560

RC de Itacaré, BA – Aproximadamente

170 bolsas de sangue: este foi o resultado da Campanha de Doação de Sangue feita por este clube baiano em parceria com a Secreta-ria Municipal de Saúde e o Banco de Sangue de Ilhéus.

RC de Cruz das Almas, BA – Doou 300 cestas básicas às famílias carentes da cidade durante a campanha Natal Solidário 2009. Esta iniciativa já faz parte da agenda anual de serviços do clube.

RC de Itajubá, MG – Desde outubro, a

comunidade itajubense conta com o Banco de Cadeiras de Rodas e Acessórios Ortopédi-cos fundado pelo clube.

RC de Alfenas, MG – No Dia do Músico, Joaquim dos San-tos – segurando o diploma ao lado do presidente João Batista Tomaz – foi homenageado pelo clube, que no Dia da Alfabeti-zação também reconheceu o trabalho de duas professoras da cidade.

Um projeto de Subsí-dios Equivalentes da Fundação Rotária de mais de R$ 26.000 vai garantir durante um ano a alimentação de 400 crianças carentes aten-didas pelo Projeto Uerê,

na comunidade da Maré, no Rio. A iniciativa é uma parceria dos RCs do Rio de Janeiro e Rio de Janeiro-Paranapuã, do RC de Linden, dos EUA, e do distrito 7570. Na foto, as rotarianas Zélia Barbosa e Alice Hassano com as crianças.

RC de Nova Iguaçu, RJ – Ao lado do seu Núcleo Rotary de Desen-volvimento Comu-nitário e de inte-grantes da Casa da Amizade, do Rotaract e do Rota-ry Kids, o clube comemorou o Natal presenteando as crianças da comunidade com brinquedos.

D. 4550

D. 4570

49BRASIL ROTÁRIO

Distritos EM Revista

RC de Goiânia-Serra Dourada, GO – No ano passado, o clube promoveu uma palestra educativa com o médico Boaventura Braz de Queiroz, diretor geral do Hospital de Do-enças Tropicais, sobre os perigos da gripe A (H1N1) e as formas de prevenir seu contágio. Por esse trabalho, o palestrante recebeu um diploma das mãos do governa-dor Adriano Jorge Souto.RC de Cássia, MG – Em dezembro,

pelo décimo primeiro ano consecutivo, o clube e a Casa da Amizade ofereceram um jantar de Natal à comunidade. Desta vez, foram 600 convida-dos – e as crianças ainda ganharam brinquedos. A ini-ciativa foi feita com a parceria da Wyda Embalagens.

D. 4520

D. 4540

RC de Coronel Fabriciano-Norte, MG – Em parceria com a Guarda Mirim

Municipal e o Instituto Embeleze, o clube realizou uma ação social numa praça da cidade, disponibilizando serviços gratuitos à população, como aferição de pressão arterial, orientação jurídica e corte de cabelo. As crianças ainda ganharam brinquedos e pipoca e se divertiram com apresentações musicais e teatro.

D. 4530

Com a par-ticipação do governador Adriano Jorge Souto, em 2009 os rotarianos de Goiás e do Distrito Fede-ral ajudaram a fazer a nona edição da Ação Social Rotary na cidade de Águas Lindas de Goiás, oferecendo exames de saúde em várias especialidades, aplicação de flúor, atividades culturais, bazar e distribuição de cestas básicas. Coordenada pelos Ro-tary Clubs de Brasília-Centenário, Brasília-Lago Norte e Águas Lindas de Goiás, a iniciativa contou com a par-ticipação de outros nove clubes.

RC de Aná-polis-Oeste, GO – A conta-bilista Erlane Marques foi homenageada pelo clube por seu trabalho voluntário na auditagem da prestação de contas do pro-jeto de Subsídios Equivalentes da Funda-ção Rotária que equipou e mobiliou uma instituição que recupera dependentes químicos e moradores de rua da cidade. No valor de R$ 57.000, o projeto teve as parcerias dos RCs de St. Cloud e Kissim-mee Bay, do distrito 6980, nos EUA.

RC de Igarapa-va, SP – Em parce-ria com a Casa da Amizade, fez uma festa de Natal com distribui-ção de presentes para aproximadamente 200 crianças de uma creche da cidade. O clube também home-nageou os melhores alunos de 2009 nas escolas de ensino médio de Igarapava.

51BRASIL ROTÁRIO

Distritos EM Revista

D. 4590

D. 4580

D. 4600

RC de Juiz de Fora-Norte, MG – O presidente Manoel Tei-xeira Lopes e o governador do distrito, José Cúgula Guedes, retirando os laços de duas máquinas de escrever em braile durante a inauguração do Centro de Informática Acessível no Instituto Bruno. Estes foram alguns dos equipamentos e suprimentos doados pelo clube mineiro a essa instituição que desde 2000 presta assistência a deficientes visuais e auditivos e pessoas com paralisia cerebral, promovendo acesso à educa-ção e ao mercado de trabalho.

RC de Matipó, MG – Em comemoração ao Na-tal, os companheiros deram brinquedos e roupas às crianças e aos adolescentes da Associação Matipoense de Amparo e Reabilitação. Tam-bém no fim do ano, o clube promoveu uma ação ambiental para recolher o lixo acumulado nas margens e no leito do rio Matipó. Os rotarianos contaram com o apoio de estudantes do ensino médio, da Polícia Ambiental, do Corpo de Bom-beiros e da Secretaria de Saúde.

RC de Porto Real, RJ – A fundação deste novo clube reuniu seus associa-

dos, o governador distrital Ettore Dalboni da Cunha, o prefeito da cidade Jorge Serfiotis, o deputado estadual Noel de Carvalho e diversos rotarianos da região.

RC de São José do Rio Pardo, SP – Registro da cerimônia em que

o clube doou um cardioversor bifásico e um venti-lador Inter 5 ao Hospital São Vicente. A um custo de mais de R$ 46 mil, os aparelhos foram compra-dos graças a um projeto de Subsídios Equivalentes da Fundação Rotária feito pelo clube paulista em parceria com o RC de Bristol, dos EUA.

RC de Pe-dreira, SP – Em parceria com a Loja Maçônica Fé, Esperança e Caridade e o apoio da pre-feitura, o clube promoveu uma verdadeira volta ao passa-do com a organização do Encontro de Fuscas de Pedreira, que reuniu amantes do velho fusquinha. Todo mundo que foi conferir o encontro colaborou doando um pacote de fraldas geriátricas para o Lar dos Velhos Flamínio Maurício.

RC de Campinas-Norte, SP – Na visita do go-vernador Antonio Bobice, os companheiros fizeram o plantio de mudas de araucária num parque da cidade. O clube também premiou os cinco alunos que se destacaram em suas redações sobre a via-gem que fizeram ao Zoológico de São Paulo com os rotarianos no ano passado.

52 MARÇO DE 2010

Distritos EM Revista

RC de São Roque, SP – Um tradicional evento do clube, o Jantar da Alcachofra, resultou na doação de lanternas especiais de 2 milhões de watts para o destacamento do Corpo de Bombeiros na cidade. A entrega formal do equipamento foi feita pela presidente Adenilda Boccato durante a visita do casal governador Clóvis Rodrigues Felipe e Ana ao clube.

Em 2009, uma parceria deste dis-trito com o 4430 levou à realização

do Rotary em Ação pela Saúde e Cidadania, que realizou atendimentos gratuitos em especializações como oftalmologia e odontologia, em orientação jurídica e tratamentos estéticos (massagem, ma-nicure e cortes de cabelo). Na foto, os presiden-tes dos Rotary Clubs envolvidos: Ronaldo Carlos de Moura (RCSP-Norte), Francisco Carneiro de Souza (RC de São Paulo), Claudete Vieira Jakubowski (RCSP-Santana), Isabel Cabello Cabrera (RCSP-Freguesia do Ó), Josino Mon-teiro (RCSP-Noroeste) e José Luiz Scatolini (RCSP-Pacamebu).

RC de São Paulo-Perdizes, SP – Os companheiros doa-ram diversos medi-camentos para pro-blemas cardíacos e diabetes à Casa São Vicente de Paula, que cuida de mulhe-res idosas há mais de 130 anos.

RC de São Paulo-Barra Funda , SP – Como vem fazendo todos os anos, o clu-be promoveu em novembro o Dia da Co-munidade e Cidadania, em parceria com o supermercado Wal-Mart e outras empresas. Em apenas um dia, foram arrecadados mais de 1.500 quilos de produtos não perecíveis nos caixas do Wal-Mart. Eles foram doados a três entidades assistenciais que também trabalharam na arrecadação. Os rotarianos ainda ofereceram aproximadamente 600 atendimentos médicos gra-tuitos à população.

Dentro do Programa Rotário da Amizade, recebeu um grupo de rotarianos dos EUA

(distrito 6190). Entre as cidades do litoral e do interior de São Paulo que eles conheceram, estiveram São José dos Campos, Pindamonhangaba, Lorena, Campos do Jordão, Aparecida e Ubatuba. Como o programa é realizado em caráter de reciprocidade, uma equipe do distrito brasileiro será enviada para conhecer o distrito norte-americano neste primeiro semestre.

D. 4600

RC de So-r o c a b a -

Vergueiro, SP – Fez uma festa para aproximada-mente 30 crianças caren-tes de uma entidade assis-tencial da cidade (foto) e outra para 70 crianças do Projeto Atleta Cidadão. O clube ainda doou colchões

especiais para a Casa Transitória André Luiz, ho-menageou dois bombeiros de Sorocaba por sua atuação profissional, arrecadou 2.000 litros de leite que foram repassados a seis instituições sociais da cidade e deu início às obras do local onde será feita a fisioterapia da Proex, que cuida de crianças excepcionais.

D. 4620

D. 4610

53BRASIL ROTÁRIO

Distritos EM Revista

D. 4640

D. 4630

D. 4620 RC de Sorocaba-Vergueiro, SP – Divulga o projeto Polio Plus doando

fantasias do personagem Zé Gotinha a Rotary Clubs de diversos países. A foto mostra uma das fantasias sendo entregue por companheiros do clube brasileiro ao RC de San Telmo-Constituición, da Argentina. A Austrália e alguns países africanos também já rece-beram o presente.

RC de São Carlos do Ivaí, PR – Em 2009, no Dia dos Professores, o

clube prestou uma homenagem a quatro de seus associados que têm essa profissão. Ex-alunos deles foram convidados a dar depoimentos sobre cada um dos professores em suas vidas pessoal e profissional.

Um dos focos da gestão do governador José Clau-diney Rocco têm sido os Núcleos Rotary de Desenvol-vimento Comuni-

tário. De julho de 2009 até agora, pelo menos dez núcleos foram fundados em todo o distrito. O tema foi debatido em um seminário para mais de 160 pessoas realizado na cidade paranaense de Cianorte. O rotariano Roberto Massaru Watanabe foi um dos palestrantes.

RC de Salto do Lontra, PR – Dez bicicletas foram sorteadas numa

grande festa para as crianças organizada pelo clube numa praça da cidade em parceria com a Associa-ção de Senhoras de Rotarianos e com a Secretaria Municipal de Educação. Houve também a arrecada-ção de 900 quilos de alimentos não-perecíveis, en-tregues a entidades beneficentes da cidade. O clube também doou um cheque de R$ 1.000 ao padre Nelson Maróstica para as obras de reforma da Igreja Matriz Nossa Senhora Aparecida (foto) e formou a quarta turma do curso que desenvolve em parceria com a Cyber Informática, com 48 alunos.

RC de Casca-vel-Primavera, PR – Com o em-penho especial de seu associado Ivanir Bortoli e a parceria do Se-nai, o clube está desenvolvendo um curso de cor-te e costura no Núcleo Rotary de Desenvolvimento Comunitário do bairro Santa Cruz, em Cascavel.

RC de São Miguel do Iguaçu, PR – Premiou os ven-cedores de seu 24º concurso de caligrafia, que contou com a participação de aproximadamen-te 7.000 alunos das escolas municipais, estaduais e particulares da cidade. Amizade, amor e meio ambiente foram os temas dos textos. Os premiados ganharam diploma, medalha e lembranças. O clube também sediou um seminário sobre a Fundação Rotária com a participação de lideranças rotárias nacionais e da região.

54 MARÇO DE 2010

Distritos EM Revista

D. 4651

D. 4650RC de Join-ville-Man-chester, SC – Esteve à frente da campanha Aqueça Uma Comunidade, que resultou na doação de 280 cobertores para

crianças. Na mesma época, em parceria com a Or-ganização Beneficente Esperança Maior, o clube entregou à comunidade local dois parques infan-tis. Em outra parceria, envolvendo o Rotaract, a Associação Joinvillense de Obras Sociais, o Clube dos Jipeiros, o Clube de Cavaleiros e o Motoclube de Joinville, foram arrecadadas 20,5 toneladas de alimentos, destinadas às famílias carentes.

RC de Rio do Sul-Centenário, SC – Entre-gou uma horta ecológica biointensiva ao asilo Conferência São Vicente de Paulo, que ampara 70 idosos. Além disso, o clube homenageou a voluntária Maria José Stramosk com o troféu Cristiane Denise Krieger.

RC de Florianópolis-Trindade, SC – Registra o Prêmio Rotário de

Liderança Juvenil 2009 do distrito 4651, ocorrido em 31 de outubro, em Florianópolis. O encontro reuniu 36 membros do Rotaract e do Intercâmbio de Jovens e foi estruturado em torno de quatro temas: Acessibilidade e Cidadania; Meio Ambiente – Pegada Ecológica; Liderança e Formação; e Experiência de Equipe.

RC de Palhoça, SC – Doou oito cadeiras de rodas para diversas entidades. O clu-be também tem participado ativamente das campanhas de vacinação.

RC de Tubarão, SC – Or-ganizou um passeio ciclísti-co para promover a consciência ecológica e a solida-riedade. Mais de 200 pessoas, entre adultos e crianças, participaram ao se inscreverem com um quilo de alimentos, encaminhados para famílias carentes. Depois do passeio foram distribuídos brindes como bicicletas, sinalizadores e bolas.

D. 4660 RC de Santa Maria-Sul, RS – Durante a segunda edição da Feijo-

ada do Bem, o clube premiou a UTI Pediátrica do Hospital Universitário de Santa Maria e o Centro Comunitário Pércio Reis.

55BRASIL ROTÁRIO

Distritos EM Revista

D. 4680

D. 4670

D. 4660 Ocorreu de 19 a 22 de novem-bro, em Gramado, RS, a 29a

Reunião Brasileira de Dirigentes do Programa de Intercâmbio de Jovens do RI. Coordenado pelo companheiro Renato Dalberto, o encon-tro teve como objetivo aprimorar o programa de intercâmbio e contou com mais de 200 participantes.

RC de Vera Cruz, RS – Rea-lizou festa para a garotada no giná-sio do Parque de Eventos de Vera Cruz. Em parceria com a Associação dos Moradores da Vila Araçá, promo-veu eventos sociais e esportivos para 250 crianças carentes. Outra iniciati-va: premiou um aluno e uma aluna da Escola Estadual de Ensino Médio da cidade com viagem ao Rio de Janeiro. Os premiados foram eleitos por voto secreto graças a um ótimo desempenho escolar e um perfil de liderança. Na foto, eles aparecem ao lado do presi-dente do clube, Ivo Diehl, e sua mulher, Nilza Maria Diehl.

RC de Santa Cruz do Sul-Oeste, RS – Patrocinou a edição de 2.000 exemplares de um livro sobre a flora e a fauna de água doce, distribuídos para os alunos do ensino fundamental da rede pública. Para informações sobre como obter a publicação, escreva para [email protected]. O clube também está à frente de outro projeto ecológico, o Óleo Solidário, que tem como finalidade reciclar o óleo de cozi-nha, que é grande causador de poluição quando descartado na rede de esgoto e no solo.

RC de Pelotas-Oeste, RS – Comemorou 42 anos

de existência com um jantar cuja renda será destinada à implantação de sistema contra incêndio na Escola Alfred Dub. Esta instituição assiste 200 crianças com necessidades especiais.

RC de Ca-noas, RS – Realizou uma campanha de arrecadação de livros, entregues à Secreta-

ria Municipal de Cultura de Canoas. Outra iniciativa: promoveu festa para crianças carentes do bairro Guaju-viras, na qual mais de 600 crianças receberam lanche e presente.

RC de Alvorada, RS – Promoveu encontro gastronômico e arrecadou fundos para a inaugu-ração de duas casas assistenciais. O clube tem prestigiado o projeto Quartel Legal, idealizado por policiais militares da Brigada Militar de Alvorada, em que turmas escolares visitam o 24º Batalhão da Polícia Militar (foto).

56 MARÇO DE 2010

Distritos EM Revista

D. 4700 D. 4720

D. 4730

Ocorreu no município de Vacaria, no Rio Grande do Sul, o Prêmio Rotário de Lide-

rança Juvenil (Ryla). Diversos clubes do 4700 estive-ram presentes, além do governador do distrito, Evaristo Andreolla. No encontro, a coordenadora distrital do Ryla, Susana Fochesato Minuzzo, explicou como os jovens podem participar de ações comunitárias, reafir-mando o lema O Futuro do Rotary Está Em Suas Mãos.

RC de Mosqueiro, PA – Foi responsável por evento

que beneficiou 453 pessoas carentes do distrito de Mosqueiro, pertencente à cida-de de Belém.

RC de Curi-tiba-Portão, PR – Realizou a sessão de número 2.000 em conjunto com o clube padrinho, o RC de Curitiba-Oeste. Marcaram presença o governador do distrito, Alcino de Andrade Tigrinho, o presidente fundador, Apolonio Zardo, o presidente 1964-65 do RC de Curitiba-Oeste, Hilton Dácio Trevisan, e o ex-diretor do RI Gerson Gonçalves, que foi palestrante. Na foto, o governador Alcino Tigrinho, o companheiro Maurício Longhini Barbeiro e o presidente do clube, Otoniel Santos Neto.

D. 4710 RC de Cornélio Procópio, PR – Premiou os melhores alunos das

escolas de Cornélio Procópio. Na foto, os alunos homenageados.

RC de Astorga, PR – Promoveu a 13ª Festa da Leitoa Desossada à Pururuca (foto), que contou com a presença de cerca de 1.500 pessoas. A renda do evento foi revertida para a Apae local e para a Associação das Senhoras de Rotarianos de Astorga. Mais: o clube homenageou alunas do ensino funda-mental da Escola Municipal Amábile Tonetto Pozzo-bon pelo ótimo desempenho escolar durante 2009.

RC de São Mateus do Sul, PR – Realizou a 10ª Festa do Charque a Vapor, evento que reuniu 450 pessoas e beneficiou a Fundação Rotária, a Casa da Amizade local, além das seguintes entidades: Ado-lescentro, Hospital Dr. Paulo Fortes e Lar São Mateus.

Márcio Soares

57BRASIL ROTÁRIO

Distritos EM Revista

D. 4740 RC de Chapecó-São Cristóvão, SC – Patrocinou duas noites de gala em que o Balé Bolshoi de Joinville se apresentou. Na foto, bailarinos e rotarianos.

D. 4750 RC de Niterói-Praias Oceânicas, RJ – Recebeu

uma moção do presidente da Câmara Muni-cipal de Niterói, Paulo Bagueira, pela parti-cipação na comemoração dos 190 anos da Câmara. Na ocasião, o RC fez a fluoretação de crianças. Na foto, Emílio Teixeira, repre-sentando a Fundação Rotária – que também recebeu uma moção –, Paulo Bagueira e Márcia Saud, associada do clube.

RC de Campos-Goitacazes, RJ – Está à frente do projeto Yellow Submarine, que se destina a ensinar, gratuitamente ou mediante bolsa, idiomas estrangeiros – de forma online inclusive. A companheira Lígia Vasconcelos Henriques é a coordenadora do projeto.

RC de Búzios, RJ – Com o projeto Olhando Para O Futuro, vem benefi-ciando alunos das escolas municipais ao patrocinar exames oftalmológicos, produzir e doar óculos. Sete escolas já foram atendidas.

D. 4760 RC de Unaí-Centenário, MG – Promoveu o leilão beneficente

Arca de Noé, produto de uma parceria com a Apae e o Abrigo Frei Anselmo. O evento arreca-dou R$ 93.810, beneficiando as seguintes insti-tuições: Apae, Abrigo Frei Anselmo, Associação Mão Amiga, CEM, Anmecc, Casa da Amizade de Unaí-Centenário, Grupo Teatral Fênix, Associação Beneficente Natal Justino da Costa e o Banco de Cadeiras de Rodas e Muletas local.

RC de Patrocínio-Brumado dos Pa-vões, MG – Anunciou que a renda obtida com o 2º Costelão

do Brumado, R$ 11.050, será destinada à Fundação Rotária. Além disso, o clube entregou o bóton de doa-dor especial da Fundação Rotária a 22 companheiros – cada um deles doou US$ 100.

D. 4770

58 Março de 2010

Distritos EM Revista

Como enviar material para a Brasil RotárioPara que os companheiros de todo o país conheçam os projetos que seu clube vem realizando, é importante que as notícias cheguem à reda-ção contendo as seguintes informações: o nome completo e o dis-trito de seu clube a data e local em que fo-ram realizadas as ações um breve relato sobre o projeto, explicando sua importância e o alcance dele junto à comunidade os nomes dos parceiros, no Brasil e no exterior e os nomes e sobrenomes de todos os que apare-cerem nas fotos com até seis pessoas, relacionados a partir da esquerda.FOTOS: as imagens digitais precisam ter pelo menos 300 DPI de resolução e 9 cm de largura. Na dúvida, selecione a opção alta resolução de sua câmera. Se o envio for feito por e-mail, pedimos que o tamanho dos anexos não supere 1 MB. Não cole suas imagens em documentos de Word: anexe-as ao e-mail.A publicação é gratuita. Basta apenas que o assunto se encaixe em nosso perfil editorial e que seu clube esteja em dia com a assinatura da revista. A Brasil Ro-tário não publica posses ou outros fatos que possam obter o merecido destaque nos boletins de seu clube. MUITO IMPORTANTE: informe também um tele-fone de contato (com o código de DDD) para que possamos falar com você no caso de qualquer dúvida.

Anote os nossos endereços: Avenida Rio Branco, 125 – 18o andar Rio de Janeiro, RJ CEP: 20040-006 e-mail: [email protected] O telefone da redação é (21) 2506-5600.

Estamos esperando para ver seu clube na revista!

RC de São Gabriel-Sepé Tiarajú, RS – Realizou uma grande festa para 22 crianças do Abrigo Municipal Dom Félix de Azara. Na foto, algumas rotarianas e voluntárias que promoveram o evento.

Sobre o uso e a publicação de textos e imagensO leitor que contribui com a Brasil Rotário por meio do envio de conteúdo – tais como fotos, informações, textos e frases, entre outros – aceita e se responsabiliza pela au-toria e originalidade do material enviado à revista, bem como pela obtenção da autorização de terceiros que eventualmente seja necessária para os fins desejados, res-pondendo dessa forma por qualquer reivindicação que venha a ser apresentada à Brasil Rotário, judicial ou ex-trajudicialmente, em relação aos direitos intelectuais e/ou direitos de imagem, ou ainda por eventuais danos morais e/ou materiais causados à Brasil Rotário, à Cooperativa Editora Brasil Rotário ou a terceiros.Entre os direitos da Brasil Rotário incluem-se, também, os de adaptação, condensação, resumo, redução, compi-lação e ampliação dos textos e imagens enviados à revista.

D. 4770 RC de Itumbiara, GO – Come-morou os 50 anos de fundação

do clube homenageando diversas personali-dades rotárias: seus ex-presidentes, o casal governador Nelson Marra de Oliveira e Elza Maria, governadores assistentes e o governa-dor 1997-98 Getúlio Lima. Getúlio é autor de livro lançado em prol do Banco de Cadeiras de Rodas local.

RC de Bagé-Campanha, RS – Formou turma de alunos do

projeto Informática Para Todos. Trata-se de uma iniciativa de inclusão digital que tem parceria com a Universidade da Região da Campanha e com o Instituto de Menores.

D. 4780

59BRASIL ROTÁRIO

Senhoras em Ação

A Casa da Amizade de Jales, SP (D. 4480), entregou brinquedos para a garotada da creche do Conjunto Habita-cional Joaquim Dercílio de Carvalho.

A Casa da Amizade de Presi-dente Venceslau, SP (D. 4510), em parceria com o Movimento de Alfabetização, mantém o progra-ma Leia para Mim, de incentivo à leitura para as crianças. Nas reuniões, uma mesa é montada com livros de histórias e monitores promovem sessão de leitura para o público mirim.

A Associação de Famí-lias de Rotarianos de Li-meira, SP (D. 4590), doou guloseimas para as crianças assistidas pela Associação Limeirense de Combate ao Câncer.

A Associação das Famílias de Rotarianos de Itapeti-ninga, SP (D. 4620), realizou festiva e entregou doces e 90 presentes para os alunos da Creche Emei Rotary Club de Itapetininga.

Foram diversas as iniciativas da Casa da Amizade de Pa-

trocínio-Brumado dos Pa-vões, MG (D. 4770). Entre elas: fornecimento de lanches para os alunos da Apae local e da Escola

Irma de Carvalho; entrega de kits de primeiros socorros para 20 escolas públicas de Patrocí-nio; entrega de cestas básicas

para famílias carentes e doações à Fundação Rotária.

60 MARÇO DE 2010

O que significa essa distinção?Uma pessoa, rotariana ou não, que contribui com o valor de 1.000 dólares rotários à Fundação Rotária,

ou em cujo nome é feita tal contribuição, recebe como reconhecimento o título de Companheiro Paul

Harris, que consiste de certificado e distintivo – com a opção de medalha, ao custo de 15 dólares rotários.

Safiras, rubis e cristaisO Companheiro Paul Harris que faz contribuições múltiplas de 1.000 dólares rotários à Fundação Rotária, ou

em cujo nome elas são feitas, recebe safiras, rubis ou cristais, de acordo com o valor do aporte acumulado.

Os fundosTais doações formam diversos fundos. São eles: o Fundo Anual de Programas, o Fundo Polio Plus ou

Parceiros Polio Plus e o Fundo Permanente. As contribuições ainda podem servir aos Projetos de

Subsídios Humanitários ou, se vierem de empresas, à Associação Brasileira da The Rotary Foundation.

Novos Companheiros Paul Harris

D. 4440RC de Cáceres-Pantanal, MT� Darci Tartari� João Mário da Silva Maldonado� Plínio Samaclay Lima Moran

D. 4490RC de Floriano, PI� Donatila Soares Lopes Gomes

D. 4520RC de Sete Lagoas, MG� Eduardo Assis de Deus

D. 4540Casa da Amizade de São Joaquim da Barra, SP� Ermínia Couto Venturoso

RC de Ribeirão Preto, SP� José Carlos Carvalho, ex-governador do distrito,

que recebeu a quinta safira após ter doado cinco títu-

los de Companheiro Paul Harris a Fabiano Carvalho,

Lucas Lima, Lucas Fiori, Renato Sampaio de Souza e

Fabiane Ostanel Sampaio

D. 4560RC de Itapecerica, MG� Mariano Ricardo de Toledo

D. 4590RC de Campinas-Sul, SP� Hassem Haluen, com a primeira safira

� Mário Boza Júnior� Nelson Solcia, com a quarta safira� Rodrigo Romero� Wesley Carlos Pacheco

RC de São João da Boa Vista-Sul, SP� Sonia Sueli de Souza Zerbetto, com a terceira safira,

e os filhos dela, Diogo e Belisa, com títulos de Compa-

nheiro Paul Harris

D. 4640RC de Francisco Beltrão-Integração, PR� Itacir Mario Braghini, com a segunda safira� Marino Ari Burile� Odair Espedito Cogo

D. 4651RC de Florianópolis, SC� Marco Antonio Ferreira Caixeta

D. 4660RC de Não-Me-Toque, RS� Anaor Silva Aguiar

D. 4720RC de Boa Vista-Caçari, RR� José Antônio Fragoso, associado do clube e ex-

governador do distrito, e Nilcéa Tinoco Gonçalves,

ambos com doações para o programa Polio Plus

MILHÕES DE CRIANÇAS AGUARDAM SUA DOAÇÃO À FR

61BRASIL ROTÁRIO

Autores rotarianos

Analisando o Teorema de PitágorasJosé Cloves Verde SaraivaKosmos

Ex-presidente do Rotary Club de São Luís, MA (D. 4490), o autor é professor do curso de matemática da Universidade Federal do Maranhão. Desta experiência nasceu o presente livro, idealizado como um recurso didático para catálise no treinamento dos alunos. A obra reúne 90 demonstrações do Teorema de Pitágoras, disponíveis na internet, seguidas de dois estudos do autor: “O Teo rema Pitágoras-Matemática-Maple V” e “Analisando o Teorema de Pitágoras”, este uma sugestão nova do ponto de vista didático, possível de ser aplicado para efetivar o estudo de teoremas da análise ou outros ramos da matemática. Saraiva é autor também de “Malba Tahan Visita São Luís e Outras Histórias”.

A Memória do Rotary Club de Londrina e o desenvolvimento da cidadeNelma Camêlo de Araujo (org.)UELA Universidade Estadual de Londrina se dedicou a pes-quisar a trajetória do Ro-tary Club de Londrina, PR (D. 4710), e o resultado está nas 128 páginas deste livro. Na apresentação, a rotariana Dalva Vernilho escreve que o “trabalho é fruto de uma preocupação em salvar o passado daqueles homens pioneiros que lutaram e contri-buíram para prosperidade e grandeza” da cidade. Muitos deles eram membros do Rotary. Para as professoras Nádina Aparecida Moreno e Wilmara Rodrigues Calderon, “a história do Rotary Club de Londrina se confunde com a própria história da cidade de Londrina, na medida em que ambas se desenvolveram concomitantemente”. É essa a história resgatada no livro, ricamente ilustrado com fotos.

Retalhos do quotidiano: páginas recolhidas no dia a dia da vidaOswaldo José OttavianoSyslookEscrito ao longo de 40 anos, este livro traz textos bem humorados sobre a língua portuguesa, artigos sobre saúde, meio ambiente e comportamento, entre ou-tros assuntos. O título lan-çado pelo companheiro, associado fundador dos Rotary Clubs de Suma-ré e Sumaré-Norte, SP (D.4310), cumpre ainda a importante missão de colaborar com as ações dos rotarianos. Ottaviano cedeu à Fundação Rotária 25% do preço de capa do livro, que custa R$ 20. Com formação acadê-mica em direito, o companheiro assina artigos em vários jornais da região.

Raimundo Ferreira: garra e coragem no caminho do sucessoCarolina Miranda e Moema DuarteIndependente

O saudoso companheiro Rai-mundo Ferreira da Silva, que por 63 anos foi associado do Rotary Club de Caruaru, PE (D. 4500), teve uma vida rica em experiências e con-quistas. Foi estoquista, via-jante, fundador da Livraria Estudantil, em Caruaru, que deixou para inaugurar uma farmácia, e em seguida passou a ser o único representante dos Grandes Moinhos do Brasil no interior do estado. Aos 91 anos de idade, ainda era um empresário atuante e participante ativo da vida socioeconômica de sua cidade e região. Sua feliz e bem-sucedida trajetória está narrada em uma biografi a, que começa com a infância de Ferreira na zona rural e vai até a terceira idade, passando por episódios como os primeiros desafi os na capital, o amor, as viagens, manias e os momentos difíceis, sem esquecer um capítulo muito especial na vida do companheiro: o Rotary.

62 MARÇO DE 2010

Novos clubes, novos amigos

Aqui damos as boas-vindas aos Rotary Clubsrecentemente fundados. É a oportunidade desaudarmos novos amigos, que certamente terãomuito a contribuir.

RC de Malacacheta, MG (D. 4520)Admissão: 07/01/2010

E-mail: [email protected]

Presidente: Hélia Camargos Guedes

Clube padrinho: RC de Teófilo Otoni-Norte, MG (D. 4520)

Se você tem 50 anos de Rotary ou mais, envie para a Brasil Rotário uma foto em que apareça sozinho:

� E-mail: [email protected]ço postal: Avenida Rio Branco, 125 – 18o

andar – Centro – Rio de Janeiro – CEP: 20040-006

Os 50 Mais

Nossa saudação começa pelo rotarianoAlexandre A. Direne. Fundador rema-

nescente do RC do Rio de Janeiro-Méier, RJ (D. 4570), surgido em 25 de

janeiro de 1960, Alexandre foi presi-dente 1967-68. Ele participa de todas

as reuniões semanais do clube.

Oswaldo Saragiotto, ex-combatente da SegundaGuerra Mundial, comemo-ra 63 anos de vida rotáriano dia 13 de julho. Funda-dor do RC de SerraNegra, SP (D.4590), elefoi cinco vezes presidente,tendo assumido o cargo,inclusive, nos 60 anos do clube. Tambémconstam de sua folha de serviços: rotarianocom 100% de presença, vereador duasvezes, nos anos 50 e juiz de paz que realizoumais de 8.000 casamentos.

63BRASIL ROTÁRIO

Aconteceu na Brasil Rotário... ...em março de 1945

Luiz Renato D. Coutinho

A VISITA DE RICHARD H. WELLS AO BRASILEm seu périplo pelos países sul-americanos, Richard H. Wells, presidente 1944-45 do RI, não podia esquecer o Brasil, na época o campeão de expansão rotária. O fato mereceu destaque na Rotary Brasileiro – publicação antecessora da Brasil Rotário. Ele chegou a São Paulo em 4 de fevereiro. No Rio de Janeiro, então Distrito Federal, esteve nos dias 6, 7, 8 e 9, tendo sido recebi-do pelo presidente da República. Na manhã de 10 de fevereiro, Richard Wells rumou para Belém, partindo no dia seguinte para os EUA.

Armando de Arruda Pereira, presidente 1940-41 do RI, noticia que está envolvido em uma comissão no-meada pelo presidente do RI, cujo objetivo é levantar US$ 2 milhões para a Fundação Rotária. Ele conclama:

“Somos 225.000 rotarianos ao todo. Caberia, para perfazer os dois milhões de dollars, oito dollars a cada um.

Rotary bem merece que o perpetuemos!”

A 16ª Conferência Distrital dos Rotary Clubs do Brasil, numa época em que sequer se sonhava com os Institutos Rotary atuais, é promovida:

“[A conferência] Será uma excelente oportunidade para que aqueles que não conhecem Belo Horizonte, a mais nova, a mais linda e a mais progressista das capitais brasileiras, aqui venham travar relações com o povo trabalhador e ordeiro, acolhedor e generoso, que é o povo mineiro.”

Deixo os leitores com o panorama mundial pintado pelo economista Eugênio Gudin. Ele havia participado, em julho de 1944, da série de conferências das 44 nações aliadas no Mount Washington Hotel, em Bretton Woo- BR

ds, na cidade de Carrol, EUA. Esse encontro entrou para a história como o Acordo de Bretton Woods, que passou a gerenciar o sistema econômico internacional. Alguns dos momentos de Gudin na palestra aos rotarianos: Hábitos norte-americanos: “Tenho para mim que os Estados Unidos têm abusado

um pouco dos Congressos. Organizam-se congressos para tôda a sorte de coisas, onde se apresentam planos para que o mundo de amanhã seja bom, para que todos ganhem bastante dinheiro, para que todos tenham o direito de viver com o maior conforto desde o berço até a morte etc.” A boa surpresa de Bretton Woods:“[Ali] reuniram-se os mais eminentes economistas do

mundo, com exceção de minha pessoa, é claro (não apoia-do), para tratar de assuntos objetivos, para concretizar, em cem ou duzentos artigos, convenções positivas e claras em matéria de moeda e de crédito.” Sobre os aliados e Hitler:“Homens e mulheres, velhos e crianças, têm acima de

tudo neste momento uma única preocupação: ganhar a guerra.”

“Acredito que entre os inúmeros erros de Hitler (...) foi nunca ter visitado os Estados Unidos. Tivesse conhecido o quanto o povo americano é hospitaleiro e jovial (...) certamente nenhuma atividade teria tomado contra a terra da liberdade.” Tecnologia e globalização:“Acredita-se mesmo que nenhum ponto do planeta

distará do outro mais do que seis dias de viagem; nenhuma comunicação levará mais do que uma fração de minuto.”

“Devo mesmo dizer, de passagem, que já se planeja viagem de Nova York ao Rio creio que em 18 ou 24 horas, tempo que não há muitos anos era requerido para uma viagem do Recife a Natal.”

Em 26 de março se encerra um dos últimos capítulos da Segunda Guerra Mundial: a Batalha de Iwo Jima. Travada entre os EUA e o Japão, na ilha de Iwo Jima, no Pacífico, a batalha durara 40 dias.

No Brasil, longe do teatro de guerra, os últimos meses do governo Getúlio Vargas transcorriam com tranquilidade. Ele seria deposto pacificamente em setembro, após 15 anos no poder. Em 11 de abril, Luiz Gonzaga grava, no estúdio da RCA Victor, sua primeira música. No cinema, Grande Otelo aparece para o público no filme “O Gol da Vitória”, inspirado na trajetória do jogador negro Leônidas da Silva, um dos maiores nomes do futebol brasileiro.

1945 é o início de uma nova ordem mundial e de grandes avanços tecnológicos, como o economista brasileiro Eugênio Gudin mostrou em palestra no RC do Rio de Janeiro (ver último destaque). Considerado um dos pais do pensamento econômico moderno no Brasil e criador do curso de economia no país, Gudin foi ainda ministro da Educação e da Fazenda. Morreu aos 100 anos, em 1986.

GETÚLIO VARGAS (no canto direito) recebe o presidente do RI (ao centro) no Palácio do Catete, em fevereiro de 1945

Aconteceu na Brasil Rotário...

64 MARÇO DE 2010

Relax

Problema nossoO sujeito chega em casa preocupado e vai desabafar com a esposa:

– Tenho um problema no trabalho.– Então senta aqui e me conta – diz ela, compreen-

siva – E não diga “Eu tenho um problema”, porque os seus problemas são meus também, lembra?

– Está certo, está certo – ele sorri – Nós temos um problema no trabalho: a nossa secretária vai ter um fi lho nosso... Colaboração de Roberto Martins, associado do RC de São Vicente-Antônio Emmerich, SP (D. 4420).

Menino generosoPasseando no parque, um garoto pede dinheiro à mãe para dar a um velhinho.

– Que coisa bonita! – reage a mãe, sensibilizada com o gesto do fi lho – Mas para qual velhinho você vai dar o dinheirinho, meu anjo?

– Para aquele ali, que está gri-tando “Olha a pipoca quentinha!”

Um anjoDois amigos se encontram depois de muitos anos:

– E aí, Fagundes? Já se casou?– Casei! E minha mulher é um

anjo!– Cara sortudo é você! A minha

ainda está viva!

O primeiro românticoAdão e Eva passeiam pelo paraíso.

– Você me ama? – ela pergunta.– E eu lá tenho escolha!

Colaborações do EGD Hertz Uderman, associado do RC do Rio de Janeiro-Méier, RJ (D. 4570).

Marido prendadoAo ver a mulher toda enrolada com as tarefas domésticas, o sujeito resolve ajudar colocando suas próprias roupas para lavar.

– Amor? Que programa de lavagem eu devo usar na máqui-na? – ele grita da área de serviço.

– Isso depende da roupa – ela explica – O que está escrito na camiseta?

– “Eu amo Floripa”!Colaboração de Marcos Buim, do RC de São Caetano do Sul-Olímpico, SP (D. 4420).

Rodrigo

Aquecimento global

_ Meu fi lho, um dia tudo isso será seu.