BREVE ENSAIO EM TEOLOGIA EXEGÉTICA: ESTUDO DE CASO EM 1ª JOÃO 2.12-14

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    BREVE ENSAIO EXEGTICO NO NOVO

    TESTAMENTO

    UM ESTUDO DE CASO EM 1 Joo 2.12-14

    CENTRO DE ESTUDOS DE PRESBITERIANO

    Rev. Joo Ricardo Ferreira de Frana

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    BREVE ENSAIO EXEGTICO NO NOVO TESTAMENTO: UM ESTUDO DE

    CASO EM 1 Joo 2.12-14

    Rev. Joo Ricardo Ferreira de Frana*

    Filhinhos, eu vos escrevo, porque os vossos pecados so perdoados, por causa do seu nome.

    13 Pais, eu vos escrevo, porque conheceis aquele que existe desde o princpio. Jovens, eu vos escrevo, porque tendes vencido o Maligno.

    14 Filhinhos, eu vos escrevi, porque conheceis o Pai. Pais, eu vos escrevi, porque conheceis aquele que existe desde o princpio. Jovens, eu vos escrevi, porque sois fortes, e a palavra de Deus permanece em vs, e tendes vencido o Maligno.

    Introduo:

    Sabemos que o apstolo Joo escreve as suas cartas com a finalidade de rebater

    o gnosticismo incipiente promovido pelos falsos mestres1 nas comunidades crists s

    quais ele escreve as suas cartas. No trecho de abertura desta cara (1.1-4) o autor procura

    mostrar, em termos gerais, que tenciona ressaltar a temtica da encarnao do verbo.2

    Vale salientar que carta marcada por dois objetivos especficos que precisam

    ser considerados antes de qualquer anlise exegtica: O contedo desse escrito tem

    dois objetivos: o combate a heresias crists (2.18-27; 4.1-6) e a confirmao dos

    cristos aos quais ele se dirige na verdadeira f e na verdadeira vivncia em face da

    ameaa pela heresia.3 Certamente este segundo objetivo permeia o bloco que ser alvo

    de nossa anlise exegtica:

    VS. 12:

    , , . o verbo

    escrever aqui no nosso texto aponta provavelmente para o documento em

    curso de sua escrita, o tempo presente usado no verbo parece reforar essa ideia.

    * O autor Ministro da Palavra pela Igreja Presbiteriana do Brasil. Formou-se em Teologia no Seminrio Presbiteriano do Norte (SPN) Recife PE. Foi professor de lnguas bblicas - Grego e Hebraico - no Seminrio Presbiteriano Fundamentalista do Brasil (SPFB) Recife PE. Atualmente pastor na Igreja Presbiteriana de Piripiri PI. 1 CARSON, D.A.; MOO, Douglas.; MORRIS, Leon. Introduo ao Novo Testamento. So Paulo: Edies Vida Nova, 1997, p.501. 2 MARSHALL, I.HOWARD. Teologia do Novo Testamento Diversos Testemunhos, Um s Evangelho. So Paulo: Edies Vida Nova, 2007, p.460. 3 VIELHAUER, Phlipp. Histria da Literatura Crist Primitiva Introduo ao Novo Testamento aos Apcrifos e aos Pais Apostlicos. Santo Andr, SP: Editora Academia Crist, 2005, p. 489.

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    O vocbulo indica crianas pequenas, aqui o sentido figurado, e ainda

    inclui todas as classes de pessoas. John Stott sugere que o apstolo esteja se referindo a

    trs classes de pessoas filhinhos, jovens e pais4 Stott parece ignorar que no primeiro

    verso Joo usa o mesmo termo e o sentido aplicado para todos os crentes, pois, no se

    refere apenas aos novos convertidos, mas todos os crentes em Cristo.

    Calvino indica que este termo grego abarca uma declarao geral, para que ele

    no aborda apenas os de tenra idade , mas por crianas pequenas , ele quer dizer

    homens de todas as idades , como no primeiro verso , e tambm como nos versos

    posteriores. Calvino diz que isso porque as pessoas tomam a palavra Teknia como

    uma referncia as crianas, quando a palavra seria , mas aqui o apstolo usa o

    apalavra para se referir tanto a jovens como a idosos, pois, ele se coloca como pai

    espiritual da igreja.5

    Joo informa que escreve estas palavras porque os vossos pecados esto

    perdoados. O uso da conjuno aponta para o que ocasionou a escrita de tas

    palavras. A certeza do perdo dos pecados. O verbo perdoar conforme aparece aqui

    no texto o uso do tempo perfeito indica uma ao contnua6, vale ressaltar

    que o tempo perfeito no usado para indicar uma ao passada, mas o estado

    presente e resultante da ao passada7.

    O Apstolo escreve porque esses crentes foram perdoados no passado e

    continuam sendo perdoados, a implicao de uma ao passada, mas com resultados

    permanentes8. Ao que parece Joo deseja assegurar aos crentes a certeza da redeno

    deles apontando para a plena certeza do perdo dos pecados obtidos por Cristo na cruz

    do calvrio.

    O apstolo continua agora nos apresentando a causa material para a certeza deste

    perdo dos pecados: por causa do seu nome. (1 Joo 2.12 ARA). A nossa verso

    4 STOTT, John R. W. I, II e III Joo Introduo e Comentrio. So Paulo: Edies Vida Nova, 1982, p.83. Simon Kistemaker partilha da mesma ideia de Stott Cf. KISTEMAER, Simon. Tiago e Epstolas de Joo So Paulo: Editora Cultura Crist, p. 352-358. 5 CALVINO, John. Commentaries on the Catholic Epistles , Grand Rapids, MI: Christian Classics Ethereal Library,p. 159 6 STOTT, John R. W. I, II e III Joo Introduo e Comentrio. So Paulo: Edies Vida Nova, 1982, p.84. 7 WALLACE, Daniel B. Gramtica Grega Uma Sintaxe Exegtica do Novo Testamento. So Paulo: Editora Batista Regular do Brasil, 2009, p. 573. 8 CHAMBERLAIN, William Douglas. Gramtica Exegtica do Grego Neo-Testamentrio. So Paulo: Editora Cultura Crist, 1989, p.98.

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    traduzir a preposio com o sentido de por causa de. Na verso Corrigida o

    texto foi traduzido como segue: Filhinhos, escrevo-vos porque, pelo seu nome, vos so

    perdoados os pecados. (1 Joo 2.12 ARC) a explicao para esta distino est na

    gramtica grega. A preposio quando est governando um substantivo no caso genitivo

    ela ter o sentido atravs de e quando a mesma governa um substantivo no caso

    acusativo ter o sentido de por causa de o substantivo est no caso

    acusativo. Ento, por causa do nome de Cristo e seu sacrifcio no calvrio aqueles

    irmos tem o segurana do perdo dos pecados.

    Vs: 13 , , . , ,

    .

    Joo se dirige aos pais que no verso anterior estavam includos na categoria de

    filhinhos, ele diz: Pais, eu vos escrevo, porque conheceis aquele que existe desde o

    princpio. Jovens, eu vos escrevo, porque tendes vencido o Maligno. (1 Joo

    2.13 ARA). necessrio entender que Joo escreve deste modo para individualizar as

    idades presentes na igreja, ou como algum j disse que o apstolo passa a enumerar

    diferentes idades , para que pudesse mostrar que o que ele ensinou era adequado para

    cada um deles.9 Ou seja, Joo sai do campo geral e vai para o particular, se dirige aos

    pais com a finalidade de relembrar-lhe que eles conhecem aquele que existe pelo

    sculos dos sculos.

    O verbo conhecer aqui est no tempo verbal que aponta para a

    continuidade dos resultados do conhecimento obtido sobre o verbo eterno. Os jovens

    so descritos como vitoriosos. Na verdade o que Joo tem dito que o eles tem

    dominado o maligno, pois, no grego o verbo tem o sentido de conquistar e

    no de meramente vencer, a ideia que eles tm avanado sobre o maligno ().

    Parece-nos que a perspectiva de Joo bem otimista!

    Vs. 14:

    , , . , ,

    . , ,

    .

    9 CALVINO, John. Commentaries on the Catholic Epistles , Grand Rapids, MI: Christian Classics Ethereal Library,p. 160.

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    Neste verso Joo comea com um aoristo epistolar focalizando na

    mensagem da presente carta, e novamente se dirige aos filhos e usa a palavra

    que possuem alguma noo do que est sendo dito, de modo particular, ele diz que os

    mesmos conhecem ao pai .

    Qual a razo de Joo escrever a eles? Porque eles so fortes ( ), e a

    palavra de Deus permanece neles. A expresso palavra de Deus [ ]

    revela-nos que o verbo de Deus suficiente para garantir a fortaleza espiritual que os

    jovens precisam. Eles tm a certeza do perdo dos pecados em Cristo e plena fortaleza

    na f por causa da Palavra de Deus que habita neles. E como esta palavra permanece a

    implicao que eles tm como vencer o maligno.

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS:

    1. CALVINO, John. Commentaries on the Catholic Epistles, Grand Rapids, MI:

    Christian Classics Ethereal Library.

    2. CARSON, D.A.; MOO, Douglas. MORRIS, Leon. Introduo ao Novo

    Testamento. So Paulo: Edies Vida Nova, 1997.

    3. CHAMBERLAIN, William Douglas. Gramtica Exegtica do Grego Neo-

    Testamentrio. So Paulo: Editora Cultura Crist, 1989.

    4. KISTEMAER, Simon. Tiago e Epstolas de Joo So Paulo: Editora Cultura

    Crist, 2006.

    5. MARSHALL, I.HOWARD. Teologia do Novo Testamento Diversos

    Testemunhos, Um s Evangelho. So Paulo: Edies Vida Nova, 2007.

    6. STOTT, John R. W. I, II e III Joo Introduo e Comentrio. So Paulo:

    Edies Vida Nova, 1982.

    7. VIELHAUER, Phlipp. Histria da Literatura Crist Primitiva Introduo

    ao Novo Testamento aos Apcrifos e aos Pais Apostlicos. Santo Andr, SP:

    Editora Academia Crist, 2005.

    8. WALLACE, Daniel B. Gramtica Grega Uma Sintaxe Exegtica do Novo

    Testamento. So Paulo: Editora Batista Regular do Brasil, 2009.