Breve Histórico dos Assentamentos e Povoados de Parauapebas / Pará

19
Breve Histórico dos Assentamentos e Povoados de Parauapebas / Pará Org. pesq. Adilson Motta, 2012 Os conteúdos abaixo foram resgatados pelos alunos das escolas do Município de Parauapebas sob a orientação de professores nas 7ª e 8ª séries. Alunos pesquisadores: Francisca Amélia, Lucirreis, Edilane, Nadson, Dionatan, Álvaro, Kamila, Maria de Jesus, Maria das Graças, Milca e Ronne Charles. ASSENTAMENTO CARLOS FONSECA Em 1991, a Fazenda Carajás foi ocupada por dois grupos de sem-terras, sendo um grupo do assentamento Palmares I e o outro fazia parte de uma associação já existente. Houve um grande conflito entre os dois grupos que lutavam pela terra e foram assassinados dois líderes do Assentamento Palmares I. Pôde-se constatar que esses dois trabalhadores foram vítimas da crueldade do destino na luta pela terra. E em homenagem aos líderes Carlos e Fonseca hoje tem o P.A. Carlos Fonseca. Quando houve esse conflito as terras ainda não tinham sido demarcadas pelo INCRA, fato que só aconteceu no ano de 2001. O motivo pelo qual a Fazenda Carajás que também era conhecida por Grupo Paragominas, foi desapropriada porque somente 300 alqueires estavam regularizados e 900 alqueires não estavam regularizados. Em relação a contribuição ITR (Imposto Territorial Rural). Hoje onde era a sede da Fazenda Carajás funciona a escola 18 de outubro. ASSENTAMENTO NOVA JERUSALÉM A história desse assentamento começou em outubro de 1999 com 300 famílias acampadas na Fazenda Nova Conquista, tendo como líder o Sr. José Mauro. Os sem-terra passaram lá dois meses, sendo que em 11 de dezembro foram remanejados para a Fazenda Baiana, que se encontra a 32 km da cidade de Parauapebas, mas a área pertence ao município de Marabá. . Desse modo, foram divididos em três acampamentos, uns ficaram na Fazenda Boa Sorte, e outros na Fazenda do proprietário Sr. Mauro Lima; sendo que na fazenda Baiana ficaram 100 famílias, Mas essa área era pequena para assentar essas famílias.

Transcript of Breve Histórico dos Assentamentos e Povoados de Parauapebas / Pará

Page 1: Breve Histórico dos Assentamentos e Povoados de Parauapebas / Pará

Breve Histórico dos Assentamentos e Povoados de Parauapebas / Pará

Org. pesq. Adilson Motta, 2012

Os conteúdos abaixo foram resgatados pelos alunos das escolas do Município de Parauapebas sob a orientação de professores nas 7ª e 8ª séries. Alunos pesquisadores: Francisca Amélia, Lucirreis, Edilane, Nadson, Dionatan, Álvaro, Kamila, Maria de Jesus, Maria das Graças, Milca e Ronne Charles.

ASSENTAMENTO CARLOS FONSECA

Em 1991, a Fazenda Carajás foi ocupada por dois grupos de sem-terras, sendo um grupo do assentamento Palmares I e o outro fazia parte de uma associação já existente.

Houve um grande conflito entre os dois grupos que lutavam pela terra e foram assassinados dois líderes do Assentamento Palmares I. Pôde-se constatar que esses dois trabalhadores foram vítimas da crueldade do destino na luta pela terra. E em homenagem aos líderes Carlos e Fonseca hoje tem o P.A. Carlos Fonseca. Quando houve esse conflito as terras ainda não tinham sido demarcadas pelo INCRA, fato que só aconteceu no ano de 2001.

O motivo pelo qual a Fazenda Carajás que também era conhecida por Grupo Paragominas, foi desapropriada porque somente 300 alqueires estavam regularizados e 900 alqueires não estavam regularizados. Em relação a contribuição ITR (Imposto Territorial Rural). Hoje onde era a sede da Fazenda Carajás funciona a escola 18 de outubro.

ASSENTAMENTO NOVA JERUSALÉM

A história desse assentamento começou em outubro de 1999 com 300 famílias acampadas na Fazenda Nova Conquista, tendo como líder o Sr. José Mauro. Os sem-terra passaram lá dois meses, sendo que em 11 de dezembro foram remanejados para a Fazenda Baiana, que se encontra a 32 km da cidade de Parauapebas, mas a área pertence ao município de Marabá. . Desse modo, foram divididos em três acampamentos, uns ficaram na Fazenda Boa Sorte, e outros na Fazenda do proprietário Sr. Mauro Lima; sendo que na fazenda Baiana ficaram 100 famílias, Mas essa área era pequena para assentar essas famílias.

Page 2: Breve Histórico dos Assentamentos e Povoados de Parauapebas / Pará

O líder (José) deixou essas famílias abandonadas sem nenhuma condição de sobrevivência, até o INCRA enviar cestas básicas para essas famílias, muitos desistiram e as famílias que ali residiam decidiram formar outra associação, elegendo outro presidente, o Sr. Luís Salomé de França que registrou a associação como APTRAS PA.

Enquanto o líder lutava para negociar a desapropriação dessa área, muitos ficaram no acampamento, pois não tinham residência em Parauapebas. Outros vinham nos finais de semana e alguns ficavam revezando no acampamento.

No acampamento residia um senhor popularmente chamado João Bigode que passou a implicar com os associados, que só vinham no final de semana. Pois ele queria formar outra associação com outras famílias, com isto ele pretendia dividir essa área em dois assentamentos. No entanto, seu desejo causou discórdia gerando alguns conflitos, mas Salomé acionou o INCRA que veio e deu uma oportunidade para o Sr. João Bigode se ajuntar aos outros sócios. No entanto, ele não concordou, pois alegara que a área era dele – porque residia ali e não abria mão dessa área. Com tudo isso, o INCRA não teve outra solução a não ser acionar a Polícia Federal, retirando-os dessa área. Ficaram somente 42 famílias e o INCRA fez o sorteio dos lotes no dia 17 de maio de 2003.

ASSENTAMENTO UNIÃO DA VITÓRIA

A história da comunidade União da Vitória iniciou-se no dia 22 de dezembro de 2000, às vésperas do natal do mesmo ano. Nesta data essas famílias não tinham morar, então resolveram unir-se em busca de seus sonhos, o qual era adquirir suas próprias terras e dela garantir a existência e a sobrevivência de suas respectivas famílias, onde as mesmas ocuparam uma área que pertencia a Reforma Agrária. Nos primeiros dias eles se alojaram no curral. Nesse período eles sobreviviam de diárias para os colonos vizinhos, enquanto aguardavam o processo da reforma agrária ser concluído.

Enquanto isso, alguns pais e seus filhos frequentavam às aulas na escola Santa Tereza que foi construída nas proximidades da área ocupada. A comunidade decretou um prazo de 15 dias para que trabalhassem fora da área e em retorno trabalhavam em suas pequenas lavouras, onde plantaram arroz, feijão, milho, mandioca, abóbora, banana e outros alimentos perecíveis.

No ano de 200, aproximadamente no mês de setembro, as famílias tiveram que desocupar a área, deixando assim para trás todo seu trabalho desenvolvido e ficaram acampados às margens do rio Gameleira no P.A. Valentim da Serra.

Com este episódio, a comunidade ficou sem frequentar a escola por um tempo. Após o período de aproximadamente dois anos e meio as famílias retornaram para as áreas onde tinham sido despejadas; e em março de 200 constituíram novamente o acampamento às margens da estrada de acesso ao Itacaiúnas. Após essa data iniciou-se o processo de negociação da terra. As famílias combinaram a aquisição da área pelo INCRA, constituindo o P.A. União da Vitória.

Page 3: Breve Histórico dos Assentamentos e Povoados de Parauapebas / Pará

Hoje esta comunidade que tanto lutou sem desistir dos seus objetivos para viver em harmonia encontra-se com todos em seus respectivos trabalhos agrícolas. Sobrevivem da cultura de subsistência de suas pequenas atividades e criações de animais. Um dos principais produtos agrícolas são banana, milho, mandioca, abóbora, etc.

Atualmente o assentamento União da Vitória recebeu visita do INCRA e fez a negociação tornando-se legal os lotes de cada assentados.

ASSENTAMENTO ARAÇATUBA

No início as pessoas deste local viviam em assentamento esperando o governo liberar as terras, mas o governo demorou muito, então o povo resolveu invadir a fazenda Carajás e demarcaram seus lotes. Então o INCRA deixou que cada pessoa ficasse em seus lotes. E ali houve uma conquista. Muitas pessoas venderam seus lotes e foram embora para a cidade, mais ou menos 50% dos lotes foram vendidos baratos para outros que se estabeleceram. Não existia estrada de acesso e as pessoas tinham que carregar as coisas nas costas, subindo uma ladeira enorme. Depois de um ano os tratores de madeireiros fizeram e estrada. Mais tarde a prefeitura arrumou as estradas e fez uma escola de madeira e sem piso, com as séries de pré-escola até 4ª série, no ano de 2005foi feita uma escola um pouco melhor. Também em 2005 o governo concedeu projetos para agricultores que a partir daí, conseguiram ter suas vaquinhas para tirar leite e ter uma vida melhor. Hoje o assentamento possui energia elétrica, televisão, geladeiras e outros eletrodomésticos.

ASSENTAMENTO VALENTIM SERRA

Em 1998 os trabalhadores rurais “sem-terra” saíram da fazenda Bamerindus, sendo remanejados para Fazenda São Judas, tendo como ex-proprietário Marcos Corrêa, nesta fazenda uns quatro anos até se tornar um P.A. Depois de ter se tornado um P.A., a fazenda não foi mais chamada São Judas e passou a se chamar Valentin Serra, pois Valentim Serra foi um grande líder do movimento. Esse nome foi escolhido pela comunidade e pelo presidente da associação que na época era “Mazinho”.

Houve um conflito na fazenda, depois de ter se tornado um P.A., o ex-presidente Mazinho não veio a falecer mas ficou com uma bala nas costas, ele mesmo afirma: “Se tirar a bala ou ficar com ela por muito tempo, morre”.

Hoje existe duas associações e dois presidentes: o Sr. Raimundo Nonato e o Sr. Manoel Marinho. As associações são: AGRIFVS(Associação dos Agricultores e Agriculturas Familiares do Projeto de Assentamento Valentim Serra) e APAAVAS (Associação dos Agricultores e Agricultores e Agriculturas do Projeto Valentim Serra). Hoje, muitas pessoas são beneficiadas por vários projetos e programas como:

Fomento,

Page 4: Breve Histórico dos Assentamentos e Povoados de Parauapebas / Pará

Projeto de Gado Maracujá.

ACAMPAMENTO TAPETE VERDE

Aos 22 do corrente ano foi feito um relatório sobre o acampamento tapete verde que surgiu em 1999. O nome do proprietário da fazenda é o Sr. Valdenor Rodrigues do Vale. Os sem-terra invadiram a fazenda Tapete Verde em 1999. Houve um despejo em 2002, na qual o Senhor Proprietário fez um trato com os sem-terra, se ele tirasse o título da terra os invasores poderiam ficar na terra quando quisesse. Depois o mesmo tirou o documento da terra e despejou todos. Os que tinham casa foram para casa e os que não foram para casa ficaram nas terras alheias.

Houve um conflito porque o presidente não ficou firme em seu propósito, traindo o grupo. Assim muitos comentam que se vendeu e foi embora com o dinheiro. Em 2003, foram morar na terra do Sr. Jonas e ficaram lá até 2005, foi quando venceu o trato de ficar na terra. Houve outro despejo e todos foram ficar na CECAP por um mês. Depois invadiram a sede da Fazenda Tapete Verde e acamparam lá; fizeram um acampamento próximo a fazenda onde hoje vivem.

ASSENTAMENTO GAMELEIRA

No ano de 1997, o Dr. Lau, proprietário da fazenda Gameleira-Açú precisou vender sua fazenda para o INCRA, devido a má administração de seu sobrinho Márcio. Nessa mesma época houve uma invasão, mas de forma pacífica, pois esperaram a desapropriação.

A fazenda Gameleira se limita com o rio Gameleira de um lado, do outro a fazenda Raineli Sartório, do outro florestas e áreas de proteção ambiental e a última divisa é com Auto-Bonito e Terra-Rocha. Depois da desapropriação esse P.A. teve como primeiro presidente o Sr. José, conhecido como Zezinho, depois Valdeci e atualmente é o Sr. Floriano e o Sr. Oséias. Gameleira é um bom lugar e precisaapenas de melhorias e mais atenção.

GARIMPO DAS PEDRAS

Localizado nos limites geográficos de Marabá, a 60 Km do centro de

Parauapebas, foi descoberto há 27 anos por garimpeiros da região. De lá para

cá, as jazidas tem produzido e comercializado milhares e milhares de toneladas

de pedras de ametistas para o Brasil e o mundo, tornando-se, segundo Waldir

Silva (Jornal Correio Tocantins, 15/11/2010), a segunda maior jazida do mundo,

em termo de quantidade de reserva.Além da ametista, é extraído também pedras

preciosas como topázio, citrine, quartzo e cristal translúcido.

Page 5: Breve Histórico dos Assentamentos e Povoados de Parauapebas / Pará

A vila conta com escola, posto de saúde, destacamento da Polícia Militar,

supermercados, igrejas, energia elétrica, associação de moradores, farmácia e

até pista para pouso e decolagem de pequenas aeronaves.

É um lugar onde homens procuram pedras preciosas em minas de 140

metros de profundidade para conseguirem dali, sustento para suas famílias, para

alguns é apenas paixão pela arte de garimpar, realizando atividades mesmo

sabendo que correm riscos. Em Garimpo das Pedras são 4.000 pessoas que

trabalham diretamente na extração de pedras preciosas, e as mesmas quando

retiradas da Mina até chegar ao ponto de serem comercializadas, passam por

fases chamadas: produção, preparo e lapidação para chegar ao seu ponto final,

que é confecção de jóias. As preciosidades do Garimpo das Pedras também são

exportadas para China e lugares que também dão total valores altos por peças

com pedras.

O Garimpo das Pedras não é só o lugar das pedras preciosas, mas

também um “paraíso”, onde a natureza é pura com uma paisagem exuberante,

piscina de água natural quente, sendo local que tem atraído inúmeros turistas.

Muitas pessoas que já trabalhavam em outros garimpos hoje dão

preferência ao Garimpo das Pedras por ser um lugar que oferece inúmeras

oportunidades e uma condição de vida diferente do que é encontrada em outros

garimpos.

CESSÃO DA ÁREA

Em seu depoimento (em Jornal Correio do Tocantins), Elza Miranda conta que, após a

descoberta das jazidas de ametista na fazenda Miranda, a família Miranda administrava com

exclusividade toda produção do minério. Algum tempo depois, para dar legalidade jurídica

à exploração das jazidas, foi celebrado um termo de cessão gratuita de uso por tempo

indeterminado de uma área de 240 alqueires com a Cooperativa dos Produtores de Gema do

Sul do Pará (Coopergemas), criada pelos próprios garimpeiros da Vila.

A partir daí, a exploração das pedras passou a ser controlada pela cooperativa, que dá origem

ao produto, emitindo nota fiscal para saída do minério e descontando 6% do valor

comercializado. A família Miranda explora uma mina com seis trabalhadores com direito a

100% da produção.

A produção, que chega até 100 toneladas de pedras semipreciosas por mês, é toda

comercializada no próprio garimpo. Os maiores compradores são da Bahia e de Minas Gerais.

“Alguns clientes diretamente da China, que não sabem nem falar a língua portuguesa, vem

também comprar pedras aqui na Vila com intérpretes”, (Revela a garimpeira na reportagem).

Elza Miranda cita que, quando era deputada, chegou a levar o então governador Almir Gabriel

ao garimpo, e ele viu a necessidade de implantar na vila uma escola de lapidação de pedra,

com o objetivo de gerar emprego e renda, “mas esbarramos na falta de mão-de-obra

qualificada para instruir a comunidade. A ideia continua de pé”.

A comunidade, segundo a reportagem, conta hoje (2010) com uma população aproximada de

quatro mil habitantes que vivem em duas vilas: a de baixo e a de cima, e todos os adultos

vivem em função do minério.

Page 6: Breve Histórico dos Assentamentos e Povoados de Parauapebas / Pará

De acordo com a ex-deputada estadual Elza Miranda (apud Correio do Tocantins, 10/2010),

a família dela adquiriu a propriedade rural em 1975, sem saber da existência das reservas em

subsolo de ametista. Em 1983, por acaso, alguns garimpeiros acostumados com a exploração

de pedras semipreciosas descobriram a jazida de ametista, considerada a segunda maior do

mundo, em termo de quantidade de reserva, só perdendo para a África. Na reportagem, Elza

Miranda explica que a extração da pedra é subterrânea, em túneis verticais, perpendiculares

e horizontais com extensão que vão até 300 metros de profundidade. No entanto, a ametista

começou a ser descoberta à flor da terra.

Apesar de se localizar na área geográfica pertencente a Marabá, a população de

Garimpo das Pedras é eleitora de Parauapebas e as escolas funcionam na mesma dependência

- devido às condições geográficas e de acesso.

Garimpo das Pedras

Piscina térmica

Nascente que jorra água com 40 graus de temperatura, rica em potássio,

própria para o consumo.

Page 7: Breve Histórico dos Assentamentos e Povoados de Parauapebas / Pará

Ametistas cristalFonte:: Ascom, 2009

História de Vila Cedere – I

Vila Cedere I está localizada a leste de Parauapebas, a 25 km da sede. E foi lá onde nasceu

Parauapebas.

A sua história está ligada ao contexto da descoberta das jazidas minerais de Carajás, dando-

se em seguida a implantação do Grande Projeto Carajás, que por causa da exploração do

minério, havia a necessidade de se formar uma infraestrutura capaz de satisfazer as condições

mínimas aos trabalhadores do mesmo.

Para que tudo isso funcionasse foi montada também uma estrutura de produção agrícola,

sendo que ao redor da área do projeto, foram desapropriadas as fazendas, re-marcadas e

entregues aos colonos. Na verdade essa proposta viria atender a dois interesses: o da

Companhia que teria suas reservas protegidas dos aventureiros principalmente garimpeiros,

visto que havia abundância aurífera na região. O interesse do governo federal em atender os

fazendeiros principalmente da região do Bico-do-Papagaio, atual estado do Tocantins, onde

havia conflitos entre posseiros e fazendeiros pela posse da terra.

O governo federal no momento, já em seu crepúsculo, Figueiredo, (e, portanto, do

regime militar) desenvolveu um projeto de colonização no Sudeste do Pará. Na região foram

implantados três Centros de Desenvolvimento Regional (CEDERE). A primeira área a ser

ocupada (1983) foi a do Cedere I (oficialmente, PA Carajás 3), no entroncamento de duas

VSs, que atualmente está no município de Parauapebas. Era ali que ficavam os técnicos

que dariam suporte aos demais, além do “almoxarifado para distribuir ferramenta para o

pessoal: distribuir alguns alimentos. Depósito de madeira pra construção das casas dos

colonos”, (Valdivino, R. Prado, apud Diagonal, 2008).

Em 1982, na tentativa de diminuir os conflitos de posse de terras e realizar a reforma agrária,

o Governo Federal, por meio do Grupo Executivo das Terras do Araguaia- Tocantins – Getat,

implantou o projeto de assentamento Carajás na região Sudeste do Pará. E assim foram

assentados 1.555 famílias de colonos imigrantes vindos, principalmente, dos Estados do

Maranhão, Tocantins e Goiás. (LIMA, 2003, p.17,- apud Diagonal, 2007).

Page 8: Breve Histórico dos Assentamentos e Povoados de Parauapebas / Pará

Para melhor controle, a área foi dividida em Glebas: Gleba Carajás I, Gleba Carajás II e Gleba

Verde Carajás III, em cada área havia uma vila denominada de “CEDERES” (Centro de

Desenvolvimento Regional). Na Vila de CEDERE I foram assentadas aproximadamente 550

famílias.

Com a chegada dessas famílias houve a necessidade de construir escolas, tanto na Vila como

nas vicinais por causa da distância entre a Vila e Vicinais. Na VS Escola Getúlio Vargas e

Escola José de Alencar; VS 13 Escola Augusto Dias, VS 14 Escola Criança Feliz, VP 03 -

Perpétua Fernandes, e CEDERE I, Escola Antonio Vilhena, todas fundada em 1983.

No ano de 2000 houve a nucleação onde todos os alunos das escolas das Vicinais citadas

acima, que eram atendidos em turmas multisseriadas, passaram a ser atendidos na escola

Antonio Vilhena utilizando transporte escolar, por ser uma escola mais estruturada, a

começar por ter energia elétrica, ser a maior e estar localizada em uma vila.

A escola Antonio Vilhena tem uma estrutura considerável, se comparada às demais escolas

do campo. No entanto, percebemos que ainda há muito que fazer para melhorar a educação.

Além de termos turmas que abrangem: Educação Infantil, Ensino Fundamental e EJA, temos

também alguns projetos que vêm contribuindo com a formação de nossos educandos tais

como: Laboratório de Informática, Sala de Leitura, Reforço e SAPE.

Para atender as necessidades orgânicas e Pedagógicas da Escola Antonio Vilhena, trabalham

36 funcionários distribuídos da seguinte forma: 4 vigias; 2 merendeiras; 5 ASG; 3 Auxiliar

Administrativo; 1 diretor; 1 secretária ; 2 Coordenador Pedagógico. Há 17 professores que

atuam nas modalidades de Educação Infantil; 1º e 2º ciclo; 5ª a 8ª séries, EJA; Sala de Leitura;

Sala de Informática, SAPE (Sala de Apoio Pedagógico). A escola trabalha com 03 turnos,

matutino, vespertino e noturno. O espaço físico possui 22 dependências e já está previsto para

ampliação da mesma. Infelizmente, o alunado local que termina o Ensino Fundamental ainda

não tem oferecido o Ensino Médio – nem modular nem regular.

TABELA – VILA CEDERE- I

DISCRIMINAÇÃO QUANTIDADE

FAMÍLIAS 93

POPULAÇÃO 392

PRINCIPAIS ATIVIDADES ECONÔMICAS AGROPECUÁRIA

FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS

COMERCIANTES

DIARISTAS / APOSENTADORIA

Fonte: Professor Lindomar, 2008.

Page 9: Breve Histórico dos Assentamentos e Povoados de Parauapebas / Pará

ASSENTAMENTO ONALÍCIO BARROS

O Assentamento Onalício Barros está localizado a leste de Parauapebas, distando 32 km

da sede e possui uma estimativa de 200 famílias. Esse Assentamento surgiu a partir da

necessidade do homem do campo sem terra por terra, entregue a um modelo de reforma

agrária que espera a iniciativa abrupta – movida pela necessidade do cidadão que o impele à

luta, confronto e risco. Após invasões e incidentes como o que ocorreu com Onalício Araújo

Barros, conhecido como Fusquinha, Valentin Serra, o Doutor e muitos outros que

aconteceram e possivelmente acontecerão. O que leva a esses pressupostos, é a “crua”

impunidade e absurdos indicadores que o Pará, “Terra de Lei” ostenta para o Brasil e o

mundo. A título de confirmação, as cadeias da região Sul do Pará são constantes fugas e,

segundo a Rede Social de Justiça e Direitos Humanos, nos últimos 33 anos, no estado do

Pará, houve 772 assassinatos de trabalhadores rurais, eram homens que trabalhavam para o

sustento da nação. Somente três casos foram julgados, e desses, quase todos respondem em

liberdade.

O assassinato de Fusquinha e Doutor ocorreu no dia 14 de março de 1998 em torno de

quinhentas famílias que ocuparam a fazenda Goiás II, em Parauapebas/PA. Diante das

ameaças constantes de pistoleiros, as famílias resolveram desocupar a fazenda.

No dia 26 de março as famílias transferiram o acampamento para uma área próxima ao

assentamento Carajás e, durante a mudança, segundo CLOC (Coordinadora de

Organizaciones Del Campo, 22/03/2006) no documentário Campanha “10 anos de Eldorado

dos Carajás”, foram emboscados pelos fazendeiros, pistoleiros e policiais militares. No

Construção de 20 metros de

ponte. Projeto do governo

federal. Abril de 2008.

FONTE: Professor Lindomar Morais Araújo – Presidente da Associação de

Moradores do CEDERE- I.

Page 10: Breve Histórico dos Assentamentos e Povoados de Parauapebas / Pará

ataque, duas lideranças foram mortas: Onalício Araújo Barros, conhecido como Fusquinha, e

Valentin Serra, o Doutor. Logo após o sepultamento dos dois, as famílias reocuparam a

fazenda, e finalmente foram assentadas. Ao Assentamento deram o nome de Onalício Barros

e Valentin Serra. Em homenagem as duas lideranças, do movimento MST na região, em 26

de março de 1999, integrantes do MST ocuparam o escritório do INCRA em Marabá.

Segundo Charles Trocate, do MST, conta que a organização já matem, na prática um

assentamento com mais de 200 famílias, por conta própria, há cerca de três anos.

Apesar de certas conquistas ede já existir um sistema de eletrificação e de água implantado

no povoado - ainda há muito a se conquistar: todo alunado desta comunidade estuda em

Cedere I, ou seja, ainda não existe escola na comunidade. U m único ônibus faz linha de

segunda a sábado de Onalício Barros a Parauapebas.

As casas em Onalício Barros são espalhadas. Não sendo emendadas (adjuntas) como ocorre

na zona urbana ou em outras comunidades.

VILAPALMARES II

Vila Palmares II surgiu como área de assentamento, hoje continua recebendo

um alto número de migrantes de outros estados tanto quanto a sede municipal.

A comunidade, no princípio de sua história surgiu como assentamento no ano

de 1994, quando se deu a 1ª ocupação da Vale no Cinturão Verde. Foi um

assentamento organizado pelo MST - o qual até hoje ali exerce ação política.

No entanto, o projeto de assentamento só ocorreu no início de 1996 através do

INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária). Palmares I e II

apresentam um total de 850 famílias assentadas pelo INCRA (só Palmares II

tem 517 famílias assentadas). A história da comunidade está intimamente

ligada à ação política e histórica do MST, que desempenha um importante papel

de movimento social em prol dos oprimidos, desassistidos e sem-teto. Palmares

Page 11: Breve Histórico dos Assentamentos e Povoados de Parauapebas / Pará

é tida como o principal foco de ação do MST na região, para alguns, é tida como

o “quartel”.

Atualmente (2013) o povoado apresenta a estimativa de 5.000 (cinco mil)

habitantes e sua distância à sede municipal é de 22 km.

Fonte: Adilson Motta

Praça pública próximo à escola onde à noite a juventude se encontra.

Centro do povoado

Palmares.

Escola Crescendo na Prática

A escolha de diretor na escola

Crescendo na Prática já virou tradição,

e é uma experiência que deu certo: é

feita através de eleição, em cuja

votação participam alunos e

comunidade assentada. Os não -

assentados, só se forem pais de alunos

que ali frequentam.

Page 12: Breve Histórico dos Assentamentos e Povoados de Parauapebas / Pará

Fonte: Adilson Motta

COLÔNIA PAULO FONTELES

A Colônia Paulo Fonteles que antes recebeu o nome de Jader Barbalho teve início de sua colonização nos anos 80. Possui uma área de aproximadamente 60 km² ficando ao Norte da cidade de Parauapebas, distando deste cerca de 45 km. Está composta por três sub-regiões principais: Santa Cruz Vila Paulo Fonteles, Vilinha e Vila Sanção.

Aproximadamente 75% da região é composta por cultura permanente, 12% de reservas florestais. Apresenta uma hidrografia muito rica cortada por rios e igarapés diversos, entre eles temos : Igarapé Gelado, O Rio Piabinha , Corazul, Rio Itacaiúnas, entre outros. Apresenta relevo um pouco diversificado com áreas de pequenas planícies, montanhas, morros e pequenos vales. Tem um clima agradável.

População:

É formada por uma população muito diversificada oriundos de várias partes do Brasil como: Maranhão, Goiás, Bahia, Rio Grande do Sul, Piauí entre outros, que fazem da região grande, nos aspectos sociocultural, destacando assim várias culturas e diversidades de costumes, crenças e dialetos.

Economia e Produção:

A economia da região está baseada principalmente na agricultura, onde são cultivados diversos produtos como: coco, cupuaçu, banana, abacaxi, açaí e castanha-do-pará (árvore nativa da região) entre outras. Além da cultura do ciclo curto como: arroz, feijão, mandioca, melancia e milho. A pecuária também está sendo muito bem difundida na região em pequenas e médias propriedades. A produção vai além com a fabricação dos derivados do leite como queijo, requeijão e de polpa de frutas. Grande parte da produção é distribuída e vendida na cidade de Parauapebas na Feira do Agricultor direto ao consumidor. Dispõe também de pequenas barragens que fomenta a piscicultura , atividade que vem ganhando destaque na economia local, além da horticultura que recebe destaque na produção de verduras e hortaliças.

Educação:

Implantação do asfalto em outubro de 2008, uma parceria entre

governo federal, estado e município.

O que era só promessa, se tornou realidade.

Page 13: Breve Histórico dos Assentamentos e Povoados de Parauapebas / Pará

A região possui diversas escolas que estão distribuídas no seu território de abrangência sendo três escolas Pólos: Gonçalves Dias (Zé Rodrigues), Monteiro Lobato (Vilinha) e Alegria do Saber (Vila Sanção) e diversas escolas anexas espalhadas em pontos estratégicos da região. Atendendo educação infantil, ensino fundamental, Ensino Médio (Vila Sanção) e EJA.

FORMAÇ ÃO HISTÓRICA DO POVOADO V ILA S ANÇÃO

O povoado a tua lmen te conhec ido po r Vi la Sanção no p r inc íp io de sua h is tó r ia f o i co lon izado po r m ig ran tes no rdes t inos em grande ma io r ia o r iunda do Estado do Maranhão, somando -se a popu lação paraense que já v i v ia na reg ião . No en tan to , segundo as pesqu isas , ex is te também um número menor e d i ve rso de pessoas que migra ram de ou t ros es tados como: Tocant ins , Go iás , Mato Grosso , Bah ia . A á rea que ab range Vi la Sanção/Pa rauapebas e ra t ida como um “c in tu rão verde ” ou á rea de p rese rvação amb ien ta l – como p re tensão da Va le . A da ta de fundação de Vi la Sanção é em 5 de março de 1993 , tendo como ped ra angu la r a da ta de fundação da esco la A legr ia do Sabe r, que é base de todo um p rocesso soc ia l e h is tó r i co da comun idade . Sendo ex tensas á reas de te r ras cobe r tas de matas e devo lu tas , não ex is t ia demarcação . As demarcações só in ic ia ram em 1998 . Na p re tensão de domín io da á rea t ida como devo lu ta es tavam Grupo Mi randa, o Japonês e a CVRD que já exe rc ia p ressão de domín io in fo rma l em extensa s á reas a pon to de imped i r o acesso e g r i lagem nas te r ras , t idas como devo lu tas , mas da Un ião , ou se ja , do povo b ras i le i ro . Houve con f l i tos , e posse i ros chega ram a se r p resos e a in te rvenção dos deputados Ademir And rade ( fede ra l ) , Pau lo Fon te les e João Bat i s ta (es tadua is ) em so l tá - los e in te rv i r na ques tão a favo r dos “sem te r ras ” . En t ra em cena o governo do es tado Jade r Barba lho fazendo a doação de lo tes de te r ras de 50 hec ta res com t í tu los a t ravés do ITERPA ( Ins t i t u to de Te r ras do Pa rá) . Mas nã o deu cond ições de que es tes posse i ros ou agr icu l to res se ma nt i vessem nas te r ras . As consequênc ias fo ram: a ma io r ia teve que vende r as te r ras ba ra tas pa ra fazende i ros que se benef i c iavam com a “s i tuação ” . Segundo re la tos , houve casos de posse i ros que vende ram seus lo tes de te r ras por “ l i v re p ressão ” a fazende i ros que se in te ressavam pe la posse das te r ras . Ho je , segundo Sever ino (N i lson ) do Ba r, menos de 10% dos co lonos da época a inda possuem t í tu los de te r ra na reg ião . A lguns vende ram a la t i f únd ios ma io res que se to rna ram grandes fazendas.

Page 14: Breve Histórico dos Assentamentos e Povoados de Parauapebas / Pará

An tes dessa ex tensa á rea de te r ras passa r para a posse de fazende i ros e posse i ros , e ra conhec ida po r Co lôn ia Jade r Ba rba lho (en tão governado r do Es tado naque le momento ) mudando em segu ida pa ra Co lôn ia Pau lo F on te les . O nome Vi la Sanção fo i em homenagem ao fundado r e l íde r po l í t i co Od i lon Rocha de Sanção. O p rocesso de fo rmação h is tó r ica do povoado se deu com a pa r t i c ipação de pessoas in f luen tes da reg ião como Od i lon Rocha de Sanção e N i l son , comerc ian te e comun idade. Mesmo an tes de se e lege r a vereado r, Od i lon já dava sua par t ic ipação e co labo ração no p rocesso de fo rmação e desenvo lv imento do povoado . No p r inc íp io da h is tó r ia do povoado, a cons t rução da 1ª esco la e pos to de saúde fo ram fe i tos em reg ime de mut i rão . Ou se ja : com a pa r t i c ipação da comun idade , que con t r ibu ía com mão -de -ob ra e maté r ia -p r ima . Odi lon en t rou na po l í t i ca em Parauapebas em 1º de Jane i ro de 1993 (quando teve in íc io seu 1º mandato na ve reança do Mun ic íp io ) . No segundo manda to , d o ano de 1997, Od i lon Rocha de Sanção con t ra tou agr imenso r e fez a d i v i são e doação de 160 lo tes de suas te r ras para as pessoas da comun idade v isando manter e cons t i tu i r a l i a es tab i l idade de um povoa do que ho je d i spõe de uma in f raes t ru tu ra como pos to de saúde, uma esco la - A legr ia do Saber (com labora tó r i o de in fo rmá t i ca e b ib l io teca ) , vá r ias ig re jas , ba res e comérc ios que se espa lham nas ruas do povoado ) . Ao mesmo tempo em que p romov ia co lon izar e povoa r essa á rea ho je conhec ida po r V i la Sanção , consequ en temente es ta r ia va lo r i zando suas te r ras , por se encont ra rem d is tan te de ag lomerado popu lac iona l . As es t radas na reg ião fo ram abe r tas em pr inc íp io , por made i re i ros , com f ins de expor ta r as made i ras que e ram exp lo radas na re g ião ; “e ra um p icadão , no me io da ma ta ” , ass im re la tou um dos an t igos morado res . Em resumo, em meado dos anos 80 , ex is t i a apenas a es t rada do Sa lobo . A es t rada Pau lo Fon te les su rg iu anos depo is . A té 1992, não ex is t ia es t rada de acesso a té Vi la Sa nção. A es t rada passava an tes da Vi l inha (Vi la Seca) cerca de 7 qu i lômet ros (R iba do cam inhão /p la ca) . Na a tua l idade , a es t rada se es tende a té o r i o I taca iúnas. Em 2003, Od i lon Rocha de Sanção fez a segunda doação num to ta l de 40 lo tes . Em 22 de feve re i ro de 2010, f o i rea l i zado o 3º lo teamen to , onde fo ram doada s 97 casas e ou t ro tan to pos to à venda em á rea a l ta do povoado . Segundo Od i lon , “um dos seus idea is é t razer pa ra o povoado de Vi la Sanção uma Esco la Técn ica Agr íco la o u Técn ica P ro f i ss iona l i zan te pa ra a popu lação ru ra l ” . A pa r t ic ipação po l í t i ca de Od i lon no p rocesso de fo rmação e co lon ização do povoado também con t r ibu iu t razendo pa ra o

Page 15: Breve Histórico dos Assentamentos e Povoados de Parauapebas / Pará

povoado a cons t rução da Esco la A legr ia do Sabe r, um Pos to de Saúde, ene rg ia , o S is tema Modu la r de Ens ino (Ens ino Méd io ) e o S is tema de Nuc leação (de Ôn ibus) que t ranspo r ta os a lunos ru ra is às esco las – quando d is tanc iados . Em 2004 fo i imp lan tado o s i s tema de te le fon ia púb l i ca a t ravés de o re lhões da TELEMAR.

O p r inc íp io da h is tó r ia do povoado Vi la Sanção fo i marcado com a p resença de caçado res e co lon izado res que a l i caçavam, somente pa ra o consumo. O acesso ao mun ic íp io e ra d i f íc i l . Ve ja o que d iz De lzu í ta de Cas t ro B r i to , uma das an t igas morado ras : “E ra mu i to d i f í c i l , po rque não t inha es t rada , e ra somente um pequeno cana lzinho ” En t rev is tas com an t igos morado res reve lam que e les e ram em sua ma io r ia o r iundos do Maranhão e em número menor de ou t ros es tados como: P iau í , Pe rnambuco, Go iás , Mato Grosso e M inas Gera is ; os qua is v ie ram à p rocu ra de te r ras pa ra a lavou ra de subs is tênc ia . Os mesmos v i v iam da lavou ra , da caça e da pesca . Ou t ros desenvo lve ram a a t iv idade comerc ia l . A tua lmen te o povoado é benef i c iado com energ ia e lé t r ica , água encanada, pos to de saúde e o re lhões . Pers is te no povoado um grande número de caçado res dev ido ao g rande número de caças na reg ião a inda ho je ex is ten te , como : onça , a ra ra azu l , ve rme lha e amare la , ta tu , po rco ca i t i tu , veado mate i ro , paca , mutum cas tanhe i ra , p in incha , cu t ia , jabu t i , manb i ra e an ta . A a t i v idade de pesca e ra rea l i zada com anzo l , ta r ra fas e ma lhade i ras . As espéc ies de pe ixe na reg ião são : Cur imatá , p i ranha, su rub im e jaú . Junto a a t i v idade da agr i cu l tu ra desenvo lv ia -se também a exp lo ração de ga r impo nas ad jacênc ias do povoado.

Nilson,um dos pioneiros é

tido como representante

do povoado.

OdilonRocha de Sanção, pioneiro e

participante com a comunidade no

desenvolvimento e processo

histórico de Vila Sanção.

Page 16: Breve Histórico dos Assentamentos e Povoados de Parauapebas / Pará

Por Adilson Motta - 07/2010 (As fotos acima é do povoado Vilinha).

PERFIL ATUAL DO POVOADO VILA S ANÇÃO

Aspectos f ís icos e geográ f icos V i la Sanção possu i um t raçado o r togona l e inc l inações suaves - o que fac i l i ta uma expansão o rdenada e p lane jada . Com carac te r ís t i cas ru ra is , ap resen ta lo tes g randes , de 250 a300 m ² , e i r regu la r. O povoado es tá loca l i zado num va le en t re a Se r ra dos Cara jás e a Se r ra do Curu ru . L im i tando -se em f ron te i ras com o R io I taca iúnas, V i l inha , Comun idade São José I I I , PROAPA, Be t i sha lom, Povoado do Ch iqu inho , Gar impo das Pedras (do Grupo Mi randas ) e vá r ias fazendas em suas ad jacênc ias . O povoado é a t ravessado pe lo R io A zu l , o qua l é inavegáve l dev ido as fo r tes cor ren tezas e possu i r mu i tas rochas e enormes ped ras em sua cons t i tu ição . Loca l i za -se a oes te do mun ic íp io de Pa rauapebas. As v ias de acesso de Vi la Sanção ao mun ic íp io se dá : *Pe la Se r ra dos Cara jás (pe la N 1) 98 km; *Pe la Fer rov i a : São 70 km; *Pe la V i l i nha : 97 km. A reg ião apresen ta 3 g randes á reas de co lon ização , sendo e las :

Gleba Ampu l ie ta (Assen tamento fe i to pe lo ITERPA – Ins t i tu to de Ter ras do Pará) ;

APA: Do Garapé Ge lado ;

E a Pau lo Fon te les .

Povoado Vilinha, ou Vila Seca,

crescendo a todo vapor. A cada dia,

novas casas, novas mudanças.

Vi l a S a n ç ã o – e m n o v e m b r o d e 2 0 0 6

Page 17: Breve Histórico dos Assentamentos e Povoados de Parauapebas / Pará

É serv ido pe la es t rada p iça r ra l Pa rauapebas /Vi la Sanção, e se l i ga a ou t ras es t radas v ic ina is que dão acesso ou t ros povoados v i z inhos e f ron te i r i ços .

Vi la Sanção encon t ra -se nas p rox im idades de t rês g randes p ro je tos m ine ra is : O Pro je to Sa lobo ; Pau lo Fon te les (com a exp lo ração de c r i s ta l ame t i s tas e ou t ros ) ; E a ex tensa Se r ra dos Cara jás , que é v i s ta do povoado Vi la Sanção .

Exis te também um ga r impo a 7 qu i lômet ros do povoado : o Gar impo da Cruz, onde é exp lo rado ouro e cob re .

É do conhec imen to da popu lação e p essoas rep resen ta t i vas do povoado que , segundo so ndas da CVRD, fo i de tec tado nas p rox im idades de Vi la Sanção uma m ina de qua r t zo roso . Sabendo -se que o mun ic íp io mãe do povoado , Pa rauapebas , se encont ra numa loca l i zação em que os índ ios X ik r in do Cate té , o Gove rno Fede ra l a t ravés de P ro je tos de P rese rvação Ambien ta l (APA) e a C .V.R.D de tém a concessão de 90% do to ta l da á rea mun ic ipa l . A pa r t i r dessa in fo rmação , obse rv a -se que o povoado encont ra -se numa loca l i zação es t ra tég ica , com extensas á reas l i v res , sendo con t inuamente mon i to rada e pesqu isada com sondas da VALE. Somando-se a is to , o p ro je to Sa lobo , cons iderada a ma io r m ina de cob re do B ras i l , f i ca a poucos qu i lômet ros do povoado. A 7 qu i lômet ros do povoado es tão sendo const ru ídos um núc leo da Va le e g randes a lo jamentos de empresas que te rce i r izam t raba lho à empresa (Va le ) . Visando da r supo r te ao p ro je to Sa lobo , a Va le es tá imp lan tando uma extensão energé t i ca da E le t rono r te – o que deve rá benef ic ia r d i ve rsas comun idadesda reg ião , p r inc ipa lmente Vi la Sanção, APA do Ge lado e Co lôn ia Pau lo Fon te les , O que

Vilinha, fronteiriço com o

povoado Vila Sanção

Estradas de acesso de Vila Sanção a Parauapebas, 2009

Page 18: Breve Histórico dos Assentamentos e Povoados de Parauapebas / Pará

poderá aumenta r ass im a po tênc ia em energ ia e lé t r ica nes tes loca is . *Num total de 184 casas. Fonte: Diagonal, Pesquisa encomendada pela Vale em 2009

10 .2 MAPA DA APA,REGIÃO E ESTRAD AS DE ACESSO Mapa de acessos. O pon to ve rme lho c i r cu lado é o povoado V i la Sanção. Todos os pon t inhos ve rme lhos são povoados ; o azu lado cor responde a APA.

Fonte: IBAM A, 12 /2007

Povoado V i la Sanção O pon to ve rde ma io r rep resen ta Parauapebas O pon to verde menor rep resen ta o Comp lexo Cara jás Os pon tos ve rme lhos são as loca l idades ou povoados. Toda ex tensão azu lada co r responde a APA.

Page 19: Breve Histórico dos Assentamentos e Povoados de Parauapebas / Pará

ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS E INFRAESTRUTURAIS DE VILA S ANÇÃO

POPULAÇÃO

Segundo pesqu isas rea l i zadas em 2007 , ex is tem 184 casas no povoado Vi la Sanção (cen t ro ) . E a méd ia de hab i tan te por f amí l ia é de 4 ,6 pessoas. A es t imat i va de casas espa lhadas nos a r redo res das loca l idades v i z inhas que dependem e são v incu lados a V i la Sanção são de 80 casas . Cons ide rando a méd ia po r f amí l ia (4 ,0 membros , in fe r io r a encont rada) , e mu l t ip l i cando pe lo número de casas , i sso s ign i f i ca que a es t ima t i va popu lac iona l de Vi la Sanção (cen t ro e ad jacênc ias) é de 952 hab i tan tes . De aco rdo com a pesqu isa , f o i de tec tado um índ ice de ana l f abe t ismo (em Vi la Sanção) de 21 ,87% enquanto o mun ic íp io ap resen ta 16 ,3%(de pessoas de 15 anos ou ma is ) e 7 ,5% na popu lação jovem de 10 a 15 anos ; e o Es tado , 14 ,1%( IBGE 2006) . En t re as p ro f i ssões exe rc idas no povoado fo ram de tec tadas : l av rado r, v ig ia , vaque i ro , en fe rme i ra , domést ica , p ro fesso r (a ) , mecân ico , pedre i ro , ca rp in te i ro , ope rado r de máqu ina , us ine i ro , moto r is ta e comerc ian tes . Já o IBGE (2010) apresen tou um índ ice de 8 ,1% de ana l fabe t i smo no mun ic íp io , ou se ja , ca iu pe la metade o número de ana l fa be tos em Parauapebas.

Principais atividades econômicas

Agropecuá r ia (p redom inante ) ; Produção de que i jo ; Produção de carvão vege ta l . Cor te de a r roz e duas us inas de benef i c iamento do

g rão . Cor te de made i ra . Gar impagem (Gar impo da Cruz) . Pequenos es tabe le c imen tos econômicos e Func iona l ismo púb l ico . Uma o la r ia e duas marcena r ias .

Apesar das a t i v idades econômicas c i t adas ac ima, o povoado Vi la Sanção a inda não possu i uma sus ten tab i l i dade econômica – po is , g rande par te do que lá é consumido é impor ta ndo da zona u rbana , inc lus ive f ru tas e ve rdu ras .