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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
ESCOLA DE ENFERMAGEM AURORA DE AFONSO COSTA
BRUNA SOUSA DE OLIVEIRA
CUIDADO PRESTADO À MULHER DURANTE A REALIZAÇÃO DO
EXAME PAPANICOLAU: Um desafio à humanização-Uma revisão integrativa
NITERÓI/RJ
2016
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BRUNA SOUSA DE OLIVEIRA
CUIDADO PRESTADO À MULHER DURANTE A REALIZAÇÃO DO
EXAME PAPANICOLAU: Um desafio à humanização-Uma revisão integrativa
ORIENTADORA
PROFESSORA DOUTORA ROSE MARY COSTA ROSA ANDRADE SILVA
COORIENTADORA
PROFESSORA PÓS-DOUTORA ELIANE RAMOS PEREIRA
NITERÓI/RJ
2016
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado à Coordenação do Curso de
Graduação em Enfermagem e
Licenciatura da Escola de Enfermagem
Aurora de Afonso Costa da
Universidade Federal Fluminense, como
requisito parcial para obtenção do Título
de Enfermeiro Licenciado.
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BRUNA SOUSA DE OLIVEIRA
CUIDADO PRESTADO À MULHER DURANTE A REALIZAÇÃO DO
EXAME PAPANICOLAU: Um desafio à humanização-Uma revisão integrativa
APROVADO EM:__________________
BANCA EXAMINADORA
________________________________________________________________
Profª. Drª Rose Mary Costa Rosa Andrade Silva – UFF Orientadora
________________________________________________________________
Profª. Drª Eliane Ramos Pereira - UFF Coorientadora
________________________________________________________________
Profª. Drª Sueli Maria Refrande - UFF 1ª Examinadora
________________________________________________________________
Profº. Drº Marcos Andrade Silva - UFF 2º Examinador
NITERÓI/RJ
2016
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado à Coordenação do Curso de
Graduação em Enfermagem e
Licenciatura da Escola de Enfermagem
Aurora de Afonso Costa da
Universidade Federal Fluminense, como
requisito parcial para obtenção do Título
de Enfermeiro Licenciado.
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DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a minha avó que por tantos anos ensinou, cuidou, estimulou e
esperou por esse momento: de ver sua neta formada ENFERMEIRA.
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Agradecimentos
Agradeço primeiramente a Deus pela oportunidade de ingressar na Universidade
Federal Fluminense onde tive a oportunidade de viver momentos inesquecíveis e de adquirir
todo conhecimento oferecido, onde cresci não somente como acadêmica, como também
enquanto pessoa. Conheci pessoas maravilhosas e enviadas por Ele para me socorrer nos
momentos mais necessários, mas conheci também pessoas para não me espelhar e aprendi
com elas, como não devo ser amanhã. Agradeço a Deus pelo dom da vida da minha
orientadora Rose Rosa, que por tantas vezes deixou tudo que precisava fazer para me ouvir,
pelas vezes que orou por mim e por todas as palavras de força e sabedoria. Agradeço por ter
conhecido os professores: André Braga, Aldira Samantha, Eliane Ramos, Sueli Refrande,
Sidênia, Simone Cruz, Raquel, Paula Flores e a cada um dos profissionais maravilhosos que
tanto me ensinaram, o minha muito obrigada!
Agradeço a Deus pelo dom da vida da minha avó Elena, que dedicou parte da sua
vida na minha criação, onde amou, ensinou, brigou e por tanto, tudo que sou hoje devo com
toda certeza a ela, para sempre serei grata a minha mãe-avó, por todo amor e inteira
dedicação aos meus estudos.
Aos meus padrinhos sou grata por todas as conversas, todos os estímulos, todas as
corridas inesperadas comigo e aquela carona para chegar mais cedo no estágio ou os
“puxões de orelhas” quando desabava em chorar de desespero para as provas finais.
Ao meu namorado Bruno Canuto, que me apoiou todo esse tempo, agradeço pela
paciência ao ouvir minhas reclamações e por saber lidar com tantos finais de período
complicados, afinal como disse no trote ao ingressar na universidade: “o que o amor
constrói a UFF não destrói” e realmente não destruiu.
Aos meus pais agradeço imensamente a Deus pela vida deles e por poder lhes
proporcionar esse orgulho e aos meus irmãos “pimpolhos” só quero que sigam os mesmos
caminhos para que possa festejar e vê-los também um dia formados.
Aos meus amigos Raiane, Cassio, Tamires, Tia Jô, Sr. Ricardo e Glorinha agradeço
por todas as palavras de vitória proclamadas através da boca de cada um de vocês na minha
vida, por compreenderem minha ausência em muitos momentos e mesmo assim não deixaram
de me amar, de me procurar e, principalmente, de me apoiar. As amigas da república
Dayanne, Cinthia, Natuza, Vania, Tatiane e todas as demais que passaram pela casa e de
alguma forma também fizeram parte dessa trajetória agradeço por todas as noites de “apoio
moral”, todo companheirismo, conversas, risos e ajuda mutua. Agradeço aos amigos que fiz
durante o curso, principalmente a Rita, Aguimar e Alessandra que viveram os melhores e
piores momentos da graduação ao meu lado.
Por fim agradeço a todos aqueles que de alguma forma acompanharam minha
caminhada rumo à graduação, que torceram e oraram por mim, porém nada teria se
realizado, se não fosse essa a vontade de DEUS!
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LISTA DE QUADROS
Quadro 1 Base de Dados: SCIELO (Descritores: Humanização e
Assistência de enfermagem)
p.23
Quadro 2 Base de Dados: LILACS (Descritores: Saúde da mulher e
humanização)
p.29
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LISTA DE SIGLAS
CCU – Câncer de Colo de Útero
CONASS – Conselho Nacional de Secretários de Saúde
DST – Doença Sexualmente Transmissível
ESF – Estratégia Saúde da Família
MS – Ministério da Saúde
PNAB – Política Nacional de Atenção Básica
PNAO – Política Nacional de Atenção Oncológica
PNH – Programa Nacional de Humanização
PAISM – Programa de Assistência Integral a Saúde da Mulher
RAS – Rede de Atenção
SISCOLO – Sistema de Informação do Câncer do Colo do Útero
SUS – Sistema Único de Saúde
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RESUMO
O câncer de colo de útero é considerado um problema de saúde pública, atingindo todas as
camadas sociais. E na busca por um ambiente mais confortável e uma comunicação ativa no
processo interpessoal, profissional/cliente, todo o procedimento técnico realizado durante o
exame Papanicolau, torna-se menos constrangedor e doloroso, trazendo ao cliente a
compreensão da importância do exame na prevenção de doenças e a satisfação de estar em um
ambiente favorável e acolhedor. Colaborando com a promoção à saúde dessa mulher,
prevenindo doenças como Câncer do Colo do Útero. Objetivos: Analisar as produções
científicas visando conhecer como é realizado o cuidado dos profissionais de saúde durante a
realização do exame Papanicolau; Discutir as evidências que perpassam as produções
científicas sobre o cuidado humanizado às clientes na Atenção Básica. Método: Revisão
integrativa da literatura de 20 artigos científicos publicados entre os anos 2009-2015 nas bases
de dados LILACS e na biblioteca eletrônica SCIELO, nos idiomas português e espanhol, além
dos textos de livros que foram pesquisados nos catálogos de publicações das principais editoras
do campo da saúde coletiva: Ministério da Saúde e Fiocruz. Foram analisados os resultados, na
discussão dos mesmos introduzidos e correlacionados com a pesquisa já realizada como estado
da arte, à luz das palavras e pensamento de Zigmunt Bauman. Resultados: Na presente revisão
integrativa, foram analisados 19 artigos que atenderam os critérios de inclusão e exclusão
anteriormente estabelecidos; 11 foram estudos provenientes da base SCIELO, onde 10 artigos
encontrados estavam em português e 1 em espanhol. Sendo 5 utilizaram o método da revisão
de literatura e foram estudos de campo; 8 estudos provenientes da base de dados LILACS, onde
7 artigos estavam em português e 1 em espanhol. Sendo 3 foram estudos de campo, 4 utilizaram
o método de revisão de literatura e apenas 1 utilizou o método de revisão sistemática. Quantos
aos assuntos, as publicações trouxeram questões que foram discutidas em três categorias: O
trabalho em saúde; Política de humanização; Os profissionais de saúde e a humanização como
um desafio a ser conquistado e Implicações para prática. Considerações finais: Nas
produções científicas encontradas foi observado que pouco se fala sobre a atenção voltada
somente a mulher, e menos ainda durante a realização do exame Papanicolau. As evidências
encontradas foram de seus dias de trabalho, as dificuldades que perpassam as rotinas dos
profissionais e também a vivência com os clientes de uma forma geral numa tentativa de se
ofertar um cuidado humanizado.
Descritores: Humanização; Assistência de enfermagem; Saúde da mulher.
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SUMMARY
Cervical cancer is considered a public health problem, affecting all social strata. And in the
search for a more comfortable environment and an active communication in interpersonal
process, professional / client, all the technical procedure performed during the Pap smear, it is
less embarrassing and painful, bringing the customer to understand the importance of
examining the prevention of diseases and the satisfaction of being in a friendly and welcoming
atmosphere. Collaborating with the promotion of health of the woman, preventing diseases like
Cervical Cancer. Objectives: To analyze the scientific production aiming to know how is done
the care of health professionals while performing the Pap smear; Discuss the evidence that
pervade scientific productions on humanized care to clients in primary care. Method:
Integrative literature review of 20 scientific papers published between the years 2009-2015 in
the LILACS databases and electronic library SCIELO, in Portuguese and Spanish, in addition
to textbooks that were surveyed in the publications of catalogs from leading publishers of field
of public health: Ministry of health and Fiocruz. the results were analyzed in the discussion of
them introduced and correlated with the research already carried out as state of the art in the
light of the words and thought of Zygmunt Bauman. Results: In this integrative review
analyzed 19 articles meeting the criteria for inclusion and exclusion previously established; 11
were studies from SCIELO base, where 10 items were found in Portuguese and one in Spanish.
And 5 used the method of literature review and were field studies; 8 studies from LILACS
database where 7 articles were in Portuguese and one in Spanish. And 3 were field studies, 4
used the literature review method and only one used the systematic review method. As to issues,
publications brought issues that were discussed in three categories: Health work, humanization
Policy, Health professionals and humanization as a challenge to be conquered and Implications
for practice. Final Thoughts: In the scientific production found was observed that little is said
about the attention focused only women, and even less during reallização the Pap smear.
Evidence found were his days of work, the difficulties that go through the routines of
professionals and the experience with customers in general in an attempt to offer a humanized
care.
Keywords: Humanization; nursing care; Women's health.
11
RESUMEN
El cáncer cervical se considera un problema de salud pública, que afecta a todos los estratos
sociales. Y en la búsqueda de un entorno más cómodo y una comunicación activa en el proceso
interpersonal, profesional / cliente, todo el procedimiento técnico realizado durante la prueba
de Papanicolaou, que es menos doloroso y vergonzoso, con lo que el cliente para entender la
importancia de examinar la prevención de enfermedades y la satisfacción de estar en un
ambiente agradable y acogedor. Colaborar con la promoción de la salud de la mujer, la
prevención de enfermedades como el cáncer de cuello uterino. Objetivos: Analizar la
producción científica con el objetivo de saber cómo se realiza el cuidado de los profesionales
de la salud mientras se realiza la prueba de Papanicolaou; Discutir la evidencia de que
impregnan la producción científica de la atención humanizada a los clientes en la atención
primaria. Método: revisión integradora de la literatura fue de 20 artículos publicados entre los
años 2009 a 2015 en las bases de datos LILACS y biblioteca electrónica SciELO, en portugués
y español, además de los libros de texto que fueron encuestados en las publicaciones de los
catálogos de las principales editoriales de ámbito de la salud pública: Ministerio de salud y la
Fiocruz. los resultados fueron analizados en la discusión de los presentó y se correlacionó con
la investigación que ya se llevó a cabo como estado de la técnica a la luz de las palabras y el
pensamiento de Zygmunt Bauman. Resultados: En esta revisión integradora analizado 19
artículos que cumplieron los criterios de inclusión y exclusión previamente establecido; 11 eran
estudios de base de SCIELO, donde se encontraron 10 artículos en portugués y otro en español.
Y 5 utilizaron el método de revisión de la literatura y eran estudios de campo; 8 estudios de
base de datos LILACS, donde 7 artículos estaban en portugués y en español. Y 3 estudios de
campo fueron, 4 utilizaron el método de revisión de la literatura y un solo utilizan el método de
revisión sistemática. En cuanto a los temas, las publicaciones presentadas temas que se
discutieron en tres categorías: Trabajo de Salud, Política de humanización, los profesionales
sanitarios y la humanización como un desafío a ser conquistados e implicaciones para la
práctica. Consideraciones finales: en la producción científica encontrados se observó que poco
se dice acerca de la atención se centró sólo a las mujeres, y menos aún durante reallização la
prueba de Papanicolaou. Las pruebas encontradas fueron sus días de trabajo, las dificultades
que atraviesan las rutinas de los profesionales y la experiencia con los clientes, en general, en
un intento de ofrecer una atención humanizada.
Palabras clave: humanización; cuidados de enfermería; salud de la mujer.
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SUMÁRIO
1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS ................................................................................13
1.1 Objeto do estudo...........................................................................................................15
1.2 Questões Norteadoras...................................................................................................15
1.3 Objetivo Geral..............................................................................................................15
1.4 Objeto Específico.........................................................................................................15
1.5 Justificativa...................................................................................................................16
1.6 Relevância....................................................................................................................16
2 ESTADO DA ARTE...................................................................................................17
3 METODOLOGIA.......................................................................................................20
4 REFERENCIAL POR ZIGMUNT BAUMAN........................................................21
5 RESULTADOS...........................................................................................................23
6 DISCUSSÃO...............................................................................................................33
6.1 O trabalho em Saúde....................................................................................................33
6.2 Política de humanização...............................................................................................35
6.3 Os profissionais de saúde e a humanização como um desafio a ser conquistado........39
6.4 Implicações para prática...............................................................................................42
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS.....................................................................................43
8 OBRAS CITADAS.....................................................................................................44
9 OBRAS CONSULTADAS.........................................................................................49
13
1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
No Brasil, o Ministério da Saúde adotou em 1988 a norma da Organização Mundial
da Saúde que propõe o controle do Câncer de Colo de Útero (CCU) nas mulheres com idade
entre 25 e 60 anos, a cada três anos, após dois resultados negativos com intervalo anual.
Contudo, estimativas indicam que cerca de 40% das mulheres brasileiras (de todas as idades)
nunca fizeram o exame. (FERNANDES et al, 2009) O câncer de colo de útero é considerado
um problema de saúde pública, atingindo todas as camadas sociais:
Visto que, há uma consistente associação, em todas as regiões, com o baixo nível
socioeconômico, ou seja, com os grupos que têm maior vulnerabilidade social. São
nesses grupos que se concentram as maiores dificuldades de acesso à rede de serviços
para detecção e tratamento precoce da doença e de suas lesões precursoras,
provenientes das dificuldades econômicas e geográficas, insuficiência de serviços,
questões culturais, como: medo, preconceito dos companheiros, constrangimento.
(Rev. Saúde Pública, São Paulo, v. 43, n. 5, 2009)
A história natural do CCU revela que esta neoplasia maligna apresenta maior potencial
de prevenção e cura em virtude de sua lenta evolução, passando por vários estágios de lesões
intra-epiteliais pré-cancerosas, antes de chegar à forma invasiva. Essa característica, associada
à relativa facilidade de diagnóstico, permite que a doença seja detectada ainda nos estágios
iniciais, quando o tratamento apresenta altas taxas de cura.
O exame citopatológico de Papanicolau é um método simples que permite detectar
alterações da cérvice uterina, a partir de células descamadas do epitélio e se constitui até hoje,
o método mais indicado para o rastreamento do CCU por ser um exame rápido e indolor, de
fácil execução, realizado em nível ambulatorial, que tem se mostrado efetivo e eficiente para
aplicação coletiva, além de ser de baixo custo. Sendo assim esse exame é o principal meio de
diagnosticar quaisquer alterações na cérvice do útero da mulher, ficando evidente assim sua
importância e necessidade das mulheres em realizá-lo anualmente.
Portanto durante a realização do exame Papanicolau, a comunicação dos profissionais
para com seus clientes, deve ser uma forma de instruir e orientar quanto a sua prevenção contra
o câncer de colo de útero. O cuidado e atenção prestada à mulher antes da realização do exame
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devem ser feita com intuito de estabelecer vínculo, passar confiança e diminuir o
constrangimento desta mulher diante do profissional/enfermeiro, ainda um “estranho”,
tornando assim essa relação mais agradável. Para a mulher essa relação enfermeiro-cliente,
além de diminuir o constrangimento e de tranquiliza-la para o procedimento, também funciona
efetivamente, para mostrar a importância do exame e detectar suas dúvidas.
A teoria de King publicada em 1981 descreve a atuação do enfermeiro mediante a
compreensão de que o ser humano deve ser visto em três sistemas interatuantes (o pessoal, o
interpessoal e o social), cuja interação enfermeiro-pessoa é fundamental para o estabelecimento
e alcance de metas de saúde, propiciando o desenvolvimento de potencialidades no cliente,
pessoa e comunidade. Segundo a teoria de Imogene King (2004, p.2) o enfermeiro deve
estabelecer uma relação pessoal com seu cliente, de forma que no processo interpessoal, um
seja movido pelo comportamento do outro e a comunicação sirva como auxilio ao cliente para
restabelecimento e manutenção de sua saúde.
Não somente para o profissional enfermeiro como também para o médico, essa relação,
é de extrema importância, para uma atenção humanizada também são essenciais alguns fatores
como: acolhimento, escuta ativa, um bom dialogo, um ambiente acolhedor, estruturado na
medida do possível e dentro das necessidades básicas para realização do exame Papanicolau.
Essa relação sendo bem estabelecida promove a manutenção da saúde deste cliente e também
proporciona o seu empoderamento no cuidado e prevenção contra o câncer de colo de útero
(CCU). Em busca da qualificação das práticas de gestão e atenção em saúde, foi instituída em
2003 a Política Nacional de Humanização em Saúde (PNH).
Essa objetivou suscitar mudanças por parte de trabalhadores, gestores e usuários em
busca da superação dos desafios cotidianos do trabalho. (BRASIL, 2011) Segundo a política:
(...) a Humanização deve, portanto, traduzir princípios e modos de operar no conjunto
das relações entre profissionais e usuários, entre os diferentes profissionais, entre as
diversas unidades e serviços de saúde e entre as instâncias que constituem o SUS. O
confronto de ideias, o planejamento, os mecanismos de decisão, as estratégias de
implementação e de avaliação, mas principalmente o modo como tais processos se
dão, devem confluir para a construção de trocas solidárias e comprometidas com a
produção de saúde, tarefa primeira da qual não podemos nos furtar. De fato, nossa
tarefa se apresenta dupla e inequívoca, qual seja, a da produção de saúde e a da
produção de sujeitos. (BRASIL, 2004)
15
Buscando pôr em prática os princípios do SUS no cotidiano dos serviços de saúde,
produzindo mudanças nos modos de gerir e cuidar. Sendo assim tematizar a humanização da
assistência abre, assim, questões fundamentais que podem orientar a construção das políticas
em saúde. Humanizar é, então, ofertar atendimento de qualidade articulando os avanços
tecnológicos com acolhimento, com melhoria dos ambientes de cuidado e das condições de
trabalho dos profissionais.
1.1 OBJETO DE ESTUDO
O cuidado prestado à mulher durante a realização do exame Papanicolau como desafio a
humanização.
1.2 QUESTÕES NORTEADORAS
O que se encontra nas produções científicas sobre o cuidado dos profissionais de saúde na
realização do exame Papanicolau?
Como os profissionais podem prestar um cuidado humanizado às clientes na Atenção Básica?
1.3 OBJETIVO GERAL
Analisar as produções científicas visando conhecer como é o cuidado dos profissionais de saúde
durante a realização do exame Papanicolau.
1.4 OBJETIVO ESPECÍFICO
Discutir as evidências que perpassam as produções científicas sobre o cuidado humanizado às
clientes na Atenção Básica.
16
1.5 JUSTIFICATIVA
Na busca por um ambiente mais confortável e uma comunicação ativa no processo
interpessoal, profissional/cliente, todo o procedimento técnico realizado durante o exame,
torna-se menos constrangedor e doloroso, trazendo ao cliente a compreensão da importância do
exame na prevenção de doenças e a satisfação de estar em um ambiente favorável e acolhedor.
Diante disso "a humanização na atenção à saúde é entender cada pessoa em sua particularidade,
com necessidades específicas, e, assim, criar condições para que tenha maiores possibilidades
para exercer sua vontade de forma autônoma" e para isso é necessário "intervir no processo de
trabalho, promover mudanças de hábitos como, desmistificar a forma tradicional de
atendimentos e atitudes, transformar essas ações diárias, conceitos e hábitos, visando à
satisfação mútua" (MARQUES; pág. 15; 2013).
1.6 RELEVÂNCIA
Através da análise realizada nas bases de dados pode-se conhecer as evidências que
perpassam as produções científicas, trazendo um corte temporal desta realidade à sociedade
científica em especial, tornando mais visível o desafio diário enfrentado pelos profissionais de
saúde na realização da sua assistência e para sociedade em geral, principalmente a essas
clientes, como podem aprender a lidar com seus medos, anseios, tentando sempre diminuir a
discriminação ou tabus para com o exame e principalmente conscientizá-la sobre a importância
em realizar o exame anualmente, o que interfere na manutenção da saúde da mesma
substancialmente e na prevenção do câncer de colo de útero.
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2 ESTADO DA ARTE
O colo do útero é revestido, de forma ordenada, por várias camadas de células epiteliais
pavimentosas, que ao sofrerem transformações intra-epiteliais progressivas, podem evoluir para
uma lesão cancerosa invasiva em um período de 10 a 20 anos. Na maioria dos casos, a evolução
do câncer do colo do útero é lenta, passando por fases pré-clínicas detectáveis e curáveis. A
detecção precoce do câncer do colo do útero em mulheres assintomáticas (rastreamento), por
meio do exame citopatológico (Papanicolau), permite a detecção das lesões precursoras e da
doença em estágios iniciais, antes mesmo do aparecimento dos sintomas. Estima-se que cerca
de 40% das mulheres brasileiras nunca tenham sido submetidas ao exame. (BRASIL, 2002; p.
4, 5 e 6)
Os dados apresentados pelo Ministério da Saúde mostram o grau e a preocupação com
essas mulheres, que nunca se submeteram ao exame Papanicolau, que foi introduzido desde a
década de 50 no Brasil e no século XXI, ainda não está tão esclarecida sua importância ao
público principal que são as mulheres.
Em 1998, foi instituído pelo MS, o Programa Nacional de Combate ao Câncer do Colo
do Útero, com a publicação da Portaria GM/MS nº 3.040/98, de 21 de junho de 1998. A
coordenação do Programa foi transferida para o INCA por meio da Portaria GM/MS nº 788/99,
de 23 de junho de 1999. Foi também nesse ano que se instituiu o Sistema de Informação do
Câncer do Colo do Útero (SISCOLO) como componente estratégico no monitoramento e
gerenciamento das ações (Portaria nº 408, de 30 de agosto de 1999).
A primeira mobilização nacional para detecção de Câncer de Colo de Útero ocorreu em
1998, onde 77% das mulheres tiveram que ser acompanhadas e tratadas, pois estavam
apresentando alguma alteração e lesão precursora de alto grau e câncer. Logo após o SUS-
Sistema Único de Saúde disponibilizou procedimentos ambulatoriais para diagnóstico, como
exame citopatológico Papanicolau e exame histopatológico ou Biópsia, acompanhamento e
tratamento da doença. Nesta mobilização verificou-se que muitas mulheres, não voltam para
receber o resultado do seu exame, justamente por não terem ideia da importância do exame e
de seu resultado.
Em 2002, o fortalecimento e a qualificação da rede de atenção primária, bem como a
ampliação de centros de referência possibilitaram a realização de uma segunda fase de
intensificação, priorizando mulheres que jamais haviam se submetido ao exame preventivo ou
18
que estavam sem fazê-lo há mais de três anos. Em 2005, foi lançada a Política Nacional de
Atenção Oncológica (PNAO), que estabeleceu o controle dos cânceres do colo do útero e de
mama como componente fundamental a ser previsto nos planos estaduais e municipais de saúde
(Portaria GM nº 2.439/2006, de 31 de dezembro de 2005).
A importância da detecção precoce dessas neoplasias foi reafirmada no Pacto pela Saúde
em 2006, por meio da inclusão de indicadores na pactuação de metas com estados e municípios,
para a melhoria do desempenho das ações prioritárias da agenda sanitária nacional. Depois de
todas essas iniciativas, ainda que o SISCOLO tenha registrado cerca de 11 milhões de exames
citopatológicos no Brasil no ano de 2009 e, apesar dos avanços em nível da atenção primária e
de todo SUS, reduzir a mortalidade por câncer do colo do útero no Brasil ainda é um desafio a
ser vencido.
A Política Nacional de Atenção Básica, de acordo com a normatização vigente do SUS,
define a organização de Rede de Atenção à Saúde (RAS) como estratégia para um cuidado
integral e direcionado às necessidades de saúde da população. As RAS constituem-se em
arranjos organizativos formados por ações e serviços de saúde, com diferentes densidades
tecnológicas, que integradas por meio de sistemas de apoio, técnico, logístico e de gestão,
buscam garantir a integralidade do cuidado (BRASIL, 2010, p. 10).
O objetivo da RAS é promover a integração sistêmica, de ações e serviços de saúde com
provisão de atenção contínua, integral, de qualidade, responsável e humanizada, bem como
incrementar o desempenho do sistema, em termos de acesso, equidade, eficácia clínica e
sanitária; e eficiência econômica. (Portaria GM nº 4.279 de 30 de dezembro de 2010) No
contexto de Redes de Atenção à Saúde, o Ministério da Saúde instituiu quatro compromissos
prioritários (Portaria MS/GM nº 1.473, de 24 de junho de 2011), entre eles o fortalecimento das
ações para a prevenção e qualificação do diagnóstico e tratamento dos cânceres do colo do útero
e da mama (BRASIL, 2011).
Com o intuito de garantir esse compromisso foi lançado, em 2011, o Plano de
Fortalecimento das Ações para Prevenção e Qualificação do Diagnóstico e Tratamento dos
Cânceres do Colo do Útero e da Mama, que tem entre seus objetivos reduzir a incidência e a
mortalidade desses cânceres.
Considerando os programas voltados para a atenção à saúde da mulher, destaca-se
como marco histórico o Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM) que foi
formulado em 1983 e divulgado em 1984 pelo Ministério da Saúde (MS), considerado um dos
mais completos e conceitualmente avançados do mundo no que se refere à saúde da mulher. O
19
novo programa para a saúde da mulher incluía ações educativas, preventivas, de diagnóstico,
tratamento e recuperação, englobando a assistência à mulher em clínica ginecológica, no pré-
natal, parto e puerpério, no climatério, em planejamento familiar, DST, câncer de colo de útero
e de mama, além de outras necessidades identificadas a partir do perfil populacional das
mulheres (BRASIL, 2004).
A Humanização começou a ser discutida mais amplamente a partir de 2003 com a
criação da Política Nacional de Humanização, visando à implementação de estratégias que
viabilizassem o contato humano entre profissionais da Saúde e usuários, dos profissionais entre
si, e do hospital com a comunidade, proporcionando qualidade, resolutividade e eficácia na
atenção à saúde. Humanizar e qualificar a atenção em saúde é aprender a compartilhar saberes
e reconhecer direitos. A atenção humanizada e de boa qualidade implica no estabelecimento de
relações entre sujeitos, seres semelhantes, ainda que possam apresentar-se muito distintos
conforme suas condições sociais, raciais, étnicas, culturais e de gênero (HumanizaSUS, 2004.
p. 6).
Neste contexto a Política Nacional de Humanização da Atenção e Gestão do SUS –
HumanizaSUS:
Compreende-se como humanização a valorização dos diferentes sujeitos implicados
no processo de produção de saúde. Os valores que norteiam essa política são a
autonomia e o protagonismo dos sujeitos, a cor-responsabilidade entre eles, os
vínculos solidários e a participação coletiva nas práticas de saúde. A concretude dessa
política se dá por meio de seus dispositivos – tecnologias, ferramentas e modos de
operar. Entre esses se destaca o “acolhimento”, que se caracteriza como um modo de
operar os processos de trabalho em saúde de forma a dar atenção a todos (as) que
procuram os serviços de saúde, ouvindo suas necessidades – escuta qualificada – e
assumindo no serviço uma postura capaz de acolher, escutar e pactuar respostas mais
adequadas com os (as) usuários (as). O acolhimento não é um espaço ou um local,
mas uma postura ética, não pressupõe hora ou um profissional específico para fazê-
lo, implica compartilhamento de saberes, necessidades, possibilidades, angústias e
invenções. (BRASIL, 2013, p. 22)
A política embasa os profissionais da saúde, mostrando como devem ser suas ações,
para alcançar eficácia sobre a saúde das clientes que atendem e como conquistar essas clientes
de forma que as mesmas voltem a unidade não por medo do resultado do exame, mas
20
principalmente com intuito de esclarecer suas duvidas e entendendo a importância da realização
anual do exame, possam também voltar para realizá-lo posteriormente.
21
3 METODOLOGIA
O presente estudo utilizou como método a revisão integrativa da literatura para trazer o
que já existe publicado sobre esta temática. Por Souza, Silva & Carvalho (2010), a revisão
integrativa é um método que proporciona a síntese de conhecimento através de evidências
elucidadas em inúmeros estudos, sendo a revisão bibliográfica uma das melhores maneiras de
iniciar um estudo buscando por mostrar semelhanças e diferenças em artigos levantados,
reunindo e descrevendo o que já foi produzido acerca de um determinado assunto.
Realizou-se a busca dos artigos nas bases: LILACS (Literatura Latino-Americana e do
Caribe em Ciências da Saúde), SciELO (Scientific Eletronic Library Online) e textos de livros
que foram pesquisados nos catálogos de publicações das principais editoras do campo da saúde
coletiva: Ministério da Saúde e Fiocruz. Com descritores: Humanização; Assistência de
enfermagem; Saúde da mulher.
Para a seleção dos estudos, foram adotados como critérios de inclusão: artigos de
pesquisa, estudos de caso, relatos de experiências, dissertações, teses e textos de livros,
publicados em espanhol e português, referentes à pesquisa, de caráter qualitativo sobre as
práticas de humanização na atenção básica no período de 2011 a 2014 e que estivessem na
íntegra, ou seja, com textos completos disponíveis na internet. Critérios de exclusão: textos que
não tenham relação com os objetivos da pesquisa ou não contemplem a temática ou cujo texto
completo estaria disponível somente mediante pagamento e aqueles artigos encontrados
repetidos nas bases.
Os resumos foram lidos e foram escolhidos para serem lidos na íntegra, os artigos que
atenderam os critérios de seleção. Estes foram organizados quanto à base de dados, título, ano
de publicação, fonte, método, objetivo, resultados e conclusão. Com a intenção de detalhar os
resultados acerca do que já existe publicado sobre o assunto, foi realizada a análise,
categorização e a síntese das temáticas. Foram analisados os resultados, na discussão dos
mesmos serão introduzidos e correlacionados com a pesquisa já realizada como estado da arte,
à luz das palavras e pensamento de Zigmunt Bauman.
22
4 REFERENCIAL POR ZIGMUNT BAUMAN
Zygmunt Bauman é um sociólogo polonês nascido em 1925, que iniciou carreira na
Universidade de Varsóvia. Publicou mais de quarenta livros, entre os quais Tempos Líquidos,
a obra escolhida para esta pesquisa. O conceito recorrente, que permeia Tempos líquidos é o da
insegurança existencial. Sendo assim, se fizermos uma inferência a respeito do termo. A
insegurança apontada por Bauman tem sua origem na desregulamentação, no enfraquecimento
das relações humanas, na busca do esclarecimento por meio da liberdade.
No primeiro capítulo - "A vida líquido-moderna e seus medos" - Bauman salienta que:
"se a ideia de 'sociedade aberta' era originalmente compatível com a
autodeterminação de uma sociedade livre que cultivava essa abertura, ela agora traz
à mente da maioria de nós a experiência aterrorizante de uma população heterônoma,
infeliz e vulnerável, confrontada e possivelmente sobrepujada por forças que não
controla nem entende totalmente" (2007, p. 13).
A realidade que se vive nas Unidades Básicas não só quando se refere ao cuidado com
a mulher durante a realização do exame Papanicolau, mas de uma forma geral no cuidado e
atenção prestada pelos profissionais aos clientes, vem sendo exatamente assim “heterônoma,
infeliz e vulnerável (...) sobrepujada por forças que não controla nem entende totalmente”;
tornando cada vez mais essa relação interpessoal fria, líquida e nada íntima ou confiante.
Bauman aponta também três possíveis causas para o sofrimento humano: a primeira está
relacionada ao poder superior da natureza; a segunda diz respeito à fragilidade de nossos corpos;
contudo, a terceira causa se relaciona intimamente a questão central desta obra e emerge da
inadequação dos regulamentos que ajustam as relações dos seres humanos na família, no Estado
e na sociedade. Quando isso ocorre, a ação defensiva confere proximidade e tangibilidade ao
medo, segundo a análise de Bauman (Tempos Líquidos, p. 15).
E trazendo seus pensamentos para a temática da pesquisa, podemos perceber que a insegurança
e o medo da mulher na sala do exame Papanicolau pode ser comparado a essa "ação defensiva",
assim como as ações do profissional podem ser refletidas segundo a visão que Bauman traz
sobre Tempos Líquidos, que enfoca em como as relações que cada vez mais vem se tornaram
23
"líquidas". Essa metáfora vem sendo usada por ele para expressar dinamismo do processo de
transição entre a Modernidade e a fase atual compreendida por Bauman como pós modernidade.
O derretimento dos sólidos que não resistiram a "liquefação" infelizmente afetou em
primeiro lugar na sociedade, a complexa rede de relações sociais, que perdeu lealdades
tradicionais, crenças, obrigações e direitos. Tornou o ser humano mais individualista, mais
inspirado aos negócios e a economia, sendo assim profissionais menos acolhedores e mais
egocêntricos.
Podemos afirmar então:
“que a variedade moderna de insegurança é caracterizada distintamente pelo medo
da maleficência e dos malfeitores humanos. Ela é desencadeada pela suspeita em
relação a outros seres humanos e suas intenções, e pela recusa em confiar na
constância e na confiabilidade do companheirismo humano, e deriva, em última
instância, de nossa inabilidade e/ou indisposição para tornar esse companheirismo
duradouro e seguro e, portanto, confiável.” (2007, p. 63)
O ambiente que na maioria das vezes não colabora para um bom acolhimento, sendo
visto pelas clientes como um lugar pouco acolhedor, espaço que não proporciona uma conversa
discreta, em que se podem falar assuntos até mesmo pessoais sem que haja interrupções. E essa
relação entre seres humanos torna-se cada vez menos duradoura sendo difícil de estabelecer
vínculo e confiança entre profissional-cliente. O ser humano ainda desconhecido inviabiliza ou
bloqueia um retorno das clientes, de forma que do outro lado o profissional não consegue a
atrair a afeição e a simpatia das mesmas; fazendo uma ponte para o companheirismo que precisa
ser estabelecido.
24
5 RESULTADOS
Na presente revisão integrativa, foram analisados 19 artigos que atenderam os critérios
de inclusão e exclusão anteriormente estabelecidos; 11 foram estudos provenientes da base
SCIELO, onde 10 artigos encontrados estavam em português e 1 em espanhol. Sendo 5
utilizaram o método da revisão de literatura e foram estudos de campo; 8 estudos provenientes
da base de dados LILACS, onde 7 artigos encontrados estavam em português e 1 em espanhol.
Sendo 3 foram estudos de campo, 4 utilizaram o método de revisão de literatura e apenas 1
utilizou o método de revisão sistemática. Quantos aos assuntos, as publicações trouxeram
questões que foram discutidas em quatro categorias: O trabalho em saúde, Política de
humanização; Os profissionais de saúde e a humanização como um desafio a ser conquistado e
Implicações para prática.
Por ordem decrescente conforme o quantitativo de publicações encontra-se os anos de
2014 (1); seguido por 2013 (4); 2012 (1), 2011 (4) e 2010 (1) na base SCIELO. E 2014 (1);
seguido por 2013 (3); 2011 (2) e 2010 (2) na base LILACS. Segue abaixo as tabelas com: título,
método, objetivo, resultados e conclusão de cada artigo utilizado na revisão.
Quadro 1:
Base de Dados: SCIELO (Descritores: Humanização e Assistência de enfermagem): foram 94
artigos com textos completos encontrados e utilizados desta base 10 artigos em e 1 artigo em
espanhol.
Título/Fonte/Ano Métodos
Objetivo Resultados Conclusão
A
responsabilidade
social da
enfermagem
frente à política
da humanização
em saúde Colombia Médica
Vol. 42 Nº 2 (Supl
1), 2011 (Abril-
Junio)
Evoca as
mudanças
paradigmáticas
e refere o
modelo
biomédico e a
nova condição
de diversidade
em modelos
assistenciais nas
práticas de
promoção da
saúde e a co-
responsabilidade
da enfermagem
em gerar e
Objetivo: Refletir
sobre a política de
humanização
como parte da
Promoção da
Saúde com
destaque no
cuidado de
enfermagem.
Consubstanciar a
humanização nos
espaços da promoção
da saúde implica no
respeito à visibilidade
da
humanização em todos
os espaços: cuidado,
gestão, educação,
pesquisa e entidades
profissionais de
enfermagem,
configurando assim um
núcleo formado pela
comunicação
A escuta sensível, as
modalidades de
diálogos, o método da
entrevista-
conversação, são
tecnologias das
relações e significa a
aquisição de
competências à
política da
humanização para o
desenvolvimento do
cuidado na promoção
da saúde.
25
sustentar a
humanização
nos cuidados de
enfermagem.
Destaca-se a
entrevista-
conversação
como estratégia
de coleta de
informações do
usuário seja para
o cuidado ou
para pesquisa
que está baseada
em referencias
de humanização.
dialógica,
responsabilização,
integralidade,
capacitação,
acolhimento, vínculo,
equidade, cidadania,
democracia e ética.
Caracterização do
termo
humanização na
assistência por
profissionais de
enfermagem;
Esc Anna Nery
2014;18(1):156-
162
Exploratório-
descritivo, com
aplicação de
questionários
com perguntas
fechadas e
abertas a 70
profissionais de
enfermagem.
Para análise do
material
utilizaram-se
recursos
estatístico-
descritivos e
técnica de
análise de
conteúdo.
Os objetivos deste
estudo foram
conhecer os dados
sociodemográficos
que caracterizam
os profissionais
participantes da
pesquisa,
identificar os
significados
atribuídos por
profissionais de
enfermagem aos
termos
humanização e
não humanização
e analisá-los à luz
dos preceitos da
Política Nacional
de Humanização.
Aspectos pessoais,
subjetivos, morais,
éticos e relacionais
caracterizam a
humanização. A
valorização da técnica
procedimental, do
modelo biomédico e
dos problemas
emergentes na área de
atenção à saúde
caracterizam a não
humanização.
Conclui-se que a
assistência de
enfermagem voltada
aos preceitos da
política nacional de
humanização é aquela
que vai ao encontro
dos significados dos
próprios partícipes do
cuidado, devendo,
portanto, ser
considerada como
coautora no processo
saúde-doença.
O Discurso dos
Profissionais
Sobre a Demanda
e a Humanização;
Saúde Soc. São
Paulo, v.21, n.3,
p.686-697, 2012
Trata-se de uma
pesquisa
exploratória
com abordagem
qualitativa. O
universo
empírico da
pesquisa foi
composto por 10
trabalhadores de
uma Unidade
Básica de
Saúde: 1
gestora, 1
médica, 1
dentista, 2
enfermeiros, 3
técnicos em
enfermagem, 1
atendente da
portaria e 1
encarregado do
almoxarifado. A
coleta de dados
aconteceu em 8
reuniões de
discussão focal
sobre temas
como política de
O artigo objetiva
conhecer as
implicações da
demanda sobre a
humanização das
práticas de
atenção primária.
Como resultados,
apareceram três
repertórios linguísticos
ligados à demanda:
compreensão das
necessidades em
saúde; entendimento
do acolhimento como
triagem e aplicação de
protocolo; influência
do modelo biomédico
na organização dos
serviços. A excessiva
demanda e a falta de
resolubilidade estão
ligadas a uma
compreensão das
necessidades de saúde
como o simples acesso
à tecnologia, e do
acolhimento apenas
como triagem de
sintomas.
Os profissionais da
enfermagem reportam
como uma causa da
excessiva demanda o
fato de que os usuários
sempre querem ser
atendidos pelo
médico, o que pode
ser explicado pela
cultura da atenção
criada pelo modelo
biomédico no qual
eles próprios se
encontram quando
entendem as
necessidades e o
acolhimento na
perspectiva
biomédica.
26
humanização,
direito à saúde,
integralidade,
acolhimento,
subjetividade
em saúde,
processos de
trabalho. As
discussões
foram gravadas
e transcritas. Os
dados foram
trabalhados pela
análise do
discurso.
A filosofia
levinasiana numa
experiência de
cuidar em
enfermagem: a
humanização
decorrente da
alteridade.
Revista de
Enfermagem
Referência - III - n.°
9 – 2013
Fonte de dados:
textos de
Emmanuel
Lévinas que
tratam
especificamente
da relação eu-
outro. Em
seguida, aplica-
se tal filosofia a
uma situação
concreta e
fictícia de
cuidado de
enfermagem
Articular a
filosofia da
alteridade de
Emmanuel
Lévinas com os
saberes da
enfermagem.
Na relação eu-outro
levinasiana, o outro
apresenta-se como
rosto, impedindo a sua
objetivação; para a
enfermagem: cuidar do
outro concebendo-o
como alteridade é dar-
se conta da
responsabilidade
infinita perante outrem
que, com a sua
subjetividade, pode
compartilhar a sua
história e revelar as
suas preferências em
relação ao modo de ser
cuidado.
Nas situações de
cuidado em
enfermagem, o outro,
independente da sua
situação de saúde,
permanece uma
alteridade, impossível
de objetivar, de
categorizar e de
conceituar.
Ambiente e
Humanização:
Retomada do
Discurso de
Nightingale na
Política Nacional de
Humanização
Esc Anna Nery
(impr.)2013 out -
dez ; 17 (4): 654 -
660
Estudo
qualitativo e
descritivo, cujas
fontes foram as
onze Cartilhas
HumanizaSUS
do Ministério da
Saúde.
Realizou-se
análise de
conteúdo, tipo
lexical, por
meio do
programa
ALCESTE®.
Os objetivos deste
estudo foram
identificar os
elementos
constitutivos do
conceito de
ambiente nos
documentos
oficiais da Política
Nacional de
Humanização e
analisar as
relações entre eles
e a promoção de
ambiente de
cuidado
preconizada pela
enfermagem.
A classe lexical
específica sobre o
ambiente como
instrumento de
humanização
evidenciou elementos
aproximados ao
conhecimento da
enfermagem sobre os
cuidados com o espaço
físico promotor de
conforto e bem estar e
o acolhimento dos
usuários e seus
familiares.
Concluiu-se que os
elementos
constitutivos do
conceito de ambiente
na Política Nacional
de Humanização se
coadunam com o
pensamento
Nightingaleano, que
serve de base aos
fundamentos da
enfermagem, à sua
ciência e à sua arte.
Humanização no
cuidado de
enfermagem:
contribuição ao
debate sobre a
Política Nacional de
Humanização
Rev Bras Enferm,
Brasília 2013 jul-
ago; 66(4): 564-70.
Pesquisa de
natureza
qualitativa de
abordagem
exploratória, do
tipo descritiva,
cujo referencial
é o da Teoria
das
Representações
Sociais (TRS);
Identificar e
analisar os
elementos que
conformam as
representações de
profissionais de
enfermagem e
usuários sobre a
humanização no
cuidado; e discutir
estratégias que
contribuam para a
Assim como os
usuários, os
profissionais valorizam
a comunicação,
destacando um dos
pontos chaves no
processo de cuidar em
enfermagem: a escuta
atentiva, que vem ao
encontro dos anseios e
desejos do outro,
criando vínculos
As concepções sobre
humanização remetem
às questões sociais,
que mostram a relação
entre o profissional e o
usuário no cuidado; e
gerenciais, que
mostram as
dificuldades e
facilidades no âmbito
assistencial para uma
assistência
27
Participaram
doze
profissionais
que atuam no
cuidado de
enfermagem e
quinze usuários
adultos
hospitalizados,
todos da clínica
médica de um
hospital público,
federal.
Realizaram-se
entrevistas
semiestruturadas
individuais, a
que se aplicou
posteriormente a
técnica de
análise temática
de conteúdo.
implementação da
Política Nacional
de Humanização.
solidários que
contribuem
efetivamente para a
humanização no
cuidado. No conteúdo
produzido pelos
profissionais,
identifica-se que a
ideia sobre a
humanização no
cuidado está
fortemente ligada às
questões de empatia
entre profissionais e
usuários. Esta por sua
vez, é um instrumento
valioso no processo de
humanização, visto
que quando o
indivíduo se coloca no
lugar do próximo,
quando pensa no que
sentiria, se estivesse
em situação vivida por
outra pessoa, passa a
agir de acordo com
seus mais íntimos
valores e ideais,
qualificando o cuidado
prestado.
humanizada. O debate
com os sujeitos
envolvidos no
processo apresenta-se
como estratégia para o
alcance dos preceitos
da Política Nacional
de Humanização
Humanização no
Cuidado de
Enfermagen nas
Concepções de
Profissionais de
Enfermagem
Esc Anna Nery
(impr.)2011 out-
dez; 15 (4):686-693
Pesquisa
qualitativa de
abordagem
exploratória e
descritiva, cujo
referencial
conceitual se
apoia em dois
grandes
referenciais
teóricos: o
antropológico e
o da Teoria das
Representações
Sociais (TRS) Participaram 12
profissionais
que atuam no
cuidado de
enfermagem, na
clínica médica
de um hospital
público federal.
Realizaram se
entrevistas
individuais,
semiestruturadas
e observação
sistemática.
Identificar os
conteúdos que
integram as
representações
sociais de
profissionais de
enfermagem sobre
a humanização no
cuidado, a fim de
que se possa
mapear, em
princípio, suas
concepções; e
discutir a Política
Nacional de
Humanização e as
práticas
implementadas no
campo da
assistência
hospitalar,
tomando como
base as
representações
sociais da
humanização por
profissionais de
enfermagem.
Os conteúdos das
Representações Sociais
dos profissionais de
enfermagem sobre a
humanização
permeiam as questões
empíricas
(conhecimento
científico), estéticas (a
arte da enfermagem),
questões pessoais
(autoconhecimento) e
morais (o cuidado
ético). O fator humano
nas relações
interpessoais emerge
como principal
medidor da qualidade
da humanização no
cuidado hospitalar. Cabe ao profissional
analisar sua prática,
suas habilidades e
limitações, aliar às
teorias, às questões
éticas implicadas na
garantia dos direitos
dos pacientes, para
tornar a assistência de
enfermagem
humanizada e de
qualidade.
Conclui-se que a
humanização no
cuidado tem estreita
aproximação com as
relações interpessoais
e com a gestão de
saúde, tornando
necessário um maior
investimento no
preparo de
profissionais para que
estes tenham uma
abordagem mais
humana e menos
protocolar, que
interfira na qualidade
do cuidado
28
Política de
humanização na
atenção básica:
revisão sistemática;
Rev Saúde Pública
2013;47(6):1186-
1200
Revisão
sistemática da
literatura
seguida de
metassíntese,
usando as bases
de dados:
BDENF (Base
de dados da
enfermagem),
BDTD
(Biblioteca
digital brasileira
de teses e
dissertações),
CINAHL
(Cumulative
Index to nursing
and allied health
literature),
LILACS
(Literatura
Latino-
americana e do
Caribe em
ciências da
saúde),
MedLine
(Literatura
Internacional
em ciência da
Saúde), PAHO
(Biblioteca da
Organização
Pan-Americana
da Saúde) e
SciELO
(Scientific
Electronic
Library Online).
Para análise,
foram incluídos
artigos de
pesquisa,
estudos de caso,
relatos de
experiências,
dissertações,
teses e capítulos
de livros,
escritos em
língua
portuguesa,
inglesa ou
espanhola,
publicados de
2003 a 2011.
Analisar as
práticas de
humanização na
atenção básica na
rede pública do
sistema de saúde
brasileiro com
base nos
princípios da
política nacional
de humanização
do Brasil.
Das 4.127 publicações
recuperadas sobre o
tema, foram avaliadas
e incluídas 40,
chegando a três
categorias centrais. A
primeira, infraestrutura
e organização dos
serviços básicos de
saúde, evidenciou
insatisfação com a
estrutura física e
material e com os
fluxos de atendimento
que podem facilitar ou
dificultar o acesso. A
segunda refere-se ao
processo de trabalho,
que apresentou
questões relacionadas
ao número insuficiente
de profissionais,
fragmentação dos
processos de trabalho,
perfil e
responsabilização
profissional. A terceira
consistiu das
tecnologias das
relações e apontou o
acolhimento, vínculo,
escuta, respeito e
diálogo com os
usuários.
Embora muitas
práticas sejam citadas
como humanizadoras,
não conseguem
produzir mudanças
nos serviços de saúde
por falta de uma
análise mais
aprofundada nos
processos de trabalho
e de uma educação
permanente no
serviço.
Representações
sociais sobre
humanização do
cuidado:
implicações éticas e
morais
Estudo com
método
qualitativo cuja
coleta de dados
deu-se por meio
de entrevista
semiestruturada
Identificar os
aspectos éticos
implicados nas
representações
sociais de
pacientes sobre a
humanização e
Os resultados desta
investigação
evidenciaram que
existe um forte elo
entre a ética e a
humanização no
cuidado hospitalar,
As representações
sociais sobre a
humanização no
cuidado ganham
contornos da ética e da
moral, no
estabelecimento de
29
Rev. Brasileira de
enfermagem,
Brasilia 2011;mar-
abr 64(2): 287-293
e observação
participante com
24 pacientes
hospitalizados
em instituição
pública
discutir as
implicações destas
para o cuidado de
enfermagem.
respondendo à questão
de pesquisa.
A humanização se
traduz no bom trato e
no ser mal tratado,
pautado na ação
técnica/científica,
amparada, também, no
aspecto
psicossocial/expressivo
do cuidado. O
atendimento à saúde
abarca aspectos
psicossociais /
subjetivos, éticos e
técnico-científicos,
sendo necessário o
encontro destes no
tratamento dado pelo
profissional de saúde
na promoção de um
cuidado humanizado.
gradientes de
merecimento do bom
trato, e em ações
resolutivas, avaliação
clínica e respeito ao
direito do cliente. O
direito ao bom trato
não é igual para todos,
o que indica possíveis
diferenciações nas
representações sociais
sobre a cidadania.
Cuidar e humanizar:
relações e
significados
Acta Paul Enferm
2011;24(3):414-8.
Selecionaram-se
algumas ideias
privilegiando
determinados
autores, de
forma aleatória,
que
fundamentam o
cuidado em seu
aspecto
filosófico, sua
essência,
natureza e
características.
A categoria
humanização
também é
discutida
tomando-se em
consideração
sua recente
projeção na área
da saúde.
Algumas
considerações e
posições frente
ao discutido no
texto são feitas,
buscando
clarear aspectos
considerados
importantes para
uma reflexão
sobre o assunto.
Discutir as
categorias cuidar e
humanizar,
trazendo alguns
aspectos que
fundamentam os
dois termos, seus
significados e
relações, buscando
atualizar e refletir
algumas das
noções veiculadas
sobre as mesmas.
Ao pontuar o maior
volume de trabalhos
recentemente
publicados na área de
Enfermagem,
considerando e
assumindo as atuais
propostas em prol da
humanização da
assistência, seria
interessante saber
como a comunidade de
Enfermagem
posiciona-se a respeito
das similaridades que
se apresentam, mas
que, ao mesmo tempo,
parecem privilegiar um
conceito, no caso, a
humanização e não o
cuidado.
A adoção da categoria
cuidado, em lugar de
humanização, na
opinião das autoras do
presente texto, apesar
de complexa e
abrangente, permite
visualizar o ser
humano em uma
forma mais completa,
integralizadora e,
considerando suas
bases
ontológicoexistenciais,
como um ser único,
singular e irrepetível.
Por outro lado, sua
compreensão e sua
adoção, remetem a
uma disponibilidade e
sensibilidade e que,
por si só, conduz a
uma inevitável
mudança de postura.
O cuidado torna-se um
exercício; é a prática
de nossa humanidade.
La humanización
del cuidado bajo la
perspectiva de los
equipos
de la estrategia de
salud de la familia
en un municipio del
Se trata de
estudio
cualitativo,
realizado en un
municipio
del interior del
estado de Sao
Paulo, a partir
Analizar la
comprensión
referente a la
humanización
del cuidado a
partir de la
perspectiva de
profesionales que
Conforme propuesto,
fue posible aprender
núcleos de sentido
referentes a la
comprensión de los
profesionales de la
ESF en cuanto a la
humanización del
Se concluye que
caminar en la
construcción de un
modelo integrador y
humanizado demanda
gran esfuerzo
30
interior paulista,
Brasil
Rev. Latino-Am.
Enfermagem
18(4):[07 pantallas]
jul.-ago. 2010
de entrevistas
con 20
profesionales.
En el
análisis de los
datos fue
utilizado el
método de
interpretación
de los sentidos,
basado
en la perspectiva
hermenéutica-
dialéctica
componen los
equipos de la
Estrategia de
Salud de la
Familia
cuidado, así como a las
dificultades
encontradas y a las
sugerencias de
mejoría.
los
resultados del presente
estudio demuestran
que los
profesionales de la
ESF comprenden que
humanizar
la atención de la salud
significa tener una
perspectiva
amplia para las
necesidades de la
clientela, actuar de
conformidad con
principios éticos como
respeto por el
otro, dignidad y
autonomía, además de
facilitar el acceso
a los servicios de salud
y reducir el tiempo de
espera.
y envuelve un
profundo proceso de
reflexión sobre la
atención en la salud
existente y en la
deseada.
Quadro 2: Base de Dados: LILACS (Descritores: Saúde da mulher e humanização): foram 251
artigos completos e apenas 8 artigos utilizados, sendo 7 em português e 1 em espanhol.
Título/Fonte/Ano Métodos
Objetivo Resultados Conclusão
O amor no
cuidado de
enfermagem;
Rev. enferm.
UERJ, Rio de
Janeiro, 2010
abr/jun;
18(2):317-22
Trata-se de um estudo
reflexivo que buscou
compreender o amor,
sua função, as
mudanças que esse
valor sofreu no
percurso do tempo e
seu possível conteúdo
terapêutico, inclusive
para a enfermagem.
Para tanto foram
examinados escritos
sobre o tema nos
diferentes períodos da
história.
Discutir, refletir e
legitimar o amor no
cuidado de
enfermagem, no
momento em que se
tenta operacionalizar
políticas públicas de
humanização.
Encontraram-se
diferentes
manifestações do
amor na história; que
ele já estava contido
no cuidado de
enfermagem, desde
seus primórdios; que
esse valor tem
diferentes categorias;
e que o amor é
instrumento essencial
para a construção das
relações entre os
seres humanos.
Assim, ao pesquisar,
discutir, refletir sobre o
amor e o cuidado
percebemos que o agir
do usuário dos serviços
de saúde reconhece e
legitima que o amor é o
amálgama das relações
entre as pessoas,
inclusive durante a
atuação da
enfermagem.
31
Cinco anos da
Política
Nacional de
Humanização:
trajetória de
uma política
pública.
Ciência &
Saúde Coletiva,
16(11):4541-
4548, 2011
O artigo apresenta o
cenário de emergência
e a trajetória da
Política Nacional de
Humanização –
HumanizaSUS, que
como política pública
foi construída para
enfrentar e superar os
desafios enunciados
pela sociedade
brasileira quanto à
qualidade e à
dignidade no cuidado
em saúde; redesenhar
e articular iniciativas
de humanização do
SUS e enfrentar
problemas no campo
da gestão e da
organização do
trabalho em saúde.
Destacando-a como
política pública, os
autores analisam suas
principais apostas e
ofertas teórico-
metodológicas para o
enfrentamento de
problemas na gestão e
nas práticas de atenção
em saúde
A análise enfoca
mudanças na
composição e nas
estratégias de ação, as
quais incluem a
mobilização social, o
apoio a instâncias de
gestão, os serviços e as
equipes de saúde e o
desenvolvimento de
processos de formação
de apoiadores
institucionais.
A Política de
Humanização se
apresenta como um
importante marco de
referência para a
construção de
práticas de saúde que
efetivamente
respeitem o cidadão
em seus valores e
necessidades.
Todavia, é necessário
que se avance e se
amplie o senso de
cidadania do povo
brasileiro, que em
muitas situações
resigna-se aos maus
tratos e ao
desrespeito. Saúde
digna é direito e
compromisso do
usuário e dever do
Estado, que deve
garantir a oferta de
atenção de acordo
com as necessidades
de saúde da
população.
Uma aposta nesse
sentido é que a PNH
sirva como estratégia
de mobilização social,
mas não apenas de
denúncia e de
reivindicação de
direitos, mas de
afirmação de um modo
de construção de
alternativas de
enfrentamento dos
desafios que a saúde
tem pela frente e que
considera as diferenças
e singularidades. Um
modo de fazer que põe
sujeitos em contato
para se afetarem
mutuamente, para
produzirem acordos
que nos transformem a
cada dia em uma
sociedade mais justa e
fraterna.
Debates atuais
em
humanização e
saúde: quem
somos nós?
Ciência &
Saúde Coletiva,
18(1):171-179,
2013
A metodologia de
ensino-aprendizagem
utilizada baseou-se na
problematização,
utilizando-se do
processamento de uma
situação problema
elaborada a partir da
experiência dos
docentes.
Discutir a experiência
do curso de
capacitação dos
profissionais de saúde
de uma Unidade de
Saúde
públicaambulatorial,
com base na
perspectiva da
humanização, visando
a implementação de
um modelo sanitário
comprometido com os
valores essenciais
impressos nos ideais do
SUS.
Os profissionais
identificaram que o
padrão instituído no
modo de pensar e
fazer em saúde é
insatisfatório para
suprir os desafios
enfrentados no setor.
As estratégias
utilizadas
contribuíram para
sistematizar o
conteúdo através da
reflexão sobre os
referenciais teóricos
apresentados, ao
estimular o
pensamento reflexivo
e crítico, aspectos
estes fundamentais
para ampliar e
aprofundar o
processo de
empoderamento dos
profissionais.
O curso estimulou a
grupalidade, colocando
em pauta na agenda, a
discussão sobre a
humanização das ações
em saúde.
Condições e
processo de
trabalho no
cotidiano do
Programa Saúde
da Família:
Trata-se de um estudo
de casos múltiplos de
tipo quali-quanti, com
primazia do enfoque
qualitativo, realizado
através de
A percepção de
profissionais do PSF
sobre o cotidiano do
seu trabalho,
considerando as
condições concretas em
Os resultados
indicam que as
fragilidades de
infraestrutura e o
investimento tímido
em formação das
Apesar das
dificuldades apontadas,
as equipes estudadas
revelaram, de modo
geral, um alto grau de
comprometimento com
32
coerência com
princípios da
humanização
em saúde;
Ciência &
Saúde Coletiva,
16(3):1969-
1980, 2011
questionários e grupos
focais com equipes do
PSF em áreas
selecionadas.
que ele se realiza e as
relações, práticas e
produtos gerados neste
processo.
equipes são fatores
que contribuem para
a persistência de
condições e práticas
de trabalho que se
distanciam dos
princípios da
humanização em
saúde.
o trabalho que
desenvolvem e alta
sensibilidade diante
das necessidades e
problemas da
população.
Humanização
no Processo de
Trabalho em
Enfermagem:
uma reflexão
Rev. Rene.
Fortaleza, v. 11,
n. 1, p. 200-207,
jan./mar.2010
Utilizou-se como
referência principal
documentos do
Ministério da Saúde
que regulamentam tal
política, articulando-se
a algumas fontes
primárias de
investigação científica
acerca da temática.
Objetivo é refletir
sobre a humanização
do processo de trabalho
em saúde, tendo como
foco os trabalhadores
de enfermagem,
considerando que a
Política Nacional de
Humanização estimula
a autonomia e o
protagonismo dos
sujeitos produtores de
saúde.
O valor atribuído
pelos gestores acerca
da comunicação com
os sujeitos, não como
estratégia política,
mas, como estratégia
de fortalecimento de
cidadania do
trabalhador para
garantia dos direitos
dos usuários. Pode
ser ousado ou utópico
refl etir e/ou sugerir
mudanças num
contexto político
desgastado, mas,
abster-se de
contribuir implica em
acomodação.
É preciso refletir sobre
a possibilidade de ver o
outro em seus direitos,
sua dignidade e
singularidade, e
desenvolver a
afetividade, a abertura
para a escuta e o
diálogo. Mas, acima de
tudo, é preciso acionar
mecanismos internos,
pois, “ensinar/aprender
a desenvolver
sentimentos” e
humanizar pode ser
uma tarefa difícil.
Política
Nacional de
Humanização e
formação dos
profissionais de
saúde: revisão
integrativa
Rev Bras
Enferm, Brasília
2013 jan-fev;
66(1): 123-7.
Buscou-se conhecer,
através de uma revisão
integrativa, a produção
científica sobre a
Política Nacional de
Humanização e a
educação de
trabalhadores e alunos
da área da saúde, no
período de 2002 a
2010. Dez artigos
foram analisados na
vertente temática e
emergiram três eixos:
humanização e o
cuidado aos usuários,
humanização e o
processo de trabalho,
humanização e a
formação.
Provocar inovações na
produção de saúde,
gestão e no cuidado,
com ênfase na
educação permanente
dos trabalhadores do
Sistema Único de
Saúde e na formação
dos acadêmicos da área
de saúde
Os artigos apontam a
necessidade de
superação da
concepção
biologicista e
valorização dos
aspectos culturais dos
usuários. O processo
de trabalho é
marcado pela
desvalorização dos
trabalhadores e por
usuários destituídos
de seus direitos. A
formação dos profi
ssionais de saúde está
pautada em serviços
de saúde em que
prevalece a
padronização de
condutas o que difi
culta atitudes
inovadoras.
Os três eixos
analisados por esta
investigação a
humanização e cuidado
com os usuários, a
humanização e o
processo
de trabalho e a
humanização e a
formação indicam
possibilidades de novas
investigações sobre a
temática de forma a
construir um arcabouço
teórico-prático
imprescindível para a
implementação do
Sistema Único de
Saúde.
Processos de
trabalho na
saúde pública:
humanização e
efetivação do
Sistema Único
de Saúde;
Saúde Soc. São
Paulo, v.23, n.3,
p.928-941, 2014
Além do
acompanhamento dos
momentos presenciais
do curso de apoiadores
do PNH, foram
realizadas entrevistas.
Utilizou-se um roteiro
de perguntas iniciais
para disparar
conversas com os
trabalhadores
formandos do curso e
Problematizar como a
PNH tem comparecido
nesse cenário, que
questões têm sido
levantadas, com quais
impasses os
trabalhadores se
deparam em seu
cotidiano do fazer-
saúde, quais estratégias
de enfrentamento têm
sido disparadas
Obteve-se a
problematização
coletiva acerca do
trabalho no
contemporâneo e de
importantes
elementos que se
presentificam no
campo pesquisado,
contribuindo assim
para mudanças no
cotidiano do fazer-
Os trabalhadores,
frente aos
constrangimentos, vão
produzindo suas
estratégias de
enfrentamento e
realizando suas
atividades de modo a
fazer perseverar o
melhor que podem sua
saúde, sua capacidade
normativa.
33
com formadores, estes
últimos denominados
“apoiadores
pedagógicos”.
saúde em que os
trabalhadores estão
inseridos, bem como
ampliação dessa
discussão no campo
da saúde pública
Humanización del
cuidado: una meta
enraizada en la
esencia de
enfermería
AÑO 13 - VOL.
13 Nº 2 - CHÍA,
COLOMBIA -
AGOSTO 2013
Los modelos
conceptuales y las
teorías que describen
estos conceptos —
como los de Roy,
Orem, Leinninger,
Watson, Newman,
Parse, Peplau, King y
Levine, entre otros—
constituyen el
referente teórico que
fundamenta la práctica
profesional basada en
la evidencia.
En la perspectiva
humanizante, es
fundamental
reivindicar la
importancia de la
visión subjetiva de las
personas en la toma de
decisiones relacionadas
con el tratamiento de
los problemas de salud.
Estudios se plantea la
importancia de
desarrollar proyectos
encaminados a
promover estrategias
de afrontamiento y
adaptación de los
familiares de
pacientes en un
estado crítico de
salud, la
trascendencia de
identificar
oportunamente las
necesidades de las
personas en
condición de
discapacidad para
prevenir
complicaciones y
favorecer los
procesos de
recuperación y
rehabilitación
Esperamos que los
lectores encuentren en
nuestra publicación
elementos que los
ayuden a liderar una
práctica humanizada
del cuidado, en
beneficio de las
personas que reciben
nuestro servicio y en el
de los enfermeros y
enfermeras de todo el
mundo abanderados de
esta causa.
34
6 DISCUSSÃO
Após a análise dos artigos, pode-se categorizar mediante os assuntos encontrados nas
publicações, essas categorias foram divididas em três: o trabalho em saúde, política de
humanização, os profissionais de saúde e a humanização como um desafio a ser conquistado e
implicações para prática. Onde em cada categoria realizou-se uma síntese à luz das palavras de
Zigmunt Bauman.
6.1 O trabalho em saúde
Com a análise dos artigos pode-se perceber que na prática dentro da atenção básica os
profissionais enfermeiros e médicos se defrontam com alguns entraves, seja na infraestrutura e
no ambiente em que trabalham; a excessiva demanda; ou por parte dos enfermeiros, o
pensamento das clientes de que somente o médico pode atender e realizar o exame Papanicolau.
“Os profissionais da enfermagem reportam como uma causa da excessiva demanda o fato de
que os usuários sempre querem ser atendidos pelo médico, o que pode ser explicado pela cultura
da atenção criada pelo modelo biomédico...” (JUNGES, 2012, p. 682) “No universo
empírico da pesquisa aparece a mesma ideia, quando a médica repete que o sentimento de
impotência dos profissionais deve-se ao fato de que as causas da excessiva demanda são a
carência afetiva e os problemas socioeconômicos que não compete a eles.” (JUNGES et al,
2012, p.683)
“A falta de relação pessoal e vínculo entre médico e o paciente devidos à desvalorização
do trabalho ambulatorial é apontada por como um dos principais problemas para a difícil
equação entre oferta e demanda nos serviços de saúde” (PINHEIRO, 2001). Isso pode ser
observado quando o próprio profissional cria essa barreira, evidenciado pela fala de um deles
“barreiras para nós não sermos deparados de frente com o povo (...) uma divisão, uma separação
entre cliente e o atendente... para que as pessoas saibam seus limites.” (JUNGES, p. 2012)
Tomaremos como base o pensamento de Bauman (2007) por corroborarmos com a
concepção de que tendemos sempre a valorar a figura do "outro" tal como ela se apresenta
diante de nós e não nela mesma, decorrendo daí os preconceitos, as diversas expressões de
35
intolerâncias, em suma, a incompreensão da subjetividade do "outro", que, infelizmente,
progressivamente perde a sua própria natureza humana, singular, única, para se tornar uma mera
coisa com a qual nos relacionamos de maneira fria, egoísta e superficial. A partir desta
perspectiva se compreende como o ser humano tornou-se mais individualista, com ações muitas
vezes frias, imprópria quando se lida com o outro, vale ressaltar que essas atitudes são
egocêntricas e pensadas como se nunca pudessem se colocar no lugar desse outro.
Na relação humanizada levinasiana, o outro apresenta-se ao eu como rosto que, ao trazer
o rasto do infinito, impede qualquer objetivação por parte do eu (Lévinas, 1980), impede a
redução aos sinais e sintomas característicos de uma doença, assim como a sua limitação ao
papel social “paciente” ou “doente”, por exemplo. Esta maneira de se apresentar requer
comunicação: “a exterioridade que o rosto apresenta não nega a possibilidade de contato, de
comunicação. Pelo contrário, a alteridade (...) na sua exterioridade, o rosto do outro apresenta-
se ao eu como um mandamento” (ALMEIDA, 2013 apud BRITO, 2002)
Neste trecho do artigo Almeida retrata a forma como a cliente se expressa ao
profissional, aquele a quem acabou de conhecer e precisa se expor, seja algumas vezes lhe
contando intimidades e confidências ou mesmo expor parte do seu corpo. O rosto dessa cliente
segundo o autor quando usa a palavra “alteridade” já mostra a necessidade de um diálogo e
produção do início de uma interação com o profissional que está diante dela.
Na relação entre os sujeitos, o outro é transcendente ao eu. O outro observa o eu de um
modo que reclama justiça, observa-o de uma posição de altura e ao mesmo tempo de miséria,
evidenciando-se a assimetria da relação entre eles. (ALMEIDA, 2013) Vale ressaltar que essa
assimetria evidenciada entre o profissional cliente ocorre pelo preconceito de que o profissional
naquele ambiente é superior e não igual a sua cliente.
A liquefação dos valores da era pós-moderna manifesta como seu problema por
excelência o projeto de suprimir a consciência de alteridade, a capacidade de compreendermos
o outro na sua própria pluralidade de significados e vivências. Suprimindo a alteridade, cada
vez mais empobrecemos as nossas relações interpessoais, pois reduzimos nossas experiências
existenciais apenas àquilo que julgamos conveniente segundo nossos escusos critérios de
avaliação. (BAUMAN, Medo líquido, 2007) Diante dessa alteridade suprimida e dessa
assimetria encontrada corroboramos para que não haja uma interação profissional-cliente,
tornando assim impossível um cuidado humanizado.
Neste entendimento, os profissionais promovem um cuidado humanizado quando
contribuem para o restabelecimento do cliente a partir do diagnóstico com base no exame físico
36
e anamnese, e terapêutica imediata, além de permitir ao cliente expor sobre sintomas antes não
revelados. A ausência de acompanhamento terapêutico dos profissionais reforça a necessidade
de se propor caminhos para a realização do cuidado humanizado. Este fato tem como guia
teórico e prático a política de humanização, que está sendo implementada por várias instituições
de saúde propiciando a humanização da saúde. (ARAUJO; FERREIRA, 2011 p. 290)
A PNH pauta-se na ética das relações profissional-cliente utilizando como uma das
estratégias, a informação. Deste modo, caracteriza que os profissionais devem assumir uma
postura dialógica com os clientes, comunicando e explicando as informações referentes à sua
doença, além de entender a subjetividade de cada um e adequar estas informações à linguagem
e ao modo de vida dos mesmos. (BRASIL, 2008)
6.2 Política de humanização
Nesta categoria observa-se nos artigos que a Política Nacional de Humanização, é
vislumbrada não como um conjunto de normas a se pôr em prática no SUS, mas uma política
que vai além, estimulando a mudança nas formas de gerir e cuidar. “A Política Nacional de
Humanização (PNH) é uma política do Ministério da Saúde com frentes de trabalhos também
nas esferas estadual e municipal. É pensada como estratégia para qualificação das ações de
saúde e fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS).” (MORSCHEL; BARROS, 2014)
Segundo Benevides (2005) a PNH busca a valorização do cotidiano dos serviços de
saúde, sendo o processo de trabalho peça fundamental para que essa política se efetive. Essa
política não depende de normas, protocolos ou aparato burocrático, e sim do empenho dos
diferentes sujeitos envolvidos no processo de produção de saúde. Dessa forma, não há como
mudar os modos de prestar a assistência a uma população sem que se altere a organização dos
processos de trabalho.
Dentre as mudanças primordiais estão o acolhimento que pode ser realizado as clientes
anteriormente, o processo de trabalho na enfermagem começa neste momento. Onde se organiza
todo o seu atendimento, mediante as queixas, os medos e anseios trazidos por elas ao
profissional. “A humanização tem como diretriz o acolhimento que vem sendo pensado como
arte de interagir, construir algo em comum, descobrir nossa humanidade mais profunda na
relação com os outros e com o mundo natural, esse imenso âmbito que inclui os sentimentos,
37
emoções, intuições e subjetividades. O acolhimento em saúde é instrumento fundamental para
«o nascer bem», «o viver saudável», «o bem-estar», pois a condição humana saudável é fruto
de seu relacionamento com o mundo” (TRENTINI et al, 2011, p. 98)
“Para Freitas (2013) o acolhimento emerge como um instrumento promotor da saúde de
quem aplica e de quem faz uso do serviço, pois agiliza o atendimento, organiza o gerenciamento
das necessidades dos usuários, prioriza a manutenção da vida e o bem-estar desses sujeitos e
facilita a conexão do usuário com a rede de serviços.
Outra forma de ampliar as práticas de humanização consiste na efetiva participação na
gestão dos processos de trabalho, com a inclusão dos sujeitos na tomada de decisões nos
serviços de saúde. A PNH aponta a gestão compartilhada como uma diretriz a ser seguida a fim
de incluir novos sujeitos e multiplicar os agentes dessa política. (NORA; JUNGES, 2013, p.
1197)
O grande desafio posto à PNH é articular as redes de atenção e produção de saúde em
gestão compartilhada que garanta o acesso aos usuários com qualidade e resolubilidade. Os
serviços devem servir como espaços de sociabilidade, com momentos de educação permanente
conectado aos processos de trabalho, em que a produção de saúde seja compreendida como
produção de subjetividade. (NORA; JUNGES, 2013, p.1198). Sendo, portanto de grande
importância às opiniões dessas clientes, quanto à forma que preferem serem cuidadas, em
conformidade com a instituição que deve ter uma gestão que valorize as mudanças trazidas por
essa política.
Segundo Pasche (2011), a Política Nacional de Humanização apresenta-se não mais
como um programa, mas como uma política para se reinventar modos de gerir e modos de
cuidar, tomando por diretrizes o acolhimento, a ampliação da clínica, a gestão democrática, a
valorização do trabalhador e a garantia dos direitos dos usuários. Estas diretrizes se apoiam em
três princípios: a ampliação da transversalidade ou aumento do grau de abertura comunicacional
intra e intergrupos, favorecendo a capacidade de interferência mútua entre sujeitos e a sua
capacidade de deslocamento subjetivo; a inseparabilidade entre gestão e atenção e, finalmente,
a aposta no protagonismo dos sujeitos em coletivos.
Porém segundo Bauman (2007), “O "progresso", que já foi a manifestação mais extrema
do otimismo radical e uma promessa de felicidade universalmente compartilhada e permanente,
se afastou totalmente em direção ao polo oposto, distópico e fatalista da antecipação: ele agora
representa a ameaça de uma mudança inexorável e inescapável que, em vez de augurar a paz e
38
o sossego, pressagia somente a crise e a tensão” tornando assim essa mudança no gerir e no
cuidar, um desafio aos profissionais em sua rotina de trabalho.
A humanização se singulariza na experiência de cada serviço e equipe e, assim, não
haveria uma só experiência de humanização igual à outra, senão naquilo que tomam por
referência, ou seja, método e diretrizes ético-políticas, que ganham forma e expressão na
singularidade da experiência. (PASCHE et al, 2011, p.4544)
Com a PNH o tema da participação em saúde igualmente assume novos contornos,
ampliando-se na direção da inclusão protagonista e corresponsável dos diferentes sujeitos
implicado no processo de produção de saúde. Para além do controle social exercido nos espaços
instituídos da participação, é condição prioritária para a missão pública do SUS a criação de
uma responsabilidade sanitária coletiva, isto é, a produção de um sujeito coletivo,
desindividualizado e não necessariamente institucionalizado, que faz de sua ação cotidiana e
local – seja o trabalho formal dos profissionais de saúde, seja o trabalho de cuidado de si dos
usuários e sua rede sociofamiliar – uma forma de engajamento no movimento de mudança dos
modos de cuidar e de gerir. (PASCHE et al, 2011, p.4543)
O conceito de humanização agrega-se ao próprio conceito de cuidado, pois humanizar
responde pela “convivialidade, solidariedade, irmandade, amor e respeito ao outro”. Como
humanizar corresponde a cuidar e a enfermagem tem no eixo de sua ação o cuidar, e esse traz
no seu próprio conceito a perspectiva da humanização, pode-se inferir que o cuidado
humanizado está fortemente ligado a esta profissão. Portanto, integra o universo
representacional de profissionais e de usuários. (CHERNICHARO et al, 2013, p.569)
E segundo Grüdtner et al (2010) “ o cuidado amoroso aqui proposto é um cuidado
exequível, prático, mas que não perdeu a delicadeza e o poder de transformar vidas. É o amor
simbolizado no cuidado que valoriza o outro que busca ajuda no serviço de saúde e encontra
uma enfermeira pró-ativa e empática, que se compromete, exercendo as dimensões sociais e
políticas da profissão”, ainda segundo o autor “é através do ato de cuidar que o ser se humaniza.
O respeito e a consideração são elementos que caracterizam o cuidado, englobando a ética e o
interesse que determinam o grau de envolvimento”.
Os conteúdos das representações sociais dos profissionais de enfermagem e dos usuários
sobre a humanização do cuidado permeiam tanto as questões sociais (comunicação/diálogo,
empatia, relação profissional/usuário) quanto às questões gerenciais (infraestrutura, materiais,
recursos humanos), fazendo com que o fator humano nas relações interpessoais emerja como
39
um importante indicador da qualidade da humanização no cuidado. (CHERNICHARO et al,
2013, p.569)
Quando se discute a questão da empatia, quase que em associação, ocorrendo
simultaneamente, surge a ideia de humanização, devido ao fato de que, quando o indivíduo se
coloca no lugar do outro, é possível compreendê-lo e agir segundo as expectativas do próprio
sujeito, permitindo um encontro de valores e concepções. Já os valores morais e éticos são
aqueles que ditam a melhor maneira de articular o cuidado, assim como o respeito ao outro, a
solidariedade e a compreensão do papel de cidadão dos sujeitos inseridos no processo saúde-
doença, permitem que a humanização seja implementada de forma a atender aos preceitos da
PNH em sua totalidade. (CHERNICHARO et al, 2014, p.161)
Porém segundo Barbosa et al (2013), em um estudo documental buscou conhecer os
conteúdos sugestivos da Política Nacional de Humanização, nos programas das disciplinas que
compõem a estrutura curricular de 13 Cursos de Graduação em Enfermagem e revela que,
apesar de o conteúdo estar presente em todas as escolas pesquisadas, as tendências são
ambíguas na maneira de apresentar o conteúdo de humanização, sendo ofertadas em disciplinas
diversas (...) nenhuma disciplina mencionou documento do Ministério em seu referencial
bibliográfico.
E sendo assim alunos de graduação refere neste artigo não obterem na graduação um
preparo para “uma atitude de escuta, envolvimento e acolhimento com o sofrimento
apresentado pelo paciente/usuário dos serviços. Prevalece o fazer técnico em detrimento da
humanização das práticas”. Os autores indicam a necessidade de articulação de conteúdos das
ciências humanas com os conteúdos clínicos e que os espaços de formação possibilitem o
compartilhamento de saberes entre serviços e instituição formadora. (BARBOSA et al, 2013,
p. 126)
A pergunta sobre o que é humanização na saúde faz esse profissional de saúde externar
sua produção discursiva, referindo-se a ela como ato de acolher o outro como único, remetendo
para a importância da questão da singularidade e também mostrando que esse discurso tem uma
raiz humanista e ao mesmo tempo sócio-histórica calcada também na sua experiência tanto
profissional como pessoal. (SILVA et al, 2015, p.942)
Segundo McCurry (2010), essa questão leva a pensar o quanto o oposto à humanização
pode gerar sofrimento, desigualdade e um profundo sentimento de injustiça social e sofrimento
social como exclusão. E Reis (2011) fala que toda essa questão pode ser alavancada no espaço
40
social pelo enfraquecimento e a ruptura dos vínculos sociais de uma sociedade, pois trazem
suas consequências no cotidiano e nas trajetórias de vida.
Bauman (2007) tenta mostrar nossa dificuldade de comunicação afetiva, já que todos
querem relacionar-se. Entretanto, não conseguem, seja por medo ou insegurança. O autor ainda
cita como exemplo um vaso de cristal, o qual à primeira queda quebra. As relações terminam
tão rápido quanto começam, as pessoas pensam terminar com um problema cortando seus
vínculos, mas o que fazem mesmo é criar problemas em cima de problemas.
Para que se avance na implantação na Política Nacional de Humanização segundo
Chernicharo (2011), torna-se necessário um maior investimento no preparo de profissionais
para que estes tenham uma abordagem mais humana e que não siga a tantos protocolos, que
interfira na qualidade do cuidado e naquilo que se entende por humanização, nas concepções
dos sujeitos e dos profissionais de enfermagem.
6.3 Os profissionais de saúde e a humanização como um desafio a ser conquistado
Os profissionais da saúde precisam desenvolver competências para produzir
informações de vida e saúde dos usuários, pois, é com base nessas informações que se dá a
maneira humanizada do cuidado e ou o tratamento efetivo, planejado e praticado. (TRENTINI
et al, 2011, p. 98)
Por sua vez ainda segundo Trentini (2011) lidar com a competência para cuidar das
relações consigo mesmo e com os outros na qualidade de tecnologias leves, é um dos meios
para um cuidado humanizado. Para isso, os profissionais precisam ter levezas tecnológicas para
favorecer uma boa comunicação com o usuário e também construir estratégias para o diálogo.
Mas sabe-se que os vínculos humanos são confortavelmente frouxos, por isso mesmo,
terrivelmente precário, e é tão difícil praticar a solidariedade quanto compreender seus
benefícios, e mais ainda suas virtudes morais. O novo individualismo, o enfraquecimento dos
vínculos humanos e o definhamento da solidariedade estão gravados num dos lados da moeda
cuja outra face mostra os contornos nebulosos da "globalização negativa". (BAUMAN, 2007,
p.30)
Vale questionar, como capacitar o profissional de enfermagem para compreender e
assumir a responsabilidade de uma prática humanizada. O aprendizado da humanização do
41
cuidado de enfermagem inicia-se no curso de graduação, que necessariamente deve incluir além
do conhecimento científico e técnico, o conhecimento no campo das relações sociais e humanas
abrangendo o âmbito ético, estético, político histórico e humanístico. (TRENTINI, 2011, p. 99)
Segundo Barbosa (2013) a formação dos alunos de graduação em enfermagem encontra
obstáculo com pluralismo do termo humanização, sem que se valorize o documento do
Ministério da Saúde sobre PNH. E segundo a Política Nacional de Humanização (2006) a busca
é formar profissionais que na sua atuação articulem ações de eficiência técnica e científica,
postura ética, mas que respeite a necessidade e singularidade de cada usuário, sabendo que está
convivência é imprevisível e é geradora de inovação nas práticas de saúde.
“No que se refere a proposta de formar e qualificar profissionais em conformidade com
os princípios da política de humanização, as ideias que se destacam relacionam-se com a
necessidade de desenvolver o programa de Educação Continuada (EC), a formação profissional
, principalmente por ocasião da admissão, para atuar em serviços de saúde e formação
profissional para aspectos humanizados de cuidado "1 (MARIN et al, 2010)
Ainda segundo Marin (2010) esse processo também exige responsabilidade de todos os
profissionais envolvidos na equipe de Estratégia Saúde da Família (ESF), uma vez que é na
relação entre profissional e usuário que ocorre a transformação da prática.
“Uma atenção humanizada é caracterizada pelo interesse do pessoal de saúde para
identificar as necessidades particulares de indivíduos e suas famílias; compreender o
significado que tem para eles a situação que estão vivendo, conhecer as suas experiências
anteriores, sua cultura, suas crenças e valores. Por esta razão, é essencial a permanente
comunicação com o paciente”. 2 (MORENO-FERGUSSON, 2013, p.146)
Segundo Waldow e Borges (2011) humanizar em saúde compreende o respeito à
unicidade de cada pessoa, personalizando a assistência. Além disso, humanizar a saúde
relaciona-se com a política e a economia, no sentido de igualitarismo no acesso à assistência;
afeta também a estrutura e a funcionalidade organizacional no sentido de acessibilidade,
organização e conforto.
“Todavia, hoje percebemos que as instituições de saúde, mesmo preocupadas com a
humanização do cuidado, ainda preconizam normatizações de regras controversas, as quais
distanciam o usuário e a enfermeira de um cuidado amoroso.” (GRUDTENER et al, 2010,
p.320) “Constata-se, sobretudo, que o enfrentamento cotidiano com as carências das unidades
1 Tradução própria 2 Tradução própria
42
de saúde da família influencia claramente na condição física e emocional dos trabalhadores e
desestimula a adesão a um modelo pautado na integralidade, na promoção da saúde e no
enfoque interdisciplinar de atuação. ” (TRAD E ROCHA, 2011, p.)
Segundo Fontana (2010), o Brasil passa por um momento de dificuldades no acesso à
rede de saúde e, portanto, de pouca resolutividade no serviço, muitas vezes desumanizado.
Onde “Não há leitos, nem trabalhadores suficientes para a demanda; nem sempre as
necessidades dos usuários e trabalhadores são satisfeitas e os materiais e equipamentos são
insuficientes ou inexistentes para a complexidade do sistema, sem mencionar as relações
verticais e autoritárias de gestão, desumanizando o processo de cuidar e interferindo
negativamente na saúde do trabalhador”.
Torna-se assim inviável ao profissional que não é tratado de forma humanizada, realizar
um cuidado diferenciado da forma pela qual ele recebe, o enfrentamento dessa situação muitas
vezes faz de sua atitude, um reflexo daquilo que se recebe da sua gestão. Infelizmente para o
profissional que não foi preparado desde a graduação, para prestar um cuidado humanizado, se
torna ainda mais complicada sua mudança nas ações, visto que isto interfere também na sua
saúde.
Pode-se refletir também quando o autor fala sobre a problemática dos gestores que
precisam ser “comprometidos com a qualidade do serviço prestado ao usuário envolvem-se com
a satisfação das necessidades dos trabalhadores, isto é, com a gestão de gente que cuida de
gente, adotando medidas que viabilizem as demandas de trabalho, tais como dimensionamento
de pessoal adequado, espaços de ouvidoria interna, viabilização e disponibilização de materiais
e insumos adequados e suficientes para que o trabalhador não se exponha a riscos internos e
externos, entre outros”. (FONTANA, 2010, p. 202-204)
“A humanização depende ainda de modificações no modo de pensar e agir das pessoas,
na ênfase aos valores atrelados à defesa da vida, a fim de tornar criativo e prazeroso o modo de
fazer o trabalho”. (COTTA et al, 2013, p.172) “Não se trata de omitir a responsabilidade de
quem cuida em oferecer cuidado humanizado e ético, mas, de refletir sobre até que ponto um
cenário profissional vulnerável a riscos, sejam psicossociais e/ou físicos, favorece a promoção
de uma ambiência compatível com a humanização que se quer e que é de direito do usuário;
acredita-se na interdependência entre o ambiente de trabalho instituído e o processo de
humanização das práticas”. ((FONTANA, 2010, p.204)
43
6.4 Implicações para a prática
Países que possuem sistemas públicos de saúde, nos quais princípios como
universalidade, integralidade, gratuidade e equidade estejam presentes, estão permanentemente
em risco. Em um mundo predominantemente capitalista, poderosos interesses de mercado são
contrariados por políticas públicas estabelecidas por nações em que a população, em longo
processo de amadurecimento social, econômico e político, lograram obter o acesso à saúde e a
serviços sociais não como mercadoria, mas como expressão legítima de sua condição de
cidadãos. (CONASS, 2011, p. 29) Em suma no Brasil, esse processo de amadurecimento vem
ganhando forma e condições aos poucos, para se alcançar essa mudança no sistema de saúde.
Quando se fala da execução da política de humanização na prática, percebemos que o
sistema de saúde, por si só, divide as “tarefas” de forma que cabe a cada um entender seu papel
no sistema e independente de sua formação, percepção de vida ou contexto em que vive,
cumprir com o que está na PNH e em todos os demais documentos do Ministério da Saúde.
Sendo assim observa-se que o enfoque dentro da humanização pode ter como alvo as relações
de cuidado ao usuário, mas, pode adequar-se para o cuidado ao profissional, ambos são sujeitos
e atores dinâmicos do processo de produção de saúde. (FONTANA, 2010, p.203)
Como implicação para prática pode-se alavancar as mudanças no ambiente de trabalho,
até mesmo na estrutura e no espaço onde ocorre o atendimento. É preciso pensar em mudanças
no modo de gerir, onde muitas opiniões devem ser postas em pauta aos gestores, para que os
trabalhadores possam contribuir ainda mais e sintam-se satisfeitos obtendo assim eficácia em
suas ações. A realização de um simples momento como uma roda de conversa, uma visita
domiciliar que propicia maior conhecimento da vivência dessas clientes, deve ser pensada e
programada para que seja realizada com tempo disponível a ouvir e trocar experiências. A
humanização depende de modificações no modo de pensar e agir das pessoas, a fim de se tornar
prazeroso o seu trabalho e principalmente se torne algo comum, usual e preciso, o cuidado
humanizado.
Bauman retrata justamente o quanto isso se tornou difícil na sociedade em que vivemos,
mas os profissionais de saúde podem fazer um trabalho diferente e mostrar que ainda há solução
para essa humanidade “fria”, reflexo da “pós-modernidade” que encontramos a todo tempo ao
nosso redor.
44
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Apesar de o profissional não ser preparado desde a sua formação para prestar um
cuidado diferenciado e humanizado, a PNH vem com essa proposta de atenção em saúde,
buscando mudanças. E o estudo foi relevante, pois conseguiu elucidar, de forma mais clara em
relação a outros estudos, como vem sendo realizado o cuidado na atenção básica. Pode-se,
então, responder à primeira questão norteadora do estudo: - Como os profissionais podem
prestar um cuidado humanizado às clientes na Atenção Básica? Os profissionais podem prestar
um cuidado humanizado em diversas situações do seu dia a dia de trabalho, seja na forma de
falar, agir, ou no ajudar mesmo que este não seja seu papel naquele momento, no abraçar quando
necessário, ser acolhedor, usar de empatia ou até mesmo no emprestar o seu ouvido para uma
escuta ativa ao outro.
Porém a rotina desgastante, as normas institucionais e o ambiente de trabalho nem
sempre colaboram para que haja esse tipo de atitude. A segunda questão norteadora: - O que se
encontra nas produções científicas sobre o cuidado dos profissionais de saúde na realização do
exame Papanicolau? Nas produções científicas encontradas foi observado que pouco se fala
sobre a atenção voltada somente a mulher, e menos ainda durante a realização do exame
Papanicolau, tornando assim evidente a necessidade de avançar nos estudos. As evidências
encontradas foram de seus dias de trabalho, as dificuldades que perpassam as rotinas dos
profissionais e também a vivência com essas clientes, que de fato permanece distanciada e
impedida algumas vezes de se ofertar um cuidado humanizado. Esse impedimento é
proveniente dos pensamentos de cada indivíduo, de suas formas de ver o mundo e o próximo.
Segundo Bauman o medo e a insegurança permeiam as relações pessoais e tornando
essa relação cada dia mais líquida visto que com o derretimento dos sólidos que não resistiram
a "liquefação" a principal afetada foi a sociedade, que perdeu lealdades tradicionais, crenças,
obrigações e direitos. Tornando o ser humano mais individualista e egocêntrico, sendo assim
profissionais menos acolhedores e com ações desumanizadas.
Conclui-se que o presente trabalho buscou analisar as produções científicas em relação
ao cuidado prestado a mulher na atenção básica e também na realização do exame Papanicolau,
discuti-las trazendo os pensamentos de Zigmunt Bauman sobre a modernidade e os tempos
líquidos vivenciados hoje.
45
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