Bruno Kiefer - Música e Dança Popular
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MSICA E DANA POPULAR
Sua influncia na msica
erudita
Esta nova
obra de Bruno
Kiefer,
Msica e dana popular su
influncia na msica erudita
continua a pesquisa iniciada pelo
Autor
na
Histria da Msica Brasileira
dos primrdios a
1922 .
Esta
pesquisa oficialmente aprovada pela
V Cmara
do
COCEP da UF RGS e
pelo
Departamento de
Msica
da
mesma Universidade.
Aborda, sinteticamente,
os
principais
gneros da msica popular urbana
que
floresceram
at
o advento
do
Modernismo. Sem perder
de
vista as
condies scio-culturais da poca
de
seu surgimento,
Brune
Kiefer analisa
a origem e o desenvolvimento
de
gneros
como
o maxixe, o frevo,
o schottsch o
tango
brasileiro, a polca.
Sempre com base
em documentos
,
rastreia a influncia
da
dana e
msica popular
em
compositores
modernistas e
comtemporneos,
tais
como
Villa-Lobos, Guarnieri,
Mignone e
outros
nomes
importantes
da
msica
erudita
brasileira.
ais que
um
simples
documento
e
registro
de
uma poca, pode-se
notar
neste
trabalho uma
anlise
da
constante
integrao e interinfluncia
da msica brasileira
em
todos
os
seus
nveis.
Myrna Bier ppel
MSl~ E
D N
POPULAR
sua infl
uencra na msica
erudita
-
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ipa
Mrio Rlfnelt
Reviso
Myrna Bier Appel
1979
Direitos
desta
edio reservados
Editora
Movimento
Repblica
130
- Fone
24 51 78
Porto
Alegre - S- Brasil
S U M R O
Danas europias nacionalizadas durante o Sculo XIX
A
valsa/
7
A polca e a habanera. O choro /
15
Schottisch mazurca e quadrilha / 27
Confluncias
de
danas estrangeiras nacionalizadas com o lundu
O tango
brasileiro/
35
O
maxixe/
48
I r
as
consideraes sobre a msica
de
carnaval / 57
-
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D N S EUROPIAS
N CION LIZ D S
DUR NTE O SCULO
XIX
A VALSA
E obscura a histria remota desta dana que reinou, soberana, nos
sa
les europeus do sculo passado. Suas origens mais prximas so danas
r
st icas alpinas (ustria), destacando-se o L lndler. Do campo, a
valsa
foi
para
as
cidades, notabilizando-se, inicialmente, Viena.
Mais
ou menos a partir
da dcada de 1770 observa-se a
sua
difuso para a qual contriburam, inclusi
ve compositores de envergadura como Haydn, Mozart e Beethoven.
As
mais
-
otveis, no entanto,
so
as numerosas valsas-dana de Schubert. Weber
- -
transformaria a
valsa
em
p ~
de concer o com o seu famoso
onvite
Dana
(mais conhecido, entre ns, como
onvite
Valsa),
de 1819, obra
brilhante, amvel, contagiosa, posteriormente orquestrada por Berlioz.
Trata-se a,
na
verdade, de uma
su
te de valsas, precedidas por uma introdu
o. Chopin e Liszt seguiriam
as
pegadas de Weber; Brahms preferir seguir a
- -
linha de Schubert. A maioria dos grandes compositores de renome do sculo
passado prestou a
sua
homenagem
,
ento, rainha das danas.
Devemos encarar
da
em diante a valsa-pea-de-concerto, a valsa-pea
de-salo e a valsa-dana. Esta ltima, tendo partido de Viena, difundira-se,
j
no
incio do sculo passado, para a Frana e Inglaterra. O Congresso de
Viena
desempenhara importante papel neste sentido.
Na
Frana, a valsa-dan
a
assumiu feies prprias ( lenta, lnguida, sentimental) .
Em
sua (Primeira fase, a valsa-dana apresenta ainda um andamento
-
-
cmodo, se.ndo muitas vezes difcil distingui-la do L'ndler. A segunda fase
corresponde ao que passou a ser conhecido, mundialmente, como Valsa
Vienense.
Na
origem encontram-se os nomes de
Josef
Lanner e Johann
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T
mp
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l~SJ J;;HAI\'
CA
.
\ ' ,\ l S/ \
f , . Fll,t.Yl l.\'l'A Gll 1ZAGA.
Ilustrao
n
1
-
1
pg
de
msica
da valsa
Grata Esperana
de
C//11111
nha Gonzaga - Editores Buschmann Guimares, R11 1
,I,,
Ourives,
52
- Rio de Janeiro
Merece uma rpida referncia, nesse contexto, a figura popula
pianeiro qual
Tinhoro
dedica
um
captulo. Diz a o autor:
A maioria desses pianistas populares, geralmente especialistas
valsas lentas, e polcas saltitantes, eram
tambm
autores das muitas m
que tocavam, figurando ainda no sculo XIX entre os mais prolficos au
de valsas, polcas e
schottisches,
no apenas aquele Aurlio Cavalcnti
t
v mais
de
uma centena
de
composies editadas), mas ainda
J.
C
Alexandre G. de Almeida, o Xandico, Azevedo Lemos e Amrico Fonse
Costa:
7
Sobre as atividades desses pianeiros populares comenta ainda o m
autor
.
Os pianeiros, na verdade, apareceram como uma
opo
para
q
d java
dar um
baile
em
casa, pois,
at ento,
a msica
de dana
s
lnrn
c1da
pelos grupos de chores, invariavelmente
formados
bas
li uta, violo e cavaquinho ..:
8
Na
produo
do importante compositor
popular
Joaquim Antni
1lviJ
Calado
(Rio,
1848
- Rio, 1880)
predominam as
polcas, seguindo-
quadrilhas. O catlogo de Baptista Siqueira no registra nenhuma
1 um Anacleto
de
Medeiros (Ilha
do
Paquet, 1866 - idem,
19
d11 11
d v Isas torna-se importante. Oua-se,
por
exemplo,
Terna S
, 111
h, dcsd,
os
primeiros compassos, a essncia
da
nossa
1
111do can
a valsa sentimental, a produo de valsas brilhan
11
lm
11t
notveis e muito brasileiras. Veja-se,
como
exemplo,
Pr
1mu d Patpio Silva (1881 1907), notvel flautista e compo
r 11p11I
r,
um
dos
pioneiros do disco gravado
no
Brasil.
/\ v,,I
, popu lar
continua
sendo cultivada sculo
XX
a
dentro,
sej
m, ln trumental, seja
sob
a forma
de
valsa-cano Durante a seg
I e d
I
do nosso sculo manifesta-se uma nova influncia : a americana.
v
I
d duir invaso
de
valsas americanas, lentas e langorosas , diz M
'
nta :
O
americanismo a dominar, quando motivos
de
ins
I
h1hot
o, Jos Ramos.
Os Sons Que Wm Da Rua.
Ed.
Tinhor
1
'
1
76, p. 166.
llthl,
106.
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OMO
BOM
POl.liA
para
PIANO.
PAH.
J O A Q UI M ANT
d
S
CALLADO
PIANO,
-
o a
~ e
Ide
"Como
Bom
de Calado
-
S
111
l 1
lustraao n 3
-
1
,-g.
musica
Baptista Siqueira, obra anunciada
no
Jornal do Com
"
11
em
14
;
4
;
1
975
(publicao original para flauta).
Ma
is alguns dados:
quando
Nazareth comps em 1879 a po lca
Cruz
Perigo ,
pensou, sem dvida, no
acompanhamento
da
habanera,
embora
com andamento diferente
desta. O mesmo vale para
No
Caio
N'Outra, No
Me Fujas Assim (1884), como
para sua primeira composio, Voc
Bem
Sabe ,
polca-lundu
de
1877.
IJ
O
estudo
de
outros
gneros mostrar
que
a polca europia, depois
de
ter
sofrido
aqu
i
um
processo de transformao e confluncia
com
outros
ritmos, uma das razes importantes da msica popular brasileira
dos
ltimos
decni
os do
sculo passado e incio deste. A musicologia brasileira ainda
tem muito trabalho pela
frente
no que se refere a levantamentos mais preci
sos, extensos e bem
fundamentados
nesta rea, inclusive no
sentido de cr
i
ar
uma infraestrutura indispensvel aos trabalhos de pesquisa
como
,
por
exem
plo, o levantamento
das
casas editoras, determinao
do
perodo
de
atuao
d
um ou outro compositor de
salo. Embora a maior parte dessas peas
de
Io no
tenham
valor esttico, seu
estudo
poder definir influncias, per
mirtr descrever etapas na evoluo do
sent
imento nativo.
A polca teve seu perodo ureo no sculo passado. Sua importncia
11111
{I nero
de
salo e
de
msica popular talve.:: exceda a da valsa. Confluin
,t
1
111 n
outros
ritmos,
deu
origem a novos gneros que se popularizaram.
pargrafos seguintes, algo mais a respeito disto. Por
enquanto
p nas que, na fase final
do
Segundo Imprio, j se registram,
, h,,l){)nera
mencionada, hbridos
como polca-lundu, polca-
i, 1
, , ,
marcha, polca-mazurca, polca-militar,
predominando, pe
ob
rvar, a
polca-lundu.
utores
eruditos de
polcas
podemos
citar (sculo passado e,
infcio deste):
Carlos
Gomes
Henrique Alves de Mesquita,
inv diu
tambm
a rea rural,
tran
formando-se
em
gnero
ll n to Almeida: No
s
o Br
s I todo danou
polca
por
nova e nossa e criamos
.)
, ln
,Histria
da
Msica Brasileira.
F. Briguiet
&
Cia., Rio,
1, p 187.
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polca; o andamento, segundo os autores, seria, porm, um pouco mais lento
do
que
o
da
polca.
Embora numerosas, as publicaes de schottisches
no
sculo passado
no podem ser comparadas, quantitativamente, com as das valsas e polcas. A
ttulo
de
amostra citamos uma coletnea chamada Flores Brasileiras editada
no final do Segundo Imprio pela
Lyra de Apo/lo - Armazm de Msicas
Pianos e guas Minerais da Viva Canongia
&
Cia. Rio de Janeiro, contendo
urna srie de schottisches.
Pelo que pudemos observar, no costumavam ocorrer nas schottisches
os ttulos humorsticos das polcas. Se percorrermos o catlogo das peas com
postas por Anacleto de Medeiros elaborado por Baptista Siqueira, topare
mos, na dezena de schottisches registradas, com ttulos como Louco de A
mor Benzinho Carcia de Amor Olhos Matadores e outros neste estilo. Car
los Gomes comps Anglica; um annimo, Zu -Zu (editado por Narciso e Ar
thur Napoleo). Estes poucos exemplos j permitem formar uma idia a res
peito da natureza dos ttulos.
Tambm a schottisch acabou se nacionalizando no decorrer do tempo.
Segundo Luciano Gallet, ci tado por Renato Almeida, a schottisch brasileira
pode ser dividida em dois tipos: um
de
acentuaes ntidas e colorido exage
rado
e outro de carter triste e expressivo.
25
25
Almeida, Renato. Obra
ci t
., p.
185
.
28
.SC.11
OTT 1 >C. H
P am-i.p
Fredtt LC.O 'B~Hl\P)
+
+
.t. +
,
~.,,,, de Anac/eto.
Hnaddo h Nc,chi.,n
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CONFLUNCIAS DE
DANAS
ESTRANGEIRAS
NACIONALIZADAS
COMO LUNDU
O TANGO BRASILEIRO
No h uniformidade entre os autores quanto a uma possvel diferena
ssencial entre o tango e a habanera, danas cultivadas pelos negros escravos
de Cuba e Haiti, desde o sculo XVI
11
Segundo o Grove s
Dictionary 1955),
por exemplo, o tango teria perdido, no decorrer do tempo, elementos tipica
rnente africanos, passando a dominar aspectos ibricos. Ritmicamente, a
msica
do tango
seria semelhante
habanera
com exceo do andamento
que, inicialmente mais lento que o da ltima, acelerar-se-ia no decurso da
xecuo.
A
nosso ver, isto poderia corresponder a variantes regionais
da
I
banera.
Alis, Francisco Garcia Jimenez,
ao
traar a histria do tanyo ar
J r1tino, simplifica a questo, dizendo com referncia habanera : Esta
I
J
za
cubana
se
conoci simultaneamente en Europa por el
rnote
genrico
I tango americano.
1134
A habanera, depois de ter ido Espanha, acabou aparecendo tambm
f
> t3rt
1sil, na dcada de 1860. Sua influncia, como veremos, sobre a nossa
,,, popular, foi bastante significativa. Durante vrias dcadas imprimiam-
t Juf
habaneras
em abundncia, tanto estrangeiras como nacionais. Se
, u 1rrssemos os catlogos, encontraramos ttulos como: E Sol de
ll.1
La Paloma,
Mi
Gustan Todas,
etc. Encontrar{amos tambm o tango
t
)1VfJ11 Telmaco, que ser comentado logo mais. Os ttulos mencionados,
ftt
t1lo outros, figuram em vrias edies. Uma delas, que temos em mos,
1 O (ce ntsima) edio do ento famoso tango brasileiro A li~Bab~ da
I
,,
i
M gica em 3 atos, de mesmo nome, com msica de He,1rique
Alves
1
Qtl
it ,
estreada no
Rio
em
1872.
Tendo em vista a
grande
difuso
l 11
o o nmero da edio, esta deve ser posterior, alguns anos, a
I
Lf>
do com a origem do ta11go bt Jsi leiro, Baptista Siqueira,
li
t
1 1
tos
da vida musical
carioca,
di : Porm em 863 .. . )
t
I
r ,
11ci
co Garcia.
E
Tango. Editorial Universitaria de Buenos
11
,10 Airl S,
1964, p. 10.
35
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JOANNA DO ARCO
TANGO PAR.\
CANTO
Mov imt'Oto
-1 fal hr ,
1
u.,
11
pn.Lr11 com m11-,ln nacpn-d., fal
l
w
Lr~ com mt,
., 1)
nau
p11-t t1 , - , _
'I ' . .
.
I 1
11 n- 1 rill,
st,m
1111.1
111
no p:i.cu
n1111 h:i
cu. ma.
'"m 1
111
hu
nu p,t.
~ 11
11.
,0
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J(JA.l /1 /,t
-
-
----
-
. ....
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'"
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L.,.val.o
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ri
UIO:t
t
-
v
;
..,
7~
....,
....
_
;J
...._...
p
*
.
Ilustrao n 5 - 1
pg. da msica de Joana do Arco
lmpre .w
'
I
1865/68 por
J.M. Alves da Rocha,
Praa da
Const
lt11
11 Rio de Janeiro.
na dcada de 1870 que comea a numerosa produo de
brasileiros
de
Chiquinha Gonzaga. A Compositora: ... deu ao tango
preferncia , diz Marisa Lira.
37
E sobre a repercusso afirma: Os
da querida compositora,
e tantos so
eles foram apreciadssimos.
grifo nosso.)
Por exemplo o tango Sospiro, da referida compositora, com
en
tre
1877
e 1880, se no antes, tem, no tocante ao acompanhamen
caratersticas da habanera; na parte meldica observa-se, pelo men
Incio,
um
certo jeito sapeca, lembrando chorinho.
O tango Yo te
Adoro da
mesma autora,
de
composio post
apresenta as mesmas caratersticas, exceto a parte meldica que no
seu ancestral: o lundu.
Num outro tango
de
Chiquinha ( Cantado pelo ator Machado na
cmica
Carlino
desempregado ), o acompanhamento, como a linha m
ca, mostram indiscutvel procedncia do lundu. No tango Chi, o aco
nhamento mantm-se na vizinhaa da habanera, comparecendo, alg
vozes, elementos da polca.
I
h ,
M1111sa
.
Brasil Sonoro.
Ed. A Noite, Rio , p.
242.
C hiquinha Gonzaga. Rio, 1939, p.
42
.
-
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SOSPlRO
O
'
FRANfJ/Sf \ GONZAGA
-
L
Ilustrao
n
6 - 1
pg da msica de "Sospiro " Impresso entru
lllilJ
por
Narc~so A.
Napoleo Miguz, Rua do
Ouvic/111
Rio de Janeiro .
Em
relao
ao
nmero
no desprezvel
de
autores
de
tangos brasilei
ros com
ou
sem o adjetivo)
da
dcada
de
1880
em
diante, as observaes
seriam semelhantes.
Ainda uma volta rpida a
Chiquinha Gonzaga.
Em 1897, a famosa
compositora popular escreveu para a revista
Zizinha Maxixe, de
Machado
Careca, a msica para a dana do
Corta-Jaca.
Esta msica, o
tango Gacho
-
vulgarmente
O Corta-Jaca
- possui uma melodia travessa, maliciosa,
em
I
ltmo
de
tango
.. ). Esse
nmero
foi o maior sucesso da
pea.
39
Esse
tango
possui
trs frmulas
de
acompanhamento.
A primeira,
1
. , , respondente
indicao
Batuque,
,
quanto ao
baixo,
da
prpria
hth.mera,
ligeiramente modificada pela
nota pontuada
no segundo
tempo;
uunda,
correspondente
indicao
Canto, apresenta
a
famosa sncope
1111, 1no
que remonta ao
velho lundu; a terceira um misto
da precedente
e
d1 111na variante da
frmula
de acompanhamento
da
polca. Tambm o
11111
opodo
nas linhas meldicas no nega a sua procedncia. Confirma-se
q11I
novamente, a
trplice
confluncia j descrita .
O
andamento,
no entan-
11111is vivo
do que
o
da habanera.
/\ntos de
voltarmos a
estudar
certos
aspectos dos tangos de
Ernesto
1 , no
abordados
no primeiro volume, conveniente
firmarmos
a se-
11,r1statao relativa aos tangos brasileiros pr-nazarethianos: esses
,, mantinham sempre -
ou
dentro de um mesma pea ou de uma para
lhld, p 83.
4
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ga), registrado na Biblioteca Nacional sob o
n
3295 em 16/12/1916 no
deixa de ser um maxixe.
O esquema bsico de
acompanhamento
o seguinte (compasso 10
em
diante):
Claro,
podem ocorrer
variantes, mas estas,
em
geral, no alteram fun
damentalmente o esquema apresentado. Chama a ateno o aparecimento da
sncope
no
primeiro
tempo
do
acompanhamento. E o sincopado das
li-
nhas meldicas lembra - bvio - o velho lundu-cano.
Em comparao com o tango brasileiro, o maxixe parece-nos mais uni-
forme
em
suas caractersticas, mais definido como gnero.
Concordamos, pelo
exposto,
com Mozart
de
Arajo que, ao comparar
as duas danas, diz que elas
"no
se confundem, quer
do ponto
de vista da
coreografia, quer
do
ponto de vista da realizao musical.. ."
54
.
Com a entrada do sculo XX , o maxixe comeou a tomar conta do Rio
(deixando
de
lado algun ncleos
de
resistncia pertinaz). Alis, a letra
do
Maxixe Aristocrt ico da Ruvlsto em 3 Actos
11
Quadros e 3 Apoteoses d
Tito Martins e Bandoir do Gouva, com msica de Jos Nunes, intltulud I
e L .. chega a ter um cunho meio proftico :
O maxixe aristocrtico,
Ei-lo que desbancar
Valsas, po cas e quadrilhas.
Quantas
outras
danas h
A estria da revista deu-se no Rio em 1904 O
maxixe que temos em mos j a 10 edio.
54
- Arajo, Mozart de. Obra cit. p.
24
.
54
111pl
I du,
l u
tol
C
E
L...
Re
,J
, :t
. '" l Ac
to
s ,
H Quatlr
0> PJ
A
po
thco,e~
de
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o
l lar t i
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r Bantll'ira de
Oo
uv
a
) .\XIX. E AR ISTOU HICO
~1
.
iea de .JOS .\'UNES
'
r .
o
n 11 - 1
pg. musical de
C
e L Composto em 1904 Rio
de
Janeiro por Nascimento e Si lva Rua do Ouvidor 175.
-
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