Busca Pelo Reconhecimento

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UNOCHAPECÓ Fundação Universitária do Desenvolvimento do Oeste – FUNDESTE Curso: de Pós Graduação em Psicologia Jurídica: As interfaces entre a Psicologia e a Justiça Professora: Simone Regina Medeiros LUTA POR RECONHECIMENTO Marilia Giacobbo Trevizan 1 HONNETH, Axel. Luta por Reconhecimento: A gramática Moral dos conflitos sociais. São Paulo. Ed. 34. 2003. “Nascido em 1949, Axel Honneth apresentou sua tese de doutoramento à Universidade Livre de Berlim em 1983, cuja publicação em livro deu-se em 1985, sob o título de Kritik der Macht. Reflexionsstufen einer Kristischem Gesellschaftstheorie (Crítica do Poder. Estágio de reflexão de uma teoria social crítica). Entre 1984 e 1990, foi assistente de Jurger Habermas no Instituto de Filosofia da Universidade de Frankfurt, onde apresentou sua tese de livre- docência, cuja versão em livro é exatamente este Luta por Reconhecimento. A gramática moral dos conflitos Sociais, publicado em 1992. Em 1996, Honneth sucedeu a Habermas em seu posto na Universidade de Frankfurt. Em maio de 2001, Honneth assumiu também a direção do instituto de Pesquisa Social.” O texto de Axel Honneth é denso e com linguagem rebuscada e de difícil entendimento para olhos não preparados a esta forma de escrita. Ao longo da apresentação sobre a ideia da “busca pelo reconhecimento” como pano de fundo base para as relações humana, a compreensão vai ganhando forma e é possível 1 Psicóloga Clínica, Técnica da Casa Lar Caminho de Luz, Psicóloga Escolar na Prefeitura Municipal de Planalto, Colunista do Jornal Primeira Edição e Portal Educação, Pós Graduanda em Saúde Mental pela UCDB – Portal educação; Pós Graduanda em Psicologia Jurídica pela Unochapecó. E-mail:[email protected]

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A busca pelo reconhecimento como pano de fundo das relações humanas.

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UNOCHAPEC

Fundao Universitria do Desenvolvimento do Oeste FUNDESTE

Curso: de Ps Graduao em Psicologia Jurdica: As interfaces entre a Psicologia e a JustiaProfessora: Simone Regina Medeiros

LUTA POR RECONHECIMENTOMarilia Giacobbo Trevizan 1

HONNETH, Axel. Luta por Reconhecimento: A gramtica Moral dos conflitos sociais. So Paulo. Ed. 34. 2003. Nascido em 1949, Axel Honneth apresentou sua tese de doutoramento Universidade Livre de Berlim em 1983, cuja publicao em livro deu-se em 1985, sob o ttulo de Kritik der Macht. Reflexionsstufen einer Kristischem Gesellschaftstheorie (Crtica do Poder. Estgio de reflexo de uma teoria social crtica). Entre 1984 e 1990, foi assistente de Jurger Habermas no Instituto de Filosofia da Universidade de Frankfurt, onde apresentou sua tese de livre-docncia, cuja verso em livro exatamente este Luta por Reconhecimento. A gramtica moral dos conflitos Sociais, publicado em 1992. Em 1996, Honneth sucedeu a Habermas em seu posto na Universidade de Frankfurt. Em maio de 2001, Honneth assumiu tambm a direo do instituto de Pesquisa Social.O texto de Axel Honneth denso e com linguagem rebuscada e de difcil entendimento para olhos no preparados a esta forma de escrita. Ao longo da apresentao sobre a ideia da busca pelo reconhecimento como pano de fundo base para as relaes humana, a compreenso vai ganhando forma e possvel vislumbrar sua linha de raciocnio e o que ele pensava sobre os relacionamentos humanos. Pensadores como Hegel buscavam o entendimento da sociedade em suas diversas manifestaes como sendo em decorrncia da essncia humana em busca por reconhecimento. Suas concepes e entendimentos ganharam fora e materialidade atravs da Psicologia social teorizada por Georg Herbert Mead, com o propsito de esclarecer os processos de mudana social reportando-se as pretenses normativas estruturalmente inscritas na relao de reconhecimento recproco. Ambos os pensadores buscam situar as formas de reconhecimento em diferentes esferas da reproduo social: Hegel dividia sua filosofia politica em famlia, sociedade civil e o Estado, enquanto que em Mead perceptvel tendncia de destacar nas relaes primrias do outro concreto as relaes jurdicas e a esfera do trabalho enquanto duas formas diferenciadas de realizao do outro generalizado. Historicamente possvel vislumbrar uma ampla gama de pensadores com tendncia a dividir de diversas formas as relaes humanas, parecendo bvio distinguir formas de se relacionar atravs das vias de ligao emotivas, da adjudicao de direitos ou da orientao comum por valores. A teoria defendida por Hegel e Mead atribui as esferas de interao a padres diferentes de reconhecimento recproco, aos quais devem corresponder respectivamente. Alm do mais, um potencial particular de desenvolvimento moral e formas distintas de autorelao individual. Para um melhor compreenso dessas divises e das teorias h uma tentativa de reconstruir o contedo concretamente dado do amor, do direito e da solidariedade. Hegel reporta que o amor designa mais do que somente o relacionamento sexualmente preenchido. O amor, e seu sentido no restritivo ao sexualizado, mas concebido de uma forma neutra. Reportando-se ao amor em sua forma primria que ocorre de forma intensa e entre poucas pessoas: relao ertica entre parceiros, amizade e das relaes pai/filho.A psicanalise trouxe a importncia da relao com o outro atravs das relaes de objeto. Para Freud e seus sucessores, os parceiros apresentavam-se como objetos de investimentos libidinosos. Alvo dos desejos e sentimentos dos bebes, sem uma reconhecida reciprocidade. A me desenvolveria um papel secundrio, sem atuao, como se apenas recebesse os estmulos da criana, mas no exercia nenhum tipo de interao significativa. Pensar que o beb se desenvolve apenas atravs de suas descargas libidinosas para o objeto de seu desejo e dio, no mais suficiente, sendo que o processo de socializao dependia determinantemente das experincias que a criana tem com a me e no mais somente em relao a me. H reciprocidade e troca de afetos. O beb aprende a se entender um ser autnomo por meio da relao emotiva. H uma duplicidade entre a simbiose me/beb que vai diminuindo com a busca, da autoafirmao. Diversos pensadores vislumbraram a importncia dos primeiros contatos da me com o filho, e sobre a importncia afetiva desse primeiro contato, sendo que John Bowlby expandiu as possibilidades ao investigar e concluir que j nos primeiros meses de vida uma disposio ativa para o estabelecimento de proximidades interpessoais que possibilitem a base para as formas posteriores de relacionar-se. como se nesses primeiros momentos da interao afetiva a criana iniciasse a aquisio de ferramentas internas que o auxiliaram ao longo de seu desenvolvimento a enfrentar as mais diversas formas de relao. A forma como essa ferramenta se consolidar determinante para todo o desenvolvimento posterior.Uma das transcries que considero mais lindas do entendimento do homem o descrito por Hegel como o ser si mesmo no outro, um equilbrio precrio, mas muito significativo entre autonomia e ligao. Afinal desde sempre nos descobrimos no outro, o que o outro nos provoca que faz com que reconheamos e descobrimos novos sentimentos. Se uma pessoa nos prova irritao, por exemplo, esse sentimento diz muito mais sobre ns mesmo do que sobre a pessoa. algo sobre aquela pessoa, na relao recproca que gera sentimentos - Aqui acionadas as ferramentas adquiridas ao longo do desenvolvimento e a forma como elas formam moldadas ou programadas. Para Hegel o amor representa a primeira etapa do reconhecimento reciproco, pois ao perceber a necessidade do outro, identificam sua natureza carente. Alm do que carncias e afetos s podem de alguma maneira receber confirmao, pois so satisfeitos ou correspondidos e o prprio reconhecimento possui um carter de assentimento e reconhecimento. Ren Spitz vem a colaborar e acrescentar quando reporta que a funo materna no pode ser apenas de satisfao as necessidades corporais dos bebes, pois quando falta o afeto e o acolhimento o bebe no se desenvolve adequadamente. No basta que a carncia corporal seja suprida, necessria a dedicao materna.O auto descreve ento essa diferenciao ou acrscimo de entendimento, onde Freud assevera que as relaes da criana com a me como meros objetos de descarga libidinosas, e Spitz entendia que isso no era possvel, pois mesmo quando supridas as necessidades corporais, a privao da dedicao materna gera distrbios no desenvolvimento emocional e psquico. A teoria Psicanaltica da relao com o objeto representa ento a primeira tentativa de uma resposta conceitual, complementando a organizao das pulses libidinosas, a relao afetiva com a outra pessoa considerada um componente do processo de amadurecimento. Permitindo, e de certa forma contribuindo, com a fenomenologia das relaes de reconhecimento, quanto compreende o amor com uma forma determinada de reconhecimento em virtude do modo especfico pelo qual o sucesso das ligaes afetivas se torna dependente da capacidade, adquirida na primeira infncia, para o equilbrio entre simbiose e autoafirmao.Hegel teve seu caminho preparado por Winnicott que vislumbrava a relao amorosa como um processo de reconhecimento recproco. Entendendo que no s o bebe que percebe a me como simbitica o inverso tambm ocorre. Fala da me como necessitando ser, suficientemente boa, diferenciando-se do entendimento mais ortodoxo da Psicanlise, e validando o entendimento de Hegel e Mead quando entendendo que a criana interage com a me e no apenas como alvo de suas investidas libidinosas. na relao com a me, atravs de sua ausncia, de investidas hostis na espera da resposta emocional da me que a criana vai construindo suas ferramentas internas, descobrindo-se ser autnomo, diferenciado do exterior e no simbitico com a me. Quando a me inicia o processo de separao, comumente com a interveno paterna do corte, o bebe passa a perceber-se separado e fortalece a construo de sua personalidade. Inicia o processo de sada da dependncia para satisfao de carncias sem condies de delimitao entre um e outro. A me vivenciar o estado carencial precrio do bebe como uma necessidade de seu prprio estado psicolgico, uma vez que se identificou projetivamente a ele durante a gravidez. Tambm para a me necessrio um trabalho de corte umbilical emocional que as d nesse primeiro momento de autoafirmao do beb e continua at a fase da adolescncia, quando precisa deixar o filho sair de casa e constituir vida prpria. Essa relao intrincada e complexa da me e seu bebe base para todas as relaes posteriores desse novo ser em formao. Quando da passagem do estado de simbiose para a busca da autonomia e auto reconhecimento ocorre essncia desta, e de posteriores relacionamentos, ser si mesmo em outro. Uma me, aps ter estado simbitica com seu beb tambm no sair ilesa desse processo, suas carncias e necessidades foram investidas de uma nova forma de reconhecimento, o reconhecimento da maternidade, e a partir desse ponto inevitvel que suas expectativas quando a sua cria seja sempre de auto afirmao e comprovao do sucesso dessa fase. Para Winnicott atos contra a me, oriundos do beb, no so respostas contra a frustrao (pela separao), mas um meio construtivo, no qual a criana pode chegar a um reconhecimento da me e reconhecendo-a pode reconhecer-se. Quando entendemos que o desligamento ocorre como resultado de uma manifestao agressiva por uma frustrao, podemos vislumbrar a luta pelo reconhecimento. Esse bebe quer ser reconhecido e por isso volta-se contra seu objeto de amor, percebendo-se dependente deste amor - me e filho compreendem que so dependentes do amor sem necessariamente terem de se fundir-se. Winnicott traz tambm a o objeto transicional, como sendo parte do processo de separao e compreenso da existncia do objeto fora de s. Desse entendimento, surge a capacidade de estar s, que depende da confiana da criana na durabilidade da dedicao materna. A criana percebe-se separada da me, esta agora pertencente a um mundo exterior, e se a me foi suficientemente boa a criana desenvolver a capacidade de perceber suas carncias e a necessidade do outro externo, no mais simbitico.O amor representa uma simbiose quebrada pela individuao reciproca, ento o que nele encontra reconhecimento junto ao respectivo outro manifestamente apenas sua independncia individual. Sobre a relao jurdica Hegel e Mead compreendem que s podemos chegar a uma compreenso de ns mesmos como portadores de direitos quando possumos, inversamente, um saber sobre quais obrigaes tem de observar em face do respectivo outro: apenas da perspectiva normativa do outro generalizado. Dessa forma reconhecemos nossos direitos, e nos reconhecemos como portadores de tais direitos, quando percebemos que os outros (iguais) possuem tais direitos. Podemos reconhecer o outro, como portador de direitos, mas no significa que o estimamos, pois entra a questo do julgamento, do que essa pessoa nos desperta e como a avaliamos. Marshall compreende que o modo pelo qual a ampliao sucessiva dos direitos individuais fundamentais manteve-se ligado quele principio normativo que estivera no comeo dela a ttulo de ideia diretriz, de que todo o ganho das atribuies jurdicas individuais pode ser entendida como um passo alm no cumprimento da concepo moral segundo a qual todos os membros da sociedade devem poder ter assentido por discernimento racional ordem jurdica estabelecida, deve ser esperada deles a disposio individual obedincia. Mead e Hegel falaram tambm de outra forma de reconhecimento recproco, escrevendo de maneira diferenciada, mas com a mesma base de pensamento. Para chegar a uma autor relao infrangvel, o ser humano precisa, alm da experincia da dedicao efetiva e do reconhecimento jurdico, de estima social que lhes permita referir-se positivamente a suas propriedades e capacidades concretas. Compreende-se que necessrio haver a construo primria da identidade, identificar os direitos e ser portador de tais benefcios, observando que deve tambm respeitar o espao e a dignidade do outro. Alm da necessidade de reconhecimento e status social, busca pelo reconhecimento na sociedade. Todo o meio em que vive deve, simultaneamente, inflar suas carncias e preencher a necessidade de ser reconhecido e horado posteriormente preenchido com a categoria reputao e prestigio. Quando buscamos o reconhecimento, podemos entender a solidariedade desse mesmo enfoque, quando ajudamos o outro, alm de buscarmos o reconhecimento de nossa bondade e atingirmos o lugar de destaque e prestigio, ainda conseguimos melhorar o quadro geral, ou seja, ajudando o outro e suas propriedades, mesmo estranhas as nossas, os objetivos que so comuns a ambos podem ser alcanados. Quando no relacionamento com o outro, nos sentimos ofendidos ou rebaixados temos de certa forma o reconhecimento pelo outro negado, esta no foi capaz de perceber o que somos (ou achamos que somos) e nos reconhecer em nossas qualidades. Mas h de se pensar que a negativa de algum reconhecimento pode ser em decorrncia de uma construo errnea de que temos tais qualidades. Somos ofendidos no que compreendemos que somos e no necessariamente no que verdadeiramente somos. As pessoas so feridas em uma compreenso positiva delas mesmas. Hegel e Mead falam sobre o desrespeito como a necessidade constante de ter a autoimagem reafirmada pelo outro. A auto imagem normativa de cada ser humano, de seu Me, conforme Mead, depende da possibilidade de um resseguro constante no outro, vai de par com a experincia de desrespeito o perigo de uma leso, capaz de desmoronar a identidade da pessoa inteira.Esse ponto do texto chama a ateno, pois possvel reportar-se a constituio primria do ser. Quando a me consegue ser suficientemente boa em seu afeto, possvel construir uma tolerncia maior contra os desrespeitospois estamos mais fortes e conscientes do amor do outro e em contrapartida de nosso prprio valor. Quando isso ocorre de alguma maneira frgil quando o outro nos ofende as dvidas ganham propores aumentadas, sendo capazes de destruir todas as certezas sobre ns mesmos. Esse desrespeito pode ocorrer quando a pessoa sente-se excluda, ou no pertencente a uma sociedade, dessa forma sua identidade tambm abalada, pois se no se reconhece na aceitao do outro, no consegue compreender e exaltar suas qualidades e potencialidades. A busca pelo reconhecimento, sentindo-se igual ou com igualdade de condies com os outros do gruo faz com que tenha reconhecidos seus direitos e valores. Quando o ser humano ameaado nessa sua base psquica, em sua identidade, o dano equivalente aos causados pela tortura e dor fsica, pois h uma desestruturao quanto a sua essncia, a pessoa pertencente ao mundo, se isso lhe tirado, a agonia e o sofrimento podem causar rupturas psquicas significativas. O autor reporta que quando o sujeito reconhece que o reconhecimento social lhe negado de forma injustificada a sua manifestao se da com emoes negativas, de raiva, ira ou vergonha, a vexao ou o desprezo.Com a falta do reconhecimento, de alguma forma, em algum perodo do desenvolvimento psquico, abre de alguma forma uma lacuna preenchida muitas vezes por sentimentos negativos, com afetao e consequncias psquicas.A vergonha um sentimento representativo do qual aspecto da interao se transgrida a norma moral que, por assim dizer, falta ao sujeito para o prosseguimento rotinizado de sua ao. Quando o sujeito envergonha-se se sente inferior aos seus comuns, sendo possvel identificar quais so suas feridas ou lacunas de reconhecimento mais frgeis, que ao ser envergonhado reconhece-se como inferior aos seus iguais. Nessas reaes emocionais de vergonha, a experincia de desrespeito pode tornar-se um impulso motivacional de uma luta por reconhecimento.Sempre esteve inserida na experincia de uma determinada forma de reconhecimento a possibilidade de uma abertura de novas possibilidades de identidade, de sorte que uma luta pelo reconhecimento social delas tinha que ser a consequncia necessria.O amor como forma de reconhecimento recproco no pode ser a causa de conflitos sociais, mesmo que em cada relao amorosa exista uma dimenso de luta pelo equilbrio da manuteno da fuso e delimitao do outro, e da busca pelo reconhecimento e delimitao do sentimento atravs de trocas intendas de desejos positivos e raivas, essa dinmica no generaliza para uma situao social de conflito. J o reconhecimento social passvel de conflitos visto que busca o reconhecimento na generalidade, um quadro moral de conflitos sociais, e podem atingir grupos em suas carncias, de forma negativa, estimulando no s o sujeito e o amor em sua forma primria, mas as concepes e vises de uma coletividade e suas potencialidades e qualidades baseadas em suas crenas, que nem sempre so corretas. O que acaba sendo um gerador de conflito, quando outro sujeito pe em duvida a qualidade que uma coletividade acredita possuir. Quando se atribui todas as lutas como resultado de uma ofensa moral que atingiu a coletividade e ensejou uma luta por reconhecimento dessa coletividade, preciso compreender onde se encontra a importncia de fatores externos plausveis de sobrevivncia econmica como favorecedores de conflitos. Os sentimentos de desrespeito formam o cerne das experincias morais, inseridas na estrutura das relaes sociais porque os sujeitos se deparam com a expectativa do reconhecimento, que so ligadas as condies de sua integridade fsica. O sujeito e seu grupo precisam ter suas necessidades fsicas preenchidas para poderem ser reconhecidos como capazes de tal feito. Sua integridade psquica est ligada a satisfao de suas necessidades de sobrevivncia e procriao. Os modelos de conflitos que comeam pela ameaa dos interesses coletivos so quando est ameaada essa segurana do grupo, e sua capacidade de aumentar seu poder e sua capacidade de reproduo. A capacidade e o reconhecimento de um grupo ou individuo passa pela capacidade de ter bens, manter seu grupo e reproduzir para dar continuidade a si mesmo. O texto de forma geral, apesar de sua densidade e facilidade em cansar um leitor desacostumado a tamanho traado histrico e sem ter conhecimento de tal teoria, traz significativas explicaes e situa historicamente a luta pelo reconhecimento onde aps finalizar a leitura possvel identificar com mais clareza a presena do reconhecimento como pano de fundo de todo o relacionamento humano.

1 Psicloga Clnica, Tcnica da Casa Lar Caminho de Luz, Psicloga Escolar na Prefeitura Municipal de Planalto, Colunista do Jornal Primeira Edio e Portal Educao, Ps Graduanda em Sade Mental pela UCDB Portal educao; Ps Graduanda em Psicologia Jurdica pela Unochapec. E-mail:[email protected]