C 2-1 Emprego Da Cavalaria

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Edição 1999 C 2-1 MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO ESTADO-MAIOR DO EXÉRCITO Manual de Campanha EMPREGO DA CAVALARIA

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Emprego da Cavalaria

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  • 2 Edio1999

    C 2-1

    MINISTRIO DA DEFESA

    EXRCITO BRASILEIRO

    ESTADO-MAIOR DO EXRCITO

    Manual de Campanha

    EMPREGO DA CAVALARIA

  • MINISTRIO DA DEFESA

    EXRCITO BRASILEIRO

    ESTADO-MAIOR DO EXRCITO

    Manual de Campanha

    EMPREGO DA CAVALARIA

    2 Edio1999

    C 2-1

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  • PORTARIA N 112-EME, DE 06 DE DEZEMBRO DE 1999

    Aprova o Manual de Campanha C 2-1 - Empregoda Cavalaria, 2 Edio, 1999.

    O CHEFE DO ESTADO-MAIOR DO EXRCITO, no uso da atribuioque lhe confere o artigo 91 das IG 10-42 - INSTRUES GERAIS PARACORRESPONDNCIA, PUBLICAES E ATOS NORMATIVOS NO MINIS-TRIO DO EXRCITO, aprovadas pela Portaria Ministerial N 433, de 24 deagosto de 1994, resolve:

    Art. 1 Aprovar o Manual de Campanha C 2-1 - EMPREGO DACAVALARIA, 2 Edio, 1999.

    Art. 2 Determinar que esta Portaria entre em vigor na data de suapublicao.

    Art. 3 Revogar o Manual de Campanha C 2-1 - EMPREGO DACAVALARIA, 1 Edio, 1981, aprovado pela portaria N 049-EME, de 28 desetembro de 1981.

  • NOTA

    Solicita-se aos usurios deste manual a apresentao de sugestesque tenham por objetivo aperfeio-lo ou que se destinem supresso deeventuais incorrees.

    As observaes apresentadas, mencionando a pgina, o pargrafoe a linha do texto a que se referem, devem conter comentrios apropriadospara seu entendimento ou sua justificao.

    A correspondncia deve ser enviada diretamente ao EME, deacordo com o artigo 78 das IG 10-42 - INSTRUES GERAIS PARACORRESPONDNCIA, PUBLICAES E ATOS NORMATIVOS NOMINISTRIO DO EXRCITO, utilizando-se a carta-resposta constante dofinal desta publicao.

  • NDICE DE ASSUNTOS

    Prf Pag

    CAPTULO 1 - INTRODUO .......................................... 1-1 a 1-5 1-1

    CAPTULO 2 - A CAVALARIA

    ARTIGO I - Generalidades .......................................... 2-1 2-1

    ARTIGO II - Fundamentos do Emprego da Cavalaria .. 2-2 a 2-4 2-18

    ARTIGO III - Concepo de Emprego da Cavalaria ...... 2-5 a 2-7 2-23

    ARTIGO IV - Bases de Organizao da Cavalaria ........ 2-8 e 2-9 2-27

    CAPTULO 3 - MISSES DA CAVALARIA

    ARTIGO I - Generalidades .......................................... 3-1 3-1

    ARTIGO II - Reconhecimento ....................................... 3-2 e 3-3 3-2

    ARTIGO III - Segurana ................................................ 3-4 a 3-8 3-4

    ARTIGO IV - Operaes Ofensivas ............................... 3-9 a 3-12 3-7

    ARTIGO V - Operaes Defensivas ............................. 3-13 a 3-15 3-12

    CAPTULO 4 - AES COMUNS S OPERAES B-SICAS E OPERAES COMPLEMEN-TARES

    ARTIGO I - Introduo ................................................. 4-1 4-1

    ARTIGO II - Vigilncia de Combate .............................. 4-2 4-1

  • Prf Pag

    ARTIGO III - Substituio em Posio, Ultrapassageme Acolhimento ........................................... 4-3 a 4-6 4-2

    ARTIGO IV - Segurana de rea de Retaguarda .......... 4-7 e 4-8 4-4

    ARTIGO V - Juno ...................................................... 4-9 e 4-10 4-6

    CAPTULO 5 - OPERAES SOB CONDIES ESPE-CIAIS DE AMBIENTE

    ARTIGO I - Introduo ................................................. 5-1 5-1

    ARTIGO II - Operaes em Regies de Serras e Terre-nos Montanhosos ...................................... 5-2 e 5-3 5-2

    ARTIGO III - Operaes em Regies de Mata Densa ede Selva .................................................... 5-4 a 5-6 5-3

    ARTIGO IV - Operaes na Caatinga ............................ 5-7 e 5-8 5-7

    ARTIGO V - Operaes em Regies Contaminadascom Agente QBN ...................................... 5-9 e 5-10 5-8

    CAPTULO 6 - OPERAES COM CARACTERSTICASESPECIAIS

    ARTIGO I - Operaes Aeroterrestres ......................... 6-1 e 6-2 6-1

    ARTIGO II - Operaes Aeromveis ............................ 6-3 e 6-4 6-2

    ARTIGO III - Operaes de Transposio de Cursos degua.......................................................... 6-5 e 6-6 6-3

    ARTIGO IV - Operaes em reas Fortificadas ............ 6-7 e 6-8 6-5

    ARTIGO V - Operaes em reas Edificadas (Locali-dades) ....................................................... 6-9 e 6-10 6-6

    ARTIGO VI - Operaes Anfbias .................................. 6-11 6-7

    CAPTULO 7 - A CAVALARIA BLINDADA

    ARTIGO I - Caractersticas, Possibilidades e Limita-es .......................................................... 7-1 a 7-3 7-1

    ARTIGO II - Organizao dos Meios ............................ 7-4 a 7-6 7-5

    ARTIGO III - Emprego nas Operaes .......................... 7-7 a 7-11 7-7

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    CAPTULO 8 - A CAVALARIA MECANIZADA

    ARTIGO I - Caractersticas, Possibilidades e Limita-es .......................................................... 8-1 a 8-3 8-1

    ARTIGO II - Organizao dos Meios ............................ 8-4 a 8-6 8-4

    ARTIGO III - Emprego nas Operaes .......................... 8-7 a 8-10 8-7

    CAPTULO 9 - A CAVALARIA PRA-QUEDISTA

    ARTIGO I - Caractersticas, Possibilidades e Limita-es .......................................................... 9-1 a 9-3 9-1

    ARTIGO II - Organizao dos Meios ............................ 9-4 9-3

    ARTIGO III - Emprego nas Operaes .......................... 9-5 e 9-6 9-4

    CAPTULO 10 - A CAVALARIA DE GUARDA

    ARTIGO I - Caractersticas, Possibilidades e Limita-es .......................................................... 10-1 a 10-3 10-1

    ARTIGO II - Organizao dos Meios ............................ 10-4 10-3

    ARTIGO III - Emprego nas Operaes .......................... 10-5 e 10-6 10-4

    ANEXO A - GLOSSRIO DE ABREVIATURAS ESIGLAS ..................................................... A-1

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    CAPTULO 1

    INTRODUO

    1-1. FINALIDADE

    a. Este manual apresenta a doutrina bsica de emprego da Cavalaria ea forma como ela se insere no contexto das operaes do Exrcito Brasileiro.

    b. O C 2-1 - EMPREGO DA CAVALARIA baseia-se nas InstruesProvisrias IP 100-1 - BASES PARA A MODERNIZAO DA DOUTRINA DEEMPREGO DA FORA TERRESTRE (DOUTRINA DELTA - 1 Edio - 1997)e no Manual de Campanha C 100-5 - OPERAES (3 Edio - 1997).

    c. O Manual de Campanha C 2-1 - EMPREGO DA CAVALARIA serve debase para a elaborao de outros manuais de campanha e instrues provis-rias da Arma de Cavalaria. Ele aborda aspectos bsicos da doutrina de empregoe da estrutura organizacional das brigadas, unidades e subunidades de Cava-laria, deixando os detalhes para outros manuais especficos.

    d. Este manual aborda, sucintamente, a histria da Cavalaria e aevoluo da Arma de Cavalaria no Brasil. Estas consideraes foram inseridasneste manual de campanha por serem consideradas de fundamental importn-cia para a compreenso do esprito de corpo da Arma e para o corretoentendimento do papel da Cavalaria no combate, desde os seus primrdios atualidade.

    1-2. CONSIDERAES BSICAS

    a. Desde as suas origens a Cavalaria tem passado por inmerasmodificaes, adaptando-se aos avanos tecnolgicos da humanidade e smodificaes da Arte da Guerra. Esta influncia da tecnologia sobre a Armapode ser avaliada pela gama de meios de combate utilizados desde aantigidade: plataformas, carros de guerra, elefantes, cavalos, carros blinda-

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    dos, carros de combate e, em alguns exrcitos, helicpteros. Estes meioscondicionaram a sua doutrina de emprego e as suas possibilidades operacionaise limitaes.

    b. Em determinados perodos da histria, o combate adquiriu caractersticasespeciais, influenciado por novas descobertas ou sofisticaes tecnolgicas, quederam aos exrcitos vantagens tticas ou estratgicas, modificando as formas decombater. Os cavalarianos, atentos a estas modificaes, conduziram a Arma aolongo dos sculos, evoluindo e aprimorando suas tticas de combate e suadoutrina de emprego, adaptando seu equipamento e meios de transporte s evolu-es que surgiam. Aqueles que no souberam acompanhar a evoluo da arte daguerra, no acreditaram nas mudanas que ocorriam nos campos de batalha ouse apegaram demasiadamente s tradies e a seus paradigmas, foraminexoravelmente destrudos ou viram suas unidades serem extintas ou absorvidaspor outras Armas, por serem consideradas inteis e antiquadas ante o apareci-mento de novos meios e formas de combate. A Cavalaria a Arma da Tradioe a tradio na Cavalaria significa a constante evoluo doutrinria.

    c. A doutrina militar terrestre passou por profundas e radicais modifica-es nas ltimas trs dcadas do sculo XX, alterando quase que completa-mente as feies do campo de batalha tradicional, adaptando-se natureza dosconflitos, s possibilidades tecnolgicas do presente e libertando-se de velhosdogmas. Este grande avano doutrinrio baseou-se nas experincias decombate obtidas nos conflitos rabe - Israelenses, no Vietn e no Golfo Prsico,que se caracterizaram pelo intenso uso de equipamentos de sofisticadatecnologia, armamentos de elevada letalidade e preciso e pela ampla utiliza-o do espectro eletromagntico.

    d. Neste novo campo de batalha do final do sculo XX e incio do sculoXXI, cresce de importncia a figura do chefe militar, o adestramento adequadodos quadros e da tropa, assim como a disponibilidade dos mais modernos meiosde combate. A vitria final ser alcanada por aqueles que possurem emelevado grau a liderana e o esprito ofensivo, souberem conquistar e mantera iniciativa, possurem capacidade para conceber e executar com rapidez asoperaes, tiverem a necessria flexibilidade para alterar atitudes, misses ea constituio de suas foras, souberem, com maestria, sincronizar as aes notempo, no espao e na finalidade, possurem elevada capacidade de decisoe conseguirem transmitir com clareza e objetividade o conceito das operaese a inteno dos comandantes.

    e. A doutrina de emprego da Cavalaria Brasileira foi influenciada decisi-vamente neste final de sculo XX, por trs novos conceitos doutrinrios: oCOMBATE MODERNO, a DOUTRINA DELTA e a GUERRA DE MOVI-MENTO. Esses conceitos iro repercutir sobre as trs grandes vertentes dadoutrina de emprego da Arma: o COMO COMBATER (doutrina dos manuaisde campanha), o COM QUEM COMBATER (quadro de efetivos dos quadrosde organizao das unidades e subunidades - QE/QO) e o COM O QUECOMBATER (quadro de distribuio de material dos quadros de organizaodas unidades e subunidades QDM/QO).

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    1-3. O COMBATE MODERNO (Fig 1-1)

    O grande desenvolvimento tecnolgico aplicado arte da guerra no finaldo sculo XX, fez com que surgisse, nos campos de batalha, um novo tipo decombate, que se convencionou chamar de combate moderno, caracterizadopelo(a):

    a. maior mobilidade das foras no campo de batalha;

    b. maior necessidade de informaes e segurana;

    c. maior rapidez das operaes;

    d. sincronizao das aes;

    e. combate continuado;

    f. frentes no-lineares;

    g. utilizao de armamentos e equipamentos modernos, de alto desem-penho, mais leves e eficientes;

    h. exigncia de maior liderana, iniciativa, agilidade, sincronizao ecapacidade de gerenciamento de informaes pelos comandantes em todos osnveis;

    i. uso intensivo da guerra eletrnica e a conseqente limitao deemprego dos meios de comunicaes;

    j. consolidao do conceito de foras-tarefas, fundamental para assegu-rar a vitria no combate.

    Fig 1-1. A Cavalaria e o Combate Moderno

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    1-4. A DOUTRINA DELTA

    a. A Doutrina Delta uma nova concepo doutrinria do ExrcitoBrasileiro, orientada para a guerra limitada, do tipo convencional, ao nvel daestratgia operacional, em rea operacional do continente (excluda a reaestratgica Amaznica) e no mbito da defesa externa.

    b. Esta concepo doutrinria um objetivo a ser perseguido, um farola orientar o preparo e o emprego, o desenvolvimento e as aquisies deequipamentos e armamentos para a Fora Terrestre e, em particular, a doutrinade emprego, as estruturas organizacionais, a instruo e o adestramento dasgrandes unidades, unidades e subunidades de Cavalaria. Ela caracteriza-sepela(o):

    (1) conduo de combate ofensivo, com grande mpeto e valorizaoda manobra;

    (2) realizao de aes simultneas em toda a profundidade do campode batalha e combate no-linear;

    (3) busca do isolamento do campo de batalha com nfase na destrui-o do inimigo;

    (4) priorizao das manobras de flanco;(5) emprego do mximo poder relativo de combate no momento e local

    decisivos;(6) combate continuado, com mxima utilizao das operaes notur-

    nas, das incurses e de ataques de oportunidade;(7) valorizao da infiltrao como forma de manobra;(8) busca da iniciativa, da rapidez, da flexibilidade e da sincronizao

    das operaes;(9) valorizao dos princpios do objetivo, ofensiva, manobra, massa

    e surpresa;(10) mnimo de perdas para as nossas foras;(11) deciso da batalha no mais curto prazo.

    1-5. A GUERRA DE MOVIMENTO

    a. A Guerra de Movimento um conceito operacional bsico do ExrcitoBrasileiro, condicionado pelos perfis dos provveis conflitos em reasOperacionais do Continente (AOC). Este conceito preconiza a busca da decisoda batalha terrestre por meio de aes ofensivas extremamente rpidas eprofundas, convenientemente apoiadas, orientadas sobre segmentos vulner-veis do dispositivo do inimigo e conduzidas a cavaleiro dos eixos disponveis,em frentes amplas e descontnuas. A aplicao desse conceito operacionaldever resultar num quadro ttico caracterizado pelo grande dinamismo, pelaimportncia da obteno da surpresa, pela descentralizao das operaes epelo carter fundamental da iniciativa, em todos os escales e nveis decomando.

    b. A conquista e a manuteno da iniciativa obrigar o inimigo a reagir saes numa seqncia de decises cada vez mais desordenadas e deficientes.

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    A presso constante sobre as foras inimigas, impedindo-as de se reorganizare de apresentar qualquer forma de resistncia, tem sido o objetivo dos exrcitosmodernos.

    c. A execuo do combate dever ser regida pela aplicao dos conceitosoperacionais derivados do conceito de Guerra de Movimento. Estes concei-tos, descritos no captulo 4 do C 100-5 - Operaes, so a (o):

    (1) ao desbordante ou de flanco;(2) iniciativa;(3) seleo de frentes;(4) flexibilidade;(5) dissimulao;(6) ao tridimensional;(7) ao em profundidade;(8) combate eletrnico;(9) risco;

    (10) combate continuado;(11) combate no linear; e(12) letalidade.

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    CAPTULO 2

    A CAVALARIA

    ARTIGO I

    GENERALIDADES

    2-1. EVOLUO HISTRICA DA ARMA

    a. Origem da palavra Cavalaria(1) Desde os tempos mais remotos o homem persegue a idia de

    combater em vantagem de posio. Isto , de uma forma que lhe garanta maisfacilidade para se bater com seu oponente.

    (2) Esta vantagem de posio era obtida antigamente subindo-se emuma plataforma empurrada por outros soldados e mais tarde nos carros deguerra, elefantes, camelos ou cavalos. O idioma snscrito, raiz de tantos outros,designava a milnios esta forma de combater em vantagem de posio comoAKVA. Esta palavra designou tambm, em determinado perodo histrico, asplataformas do combate em vantagem de posio e uma lana longa utilizadapelos guerreiros que combatiam sobre as plataformas, carros de guerra e acavalo.

    (3) As plataformas deram lugar aos carros de guerra puxados por asnosselvagens e depois por cavalos domesticados. Empregou-se tambm paracombater em vantagem de posio os elefantes e camelos e, quando o cavalofoi domado, passou a ser utilizado neste modo especial de combater. Ao finaldo sculo I DC, os carros de guerra praticamente haviam desaparecido doscampos de batalha, sendo superados pelas unidades de guerreiros montadosa cavalo, que passaram a ocupar o seu lugar como fora de choque em quasetodos os exrcitos, em funo de sua maior capacidade de deslocamento agrandes distncias e por terrenos variados.

    (4) Os romanos e demais povos da antigidade utilizaram o cavalointeiro nas suas foras montadas. Em algum momento da histria, a Cavalaria

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    de Roma passou a empregar o cavalo castrado, por ser mais facilmenteconduzido no combate, mantendo o cavalo inteiro para outras atividades,principalmente para o esporte.

    (5) Ao cavalo de combate os romanos chamaram de caballus, corruptelado original snscrito AKVA, devido a forma de combater na qual seriaempregado. Para o cavalo inteiro, animal de trabalho domstico e esporte,mantiveram o nome original em latim, equus.

    (6) A ao caldeadora do tempo, entretanto, acabou distorcendo afuno etimolgica inicial daquelas duas palavras. Assim, no combate, para seobter aquela vantagem de posio, se utilizava preferencialmente o animalmacho, mais forte, e caballus ficou sendo a designao genrica alusiva a todoanimal macho, castrado ou no, e equus a palavra para designar o animalfmea.

    (7) Essa distoro foi herdada por todos os idiomas latinos. Algunsidiomas, como os saxnicos, mantiveram-se fiis aos conceitos primitivos. Porisso, no fazem confuso entre a forma de combater em vantagem de posio(em ingls, por exemplo, denomina-se cavalry) e o animal nela utilizado (emingls, horse).

    (8) Cavalaria, pois, como entendido em terminologia militar, designauma forma de combate, e essa forma utilizou no passado o cavalo, o elefante,os carros de guerra, as plataformas empurradas por soldados e, atualmente, oscarros de combate, as viaturas blindadas, viaturas leves e os helicpteros.

    (9) Cavalaria sempre significou uma forma de combater, AKVA. Oanimal, que por milnios foi empregado por ela para combater em vantagem deposio, acabou herdando-lhe o nome, caballus.

    b. A evoluo da Cavalaria(1) provvel que o guerreiro montado tenha surgido por volta do

    sculo X AC, como resposta convenincia de se obter uma posio dominantesobre o adversrio, na luta corpo a corpo. A vantagem da posio garantia nosprimrdios dos tempos, uma maior facilidade para derrotar o oponente.

    (2) Essa categoria especial de guerreiros adquiriu ao longo dossculos, a par da vantagem da dominncia, extraordinria mobilidade epotncia de choque. Utilizando inicialmente plataformas empurradas porguerreiros a p e mais tarde carros de guerra, elefantes, camelos, cavalos,engenhos blindados e areos, esses guerreiros especializados vm se consti-tuindo, por mais de trs mil anos, em parte indispensvel dos exrcitos.

    (3) A histria da Cavalaria constitui-se numa longa srie de adaptaess mutveis condies da guerra. Essa evoluo de meios e de formas deemprego utilizados pela Cavalaria, representa o grande esforo despendidopara a manuteno de sua mobilidade, poder de choque e flexibilidade,permitindo o seu emprego em uma grande variedade de misses.

    (4) Desde os tempos mais remotos, os exrcitos organizaram suasforas a cavalo em unidades leves e pesadas, buscando uma maior flexibilida-de para o cumprimento das misses inerentes Cavalaria. As unidades leveseram empregadas na busca de informaes sobre o inimigo, na perseguio doinimigo batido ou para cobrir a retirada do grosso do exrcito no caso de um

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    insucesso. As unidades pesadas eram colocadas nas alas da fora de infantaria,com a finalidade de atuarem sobre os flancos e retaguarda do inimigo ou contraa sua Cavalaria. Na GRCIA antiga, os cavaleiros das unidades pesadas eramdenominados catafratas e os das unidades leves sarissforos. Esta organiza-o da Cavalaria, com unidades leves e pesadas, atravessou os sculos eperdura at os dias atuais.

    Fig 2-1. Cavaleiro assrio

    (5) Nos sculos IV e III AC, ALEXANDRE empregou largamente asplataformas, os carros de guerra, elefantes e formaes a cavalo comoinstrumentos de combate capazes de dar-lhe a vantagem da dominncia, dapotncia de choque e da velocidade, empregando-os para romper as formaesdo inimigo, fustigar seus flancos e retaguarda ou levantar com maior prestezao dispositivo adversrio, ainda que de maneira emprica.

    (6) Foi por ocasio das Guerras Pnicas (264-201 AC) que a Cavalariasurgiu efetivamente como Arma. Nessa campanha, os cavaleiros nmidas, aservio de Cartago, ofereceram exemplos notrios do emprego judicioso dessetipo especial de combatente. O mais brilhante destes feitos ocorreu na batalhade Canes (216 AC). ANBAL, a despeito de sua flagrante inferioridade num-rica, soube aproveitar as caractersticas de sua Cavalaria, para envolver eaniquilar as foras romanas, logrando estrondosa vitria.

    (7) Ainda nesse perodo histrico, salientaram-se alguns grandesguerreiros asiticos, como GENGIS-KHAN e TILA, por suas expedies naEuropa, conduzindo imensas hordas de cavaleiros, sem contudo sistematizaro emprego dessas foras montadas. Por volta do ano 200 AC, cavaleiros

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    asiticos revolucionaram a arte da guerra introduzindo o estribo no arreamentode seus animais. Este invento permitiu ao cavaleiro um maior equilbrio eestabilidade na sela, possibilitando o emprego do arco com maior preciso, daespada e da lana com maior letalidade.

    (8) Na Idade Mdia a arte militar definhou. Embora a histria registrealgumas campanhas de vulto, como as Cruzadas e a Guerra dos Cem Anos, abatalha perdeu suas caractersticas de entrechoque de massas organizadas. Asmanobras, os esquemas tticos e o exerccio da liderana, no prevaleceramno grande nmero de duelos em que se converteu o campo de batalha, nosquais, os requisitos fundamentais eram a bravura e a destreza. A Cavalariatornou-se pesada e couraada, perdendo velocidade e flexibilidade, caracte-rsticas que lhe eram peculiares. Foi todavia, uma era de absoluta predominn-cia do cavaleiro na guerra.

    (9) Com o surgimento das armas de fogo, a Cavalaria teve de evoluirpara uma fora mais mvel que a massa dos exrcitos e dotada de umapotncia relativa e proporcional da massa em cujo proveito agia. Essaevoluo no se fez sem traumas e sem exageros, que levaram a Cavalaria aapear e a combater a p, valorizando excessivamente a importncia do fogonos campos de batalha da poca, representando o abandono da mobilidade daArma e do seu esprito ofensivo.

    (10) No final do sculo XV surgiram as primeiras unidades de Cavalariaequipadas com armas de fogo. No sculo seguinte a Arma passou a serorganizada basicamente com trs tipos de unidades: de couraceiros (a cavala-ria pesada), de hussardos (de lanceiros, caadores, carabineiros ou ulanos, acavalaria ligeira) e de drages (cavalaria pesada, apta a combater a p e acavalo).

    (11) O esprito da Arma seria revivido na Guerra dos Trinta Anos(1618 - 1648). O General francs Prncipe COND, diante de uma situaodesesperada, na batalha de Recroi (1643), lanou seus esquadres sobre asalas e a retaguarda do dispositivo inimigo, destroando o escol da infantariaespanhola. Nesta mesma guerra, GUSTAVO ADOLFO, rei da SUCIA, empregasua Cavalaria em misses de reconhecimento, ao de choque e na perseguio,obtendo xitos significativos, como na Batalha de Breitenfeld (Leipzig).

    (12) Estas inovaes, entretanto, no foram absorvidas por todos osexrcitos da poca, que continuaram a empregar suas Cavalarias com armasde fogo, numa ao denominada de caracol, que consistia em carregar sobreo inimigo, disparar as armas de fogo a determinada distncia, voltar rapidamen-te retaguarda para carreg-las com vistas a desenvolver novamente a mesmaao.

    (13) No sculo XVIII, a saturao do fogo no campo de batalha tornaracada vez mais penoso o combate frontal, fazendo, com isso, crescer aimportncia da manobra de ala, na busca dos flancos e da retaguarda doinimigo. A Cavalaria do exrcito de FREDERICO II o Grande, rei da PRSSIA,passou a constituir-se em modelo para muitos exrcitos europeus, principal-mente aps a Guerra dos Sete Anos, onde liderada pelos generais vonSEYDLITZ e von ZIETEN alcanou expressivas vitrias. Essa nova concepoda guerra, da qual Napoleo foi mestre insupervel, favoreceu grandemente o

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    emprego da Cavalaria.(14) Napoleo constituiu grandes massas de Cavalaria e empregou-as

    em misses de reconhecimento e segurana, de forma a conhecer as intenesdo inimigo e, assim, prover-se da indispensvel liberdade para tomar suaprpria deciso. Durante a batalha fixava o adversrio para, a seguir, envolv-lo e desorganiz-lo, obrigando-o a empregar suas reservas. Ao primeiro sinalde perda da capacidade de reao do inimigo, dirigia o esforo decisivo para oponto de ruptura e culminava a batalha com tenaz perseguio, aproveitandoo xito. Assim foi em Marengo, Austerlitz, Jena, Wagran, Eylan e em tantosoutros combates, onde a Cavalaria francesa dos generais Prncipe MURAT eConde LASALLE cobriu-se de glrias.

    Fig 2-2. Entreveiro de carabineiros franceses e hussardos russos, batalha deBorodino

    (15) Coube a NAPOLEO definir o emprego clssico da Cavalaria eatribuir-lhe as misses que caracterizaram, at os dias atuais, a sua atuao:

    (a) criar uma rede de segurana em torno do exrcito;(b) cobrir a marcha dos exrcitos;(c) desvendar, desde o mais longe possvel, os movimentos do

    inimigo e dificult-los;(d) atuar sobre a retaguarda do inimigo, seus comboios e linhas de

    comunicao;(e) realizar incurses profundas sobre objetivos bem definidos;(f) conter a Cavalaria inimiga;(g) intervir na batalha; e(h) perseguir e completar a destruio do inimigo batido, impedindo

    a sua reorganizao.(16) Passado o perodo ureo da era napolenica, nova crise se

    apresentou com o surgimento das armas raiadas e do canho de retrocarga.Essas inovaes, aumentando a rapidez e preciso do tiro, iriam induzir, naCavalaria, exagerada preocupao com a segurana.

    (17) No incio da Guerra Franco Prussiana (1870 1871), a Cavalariafoi empregada muito prxima da infantaria, ou mesmo a reboque desta,

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    perdendo muito da sua capacidade ofensiva e da mobilidade que lhe eracaracterstica. Essa letargia vai ser sacudida, no final da campanha, pelaCavalaria alem em Metz. A fora alem, desgastada e frente a tropasfrancesas mais numerosas e vantajosamente dispostas, encontrava-se em viasde ser derrotada. O comandante alemo decidiu, ento, empregar sua Brigadade Cavalaria, perfeitamente coberta das vistas do inimigo, realizando ummovimento desbordante, para cair de surpresa sobre a infantaria e artilhariafrancesas, aniquilando-as com fulminante carga.

    (18) Durante o perodo 1871 1914, os exrcitos preocuparam-se emexplorar as possibilidades que se abriam com os novos armamentos. Algunscavalarianos, embalados pelas glrias do passado, novamente relutavam emadmitir a necessidade de introduzir modificaes substanciais no emprego daArma montada. Assim que, imbuda do esprito do sculo anterior, a Cavalariachega 1 Guerra Mundial, ansiosa por reeditar suas gloriosas cargas.

    (19) Outro porm era o campo de batalha, dominado pelo matraqueardas metralhadoras e a exploso das granadas. A infantaria, menos vulnervels armas de tiro tenso que a Cavalaria, viu-se forada a enterrar-se nastrincheiras, que se estendiam dos Voges at o Mar do Norte. Os exrcitosoponentes mantinham-se estticos, tendo a separ-los uma faixa de terrenoconstantemente batida por fogos. Neste cenrio, pouco havia para fazer comuma Arma de vocao ofensiva e manobreira. A maior parte da Cavalariapassou a combater a p, cavando trincheiras, lanando granadas e batendo-se baioneta. As unidades passaram a receber equipamento mais pesado eincorporaram fraes de petrechos e de sapadores.

    (20) Ainda durante a 1 Guerra Mundial surgiu um novo engenho que,progressivamente, iria revolucionar a arte da guerra o carro de combate. Estenovo meio de combate viria, mais tarde, devolver Cavalaria sua mobilidadee potncia de choque. (Fig 2-3)

    Fig 2-3. Carros de combate na 1 Guerra Mundial

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    (21) No perodo entre os dois grandes conflitos mundiais, os cavalarianosde todo o mundo vacilaram entre preservar a Cavalaria dotada de seu meiotradicional de transporte, o cavalo, ou adotar a mecanizao total de suasunidades. Os grandes estudiosos da guerra, porm, de pronto vislumbraramnos carros de combate, os herdeiros e continuadores naturais, da gloriosaCavalaria hipomvel. Esta indeciso, provocada pelo apego s tradies e aosdogmas do passado, ou mesmo por conservadorismo exagerado e medo doprogresso e da evoluo, fez com que em alguns pases, os cavalarianos,priorizando os meios s misses tradicionais, esquecessem a histria da Armae a necessidade de sua contnua evoluo. Em determinados exrcitos, emface intransigncia dos cavalarianos em substiturem o cavalo pelo carro decombate, a Arma de Cavalaria foi extinta, sendo criada uma outra Arma, dotadade modernos meios blindados, para cumprir, entretanto, as mesmas antigas etradicionais misses da Cavalaria.

    (22) Durante a 2 Guerra Mundial, registraram-se, ainda, o emprego demassas de Cavalaria a cavalo na POLNIA e na RSSIA. Entretanto, oaperfeioamento do carro de combate e das viaturas blindadas fez com que elespassassem a predominar na maior parte dos teatros de operaes, impondo-secomo principal meio de combate dos exrcitos e da Cavalaria. Neste conflitodestacaram como grandes condutores de foras blindadas os generais alemesGUDERIAN, ROMMEL, MANSTEIN e von THOMA, o norte americanoPATTON, o britnico MONTGOMERY e o russo ZHUKOV, alm de outrostantos que delinearam os fundamentos e a forma de emprego das modernasformaes blindadas. (Fig 2-4)

    (23) Mais uma vez adaptando-se aos novos tempos e evoluo domaterial e da doutrina, a Cavalaria substitui o cavalo pelos carros de combate,retornando, assim, s suas antigas plataformas, agora blindadas e motorizadas,restaurando o seu poder de choque, aumentando a potncia de fogo e amobilidade no campo de batalha.

    Fig 2-4. Combate de blindados na 2 Guerra Mundial

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    (24) O carro de combate assumiu a grande maioria das misses queeram executadas no passado pela Cavalaria pesada. Estes modernoscouraceiros passaram a sintetizar o poder de choque e a capacidade dedestruio de foras inimigas nos exrcitos modernos. As unidades equipadascom viaturas blindadas mais leves, assumiram o papel dos antigos lanceiros,ulanos e hussardos, cumprindo misses de reconhecimento e segurana paraseus exrcitos. Os atuais fuzileiros blindados da moderna Cavalaria podem sercomparados aos antigos drages, combatentes adestrados para o combate ap ou montado (embarcado).

    c. A Cavalaria no Brasil(1) Em meados do sculo XVI so lanados os fundamentos das

    instituies militares nacionais. O Regimento dado a Tom de Souza, em 7 dejaneiro de 1549, determinava a criao de uma milcia colonial, uma guardamilitar da colnia a ser integrada por todos os colonos, que deveriam manter-se convenientemente armados prpria custa. esta guarda territorial deveriasobrepor-se uma fora militar regular, inicialmente de infantaria, que funciona-ria como elemento aglutinador.

    (2) Esta milcia dos primrdios do BRASIL no possua organizaorgida. Em caso de necessidade ou de ataque s povoaes, os milicianos eramreunidos pelos donatrios das capitanias ou pelo Governador Geral paraenfrentar os indgenas, piratas e estrangeiros invasores. A quase totalidade doscolonos combatia a p, pois os cavalos eram escassos e muito caros, no sendopossvel ainda a organizao de foras permanentes de Cavalaria. Somentealguns senhores de engenhos, fidalgos e altos funcionrios da Coroa podiamdispor de animais para sua locomoo e emprego em combate.

    (3) Os primeiros registros do emprego do cavalo em combate no BRASILconstam das crnicas sobre as guerras movidas pelos Governadores Geraiscontra as naes indgenas na Bahia e Esprito Santo, no sculo XVI. Umpequeno contingente de milicianos a cavalo participou do Combate de PortoGrande, prximo a Piraj na Bahia, em 26 de maio de 1555, contribuindo paradispersar os indgenas que haviam atacado um engenho. Na Guerra doParaguass, movida por Mem de S entre 1558 e 1559 contra os Tupiniquins,pela primeira vez na colnia um combate foi decidido mediante o emprego deuma pequena tropa de Cavalaria. Em 28 de setembro de 1559, uma fora demilicianos a cavalo participa do ataque ao segundo maior reduto tupiniquim,levando o terror aos indgenas, contribuindo decisivamente para a derrocadados defensores, sendo lanada logo a seguir, na perseguio aos fugitivos.

    (4) No sculo XVII, existiram nas capitanias do nordeste diversasCompanhias de Cavalaria de Milcias, distribudas pelas freguesias e na guardados governadores. Algumas destas companhias vo se destacar na Restaura-o Pernambucana, durante a guerra contra os holandeses. Sob o comando doCapito ANTNIO SILVA, um esquadro de cavalaria participa da 1 Batalhade Guararapes, em 19 de abril de 1648, contribuindo para a retomada dasposies do tero de Henrique Dias. Em 19 de fevereiro de 1649, na 2 Batalhade Guararapes, as companhias de cavalaria dos Capites ANTNIO SILVA eMANOEL DE ARAJO MIRANDA, so lanadas contra o centro do dispositivo

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    holands, concorrendo para a derrota dos batavos.(5) Consolidada a posse do nordeste pelos portugueses no sculo XVII,

    a estrutura militar l existente entra em declnio. No sculo XVIII desloca-separa o sul o interesse da poltica militar no Brasil, tanto do ponto de vista dasnecessidades internas como no das relaes internacionais. No comeo dessesculo, assume a Capitania de Minas Gerais uma maior importncia para aCoroa, devido s suas lavras aurferas e garimpos diamantferos.

    (6) O emprego da Cavalaria no BRASIL durante o perodo colonialrestringiu-se, inicialmente, limitada atuao das foras milicianas durante ossculos XVI e XVII, em face da grande dificuldade para a manuteno deunidades a cavalo nos primrdios de nossa histria. Este quadro ser alteradono sculo XVIII com a criao das unidades de Drages e da Cavalaria Auxiliar.Em Minas Gerais, os Drages so criados como tropa regular e disciplinada,encarregada dos servios de guarda, dos registros, patrulhas, destacamentose para outros servios diversos e, sobretudo, para fazer respeitar as leis e aautoridade do governo, devendo marchar em caso de guerra, para onde estesocorro fosse preciso. No Sul, a histria das lutas no Prata e da formao do RioGrande do Sul vo se confundir com a prpria histria dos Drages e daCavalaria Auxiliar.

    Fig 2-5. Regimento de Drages do Rio Grande

    (7) No sculo XVIII so criados no BRASIL os primeiros corpos deCavalaria regular e auxiliar. Surgem, assim, em Minas Gerais, duas Companhi-as de Cavalaria criadas em 20 de junho de 1712 e a Companhia de Dragescriada em 1729, que em 1775 vo dar origem ao Regimento de Cavalaria deVila Rica. No Rio Grande do Sul so criados o Regimento de Drages do RioGrande em 1736 (Fig 2-5) e o Regimento de Cavalaria Auxiliar e o Esquadrode Voluntrios em 1770. Em So Paulo organizado em 1775 o Regimento de

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    Cavalaria de Voluntrios Reais, depois Cavalaria da Legio de So Paulo. NoRio de Janeiro surgem as duas Companhias da Guarda dos Vice-Reis, criadasa partir de 1765 e transformadas logo depois em Esquadro da Guarda dosVice-Reis. Foram criados, ainda, o Regimento de Cavalaria Auxiliar do Piau,a Companhia de Drages de Cuiab, a Companhia de Drages de Gois e asCompanhias de Cavalaria da Guarda do Governador da Bahia e do General emPernambuco.

    (8) Em 1808, a Corte Portuguesa instala-se no BRASIL e vriasprovidncias so tomadas para reorganizar e tornar mais eficiente o Exrcitodo Brasil. Foram criadas no primeiro quartel do sculo XIX diversas unidades,destacando-se para a Cavalaria a criao do 1 Regimento de Cavalaria doExrcito, Regimento de Drages de Montevido, Regimento de Drages daUnio, Esquadro de Cavalaria da Cidade de So Paulo, Esquadro deCavalaria do Par, Companhia de Cavalaria da Legio da Bahia, Companhiade Cavalaria da Legio do Mato Grosso e o Corpo de Cavalaria da Provnciade Pernambuco.

    (9) No perodo do Brasil Colnia e Brasil Reino, durante a consolidaodas fronteiras no Sul, os Drages do Rio Grande (depois Rio Pardo), a Legiode Tropas Ligeiras e a Cavalaria Auxiliar escreveram pginas repletas deherosmo e sacrifcio nas campanhas realizadas na Bacia do Prata. Estiverampresentes em 1762 63 e 1773 74, nas campanhas contra as foras invasorasespanholas, no Rio Grande do Sul; em 1775 76, na campanha da Reconquistado Rio Grande do Sul; em 1811 1812, na Campanha Pacificadora do Uruguaie em 1816 20, na Guerra contra Artigas. Destacaram-se nestas campanhasilustres chefes de Cavalaria como o Brigadeiro RAFAEL PINTO BANDEIRA eo Marechal de Campo JOS DE ABREU, Baro do Cerro Largo.

    (10) Nas lutas pela Independncia do Brasil na Bahia, ocorreu umapassagem pitoresca de nossa histria militar, que bem mostra a importncia eo peso da participao da Cavalaria nos combates daquela poca. Conta atradio que, no combate de Piraj, onde as foras brasileiras no dispunhamde Cavalaria, quando os portugueses estavam para romper a linha brasileira,um corneteiro recebeu ordem de tocar retirada, porm, desobedecendo ao seucomandante, decidiu tocar Cavalaria avanar e degolar, o que teriaprovocado desordem nas linhas portuguesas e contribudo, a seguir, para a fugados adversrios.

    (11) Aps a Independncia, criado o Exrcito Brasileiro (EB), passan-do as foras existentes por uma grande reorganizao em 1824. Das unidadesde Cavalaria que haviam no Brasil Reino (Exrcito do Brasil), foram aproveita-dos na 1 Linha do Exrcito: o 1 Regimento de Cavalaria do Exrcito (Rio deJaneiro), o Regimento de Cavalaria de Minas Gerais (Ouro Preto), a Cavalariada Legio de So Paulo e Esquadro da Cidade de So Paulo, o Esquadro deVoluntrios da Provncia do Rio Grande do Sul (Jaguaro), o Regimento deDrages do Rio Pardo, o Regimento de Drages de Montevidu e o Regimentode Drages da Unio (Paysand), transformados, respectivamente, nos 1, 2,3, 4, 5, 6 e 7 Regimentos de Cavalaria. Esta organizao sofreu poucasmodificaes at o incio da Guerra do Paraguai.

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    Fig 2-6. Independncia do Brasil (Imperial Guarda de Honra e1 Regimento de Cavalaria do Exrcito - Drages da Independncia

    (12) Aps a Independncia desapareceram os Drages, passando todaa Cavalaria a ser classificada como Ligeira. Estas unidades eram armadas desabre, clavina e pistola. Os corpos estacionados no Rio Grande do Sul foramclassificados algumas vezes, em meados do sculo XIX, como Lanceiros, pelofato de usarem a lana, arma que foi adotada somente naquela provncia a partirda Regncia. Usaram esta arma tambm, o Esquadro de Lanceiros Alemese os Regimentos de Milcia Guaranis.

    (13) Na metade do sculo XIX ocorreram profundas modificaes naestrutura e organizao do EB. Para a Cavalaria, a principal modificao foi aadoo das Instrues do Marechal BERESFORD, para emprego em campa-nha e nos exerccios, que perduraram durante muitas dcadas no Brasil. Adoutrina de emprego da Cavalaria, vigente na poca, preconizava que ocombate deveria ser feito sempre a cavalo. Procurava-se tirar partido dapotncia de choque da Arma e empreg-la ofensivamente. O ataque era aprincipal finalidade da Cavalaria e, na sua execuo, buscava-se obter veloci-dade e regularidade nas cargas e nos entreveros.

    (14) As mais importantes lutas travadas pelo Imprio do Brasil foramna regio platina, em conseqncia do valor poltico e econmico da Bacia doPrata. Assim, foram realizadas a Guerra da Cisplatina em 1826 28, aCampanha contra Oribe e Rosas em 1851 52 e a Guerra contra o Uruguai em1864 65. No perodo entre 1865 e 1870 foi travada a maior e mais cruentaguerra do Exrcito Brasileiro a Guerra da Trplice Aliana ou Guerra doParaguai. Nesta campanha salientaram-se a genialidade e o brilhantismo de

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    lendrios chefes da Arma, como o Marechal MANOEL LUS OSRIO Marqus do Herval e Patrono da Cavalaria Brasileira; o Brigadeiro JOSJOAQUIM DE ANDRADE NEVES Baro do Triunfo, o bravo dos bravos doExrcito Brasileiro; o Marechal do Exrcito JOS ANTNIO CORREIA DACMARA Visconde de Pelotas; o Tenente General MANUEL MARQUES DESOUZA e tantos outros bravos que escreveram as mais gloriosas pginas dahistria da Cavalaria Brasileira.

    Fig 2-7. Cavalaria Ligeira - Guerra do Paraguai

    (15) Participaram da Guerra do Paraguai trs Regimentos de CavalariaLigeira (Fig 2-6) e cinco Corpos de Caadores a Cavalo da 1 Linha do Exrcitoe cerca de vinte e cinco Corpos Provisrios de Cavalaria da Guarda Nacional(2 Linha), em sua grande maioria da provncia do Rio Grande do Sul. Estasunidades, no auge da campanha, estavam organizadas em doze Brigadas deCavalaria (Bda Cav), subordinadas a seis Divises de Cavalaria (DC). Foiorganizado tambm, na fase de operaes denominada de Dezembrada, umCorpo de Cavalaria reunindo s 2 e 3 DC, sob o comando do Baro do Triunfo.

    (16) Memorveis pginas da histria do Exrcito Brasileiro foramescritas pela Cavalaria nesta campanha. A Cavalaria dos doidos, como ficouconhecida a Cavalaria de ANDRADE NEVES, galopou vitoriosamente nasmargens do Avai, na Vila do Pilar, no Estabelecimento, em Lomas Valentinas,no Arroio Hondo, em So Solano, Campo Grande e tantos outros combatesonde esteve presente. Destas aes, destacam-se, dentre outras, pelas cir-cunstncias em que foram realizadas e pelos resultados alcanados:

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    (a) a magistral carga do Baro do Triunfo na retomada do PotreiroOvelha, em 29 de outubro de 1867, onde dizimou a cavalaria e infantariainimigas, seguindo-se a tomada de Tai, cercando os paraguaios no campofortificado de Humait;

    (b) o reconhecimento em fora realizado pelo Brigadeiro JOOMANOEL MENNA BARRETO em 18 de julho de 1868, nas posies doTebiquari, onde, com uma fora de 1500 cavalarianos, reconheceu PassoPorto, Passo da Estncia, Passo das Ovelhas e Passo da Fortilha, batendo oinimigo e aprisionando numeroso contingente;

    (c) a intrpida e ousada ao do ento Coronel CMARA nabatalha do Ava, em 11 de dezembro de 1868, manobrando com admirveleficincia a sua 5 DC, salvando de um desastre certo trs batalhes deinfantaria do 3 Corpo de Exrcito;

    (d) a avassaladora carga do Corpo de Cavalaria do BrigadeiroANDRADE NEVES na batalha do Avai, em 11 de dezembro de 1868, cortandoa retaguarda inimiga, impedindo a sua fuga e causando-lhe grande nmero debaixas. Esta carga foi a mais brilhante e de maior efetivo j realizada embatalhas na Amrica do Sul;

    (e) a notvel atuao da 3 DC na batalha de Lomas Valentinas,cortando a retaguarda inimiga e impedindo a sua fuga; e

    (f) a violenta e decisiva carga da 4 Bda Cav na batalha de CampoGrande, em 16 de agosto de 1869, contra a retaguarda paraguaia, destroando ocontra-ataque inimigo e aniquilando o seu ltimo esforo no combate, contribuindopara a vitria naquele dia. Esta carga constitui-se em fato memorvel para a Armade Cavalaria, pois foi a ltima vez que uma fora pondervel a cavalo do ExrcitoBrasileiro realizou uma carga, influenciando decisivamente num combate degrandes propores, contra um inimigo externo.

    Fig 2-8. Cavalaria na batalha do Ava

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    (17) J no final do Imprio, em 1888, a Arma de Cavalaria foi novamentereorganizada, passando a ser constituda por 10 (dez) regimentos de 4 (quatro)esquadres cada um, sendo 2 (dois) de clavineiros e 2 (dois) de lanceiros, todosde Cavalaria Ligeira.

    (18) A grande reforma do exrcito, operada em 4 de julho de 1908,trouxe um aumento geral dos corpos, sendo organizadas cinco BrigadasEstratgicas e trs Brigadas de Cavalaria (Bda Cav). A numerao dos corposfoi alterada e o nmero de regimentos passou para 17. So criados na Cavalariaos Esquadres de Trem e os Pelotes de Estafetas.

    (19) Em 1915, os Regimentos de Cavalaria (RC) passaram a serorganizados a 4 (quatro) esquadres, cada um a 4 (quatro) pelotes de 2 (duas)esquadras.

    (20) No perodo entre 1918 - 19, como conseqncia do trmino da 1Guerra Mundial, o EB passou por importantes mudanas estruturais. Em 1919foi contratada na Frana uma Misso Militar, cuja principal ao, a partir de1920, constituiu-se, principalmente, em dar aos quadros conhecimentos maisexatos sobre a guerra e sua preparao, influenciando a organizao e adoutrina de emprego da fora terrestre at o incio da 2 Guerra Mundial. Naorganizao de 1919, os RC passaram a ser Divisionrios e Independentes. Ascinco Divises possuam, cada uma, um Regimento de Cavalaria Divisionrio(RCD). As trs brigadas de Cavalaria eram integradas, cada uma, por trsRegimentos de Cavalaria Independentes (RCI) e a 1 Circunscrio Militar(Mato Grosso) por dois RCI.

    (21) Em 1921 realizada nova organizao do Exrcito. A CavalariaIndependente passa a ser organizada em Divises de Cavalaria (DC). Cada DCera integrada por duas Bda Cav (cada uma com um comando e 2 (dois) RCI),1 (um) Grupo de Artilharia a Cavalo, 1 (um) Batalho de Infantaria Montado e1 (um) Esquadro de Transmisses. Todos os regimentos passam a serestruturados com 4 (quatro) Esquadres de Cavalaria e 1 (um) Peloto deMetralhadoras Leves. A reforma substancial na Cavalaria consiste no surgimentodo grupo de combate (GC) como elemento bsico da organizao da Arma. Ospelotes so organizados com um GC e duas esquadras de exploradores. Nestemesmo ano, foi organizada no Rio de Janeiro a primeira tropa blindada do EB,a Companhia de Carros de Assalto, subunidade equipada com carros decombate franceses Renault FT 17.

    (22) Em 1928 os RCI passaram a ser organizados a 3 (trs) Esquadresde Cavalaria (cada SU com 4 (quatro) Pel Cav de 4 (quatro) esquadras, e 1 (um)Pel Cmdo), 1 (um) Peloto Extranumerrio e 1 Peloto de Metralhadoras. Em1932, so criados nos RCI os Esquadres Extranumerrios e os Esquadres deMetralhadoras. Em 1935, os Esquadres de Cavalaria dos RCI passaram a serorganizados com 3 (trs) Pel Cav (2 (dois) GC + 1 (uma) esquadra de explorado-res) e 1 (um) Pel Extranumerrio (1 (um) Gp Cmdo e 1 (um) Gp Sv).

    (23) Em 1938 foi criado no Rio de Janeiro o Esquadro de Auto Metralhadoras, equipado com carros blindados italianos Fiat Ansaldo CV 33 ecom os carros de combate Renault FT 17, remanescentes da Companhia deCarros de Assalto, extinta em 1932.

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    (24) Em 1940/1942 so criados os Regimentos de Cavalaria Transpor-tados das DC, que em 1943/1944 passaram a denominar-se Regimentos deCavalaria Motorizados (RCMtz). Neste mesmo perodo, os trs Regimentos deAuto-Metralhadoras de Cavalaria, criados em 1938, passaram a ser denomina-dos Regimentos Motomecanizados, mudando novamente esta denominao,em 1946, para Regimentos de Cavalaria Mecanizados (RCMec). Em 1943 osEsquadres Extranumerrios passaram a denominar-se Esquadres de Co-mando e Servios e os Esquadres de Cavalaria passam a Esquadres deFuzileiros. So criados os Esquadres de Morteiros, Metralhadoras e CanhesAnticarro. Em 1944 criado o Ncleo da Diviso Motomecanizada, que em1957 passa a denominar-se a Diviso Blindada (DB).

    (25) Em 1943 foi organizado o 1 Esquadro de Reconhecimento,integrante da Fora Expedicionria Brasileira (Fig 2-9). Esta subunidade foi anica tropa de Cavalaria a participar da 2 Guerra Mundial, destacando-se noscombates de Gaggio Montano, Marano, Collecchio, Fornovo, Tarano, no Valedo P e do Serchio e em tantos outros travados em solo italiano. Aps chegarno TO europeu, o 1 Esqd Rec foi equipado com as viaturas blindadas M 8Greyhound e M3 Half Track, com os quais, fez toda a campanha da Itlia.

    Fig 2-9. 1 Esquadro de Reconhecimento da 1 DIE, Italia 2 Guerra Mundial

    (26) No perodo entre 1944/1946 so criados os 1, 2 e 3 Batalhes deCarros de Combate (BCC) e o Grupo de Reconhecimento Mecanizado,orgnicos da Diviso Motomecanizada, e diversas outras unidades mecaniza-das. Neste mesmo perodo chegaram ao Brasil, cerca de 500 viaturas blinda-das. So os carros de combate (VBC,CC) M 4 Sherman, M3 Grant e M3 Stuart

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    (Fig 2-10), as viaturas blindadas de reconhecimento (VBR) M8 Greyhound e T17, as viaturas blindadas de transporte de pessoal (VBTP) M3 White Scout Care M3/M5 Half Track, as viaturas blindadas posto de comando (VBE,PC) M 20e as viaturas blindadas socorro (VBE, Soc) M 32 e M 74, que passaram a equiparas novas unidades e subunidades blindadas e mecanizadas da Cavalaria,organizadas no perodo da 2 Guerra Mundial.

    Fig 2-10. Carro de Combate M 3 A 1 Stuart

    (27) Em 1946, a Cavalaria Independente passou a constituir no RioGrande do Sul um Corpo de Cavalaria, integrado pelas 1, 2 e 3 DC. Nestemesmo ano os RCI passaram a denominar-se RC. Em 1949 os Esqd Mrt, Mtre CAC passaram a Esquadres de Petrechos Pesados. criada, tambm, a 4DC, no Mato Grosso, que em 1980 transformada em 4 Brigada de CavalariaMecanizada (Bda C Mec).

    (28) No perodo entre 1951/1954 os R C Mec passam a denominar-seRegimentos de Reconhecimento Mecanizados (R Rec Mec), assim como osEsquadres Independentes passaram a ser designados Esqd Rec Mec. Em1960 so recebidos as primeiras VBC,CC M41 e as VBTP M 59, que vo equiparo R Rec Mec da DB.

    (29) No final dos anos 60 e incio dos anos 70 o EB passou por grandesmodificaes estruturais. Foram criadas as Divises de Exrcito, as 1, 2 e 3DC so transformadas em Bda C Mec e a Diviso Blindada em Brigada deCavalaria Blindada. Os BCC transformam-se em Regimentos de Carros deCombate (RCC). Os RC e R Rec Mec so transformados em Regimentos de

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    Cavalaria Mecanizados (RCMec) e Regimentos de Cavalaria Blindados (RCB),integrando as Bda C Mec e DE. Os Esqd Rec Mec passam a denominar-se EsqdC Mec. Os R C Mtz so transformados em R C Mec ou RCC.

    (30) Entre 1973 e 1988 o EB recebeu uma grande quantidade deviaturas blindadas, nacionais e estrangeiras, para equipar as unidades esubunidades blindadas e mecanizadas criadas nas dcadas de setenta eoitenta. Cerca de 300 VBC, CC M41 e 70 X1A e X1A2, 600 VBTP M 113, 200VBTP EE 11 Urutu e 400 VBR EE9 Cascavel substituram as viaturas blindadasrecebidas no perodo da 2 Guerra Mundial.

    (31) No incio da dcada de 80 so desenvolvidos diversos programasde repotencializao de viaturas blindadas, destinados a estender a vida til dasviaturas mais antigas. Destacam-se neste perodo a modernizao das VBTPM 3 Scout Car e M 3 Half Track, das VBR M8, dos CC M 41 e M3 Stuart e dasVBTP M 113.

    (32) Em 1981 criado o 1 Esquadro de Cavalaria Pra-quedista,orgnico da Brigada de Infantaria Pra-quedista e, em 1982, a primeira tropade Cavalaria na Amaznia, o 12 Esqd C Mec.

    (33) Na primeira metade da dcada de 90, Pel C Mec de diversos EsqdC Mec participaram dos contingentes que integraram o Batalho Brasileiro naMisso de Verificao das Naes Unidas em Angola (UNAVEM), realizandomisses de reconhecimento e de segurana, contribuindo para o sucessoalcanado pelo EB naquela misso de manuteno da paz.

    (34) No ltimo trimestre de 1997 foram recebidos as VBC,CC M 60 A3TTS e, a partir do incio de 1998, as VBC,CC Leopard 1 A1 (Fig 2-11), quesubstituram as VBC,CC M41 A 3 C nos RCC das Bda C Bld e Bda Inf Bld.

    Fig 2-11. Carro de combate Leopard 1 A 1

    (35) Quase no final da dcada de noventa, a Cavalaria passa pela sualtima reorganizao no sculo XX. Os Esqd C Sv so transformados em

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    Esquadres de Comando e Apoio. So criados os Pelotes de Exploradores nosRCC e RCB, os RCMec passam a contar com Pelotes de Morteiros Pesadose a logstica interna de suas unidades modificada em funo das peculiarida-des de emprego das unidades mecanizadas e blindadas no combate moderno.

    (36) Ao longo de quase quinhentos anos de histria militar, a Cavalariano Brasil evoluiu constantemente, adaptando-se s mudanas na arte da guerrasem perder suas caractersticas de mobilidade, flexibilidade e ao de choque.Suas unidades, empregando o cavalo, carros blindados e carros de combate,estiveram presentes na grande maioria das campanhas realizadas pela foraterrestre brasileira. Seus milicianos das Ordenanas, os Drages, a CavalariaAuxiliar, os Caadores a Cavalo, a Cavalaria Ligeira, Divisionria, Independen-te, Mecanizada, Pra-quedista e Blindada conquistaram o reconhecimento dorestante do Exrcito, em rduas jornadas de sacrifcio e glrias no passado ede profissionalismo e eficincia no presente, construindo assim a imorredouratradio da Arma Ligeira, da Cavalaria Brasileira.

    ARTIGO II

    FUNDAMENTOS DO EMPREGO DA CAVALARIA

    2-2. GENERALIDADES

    a. A aplicao dos princpios de guerra rege a conduo de todas asoperaes militares. Eles representam os fatores essenciais para o xito daconduo da guerra.

    b. A aplicao adequada desses princpios essencial ao exerccio docomando e execuo bem sucedida das aes. Em uma determinadasituao, o comandante pode enfatizar a aplicao de um princpio, dando aomesmo preponderncia sobre os demais. Se, em dado momento, o comandan-te, conscientemente, atribui menos importncia a um princpio, para obteralguma vantagem, isto no significa que este tenha sido violado.

    c. O comandante utiliza os princpios de guerra durante o seu estudo desituao. Desta maneira, a deciso o resultado da aplicao direta dessesprincpios.

    d. O comandante de Cavalaria, particularmente o de grande unidade oude unidade, ao planejar e conduzir suas operaes, deve buscar aproveitar aomximo as caractersticas dos meios blindados. Elas permitiro ao Cmtenfatizar determinados princpios como o da massa, o da ofensiva e o dasurpresa.

    e. Os planos e ordens devem ser simples e permitir aos subordinados omximo uso da iniciativa, possibilitando-lhes tirar maior vantagem das mudan-as de situao, caractersticas das operaes altamente mveis. De um modogeral, as ordens devem dizer O QUE fazer e no COMO fazer. O combateno-linear e em profundidade exige que o comandante de Cavalaria certifique-

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    se, sempre, que seus subordinados tenham pleno conhecimento e entendimen-to da Finalidade e do Conceito da Operao e, principalmente, da Intenodo Comandante, pois muitas vezes podero ter que prosseguir no cumprimen-to da misso sem ligao com o escalo superior.

    f. O comandante de Cavalaria deve colocar-se o mais frente possvel,junto ao principal, acompanhando os acontecimentos de maneira a facilitara pronta reao em face das situaes emergentes.

    g. A manuteno de um pronto e contnuo apoio logstico essencial soperaes profundas e altamente mveis da Cavalaria.

    2-3. PRINCPIOS DE GUERRA

    a. Objetivo - Dirija cada operao militar para um objetivo claramentedefinido, decisivo e atingvel.

    (1) O comandante de Cavalaria, ao planejar sua manobra, particular-mente nas operaes ofensivas, deve ter especial cuidado na aplicao desteprincpio. Deve selecionar como objetivos pontos, reas ou tropas inimigas quesignifiquem o cumprimento da misso. Para chegar, com rapidez ao objetivoenfocado, deve permitir aos seus subordinados a ampla utilizao da iniciativa,evitando impor-lhes objetivos intermedirios, quando outras medidas decoordenao e controle possam ser mais simples e eficazes.

    (2) A inteno do comandante deve definir claramente os objetivos aotrmino das operaes.

    (3) O pleno entendimento da inteno do comandante, de pelo menosdois escales acima do escalo considerado, de fundamental importnciapara o xito das operaes. Todas as aes devem subordinar-se ao propsitodefinido pelo comandante na sua inteno.

    (4) Os objetivos prioritrios da cavalaria blindada so, em princpio, astropas blindadas ou mecanizadas, as posies de artilharia e os centros decomando e controle do inimigo.

    b. Ofensiva - Obtenha, mantenha e explore a iniciativa das aes.(1) As caractersticas e possibilidades da Cavalaria indicam o mximo

    aproveitamento deste princpio de guerra. Normalmente, desde que o planeja-mento das operaes em curso no contra-indique, o comandante de Cavalariano deve deixar de tirar partido de sua aplicao.

    (2) A iniciativa das aes a primeira manifestao da ofensiva. Ainiciativa permite a escolha da hora e do local do ataque, facilitando a surpresa.O perfeito entendimento da inteno do comandante permite aos comandossubordinados a maximizao do uso da iniciativa.

    (3) A postura ofensiva de um comandante de Cavalaria no podeprescindir da audcia inteligente, da aceitao criteriosa de riscos calculados,de um elevado grau de adestramento e prontido que permitam antecipar-se saes do inimigo.

    c. Manobra - Coloque o inimigo numa posio desvantajosa, pela

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    aplicao flexvel do poder de combate.(1) As caractersticas e propriedades gerais da Cavalaria - particular-

    mente sua mobilidade, grande fluidez, a flexibilidade, a capacidade de coman-do e controle e o esprito eminentemente ofensivo de seus quadros permitemamplas possibilidades de emprego do princpio da Manobra, cuja aplicao nopode ser descurada pelos comandos desde as unidades mais elementares atos elevados escales.

    (2) A manobra eficaz surpreende e coloca o inimigo em desvantagemrelativa, maximizando o poder relativo de combate em favor da fora que aplicaesse princpio.

    d. Massa - Concentre um poder de combate superior no momento e localdecisivos.

    A mobilidade, a proteo blindada, a amplitude e flexibilidade dosistema de comunicaes e a fluidez da Arma permitem a rpida concentraode seus meios e o correspondente aumento do poder de combate, no ponto deaplicao do esforo, proporcionando ao comandante excelentes condies deobter superioridade decisiva sobre o inimigo.

    e. Economia de Foras - Empregue todo o poder de combate dispon-vel, da maneira mais eficaz possvel; destine o mnimo indispensvel de poderde combate para as aes secundrias.

    (1) A necessidade de economizar foras na frente de combate, bemcomo a prpria forma de atuao dos elementos de Cavalaria no cumprimentode suas misses bsicas, possibilitam baixar o grau de segurana / resistnciaem regies secundrias, o que proporcionado pela fluidez, pela mobilidade epelo sistema de comunicaes das unidades da Arma.

    (2) As amplas frentes normalmente atribudas Cavalaria se chocamcom a necessidade de se evitar uma disperso desnecessria e o desgaste dossubordinados em aes secundrias. O comandante de Cavalaria deve mantersempre a capacidade de concentrar seus meios contra o inimigo, no momentoe local oportunos.

    f. Unidade de Comando - Para cada objetivo, certifique-se de obterunidade de comando e unidade de esforos.

    Sendo as aes de Cavalaria conduzidas, em princpio, de formarpida e sujeitas a evolues freqentes, e levando-se em conta a mximainiciativa permitida aos comandos subordinados, o princpio da unidade decomando, essencial ao adequado cumprimento da misso, assegurado peloplanejamento centralizado, cuidadoso e global da operao em curso, pelafidelidade s diretrizes recebidas do escalo superior e inteno do coman-dante e pelo controle e pela coordenao assegurados atravs do amplo eflexvel sistema de comunicaes.

    g. Segurana - Nunca permita que o inimigo obtenha uma vantageminesperada.

    (1) As tropas de Cavalaria, pelas suas caractersticas, so as tropasmais aptas a proporcionar segurana s demais foras empregadas no campode batalha.

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    (2) A aplicao deste princpio freqentemente assegurada pelaconquista e manuteno da iniciativa, pela atenta observncia das medidas desegurana afastadas e aproximadas e vigilncia constante no desenrolar dasaes.

    (3) A obteno de informaes oportunas e precisas sobre o inimigoso essenciais para o planejamento das operaes e para prevenir-se dasurpresa.

    (4) As aes de contra-reconhecimento so de fundamental importn-cia para a aplicao do princpio da segurana.

    (5) O emprego de meios areos em apoio s tropas de Cavalariaamplia as condies de segurana.

    h. Surpresa - Atinja o inimigo num tempo, local ou maneira para os quaisele esteja despreparado.

    (1) A Cavalaria, tendo em vista a dificuldade em manter o sigilo de seusdeslocamentos, obtm a surpresa pela rapidez de suas aes e pela aplicaodos princpios da massa e da manobra.

    (2) A obteno da surpresa depende da originalidade, da audcia dasaes, da velocidade de execuo, do sigilo e da dissimulao de intenes.

    (3) No necessrio que se obtenha surpresa absoluta sobre o inimigo. suficiente que o inimigo s perceba a situao tarde demais para uma reaoeficiente.

    i. Simplicidade - Prepare planos claros e descomplicados e ordensconcisas para garantir seu completo entendimento.

    (1) Por serem as manobras de Cavalaria desencadeadas com rapidez,exigindo aes profundas e, no raras vezes, de natureza urgente, suasconcepes buscam fugir da complexidade, em benefcio da oportunidade e dapresteza no cumprimento da misso. Logo, o princpio da simplicidade devenortear sempre as decises dos comandantes de Cavalaria.

    (2) Misses dadas pela sua finalidade contribuem para a aplicao doprincpio da simplicidade.

    (3) A simplicidade no deve sacrificar o perfeito entendimento daoperao e da inteno do comandante, bem como, a preciso, a flexibilidadee a cabal consecuo do propsito.

    (4) Na aplicao do princpio da simplicidade devem ser consideradosos seguintes aspectos:

    (a) as operaes devem ser concebidas de modo que sejamfacilmente compreendidas pelos subordinados e estejam dentro de suascapacidades de execuo;

    (b) os objetivos devem ser claramente definidos, priorizados ecompreendidos pelos elementos que executaro a operao;

    2-4. CARACTERSTICAS BSICAS E PROPRIEDADES GERAIS

    a. Caractersticas Bsicas da Cavalaria - So definidas pela conjuga-o harmnica das caractersticas de seus elementos blindados e mecaniza-

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    dos: mobilidade, potncia de fogo, ao de choque, proteo blindada e sistemade comunicaes amplo e flexvel. As suas peas de manobra so organizadasde forma a realar o movimento e o emprego adequado da potncia dos meiosde que dispe, assegurando excelentes condies para o combate continuadocontra qualquer tipo de fora terrestre. Essas caractersticas so:

    (1) mobilidade - a caracterstica primordial da Cavalaria, a que lhepermite a realizao de manobras rpidas e flexveis em terreno diversificados,bem como a obteno, no mais alto grau, dos efeitos da surpresa. Entende-sepor mobilidade a faculdade de poder:

    (a) deslocar-se com rapidez;(b) engajar-se ou desengajar-se com facilidade;(c) intervir sobre pontos afastados da frente de combate, ou seja,

    possuir grande raio de ao; e(d) transpor, de dia ou noite e sob quaisquer condies

    meteorolgicas, terrenos variados, isto , possuir grande fluidez.(2) potncia de fogo - proporcionada pela variedade e pelo calibre dos

    seus armamentos leve e pesado e pela capacidade de estocagem de munionas prprias viaturas das peas de manobra, conjugadas com o apoio de fogoda Artilharia.

    (3) proteo blindada - proporcionada pelas viaturas blindadas, o quecapacita a Cavalaria a realizar o combate embarcado, com razovel grau desegurana s guarnies, contra fogos de armas leves e fragmentos degranadas de morteiro e de artilharia.

    (4) ao de choque - resulta da utilizao das viaturas blindadas, asquais, reunindo massa e velocidade e complementadas pelo fogo, causamimpacto e, normalmente, surpresa ao inimigo.

    (5) sistema de comunicaes amplo e flexvel - funo dos variadosequipamentos de comunicaes utilizados, o que proporciona aos comandosde Cavalaria ligaes rpidas entre seus diversos escales, assegurando-lhes,pelo controle e pela coordenao eficazes, a possibilidade de explorar, conve-nientemente, as demais caractersticas da arma e uma conseqente prestezana transmisso e no cumprimento das ordens.

    b. Propriedades Gerais da Cavalaria - Em decorrncia da combina-o das caractersticas da Arma, resultam as propriedades gerais da Cavalaria:flexibilidade, capacidade de manobra, capacidade de combate, capacidade dedurar na ao, capacidade de informar-se e de cobrir-se e aptido dos seusquadros. Essas propriedades da Cavalaria indicam-na para o emprego ondehouver amplos espaos.

    (1) Flexibilidade - o produto, particularmente, da mobilidade, dosistema de comunicaes, da estrutura organizacional das unidades da Armae da formao de seus quadros, que permite mudar rapidamente a organizaopara o combate, o dispositivo e a direo de atuao, bem como, engajar-se edesengajar-se com relativa facilidade, amoldando-se s circunstncias domomento.

    (2) Capacidade de manobra - fruto da rapidez, da flexibilidade e dafluidez, o que faculta mudar de direo ou de dispositivo sem perda de tempoe combinar, nas melhores condies, o fogo e o movimento e, conseqentemente,

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    explorar ao mximo os efeitos da surpresa. Faculta tambm passar, comfacilidade, da atitude ofensiva para a defensiva, ou vice-versa; e, ainda,romper, subitamente, o combate para opor ao inimigo nova resistncia em outraposio.

    (3) Capacidade de combate - proporcionada pela potncia de fogo eproteo blindada, possibilitando o cumprimento das diferentes misses daArma, a despeito das reaes do inimigo, bem como, seu emprego em aesrpidas e decisivas no decurso da batalha.

    (4) Capacidade de durar na ao - decorre da autonomia proporciona-da por seus elementos de combate e de apoio. Permite a interveno em locaisdistantes da frente de combate, assegurando Cavalaria a capacidade de atuarem largas frentes e grandes profundidades.

    (5) Capacidade de informar-se e de cobrir-se - assegura-lhe a possibi-lidade de realizar operaes autnomas e resultante de sua organizao,potncia de fogo e mobilidade.

    (6) A aptido de seus quadros para as misses mais diversas e o gostopela iniciativa. Conseqncia de sua formao, onde so enfatizados oplanejamento centralizado e a execuo descentralizada das aes, a lideran-a, a camaradagem, a capacidade de gerenciamento de um grande nmero deinformaes, a sincronizao das aes no tempo, no espao e na finalidade,a capacidade de deciso, a execuo de misses dadas pela finalidade, oamplo emprego de ordens fragmentrias, a capacidade de adaptao eflexibilidade para alterar rapidamente atitudes e a organizao das foras deacordo com a evoluo da situao no campo de batalha e com as modificaesdas misses recebidas.

    ARTIGO III

    CONCEPO DE EMPREGO DA CAVALARIA

    2-5. GENERALIDADES

    a. Em teatros de operaes de grande amplitude, os oponentes nopodero, em princpio, constituir frentes contnuas, solidamente organizadas.As resistncias concentrar-se-o nos eixos, os quais constituiro as penetrantesdos exrcitos. Sobre esses eixos as batalhas sero travadas, tendo porobjetivos principais os entroncamentos rodo-ferrovirios. Porm, entre osgrupamentos de foras, se abriro longos intervalos desocupados ou fracamen-te defendidos, favorveis manobra. O comando priorizar manobrar poresses espaos livres, buscando desbordar ou envolver o grosso do inimigopelo(s) flanco(s) vulnervel(eis). Na impossibilidade de executar manobras deala, atuar no sentido de romper o dispositivo adversrio, seguido de aesenrgicas e profundas.

    b. O planejamento e a conduta da manobra de um grande comando emoperaes baseiam-se, necessariamente, nas informaes, as quais soobtidas, entre outros, pelos reconhecimentos areos e terrestres. O reconheci-

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    mento terrestre somente poder ser realizado por uma fora capaz de atuarprofundamente e com rapidez, bem como, de estabelecer e manter o contatocom o inimigo.

    c. Para que a manobra tenha as maiores probabilidades de xito, deve serpriorizado o fator surpresa. Uma das maneiras de consegui-lo consiste emdissimular o dispositivo do grosso, inclusive pela colocao de uma forainterposta entre este e o inimigo, de forma a permitir que, com um mnimo deinterferncia do inimigo, o mesmo possa se articular livremente.

    d. A Cavalaria ser melhor empregada em manobras de ala, desbordandoou envolvendo o inimigo fixado, procurando destruir ou fixar suas reservas,neutralizar ou destruir seus rgos de comando e controle, de logstica e deapoio ao combate, fazendo com que o inimigo seja destrudo na posio e nopossa retrair ou ser reforado.

    e. Na impossibilidade de realizar uma manobra de ala e o comando tiverde se empenhar em uma batalha de ruptura, a Cavalaria apta para romper odispositivo inimigo, assim que seja aberta uma brecha. Desde que tenhaconseguido ganhar terreno retaguarda do inimigo, tomar como objetivo ospontos vitais de sua organizao e procurar apossar-se das passagensobrigatrias para impedir seus movimentos, fixar ou destruir suas reservas ouimpedir a chegada de reforos. To logo seja possvel dever ser lanada emaproveitamento do xito.

    f. Aps um ataque, se bem sucedido, preciso empreender, rapidamente,aes que conduzam ao aproveitamento do xito e perseguio. Em caso deinsucesso, h necessidade de proporcionar segurana para o retraimento dogrosso. Para todas essas aes, a fora indicada dever ser mvel e potente.

    g. Na ao retardadora e na perseguio, o emprego da Cavalariaalcanar os melhores resultados. Nessas operaes, a Arma desenvolve, aomximo, as possibilidades que lhe emprestam suas caractersticas.

    h. Na perseguio, o melhor emprego da Cavalaria sobre os flancos evias de retirada do inimigo. No curso dessas operaes, o comandante deCavalaria usar da maior iniciativa, lembrando que a rapidez e a audcia sofatores essenciais ao xito.

    2-6. EMPREGO ANTES DA BATALHA

    a. No incio das operaes, a Cavalaria empregada frente das demaisforas terrestres como elemento de segurana. Nessa oportunidade, concorrepara a busca de informaes sobre o inimigo e a rea de operaes e para acobertura da concentrao. Alm disso, retarda o inimigo, realiza destruiese dificulta a sua concentrao.

    b. Para executar tais misses, a Cavalaria manobra utilizando os espaoslivres existentes na frente das primeiras foras postas em ao pelo inimigo e,

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    aproveitando os intervalos que essas possam apresentar, opera atrs de suaslinhas.

    c. No desempenho das misses de reconhecimento e segurana, asunidades e grandes unidades de Cavalaria trabalham em intima ligao com aFora Area (F Ae) e a Aviao do Exrcito (Av Ex).

    Fig 2-12. Cavalaria mecanizada. Fora de Cobertura

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    2-7. DURANTE A BATALHA

    A Cavalaria intervm na batalha como fora participante de operaesofensivas e defensivas:

    a. Na ofensiva(1) Realiza aes desbordantes ou envolventes, aproveitando-se de

    flancos vulnerveis ou de intervalos existentes ou criados no dispositivoinimigo, atuando de forma a destruir os sistemas de comando e controle,logstico, de apoio ao combate e reservas imediatas do inimigo.

    (2) Na impossibilidade de realizar manobras de flanco, poder serempregada para ultimar ou realizar a ruptura de uma posio defensiva.

    (3) Aps a ruptura do dispositivo inimigo, ser lanada para aproveitaro xito obtido e perseguir o inimigo batido, aproveitando as caractersticas defora altamente mvel e potente.

    (4) Antes, durante e aps o combate, poder ser empregada comofora de segurana avanada, de flanco ou fora de ligao.

    Fig 2-13. Cavalaria blindada. Manobra de flanco. Envolvimento

    b. Na defensiva(1) Ser empregada como reserva mvel e potente na mo do

    comandante, destinada, normalmente, s aes que objetivem a destruio doinimigo.

    (2) Na defesa mvel, mais apta a constituir a fora de fixao ou dechoque, graas a sua grande mobilidade, potncia de fogo e ao de choque.

    (3) Poder ser empregada como elemento de aplicao do princpio deeconomia de foras, seja na vigilncia de partes secundrias da frente, seja notamponamento de brechas, atuando como elemento de segurana.

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    ARTIGO IV

    BASES DE ORGANIZAO DA CAVALARIA

    2-8. GENERALIDADES

    a. A multiplicidade e a diversidade das misses concernentes Cavalariaimpem que ela se organize em unidades e grandes unidades dotadas de meiosque a tornem capaz de atuar em terrenos variados, em proveito de forasterrestres de qualquer natureza ou mobilidade, e que cumpram, com eficincia,as misses para as quais so organizadas, instrudas e equipadas. Por outrolado, as caractersticas e a diversidade do seu material, que condicionam suaspossibilidades operacionais, admitem a considerao bsica da existncia detropas de cavalaria pesadas (blindada) e de outras mais leves (mecanizada,pra-quedista e de guarda). A cavalaria mecanizada deve ser consideradacomo uma fora blindada leve.

    b. Na constituio das peas de manobra da Cavalaria, integram-seelementos de natureza diversa, organizados de forma a realar o movimentoe o emprego adequado dos meios de que dispe, assegurando excelentescondies para o combate continuado contra qualquer tipo de fora. Esseselementos devem possuir um grau de mobilidade superior ao das demais forasterrestres presentes no campo de batalha.

    c. O emprego de fraes da aviao do exrcito em apoio s aes dereconhecimento e segurana da Cavalaria, permitem que essas operaessejam executadas com maior profundidade, eficcia e rapidez.

    2-9. ORGANIZAO DA CAVALARIA

    a. A Cavalaria est organizada em tropas de cavalaria blindada, cavalariamecanizada, cavalaria pra-quedista e cavalaria de guarda.

    b. A cavalaria blindada, constituda pela Brigada de Cavalaria Blindada(Bda C Bld), Regimentos de Carros de Combate (RCC) e Regimentos deCavalaria Blindados (RCB), executa operaes de natureza eminentementeofensiva, que exijam mobilidade e grande potncia de choque e que sejamcaracterizadas pela predominncia do combate embarcado. Constitui-se emimportante elemento de deciso do combate, sendo particularmente apta paraas aes ofensivas altamente mveis e com grande profundidade e para asaes dinmicas da defesa.

    c. A cavalaria mecanizada, constituda pelas Brigadas de CavalariaMecanizadas (Bda C Mec), Regimentos de Cavalaria Mecanizados (RCMec) eEsquadres de Cavalaria Mecanizados (Esqd C Mec) particularmente apta aexecutar misses de reconhecimento e segurana, em frentes largas e agrandes profundidades. A cavalaria mecanizada constitui-se em elementoaltamente mvel e potente, capaz de conduzir ou participar de operaesofensivas ou defensivas.

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    d. A cavalaria pra-quedista, constituda pelo esquadro de cavalariapra-quedista (Esqd C Pqdt), participa das Operaes de Assalto Aeroterrestre,Aerotransportadas ou Aeromveis. Prioritariamente realiza operaes de reco-nhecimento, de segurana em proveito da Brigada de Infantaria Pra-quedista.

    e. A cavalaria de guarda, constituda pelos Regimentos de Cavalaria deGuarda (RCG), organizada para, primordialmente, ser empregada nasOperaes de Defesa Interna, nas Aes de Defesa Territorial, no CerimonialMilitar e nas Atividades de Representao da Fora Terrestre. Em determina-das situaes poder participar de Operaes de Defesa Externa, integrandoum Exrcito de Campanha ou FTTOT, sendo empregada na rea de retaguardada Zona de Combate ou na Zona de Administrao, na defesa de instalaese de pontos sensveis, na segurana de reas de retaguarda (SEGAR), nocontrole de populaes e em apoio s operaes de assuntos civis.

    f. So tambm tropas de Cavalaria os esquadres de comando dasbrigadas de cavalaria mecanizadas e brigada de cavalaria blindada, constitu-indo-se em elementos de apoio ao combate (comando e controle) dessas GU.

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    CAPTULO 3

    MISSES DA CAVALARIA

    ARTIGO I

    GENERALIDADES

    3-1. CONSIDERAES INICIAIS

    a. So misses bsicas da Cavalaria:(1) cavalaria blindada: cerrar sobre o inimigo a fim de destru-lo ou

    neutraliz-lo, utilizando o fogo, a manobra e a ao de choque e, na defensiva,destruir ou desorganizar o ataque inimigo por meio do fogo e de contra-ataques.

    (2) cavalaria mecanizada: o reconhecimento, a segurana e a realiza-o de operaes ofensivas e defensivas como elemento de economia de fora.

    (3) cavalaria pra-quedista: o reconhecimento, a segurana e a reali-zao de operaes ofensivas e defensivas como elemento de economia defora, num quadro de operaes aeroterrestres, aerotransportadas ouaeromveis.

    (4) cavalaria de guarda: a defesa de pontos sensveis e de instalaes,a segurana de reas de retaguarda, o controle de populaes e o apoio soperaes de assuntos civis.

    b. No cumprimento das misses bsicas da Arma, seus elementos decombate podem reconhecer, vigiar largas frentes, cobrir ou proteger forasmaiores, buscar e manter o contato com o inimigo, ligar foras amigas, engajar-se no combate ofensivo e defensivo, realizar incurses na retaguarda inimiga,conduzir infiltrao e ataque de inquietao ou diversionrio.

    c. Para desempenhar apropriadamente suas misses, os elementos deCavalaria tm necessidade de possuir um grau de mobilidade superior, ou nomnimo igual, ao das foras amigas ou inimigas presentes no campo de batalha.

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    d. Para cumprir suas misses, a Cavalaria utiliza meios blindados,mecanizados, pra-quedistas, motorizados e hipomveis, devendo priorizar ocombate embarcado.

    e. Suas variadas possibilidades fazem das unidades de Cavalaria impor-tantes meios de busca de informes, bem como, as tornam aptas s aesaltamente mveis, principalmente as de natureza ofensiva.

    f. A disponibilidade de meios aeromveis, ou de apoio areo, amplia aspossibilidades ofensivas e defensivas, de reconhecimento e de segurana daCavalaria.

    ARTIGO II

    RECONHECIMENTO

    3-2. CONCEITUAO

    a. Reconhecimento a ao conduzida, em campanha, pelo emprego demeios terrestres e/ou areos, com o propsito de obter informaes sobre oinimigo e/ou a rea de operaes.

    b. , tambm, pelo reconhecimento que se levantam as informaes quepermitiro ao comando realizar seu estudo de situao e formular seus planosde manobra.

    3-3. TIPOS DE RECONHECIMENTO

    a. H trs tipos de reconhecimento: de eixo, de zona e de rea. O tipo aser empregado escolhido tendo em vista as informaes desejadas, oconhecimento da situao do inimigo, o terreno, o valor da fora de reconhe-cimento, o local onde o informe deve ser procurado e o tempo disponvel paraobt-lo. (Fig 3-1)

    b. Os tipos de reconhecimento executadas pela Cavalaria so:(1) Reconhecimento de Eixo - visa a obteno de informes sobre um

    determinado eixo, o terreno a ele adjacente e/ou inimigo que dele se utiliza;(2) Reconhecimento de Zona - busca obter informes detalhados sobre

    o inimigo e/ou regio de operaes ao longo de uma faixa do terreno definidaem largura e profundidade;

    (3) Reconhecimento de rea - objetiva a coleta de informes detalhadossobre o inimigo e/ou terreno, dentro de uma rea especfica e perfeitamentedefinida em seu permetro.

    c. O Reconhecimento em Fora - no constitui um tipo de misso dereconhecimento, uma operao ofensiva.

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    Fig 3-1. Cavalaria mecanizada. Reconhecimento

    d. Fundamentos das operaes de reconhecimento - As operaesde reconhecimento so executadas de acordo com os seguintes fundamentos:

    (1) orientar-se segundo os objetivos de informaes - O reconhe-cimento deve ser orientado para tropas inimigas, acidentes capitais do terreno,pontos sensveis, localidades, direes de atuao, zonas ou reas especficas.Contrariamente ao que se observa nas misses de segurana, os elementosque realizam um reconhecimento atuam de acordo com a localizao ou omovimento dos objetivos de informaes, condicionante essencial para oadequado cumprimento da misso;

    (2) participar, com rapidez e preciso, todos os informes obtidos- Os informes, sejam eles positivos ou negativos, devem ser transmitidos logoque obtidos e devem ser participados tal como foram obtidos, no devendoconter opinies e, sim, fatos;

    (3) evitar o engajamento decisivo - Uma fora de reconhecimentodeve manter a sua liberdade de manobra. O engajamento em combate ocorre,quando necessrio, para a obteno dos informes desejados ou para evitar adestruio ou captura da fora;

    (4) manter o contato com o inimigo - Na execuo de uma missode reconhecimento, o contato deve ser obtido o mais cedo possvel. Uma vezestabelecido, mantido e no deve ser rompido voluntariamente, sem autori-zao do escalo superior. O contato pode ser mantido, tambm, por meio daobservao terrestre ou area;

    (5) esclarecer a situao - Quando o contato com o inimigo estabelecido ou um obstculo encontrado, a situao deve ser esclarecidarapidamente. A localizao, o valor, a composio e o dispositivo do inimigo sodeterminados e um esforo especial feito para identificar os flancos da

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    posio inimiga. De acordo com a misso, o comandante deve rapidamentedecidir se ataca ou desborda a resistncia inimiga. De imediato d conhecimen-to ao escalo superior da deciso tomada, incluindo informes obtidos sobre oinimigo pelo reconhecimento.

    ARTIGO III

    SEGURANA

    3-4. CONCEITUAO

    a. A misso de segurana compreende o conjunto de medidas adotadaspor uma fora, visando preservar-se contra a inquietao, a surpresa e aobservao por parte do inimigo. Sua finalidade preservar o sigilo dasoperaes, manter a iniciativa das mesmas e obter a liberdade de ao.

    b. A segurana obtida, efetivamente, pela deteco antecipada de umaameaa e pelo tempo e espao suficientes para que a fora em proveito da quala segurana realizada possa manobrar e reagir a essa ameaa, evitando-a,neutralizando-a ou destruindo-a. A segurana proporcionada pelas informa-es oportunas e precisas, bem como pelo movimento rpido e agressivo. Todaunidade responsvel pela sua prpria segurana, a despeito da proporcionadapor outras unidades.

    c. A fora de segurana deve ser suficientemente forte e apropriada paraproporcionar o tempo adequado para que a tropa segurada possa reagir. Deacordo com suas possibilidades, as foras de segurana engajam o inimigoapenas durante o tempo necessrio para cumprirem suas misses. Contudo,medidas de segurana no devem ser tomadas desnecessariamente, de talforma que desviem o esforo da unidade do real cumprimento de sua misso.

    3-5. GRAUS DE SEGURANA

    a. Cobertura - a ao que proporciona segurana a determinada regioou fora, com elementos distanciados ou destacados, orientados na direo doinimigo e que procuram intercept-lo, retard-lo, desorganiz-lo, engaj-lo ouiludi-lo antes que o mesmo possa atuar sobre a regio ou fora coberta.

    b. Proteo - a ao que proporciona segurana a determinada regioou fora, pela atuao de elementos no flanco, frente ou retaguarda imediatos,com a finalidade de impedir a observao terrestre, o fogo direto e o ataque desurpresa do inimigo sobre a regio ou fora protegida. (Fig 3-2)

    c. Vigilncia - a ao que proporciona segurana a determinada foraou regio, pelo estabelecimento de uma srie de postos de observao,complementados por adequadas aes, que procuram detectar a presena doinimigo to logo ele entre no raio de ao dos instrumentos do elemento que aexecuta.

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    Fig 3-2. Cavalaria mecanizada. Fora de Proteo. Flancoguarda

    3-6. FORAS DE SEGURANA

    a. Fora de cobertura(1) uma fora de segurana, taticamente autnoma, que opera a uma

    considervel distncia, orientada na direo do inimigo, em proveito de umafora estacionada ou em movimento.

    (2) As foras de cobertura denominam-se: fora de cobertura avana-da, fora de cobertura de flanco e fora de cobertura de retaguarda.

    b. Fora de proteo(1) uma fora de segurana que opera frente, no flanco ou

    retaguarda de uma tropa estacionada ou em movimento a fim de proteg-lacontra a observao terrestre, os tiros diretos e os fogos de surpresa. De acordocom as suas possibilidades, ela repele, destri ou retarda o inimigo que ameaaa fora segurada. A fora de proteo opera dentro do alcance dos fogos deapoio da fora protegida.

    (2) As foras de proteo denominam-se: vanguarda, flancoguarda eretaguarda.

    c. Fora de vigilncia - uma fora de segurana que estabelece umacortina de vigilncia com a misso bsica de alertar sobre a aproximao doinimigo.

    d. Tambm so foras de segurana as que estabelecem a ligao entreduas foras de maior valor, visando, principalmente, tamponar uma brecha, eaquelas que realizam a segurana de rea de retaguarda. Os Postos AvanadosGerais (PAG) e os Postos Avanados de Combate (PAC) incluem-se entre asforas de segurana que atuam na rea de segurana frente do limite anteriorda rea de defesa avanada.

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    3-7. FUNDAMENTOS DAS OPERAES DE SEGURANA

    a. Proporcionar alerta preciso e oportuno ao escalo superior - Afora de segurana deve informar ao escalo superior, precisa e oportunamen-te, sobre a localizao ou movimento das foras inimigas que possam constituiruma ameaa ao cumprimento de sua misso. Somente pelo alerta oportuno einformaes precisas, fornecidas pela fora de segurana ao escalo superior,pode o comandante deste decidir sobre a aplicao de seus meios, prazo e localpara engajar-se com o inimigo e manobrar suas foras, a fim de obter surpresae vantagens tticas.

    b. Garantir espao para manobra - A fora de segurana atua suficien-temente distante da tropa em proveito da qual opera, de modo a garantir a estao prazo e o espao suficientes para que possa manobrar, buscando ou evitandoo contato com o inimigo. A distncia entre ambas funo da anlise judiciosados fatores da deciso e do grau de segurana desejado.

    c. Orientar a execuo da misso em funo da fora em proveito daqual opera - Uma fora de segurana manobra de acordo com a localizaoou movimento da tropa em proveito da qual opera, interpondo-se entre ela e aconhecida ou provvel ameaa do inimigo.

    d. Executar um contnuo reconhecimento - Toda fora de seguranadeve executar um reconhecimento contnuo e agressivo, capaz de fornecer aocomandante informes sobre o terreno e o inimigo em sua zona de ao e, ainda,possibilitar a localizao adequada da fora de segurana em relao tropa,em proveito da qual opera, e ameaa inimiga.

    e. Manter o contato com o inimigo - O contato com o inimigo deve sermantido at que este no constitua mais uma ameaa ou que se afaste da zonade ao da tropa em proveito da qual a fora de segurana opera. Ocomandante de uma fora de segurana no pode, voluntariamente, romper ocontato com o inimigo, a menos que seja determinado pelo comando superior.Se a fora inimiga sair da zona de ao, deve-se informar a unidade vizinha,auxiliando-a no estabelecimento do contato com o inimigo.

    3-8. CONTRA-RECONHECIMENTO (C Rec)

    a. Contra-Reconhecimento um conjunto de medidas, aes e tcnicasespeciais que permeiam as misses de COBERTURA, PROTEO e VIGI-LNCIA, destinadas a impedir, pelo combate, que os elementos de reconheci-mento do inimigo obtenham informaes sobre nossas foras ou regiocoberta, protegida ou vigiada pela Cavalaria. C Rec no , pois, um tipo demisso de Segurana. Os elementos mais aptos para conduzir o C Rec so asunidades e subunidades de cavalaria mecanizada.

    b. O Contra-Reconhecimento destina-se a destruir ou neutralizar oselementos de reconhecimento do inimigo. As aes de C Rec podem ser denatureza ofensiva ou defensiva.

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    c. O C Rec Ofensivo procura deliberadamente o contato com os elemen-tos de reconhecimento do inimigo (Rec Ini) e a sua destruio ou neutralizaopelo combate.

    d. O C Rec Defensivo procura evitar, se necessrio pelo combate, que oRec Ini penetre em determinadas regies ou partes da Z A da Unidade ou doescalo superior (Esc Sp). normalmente conduzido retaguarda de obstculosnaturais ou artificiais. Procura canalizar as linhas de infiltrao do Rec Ini parareas de Engajamento onde estes elementos sero destrudos ou neutralizados.

    e. Os elementos que executam o C Rec devem ser escalonados emprofundidade para terem maior eficincia e eficcia contra o Rec Ini. Esteselementos devem ter seu movimento e conduta orientados segundo os funda-mentos da operao de segurana onde esto inseridos.

    f. O valor e a composio dos elementos que conduziro o C Rec e anatureza do combate a ser realizado devero ser previstos no planejamento daoperao de segurana, em funo de estudo criterioso dos fatores da deciso.

    g. O apoio da Aviao do Exrcito e/ou da Fora Area aumenta aeficcia do combate de C Rec, seja pela possibilidade de localizao antecipa-da do Rec Ini e suas linhas de infiltrao, seja pela possibilidade de destru-lopelo fogo ou de conduo do fogo terrestre.

    h. No C Rec ofensivo ou defensivo, a Cavalaria procurar sempre adestruio dos elementos de Rec Ini.

    ARTIGO IV

    OPERAES OFENSIVAS

    3-9. GENERALIDADES

    A Cavalaria executa qualquer tipo de operao ofensiva. No aproveita-mento do xito e na perseguio a Cavalaria poder obter resultados maisdecisivos e poder melhor explorar as caractersticas da Arma.

    3-10. TIPOS DE OPERAES OFENSIVAS

    a. Marcha para o combate - uma marcha ttica na direo do inimigo,com a finalidade de obter ou restabelecer o contato com o mesmo e/ouassegurar vantagens que facilitem as operaes futuras.

    b. Reconhecimento em fora - uma operao de objetivo limitado,executada por uma fora pondervel, com a finalidade de revelar e testar odispositivo e o valor do inimigo ou obter outras informaes. A cavalariablindada a fora mais apta realizao deste tipo de operao ofensiva,devendo ser apoiada por artilharia, engenharia e meios areos.

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    c. Ataque - A finalidade do ataque derrotar, destruir ou neutralizar oi