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CCCUIDADOSPALIATIVOSCC
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FICHA TCNICA
2017. Ministrio da Sade. Sistema Universidade Aberta do SUS. Fundao Oswaldo Cruz & Centro de Telessade HC-UFMG & Centro Universitrio Newton Paiva.
Alguns direitos reservados. permitida a reproduo, disseminao e utilizao dessa obra, em parte ou em sua totalidade, nos termos da licena para usurio final do Acervo de Recursos Educacionais em Sade (ARES). Deve ser citada a fonte e vedada sua utilizao comercial.
Cuidados Paliativos. Direo educacional de Lidiane Aparecida Sousa. Especialistas na temtica: Tas Marina de Souza, Laila Carine Ferreira Lodi Junqueira. Braslia: SE/UNA-SUS, 2017. Livro digital.
Ministrio da SadeRicardo BarrosMinistro
Secretaria de Gesto do Trabalho e da Educao na Sade SGETSRogrio Luiz Zeraik AbdallaSecretrio
Secretaria-executiva da Universidade Aberta do SUS UNA-SUSFrancisco Eduardo de CamposSecretrio-executivo
Fundao Oswaldo Cruz FiocruzNsia Trindade LimaPresidente
Centro de Telessade do Hospital das Clnicas da Universidade Federal de Minas Gerais Antonio Luiz Pinho RibeiroMaria Beatriz Moreira AlkmimCoordenador
COORDENADOR ACADMiCOLidiane Aparecida de Sousa
CONTEUDiSTASTas Marina de Souza, Laila Carine Ferreira Lodi Junqueira
REViSORAlessandro Amadeu Fortini
SUPORTE PEDAGGiCOEdenia Santos Garcia Oliveira
COORDENAO DE PRODUONatalia Alkmim Oliveira
CAPA |DiAGRAMAO | FOTOGRAFiAAna Carolina Zegarra Trigueiro | [email protected]
Centro de Telessade - Hospital das Clnicas - UFMGEndereo: Av. Professor Alfredo Balena, 110 - 1 Andar - Ala Sul - Sala 107Cidade/Estado: Belo Horizonte/MGCEP: 30130-100Telefone: +55(31) 3409-9201 / +55(31) 3409-9234E-mail: [email protected]: http://www.telessaude.hc.ufmg.br
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SUMRIO
CONCEITO
PRINCPIOS
EVOLUO DOS CUIDADOS PALIATIVOS
1. Quando indicar
2. Aes Paliativas
3. Assitncia ao fim da vida
4. ltimas horas de vida
5. Cuidando do famliares e cuidadores
APLICATIVO CUIDADOS PALIATIVOS
REFERNCIAS
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PRINCPIOS
Segundo a definio da Organizao Mundial de Sade - OMS, revista em 2002, Cuidado Paliativo uma abordagem que promove a qualidade de vida de pacientes e seus familiares, que enfrentam doenas que ameacem a continuidade da vida, atravs da preveno e alvio do sofrimento. Requer a identificao precoce, avaliao e tratamento da dor e outros problemas de natureza fsica, psicossocial e espiritual.
PROMOVER alvio da dor e de outros sintomas desagradveis;
PREVENIR a ocorrncia de novos problemas;
MELHORAR a qualidade de vida e influenciar positivamente o curso da doena;
INTEGRAR os aspectos psicossociais e espirituais ao cuidado do paciente;
OFERECER suporte multiprofissional para atender as necessidades dos pacientes e de seus familiares, incluindo acompanhamento no luto;
NO antecipar ou postergar o processo natural da morte;
LIDAR com os medos, as expectativas, as necessidades e as esperanas;
INICIAR os Cuidados o mais precocemente possvel, juntamente com as investigaes necessrias aps o diagnstico e a terapia modificadora da doena;
PREPARAR o paciente para a autodeterminao no manejo do final da vida.
ONCEITO04
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TITULO55
EVOLUO DOS CUIDADOS PALIATIVOS
1. QUANDO INDICAROs Cuidados Paliativos so indicados para todos os pacientes com doena ameaadora da continuidade da vida por qualquer diagnstico, com qualquer prognstico, seja qual for a idade e a qualquer momento da doena em que eles tenham expectativas ou necessidades no atendidas.
Ao longo da evoluo da doena, a intensidade dos cuidados varivel, sendo que o foco e os objetivos vo progressivamente transitando de uma nfase em tratamentos modificadores da doena at abordagens com intenes exclusivamente paliativas. Nesse processo, deve-se atentar tambm para as demandas apresentadas pelos familiares e cuidadores, inclusive no perodo do luto. (FIGURA 1)
FIGURA 1 BENEFCIO POTENCIAL DOS CUIDADOS PALIATIVOS PARA OS PACIENTES EM RELAO AO MOMENTO DA DOENAAdaptado de Comisso Permanente de Cuidados Paliativos da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia. Vamos falar de Cuidados Paliativos, 2014.
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2. AES PALIATIVASOs Cuidados Paliativos coexistem com as terapias modificadoras durante grande parte da trajetria da doena. (FIGURA 2)
Adaptado de Comisso Permanente de Cuidados Paliativos da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia. Vamos falar de Cuidados Paliativos, 2014.
FIGURA 2: VARIAO DA NECESSIDADE DE CUIDADOS PALIATIVOS
Essa trajetria diferente levando em conta as peculiaridades de cada doena e composta por diversas fases, nas quais existem demandas especficas por parte dos pacientes. (FIGURA 3)
A execuo dos Cuidados Paliativos efetiva quando realizada por uma equipe multidisciplinar composta por: - mdicos, enfermeiros, assistentes sociais, psiclogos, terapeutas ocupacionais, fonoaudilogos, fisioterapeutas, nutricionistas, capeles e voluntrios que sejam competentes e habilidosos nos aspectos do processo de cuidar relacionados sua rea de atuao.
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FIGURA 3: TRAJETRIA DAS PRINCIPAIS DOENAS CRNICAS QUE DEMANDAM OS CUIDADOS PALIATIVOSAdaptado de Conselho Regional de Medicina do Estado de So Paulo. Cuidado Paliativo. Coordenao Institucional de Reinaldo Ayer de Oliveira. So Paulo, 2008.
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FIGURA 4: RELAO ENTRE OS CUIDADOS PALIATIVOS E A CONDIO FUNCIONAL DO PACIENTE CALCULADA POR MEIO DO PPS
A Escala PPS varia de 100%, que significa mxima atividade funcional, at 0%, indicando morte. Em qualquer uma das classificaes existe a necessidade do gerenciamento intensivo dos sintomas e das demandas que o paciente e a famlia apresentam. (TABELA 1)
Na avaliao do paciente, alm do exame clnico habitual, utilizam-se escalas, ferramentas que auxiliam na avaliao objetiva da condio funcional (PPS- Escala de Performance Paliativa) e na estratificao da intensidade dos sintomas (ESAS- Edmonton Symptom Assesment System). (FIGURA 4)
Adaptado de Conselho Regional de Medicina do Estado de So Paulo. Cuidado Paliativo. Coordenao Institucional de Reinaldo Ayer de Oliveira. So Paulo, 2008.
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TABELA 1: ESCALA DE PERFORMANCE PALIATIVA PPS VERSO 2 - TRADUO BRASILEIRA PARA A LNGUA PORTUGUESA Adaptado de Conselho Regional de Medicina do Estado de So Paulo. Cuidado Paliativo. Coordenao Institucional de Reinaldo Ayer de Oliveira. So Paulo, 2008.
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A Escala ESAS composta por indicadores visuais e numricos que variam entre zero e dez, sendo 0 (zero) a ausncia do sintoma e 10 (dez) o sintoma em sua maior intensidade. Os dados podem ser preenchidos tanto pelo profissional de sade quanto pelo paciente e seu cuidador. (FIGURA 5)
Monteiro DR, Almeida MA, Kruse MHL. Traduo e adaptao transcultural do instrumento Edmonton Symptom Assessment System para uso em cuidados paliativos. Rev. Gacha Enferm. [online], 2013, 34(2), p.163-171.
FIGURA 5: ESCALA ESAS
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A fase final da vida conhecida como aquela em que o processo de morte ocorre de forma irreversvel e o prognstico de vida pode ser definido em dias ou semanas. Nesse momento, os Cuidados Paliativos se tornam indispensveis e complexos em razo do objetivo de suprir a demanda de ateno especfica e contnua ao doente e sua famlia, prevenindo e/ou reduzindo o sofrimento, com o intuito de melhorar a qualidade de vida e de morte. A conduo de cada caso deve ser acordada entre paciente, familiares e equipe de sade.
As Diretivas Antecipadas de Vontade so definidas pelo Conselho Federal de Medicina como o conjunto de desejos manifestados pelo paciente sobre cuidados e tratamentos que o mesmo aceita ou no receber, no momento em que estiver incapacitado de expressar, livre e autonomamente, sua vontade.
As aes nesse perodo tm como objetivo otimizar o controle de sintomas. O alvio da dor e outros sintomas do paciente e de seus familiares devem ser priorizados. Deve-se avaliar tambm a reduo de procedimentos invasivos e uso de medicaes que no acrescentam benefcios relevantes ao paciente portador de doena em estgio avanado.
importante oferecer tambm orientaes ao paciente a respeito das pendncias e providncias legais. Testamentos, registros de filhos, regularizao bancria e de unies, alm de obteno de tutores ou curadores so decises significativas e indispensveis no somente para o indivduo, mas tambm para os familiares. Esse perodo necessrio para que se possam estreitar laos familiares e com pessoas significativas, como tambm tempo relevante para investimento em suas crenas religiosas.
3. ASSISTNCIA AO FIM DA VIDA11
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4. LTIMAS HORAS DE VIDA
5. CUIDANDO DOS FAMILIARES E CUIDADORES
As ltimas horas da vida geralmente so acompanhadas de mudanas rpidas na condio do paciente e na capacidade da famlia de lidar com a proximidade da morte. Por isso, esse perodo deve ser acompanhado pela equipe de sade com reavaliao regular do plano de cuidados.
Alguns sinais e sintomas como astenia, dor, mudanas no padro respiratrio e reduo no nvel de conscincia, so comuns nessa fase e precisam ser avaliados e abordados. necessrio ainda que os familiares e cuidadores sejam orientados, evitando e amenizando o sofrimento e as dvidas.
Alm do paciente, o cuidador no pode ser negligenciado no cenrio dos Cuidados Paliativos, seja ele formal (contratado para desempenhar um servio) ou informal (geralmente um familiar). A progresso de uma doena incurvel e o agravo dependncia que ela acarreta no indivduo doente exigem de quem cuida disposio e sade emocional, e aps a morte, enfrentar o sofrimento da perda. Um cuidador em sobrecarga precisa zelar para manter-se saudvel e para o alcance mximo do potencial de cuidar. Algumas estratgias podem ser adotadas para evitar o esgotamento, como frequentar grupos de apoio a cuidadores, assim como ter uma rotina de lazer e de descanso. Alm disso, essencial falar francamente sobre as dificuldades e sobre os sentimentos envolvidos no cuidado do paciente. indispensvel fornecer auxlio aos familiares e cuidadores no perodo ps-bito. Existem estratgias presencias, como visitas em domiclio e consultas, contato telefnico e grupos de apoio mtuo que podem ser oferecidas pelos profissionais, de maneira a facilitar o processo de ajuste s mudanas causadas pela perda do paciente.
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TITULOAPLICATIVO CUIDADOS PALIATIVOS
Foi desenvolvido pelo Centro de Telessade do Hospital das Clnicas da UFMG um aplicativo intitulado Cuidados Paliativos, que tem como objetivo auxiliar os profissionais da rea de sade a reconhecer a condio funcional e os sinais e sintomas apresentados pelos pacientes portadores de doena ameaadora da continuidade da vida e, portanto, a aliviar o sofrimento e agregar qualidade vida e ao processo de morrer, por meio das escalas PPS e ESAS.O aplicativo est disponvel para o download gratuito na Google Play.
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REFERNCIAS
Canadian Hospice Palliative Care Association. A Model to Guide Hospice Palliative Care. Ottawa, ON: Canadian Hospice Palliative Care Association, 2013. Carvalho RCT, Parsons HA (org). Manual de Cuidados Paliativos ANCP, 2 ed, Porto Alegre: Sulina, 2012. Comisso Permanente de Cuidados Paliativos da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia. Vamos falar de Cuidados Paliativos, 2014. Conselho Federal de Medicina. Braslia: Resoluo CFM n 1.995/2012: p. 1-5. Acesso em 21/04/2017. Conselho Regional de Medicina do Estado de So Paulo. Cuidado Paliativo. Coordenao Institucional de Reinaldo Ayer de Oliveira. So Paulo, 2008. Maciel MGS, Carvalho RT. A Escala de Desempenho em Cuidados Paliativos verso 2 (EDCP v2). Traduo Brasileira para a Lngua Portuguesa. So Paulo, 2009. Monteiro DR, Almeida MA, Kruse MHL. Traduo e adaptao transcultural do instrumento Edmonton Symptom Assessment System para uso em cuidados paliativos. Rev. Gacha Enferm. [online], 2013, 34(2), p.163-171.