Cabo verde
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Cabo Verde
O português é a língua oficial de Cabo Verde, utilizada em toda a documentação oficial
e administrativa. É também a língua das rádios e televisões e, principalmente, a língua de
escolarização. Paralelamente, nas restantes situações de comunicação (incluindo a fala
quotidiana), utiliza-se o cabo-verdiano, um crioulo que mescla o português arcaico a
línguas africanas. O crioulo divide-se em dois dialetos com algumas variantes em
pronúncias e vocabulários: os das ilhas de Barlavento, ao norte, e os das ilhas de
Sotavento, ao sul.
Cabo Verde é um país insular e um arquipélago de origem vulcânica constituído por dez
ilhas, das quais 9 habitadas, e vários ilhéus desabitados,
divididos em dois grupos: ao norte, as ilhas de Barlavento.
Relacionando de oeste para leste: Santo Antão, São Vicente,
Santa Luzia (desabitada), São Nicolau, Sal e Boa Vista.
. Foi descoberto em 1460 por Diogo Gomes ao serviço da
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coroa portuguesa, que encontrou as ilhas desabitadas e aparentemente sem indícios de
presença humana. Foi colónia de Portugal desde o século XV até à sua independência em
1975.
Resultante de uma mestiçagem entre colonos europeus e escravos africanos, que se
fundiram num só povo, o crioulo revela, não apenas na cor da pele e na língua, a sua
herança europeia e africana.
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O carácter afável e hospitaleiro, a sua forma de estar e viver muito próprias, reunidas
no termo "morabeza", os seus costumes e tradições, moldadas pelas influências culturais
múltiplas favoreceram a emergência de uma identidade cultural diferenciada: o "badiu"
(natural das ilhas do sul do arquipélago, Sotavento, marcadamente mais africana) em
oposição ao "sampadjudo" (natural das ilhas do norte do arquipélago, Barlavento, de
influência mais europeia).
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A liberdade de religião é garantida pela Constituição e respeitada pelo governo. Há
boas relações entre as diversas confissões religiosas.
Gastronomia
A base da alimentação tradicional são os alimentos produzidos localmente, quase
sempre incorporando o milho. Colorida pelas
influências africanas mas incorporando alguns
hábitos da cozinha tradicional portuguesa a
gastronomia cabo-verdiana é rica em cores e
sabores.
Os pratos de carne (porco, vaca, cabra e cabrito), simples ou guarnecidos com
verduras, ou de peixe garantem uma variedade de
sabores. O prato nacional de referência é a
catchupa (imagem à esquerda), confecionado com
carnes várias (frango, vaca, porco e enchidos)
acompanhado de milho “cochido”, feijão ou favas, batata e couve e enriquecido, por vezes,
com ovos fritos ou peixe. Também o modje Manel Antóne (cabrito) suscita as delícias dos
apreciadores da cozinha africana.
Cabo Verde, com o seu mar rico em
espécies marinhas, sustenta a variedade da
cozinha cabo-verdiana proporcionando
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agradáveis surpresas aos apreciadores de peixe e marisco.
Nesta vertente o prato típico nacional é o caldo de peixe; o atum, peixe serra,
espadarte, garoupa, esmoregal e a moreia, são algumas das espécies mais apreciadas;
percebes, búzios, polvo e lagosta merecem destaque especial. É típico comer bafas de
marisco, apresentadas como entradas ou simples aperitivos.
As sobremesas não devem passar despercebidas. De paladares diferenciados a
doçaria, variada, baseia-se no leite e nas frutas nacionais - papaia, manga, coco,
azedinha.
Os pudins, de queijo, café ou leite, são também referências importantes na cozinha
cabo-verdiana. O queijo de leite de cabra,
oriundo da Boa Vista, acompanhado de doce de
papaia (apelidado de Romeu e Julieta) é uma
das sobremesas mais apreciadas.
Entre as bebidas não se deve deixar de provar o
vinho frutado do Fogo (branco e tinto), o manecon, produzido nas encostas do vulcão,
e o café cru, um dos melhores do
mundo. O famoso grogue,
aguardente de cana-de-açúcar,
bebida fortemente alcoólica e
fabricada ainda por métodos
artesanais na ilha de Santo Antão
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ou em zona rurais de Santiago, encontra-se generalizado por todo o arquipélago
podendo ser adquirido em atraentes embalagens. O pontche e os licores de frutos
juntam o “grogue” aos sabores tropicais.
Festividades
Geralmente em fevereiro, o Carnaval é celebrado
em todas as ilhas com especial evidência para os
de Mindelo (São Vicente) e São Nicolau; em abril,
a festa da Bandeira de São Filipe (Fogo); em
maio o Festival da Gamboa pelas festas da
Cidade da Praia (Santiago); em junho, as festas tradicionais de São João e Santo António
(Brava, Santo Antão e São Nicolau). A tabanka precede o São João (Santiago e Maio);
em agosto, o Festival da Baía das Gatas (São Vicente), evento musical com projeção
internacional; em setembro, o Festival de Música de Santa Maria (Sal), incluído nas festas
do Dia do Município (Nossa Senhora das Dores).
Artes plásticas
Só depois da independência em 1975 é que ocorreu o surgimento de alguns artistas no
campo da pintura e escultura.
Atualmente, Cabo Verde abriu-se ao mundo. Os seus artistas vão buscar influências, e
até estudar, ao estrangeiro. Há uma certa globalização nas artes cabo-verdianas,
mantendo-se, no entanto, certos sinais das raízes africanas, evidenciadas sobretudo na
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escolha das cores. Os artistas cabo-verdianos têm colocado os seus trabalhos em muitas
exposições, não só no seu próprio país, como também em Portugal e nos Estados Unidos.
As artes plásticas em Cabo Verde abrangem cerca de meia centena de criadores e a
cada ano surgem novos nomes a tentar conquistar o seu espaço num mercado escasso,
mas bastante dinâmico.
A pintura é aquela em que se insere a maioria esmagadora dos artistas, enquanto os
escultores são menos expressivos numericamente.
José António do Rosário José Carlos Miranda Brito
Artesanato
O artesanato tem grande importância na cultura cabo-
verdiana. A tecelagem e a cerâmica são artes muito apreciadas no país. Produzidas para utensílio e decoração, o artesanato do Cabo Verde é muito singular e é um verdadeiro
instrumento de expressão da cultura popular. Hoje, ele é igualmente atração para os turistas, constituindo o seu fabrico e a sua comercialização o único meio de subsistência para algumas famílias.