Cabos Mt Dados Técnicos

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    I ASPECTOS CONSTRUTIVOS

    1 INTRODUO

    Basicamente, um cabo elctrico de energia para mdia tenso constitudo por um ou vrios condutores de baixa

    resistncia elctrica (almas condutoras) que permitem transmitir uma corrente elctrica com uma dada intensidade

    e por uma camada isolante que se destina a separar electricamente os condutores entre si e estes relativamente

    ao exterior, de forma a suportar a tenso de servio.

    As condies de instalao e as influncias externas podem tambm obrigar incluso de outros componentes, tais

    como, crans (proteco elctrica), armaduras (proteco mecnica) e bainhas (proteco contra agentes exteriores).

    2 CONSTITUIO

    2.1 Condutores

    Os condutores constituem o ncleo de transmisso de energia dos cabos elctricos.

    Os factores mais importantes a ter em conta so a natureza dos materiais utilizados, as seces rectas transversais,

    as composies e as classes normalizadas de acordo com as normas nacionais e internacionais (NP 2363, C.E.I.

    60228, C.E.I. 60228A, HD-383).

    Os materiais condutores mais comuns so o cobre macio e o alumnio (normalmente 3/4 duro) no s pelas excelentes

    condutividades elctricas que possuem, mas tambm pelo seu custo e pelas caractersticas mecnicas de excepo,

    traduzidas na facilidade de serem transformados at forma de fio.

    Os condutores so normalmente constitudos por fios elementares cableados, em camadas concntricas.

    As seces dos condutores devem ser escolhidas de maneira a limitar as perdas devidas ao seu aquecimento, de modoque a instalao conserve um bom rendimento econmico e que o aumento de temperatura no ultrapasse o limite

    mximo admissvel pelo material da isolao.

    Quadro 1 - Valores tpicos das caractersticas dos materiais condutores usados habitualmente em cabos elctricos

    ASP

    ECTOSCONSTRUTIVOS

    Caractersticas

    Grau de pureza (%)

    Densidade

    Resistividade a 20C (.mm2/m)

    Coef. Dilatao linear (C-1)

    Coef. Variao resist. hmica c/ a temp. (C-1)Ponto de fuso (C)

    Condutividade (W/cm.C)

    Tenso de rotura (N/mm2)

    Mdulo de elasticidade (N/mm2)

    Alongamento rotura (%)

    COBRE (recozido)

    > 99,9

    8,89

    0,017241

    17x10-6

    0,003931080

    3,8

    225

    26

    20 a 40

    ALUMNIO (3/4 duro)

    > 99,5

    2,703

    0,02826

    23x10-6

    0,00403660

    2,4

    125 a 205

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    DADOS TCNICOS

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    Os condutores que normalmente se empregam no fabrico de cabos de mdia tenso so circulares, multifilares e

    compactados, constitudos por camadas concntricas de fios condutores elementares (classe 2 da norma NP 2363,

    equivalente s normas internacionais C.E.I. 60228 e C.E.I. 60228A). Esta disposio constitui uma vantagem por apresentar

    uma resistncia hmica em corrente alternada mnima devido reduo dos efeitos pelicular e de proximidade. Esta

    situao permite que haja uma melhor utilizao da seco til e consequentemente uma maior capacidade de transporte.

    Existe ainda a possibilidade de fabricar estes condutores com uma construo estanque que resista penetrao

    longitudinal da gua.

    Os valores mximos da resistncia hmica de cada condutor em corrente contnua e a 20C, esto indicados nascaractersticas elctricas referidas no capitulo V.

    A correco da resistncia hmica com a temperatura, quando necessria, obtida a par tir do valor a 20C (R20)

    de acordo com a expresso:

    Rt = R20x Ktx L / 1000

    Em que:

    Rt= resistncia medida num comprimento L (em km) do condutor temperatura t (C), em /km

    R20= resistncia medida num comprimento de 1 km do condutor a 20C, em /km

    Kt= coeficiente de correco = [1+(t-20)]

    (cobre) = 0,00393

    (alumnio) = 0,00403

    2.2 Materiais isolantes

    A isolao dos condutores tem uma importncia fundamental em matria de segurana das condies de instalao

    e explorao e de adequao aos fins a que se destina.

    Desde a sua apario os materiais isolantes sintticos, ditos secos, suplantaram de imediato a tecnologia

    precedente (isolao a papel) nos cabos de mdia tenso at 30kV.

    Os isolantes sintticos dividem-se em duas grandes famlias:

    os termoplsticos

    os elastmeros e polmeros reticulveis

    De todos os materiais o mais utilizado, actualmente, nos cabos de mdia tenso o polietileno reticulado pelo facto

    de conduzir a menores custos globais da instalao e pelas suas caractersticas quer intrnsecas, quer de processabilidade.

    ASP

    ECTOSCONSTRUTIVOS

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    Quadro 2 - Caractersticas do polietileno reticulado

    Quadro 3 - Vantagens do polietileno reticulado

    2.3 Camadas semicondutoras

    Nos cabos de mdia tenso, alm da camada isolante existem, usualmente, duas camadas semicondutoras aplicadas

    interna e externamente relativamente quela.

    A camada interna, denominada semicondutor interno, aplicada por extruso sobre o condutor e tem em vista a criao

    de uma superfcie equipotencial uniforme em torno deste.

    Para alm de outras funes evita a concentrao do campo elctrico em pontos especficos correspondentes s irregularidades

    da periferia do condutor.

    A camada externa, denominada semicondutor externo, aplicada sobre a isolao, podendo ser aderente ou facilmente

    destacvel (pelvel) desta, e tem como principais funes facilitar a aplicao do cran metlico e criar as condies

    necessrias regularizao e orientao do campo elctrico, no danificando a isolao seja do ponto de vista

    elctrico, seja mecnico. Esta camada aplicada por extruso.

    Os materiais base so da mesma natureza do da isolao utilizada apresentando, no entanto, caractersticas semicondutoras.

    ASP

    ECTOSCONSTRUTIVOS

    Elevada estabilidade trmica

    Elevada resistncia de isolamento

    Elevada rigidez dielctrica

    Baixo factor de perdas (tg)

    Estabilidade ao envelhecimentoMenores dimetros exteriores e pesos, para idnticas aplicaes

    Correntes de transporte elevadas

    No libertao de gases corrosivos nem fumos txicos

    Menor custo global da instalao

    Valores tpicos

    0,93

    3,5

    12,5

    200

    2,5 a 4,5

    10 a 40.10-4

    5000 a 50000

    Caractersticas

    Densidade, a 20C

    Resistividade trmica (K.m/W)

    Resistncia traco (N/mm2)

    Alongamento mnimo na rotura (%)

    Permitividade relativa

    ngulo de perdas, tg

    Constante de isolamento (M.km)

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    2.4 Outros componentes

    Entre outros componentes dos cabos elctricos necessrios em funo de parmetros como nveis de tenso, formas

    de utilizao, condies de explorao, etc. so de referir, basicamente:

    crans metlicos

    Armaduras

    Bainhas exteriores

    2.4.1 crans metlicos

    Estes constituintes dos cabos elctricos so colocados sobre a camada semicondutora externa isolao e tm

    em vista a proteco elctrica (escoamento de correntes de defeito) e a proteco mecnica.

    So utilizados materiais condutores: cobre nu ou revestido por uma camada metlica, habitualmente em estanho,

    ou alumnio e suas ligas.

    A uti lizao destes materiais em crans metlicos pode ser realizada por:

    aplicao de uma ou vrias fitas, em hlice ou longitudinalmente

    aplicao de fios dispostos helicoidalmente em torno do ncleo

    aplicao de tranas constitudas por grupos de fios, em malha helicoidal

    Consoante o modo de aplicao do cran metlico podemos distinguir:

    Cabos de campo radial: o cran metlico aplicado sobre cada um dos condutores isolados. No interior do isolante as

    linhas de fora do campo elctrico apresentam sempre uma direco radial.

    Cabos de campo no radial: o cran metlico aplicado sobre o conjunto dos condutores isolados e cableados.

    Em sistemas trifsicos, a utilizao de uma proteco colectiva, em vez de individual por condutor, tem como

    consequncia principal do ponto de vista elctrico, o aparecimento de um campo elctrico na isolao varivel em

    amplitude e direco.

    Neste caso a componente tangencial do campo elctrico no desprezvel, o que ocasiona uma limitao na tenso

    de utilizao devido menor rigidez dielctrica do material isolante segundo aquela direco.

    Assim aconselhvel a utilizao de cabos de campo radial, para tenses elevadas.

    2.4.2 Armaduras

    As armaduras tm por finalidade assegurar a proteco mecnica do cabo aos esforos transversais e longitudinais,

    tais como esmagamento, impacto, traco e aco de roedores, entre outras.

    So constitudas habitualmente em ao macio, galvanizado ou no, sob a forma de fitas ou fios, aplicados helicoidalmente.

    As armaduras podero operar tambm como blindagens desde que se obedea aos requisitos especficos de natureza

    elctrica. Quando se torna necessrio melhorar o comportamento elctrico podero ser nelas incorporados fios de cobre.

    ASP

    ECTOSCONSTRUTIVOS

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    Para cabos unipolares em circuitos de corrente alterna aconselhvel a utilizao de armaduras no magnticas

    de cobre ou alumnio de modo a minimizar as perdas magnticas.

    2.4.3 Bainhas exteriores

    As bainhas exteriores tm a funo de assegurar a proteco do cabo s influncias externas. Em particular devem

    garantir a estanquidade em relao gua e melhorar a resistncia a agentes nocivos, tais como substncias

    corrosivas, agentes atmosfricos, etc.

    Os materiais mais comuns para este uso so:

    PVC

    Polietileno

    Compostos ignfugos

    Nos cabos tripolares podem existir bainhas interiores extrudidas que tem como funo principal a regularizao

    geomtrica do conjunto, por forma a torn-lo o mais circular possvel. Para se obter este efeito podem ainda ser

    usados elementos de enchimento.

    A escolha dos materiais isolantes constituintes das bainhas feita a partir de diversos critrios que esto apresentados

    no quadro seguinte.

    Quadro 4 - Critrios a considerar na escolha de materiais para bainhas exteriores

    ASP

    ECTOSCONSTRUTIVOS

    Grupos de comportamentos

    Resistncia a aces externas

    Caractersticas especiais de utilizao

    Caractersticas especiais de instalao e explorao

    Critrios a considerar

    Resistncia mecnica

    Resistncia a agentes atmosfricos

    Resistncia a agentes qumicos

    Resistncia a roedores, microorganismos e trmitas

    Comportamento trmico (altas e baixas temperaturas)

    Resistncia ao fogo e propagao da chama

    Opacidade de fumos

    Toxicidade de produtos de combusto

    Comportamento elctrico relevante

    Flexibilidade

    Estanquidade

    Corroso

    Envelhecimento

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    Quadro 5 - Caractersticas de comportamento dos materiais usados em bainhas em funo das influncias

    externas

    Influncias externas

    Envelhecimento

    BOM

    BOM

    MDIO

    Resistncia

    ao fogo

    BOM(a)

    MDIO(a)

    BOM

    Agentes

    atmosfricos

    BOM

    BOM

    MDIO

    Resistncia

    mecnica

    BOM

    BOM

    BOM

    Baixas

    temperaturas

    BOM(a)

    BOM

    BOM

    Agentes

    qumicos

    BOM(a)

    MAU

    BOM

    Altas

    temperaturas

    MDIO(a)

    MAU

    MDIO

    Tipo de Material

    PVC

    PE

    Compostos ignfugossem halogneos

    (a) Com composio adequada

    ASP

    ECTOSCONSTRUTIVOS

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    n.a. = No aplicvel

    II. DESIGNAES DE CABOS DE MDIA TENSO

    Em seguida so apresentados os sistemas de designao de cabos elctricos de mdia tenso segundo a norma

    portuguesa e a norma espanhola, que permitem atribuir a qualquer cabo uma designao abreviada que traduz a sua

    construo e a natureza dos seus constituintes.

    A designao de um cabo de mdia tenso comporta, normalmente, trs campos:

    Campo descritivo dos materiais constituintes

    Composio; n. de condutores e seco

    Tenso nominal

    Simbologia - Campo descritivo dos materiais constituintes

    DESIGNAESDECABOSDEM.T

    Condutores

    Materiais de isolao e bainhas

    crans metlicos

    Revestimentos metlicos (proteco mecnica)

    Revestimentos metlicos (proteco mecnica)

    Indicaes diversas

    Material

    Cobre macio

    Alumnio

    FormaRedonda no compactada

    Redonda compactada

    Sectorial

    Material

    PVC

    Polietileno termoplstico

    Polietileno reticulado

    Material

    Colectivo

    Individual

    Em fios de cobre

    Estanque

    Materiais magnticos

    Fitas

    Fios

    Barrinhas

    Trana de ao galvanizado

    Materiais no magnticos

    Fitas

    Fios

    Barrinhas

    Trana de cobre

    Forma

    Cabos auto-suportados

    NP

    Smbolo

    Nenhuma letra

    L

    Smbolon.a.

    n.a.

    n.a.

    Smbolo

    V

    E

    X

    Smbolo

    H

    HI

    O

    1H ou 1HI

    Smbolo

    A

    R

    M

    1Q

    Smbolo

    1A

    1R

    1M

    Q

    Smbolo

    S

    UNE

    Smbolo

    Nenhuma letra

    AL (aps a seco)

    SmboloNenhuma letra

    K (aps a seco)

    S (aps a seco)

    Smbolo

    V

    E

    R

    Smbolo

    HO

    H

    n.a.

    n.a.

    Smbolo

    F

    M

    Q

    n.a.

    Smbolo

    FA

    MA

    QA

    n.a.

    Smbolo

    n.a.

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    Simbologia Composio

    n = N. de condutores

    s = Seco nominal dos condutores

    b= Seco nominal do cran metlico (blindagem)

    f = Forma do condutor

    m= Material do condutor

    Simbologia Tenso nominal

    U0= Tenso entre cada um dos condutores de fase e a terra ou o cran metlico (tenso simples).

    U = Tenso entre condutores de fase (tenso composta)

    Exemplos de designaes:

    a) Cabo monopolar, com condutor de alumnio, redondo, multifilar, compactado, de 150mm2de seco; isolado a polietileno

    reticulado para uma tenso U = 20kV; com cran metlico em fios de cobre (16 mm 2de seco); e uma bainha

    exterior de PVC.

    b) Cabo tripolar, com condutores de cobre, redondos, multifilares, compactados, de 70mm2de seco; isolados

    a polietileno reticulado para uma tenso U = 10kV; com crans metlicos individuais em fita de cobre, protegido

    com uma armadura de fitas de ao; e uma bainha exterior de PVC.

    NP

    n x s / b

    Ex.: 3 x 150 / 16

    UNE

    n x s (f)(m) + H(b)

    Ex.: 3 x 150 K Al + H16

    NP

    U0/ U (aps a composio)

    Ex.: 12 / 20 kV

    UNE

    U0/ U (aps a designao)

    Ex.: 12 / 20 kV

    NP

    UNE

    LXHIOV 1 x 150/16 12/20kV

    RHV 12/20kV 1 x 150K Al + H16

    NP

    UNE

    XHIAV 3 x 70 6/10kV

    RHVFV 6/10kV 3 x 70K

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    Onde:

    U0= Tenso nominal entre qualquer condutor e a terra ou o cran metlico

    U= Tenso nominal entre condutores

    III. CRITRIOS DE SELECO DE UM CABO DE MDIA TENSO

    Sendo os cabos elctricos de mdia tenso os elementos priv ilegiados nas instalaes de transporte e distribuio

    de electricidade, o conhecimento e escolha das suas caractersticas tem uma importncia relevante no contexto

    do projecto, execuo, explorao e conservao daquelas.

    1. TENSO NOMINAL

    A escolha da tenso nominal deve ser efectuada tendo em conta as condies de operao da rede do sistema trifsico

    onde o cabo vai ser inserido, sabendo que estas se dividem em trs categorias :

    Categoria A -Sistemas que, caso haja um contacto entre qualquer condutor de fase e a terra ou condutor de terra,

    so desligados num tempo inferior a 1 minuto.

    Categoria B -Sistemas que, caso haja um defeito, podem funcionar com uma fase ligada terra durante um tempo

    limitado, que habitualmente no deve exceder 1 hora. Por vezes so toleradas duraes at 8 horas,

    no mximo. Este regime de funcionamento no deve ultrapassar as 125 horas num ano.

    Categoria C -Sistemas que no so abrangidos pelas categorias A e B.

    Os valores recomendados para a tenso nominal (U0/ U) de cabos a serem instalados em sistemas trifsicos, e escolhidos

    tendo em ateno a tenso mxima (Um) que o cabo ir poder estar submetido durante perodos elevados (excluindo

    os regimes transitrios), so os seguintes:

    Quadro 6 - Categorias das redes de sistemas trifsicos

    CRITRIOSDESELECO

    DEUMC

    ABO

    M.T

    Mxima tenso do sistema -Um

    (kV)

    7,2

    12,0

    17,5

    24,0

    36,0

    Tenso nominal U0/ U (kV)

    Categorias A e B

    3,6 / 6,0

    6,0 / 10,0

    8,7 / 15,0

    12,0 / 20,0

    18,0 / 30,0

    Categoria C

    6,0 / 10,0

    8,7 / 15,0

    12,0 / 20,0

    18,0 / 30,0

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    2. SECO NOMINAL DO CONDUTOR

    Para se efectuar a escolha da seco do(s) condutor(es) existem fundamentalmente dois critrios a considerar, pois o critrio

    da queda de tenso nos cabos de mdia tenso para distncias pequenas tem uma importncia muito reduzida.

    A seco a utilizar ser o maior dos valores obtidos nos dois cri trios apresentados em seguida:

    2.1 Intensidade mxima admissvel em regime permanente

    Um dos parmetros base para clculo de seces, directamente relacionado com os critrios de segurana a garantir,

    a intensidade mxima admissvel em regime permanente de um condutor, isto , o valor da intensidade de corrente

    que provoca o aquecimento do condutor at ao mximo permitido pelo material isolante (ver quadro 7), em determinadas

    condies de instalao. Este valor calculado atravs da potncia em jogo tendo em conta os factores de correco

    relativos s condies de instalao.

    Quadro 7 - Temperaturas mximas de funcionamento

    Os dois tipos mais correntes so a instalao ao ar livre (toda a instalao em que o ar em torno dos cabos circula

    livremente por ventilao natural) e a instalao enterrada, podendo os cabos estarem dispostos em esteira ou em trevo.

    Os valores mximos admitidos para cada tipo de cabo so dados no capitulo V, para determinadas condies. Para

    condies diferentes o valor encontrado ter que ser corrigido utilizando-se os factores adequados que esto

    descritos no final deste captulo IV e que no quadro seguinte se referem os mais importantes:

    CRITRIOSDESELECO

    DEUMCABO

    M.T

    Cabos ao ar livre

    Temperatura do ar ambiente

    Exposio radiao solar

    Suporte da canalizao (solo, tabuleiros, etc.)

    Proximidade de outras canalizaes

    Confinamento e circulao do ar envolvente

    Cabos enterrados

    Temperatura do solo

    Profundidade de colocao

    Resistividade trmica do solo

    Material

    Isolante

    PVC

    PE

    PEX

    Temperatura mxima de funcionamento(C)

    Em regime permanente

    70

    70

    90

    Em regime de curto-circuito

    140 - 160

    150

    250

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    2.2 Intensidade mxima admissvel em regime de curto circuito

    Na situao de curto-circuito os condutores so percorridos por correntes de valor muito superior aqueles para

    os quais esto dimensionados em regime permanente.

    No entanto, a existncia obrigatria de dispositivos de proteco adequados nas canalizaes limita o tempo de exposio

    do sistema neste regime a alguns segundos, limitando tambm a temperatura mxima atingida.

    Para se calcular a seco mnima que consegue suportar, em termos trmicos, a corrente de curto-circuito durante o

    tempo mximo admissvel considera-se, que o calor se dissipa unicamente pelo condutor (regime adiabtico) e usa-se

    um mtodo aproximado que resulta na seguinte expresso:

    em que:

    Smin= seco mnima do condutor, em mm2

    Icc= corrente de curto-circuito, em Ampre

    t = durao do curto-circuito (inferior ou igual ao tempo de corte do dispositivo de proteco), em segundos

    k= constante, funo do material do condutor, do material isolante e das temperaturas inicial e final do curto-

    circuito (quadro 8)

    Quadro 8 - Valores de k, considerando que no incio do curto-circuito o condutor est temperatura mxima

    admissvel do material isolante

    3. SECO NOMINAL DO CRAN METLICO

    De igual forma ao que acontece no caso do condutor, o que limita a corrente de curto-circuito a temperatura mxima

    admissvel at qual o cran metlico pode aquecer, sem ultrapassar os valores permitidos. Para esta situao tomam-se

    como referncia os mesmos valores que se referiram para o condutor (quadro 7).

    Neste caso a dissipao trmica no se pode considerar adiabtica pelo que o clculo da corrente de curto-circuito

    mxima e a consequente seco mnima se torna bastante complexa, no se podendo resumir a um mtodo aproximado

    semelhana do que aconteceu no condutor.

    CRITRIOSDESELECO

    DEUMC

    ABO

    M.T

    Smin= Iccxtk

    Material do Condutor

    Cobre

    Alumnio

    Material Isolante

    PVC

    115

    76

    PEX

    143

    94

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    CRITRIOSDESELECO

    DEUMCABO

    M.T

    4.1 Cabos directamente enterrados (sem migrao de humidade)

    As correntes mximas admissveis indicadas no capitulo V tm como referncia as seguintes condies de instalao

    e servio:

    temperatura mxima admissvel no condutor = 90C

    temperatura do solo = 20C

    resistividade trmica do solo = 1K.m/W

    profundidade de colocao = 0,70m

    4.1.1 Temperatura do solo

    Para temperaturas diferentes de 20C dever ser utilizado o coeficiente respectivo nova temperatura indicado

    no quadro 9.

    Quadro 9 - Coeficientes de correco em funo da temperatura do solo

    4.1.2 Profundidade de colocao

    Considera-se que para as profundidades de colocao habituais, isto , entre 0,70 e 1,20m o efeito desprezvel.

    Temperatura do solo

    (C)

    0

    5

    10

    15

    20

    25

    30

    35

    40

    45

    50

    Temperatura admissvel no condutor em regime permanente (C)

    65

    1,20

    1,15

    1,11

    1,05

    1

    0,94

    0,88

    0,82

    0,75

    0,67

    0,58

    70

    1,18

    1,14

    1,10

    1,05

    1

    0,95

    0,89

    0,84

    0,77

    0,71

    0,63

    75

    1,17

    1,13

    1,09

    1,04

    1

    0,95

    0,90

    0,85

    0,80

    0,74

    0,67

    80

    1,15

    1,12

    1,08

    1,04

    1

    0,96

    0,91

    0,87

    0,82

    0,76

    0,71

    85

    1,14

    1,11

    1,07

    1,04

    1

    0,96

    0,92

    0,88

    0,83

    0,78

    0,73

    90

    1,13

    1,10

    1,07

    1,04

    1

    0,96

    0,93

    0,89

    0,85

    0,80

    0,76

    95

    1,13

    1,10

    1,06

    1,03

    1

    0,97

    0,93

    0,89

    0,86

    0,82

    0,77

    100

    1,12

    1,09

    1,06

    1,03

    1

    0,97

    0,94

    0,90

    0,87

    0,83

    0,79

    105

    1,11

    1,08

    1,06

    1,03

    1

    0,97

    0,94

    0,91

    0,87

    0,84

    0,80

    4. COEFICIENTES DE CORRECO DA INTENSIDADE MXIMA ADMISSVEL

    Nos quadros seguintes apresentam-se os coeficientes de correco a aplicar no clculo da intensidade de corrente

    mxima admissvel de uma dada instalao, em funo das suas condies de estabelecimento e de utilizao.

    A influncia dos diversos coeficientes de correco simultnea em funo das situaes de clculo a considerar.

  • 7/26/2019 Cabos Mt Dados Tcnicos

    13/16

    21

    4.1.3 Resistividade trmica do solo

    Para resistividades trmicas diferentes de 1K.m/W dever ser utilizado o coeficiente respectivo nova resitividade

    trmica retirado do grfico seguinte:

    Quadro 10 - Coeficiente de correco em funo da resistividade trmica do solo.

    4.1.4 Proximidade trmica de outros sistemas

    No caso de existirem vrios sistemas trifsicos prximos uns dos outros dever ser utilizado o coeficiente de

    correco respectivo, retirado do grfico seguinte:

    Quadro 11 - Coeficientes de correco para sistemas trifsicos colocados em esteira (cabos tripolares ou ternos

    de cabos monopolares).

    Caractersticas do solo:

    Temperatura = 20C

    Resistividade trmica = 1K.m/W

    O n. indicado no fim de cada curva designa o nmero de sistemas colocados em esteira

    CRITRIOSDESELECO

    DEUMC

    ABO

    M.T

    1 S 50mm2

    2 50 < S 400mm2

    3 S > 400mm2

    Profundidade de colocao = 0,80 m

    Temperatura do solo = 20C

    Resistividade trmica do solo (K.m/W)

    1,3

    1,2

    1,1

    1,0

    0,9

    0,8

    0,7

    0,6

    0,50 0,5 1 1,5 2 2,5 3

    Coeficientedecorreco

    Coeficiente

    de

    correco

    1

    0,9

    0,8

    0,7

    0,620

    2

    3

    45

    67

    8

    Intervalo livre entre sistemas (cm)

    30 40 50 60 70 80 90 100

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    14/16

    4.2 Cabos ao ar livre (protegidos contra a radiao solar)

    4.2.1 Temperatura do ar ambiente

    Para temperaturas diferentes de 30C dever ser utilizado o coeficiente respectivo nova temperatura indicado no quadro 10.

    Quadro 12 - Coeficientes de correco em funo da temperatura do ar ambiente

    2

    CRITRIOSDESELECO

    DEUMCABO

    M.T

    Temperatura do ar

    (C)

    0

    5

    10

    15

    20

    25

    30

    35

    40

    45

    50

    55

    60

    65

    70

    75

    80

    85

    90

    95

    100

    Temperatura admissvel no condutor em regime permanente (C)

    65

    1,36

    1,31

    1,25

    1,20

    1,13

    1,07

    1

    0,93

    0,85

    0,76

    0,65

    0,53

    0,38

    70

    1,32

    1,27

    1,22

    1,17

    1,12

    1,06

    1

    0,94

    0,87

    0,79

    0,71

    0,61

    0,50

    0,35

    75

    1,29

    1,25

    1,20

    1,15

    1,11

    1,05

    1

    0,94

    0,88

    0,82

    0,75

    0,67

    0,58

    0,47

    0,33

    80

    1,26

    1,22

    1,18

    1,14

    1,10

    1,05

    1

    0,95

    0,89

    0,84

    0,77

    0,71

    0,63

    0,55

    0,45

    0,32

    85

    1,24

    1,21

    1,17

    1,13

    1,09

    1,04

    1

    0,95

    0,90

    0,85

    0,80

    0,74

    0,67

    0,60

    0,52

    0,43

    0,30

    90

    1,22

    1,19

    1,15

    1,12

    1,08

    1,04

    1

    0,96

    0,91

    0,87

    0,82

    0,76

    0,71

    0,65

    0,58

    0,50

    0,41

    0,29

    95

    1,21

    1,18

    1,14

    1,11

    1,07

    1,04

    1

    0,96

    0,92

    0,88

    0,83

    0,78

    0,73

    0,68

    0,62

    0,55

    0,48

    0,39

    0,28

    100

    1,20

    1,16

    1,13

    1,10

    1,07

    1,04

    1

    0,96

    0,93

    0,89

    0,85

    0,80

    0,76

    0,71

    0,65

    0,60

    0,53

    0,46

    0,38

    0,27

    105

    1,18

    1,15

    1,13

    1,10

    1,06

    1,03

    1

    0,97

    0,93

    0,89

    0,86

    0,82

    0,77

    0,73

    0,68

    0,63

    0,58

    0,52

    0,45

    0,37

    0,26

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    15/16

    23

    4.2.2 Proximidade trmica entre circuitos ou cabos

    Quadro 13 - Coeficientes de correco em funo da proximidade para cabos colocados no solo ou em prateleiras.

    e 2d k = 1

    Ligaes no juntivas

    Ligaes juntivas ou com espaamento inferior a 2d

    d d

    ee

    4.2.3 Confinamento do ar

    Quadro 14 - Coeficientes de correco em funo do confinamento do ar

    P = Superfcie total dissipante de calor para o meio ambiente

    d= Dimetros exteriores de cabos multipolares ou duas vezes o dimetro exterior de cabos monopolar no caso

    de um terno de cabos

    Coeficiente de ocupao = P

    d

    CRITRIOSDESELECO

    DEUMC

    ABO

    M.T

    Coeficiente de ocupao

    Coeficiente de correco relativamente

    colocao ao ar livre

    10

    0,72

    5

    0,60

    7

    0,66

    15

    0,80

    20

    0,85

    30

    0,90

    50

    0,92

    Disposio

    Cabos colocados em prateleiras perfuradas

    Cabos colocados em prateleiras no perfuradas

    3

    0,80

    0,80

    1

    1,0

    1,0

    2

    0,90

    0,85

    4

    0,80

    0,75

    6

    0,75

    0,70

    9

    0,75

    0,70

    Nmero de circuitos ou cabos

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    16/16

    4

    D- dimetro exterior do cabo (mm)

    d - dimetro do condutor (mm)

    B - ESFOROS DE TRACO

    Durante a montagem e o funcionamento, os cabos podem ser sujeitos a esforos da traco cujo limite no dever

    ser susceptvel de provocar qualquer diminuio nas suas caractersticas elctricas e mecnicas.

    Este limite, entre outros factores, depende do ponto de aplicao do esforo e da composio do cabo.

    O quadro 16 apresenta a sntese dos valores mximos aconselhveis.

    Quadro 16 - Esforos de traco admissveis

    IV. INSTALAO

    Os condutores isolados e cabos devem ser instalados de acordo com as regras regulamentares em vigor, tendo

    em vista garantir a segurana e a fiabilidade na utilizao.

    Durante a instalao devero ser adoptados mtodos de trabalho que garantam a manuteno das caractersticas

    elctricas e mecnicas dos condutores isolados e cabos.

    A - RAIO DE CURVATURA

    Tendo em vista um desenrolamento em boas condies e o sucesso de apl icao dos esforos de traco necessrios

    montagem, os raios de curvatura mximos admissveis so indicados no quadro 15.

    De referir que os valores apresentados tm em considerao um coeficiente de segurana necessrio eficincia

    de montagem.

    Quadro 15 - Raio minimo de curvatura para cabos elctr icos de Mdia Tenso

    INSTALAO

    Na colocao

    Em permanncia

    Cabos Mdia tenso

    Cabos com isolamento sinttico (PEX)

    armados ou no armados

    3 condutores

    8 (D+d)

    9 D

    1 condutor

    10 (D+d)

    13 D

    Nmero de condutores

    Modo de aplicao do esforo

    Sobre o condutor

    Sobre a bainha exterior

    Sobre a armadura

    Traco admissvel

    cobre = 5 daN/mm2

    alumnio = 3 daN/mm2

    cobre = 4 daN/mm2

    alumnio = 2 daN/mm2

    5 x D daN

    20 x D daN30 x D daN

    50 x D daN

    Tipo de cabo

    Cabos unipolares de MT com isolao sinttica - PEX

    Cabos multipolares de MT com isolao sinttica - PEX

    Cabos de MT com isolao sinttica - PEX

    Camada simples D 35mmCamada simples D > 35mm

    Camada dupla