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54 // Human Resources Portugal // Setembro 2014 GROUNDFORCE U m desafio que é aceite na Groundforce, empresa portuguesa de handling, já que, nas palavras de Eric Teixeira, director adjunto de Recursos Hu- manos, e Catarina Ramalho, responsável da Área de Desenvolvimento Organizacional e Comu- nicação Interna, não se comunica sem pessoas. Os dois responsáveis respondem às ques- tões da Human Resources Portugal sobre o tema, numa extensa avaliação da área de Co- municação Interna na empresa. O que é a Comunicação Interna para a Groun- dforce? Qual o posicionamento e objectivos? Eric Teixeira (ET) // A Comunicação Interna é um vetor es- tratégico para a Gestão e Desenvolvimento do Capital Humano na Groundforce Portugal e faz parte de um ADN organizacional focado em pessoas, nas nossas pessoas, basicamente porque per- mite, em 1.º lugar, veicular e viabilizar a passagem de informação estruturante de forma estruturada e alinhada, ou seja, com um impacto específico, visando mais do que informar. Em 2.º lugar, A Groundforce quer que todos os colaboradores se envolvam com a cultura da organização através da estratégia de Comunicação Interna. NÓS FAZEMOS A EMPRESA Para Catarina Ramalho, responsável da Área de Desenvolvimento Organizacional e Comunicação Interna, e Eric Teixeira, director adjunto de Recursos Humanos, não se comunica sem pessoas

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Um desafio que é aceite na Groundforce, empresa portuguesa de handling, já que, nas palavras de Eric Teixeira, director adjunto de Recursos Hu-manos, e Catarina Ramalho, responsável da Área de Desenvolvimento Organizacional e Comu-nicação Interna, não se comunica sem pessoas.

Os dois responsáveis respondem às ques-tões da Human Resources Portugal sobre o tema, numa extensa avaliação da área de Co-municação Interna na empresa.

O que é a Comunicação Interna para a Groun-

dforce? Qual o posicionamento e objectivos?Eric Teixeira (ET) // A Comunicação Interna é um vetor es-

tratégico para a Gestão e Desenvolvimento do Capital Humano na Groundforce Portugal e faz parte de um ADN organizacional focado em pessoas, nas nossas pessoas, basicamente porque per-mite, em 1.º lugar, veicular e viabilizar a passagem de informação estruturante de forma estruturada e alinhada, ou seja, com um impacto específico, visando mais do que informar. Em 2.º lugar,

A Groundforce quer que todos os colaboradores se envolvam com a cultura da organização através da estratégia de Comunicação Interna.

Nós fazemos a empresa

Para Catarina Ramalho, responsável da Área de Desenvolvimento Organizacional e Comunicação Interna, e Eric Teixeira, director adjunto de Recursos Humanos, não se comunica sem pessoas

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dar voz activa à direcção de Recursos Hu-manos, área nobre da maioria das organiza-ções e no caso da Groundforce em especial, porque não produzimos coisas: prestamos serviços a pessoas, através de pessoas.

Catarina Ramalho (CR) // Isto pressupõe também uma reengenharia dos processos. Logo, a própria Comunicação Interna, no quadro de uma Área de Desenvolvimento Organizacional mais vasto, pressiona a or-ganização a trabalhar a sua própria melho-ria contínua, quer ao nível da interacção de Pessoas como a nível dos Processos e con-sequentemente a relação Pessoas/Processos e Métodos de Trabalho. E isto é, sobretudo, relevante ao nível do suporte necessário às lideranças da organização no cumprimento da sua missão.

ET // Não nos podemos esquecer que na Groundforce existe um compromisso da parte da DRH em influenciar positiva-mente a energia da organização, bem como ajudar a moldar a percepção a longo prazo de alinhamento com todas as partes inte-ressadas, sobretudo a mais importante: as nossas pessoas. Daí, o posicionamento da CI na Groundforce inscreve-se na óptica de desenvolvimento de um People Plan. No fundo, estamos a falar de usar a CI como um dos meios para o alinhamento de pessoas em torno da Estratégia da Organização. Isto não se faz sem pessoas nem sem comunicação.

CR // Daí ter sido estratégico centrali-zar a Comunicação Interna na DRH. E, por isso, torna-se necessário repensar meios, canais, workflows e infoflows, se assim lhes quisermos chamar, mas, também, reforçar a robustez dos processos e subprocessos de RH numa óptica de gestão integrada.

Quais os elementos distintivos da Comu-nicação Interna da Groundforce Portugal?CR // Como anteriormente referido, o

posicionamento actual da CI na estrutura organizativa vai ao encontro da tendência actual das empresas: dentro da direcção de Recursos Humanos, numa óptica de Desen-volvimento Organizacional. E porquê este fenómeno? Porque o mundo se tornou tão desafiante quanto instável, face à conjectura mundial actual, sendo o status quo um fac-tor decisivo para esta consciencialização de que enquanto Gestores de Pessoas temos a missão de contribuir para o reforço efecti-vo da motivação, em tempos auspiciosos de

consciência corporativa e comunitária. Es-tamos focados em fomentar um eco inter-no positivo, onde os colaboradores sintam a empresa de outra forma, para além das exigências a que a conjetura actual obriga. A nossa actividade é muito exigente e temos de encontrar formas de compensar e bene-ficiar as nossas pessoas. Temos utilizado ferramentas actuais e poderosas, tais como o Facebook. Por outro lado, é preciso criar hábitos, ligar as pessoas à informação, ge-rindo indirectamente a contra-informação. Para facilitar esse processo iniciámos em Fe-vereiro deste ano a distribuição de contas de e-mail para os cerca de 2500 colaboradores Groundforce a nível nacional. Mas esta não foi uma mera campanha de entrega de um papel com uma nota informativa. Foi criado inicialmente um espaço, o Espaço Aproxi-mar, onde colaboradores foram recebidos de forma personalizada e foram explicados não

comunicar com elas, trabalhando uma per-cepção interna de que a direcção de Recur-sos Humanos é uma parceira efectiva. Pro-gramas como o Transformar que já faz parte de um ADN interno e que veio a fomentar não só uma reflexão profunda nos nossos líderes mas também a participação de cola-boradores como facilitadores de mudança, como é exemplo o Programa Alinhar, um subprograma do Transformar, onde cen-tenas de colaboradores foram convidados a dinamizar sessões de reflexão através de Learning Maps, mapas formativos criados para propiciar formas diferenciadoras e inovadoras de aprendizagem. Não só es-tes facilitadores são hoje embaixadores da mudança pretendida pelo programa em si, como também são melhores comunicadores e parte integrante dessa mudança: A organi-zação, o emissor privilegiado, transformou os seus colaboradores em emissores. E essa

Na GrouNdforce existe um compromisso da parte da drH em iNflueNciar positivameNte a eNerGia da orGaNização, bem como ajudar a moldar a percepção a loNGo prazo de aliNHameNto com todas as partes iNteressadas

oportunidade foi sentida internamente, promovendo-se não só uma partilha e ali-nhamento como uma re-motivação. Estes mapas são depois analisados e da análise das sugestões proporcionadas pelos colabora-dores nascerão bons planos de acção e me-lhoria. E a comunicação ajudará a transver-salizar esse resultado e essa valorização do que os colaboradores partilharam. No fun-do tornar consequentes algumas das suas sugestões. Muitas organizações ficam pela recepção da sugestão. Hoje a Groundforce afirma-se com uma empresa promotora da escuta activa e da acção consequente.

CR // Também o Programa Apoiar ga-nhou forma e escala, tendo celebrado no passado dia 7 de Agosto o seu primeiro ano, dia em que conseguimos celebrar a 100.ª parceria. Com este programa quere-mos contribuir para a criação de uma maior

contenção e recuperação económica o que acresce dificuldade na adequação dos meios para alcançar esse reacender da paixão pelo trabalho contra o estado da arte das emo-ções organizacionais actuais, presentes em muitas organizações.

ET // Como o nosso CHRO, que tam-bém é o COO, costuma dizer: “A Comuni-cação Interna tem de ser o braço armado da Gestão de Pessoas na nossa empresa!”

Consagraram a importância da Comuni-cação Interna no segundo semestre de 2013. Qual o balanço desta área e o seu impacto interno?ET // É um balanço muito positivo. Em

2013 iniciámos programas estratégicos em várias áreas de intervenção, cirurgicamente escolhidas, que nos ajudam a trabalhar pon-tos de melhoria, a envolver mais pessoas e a

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a Nossa iNspiração são as pessoas da GrouNdforce, mas também a própria actividade que é super

iNspiradora! é o HaNdliNG em si. a aviação civil... que é apaixoNaNte

Que objectivos definiram para este ano? E o que preparam para 2015?ET // Para o ano 2014 tivemos como prio-

ridade o estímulo de uma cultura de proximi-dade, reconhecimento público das pessoas e da partilha dos sucessos individuais ou colectivos. De forma autêntica. Para que isso se materiali-zasse criámos uma peça de Comunicação com forte visibilidade interna: a You made it! Esta peça de comunicação, que é simultaneamente um instrumento de reconhecimento interno e terá uma estrutura processual e momentos próprios de partilha na Groundforce, mas que ainda não podemos revelar... consiste na ilus-tração de feedbacks que vamos recebendo so-bre acções extraordinárias desenvolvidas pelas pessoas num determinado momento e contex-to, que nos são enviadas quer por chefias, clien-tes, colaboradores, etc... Pretende-se fomentar simultaneamente uma cultura de feedback

só os detalhes mais técnicos sobre a utiliza-ção do e-mail, como também foram explica-dos os programas em curso, o seu objectivo, fomentando assim um espírito mais crítico na busca da informação para a compreensão do que se passa na empresa e reforçando a consciência de que é também responsa-bilidade de cada um de nós a procura de informação e a utilização desta ferramenta essencial para a tomada de conhecimento do que se vai passando em primeira mão, quer na empresa como um todo como numa direcção, área ou equipa específicas.

ET // Para além de que existem pro-cessos de RH que estão a ser revisitados, modernizados e o e-mail é uma das fer-ramentas que ajuda a operacionalizar a interação entre a DRH e os colaboradores. O fomento destes hábitos tem efeitos trans-versais, a longo prazo.

positivo, estando a ser consolidados os canais mais adequados para o conseguir. Tem sido um sucesso, o que nos deixa muito satisfeitos.

CR // Paralelamente estamos numa fase diagnóstica pretendendo a curto prazo ter um Plano de Comunicação Interna comple-tamente reformulado e que reflita esta inte-gração essencial da Comunicação Interna na Gestão de Pessoas.

ET // O nosso objectivo para 2015 passa por aproximar pessoas, áreas e processos, através da CI provocando uma nova cons-ciência interna, melhorando a nossa rede de Comunicação Formal e gerindo ou influindo, nos limites possíveis, a comunicação infor-mal. Temos pois imensos desafios pela frente.

Onde vão beber inspiração?ET // A nossa grande inspiração são as

pessoas da Groundforce, mas também a

própria actividade que é super inspiradora! É o Handling em si. A Aviação Civil... que é apaixonante.

CR // A conjugação de tudo isto, uma enorme paixão por aquilo que fazemos. Quem é que ainda não se sentiu impelido a trabalhar num aeroporto? O nosso projecto assenta na gestão de parte dessas pessoas fantásticas que contribuem diariamente para que um aeroporto funcione. É preciso ser-se muito apaixonado para o fazer com qualidade. São múltiplas as especificidades com que estes grandes profissionais se de-param a cada instante. Quando vemos um avião no ar sabemos o que foi feito para ele estar a voar, levando os passageiros ao seu destino final. Isto é muito inspirador!

ET // Criámos até uma nova assinatura para a Gestão de Pessoas que corresponde a esse nosso sentimento e que é: We handle people!

“We handle people!” é o mote da área de Gestão de Pessoas

da Groundforce