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A Ressurreição de Lázaro é o tema cen- tral do Evangelho des- se Domingo, o 5º do Tempo da Quaresma. E, refletindo sobre tão importante passagem da vida de Jesus, Frei Carlos Mesters, Irmã Mercedes Lopes e Francisco Orofino , nos levam a entender a crença do povo na res- surreição, mantida ve- ladamente, a partir da revelação de Maria, ir- mã de Lázaro: “No en- contro com Jesus, Mar- ta diz que crê na res- surreição. Ela está dentro da cultura e da religião do povo do seu tempo. Os fariseus e a maioria do povo já acre- ditavam na ressurreição (At 23,6-10; Mc 12,18). Acreditavam, mas não a revelavam. Era fé na ressurreição no final dos tempos, e não na res- surreição presente na história, aqui e agora. Não renovava a vida. Fal- tava dar um salto. A vida nova da ressurreição só vai aparecer com Je- sus”. Esta reflexão está na página 02. Na mesma página, temos o Padre José Antonio Pagola refletindo sobre o tema a partir das lágrimas derramadas por Jesus junto aos amigos: “ Jesus não chora só pela morte de um amigo muito querido. Parte-se a alma ao sentir a impotência de todos ante a morte. Todos le- vamos no mais íntimo do nosso ser um desejo insaciável de viver. Por- que temos de morrer? Porque é que a vida não é mais ditosa, mais lon- ga, mais segura, mais vida?” Nosso querido amigo lá de Ribeirão Preto, Padre Gilberto Kasper , nos fala do rompimento necessário que o discípulo deve estabelecer com o mundo em que vive para poder viver a plenitude do chamado do Senhor: A figura de Lázaro, encerrado no sepulcro e amarrado em fai- xas, personifica o discípulo que, ao convite do Senhor, necessita sair de seu mundo (aqui o sepulcro é imagem forte disso), para ganhar a vida. A vida do batizado implica rupturas e mudanças radicais com determi- nadas práticas de vida, ao mesmo tempo em que ele se insere numa co- munidade de vida”. Leia a reflexão completa na página 03. Sobre o Evangelho do próximo Domingo, quando celebramos a Fes- ta dos Ramos, Padre Alberto Maggi chama nossa atenção para o se- guinte: “É conhecido como Domingo de Ramos, mas também podería- mos defini-lo como o Domingo do grande engano ou da grande ilusão. Para o Domingo de Ramos a liturgia nos apresenta a entrada de Jesus em Jerusalém, como está escrito nos primeiros onze versículos do capí- tulo 21 de Mateus...” Entenda esta afirmação lendo o texto na íntegra. Ele está na página 03. Papa Francisco , afirmou em sua Homilia proferida durante a Santa Missa rezada na Capela Santa Marta que: “ A acidez e o forma- lismo de muitos cristãos anestesiados e hipócritas fazem muito mal à Igreja”. O Pontífice convidou à todos os cristãos à “imiscuírem-se, a sujarem as mãos, a arriscarem-se em primeira pessoa para anunciar a Palavra de Deus ”. O Papa está na página 04. "O amor é a força maior existente no universo, nos seres vivos e nos humanos. Porque o amor é uma força de atração, de união e de trans- formação. Já o antigo mito grego o formulava com elegância: 'Eros, o deus do amor, ergueu-se para criar a Terra. Antes, tudo era silêncio, desprovido e imóvel. Agora tudo é vida, alegria, movimento'. O amor é a expressão mais alta da vida que sempre irradia e pede cuidado, porque sem cuidado ela definha, adoece e morre", escreve o Teólogo, Filosofo e Escritor Leonardo Boff , levando-nos a uma reflexão profunda partin- do do amor como saída para as questões ecológicas que atingem a to- dos nós. Leia o texto na íntegra na página 04. Atento às mudanças ocorridas no Brasil nos últimos 30 anos, ou seja, desde o termino do período ditatorial ao qual o país foi submeti- do, Frei Betto nos diz, entre outras coisas: “Passadas quase três dé- cadas do fim da ditadura, o Brasil nem sacudiu a poeira nem deu a vol- ta por cima. Quem é hoje a figura majestática do PMDB, o maior partido do Brasil e principal aliado do governo petista? José Sarney. Quem era o presidente da Arena, partido de respaldo à ditadura e aos crimes por ela cometidos? José Sarney.” Leia mais na página 05. “Após 50 anos do golpe militar de 1964, a memória grita o que dói na alma de quem luta pela liberdade. Reconstituir a barbárie na per- da de liberdade de expressão, assassinatos, torturas, abusos sexuais, medo, silêncio, choro e esperança, faz a juventude atual se deparar com um fato que nunca mais deva acontecer, o regime que mudou a história do país”. Com estas palavras, Eduardo Brasileiro , inicia sua reflexão sobre o golpe militar sofrido pelo povo brasileiro em 1964. Vale a pena uma leitura atenciosa deste texto escrito por um jovem consciente de sua cidadania e de seus direitos. O texto está na página 05. Desejamos a todos ótima leitura. Equipe de Produção IPDM Papa Francisco "Cada um de nós cultiva no coração o desejo do amor, da verdade, da vida… e Jesus é tudo isto em plenitude!" 7 . A dinâmica e o conteúdo de «Igreja – Povo de Deus – em Movimento» vão-se construindo ao longo de sua caminhada. «O Senhor disse a Moisés: ´Por que clamas por mim? Dize aos filhos de Israel que marchem´» (Ex 14 15). 6 . .«Igreja - Povo de Deus - em Movimento» pretende, no pluralismo cultural e religioso, contribuir na construção de uma ética voltada para a sustentabilidade socioambiental do Planeta. Reconhece a importância da ação política e da união entre a fé e a vida, e se compromete com práticas e opções na promoção da dignidade dos pobres e na melhoria das condições de vida dos excluídos e sofredores da sociedade. A mística com o cuidado da «casa comum» - oikós – é compromisso da «Igreja – Povo de Deus – em movimento».

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A Ressurreição de

Lázaro é o tema cen-

tral do Evangelho des-

se Domingo, o 5º do

Tempo da Quaresma.

E, refletindo sobre tão

importante passagem

da vida de Jesus, Frei

Carlos Mesters, Irmã

Mercedes Lopes e

Francisco Orofino ,

nos levam a entender a

crença do povo na res-

surreição, mantida ve-

ladamente, a partir da

revelação de Maria, ir-

mã de Lázaro: “No en-

contro com Jesus, Mar-

ta diz que crê na res-

surreição. Ela está

dentro da cultura e da

religião do povo do seu tempo. Os fariseus e a maioria do povo já acre-

ditavam na ressurreição (At 23,6-10; Mc 12,18). Acreditavam, mas não

a revelavam. Era fé na ressurreição no final dos tempos, e não na res-

surreição presente na história, aqui e agora. Não renovava a vida. Fal-

tava dar um salto. A vida nova da ressurreição só vai aparecer com Je-

sus”. Esta reflexão está na página 02.

Na mesma página, temos o Padre José Antonio Pagola refletindo

sobre o tema a partir das lágrimas derramadas por Jesus junto aos

amigos: “Jesus não chora só pela morte de um amigo muito querido.

Parte-se a alma ao sentir a impotência de todos ante a morte. Todos le-

vamos no mais íntimo do nosso ser um desejo insaciável de viver. Por-

que temos de morrer? Porque é que a vida não é mais ditosa, mais lon-

ga, mais segura, mais vida?”

Nosso querido amigo lá de Ribeirão Preto, Padre Gilberto Kasper,

nos fala do rompimento necessário que o discípulo deve estabelecer

com o mundo em que vive para poder viver a plenitude do chamado do

Senhor: “A figura de Lázaro, encerrado no sepulcro e amarrado em fai-

xas, personifica o discípulo que, ao convite do Senhor, necessita sair de

seu mundo (aqui o sepulcro é imagem forte disso), para ganhar a vida.

A vida do batizado implica rupturas e mudanças radicais com determi-

nadas práticas de vida, ao mesmo tempo em que ele se insere numa co-

munidade de vida”. Leia a reflexão completa na página 03.

Sobre o Evangelho do próximo Domingo, quando celebramos a Fes-

ta dos Ramos, Padre Alberto Maggi chama nossa atenção para o se-

guinte: “É conhecido como Domingo de Ramos, mas também podería-

mos defini-lo como o Domingo do grande engano ou da grande ilusão.

Para o Domingo de Ramos a liturgia nos apresenta a entrada de Jesus

em Jerusalém, como está escrito nos primeiros onze versículos do capí-

tulo 21 de Mateus...” Entenda esta afirmação lendo o texto na íntegra.

Ele está na página 03.

Papa Francisco, afirmou em sua Homilia proferida durante a

Santa Missa rezada na Capela Santa Marta que: “A acidez e o forma-

lismo de muitos cristãos anestesiados e hipócritas fazem muito mal à

Igreja”. O Pontífice convidou à todos os cristãos à “imiscuírem-se, a

sujarem as mãos, a arriscarem-se em primeira pessoa para anunciar a

Palavra de Deus”. O Papa está na página 04.

"O amor é a força maior existente no universo, nos seres vivos e nos

humanos. Porque o amor é uma força de atração, de união e de trans-

formação. Já o antigo mito grego o formulava com elegância: 'Eros, o

deus do amor, ergueu-se para criar a Terra. Antes, tudo era silêncio,

desprovido e imóvel. Agora tudo é vida, alegria, movimento'. O amor é a

expressão mais alta da vida que sempre irradia e pede cuidado, porque

sem cuidado ela definha, adoece e morre", escreve o Teólogo, Filosofo e

Escritor Leonardo Boff, levando-nos a uma reflexão profunda partin-

do do amor como saída para as questões ecológicas que atingem a to-

dos nós. Leia o texto na íntegra na página 04.

Atento às mudanças ocorridas no Brasil nos últimos 30 anos, ou

seja, desde o termino do período ditatorial ao qual o país foi submeti-

do, Frei Betto nos diz, entre outras coisas: “Passadas quase três dé-

cadas do fim da ditadura, o Brasil nem sacudiu a poeira nem deu a vol-

ta por cima. Quem é hoje a figura majestática do PMDB, o maior partido

do Brasil e principal aliado do governo petista? José Sarney. Quem era

o presidente da Arena, partido de respaldo à ditadura e aos crimes por

ela cometidos? José Sarney.” Leia mais na página 05.

“Após 50 anos do golpe militar de 1964, a memória grita o que dói

na alma de quem luta pela liberdade. Reconstituir a barbárie na per-

da de liberdade de expressão, assassinatos, torturas, abusos sexuais,

medo, silêncio, choro e esperança, faz a juventude atual se deparar

com um fato que nunca mais deva acontecer, o regime que mudou a

história do país”. Com estas palavras, Eduardo Brasileiro, inicia sua

reflexão sobre o golpe militar sofrido pelo povo brasileiro em 1964.

Vale a pena uma leitura atenciosa deste texto escrito por um jovem

consciente de sua cidadania e de seus direitos. O texto está na página

05.

Desejamos a todos ótima leitura.

Equipe de Produção IPDM

Papa Francisco

"Cada um de nós cultiva no coração o desejo do amor, da verdade, da vida…

e Jesus é tudo isto em plenitude!"

7. A dinâmica e o conteúdo de «Igreja – Povo de Deus – em Movimento» vão-se construindo ao longo de sua caminhada. «O Senhor disse a Moisés: ´Por que clamas por mim? Dize aos filhos de Israel que marchem´» (Ex 14 15).

6. .«Igreja - Povo de Deus - em Movimento» pretende, no pluralismo cultural e religioso, contribuir na construção de uma ética voltada para a sustentabilidade socioambiental do Planeta. Reconhece a importância da ação política e da união

entre a fé e a vida, e se compromete com práticas e opções na promoção da dignidade dos pobres e na melhoria das condições de vida dos excluídos e sofredores da sociedade. A mística com o cuidado da «casa comum» - oikós – é compromisso da «Igreja – Povo de Deus – em movimento».

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L I T U R G I A

Leituras propostas pela Igreja para este Domingo

1ª: Ez 37, 12-14 – Sl: 129(130) - 2ª: Rm 8, 8-11—Ev. Jo 11, 1-45

Domingo — 06 de Abril de 2014

5º Domingo da Quaresma

Ciclo “A” do Ano Litúrgico

L I T U R G I

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1. João 11,1-16:

Uma chave para entender o sétimo sinal da ressurreição de Lázaro

Lázaro estava doente. As irmãs Marta e Maria mandam chamar Jesus: "Aquele

a quem amas está doente!" (Jo 11,3.5). Jesus atende ao pedido e explica: "Essa

doença não é mortal, mas é para a glória de Deus, para que por ela seja glorifi-

cado o Filho de Deus!" (Jo 11,4). No Evangelho de João, a glorificação de Jesus

acontece através da sua morte (Jo 12,23; 17,1). Uma das causas da sua conde-

nação à morte vai ser a ressurreição de Lázaro (Jo 11,50; 12,10). Assim, o séti-

mo sinal vai ser para manifestar a glória de Deus (Jo 11,4). Os discípulos não

entendem (Jo 11,6-8). Jesus fala da morte de Lázaro, e eles entendem que este-

ja falando do sono (Jo 11,11-15). Ainda não percebem a identidade de Jesus co-

mo vida e luz (Jo 11,9-10). Porém, mesmo sem entenderem, eles estão dispostos

a ir morrer com ele (Jo 11,16). A doutrina deles é

deficiente, mas a fé é correta.

2. João 11,17-19

Jesus chega em Betânia

Lázaro está morto mesmo. Depois de quatro di-

as, a morte é absolutamente certa, o corpo entra

em decomposição e já cheira mal (Jo 11,39). Mui-

tos judeus estão na casa de Marta e Maria para

consolá-las da perda do irmão. Os representantes

da Antiga Aliança não trazem vida nova. Só con-

solam. Jesus é que vai trazer vida nova. Os ju-

deus são os adversários que querem matar Jesus

(Jo 10,31). As duas mulheres criaram um espaço

novo de contato entre Jesus e seus adversários.

Assim, de um lado, a ameaça de morte contra Je-

sus! De outro lado, Jesus chegando para vencer a

morte! É neste contexto de conflito entre vida e

morte que vai ser realizado o sétimo sinal.

3. João 11,20-24

Encontro de Marta com Jesus - promessa de vida e de ressurreição

No encontro com Jesus, Marta diz que crê na ressurreição. Ela está dentro

da cultura e da religião do povo do seu tempo. Os fariseus e a maioria do povo

já acreditavam na ressurreição (At 23,6-10; Mc 12,18). Acreditavam, mas não a

revelavam. Era fé na ressurreição no final dos tempos, e não na ressurreição

presente na história, aqui e agora. Não renovava a vida. Faltava dar um salto. A

vida nova da ressurreição só vai aparecer com Jesus.

4. João 11,25-27

A revelação de Jesus provoca a profissão de fé

Jesus desafia Marta a dar este salto. Não basta crer na ressurreição que vai

acontecer no final dos tempos, mas tem que crer que a ressurreição já está pre-

sente hoje na pessoa de Jesus e naqueles que acreditam em Jesus. Sobre eles a

morte não tem mais nenhum poder, porque Jesus é a "ressurreição e a vida".

Então, Marta, mesmo sem ver o sinal concreto da ressurreição de Lázaro, con-

fessa a sua fé: "Eu creio que tu és o Cristo, o filho de Deus que vem ao mundo".

5. João 11,28-31

O encontro de Maria com Jesus

Depois da profissão de fé, Marta vai chamar Maria, sua irmã. É o mesmo pro-

cesso que já encontramos na chamada dos primeiros discípulos: encontrar, ex-

perimentar, partilhar, testemunhar, conduzir até Jesus. Maria vai ao encontro

de Jesus, que continua no mesmo lugar onde Marta o tinha encontrado. Tal co-

mo a sabedoria, que se manifesta nas ruas e nas encruzilhadas (Pr 1,20-21),

assim Jesus é encontrado no caminho fora do povoado. Hoje, tanta gente busca

saídas para os problemas da sua vida nas ruas e nas encruzilhadas! João diz

que os judeus acompanhavam Maria. Pensavam que ela fosse ao sepulcro do

irmão. Eles só entendiam de morte, e não de vida!

6. João 11,32-37

A resposta de Jesus

Maria repete a mesma frase de Marta: "Senhor, se

tivesses estado aqui, meu irmão não teria morri-

do" (Jo 11,21). Ela chora, todos choram. Jesus se

comove. Quando os pobres choram, Jesus se emoci-

ona e chora. Diante do choro de Jesus, os outros

concluem: "Vede como ele o amava!" Esta é a carac-

terística das comunidades do Discípulo Amado: o

amor mútuo entre Jesus e os membros da comuni-

dade. Alguns ainda não acreditam e levantam dúvi-

das: "Esse que curou o cego, por que não impediu a

morte de Lázaro?"

7. João 11,38-40

Retirem a pedra!

Pela terceira vez, Jesus se comove (Jo 11,33.35.38).

É assim que João acentua a humanidade de Jesus

contra aqueles que, no fim do século I, espiritualiza-

vam a fé e negavam a humanidade de Jesus. Jesus manda tirar a pedra. Marta

reage: "Senhor, já cheira mal! É o quarto dia!" Novamente, Jesus a desafia, ape-

lando para a fé na ressurreição, aqui e agora, como um sinal da glória de Deus:

"Não te disse que, se creres, verás a glória de Deus?"

8. João 11,41-44

A ressurreição de Lázaro

Retiraram a pedra. Diante do sepulcro aberto e diante da incredulidade das

pessoas, Jesus se dirige ao Pai. Na sua prece, primeiro, faz ação de graças: "Pai,

dou-te graças, porque me ouviste. Eu sabia que tu sempre me ouves!" O Pai de

Jesus é o mesmo Deus que sempre escuta o grito do pobre (Ex 2,24: 3,7). Jesus

conhece o Pai e confia nele. Mas agora ele pede um sinal por causa da multidão

que o rodeia, para que possa acreditar que ele, Jesus, é o enviado do Pai. Em

seguida, grita em alta voz: "Lázaro, vem para fora!" E Lázaro vem para fora. É o

triunfo da vida sobre a morte, da fé sobre a incredulidade! Um agricultor do in-

terior de Minas comentou: "A nós cabe retirar a pedra. E aí Deus ressuscita a

comunidade. Tem gente que não quer tirar a pedra e, por isso a comunidade

deles não tem vida!"

Frei Carlos Mesters - Irmã Mercedes Lopes - Francisco Orofino

Em: www.cebi.org.br

Padre José Antonio Pagola

Jesus nunca oculta o Seu carinho com três irmãos que vivem em Betânia. Seguramente são os que O acolhem em sua casa sempre que sobe a Jerusalém. Um dia Jesus recebe um recado: o nosso ir-mão Lázaro, “o Teu amigo”, está doente. Passado pouco tempo, Jesus encaminha-se para a pequena aldeia.

Quando se apresenta, Lázaro já morreu. Ao vê-lo chegar, Maria, a irmã mais nova, começa a chorar. Ninguém a pode consolar. Ao ver chorar a Sua amiga e também aos judeus que a acompanham, Jesus não pode conter-se. Também Ele “se põe a chorar” junto deles. As pessoas comentam: “Como lhe queria!“.

Jesus não chora só pela morte de um amigo muito querido. Parte-se a alma ao sentir a impotência de todos ante a morte. Todos levamos no mais íntimo do nosso ser um desejo insaci-ável de viver. Porque temos de morrer? Porque é que a vida não é mais ditosa, mais longa, mais segura, mais vida?

O homem de hoje, como o de todas as épocas, leva cravada no seu coração a pregun-

ta mais inquietante e mais difícil de responder: Que vai ser de todos e cada um de nós? É inútil tratar de nos enganarmos. Que podemos fazer? Rebelar-nos? Deprimir-nos?

Sem dúvida, a reação mais generalizada é esquecer e continuar “a seguir vivendo”. Mas, não está o ser humano chamado a viver a sua vida e a viver-se a si mesmo com luci-dez e responsabilidade? Só no nosso fim temos de nos aproximarmos de forma inconsci-ente e irresponsável, sem tomar qualquer postura?

Ante o mistério último do nosso destino não é possível apelar a dogmas científicos nem religiosos. Não nos podem guiar mais além desta vida. Mais honrada parece a pos-tura do escultor Eduardo Chillida a quem, em certa ocasião, escutei dizer: “Da morte, a razão diz-me que é definitiva. Da razão, a razão diz-me que é limitada”.

Os cristãos, não sabemos da outra vida mais que os outros. Também nós temos que nos de aproximar com humildade ao acontecimento obscuro da nossa morte. Mas faze-mo-lo com uma confiança radical na bondade do Mistério de Deus que vislumbramos em Jesus. Esse Jesus a quem, sem o termos visto, amamos e sem o ver ainda, lhe damos a nossa confiança.

Esta confiança não pode ser entendida de fora. Só pode ser vivida por quem respon-deu, com fé simples, às palavras de Jesus: “Eu sou a ressurreição e a vida. Acreditas tu, nisto?”. Recentemente, Hans Küng, o teólogo católico mais crítico do século vinte, pró-ximo do seu fim, disse que para ele morrer é “descansar no mistério da misericórdia de Deus”.

Em: eclesalia.wordpress.com

“Morrer é

descansar no

mistério da

misericórdia

de Deus”.

Chegamos ao Quinto Domingo da Quaresma. Depois de quarenta dias de grande jejum, continuada penitência e pro-

fundo retiro de oração, vamos contemplar hoje a Ressurrei-ção e a Vida. Este Quinto Domingo da Quaresma, pelos anti-gos era chamado de "Domingo da Paixão" - ressaltado pelos

acontecimentos da ressurreição de Lázaro. Ressurreição que causou ódio das autoridades civis daquele tempo contra Jesus, que dava um sinal de como deve-

ria ser sua própria ressurreição. O acontecimento de hoje conduz à Páscoa da

morte e ressurreição de Jesus Cristo.

A experiência batismal estabelece e manifesta a sintonia existente entre os

três últimos domingos da Quaresma. No Terceiro Domingo da Quaresma, no acontecimento da Samaritana, falou-se em água viva, em água que jorra para a vida eterna, e Jesus apresentou-se como quem é capaz de dar de beber esta

água salvadora. No Quarto Domingo da Quaresma, Jesus revelou-se como a luz do mundo. A água e a luz fazem crescer, vivificam os seres vivos. Sem água e

sem luz, conhecemos a morte. A partir da água e da luz, Jesus reafirma sua di-

vindade e seu poder de dar a vida, e a vida plena, que não se acaba.

O motivo da celebração eucarística é a ressurreição e a vida de todos os que

se deixam conduzir pela palavra de Deus. Dela nos vem a força e a esperança para continuar na caminhada rumo à Páscoa, superando toda tristeza e morte.

O profeta Ezequiel anuncia ao povo que Deus deseja comunicar a vida a quem está sob o jugo da morte. Jesus, ao ressuscitar Lázaro, concretiza o sonho do profeta e se apresenta como “a ressurreição e a vida”. Deus não quer que seu

povo viva em condições de mortos-vivos e abandonado à própria sorte. Jesus ama seu povo e, por isso, ordena que desatemos as amarras que mantêm as pessoas presas. Viver segundo o Espírito de Deus é fazer nossas opções de Je-

sus.

O Profeta Ezequiel prega para um povo 'morto', caído por terra e sem espe-

rança de vida. Um povo vencido e desanimado no exílio, que é visto como um monte de ossos secos. A 'palavra profética' é palavra recriadora. Por isso, o que parece impossível aos homens, pode se transformar numa ocasião para Deus

revelar a sua força recriadora. Lentamente os ossos são revivificados pelo Espíri-to de Deus. O povo renova-se à medida que vai tomando consciência da sua dig-

nidade.

O Apóstolo Paulo fala do espírito que vivifica, mesmo se o corpo estiver mor-

to. O espírito de Deus que ressuscitou Jesus dos mortos fará viver até os nossos corpos mortais. Esta vida nova, vida habitada pelo Espírito, requer superação de

tudo o que não agrada a Deus. A partir da Ressurreição de Cristo quem determi-na o ser e agir do ser humano, não é mais o pecado e o egoísmo, mas o Espírito;

não é mais a morte, mas a vida.

Jesus está a caminho de Jerusalém. É sua última viagem. Em Betânia, ape-nas a uns 3 km de Jerusalém, faz o grande milagre da ressurreição de Lázaro. Betânia era parada obrigatória dos peregrinos de Jerusalém. Ali eles tomavam

banho, preparavam-se para entrar na cidade santa. Não poderia ser diferente com Jesus e com os apóstolos. A parada de Jesus foi na casa de Maria, de Marta

e de Lázaro, seus íntimos amigos.

A figura de Lázaro, encerrado no sepulcro e amarrado em faixas, personifica o discípulo que, ao convite do Senhor, necessita sair de seu mundo (aqui o se-

pulcro é imagem forte disso), para ganhar a vida. A vida do batizado implica rupturas e mudanças radicais com determinadas práticas de vida, ao mesmo

tempo em que ele se insere numa comunidade de vida. Na Quaresma, somos chamados à conversão, a deixar projetos que nos prendem ao egoísmo e a apos-tar na tarefa de criar um mundo solidário, com mais vida. Temos de anunciar,

mais com ações do que com palavras, que acreditamos que só é parceiro de Deus quem defende a vida e que tudo será possível com amor autêntico e coe-

rente.

Somos convidados a preparar-nos bem, a fim de que esta seja a mais rica Páscoa já celebrada em nossa vida pessoal, comunitária e social. Não deixemos

para celebrar o rico Sacramento da Confissão na última hora, na Semana Santa! Aproveitemos os Mutirões de Confissões (...) que reúnem Sacerdotes cada noite, em praticamente todas as Paróquias para atender-nos e devolver-nos a paz que

o pecado nos tira. Os Padres também precisam de tempo oportuno e necessário para bem prepararem-se para as solenes celebrações de toda a Semana Santa! Procurar a confissão de última hora, geralmente frustra tanto o Sacerdote co-

mo quem o busca. A confissão deve ser celebrada e não improvisada. É compen-sador ver e sentir as pessoas celebrarem sua Reconciliação com Deus, consigo

mesmas e com os outros! O alívio do perdão e da reconciliação revestirá a Cele-bração da nossa principal festa anual: a Páscoa da Ressurreição do Senhor e nossa de sentido mais profundo, oferecendo-nos, diante de nossa Cultura de So-

brevivência, novas esperanças, perspectivas, ânimo e sentido de vida verdadeira.

Desejando a todos muitas bênçãos, com ternura e gratidão, nosso abraço

amigo.

Padre Gilberto Kasper

É conhecido como Domingo de Ramos, mas também poderíamos defini-lo como o Domingo do grande engano ou da grande ilusão. Para o Domingo de Ramos a liturgia nos apresenta a entrada de Jesus em Jerusalém, como es-tá escrito nos primeiros onze versículos do capítulo 21 de Mateus.

O evangelista escreve que Jesus enviou dois discípulos ao povoado “que está ali na frente”. O povoado, nos Evangelhos, é sempre o lugar da tradição, lugar que não gosta das novidades trazidas pelo Senhor Jesus. E Jesus diz que encontrarão “uma jumenta amarrada, e, com ela, um jumentinho". Por que essa referência?

Quando Jacó abençoa seus doze filhos e nomeia o filho Judá como chefe dos irmãos, diz que: “o cetro não se afastará de Judá nem o bastão de comando de meio dos seus pés, até que o tributo lhe seja trazido e os povos lhe obedeçam”, e é identificado como quem “amarra o seu jumentinho à videira e o filhote de jumenta à parreira”. Tudo isso nós o encontramos no livro de Gênesis, capítulo 49, versículos 8-11.

Pois bem, Jesus, pedindo para desamarrar a jumenta e o jumentinho, quer que compreendamos que essa profe-cia está sendo cumprida e se realiza na Sua pessoa. E Je-sus adverte: “Se alguém vos disser alguma coisa, direis: ‘O Senhor precisa deles”. É a única vez, em que, Jesus se define assim: o Senhor!

Então o evangelista, na ação de Jesus, vê a realização do que havia escrito o profeta Zacarias, censurando, po-rém alguns aspectos da profecia, que não são conformes com Jesus. De fato a profecia de Zacarias começava as-sim: "Alegra-te, Filha de Sião" (9,9), mas o evangelista toma emprestado, desta vez do profeta Isaías, a expres-são: "Dizei à filha de Sião". (62,11).

Jerusalém não tem nada para se alegrar e nada para se rejubilar! Simplesmente recebe uma informação. "Eis que o teu rei está chegando, justo e vitorioso”. Aqui o profeta Zacarias colocou duas palavras: “justo”, ou seja, obser-vante da lei, e "vitorioso".

Pois bem, o evangelista elimina a palavra: “justo”, por-que Jesus não veio para observar a lei, mas veio para pro-por uma nova relação com Deus, baseada no amor, nem será o Messias “vitorioso”.

O que fica é que é: “manso e montado num jumento, num jumentinho, num potro de jumenta”. Não são ani-mais de guerra, assim como eram os cavalos, nem são ca-

valgaduras reais como era a mula, mas são os meios nor-mais de locomoção das pessoas normais da época. Por-tanto, não é um messias guerreiro, mas se apresenta co-mo um Messias de paz. Não conhecemos nenhum monu-mento equestre de um chefe sobre um jumento!

Então, os discípulos foram, fizeram como Jesus lhes havia mandado e trouxeram a jumenta e o jumentinho. E eis a primeira das ações importantes e simbólicas realiza-das pelos discípulos: “puseram sobre eles” - quer dizer sobre a jumenta e o jumentinho - “suas vestes” (“ou seus mantos”). As vestes (os mantos), na linguagem bíblica, indicam a pessoa. Portanto, pôr as próprias vestes sobre a jumenta e o jumentinho, significa a plena adesão à inicia-tiva de Jesus de ser um Messias de paz. “A numerosa mul-tidão estendeu suas vestes (ou seus mantos) pelo cami-nho”. Quando havia a consagração do rei e a posse dele, o povo, como sinal de submissão e aceitação de sua reale-za, estendia os mantos, que são um símbolo da própria pessoa, na estrada e o rei passava por cima. Era, de um lado, um sinal de submissão e, do outro, sinal de domínio.

A multidão não quer ser libertada por Jesus e não quer seguir um messias da paz, mas quer ficar submissa, quer

ser dominada! E o evangelista subli-nha: “eles cortavam ramos das árvo-res”. Isto era feito na recorrência da Festa dos Tabernácu-los, a festa importante que indicava a vinda do Messias libertador. “E as multidões que iam na frente de Jesus e os que o seguiam...”. Jesus é tomado como refém! Não é ele quem mostra o caminho, mas há uma multidão que o precede, que vai na frente, e outra que o segue. E Ele está no meio!

Como o diabo, na tentação, levou Jesus na cidade san-ta para lhe propor o poder sobre Israel, assim esta multi-dão ‘sequestrou’ Jesus e tenta mostrar a Jesus qual é o ca-minho a tomar: o do poder, o do domínio. De fato, o que é que estão gritando? Gritam o Salmo 118, onde está es-crito: “Hosana”. Hosana é uma expressão que significa "Salva-nos, portanto!". Mas a quem se dirige a multi-dão? “Ao filho de Davi”. Aqui está o grande engano, a grande ilusão do povo. Confundiram Jesus, o filho do Deus Vivo, com o filho de Davi. Filho, na cultura da época, significa aquele que se assemelha ao pai, ou seja, aquele que se comporta como ele, de maneira semelhante. En-tão, o filho de Davi era o messias que, como Davi, através do poder e da força, iria inaugurar o reino de Israel.

Isto é o que as multidões estão esperando! Esta é a ten-tação que elas propõem a Jesus: ser um messias de poder, um messias de violência. Mas Jesus não é o filho de Davi, Jesus é o Filho de Deus. Ele não veio para tirar a vida, mas para propor a Sua. E é por isso que, logo que as multidões perceberem o equívoco, as mesmas que agora gritam "Hosana ao Filho de Davi", serão as mesmas que, em seguida, gritarão: "Crucifica-o, crucifica-o!".

Um Messias da paz não importa a ninguém! “Quando Jesus entrou em Jerusalém a cidade inteira se agitou”. O evangelista usa um termo que indica como que um ter-remoto, o mesmo termo usado para indicar a agitação da cidade de Jerusalém ao saber do nascimento de Jesus. Não há nenhuma acolhida, ninguém o recebe, mas os ha-bitantes da cidade dizem: “Quem é este homem?". A Ci-dade Santa, a sede da presença e da glória de Deus, não reconhece a Jesus, o Emanuel, o-Deus-conosco, porque o Deus dela é outro!

De fato, entre as primeiras ações que Jesus irá fazer quando entrar na cidade santa, será derrubar todas as es-truturas do templo no qual não era mais adorado o Pai, e sim, infelizmente, o dinheiro e o lucro: o verdadeiro deus do templo!

Padre Alberto Maggi - OSM

Dia 13 de Abril de 2014

Evangelho: Mateus 21, 1-11

Em: www.studibiblici.it

Em: www.ihu.unisinos.br

O Papa desenvolveu sua homilia comentando o trecho evangélico que narra o encontro entre Jesus e o paralítico, “o qual,

aos 38 anos, estava sob os pórticos, perto da piscina, esperando a cura. Este homem se lamentava porque não conseguia se imer-

gir, porque sempre era precedido por alguém. Mas Jesus o cura. Um milagre que provoca críticas dos fariseus porque era sábado e, naquele dia, diziam que não se po-

dia fazer milagres. Nesta narração, encontramos duas doenças fortes, espirituais. Duas doenças sobre as quais”, disse, “fará bem refletir”.

“Em primeiro lugar, explicou Francisco, a resignação do doente, que se sente amargurado e se lamenta: Eu penso em muitos cristãos, muitos católicos: sim, são

católicos, mas sem entusiasmo, inclusive amargurados! ‘Sim, é a vida, é assim, mas a Igreja... Eu vou à missa todos os domingos, mas melhor não se envolver, tenho

fé para a minha saúde, não tenho necessidade de dá-la a outro...’. Cada um em sua casa, tranquilos… E se alguém ousa, é reprovado: ‘Não, é melhor assim, não cor-

rer riscos...’. É a doença da preguiça, da preguiça dos cristãos. Esta atitude que é paralisante do zelo apostólico, que faz dos cristãos pessoas estagna-

das, tranquilas, mas não no bom sentido da palavra: que não se preocupam em sair para anunciar o Evangelho! Pessoas anestesiadas”.

“E a anestesia, acrescentou o Papa, é uma experiência negativa. Esse não implicar-se con-

verte-se em ‘preguiça espiritual’. E a preguiça é uma tristeza. Estes cristãos são tristes, não

são pessoas iluminadas, são pessoas negativas. E esta é uma doença nossa, dos cristãos. Vamos à

missa todos os domingos, mas – dizemos –, por favor, não incomodar. Estes cristãos sem zelo apos-

tólico, não servem, não fazem bem à Igreja”. “Há muitos cristãos assim”, afirmou o Papa com afli-

ção, “egoístas, para si mesmos”. Este é o pecado de preguiça que vai contra o zelo apostólico, contra

a vontade de apresentar a novidade de Jesus aos outros, esta novidade que me foi dada gratuita-

mente”.

“Mas nesta passagem do evangelho – acrescentou o Papa – encontramos também outro pecado

quando vemos que Jesus é criticado por ter curado um doente no sábado. O pecado do formalis-

mo. Cristãos que não deixam lugar à graça de Deus. E a vida cristã, a vida destas pessoas é ter

todos os documentos em dia, todos os certificados. Cristãos hipócritas, como estes. A eles só

interessavam as formalidades. Era sábado? Não, não se podem fazer milagres no sábado, a gra-

ça de Deus não pode atuar no sábado. Fecham as portas à graça de Deus! Temos tantos na

Igreja, temos tantos! É outro pecado. Os primeiros, aqueles que cometem o pecado da preguiça,

não são capazes de ir em frente com zelo apostólico, porque decidiram fechar-se em si mesmos, em

suas tristezas, em seus ressentimentos, em tudo isso. Estes não são capazes de levar a salvação

porque fecham a porta à salvação”.

“Para eles, contam ‘apenas as formalidades’. Não se pode: é a palavra que mais usam’. E

nós também encontramos estas pessoas – acrescentou Francisco – e também nós tantas vezes tivemos preguiça ou fomos hipócritas como os fariseus. E

acrescentou que se trata de tentações que vêm, mas que “devemos conhecer para nos defender delas”. Ao mesmo tempo, recordou que diante destas duas tenta-

ções, diante “desse hospital de campanha, ali, está o símbolo da Igreja, diante de tantas pessoas feridas, Jesus se aproxima e lhes pergunta: Querem

ficar curados? e lhes dá a graça. A graça faz tudo”.

E depois, quando se encontra novamente com o paralítico, Jesus diz a ele para que ‘não peque mais’. As duas palavras cristãs: 'queres ficar curado?' e 'não peque

mais', são palavras ditas com ternura, com amor. E este é o caminho cristão: aproximar-se das pessoas feridas, neste hospital de campanha... muitas ve-

zes pessoas feridas por homens e mulheres da Igreja. É uma palavra de irmão e de irmã: queres ficar curado? E depois, quando segue em frente: 'Ah, não peques

mais, porque não faz bem!’ É muito melhor isto: as duas palavras de Jesus são mais bonitas do que a preguiça e a hipocrisia”.

Homilia proferida durante a Santa Missa na Casa Santa Marta no dia 01 de abril.

Em: www. news.va

Leonardo Boff

Humberto Maturana, chileno, um dos expoentes maiores da biologia contemporânea, mostrou em seus estudos sobre a

autopoiesis, vale dizer, sobre a auto-organização da matéria da qual resulta a vida, como o amor surge de dentro do processo evolucionário. Na nature-za, afirma Maturana, se verificam dois tipos de conexões (ele chama de acoplamentos) dos seres com o meio e entre si: uma necessária, ligado à própria subsistência e outro espontânea, vinculado a relações gratuitas, por afinidades eletivas e por puro prazer, no fluir do próprio viver.

Quando esta última ocorre, mesmo em estágios primitivos da evolu-ção há bilhões de anos, ai surge a primeira manifestação do amor como fenômeno cósmico e biológico. Na medida em que o universo se inflaci-ona e se complexifica, essa conexão espontânea e amorosa tende a in-crementar-se. No nível humano, ganha força e se torna o móvel princi-pal das ações humanas.

O amor se orienta sempre pelo outro. Significa uma aventura abraâ-mica, a de deixar a sua própria realidade e ir ao encontro do diferente e estabelecer uma relação de aliança, de amizade e de amor com ele.

O limite mais desastroso do paradigma ocidental tem a ver com o ou-tro, pois o vê antes como obstáculo do que oportunidade de encontro. A estratégia foi e é esta: ou incorporá-lo, ou submete-lo ou eliminá-lo co-mo fez com as culturas da África e da América Latina. Isso se aplica tam-bém para com a natureza. A relação não é de mútua pertença e de inclu-são mas de exploração e de submetimento. Negando o outro, perde-se a chance da aliança, do diálogo e do mútuo aprendizado. Na cultura oci-dental triunfou o paradigma da identidade com exclusão da diferença. Isso gerou arro-gância e muita violência.

O outro goza de um privilégio: permite surgir o ethos que ama. Foi vivido pelo Jesus histórico e pelo paleocristianismo antes de se constituir em instituição com doutrinas e ritos. A ética cristã foi mais influenciada pelos mestres gregos do que pelo sermão da montanha e prática de Jesus. O paleocristianismo, ao contrário, dá absoluta centralida-de ao amor ao outro que para Jesus, é idêntico ao amor a Deus. O amor é tão central que quem tem o amor tem tudo. Ele testemunha esta sagrada convicção de que Deus é amor(1 Jo 4,8), o amor vem de Deus (1 Jo 4,7) e o amor não morrerá jamais (1Cor 13,8). E esse amor incondicional e universal inclui também o inimigo (Lc 6,35). O ethos que ama se expressa na lei áurea, presente em todas as tradições da humanidade: “ame o próximo como a ti mesmo”; “não faça ao outro o que não queres que te façam a ti”. O Papa Francisco resgatou o Jesus histórico: para ele é mais importante o amor e a mise-

ricórdia do que a doutrina e a disciplina.

Para o cristianismo, Deus mesmo se fez outro pela encarnação. Sem passar pelo ou-tro, sem o outro mais outro que é o faminto, o pobre, o peregrino e o nu, não se pode encontrar Deus nem alcançar a plenitude da vida (Mt 25,31-46). Essa saída de si para o outro a fim de amá-lo nele mesmo, amá-lo sem retorno, de forma incondicional, funda o ethos o mais inclusivo possível, o mais humanizador que se possa imaginar. Esse amor é um movimento só, vai ao outro, a todas as coisas e a Deus.

No Ocidente foi Francisco de Assis quem melhor expressou essa éti-ca amorosa e cordial. Ele unia as duas ecologias, a interior, integrando suas emoções e os desejos, e a exterior, se irmanando com todos os se-res. Comenta Eloi Leclerc, um dos melhores pensadores franciscanos de nosso tempo, sobrevivente dos campos de extermínio nazista de Bu-chenwald:

“Em vez de enrijecer-se e fechar-se num soberbo isolamento, Francisco

deixou-se despojar de tudo, fez-se pequenino, colocou-se, com grande

humildade, no meio das criaturas. Próximo e irmão das mais humildes

dentre elas. Confraternizou-se com a própria Terra, como seu húmus ori-

ginal, com suas raízes obscuras. E eis que a ‘nossa irmã e Mãe-Terra’

abriu diante de seus olhos maravilhados um caminho de uma irmandade

sem limites, sem fronteiras. Uma irmandade que abrangia toda a criação.

O humilde Francisco tornou-se o irmão do Sol, das estrelas, do vento, das

nuvens, da água, do fogo e de tudo o que vive e até da morte”.

Esse é o resultado de um amor essencial que abraça todos os seres, vivos e inertes, com carinho, enternecimento e amor. O ethos que ama funda um novo sentido de viver. Amar o outro, seja o ser humano, seja cada representante da comunidade de vida, é dar-lhe razão de existir. Não há razão para existir. O existir é pura gratuidade. Amar o outro é querer que ele exista porque o amor torna o outro importante. “Amar uma pessoa é dizer-lhe: tu não poderás morrer jamais” (G.Marcel); “tu deves existir, tu não podes ir embora”.

Quando alguém ou alguma coisa se fazem importantes para o outro, nasce um va-lor que mobiliza todas as energias vitais. É por isso que quando alguém ama, rejuve-nesce e tem a sensação de começar a vida de novo. O amor é fonte de suprema alegria.

Somente esse ethos que ama está à altura dos desafios face à Mãe Terra devastada e ameaçada em seu futuro. Esse amor nos poderá salvar a todos, porque abraça-os e faz dos distantes, próximos e dos próximos, irmãos e irmãs.

“O limite mais

desastroso do

paradigma

ocidental tem a

ver com o outro,

pois o vê antes

como obstáculo

do que

oportunidade

de encontro.”

REFLETINDO

Faz 50 anos que o golpe militar, respaldado pela Casa Branca, implantou uma ditadura no Brasil. E 29 que os generais voltaram

às casernas. E agora, José, vivemos uma verdadeira democracia?

Devagar com o andor, pois o santo é de barro. Cracia, sim; mas demo... Os generais deixaram o poder. Não de ter poder. Falam grosso nos quartéis e ainda têm a petulância de batizar turmas de formandos de Agulhas Negras com o nome de “Emílio Garrastazu Médici”, o mais sanguinário de todos os ditadores.

Comissões da Verdade trabalham arduamente para apurar os crimes da ditadura. Como não são também da Justiça, atuam manietadas. Não têm poder nem projeto de punir ninguém. “Homem mau dorme bem”, intitula-se um filme de Akira Kurosawa. O que dá às Forças Armadas a prerrogativa de não prestar satisfações à nação e manter sob sigilo os arquivos do regime militar, como fazem com os documentos da Guerra do Paraguai. Mas ninguém escapa de prestar contas à história...

Passadas quase três décadas do fim da ditadura, o Brasil nem sacudiu a poeira nem deu a volta por cima. Quem é hoje a figura majestática do PMDB, o maior partido do Brasil e principal aliado do governo petista? José Sarney. Quem era o presidente da Are-na, partido de respaldo à ditadura e aos crimes por ela cometidos? José Sarney.

Nossas estruturas ainda conservam fortes resquícios dos 21 anos (1964-1985) de atrocidades. Em especial na política, que mantém o mesmo número de senadores por estado, malgrado a desproporção populacional, e aprova o financiamento de campa-nhas eleitorais por empreiteiras, bancos e empresas. Sei que nem tudo é como dantes – temos pluripartidarismo e a Constituição de 1988 –, mas ainda trafegamos à sombra do quartel de Abrantes.

Houve mudanças! O impossível aconteceu: Lula eleito presidente e o PT há 11 anos no poder. Lá chegou graças aos movimentos sociais que minaram os alicerces da dita-dura. Como já disse, o poder, a cracia, ganhou novos protagonistas. Porém, a demo... o povo ficou de fora!

Nossa democracia ainda é predominantemente delegativa (delega-se, pelo voto,

poder ao eleito); tendenciosamente representativa (vide os lobbies do agronegócio e dos grandes meios de comunicação); e nada participativa.

A socialdemocracia chegou ao Brasil, paradoxalmente, pelas mãos do PT, e não do PSDB. A pobreza extrema sofreu significativa redução; a escolaridade ampliou-se; a sa-úde socorreu-se na importação de médicos estrangeiros. No Nordeste, trocou-se o je-gue pela moto. A inflação ficou sob controle; o salário mínimo teve crescimento expres-sivo; a linha branca, desonerada e facilitada pelo crédito, encheu os domicílios popula-res de geladeiras, fogões e máquinas de lavar.

Quem nunca comeu melado... Cadê os benefícios sociais? Transporte coletivo pre-cário e congestionado; saúde pública infeccionada por falta de recursos; educação sem

qualidade; segurança despreparada e insufi-ciente.

Em 11 anos de gover-no petista, nenhuma reforma de estruturas. Nem a agrária, nem a política, nem a tributá-ria. Como fazia a dita-dura, os megaprojetos atropelam as exigên-cias ambientais (transposição do São Francisco; hidrelétricas como Belo Monte; Co-

pa), enquanto a Amazônia perde o fôlego asfixiada por lavouras movidas a agrotóxicos e ampliação dos pastos abertos a serra elétrica.

Eis que, de repente, o Brasil se dá conta de que não está deitado em berço esplên-dido. E o gigante adormecido acorda... nas manifestações de rua!

Se os 11 anos de governo petista promoveram considerável inclusão econômica, falta propiciar a participação política. Ao contrário, temos um governo despolitizante, que acredita que só de pão vive o homem... Nada estranho que haja arruaças em mani-festações.

Ainda somos o país do futuro... O presente requer um novo projeto Brasil.

Em: www.correiodacidadania.com.br

Frei Betto

OPINIÃO

Após 50 anos do golpe militar de 1964, a memória grita o que dói na alma de quem luta pela liberdade.

Reconstituir a barbárie na perda de liberdade de expres-são, assassinatos, torturas, abusos sexuais, medo, silên-cio, choro e esperança, faz a juventude atual se deparar com um fato que nunca mais deva acontecer, o regime que mudou a história do país. A sucursal da luta contra a repressão veio de um despojamento de trabalhadores, trabalhadoras e estudantes das suas vidas para a entrega abnegada pela liberdade de companheiras e companhei-ros.

É claro, que hoje a juventude não vive nem de perto o signo da ditadura, contudo ainda carregamos os signifi-cantes desta ditadura nas frestas do cotidiano. A relação entre passado e presente pode ser mais evidente do que nunca revendo o incêndio na UNE em 64 e sentindo o mesmo incêndio das favelas de Rio e São Paulo em 2012, 13 e 14. A tortura de Amarildo, a morte de Douglas, a desgraças de Claudia, e tantos outros e outras que nem se quer sabemos o que foi feito. A Polícia Militar ainda carrega a acústica de tempos ditatoriais não tendo sido até hoje julgados seus crimes perversos na ditadura, sus-tentando a prática de “autos de resistência” e não pos-suem um órgão externo que possa julgá-los. Irônico pen-sar que é uma instituição que se auto investiga.

Recentemente fui assaltado e conversando com o po-licial ele me disse que como a justiça não põe esses me-nores na cadeia, cada vez que ele reencontra o mesmo menor que continua a roubar aqui em Tiradentes, ele da soco nele até arrancar o seu dente (sic). Aterrorizante ver que essa terra tem o sangue derrubado de guerreiro como Marighela, Vanuchi, Frei Tito, Rubens Paiva, Isis, Iara, e outros milhares que lutaram pela justiça e perce-ber que ainda se derruba nesta terra sangue de homens e mulheres, meninos e meninas arrancados da liberdade por perseguição do estado.

João Goulart, Jango, pretendia dar ao país depois de 500 anos as reformas de base iniciando pela comunista reforma agrária. Ordenar a maior desigualdade do país que contabiliza 98% das terras irregulares. A reforma de Jango previa distribuir títulos de propriedades a 1 milhão de camponeses. O golpe dos militares traiu a população que segundo pesquisa do IBOPE feita naquele período 68% da população aprovava Goulart. Goulart foi tirado pela truculência da classe dominante e trazemos a marca de que há 50 anos poderíamos ter tido o início da dissolu-ção da desigualdade de terras no país, que culminaria ho-je numa pergunta: o que seria a favela hoje se os campo-neses não tivessem migrado para as cidades e se trans-formados em escravos/operários da grande indústria? Quem a polícia mataria?

Cabe pensarmos que a militarização é o resquício do medo e da dominação burguesa do país que se traveste em interesses políticos e higienistas. O estado com sua política de incursões armadas pode ser comparado ao capitão do mato, então enviado para a floresta a fim de capturar escravos fugitivos (na escravidão), com os mili-tares que entravam em casas na caça a comunistas (na ditadura) e que agora atua na contenção de ânimos den-tro das favelas redefinida como uma “aglomeração sub-normal” para prender e matar pobres, negros na perife-ria. Vale lembrar que as pessoas da periferia vivem sendo cerceados seus direitos de ir e vir, e quando a polícia toca o recolher são alvejados à 2 metros de distância por uma corporação amplamente militarizada.

O crescimento de favelas não é, principalmente o re-sultado de leniência ou da irresponsabilidade de gover-nos passados, mas existem solidadas razões econômicas por trás desse contínuo crescimento de favelas e habita-ções populares que são feitas distante das regiões de tra-balho e de políticas públicas de qualidade. O secretário de segurança do Rio de janeiro José Mariano Beltrame,

declarou durante o Fórum de Segurança Pública do seu estado que as crianças das favelas já surgem do ventre de suas mães criminosas por conta do ambiente ao re-dor, uma vez que nele seria tão normal ver bandidos em-punharem armas automáticas como pessoas utilizarem celulares (sic). Quando se considera que uma criança possa sair do ventre como bandido – uma espécie de lei do ventre bandido - , condena a favela a ser uma espécie de berçário de bandidos, servindo para justificar a retóri-ca de esterilização de homens e mulheres ou o assassina-to de jovens. O resultado está nas atuações das UPP (Unidades de Política Pacificadora) que atuam num está-dio de sítio dentro das comunidades. Se os militares no asfalto foram proibidos desta ação que durou 21 anos no país como um todo, nas comunidades e periferias de to-do o Brasil, ainda se persiste uma violação drástica de direitos humanos tendo comemorado de 25 anos da constituição de 1988, a carta magna assinada pela elite burguesa do país. Há uma infeliz semelhança na história brasileira da Policia existir para ser o elo repressor entre burguesia e favelas

A diferença dos períodos (1964 e 2014) dada também a proporção da repressão hoje, é evidenciada por eximi-rem principalmente a população pobre e marginalizada que não possui nem objeto cultural de expressão (RAP) reconhecido pela elite política e muito menos reconhe-cem seu conhecimento sobre política e educação.

50 anos depois do golpe a Jango e a história de brasi-leiros e brasileiras, o cenário efervesce buscando refor-mas brutais. Se as mortes continuam a acontecer, se os militares persistem no genocídio e a elite burguesa conti-nua a ditar as decisões nacionais, o paradigma desta ju-ventude nova se impõe pela negação desta velha política e pede um novo jeito de participação e priorização da classe trabalhadora, estudante e de periferia que sempre foi maioria nesta nação. Por toda parte vemos jovens, professores e militantes proclamarem o desejo pela des-militarização da polícia.

O sonho de Jango é carregado hoje pela juventude que são assistidas nas ruas pedindo reformas de base, reforma agrária, tributária (taxação dos ricos, etc), políti-ca, e outras, evidenciando o peso do sangue derramado pela juventude de 64. Outras reformas para enfrentar os graves problemas do tráfico de drogas, crime de colari-nho branco e lavagem de dinheiro. O então Ministro da Justiça do governo Lula, Tarso Genro, já se disse conven-cido da necessidade de um “novo pacto federativo” para que a segurança pública pudesse ser negociada em con-junto pelos governos federal, estadual e municipal.

O caminho de mudanças radical da polícia militar, a sua desmilitarização, deve ser feito imediatamente, mas não se exime a polícia, transforma-se e para isso pensar em um projeto do governo infundado ainda em nossa terra que é o PRONASCI (Programa Nacional de Segu-rança comunitária), a revisão de uma formação comuni-tária e o desarmamento dos polícias destas comunida-des, determina um caminho que está previsto em nossa constituição: O Estado deve estar antes de qualquer coi-sa, comprometido em garantir o direito à cidadania (que prevê protestar a toda e qualquer decisão do estado, co-mo por exemplo; uma copa do mundo), o direito à vida, o direito de ser considerado inocente, até que se prove o contrário pelo sistema judicial, o direito de ir e vir livre-mente pela comunidade, o direito de não ser obrigado a deixar a polícia entrar em sua casa sem um mandato judi-cial e o direito de não ser submetido a tratamentos cruéis ou de tortura pelos agentes do estado. Este último deve-se ao sangue redentor de todos e todas envolvidos e en-volvidas em destronar a ditadura militar do país. A esses heróis, nossa eterna gratidão, e que nossas vidas valham uma centelha de sua entrega para fazer acabar com a po-lícia militar, miséria, morte e violência em nosso país.

ARTICULANDO

*Eduardo Brasileiro

*Estudante de Ciências Sociais e membro do IPDM

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COORDENAÇÃO - PADRES - RELIGIOSOS - RELIGIOSAS

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26 de Abril de 2014 - Sábado

Às 9h00 no CIFA - Itaquera

Paróquia Nossa Senhora do Carmo de Itaquera - Rua Flores do Piauí, 182 - Centro de Itaquera

Sua Presença e Indispensável