Caderno 5 - professor - Avaliação Diagnóstica_Alfabetização no Ciclo Inicial
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8/3/2019 Caderno 5 - professor - Avaliao Diagnstica_Alfabetizao no Ciclo Inicial
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Orientaespara a organizao doCclo Inicial deAlfabetizao
AVALIAODIAGNSTICA:ALFABETIZAONOCCLOINICALCaderno
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8/3/2019 Caderno 5 - professor - Avaliao Diagnstica_Alfabetizao no Ciclo Inicial
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GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Acio Neves da Cunha
SECRETARIA DO ESTADO DA EDUCAO Vanessa Guimares Pinto
SECRETRIO-ADJUNTO DA EDUCAO Joo Antnio Filocre Saraiva
SECRETRIA DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAO Maria Eliana Novaes
SUBSECRETRIO DE ADMINISTRAO Gilberto Jos Rezende dos SantosDO SISTEMA DE EDUCAO
EQUIPE TCNICA
SUPERINTENDNCIA DE EDUCAO Raquel Elizabete de Souza Santos
DIRETORIA DE DESENVOLVIMENTO Maria Helena Brasileiro
DA EDUCAO INFANTIL E FUNDAMENTALSUPERINTENDNCIA DE DESENVOLVIMENTO Syene Maria Coelho de Toledo
DE RECURSOS HUMANOS PARA A EDUCAO
DIRETORIA DE CAPACITAO DE RECURSOS HUMANOS Maria Clia Basques Moura
SUPERINTENDNCIA DE ORGANIZAO EDUCACIONAL Maria Regina da Silva Moreira
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8/3/2019 Caderno 5 - professor - Avaliao Diagnstica_Alfabetizao no Ciclo Inicial
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Ceale*Centro de alfabetizao, leitura e escritaFaE / UFMG
Faculdade de Educao da UFMGBelo Horizonte 2005
Orientaespara a organizao doCclo Inicial deAlfabetizao
AVALIAODIAGNSTICA:ALFABETIZAONOCCLOINICALCaderno
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8/3/2019 Caderno 5 - professor - Avaliao Diagnstica_Alfabetizao no Ciclo Inicial
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FICHA TCNICA
Elaborao
Antnio Augusto Gomes Batista
Ceris S. Ribas da Silva
Maria das Graas de Castro Bregunci
Maria Lcia Castanheira
Sara Mouro Monteiro
Reviso
Heliana Maria Brina Brando
Projeto Grfico
Marco Severo
Editorao Eletrnica
Augusto Cabral
Marco Severo
U58a Universidade Federal de Minas Gerias. Faculdade de Educao.
Centro de Alfabetizao, Leitura e Escrita.
Avaliao diagnstica : alfabetizao no ciclo inicial / Centro de Alfabetizao,
Leitura e Escrita. - Belo Horizonte : Secretaria de Estado da Educao deMinas Gerais, 2005.
52 p. + encarte com 32 folhas avulsas - (Coleo: Orientaes para a
Organizao do Ciclo Inicial de Alfabetizao ; 5)
ISBN 85-86503-05-3
Este volume foi elaborado pelos seguintes pesquisadores: Antnio
Augusto Gomes Batista; Ceris Salete Ribas da Silva; Maria das Graas de
Castro Bregunci; Maria Lcia Castanheira e Sara Mouro Monteiro.
1. Alfabetizao - Metodologia. 2. Avaliao educacional. I. Ttulo.
II. Batista, Antnio Augusto Gomes. III. Silva, Ceris Salete Ribas.
IV. Bregunci, Maria das Graas de Castro. V. Castanheira, Maria Lcia.
VI. Monteiro, Sara Mouro. VII. Ttulo da coleo.
CDD - 372.4
Ceale*
O Centro de Alfabetizao, Leitura e Escrita integra a Rede Nacional de Centros de Formao
Continuada e Desenvolvimento da Educao, do Ministrio da Educao. Parte de suas aes
desenvolvida com recursos do MEC.
Catalogao da Fonte : Biblioteca da FaE/UFMG
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SUMRIO
1 - APRESENTAO 7
Como usar o instrumento de avaliao diagnstica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
Objetivo da proposta e a legislao sobre o Ciclo Inicial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
A matriz de referncia: pressupostos, objetivos, estrutura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9Campo de abrangncia: focos de ateno e capacidades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
A estrutura da matriz . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
2 - MATRIZ DE REFERNCIA DA AVALIAO DIAGNSTICA 11
3 - INSTRUMENTO DE AVALIAO DIAGNSTICA 15
O instrumento se dirige s trs fases do Ciclo Inicial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
O instrumento apresenta atividades de avaliao e no atividades de ensino . . . . . . . . . . . . . 17
O instrumento exige a mediao do professor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
O instrumento deve ser aplicado com flexibilidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
O instrumento pressupe uma anlise cuidadosa dos erros dos alunos . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
O instrumento s cumprir seus objetivos se seus resultados forem
analisados, comunicados e utilizados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
O instrumento apresenta vrias possibilidades de registro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
Comunicando os resultados da avaliao aos alunos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
A relao com as famlias dos alunos: comunicando resultados e
compartilhando projetos pedaggicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
Capacidade 1 - Compreender diferenas entre o sistema de escrita
e outras formas de representao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
Capacidade 2 - Conhecer o alfabeto e diferentes tipos de letra . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29Capacidade 3 - Dominar convenes grficas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
Capacidade 4 - Reconhecer unidades fonolgicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
Capacidade 5 - Dominar a natureza alfabtica do sistema de escrita . . . . . . . . . . . . . . . . 33
Capacidade 6 - Dominar relaes entre fonemas e grafemas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
Capacidade 7 - Ler e compreender palavras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
Capacidade 8 - Ler e compreender frases . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
Capacidade 9 - Compreender globalmente o sentido do texto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
Capacidade 10 - Identificar gneros e funes de textos e localizar informaes . . . . . . . . . 40
Capacidade 11 - Realizar inferncias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
Capacidade 12 - Formular hipteses . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43Capacidade 13 - Ler com fluncia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
Capacidade 14 - Escrever palavras de cor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
Capacidade 15 - Escrever palavras com grafia desconhecida . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
Capacidade 16 - Escrever sentenas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
Capacidade 17 - Recontar histrias lidas pelo professor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
Capacidade 18 - Redigir textos curtos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
4 - CONCLUSO 49
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7AVALIAO DIAGNSTICA: ALFABETIZAO NO CICLO INICIAL
1 - APRESENTAO
Este volume da coleo "Orientaes para a Organizao do Ciclo |Inicial de
Alfabetizao" apresenta uma proposta de avaliao diagnstica das capaci-
dades dos alunos do Ciclo Inicial de Alfabetizao. Essa proposta integra o conjuntode aes desenvolvidas pela SEE-MG, para assessorar os educadores da rede
estadual nos processos de formao continuada e de acompanhamento da
implementao do Ciclo Inicial.
Trata-se de um instrumento j previsto no quarto volume desta coleo, que teve como
foco questes relacionadas avaliao diagnstica e ao acompanhamento da apren-
dizagem dos alunos no Ciclo.
A proposta de instrumento abrange:
1. Uma matriz de referncia para avaliao diagnstica das capacidades dos alunos
do Ciclo Inicial de Alfabetizao.
2. Um instrumento de avaliao diagnstica com exemplos de questes rela-
cionadas s capacidades discriminadas na matriz de referncia.
3. Sugestes para o uso do instrumento, para anlise e registro dos resultados da
avaliao e para comunicao desses resultados a pais e alunos.
Como usar o instrumento de avaliao diagnstica?
1. Leia a matriz e o instrumento de avaliao e saiba:
Quais as capacidades avaliadas? Por que avaliar essas capacidades?
Quais so as possibilidades de avaliao de cada capacidade? Que atividades
podem ser feitas para sua avaliao?
2. Selecione as atividades a serem realizadas por seus alunos.
3. Faa uma reviso das atividades e amplie este instrumento de avaliao, fazendo
novas questes ou atividades que voc julga importante avaliar.
4. Desenvolva as atividades selecionadas (e tambm as que voc elaborou) com
seus alunos.
5. Analise seus resultados
6. Comunique seus resultados a pais e alunos
Na pgina 6, voc
encontrar informaes
sobre as finalidades de
uma matriz de referncia.
bb
bb Para discutir como utilizar
os resultados da avaliao
no planejamento de seu
trabalho, voc dever
recorrer ao prximo
volume desta coleo,
que apresenta instrumentode planejamento.
CEALE. Orientaes para a
Organizao do Ciclo
Inicial de Alfabetizao.
Belo Horizonte: SEE-MG,
2004. 4 vol.
bb
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8 AVALIAO DIAGNSTICA: ALFABETIZAO NO CICLO INICIAL
Objetivo da proposta e a legislao sobre o Ciclo Inicial
O objetivo central desta proposta propiciar subsdios para a avaliao diagnstica
da aprendizagem dos alunos do Ciclo Inicial de Alfabetizao, por meio da definio
das capacidades esperadas para esse Ciclo e por meio da apresentao de uminstrumento de avaliao.
Esse objetivo est articulado s diretrizes que atualmente regulamentam o Ciclo
Inicial. Segundo a Resoluo da SEE-MG n 469/2003, esse Ciclo, com durao de trs
anos, compreende trs fases:
Fase introdutria: destinada a alunos que ingressem no ensino fundamental
aos seis anos (completos at abril) e a alunos que completem sete anos
no segundo semestre.
Fase I: destinada aos alunos provenientes da Fase Introdutria, aps o
cumprimento dos objetivos da mesma ou a alunos de sete anos (completos
no segundo semestre) que evidenciem domnio dos objetivos da Fase
Introdutria (...)
Fase II: destinada aos alunos que atingiram os objetivos da Fase I (...) finali-
zando os objetivos previstos para o Ciclo Inicial de Alfabetizao . (Artigo 4)
A mesma resoluo, nos artigos 18 e 19, preconiza uma avaliao contnua e
diagnstica do processo de aprendizagem, para que a progresso continuada
dentro de cada Ciclo seja apoiada e garantida por estratgias de atendimento
pedaggico diferenciado. Enfatiza, ainda, que, ao final de cada ano, no Ciclo, haja
uma avaliao global do desenvolvimento dos alunos em relao aos objetivos da
Fase em que se encontram, de forma a orientar o planejamento didtico do ano
seguinte, garantindo a continuidade do processo de aprendizagem (art. 19, nico).
Isso significa que, embora o Ciclo Inicial pressuponha um tempo global de trs anos
para o desenvolvimento do conjunto de capacidades envolvidas no domnio inicial da
lngua escrita, no se pode perder de vista nem os objetivos correspondentes a cadaFase ou patamar do Ciclo, nem a necessidade de reagrupamentos dinmicos,
temporrios e rotativos, para atendimento de alunos com dificuldades ou necessidades
especficas de aprendizagem (Orientao SEE-MG, 01/2004 vide Resoluo SEE n
469/2003).
A exposio dessas diretrizes evidencia a relevncia atribuda avaliao diagns-
tica ao longo do Ciclo. por essa razo que se apresenta esta proposta de instru-
mento de avaliao, para que ela seja assumida como um ponto de partida para o
diagnstico das aprendizagens dos alunos, bem como para o planejamento deaes e intervenes necessrias ao longo do Ciclo.
bbO Caderno 4 da Coleo
Orientaes para o CicloInicial de Alfabetizao
analisa as bases
conceituais da avaliao
processual e continuada,
alm de sugerir instru-
mentos para diagnstico
e acompanhamento da
progresso do aprendizado
dos alunos. Sua leitura
oferece articulaes
importantes para acompreenso desta
proposta de avaliao.
bbMINAS GERAIS. Secretaria
de Estado da Educao.
Resoluo n 469, de
22/12/2003. [Dispe sobre
organizao e funciona-
mento dos anos iniciais
do ensino fundamental
com nove anos de
durao nas escolas
estaduais de Minas Gerais]
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9AVALIAO DIAGNSTICA: ALFABETIZAO NO CICLO INICIAL
A matriz de referncia: pressupostos, objetivos, estrutura
Uma matriz de referncia discrimina conhecimentos e competncias a serem
avaliados. Sua finalidade orientar a elaborao de estratgias ou questes de
avaliao. Desse modo, ao se elaborar uma estratgia ou uma questo, sabe-se,de maneira controlada e sistemtica, as habilidades que sero avaliadas e, assim,
os objetivos dessa questo.
importante que se considere a matriz de referncia apenas como uma baliza para
professores e especialistas do Ciclo Inicial de Alfabetizao, sem pretenses de
esgotar o repertrio de capacidades ou de procedimentos possveis para avaliao.
Tambm importante considerar que a matriz poder servir avaliao de alunos
das trs fases do Ciclo Inicial, pois apresenta capacidades progressivas e diferen-
ciadas quanto ao grau de complexidade. Assim, enquanto determinadas crianaspodero evidenciar o desenvolvimento de capacidades incipientes ou prprias
Fase Introdutria, outras podero estar transitando em domnios esperados para a
Fase I e outras, por sua vez, podero demonstrar j ter consolidado capacidades
projetadas para a Fase II, ao final do Ciclo Inicial.
Para que a matriz aqui proposta seja melhor compreendida, apresentam-se, abaixo,
algumas de suas caractersticas.
CAMPO DE ABRANGNCIA: FOCOS DE ATENO E CAPACIDADES
A matriz de referncia da avaliao diagnstica apresenta capacidades que
devem ser desenvolvidas ao longo de todo o Ciclo Inicial, englobando, de forma
indissocivel, os processos de alfabetizao e letramento. Esses dois proces-
sos so os focos principais de ateno da matriz.
O foco na alfabetizao enfatiza a apropriao do sistema de escrita alfabtico-
ortogrfico, bem como o desenvolvimento de capacidades motoras e cognitivas
pertinentes a esse processo. O foco no letramento, como dimenso complementar
e indissocivel da alfabetizao, privilegia aspectos relativos insero e partici-pao do indivduo na cultura escrita, abrangendo capacidades de uso do sistema
de escrita e de seus equipamentos e instrumentos na compreenso e na produo
de textos, em diversas situaes ou prticas sociais.
Em contextos de avaliao mais formal, aspectos relativos alfabetizao so
mais facilmente observados. Por isso, a necessria perspectiva do letramento
precisa ser explorada e avaliada nas interaes dos professores com as crianas,
nas quais se possa examinar, de forma mais natural, a relao dos alunos com
bb Os conceitos de alfabeti-
zao e letramento so
explorados em todos os
cadernos da Coleo
Orientaes para a organi-
zao do Ciclo Inicial da
Alfabetizao, mas podem
ser revistos, de forma
mais pontual, no
Caderno 1 (p.16-17) e no
Caderno 2 (p. 13).
As capacidades
selecionadas para a
matriz esto articuladas
s capacidades lingsticas
descritas no
Caderno 2.
-
8/3/2019 Caderno 5 - professor - Avaliao Diagnstica_Alfabetizao no Ciclo Inicial
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Estes trs domnios de
capacidades so bastante
explorados no Caderno 2
desta coleo
(Quadros 2, 3, 4).
10 AVALIAO DIAGNSTICA: ALFABETIZAO NO CICLO INICIAL
diversos gneros e suportes textuais (por exemplo, revistas em quadrinhos, livros,
bilhetes, jornais, propagandas). Assim, situaes efetivas de uso da escrita e da
leitura devem ser criadas em sala de aula para que se possa saber como a criana
se relaciona com a escrita no seu dia-a-dia e para que se possa avaliar o que a
criana conhece e entende sobre a escrita.
Para articular, na matriz, alfabetizao e letramento (apesar da ressalva que se
fez no pargrafo acima), foram enfatizados trs domnios de capacidades; aqueles
relacionados :
aquisio do sistema de escrita;
leitura;
produo de textos;
A ESTRUTURA DA MATRIZ
A matriz proposta apresentada em quadros. Em uma leitura vertical, apreendem-se
as capacidades a serem dominadas, apresentadas em graus de dificuldade. Quando
a perspectiva de leitura horizontal, a matriz aponta, em trs colunas:
o que est sendo avaliado: as capacidadesa serem desenvolvidas ao longo do
Ciclo Inicial da Alfabetizao;
a discriminaodessas capacidades: os descritores pertinentes s capacidades
enumeradas;
como avaliar as capacidades: exemplosde procedimentos e alternativas para opera-
cionalizar a matriz num instrumento de avaliao.
bb
-
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11AVALIAO DIAGNSTICA: ALFABETIZAO NO CICLO INICIAL
2 - MATRIZ DE REFERNCIA DA AVALIAO DIAGNSTICA
AQUISIO DO SISTEMA DE ESCRITA
CAPACIDADES AVALIADAS DESCRITORES PROCEDIMENTOS
DE AVALIAO
Compreender as diferenas existentes
entre os sinais do sistema de escrita
alfabtico-ortogrfico e outras formas
grficas e sistemas de representao.
Verificar se a criana faz distines entre:
letras e nmeros
sinais do sistema de escrita alfabtico-ortogrfico,
marcas ou sinais grficos, como acentos e sinais de
pontuao;
outros sistemas de representao.
Exemplos
de atividade
1, 2
Conhecer o alfabeto e os diferentes
tipos de letras
Verificar se a criana identifica as letras do alfabeto e se
faz distino entre as letras de imprensa maiscula e
minscula, e a cursiva, maiscula e minscula. Eviden-temente, as distines entre os tipos de letras constituem
etapas mais avanadas do domnio da lngua escrita.
Exemplos
de atividade
3, 4, 5, 6
Dominar a natureza alfabtica do
sistema de escrita
Verificar se a criana compreende o princpio alfabtico
que regula o sistema de escrita do portugus, ou seja, se
sabe que nosso sistema de escrita representa sons oufonemas e no slabas, por exemplo.
Exemplos
de atividade
11, 12
Dominar convenes grficas:
orientao da escrita;
alinhamento da escrita;
segmentao dos espaos em;
branco e pontuao.
Verificar se a criana reconhece:
a direo correta da escrita (esquerda/direita, de
cima/para baixo) e utiliza corretamente a folha (pautada
ou no, de acordo com o planejamento do professor);
as formas grficas destinadas a marcar a segmentao
na escrita (espaamento entre palavras e pontuao).
Exemplos
de atividade
7, 8
Reconhecer palavras e unidades fono-
lgicas ou segmentos sonoros comorimas, slabas (em diversas posies) e
aliteraes (repeties de um fonema
numa frase ou palavra).
Verificar se a criana identifica:
as rimas, as slabas e sons existentes no incio, nomeio e no final de palavras compostas com sons
semelhantes e diferentes (ateno: sons e slabas no
incio de palavra so mais facilmente reconhecidas; a
tarefa mais difcil quando se localizam no meio da
palavra);
a segmentao oral de palavras em slabas;
a segmentao oral de frases em palavras.
Exemplos
de atividade9, 10
1
2
3
5
6 Dominar relaes entre grafemas efonemas, sobretudo aquelas relaes
que so regulares.
Verificar se a criana utiliza os princpios e as regras
ortogrficas do sistema de escrita, considerando:
as correspondncias entre grafemas e fonemas que
so invariveis, como P, B, V. F, por exemplo;
as correspondncias que dependem do contexto
(regulares contextuais), ou seja, em que se define, por
exemplo, o valor sonoro da letra considerando a sua
posio na slaba ou na palavra e os sons que vm antes
e/ou depois. Um exemplo: a letra S, no incio de palavra,
representa sempre o fonema /s/, como em SAPO; a
mesma letra, na posio entre vogais, representa o
fonema /z/ como em CASA.
Exemplos
de atividade
12, 14
4
-
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12 AVALIAO DIAGNSTICA: ALFABETIZAO NO CICLO INICIAL
LEITURA
CAPACIDADES AVALIADAS DESCRITORES PROCEDIMENTOS
DE AVALIAO
Ler e compreender palavras
compostas por slabas cannicas e
no cannicas.
Verificar se a criana capaz de ler palavras compostas
por diferentes estruturas silbicas, considerando-se as
disposies de consoante (C) e vogal (V):
CV - padro silbico cannico: (ex: s-la-ba)
V - (ex: a-ba-ca-te)
CVC - (ex: tex-to, ve-ri-fi-car)
CCV - (ex: pa-la-vra).
Exemplos
de atividade
12, 15, 16
Ler e compreender frases. Verificar se a criana capaz de compreender frases com
estrutura sinttica simples (ex: "O menino comprou muitasbalas ontem" mais simples que "Ontem, muitas balas
foram compradas pelo menino" .
Exemplo
de atividade17
Inferir informaes. Verificar se a criana capaz de associar elementos
diversos, presentes no texto ou que se relacionem sua
vivncia, para compreender informaes no explicitadas
no texto.
Exemplo
de atividade
22
Compreender globalmente o texto lido,
identificando o assunto principal.
Verificar se a criana capaz de identificar o assunto de
que trata um texto e de dizer como ele abordado.
Exemplo
de atividade
18
Identificar diferenas entre gneros
textuais e localizar informaes em
textos de diferentes gneros.
Verificar se a criana utiliza diferentes estratgias de
leitura adequadas ao gnero textual e ao suporte em
que o texto veiculado, bem como se utiliza
conhecimentos sobre diferentes gneros de textos
para localizar informaes.
Exemplos
de atividade
19, 20, 21
7
8
9
11
12 Formular hipteses sobre o contedodo texto.
Verificar se a criana formula hipteses sobre o assunto de
um texto com apoio de elementos textuais e contextuais,
como: manchete, ttulos, formatao do texto e imagens.
Exemplo
de atividade
23
13 Ler com maior ou menor fluncia. Verificar se a criana l escandindo e com hesitaes ouse capaz de realizar leitura oral de palavras, sentenas e
textos com fluncia, expressando compreenso do que l.
Exemplo
de atividade
24
10
-
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13AVALIAO DIAGNSTICA: ALFABETIZAO NO CICLO INICIAL
DOMNIO DA ESCRITA E DA PRODUO DE TEXTOS
CAPACIDADES AVALIADAS DESCRITORES PROCEDIMENTOS
DE AVALIAO
Escrever palavras de cor. Verificar se a criana capaz de escrever de cor
palavras como o prprio nome e de seus colegas, o
nome da escola e da professora, o nome da cidade.
Exemplo
de atividade
13
Escrever palavras com grafia
desconhecida.
Verificar se, num ditado, a criana capaz de escrever,
mesmo com erros ortogrficos (troca de letras, por
exemplo) palavras cuja grafia desconhecida. Nesse caso
verifica-se se o aluno desenvolveu a capacidade da
codificao.
Exemplo
de atividade
12
Redigir textos curtos adequados:
ao gnero;
ao objetivo do texto;
ao destinatrio;
s convenes grficas apropriadas
ao gnero;
s convenes ortogrficas.
Verificar se a criana capaz de produzir, com maior ou
menor adequao, textos levando em conta sua situao
de produo e a situao em que ser lido.
Exemplo
de atividade
25
Escrever sentenas. Verificar se a criana escreve, mesmo com alguns erros,
sentenas, com maior ou menor extenso (quanto maior
a extenso, maior a dificuldade, pela sobrecarga de
ateno e pelo esforo motor).
Exemplos
de atividade
8, 14
Recontar narrativas lidas pelo professor. Verificar se a criana capaz de reproduzir, oralmente ou
por escrito, um texto lido em voz alta, mantendo no
apenas os elementos do enredo, mas tambm estruturas
da linguagem escrita; quanto maior for a fidelidade
leitura oral, maior a indicao de que a criana est
ampliando seu domnio de estruturas da linguagem escrita.
Exemplos
de atividade
26, 27
14
15
16
18
17
-
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15AVALIAO DIAGNSTICA: ALFABETIZAO NO CICLO INICIAL
3 - Instrumento de Avaliao Diagnstica
A proposta que se segue apresenta exemplos comentados de atividades para a
avaliao do aluno do Ciclo Inicial, nas fases Introdutria, 1 e 2. Sua elaborao possui
duas grandes finalidades.
1. Fornecer subsdios para a organizao da prtica de ensino da lngua escrita
Esta proposta busca auxiliar os educadores do Ciclo Inicial na organizao de seu
processo de trabalho:
contribuindo para a apropriao das capacidades descritas no Caderno 2
desta coleo, por meio da concretizao dessas capacidades em atividades de
natureza pedaggica;
mostrando como podem ser elaboradas atividades de avaliao diagnstica
com base nessas capacidades;
fornecendo um modelo de instrumento de avaliao, para que o educador
possa elaborar, a partir dele, novas atividades ou instrumentos de avaliao
diagnstica.
2. Servir de material didtico para a formao continuada de alfabetizadores
A SEE-MG pretende implementar, de forma progressiva, um amplo programa deformao continuada de alfabetizadores. Esse programa foi criado para fortale-
cer processos autnomos de formao; para lhes atribuir um carter perma-
nente; para fazer com que os resultados dessa formao tenham repercusses
imediatas nas escolas e em seus processos de ensino-aprendizado.
Sero criados, em geral por escola, grupos de estudo coordenados por um
profissional indicado pela escola (professor, orientador educacional ou supervisor).
Esse coordenador ter uma formao especfica orientada por tcnicos da SEE-MG
e das Superintendncias, bem como por professores de instituies de ensinosuperior de Belo Horizonte e do interior do Estado.
para dar base ao trabalho dos grupos de estudo e formao desses coorde-
nadores que foram preparados diferentes materiais para formao. Este instru-
mento um deles. Ser discutido pelos educadores em grupos de estudo; receber
acrscimos decorrentes das caractersticas do trabalho de cada escola; ser utiliza-
do nessas escolas e a anlise dos resultados fornecer bases para o planejamento.
Para que esses objetivos sejam alcanados, preciso estar atento para as orientaes
apresentadas a seguir.
bb Aps a elaborao deste
instrumento de avaliao
diagnstica, sero elabora-
dos outros instrumentos:
de planejamento do
trabalho com crianas
no processo de
ensino-aprendizado da
lngua escrita; de avaliao
da escola e de seu
trabalho; de criao de
rotinas de trabalho
para os trs diferentes
anos do Ciclo Inicial,
dentre outros.
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8/3/2019 Caderno 5 - professor - Avaliao Diagnstica_Alfabetizao no Ciclo Inicial
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16 AVALIAO DIAGNSTICA: ALFABETIZAO NO CICLO INICIAL
O INSTRUMENTO SE DIRIGE S TRS FASES DO CICLO INICIAL
Como se trata de um instrumento de avaliao diagnstica, pode ser utilizado nas
trs fases do Ciclo Inicial. Isso no significa, porm, que quaisquer resultados sejam
aceitveis. Como se pode constatar abaixo, espera-se que, a cada fase, os alunos
atinjam nveis claramente definidos de alfabetizao.
Fase Introdutria
Na concluso da Fase Introdutria ou no incio da Fase 1, o ideal que aluno
domine, mesmo que com erros, o princpio alfabtico da escrita (capacidade 5,
na matriz de referncia), isto , que a criana saiba que nosso sistema de escrita
representa sons ou fonemas.
Isto significa que o aluno deve ser capaz de escrever e ler palavras com certa
autonomia, ainda que com muitos erros e hesitaes. O importante que mani-feste conhecer que as letras ou grafemas representam sons ou fonemas. Isto
tambm significa que as capacidade de 1 a 4 devem estar dominadas e, em
grande parte, consolidadas.
Ainda na concluso da Fase Introdutria (ou no incio da Fase 1), espera-se que
os alunos sejam capazes de compreender e produzir sentenas ou textos, com
apoio do professor, quando este serve de escriba e de leitor (a criana dita
textos e ouve textos lidos pelo professor).
Fase 1
Ao final da Fase 1 ou iniciando a Fase 2, o ideal que o aluno demonstre dominar
as capacidades trabalhadas na Fase Introdutria e que, alm disso:
leia e escreva, com autonomia, palavras e sentenas com fluncia;
leia e escreva, com autonomia, textos curtos, mesmo que com algumas
hesitaes e erros, e mesmo que com fluncia e rapidez um pouco limitadas;
compreenda e produza textos, com maior grau de autonomia, porm
contando ainda com a ajuda do professor.
bb importante lembrar:
algumas das capacidades
devem ser trabalhadas ao
longo de todo o Ciclo
Inicial, com maior ou
menor nfase; o caso,por exemplo, das
capacidades ligadas
insero do aluno na
cultura escrita, a sua
familiarizao com
diferentes gneros textuais
e espaos de circulao de
textos (como a banca de
revistas, a livraria,
a biblioteca, mesmo que
de sala de aula).
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17AVALIAO DIAGNSTICA: ALFABETIZAO NO CICLO INICIAL
Fase 2
Espera-se que, ao final da Fase 2, o aluno esteja plenamente alfabetizado:
lendo e escrevendo com fluncia e rapidez textos mais extensos e com-
plexos que os lidos em avaliaes da Fase 1:
compreendendo e produzindo textos com autonomia, quer dizer, semajuda do professor.
Sintetizando
Ao analisar o desempenho de seus alunos no desenvolvimento das atividades
propostas neste instrumento, pode-se utilizar, como referncia, o quadro abaixo:
FASE CAPACIDADES
Introdutria 1, 2, 3, 4, 5, 9, 10, 12, 14
1 6, 7, 8, 9, 10, 11, 13, 15, 16, 17, 18
2 6, 7, 11, 12, 13, 18
O INSTRUMENTO APRESENTA ATIVIDADES DE AVALIAO E NO ATIVIDADES
DE ENSINO
Embora muitas das atividades de avaliao propostas possam ser utilizadascomo atividades de ensino, importante ter em mente que isso nem sempre
acontece. Um bom exemplo diz respeito s atividades voltadas para a capaci-
dade 7 compreender palavras compostas por slabas mais simples (por ape-
nas uma vogal e por consoante e vogal) e, em momentos mais avanados do
aprendizado, ler palavras com slabas complexas. Com certeza, nos momentos
em que o professor quer trabalhar a anlise de slabas, ser mais interessante
comear por slabas mais simples; isso no significa, porm, que, durante toda
a Fase Introdutria ou em boa parte da Fase 1, as atividades de ensino devam
se resumir ao contato apenas com slabas mais simples.
O INSTRUMENTO EXIGE A MEDIAO DO PROFESSOR
Um instrumento com objetivos diagnsticos pode criar situaes artificiais e exces-
sivamente controladas; pode, ainda, trazer tona a pouca familiaridade dos alunos
com certos conceitos e contextos explorados ou com o prprio tipo de avaliao
por exemplo, com alguns de seus enunciados ou instrues. Por essa razo, uma
primeira recomendao enftica que os professores se coloquem como mediadores
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8/3/2019 Caderno 5 - professor - Avaliao Diagnstica_Alfabetizao no Ciclo Inicial
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18 AVALIAO DIAGNSTICA: ALFABETIZAO NO CICLO INICIAL
efetivos em tais situaes e estabeleam condies de interao com as crianas:
lendo enunciados para alunos ainda sem autonomia de leitura;
conferindo a compreenso de elementos textuais ou no textuais (como
imagens);
adaptando situaes propostas s vivncias scio-culturais das crianas;
monitorando o nvel de desempenho e a margem de frustrao que pode ocorrer
em alunos da fase introdutria do Ciclo, quando no podem demonstrar certas
capacidades.
Na avaliao, torna-se fundamental, antes mesmo de qualquer aferio de desem-
penhos especficos, que o professor investigue o campo de experincias da criana,
dentro e fora da escola, por meio de sondagens sobre seu processo de insero na
cultura escrita e, em particular, na cultura escolar.
O INSTRUMENTO DEVE SER APLICADO COM FLEXIBILIDADE
As consideraes apresentadas acima evidenciam que a aplicao do instrumento
diagnstico admite variaes quanto ao uso do tempo e organizao dos alunos.
Quanto ao tempo utilizado, o professor poder optar por dividir o repertrio de
questes por ele selecionadas em algumas sesses, para melhor controle dos
fatores j apontados. Uma sugesto organiz-las em trs sesses, de acordo com
domnios propostos (aquisio do sistema, leitura e produo textual).
Quanto organizao dos alunos, grande parte das questes supe envolvimento
coletivo prvio, ou em pequenos grupos, para contextualizao e confirmao de
percepes. A explorao da linguagem oral, por exemplo, no poderia ser feita de
outra forma. Por outro lado, outras capacidades podem exigir avaliaes mais indi-
vidualizadas, como em situaes de leitura cujo foco a verificao do nvel de
fluncia do aluno. A mesma observao pode-se aplicar a crianas com descom-
passos nas progresses esperadas; nesses casos, os focos de observao e anlise
podero ser ampliados, com a aplicao do instrumento em pequenos grupos ou
individualmente.
O INSTRUMENTO PRESSUPE UMA ANLISE CUIDADOSA DOS ERROS DOS ALUNOS
A realizao de um diagnstico depender, sempre, da perspectiva assumida em
relao abordagem dos erros dos alunos em situaes de testes.
necessrio transformar os erros dos alunos em observveis que permitam
inferir hipteses ou conflitos cognitivos subjacentes a cada resposta ou a
desempenhos alternativos em relao ao esperado. Somente nessa perspectiva
se torna possvel realimentar o processo de aprendizagem e efetuar intervenes que
bbComo se discutiu no
Caderno 4, vrias
questes so pertinentes
a essa sondagem, tais
como: o que a criana j
sabe sobre a escrita?
O que no sabe? Quantaspessoas da famlia sabem
ler e escrever? O que elas
lem? Que materiais de
escrita a criana utiliza na
escola e fora dela?
O que ela acha difcil?
O que acha mais fcil?
O que mais aprecia?
Tais questes pressupem
um contexto interativo, no
cotidiano das aespedaggicas, que escapa
s possibilidades de
qualquer instrumento com
um perfil pretensamente
objetivo; por essa razo,
esse espao de atuao
do professor no pode ser
negligenciado.
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8/3/2019 Caderno 5 - professor - Avaliao Diagnstica_Alfabetizao no Ciclo Inicial
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19AVALIAO DIAGNSTICA: ALFABETIZAO NO CICLO INICIAL
possam retomar ou consolidar capacidades no desenvolvidas. Desse modo, os
erros possibilitam a verificao de conceitos e estratgias utilizados pelas crianas
na resoluo da atividade.
Para isto, o lugar de mediao do professor, anteriormente referido, coloca-se em
destaque. Sua postura investigativa o elemento central nesse tipo de avaliao:
ele transforma o erro em fonte de informao, por exemplo, sobre o que a criana
pensa sobre a escrita ou sobre o que ela acha que a escrita representa. Assim, o pro-
fessor poder tomar decises mais consistentes quanto regulao do processo
de ensino-aprendizado, avanando em certos objetivos ou prolongando o trabalho
de consolidao de certas capacidades ainda no desenvolvidas.
O INSTRUMENTO S CUMPRIR SEUS OBJETIVOS SE SEUS RESULTADOS FOREM
ANALISADOS, COMUNICADOS E UTILIZADOS
O instrumento proposto inclui textos dirigidos ao professor, com comentrios e
explicaes sobre cada bloco de atividades. O objetivo desses textos possibilitar
ao professor conhecer, de modo mais aprofundado, as finalidades das atividades
ou outras alternativas de avaliao de uma mesma capacidade, de modo a auxili-lo
na tarefa de mediao que lhe est sendo atribuda. Os textos buscam, ainda,
contextualizar o instrumento e suas condies de aplicao, para que seu uso
no se reduza apenas a um teste classificatrio, aplicado de forma isolada e
desvinculada das prticas pedaggicas conduzidas pelo professor.
De nada adianta utilizar o instrumento de avaliao diagnstica apenas para dar
uma nota ao aluno e classific-lo numa categoria como atrasado ou adiantado.
Para que o instrumento alcance os objetivos para os quais foi proposto,
necessrio que o professor e seus colegas:
analisem os resultados dos alunos (em grupo e individualmente);
registrem esses resultados de modo a visualizar adequadamente os diferentes
nveis de rendimento (em grficos ou nas fichas de registro propostas) e a
acompanhar, ao longo do ano e do Ciclo, o crescimento do aluno;apresentem os registros da turma aos alunos, estabelecendo com eles objetivos
e metas a serem alcanadas;
comuniquem os resultados aos pais, para incentivar o acompanhamento do
aluno e dar a eles conhecimentos para faz-lo;
utilizem os resultados para orientar o planejamento a ser elaborado, para pro-
por e executar aes, na sala de aula e na escola, para buscar a resoluo dos
problemas encontrados; para modificar estratgias e procedimentos de ensino
que no se mostraram adequados; para avanar naqueles pontos em que os
resultados se mostraram satisfatrios.
bb A postura do professor
diante da correo dos
erros dos alunos e de seuregistro foi comentada no
Caderno 4 desta coleo
(p. 16).
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20 AVALIAO DIAGNSTICA: ALFABETIZAO NO CICLO INICIAL
O INSTRUMENTO APRESENTA VRIAS POSSIBILIDADES DE REGISTRO
O desempenho dos alunos numa avaliao diagnstica pode ser registrado de
diferentes formas: por exemplo, por meio de fichas descritivas, relatrios individuais
de natureza mais qualitativa, dirios de campo que acompanhem o processo de
aprendizagem da turma, de grupos ou de alunos especficos.
O instrumento de avaliao aqui sugerido comporta possibilidades diversas de registro,
dependendo da nfase e do foco pretendido desde um relatrio de aprendizagem de
cada aluno at fichas descritivas do desempenho de um grupo ou turma (que
podem at ser representadas por grficos). No caso de fichas, algumas direes podem
ser esboadas quanto a sua estrutura mais geral.
A primeira ficha apresentada (Ficha I) se destina a um registro individual, ou seja,
avaliao da situao de cada aluno em relao s capacidades focalizadas no diag-
nstico, explicitadas na matriz de referncia e aqui retomadas apenas parcialmente:
CAPACIDADES
AVALIADAS
NVEL 1
(no desenvolvida)
NVEL 2
(domnio parcial)
NVEL 3
(consolidada)
OBSERVAES
QUANTO A DIFICULDADES
DO(A) ALUNO(A)
1 X
2 X
3 X
4 X
5 X
6 X
... ... ... ...
Ficha I. Avaliao diagnstica de capacidades desenvolvidas no Ciclo Inicial de Alfabetizao
Aluno(a):
Idade: Fase do Ciclo:
Escola:
Professora: Perodo de avaliao:
Data do registro:
bbO Caderno 4 desta
coleo apresenta
e descreve possibilidades
de registro.
Paul o B at i s t aInt r odut or ia6
Raul S oar e sMar l y 1
o b i me s t r e3 0 / 0 3 / 0 4
Fichas desse tipo oferecem relatrios individuais que podero ser explorados junto
aos prprios alunos, a seus pais e equipe pedaggica da escola, para decises
referentes vida escolar do aluno, a sua trajetria no Ciclo e a sua situao ao
final de cada Fase. Propiciam direes para a reorientao do planejamento do
professor, que poder avanar em campos com capacidades consolidadas ou trabalhar
as lacunas de capacidades ainda no desenvolvidas, propondo formas de interveno
mais especficas, conforme se enfatizou no Caderno 4 desta coleo(p. 18-24).
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21AVALIAO DIAGNSTICA: ALFABETIZAO NO CICLO INICIAL
Ana 1 1 1 1 1 1 ... 6 ... ...
Beatriz 2 2 2 2 2 1 ... 1 5 ...
Carlos 3 3 3 3 3 2 ... ... 1 5
Dinlson 3 3 2 2 1 1 ... 2 2 2
... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...
A segunda ficha (Ficha II) apresentada se destina a um diagnstico da situao de
cada aluno, tendo como referncia o coletivo da classe. Aps registrar a situao
de cada aluno, por nveis de capacidades, o professor poder chegar a uma viso
geral do desenvolvimento de sua turma pelos nveis evidenciados:
Alunos Nveis dos alunos nas capacidades avaliadas
1 2 3 4 5 6 ...
Total
Nvel 1 Nvel 2 Nvel3
As capacidades avaliadas esto apenas sugeridas nessa ficha, no sentido horizontal. Na
matriz de referncia (apresentada na seo anterior) poder ser encontrado o
conjunto de capacidades focalizadas. Isso significa que o registro ser prolongado at
a capacidade de nmero 18.
No sentido vertical, esto sendo sugeridos trs nveis para registro do desempenho do
aluno nestas capacidades:
nvel 1 > capacidades ainda no desenvolvidas (sem domnio)nvel 2 > capacidades em desenvolvimento (domnio parcial, transio de nveis)
nvel 3 > capacidades j consolidadas
Pelo registro apresentado, de forma parcial, constata-se que o professor poder
obter um quadro geral das capacidades desenvolvidas pelos alunos desta turma.
Perceber, por exemplo, que Ana permanece no nvel 1, na maioria das capacidades,
mesmo nas j exploradas na Fase Introdutria do Ciclo e, portanto, merecer
ateno especial em seu processo de apropriao do sistema de escrita. Carlos,
Ficha II. Avaliao diagnstica de capacidades desenvolvidas no Ciclo Inicial de Alfabetizao
Escola:
Professora: Turma:
Fase do Ciclo: Perodo de avaliao:
Data do registro:
Int r odut or iaXMar l y
3 0 / 0 3 / 0 4
Raul S oar e s
1o
b i me s t r e
-
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22 AVALIAO DIAGNSTICA: ALFABETIZAO NO CICLO INICIAL
por sua vez, j revela domnio ou consolidao de vrias das capacidades exploradas
e desenvolve, atualmente, outras esperadas para a Fase I do Ciclo.
Os nveis encontrados podero estar, portanto, congruentes com o patamar esperado
para a Fase do Ciclo em que os alunos se encontram ou em descompasso com os
objetivos projetados para a Fase. Nesse ltimo caso, as metas precisam ser redefinidas,
do ponto de vista dos contedos e dos procedimentos propostos, para que se
trabalhe de forma mais sistemtica sobre as reas de defasagem ou de transio.
Um terceiro exemplo de registro (Ficha III) pode oferecer um mapeamento ainda
mais global da turma.
Capacidades Avaliadas Observaes quanto a casos especficosTotal de alunos por nvel avaliado
Nvel 1 Nvel 2 Nvel3
(sem domno) (domnio parcial) (domnio ou
consolidao)
1 1 2 22
2 2 2 21
3 2 3 20
4 3 4 18
5 4 5 16
... ... ... ...
Da mesma forma que na ficha anterior, esse tipo de registro est parcialmente apre-
sentado. Na matriz de referncia podero ser identificadas todas as capacidades
sugeridas na primeira coluna. Com um registro descritivo dessa natureza, o profes-
sor poder determinar de modo mais claro as capacidades efetivamente desen-
volvidas na Fase do Ciclo avaliada, tendo o conjunto da classe como referncia. Por
exemplo, poder perceber que determinados alunos esto sem domnio de capaci-
dades da Fase Introdutria, que devero, portanto, ser retomadas. Tambm poder
constatar que outros alunos apresentam problemas em relao ao reconhecimento
de unidades fonolgicas, capacidade que dever ser trabalhada sistematicamente.
O professor ter, desse modo, um ponto de partida para o monitoramento da
trajetria dos alunos no Ciclo, do ponto de vista de suas aprendizagens efetivas.
A partir da organizao dos domnios de capacidades, o professor se orientar
quanto s demandas para o ensino: Introduzir, Trabalhar ou Consolidar,
Ficha III. Avaliao diagnstica de capacidades desenvolvidas no Ciclo Inicial de Alfabetizao
Escola:
Professora: Turma:
Fase do Ciclo: Perodo de avaliao:
Data do registro:
Int r odut or iaXMar l y
3 0 / 0 3 / 0 4
Raul S oar e s
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23AVALIAO DIAGNSTICA: ALFABETIZAO NO CICLO INICIAL
Retomar e Avanar quanto a determinados conhecimentos ou capacidades.
Alm disso, poder estar atento s dificuldades evidenciadas na ltima coluna,
sobretudo nos casos de alunos que ainda no desenvolveram capacidades
esperadas ou que revelam inconsistncia em outras que deveriam estar em
desenvolvimento.
COMUNICANDO OS RESULTADOS DA AVALIAO AOS ALUNOS
A comunicao dos resultados da avaliao aos alunos pode ser feita por fichas
descritivas ou grficos (individuais ou de toda a turma), relatrios dirios ou peridicos,
entre outros. Algumas sugestes de fichas foram apresentadas na seo anterior e
outras possibilidades de registro foram exemplificadas no quarto Caderno desta
coleo.
Uma outra estratgia que possibil ita o levantamento de informaes relevantes
para reorientar o processo de construo de significados pelo prprio aluno a
realizao de auto-avaliaes. Sua principal finalidade fazer com que o aluno
tome conscincia de seus avanos e de suas dificuldades, de modo a elaborar,
com autonomia, novas formas de estudo, direcionadas para os problemas que
enfrenta. Esse exerccio pode ser desenvolvido j a partir do levantamento de
suas primeiras percepes sobre o processo de insero no mundo da escrita e
da leitura.
Exemplificando, pode-se perguntar ao aluno: o que julga que j sabe sobre a
escrita? o que no sabe? quais so suas dificuldades nas aprendizagens da
escrita e da leitura?
Essas questes podem ser respondidas atravs da anlise das atividades que
foram selecionadas para a aplicao do instrumento de avaliao diagnstica ou
a partir de registros de resultados feitos pelo professor.
Os registros de auto-avaliao do aluno podem se apoiar tambm em debates,
textos individuais ou coletivos, anlise comparativa de atividades desenvolvidas
por ele durante o perodo de aplicao do instrumento de avaliao diagnstica,entre outros.
Uma outra sugesto para a reflexo sobre o desempenho escolar a organizao
de portiflios compostos por algumas das atividades consideradas mais repre-
sentativas do processo de aprendizagem dos alunos. Dessa forma, o professor
dispor de um conjunto de informaes relevantes e teis para explicar os
aspectos significativos do processo de aprendizagem de um aluno, ao longo de
um determinado perodo.
Portiflio uma organiza-
o e arquivo de registros
das aprendizagens dos
alunos, selecionados por
eles prprios ou pelo
professor, com inteno
de fornecer uma sntese
de percurso do aluno ou
de sua trajetria deaprendizagem.
bb
-
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24 AVALIAO DIAGNSTICA: ALFABETIZAO NO CICLO INICIAL
A organizao dos portiflios pelo prprio aluno deve ser orientada pelas
seguintes questes: O que aprendi? De que forma aprendi? A partir desses
eixos, cada aluno poder construir o registro de aes, atividades espontneas
ou dirigidas pelo professor, produes prprias ou reprodues de informaes
e documentos, apreciaes e dificuldades. A periodicidade de sua elaborao
ser sempre determinada pelos objetivos do Ciclo e pelas motivaes ao longodo processo, podendo ser trimestral, semestral ou mesmo anual.
Seja qual for o modo pelo qual os resultados dos alunos so comunicados,
importante, em seguida, estabelecer novas metas para o aprendizado. Cada
aluno e a turma como um todo devem saber o que se espera que desenvolvam
num determinado perodo de tempo. Fazer cartazes com essas metas ou obje-
tivos (para a turma) e registrar nos cadernos de cada aluno suas metas individuais
uma boa forma de organizar e favorecer o processo de ensino-aprendizado.
Um outro aspecto deve ser levado em conta: no momento de comunicao de
resultados da avaliao, tambm oportuno incentivar os alunos a no mas-
cararem suas lacunas, procurando expor e refletir sobre seus erros mais recor-
rentes, sem receios de censuras. Assim, os alunos sero incentivados a buscar
informaes e conhecimentos que possibilitem a superao dos problemas e
lacunas ainda constatados. Por isso, fundamental que o aluno no s revele
suas dvidas e dificuldades, como tambm sinta confiana no professor e nos
seus colegas para pedir ajuda quando julgar necessrio.
A RELAO COM AS FAMLIAS DOS ALUNOS: COMUNICANDO RESULTADOS E
COMPARTILHANDO PROJETOS PEDAGGICOS
Cabe considerar que a deciso de adotar uma prtica de avaliao mais formativa
passa, necessariamente, por uma explicao dos objetivos do trabalho pedaggico aos
pais dos alunos, a seus responsveis, ou queles que acompanham sua vida escolar,
como tios ou irmos mais velhos. Essa explicao deve ser capaz de reafirmar e
reconstruir o compromisso entre a famlia e a escola. Se existem relaes de
confiana, explicaes sobre processos alternativos de avaliao podem ser bem rece-bidas; os pais podem compreender, assim, que uma avaliao sem notas, mais descri-
tiva e processual, importante para situar e posicionar o avano escolar de seu filho.
Quando a escola adota algum tipo de relatrio ou ficha descritiva do processo de
aprendizagem, em substituio aos tradicionais boletins, precisa estar atenta para
organiz-los numa linguagem bem clara, sem rebuscamentos tcnicos que s os
profissionais da escola compreendem e que possibilitem a qualquer familiar identi-
ficar o que cada aluno aprendeu e o que precisa aprender.
-
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AVALIAO DIAGNSTICA: ALFABETIZAO NO CICLO INICIAL 25
As fichas apresentadas na seo anterior podem ser uma fonte de esclareci-
mento aos pais, desde que as capacidades avaliadas sejam descritas de forma
mais acessvel. O ideal que se apresente a cada pai uma ficha relacionada ao
desempenho do prprio filho (como j sugerido), com o diagnstico das capaci-
dades desenvolvidas em determinada Fase do Ciclo.
Tais capacidades podem ser expostas com nfase nos campos de leitura, escrita e
produo de textos, para que os pais visualizem claramente as reas que esto
sendo avaliadas. Alm disso, a pontuao pode estar implcita ou explcita, quando
se posiciona o aluno em nveis de aprendizagem e isto deve ser traduzido de forma
compreensvel. Por exemplo, quando o registro aponta trs nveis de desenvolvimento
de capacidades dos alunos, pode-se esclarecer aos pais que:
nvel 1 > representa capacidades no desenvolvidas pela criana, que precisar
de acompanhamento mais atento da escola e da famlia para superar dificuldades
iniciais e avanar em direo a capacidades mais elaboradas;
nvel 2 > representa capacidades em desenvolvimento, ou seja, um processo
intermedirio no qual a criana revela domnio apenas parcial.
nvel 3 > representa capacidades j dominadas ou consolidadas e, portanto, traduzem
um desempenho mais avanado em relao aos demais nveis, predispondo a criana
a novas aprendizagens em capacidades mais elaboradas.
Alm da ficha de registro individual, podero ser apresentadas aos pais fichas
de sntese do desempenho global da turma (como j sugerido na Ficha III), para
que eles percebam o desempenho do filho no contexto da turma. Um grfico, eviden-
ciando a situao de toda a classe, poder ser apresentado para uma melhor visu-
alizao, como no exemplo que se segue:
Nvel 2
Grfico 1. Desempenho dos alunos da Escola A
Fase 1 - Ciclo Inicial de Alfabetizao- Dezembro/2004
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
35
40
30
25
20
15
10
5
15 16 17 18
CAPACIDADE AVALIADA
TOTAL
DE
ALUNOS
POR
NVEL
AVALIADO
Aquisio do sistema Leitura Escrita e produo de textos
Nvel 1 Nvel 3
-
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26 AVALIAO DIAGNSTICA: ALFABETIZAO NO CICLO INICIAL
Mesmo que muitos pais tenham dificuldade em interpretar grficos como este,
algumas explicaes gerais podero oferecer pistas sobre a situao da turma.
Por exemplo:
A turma em que seu filho se encontra, no Ciclo inicial de Alfabetizao, com 36
alunos, est em excelentes condies de desempenho, pois a grande maioria j
desenvolveu e consolidou as capacidades esperadas para essa fase do Ciclo como
mostram as colunas relativas ao nvel 3.
Alguns alunos se encontram no nvel 2 em vrias capacidades (17, 13, 18).
Isso evidencia que essas capacidades ainda precisam ser trabalhadas, pois
este nvel revela um processo ainda em desenvolvimento.
A capacidade 11 a que apresenta maior dificuldade nesta turma. H 18
alunos ainda no nvel 1, ou seja, sem domnio desta capacidade, que no foi
desenvolvida ou suficientemente trabalhada. Essa constatao, porm, mais
importante para o professor do que para os pais, pois ela indica que o docente devereorientar seu trabalho, explorando mais detidamente a capacidade em questo.
Uma leitura mais simples do eixo horizontal poder tambm ser feita, sem
detalhamento de capacidades, agrupando-as pelas reas principais da alfa-
betizao (de 1 a 6 = aquisio do sistema de escrita; de 7 a 13 = leitura; de
14 a 28 = escrita e produo de textos). Desse modo, o grfico poder ser
mais acessvel compreenso dos pais.
Finalmente, a localizao de casos especficos de dificuldades poder ser feita
pela consulta ao registro na ficha consolidada pelo professor, a partir de observaes
pontuais sobre desempenhos individuais dos alunos. Essa estratgia orientar os
pais em relao situao de seus filhos e s necessidades de maior apoio
(por parte da famlia e da escola) em suas aprendizagens.
importante acentuar que poder haver uma tendncia, por parte dos pais, de
traduzirem os nveis registrados de forma quantitativa (1, 2 ou 3) como conceitos
de fraco, mdio ou forte desempenho, de forma cristalizada. Assim, deve-se
procurar esclarecer o carter dinmico dos processos de aprendizagem e, por-
tanto, a possibilidade de que a criana esteja sempre mudando de nvel ou patamar,
em uma mesma Fase do Ciclo ou de uma Fase para outra.
Muitas vezes, as fichas descritivas criadas pela escola podem no ser sufi-
cientes para orientar, de forma adequada, alguns grupos de familiares. Nesses
casos, preciso definir outras estratgias que o professor possa utilizar para
repassar as informaes sobre o processo de aprendizagem dos alunos, como,
por exemplo:
A elaborao de uma lista dos itens que foram ensinados em determinado
perodo, seguida da apresentao de alguns exemplos de como foi o desem-penho da classe.
-
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AVALIAO DIAGNSTICA: ALFABETIZAO NO CICLO INICIAL 27
A seleo de algumas capacidades nas quais os alunos apresentam maior
dificuldade, com explicaes paralelas sobre como elas so desenvolvidas em
sala e com exemplos de atividades e sugestes de tarefas. Assim, os pais
podem acompanhar melhor o progresso de seus filhos.
A apresentao de portiflios elaborados pelo alunos ou pelo professor, con-
forme j enfatizado anteriormente. O professor poder sugerir que esses registrossejam apresentados pelos prprios alunos aos seus pais, criando, assim, situaes
em que a criana possa compartilhar e refletir sobre seu processo de apren-
dizagem, sucessos e dificuldades. O professor poder acompanhar essas
situaes de interao entre pais e filho, fornecendo apoio e informao. O
professor poder, tambm, destacar situaes e momentos significativos na
trajetria de aprendizagem das crianas, para que os pais percebam progressos
em relao a patamares anteriores.
As informaes a serem repassadas pela escola devem possibilitar aos familiaressaber realmente o que a aluno j aprendeu e aquilo que ainda precisa aprender.
Os momentos de encontro com as famlias devem servir para esclarecimentos,
compreenso e reflexo sobre os desafios que precisam ser superados e para a
construo de um compromisso entre escola e famlia para a busca de alterna-
tivas para resoluo de dificuldades. Tais momentos devem se prestar a um balano
do trabalho j realizado ou a ser realizado, e tambm socializao entre edu-
cadores, alunos e seus familiares. uma boa oportunidade de se quebrar a tenso
to comum nesses momentos.
O esprito que deve guiaras relaes entre famlia
e escola o do compro-
misso de ambos para o
aprendizado. Ambos so
importantes; ambos so
responsveis.
bb
-
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28 AVALIAO DIAGNSTICA: ALFABETIZAO NO CICLO INICIAL
Capacidade 1 Compreender diferenas entre o sistema de escrita e outras formas de representao
O objetivo das atividades propostas verificar se a criana faz distines entre
o sistema de escrita alfabtico, sinais grficos e outros sistemas de represen-
tao grfica. A criana poder fazer isso apenas identificando o que se pode lere o que no se pode ler ou, ainda, sendo capaz de identificar, nomear, prever o signi-
ficado e o uso funcional dos diferentes sinais encontrados. Nesse ltimo caso,
estar demonstrando um conhecimento ainda mais especfico sobre os diferentes
sistemas de representao.
A realizao dessas atividades exige que o professor selecione vrios materiais de
leitura e motive os alunos a folhearem esses materiais. A tarefa pode ser proposta
para pequenos grupos (de at trs membros) separadamente, para que se possa
observar o comportamento e o conhecimento de cada criana ao manusear osmateriais. Assim que elas comearem a faz-lo, o professor dever fazer perguntas
sobre os diferentes sinais grficos, por meio de questes como: o que se pode
ler na pgina? Onde est escrito com letras? Quais letras voc conhece? Voc
conhece esses sinais (relativos a outros sistemas de representao)? Onde h
desenhos e onde h coisas escritas?
1 Apresentar criana diferentes suportes (livros, revistas, jornais, folhetos, cartes e
outros) para que, folheando esses suportes, distinga o sistema de escrita de outros sis-temas de representao.
2 Observe o quadro abaixo:
34590 "/, * ?~! CAVALO
#$+{}=%
Marque com X o quadrinho com nmeros.
Faa um trao onde est escrito o nome de um animal.
bbComo voc pode observar,
algumas orientaes so
dirigidas a voc, professor
(a questo 1, por exemplo),
outras so dirigidas
ao aluno (por exemplo, a
questo 2).
No caso de questes
dirigidas ao aluno, voc
deve avaliar se deve l-la
para a criana, se deveexplic-la ou se deve
deixar que o aluno leia a
questo sozinho. A
questo 2, evidentemente,
deve ser lida para o aluno.
bbAs respostas das crianas
e outras observaes
devem ser anotadas em
um caderno de registro
que permita, em outromomento, ser possvel
fazer uma anlise e
sntese do que as
crianas j sabem e do
nvel de conceitualizao
em que elas
se encontram.
-
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29AVALIAO DIAGNSTICA: ALFABETIZAO NO CICLO INICIAL
Capacidade 2 Conhecer o alfabeto e diferentes tipos de letra
Os objetivos das atividades apresentadas a seguir so:
verificar que letras do alfabeto a criana j reconhece e sabe nomear, em ditado
de letras feito pela ordem alfabtica; e se ela capaz de
fazer distino entre as letras de imprensa maiscula e minscula, bem como
entre a cursiva maiscula e minscula;
ler com compreenso palavras grafadas com diferentes tipos de letras.
Avaliando no dia-a-dia
preciso lembrar que as atividades cotidianas de escrita e de leitura, em sala de
aula, so tambm momentos que permitem observar e avaliar o desenvolvimentodas habilidades que constituem a capacidade 2.
Alm dessas observaes dirias, pode-se, ainda, apresentar criana palavras,
frases ou pequenos textos, impressos e manuscritos, para que ela indique
semelhanas e diferenas entre tipos de letras.
3 Abaixo voc encontra o conjunto de letras do alfabeto.
Circule letras que aparecem em seu nome.
A C H L
P Q U K
T
B D E R
J F M V G
I
O W S N Z X Y
4 Ditado de letras
Escreva nos quadrinhos abaixo as letras que sua professora ditar. Se voc no souber
alguma letra, deixe o quadrinho vazio.
-
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30 AVALIAO DIAGNSTICA: ALFABETIZAO NO CICLO INICIAL
5 Leia as palavras abaixo, com ajuda do(a) professor(a). Ligue as palavras que esto
escritas com o mesmo tipo de letra.
boneca PA PAGAIO
CABANA abacaxi
BANANA
PIPOCA
6 Que animal este?
Ligue a figura aos quadros em que o nome do animal est escrito.
c av a l o
-
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AVALIAO DIAGNSTICA: ALFABETIZAO NO CICLO INICIAL 31
Capacidade 3 Dominar convenes grficas
As atividades propostas a seguir dizem respeito ao domnio das convenes grficas
do sistema de escrita, com foco na direo correta da escrita (esquerda/direita, de
cima/para baixo) e na forma grfica destinada a marcar a segmentao na escrita(espaamento entre palavras).
Avaliando no dia-a-dia
Vale lembrar que a explorao da organizao da escrita pode ocorrer em out-
ras situaes cotidianas de sala de aula, como, por exemplo, quando a criana sinal-
iza com o dedo a direo da escrita em situaes de leitura simulada (ela
finge que l um livro) ou quando copia corretamente frases e textos, obser-
vando as convenes. Para isso, podero ser realizadas as seguintes atividades:
apresentar, por exemplo, narrativas, poemas, pginas de revistas em quadrinhos
e pedir que a criana reconhea, acompanhando ou sinalizando com o dedo, a
direo e o alinhamento da escrita;
solicitar que a criana copie frases ou que aponte palavras e pontuao pre-
sentes no texto.
7 Leia a quadrinha abaixo com a ajuda do(a) seu(sua) professora.
MEIO DIA
MACACA SOFIA
PANELA NO FOGO
BARRIGA VAZIA
Circule cada palavra da quadrinha.
8 Entregar uma folha de papel em branco, ditar uma frase para ser escrita.
(Ex.: Meu nome bonito.).
Se voc achar mais
adequado, pode ditar
apenas uma palavra, j
decorada ou no.
bb
-
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32 AVALIAO DIAGNSTICA: ALFABETIZAO NO CICLO INICIAL
Capacidade 4 Reconhecer unidades fonolgicas
As atividades de avaliao do reconhecimento de unidades da fala pelas crianas
privilegiam situaes de interao oral entre professor(a) e alunos. O desempenho
das crianas deve ser, portanto, registrado em um instrumento especfico e de usoexclusivo do professor.
Avaliando no dia-a-dia
Alm das atividades sugeridas, o professor dever propor outras atividades em sala
de aula, para que se possa verificar se a criana reconhece tais unidades, como
rimas e aliteraes (repeties de um fonema numa frase ou palavra).
Exemplos de atividades consistem em apresentar criana palavras ou pequenos
textos, como poemas, quadrinhas, cantigas, trava-lnguas, parlendas. Na explorao
desses textos, deve-se pedir que ela identifique as semelhanas e as diferenas
de sons de algumas das palavras do texto.
9 Realizar oralmente a atividade ldica L vai uma barquinha carregadadinha de ...,
pedindo para cada criana da turma ou do grupo completar a frase com palavras ter-
minadas em -o, -eza, -ol, -inha, etc.)
10 Realizar oralmente atividades ldicas como Macaco mandou ... falar s palavras
comeadas com... (Em momentos mais avanados do processo de alfabetizao,
o comando poder ser para escrever as palavras, de modo a explorar as relaes
entre grafemas e fonemas.)
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33AVALIAO DIAGNSTICA: ALFABETIZAO NO CICLO INICIAL
Capacidade 5 Dominar a natureza alfabtica do sistema de escrita
A avaliao da compreenso do princpio alfabtico do sistema de escrita se orienta
pelo objetivo de se investigar o estgio de conceitualizao da criana a
respeito desse sistema, ou seja, o nvel de aquisio do sistema de escrita emque a criana se encontra.
Para isso, podem-se propor atividades em que a criana:
a) seja desafiada a comparar o significado (aquilo que a palavra representa) ao
significante (representao grfica da palavra), fazendo distino entre o tamanho
do objeto e a extenso da palavra (varivel conforme a quantidade de letras);
b) produza escritas sem apoio de modelos, em situaes mais livres (como, por
exemplo, a produo de pequenos textos), e em situaes de produo maiscontroladas (como, por exemplo, ditados de frases ou palavras).
A anlise da escrita dos alunos deve levar em conta os sinais grficos usados e o
tipo de correspondncia entre fala e escrita que a criana estabelece ao escrever,
observando se ela:
produz rabisco indicando no reconhecer os sinais prprios da escrita alfabtica;
escreve letras indicando saber que a escrita produzida por sinais convencionais;
escreve muitas letras para palavras que representam objetos grandes e poucas
letras para os pequenos;
escreve utilizando critrios ligados quantidade e variedade de letras (no
usa, por exemplo, apenas uma letra para representar uma palavra e no repre-
senta uma palavra sem variar o tipo de letra, como, tambm, por exemplo,
AAAA;
escreve uma letra para cada slaba, estabelecendo ou no correspondncias entre
sons da fala e letras convencionais (ex: a palavra CAVALO grafada com trs letras,
porque tem trs slabas: CVL quando a criana estabelece correspondnciasentre grafemas e fonemas presentes na slaba ou BTA, quando no estabelece;
escreve uma letra para cada fonema, demonstrando conhecer o princpio alfabtico
do sistema de escrita.
Avaliando no dia-a-dia
O ditado de palavras ou de frase um procedimento que leva a criana a produzir
a escrita a partir de suas hipteses a respeito do funcionamento do sistema de
escrita ou do conhecimento que tem das suas convenes. Portanto, esse procedi-mento bastante usado na prtica dos professores. Para se ter elementos adequados
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34 AVALIAO DIAGNSTICA: ALFABETIZAO NO CICLO INICIAL
de anlise do processo de aprendizagem e do nvel de conceitualizao da criana,
preciso, porm, propor a ela palavras com nmeros diferentes de slabas:
monosslabas, disslabas, trisslabas e polisslabas.
Quando se quer verificar o conhecimento de alguma regra ortogrfica pela criana, o
critrio de seleo das palavras a serem ditadas estar relacionado regra especfica
que se quer focalizar no diagnstico.
11 Apresentar para as crianas uma folha com as palavras abaixo e pedir que elas faam
um X onde estiver escrita a palavra BOI. (exemplo de instruo falada pelo professor:
faa um X onde est escrita a palavra boi.)
PERNILONGO
BOI
FORMIGA
12 Ditado de palavras
Escreva nas linhas abaixo as palavras que seu(sua) professor(a) vai ditar.
Professor, utilize a lista de palavras, apresentadas a seguir, para fazer o ditado:
1 - CANETA 7 - PREGO
2 - APONTADOR 8 - CASA
3 - QUEIJO 9 - CORAO
4 - GALINHA 10 - OMBRO5 - CHURRASCO 12 - MUQUIRANA
6 - FOLHA 13 - DEBLATERAR
13 Escreva nas linhas abaixo palavras que voc sabe escrever sozinho:
7
8
9
10
11
12
1
2
3
4
5
6
bbNa organizao desse
ditado, foram
selecionadas palavras
compostas por slabas
cannicas
(consoante-vogal),
no-cannicas (consoante-
consoante-vogal, por
exemplo, e ainda palavras
provavelmente
desconhecidas pelas
crianas. Esse o caso de
muquirana e deblaterar.
Sabemos que essas duas
palavras no fazem parte
do universo das crianas.
Mas justamente por isso
que foram escolhidas,
pois, assim, permitem
verificar se a criana
capaz de escrever
palavras novas.
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AVALIAO DIAGNSTICA: ALFABETIZAO NO CICLO INICIAL 35
Capacidade 6 Dominar relaes entre fonemas e grafemas
A avaliao da compreenso dos princpios e das regras ortogrficas do sistema de
escrita pode se dar por meio da anlise de textos produzidos pelas crianas em
situao de menor controle das palavras a serem escritas pelas crianas. Mas pre-ciso tambm elaborar atividades nas quais se possa ter um controle maior das
palavras a serem escritas (por exemplo, a escrita de listas de palavras e os ditados
de palavras, frases e pequenos textos). Alm disso, preciso estar atento s regras
ortogrficas que esto relacionadas leitura e no escrita. Nesses casos, ser
preciso observar se a criana enfrenta dificuldades na decodificao de palavras
quando l um pequeno texto ou uma lista de palavras, por no saber algumas
regras de correspondncia entre letra e som.
14 Ditado de um pequeno texto
Escreva nas linhas abaixo o texto que seu (sua) professor(a) vai ditar.
Professor, escolha um dos textos apresentados a seguir para o ditar aos seus alunos.
Texto 1
O menor co do mundo
O menor cachorro que j existiu no mundo era do
tamanho de uma fita cassete. Quando ficou adulto, ele
media seis centmetros de altura e dez centmetros de
comprimento. Era da raa Terrier. Em vez de caar gatos,
fugia deles. Pensavam que era um camundongo.
(Folha de So Paulo, Caderno Folhinha, 2/3/91)
Texto 2
Dona Barata
A Barata diz que tem
sete saias de fil.
mentira da barata
que ela tem
uma s.
A Barata diz que tem
um anel de formatura.
mentira da barata
que ela tem casca dura.
(Cantiga de domno popular)
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36 AVALIAO DIAGNSTICA: ALFABETIZAO NO CICLO INICIAL
Capacidade 7 Ler e compreender palavras
A leitura de palavras pode fornecer evidncias sobre o desenvolvimento das capaci-
dades de decifrao e compreenso da escrita. A leitura dessas palavras pode ocorrer,
por exemplo, quando a professora l com as crianas a lista de tarefas planejadaspara o dia escolar, algumas palavras localizadas num texto lido em sala de aula ou,
ainda, fichas de palavras selecionadas para uma atividade especfica de trabalho
com a escrita comum encontrarmos crianas que demonstram ter desenvolvi-
do a capacidade de decodificar sem, no entanto, compreender o que est sendo
lido. O diagnstico dessa situao ao longo do processo de ensino-aprendizado
fundamental para que o professor planeje atividades de leitura que possibil item
o desenvolvimento de estratgias de construo de sentido por parte do apren-
diz (como, por exemplo, a estratgia de antecipao do contedo do texto em
funo dos objetivos de leitura ou em funo do suporte e do gnero textual, a
estratgia de identificao da primeira letra ou slaba como pista para descobrir a
qual figura ela se relaciona, o reconhecimento global da palavra, etc.).
15 Lcia ganhou dois brinquedos de presente.
Marque os nomes dos brinquedos.
BOTINABOLA
BONITA
BONECA
bb
Avalia-se aqui acapacidade de ler, com
compreenso, palavras
mais simples,
compostas de slabas
consoante + vogal (CV).
Mas note que as palavras
BONITA e BONECA podem
trazer dificuldades
adicionais para o aluno.
Na leitura, ele pode sepa-
rar a slaba como
BO ou como BON.
Leve em conta tambm
que, de acordo com o
dialeto dominado pelo
aluno, ele pode manifestar
dificuldades em funo de
a letra O, em "botina " e
"bonita' e "boneca" poder
representar o fonema /u/.
-
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AVALIAO DIAGNSTICA: ALFABETIZAO NO CICLO INICIAL 37
16 Ligue as palavras s figuras.
CAMINHO
DINOSSAURO
BOLA
PASSARINHO
ABELHA
BICICLETA
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38 AVALIAO DIAGNSTICA: ALFABETIZAO NO CICLO INICIAL
Capacidade 8 Ler e compreender frases
As atividades permitem verificar se o aluno capaz de ler frases e palavras com
compreenso. A imagem, nas atividades, serve como pista do contedo das frases
e das palavras propostas para a leitura. A professora deve observar se, ao ler, oaluno demonstra ter domnio do cdigo escrito e se l com compreenso.
17 Leia para o(a) professor(a) o que est escrito em cada quadro.
PEDRO E CARLOS JOGAM FUTEBOL.
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39AVALIAO DIAGNSTICA: ALFABETIZAO NO CICLO INICIAL
Capacidade 9 Compreender globalmente o sentido do texto
Pretende-se que, aps a leitura de um texto, com ou sem ajuda do professor, a criana:
responda a questes relacionadas ao seu tema central;
resuma o texto lido ou, ainda,
reconte o texto para algum.
Isso pode ser feito oralmente, por meio de uma conversa individual ou coletiva com
as crianas (especialmente quando ainda no tm o domnio do cdigo para
responder por escrito s questes propostas) ou por meio de uma atividade escrita.
Identificar informaes no corpo do texto uma capacidade que se relaciona
fundamentalmente a uma leitura compreensiva do texto lido. Dessa forma, ao
elaborar questes para avaliar se as crianas desenvolveram ou esto desenvolvendo
essa capacidade, preciso considerar que as informaes que permitem umacompreenso global do texto esto, em geral, relacionadas estrutura ou forma
composicional dos diferentes tipos de texto (por exemplo, no caso dos textos
narrativos preciso que o leitor saiba quem fez o que, quando, como, onde e por qu).
No se pode, portanto, saber se as crianas esto desenvolvendo essa capacidade
por meio de perguntas que tendem a fazer com que elas localizem quaisquer infor-
maes, dissociadas do sentido global do texto (por exemplo, quando perguntamos
a elas se o personagem da histria um gato ou cachorro na histria do Gato de
Botas, ou ainda quando propomos que as crianas leiam uma receita de bolo eperguntamos a elas se a receita de bolo ou de uma comida salgada para ser servida
em um almoo. Nesse caso, as perguntas precisam fazer com que as crianas iden-
tifiquem os ingredientes e os cuidados necessrios ao se fazer o bolo, as dicas que
so dadas para um melhor resultado, etc.).
18 Leia este texto:
O Segredo da Luz do Sol
A luz do sol feita de cores que voc pode ver
quando aparece um arco-ris no cu. possvel perceber
sete cores bem diferentes, uma ao lado da outra: violeta,
anil, azul, verde, amarelo, laranja e vermelho.
(CIBOUL, Adle. As cores. So Paulo: Moderna, 2003; Coleo CrianaCuriosa)
Agora responda: 1) Sobre o que o texto est falando?
2) O que voc descobriu sobre a luz do sol ao ler o texto?
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40 AVALIAO DIAGNSTICA: ALFABETIZAO NO CICLO INICIAL
Capacidade 10 Identificar gneros e funes de textos e localizar informaes
A capacidade em questo supe que a criana identifique diferentes suportes da
escrita, encontrados no cotidiano domstico como, por exemplo, agendas, catlogos,
livros de receitas, embalagens, jornais, etc. O objetivo dessa atividade o de inves-tigar se esses diferentes suportes so conhecidos pelos alunos, sendo capazes de
dizer para que servem e como so usados, a partir da identificao de suas par-
ticularidades fsicas (formato, disposio e organizao do texto escrito, recursos de
formatao do texto, interao entre a linguagem verbal e as linguagens visuais
utilizadas com mais freqncia, etc.). As atividades de avaliao devem investigar
que hipteses as crianas fazem sobre a natureza, as funes e o uso desses dife-
rentes suportes de escrita e se sabem lidar com eles de maneira adequada.
19 Leia a notcia abaixo.
Golfinho leva turistas praia em Caragu
Um golfinho nariz-de-garrafa uma das atraes
do vero em Caraguatatuba. O golfinho, que recebeu o
apelido de "Tio", mede 2,60 m e tem 200 kg, tem levado
dezenas de turistas s praias Martin de S e Prainha diaria-
mente. Ele macho, cinza e tem cerca de 15 anos. Oassdio dos turistas fez o Ibama criar um planto nas duas
praias para evitar que os banhistas perturbem o animal.
(Folha de So Paulo, Caderno Folhinha, 13/11/94)
Sobre o que nos fala essa notcia?
Preencha o quadro abaixo com as informaes sobre o golfinho.
APELIDO
PESO
COMPRIMENTO
COR
IDADE
bbAo conversar sobre um
texto lido com seus
alunos, importante
explorar o vocabulrio que
ele apresenta. Explore o
conhecimento prvio de
seus alunos, indagando
sobre palavras, siglas,
abreviaturas ou
expresses possivelmente
desconhecidas por eles.
Converse sobre os signifi-
cados dessas palavras,
sobre o sentido em que
esto sendo utilizadas no
texto; procure saber se os
alunos j ouviram ou
leram essas palavras em
outros textos. Na notcia
sobre o golfinho, porexemplo, poder ser
enriquecedor conversar
sobre os golfinhos, sobre
o apelido da cidade
Caraguatatuba, sobre sua
localizao e por que o
autor preferiu utilizr o
apelido no ttulo da
notcia ou, ainda, sobre o
significado da palavra
assdio ou da siglaIbama.
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AVALIAO DIAGNSTICA: ALFABETIZAO NO CICLO INICIAL 41
20 Leia esta lista de telefones teis.
Faa um crculo no nmero do telefone do SOS crianas.
Risque o nmero do telefone do Pronto-socorro.
Responda: qual o objetivo desse texto?
21 Leia o texto abaixo:
Para que serve esse texto?
BOMBEIROS - 193 PRONTO SOCORRO - 192
SOS CRIANAS - 1407 POLCIA CIVIL - 147
POLCIA MILITAR - 190 COMDECDEFESA CIVIL - 199
FARMCIAS DE PLANTO -136
CET - ACIDENTESE OCORRNCIAS DETRNSITO - 194
Telefones Emergenciais
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Capacidade 11 Realizar inferncias
Espera-se que o aluno realize uma inferncia, relacionando informaes que esto
explcitas no texto com seus conhecimentos prvios sobre o assunto tratado. Esta
outra capacidade que se articula com a capacidade 10, fundamental para a pro-duo de uma leitura compreensiva do texto. Para se avaliar essa capacidade, pre-
ciso propor ao aluno que, aps a leitura de um texto, estabelea alguns tipos de
relaes, por exemplo, entre o ttulo e o contedo do texto; ou que tire concluses
sobre o que est implcito no texto, a partir do que pensa sobre o assunto. Para os
alunos que ainda no sabem ler, a professora poder fazer a leitura oral e solicitar
que a criana tente identificar e explicar os no-ditos do texto.
22 Leia o texto abaixo:
Mudando de cor
O camaleo assume a cor do lugar em que seencontra. Ele tambm muda de cor em vrias situaes. Ele
pode mudar de cor quando est com medo, quando est
zangado e quando est apaixonado.(Adaptado de CIBOUL, Adle. As cores. So Paulo: Moderna, 2003; Coleo
Criana Curiosa)
Responda: Qual a cor do camaleo quando ele est na grama?
42 AVALIAO DIAGNSTICA: ALFABETIZAO NO CICLO INICIAL
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43AVALIAO DIAGNSTICA: ALFABETIZAO NO CICLO INICIAL
Capacidade 12 Formular hipteses
O objetivo dessa atividade verificar se a criana capaz de fazer previses ou
levantar hipteses a partir de elementos do texto apresentado. Esse jogo de levan-
tar e confirmar hipteses pode ter incio antes mesmo que a criana saiba ler comautonomia. O professor poder conduzir esse processo de explorao lendo o ttulo
ou a manchete e fazendo perguntas sobre o assunto do texto ou da notcia. O pro-
fessor pode, ainda, interromper a leitura de um texto e fazer perguntas sobre o que
ir acontecer depois.
23 Pelo ttulo, que informaes voc acha que essa notcia vai nos dar?
Daiane fatura dois
bronzes na Alemanha
Foto
-Christian
Ballat
importante, para avaliar a
capacidade, verificar se os
alunos possuem conheci-
mentos prvios sobre o
assunto e o gnero de
texto. com base nesses
conhecimentos que a
criana poder formular
hipteses
bb
-
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Capacidade 13 Ler com fluncia
O professor dever verificar se, durante a leitura de pequenos textos, a decifrao
feita com ou sem fluncia, ou seja, se a leitura marcada por lentido, se apre-
senta hesitao e pausas prolongadas entre palavras e se a construo de sen-
tido ocorre apenas depois da decifrao de todas as slabas de palavras ou depois
de todas as palavras da frase.
O professor poder tambm verificar se o aluno l globalmente palavras ou unidades
que constituem uma sentena ou frase. Para isso, pode utilizar o mesmo procedi-
mento sugerido, abaixo, para a leitura de um texto, ou pode apresentar, rapidamente,
palavras ou sentenas em cartes e avaliar se o aluno capaz de dizer o que leu.
24 Escolha entre os textos utilizados nas questes 18, 19, 22. Voc vai precisar de uma
cpia do texto para ser usada pelos alunos e vrias cpias onde far suas obser-vaes do desempenho de cada um deles ao ler o texto.
Solicite a cada aluno que faa a leitura oral do texto e faa anotaes de como o
aluno o leu .
Abaixo, apresentamos um exemplo de como a leitura de um aluno foi registrada por
sua professora. Observe que foram registradas as trocas de palavras e os erros
relacionados s dificuldades de decifrao do aluno. Tambm foram marcadas
entonaes inadequadas devido desconsiderao dos sinais de pontuao.
A professora usou as seguintes marcaes para registrar a leitura do aluno:
Considerando que o texto acima composto por 100 palavras, a quantidade de
erros cometidos pelo aluno indica que ele apresentou um bom nvel de fluncia
44 AVALIAO DIAGNSTICA: ALFABETIZAO NO CICLO INICIAL
O DESENHISTA
A Professora pegou Juquinha na sala de aula desenhando caricaturas de
seus amiguinhos. Tomou seu caderno e disse:
Vamos mostrar para a diretora e ver o que ela acha disso!
Chegando na sala da diretora, aps olhar com ateno os desenhos, a dire-
tora exclamou com ironia:
Muito bonito isso, no verdade, seu Juquinha?
Respondeu Juquinha com a maior naturalidade do mundo:
Bonito e bem desenhado! Na verdade, eu sempre soube que era um
grande artista, mas a modstia me impede de dizer. Ento prefiro que os
outros vejam e digam isso. A mais sincero!
(http://www.sitedicas.uol.com.br/piadas1htm)
c ar r i nho
nat ur e z a AC
+
+
?
bb
O registro feito pela pro-
fessora indica que o aluno
teve dificuldades para ler
algumas palavras
(caricaturas, naturalidade,
ironia, modstia). Essas
dificuldades decorrem do
fato de essas palavras
serem novas para o aluno.
Alm disso, a professora
indicou em seu registro
que o aluno demonstrou
dificuldade com a
entonao a ser dada
frase "Muito bonito
isso, no verdade
seu Juquinha?".
Apesar destes pequenos
problemas, o registro
mostra que o aluno l
com fluncia.
A professora usou
os seguintes
sinais demarcao:
+ (para marcar hesitao
ao ler a palavra)/ (para indicar troca de
palavra e registro da
forma como o aluno leu)
AC (para registrar
auto-correo)
? (para marcar
entonao inadequada)
-
8/3/2019 Caderno 5 - professor - Avaliao Diagnstica_Alfabetizao no Ciclo Inicial