Caderno de Agnes

download Caderno de Agnes

of 81

Transcript of Caderno de Agnes

  • 2010

    Agnes Neves Santos

    Acadmica de medicina - UFBA

    As informaes emitidas em todo o texto

    so obtidas atravs das aulas e leitura do

    Angelo Machado. Cabe ao leitor filtrar os

    dados e classific-los em vlidos ou

    equvocos. Este material NO dispensa a

    leitura de um livro didtico.

    Neuroanatomia

  • Neuroanatomia Elaborado por Agnes Neves Santos, acadmica de medicina 2009.2

    SISTEMA NERVOSO

    uma rede de comunicao interna que permite o organismo a interagir com meio externo e interno.

    Componentes: funcional, cognitivo e motor.

    Divises do Sistema Nervoso

    1.Sistema Nervoso Central

    Dentro do esqueleto axial (cavidade craniana e canal vertebral) Encfalo e medula espinhal

    2. Sistema Nervoso Perifrico

    Fora do esqueleto axial Nervos, gnglios e terminaes nervosas

    Divises do Sistema Nervoso

    1. Embriolgica

    Ectoderma > Placa neural > Sulco neural > Goteira Neural > Tubo Neural > Cristas neurais

    SNC gnglios sensitivos viscerais

    1.Ectoderma folheto embrionrio externo 2. Placa neural - espessamento do ectoderma na linha mediana dorsal do embrio. 3. Sulco neural - um sulco longitudinal 4. Goteira neural - invaginao do sulco (se aprofunda) 5. Tubo e cristas neurais - os lbios da goteira neural se fundem formando o tubo neural e de cada lado do tubo se desenvolvem (se diferenciam) clulas que formam as cristas neurais. Cristas neurais: d origem a elementos do sistema nervoso perifrico, alm de elementos no pertencentes ao sistema nervoso ( Gnglios sensitivos, gnglios motores viscerais, medula da glndula supra-renal, paragnglios, melancitos, clulas de Schwann, clulas "C" da glndula tireide, anfcitos (envolvem os gnglios sensitivos), odontoblastos, dura-mter e aracnide).

  • Neuroanatomia Elaborado por Agnes Neves Santos, acadmica de medicina 2009.2

    Pgina 3

    Tubo neural: d origem a elementos do sistema nervoso central

    Neurporos rostral e caudal so pequenos orifcios que permanecem nas extremidades cranial e caudal do tubo. Estas so as ltimas partes a se fecharem.

    Paredes do tubo neural: a- Camada ependimria (interna) - origina o epndima, epitlio de revestimento das cavidades ventriculares. b- Camada do manto (mdia) origina a substncia cinzenta (corpos celulares) c- Camada marginal (externa) - origina a substncia branca (axnios + clulas da glia)

    Estrutura da parede do tubo neural: a- Sulco limitante - separa as funes motoras das sensitivas (sistema nervoso visceral). b- Lmina basal (estruturas motoras) e lmina alar (estruturas sensitivas). c- Lminas do tecto e do assoalho.

    OBS.: O no fechamento ou fechamento incompleto do neurporo caudal (tubo neural em nvel da medula espinhal) causa meningocele ou meningomielocele ( quando tem contedo da medula espinhal), tambm chamado de espinha bfida. J, o no fechamento do neurporo cranial (rostral) leva a anencefalia.

    2.Segmentao

    Sistema Nervoso Segmentar sistema nervoso perifrico, medula espinhal e tronco enceflico

    Sistema Nervoso Supra-segmentar no se tem dor - crebro (telencfalo + diencfalo) e o cerebelo.

    3. Funcional

    Sistemas motores: somticos (voluntrios) ou viscerais (involuntrios) Sistemas sensitivos: somticos ou viscerais Sistemas cognitivos

    MEDULA ESPINHAL

    -Componente mais simples do sistema nervoso com funo mais bsica. Pra de crescer pouco depois do nascimento. Tem aproximadamente 45cm de comprimento, sendo um pouco menor na mulher.

    Medula = miolo (localizada dentro da coluna vertebral) Limites:

    Bulbo: 1 raiz cervical e forame magno L2: cone medular e filamento terminal

    - A medula termina afilando-se para formar o cone medular que continua com um delgado filamento menngeo (pia-mter), o filamento terminal.

    - A dura-mter espinhal envolve toda a medula como se fosse um dedo de luva, o saco dural, terminando em um fundo-de-saco no nvel de S2, continuando como tecido conjuntivo e

  • Neuroanatomia Elaborado por Agnes Neves Santos, acadmica de medicina 2009.2

    Pgina 4

    formando o ligamento coccgeo.

    - A pia-mter forma de cada lado da medula uma prega longitudinal denominada ligamento denticulado, que se dispe em um plano frontal ao longo de toda extenso da medula. Os ligamentos denticulados so os principais elementos de fixao da medula.

    -No homognea, apresentam dilataes chamadas intumescncias cervical (plexo braquial - inervao de membro superior) e lombar (plexo lombo-sacral inervao de membro inferior) , mais importantes e alargadas que a torcica e a sacral.

    - Topografia vrtebro-medular

    Aps a medula sacral, parte a cauda equina.

    Existe nmero de pares de razes nervosas igual ao nmero de vrtebras, exceto na cervical, que mais um; na qual as razes nervosas emergem acima da vrtebra correspondente, a partir de T1, as razes emergem abaixo da correspondente.

    No h proporo entre os segmentos da coluna e os da medula, porm existe proporcionalidade entre as vrtebras (segmentos) da coluna e as razes nervosas que saem da medula.

    Regra prtica: como a medula cresce menos que a coluna, voc sempre vai ter um segmento medular mais baixo que a vrtebra que voc est.

    Em C1: eles se correspondem De C2 at T10, acrescenta-se 2. Ex: Vrtebra T1, segmento medular T3. Em T11 e T12, tem-se todo segmento medular lombar. Em L1, todo segmento medular sacral.

    Anatomia Macroscpica

    Sulcos: mediano posterior, intermdio posterior, lateral posterior e lateral anterior Fissura mediana anterior Substncia branca: funculo anterior, funculo lateral, funculo posterior (fascculo

    grcil e fascculo cuneiforme) Substncia cinzenta: coluna anterior, coluna lateral, coluna posterior.

    Por que na medula h substncia branca fora e cinzenta dentro e no crebro ao contrrio?

    A substncia branca composta por axnio, os quais so responsveis por conduzir os estmulos nervosos e esse o papel da medula, receber e conduzir esses estmulos; j o crebro responsvel por gerar informaes, por isso que sua parte mais externa a cinzenta, composta pelos corpos celulares.

    Ambos separam duas estruturas anatmicas, porm o sulco aproxima as extremidades.

  • Neuroanatomia Elaborado por Agnes Neves Santos, acadmica de medicina 2009.2

    Parte anterior apresenta a fissura parte motora

    Parte posterior apresenta o sulco parte sensitiva

    Trato: toda regio de substncia branca que apresentam a mesma funo, o mesmo destino e o mesmo local de origem.

    Vias ascendentes da medula (sensitivos)

    1. Fascculos Grcil e Cuneiforme: propriocepo consciente, estereognosia, sensibilidade vibratria e tato epicrtico/fino ( O tato epicrtico tem uma maior qtde de receptores em mo, p, lngua e genitlia).

    Cuneiforme: propriocepo dos membros superiores Grcil: propriocepo dos membros inferiores

    2. Tratos espino-talmico anterior e lateral: dor aguda e bem localizada e temperatura (lateral), presso e tato protoptico grosseiro (anterior).

    3. Tratos espino-cerebelares: propriocepo inconsciente ajuste de tnus (ajuste postural em resposta mudana de posio). Seguem at o paleocerebelo.

    Ex:

    Vias descendente da medula (motores)

    Levam o impulso do crebro para os neurnios motores que regulam a musculatura esqueltica.

    1.Trato crtico-espinhal lateral e anterior ( vias piramidais)

    Funo: motricidade voluntria

    Lateral: volume maior (90%); movimentos mais finos e delicados; preciso; inerva partes distais via cruzada, cruzam a nvel do bulbo, na decussao das pirmides.

    Anterior: (8%); manuteno da postura e equilbrio; inerva as partes proximais e axiais (paravertebral, ombros e raiz da cintura plvica) via direta, cruzam a nvel de medula.

    OBS.: Os outros 2% so compostos pelo Trato crtico-espinhal ntero-lateral, o qual auxilia nos movimentos axiais no cruza.

    Funo da medula

    1. Arco reflexo formado por 2 neurnios, um sensitivo e um motor (manuteno de postura, resposta a dor), ocorre no mesmo nvel da medula.

    Ao adotar a posio ao lado, posio normal com um brao levantado horizontalmente, inconscientemente o tnus ajustado e a perna do

    mesmo lado contrai mais, para evitar a queda lateral.

  • Neuroanatomia Elaborado por Agnes Neves Santos, acadmica de medicina 2009.2

    Pgina 6

    2. Reflexos multissegmentares ocorre em nveis diferentes da medula (ex: reflexo de coar)

    3. Movimentos automticos ( rpidos, repetitivos e alternados, est entre o voluntrio e o involuntrio). Ex: andar de bicicleta, dirigir.

    4. Reflexos autonmicos: sudorese, mico, etc.

    OBS.: Em leses, os reflexos 1. E 2. so abolidos e em pouco tempo aumentados; os movimentos automticos podem se apresentar involuntariamente diante de estmulos e os reflexos autonmicos alterados.

    Funculos so as regies de substncia branca. E cornos ou colunas so as regies de substncia cinzenta. A denominao coluna anterior, lateral ou posterior utilizada para a medula como um todo, a denominao corno utilizada para os cortes anatmicos. O corno ou coluna lateral s aparece em torcica e lombar alta ( T1 a L2), composta dos neurnios motores viscerais do sistema simptico.

  • Neuroanatomia Elaborado por Agnes Neves Santos, acadmica de medicina 2009.2

    Pgina 7

    Como diferenciar qual o nvel da medula?

    Regio sacral: substncia cinzenta predominante. O trato espino-cerebelar posterior no se apresenta na regio sacral.

    Regio lombar: quantidade de substncia cinzenta> quantidade de substncia branca; redonda; corno posterior equivalente ao anterior.

    Regio torcica: predomnio de substncia branca; torcica alta (T1 a T6) com fascculo cuneiforme, torcica baixa (T7 a T12) sem fascculo cuneiforme. Apresenta coluna lateral.

    Regio cervical: predomnio de substncia branca; coluna anterior maior que a coluna posterior; presena de fascculo cuneiforme; dimetro latero-lateral maior que o pstero-anterior.

    OBS.: O fascculo grcil est presente por toda a medula.

    Envoltrios da medula

    A medula envolvida por membranas fibrosas denominadas meninges, que so: dura-mter, aracnide e pia-mter. 1. Dura-mter - a mais espessa e envolve toda a medula, como se fosse uma luva, o saco dural. 2. Aracnide espinhal - compreende um folheto justaposto dura-mter e um emaranhado de trabculas aracnideas, que unem este folheto pia-mter. 3. Pia-mter - a membrana mais delicada e mais interna. Adere intimamente s estruturas.

    Entre as meninges existem espaos que so importantes para a parte clnica mdica devido s patologias que podem estar envolvidas com essas estruturas, tais como: hematoma extradural, meningites etc.

    Espao Localizao Contedo Epidural ou Extradural Entre a dura-mter e o

    peristeo do canal vertebral Tecido adiposo e plexo venoso vertebral interno

    Subdural Espao virtual entre a dura-mter e a aracnide

    Pequena quantidade de lquido

    Subaracnideo Entre a aracnide e a pia-mter

    Lquido crebro-espinhal (ou lquor)

    Sistematizao das Vias

    1. Vias descendentes

  • Neuroanatomia Elaborado por Agnes Neves Santos, acadmica de medicina 2009.2

    Pgina 8

    1.1 Vias Piramidais:

    Trato crtico-espinhal anterior

    Funo: motricidade voluntria

    Localizao: funculo anterior

    Caractersticas: manuteno da postura e equilbrio; inerva as partes proximais

    Trato crtico-espinhal lateral

    Funo: motricidade voluntria

    Localizao: funculo lateral

    Caractersticas: volume maior, preciso de movimentos, motricidade fina e delicada, inerva partes distais

    1.2 Vias Extrapiramidais

    Trato tecto-espinhal: ajuste postural a estmulos visuais/ auditivos (origina-se no mesencfalo)

    Trato rubro-espinhal: tnus da musculatura flexora, mais de membros superiores (tambm se origina no mesencfalo)

    Trato vestbulo-espinhal: tnus da musculatura extensora, mais de membros inferiores (origina-se na ponte e bulbo)

    Trato retculo-espinhal: auxilia no tnus da musculatura extensora, e em particular, atividade respiratria e regulao da presso arterial

    2. Vias ascendentes

    Funculo posterior

    Fascculo Grcil Fascculo Cuneiforme

    Funculo anterior

    Trato espino-talmico anterior

    Funculo lateral

    Trato espino-talmico lateral Trato espino-cerebelar anterior Trato espino-cerebelar posterior

    2.1. Fascculos Grcil e Cuneiforme

    Trajeto na medula: direto

    Funes: propriocepo consciente ou sentido de posio e movimento; Tato discriminativo (epicrtico); Sensibilidade vibratria; Estereognosia

  • Neuroanatomia Elaborado por Agnes Neves Santos, acadmica de medicina 2009.2

    Pgina 9

    Grcil: membros inferiores e metade inferior do tronco

    Cuneiforme: membros superiores e metade superior do tronco

    2.2. Trato espino-talmico anterior

    Trajeto na medula: cruzado

    Funes: presso e tato grosseiro (protoptico)

    2.3. Trato espino-talmico lateral

    Trajeto na medula: cruzado

    Funes: temperatura e dor

    2.4. Tratos espino-cerebelar anterior e posterior

    Trajeto na medula: cruzado e direto (anterior) e direto (posterior)

    Funes: propriocepo inconsciente

    TRONCO ENCEFLICO O tronco enceflico interpe-se entre a medula e o diencfalo, situando-se ventralmente ao cerebelo.

    Componentes:

    Bulbo, caudalmente Ponte, situada entre ambos Mesencfalo, cranialmente

    OBS.: dos 12 pares cranianos, 10 fazem conexo com o tronco enceflico.

    Estruturas:

    Corpos de neurnios o Ncleos de nervos cranianos o Substncia negra o Formao reticular

    Feixes de fibras o Longitudinais o Transversais

    Limites e Relaes:

    Superior (cranial ou rostral): linha traada abaixo dos corpos mamilares Inferior (caudal): linha traada acima de C1 (1 nervo cervical) Anterior (ventral): artria basilar (principal vaso que vai irrigar o tronco enceflico) Posterior (dorsal): cerebelo

    Face dorsal

    Colculos superiores e inferiores (lmina quadrigeminal) Pednculos cerebelares: superior, mdio, inferior (vias de sada ou entrada)

  • Neuroanatomia Elaborado por Agnes Neves Santos, acadmica de medicina 2009.2

    Pgina 10

    IV ventrculo Poro fechada do bulbo (mais caudal)

    Anatomia Macroscpica

    Bulbo

    Limites:

    Inferior: 1 nervo cervical Superior: sulco bulbo-pontino Anterior, lateral e posterior: sulcos que aparecem como continuao direta dos funculos

    da medula

    Sulcos e eminncias:

    Forame cego: depresso onde termina a fissura mediana anterior; de cada lado da fissura mediana anterior, existe uma eminncia alongada, a pirmide

    Tubrculos grcil e cuneiforme Decussao das pirmides: lemnisco medial e trato crtico-espinhal. Oliva: localizada na rea lateral do bulbo, entre os sulcos lateral anterior (pr-olivar) e

    lateral posterior (retro-olivar) - a oliva localiza-se lateralmente pirmide. Nervos cranianos

    o IX, X, XI; sulco lateral posterior o XII; sulco lateral anterior

    Pednculo cerebelar inferior: formado por um grosso feixe de fibras que forma as bordas laterais da metade caudal do IV ventrculo, fletindo-se dorsalmente para entrar no cerebelo

    Apresenta uma poro fechada (caudal) e uma poro aberta (abertura para o IV ventrculo)

    Ponte

    Limites:

    Interposta entre o bulbo e o mesencfalo Situada ventralmente ao cerebelo Repousa sobre a parte basilar do occipital e o dorso da sela turca do esfenide A parte ventral da ponte separada do bulbo pelo sulco bulbo-pontino Sua parte dorsal constitui o assoalho do IV ventrculo junto com a parte dorsal aberta do

    bulbo

    Nervos cranianos:

    Nervo trigmeo (V), como limite entre a ponte e o brao da ponte VI - nervo abducente VII nervo facial VIII nervo vestbulo-coclear

    Pednculo cerebelar mdio: ou brao da ponte; feixe de fibras volumoso que penetra no hemisfrio cerebelar (maior de todos).

    OBS.: O pednculo cerebelar mdio s apresenta fibras aferentes que chegam dos ncleos pontinos.

    Crtico>ponto>fibras transversais>P. cerebelar mdio>neocerebelo(denteado)>rubro>espinhal

  • Neuroanatomia Elaborado por Agnes Neves Santos, acadmica de medicina 2009.2

    Pgina 11

    Base (ventral)

    Tratos descendentes (principalmente o crtico-espinhal) Ncleos pontinos Fibras transversais (estriaes)

    Tegmento (dorsal)

    Tratos ascendentes Ncleos de nervos cranianos (V ao VIII) Corpo trapezide Formao reticular estrutura intermediria entre a substncia branca e a substncia

    cinzenta; no tronco enceflico ocupa uma grande rea. Nela esto presentes os centros respiratrio, vasoativo e do vmito.

    IV Ventrculo

    Limites:

    Situado entre o bulbo e a ponte ventralmente e o cerebelo, dorsalmente Caudalmente, continua com o canal central do bulbo Cranialmente, com o aqueduto cerebral (cavidade do mesencfalo atravs do qual o IV

    ventrculo se comunica com o III)

    Comunicao com o espao subaracnideo:

    Aberturas laterais (forame de Luschka) Abertura mediana (forame de Magendie)

    Assoalho (ou fossa rombide): formado pela parte dorsal da ponte e a poro aberta do bulbo.

    Limite Infero-lateral: pednculos cerebelares inferiores e tubrculos do ncleo grcil e do ncleo cuneiforme

    Limite Supero-lateral: pednculos cerebelares superiores

    Tecto: composto de uma metade cranial e outra metade caudal.

    Metade cranial: formada pelo vu medular superior que se estende entre os dois pednculos cerebelares superiores

    Metade caudal: formada por a) Uma pequena parte da substncia branca do ndulo do cerebelo b) O vu medular inferior c) Tela coriide do IV ventrculo ( a tela coriide formada pela unio do epitlio

    ependimrio. Os plexos coriides produzem o LCE)

    Comunicaes:

    Aqueduto cerebral Aberturas laterais Abertura mediana

    Componentes do assoalho do IV ventrculo:

    Ncleo grcil e cuneiforme Sulco mediano Eminncia medial

  • Neuroanatomia Elaborado por Agnes Neves Santos, acadmica de medicina 2009.2

    Sulco limitante Locus ceruleus (rea relacionada ao sono neurnios noradrenrgicos) Colculo facial (formado pelas fibras no nervo facial, que neste nvel contornam o

    ncleo do nervo abducente) Ncleos de nervos cranianos

    o Trgono do hipoglosso (mais medial) o Trgono do vago (mais lateral) o rea vestibular

    Mesencfalo

    Limites:

    Interpe-se entre a ponte e o crebro atravessado pelo aqueduto cerebral O tecto localizado dorsalmente Ventralmente, os dois pednculos cerebrais

    Tecto (dorsal):

    Colculos superiores Colculos inferiores

    Pednculo cerebral:

    Base do pednculo cerebral (anterior) Tegmento Substncia negra: ncleos de neurnios com melanina. Importncia anatmica divide

    o pednculo cerebral em 2 partes, a base e o tegmento. Importncia clnica doena de Parkinson, degenerao dos neurnios dopaminrgicos.

    }formam a lmina quadrigeminal

  • Neuroanatomia Elaborado por Agnes Neves Santos, acadmica de medicina 2009.2

    Pgina 13

    Ncleos de nervos cranianos (III e IV): oculomotor e troclear (nico nervo que emerge dorsalmente)

    Ncleo rubro: apresentam-se com a colorao mais avermelhada Formao reticular

    Estruturas Do Tronco Enceflico

    Estrutura do Bulbo

    Ncleos de nervos cranianos (substncia cinzenta homloga)

    a) Ncleo ambguo- ncleo motor para a musculatura da laringe e faringe. Responsvel por FAGIA e FONAO. (IX, X e XI)

    b) Ncleo do hipoglosso- ncleo motor para a musculatura da lngua. (XII) c) Ncleo dorsal do vago- ncleo motor pertencente ao parassimptico. (X) d) Ncleos vestibulares- so sensitivos (poro vestibular do VIII nervo) e) Ncleo do trato solitrio- relacionados com a gustao, sensibilidade especial (VII, IX e

    X) f) Ncleo do trato espinhal do nervo trigmio- sensibilidade de quase toda a cabea (V) e

    sensibilidade geral do pavilho e conduto auditivo externo (VII, IX e X) g) Ncleo salivatrio inferior- inervao da partida

    Substncia cinzenta prpria do bulbo

    a) Ncleos grcil e cuneiforme b) Ncleo olivar inferior- aprendizagem motora c) Ncleos Olivares acessrio medial e dorsal- basicamente a mesma estrutura, conexo e

    funo do ncleo olivar inferior (complexo olivar inferior)

    Fibras longitudinais

    Vias Ascendentes o Fascculo grcil e cuneiforme o Lemnisco medial o Trato espino-talmico lateral o Trato espino-talmico anterior o Trato espino-cerebelar anterior o Trato espino-cerebelar posterior o Pednculo cerebelar mdio

    Vias descendentes o Trato crtico-espinhal o Trato crtico-nuclear o Tratos extrapiramidais: rubro-espinhal, tecto-espinhal, vestbulo-espinhal,

    retculo-espinhal o Trato espinhal do nervo trigmeo o Trato solitrio

    Formao reticular do Bulbo

    Na formao reticular do bulbo, localiza-se o centro respiratrio, o centro vasomotor e o centro do vmito (rea postrema).

  • Neuroanatomia Elaborado por Agnes Neves Santos, acadmica de medicina 2009.2

    Pgina 14

    Estrutura da ponte (base + tegmento)

    1.Base da ponte ou parte ventral

    2. Tegmento da ponte ou parte dorsal

    a) Ncleos do nervo vestbulo-coclear Os ncleos cocleares so dois: dorsal e ventral. Esto situados a nvel de pednculo

    cerebelar inferior. A maioria das fibras originadas nos ncleos cocleares cruza para o lado oposto, constituindo o corpo trapezide e, mais tarde, o lemnisco lateral- responsvel pela audio.

    Ncleos vestibulares- so em nmero de quatro: superior, lateral, inferior e medial informam a posio e os movimentos da cabea.

    b) Ncleos do nervo facial e abducente juntos formam o colculo facial.

    c) Ncleo salivatrio superior e ncleo lacrimal parte craniana do Sistema Nervoso Parassimptico, inervam as glndulas submandibular, sublingual e lacrimal.

    d) Ncleos do nervo trigmeo

    Ncleo sensitivo principal- sensibilidade somtica geral da cabea Ncleo motor- msculos mastigadores Ncleo do trato mesenceflico

    Estrutura do Mesencfalo

  • Neuroanatomia Elaborado por Agnes Neves Santos, acadmica de medicina 2009.2

    Pgina 15

    1.Tecto do mesencfalo

    Colculo superior (vias visuais) Colculo inferior (vias auditivas) rea pr-tectal (controle reflexo das pupilas)

    2. Base do Pednculo Cerebral

    Trato crtico-espinhal Trato crtico-nuclear Trato crtico-pontino Nervo oculomotor (emerge do sulco medial da base do pednculo cerebral)

    3. Tegmento do mesencfalo

    Formao reticular Substncia cinzenta Substncia branca

    Separando o tegmento da base, observa-se uma lmina de substncia cinzenta pigmentada, a substncia negra. Degeneraes dos neurnios dopaminrgicos da substncia negra causam uma diminuio da dopamina no corpo estriado, provocando as graves perturbaes motoras que caracterizam a chamada Sndrome de Parkinson.

    Ncleos dos nervos cranianos (substncia cinzenta homloga)

    a) Ncleo do nervo troclear inerva o oblquo superior b) Ncleo do nervo oculomotor inervao dos msculos reto superior, reto inferior, reto

    medial, oblquo inferior e levantador da plpebra. A parte visceral do complexo oculomotor chamado de ncleo de Edinger-Westphal, com a inervao do m. ciliar e o m. esfncter da pupila.

    Substncia cinzenta prpria do mesencfalo

    a) Ncleo rubro b) Substncia negra

    FORMAO RETICULAR

    O que : Denomina-se formao reticular a uma agregao mais ou menos difusa de neurnios de tamanhos diferentes, separados por uma rede de fibras nervosas que ocupa a parte central de TODO tronco enceflico.

    Componentes:

    Ncleos da rafe: serotonina Locus ceruleus: noradrenalina Substncia cinzenta periaquedutal: serotonina rea tegmentar ventral: dopamina

    Funes:

    Controle da atividade eltrica cortical Regulao do sono e viglia SARA (Sistema ativador reticular ascendente)

  • Neuroanatomia Elaborado por Agnes Neves Santos, acadmica de medicina 2009.2

    Pgina 16

    Controle eferente da sensibilidade Controle da motricidade somtica Controle do SNA Controle neuroendcrino Integrao de reflexos centro respiratrio e vasomotor

    Neurnios monoaminrgicos do tronco enceflico

    1. Dopaminrgicos

    2. Noradrenrgicos

    3. Adrenrgicos

    4. Serotoninrgicos

    5. Histaminrgicos

    OBS.: Os neurnios mais importantes so: 1, 2 e 4.

    Drogas e estimulantes

    Herona: estimula e destri boa parte dos neurnios dopaminrgicos LSD: (...) dopaminrgicos e serotoninrgicos ECSTASY: (...) dopaminrgicos, noradrenrgicos e serotoninrgicos Cocana: (...) dopaminrgicos e noradrenrgicos Metilfenidato/ Ritalina: atua como a cocana, dopaminrgicos e noradrenrgicos.

    Ns temos cem trilhes de neurnios. Aps os 30 anos, ns perdemos em mdia, 100mil neurnios por dia. Com o uso de drogas essa perda diria chega a ser muito maior. Como 10X maior com o uso do lcool.

    O que acontece na via central?

    Dopaminrgica: afeta substncia negra, rea tegmentar, corpo estriado, corpo amigdalide (alucinaes, euforia, perda de noo de certo ou errado, perda de memria etc.)

    Noradrenrgica: afeta cerebelo, tlamo, rea pr-frontal (alucinaes constantes, perda de equilbrio)

    Serotoninrgica: afeta ncleos da rafe ( mais importante: rafe Magnus) estimulando o cerebelo e corpo amigdalide.

    NCLEOS DOS NERVOS CRANIANOS

    Coluna Eferente Somtica

    Ncleo do oculomotor (mesencfalo) Ncleo do troclear (mesencfalo) Ncleo do abducente (ponte) Ncleo do hipoglosso (bulbo)

    Coluna Eferente Visceral Geral

    Ncleo de Edinger-Westphal (mesencfalo) Ncleo lacrimal (ponte)

  • Neuroanatomia Elaborado por Agnes Neves Santos, acadmica de medicina 2009.2

    Pgina 17

    Ncleo salivatrio superior (caudal da ponte) Ncleo salivatrio inferior (cranial do bulbo) Ncleo dorsal do vago (bulbo)

    Coluna Eferente Especial

    Ncleo motor do trigmeo (ponte) Ncleo do facial (ponte) Ncleo ambguo (bulbo)

    Coluna Aferente Somtica Geral

    Ncleo do trato mesenceflico do trigmeo - recebe impulsos proprioceptivos dos mm. da mastigao; responsvel pela regulao da fora da mordida. (mesencfalo)

    Ncleo sensitivo principal (ponte) Ncleo do trato espinhal do trigmeo (ponte)

    o Ncleo sensitivo principal (tato epicrtico) o Ncleo do trato espinhal (dor e temperatura) o Ncleo sensitivo principal + ncleo do trato espinhal (presso e tato

    protoptico)

    Coluna Aferente Somtica Especial

    Dois ncleos cocleares (ponte) Quatro ncleos vestibulares (ponte e bulbo)

    Coluna Aferente Visceral

    Ncleo do trato solitrio sensibilidade visceral geral e especial (gustao) que entram pelos nervos VII, IX e X. (bulbo)

    NERVOS CRANIANOS

    I.Nervo Olfatrio

    Origem enceflica: bulbo olfatrio

    Origem craniana: lmina crivosa do etmide

    Funo: conduzir impulsos olfatrios

    Fibras: aferentes viscerais especiais (exclusivamente sensitivas)

    II. Nervo ptico

    Origem enceflica: quiasma ptico

    Origem craniana: canal ptico

    Funo: conduzir impulsos visuais

    Fibras: aferentes somticas especiais (exclusivamente sensitivas)

  • Neuroanatomia Elaborado por Agnes Neves Santos, acadmica de medicina 2009.2

    Pgina 18

    III. Nervo Oculomotor

    Origem enceflica: sulco medial do pednculo cerebral

    Origem craniana: fissura orbital superior

    Fibras: eferentes somticas e eferentes viscerais gerais (exclusivamente motor)

    Funo:

    Inervao dos mm. reto superior, reto inferior, reto medial, oblquo inferior e levantador da plpebra;

    inervao pr-ganglionar dos mm. intrnsecos do globo ocular: m. ciliar e o m. esfncter da pupila.

    Sintomas de uma leso:

    Ptose palpebral (queda da plpebra) Dilatao da pupila (midrase) Desvio do bulbo ocular em direo lateral (estrabismo divergente) Impossibilidade de mover o bulbo ocular para cima, para baixo ou medialmente.

    IV. Nervo Troclear

    Origem enceflica: vu medular superior

    Origem craniana: fissura orbital superior

    Fibras: eferentes somticas (exclusivamente motor)

    Funo: inerva o msculo oblquo superior

    V. Nervo Trigmeo

    Origem enceflica: entre a ponte e o pednculo cerebelar mdio (brao da ponte)

    Origem craniana: ramo oftlmico fissura orbital superior; ramo maxilar forame redondo; ramo mandibular forame oval

    Fibras: aferentes somticas gerais e eferentes viscerais especiais (misto)

    Funo: sensibilidade somtica geral de grande parte da cabea ( dor, temperatura, presso e tato):

    da pele da face e da fronte da conjuntiva ocular da parte ectodrmica da mucosa da cavidade bucal, nariz e seios paranasais dos dentes dos 2/3 anteriores da lngua da maior parte da dura-mter craniana

    Raiz motora: inerva os msculos mastigadores (temporal, masseter, pterigideo lateral, pterigideo medial, milo-hideo e ventre anterior do msculo digstrico) e na articulao temporo-mandibular.

    VI. Nervo Abducente

  • Neuroanatomia Elaborado por Agnes Neves Santos, acadmica de medicina 2009.2

    Pgina 19

    Origem enceflica: sulco bulbo-pontino

    Origem craniana: fissura orbital superior

    Fibras: eferentes somticas (exclusivamente motor)

    Funo: inerva o m. reto lateral

    Leso: desvio medial do globo ocular (estrabismo convergente)

    VII. Nervo Facial

    Origem enceflica: sulco bulbo-pontino

    Origem craniana: forame estilo-mastideo

    Fibras: eferentes viscerais especiais e gerais e aferentes viscerais especiais (misto)

    raiz motora: nervo facial propriamente dito raiz sensitiva: nervo intermdio

    Funo:

    inervao dos mm. mmicos, estilo-hideo e ventre posterior do digstrico; motricidade facial; inervao das glndulas lacrimal, submandibular e sublingual; gustao dos 2/3 anteriores da lngua

    VIII. Nervo Vestbulo-coclear

    Origem enceflica: sulco bulbo-pontino

    Origem craniana: no possui. Pois penetra na parte petrosa do osso temporal melo meato acstico interno, mas no sai do crnio.

    Fibras: aferentes somticas especiais (exclusivamente sensitivo)

    Funo: parte vestibular equilbrio; parte coclear audio

    Leso: leses no n. vestbulo-coclear causam diminuio da audio por comprometimento da parte coclear do nervo; juntamente com vertigem, alteraes do equilbrio e enjo e movimento oscilatrio dos olhos (nistagmo), por envolvimento da parte vestibular.

    IX. Nervo Glossofarngeo

    Origem enceflica: sulco lateral posterior do bulbo

    Origem craniana: forame jugular

    Fibras: aferentes viscerais gerais e eferentes viscerais gerais (misto)

    Funo:

    sensibilidade geral do 1/3 posterior da lngua, faringe, tonsila, vula, tuba auditiva, alm do seio e corpo carotdeo;

    sensibilidade gustativa do 1/3 posterior da lngua; inervao da partida.

  • Neuroanatomia Elaborado por Agnes Neves Santos, acadmica de medicina 2009.2

    Pgina 20

    X. Nervo Vago

    Origem enceflica: sulco lateral posterior do bulbo

    Origem craniana: forame jugular

    Fibras: aferentes viscerais gerais e eferentes viscerais gerais e especiais (misto)

    Funo:

    inervao parassimptica das vsceras torcicas e abdominais impulsos aferentes originados da laringe, faringe, traquia, esfago e vsceras do trax e

    abdome inerva os mm. da faringe e laringe gustao da epiglote

    XI. Nervo Acessrio

    Origem enceflica: sulco lateral posterior do bulbo

    Origem craniana: forame jugular

    uma raiz craniana + uma raiz espinhal

    Fibras: eferentes viscerais gerais e eferentes viscerais especiais (misto)

    Funo:

    Raiz craniana: auxilia o vago; inerva os mm. da laringe e vsceras torcicas Raiz espinhal: inerva os mm. trapzio e esternocleidomastideo

    XII. Nervo Hipoglosso (recebe contribuio pelas fibras de C1 e C2)

    Origem enceflica: sulco lateral anterior do bulbo

    Origem craniana: canal do hipoglosso

    Fibras: eferentes somticas (exclusivamente motor)

    Funo: motricidade da lngua

    Leso: h paralisia da musculatura de uma das metades da lngua. Nesse caso, quando o paciente faz a protruso da lngua, ela se desvia para o lado lesado.

    INERVAO DA LNGUA

    1.Trigmeo: sensibilidade geral dos 2/3 anteriores

    2. Facial: sensibilidade gustativa dos 2/3 anteriores

    3. Glossofarngeo: sensibilidade geral e gustativa do 1/3 posterior

    4. Hipoglosso: motricidade

    5. Vago: sensibilidade gustativa da epiglote

  • Neuroanatomia Elaborado por Agnes Neves Santos, acadmica de medicina 2009.2

    Pgina 21

    CONEXES REFLEXAS

    1. Reflexo mandibular ou mentual

    Pesquisa-se este reflexo percutindo-se o mento de cima para baixo, estando a boca entreaberta. A resposta consiste no fechamento brusco da boca por ao dos msculos mastigadores, em especial o masseter.

    Entre pelo ncleo mesenceflico do trigmeo Sai pelo ncleo motor do trigmeo

    2. Reflexo corneano ou corneopalpebral

    Pesquisa-se este reflexo tocando ligeiramente a crnea com mecha de algodo, o que determina o fechamento dos dois olhos por contrao bilateral da parte palpebral do m. orbicular do olho.

    Entra pelo ramo oftlmico do trigmeo Sai pelo nervo facial

    A leso do nervo trigmeo, abole a resposta dos dois lados quando tocado do lado da leso, mas quando se toca a crnea do lado normal, o reflexo est presente dos dois lados.

    J na leso do facial, o reflexo abolido do lado lesado, independente do olho tocado.

    3. Reflexo lacrimal

    As vias so as mesmas do reflexo corneano

    Entra pelo ramo oftlmico do trigmeo Sai pelo facial (n. intermdio)

    4. Reflexo de piscar

    Entra pelo ptico (II) Sai pelo facial (VI)

    5. Reflexo culo-ceflico

    Pesquisa-se este reflexo, movimentando-se de forma brusca a cabea do paciente para um dos lados, o olhar deve fazer movimento oposto, continuando a sua antiga direo.

    Entra pelo nervo vestbulo-coclear (os receptores para este reflexo so as cristas dos canais semicirculares do ouvido interno, onde existe um lquido interno, a endolinfa)

    Sai pelos nervos III, IV e VI, determinando o movimento do olho em sentido contrrio ao da cabea.

    6. Reflexo vestbulo-ocular

    Injeta gua gelada por um dos meatos acsticos externos, o movimento dos olhos dar-se- para o lado oposto. Injeta gua quente e o movimento dos olhos dar-se- para o mesmo lado (nistagmo).

    Entra pelo VIII par Sai pelos III, IV e VI pares

    7. Reflexo do vmito

    Testa-se com uma esptula. O reflexo da tosse tem as mesmas entradas e sadas e testado

  • Neuroanatomia Elaborado por Agnes Neves Santos, acadmica de medicina 2009.2

    Pgina 22

    passando um cateter de O2 pelo tubo.

    Entra pelo IX par (glossofarngeo) sensibilidade do palato Sai pelo X par (vago) motricidade do palato

    8. Reflexo fotomotor direto e consensual

    Quando um olho estimulado com um feixe de luz, a pupila deste olho contrai.

    Entra pelo nervo ptico (II par) Sai pelo nervo oculomotor (III par)

    Se o nervo ptico foi lesado, ao estimular o lado lesado, nenhum olho contrai; ao estimular o olho normal, os dois contraem.

    Se o nervo oculomotor foi lesado, o lado da leso no contrai, independente do olho estimulado.

    9. Reflexo de dor

    XI- nervo acessrio (inerva o trapzio e o esternocleidomastideo). Com um estmulo doloroso no esterno, h um movimento desses msculos para a retirada do estmulo.

    VII- estimulando-se dolorosamente adiante dos tragos ( prximo a art. Temporo-mandibular), h uma motricidade facial (expresso de dor).

    COMO DIAGNOSTICAR UMA MORTE ENCEFLICA?

    Morte cerebral Morte enceflica

    Estado vegetativo perda de conscincia (no interage, no responde aos estmulos ao redor)

    Para que o mdico faa o diagnstico de morte enceflica e todo o mdico poder faz-lo, independente de ser especialista essencial que sejam observadas as seguintes condies:

    1-Pr-requisitos: diagnosticar a presena e a causa da leso enceflica responsvel pelo quadro atual e a sua irreversibilidade, excluindo possveis causas reversveis que simulem o mesmo quadro. 2-Exame clnico: determinar a ausncia de funo do tronco cerebral em todos os seus nveis. 3-Teste da apnia: confirmar a ausncia de movimentos respiratrios aps estimulao mxima dos centros respiratrios. 4-Exames complementares: determinar a ausncia de funo de encfalo, atravs da realizao de exames complementares que demonstrem inequivocamente ausncia de atividade eltrica cerebral, de atividade circulatria intracraniana ou de atividade metablica enceflica. (Ex: eletroencefalograma, arteriografia enceflica) 5- Repetio do exame clnico: confirmar o exame da ausncia das funes do tronco enceflico aps um perodo mnimo de 6 horas.

    Todos os nervos cranianos devem ser testados sem nenhuma resposta. Os reflexos anteriores mostram como testar do II ao XI pares de nervos cranianos.

    Para testar o I, um cheiro forte na cavidade nasal ou uma irritao da mucosa. Para testar o XII, testa o hipoglosso junto com o reflexo do vmito, com uma esptula,

    esperando a protruso da lngua.

  • Neuroanatomia Elaborado por Agnes Neves Santos, acadmica de medicina 2009.2

    Pgina 23

    CONSIDERAES ANATOMOCLNICAS Paresia: diminuio da fora muscular Plegia: ausncia de fora, impossibilitando o movimento Hemiplegia: ausncia do movimento em hemicorpo (metade do corpo) Tetraplegia: ausncia do movimento nos quatro membros Para: dois membros Para... crural: nos membros inferiores (MMII) Para... braquial: nos membros superiores (MMSS) Hipertonia: aumento do tnus Hipotonia: diminuio do tnus Atonia: ausncia do tnus Hiperreflexia: aumento dos reflexos Hiporreflexia: diminuio dos reflexos Arreflexia: ausncia dos reflexos Sinal de Babinski: reflexo cutneo-plantar extensor

    Sndrome do neurnio motor inferior: resulta de leses dos neurnios motores da coluna anterior da medula hiporreflexia, hipotonia, atrofia muscular e paralisia flcida.

    Sndrome do neurnio motor superior: resulta de leses nas reas motoras do crtex cerebral ou nas vias motores descendentes, em especial, no trato crtico-espinhal. Cursa com paralisia espstica, hiperreflexia, hipertonia e Sinal de Babinski positivo ( a ausncia deste, no afasta a leso).

    Neurnio motor Superior Neurnio motor Inferior Paralisia ou paresia Paralisia ou paresia Hiperreflexia profunda Hiporreflexia profunda Hiporreflexia superficial Reflexos superficiais normais Hipertonia Hipotonia Sintomas hemicorpreos Sintomas no territrio de inervao

    Anestesia: ausncia de sensibilidade Analgesia: ausncia de dor Hiperestesia: aumento da sensibilidade Hipoestesia: diminuio da sensibilidade Parestesias: aparecimento sem estmulos de sensaes espontneas e mal definidas

    como, por exemplo, o formigamento Algias: dores em geral Ataxia: incoordenao dos movimentos Apraxia: dificuldade de planejamento Bradicinesia: lentificao dos movimentos Reflexo aquileu: o reflexo aquileu um reflexo tendinoso profundo, do qual participa o

    msculo trceps sural. A sua interveno provm predominantemente dos nervos correspondentes ao nvel medular S1. O reflexo aquileu costuma estar praticamente abolido quando a raiz espinhal S1 for seccionada. Para a pesquisa do reflexo aquileu deve o paciente estar sentado na beira da mesa de exame, com as pernas pendentes. O tendo ligeiramente distendido graas dorsiflexo discreta do p. O examinador aplica o seu polegar e indicador nas depresses das partes moles que existem de cada lado do tendo de Aquiles, com a finalidade de localiz-lo corretamente; em seguida, aplica-lhe um golpe com a extremidade romba do martelo de reflexo desencadeando

  • Neuroanatomia Elaborado por Agnes Neves Santos, acadmica de medicina 2009.2

    Pgina 24

    normalmente um rpido movimento involuntrio de flexo plantar do p, em alguns casos convm facilitar o reflexo; pede-se ao paciente que entrelace os dedos das mos, procurando separ-los (ou junta-los) no momento em que for aplicado o golpe sobre o tendo.

    OBS.: Aps a leso do neurnio motor superior, existe um perodo transitrio chamado de Choque Medular, caracterizado por: Anestesia superficial e profunda; paralisia completa flcida; arreflexia superficial e profunda; arreflexia vesical; atonia intestinal; ausncia de ereo e ejaculao; amenorria.

    OBS.: Na leso no motoneurnio inferior h a perda do controle do arco-reflexo; j no motoneurnio superior, vai alterar, mas no vai impedir o arco-reflexo.

    Leses da Medula

    1. Leso da coluna anterior

    Ocorre mais frequentemente na poliomielite Sndrome do neurnio motor inferior Os sintomas aparecem no territrio muscular correspondente rea da medula lesada.

    2. Tabes dorsalis

    Ocorre leso nas razes dorsais Mais frequentemente como consequncia da neurosfilis Destruio dos fascculos grcil e cuneiforme

    o Perda da propriocepo consciente e estereognosia o Perda do tato epicrtico o Perda da sensibilidade vibratria

    3. Hemisseco da medula ou Sndrome de Brown-Squard

    Interrupo dos principais tratos, causando sintomatologia do mesmo lado e do lado oposto. Todos os sintomas aparecem somente abaixo do nvel da leso.

    Sintomas do mesmo lado (tratos que no cruzam na medula): o Paralisia espstica com aparecimento de Babinski o Plegia ou paresia em virtude da interrupo (esmagamento) do trato crtico-

    espinhal o Perda da propriocepo consciente, tato epicrtico, estereognosia e sensibilidade

    vibratria pela interrupo dos fascculos grcil e cuneiforme Sintomas do lado oposto (tratos que se cruzam na medula):

    o Perda da sensibilidade trmica e dolorosa (trato espino-talmico lateral) o Ligeira diminuio do tato protoptico e da presso por suas fibras serem mais

    dispersas (trato espino-talmico anterior)

    4. Siringomielia

    H a formao de uma cavidade no canal da medula levando a uma destruio da substncia cinzenta e da comissura branca. Esta destruio interrompe as fibras que formam os dois TRATOS ESPINO-TALMICOS LATERAIS.

    Perda da sensibilidade trmica e dolorosa de ambos os lados na rea correspondente aos dermtomos lesados

    Dissociao sensitiva

  • Neuroanatomia Elaborado por Agnes Neves Santos, acadmica de medicina 2009.2

    Pgina 25

    Acomete mais a intumescncia cervical; como as fibras do trato espino-talmico lateral dos MMII e sacrais esto mais lateralizadas, no h comprometimento dessas fibras.

    Preservao sacral Compresso de dentro pra fora (pode ser tambm um tumor)

    5. Transeco da medula

    Choque espinhal: caracteriza-se pela perda absoluta da sensibilidade, dos movimentos e do tnus nos msculos inervados pelos segmentos medulares situados abaixo da leso.

    6. Compresso da medula por tumor

    Tumor no canal vertebral: compresso de fora para dentro, sintomatologia variada, depende do local.

    Tumor no canal central da medula: compresso de dentro para fora; sintomatologia da siringomielia, podendo acometer tambm as fibras do trato crtico-espinhal lateral.

    Leses do Bulbo

    1. Leso da base do bulbo (hemiplegia cruzada com leso do hipoglosso)

    Comprometem a pirmide (trato crtico-espinhal): causa da hemiparesia do lado oposto ao lesado

    Leso do hipoglosso: causa paralisia dos msculos da metade da lngua situada do lado lesado. Quando o doente faz a protruso da lngua, a lngua desviada para o lado lesado.

    2. Leso dorsolateral do bulbo (Sndrome da artria cerebelar posterior ou Sndrome de Wallemberg)

    Leso do pednculo cerebelar inferior: incoordenao de movimentos na metade do corpo do lado lesado (tratos espino-cerebelares)

    Leso do trato espinhal do trigmeo e seu ncleo: perda da sensibilidade trmica e dolorosa da face, do mesmo lado da leso

    Leso do trato espino-talmico lateral: perda da sensibilidade trmica e dolorosa contralateral

    Leso do ncleo ambguo: disfagias e dislalia, distrbios na deglutio e fonao, respectivamente.

    Leses da Ponte

    1. Leses do nervo facial

    Paralisia Facial Perifrica Paralisia Facial Central Leso do neurnio motor inferior do facial Leso do trato crtico-nuclear Homolaterais (mesmo lado da leso) Contralaterais (lado oposto a ls Acometem toda uma metade da face Acometem a metade inferior da 1/2 da face So totais Pode haver contrao involuntria da mm.

    mmica, como manifestao emocional.

    As leses do nervo facial, em geral, esto tambm associadas ao vestbulo-coclear e intermdio. Neste caso, a sintomatologia seria:

  • Neuroanatomia Elaborado por Agnes Neves Santos, acadmica de medicina 2009.2

    Pgina 26

    Paralisia da metade da face Perda da sensibilidade gustativa nos 2/3 anteriores da lngua Alteraes de equilbrio, enjos e tonteiras, decorrente da parte vestibular do VIII Zumbidos e diminuio da audio, por comprometimento da parte coclear do VIII Todos homolaterais (os possveis)

    2. Leso da base da ponte (Sndrome de Millard-Gubler)

    Comprometimento do trato crtico-espinhal, causando hemiplegia cruzada Leso do nervo abducente: paralisia do m. reto lateral do mesmo lado da leso, o que

    cursa em: o Diplopia o Desvio do bulbo ocular em direo medial o Estrabismo convergente

    Se a leso se estender lateralmente, pode comprometer o n. facial e a sintomatologia j foi descrita anteriormente.

    Pode ocorrer ainda, dismetria ou disdiadococinesia homolateral, pelo comprometimento do trato crtico-ponto-cerebelar-cortical.

    3. Leso da ponte ao nvel da emergncia do nervo trigmeo

    Comprometimento do trato crtico-espinhal, causando hemiplegia cruzada Leso do trigmeo, com sintomatologia motora e sensitiva homolateral:

    o Perturbaes motoras: paralisia da musculatura mastigadora do lado da leso. H desvio da mandbula para o lado paralisado

    o Perturbaes sensitivas: ocorre anestesia do mesmo lado da leso A leso pode se estender ao lemnisco medial, determinando a perda da propriocepo

    consciente e do tato epicrtico do lado oposto ao lado lesado.

    Leses do Mesencfalo

    1. Leso da base do pednculo cerebral (Sndrome de Weber)

    Comprometimento das fibras do trato crtico-espinhal, causando hemiparesia do lado oposto

    Leso das fibras do nervo oculomotor, resultando nos seguintes sintomas do mesmo lado da leso:

    o Diplopia o Desvio do bulbo ocular em direo lateral o Estrabismo divergente o Dilatao da pupila (midrase) o Ptose palpebral (queda de plpebra) o Paralisia dos retos superior, inferior e medial, impossibilitando o movimento do

    bulbo ocular para cima, para baixo ou medialmente.

    2. Leso do Tegmento do mesencfalo

    Comprometimento dos lemniscos medial, espinhal e trigeminal: anestesia da metade oposta do corpo, inclusive da cabea.

    Leso do nervo oculomotor Leso do ncleo rubro: tremores e movimentos anormais do lado oposto leso.

  • Neuroanatomia Elaborado por Agnes Neves Santos, acadmica de medicina 2009.2

    Pgina 27

    SISTEMA NERVOSO PERIFRICO

    I. Caractersticas dos nervos

    O que so? So cordes esbranquiados constitudos por feixes de fibras nervosas reforadas por tecido conjuntivo. So trs as bainhas conjuntivas que entram na constituio de um nervo: o epineuro (envolve todo o nervo e emite septos para o seu interior); o perineuro (envolve cada feixe/fascculo de fibras nervosas que formam o nervo); e o endoneuro (trama delicada de tecido conjuntivo frouxo que envolve cada fibra nervosa que formam os feixes).

    Tipos:

    Espinhal: une o sistema nervoso central ao perifrico, na medula espinhal Craniano: a unio ocorre no encfalo

    Funo: conduzir, atravs de suas fibras, impulsos nervosos do sistema nervoso central para a periferia (impulsos eferentes) e da periferia para o SNC (impulsos aferentes).

    Caractersticas gerais:

    Muito vascularizados Quase totalmente desprovidos de sensibilidade So, em geral, mielnicos com neurilema

    o Excees: nervo ptico (fibras mielnicas, sem neurilema) e nervo olfatrio (fibras amielnicas, com neurilema)

    OBS.: A bainha de mielina do SNP formada a partir das clulas de Schwann.

    Origem real X Origem aparente

    Origem real: corresponde ao local onde esto localizados os corpos dos neurnios que constituem os nervos.

    Origem aparente: corresponde ao ponto de emergncia ou entrada do nervo na superfcie do SNC, ou ainda, por onde emergem no esqueleto (ex: nervos espinhais forame intervertebrais)

    Conduo dos impulsos nervosos:

    Velocidade de conduo: 1 a 120m/s

  • Neuroanatomia Elaborado por Agnes Neves Santos, acadmica de medicina 2009.2

    Pgina 28

    OBS.: A velocidade de conduo depende do calibre das fibras. Quanto maior o calibre, maior a velocidade. Assim, as fibras podem ser classificadas em A, B e C, de acordo com o calibre.

    A- so as fibras de grande calibre, correspondem s fibras ricamente mielinizadas dos nervos mistos.

    B- fibras de mdio calibre. So as fibras pr-ganglionares (sistema nervoso autnomo)

    C- fibras de pequeno calibre. Esto aqui as fibras ps-ganglionares do sistema nervoso autnomo e possivelmente algumas fibras responsveis por estmulos dolorosos.

    II. Leses nervosas

    A classificao de trauma de nervo baseia-se no dano sofrido pelos componentes nervosos, na funcionalidade nervosa e na capacidade de recuperao espontnea.

    Neuropraxia: o grau mais leve de leso. Esta uma reduo ou bloqueio completo da conduo atravs de um segmento de um nervo com continuidade axonal conservada. uma disfuno e/ou paralisia sem perda de continuidade da bainha nervosa nem degenerao walleriana. A conduo nervosa fica preservada proximal e distalmente leso, mas no atravs dela. Ex: quando o p adormece depois que as pernas ficam cruzadas.

    Axonotmese: decorrente de uma leso dos axnios com preservao da bainha de tecido conjuntivo neural (endoneuro), dos tubos das clulas de Schwann e outras estruturas, ou seja, a preservao da arquitetura interna. Isto pode orientar a regenerao axonal proximal para reinervar rgos-alvos distais. Ocorre degenerao walleriana na axonotmese. Ocorre a degenerao da parte distal do axnio e sua bainha de mielina, entendendo-se o fenmeno em direo proximal at o estrangulamento de Ranvier mais prximo da leso; a esse tipo de degenerao dar-se o nome de walleriana.

    Neurotmese: o grau mais severo de leso do nervo perifrico. Ocorre quando o axnio, a mielina e os componentes do tecido conjuntivo so lesados e rompidos ou transeccionados. No pode ocorrer recuperao atravs da regenerao axonal. Este grau de trauma inclui leses nas quais a continuidade externa preservada, mas ocorre fibrose intraneural com bloqueio de regenerao.

    Desmielinizao: o termo usado para definir a perda de mielina, levando ocorrncia de cicatrizes ou esclerose nas zonas onde o nervo perdeu a mielina. Quando h desmielinizao, a velocidade qual as mensagens passam ao longo dos nervos mais lenta do que o normal. Mesmo que haja a remielinizao, o tempo de resposta das terminaes nervosas tendem a permanecer mais lento.

    Neuromas: quando na regenerao (as extremidades proximais das fibras lesadas crescem e emitem numerosos brotamentos que alcanam o nvel da leso e penetram no tecido cicatricial) h o afastamento dos cotos proximais e distais, as fibras nervosas no encontrando o coto distal, crescem desordenadamente no tecido cicatricial, constituindo os neuromas formados de tecido conjuntivo, clulas de Schwann e um emaranhado de fibras nervosas perdidas.

    POR QUE AS FIBRAS DO SNP SE REGENERAM E AS DO SNC NO SE REGENERAM QUANDO LESADAS?

    A incapacidade de regenerao das fibras do SNC no se deve incapacidade de crescimento dos axnios, mas sim inexistncia de um substrato adequado a esse crescimento. No SNP, h lminas basais ricas em uma glicoprotena, a laminina, que so os componentes

  • Neuroanatomia Elaborado por Agnes Neves Santos, acadmica de medicina 2009.2

    Pgina 29

    mais importantes para o crescimento dos axnios nas fibras nervosas em regenerao. Estas, por sua vez, so sintetizadas pelas clulas de Schwann (ausentes no SNC, onde so substitudas pelos oligodendrcitos). Alm disso, os oligodendrcitos possuem substncias que inibem o crescimento dos axnios.

    III. Terminaes Nervosas

    Em suas extremidades perifricas, as fibras nervosas dos nervos modificam-se dando origem a vrias formaes, as terminaes nervosas que podem ser de dois tipos:

    1. sensitivas ou aferentes (receptores)

    2. motoras ou eferentes

    Terminaes nervosas sensitivas (receptores)

    Classificao dos receptores

    1. Classificao morfolgica

    Os dois grandes grupos:

    Os receptores especiais so mais complexos, relacionando-se com um neuroepitlio e fazem parte dos chamados rgos especiais do sentido: os rgos da viso, audio e equilbrio; gustao e olfao; todos localizados na cabea.

    Os receptores gerais apresentam uma estrutura mais simples e ocorrem em todo corpo, havendo maior concentrao na pele. So classificados em dois tipos: livres e encapsulados.

    Receptores livres: so os mais freqentes e com propagao mais rpida. o Responsveis pela sensibilidade trmica e dolorosa o Os discos de Merkel so terminaes no-encapsuladas que se enrolam na base

    dos folculos pilosos ou clulas epiteliais especiais, e so relacionados ao tato.

    Receptores encapsulados: mais complexos que os livres, possuem intensa ramificao no interior da cpsula. Os mais importantes so:

    o Corpsculos de Meissner: so receptores de TATO e PRESSO, ocorrem nas papilas drmicas, principalmente nas da pele espessa das mos e dos ps.

    o Corpsculos de Ruffini: so tambm receptores de TATO e PRESSO, ocorrem nas papilas drmicas do corpo todo (mos e ps e pele pilosa).

    o Corpsculos de Vater-Paccini: receptores de SENSIBILIDADE VIBRATRIA (capacidade de perceber estmulos mecnicos rpidos e repetidos), distribuio muito ampla, ocorre nos tecidos celulares subcutneo das mos e dos ps ou mesmo em territrios mais profundos, como os septos intermusculares e peristeo.

    o Fusos neuromusculares: receptores de movimento o rgos neurotendinosos (de Golgi): receptores de tenso, sem movimento.

  • Neuroanatomia Elaborado por Agnes Neves Santos, acadmica de medicina 2009.2

    Pgina 30

    2. Classificao Fisiolgica (estmulos mais adequados para ativar os receptores)

    Quimiorreceptores: so receptores sensveis a estmulos qumicos, como a olfao e a gustao

    Osmorreceptores: receptores capazes de detectar variao da presso osmtica Fotorreceptores: receptores sensveis luz, como os cones e bastonetes da retina Termorreceptores: receptores capazes de detectar frio e calor. So terminaes nervosas

    livres. No existe um mesmo receptor para detectar frio e calor. Ou um, ou outro. Nociceptores: terminaes nervosas livres ativadas pela dor; possuem alto limiar de

    excitao Mecanorreceptores: sensveis a estmulos mecnicos; constituem o grupo mais

    diversificado. Ex: fusos neuromusculares, receptores da audio etc.

    3. Classificao quanto a localizao ( o que define a natureza do estmulo que os ativa)

    Exteroceptores: localizam-se na superfcie externa do corpo, onde so ativados por agentes externos como calor, frio, tato, presso, luz e som. Transmitem impulsos relacionados ao soma, sendo receptores somticos; sensibilidade superficial

    Proprioceptores: localizam-se mais profundamente, situando-se nos msculos, tendes, ligamentos e cpsulas articulares. Podem ser conscientes (sentido de posio e movimento) ou inconscientes. Assim como os exteroceptores, so receptores somticos; porm de sensibilidade profunda

    Interoceptores ou visceroceptores: localizam-se nas vsceras e nos vasos e do origem s diversas formas de sensaes viscerais, geralmente pouco localizadas; sensibilidade profunda.

    Terminaes nervosas motoras (junes neuro-efetuadoras)

    IV. Nervos Espinhais

    Nervos espinhais so aqueles que fazem conexo com a medula espinhal e so responsveis pela inervao do tronco, dos membros e partes da cabea. So 31:

    8 cervicais 12 torcicos 5 lombares 5 sacrais 1 coccgeo

  • Neuroanatomia Elaborado por Agnes Neves Santos, acadmica de medicina 2009.2

    Pgina 31

    Cada nervo espinhal formado pela unio das razes dorsal e ventral, as quais se ligam aos sulcos lateral posterior e lateral anterior da medula atravs dos filamentos radiculares. Na raiz dorsal, localiza-se o gnglio espinhal onde esto os corpos dos neurnios sensitivos pseudo-unipolares. Na raiz ventral, a formao dada por axnios provenientes das colunas lateral e anterior da medula. O tronco do nervo espinhal funcionalmente misto.

    Componentes: fibras aferentes (sensitivas) e fibras eferentes (motoras).

    Trajeto:

    O tronco do nervo espinhal sai do canal vertebral e logo se divide em: ramo dorsal e ramo ventral (ramo raiz). Os nervos dos plexos so plurissegmentares, ou seja, contm fibras originadas em mais de um segmento medular; j os nervos intercostais so unissegmentares, isto , suas fibras se original de um s segmento medular. O trajeto ainda pode ser classificado em: superficial (predominantemente sensitivos) ou profundo (predominantemente motores).

    Plexo Braquial

    O plexo braquial inerva os membros superiores. constitudo pelas raizes anteriores dos nervos espinhais C5 a T1. Estes se unem e formam os troncos: C5 e C6, tronco superior; C7, tronco mdio; C8 e T1, tronco inferior. Cada tronco d origem a um ramo anterior e um ramo posterior. Os ramos anteriores se renem e formam os fascculos ou cordes lateral e medial, e da unio dos ramos posteriores se origina o fascculo posterior. Destes fascculos originam-se os ramos terminais, que so os nervos axilar, musculocutneo, radial, ulnar e mediano.

  • Neuroanatomia Elaborado por Agnes Neves Santos, acadmica de medicina 2009.2

    Pgina 32

    Axilar: cordo posterior, inerva o deltide Musculocutneo: cordo lateral, inerva o bceps Radial: cordo posterior, inerva toda a musculatura extensora do brao e antebrao, rea

    sensora pequena da mo; a leso resulta em dificuldade em estender (paralisia dos amantes).

    Ulnar: cordo medial, passa pelo cotovelo, inerva o IV e V polidctilos. Nervo que mais sofre leses tarumticas.

    Mediano: unio dos fascculos lateral e medial, inerva o I, II e III dedos na flexo; nervo mais lesado do membro superior (leses compressivas), pois em seu percurso ele passa pelo retinculo dos flexores.

    PARALISIAS OBSTTRICAS

    Paralisia alta ou paralisia de Erb-Duchenne (C5 e C6): Os msculos deltide, supra e infra-espinhal ficam paralisadas, resultando em perda de fora no ombro. Os msculos bceps e braquiorradial tambm ficam paralisados impedindo flexo do cotovelo.

    Paralisia baixa ou Paralisia de Klumpke (C8,T1) : Causada pela trao exercida sobre o plexo na hora do parto ou por trauma. Resulta em paralisia da musculatura da mo, com ausncia do reflexo de preenso palmar.

    Plexo Lombossacral

    A unio dos plexos lombar e sacral d origem ao plexo lombossacral. O plexo lombar formado pelos ramos anteriores de L1 a L4. O nervo femoral um ramo do plexo lombar e responsvel pela inervao do msculo quadrceps da coxa. Este nervo responsvel pelo movimento de extenso do joelho. O nervo obturatrio tambm ramo do plexo lombar e inerva os msculos da regio medial da coxa. A aduo da coxa depende do nervo obturatrio.

    O plexo sacral o resultado da unio dos ramos anteriores de L4 a S3. O nervo isquitico o principal ramo do plexo sacral e inerva os msculos posteriores da coxa. espesso e percorre a face posterior da coxa onde se divide em dois ramos: o nervo tibial e o nervo fibular comum. O nervo tibial inerva os msculos da regio posterior da perna e planta do p. Os movimentos de flexo plantar e flexo dos dedos dependem deste nervo (uma leso no nervo tibial, impede o paciente de se apoiar na ponta dos ps). O nervo fibular comum inerva os msculos da regio anterior e lateral da perna e dorso do p. Os movimentos de dorsiflexo do p e extenso dos dedos dependem deste nervo (uma leso no nervo fibular, impede o paciente de se apoiar nos calcanhares).

    DERMTOMO: territrio cutneo inervado por fibras de uma nica raiz dorsal. Serve para identificar as reas SENSITIVAS.

    CAMPO RADICULAR MOTOR: territrio inervado por uma nica raiz ventral.

    mm. unirradiculares: intercostais mm. plurirradiculares: a maioria

    Unidade Motora Unidade Sensitiva Conjunto constitudo por um neurnio motor com seu axnio e todas as fibras musculares por ele inervadas.

    Conjunto de um neurnio sensitivo com todas as suas ramificaes e seus receptores.

  • Neuroanatomia Elaborado por Agnes Neves Santos, acadmica de medicina 2009.2

    Pgina 33

    Consideraes Anatomoclnicas

    Como diferenciar uma leso medular de uma leso de raiz?

    As leses medulares interrompem o fluxo de informaes de todo eixo abaixo da leso, enquanto as leses da raiz so locais, obedecem a somatotopia dos dermtomos.

    Cinco questes chaves para avaliao da doena neuroptica classificao

    1- Quais sistemas esto envolvidos?

    - Motor (fraqueza muscular), sensitivo, autonmico ou combinaes

    2- Qual a distribuio da fraqueza?

    - Apenas distal versus proximal e distal

    - Focal/ assimtrica versus simtrica

    3- Qual a natureza do envolvimento sensitivo?

    - Dor severa/queimao

    - Perda proprioceptiva severa: comprometimento das fibras grossas, de maior calibre; ataxia sensitiva por perda da propriocepo

    4- Qual a evoluo temporal?

    - aguda (dias a 4 semanas)

    - subaguda (4-8 semanas)

    - crnica ( > 8 semanas): paciente continua piorando

    - surtos precedentes, drogas, toxinas

    5- Existe evidncia para uma neuropatia hereditria?

    - histria familiar de neuropatia: no necessrio ter H familiar para ter

    - ausncia de sintomas sensitivos a despeito dos sinais sensitivos

    Neuropatias perifricas hereditrias o Neuropatia sensitivo-motora hereditria (Doena de Charcot-Marie-Tooth,

    predominantemente motora); o Neuropatia hereditria com predisposio a paralisia de presso (HNPP)

    doena gentica e rara que desmieliniza a raiz do nervo. o PNP amiloidtica familial; o Porfiria; o Leucodistrofia Metacromtica de Fabry; o Doena de Refsum

    Classificao das neuropatias

    1. Plexopatia: envolvimento de mltiplos nervos no plexo, como no braquial e o lombosacro. Causas mais frequentes: trauntica e em adultos, causas imflamatrias, como a plexite braquial.

  • Neuroanatomia Elaborado por Agnes Neves Santos, acadmica de medicina 2009.2

    Pgina 34

    2. Polirradiculopatia: sinais de comprometimento radiculares como as disfunes motoras, podem est associadas a dor radicular. Quando h o envolvimento de raizes espinhais ou troncos dos nervos perifericos. Geralmente, ou sensitivo ou motor. Causas mais frequentes: compressivas tumores, hrnias.

    3. Polineuropatia (PNP): comprometimento simtrico distal dos nervos perifricos Causa alterao da fora dos nervos perifericos de modo simtrico, distal e bilateral. O padro de acometimento de distal para proximal. Causas mais frequentes: diabetes crnica, Sndrome de Guillain-Barr aguda.

    4. Mononeuropatia: comprometimento de um nico nervo, leso focal de um nervo perifrico.

    5. Mononeuropatias mltiplas: comprometimento de mais de um nervo; assimetria a difere da PNP, leso multifocal. Com a progresso da MM poder haver envolvimento simtrico de todos os nervos perifricos. Entretanto, mesmo nesses casos o exame evidencia vrios graus de comprometimento que correspondem ao territrio dos nervos individuais. Causas mais frequentes: vasculite, causas infecciosas Hansenase (o ulnar o principal nervo acometido na hansenase), Schwannoma(tumor).

    CEREBELO

    Anatomia mascroscpica e Divises

    Generalidades:

    rgo do sistema nervosa suprassegmentar Deriva da parte dorsal do metencfalo Localizado dorsalmente ao bulbo e ponte Forma o tecto do IV ventrculo Separado do lobo occipital do crebro por uma prega da dura-mter, a tenda do cerebelo Liga-se medula e ao bulbo pelo pednculo cerebelar inferior (fibras horizontais) Liga-se ponte pelo pednculo cerebelar mdio (fibras inclinadas) Liga-se ao mesencfalo pelo pednculo cerebelar superior (fibras verticalizadas) Apresenta um crtex (substncia cinzenta) que envolve um centro de substncia branca

    (corpo medular) onde so observados ncleos centrais (massas de substncia cinzenta) O cerebelo funciona sempre em nvel involuntrio e inconsciente, sendo sua funo

    EXCLUSIVAMENTE motora. Apesar da funo exclusivamente motora, ele recebe fibras sensitivas (aferncias), os

    tratos espino-cerebelares.

    Superfcies e relaes

    Superfcie superior: tenda do cerebelo Superfcie posterior: osso occipital Superfcie inferior: tronco enceflico

    Anatomia macroscpica

    Vrmis e hemisfrios Superfcies superior, posterior e inferior Fissuras primria e pstero-lateral Lobos anterior, posterior e flculo-nodular Folhas e sulco

  • Neuroanatomia Elaborado por Agnes Neves Santos, acadmica de medicina 2009.2

    Pgina 35

    Distingue-se no cerebelo uma poro mpar e mediana, o vrmis (visto de maneira definida na face inferior, onde dois sulcos o separa das partes laterais) ligado a duas grandes massas laterais, os hemisfrios cerebelares. A diviso cerebelar possvel ser feita a partir dessa regio mediana (vrmis). Podemos dividir o cerebelo em regies conhecidas como lbulos. O conjunto de lbulos cerebelares formam regies maiores chamada lobos. O limite de separao entre um lbulo e outro so as fissuras.

    A diviso de lbulos pouco significante para clnica.

    De cranial para caudal, o primeiro lbulo a lngula, pequena quantidade de substncia cinzenta aderida ao vu medular superior. Prximo a lngula, tem-se o lbulo central, estes se separam pela fissura pr-central. Aps o lbulo central, tem-se a fissura pr-culminar, separando-o de uma regio bem ampla do cerebelo, o cmen, que recebe este nome por estar na regio mais alta, mais elevada do cerebelo. A prxima fissura bem evidente a fissura prima ou primria que a fissura que surge precocemente no desenvolvimento embrionrio, separa o cmen do declive. Apesar de ser a 1 a surgir embrionariamente, a fissura prima a 2, evolutivamente, a se formar no cerebelo, ela quem delimita o lobo anterior do cerebelo (o conjunto de trs lbulos: lngula+central+cmen).

    Posterior a fissura prima, tem-se o declive e a fissura ps-clival que separa o declive de um lbulo bem fininho ou pequena folha, o folium. Em seguida, o folium separado do lbulo seguinte, o tber, pela fissura horizontal. O tber separado do lbulo seguinte, a pirmide cerebelar, pela fissura pr-piramidal. E logo aps, uma fissura ps-piramidal separa a pirmide da vula. A vula separa do lbulo mais inferior do cerebelo, o ndulo, pela fissura pstero-lateral. Na verdade, no processo evolutivo, a fissura pstero-lateral a primeira que surge, vai separar a parte mais primitiva que o arquicerebelo do lobo posterior, lobo mais desenvolvido, formado: declive + folium + tuber + pirmide + vula.

    O lobo posterior separado do anterior pela fissura prima e do lobo flculo-nodular pela fissura pstero-lateral.

    Lobo anterior ou paleocerebelo Lobo posterior ou neocerebelo Lobo flculo-nodular ou arquicerebelo

  • Neuroanatomia Elaborado por Agnes Neves Santos, acadmica de medicina 2009.2

    Pgina 36

    OBS.: as tonsilas localizam-se na parte inferior do cerebelo (so regies mais arredondadas) e projetam-se medialmente sobre a face dorsal do bulbo; em casos de hipertenso craniana, as tonsilas podem comprimir o bulbo com graves consequncias.

    Diviso ontogentica do cerebelo:

    DIVISO FILOGENTICA DO CEREBELO:

    1) Arquicerebelo: informa sobre a posio do animal e permite ao cerebelo coordenar a atividade muscular, de modo a manter o equilbrio. Tem conexes vestibulares.

    Corresponde ao lobo flculo-nodular

    2) Paleocerebelo: origina impulsos nervosos denominados proprioceptivos, importante para a regulao do tnus muscular e da postura do animal. Conexes principalmente com a medula espinhal.

    Predominantemente vermiano Corresponde ao bobo anterior + pirmide + vula

    3) Neocerebelo: relaciona-se com o controle de movimentos finos e, apresenta conexes com o crtex cerebral.

    Corresponde a maior parte do lobo posterior Predominante nos hemisfrios

    ESTRUTURA DO CEREBELO:

    Crtex o Camadas: molecular, clulas de Purkinje, granular o Clulas em cesto, estreladas, Golgi, Purkinje, granular o Fibras musgosas e trepadeiras

    Medula o Ncleos (massas de substncia cinzenta rodeado de sustncia branca): denteado,

    interpsito e fastigial

    ORGANIZAO LONGITUDINAL DO CEREBELO:

    No sentido mdio-lateral, distinguem-se: uma zona medial, mpar, correspondendo ao vrmis; e de cada lado, uma zona intermdia para-vermiana e uma zona lateral, correspondendo a maior parte dos hemisfrios.

  • Neuroanatomia Elaborado por Agnes Neves Santos, acadmica de medicina 2009.2

    Pgina 37

    CITOARQUITETURA DO CRTEX CEREBELAR

    CONEXES INTRNSECAS DO CEREBELO

    As fibras penetram no cerebelo e se dirigem ao crtex, so de dois tipos:

    a) Fibras musgosas b) Fibras trepadeiras, so axnios de neurnios situados no complexo olivar inferior.

    a) clulas inibitrias: Purkinje, clulas de Golgi, clulas em cesto e clulas estreladas. Tm como neurotransmissor, GABA.

    b) clulas excitatrias: clulas granulares. Tm como neurotransmissor, GLUTAMATO.

    As informaes que chegam ao cerebelo de vrios setores do sistema nervoso agem inicialmente sobre os neurnios dos ncleos centrais, de onde saem as respostas eferentes do cerebelo.

    NCLEOS CENTRAIS

    a) ncleo denteado: o maior dos ncleos centrais do cerebelo, localiza-se mais lateralmente.

    b) ncleo fastigial: localiza-se prximo ao plano mediano

    c) ncleo interpsito: agrupamento dos ncleos emboliforme e globoso, localizam-se entre os ncleos fastigial e denteado; semelahntes etsrutural e funcionalmente.

    CONEXES EXTRNSECAS

    O cerebelo influencia os neurnios motores de seu prprio lado. Para isso, tanto suas vias aferentes como eferentes quando no so homolaterais, sofrem duplo cruzamento. A leso de um hemisfrio cerebelar ter sintomatologia do mesmo lado.

    1. Conexes Aferentes

    Terminam no crtex como:

  • Neuroanatomia Elaborado por Agnes Neves Santos, acadmica de medicina 2009.2

    Pgina 38

    Fibras trepadeiras: originam-se no complexo olivar inferior e distribuem-se por todo o crebro.

    Fibras musgosas: originam-se nos ncleos vestibulares, na medula espinhal ou nos ncleos pontinos.

    1.1. Fibras aferentes de origem vestibular

    Origem: ncleos vestibulares

    Via: fascculo vestbulo-cerebelar

    Destino: arquicerebelo e vrmis

    Informao: sobre posio da cabea, importante para a manuteno do equilbrio e da postura bsica.

    1.2. Fibras aferentes de origem medular

    Origem: medula

    Vias:

    Trato espino-cerebelar anterior: penetra no cerebelo pelo pednculo cerebelar superior. So fibras ativadas pelos sinais motores que chegam medula pelo trato crtico-espinhal. Impulsos originados no tronco e membros inferiores.

    Trato espino-cerebelar posterior: penetra no cerebelo pelo pednculo cerebelar inferior. Recebe sinais sensoriais originados em receptores proprioceptivos, o que lhe permite avaliar o grau de tenso dos msculos, a tenso em cpsulas articulares e tendes, e as posies e velocidade do movimento. Impulsos originados no tronco e membros inferiores.

    Trato cuneo-cerebelar: penetra no cerebelo pelo pednculo cerebelar inferior. A chegam os impulsos proprioceptivos do pescoo e membros superiores.

    Destino: crtex do paleocerebelo

    OBS.: Os impulsos que chegam no cerebelo no se tornam conscientes.

    1.3. Fibras aferentes de origem pontina

    Origem: ncleos pontinos

    Vias: penetram no cerebelo pelo pednculo cerebelar mdio

    Destino: crtex do neocerebelo

  • Neuroanatomia Elaborado por Agnes Neves Santos, acadmica de medicina 2009.2

    Pgina 39

    2. Conexes Eferentes

    Atravs destas, o cerebelo exerce influncia sobre os neurnios motores da medula. As fibras eferentes do cerebelo saem dos trs ncleos centrais.

    2.1. Conexes eferentes da zona medial

    Ambas controlam musculatura axial e proximal dos membros, no sentido de manter o equilbrio e a postura.

    2.2. Conexes eferentes da zona intermdia

    2.3. Conexes eferentes da zona lateral

    Ncleo denteado > tlamo contralateral: reas motoras do crtex cerebral (via dento-tlamo-cortical) > trato crtico-espinhal > neurnios motores.

    Age sobre a musculatura distal, responsvel por movimentos delicados.

  • Neuroanatomia Elaborado por Agnes Neves Santos, acadmica de medicina 2009.2

    Pgina 40

    Funes do cerebelo

    Coordenao da movimentao ocular (rea vermiana), conexo vestibular Manuteno do equilbrio e da postura: arquicerebelo e zona medial (vrmis) Tnus muscular: zona medial Coordenao: zona lateral e intermdia, hemisfrios cerebelares Correo dos movimentos Planejamento motor: as fibras trepadeiras estimulam as clulas de Purkinje

    O ncleo denteado ligado ao planejamneto motor e ativado antes do incio do movimento. J o ncleo interpsito ligado correo do movimento e s ativado depois que este se inicia.

    OBS.: Em movimentos muito rpidos, atua apenas a zona lateral, pois no h tempo de a zona intermdia receber informaes sensoriais que lhe permitam corrigir o movimento.

    Disfunes cerebelares

    Ataxia: incoordenao dos movimentos. Falta de coordenao dos movimentos voluntrios, decorrentes de erros de fora, direo e extenso do movimento

    Marcha atxica: marcha instvel, na qual o paciente tende a andar com a base alargada Dismetria: incapacidade de atingir um alvo na ausncia de fraqueza muscular Disdiadococinesia: dificuldade de realizar movimentos rpidos e alternados Decomposio: movimentos complexos so realizados em etapas sucessivas por cada

    uma das articulaes, os movimentos so decompostos Rechao: inccordenao parada de um movimento Tremor intencional: tremor acentuado ao final do movimento Nistagmo: movimento oscilatrio e rpido dos olhos

    OBS.: O cerebelo pode ser retirado e o paciente continuar vivo, perdendo apenas algumas funes motoras.

    Leses no Cerebelo

    Ataxia: incoordenao dos movimentos Perda do equilbrio Hipotonia: diminuio do tnus

    1.1. Sndrome do Arquicerebelo

    Ocorre com freqncia com crianas menores de 10 anos Perda do equilbrio Com o paciente deitado, a coordenao dos movimentos normal

    1.2. Sndrome do Paleocerebelo

    Perda de equilbrio Marcha atxica (com base alargada) Ataxia dos membros inferiores

    1.3. Sndrome do neocerebelo

    Incoordenao motora o Dismetria, disdiadococinesia, decomposio dos movimentos etc.

  • Neuroanatomia Elaborado por Agnes Neves Santos, acadmica de medicina 2009.2

    Pgina 41

    2.1.. Leso do vrmis

    Perda de equilbrio Alargamento da base de sustentao Alteraes na marcha

    2.2. Leso dos hemisfrios

    Manifestam-se nos membros do lado lesado (homolateral) Sintomatologia cerebelar relacionada

    o Dismetria o Disdiadococinesia o Tremor intencional o Decomposio de movimentos o Rechao o Nistagmo

    DIENCFALO

    Componentes:

    Tlamo Hipotlamo Epitlamo Subtlamo

    III Ventrculo

    Parede anterior: lmina terminal

    Parede posterior: epitlamo

    Tecto: estrias medulares do tlamo e tela coride

    Assoalho: quiasma ptico

    O III ventrculo uma cavidade no diencfalo, mpar, que se comunica com o IV ventrculo pelo aqueduto cerebral e com os ventrculos laterais pelos respectivos forames interventriculares. Unindo os dois tlamos observa-se freqentemente uma estrutura formada por substncia cinzenta, a aderncia intertalmica, que aparece apenas seccionada.

    No assoalho do III ventrculo encontra-se, de anterior para posterior, as seguintes formaes: quiasma ptico, infundbulo, tber cinreo e corpos mamilares, pertencentes ao hipotlamo.

    A parede posterior do ventrculo, muito pequena, formada pelo epitlamo, que se localiza acima do sulco hipotalmico. Saindo de cada lado do epitlamo e percorrendo a parte mais alta das paredes laterais, h um feixe de fibras nervosas, as estrias medulares do tlamo, onde se insere a tela coriide, que forma o tecto do III ventrculo. A partir da tela coriide, invaginam-se na luz ventricular, os plexos coriides do III ventrculo, que se dispem em duas linhas paralelas e so contnuos, atravs dos respectivos forames interventriculares, com os plexos coriides dos ventrculos laterais.

    A parede anterior do III ventrculo formada pela lmina terminal, fina lmina de tecido nervoso, que une os dois hemisfrios e dispem-se entre o quiasma ptico e a comissura anterior.

  • Neuroanatomia Elaborado por Agnes Neves Santos, acadmica de medicina 2009.2

    Pgina 42

    A comissura anterior, a lmina terminal e as partes adjacentes das paredes laterais do III ventrculo pertencem ao telencfalo. A luz do III ventrculo se evagina para formar quatro recessos na regio do infundbulo:

    Recesso do infundbulo, acima do quiasma ptico; Recesso ptico; Recesso pineal, na haste da glndula pineal; Recesso suprapineal, acima do corpo pineal.

    OBS.: Quando o crebro seccionado no plano sagital mediano, as paredes laterais do III ventrculo so expostas amplamente; verifica-se ento a existncia de uma depresso, o sulco hipotalmico, que se estende do aqueduto cerebral at o forame interventricular. As pores da parede, situadas acima deste sulco, pertencem ao tlamo; e as situadas abaixo, pertencem ao hipotlamo. Tlamo

    O tlamo, com comprimento de cerca de 3cm, compondo 80% do diencfalo, consiste em duas massas ovuladas pareadas de substncia cinzenta, organizada em ncleos, com tratos de substncia branca em seu interior. Em geral, uma conexo de substncia cinzenta, chamada massa intermdia ou aderncia intertalmica, une as partes direita e esquerda do tlamo. (Uma parcela da populao no apresenta a aderncia intertalmica).

    A extremidade anterior de cada tlamo apresenta uma eminncia, o tubrculo anterior do tlamo, que participa da delimitao do forame interventricular. A extremidade posterior, consideravelmente maior que a anterior, apresenta uma grande eminncia, o pulvinar, que se projeta sobre os corpos geniculados lateral e medial. O corpo geniculado medial faz parte da via auditiva, e o lateral da via ptica, e ambos so considerados por alguns autores como uma diviso do diencfalo denominada de metatlamo.

    A poro lateral da face superior do tlamo faz parte do assoalho do ventrculo lateral, sendo revestido por epitlio ependinrio (epitlio que reveste esta parte do tlamo e denominada lmina fixa). A poro medial do tlamo forma a parede lateral do III ventrculo, cujo tecto constitudo pelo frnix e pelo corpo caloso, formaes telenceflicas. A face lateral do tlamo separada do telencfalo pela cpsula interna, compacto feixe de fibras que ligam o crtex cerebral a centros nervosos subcorticais. A face inferior do tlamo continua com o hipotlamo e o subtlamo.

    OBS.: A cpsula interna separa o tlamo (diencfalo) do telencfalo. Os ncleos talmicos podem ser divididos em cinco grupos:

    Grupo Anterior: relacionado com o sistema lmbico, ora pois, com o comportamento emocional.

    Grupo Posterior: o Pulvinar: sem funes definidas o Corpo geniculado medial: rea auditiva o Corpo geniculado lateral: rea visual

    Grupo Lateral o Ncleo ventral anterior: motricidade somtica o Ncleo ventral lateral: cerebelo-tlamo-cortical, reas motoras o Ncleo ventral pstero-lateral: sensibilidade do corpo o Ncleo ventral pstero-medial: sensibilidade da face

    Grupo Mediano e Grupo medial : ativadores inespecficos, relacionam-se com o sono e viglia.

    OBS.: As leses se apresentam contralaterais.

  • Neuroanatomia Elaborado por Agnes Neves Santos, acadmica de medicina 2009.2

    Pgina 43

    Hipotlamo

    O hipotlamo parte do diencfalo e se dispe nas paredes do III ventrculo, abaixo do sulco hipotalmico, que separa o tlamo. uma rea relativamente pequena do diencfalo, situada abaixo do tlamo, com funes importantes principalmente relacionadas atividade visceral. Apresenta algumas formaes anatmicas visveis na face inferior do crebro: o quiasma ptico, o tber cinreo, o infundbulo e os corpos mamilares.

    Corpos mamilares: so duas eminncias arredondadas de substncia cinzenta evidentes

    na parte anterior da fossa interpeduncular. Quiasma ptico: localiza-se na parte anterior do assoalho ventricular. Recebe fibras

    mielnicas do nervo ptico, que ai cruzam em parte e continuam nos tratos ptico que se dirigem aos corpos geniculados laterais, depois de contornar os pednculos cerebrais.

    Tber cinreo: uma rea ligeiramente cinzenta, mediana, situada atrs do quiasma e do trato ptico, entre os corpos mamilares. No tber cinreo prende-se a hipfise por meio do infundbulo.

    Infundbulo: uma formao nervosa em forma de um funil que se prende ao tber cinreo, contendo pequenos prolongamentos da cavidade ventricular, o recesso do infundbulo. A extremidade superior do infundbulo dilata-se para constituir a eminncia mediana do tber cinreo, enquanto a extremidade inferior continua com um processo infundibular, ou lobo nervoso da hipfise. A hipfise esta contida na sela trcica do osso occipital.

    Funes do Hipotlamo:

    Controle do sistema nervoso autnomo; Regulao da temperatura corporal; Regulao do comportamento emocional; Regulao do sono e da viglia; Regulao da ingesto de alimentos; Regulao da ingesto de gua; Regulao da diurese; Regulao do sistema endcrino; Gerao e regulao de ritmos circadianos.

    DIVISO DO HIPOTLAMO EM REGIES:

    Quiasmtica ou supra-ptica o Ncleo supra-ptico o Paraventricular o Supraquiasmtico

    Tuberal o Dorso-medial o Ventromedial o Tuberal

    Mamilar o Mamilares o Hipotalmico posterior

    O Frnix corta o hipotlamo no plano sagital dividindo-o em duas pores laterais e

    uma medial, terminando nos corpos mamilares.

  • Neuroanatomia Elaborado por Agnes Neves Santos, acadmica de medicina 2009.2

    Pgina 44

    DIVISO DO HIPOTLAMO EM NCLEOS:

    Hipotlamo anterior o Controla o sistema nervoso parassimptico o Centro da perda de calor

    Hipotlamo posterior o Controla o sistema nervoso simptico o Centro da conservao de calor o Relaciona-se com a viglia

    Hipotlamo lateral o Centro da fome o Centro da sede

    Hipotlamo ventromedial o Centro da saciedade

    Ncleos supra-ptico e paraventricular o Regulao a diurese atravs da secreo de ADH o Regulao da secreo/liberao de ocitocina

    Ncleos supraquiasmticos o Regulao dos ritmos circadianos

    Subtlamo Compreende a zona de transio entre o diencfalo e o tegumento do mesencfalo. Sua visualizao melhor em cortes frontais do crebro. Localizao:

    Limite lateral: cpsula interna Limite medial: hipotlamo Limite superior: tlamo

    O subtlamo apresenta formaes de substncia branca e cinzenta, sendo a mais importante

    o ncleo subtalmico. Leses no ncleo subtalmico provocam uma sndrome conhecida como hemibalismo, caracterizada por movimentos involuntrios e anormais das extremidades.

    Epitlamo

    Limita posteriormente o III ventrculo, acima do sulco hipotalmico, j na transio com o mesencfalo. Seu elemento mais evidente a glndula pineal, glndula endcrina de forma piriforme, mpar e mediana, que repousa sobre o tecto mesenceflico. A base do corpo pineal se prende anteriormente a dois feixes transversais de fibras que cruzam um plano mediano, a comissura posterior e a comissura das habnulas, entre as quais penetra na glndula pineal um pequeno prolongamento da cavidade ventricular, o recesso pineal. Portanto, o epitlamo formado por:

    Trgono da Habnula rea triangular na extremidade posterior da tnia do tlamo junto ao corpo pineal.

    Corpo Pineal uma estrutura semelhante a uma glndula, de aproximadamente 8 mm de comprimento, que se situa entre os colculos superiores. Embora seu papel fisiolgico ainda no esteja completamente esclarecido, a glndula pineal secreta o hormnio melatonina, sendo assim, uma glndula endcrina. A melatonina considerada a promotora do sono e tambm parece contribuir para o ajuste do relgio biolgico do corpo e ter ao anti-gonadotrpica.

  • Neuroanatomia Elaborado por Agnes Neves Santos, acadmica de medicina 2009.2

    Pgina 45

    Comissura Posterior um feixe de fibras arredondado que cruza a linha mediana na juno do aqueduto com o terceiro ventrculo anterior e superiormente ao colculo superior. Marca o limite entre o mesencfalo e diencfalo.

    SISTEMA LMBICO Sentimento: sensao consciente de uma emoo particular.

    Crtex cerebral, giro do cngulo, lobo frontal Estado emocional: sensao fsica de uma emoo particular.

    Amgdala, hipotlamo, tronco enceflico SEQUNCIA EMOCIONAL 1. avaliao inconsciente: benfico X malfico 2. resposta perifrica 3. experincia consciente: raiva, medo, prazer, euforia REAS ENCEFLICAS RELACIONADAS EMOO

    Hipotlamo: coordena a expresso perifrica emocional Lobo lmbico: giro do cngulo, giro parahipocampal, hipocampo, giro denteado Sistema lmbico = lobo lmbico + hipotlamo, rea septal (prazer), crtex rbito-frontal

    e amgdala Diencfalo: responsvel pelo estado emocional. Circundando o diencfalo, esto as

    reas responsveis pelo comportamento emocional Tronco enceflico: esto localizados vrios ncleos de nervos cranianos, viscerais ou somticos, alm de centros viscerais como o respiratrio e o vasomotor. Deste modo, o papel do tronco enceflico principalmente efetuador, agindo basicamente na expresso das emoes. Hipotlamo: tem como funo a regulao dos processos motivacionais e dos fenmenos emocionais. Ao que parece, o hipotlamo tem um papel preponderante como coordenador das manifestaes perifricas das emoes. Tlamo: o ncleo dorsomedial liga-se ao crtex da rea pr-frontal ao hipotlamo e ao sistema lmbico. Os ncleos anteriores ligam-se ao corpo mamilar e ao crtex do giro do cngulo, fazendo parte de circuitos do sistema lmbico. As suas funes dependem dessas ligaes. rea pr-frontal (parte no motora do lobo frontal): participao no controle do comportamento emocional. Sistema lmbico: na face medial de cada hemisfrio cerebral observa-se um anel cortical contnuo, constitudo pelo giro do cngulo, giro parahipocampal e hipocampo (o grande lobo lmbico). Esse sistema est relacionado fundamentalmente com a regulao dos processos emocionais e do sistema nervosos autnomo constitudo pelo lobo lmbico e pelas estruturas subcorticais a ele relacionadas. Componentes corticais:

    Giro do cngulo Giro para-hipocampal Hipocampo

  • Neuroanatomia Elaborado por Agnes Neves Santos, acadmica de medicina 2009.2

    Pgina 46

    Componentes subcorticais: Corpo amigdalide rea septal Ncleos mamilares Ncleos anteriores do tlamo Ncleos habenulares

    Conexes do Sistema Lmbico

    1. Conexes Intrnsecas: circuito de Papez; do circuito ao corpo amigdalide e rea septal; e desses ltimos dois reciprocamente. 2. Conexes Extrnsecas: as conexes com os diversos setores do SNC, destacando-se as conexes recprocas (aferentes e eferentes) com o hipotlamo.

    Conexes aferentes: as emoes so desencadeadas pela entrada do SNC de determinadas informaes (sensoriais, visuais, auditivas, somestsicas ou olfatrias)

    Conexes eferentes: atravs delas o sistema participa dos mecanismos efetuadores que desencadeiam o componente perifrico