Caderno de orientacoes-historias_classicas

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CADERNO DE ORIENTAÇÕES HISTÓRIAS CLÁSSICAS

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C A D E R N O D E O R I E N T A Ç Õ E S

HISTÓRIASCLÁSSICAS

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Por que ler histórias clássicas?

A escola que temos e a escola que queremos

om grande facilidade as práticas presentes nas escolas são criticadas. Dependendo do assunto, a escolapassa de salvadora a vilã. De maneira geral, a crítica mais corrente é a de que ela está ultrapassada, traba-

lha de forma desatualizada e não corresponde às expectativas das crianças. Será mesmo? As críticas não surgemdo nada, alguma base elas têm, mas vale pensar mais detidamente e tentar separar o joio do trigo, para poderdar respostas concretas e práticas aos problemas. A primeira questão a se pensar é: o que da escola vale a penamanter e o que deve ser transformado? Sem sombra de dúvida, o que deve ser não apenas mantido, mas po-tencializado, é o papel da escola como espaço democrático de acesso ao conhecimento e à formação de leitores.

Democrático aqui deve ser compreendido como espaço onde todos podem aprender. Se não for na escola,onde isso será possível? Sem esse investimento reproduziremos o de sempre: aqueles com possibilidade dereceber essa formação em casa têm a chance de aproveitar muito mais as oportunidades da contemporaneida-de; os que não tiverem, esses correm o risco de não aproveitarem as oportunidades que são dadas.

Mas por que falar sobre isso com crianças tão pequenas? Justamente por essa razão. A consciência e a criaçãode condições e oportunidades devem começar muito cedo. Nesse período de escolaridade inicial, propício àintrodução e criação de vínculos com o conhecimento e a leitura, é que essas questões devem ser enfrentadas.Depois, pode ser tarde.

A escola é o lugar ideal para oferecer a todos essa oportunidade. Pode e deve funcionar como um espaço de acesso econtraponto inteligente ao mundo dinâmico que se caracteriza cada vez mais pela rapidez de informações. Criar con-dições para ter a calma necessária para aprender em uma sociedade acelerada é uma contribuição relevante.

Em vez de ficar se defendendo e justificando as críticas sobre sua obsolescência, a escola deve achar seu lu-gar na sociedade atual sem concorrer com as tantas ofertas tecnológicas e dinâmicas. O desafio é afirmarsua identidade dialogando com esses novos recursos sem tentar se confundir ou lutar contra eles. Há lugarpara videogame, televisão e livros de literatura: eles podem ser complementares. É só oferecer às criançasbons momentos literários.

Escutar e ler os clássicos desde muito cedo

Quando se consegue conquistar uma criança pequena para a leitura e estimulá-la a querer cada vez aprendermais, estamos criando a possibilidade de registrar em sua memória mais tenra uma experiência importante, quepromete ser estruturante, na criação de vínculo com narrativas, e, consequentemente, com o conhecimento.

Explorar, com qualidade e competência, a identidade característica da escola pode ser um grande diferencial. Ecomo isso pode ser realizado? Por exemplo, lendo histórias clássicas para as crianças. Um professor e um grupode crianças configuram um ambiente propício, um terreno fértil para a formação de leitores. Mas, para isso,um dos ingredientes principais é a seleção de bons livros. Nessa receita, histórias clássicas não podem faltar,pela simples razão de que já foram selecionadas culturalmente por inúmeras gerações e perduraram por suaqualidade. É tiro certeiro, pois são um patrimônio acumulado ao longo de séculos, que não envelhecem.São livros que podem ser lidos em qualquer época e qualquer idade, são eternos e se renovam.

Ver:Caderno deestudos

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As histórias clássicas permitem a construção de um repertório literário compartilhado, que ao longo da vidafunciona como referência cultural. Oferecem vantagens interessantes, como a possibilidade deconhecer histórias que lidam com a totalidade de uma situação, em que há uma organização temporal e hierár-quica entre os acontecimentos. Além do mais, essas histórias tradicionais exploram conteúdos de extremointeresse para as crianças, como medos, anseios, abandono, crescimento, engano, o bem e o mal etc.

Em geral, as histórias clássicas já fazem parte do repertório de leitura para as crianças pequenas. Muito provavel-mente elas até já conhecem algumas das histórias mais tradicionais. Excelente: quanto mais conhecida, melhor.A partir do que já sabem, torna-se possível promover atividades que permitam abordar diferentes aspectospresentes no texto, que ficam invisíveis para as crianças, se não são abordados intencionalmente.

Este Caderno de orientações apresenta possibilidades de trabalho para uma história muito conhecida:Chapeuzinho Vermelho. Em geral, as crianças sabem quem é este personagem e sabem algo sobre este conto.Por isso mesmo, permite a transposição do texto para uma representação, bem como colocar especial atenção naentonação e intenção da fala dos diferentes personagens. Permite entrar em um texto conhecido e destrincharsuas características. Essas são propostas que pretendem ampliar a maneira como se costuma trabalhar oscontos tradicionais.

As histórias clássicas

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O s dois livros escolhidos para este Caderno de orientações contêm histórias clássicas. Chamamos dehistórias clássicas aquelas que persistem no tempo, passam de geração em geração, tornam-se ines-

quecíveis e ficam na nossa memória individual e coletiva. Essas histórias carregam consigo traços culturais, elastêm origem na tradição oral e só vieram a ser escritas depois. As histórias clássicas sobrevivem ao tempo, tra-tam de temas que são universais, como o medo, a amizade, o perigo e muitos outros. Por isso, parecem estarsempre atualizadas, apesar de criadas e escritas há muito tempo.

Diversos autores que escreveram essas histórias tornaram-se clássicos: Esopo, Jean de La Fontaine, Charles Per-rault, Jacob e Wilhelm Grimm, Hans Christian Andersen. Alguns deles fazem parte deste Caderno de orientações.

Chapeuzinho VermelhoDe Charles Perrault, ilustrado por Elizabeth Teixeira.In: Contos de Perrault. Traduzido por Fernanda Lopes de Almeida.São Paulo: Editora Ática, 2006.

Assim como a maioria dos contos de fada, Chapeuzinho Vermelho tem algumas versões: uma primeira históriaoral, uma segunda história que foi transcrita por Charles Perrault, uma terceira dos irmãos Jacob e WilhelmGrimm, e uma quarta de Christian Andersen. Outras versões foram escritas, mas já são adaptações das histó-rias desses autores.

Nesse livro, encontramos nove contos de Charles Perrault, dentre eles, a primeira versão literária de Chapeuzi-nho Vermelho, datada de 1697. Uma história tão antiga, por que será que sobrevive depois de mais de três sé-culos? Porque, sem dúvida, retrata um fiel conto infantil: trata-se de uma história que traz uma advertência –“tomar cuidado com o lobo” (o que pode ser encontrado em outros contos, como “tomar cuidado com a bru-xa” etc.) – e também narra “o perigo de se atravessar o bosque”. Sabemos que hoje em dia as crianças não estãomais ameaçadas por esse tipo de situação, mas continuam sujeitas a outras ameaças, reais ou imaginárias. Portratarem de sentimentos universais, como o medo, o desejo de transgressão e a busca pela felicidade, os con-tos de fada continuam atuais.

Na versão dos irmãos Grimm, Chapeuzinho e sua avó são salvas por um caçador e o lobo recebe um grandecastigo. Já nessa versão de Perrault, o desfecho é diferente. Não há caçadores, a menina não consegue se salvar,tampouco a avó: elas são enganadas e comidas pelo lobo. Outra diferença é que a advertência dos perigos dolobo não é dada pela mãe da menina (como acontece, por exemplo, na versão dos irmãos Grimm), mas está emforma de “moral da história”, e nesse livro aparece sob a forma de um poema logo após o término do conto.

Essa história, tal como nas demais versões clássicas, traz diversos diálogos que atraem as crianças, porque têmuma estrutura repetitiva. O diálogo entre Chapeuzinho e o Lobo favorece memorização e leitura autônoma.

O Príncipe SapoDe Jacob e Wilhelm Grimm, ilustrado por Nilesh Mistry.In: Volta ao mundo em 52 histórias. Narrado por Neil Philip e traduzido por Hildegard Fiest.São Paulo: Companhia das Letrinhas, 1998.

Sobre os livros

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Nesse livro, como o próprio título indica, encontramos 52 histórias de tradição oral que têm origem em culturasdiversas. Dentre elas, o conto O Príncipe Sapo, na versão dos irmãos Grimm. Esse conto trata da jovem prin-cesa que, em um momento de “desespero”, promete beijar um sapo para ter de volta sua bola de ouro perdi-da no fundo de um poço. A princesa tem de cumprir sua palavra, mas não consegue porque sente muito nojodo animal. Contrariada, convive com ele em seus aposentos, sob as ordens do rei, seu pai. Em um momentode fúria, acaba por livrá-lo de um terrível feitiço: ao jogá-lo contra a parede, ele se transforma em um belopríncipe com quem ela se casa.

O que há em comum nas duas histórias?

São contos de fada e se caracterizam por trazer “lições de vida” e por representarem a natureza humana; afinal,ambos tratam de conflitos universais: o medo, o perigo e a desobediência (Chapeuzinho Vermelho), e opreconceito, a falsidade e o valor da palavra dada (O Príncipe Sapo).

Vamos observar algumas características comuns presentes na estrutura dessas histórias:

1. Há personagens de ficção como o príncipe, a bruxa, os heróis e as heroínas;2. Há regularidade na construção dos personagens: as princesas são sempre belas, já a bruxa e o lobo, maus efeios;3. Apresentam uma estrutura narrativa típica dos contos: as histórias começam com uma apresentação daspersonagens, seguida de um conflito e um desfecho;4. Há presença de elementos mágicos: animais que falam, um feitiço que causou um mal;5. Há narração de fatos possíveis de acontecer, juntamente com acontecimentos fantásticos: “(...) Um dia –plaft! – a bola caiu no poço, e a princesa se pôs a chorar. ‘Qual é o problema?’, uma voz esquisita perguntou.A moça olhou em torno, mas só viu um sapo. ‘Ora, é você!, exclamou, enojada...’ “ (O Príncipe Sapo);6. Há comunicação de intenções (sentimentos, pensamentos e emoções): “(...) ‘Estou exausto’, disse ele, depois de enchera barriga. ‘Vamos dormir?’” (O Príncipe Sapo); “Muito bem – disse o lobo – quero ir visitá-la também. Eu vou poreste caminho aqui e você por aquele caminho lá. Vamos apostar quem chega primeiro?” (Chapeuzinho Vermelho);7. Os autores utilizam adjetivos e descrições para apresentar as características dos personagens, por exemplo:“Era uma vez uma pequena camponesa, a mais bonita que se possa imaginar”.(Chapeuzinho Vermelho); “Hámuitos e muitos anos um rei vivia feliz com sua linda filha num castelo perto de um bosque”.(O Príncipe Sapo);8. São utilizados diversos marcadores temporais: há muitos e muitos anos, no dia seguinte, à noite, em seguida,pouco depois;9. Os verbos estão no passado: “Ele se jogou sobre a pobre mulher e a devorou rapidinho, pois fazia mais detrês dias que não comia”. (Chapeuzinho Vermelho);10. As narrativas são em terceira pessoa: “À noite, quando jantava com seu pai, a princesa ouviu uma batidana porta”. (OPríncipe Sapo) Isso, apesar de haver nos diálogos o discurso direto: “Vovó, que braços grandes asenhora tem!”;11. Há presença da linguagem literária. Há forte intencionalidade estética na linguagem utilizada, uma vez que,quando escritas, as narrativas orais assumem a forma literária na qual a escolha das palavras é intencional,construindo um texto rico em significados que transmite de forma expressiva ideias e sentimentos:“O cocheiro era um velho criado do príncipe que, após a transformação de seu amo, pedira ao ferreiro que

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prendesse seu coração com três aros de ferro para que não se despedaçasse. Agora estava que não cabia em side felicidade”. (O Príncipe Sapo);12. Pode-se observar o valor da pontuação para diferenciar a narração em terceira pessoa do diálogo: “Vovó,que dentes grandes a senhora tem!” / “É para te comer” / “E dizendo essas palavras, o malvado lobo jogou-sesobre Chapeuzinho Vermelho e comeu-a.”;13. Há transmissão de valores culturais, sociais e morais: “‘Quem era, filhinha?’, o rei perguntou. / ‘Apenas umsapo nojento.’/ ‘E o que ele queria?’/ ‘Queria jantar com a gente... Imagine...’ / ‘Como assim? Você o convidou? /‘Bem... sabe...’, a princesa explicou. ‘Ontem minha bola de ouro caiu no poço e ele foi buscá-la. Mas antes mefez prometer que eu seria sua amiga. Nunca pensei que tivesse a ousadia de vir aqui...’ / ‘Então, você precisacumprir a promessa, minha filha!’”.

Em relação às ilustrações nas narrativas, podemos destacar que:

1. As ilustrações de Elizabeth Teixeira, no livro Contos de Perrault, apresentam tantos detalhes da narrativa,quanto uma das cenas principais que compõem o conto (encontro da Chapeuzinho com o Lobo), reforçando oque o texto conta. As imagens são coloridas e possuem traços leves;2. As ilustrações de Nilesh Mistry, no livro Volta ao mundo em 52 histórias, apresentam imagens que represen-tam detalhes de diferentes cenas da história. O livro tem uma peculiaridade que é a presença de fotos acompa-nhando textos informativos nas laterais das páginas, sobre curiosidades ou fatos históricos presentes nas histó-rias. Na página do conto O Príncipe Sapo há a foto de um poço em meio a uma possível floresta.

As atividades aqui desenvolvidas são referências para a exploração de livros com histórias clássicas. O textoChapeuzinho Vermelho serviu de referência para a elaboração das propostas apresentadas a seguir. Nas atividadesdeste Caderno de orientações, você também usará o livro de madeira. Contudo, você pode experimentar omesmo tipo de atividade com outros livros que possuam a mesma estrutura. Este Caderno de orientações éum convite para que você coloque em jogo seus conhecimentos, ampliando-os com as sugestões apresentadas.É por essa razão que já indicamos, neste texto, outro livro que compõe o acervo enviado junto com este material.Bom trabalho!

LembreteSabemos que, quando gostam de uma história, as crianças pedem para que ela seja lida e relida diver-sas vezes. Por isso, não hesite em contar várias vezes a mesma história. A formação de futuros leitores sedará no equilíbrio de experiências em que eles possam ler e escutar histórias por puro prazer – des-frutando de literatura de qualidade – com outros momentos em que possam aprofundar conheci-mentos sobre o texto. Portanto, o desafio está em não transformar a leitura de histórias numa ativida-de mecânica. Assim, procure garantir a leitura por prazer, de maneira independente das atividadescom foco no texto. Este Caderno de orientações apresenta um roteiro de trabalho que não deve serescolarizado, mas, ao contrário, servir de instrumento para que as crianças façam uma viagem pelomundo da literatura e do conhecimento.

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Atividade 1 Comentar o conto

Atividade 2 Recuperar a sequência da história

Atividade 3 Conversar sobre as intenções e as falas dos personagens

Atividade 4 Memorizar as falas dos personagens

Atividade 5 Representar parte da história

Atividade 6 Caracterizar os personagens da história

Atividade 7 Treinar a entonação dos diálogos

Atividade 8 Ensaiar e apresentar o teatro

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Sumário

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Atividade 1

professor apresenta o livro Contos de Perrault e chama a atençãopara as características próprias de um livro com vários contos.

Apresenta o índice e realiza, na frente das crianças, uma prática comumentre os leitores: localizar, no índice, em qual página está o contoChapeuzinho Vermelho que será lido. Conversa com as crianças sobre oque sabem dessa história. Depois de ler, convida as crianças a compararas diferentes versões conhecidas da história.

Roteiro de trabalho

PreparaçãoLer o conto para preparar sua leitura em voz alta.

Organização do espaço e das criançasEssa é uma atividade coletiva. As crianças podem estar organizadas confortavelmente, na sala ou em outroespaço, para escutar a história e falar sobre ela.

Orientações para o professor Apresentar o livro Contos de Perrault, ler o título e o nome da autora e contar que esse é um livro de

contos. Folhear o livro, mostrar às crianças o texto dos contos e ler seus títulos.

Mostrar o índice e explicar que ali está escrito o título de todos os contos do livro e procurar na frente das crianças emqual página está a história da Chapeuzinho Vermelho. Você pode dizer: “Nesta página do livro há um índice. Alguémsabe o que é um índice? Nele tem uma lista com os títulos dos contos deste livro e o número da página em que seencontram. Vou ler para vocês um conto que se chama Chapeuzinho Vermelho. Vamos ver em qual página está?”

Perguntar se as crianças já conhecem essa história propor que falem sobre o que conhecem do conto. Para essaconversa você pode perguntar: “Onde acontece esse conto? Quem são os personagens? Como começa a história? Ondea Chapeuzinho se encontra com o Lobo? O que o Lobo propõe para a menina? Como termina a história?”

Compartilhar com as crianças que irá anotar em um cartaz as informações que elas recordarem do conto.

Anunciar que irá ler a história e dizer que depois irão conversar sobre ela, comparando-a com outras versõesque conhecem. Você pode dizer: “Vou ler essa história e depois vamos conversar sobre ela. Será que nessa históriao Lobo consegue comer a Chapeuzinho? Vamos ler para descobrir?”

Escutar a leiturado conto.

Retomaracontecimentose características deum conto conhecido.

O que as criançaspodem pensar,dizer e fazer.

Comentar o conto

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Ler o livro até o final e perguntar o que tem de diferente e de parecido nessa história em relação às outras versõesque conhecem. Retomar o cartaz com as informações que recordaram do conto antes de sua leitura.

Comentar que essas mudanças acontecem porque esse é um conto que foi contado por muitas pessoasantes de virar um texto escrito e por isso há versões diferentes.

O que as crianças podem aprender Ao ler histórias clássicas às crianças, favorece-se que conheçam contos que fazem parte da cultura universal.

Ao propor que as crianças retomem o que conhecem sobre o conto antes de ler, e depois comparar o contolido com outras versões conhecidas, favorece-se que aprendam sobre o que há de parecido e o que há de dife-rente nas diferentes versões (os espaços, os objetos, os personagens etc.).

O que mais é possível fazer Você pode dar continuidade à apresentação do conto convidando as crianças a escutarem e conversarem sobre a

moral da história Chapeuzinho Vermelho, que nesse livro vem em forma de poema no final do conto.

O que é possível fazer em casaVocê pode sugerir que as crianças contem a história de Chapeuzinho Vermelho que escutaram e perguntem seseus familiares já a conheciam.

Reconhecer diferençase semelhançasentre versões deum mesmo conto.

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Atividade 2

professor apresenta às crianças cartelas de ilustrações por meiodas quais a história Chapeuzinho Vermelho pode ser recontada e

representada por meio da organização de cenários e personagens.Depois, propõe às crianças que, à medida que forem lendo a história,elas a representem fazendo uso desse material.

Roteiro de trabalho

PreparaçãoSeparar as cartelas (as duas cartelas com cenário e os personagens do conto Chapeuzinho Vermelho). Marcarno livro Contos de Perrault as cenas do conto que solicitará que as crianças representem: diálogo entre Mãe eChapeuzinho; encontro do Lobo e Chapeuzinho na floresta; diálogo entre Lobo e Vovozinha e diálogo doLobo com a Chapeuzinho.

Organização do espaço e das criançasEssa atividade deve ser realizada em pequenos grupos. Você pode organizar a turma de forma que,enquanto dá atenção especial a um grupo, as demais crianças realizem outra atividade que tenhamcondições de fazer sozinhas (por exemplo, brincar com jogos conhecidos). Ao longo de alguns dias, você faráessa mesma proposta de forma a atender cada grupo separadamente.

Orientações para o professor Sentar com as crianças em roda e explicar a atividade. Você pode dizer: “Hoje, teremos uma atividade em que

cada grupo vai fazer uma proposta diferente. Alguns terão jogos para brincar e um único grupo sentará comigo pararepresentar a história da Chapeuzinho Vermelho utilizando essas cartelas”. Nesse momento, você pode mostrar ascartelas para todas as crianças e dizer que nos pequenos grupos elas poderão conhecer melhor esse material.

Explicar às crianças, já no pequeno grupo, que elas irão acompanhar a história Chapeuzinho Vermelho, repre-sentando-a. Contar que enquanto você lê o conto, elas vão representá-lo utilizando as cartelas. Você pode dizer:“Vou ler a história Chapeuzinho Vermelho e vocês vão representá-la, utilizando esses cenários e os personagens”.

Apresentar o material às crianças, mostrando seus cenários e os personagens. Propor às crianças que reconheçame denominem os personagens e as situações do conto relacionando esse material com a história que você leude Perrault. Deixar que explorem o material.

Explicar que enquanto você lê a história Chapeuzinho Vermelho, elas vão representá-la no cenário das cartelasusando os personagens. Combinar que cada criança do grupo ficará responsável por um personagem: “Agoravamos representar a história. Primeiro vocês vão escolher por qual personagem cada um vai ficar responsável.Enquanto eu leio a história, vocês irão colocar no cenário das cartelas os personagens de cada parte que vou contando”.

Recuperar a sequência da história

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Anunciar que irá começar a ler e que vai parar quando for o momento de elas montarem a cena.

Ler até a parte em que a Mãe de Chapeuzinho pede que ela leve os bolos e o pote de manteiga fresca para a Vovó.Explicar que vai esperar um pouco até que todos tenham montado a cena para continuar a leitura. Acompanhara produção das crianças. Caso haja algum equívoco, como, por exemplo, personagens fora do lugar, você podeproblematizar e fazer questões sobre a sequência da narrativa. Ou retomar o trecho da história.

Seguir com as mesmas orientações para as demais cenas da história.

Possíveis adaptaçõesCaso o desafio proposto nessa atividade se mostre difícil, você pode propor que as crianças representem apenasa parte da história em que Chapeuzinho Vermelho se encontra com o Lobo na floresta. Para essarepresentação, deixe que as crianças recuperem a história de memória.

Se o desafio proposto nessa atividade parecer muito fácil para algumas crianças, você pode sugerir queo grupo reconte a história representado-a sem o apoio de sua leitura.

O que as crianças podem aprender Ao pedir que as crianças representem a história com personagens e cenários, favorece-se a recuperação de

memória, a adaptação e a identificação da ordem e a razão dos acontecimentos na história.

Ao pedir que cada criança se responsabilize por um personagem da história, contribui-se para queadotem o ponto de vista de seu papel na narrativa e possam usar a linguagem própria de seu personagem.

O que mais é possível fazer Você pode deixar as cartelas com o cenário e os personagens à disposição das crianças em outros momentos

para que possam brincar com eles, compondo novos enredos ou criando novas representações da história.

O que as criançaspodem pensar,dizer e fazer.

Representar a cena,colocando ospersonagense o cenário referentea cada partelida do texto.

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O professor conversa com as crianças sobre as ações e intençõesdo Lobo em Chapeuzinho Vermelho, ressaltando as situações de

engano presentes na narrativa. Depois, pede que as crianças retomemas falas dos personagens da história pensando sobre a melhor formade fazer suas entonações.

Roteiro de trabalho

PreparaçãoEstudar e marcar as falas que aparecem no conto.

Organização do espaço e das criançasEssa é uma atividade coletiva, as crianças podem estar em roda.

Orientações para o professor Explicar às crianças que irão conversar sobre as falas, ações e intenções dos personagens de Chapeuzinho

Vermelho. Retomar como começa a história.

Perguntar às crianças quando o Lobo se encontra com Chapeuzinho pela primeira vez. Conversar comelas sobre a intenção do Lobo nessa parte da narrativa. Fazer perguntas ao grupo que levem as crianças acompreender como as intenções se revelam a partir das falas e ações dos personagens. Por exemplo: “Paraque o Lobo diz à Chapeuzinho o caminho que ela deve tomar?”

Conversar com as crianças sobre a parte da história em que o Lobo se encontra com a Vovó e osegundo momento em que Chapeuzinho o encontra. Fazer perguntas que ajudem a perceber as situaçõesde engano presentes na narrativa: “Para que o Lobo imita a voz da Chapeuzinho quando bate na porta dacasa da Vovó?”

Pedir que as crianças retomem as falas dos personagens da história para pensar em suas entonações: “Ago-ra que já sabemos que nessa história o Lobo engana a Vovozinha e a Chapeuzinho, vamos retomar os diálogosdo conto, na ordem em que aparecem no texto, para conversarmos sobre qual a melhor forma de expressaraquilo que está escrito no texto”. Caso as crianças não recordem alguma fala, você pode recorrer ao livro ereler o texto.

Pedir que as crianças pensem sobre como deve ser a entonação das falas dos personagens: “A Mãe de Cha-peuzinho está pedindo que ela leve o bolo e a manteiga para a Vovó. Quando a mãe de vocês faz um pedido,como ela fala? O Lobo está tentando enganar a Chapeuzinho na floresta. Quem sabe mostrar como alguém falaquando está tentando enganar o outro? Quando o Lobo pergunta ‘Ela mora muito longe?’, como podemos falarindicando que ele está perguntando algo?”

Pensar sobre asentonações e formasde expressão das falasdos personagens,relacionandoinformações sobrea história comsituações vividasno dia a dia.

O que as criançaspodem pensar,dizer e fazer.

Relacionar falas,ações e intençõesdos personagens,identificandosituações de engano.

Atividade 3

Conversar sobre as intenções e as falas dos personagens

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Ajudar as crianças a compreenderem que quando perguntamos, pedimos ou comentamos, expressamosatravés da fala nossas intenções.

Solicitar às crianças que repitam as falas dos personagens, considerando a melhor entonação para elas.

Possíveis adaptaçõesCaso o desafio proposto nessa atividade esteja muito difícil para algumas crianças, você pode ler a históriaparando em cada fala e conversando com as crianças sobre as diferentes formas de entonação possíveis.

Se o desafio proposto nessa atividade se mostrar muito fácil para algumas crianças, você pode dividira sala em pequenos grupos e fazer essa atividade pedindo que as crianças localizem as falas dos personagensno texto do livro.

O que as crianças podem aprender Ao conversar sobre as situações de engano, possibilita-se que as crianças observem a diferença entre o que

os personagens dizem e o que pensam e entre suas ações e intenções.

Ao propor que as crianças prestem atenção nas diferentes entonações que usamos para falar, favorece-seque elas coloquem em jogo seus conhecimentos de situações de uso da linguagem.

O que mais é possível fazerVocê pode propor atividades em que as crianças participem da leitura de outras histórias, dando ênfase às falasde personagens e suas entonações.

Repetir o textoliteralmentepreocupando-secom a entonaçãoadequada decada fala.

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Atividade 4

Memorizar as falas dos personagens

professor propõe que as crianças preparem um teatro da históriaChapeuzinho Vermelho. Organiza as crianças em grupos e pede que

cada um deles se responsabilize pela fala de um personagem do conto.Lê a história assumindo a voz do narrador e pede que ascrianças falem as partes dos personagens tentando que as falassejam ditas da forma mais próxima ao texto escrito.

Roteiro de trabalho

PreparaçãoPreparar a leitura em voz alta.

Organização do espaço e das criançasEssa é uma atividade em grupos. Você pode escolher um lugar amplo para a organização das crianças, demodo que os grupos possam se olhar enquanto falam suas partes da narrativa.

Orientações para o professor Propor às crianças que façam uma peça de teatro a partir da história Chapeuzinho Vermelho. Explicar que

para fazer essa representação, precisam primeiro decorar as falas dos personagens tal como aparecem nolivro. Você pode dizer: “O que vocês acham de fazer um teatro com a história Chapeuzinho Vermelho? Podemosensaiar a peça e depois apresentar para as outras turmas! Para isso, precisamos decorar as falas dos personagens dahistória”.

Perguntar às crianças quem são os personagens da história. Depois de responderem, você pode escrever onome deles na lousa e perguntar às crianças quem gostaria de representar cada um dos personagens. Vocêpode anotar o nome das crianças na lousa embaixo do nome do personagem escolhido, montando os grupos.Caso você prefira, pode levar às crianças uma proposta de agrupamento já pronta.

Contar que hoje elas irão realizar o primeiro treino: “Eu vou ler a história da Chapeuzinho, e toda vez que umpersonagem falar vou parar a leitura e quem vai dizer essa parte é o grupo responsável por aquele personagem”.

Dividir os grupos segundo os personagens que cada um deles representará.

Lembrar que elas devem falar as partes preocupando-se em colocar a entonação certa para cada fala erepetindo-a tal como aparece no texto.

Iniciar a leitura e parar de ler nos momentos de passar “a voz” às crianças. Caso seja necessário, ajudá-las alembrar quando e o que devem falar. Por exemplo: “Agora vou parar de ler e vocês vão dizer o que a mãe daChapeuzinho pede para a sua filha. Agora são vocês que dizem o que a Chapeuzinho respondeu para o Lobo. OLobo então pergunta onde mora a Vovozinha etc.”

Repetir as falas dospersonagens usandoas entonaçõesadequadas.

Falar partes dotexto de memória.

O que as criançaspodem pensar,dizer e fazer.

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Possíveis adaptaçõesCaso o desafio proposto se mostre muito difícil para algumas crianças, você pode trabalhar individualmentecom cada grupo, favorecendo que memorizem o texto dos personagens que irão representar.

Se o desafio proposto nessa atividade parecer muito fácil para algumas crianças, você pode, ao invés de ler aspartes do narrador, deixar que um grupo as leia.

O que as crianças podem aprender Ao convidar as crianças a falar os diálogos da história, favorece-se que retomem o texto de memória e se

apropriem de sua estrutura narrativa.

Ao propor que falem partes do texto preocupando-se em colocar a entonação adequada e em memorizá-lo,possibilita-se que as crianças aprendam procedimentos de memorização e de representação.

Ao ter de falar uma parte específica do texto, favorece-se que as crianças identifiquem partes do texto.

O que mais é possível fazerVocê pode também incentivar que todas as crianças memorizem os diferentes diálogos da história, e para issopode organizar outras situações em que os grupos mudem de personagens.

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Representar parte da história

professor convida as crianças a representar a cena em queChapeuzinho dialoga com o Lobo, mas desta vez usando as cartelas de

ilustrações, onde terão de colocar os personagens e identificar as tirascom os diálogos correspondentes a cada um.

Roteiro de trabalho

PreparaçãoSeparar cartaz para escrita dos diálogos (pode ser papel grande) e preparar um conjunto de tiras com as frasesdo diálogo entre Chapeuzinho e o Lobo. Por exemplo:

VOVÓ, QUE BRAÇOS GRANDES A SENHORA TEM!

É PARA MELHOR TE ABRAÇAR , MINHA NETA!

Organização do espaço e das criançasEssa atividade acontece em dois momentos. A primeira parte é coletiva, e depois em pequenos grupos. Paraisso, você pode organizar a turma tal como proposto na atividade 2 deste Caderno. Lembre-se que, ao longo dealguns dias, você fará essa mesma proposta de forma a atender cada grupo separadamente.

Orientações para o professor Convidar as crianças para representar a parte da história em que a Chapeuzinho se encontra com o Lobo na

casa da Vovó. Você pode dizer: “Hoje vamos representar uma parte da história da Chapeuzinho Vermelho, quandoela se encontra com o Lobo na casa da Vovó. Para fazer essa representação vamos usar a cartela com o cenário, osdois personagens e o texto do diálogo entre a Chapeuzinho e o Lobo”.

Perguntar o que a Chapeuzinho fala para o Lobo quando o encontra deitado na cama de sua Vovó. Escrever nocartaz conforme as crianças responderem, organizando o texto tal como escrito no livro, por exemplo: VOVÓ,QUE BRAÇOS GRANDES A SENHORA TEM! Ao terminar a escrita, ler a frase inteira apontando as palavras.

Escrever uma frase embaixo da outra.

Chamar a atenção das crianças para a ordem e repetição das palavras que aparecem nas frases: sempre começacom VOVÓ... e termina com ...A SENHORA TEM! E o que muda é a parte do corpo do Lobo, por exemplo: BRA-ÇOS , PERNAS, ORELHAS. Nesse momento , você pode circular essas palavras para dar destaque a elas.

Seguir as mesmas orientações para as falas do Lobo, chamando a atenção das crianças para o que muda nafrase e circulando essas palavras. Destacar que sua fala está relacionada com o que a Chapeuzinho diz. Braços sãopara melhor abraçar, olhos para melhor ver etc.

Observar a ordemdos diálogos,a repetição daspalavras e o que édiferente nas frases.

Atividade 5

O que as criançaspodem pensar,dizer e fazer.

Retomar diálogosde memória.

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Guardar o cartaz e explicar às crianças que agora elas irão trabalhar em pequenos grupos, mas de um mododiferente. Você pode dizer: “Agora eu vou separar vocês em grupos e, enquanto eu trabalho com um,os demais poderão escolher um jogo para brincar”.

Entregar, já no pequeno grupo, a cartela com o cenário do quarto, os dois personagens e as tiras. Compartilharcom as crianças que, nas tiras, as frases estão escritas do mesmo modo que estão no livro e na lousa.

Ler o primeiro diálogo e pedir que elas encontrem as tiras correspondentes e representem a cena no livrorepetindo as diferentes partes do diálogo.

Caso as crianças estejam com dificuldades para encontrar as tiras, você pode propor que, para facilitar,primeiro separem as que representam as falas de Chapeuzinho das que representam as falas do Lobo.

Seguir com a mesma orientação para os demais diálogos.

Possíveis adaptaçõesCaso o desafio proposto nessa atividade se mostre muito difícil para algumas crianças, você pode retomar ocartaz com as frases listadas para ajudá-las.

Se o desafio proposto nessa atividade for muito fácil para algumas crianças, você pode entregar as tiras embranco e pedir para as crianças preencherem.

O que as crianças podem aprender Ao chamar a atenção das crianças para as partes que se repetem nas frases dos diálogos de cada personagem,

favorece-se que façam uso da repetição presente no texto para conseguir ler.

Ao propor que as crianças localizem as frases do diálogo e correspondam ao personagem, favorece-se querelacionem informações sobre a narrativa e coloquem em jogo diferentes estratégias de leitura.

O que mais é possível fazerVocê pode propor às crianças que representem as outras partes da história tal como fez com o encontro entreChapeuzinho e o Lobo.

Selecionar os diálogoscorrespondentes com anarrativa relacionandoas informaçõesdo texto.

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Caracterizar os personagens da história

professor conversa com as crianças sobre as características de cadapersonagem da história: roupas, aspectos físicos e

atitudes. Faz uma lista das vestimentas e acessórios que precisamser produzidos para a realização do teatro.

Roteiro de trabalho

PreparaçãoLevantar perguntas que ajudem as crianças a pensar sobre as características dos personagens do conto.

Organização do espaço e das criançasEssa é uma atividade coletiva. As crianças podem estar organizadas em roda na sala ou em umambiente externo.

Orientações para o professor Propor às crianças uma conversa sobre o que precisam fazer para montar o teatro: “Agora que vocês já conhecem

o que cada personagem da história deve falar, o que mais falta para prepararmos o nosso teatro?”

Conversar com as crianças sobre as características de cada um dos personagens: “Para pensarmos sobre osdetalhes dos personagens, precisamos lembrar da história e pensar um pouco sobre cada um deles: como sevestem, o que sentem, se têm óculos ou chapéu etc.”

Compartilhar com as crianças que enquanto se lembram das características dos personagens, você irá fazeruma lista na lousa: “Vou escrever na lousa duas listas com tudo o que vocês se lembram: aqui vou escrever o quetem cada personagem, e desse outro lado as características de como é cada um deles”.

Conversar sobre o estado de espírito dos personagens: “Para representar a Chapeuzinho Vermelho, como podemosfazer a expressão de seu rosto? Ela está feliz? Ela tem medo?” Fazer perguntas dessa natureza sobre os diferentespersonagens.

Relacionar as características apontadas pelas crianças com as expressões faciais e corporais que podem fazerquando forem representar os personagens: “Se vocês acham que a Chapeuzinho tem medo do Lobo, como podemosfazer para representar na nossa peça a Chapeuzinho com medo? Como pode estar o seu rosto?E o seu corpo?”

Conversar sobre as características físicas dos diferentes personagens, fazendo perguntas: “Como é o Lobo? Eleusa roupa? E a Vovó? Qual a sua roupa?”

Ler a lista às crianças para que possam confirmar as informações e, se preciso, alterar ou acrescentar alguma.

Usar informações sobreos personagens nahistória para pensarcomo representar.

O que as criançaspodem pensar,dizer e fazer.

Relacionar informaçõessobre a históriae identificarcaracterísticasdos personagens.

Relacionar informaçõessobre a históriae identificarcaracterísticas físicasdos personagens.

Atividade 6

O

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Pedir que sugiram como podem produzir ou arranjar o que é necessário para compor as vestimentas, aces-sórios e objetos usados pelos personagens. Caso seja possível, proponha, em outro dia, um momento para aconfecção desse material.

Possíveis adaptaçõesCaso o desafio proposto nessa atividade se mostre muito difícil, você pode apresentar para as crianças umalista pronta com as características de um dos personagens e a partir dessa referência pedir que elas façam outraslistas com os demais personagens da história.

Se o desafio proposto nessa atividade parecer muito fácil, você pode propor que, depois de conversar sobre ospersonagens, em grupos, elas façam a lista do que precisam produzir.

O que as crianças podem aprender Ao escrever uma lista separando o que têm os personagens e como eles são, favorece-se que as crianças

diferenciem a resposta esperada para cada tipo de pergunta.

Ao fazer perguntas sobre os personagens da história, favorece-se que as crianças atentem para ascaracterísticas psicológicas e físicas dos personagens.

Ao pedir que as crianças pensem sobre como representar os personagens usando as informações das suas ca-racterísticas, favorece-se que aprendam procedimentos de representação (expressão corporal, entonação etc.).

O que mais é possível fazerVocê pode dar continuidade a essa atividade propondo que as crianças pensem sobre os cenários que precisamser elaborados para a peça. Caso haja possibilidade, produza-os com as crianças.

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O

Treinar a entonação dos diálogos

professor propõe que as crianças ensaiem a melhor forma defalar os diálogos. Para isso, grava as crianças falando cada um dos

diálogos e depois coloca para todos escutarem e conversaremsobre como podem melhorar suas falas.

PreparaçãoPreparar um gravador (pode ser o gravador de um celular). Caso não seja possível utilizar um gravador, vocêpode propor que enquanto uma das crianças do grupo diz um diálogo, as demais escutam.

Organização do espaço e das criançasEssa é uma atividade em pequenos grupos. Você pode seguir as orientações da atividade 2 para organizar ogrupo. Lembre-se de que, ao longo de alguns dias, você fará essa mesma proposta de forma a atender cadagrupo separadamente.

Orientações para o professor Relembrar a ideia de que farão um teatro do conto Chapeuzinho Vermelho. Contar que irão ensaiar os diálogos

treinando a entonação. Você pode dizer: “Já está chegando perto do dia de nossa apresentação do teatro e precisamosensaiar as falas dos personagens para que aqueles que forem nos assistir consigam entender e ouvir o que estamosfalando”.

Dividir as crianças em quatro grupos e dizer que cada um ficará responsável pela fala de um personagem.

Explicar a atividade: “Para essa atividade cada grupo vai fazer uma proposta diferente. Alguns terão jogos parabrincar e um único grupo sentará comigo para gravar a fala dos personagens”.

Explicar às crianças, já no pequeno grupo, que hoje elas irão gravar as falas de seu personagem. Explicar quecada criança do grupo irá gravar, pelo menos, uma fala (ou, no caso de não usar gravador, cada criança irá falarpara os colegas pelos menos uma fala).

Combinar que você irá ajudá-las, fazendo a parte dos outros personagens.

Retomar as falas daquele personagem da história, mostrando as ilustrações do livro e pedindo que recuperemde memória. Dividir qual fala cada uma das crianças do grupo irá gravar.

Conversar com as crianças, antes de iniciar a gravação, sobre qual seria a melhor maneira de falar essas partesem razão das intenções dos personagens.

Dizer a fala dopersonagem comentonação,considerando asinformações sobreas intenções epensamentos dospersonagens na história.

O que as criançaspodem pensar,dizer e fazer.

Roteiro de trabalho

Atividade 7

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Gravar as falas das crianças do grupo e, em seguida, retomar a gravação para que elas possam se ouvir e pensarsobre como foi dita a fala do personagem e o que devem melhorar.

Voltar a gravar até que todos aprovem o resultado.

Possíveis adaptaçõesCaso o desafio proposto nessa atividade se mostre muito difícil, você pode ler o texto antes de ser gravadopelas crianças, conversando sobre a melhor forma de representá-lo.

Se o desafio proposto nessa atividade parecer muito fácil, você pode sugerir que os grupos pensem sobre as me-lhores formas de falar seus diálogos e, quando estiverem prontos, você grava a fala deles.

O que as crianças podem aprender Ao propor que as crianças pensem em como devem dizer as falas de seus personagens, favorece-se que elas

relacionem informações sobre as características dos personagens, suas ações e intenções na narrativa.

Ao propor que as crianças gravem suas falas para depois ouvi-las, possibilita-se que aprimorem alguns pro-cedimentos de representação, como a entonação da voz.

Ao propor que gravem sua voz e escutem em seguida, favorece-se que desenvolvam atenção sobre a linguageme que pensem sobre sua própria ação.

O que mais é possível fazerVocê pode propor que os grupos se escutem, aumentando assim as sugestões para que as crianças melhoremsuas representações das falas.

O que é possível fazer em casaVocê pode retomar com as crianças que elas irão representar esse conto e, por isso, devem treinar em casa afala dos personagens que gravaram.

Ouvir e pensarsobre comomelhorar arepresentaçãoda falados personagens.

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O

Ensaiar e apresentar o teatro

professor propõe que as crianças realizem o ensaio final para aapresentação da peça. Para isso, assume o papel de diretora da

peça e, com as crianças caracterizadas, vai orientando e dirigindo o ensaio.Depois, organiza a apresentação com as crianças.

Roteiro de trabalho

PreparaçãoSeparar os materiais elaborados anteriormente para que as crianças possam se caracterizar.

Organização do espaço e das crianças

Organizar a sala em 4 grupos. Para essa atividade, você pode escolher um lugar amplo para a organização dascrianças, de modo que os grupos possam se olhar enquanto encenam.

Orientações para o professor Propor às crianças um ensaio para a apresentação da peça Chapeuzinho Vermelho, e combinar que

ensaiarão algumas vezes até que estejam sabendo representar toda a peça para depois chamar seusconvidados. “Vamos fazer um ensaio geral da peça. Eu vou ajudá-las a representar todas as cenas já no cenário quemontamos e com as vestimentas que produzimos. Quando acharmos que estamos prontos, podemos convidar os paisou os colegas para assistir”.

Entregar os materiais para que as crianças possam se caracterizar de acordo com o que combinaram.

Organizar as crianças separadas por personagens que irão representar. Colocar cada grupo em umespaço diferente da sala.

Perguntar qual a primeira cena e chamar uma criança para representar a Chapeuzinho, e outra, a Mãe.

Lembrar que você fará o papel do narrador que anuncia o que as crianças devem fazer e que elas devem sepreocupar em dizer as falas que já memorizaram. Terminada a cena, as crianças voltam aos seus lugares.

Organizar a próxima cena com outras crianças para representar, e assim sucessivamente, até que todas as criançastenham participado do ensaio. Caso seja preciso, dramatize o conto mais de uma vez.

Chamar atenção para o lugar onde fica cada personagem no decorrer da cena e as ações que farão:“O que a mamãe da Chapeuzinho faz nessa cena? Onde ela pode ficar posicionada?” Você pode fazermarcações no chão com giz para ajudar as crianças a se posicionarem.

Combinar que elas irão ensaiar até que estejam seguras para convidar seus pais ou outras crianças da escolapara apresentar a peça. Lembrar sempre às crianças de que precisam se preocupar com o público que irá

Pensar sobre as açõesdos personagens etreinar a posiçãoque cada um ocupano cenário.

Representar ospersonagens dizendosuas falas.

O que as criançaspodem pensar,dizer e fazer.

Atividade 8

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assistir a apresentação, de forma que devem usar os ensaios para se organizarem, garantindo que o públicoconsiga entender a história, escutar os personagens falando e visualizar suas ações.

Possíveis adaptaçõesCaso o desafio proposto nessa atividade se mostre muito difícil para algumas crianças, você pode propor umensaio em etapas, em que cada grupinho de crianças representa uma parte da história.

Se o desafio proposto nessa atividade parecer muito fácil para algumas crianças, você pode agrupá-las, agoracom um personagem em cada grupo, e com sua ajuda elas encenam toda a história.

O que as crianças podem aprender Ao propor que as crianças ensaiem a peça organizando as ações, falas e posições dos diferentes

personagens, possibilita-se que tenham a experiência de representar um conto em forma de teatro.

Ao propor que as crianças revezem na representação dos personagens e ensaiem como devem representar coleti-vamente, favorece-se que aprendam a seguir decisões tomadas coletivamente e respeitar as ações dos colegas.

O que mais é possível fazerVocê pode combinar com as crianças que no dia da apresentação da peça você irá registrar cada cena em fotos,para depois montar um livro que conta a história da Chapeuzinho, agora protagonizada por elas.

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Créditos institucionais

TRILHAS

Iniciativa:Instituto NaturaMinistério da Educação/Secretaria da Educação Básica

Realização:Programa Crer para Ver, Instituto Natura

Desenvolvimento:Comunidade Educativa Cedac

Ficha Técnica

Programa Crer para Ver, Instituto NaturaCoordenação:Maria Lucia Guardia

Comunidade Educativa CedacCoordenação:Beatriz Cardoso e Tereza Perez

Concepção do conteúdo e supervisão:Ana Teberosky

Direção editorial:Beatriz Cardoso e Beatriz Ferraz

Consultoria literária:Maria José Nóbrega

Equipe de redação:Ângela Carvalho, Beatriz Cardoso, Beatriz Ferraz, Debora Samori,Maria Grembecki, Milou Sequerra, Patrícia Diaz

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

Índice para catálogo sistemático:1. Rudimentos de leitura : Educação elementar 372.412. Literatura infantil : Estudo e ensino 087.5

(Bibliotecária responsável: Sabrina Leal Araujo – CRB 10/1507)

“ESTE CADERNO TEM OS DIREITOS RESERVADOS E NÃO PODE SER COPIADO OU REPRODUZIDO, PARCIAL OUTOTALMENTE, SEM AUTORIZAÇÃO PRÉVIA E EXPRESSA DO PROGRAMA CRER PARA VER, DO INSTITUTO NATURA,COMUNIDADE EDUCATIVA CEDAC E MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO.”

Equipe da Gerência de Educação e Sociedade, Instituto Natura:Maria Lucia Guardia, Lilia Asuca Sumiya, Maria Eugênia Franco,Fabiana Shiroma, Eliane Santos, Isabel Ferreira, Luara Maranhão,Marcio Picolo

Edição de texto:Marco Antonio Araujo

Coordenação de produção:Fátima Assumpção

Projeto gráfico:SM&A Design/Samuel Ribeiro Jr.

Ilustrações:Vicente Mendonça

Revisão:Ali Onaissi

C122 Caderno de orientações : histórias clássicas. – São Paulo, SP : Ministério da Educação, 2011. 24 p. : il. ; 28 cm. – (Trilhas ; v. 6)

ISBN 978-85-7783-068-8

1. Leitura (Educação pré-escolar). 2. Literatura infantil - Clássicos. 3. Contos de fadas - Estudo e ensino (Pré-escolar). 4. Teatro. I. Série.

CDU 372.41 CDD 372.4

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O Q U E É O P R O J E T O T R I L H A S

D esde 1995, a NATURA desenvolve o Programa Crer para Ver, que tem o objetivo de contribuir para a melhoria da qualidade da educação pública do Brasil. No contexto desse programa,

o Instituto Natura desenvolveu, em parceria com a Comunidade Educativa CEDAC, Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, o projeto TRILHAS, que visa orientar e instrumentalizar os professores e diretores de escolas para o trabalho com os alunos de 6 anos, com foco no desenvolvimento de competências e habilidades de leitura e escrita.

O Ministério da Educação (MEC), desejando implementar uma política pública, concluiu que a metodologia e a estratégia desenvolvidas pelo projeto TRILHAS, assim como os materiais e publicações concebidos e produzidos por esse projeto, são particularmente especiais e compatíveis com as diretrizes do MEC.

Este material contribui para ampliar o universo cultural de alunos e professores, por meio do acesso à leitura de obras da literatura infantil. A escolha da leitura como o principal tema do projeto justifica-se por ser uma estratégia mundialmente reconhecida como determinante para a aprendizagem e melhoria do desempenho escolar ao longo de toda a vida do estudante.

Com o objetivo de promover a qualidade da educação nas escolas públicas do país, o MEC apoia e distribui o conjunto de materiais do TRILHAS, que visa contribuir para o desenvolvimento da leitura, escrita e oralidade dos alunos de 6 anos de idade.

Esperamos que você possa utilizá-lo da melhor forma para que a melhoria da educação pública seja concretizada em nosso país.