Caderno de Pastoral

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Assine: [email protected] Paróquias & CASAS RELIGIOSAS 47 Pastoral Litúrgica 48 | Planejamento Pastoral 50 | Formação Teológica 52 Aconselhamento Pastoral 54 | Pastoral do Dízimo 56 | Exercícios Espirituais 58

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Pastoral Litúrgica 48 | Planejamento Pastoral 50 | Formação Teológica 52 Aconselhamento Pastoral 54 | Pastoral do Dízimo 56 | Exercícios Espirituais 58

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Paróquias & CASAS RELIGIOSAS 48 www.revistaparoquias.com.br | maio-junho 2011

PASTORAL

LITÚRGICA

N a liturgia, o primeiro espaço a ser cuidado, o espaço por ex-celência, são as pessoas. Quando os cristãos ainda não

possuíam locais para as suas celebra-ções, mas celebravam nas casas, os santos padres faziam questão de lem-brar aos fiéis que o templo não são os muros, mas as pessoas.

O batismo nos torna templos sagra-dos. Fomos ungidos e consagrados pelo Espírito para formar um só corpo em Cristo. Essa realidade deve manifestar-se também materialmente no espaço físico ocupado pela comunidade reunida. Na disposição e na organização do espaço, na relação que criamos com o sagrado, entre as pessoas e os vários ministérios desempenhados na celebração, é possível mostrar essa unidade. Nas igrejas, preci-samos, portanto, evitar qualquer coisa que sugira separação e isolamento: colu-nas, tribunas, excesso de degraus, etc.

FUNDAMENTAÇÃO BÍBLICAA igreja é o lugar privilegiado da

celebração litúrgica dominical e de ou-tras celebrações e ações sacramentais. Assim, esse ambiente deve ser organi-zado de modo a revelar o mistério aí celebrado.

Na Palavra de Deus, encontramos o mandato de Jesus aos seus discípulos para prepararem um lugar para cele-brarem a ceia pascal. Jesus os orienta a procurarem um homem que lhes mos-traria uma “grande sala arrumada” (Lc 22,7-13). Com a mesma dedicação que os discípulos prepararam o lugar para a ceia, é que somos chamados a prepa-rar e organizar o espaço da celebração.

A PARTICIPAÇÃO DOS FIÉISA Constituição Sacrossanctum Con-

cilium, do Concílio do Vaticano II, afir-ma que as igrejas “devem ser apropria-das às celebrações litúrgicas com a

participação ativa dos fiéis” (n. 124). Nesse ponto, já nos deparamos com um elemento importante para que o espaço esteja ornado de acordo com a celebra-ção: a participação ativa dos fiéis. E a Instrução Geral do Missal Romano diz ainda que toda a celebração deve ser “disposta de tal modo que leve os fiéis à participação consciente, ativa e plena do corpo e do espírito, animada pelo fervor da fé, da esperança e da caridade” (n. 18). Enfim, todo o templo (edifício), no conjunto de seu presbitério e nave, deve favorecer uma experiência com Deus.

A posição ocupada pelos diversos membros da comunidade, no espaço celebrativo, não enfatiza condições de dignidade maior ou menor; ao contrá-rio, realça a função e o serviço que cada um é chamado a desempenhar e colabora para que todos se sintam par-ticipantes e não meros espectadores de uma ação realizada por alguns.

Compreenda que o espaço celebrativo é sinal do mistério pascal de CristoPOR PE. SANDRO FERREIRA

EXPERIÊNCIA MÍSTICA

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A FUNCIONALIDADE DO ESPAÇO LITÚRGICO

O espaço litúrgico precisa ser funcional. E isso não diz respeito a uma questão meramente técnica e prática, mas, sobretudo, teológico-ministerial. A composição do espaço deve pôr-se to-talmente a serviço da centralidade do Mistério Pascal de Cristo, expressan-do-o. E tudo o que, na composição desse espaço, não contribui para esse serviço e apenas distrai do essencial, torna-se supérfluo e, como tal, não tem função litúrgica.

Por isso, a funcionalidade do espa-ço litúrgico deve ser tal que leve os fiéis a uma participação verdadeira nas ce-lebrações litúrgicas, ou seja, que os conduza a uma profunda experiência de aliança (pessoal e comunitária) e de comunhão com e no Mistério celebra-do. Isso deve estar representado pela centralidade do altar (espaço da Euca-ristia) e do ambão (espaço da Palavra), pelo sóbrio destaque da cadeira da presidência e pela disposição do espa-ço da assembleia como Povo de Deus irmanado e formando um Corpo em torno do Mistério.

A Igreja, enquanto templo deve permanecer como um anúncio da mensagem do Evangelho e conduzir ao Mistério de Deus, do Cristo. Além dis-so, pode ser um espaço de catequese permanente, acessível a todos. A ico-nografia, a composição da assembleia, a disposição do presbitério, a localiza-ção do batistério, a capela do Santíssi-mo, o local da reconciliação, o uso criativo da luz natural, podem oferecer recursos didáticos de iniciação, de con-templação, e ajudar, também, na reali-zação das ações litúrgico-sacramentais.

O espaço deve, assim, revelar que a Igreja é um corpo, é uma reunião de batizados que querem celebrar e mani-festar a sua fé, uma comunidade aber-ta, não fechada em si mesma, que ca-minha rumo à Jerusalém celeste.

Uma das tendências atuais nas igrejas é a necessidade de se preencher todo o espaço do presbitério. Fruto da socieda-

de pragmática em que vi-vemos, na qual tudo pre-cisa ser preenchido. Isso revela uma deficiência na formação e compreensão litúrgica. Segundo Daniel Cronin, “é necessário ofe-

recer movimento livre no presbitério tanto quanto na assembleia. Necessita-mos de espaços abertos para poder ter procissões (não só procissões de entrada, mas também de comunhão, a partir de todos os assentos). Do ponto de vista es-tético, aplicado à liturgia, temos de pro-curar formar a capacidade de apreciar a beleza do espaço em si” (CELAM. Ma-nual de Liturgia II. p. 344).

“O espaço celebra-tivo deve auxiliar os fiéis na compreensão e vivên-cia do mistério pascal de Cristo”

6 critérios para organizar o espaço da celebração

1. Não devemos esquecer que a celebração é comunitária;

2. O espaço deve facilitar a comunicação entre os irmãos e irmãs de modo a se sentirem à vontade e como uma grande família: a família de Deus.;

3. É importante não sobrecarregar o presbité-rio com muitos objetos;

4. Evitar poluições. Às vezes há tantas coisas (folhagens, cartazes), que se perde o sentido do que realmente é importante;

5. É preciso que o espaço brilhe pela nobre simplicidade, pois deve ser digno e belo, sinal da beleza de Deus;

6. Vale ressaltar que os objetos devem ser verdadeiros (por exemplo: não podem ser flores de plástico, vela artificial, etc).

Enfim, o espaço celebrativo deve au-xiliar os fiéis na compreensão e vivência do mistério pascal de Cristo. Sua organi-zação deve fazer com que a assembleia se sinta convidada e convocada a participar do banquete do Ressuscitado.

“A beleza cativa, educa e nos eleva. Ajuda-nos a mergulhar na realidade invisível do mistério” (Dom Joviano de Lima Júnior).

Pe. Sandro Ferreira é Membro do presbitério da Arquidiocese de Maringá - PR e Mestrando em Teologia pela PUC/PR.Contato: [email protected]

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PASTORAL DO

DÍZIMO

A Igreja, co-munidade convocada pela Pala-

vra, tem como missão pre-gar o Evangelho (cf. LG 25).

Evangelizar é necessariamente anunciar com alegria a pessoa, o

nome, a mensagem, a vida, as promessas, o Reino e o mistério

de Jesus Cristo, Filho de Deus (cf. EN 22). A Igreja é essen-cialmente missionária.

Hoje em dia, a rápida urba-nização, muito acentuada nas nações jovens que, em grande

parte, provém do êxodo rural, gera dolorosa solidão e

marginalização das pes-soas. As consequên-

cias são evidentes: a criminalidade, o alcoolismo, as dro-

gas, o desempre-go crescente, a

desigual-

dade das condições de trabalho. Além disso, os meios de comunicação consti-tuem uma ameaça para a liberdade in-dividual. É grande o peso de tais reali-dades que se tornam um novo poder, provocando o escândalo da miséria, do supérfluo, do luxo e o fenômeno da ne-oproletarização (cf. AO 8).

Com esse abismo entre o real anunciado pela Igreja e a realidade vi-venciada pelos cristãos leigos surgem novas maneiras de ação evangelizado-ra que, com grande ardor missionário, lançam as sementes do Verbo em um mundo tão conturbado. Uma delas, foi implementada pela Pastoral do Dízimo da Paróquia Nossa Senhora da Vitória, em Salvador-BA. Sob a orientação de seu pároco, Pe. Luis Simões e da coor-denadora, Sra. Emília Navarro, dizi-mistas e agentes da Pastoral do Dízimo começaram a agir usando os princípios da sinergia dizimal.

EXEMPLO DE ORGANIZAÇÃO Dá-se sinergia em uma determina-

da pastoral quando as pessoas resolvem trabalhar em equipe. O trabalho em equipe é um grande desafio. Nesse

trabalho todos devem saber catalisar,

unificar e li-berar os valo-res existentes nas pessoas. Os membros da equipe se esforçam para valorizar as diferen-ças, respeitá-las, ampliar os valores e compensar as fra-quezas. Esses esforços, quando coordenados, possibilitam o crescimento das pessoas que passam a realizar com efi-cácia a missão sonhada.

Na paróquia citada, as ações dos dizimistas e agen tes são interdepen-dentes e coordenadas. Cada membro tem um ministério especifi-co. Um determi-nado ministério depende do trabalho dos outros.

SINERGIA DIZIMALEncontre na atividade pastoral o caminho para a missão partilhadaPOR CÔN. EDSON ORIOLO

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3 ações que beneficiam a comunidade

1. Os agentes da Pastoral do Dízimo e os dizimistas, com mentalidade de conversão, mudança e criati-vidade, devem criar ações com objetivos fortes que valorizam todos, sobretudo, os mais debilitados, desempenhando um grande trabalho em equipe;

2. A ação Pastoral do Dízimo dessa paróquia da capital baiana, com tal sinergia, faz com que os agentes e os dizimistas se aproximem e participem mais da vida da Igreja e dos irmãos mais necessitados;

3. Além das visitas, eles realizam semanalmente, uma tarde recreativa no Abrigo Dom Pedro II, na Unidade Oncopediátrica do Hospital Aristides Maltez e na Creche Nova Semente, vivenciando a missão de Jesus: “Eu vim para que todos tenham vida e vida em abundância” (Jo 10,10).

Todo esse trabalho de equipe é fruto de ver-dadeira comunhão na missão e os resultados são muito satisfatórios. Que essa experiência de sinergia dizimal da Pa-róquia Nossa Senhora

da Vitória possa nos inspirar para ser-mos, com as luzes do Espírito Santo, discípulos missionários na Pastoral do Dízimo em nossas comunidades.

Côn. Edson Oriolo é Mestre em Filosofia So-cial, Especialista em Marketing, Gestão Estra-tégica de Pessoas, Professor na Faculdade Arautos do Evangelho e Pároco da Catedral Metropolitana de Pouso Alegre/MG, faz parte do Conselho de Conteúdo da revista Paróquias & Casas Religiosas.Contato: [email protected]

Os membros da equipe se apoiam e se ajudam quanto às ideias, às ações e às questões que estão sendo trabalhadas. Há um verdadeiro comprometimento comum com as metas desafiantes, mas bem planejadas e uma excelente organi-zação. Os agentes da Pastoral do Dízimo estão sempre interagindo com os dizi-mistas, em um espírito de participação e

de comunhão. São pesso-as realmente eficientes que têm a humildade de reconhecer, de admitir as limitações da sua percep-ção e de reconhecer os abundantes recursos dis-poníveis na interação com o coração e a mente de outros irmãos.

“Os membros da equi-pe se apoiam e se ajudam quanto às ideias, às ações e às questões que estão sendo trabalhadas”