CADERNO DE RESUMOS · 2011. 11. 17. · 2 Maria Cristina R. G. Evangelista Marina Célia Mendonça...

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1 CADERNO DE RESUMOS FCL-UNESP Laboratório Editorial 2011

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CADERNO DE RESUMOS

FCL-UNESP Laboratório Editorial

2011

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Maria Cristina R. G. Evangelista

Marina Célia Mendonça

(Ed.)

2º ENCONTRO DE LICENCIATURAS EM LETRAS – ELIL

Ensino de línguas: teoria e prática

Caderno de Resumos

FCL-UNESP Laboratório Editorial

2011

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Ficha catalográfica

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UNESP – UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA

Faculdade de Ciências e Letras – FCL

Câmpus de Araraquara

Reitor: Prof. Dr. Julio Cezar Durigan

Diretor

Prof. Dr. José Luís Bizelli

Vice-Diretor

Prof. Dr. Luiz Antônio Amaral

Conselho de Curso de Letras

Coordenadora

Profª Drª Renata Soares Junqueira

Vice-Coordenadora

Profa Dr

a Maria Celeste Consolin Dezotti

PET-LETRAS

Tutora: Profa. Dr

a. Edvanda Bonavina da Rosa

Editoras Prof

a Dr

a Maria Cristina Reckziegel Guedes Evangelista

Profª Drª Marina Célia Mendonça

2º ENCONTRO DE LICENCIATURAS EM LETRAS

Ensino de línguas: teoria e prática.

Promoção: Conselho de Curso de Letras/ PET-Letras

ISBN 978-85-87361-78-3

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SUMÁRIO

Comissões de trabalho 6

Agradecimentos 7

Apoio 7

Apresentação 8

Programação geral 9

Palestras 10

Comunicações orais 14

Sessão 1 14

Sessão 2 16

Sessão 3 18

Sessão 4 20

Sessão 5 23

Sessão 6 25

Rodas de Conversa 28

Roda de Conversa 1 28

Roda de Conversa 2 30

Roda de Conversa 3 32

Roda de Conversa 4 33

Roda de Conversa 5 35

Painéis 37

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COMISSÕES DE TRABALHO

Comissão Organizadora Profa. Dra. Maria Celeste Consolin Dezotti (Presidente)

Profa. Dra. Edvanda Bonavina da Rosa (PET-Letras)

Profa. Dra. Maria Glória Cusumano Mazzi (Departamento de Letras Modernas)

Profa. Dra. Marina Célia Mendonça (Departamento de Linguística)

Profa. Dra. Nildicéia Aparecida Rocha (Departamento de Letras Modernas)

Profa. Dra. Renata M. F. Coelho Marchezan (Departamento de Linguística)

Comissão Científica Profa. Dra. Maria Lúcia Outeiro Fernandes (Departamento de Literatura)

Profa. Dra. Angélica Rodrigues (Departamento de Linguística)

Profa. Dra. Maria Cristina R. G. Evangelista (Departamento de Letras Modernas)

Prof. Dr. Leandro Osni Zaniolo (Departamento de Psicologia da Educação)

Prof. Dr. Luiz Antonio C. Nabuco Lastória (Departamento de Psicologia da Educação)

Monitoria Aline Maria Jeronymo

Carlos Elisio N. da Silva Daiane Marson Ricordi

Janaína Dias de Morais Coelho

Laís Vânia Corrêa de Freitas

Lino Viccari Neto Lyssa Faria de Carvalho Maiara Marques da Silveira

Margarete Maria da Silva

Mariana Masotti

Nathalia Daniela Romo Trindade

Nalú Baptista de Souza

Nerian Teixeira de Macedo de Lima

Rubia Alves

Tamires Franciele Frank

Thiago de Camargo Marques

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Agradecimentos

Somos gratos a todos os que ofereceram os seus préstimos para a viabilização do

II Encontro de Licenciaturas em Letras. E registramos um agradecimento especial à

Mônica Borges, do Departamento de Literatura, pelas dicas preciosas; à Mariana

Masotti e ao Sérgio Varella, pela criação do nosso blog, à Ana Paula Meneses, Diretora

da Biblioteca da FCL, pelo socorro de última hora na providência de material de

material para o nosso evento; ao Percílio e à Raquel, do STI, pelos socorros

emergenciais; ao James, do Departamento de Linguística, ao Eduardo e à Sylvia, do

Conselho de Curso de Letras, pelo companheirismo permanente; à Lígia E. Moscardini,

licencianda da FCL a quem devemos a sugestão do tema disciplina/indisciplina na

escola, que constitui um dos eixos temáticos complementares deste evento de 2011; ao

Luiz Antonio Vani, da Fundunesp, que cedeu ao evento o kit especial da instituição; ao

Erivaldo, nosso motorista e colega de longa data, sempre disposto a colaborar na

solução de imprevistos, e a todos os graduandos, pós-graduandos e professores que se

inscreveram no II ELIL, seja para apresentar trabalhos, seja para acompanhar as

atividades como interlocutores.

Expressamos um agradecimento especial à Celeste e à Edvanda, que têm atuado

de forma incansável em defesa das licenciaturas da FCL. À Celeste, devemos a

idealização do ELIL e sua consolidação na edição deste ano, na figura de Presidente da

Comissão Organizadora. À Edvanda, devemos o apoio incondicional ao evento e o

envolvimento na formação de nossos licenciandos.

Apoio Departamento de Linguística

Departamento de Literatura

Departamento de Letras Modernas

Pró-Reitoria de Graduação

SAEPE

FUNDUNESP

VUNESP

PET-Letras

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APRESENTAÇÃO

O Conselho de Curso de Letras (CCL), em parceria com o PET-Letras, promove o 2º

Encontro de Licenciaturas em Letras (ELIL). Esse evento constitui a estratégia que o

CCL encontrou para instituir na Faculdade de Ciências e Letras, campus de Araraquara,

um espaço e um tempo em que todas as atenções se voltem para as licenciaturas em

Letras.

O sucesso do evento inaugural, ocorrido em 2010, mostrou que o formato do ELIL

atende às expectativas de nosso público (licenciandos, docentes e pesquisadores). Por

isso, esta edição de 2011 reserva espaço tanto para compartilhar questões e soluções

relativas à prática docente, como também para divulgar boas propostas de ensino não

formal realizadas no país.

O ELIL deste ano organiza-se em torno do tema "Ensino de línguas: teoria e prática" e,

já na abertura do evento, põe em foco o livro didático, material de ensino que traz

subjacente uma reflexão sobre a língua e uma proposta de ensino. Essa abordagem do

livro didático é feita por duas especialistas, uma autora e uma estudiosa. Exposições

sobre a prática de ensino de línguas, tanto de língua portuguesa como de línguas

estrangeiras, também ocorrem nas comunicações orais e nos painéis. O ensino não

formal está representado no evento por profissional experiente na arte da contação de

histórias, concebida como forma sedutora de formar leitores. Dois momentos são

dedicados exclusivamente à transmissão de saberes acumulados pelos profissionais da

Rede de Educação Básica: as rodas de conversa, em que se dá voz aos docentes,

possibilitando que também eles, que enfrentam diariamente os desafios da sala de aula,

compartilhem suas experiências, e a mesa-redonda de encerramento, cujo tema

"(In)Disciplina e Bullying", sugerido em nosso blog por um dos participantes do ELIL

de 2010, examina aspectos que exercem influência nas condições de aprendizado e

constituem fatores cruciais para a (des)motivação dos licenciandos no momento de

optarem pelo magistério. Essas questões serão temas também das seções de cinema

comentado, programadas para os dois dias iniciais do evento.

Esperamos que o ELIL se consolide como nossa contribuição para a formação docente -

entendida como um processo em constante decurso - e para o fortalecimento dos ânimos

dos que se dedicam à causa da Educação em nosso país.

Comissão Organizadora

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PROGRAMAÇÃO

2º ENCONTRO DE LICENCIATURAS EM LETRAS - "Ensino de línguas: teoria e prática".

Faculdade de Ciências e Letras - Unesp - Araraquara

16 a 19 de novembro de 2011.

Dia 16, quarta-feira, das 14h às 18h. (Anf. D) A escola no cinema.

Projeção do filme "Em um mundo melhor" (Haevnen, Dinamarca/Suécia, Susanne Bier, 2010)

Debate coordenado pela Profa. Dra. Renata Coelho Marchezan (FCL-Unesp-CAr)

Dia 17, quinta-feira, das 14h às 18h. (Anf. D) A escola no cinema.

Projeção do filme “Infâmia”. (The children’s hour, EUA, William Wyler, 1961; baseado em peça teatral de

Lillian Hellman, 1934). Debate coordenado pela Profa. Ms. Claudia Ximenez Alves (UEL/FCL-Unesp-

CAr).

Dia 18, sexta-feira, manhã (Anf.B) 8h - Entrega de material

9h-12h - Abertura e Mesa-redonda

Ensino de língua portuguesa: caminhos do livro didático.

Profa. Dra. Maria Inês Batista Campos (FFLCH-USP)

Profa. Dra. Maria do Rosário Valencise Gregolin (FCL-Unesp/Araraquara)

Coordenação: Profa. Dra. Marina Célia Mendonça (FCL-Unesp/CAr)

Dia 18, sexta-feira, tarde 13h30-14h30 - Apresentação dos painéis (corredor do Anf.A)

14h30-16h - Comunicações orais (salas 25, 26 e 27)

Café 16h30-18h - Comunicações orais (salas 25, 26 e 27)

Dia 18, sexta-feira, noite (Anf.B) 19h30-22h30 - Workshop

Mover histórias: um devir narrativo.

Francisco Gregório Filho. Escritor e contador de histórias (Biblioteca Nacional, integrando a equipe do

Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas (SNBP/FBN) e participando da Equipe da Catedra Unesco de

leitura/PUC-Rio)

Coordenação: Profa. Dra. Edvanda Bonavina da Rosa.

Dia 19, sábado, manhã 8h30-10h30 - Rodas de conversa (salas 25, 26, 27, 28 e 29)

Café 11h às 13h – Mesa-redonda de encerramento (Anf. A)

Indisciplina e bullying: desafios.

Sandra Aparecida De Santi, Diretora da EMEF "Prof. Henrique Scabello" de Araraquara/SP

Maria Sonia Barbosa, Professora da EMEF "Prof. Henrique Scabello" de Araraquara/SP

Jacira Marques Gomes. Coord. de Ens. Fund. II. Externato Santa Terezinha -Araraquara/SP

Lúcia Helena Perez. Coord. de Ens. Médio. Externato Santa Terezinha -Araraquara/SP

Coordenação: Prof. Alexandre Cesar Portella (Pós-graduação em Educação Escolar-FCL-Unesp/CAr).

Dia 19, sábado, tarde

13h - Entrega dos certificados.

13h-18h - Acesso ao blog do evento [eliletras.blogspot.com] para avaliação e sugestões.

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PALESTRAS

Mesa-redonda Ensino de língua portuguesa: caminhos do livro didático.

PCNs, PNLD e livros didáticos de língua portuguesa: articulações possíveis.

Profa Dr

a Maria Inês Batista Campos

DLCV /FFLCH/USP

Segundo o resultado do Programa Internacional de Avaliação de Alunos da Organização

para Cooperação e Desenvolvimento Econômico de 2009 (PISA/OCDE), 50 mil

estudantes realizaram provas de leitura para avaliação da competência nessa área. O

índice alcançado por alunos de 15 anos no Brasil em leitura saiu de 3,7 em 2006 para

4,7, o que revela uma melhora no ensino, mas ainda é um estágio muito crítico no

domínio dessa competência. No entanto, não faltam propostas teóricas e práticas para o

ensino de leitura e de produção escrita para o ensino médio. Em 2011, os livros

didáticos de português para o Ensino Médio foram avaliados pelo Programa Nacional

do Livro do Ensino Médio, gerando o Catálogo do PNLD /2012 com a seleção de obras

didáticas, que foi entregue aos professores da rede pública brasileira para escolha dos

livros a serem distribuídos aos alunos em 2012. Tal dinâmica marca importância da

inclusão do Ensino Médio nos processos sistemáticos de avaliação. Esta apresentação

parte da hipótese de que o campo da cultura escolar, em muitas conjunturas, mantém

relações privilegiadas com a produção do livro didático. Depois de recuperar diferentes

momentos que produziram livros didáticos de língua portuguesa, pode-se analisar, na

perspectiva bakhtiniana, algumas atividades didáticas de produção escrita com foco na

dissertação/argumentação em duas coleções aprovadas pelo último Programa Nacional

do Livro Didático para o ensino médio (2012), tendo como ponto de partida as seguintes

questões: Que articulação se estabelece entre as teorias linguísticas e as propostas de

escrita do texto argumentativo? Em que medida as propostas didáticas levam o

estudante a produzir textos opinativos? Essa análise termina mostrando o quanto é

imprescindível articular os conhecimentos linguístico-discursivos com o conhecimento

dos diferentes documentos estabelecidos pelo Ministério da Educação, de modo que o

professor possa escolher conscientemente um livro didático de língua portuguesa, que o

acompanhará durante o ano escolar.

A produção do livro didático de Língua Portuguesa no Brasil:

uma abordagem histórica.

Profa Dr

a Maria do Rosário Valencise Gregolin

FCL-UNESP-Araraquara

Após situar historicamente, nos anos 70, o surgimento dos livros didáticos de língua no

Brasil, examinam-se as suas funções e as transformações nas concepções de língua e

linguagem ocorridas nessas últimas décadas. A seguir, discutem-se as seguintes

questões subjacentes à elaboração de um livro didático: a) como é esse processo de

autoria? b) o que é um livro didático de língua portuguesa? c) quais as concepções de

ensino? e d) quais as determinações políticas (tanto no sentido de políticas educacionais,

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linguísticas quanto "políticas" no sentido geral) e mercadológicas que estão envolvidas

nessa elaboração?

Workshop

Mover Histórias: um devir narrativo.

Francisco Gregório Filho

Escritor e contador de histórias.

Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas.

Cátedra Unesco de Leitura/PUC-Rio

“Ao contarmos uma história, na história que lemos, muitas coisas vão germinar e se

desenvolver. É uma seiva que pode alimentar toda uma vida espiritual, intelectual e

cultural e é extraordinário ver como as coisas podem se enraizar muito cedo, de maneira

muito simples. O livro é o lugar de encontros, de encontros muito pessoais. É preciso se

livrar de qualquer tentação de querer, a todo custo, ensinar conceitos. Estamos no

campo da experiência íntima.” (Geneviève Patte). Com base nessa reflexão, propõe-se

um conjunto de práticas que contemplam “o ler e contar, o contar e ler, a oralidade e a

escritura, o contar histórias, as vivências com os mitos brasileiros”, conferindo

expressividade para “a voz e o corpo presentes nos contos, romances, fábulas, crônicas e

poemas”, reavivando “os causos e a memória”, e também dedicando atenção para “as

narrativas e os audiovisuais, as histórias com palavras e imagens”.

Mesa-redonda Indisciplina e Bullying: Desafios.

As relações sociais e a indisciplina.

Sandra Aparecida De Santi

Diretora da EMEF "Prof. Henrique Scabello"-Araraquara/SP

As diferentes maneiras através das quais se constrói o encontro entre alunos e escola

produzem consequências importantes para o trabalho educativo. A escola deve criar

condições objetivas e subjetivas que possibilitem: 1) A transmissão do conhecimento

transformado em conteúdos escolares sem que eles percam seu significado social; 2)

Produzir novas necessidades e sentidos pessoais nos alunos e isso só ocorrem nas

relações. A educação só ocorre nas relações, se dá nas relações com aqueles que

mediam o conhecimento. Os professores são os mediadores do saber histórico e

socialmente construído, não havendo apropriação sem mediadores. As relações sociais

não podem ser naturalizadas, não são espontâneas. Relações sociais precisam e devem

ser intencionalmente construídas. A qualidade ou não destas relações deixará marcas

profundas no processo educativo, marcas afetivas positivas ou negativas. As relações

estabelecidas pelos alunos dentro da escola geram sentimentos que deixam marcas na

construção da sua relação com o conhecimento, podendo tornar essa relação prazerosa e

mais fácil, ou incômoda e cada vez mais difícil. As relações sociais na escola devem

favorecer a socialização, apropriação, construção de conhecimentos e o

desenvolvimento das potencialidades de alunos e, também, dos professores. É preciso

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problematizar o conceito de indisciplina em suas relações com o contexto escolar e

social. Visão Tradicional: o que se espera do aluno: adaptação e obediência; o que se

espera do professor: manutenção da ordem. Visão Crítica: defesa da importância da

disciplina como condição para o cumprimento da função da escola. A escola só pode de

fato desenvolver ações educativas em parceria com a família. Para se

humanizar/desenvolver as crianças têm que aprender conceitos espontâneos e

científicos, eles se articulam em espaços da família e da escola. É na interação refletida

dessas duas instituições que equacionaremos esse problema.

A prática docente: entre a crise da autoridade e a ausência do autoritarismo.

Maria Sonia Barbosa

Professora da EMEF "Prof. Henrique Scabello"-Araraquara/SP

Embora considerando a interferência de outras instituições sociais, a questão da

indisciplina/violência escolar é aqui abordada enfocando o cotidiano da escola: sua

organização e estruturas de poder. Principalmente, para delimitar os âmbitos de atuação

dos diversos agentes envolvidos no processo educativo. Isto porque, mesmo numa breve

análise dos discursos midiáticos, percebemos que se constrói uma imagem do professor

como um profissional do qual se espera uma onipotência. Como se a sala de aula fosse

uma ilha e o professor a única autoridade dentro do sistema educacional. Na base desses

equívocos está a ausência de critérios no emprego dos termos “violência” e

“indisciplina”. Tomados como sinônimos, muitas vezes até pela literatura especializada,

impõem ao professor o gerenciamento de todo e qualquer conflito, já que esta é

condição sine qua non para a transmissão dos conteúdos. Diante das dificuldades, os

educadores incorporam o sentimento de fracasso que leva à resignação, e esta

desencadeia a crise de autoridade. Está criado um círculo vicioso. Para rompê-lo

precisamos definir o que deve ser tratado com autoritarismo por outras instituições e o

que é disciplinar, do âmbito da autoridade do professor.

Bullying - Um projeto de justiça nas escolas.

Jacira Marques Gomes

Coord. de Ens. Fund. II. Externato Santa Terezinha-Araraquara/SP

Bullying ainda é um fenômeno pouco conhecido pelo grande público, porém está

presente nos lares e nas escolas, o que tem dificultado construir uma aprendizagem de

qualidade e uma convivência de paz. A falta de conhecimento do que realmente é

bullying leva pais e educadores em geral a uma atitude de punição, em vez de orientação

e cuidados com os casos que ocorrem, pois tanto o agressor quanto a vítima precisam de

cuidados. Crianças e adolescentes precisam tomar uma nova e sábia postura diante dos

casos de bullying. Educadores precisam de um novo olhar para trabalhar e orientar seus

alunos, pois é na escola que os comportamentos agressivos e transgressores se

evidenciam, ou se agravam. Portanto, cabe aos educadores se prepararem para os novos

desafios e os novos acontecimentos, entendendo que, quando não forem capazes de

sanar tais casos, devem acionar órgãos competentes de proteção à criança e ao

adolescente, evitando desta forma o crescimento da violência e da criminalidade. A

cultura dos tempos modernos proporcionou essa prática, em que o “ter” é mais

valorizado que o “ser,” com distorções de valores éticos, morais e cristãos. Cabe a todos

nós, educadores e pais, transmitir às novas gerações valores educacionais mais éticos e

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responsáveis, pois em breve estes jovens estarão delineando o que a sociedade será

daqui em diante. Unindo Escola e família, num compromisso único de educar e ensinar

para a paz, conseguiremos construir cidadãos do bem. Para isto, é preciso que estejamos

bem preparados a respeito do que é bullying, suas formas, suas consequências, sem

esquecermos de que muitas vezes, o bullying começa dentro de casa. Com um projeto

“Anti-bullying” com o lema “Faça aos outros o que você gostaria que fosse feito a

você.” e as crianças entendendo que não estarão sós, creio que vamos eliminar muitas

atitudes negativas que enfrentamos hoje nas escolas.

Bullying: a linha tênue entre o ofender e o brincar.

Lúcia Helena Perez

Coord. de Ens. Médio. Externato Santa Terezinha-Araraquara/SP

Tendo em vista o auge do tema Bullying como parte integrante da vida escolar e

também empresarial, faz-se necessária uma leitura abrangente da ocorrência desse

fenômeno no cotidiano atual. Analisando mais especificamente o Ensino Médio,

percebe-se que os trabalhos de conscientização amenizam as ocorrências, mas não

impedem que aconteçam. O aluno vítima de bullying, ao perceber que haverá suporte

por parte da escola, denuncia sem medo e se torna exemplo para os demais. Deve-se ter

também um olhar especial para o agressor, pois a experiência mostra que,

normalmente, trata-se de um indivíduo insatisfeito com a própria imagem, o que o leva

a agredir os demais como forma de desviar a atenção de si mesmo. É importante frisar

que nem tudo é bullying, pois as brincadeiras sem intenção de ofender ainda existem e

são necessárias. Necessário também é ensinar os jovens a lidar com frustrações e

aprenderem a se defender, pois terão de enfrentar situações adversas por toda a vida.

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COMUNICAÇÕES ORAIS

Sessão 1 – sala 25

Humor, enunciação e efeitos de sentido no ensino do português.

Geraldo Jose Rodrigues Liska

[email protected]

UFMG

Na sala de aula de língua portuguesa (níveis Fundamental e Médio), ainda é comum a

análise gramatical das palavras por meio de sua configuração morfológica e/ou função

sintática. Poucas são as iniciativas, inclusive nos livros didáticos de português, em

ressaltar a importância do significado, com todas as possibilidades que os diversos usos

de uma palavra permitem. As propostas curriculares de todas as esferas do governo

procuram valorizar a produção do sentido, uma vez que isso é fundamental para o

domínio da leitura e, consequentemente, da escrita. No entanto, para se falar de

significação, não há como analisar termos isolados, fora de um texto, de um contexto. A

linguagem deixa de ser analisada nos limites do enunciado para englobar fatores

relacionados à enunciação. Logo, o ensino do Léxico não pode ser visto como um

repositório onde se despejam palavras novas para o aprendiz. Deve-se conscientizar o

aluno dos traços intra e interlinguísticos, semânticos e pragmáticos, que permeiam o

funcionamento da língua e atribuem ou desconstroem o significado das „coisas‟ no

mundo, seja de quando se trata do que é novo, do que se está ou esteve em uso. Esses

fatores são importantes para a concepção do Léxico como a base funcional em que se

estrutura a língua. Para compreender qualquer piada, é necessário que a leitura seja

realizada pela busca de pistas linguístico-discursivas, repletas de intertextualidade,

ambiguidade e informações implícitas. O corpus deste trabalho é constituído de textos

que podem ser trabalhados em sala de aula, em função de sua materialidade histórica e

do seu acontecimento enunciativo, que o remeterão a outros textos por meio do

interdiscurso e intertextualidade, provocando o desvio/ a produção de sentido entre as

palavras.

Palavras-chave: humor; enunciação; efeito de sentido.

Humor e ensino: análise do emprego de textos humorísticos

em gramáticas pedagógicas de Língua Portuguesa

Nathália Luiz de Freitas

[email protected]

UFOP

Vários são os trabalhos que investigam a finalidade das atividades de Língua Portuguesa

em livros didáticos (cf. Marcuschi, 2008, por exemplo, do qual derivam diversas

pesquisas que utilizam a tipologia criada pelo autor para a classificação de questões de

interpretação textual), sendo que a conclusão de grande parte deles consiste em tais

atividades serem, em sua maioria, pretextos para análise gramatical ou cópias de trechos

do texto a ser interpretado. Neste trabalho, entretanto, busca-se identificar, em

gramáticas pedagógicas de Língua Portuguesa, os objetivos de exercícios que utilizam

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textos humorísticos, de modo a observar quais habilidades tais compêndios visam a

desenvolver. Isso porque, conforme salienta Coudry e Possenti (1993), nos textos

chistosos há, dependendo do gênero (piada, trocadilho, cartum, tira, charge etc.),

segmentação alternativa da cadeia sonora, acionamento de ambigüidades lexicais e

estruturais, produção de inferências/pressuposições, ativação do conhecimento prévio e

das leis conversacionais, entre outros processos, o que configura interessante expediente

para o trabalho com diferentes facetas da linguagem. Para a realização do estudo,

selecionaram-se duas gramáticas pedagógicas, das quais se utilizou os capítulos que

tratam de temas sobre comunicação e discurso, excluindo-se as seções gramaticais. Em

uma das gramáticas, dos dez textos humorísticos presentes, apenas um dos exercícios

referentes a eles aborda aspectos relacionados à construção do humor – atividade em

que objetiva-se a reflexão acerca do papel do conhecimento prévio na comunicação e o

fato de a supressão de uma informação, que é revelada no final do texto, ser elemento

constitutivo da piada. Na segunda, foi encontrado um texto chistoso, cuja atividade não

se destina a trabalhar aspectos humorísticos. Diante do exposto, depreende-se que os

manuais em análise utilizam os textos humorísticos para fins outros que não as

complexas relações identitárias, esteriotípicas, situacionais, lingüísticas etc. que atuam

na construção do humor, deixando de explorar uma fonte potencial.

Palavras-chave: textos humorísticos; gramáticas pedagógicas; ensino.

A educação dos sentidos:

as realizações artísticas do diretor Luiz Fernando Carvalho

Cristiane Passafaro Guzzi

[email protected]

FCL-UNESP-Araraquara

As realizações artísticas do diretor Luiz Fernando Carvalho, principalmente as

minisséries Hoje é dia de Maria (2005), A Pedra do Reino (2007) e Capitu (2008),

voltam-se para um verdadeiro estabelecimento de compromisso, preocupação e

conciliação com a educação de seu espectador. Para o diretor, os meios de comunicação

como o cinema e a TV são, na atualidade, importantes vetores da cultura que ajudam,

em parte, a manter o homem em contato com o mundo. Atualmente, porém, a mídia

vem manipulando esses mesmos meios com o intuito de “aplacar, de alguma forma, a

angústia da população” através do consumo de produções televisivas e cinematográficas

que exigem muita pouca bagagem cultural do público e que expõem as crianças às

diversões dos adultos de forma inconsequente e deliberada. Sob essa perspectiva, o que

vem ocorrendo é uma espécie de regressão dos adultos que acabam recorrendo ao

apelativo e ao burlesco, acentuando nestes uma certa “infantilidade” enquanto que as

crianças, por sua vez, acabam por sofrer uma estimulação precoce. Tentando, em seus

trabalhos, levar tudo isso em consideração, Luiz Fernando Carvalho afirma que os

artistas e os especialistas que trabalham no meio de produção áudio-visual têm uma

espécie de missão para com ela e esta nova missão estaria, no seu modo de sentir,

diretamente ligada à educação, mas a uma reeducação a partir de determinadas imagens

e determinados conteúdos. E é sobre tal reeducação dos sentidos proposta pelo diretor

que pretendo apresentar nesta comunicação, a fim de refletir sobre as transposições de

obras literárias para o gênero televisivo – realizadas pelo diretor em questão - e o modo

como tal processo deve ser trabalhado em sala de aula.

Palavras-chave: literatura; televisão; Luiz Fernando Carvalho.

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Sessão 2 – sala 26

Leitura e produção de texto no âmbito escolar.

Felipe Sousa de Andrade

[email protected]

Jéssica Franceschini

[email protected]

Maiara Raquel Queiroz Pereira

[email protected]

Maria Julia Baldin

[email protected]

Marina Célia Mendonça

[email protected]

FCL-UNESP-Araraquara

O trabalho proposto insere-se no campo educacional e reflete sobre a prática de leitura e

produção de textos. Os corpora são depoimentos e questionários desenvolvidos nas

aulas da disciplina “Leitura e Produção de Textos II” ministrada aos alunos do primeiro

ano do curso de Letras da Faculdade de Ciência e Letras, da Universidade Estadual

Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, campus de Araraquara. Esses textos tratam da

experiência desses alunos com leitura e escrita, ao longo do seu processo de

escolarização. A base teórica do trabalho são estudos de João Wanderley Geraldi, Lilian

Lopes Martin da Silva e Raquel Salek Fiad & Maria Laura Trindade Mayrink-Sabinson.

Tais autores abordam tanto a questão da reescrita de textos em sala de aula quanto da

prática de leitura, ambos como práticas de aprendizagem. Geraldi, por exemplo, na

década de 1980, questiona a avaliação de textos que os caracteriza como deficientes,

não se levando em conta, entretanto, a sua complexidade, o seu desenvolvimento. Silva,

por sua vez, relata-nos experiências de leitura vivenciadas por alunos. Ela expõe, por

meio também de depoimentos, livros que são ou que foram lidos por alunos na década

de 1980 e como a prática da leitura se manifesta entre eles. As duas últimas autoras, por

fim, tratam da experiência de alunos universitários no processo de reescrita dos próprios

textos no inicio da década de 1990. Ao fim desse trabalho pudemos ver que as mesmas

problemáticas abordadas por esses autores aparecem também nos relatos, nos

depoimentos analisados. Quanto às práticas citadas, chegamos, então, a algumas

considerações em relação ao estímulo que se tem, no contexto escolar.

Palavras-chave: leitura; escrita; reescrita.

O ornatus na redação: três olhares sobre o tropos. Daiane Graziele Schiavinato

[email protected]

FCL-UNESP-Araraquara

Responsável: Prof. Dr. João Batista Toledo Prado

Uma das mais correntes dificuldades do aluno em sala de aula é aprender a se bem

expressar na forma escrita. O trabalho com a redação do aluno é muito importante para

um bom desenvolvimento dessa expressão. Identificar o que um texto pode ter de

Page 17: CADERNO DE RESUMOS · 2011. 11. 17. · 2 Maria Cristina R. G. Evangelista Marina Célia Mendonça (Ed.) 2º ENCONTRO DE LICENCIATURAS EM LETRAS – ELIL Ensino de línguas: teoria

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vicioso, e assim evitá-lo, ou ainda, quais os procedimentos aptos à linguagem virtuosa,

ou, quais os ornamentos que a língua permite numa bela dissertação.

Dessa forma, o aluno, além de aprender a bela expressão em língua escrita, poderá

também gerar um arcabouço de dispositivos em sua língua que lhe dá acesso à

compreensão e ao entendimento das grandes obras literárias. A palavra, num discurso,

por ser tomada em seu próprio sentido ou não. Quando é tomada num outro sentido que

não o seu, diz-se que está empregada em sentido figurado.

Sendo assim, focaremos nesse trabalho o estudo dos tropos (espécie de figura ou

ornamento de linguagem), para que o aluno se familiarize com esses recursos e possa

também fazer uso deles, tanto em suas leituras quanto em seus próprios textos.

Os tropos aparecem diversamente classificados e definidos em manuais de gramática

pertencentes a épocas bem distintas. Apresentaremos, então, três diferentes olhares dos

tropos: sob o olhar da obra “Retórica a Herênio” (82 e 86 a.C), sob o olhar de Donato,

em sua obra “Ars Grammatica” (350 d.C. E), e sob o olhar de Du Marsais, em “Des

Tropes ou les diférents sens dans lesquels on peut prende un même mot dans une même

langue” (1730), total e extensamente voltada a esse assunto.

Haverá então, abordagens distintas, que ressaltam as semelhanças e diferenças sobre as

questões de figuras e tropos, de esparsas épocas, levando em consideração os vícios e as

virtudes ou ornamentos, que um texto pode apresentar.

Palavras-chave: tropos; vícios; ornamentos.

A literatura inglesa na formação do aluno de Letras da UNEMAT. Ricardo Marques Macedo

[email protected]

Universidade do Estado de Mato Grosso

Este trabalho tem como objetivo principal a seguinte questão: seria possível trabalhar

com literatura das aulas de língua inglesa da educação básica? A partir dela diversas

outras questões foram se apresentando tais como: estaria o recém-graduado capacitado

para lidar com essa prática? O que dizem os documentos norteadores da educação sobre

isso (PCN, OCN e etc.)? Em algum momento a escola utiliza a literatura nas aulas de

língua estrangeira e como se utiliza? O nosso aluno do ensino fundamental e médio

conseguiriam trabalhar com a literatura em outro idioma? Diante de tais

questionamentos buscamos investigar como a literatura inglesa aparece nas matrizes

curriculares dos cursos de letras da Universidade do Estado de Mato Grosso com

habilitação em língua inglesa.

Palavras-chave: literatura; ensino; formação.

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Sessão 3 – sala 27

O Ensino Língua Estrangeira no Brasil: uma opção política ou pedagógica?

Andréia da Cunha Malheiros Santana

[email protected]

Escola Estadual Dorival Alves

Edson do Carmo Inforsato

[email protected]

FCL-UNESP-Araraquara

Este estudo tem como objetivo trazer uma visão histórica para o ensino da língua

estrangeira, mostrar que a opção por uma língua ou outra não apresenta motivos

pedagógicos e sim políticos. Trata-se da reflexão sobre a implantação do ensino de

língua estrangeira no Brasil, mais especificamente no estado de São Paulo, quando

começou, suas razões, suas escolhas e abrangência, ressalta também a importância das

diversas tendências metodológicas apresentadas durante os anos, qual a repercussão que

elas tiveram, suas características e a influência que ainda exercem no ensino de língua

estrangeira atualmente. O referencial teórico retoma a legislação federal e estadual sobre

o ensino da língua estrangeira e alguns estudiosos que pensaram sobre a linguagem

como Saussure (2006), Chomsky (1975), Vygotsky (1989) e Bakhtin (1988). A partir

desta realidade pretende-se reforçar a importância do estudo desta disciplina para

formar um cidadão crítico, consciente e respeitador à cultura alheia, perceber que mais

do que a gramática de uma língua é importante entender as visões de mundo que a

determinam e repensar a língua como um importante aspecto da cultura de um povo e

algo fundamental para a sua identidade.

Palavras-chave: ensino; língua estrangeira; razões históricas.

Estudos clássicos: vencendo barreiras e desafios.

Alessandra Favero

[email protected]

UNISEB Interativo, UNIESP

Carla Raqueli Navas Lorenzoni

[email protected]

UNISEB Interativo

O objetivo deste trabalho é ajudar o aluno a percorrer seu caminho literário-acadêmico,

apresentando de forma simplificada e didática, teorias e obras críticas acerca dos

Estudos Clássicos, incentivando a leitura de obras consideradas clássicas ou cânones

pelos estudiosos da Literatura, encarados como material literário e humanístico que

deve fazer parte do dia a dia do ser humano. Longe de ser um material exaustivo acerca

de formas rígidas e técnicas de análise e críticas de textos literários considerados

clássicos por acadêmicos, nosso trabalho se destina, em linhas gerais, a auxiliar o aluno

a viajar pelo mundo literário com disciplina e segurança, descobrindo a beleza e a

riqueza da Literatura Clássica, em especial das obras greco-latinas, fazendo com que o

gosto, o prazer e o hábito de leitura sejam redescobertos. Enfim, lecionar a disciplina

Estudos Clássicos requer habilidade para despertar o interesse literário dos discentes e

paixão pelo que se ensina. Estes são os instrumentos necessários para que se ultrapasse

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a barreira do preconceito contra textos antigos e para que se vença os desafios do

ensino de obras consideradas ultrapassadas pelos leigos que iniciam seus estudos. O

resultado da aplicação dos elementos clássicos em sala de aula surpreende a cada

semestre, pois os alunos descobrem um mundo totalmente desconhecido, cheio de

encantos e aventuras. O contato com os diferentes gêneros clássicos, principalmente

com o épico e dramático, desperta uma nova visão de mundo, contribuindo para uma

rica formação humanística, com destaque para elementos históricos, mitológicos e

literários. O drama apresenta a tragédia e a comédia como destaque. A comédia chama

a atenção pela punição provocada pelo riso, modificando o comportamento da

sociedade, porém é na tragédia grega que os alunos se realizam, devido ao fenômeno

catártico, com a liberação de sentimento e purgação de emoções. Enfim, ensinar é uma

atividade gratificante.

Palavras-chave : Estudos Clássicos; Literatura Clássica; cânone.

Repensando a Grécia Antiga: mitos na atualidade.

Kelli Fauth Claro

[email protected]

Michel Ferreira dos Reis

[email protected]

FCL-UNESP-Araraquara

Responsável: Profª Drª Cássia Regina Coutinho Sossolote

Não existe, atualmente, uma civilização única, sem influências externas, devido,

principalmente, à globalização e aos avanços tecnológicos, à aproximação de lugares e

culturas promovida pela internet e mídias em geral. Os países estão passando de uma

cultura homogênea (limitada a seu país) para uma heterogênea (mistura de vários povos

de vários países), pela migração dos povos e pela importação/exportação de produtos. A

troca de informações e a possibilidade de deslocamento de pessoas de lugares tornaram-

se tão acentuadas, que muitas culturas estão desaparecendo, ou se mesclando com

outras. Por conta dessa “mistura de povos e cultura global”, surge uma questão: por que

não trabalhar com a origem? A Grécia antiga clássica é o berço da civilização cultural.

Mas por quê? O que de fato ocorreu lá, o que nos foi deixado como registro tão

importante que nos influencia até hoje? Como os gregos explicavam os “porquês” do

mundo através dos mitos?

Os mitos na sociedade grega clássica tiveram grande papel na explicação de fatos

naturais e sociais. Por meio das narrativas míticas que a origem do mundo era explicada,

até por volta do século VI-V a.C., quando surgem questionamentos referentes a essas

explicações. A partir desse momento, a racionalidade e a ciência começaram a se

evidenciar com a filosofia. Atualmente, a explicação mítica não tem a mesma função.

Limita-se, em sua maioria, à criação de “outros mundos”, contudo, se faz presente na

nossa sociedade, ainda que a origem dos mitos retratados tenha se perdido, passando a

ter outra função. O grande interesse na releitura dos mitos gregos em livros e filmes dá-

se pelo modo em que isso é organizado. E, além disso, apresentamos a mitologia e a

cultura gregas que tanto influenciaram o Ocidente, contextualizando-as no seu tempo e

espaço, pois muitos alunos desconhecem a origem destas.

Palavras-chave: mitologia grega; releitura; leitura na sala de aula.

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Relações entre mídia e educação:

a inserção dos meios de comunicação no espaço escolar

Barbara dos Santos

[email protected]

FAAC-UNESP-Bauru

Desde a Revolução Industrial, ocorrida no século XVIII, o mundo nunca mais foi o

mesmo. Esse século foi determinante para o produtivo progresso tecnológico e os meios

de comunicação são o grande fruto desse marco histórico. A escola, enquanto instituição

legítima do conhecimento, que se insere numa política capitalista, burocrática e que

tenta caminhar para a emancipação, precisa compreender esta sociedade moderna e

integrar-se a ela. Sua função primeira é, certamente, a disseminação do conhecimento,

que se dá de diversas formas e manifesta-se, sobretudo, na linguagem, seja escrita ou

verbalizada. No entanto, não é possível ignorar que as novas tecnologias e os meios de

comunicação não adentraram os muros escolares. A escola, ainda tida como tradicional

e conservadora, precisa modernizar-se, no sentido de ampliar os meios para se chegar ao

conhecimento, que outrora somente poderia ser obtido através dos livros e

enciclopédias. É necessário compreender os diversos meios de comunicação existentes e

fazer os ajustes para a situação de sala de aula, ou seja, adaptar os meios à realidade

social que se apresenta. Dessa forma, a inserção dos meios cinematográficos, impressos,

radiofônicos, televisivos, ou seja, midiáticos, tem por função a democratização dos

saberes por uma ampla construção de sentido. Portanto, a escola não pode perder de

vista que os impactos da mídia vão se manifestar justamente nas relações sociais que se

estabelecem no cotidiano, na relação professor-aluno e, por conseguinte, no processo de

ensino-aprendizagem. Ademais, é necessário entender que o fenômeno das mídias

sempre esteve no contexto da escola, porém somente no século XX isso se deu de forma

mais assistemática. É importante assinalar que a escola não acompanhou os avanços da

tecnologia, entretanto, cabe aos gestores e, sobretudo, aos professores, mudar esta

realidade que está posta.

Palavras-chave: conhecimento; mídia, social.

Sessão 4 – sala 25

Proposta de atividades para um novo perfil de monitoria de línguas estrangeiras

nas universidades.

Raquel Sforcin Blanco Jorge

[email protected]

Responsável: Profª Drª Maria Cristina Reckziegel Guedes Evangelista.

FCL-UNESP-Araraquara

Por meio do relato das atividades desenvolvidas durante o ano de 2011 na monitoria de

alemão referente às disciplinas dos dois primeiros anos de aprendizado de língua alemã

do curso de Letras da Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara, pretende-se

divulgar uma nova maneira de desenvolver o trabalho do monitor e do aluno

monitorado, buscando um maior sucesso comunicativo entre ambos e um melhor

aproveitamento do período de monitoria. As propostas refletidas e formuladas no

decorrer do período baseiam-se na constatação de que o trabalho do monitor pode ser

multifacetado e flexível, na medida em que sua atuação não seja limitada ao

Page 21: CADERNO DE RESUMOS · 2011. 11. 17. · 2 Maria Cristina R. G. Evangelista Marina Célia Mendonça (Ed.) 2º ENCONTRO DE LICENCIATURAS EM LETRAS – ELIL Ensino de línguas: teoria

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atendimento dos alunos em um horário específico da semana, somente para resolução de

dúvidas, como tem sido realizado. As ideias para esse novo perfil de monitoria

envolveram o trabalho de pesquisa na busca por diferentes tipos de ações e materiais

para o ensino de alemão como língua estrangeira. Entre as alternativas encontradas,

destacam-se: a exploração de atividades com livros didáticos diferentes daqueles

utilizados no período regular de aula, a busca de atividades para a aprendizagem do

alemão pela internet, em sites confiáveis, a oferta de revisões de conteúdo aos alunos do

primeiro ano antes da realização das provas, a criação de um grupo de estudo junto aos

alunos do segundo ano, mantendo-se, com esse grupo, reuniões semanais, durante as

quais foi possível, também, além de promover a comunicação oral em língua alemã e de

estudar questões linguísticas, a leitura e o trabalho de desenvolvimento da compreensão

auditiva de um livro paradidático adequado ao nível desses alunos. Finalmente, devido à

natureza desta atividade de auxílio do monitor, promoveu-se, por meio de visitas às

salas de aula e mensagens enviadas por e-mail, o comparecimento à monitoria em seu

horário fixo, bem como o estudo da língua alemã.

Palavras-chave: monitoria; língua alemã; novas perspectivas.

O uso do gênero entrevista como forma de motivação

para o ensino de Língua Inglesa. Fernanda Moreira Ferreira

[email protected]

Karem Lopes de Andrade

[email protected]

Responsável: Ms. Leina Jucá

UFOP

O Projeto de Estímulo à Docência, da área de Letras da Universidade Federal de Ouro

Preto, promove a interação de bolsistas graduandos em licenciatura de Língua

Portuguesa e Inglesa, em situações reais de planejamento e desenvolvimento de aulas

em escolas da rede pública das cidades mineiras Ouro Preto e Mariana. No nosso

projeto, que consiste na criação de um site para as escolas, orientamos alunos na

produção de alguns gêneros textuais para tal site.

A escola em que trabalhamos, E. E. Dom Velloso, costuma apoiar eventos culturais que

acontecem em Ouro Preto, ajudando na hospedagem e recepção de artistas. Assim,

também é privilegiada com apresentações e interações com os mesmos. Neste ano, a

programação para os 9º anos foi passarem uma manhã com o coral Doane College

Choir e com a banda Notre Dame Band, ambos estadunidenses. Sabendo dessa

interação das bandas com a escola, pensamos em incluir uma entrevista em Inglês e

participação de alguns alunos do 7º ano. Assim, foi possível focar, além da produção

escrita, a produção oral das perguntas.

Para a produção escrita do gênero, foi feito um trabalho de reconhecimento dos

elementos da entrevista e para a produção oral, utilizamos estratégias de ensino que

facilitassem a reprodução de alguns fonemas, como /l/, /r/, /p/, /t/, /k/. Apresentamos as

perguntas que seriam feitas para os entrevistados a fim de facilitar a compreensão das

respostas para as alunas.

De acordo com Bzuneck (2000, p.6) “a motivação, ou o motivo, é aquilo que move uma

pessoa ou que a põe em ação ou a faz mudar de curso”. Dessa forma, percebemos que

os cuidados com o planejamento da sequência didática possibilitaram uma mudança de

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postura das alunas em relação ao aprendizado de Inglês, além de satisfação, visto que

puderam fazer uso da língua de forma autêntica.

Palavras-chave: ensino de língua inglesa; entrevista; motivação.

Aprendizado de inglês através de textos científicos.

Carolina Moya Fiorelli

[email protected]

Responsável: Profª Drª Paula Tavares Pinto Paiva.

FCL-UNESP-Araraquara

Muitos estudantes de graduação têm pouco contato com uma língua estrangeira, que

podem ter estudado apenas no Ensino Médio. Porém, quando estes se formam e

pretendem continuar suas pesquisas em uma pós-graduação, irão se deparar com textos

científicos, muitos dos quais são publicados em inglês. Os estudantes (principalmente

das áreas de ciências exatas e biológicas) procuram cursos rápidos de inglês, a fim de

aprender essa língua para a compreensão dos textos. No entanto, nem sempre esses

cursos são eficazes, pois não tratam de especificidades das áreas trabalhadas em

mestrados ou doutorados. O “Programa de ensino de línguas estrangeiras e

desenvolvimento profissional”, em especial o “Língua estrangeira no Instituto de

Química” da UNESP de Araraquara, busca tanto o ensino da língua para a comunicação

quanto o ensino da língua por meio de textos científicos. Este trabalho tem como

objetivo apresentar a experiência da professora/licencianda no âmbito deste projeto em

uma das três salas de aula. No contexto desse grupo, procura-se seguir algumas

estratégias importantes, a saber: a) identificação de um objeto na leitura; b) uso de

regras para ajudar na decodificação dos textos escritos; c) uso de técnicas de leitura

silenciosa para uma compreensão mais rápida; d) skimming; e) inferência; f) análise de

vocabulário; g) distinção entre sentido literal e sentido implícito. Pretende-se nessa roda

de conversa descrever as estratégias que vem sendo utilizadas apontando para suas

utilidades na capacitação do leitor estrangeiro para entender o texto.

Palavras-chave: aprendizagem; inglês; leitura.

Tópicos de Língua e Cultura Espanhola: a música como elemento motivador

na aprendizagem de espanhol língua estrangeira. Ana Carolina Aparecida Marques Soarez

[email protected]

Rosangela Sanches da Silveira Gileno

[email protected]

FCL-UNESP-Araraquara

A presente comunicação é fruto das atividades realizadas dentro do projeto de pesquisa

“Tópicos de Língua e Cultura Espanhola”, desenvolvido na disciplina Prática de Ensino

de Língua Estrangeira (Italiano e Espanhol), e aplicada aos alunos do sexto estágio do

Centro de Estudos de Línguas (CEL). As atividades aconteceram durante o primeiro

semestre do corrente ano na Escola Estadual João Manoel do Amaral no município de

Araraquara – SP. O objetivo do projeto foi pesquisar e apresentar aspectos lingüísticos e

culturais de países falantes da língua espanhola como Argentina, Chile, Cuba, México,

Espanha, Uruguai, e Colômbia, por meio de análises de excertos de obras literárias,

trechos de filmes, séries e música. Neste sentido, foram trabalhados tanto questões

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lingüísticas como inferências lexicais, formas de tratamento, expressões idiomáticas,

voseo, etc., quanto aspectos culturais, como canções e culinária tradicionais dos

referidos países. O conteúdo foi apresentado em 15 aulas de modo que, com exceção da

primeira aula que foi a apresentação do projeto, a cada duas semanas foram trabalhadas

as atividades referentes a um país em questão por meio de aulas expositivas dialogadas

e tarefas práticas. Nesta comunicação, será destacada a aula sobre aspectos culturais e

lingüísticos da Argentina, mostrando como foi possível abordar tais aspectos, com o

auxílio da música, apresentando um gênero bastante tradicional, o tango. Será discutida

a repercussão desta atividade como elemento motivador no processo de aprendizagem, e

qual a postura didática adotada. Portanto, pode-se dizer que os resultados foram bastante

satisfatórios tanto para a prática docente da pesquisadora quanto para os alunos que se

interessaram pelo tema e acrescentaram conhecimentos à sua cultura.

Palavras-chave: ensino; língua espanhola; cultura espanhola.

Sessão 5 – sala 26

Pina Bausch e Walter Benjamin:

(re)construção da narrativa numa experiência de teatro-dança. Aline Tosta Floriano

[email protected]

E.E. Prof. Alcides Corrêa

O presente texto tem como objetivo explanar um estudo da narrativa por meio de uma

experiência de teatro-dança realizada numa Escola Estadual, localizada no Litoral Norte

do Estado de São Paulo. Para essa investida, portanto, foi necessário aliar a palavra

experiência, pelo viés de Walter Benjamin, à prática do teatro-dança da bailarina Pina

Bausch, pois ambos acreditavam que experiência é algo comunicável, transmitida de

alguém que a viveu e reavivada na forma narrada. É com esse conceito que foram

sedimentados os caminhos desta investigação em busca da interiorização de uma nova

forma de aprendizagem: pelo significado de experiência em seu todo. Se desejamos que

o sujeito aprenda, devemos levá-lo a vivenciar, proporcionando os meios de produção

para que os utilizem à sua maneira e para os seus fins. Assim, a experiência se tornará

significativa e os educandos estarão conectados aos seus respectivos contextos, valendo-

se de símbolos os quais serão compreendidos por todos os envolvidos.

Palavras-chave: experiência; narrativa; teatro-dança.

Entre dois saberes: Literatura e História como proposta dialógica

de leitura e ensino.

Mariângela Alonso

[email protected]

FCL-UNESP-Araraquara/CNPq

A proposta desta comunicação surgiu a partir de uma extensão universitária oferecida

aos cursos de licenciatura em Letras e História do Centro Universitário UNIFAFIBE

(Bebedouro-SP) e buscou destacar as intermediações entre os dois saberes, pautando-se

na obra de escritores brasileiros não incluídos no cânone, dentre os quais destacaram-se

Sousândrade, Kilkerry, Qorpo Santo, Chrysanthème e Carolina Maria de Jesus.

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Entendemos que os estudos literários e históricos aproximam-se pela textualidade, uma

vez que ambos baseiam-se em processos de percepção e organização da realidade que

cerca seus narradores. A interdisciplinaridade permite a troca de experiências entre

áreas afins e novos itinerários traçados por meio da criatividade e competência do

educador. Para tanto, recorremos a ensaios críticos de perspectivas históricas e literárias

que iluminam o tema, tais como os estudos de Antonio Candido, Alfredo Bosi, Mikhail

Bakhtin, Hans Robert Jauss, entre outros.

Palavras-chave: literatura; história; interdisciplinaridade.

As diversas faces de Gregório de Matos:

uma relação entre literatura e sala de aula.

Rodrigo Felipe Veloso

[email protected]

Unimontes

O presente artigo pretende investigar como se configura as diversas faces de Gregório

de Matos em suas poesias sacras, satíricas, líricas e eróticas. A discussão a ser

apresentada trata-se da relação existente entre o texto literário e o processo de ensino-

aprendizagem em sala de aula, especialmente no que diz respeito à escola literária

barroca. O barroco, então, vem-nos propor no final do século XVI e o início do século

XVII, a ocorrência de conflitos de diversas naturezas, são elas de ordem política,

econômica, social e religiosa. Confrontam-se, assim, duas forças: o teocentrismo

medieval (que a igreja deseja reimplantar) e o antropocentrismo renascentista (que o

homem não deseja perder). Logo, o homem da época tenta atingir uma síntese desses

valores, ou seja, conciliar razão e fé; espiritualismo e materialismo; carne e alma. Dessa

tentativa origina-se um estado de tensão permanente, que se irradia para a maneira de

pensar, para as concepções políticas, para a estrutura social e, sobretudo, para a arte

produzida no período. Ademais, dos poemas emanam essas questões que serão

apresentadas e analisadas, visto que, evidentemente, o processo de ensino-aprendizagem

necessita de outras formas com as quais possa dialogar, e desse modo, tornar-se cada

vez mais intercomunicante, principalmente quanto às relações que favorecem e

aprimoram o conhecimento. Por isso, centrar-nos-emos mais no nível da análise dos

elementos que servem para identificarmos, por exemplo, as figuras de linguagem

(metáfora, paradoxo, antítese, aliteração, etc), bem como o contexto-histórico do Brasil

nessa época.

Palavras-chave: literatura barroca; Gregório de Matos, ensino-aprendizagem.

Pensar é sofrer: a reflexão como causa da angústia do eu-lírico em “Tabacaria”,

Álvaro de Campos.

Ana Paula Garcia

[email protected]

Professor responsável: Prof. Dr. Márcio Scheel

Ibilce-UNESP-S.J.Rio Preto

O projeto que ora se apresenta procura criar uma reflexão acerca da destacada angústia

presente no discurso do eu-lírico de “Tabacaria”, de Álvaro de Campos. O trabalho

centrar-se-á na relação estabelecida pelo eu-lírico entre o sofrimento existencial e o ato

de pensar, revelando a forte relação com a filosofia e a importância de se voltar para

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uma interpretação filosófica do poema. A ideia é mostrar que esse sofrimento resulta da

percepção do sujeito poético de seu deslocamento em relação ao mundo e de sua

incompreensão de si mesmo, percepção esta alcançada no ato de pensar. O

individualismo, característica marcante da modernidade, juntamente com a pesada carga

de acontecimentos, sociais, políticos e culturais, confundem o sujeito poético e o faz

perceber que, em meio a tantas pessoas e a uma realidade tão densa, não se conhece

ninguém de verdade, em essência. A partir dessa percepção, o eu-lírico passa a duvidar

da realidade das coisas, dos seres e dos sentimentos, e essa dúvida é representada por

meio do conflito entre exterioridade e interioridade, que se manifesta ao longo de todo o

poema por meio de diferentes imagens e construções. Tal situação configura a grande

motivação da angústia do sujeito poético e será estudada no decorrer do trabalho. Como

objetivos secundários e fatores auxiliares de explicação da idéia principal apresentada, o

projeto trabalhará o niilismo político-existencial; a fragmentação do sujeito moderno e a

relação da mesma com a heteronímia; as relações entre o real exterior e o real interior

presentes no poema; e a poesia como escapismo, fator redutor de sofrimento. Assim, a

proposta atenta para o viés filosófico do poema, alertando que o professor, ao trabalhar

com o poema em sala de aula, deve propor tal direção interpretativa. Tudo diretamente

relacionado com a proposta principal e direcionado ao seu mais completo entendimento.

Palavras-chave: poesia; pensamento; angústia.

Sessão 6 – sala 27

O Programa PIBID/Capes no Curso de Letras do Uni-FACEF:

Leitura de Literatura Ana Lúcia Furquim de Campos-Toscano

[email protected]

Monica de Oliveira Faleiros

[email protected]

Uni-FACEF

É consenso geral que o desenvolvimento da Educação no Brasil depende de uma

melhoria da formação do futuro professor, não somente no âmbito acadêmico, como

também no que diz respeito às atividades práticas, a fim de que as teorias estudadas

possam ser aplicadas e desenvolvidas no cotidiano escolar. Foi pensando em melhor

atender a essas necessidades que inscrevemos um projeto de trabalho junto ao Programa

Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência - PIBID / CAPES, cuja meta é promover

o trabalho de nossos licenciandos em Letras com classes de sexto ano do Ensino

Fundamental a partir da leitura de textos literários, que pensamos justificar-se uma vez

que é notória a necessidade de desenvolver nos educandos competências e habilidades

não só para a leitura de literatura, mas também para a prática de produção de textos.

Tendo em vista esses objetivos, elaboramos atividades práticas por meio das quais se

exploram, nos textos literários, os planos de expressão e de conteúdo, articulando-os na

construção da leitura interpretativa. Nessa perspectiva, o professor, por meio de práticas

de leitura compartilhada, de atividades que envolvem a exploração textual em várias

dimensões, é colocado como um mediador trabalhando a fim de aproximar o leitor-

aluno do leitor previsto pelo texto. Como forma de ampliação do trabalho de leitura,

busca-se a aplicação de atividades de produção de textos que se orientam para a

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apropriação de estruturas e recursos formais dos textos lidos, bem como das reflexões

realizadas a partir da compreensão-interpretação de suas temáticas.

Palavras-chave: programa PIBID; formação de professores; leitura de literatura.

O PIBID, Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência:

um novo espaço de reflexão e ação para docentes e licenciandos em Letras.

Maria Cristina Reckziegel Guedes Evangelista

[email protected]

Nildicéia Aparecida Rocha

[email protected]

Cibele Cecílio de Faria Rozenfeld

[email protected]

Paula Tavares Pinto Paiva

[email protected]

Cláudia Fernanda de Campos Mauro

[email protected]

Silvana Vieira da Silva

[email protected]

FCL-UNESP-Araraquara

Regiane Cristina Cábrio

[email protected]

Sheila Figueiredo Valentino

[email protected]

E.E.Pedro José Neto

O tema escolhido para o II ELIL, “Ensino de línguas: teoria e prática”, ocupa um lugar

central nas reflexões do grupo de professoras e licenciandas do curso de Letras,

bolsistas que participam do PIBID-Letras, cujos trabalhos serão desenvolvidos durante

2 anos numa escola pública da cidade de Araraquara. As licenciandas ministram cursos

de línguas estrangeiras (alemão, espanhol, francês, inglês e italiano) a alunos dessa

escola, sob orientação de docentes colaboradoras, do Departamento de Letras Modernas

da FCL, assim como de professoras atuantes na escola. Em reuniões periódicas, são

promovidas discussões sobre textos teóricos e sobre questões práticas trazidas pelas

bolsistas, a partir de suas experiências iniciais em sala de aula. As primeiras leituras

realizadas e discutidas dizem respeito ao planejamento de curso e de aula. É pertinente

observar que, apesar da maior carga horária destinada às disciplinas pedagógicas e a

estágios no atual currículo das licenciaturas, o estudo da fundamentação teórica que

permite ao professor desenvolver esses planejamentos a contento ainda encontra um

espaço delimitado nesse currículo e nas reflexões de docentes e licenciandos. No PIBID,

procuramos em conjunto conscientizar as bolsistas para a importância da formação

sólida do professor, que promova o desenvolvimento de todas as suas competências

(Almeida Filho, 2000), para que ele realize seu trabalho de forma consciente e saiba

buscar respostas para as questões que se apresentam. Nossas discussões também são

ponto de partida para projetos de pesquisa sobre ensino e aprendizagem de línguas

estrangeiras. Por isso, o PIBID constitui-se um espaço fundamental para a reflexão

sobre as questões teóricas e sua articulação com a prática, promovendo,

simultaneamente, o estabelecimento de vínculos estáveis entre a universidade e a escola

pública.

Palavras-chave: formação docente; escola pública; língua estrangeira.

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Estudos bakhtinianos: reflexões acerca da desconstrução do discurso homofóbico.

Priscila Pacheco da Silva

[email protected]

Responsável: Profª Draª Marina Célia Mendonça

FCL-UNESP-Araraquara

Este trabalho analisa uma história em quadrinhos distribuída nas escolas públicas

brasileiras em 2010. Os procedimentos teórico-metodológicos partem dos conceitos de

gênero do discurso, de diálogo e de signo ideológico desenvolvidos nos estudos

bakhtinianos. O objetivo é analisar o discurso construído pelos órgãos governamentais

para combater o preconceito, em especial a homofobia, tema central do corpus

analisado. O trabalho divide-se nas seguintes partes: exposição de estudo bibliográfico

sobre a teoria bakhtiniana, em especial sua abordagem dos gêneros do discurso;

exposição de estudo bibliográfico sobre o gênero história em quadrinhos; análise do

corpus. Na análise, enfocam-se diversas formas de diálogo empreendidas na história em

quadrinhos em foco, desde a mais imediata (enunciador-destinatário/leitor) até aquela

que se sustenta nos valores sócio-históricos que se materializam nos discursos

institucionalizados como o estudado nesta pesquisa.

Palavras-chave: estudos bakhtinianos; análise do discurso; história em quadrinhos.

Os gêneros do discurso no livro didático: estudo de caso.

Marly de Fátima Monitor de Oliveira

[email protected]

Responsável: Prof.ª Dra.ª Renata M. F. Coelho Marchezan

FCL-UNESP-Araraquara

O material didático destinado ao estudo da língua está baseado na questão dos gêneros

de Bakhtin. No entanto o encaminhamento do estudo tem resultado em leituras e

produções de textos modelares e fechados, inclusive limitando as possibilidades

criativas dos alunos, e muitas vezes impedindo-os de exercitar a sua individualidade. De

início a proposta, como está nos livros didáticos, forma leitores úteis de textos, mas não

forma o leitor crítico, pelo contrário, ela faz um enquadramento por meio da leitura e da

construção de textos.

A formação do leitor crítico demanda leituras e produções de textos geradores de

dúvidas, questionamentos que só um professor-leitor poderá orientar. Em geral, o

material didático sugere apenas a proposta de atividades propondo-as no eixo

parafrásico. Muitas vezes os professores não percebem que a proposta do livro didático

se afasta da visão de Bakhtin, mas sentem que os alunos rejeitam a forma repetitiva

como os gêneros são abordados.

Não se pode deixar de considerar que o gênero discursivo reflete o processo social

envolvido na situação comunicativa nas mais variadas esferas de atividades. No ensino

e na aprendizagem de Língua Portuguesa os gêneros são considerados como vias de

acesso ao letramento e para torná-los mais acessíveis, os livros didáticos procuram

compor suas coleções com os gêneros que estão presentes em nossa vida cotidiana.

No entanto, muitas vezes as atividades propostas pelos livros didáticos impedem que o

aluno perceba o gênero como um recurso do dizer, e que esse dizer e o como dizer estão

atrelados não a uma forma fixa e engessada, mas a uma situação comunicativa que

“seleciona” a forma, o conteúdo e o estilo.

Palavras-chave: gênero do discurso; livro didático; Bakhtin.

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RODAS DE CONVERSA

Roda-de-conversa 1 – sala 25 Ensino de LE-I (inglês/espanhol)

O lúdico no ensino de inglês.

Jenifer Evelyn Saska

[email protected]

FCL-UNESP-Araraquara/PIBID-CAPES

O lúdico tem recebido particular atenção de docentes e pesquisadores, uma vez que sua

inserção na sala de aula produz bons resultados, se usado na medida certa. Entreter os

alunos durante a aprendizagem é uma forma eficaz de obter a sua atenção e de facilitar o

processo de aprendizagem, evitando, além disso, conflitos, uma vez que aproxima os

participantes, promovendo uma interação maior entre eles. A concentração nas

atividades lúdicas modifica o ambiente escolar e permite que os alunos fiquem alheios à

rotina maçante.

Pretendemos desenvolver um breve relato sobre a utilização do lúdico no ensino de

idiomas, mais especificamente, do inglês, no contexto do Programa Institucional de

Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID, financiado pela CAPES. Buscar-se-á pensar

aspectos da utilização do lúdico que podem facilitar a apreensão do conteúdo por parte

dos alunos. Partindo de algumas reflexões provenientes de experiências recentes em sala

de aula, também intencionamos pensar o lúdico não apenas com crianças, com as quais

parece ser mais natural explorar jogos e brincadeiras, mas também com pré-

adolescentes e jovens, que comprovam, com um melhor desempenho em ambiente

escolar, a relevância da aplicação do lúdico ao ensino.

Palavras-chave: lúdico; ensino de inglês; relação ensino-aprendizagem.

A experiência da docência durante a graduação: dificuldades, proveitos e frutos.

Elenir Ap. M. Alcalá de Carvalho

[email protected]

FCL-UNESP-Araraquara/PROEX

Dentro da universidade, a compreensão e o conhecimento de outros contextos sociais de

ensino são escassos, uma vez que a realidade da Universidade e a realidade da escola

pública são completamente distintas e distantes. Dentro das escolas públicas, a

compreensão e o conhecimento do contexto social universitário também são

praticamente inexistentes. Isso dificulta a inserção de seus alunos na universidade, uma

vez que o distanciamento social faz com que eles não vislumbrem a possibilidade de

fazer parte desse meio. Tal distanciamento entre essas duas realidades também se reflete

intensamente no graduando, que mais cedo ou mais tarde, optando por esse caminho,

acabará por ter que lidar com tal contexto desconhecido. Em grande parte, é muito

possível que ainda não esteja preparado para esse trabalho, fato que nos leva a refletir

sobre a evasão de professores das escolas públicas. As oportunidades de ligação entre

essas duas realidades são poucas e, portanto, insuficientes, porém, quando de alguma

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forma essa ligação é estabelecida, culmina em diversos resultados positivos. Desta

maneira, temos por objetivo, neste trabalho, discutir as implicações do distanciamento

das realidades escola – universidade, e principalmente discorrer sobre as dificuldades,

benefícios e frutos da aproximação dessas realidades, tanto para o graduando em

experiência de docência quanto para o aluno da escola pública. Abordaremos as

relações que se estabelecem entre eles e as demais pessoas que compõem o ambiente

escolar. Neste caso, a realização da proximidade se dá através do Projeto de Extensão:

Ensinar e aprender línguas estrangeiras na escola pública: criando pontes universidade-

escola. Mais especificamente serão relatadas as experiências vivenciadas na aula de

Língua Espanhola pela licencianda em Letras do 3º ano e pelos alunos da Escola

Estadual Professor Sérgio Pedro Speranza, localizada no bairro periférico Parque São

Paulo, Araraquara.

Palavras-chave: docência; relação escola – universidade; resultados positivos.

A importância da prática docente na constituição da identidade

do professor em formação.

Samanta de Pádua Neves

[email protected]

FCL-UNESP-Araraquara/PIBID-CAPES

O presente trabalho tem por objetivo apresentar algumas considerações sobre a

importância da prática docente no período de formação do professor, como fator

constituinte de sua identidade que também está se formando. As observações foram

possíveis através do projeto “Ensinar e aprender línguas estrangeiras na escola pública:

criando pontes universidade-escola”, desenvolvido pelo PIBID/CAPES na Escola

Estadual Pedro José Neto. Apesar de recente, a prática docente no curso de língua

espanhola oferecido a 21 alunos do 6º ano, proporcionou à presente bolsista uma

reflexão acerca da sua postura como professora, de como lidar com os conteúdos que

devem ser desenvolvidos, de como observar as necessidades dos alunos ao estudarem o

idioma e, principalmente, uma reflexão contínua sobre a sua prática. A atuação como

docente durante o período em que a bolsista está em formação possibilitou tais reflexões

e esse fator é fundamental para a constituição da identidade do aluno como futuro

professor porque, além de pensar a teoria sendo aplicada na prática e vice-versa,

possibilita a formação de um professor crítico e consciente da importância de pensar e

repensar sua prática para melhor lidar com as problemáticas do ensino. Infelizmente o

licenciando em Letras ainda dispõe de poucas oportunidades para a prática docente, e

através de projetos como este, constatamos como é relevante e importante essa

oportunidade, pois, em nossa perspectiva de estudante, estaremos mais bem preparados

para lidar com a realidade do ensino e para conjugar a teoria e a prática de maneira mais

consciente e reflexiva.

Palavras-chave: prática docente; identidade do professor; professor em formação.

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Roda-de-conversa 2 – sala 26 Ensino de LE-II (alemão/francês/italiano)

Como desenvolver os planejamentos de aula

considerando o modo como se aprende e como se ensina uma língua estrangeira

e diante de diferentes aprendizes e contextos.

Juliana Bonsi Corrêa

[email protected]

FCL-UNESP-Araraquara/PIBID-CAPES

Um dos primeiros desafios que um graduando ou professor recém formado encontra ao

iniciar a docência é como desenvolver seu planejamento de aula. Neste trabalho, abordo

principalmente questões sobre a regência de aulas de línguas estrangeiras, com ênfase

no ensino da língua alemã, área em que atuo numa escola pública da cidade de

Araraquara, no contexto do projeto PIBID/CAPES. Muitos professores, ao ensinar uma

língua, reproduzem o modo como a aprenderam. Porém, no planejamento das aulas, é

necessário refletir sobre as diferenças que podem ser determinadas por variáveis como a

idade, os interesses e as necessidades dos alunos, assim como considerar as pesquisas

sobre o ensino e a aprendizagem de línguas estrangeiras. A existência de variáveis

determina diferenças entre o modo como se aprende e como se deve ensinar uma língua

estrangeira. As pesquisas podem trazer novas informações sobre como ocorre a

aprendizagem e sobre boas formas de atuar junto aos aprendizes. Muitos alunos que

buscam aprender outra língua têm como objetivo conseguir ter um bom desempenho

comunicativo na língua alvo, fazendo-se entender quando estão em contato com outros

falantes dessa língua. No que se refere à minha experiência pessoal, minha

aprendizagem de alemão ocorreu em contexto universitário, cujas aulas visam, além da

comunicação, a análise de questões linguísticas, uma vez que o curso forma professores

de língua estrangeira. Neste trabalho, proponho apresentar as diferenças entre o modo

como aprendi a língua alemã e como a ensino, evidenciando quais foram as

constatações que me levaram a descobrir essas diferenças no ensino de língua alemã

para adolescentes, com especial atenção para o espaço da gramática na duração total da

aula.

Palavras-chave: planejamento de aula; variáveis; diferentes aprendizes.

O trabalho com grupos heterogêneos na sala de aula.

Natalia Aparecida Canteiro Bisio

[email protected]

FCL-UNESP-Araraquara/PIBID-CAPES

Meu trabalho como professora se iniciou no Projeto PIBID/CAPES - Programa

Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência. Esse primeiro contato com a profissão é

prazeroso, mas, ao mesmo tempo, nos deparamos com alguns problemas típicos da

situação de ensino e aprendizagem. Uma das maiores dificuldades encontradas até o

momento foi o trabalho com grupos muito heterogêneos. Numa mesma turma, pode

haver alunos que parecem ter muita facilidade com o aprendizado do francês e outros

que apresentam extrema dificuldade.

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Os alunos do primeiro grupo são capazes de criar sozinhos algumas sentenças,

apresentam uma pronúncia excelente, conseguem ler e compreender praticamente a

maioria dos conteúdos dos textos abordados em aula. Esses alunos demonstram uma

relação de prazer com o que conseguem articular na língua.

Já os alunos do outro grupo caminham em um ritmo diferente, podendo mostrar

dificuldades nas seguintes questões: acompanhar a leitura dos textos, compreender

quando a professora fala em francês, dificuldades para fazer exercícios e para criar

sentenças, problemas com a pronúncia e com a leitura na língua alvo, até mesmo

quando já tiveram contato anterior com o texto em questão.

Neste caso, eu, como professora, tenho o papel de auxiliá-los e criar novas formas de

aprendizado, mais acessíveis a esses alunos. Para isso, tenho trabalhado com jogos que

retomam os conteúdos já apresentados em aula, assim como utilizado textos diferentes,

mas que falam do mesmo assunto; atividades em duplas, reunindo um aluno com

dificuldade a outro com facilidade; trabalho com música popular; dentre outros meios.

Porém, chegar a possíveis soluções de problemas não é matéria fácil. Isso requer do

professor um constante trabalho de avaliação de si mesmo. A reflexão quanto à

adequação de certos métodos e a pesquisa de novas formas de abordagem para um dado

conteúdo também são necessárias nessa busca constante do professor.

Palavras-chave: heterogeneidade; dificuldade; papel do professor.

Impasses entre o lúdico e a gramática na abordagem comunicativa.

Monique Carbone Cintra

[email protected]

FCL-UNESP-Araraquara/PIBID-CAPES

Enquanto integrante do projeto PIBID/CAPES “Criando Pontes universidade-escola”,

deparei-me com o desafio de conciliar teoria e prática.

A abordagem comunicativa é que norteia os nossos passos em sala de aula, portanto,

parte-se do pressuposto de que aprender uma língua estrangeira não depende do

domínio de um conjunto de frases e, sim, da situação real de uso da língua. A fim de se

desenvolver as competências comunicativas dos alunos de LE, optou-se, num primeiro

momento, pelo ensino calcado em atividades lúdicas.

No primeiro mês de aula, trabalhar com o lúdico foi fundamental para motivar os alunos

e mantê-los interessados, visto que a opção pela língua italiana se deu de forma

espontânea, dentro da variedade de línguas estrangeiras ofertadas pela escola, como

atividade extra-curricular e em parceria com o nosso projeto. Entretanto, priorizar

apenas a comunicação, deixando de lado os aspectos gramaticais e sua sistematização,

não atendeu às minhas expectativas, enquanto professora, em relação aos resultados

apresentados pelos alunos.

Ao menos em relação ao ensino de italiano – considerado língua próxima do português

–, o trabalho com o lúdico não foi suficiente para fixar o conteúdo explorado. Os alunos

sentiram necessidade de aprender “as estruturas comunicativas” de forma sistematizada,

ou seja, com o suporte da gramática. Conclui, então, que para os meus alunos, na

situação de aprendizagem que se encontram, fazer uso de estruturas linguísticas é tão

importante quanto compreendê-las gramaticalmente, talvez por ser a forma como estão

habituados a aprender outras disciplinas.

O ensino de língua estrangeira, a meu ver, deve, sim, partir de contextos comunicativos

reais (e não artificiais, como muitos livros didáticos apresentam), no entanto, não se

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deve resumir apenas a situações comunicativas, sem que haja o contraste com a

gramática da língua materna (principalmente no nível elementar), contribuindo,

positivamente, para as associações que os alunos estabelecem e que os ajudam a “ousar”

e a “criar” a partir dos dados gramaticais de que dispõem.

Palavras-chave: abordagem comunicativa; lúdico; sistematização.

Roda-de-conversa 3 – sala 27 Ensino de LE-III (Inglês e TI)

Produção de um glossário virtual inglês/português de informática e eletrônica.

Denise Elaine Emidio

[email protected]

Rosana Ferrareto Lourenço Rodrigues

[email protected]

Leonardo de Melo João

[email protected]

Andressa Jove Godoy

[email protected]

IFSP-São João da Boa Vista

Esta roda de conversa apresentará o processo de elaboração/implementação de um

glossário virtual Inglês/Português, produto de um projeto PIBIC/EM. Tendo como base

planos de ensino e material didático de Cursos Técnicos Integrados ao Ensino Médio, os

pesquisadores de informática e eletrônica selecionaram grupos lexicais para construir o

glossário. Em informática, optou-se por abordar a polissemia dos verbos de movimento.

Como exemplo, temos RUN, que significa conceitualmente CORRER. Nos gêneros

textuais da informática (tutoriais, artigos, livros), verificou-se uma profusão de sentidos,

a partir de empregos metafóricos, como rodar, funcionar, executar, hospedar,

administrar. Em eletrônica, optou-se por um tratamento temático das unidades da grade

técnica. Os itens lexicais foram categorizados em instrumentos, componentes, grandeza,

unidades de medida, materiais. Uma descrição semântica desses termos pode consistir

em recurso metacognitivo para ampliar a competência de leitura.

Palavras-chave: glossário virtual; informática; eletrônica.

Projeto interdisciplinar em um curso de Tecnologia em Sistemas para Internet:

criação de um blog em inglês.

Rosana Ferrareto Lourenço Rodrigues

[email protected]

Giselle Cristina Cardoso

[email protected]

IFSP-São João da Boa Vista

Este trabalho visa a partilhar experiências sobre um projeto interdisciplinar de Inglês

Instrumental (INI) e Interação Homem-Computador (IHC) do Curso Superior

Tecnologia em Sistemas para Web, que objetivou utilizar conteúdos de INI na escrita de

blogs, implementados via princípios de IHC. Teve como metas: motivar/orientar os

alunos a redigir os gêneros CV, perfil, glossário e resenha e aplicar regras de design e

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usabilidade de interface para web. As etapas foram: plano do blog; desenvolvimento de

designs alternativos; estabelecimento de critérios de usabilidade; redação e postagem

dos textos; apresentação de seminários. Como agenda dos seminários: narração da

elaboração do projeto básico/ descrição do usuário-alvo; caracterização da navegação:

aparência/modelos cognitivos; leitura/tradução dos textos. Houve avaliação quanto à

aplicação de conceitos de IHC e aspectos textuais de INI e verificou-se que os alunos

exercitaram a criatividade de modo personalizado e contextualizado.

Palavras-chave: inglês instrumental; interdisciplinaridade; interface homem-

computador.

Roda-de-conversa 4 – sala 28 Leitura de literatura.

Viajando de trem com Manuel Bandeira: relato de experiência

sobre o trabalho de leitura de texto poético

desenvolvido com crianças de sexto ano do Ensino Fundamental. Adriana Leôncio de Souza Ribeiro

[email protected]

Ana Paula Nunes Stefani

[email protected]

Bruna Natane Costa

Laisa Franzolin Malta

[email protected]

Monica de Oliveira Faleiros

[email protected]

Uni-FACEF-Franca

O relato de experiência que apresentamos por meio deste trabalho é parte integrante das

atividades desenvolvidas no programa PIBID/CAPES que foi implantado no Uni-

FACEF a partir de junho de 2011. As atividades aplicadas a crianças de sexto ano do

Ensino Fundamental têm como objetivo desenvolver a leitura de textos literários,

especificamente textos poéticos. Essas atividades são elaboradas a partir de três etapas:

motivação para a leitura; exploração formal e temática do texto e ampliação dos

conhecimentos relacionados. Assim, neste trabalho, o objetivo é descrever nossa

experiência com o poema de Manuel Bandeira, “Trem de ferro”, cuja motivação partiu

do levantamento geral de informações relacionadas ao trem como meio de transporte no

passado e no presente, além do contexto de produção do poema de Bandeira; após isso,

introduzimos os conceitos de poema, poesia, estrofe, verso e rima e exploramos os

recursos sonoros empregados pelo poeta. Essa abordagem possibilitou tanto o resgate de

conhecimentos já adquiridos (tonicidade de palavras, por exemplo), como a inclusão de

novos conteúdos, tais como o uso da aliteração e da assonância, de maneira a construir

uma relação efetiva entre significado e significante no jogo verbal do texto. No que diz

respeito à ampliação de referências abordadas pelo poema, apresentamos às crianças

composições musicais sobre o poema e seu tema, trabalhamos com exercícios lúdicos,

como palavra cruzada e jogo de “batata quente”, que deram suporte à avaliação do

trabalho.

Palavras-chave: relato de experiência; leitura de texto poético; “Trem de ferro”.

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A aplicação de avaliação diagnóstica no sexto ano das escolas de educação básica

que integram o programa PIBID/Uni-FACEF.

Camila Batista dos Santos

[email protected]

Suzani Ferreira Gonçalves

[email protected]

Talita Pereira Nascimento Capel

[email protected]

Monica de Oliveira Faleiros

[email protected]

Uni-FACEF-Franca

O objetivo deste trabalho é apresentar uma parte das atividades desenvolvidas por nós,

alunos da graduação em Letras do Uni-FACEF, como bolsistas do programa

PIBID/CAPES, que está em andamento desde junho de 2011. O projeto prevê a

articulação entre o ambiente acadêmico e a escola pública de formação básica, uma vez

que dele participam efetivamente professores do Centro Universitário (coordenadores

de área), professores titulares da rede pública (supervisores), alunos de graduação em

Letras (bolsistas em formação) e crianças matriculadas no sexto ano do Ensino

Fundamental, especificamente. A fim de orientar nossa prática pedagógica, iniciamos

nossas atividades na escola pública com a aplicação de uma avaliação diagnóstica. Esta

avaliação se constituiu de: observação de aulas; aplicação de questionário sobre leitura;

aplicação de atividades que tiveram o objetivo de avaliar o desempenho das crianças no

âmbito da leitura e da produção de textos. Neste trabalho, nosso objetivo é descrever os

métodos e procedimentos utilizados na construção da avaliação diagnóstica e apresentar

uma discussão sobre os resultados obtidos, que reorientaram, em relação ao projeto

inicial apresentado à CAPES, nosso trabalho junto à escola.

Palavras-chave: avaliação diagnóstica; educação básica; programa PIBID/Uni-FACEF.

Brincando com palavras e imagens: relato de experiência sobre o trabalho

desenvolvido com crianças de sexto ano do Ensino Fundamental em leitura e

produção de texto a partir da obra Assim, Assado de Eva Furnari. Matheus Borges Michelin

[email protected]

Maísa de Sousa Froes

[email protected]

Murillo Nunes Stefani

[email protected]

Monica de Oliveira Faleiros

[email protected]

Uni-FACEF-Franca

O objetivo deste trabalho é descrever os procedimentos empregados tanto na produção

quanto na aplicação de atividades de trabalho com texto poético junto às crianças de

educação básica de escolas públicas vinculadas ao programa PIBID/CAPES de que

participamos como alunos do curso de Letras do Uni-FACEF. A atividade que

descrevemos teve como suporte a obra de Eva Furnari, Assim, assado, e o que levou à

escolha desta obra foi o fato de que se compõe de vários textos curtos, bem humorados,

de caráter poético e também o fato de apresentar uma estrutura apreensível pelas

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crianças, além de ser ricamente ilustrada. Como motivação para o trabalho, exploramos

o paratexto inicial do livro, que apresenta o tema da diferença entre os seres; a seguir,

exploramos a estrutura dos textos e sua expressividade sonora. Após esse trabalho de

exploração, propusemos duas produções de texto: uma como resposta ao paratexto final

- em que a autora se apresenta -, e outra com o objetivo de que as crianças se

apropriassem da estrutura utilizada na obra e a empregassem na escrita de seus próprios

textos. Essas produções desenvolveram-se em duas etapas: uma de produção e outra de

reescrita, sendo que a reescrita foi realizada após uma intervenção que fizemos nos

textos.

Palavras-chave: relato de experiência; leitura de poemas; produção de texto.

Roda-de-conversa 5 – sala 29

Mito e poesia: leituras

Fundação Casa. A mútua descoberta da realidade do Outro.

Edvanda Bonavina da Rosa

[email protected]

Mariana Masotti

[email protected]

Priscila Pacheco da Silva

[email protected]

Adriel Gomes da Silva

[email protected]

Felipe Sousa de Andrade

[email protected]

Paula Camargo Boschiero

[email protected]

FCL-UNESP-Araraquara

Traremos para ser compartilhada a experiência realizada neste ano por um grupo

constituído por alunos da FCL e também por outros interessados, no decorrer da qual

travamos contato com jovens infratores que estão detidos na Fundação CASA (antiga

FEBEM), em Araraquara. Inicialmente pensado como atividade a ser desenvolvida pelo

PET/Letras em conjunto com os demais PETs de Araraquara, o projeto ampliou-se e

outros alunos não petianos tomaram parte dele. Nosso objetivo visava a dois aspectos:

contribuir com nossa presença na Fundação para a reinserção social e o lazer dos jovens

daquela Instituição, bem como possibilitar que os alunos participantes fizessem a

experiência de novas estratégias para o ensino de Graduação e de formação para a

cidadania. O projeto que desenvolvemos lá intitulou-se “A arte de contar histórias” e,

embora tenha um título atraente, na verdade tinha um objetivo bem menos ambicioso,

que era não o de formar artistas aptos ao exercício da contação, mas suscitar a

consciência de que nossa visão de mundo e nossa vida interior são constituídas por

micronarrativas, que não só nos situam no universo ao qual pertencemos como também

formam nossa própria identidade. Ao serem exteriorizadas essas histórias, quer

pessoais, quer lidas ou ouvidas, mas guardadas em nossa memória, podemos encontrar

materiais que possibilitam a abordagem dos valores que dão forma ao nosso pensamento

e comportamento. Tendo essa perspectiva como ponto de partida e seguindo a linha

Page 36: CADERNO DE RESUMOS · 2011. 11. 17. · 2 Maria Cristina R. G. Evangelista Marina Célia Mendonça (Ed.) 2º ENCONTRO DE LICENCIATURAS EM LETRAS – ELIL Ensino de línguas: teoria

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teórica de Paulo Freire, para quem o processo de aprendizado é interativo e baseado na

troca de experiências, planejamos que não levaríamos histórias já prontas para

contarmos, mas que colheríamos as mais diversas histórias que nos fossem contadas. A

partir delas é que iríamos desenvolver os outros passos de nosso planejamento de

atuação. Ao todo foram cinco encontros e a experiência foi enriquecedora, tanto para os

estudantes quanto para os jovens da Fundação que tomaram parte nessa atividade.

Palavras-chave: histórias; contação; reinserção.

Fazendo poesia, criação rítmica da beleza em palavras.

Danielle Christiane da Silva Viveiros

[email protected]

EMEB Carmine Botta-São Carlos

Sabe-se que são oportunos projetos que explicitem a importância da poesia na vida dos

seres humanos, mas, infelizmente, muitas escolas esqueceram-na, dando mais espaços

para textos em prosa, privando os alunos dessa “experiência inigualável”. Vários

autores vêm pesquisando as questões da leitura e de trabalhos de poesias como Pinheiro

(2002), Micheletti (2001), Frantz (1997), Cunha (1986) e investigam as dificuldades que

os alunos possuem de interpretar esses textos, não só pela falta do conhecimento prévio,

mas também pelo pouco contato que eles têm com a poesia. Nesse sentido, o projeto

“Fazendo Poesia”, realizado no ano letivo de 2010 e oferecido aos alunos de 7ª. e 8ª.

séries da EMEB Carmine Botta e da EMEB Dalila Galli, escolas do Ensino

Fundamental – Ciclo II da Rede Municipal de Ensino de São Carlos, teve como objetivo

fazer uma reflexão sobre qual tem sido a contribuição da escola na formação de leitores

críticos e reflexivos na sociedade atual. O objetivo geral desse projeto não era

transformar os alunos em grandes escritores de poemas, mas sim transformá-los em

leitores aptos a interpretar e compreender o mundo poético. Uma vez que a

aprendizagem da interpretação da poesia compreende o desenvolvimento de coordenar

conhecimentos dos vários sentidos que um texto poético proporciona: o linguístico, o

textual e o de mundo. Dessa maneira, o presente trabalho visa relatar as atividades

poéticas elaboradas, nesse projeto, que acionaram as estratégias de compreensão (no

âmbito da superfície textual) e de interpretação (relacionadas ao momento enunciativo e

às relações extralinguísticas) proporcionando meios de amadurecimento e autonomia

para o leitor em formação. Oportunizaram-se, também, momentos lúdicos aos alunos,

tendo em vista exercícios de imaginação, de fantasia e de criatividade e, ao mesmo

tempo, o projeto mostrou-lhes a vida de uma forma mais poética, com maior liberdade

para construir seus conhecimentos.

Palavras-chave: gênero textual; poesia; estratégias de leitura.

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PAINÉIS

Ecologicamente Ideológico.

Bárbara Melissa Santana

[email protected]

Supervisor: Profa Dr

a Luciane de Paula

FCL-UNESP-Assis

Ao se pensar sobre a temática da sustentabilidade como um artifício relacionado a uma

estratégia discursiva de persuasão dos sujeitos (eu – marca/Natura e partido/PV / outro –

consumidores e leitores, respectivamente), destaca-se uma problemática: a contradição

inerente aos discursos “ecologicamente corretos”. Para decifrar a trama dissimuladora

dos cenários que compõem tais discursos e trazer à tona o que ocorre em algumas

campanhas publicitárias que fazem uso desse recurso retórico-argumentativo como

forma de manipulação e estratégia de convencimento e persuasão, este trabalho propõe,

por meio dos estudos signos ideológicos do Círculo de Bakhtin, refletir acerca de

algumas questões sociais e ecológicas reinantes nos discursos publicitários da

contemporaneidade. Para tanto, procurar-se-á realçar fatores linguísticos e

translinguísticos que se vinculam a essa estratégia a partir de alguns discursos voltados

à sustentabilidade e à preservação ambiental. Para tal, utilizar-se-á como corpus peças

publicitárias da campanha eleitoral presidencial de Marina Silva, filiada, na época, ao

Partido Verde (PV); e da Natura, especificamente, da linha “Natura Ekos”. O objetivo

desta pesquisa é refletir acerca da educação social sobre os atos sustentáveis, tanto

individuais quanto coletivos, como maneira estratégica poderosa de lucro, via aparente

conscientização política, administrativa e econômica. A ética e responsabilidade são as

concepções colocadas em cheque. Parte-se da premissa de que o sucesso da

arquitetônica discursiva, tanto da Natura quanto do PV, respalda-se na responsividade

de uma ética fabricada e em moda na contemporaneidade. A justificativa deste estudo

encontra-se na importância do estudo da ambivalência de valores existentes no interior

dos discursos publicitários. A análise de algumas peças, como exemplares desse gênero

e também como “arena onde se digladiam as vozes sociais” (Bakhtin/Volochinov, 1992)

em sua constituição, é um meio de interpretação da representação do mundo via

linguagem, tecida a partir de seus fios (signos) ideológicos.

Palavras-chave: Bakhtin; ideologia; sustentabilidade.

Dissolução de estereótipos através do ensino/aprendizagem intercultural de língua

estrangeira – espanhol.

Joyce Caroline Soares dos Santos Zorzetti

[email protected]

Supervisor: Profª Drª Rosa Yokota

UFSCar

O objetivo desse trabalho é detectar estereótipos sobre o espanhol e seus falantes e

modificá-los através do ensino/aprendizagem intercultural. Para dissolver esses

estereótipos nos baseamos nos princípios de ensino/aprendizagem intercultural que está

vinculado à abordagem comunicativa, que tem como uma das questões fundamentais o

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desenvolvimento das competências estratégicas e socioculturais por parte dos alunos

para além das habilidades orais, auditivas, leitoras e escritoras para que os aprendizes

sejam capazes de se comunicar em qualquer contexto de forma efetiva e adequada. O

ensino/aprendizagem intercultural demonstra a indissociabilidade entre língua e cultura

já que entende que a cultura se transmite através da linguagem verbal e não verbal, e a

língua se constitui e se consolida na cultura. Para atingir o objetivo dessa pesquisa foi

ministrado um curso de espanhol intensivo durante o mês de julho de 2011. O curso foi

ministrado a 15 estudantes da comunidade são carlense. O material utilizado nas aulas

foi baseado na concepção de interculturalidade, sempre num movimento de pensar sobre

nossa própria língua e cultura materna e a língua e cultura meta, já que o

ensino/aprendizagem intercultural visa o desenvolvimento de empatia e quebra de

preconceitos e juízos de valor através do reconhecimento das diferenças e semelhanças

entre línguas e culturas sem sobrepor uma à outra. A pesquisa é descrita como

qualitativa e etnográfica, já que a professora/monitora estava inserida no contexto da

coleta de dados. Os dados foram coletados através de um questionário aplicado no

primeiro dia de aula. Junto ao questionário, foi feita a gravação de aulas e da prova oral,

além de textos produzidos pelos alunos.

Palavras-chave: língua estrangeira; ensino/aprendizagem intercultural; estereótipos.

Lingüística aplicada na aldeia: análise de textos de professores e alunos juruna

para contribuições ao ensino indígena.

Lígia Egídia Moscardini

[email protected]

Supervisor: Profa Dr

a Cristina Martins Fargetti

FCL-UNESP-Araraquara

Historicamente, a educação escolar indígena era apenas mais uma forma de opressão,

desde os jesuítas até os anos 1970, quando estudavam na cidade, longe da comunidade e

de sua cultura. Somente após se assegurar seus direitos na Constituição de 1988,

concebeu-se a ideia de uma educação escolar indígena de qualidade, que pretende ser

“plurilíngue e intercultural, específica e diferenciada, como necessária, indispensável e

um direito”, tal qual vários pesquisadores ressaltam”. Por isso, o ensino de leitura e

escrita – incorporado na escola não-indígena enquanto prática de expressão do

pensamento – se torna objeto fundamental a essa aspiração, principalmente estando em

função de preservação cultural e de situações de interação com não-índios. Exemplos

disso foram concretizados com propostas de textos aos juruna, como uma carta

argumentativa contra a construção de Belo Monte, em que, na reescrita, foram debatidos

os vários prejuízos ambientais e mesmo a inviabilidade quanto ao custo-benefício do

projeto e outra interação pelo fato de atearem fogo em área indígena, em que se

ressaltou ressaltou-se desde debates sobre o que e como aconteceu e quais os prejuízos.

Além do conteúdo dos temas, foi dada ênfase a elementos de coerência, de sintaxe e de

semântica, até que tais textos ficassem apropriados para divulgação. Desse modo, é

possível inferir que essa prática textual proporcione a esses e mais indígenas em

situações de (re)escrita reflexões sobre a língua portuguesa, de modo que a produção

textual se torne importante instrumento político-social e retrato de sua identidade étnica.

Palavras-chave: educação escolar indígena, produção de texto, formação de

professores.

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Ensino de Língua Inglesa

para alunos da UNATI (Universidade Aberta à Terceira Idade).

Thamires Vançan Capasciutti

[email protected]

Supervisor: Profª Drª Adriane Orenha

IBILCE-UNESP-S. J. do Rio Preto

O projeto de estágio básico desenvolvido tinha como atividade principal o ensino da

língua inglesa para alunos da terceira idade (com mais de cinquenta anos) inscritos no

programa da UNATI (Universidade Aberta à Terceira Idade) estabelecida no Instituto

de Biociências, Letras e Ciências Exatas (IBILCE) em São José do Rio Preto.

Foram aplicadas vinte e seis horas de aulas divididas em treze semanas, em que os

alunos inscritos tiveram contato, de nível básico, com a língua inglesa.

O livro “Reflective Teaching in a Second Language Classroom”, de Jack C. Richard e

Charles Lockhart (1996), foi a principal base teórica que adotamos, a fim de não só

obter resultados satisfatórios no processo pedagógico, mas também avaliar tais

resultados, bem como estratégias utilizadas.

Proporcionar o contato e a oportunidade de aprendizagem da Língua Inglesa aos alunos

da UNATI (Universidade Aberta à Terceira Idade), auxiliar no aprimoramento dos

conhecimentos da língua inglesa por parte da estagiária, oferecer à estagiária uma

experiência na prática educativa e formação didática no ensino do idioma, pesquisar a

funcionalidade de diferentes tipos de estratégias para o ensino da língua estrangeira ao

público-alvo, avaliando quais delas atendem (ou não) às expectativas estabelecidas em

cada aula e registrar os conteúdos que melhor atingem o público alvo para posterior

avaliação e reformulação de propostas de ensino da língua estrangeira foram os

objetivos principais do projeto.

Palavras-chave: inglês; UNATI; ensino.