CADERNO DE RESUMOS

Existencial

Material

existir

acontecer

[ser criado]

mudar

fazer, agir

CADERNO DE RESUMOS

Campus Darcy Ribeiro / UnB

27 a 31 de outubro de 2014.

Relacional

ter

atributo

ter

identidade simbolizar

dizer

fazer, agir

comportar-se ver

sentir

pensar

FAZER Mundo físico

SENTIR Mundo da consciência

SER Mundo das relações

abstratas

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CADERNO DE RESUMOS

Verbal

Mental

sentir

pensar

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III WORKSHOP DE SYSTEMICS ACROSS LANGUAGES – SAL Contribuições da Linguística Sistêmico-Funcional para o ensino de línguas

e análise de discurso

COMISSÃO ORGANIZADORA

Coordenação Geral Profa. Dra. Edna Cristina Muniz da Silva

Comissão Organizadora:

Profa. Dra. Carmen Jena Machado Caetano

Profa. Dra. Francisca Cordélia Oliveira da Silva Doutorando Alessandro Borges Tatagiba

Doutorando Alley Cândido Júnior Doutoranda Ana Cláudia Camargo Carvalho

Mestranda Ângela Silva da Veiga Doutoranda Carina Aparecida Lima de Souza

Mestrando Emmanuel Henrique Souza Rodrigues Mestrando Hudson Nogueira Santos

Doutoranda Maria Lilian de Medeiros Yared Doutorando Miguel Ângelo Moreira

Doutoranda Regysane Botelho C. Alves Doutoranda Rosana Muniz Soares

Mestranda Sandra Rodrigues Sampaio Campêlo

Comitê Científico:

Profa. Dra. Carmen Jená Profa. Dra. Edna Cristina Muniz da Silva

Profa. Dra. Francisca Cordélia Oliveira da Silva Profa. Dra. Janaína de Aquino Ferraz

Profa. Dra. Josênia Vieira Profa. Dra. Kelly Cristina de Almeida Moreira

Profa. Dra. Orlene Saboia

Os resumos publicados neste caderno são de inteira responsabilidade de seus autores.

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MINICURSOS

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MINICURSO 1 APPRAISAL

Geoff Thompson

University of Liverpool

In this workshop, we will first review the model as set out especially in Martin & White (2005), focusing particularly on the systems of ATTITUDE and ENGAGEMENT. We will explore modifications that have been proposed to the model of ATTITUDE (e. g Bednarek), in order to arrive at categorisation that we can then apply. The major part of the workshop will be taken up by analyses of how APPRAISAL resources are deployed and exploited in a range of different genres. The main discussion will be based around texts in English, but you will be encouraged to consider the implications and applications to texts in Portuguese. The aim of the analyses is not only to identify patterns of appraisal in different texts, but to relate these to broader socio-cultural context in which the texts function communicatively.

THEME

Geoff Thompson University of Liverpool

In a second workshop, we will focus on the notion of Theme and Rheme as set out by Halliday. Again, we will move from a review of the categories to analyses of thematic patterns across texts, relating these to the broader socio-cultural context. We will raise the issue of how Theme may be identified in languages like Portuguese, which do not necessarily have an explicit Subject; and you will help me to compare thematic choice in pairs of source and translated texts (Portuguese and English). References HALLIDAY, M. A. K & MATTHIESSEN, Christian M. I. M. Construing experience through meaning. London: Cassell, 1999. __________________________________________________. Halliday’s introduction to functional grammar. 4ª edição. London: Arnold, 2014. MARTIN, J. &WHITE, P. R. R. The language of evaluation: Appraisal in English. London: Palgrave, 2005. SIMON-VANDERBERGEN, Anne-Marie; TAVERNIERS, Miriam & RAVELLI, Louise. Grammatical metaphor: views from Systemic Functional Linguistics. Amsterdam and Philadephia: John Benjamins, 2003.

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MINICURSO 2 LER E ESCREVER PARA APRENDER NAS DIFERENTES DISCIPLINAS: ENSINO

DE LEITURA E ESCRITA DE BASE GENOLÓGICA

Carlos A. M. Gouveia (ILTEC/FL – ULisboa) carlos.gouveia@letras.ulisboa.pt

O curso liga os objetivos curriculares de ensino com as competências de que todos os alunos necessitam para a aprendizagem independente, em cada etapa da sua educação escolar, e contempla três níveis de apoio ao desenvolvimento das competências de literacia dos alunos, que podem ser integrados em momentos variados de um programa de ensino. O primeira nível de apoio prepara a turma para a leitura e compreensão de textos curriculares e depois usa essas leituras como modelos para atividades de escrita guiadas e independentes. Estas estratégias podem ser usadas como método de ensino para qualquer unidade letiva. O segundo nível de apoio visa o aprofundamento da compreensão de textos escritos por parte dos estudantes de modo a que usem a informação e as escrituras linguísticas das leituras na sua própria escrita. Estas estratégias pormenorizadas capacitam todos os alunos a ler os textos curriculares mais difíceis com total compreensão e a escrever com sucesso, independentemente do nível de partida. O terceiro nível fornece apoio intensivo para os alunos manipularem elementos linguísticos em frases selecionadas e praticarem a ortografia, a correspondência grafia-som e a escrita fluente. Estas estratégias intensivas podem ser usadas diariamente desde os anos iniciais do ensino fundamental até os anos finais desse ciclo, e como apoio adicional quer no ensino fundamental quer no ensino médio. Referências Bibliográficas GOUVEIA, C. A. M. Escrita e Ensino: Para além da gramática, com a gramática. DELTA, 25 (número especial), pp. 716-720, 2009. _________________. Texto e gramática: uma introdução à Linguística Sistémico-Funcional. Matraga, 16 (24), pp. 13-47, 2009. _________________. Gramática: produz significados na escrita. In: BRITO, A. M. (Ed.), Gramática: História, Teorias, Aplicações (pp. 191-203). Porto: FLUP, 2010. _________________. A escola como sistema de géneros: conhecimento, aprendizagem e transversalidade. In: MATEUS, M. H. M. e L. Solla (Eds.), Ensino de Português como Língua Não Materna: Estratégias, Materiais e Formação (pp. 441-461). Lisboa, ILTEC/Fundação Calouste Gulbenkian, 2013. MARTIN, J. R. & ROSE, D. Working with Discourse: meaning beyond the clause. London: Continuun [22ª Ed. Revista 2007], 2003. _______________________. Genre Relations: mapping culture. London: Equinox, 2008. _______________________. Designing literacy pedagogy: scaffolding asymmetries. In: HASAN, R; MATTHIESSEN, C. M. I. M. & WEBSTER, J. (Eds.), Continuing Discourse on Language (pp. 251-280). London: Equinox, 2005. ROSE, D. Reading to learn: accelerating learning and closing the gap. Teacher training books and DVD. Sydney: Reading to learn. http:www.readingtolearn.com.au, 2011. ROSE, D & MARTIN, J. R. Learning to white, reading to learn: genre, knowledge and pedagogy in the Sydney school. London: Equinox, 2010.

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CONFERÊNCIA DE ABERTURA

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SEEING DOUBLE: COMPLEMENTARITIES OF PERSPECTIVE ON INTERPESONAL GRAMMATICAL METAPHOR

Geoff Thompson

University of Liverpool

The phenomenon of grammatical metaphor (GM) is viewed in Systemic Functional Linguistics as a pervasive feature of language. The identification of GM is based on the modeling of lexicogrammar and semantics as two strata, which opens the possibility of disjunction between the strata, that is meanings may be realized by forms which congruently realize other meanings, resulting in a new meaning-form combination. This is a familiar Idea in traditional views of lexical metaphor: e.g in the well-known song. “It’s raining men” realizes a meaning something like “there are lots of men”, but combines it with part of the literal meaning of ‘raining’ to produce a new way of talking about a superabundance of males. Michael Halliday’s basic insight was that essentially the same process can be seen as operating in grammatical structures. Two broad categories of GM are recognized in SFL, based on the two main metafunctions: ideational (language as used for representation, the “content”) and interpersonal (language as used for interaction). The description of ideational GM, particularly nominalization, has been developed extensively in SFL both in terms of the system (e.g Halliday & Matthiessen, 1999) and in terms of the deployment of this resource in text (e. g. Simon-Vandenbergen et. al. 2003). On the other hand, the treatment of interpersonal GM has been given relatively less emphasis. The área most fully explored has been modal assessment (e.g. Halliday & Matthiessen, 2014: 689-698); and mood metaphor has more recently been brought into the picture (Halliday & Matthiessen, 2014: 698-707). However, it seems useful to set out a comprehensive picture of metaphor which covers all major áreas of interpersonal meaning, including appraisal (Martin & White, 2005). What I aim to do in this presentation is first to offer an overall picture of this domains of the léxico-grammar, highlighting the commonalities and differences across different areas within the domain. I will then go on to explore the ways in which this kind of metaphor impacts on the analysis not only of interpersonal meanings but also of experiential and textual meanings in texts across a range of registers. Clausal realizations of interpersonal meanings open up more or less the full set of experiential, interpersonal and textual choices in the projecting clause; and analyst is then faced with decisions on how much emphasis to place on the wording and how much on the metaphorical function. My main claim will be that users of the language, however unconsciously, are able to exploit and respond to both the experientialized wording and the interpersonal meaning simultaneously. What is then fundamentally at shake for the analyst – as with ideational grammatical metaphor – is how to incorporate in the analysis the kind of complementarity of vision that is required in order to capture the full meaning-making that is going on.

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COMUNICAÇÕES

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PROGRAMA CIÊNCIA SEM FRONTEIRAS: UM OLHAR SOB A MATERIALIZAÇÃO DO PROJETO HEGEMÔNICO DO DOCUMENTO Q UE O

INSTITUCIONALIZA.

Adriana de Oliveira Gomes (IFTO) adriana@ifto.edu.br

Este trabalho propõe uma investigação sobre a forma que o conceito de hegemonia configura o decreto nº 7.642/2011. Este é um texto institucional brasileiro, elaborado como parte de políticas públicas relacionadas à internacionalização do ensino das instituições brasileiras. Tais metas e ações se corporificam através do Programa Ciência sem Fronteiras. Destaca-se que além da exposição da visão hegemônica do texto do documento, apresentaremos ainda a análise gramatical da parte inicial do excerto e sua relação entre comportamento linguístico e a certos papéis sociais. Para tanto, esse trabalho baseia-se nos pressupostos teórico-metodológicos da Linguística Sistêmico-Funcional (Halliday e Matthiessen, 2004) e da Análise de Discurso Crítica (Fairclough, 2003). Ao se considerar a oração como troca - metafunção interpessoal (Halliday e Matthiessen, 2004)-, constata-se que a gramática disponibiliza recursos para a interação entre as pessoas através da língua. Os primeiros resultados sugerem que o enfoque dessa análise balizada nesses componentes, além de permitir uma reflexão sobre os valores constituídos em políticas públicas, leva a discutir o funcionamento da sociedade brasileira, uma vez que é proposto um modelo de educação onde a visão hegemônica é associada à uma suposta garantia de sucesso e crescimento de nossa sociedade. Palavras-chave: Hegemonia.Internacionalização.Ensino.Papéis sociais.

AVALIAÇÃO EDUCACIONAL: UMA ANÁLISE CRÍTICA DO DISCURSO DE PROFESSORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA

Adriana Nogueira Accioly Nóbrega (PUC-Rio)

adriananobrega@puc-rio.br Suzana de Carvalho Barroso Azevedo (CEFET/RJ, PUC-Rio)

suzanabarroso@gmail.com

Este trabalho objetiva investigar o tema da avaliação educacional a partir da compreensão crítica de professores do magistério público. O aporte teórico baseia-se na perspectiva sociossemiótica de linguagem da Linguística Sistêmico-Funcional (HALLIDAY & MATTHIESSEN, 2004), essencialmente nos sistemas de Transitividade e Modo, e no Sistema de Avaliatividade (MARTIN & WHITE, 2005), para a análise crítica do discurso produzido pelo grupo em questão (FAIRCLOUGH, 1992, 2003), a partir do modelo tridimensional. A metodologia fundamenta-se no modelo qualitativo de pesquisa (DENZIN & LINCOLN, 2006) e propomos as seguintes perguntas orientadoras: (i) Como os participantes se posicionam discursivamente em relação à avaliação educacional e aos temas a ela

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relacionados? e (ii) Que relações ideológicas e de poder surgem a partir das avaliações realizadas?. Como corpus deste estudo, utilizamos uma gravação em áudio da interação de um grupo focal com a participação de três professores da educação básica de escolas públicas do Rio de Janeiro. Posicionamentos e avaliações dos participantes sobre a avaliação educacional e as questões a ela relacionadas foram observados e resultados parciais apontam para um entendimento da avaliação educacional como algo dinâmico e contextual bem como para o posicionamento afetivo dos participantes em relação à sua profissão. Os participantes também julgam negativamente as práticas empreendidas no contexto da escola pública, as quais perpetuam relações assimétricas de poder.

A PERSPECTIVA SISTÊMICO-FUNCIONAL EM PRÁTICAS INOVA DORAS NA EDUCAÇÃO BÁSICA

Alda Maria Coimbra A. Maciel (PROPGPEC-Colégio Pedro II)

coimbra.aldamaria@gmail.com Leila Barbara (PUC-SP)

lbarbara@uol.com.br

De acordo com as Orientações Curriculares para o Ensino Médio (OCEM/2006), o ensino de língua portuguesa deve, em linhas gerais, contribuir para que os educandos, através da aquisição de um conhecimento voltado para a independência, se tornem capacitados para atuar com responsabilidade na sociedade. No que se refere à literatura, segundo as OCEM, os estudos literários devem ir além da exposição às características de variados estilos de épocas e leitura literária deve ser vista como uma ferramenta importante que conduzirá ao desenvolvimento do pensamento crítico e da autonomia intelectual dos educandos. Nessa direção, o objetivo dessa comunicação é apresentar uma pesquisa em curso no âmbito do Projeto SAL e do Grupo de Estudos e Pesquisas em Lingua(gem) e Projetos Inovadores na Educação (GEPLIED). Esta investigação, cujos aportes teóricos centrais incluem os estudos da Linguística Sistêmico-Funcional (EGGINS, 1994; HALLIDAY &MATTHIESSEN, 2004), tem como objetivo principal avaliar o potencial deste arcabouço teórico na implementação das OCEM. O corpus é composto por uma seleção de crônicas que fazem parte dos acervos indicados pelo Governo Federal através do FNDE e distribuídos pelo PNBE, para utilização em contextos escolares brasileiros. A metodologia utilizada foi a da Linguística de Corpus, através de ferramentas do programa computacional WordSmith Tools 5.0 (SCOTT, 2008). A análise dessas crônicas teve como objetivo específico o desenvolvimento de práticas pedagógicas inovadoras orientadas pela Gramática Sistêmico-Funcional de Halliday (2004) que visem a formação de leitores reflexivos e críticos.

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OS GÊNEROS TEXTUAIS NOS ITENS DO ENEM E UMA PROPOSTA

SISTÊMICO-FUNCIONAL PARA A MATRIZ DE LINGUAGENS

Alessandro Borges Tatagiba (UnB) unb.letras.port@gmail.com

Edna Cristina Muniz da Silva (UnB) ednacris@gmail.com

Este trabalho apresenta um recorte da pesquisa de doutorado em andamento sobre exames de larga escala – Enem e Saeb – aprovada pelo Programa de Pós-Graduação em Linguística da Universidade de Brasília. Esta comunicação tem por objetivo refletir os gêneros textuais nos itens do Enem na perspectiva sistêmico-funcional da linguagem com vistas à discussão de uma proposta de aprimoramento da matriz de linguagens. Atualmente a matriz de linguagens do Enem explicita alguns gêneros textuais e estrutura-se, sobretudo, em eixos de competências e habilidades que, segundo Primi (2001), aludem à corrente desenvolvimentista de Piaget, ao encontro do pensamento europeu sobre a inteligência. Contudo, as práticas sociais mediadas por gêneros textuais trazem à tona o desafio de tornar a educação e, por conseguinte, a avaliação significativa e sigficadora dessas práticas. Nesse sentido, a base teórica da proposta se baseia em Halliday (1978), Matthiessen (1983, 2013), Halliday e Matthiessen (1999,2014), Christie (2004,2010); Halliday e Hasan (1985, 1989), Marcuschi (2002, 2008), Silva (2007, 2013), Tatagiba (2012, 2014). A metodologia de abordagem qualitativa coletou, organizou e interpretou dados de natureza documental e bibliográfica. A base de dados considerou os gêneros textuais aludidos nos itens do Enem e a atual matriz de referência de linguagens. Os resultados preliminares apresentam uma minuta para a matriz de linguagens do Enem com destaque para o registro cartográfico dos gêneros textuais.

A ESTRUTURA POTENCIAL DO GÊNERO RETRATO FALADO

Alex Caldas Simões (UERJ) axbr1@yahoo.com.br

Acreditando que configurar gêneros é uma atividade sine quo non para a instrumentalização dos gêneros no ensino de línguas, apresentaremos os pressupostos Sistêmico-Funcional de Hasan (1989) na configuração da Estrutura Potencial do Gênero (EPG) Retrato Falado, depreendida da análise de 20 textos de autoria do Cassius Clay. Por meio de nossa análise acreditamos que a EPG pode ser o ponto de partida para o ensino de práticas de linguagem do contexto profissional (jurídico) e/ou artística (desenho/artes gráficas). De nossa discussão, concluímos que a EPG pode em qualquer classe de textos evidenciar mais facilmente para os aprendizes do gênero a importância do contexto para o texto e ainda indicar: (a) o que ensinar do gênero, ou seja, seus elementos obrigatórios, os caracterizadores do gênero, no caso do retrato falado os estágios retrato do suspeito e/ou criminoso, identificação (crime e

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localidade), assinatura do autor, características (I) e data; (b) e como, por meio da configuração da EPG em um dado contexto de situação, que se compõem dos elementos obrigatórios supracitados, os elementos opcionais (descrição da vestimenta, descrição do instrumento de coação, características (II), estabelecimento, informações adicionais, primeiro plano (completo) e ilustração; e os elementos iterativos (descrição do veículo, descrição de acessórios e descrição do corpo). Ao realizar essa configuração compreendemos que a teoria proposta por Hasan (1989) pode analisar textos multimodais, desde que os significados não-verbais associados aos textos já tenham sido codificados pelas ciências da linguagem, como é o caso da linguagem dos quadrinhos presente no corpus em estudo.

REPRESENTAÇÕES, IDENTIDADES E EVENTOS DE LETRAMENTO EM CONTEXTO DE POBREZA

Alley Cândido Júnior (UnB)

alleycandido@gmail.com

Este trabalho tem por objetivo discutir as interfaces entre os eventos de letramentos, as identidades sociais e a cidadania de pessoas idosas em situação de risco. No sentido de respaldar teórica e metodologicamente as discussões propostas neste estudo, recorremos às categorias da exterioridade da linguagem, sugeridas em Fairclough (2003), com ênfase nos significados identificacional e representacional. Tomamos como instrumento de análise (con)textual as metafunções construídas na Gramática da Experiência de Halliday & Matthiessen (2004), pois a intenção é a de investigar não só a exterioridade da linguagem (discurso), mas também sua interioridade (gramática). Destaca-se, ainda, que a agenda de análise de discurso crítica desenvolvida por Faircough reúne a análise de discurso orientada linguisticamente com o pensamento social e político relevante para o discurso e a linguagem como uma prática social transformadora. Nesse sentido, inclui-se as práticas de letramento (Street, 1984), por estarem inseridas num contexto de produção de prática sociais, que envolve aqui tanto o papel de engajamento de idosos em um mundo crescentemente letrado quanto o de oferecer oportunidade para buscarem seus direitos de cidadania. Do ponto de vista metodológico, o estudo se insere nos moldes de uma pesquisa de natureza essencialmente qualitativa (descritiva e interpretativa). A possibilidade de combinar métodos permitiu a organização dos dados numa triangulação que envolve três gêneros discursivos: a) dados de natureza documental, compostos por artigos extraídos do Estatuto do Idoso, que versam sobre direitos fundamentais ligados à educação e à saúde do idoso; b) histórias de vida produzidos por idosos em situação de pobreza; e c) textos midiáticos. Entender a realidade de idosos valendo-se de práticas de letramento é atuar transformando essa realidade ou criando caminhos para, em condições propícias, sugerir mundanças com o intuído de fortalecer a identidade de pessoas em condição de risco, bem como de resgatar suas cidadanias aniquiladas pela exclusão social. Os resultados preliminares apontam para a urgência de ações que garantam aos idosos os diretos básicos previstos em lei.

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A MODALIDADE NAS PRÁTICAS DISCURSIVAS DISCIPLINADOR AS VOLTADAS PARA ADOLESCENTES

Ana Cláudia Camargo Carvalho (UnB)

a.claudiac@yahoo.com.br

Esta proposta está relacionada a questões de ideologia e poder, na perspectiva dos estudos críticos do discurso. Tem como escopo central identificar as categorias pertinentes à modalidade, na vertente da Linguística Sistêmico-Funcional (LSF), do Regimento Interno das Unidades de Internação do Distrito Federal que dispõe sobre procedimentos gerais de segurança, educação e atendimento de socioeducandos no sistema socioeducativo do Distrito Federal. Conjuga-se, neste estudo, a Análise de Discurso Crítica (ADC) na proposição de Fairclough (2001, 2003), para quem linguagem e sociedade estão interconectadas dialeticamente, à LSF teoria da linguagem desenvolvida por Halliday (1994) e ampliada em Halliday e Matthiessen (2004), pois com essas duas propostas teórico-metodológicas pode-se trabalhar o lado social da linguagem (discurso) sem que se perca a dimensão da interioridade (gramática). No que tange à metodologia, trata-se de pesquisa qualitativa com instrumentos de geração de dados efetuados por meio da seleção de dados documentais. O contexto de pesquisa envolve instituições oficiais com práticas sociais socioeducativas disciplinadoras, uma vez que existem para acolher adolescentes em conflito com a lei. Os primeiros resultados da pesquisa sinalizam que há um apagamento do ator social (socioeducando) em determinados fragmentos do Regimento tanto como sujeito como complemento. Isso nos leva a refletir a respeito das representações desses jovens: são esses adolescentes sujeitos inexistentes nas leis e na sociedade? Outra consideração a ser feita é a maior ocorrência da modalidade deôntica nas categorias de permissão e obrigação. Palavras-chave: Discurso.Lei.Socioeducando.

A VOZ DAS RUAS NO DISCURSO PARLAMENTAR

Angela Silva da Veiga(UnB) Edna Cristina Muniz da Silva (UnB)

Este estudo tem como objetivo principal conduzir uma análise linguístico- discursiva de discursos parlamentares proferidos no dia seguinte a grandes manifestações populares de protesto ocorridas em junho de 2013. Milhares de pessoas foram às ruas protestar contra o aumento no custo do transporte público e os excessivos gastos públicos com a Copa do Mundo de 2014. No sentido de compreender esse fenômeno linguístico-discursivo, apoio-me na Análise de Discurso Crítica de Fairclough (2001, 2003), que considera a linguagem como prática social, e na Linguística Sistêmico-Funcional de Halliday (2014), que estuda a linguagem a partir da situação de uso. Com foco na Metafunção Ideacional, busca-se revelar de que maneira os manifestantes são representados na fala dos deputados da oposição e do governo.A Linguística Sistêmico-Funcional (LSF), proposta por Halliday, serve como principal instrumento gramatical para desvelar as intenções e ideologias subjacentes à

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linguagem. Tal teoria envolve a correlação entre estrutura linguística e estrutura social. Dessa forma, foram analisados os discursos do líder do governo na Câmara dos Deputados e do líder da minoria, ou seja, do maior partido político em oposição ao governo. Com este estudo, foi possível perceber a reação de parlamentares de partidos diferentes diante dos protestos. A metafunção ideacional foi útil para revelar a forma como os manifestantes, o governo e os próprios parlamentares foram representados nessas falas. Palavras-chave: Discurso Político. Protesto. Linguística Sistêmico-Funcional

A CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE MASCULINA EM HOME, DE TONI MORRISON: UMA ABORDAGEM SISTÊMICO-FUNCIONAL

Aparecida Araujo dos Santos (PUC-SP/CAPES)

ciaraujosantos@ig.com.br Orientadora Profa. Dra. Sumiko Nishitani Ikeda

O objetivo deste trabalho é o exame da construção da identidade masculina afro-americana na linguagem de Toni Morrison, em sua última obra Home. Seus personagens são marcados pela segregação racial, pobreza e impedimento à cidadania no cenário do pós-guerra da Coreia (1950) e o Macartismo. O protagonista, um veterano de guerra negro intelectual, sai de uma cidade ao Norte dos Estados Unidos rumo a sua odiada cidade natal, Lotus, Geórgia, para resgatar sua irmã, enfrentando também traumas de guerra e a reconstrução de si. A partir dos capítulos escritos em primeira pessoa, serão verificadas as escolhas léxico-gramaticais feitas na microestrutura do texto para resgatar a macroestrutura da questão racial presentes na subjacência do discurso. A base teórica será a Gramática Sistêmico-Funcional (HALLIDAY; MATHIESSEN, 2004), que enfoca a descrição e a classificação de processos verbais, participantes e circunstâncias, parte da metafunção ideacional, bem como o Sistema de Avaliatividade (MARTIN; WHITE, 2005), da metafunção interpessoal, complementada - em termos do exame da identidade - pelos princípios da emergência, da posição, da indexicalidade e da relacionalidade (BUCHOLTZ;HALL, 2005). Os primeiros resultados revelam a desconstrução de um personagem machista e opressor, característico da época, e apontam para um representante masculino mítico que sofre com o contexto histórico-social no qual está envolvido.

PRÁTICAS DISCURSIVAS E REFORMA AGRÁRIA NO BRASIL

Carina Aparecida Lima de Souza (UNB/IFTO) carinalima@yahoo.com.br

O objetivo do estudo é apresentar uma reflexão crítica de um texto institucional, referente à Reforma Agrária no Brasil. Através de uma abordagem de natureza qualitativa, esse estudo

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procura descrever e interpretar representações em um “Subprograma Produção Agropecuária”, proposto no Plano de Desenvolvimento Agrário (PDA) do Projeto de Assentamento Santa Tereza I. O PDA faz-se uma ferramenta utilizada pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) para o desenvolvimento de Projetos de Assentamentos (PA). Isto é, a elaboração e a execução dos PDAs almejam fazer cumprir políticas públicas do governo federal sobre reforma agrária. Os textos - como o PDA - são parte crucial das relações em rede – as ordens do discurso associadas com redes de práticas sociais especificam relações particulares em cadeias e tessituras entre tipos de textos (FAIRCLOUGH, 2003). Para tanto, o texto do PDA foi analisado com base nas propostas teórico-metodológicas da Análise de Discurso Crítica (ADC), nos moldes de Fairclough (2003, 2010) e da Linguística Sistêmico-Funcional (LSF), nos moldes de Halliday e Mathiessen (2004). A ADC embasa a análise da exterioridade da linguagem, enquanto a LSF constitui o passaporte teórico que respalda a análise da interioridade do texto em sua materialidade linguística. Os primeiros resultados do estudo sugerem que, a partir da legislação brasileira, é proposto um modelo de reforma agrária específico. Além disso, a análise de representações linguístico-discursivas contribui politicamente acerca de reflexões sobre a Reforma Agrária implantada no país, além de favorecer a compreensão de questões sociais que se materializam através da linguagem.

A MULTIMODALIDADE E A INTERTEXTUALIDADE NO TRABALHO COM GÊNEROS: ANÁLISE DE UM EXEMPLAR DE MANGÁ SOB O VIÉS DA

LINGUÍSTICA SISTÊMICO-FUNCIONAL

Conceição Maria Alves de Araújo Guisardi (UFU) ceicaguisardi@hotmail.com

Francisca Borges Barbosa (UFU) francisca2_@hotmail.com

Caroline Costa Silva (UFU) carol257@hotmail.com

Sabedoras de que a Linguística Sistêmico-Funcional trata-se de uma teoria de descrição gramatical que nos fornece elementos sobre como e por que a língua sofre variações em relação a grupos falantes e a contexto, e, de que o trabalho com gênero envolve a relação entre os participantes da enunciação é que tomamos o gênero Mangá como um relevante recurso para trabalhar sob essa perspectiva. Levando em consideração a necessidade de trabalhar a gramática em uso e de esse gênero ser apreciado pelos aprendizes, é que engendramos uma proposta, tendo como ponto de partida a multimodalidade e a intertextualidade, visto a importância desses elementos no processo de construção de sentidos dos textos. Nossa proposta está ancorada na perspectiva de Halliday(1970) que defende que a natureza da língua está intimamente relacionada com as necessidades que lhe impomos, com as funções que deve servir, e em Kress e Van Leeuwen(1996) que desenvolveram seu trabalho em imagens baseados nas metafunções da Gramática Sistêmico-Funcional de Halliday. A proposta foi

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aplicada em uma escola pública do Distrito Federal para alunos do 9° ano do ensino fundamental. As atividades desenvolvidas, utilizando um exemplar de Mangá personagem Naruto, apontaram que trabalhar com esse gênero multimodal proporciona a observação dos contornos sociais, culturais e históricos presentes na obra – os quais emergem também da potencialidade da imagem e suas manifestações de sentido, além do acesso aos componentes do texto multissemiótico e da possibilidade de interação do leitor com o texto. Palavras-Chave: Linguística Sistêmico-Funcional.Multimodalidade. Intertextualidade. Gênero Mangá.

ANÁLISE DO DISCURSO EPISTOLAR EM UMA CARTA DE VINCE NT VAN GOGH

Cristina Azra Barrenechea(UnB)

cristinab2001@yahoo.com.br

Este trabalho se propõe a analisar excertos de uma carta de Van Gogh ao seu irmão Théo, a fim de compreender a construção de sentidos empreendida pelo pintor no processo de representação de sua identidade, de sua identificação com o irmão e na proposição de seu pensamento ético e estético. Como referencial teórico e metodológico a análise se apoiou na teoria da Gramática Sistêmico-funcional - GSF - de HALLIDAY, e MATTHIESSEN (2004, 2014) para examinar os elementos discursivos na carta usando o enfoque do sistema de transitividade e o estudo sobre a metafunção ideacional que estuda a oração como representação. (FUZER & CABRAL, 2010). A perspectiva da GSF permitiu explorar a representação da experiência de mundo do autor com a ajuda das noções da metafunção ideacional para identificar os sentidos experienciais na construção de sua representação identitária e filosófica. Na fase descritiva, os excertos foram segmentados em orações, analisadas em relação às categorias da Transitividade. Na fase interpretativa, além das categorias da Transitividade, a análise se apoiou no contexto de situação e no estudo do contexto de cultura no qual foi produzida a carta, relatado pelos biógrafos Naiféh e Smith (2012), David Haziot (2010), Cabanne (1971), Forrester (1983), e pelos historiadores de arte Petrie (1974), McQuillan (1989). Palavras-Chave: Linguística Sistêmico-funcional. Discurso Epistolar. Sistema de Transitividade. Van Gogh. Carta.

ANÁLISE DE ARTIGO DE OPINIÃO SOB A PERSPECTIVA DA AVALIATIVIDADE COMO CONTRIBUIÇÃO PARA LEITURA E PRO DUÇÃO DE

TEXTOS ARGUMENTATIVOS

Daniela Zenatto Jornada (UFSM) danielaz_jornada@yahoo.com.br

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Sara Regina Scotta Cabral (UFSM) sarascotta@yahoo.com.br

Este trabalho surgiu da análise de um artigo de opiniãode Martha Medeiros, no qual se posiciona a respeito de uma brasileirater leiloadosua virgindade na internet em 2012. Analisamos como a voz autoral se apresenta, busca alinhamento do leitor a suas ideias e como permite/impede diálogo com outras vozes no discurso. Também propomo-nos a investigar de que forma a análise da avaliação na linguagem pode auxiliar alunos de ensino médio na produção de textos argumentativos. Como fundamentos teóricos, retomamos os preceitos de Bakhtin sobre dialogismo e utilizamos uma abordagem vinculada à Linguística Sistêmico-Funcional, a Teoria da Avaliatividade, mais especificamente o subsistema Engajamento. Selecionamos o corpus e mapeamos os recursos léxico-gramaticaismobilizados para buscar o alinhamento do leitor, assim como aqueles utilizados para expansão ou contração do diálogo. Em seguida, interpretamos os dados. Léxico expressivo, verbos no modo indicativo e imperativo e construção de contraexpectivas foram os recursos linguísticos mais marcantes. Detectamos a predominância da contração dialógica, porém, ao mesmo tempo, observamos a insistência da voz autoral na interação com o leitor, na constante tentativa de conquistar seu alinhamento. Quanto à relevância de discutir avaliação na escola, entendemos que, a partir da desconstrução de textos essencialmente argumentativos como este, oportunizamos ao aluno aperfeiçoar as maneiras como expressa opinião, ensinando-o a confrontar e negociar (ou não) opiniões e contra-argumentar aquelas que julga menos contundentes que as suas. Isso certamente contribui para que ele entenda melhor o mundo ao seu redor – e os discursos que circulam nele – e interaja criticamente.

CYBER LOVE: A RECONTEXTUALIZAÇÃO DA PRÁTICA SOCIAL DA ‘BUSCA AMOROSA’ EM PLATAFORMAS DIGITAIS

Débora de Carvalho Figueiredo (DLLE/PPGI/UFSC)

deborafigueiredo@terra.com.br Segundo van Leeuwen (2008), todas as representações do mundo e do que nele ocorre, sejam elas mais ou menos abstratas, devem ser interpretadas como representações (ou recontextualizações) de práticas sociais. Nessa linha, utilizo o marco analítico para a análise do discurso proposto por esse autor, assim como os preceitos da Análise Crítica de Discurso e da Linguística Sistêmico-Funcional, para discutir a recontextualização midiática de elementos chave de uma prática social particular, a busca de um parceiro amoroso - seus atores, seus papeis e identidades, as ações das quais participam e com que estilos performáticos. Minha análise também explora, a partir de uma perspectiva das ciências sociais críticas, as conexões entre identidade e consumo, ou o que Bauman (2008) chama de fetichismo da subjetividade: a representação dos sujeitos sociais como produtos que estabelecem relações comerciais entre si. Mais especificamente, investigo como mulheres usuárias de um site brasileiro de relacionamento (POF (Plenty of Fish)) recontextualizam a prática social da “busca amorosa”

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nos perfis pessoais que constroem nessa plataforma. Os resultados iniciais indicam que, para terem sucesso na prática social da ‘busca amorosa online’, as internautas pesquisadas customizam sua representação identitária, se construindo como ‘de bem com a vida’, à procura de um relacionamento mais leve e descomplicado, porém ainda marcadamente afiliadas ao modelo romântico padronizado pela hetoronormatividade e pelo patriarcado, ou seja, o “relacionamento monogâmico sério”.

AVALIATIVIDADE NOS PROCESSOS: O SUBSISTEMA DO AFETO

Denise Silva Macedo (UnB) denisesmacedo@yahoo.com.br

Os estudos sobre Linguística Sistêmico-Funcional (LSF) (HALLIDAY; MATTHIESSEN, 2014) e avaliatividade (MARTIN; WHITE, 2005) foram criados originalmente para a descrição da língua inglesa. Este trabalho se insere na perspectiva de ampliação e transposição desses estudos para o português brasileiro (VIAN JR., 2012). Os textos que compõem o corpus são transcrições dos debates dos presidenciáveis das eleições brasileiras de 2014, especificamente das declarações do candidato pastor Everaldo (PSC). Trabalhar com discursos ligados a esse candidato é importante, dado que ele é uma aposta do Partido Social Cristão (PSC) para angariar votos dos evangélicos, que têm pautado, em certa medida, os principais temas das últimas eleições. Esta investigação partiu da pergunta sobre qual a relação entre os processos — que se localizam no sistema de transitividade, ligado à metafunção ideacional da linguagem — e as marcas de avaliatividade presentes no texto — que se localizam na metafunção interpessoal da linguagem. Este trabalho trata das relações entre processos e o subsistema de Atitude, mais especificamente o subsistema de Afeto. A metodologia partiu da observação de duas categorias gerais de análise: os processos que têm marcas de afetividade, já em si portando significado afetivo, e os processos aos quais estão ligadas marcas de afetividade diversas. Este trabalho é uma amostra de uma pesquisa mais ampla sobre a relação entre os processos e a avaliatividade, que está em fase de desenvolvimento e de ampliação. Como resultados, pretende-se identificar no corpus regularidade entre tipos de processos e tipos de marcas de afetividade.

CONSTRUÇÃO DE NARRATIVAS EM OFICINAS DE PRODUÇÃO TE XTUAL: ESTUDO DE VARIÁVEIS CONTEXTUAIS E DO SISTEMA DE TRA NSITIVIDADE

EM (RE)CONTOS

Douglas Moraes Machado (UFSM-Probic/Fapergs) douglasmoraes.sm@gmail.com

Cristiane Fuzer (UFSM) cristianefuzer@gmail.com

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Esta pesquisa, vinculada ao projeto Leitura e Escrita em Língua Portuguesa na Perspectiva Sistêmico-Funcional (FUZER,2014), objetiva investigar aspectos contextuais e estruturas linguísticas de recontos produzidos no contexto escolar. O aporte teórico utilizado inclui pressupostos para descrição de variáveis contextuais e sistema de transitividade (HALLIDAY e MATTHIESEN, 2014 e estudos da narrativa (ROSE; MARTIN, 2012), com base na Linguística Sistêmico-Funcional. O corpus de análise é constituído de quatro textos que recontextualizam o conto de fadas “Chapeuzinho Vermelho”, de Perrault ([1697] 2005), e “Patinho Feio”, de Andersen ([1943] 2012). Os recontos foram produzidos por alunos de escolas públicas participantes de oficinas de produção textual promovidas pelo projeto de extensão Ateliê de Textos (FUZER, 2011). Tendo em vista a noção de texto como um processo de significados realizados pelo falante/escritor e como um produto desses significados advindos de um dado contexto (HALLIDAY, 1989, 1994; HALLIDAY e MATTHIESEN, 2014), os procedimentos de análise foram: descrição das variáveis contextuais e análise das estruturas linguísticas dos textos produzidos pelos alunos; comparação dos dados contextuais desses textos com os contos clássicos; e sistematização de traços linguísticos considerados caracterizadores da narrativa nos recontos. Os resultados parciais obtidos apontam que o contexto social em que os textos são produzidos e as estruturas linguísticas que apresentam possibilitam classificá-los como recontos, constituindo-se num tipo do gênero narrativa na perspectiva da LSF. A análise do sistema de transitividade identificou a presença de processos existenciais, não padronizados, como nos contos clássicos, para demarcação de temporalidade nos recontos analisados. Palavras-chave: Linguística sistêmico-funcional.Contexto de Situação.Sistema de Transitividade.Narrativa.Reconto. AVALIAÇÃO EM NARRATIVAS SOBRE A MIGRAÇÃO XERENTE: S UBSISTEMA

DE ATITUDE.

Elaine Caldeira (PPGL/UnB) lecaldeira3@hotmail.com

Este trabalho tem como objetivo investigar os recursos de avaliatividade usados para negociar relacionamentos pessoais em narrativas de índios sobre a migração xerente ao dizerem como se sentem em relação a coisas e pessoas. Está fundamentado nos pressupostos teórico-metodológicos da ADC e nas categorias analíticas oriundas da linguística sistêmico-funcional: subsistema de atitude (Appraisal System). A avaliatividade é um sistema de significados interpessoais que diz respeito ao tipo de atitudes que são negociadas em um texto, a força dos sentimentos envolvidos e as formas pelas quais os valores são originados (MARTIN, 2007, pp. 25-26). Analisamos as construções linguísticas que revelam aprovação ou condenação da migração dos xerentes para a cidade de Tocantínia-TO, a partir do subsistema de atitude e suas subcategorias (Afeto, Julgamento e Apreciação) que se referem às possibilidades linguísticas de se fazer avaliações positivas ou negativas dos sentimentos, do comportamento, das opiniões sobre o mundo que nos cerca (MARTIN E WHITE, 2005 apud CABRAL, 2011). Nessa análise consideramos a subcategoria de maior frequência e seus efeitos na

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construção de identidades étnicas. Dessa análise, verificamos que o julgamento é o recurso semântico que possui maior ocorrência sendo realizado gramaticalmente por epítetos e atributos que (des)revelam a maneira pela qual índios e não índios fazem avaliações sobre a migração xerente - moldadas por uma cultura particular e uma situação ideológica -, uma análise normativa do comportamento humano baseado em regras ou convenções de comportamento marcada pela não aceitação do Outro (índio) no espaço urbano.

AVALIATIVIDADE NOS PROCESSOS: O SUBSISTEMA DA APREC IAÇÃO

Emmanuel Henrique Souza Rodrigues (UnB) emmanuel_neo@msn.com

Os estudos sobre Linguística Sistêmico-Funcional (LSF) (HALLIDAY; MATTHIESSEN, 2014) e avaliatividade (MARTIN; WHITE, 2005) foram criados originalmente para a descrição da língua inglesa. Este trabalho se insere na perspectiva de ampliação e transposição desses estudos para o português brasileiro (VIAN JR., 2012). Os textos que compõem o corpus são transcrições dos debates dos presidenciáveis das eleições brasileiras de 2014, especificamente das declarações do candidato pastor Everaldo (PSC). Trabalhar com discursos ligados a esse candidato é importante, dado que ele é uma aposta do Partido Social Cristão (PSC) para angariar votos dos evangélicos, que têm pautado, em certa medida, os principais temas das últimas eleições. Esta investigação partiu da pergunta sobre qual a relação entre os processos — que se localizam no sistema de transitividade, ligado à metafunção ideacional da linguagem — e as marcas de avaliatividade presentes no texto — que se localizam na metafunção interpessoal da linguagem. Este trabalho trata das relações entre processos e o subsistema de Atitude, mais especificamente o subsistema de Apreciação. A metodologia partiu da observação de duas categorias gerais de análise: os processos que têm marcas de apreciação, já em si portando significado apreciativo, e os processos aos quais estão ligadas marcas de apreciação diversas. Este trabalho é uma amostra de uma pesquisa mais ampla sobre a relação entre os processos e a avaliatividade, que está em fase de desenvolvimento e de ampliação. Como resultados, pretende-se identificar no corpus regularidade entre tipos de processos e tipos de marcas de apreciação.

BLOGS DE PROFESSORES DE LÍNGUAS: UMA ANÁLISE DOS ELEMENTO S LÉXICO-GRAMATICAIS DE ATITUDE (AVALIATIVIDADE)

Fabíola Aparecida Sartin Dutra Parreira Almeida (UFG-Catalão)

fabiolasartin@gmail.com Esta comunicação tem como objetivo apresentar análises dos elementos léxico-gramaticais avaliativos, especificamente de atitude, em blogs informativos de professores de Língua Inglesa e Língua Portuguesa, a fim de relacioná-los com questões de ensino de línguas presentes nos blogs. Para tanto, valemo-nos dos pressupostos teóricos da Linguística Sistêmico-Funcional de Halliday (1994), Halliday e Matthiessen (2004), bem como no

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Sistema de Avaliatividade (Appraisal System) Martin e Rose (2003/2007) e Martin e White (2005). Os dados foram coletados em blogs de professores de língua inglesa e de língua portuguesa. Tomando o registro escrito dos blogs como objeto de análise, centralizado nas escolhas de atitude como realizações semânticas de falantes/escritores e seus interlocutores destacam-se as perguntas: (a) O que é avaliado nos blogs de professores de línguas? (b) Que aspectos são considerados nas avaliações? e (c) Quais são as respostas de solidariedade de seus interlocutores? A análise teve como ponto de partida a organização e categorização dos dados/exemplos extraídos do corpus, contemplando as realizações linguísticas de ‘atitude’, do tipo ‘afeto’, ‘julgamento’ e ‘apreciação’, assim dispostas:(a) Fala do professor (a) autor (a) do blog e de professores/pesquisadores entrevistados e (b) Fala dos visitantes /participantes dos blogs. Os dados revelaram que os participantes, em sua maioria, realizaram atitude positiva em relação ao ensino de línguas e à inserção da tecnologia na sala de aula, mesmo diante da falta de políticas de formação docente com foco na prática tecnológica. CONSTRUÇÕES IMPESSOAIS COM O CLÍTICO SE EM ARTIGOS CIENTÍFICOS

Fernanda Beatriz Caricari de Morais (CNPq/PUC-SP) caricari@terra.com.br

Este trabalho apresenta resultados da tese (Morais, 2013) que analisou os diferentes usos e funções que o clítico se desempenha em artigos científicos. A multiplicidade de funções é uma das características do se, um dos problemas mais interessantes da língua portuguesa e de outras como francês, espanhol e italiano. Uma das controvérsias em torno desse clítico é a possibilidade de o participante estar ou não indeterminado, como discutem as pesquisas de Nunes (1991), Monteiro (1994), Bagno (2000), Camacho (2002, 2003), entre outros. A base teórica, a Linguística Sistêmico-Funcional de Halliday (1994, 2004), tem como foco a língua em uso e permite analisar as escolhas gramaticais do autor em textos (escritos ou falados) com base no contexto de cultura e de situação em que se realizam. Segundo a proposta da referida tese, os usos do se podem ser classificados em três categorias: seem construções médias – as ações que acontecem por si só, um processo é causado por ele mesmo (self-caused process); seem construções com desfocamento de participante que ocorrem por ser irrelevante sua menção, parte do estilo do gênero acadêmico/científico e seem construções agnatas – verbos que quando se ligam ao se têm significados relacionais e/ou existenciais.

PROCESSOS VISUAIS EM VIDEOCLIPES: CONSTRIBUIÇÕES DA LSF PARA A GRAMÁTICA VISUAL

Fernando Fidelix Nunes(SEEDF)

fidelix1@hotmail.com

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Este trabalho tem como objetivo apresentar um intercâmbio, que tende a se tornar cada vez mais frequente nos próximos anos, entre a metodologia de análise da Linguística Sistêmico-Funcional (HALLIDAY & MATTHIESSEN, 2013; THOMPSON, 2014) e a metodologia da Gramática Visual (KRESS & Van LEEUWEN, 2006; Van LEEUWEN, 2005). Por meio da análise do videoclipe da música They don’t care about us, gravado pelo ícone pop Michael Jackson no Brasil, discutirei como os processos de transitividade propostos pela Gramática Sistêmico-Funcional, especialmente os processos verbais e relacionais, são aplicados pela Gramática Visual na análise de textos multimodais, que são constituídos pela junção de diversos recursos semióticos. Será analisada a relação dialética existente entre as formas linguísticas e outros recursos semióticos, como a linguagem corporal e a música, na constituição de significados no videoclipe investigado. Os resultados parciais da pesquisa demonstram que os significados expressos pelas formas linguísticas presentes no enunciado da canção constroem significados em conjunto com os demais recursos semióticos presentes no videoclipe, podendo especificar os atores sociais representados e as relações interpessoais. Portanto, a Linguística Sistêmico-Funcional, em parceria com a Gramática Visual, amplia a possibilidade de que a análise linguística contribua para a investigação de outros recursos semióticos que compõem significado com a língua.

A LEITURA E A ESCRITA NA ESCOLA: EM FOCO A DISCIPLI NA DE GEOGRAFIA

PINTON, M. Francieli (UFSM)

francieli.matzembacher@gmail.com

Esta pesquisa está vinculada ao projeto guarda-chuva intitulado A transversalidade da leitura e da escrita nas diferentes áreas disciplinares: descrição, análise e didatização que tem por objetivo descrever e analisar a prática de leitura e escrita na escola a fim de oferecer uma sistematização das características linguísticas e composicionais dos gêneros textuais com vistas à produção de material didático para o ensino e aprendizagem nas diferentes áreas disciplinares. Neste trabalho, focalizamos a disciplina de Geografia que tem por objetivo estudar as relações entre o processo histórico na formação das sociedades humanas e o funcionamento da natureza por meio da leitura do lugar, do território, a partir de sua paisagem (BRASIL, 1997). Para tanto, partimos dos pressupostos teóricos e metodológicos da Pedagogia Learning to write, Reading to learning (ROSE e MARTIN, 2012) e dos princípios da Linguística Sistêmico-Funcional de Halliday (1989, 2004). Para esta análise piloto, selecionamos o livro didático Araribá Geografia do sétimo ano do ensino fundamental, buscando identificar as famílias de gêneros recorrentes a fim de apresentar uma análise da estrutura composicional desses gêneros. Os resultados preliminares apontam a recorrência de famílias de gêneros explicativos e informativos. Na família dos gêneros explicativos, identificamos principalmente os gêneros explicação-sequencial e explicação-factorial. Já na família de gêneros informativos predominam os gêneros informativos-descritivos e os informativos-classificatórios. Tal recorrência parece estar relacionada à seleção de conteúdo

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nesta área disciplinar, já que os gêneros explicativos são recorrentes quando há apresentação do conteúdo relacionado à formação das sociedades humanas e os gêneros informativos quando há apresentação do funcionamento da natureza. Palavras-Chave: Pedagogia de Gênero,Geografia.Educação Básica

A PRODUÇÃO DE UM ARTIGO DE OPINIÃO TENDO COMO MOTIV AÇÃO OS DEBATES POLÍTICOS PROMOVIDOS PELOS TELEJORNAIS: UMA

ABORDAGEM BASEADA NA LSF

Francisca Borges Barbosa (UFU) Francisca2_@hotmail.com

Caroline Costa Silva (UFU) Carolsilva257@hotmail.com

Conceição Maria Alves de Araújo Guisardi(UFU) ceicaguisardi@hotmail.com

Mauricéia Lopes Nascimento (UFU) mauriceialns@gmail.com

Engendramos uma proposta baseada em aportes teóricos da Linguística Sistêmico- Funcional, levando os alunos do 9˚ ano do ensino fundamental a refletirem sobre o contexto da política em período de eleição, o papel dos diferentes atores e a nossa posição de eleitores nesses discursos. Para isso, trabalhamos com o gênero texto de opinião - artigo de opinião - a fim de oportunizar a integração de texto e contexto. Objetivamos trabalhar aspectos relacionados à semântica, ao léxico-gramática e ao contexto da situação. Ancoramos nossos estudos, principalmente, em Halliday (1970) e em Kress e Van Leeuwen (1996). É fundamental ter ciência que existe um contexto que sustenta as situações enunciativas e que estas interferem no uso da linguagem. A proposta constitui-se em atividades em que trabalhamos elementos como campo (prática social), relação (relação entrevistadores/candidatos) e modo (os meios de comunicação na promoção desses debates). Pedimos aos alunos para assistirem debates veiculados na tevê, depois, solicitamos a produção de textos que se caracterizaram como suportes para os diversos discursos construídos baseados nesse contexto político. A pesquisa apontou resultados significativos quando trabalhamos sob o viés da gramática sistêmico - funcional. Palavras-Chave: Linguística Sistêmico-Funcional. Texto de opinião. Discurso.

A LINGUAGEM NO CAMPO DA RESISTÊNCIA: AS ESTRATÉGIAS DISCURSIVAS NA LUTA CONTRA A SITUAÇÃO DE RUA NO BRA SIL

Gersiney Pablo Santos (UnB)

gepasan@gmail.com

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A luta pelos direitos civis configura um importante aspecto nas disputas pelo poder no mundo social. Indubitavelmente, a linguagem assume uma posição fundamental nesses processos de embate pela cidadania, por seu complexo papel de (inter)ação e representação de discursos na esfera das relações humanas. Os movimentos sociais atuam como importantes espaços de exercício da questão cidadã ao enfrentar as desigualdades inerentes às ações hegemônicas legitimadas pela sociedade de consumo. No Brasil, a experiência de luta do Movimento Nacional da População de Rua (MNPR) concretiza a mobilização social de pessoas que passam pela problemática da situação de rua. Como estratégia de enfrentamento, o MNPR tem construído espaços discursivos de luta que se concretizam inclusive por meio de textos. Desse modo – com base na Análise de Discurso Crítica (ADC) e na Linguística Sistêmico-Funcional (LSF) –, este trabalho propõe um exercício de análise e reflexão crítica aplicado a um documento produzido em contexto de mobilização social (do MNPR) contraposto a outro publicado por um veículo da mídia de grande circulação (Portal G1). Por meio da ADC (FAIRCLOUGH, 2003; RAMALHO & RESENDE, 2010), foi possível analisar distintos vozes e discursos referentes ao acesso de direitos à cidadania frente às representações ideológicas ligadas à pessoa em situação de rua. O mapeamento de determinados processos, possibilitado pela LSF (HALLIDAY & MATTHIESSEN, 2004), sinalizou como tais representações discursivas operam efeitos de sentido antagônicos às reivindicações do movimento social em modos de naturalização sutis relacionadas à ação, à representação e à identificação da questão social. SIGNIFICADOS CONSTRUÍDOS PELOS PROCESSOS MENTAIS NO ROMANCE

INÉS DEL ALMA MÍA E EM SUA TRADUÇÃO PARA O PORTUGUÊS BRASILEIRO_ UM ENFOQUE SISTÊMICO FUNCIONAL

Giovanna Marcella Verdessi Hoy (PUC-SP)

giovannaverdessihoy@yahoo.com.br Leila Barbara (PUC-SP)

lbarbara@uol.com.br Este trabalho é parte da pesquisa de doutorado (em andamento), situado no Grupo Systemic Across Languages (SAL)-Brasil. Nele, objetiva-se, identificar e analisar as representações construídas pelos processos mentais no discurso da personagem principal e narradora do romance ̶Inés del alma mía (ALLENDE, 2007) ̶ e em sua tradução para o português, a fim de cotejá-los. Para isso, adotou-se a Linguística Sistêmico Funcional (HALLIDAY e MATTHIESSEN, 2004, 2014) na interface dos Estudos da Tradução (HALLIDAY, 2001; RODRIGUES-JÚNIOR, 2006; PAGANO, 2007) e do Texto Literário (MONTGOMERY, 1993). Na metodologia, utilizou-se o WordSmith Tool 6.0 para a criação da lista de palavras com os processos mentais mais frequentes, bem como o concordanciador para análise dos significados desses processos. Os dados evidenciaram que os processos mentais construíram significados experienciais vinculados à consciência de Experienciadores representados por

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diversos personagens. Na análise, constatou-se a representação de Fenômenos humanos, coisas, assim como Projeções que ampliaram o conteúdo do que era experienciado. Ademais, dos 44 processos nos corpora, verificaram-se 2039 ocorrências em língua espanhola e, 1931 na língua portuguesa. Concluí-se que, os processos mentais foram usados para construir significados experienciais no nível da consciência dos personagens, contudo, uma análise mais apurada poderá mostrar diferenças entre as escolhas desses processos e os significados construídos. PAPÉIS FEMININOS NAS FANPAGES DAS REVISTAS CLAUDIA E NOVA SOB O

VIÉS DA LINGUÍSTICA-SISTÊMICO FUNCIONAL

Guianezza M. de Góis Saraiva Meira (UFRN/CAPES) guianezzasaraiva@bol.com.br

Dra. Cleide Emília Faye Pedrosa (UFS/UFRN) cleidepedrosa@oi.com.br

A imprensa feminina surgiu no Brasil sob o propósito de nortear as mulheres em relação ao comportamento, à vida conjugal, educação dos filhos e manutenção do lar. Pioneira, na década de 1960, a revista Claudia veiculava artigos e anúncios publicitários que reafirmavam os papéis femininos impostos pela sociedade patriarcal e conservadora – o de mãe, esposa e dona de casa. Na década seguinte, a revista Nova lançava uma linha editorial voltada para a sexualidade, uma temática pouco explorada por ser considerada um tabu por moças e senhoras de família. Na modernidade recente, as redes sociais assumiram o papel de disseminar informações, graças ao advento da globalização. Hoje, além de ter acesso a artigos de seu interesse, as mulheres podem estabelecer uma interação com a linha editorial dessas revistas e demais leitoras, via facebook. Dessa forma, o objetivo desta comunicação é analisar como as fanpages das revistas femininas Claudia e Nova discutem os papéis femininos. Teoricamente, recorreremos aos postulados da Análise Crítica do Discurso, especificamente, os defendidos pela Abordagem Sociológica e Comunicacional do Discurso (ASCD). Dentre os diálogos defendidos pela abordagem, trabalharemos com a Sociologia para Mudança Social (PEDROSA, 2012) e, para analisar a materialidade linguística, recorreremos às propostas da Linguística Sistêmico-Funcional. Quanto à metodologia, escolhemos quatro postagens, duas de cada fanpage em estudo. Os resultados indicam que as revistas femininas, corroboraram para o processo de emancipação feminina e, por esse motivo, configura-se como um arquétipo na discussão dos papéis femininos. Logo, as fanpages comprovam o acúmulo de funções das mulheres na contemporaneidade. Palavras-chave: Fanpages. Revistas femininas. Linguística Sistêmico-Funcional.

Um Estudo Comparativo Da Avaliatividade Em Comunicações Oficiais

Dra. Edna Cristina Muniz Da Silva (UnB) Hudson Nogueira Santos(UnB)

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Este Trabalho Apresenta Um Estudo Do Sistema De Avaliatividade Em Gêneros Textuais De Re(Udação Oficial, Especificamente, Ofícios E Avisos Produzidos No Congresso Nacional Brasileiro E No Poder Executivo. A Análise Destes Documentos Se Deu Com Base Na Linguística Sistêmico-Funcional De M.K.Halliday (2014). Halliday Entende Que A Língua, Como Um Fenômeno Social, Realiza Três Tipos De Significados: Ideacionais, Interpessoais E Textuais. Aqui Trataremos Dos Significados Interpessoais, Os Papéis Desempenhados Pelos Escritores Nos Textos E Os Papeis Que Eles Atribuem Aos Seus Leitores, Por Meio Do Sistema De Avaliatividade. Esse Sistema Amplia Os Significados Interpessoais Através De Três Eixos, Ao Longo Dos Quais, O Escritor Se Posiciona De Forma Intersubjetiva (Martin E White, 2005). Ele Não Apenas Aborda Como Os Escritores Codificam Na Léxico-Gramática Suas Próprias Atitudes, Mas Também Os Meios Pelos Quais, Direta E Indiretamente, Impelem Seus Leitores A Assumirem Posturas E Posições Quanto Aos Seus Textos. Para A Análise, Foram Colhidos 20 Ofícios Do Congresso Nacional, Publicados Em Diários Oficiais E 12 Avisos Ministeriais, Colhidos Por Meio Do Serviço De Acesso À Informação, Do Governo Federal. Os Resultados Têm Mostrado Que, Por Vezes, As Negociações Nas Relações Interpessoais Assumem Características De Cunho Pessoal E Informal, Impelindo O Destinatário, Um Agente Político, A Assumir Uma Resposta Solidária Ao Seu Interlocutor, Mais Por Força Da Pessoalidade Do Que Pela Postura Que Se Espera De Um Cargo Público. As Escolhas Léxico-Gramaticais E As Estruturas Esquemáticas Esboçam Ainda Outra Configuração Do Gênero Ofício, Diferente Da Prescrita Nos Manuais Oficiais, Atendendo O Caráter De Pessoalidade. O RENASCIMENTO DO PROTAGONISMO DA MULHER PARTURIENT E: QUEM

FEZ MEU PARTO? EU MESMA

Juliana de Freitas Dias (UnB) ju.freitas.d@gmail.com

Para refletir criticamente sobre a prática da medicina tal como ela se apresenta nos dias de hoje, faz-se necessário lançar um olhar sobre a trajetória da medicalização da nossa sociedade ocidental como prática social em seu papel construtivo e reprodutivo de conceitos, relações e identidades sociais. Para esta apresentação focalizo as relações de poder existentes entre o papel do/a obstetra e da mulher grávida, destacando suas implicações ideológicas na esfera discursiva e social. Trata-se de uma reflexão fundamentada na análise dos discursos dos (as) médicos (as) e das parturientes acerca do processo de nascimento inserido no contexto da medicina atual, por meio de percursos que incluem uma visão social, cultural, ideológica e discursiva do tema. Como pressupostos teóricos, destaco os pilares da Análise de Discurso Crítica (Fairclough, 1992, 2001, 2003; Chouliaraki & Fairclough, 1999; Halliday, 1985), alguns estudos sobre identidade (Silva, 2000; Hall, 1992, Giddens,1991,2002) e algumas reflexões acerca do poder e da ideologia como forma de dominação (M. Foucault, 1998, 2000; Thompson, 1995). O arcabouço metodológico utilizado é o da Análise de Discurso Crítica

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com modificações propostas no bojo da pesquisa. Ao apresentar os resultados, destacarei as sutilezas do discurso da medicina que está amplamente voltado para a intervenção. A figura do obstetra exerce claro domínio sobre a gestante. A mulher é, geralmente, enquadrada em um estereótipo marcado por sentimentos de ansiedade e de medo. Predomina, enfim, uma tendência à exclusão da mulher do centro do processo e uma entrada maciça do aparato tecnológico por meio da medicalização do parto.

UM ESTUDO ACERCA DAS PRÁTICAS LEITORA E ESCRITORA E M TURMAS DE ACELERAÇÃO

Keila Núbia de Jesus Barbosa (UnB)

Keila.nubia@uol.com.br Juscelino Francisco do Nascimento (UFPI)

juscelinosampa@hotmail.com Em um mundo globalizado e tecnológico, ler é uma habilidade cada vez mais exigida para se fazer parte dos avanços do século XXI. Porém, como se sabe, em nosso país, 8,6% dos brasileiros com 15 anos ou mais são analfabetos, segundo a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) em 2014. Ensinar um aluno a ler não é tarefa das mais fáceis, pois ler vai muito além da decodificação. O Brasil apresenta 8,5 milhões de alunos com distorção idade-série e, para sanar esse problema educacional, o Governo Federal implantou as classes de aceleração. Diante dessa realidade, o objetivo deste trabalho é a) apresentar porque é tão difícil fazer com que esses alunos consigam se apropriar da leitura e das práticas de compreensão leitora; e b) apontar algumas estratégias que viabilizam a apropriação da leitura, da compreensão leitora e, principalmente, da emancipação desses alunos como sujeitos autônomos e integrados ao mundo globalizado. Para tanto, faremos uma pesquisa de campo, com base em autores como Bortoni-Ricardo (2005, 2008) e Gouveia (2009) com vistas a obter dados que nos apontem como se dá a utilização das práticas leitora e escritora por parte dos alunos que estudam nessa modalidade de ensino.

OS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE EM DOCUMENT OS OFICIAIS DO BRASIL: UM PERCURSO PELO WORD SMITH TOO LS

Kelly Cristina de Almeida Moreira (SEEDF)

kelly.kcam@gmail.com O objetivo deste trabalho é apresentar resultados de uma pesquisa de natureza qualitativa (descritiva e interpretativa) levada a cabo à luz da Análise de Discurso Crítica, que investigou representações linguístico-discursivas em documentos oficiais selecionados a partir de uma cadeia de gêneros discursivos da ordem de discurso legal que envolve os direitos de crianças e

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adolescentes em situação de risco, sobretudo, o direito de inclusão educacional. Para tanto, foram selecionadas duas leis brasileiras: a Lei 8.069/90, Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), e a Lei 9.394/96, Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB). O arcabouço teórico abarca a exterioridade da linguagem (discurso) nos moldes de Fairclough (2001; 2003), bem como a interioridade do sistema linguístico, através da Linguística Sistêmico-Funcional, proposta por Halliday & Matthiessen (2004). Complementa esse embasamento teórico-analítico o estudo sobre a representação dos atores sociais, desenvolvido por van Leeuwen (1997). Na análise documental, foram utilizadas duas ferramentas do programa computacional WordSmith Tools v. 5.0, desenvolvido por Scott (2010): a lista de palavras (wordlist) e o concordanciador (concordancer), o que permitiu fazer o levantamento dos vocábulos presentes nos documentos oficiais. Trata-se de uma pesquisa que, embora voltada para a meta da inclusão pela educação, necessitou buscar razões e consequências responsáveis pela ausência da coesão social, fenômeno que multiplica a exclusão social, cujo processo principia na exclusão educacional, em paralelo à econômica, da saúde, bem como de todos os serviços do Estado em favor da cidadania daqueles que representam o futuro do país: a adolescência a caminho da juventude. Palavras-chave: Representações. Direitos. Crianças. Adolescentes.

USO DE GÊNERO CONTO MUKASHIBANASHI PARA FAVORECER A EXPRESSÃO ORAL NA LÍNGUA JAPONESA.

Kimiko Uchigasaki Pinheiro (UnB)

kimiko.uchigasaki@gmail.com Esta pesquisa propõe como objetivo favorecer a expressão oral a partir das interações reais, dando voz ao texto conto mukashibanashi e usando as técnicas teatrais, os jogos teatrais, considerando, assim, as dimensões afetivas e corporais dos participantes, que (re)-significam e (re)-constroem as enunciações em língua estrangeira. Adota-se, portanto, uma visão de língua que abarca seus indissociáveis contextos culturais, sociais e ideológicos. O alicerce da pesquisa está, principalmente, nas teorias de Bakhtin (1929/1986), Revuz (1998), Mastrella de Andrade (2011), Reis (2008), Viola Spolin (2000), dentre outros. Utilizou-se da metodologia de pesquisa-ação dentro da perspectiva de Barbier (2007), a fim de dispor uma transformação no modo de ensinar/aprender uma língua estrangeira. A análise qualitativa e interpretativista dos documentos e os diários de bordo trouxeram aspectos da subjetividade, identidade, interação, jogos, corpo e voz.

MULHERES E MULHERES: REPRESENTAÇÕES EM CRÔNICAS DE MARTHA MEDEIROS

Letícia Oliveira de Lima (UFSM)

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leticia.lima.letras@gmail.com Cristiane Fuzer (UFSM)

cristianefuzer@gmail.com

Este trabalho tem como propósito analisar, a partir das funções léxico-gramaticais do sistema de transitividade, a linguagem usada para manifestar representações para a mulher em crônicas do livro Doidas e Santas de Martha Medeiros, publicado em 2010. Os princípios teóricos que fundamentam esta pesquisa são a Gramática Sistêmico-Funcional, de Halliday & Matthiessen (2014). O corpus de análise é constituído por sete crônicas, e os passos metodológicos são: a) descrição das variáveis do contexto situacional de cada texto; b) segmentação dos textos em orações; c) seleção das orações em que as escolhas léxico-gramaticais fazem referência a mulher; d) análise do sistema de transitividade das orações selecionadas; e) identificação e categorização das representações. A análise evidenciou cinco representações para a mulher. Quando desempenha as funções de Experienciador de processo mental cognitivo e de Ator, a participante mulher é representada como uma pessoa altruísta. Ao desempenhar as funções de Portador, Comportante e Ator, é representada como uma pessoa desapegada, que busca se livrar desde as calorias até os compromissos de sua vida cotidiana. Desempenhando as funções de Portador e de Experienciador de processo mental desiderativo, a mulher é representada como insatisfeita. Quando exerce função de Comportante, é representada como uma pessoa que expõe sua sensibilidade, ao passo que, nas funções de Experienciador, Ator e Comportante, em contexto distinto, é representada como uma pessoa que esconde sua sensibilidade. Tais representações nas crônicas analisadas possibilitam evidenciar diferentes comportamentos da mulher contemporânea. Palavras-chave: Gramática Sistêmico-Funcional; transitividade; representações; mulher; crônica.

A REESCRITA SOB A PERSPECTIVA DA METÁFORA GRAMATICA L

Sulany Silveira dos Santos (PPG-LETRAS/UFRGS, UNISC) sulany.santos@ufrgs.br

Lucia Rottava (UFRGS) luciarottava@yahoo.com.br

A reescrita de textos requer do escritor uma tomada de decisões para expressar significados. A língua enquanto virtualidade oferece uma gama de possibilidades de construção ao articular sentido (meaning) e fraseado (wording) (THOMPSON, 2014). Dentre os recursos possíveis, o escritor pode combinar estruturas, empregar processos de disjunção, de expansão. Estudos sobre a metáfora gramatical demonstram que a relação significado e fraseado nem sempre é direta. Isso se deve a diversos fatores: a transitividade, bem como a modalidade, por exemplo, nem sempre parecem dar conta de todos os sentidos que o escritor deseja expressar. Nesse caso, dentre outros recursos, o escritor emprega a metáfora gramatical. Este estudo recorre ao conceito de metáfora gramatical sob a perspectiva da Linguística Sistêmico-Funcional para

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compreender quais modificações podem ser observadas comparando-se diferentes versões de um mesmo texto. Os dados foram gerados por alunos ingressantes em um Curso de Letras, os quais produziram textos em diferentes gêneros textuais. As versões produzidas foram comparadas e analisadas com o objetivo de identificar e determinar a natureza dessas modificações de acordo com as possíveis metáforas gramaticais - experienciais e lógicas, interpessoais e textuais. Os resultados apontam que o emprego da metáfora gramatical na reescrita não parece ser um processo recorrente empregado pelos sujeitos. Palavras-chave: reescrita; metáfora gramatical; sentido (meaning); fraseado (wording)

ESTUDO SOBRE AS RELAÇÕES DADO/NOVO E TEMA/REMA NA REESCRITA DE TEXTOS NO ENSINO SUPERIOR: UMA ANÁLISE SOB A PERSPECTIVA DA

LINGUÍSTICA SISTÊMICO-FUNCIONAL

Luciane Sippert (PPG/UFRGS, UERGS) lucianesippert@uergs.edu.br

Lucia Rottava (UFRGS) luciarottava@yahoo.com.br

A língua é um dos recursos mais eficazes para interagir com o outro e dizer algo sobre o mundo. Sempre que determinada construção linguística é selecionada, são feitas escolhas que constroem a significação do discurso na interação entre os usuários. Tanto a interação quando as escolhas se complexificam na escrita visto requerer organização textual que se encaixa no texto de modo que o interlocutor tenha acesso ao tema e aos seus desdobramentos. A tarefa de escrever não é concebida como algo linear e que visa apenas ao produto final, mas um processo recursivo que requer planejamento, escrita, reescrita/revisão. No entanto, esse processo de escrita recursiva e em especial na reescrita não parece fazer parte da prática de alunos no contexto acadêmico. Considerando tal lacuna, este estudo busca compreender, sob o enfoque da Gramática Sistêmico-Funcional, de Halliday e Matthiessen (2004), que mudanças do ponto de vista da organização textual são observadas entre a escrita e reescrita de textos. Para tanto, os critérios de análise consistem na identificação e na interpretação dos constituintes textuais modificados ou mantidos para construir sentidos no texto reescrito. Os dados sob análise foram produzidos por alunos do curso de Letras, cujas tarefas versavam sobre diferentes temáticas e gêneros e envolveram a escrita, parecer interlocutivo, reescrita e comentário complementar dos próprios colegas, veiculados em blog. Os resultados apontam para a relevância em compreender que a língua realiza funções específicas e estabelece relações com base nos seus contextos de uso e interação entre os interlocutores. A contribuição é no sentido de compreender como o conhecimento temático dos estudantes, bem como o conhecimento do gênero textual abordado – contexto de cultura e de situação – tem relação com a maneira que contemplam tema/rema nos textos reescritos. Palavras-chave:Linguística Sistêmico-Funcional. Metafunção textual. Reescrita. Contexto de Cultura e de Situação.

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A AVALIATIVIDADE E AS PRÁTICAS DE LETRAMENTO NA CON STRUÇÃO DE

IDENTIDADES DE ESTUDANTES DE LICENCIATURA

Mara Lúcia Castilho (UniCEUB) maralucia.castilho@gmail.com

Esta comunicação visa a discorrer sobre a construção das identidades de estudantes de licenciatura, ao longo de sua trajetória escolar, de uma instituição de ensino superior do DF. A pesquisa fundamenta-se nos estudos da Análise de Discurso Crítica (ADC), proposta por Fairclough (2003), no sistema de avaliatividade, de Martin e White (2005), e na Teoria Social do Letramento (TSL), proposta por Barton e Hamilton (1998), que entendem as práticas sociais de letramento como o uso da linguagem escrita ou oral nas atividades sociais. Dessa forma, as práticas de letramento constituem os discursos, que, por sua vez, são constituídos pelas práticas de letramento e vice-versa. São, então, consideradas práticas socioculturais imbricadas nos discursos e, portanto, carregam as convenções ideológicas do senso comum presentes na sociedade e podem ser reproduzidas ou substituídas por outras. Nesse sentido, elas podem moldar as práticas discursivas (FAIRCLOUGH, 1992). A pesquisa contou com a colaboração de 12 estudantes de cursos de licenciatura, cujos discursos foram produzidos a partir de relato escrito de suas práticas de letramento na trajetória escolar e da realização de grupo focal como um evento de letramento, a fim de verificar as habilidades de leitura e compreensão de textos desses estudantes.A análise da avaliatividade do discurso dos alunos permitiu compreender como suas identidades são negociadas por meio das relações de poder estabelecidas com seus colegas de turma e verificar que esses estudantes reivindicam a continuidade de marcas identitárias construídas antes de ingressarem na fase escolar que antecede seu ingresso na educação superior.

CONSTRUÇÕES DISCURSIVAS EM ENTREVISTAS COM PRESIDENCIÁVEIS: UMA ANÁLISE DA METAFUNÇÃO INTERPESSOAL

Regysane Botelho Cutrim Alves (UnB/UFMA)

regysane@gmail.com Maria Felícia Romeiro Mota Silva (UnB/UFOB)

clarafelicia@yahoo.com.br Pedro Henrique Holanda da Costa (UnB/ CMB)

pedro_costa_bsb@yahoo.com.br Na corrida para as eleições presidenciais de 2014, os principais candidatos ao cargo participaram de entrevistas de aproximadamente quinze minutos em jornal de rede nacional da principal emissora de televisão aberta no Brasil. Como esse é um espaço de grande

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visibilidade, a proposta deste trabalho é analisar as construções discursivas e as estratégias argumentativas dos entrevistadores e de cada candidato durante a interação ocorrida nas entrevistas. Para a construção do corpus deste estudo exploratório, foram selecionadas as entrevistas dos três candidatos melhor colocados nas pesquisas de intenção de votos em realizadas em setembro de 2014. A análise empreendida buscou embasamento nos construtos teóricos da Análise de Discurso Crítica (Fairclough, 1989; 1992; 1995; 2003) e utilizou como metodologia as ferramentas de análise textual da Linguística-Sistêmico Funcional, centrando-se nos elementos da Metafunção Interpessoal (Halliday; Matthiessen, 2014) para analisar os textos resultantes da transcrição das entrevistas. Além de verificar como se apresentam os elementos gramaticais dessa metafunção nos textos, a análise centrou-se nas categorias de polaridade e modalidade, especialmente na maneira como elas foram usadas nas trocas ocorridas na entrevista para construir posicionamentos. Nos dados, foi percebida a forte presença da polaridade e de metáforas interpessoais de modo, principalmente nas falas dos entrevistadores ao buscarem direcionar os tópicos da entrevista. Palavras-chave: Construções discursivas. Metafunção Interpessoal. Entrevista. Presidenciáveis.

DESIGN DE HIPERMÍDIA SOB O ENFOQUE SISTÊMICO-FUNCIO NAL: A ORGANIZAÇÃO DA INFORMAÇÃO EM HOMEPAGES DE REVISTAS DE ARTE

E CULTURA DOS BRICS Marisa Nascimento (PUC/SP) marisanascimento@ymail.com

Este trabalho investiga a organização da informação em homepages de revistas de arte e cultura através do design que as configuram. Nos hipertextos, os processos comunicacionais se desenvolvem por múltiplas semioses, como imagens, palavras, áudios e vídeos, que interagem entre si, dentro de um layout, abarcando o conteúdo e construindo significados, que podem ser resgatados na análise multimodal. O estudo da organização da informação se fundamenta na Teoria Sistêmico-Funcional (TSF) e na Análise Multimodal do Discurso (AMD). Os conceitos da TSF embasam análises úteis acerca do significado que emerge do texto. A abordagem sistêmico-funcional não fica restrita à linguagem verbal, podendo ser aplicada a outros sistemas semióticos. O corpus é constituído por homepages de cinco revistas de arte e cultura provenientes dos países do bloco BRICS: Bravo!, do Brasil; Iskusstvo, da Rússia; ART India, da Índia; LEAP, da China; e Art Times, da África do Sul. Como metodologia de pesquisa, utilizo a análise de conteúdo, identificando variações e padrões que ocorrem no corpus, e elaborando categorias de análise para os componentes das homepages estudadas. No processo de análise, as homepages são comparadas entre si e com exemplos práticos do web design. O estudo está vinculado ao Projeto SAL, que analisa a linguagem em uso em diversos gêneros textuais e diferentes línguas, e é desenvolvido em parceria com universidades do Brasil, Argentina, China, Colômbia, entre outros.

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O MUNDO DA EXPERIÊNCIA NO DISCURSO DE ADOLESCENTES SOBRE O LUGAR ONDE VIVEM

Miguel Ângelo Moreira(UnB/SEEDF)

miguelangelo@unb.br

O propósito deste estudo é analisar quais as escolhas lexicais feitas por adolescentes para representarem o lugar onde vivem. O enfoque teórico é balizado pela triangulação entre a proposta de Fairclough (2001, 2003), associada à perspectiva da Linguística Sistêmico-Funcional (LSF) de Halliday (2004, 2014) e ao Sistema de Avaliatividade (SAv), desenvolvido por Martin e White (2005). O enlace teórico-metodológico entre essas três vertentes permitirá que a investigação de um fenômeno social não seja apenas descrita textualmente, mas também contribua para a sugestão de práticas sociais transformadoras. Nesse sentido, a abordagem fairclougheana voltada para a análise de discurso textualmente orientada constitui o percurso básico que me permite adentrar o mundo da experiência dos adolescentes, o qual se encontra materializado em relatos escritos. A LSF e o SAv configuram instrumentos paralelos de análise (con)textual. Os dados empíricos, de natureza qualitativa, foram obtidos junto a uma escola da rede pública do DF. A investigação faz parte dos estudos desenvolvidos no Grupo Brasileiro de Estudos de Discurso, Pobreza e Identidades (DP-CNPq). Os resultados preliminares apontam para sentidos construídos pelos adolescentes que representam o lugar onde vivem. As escolhas lexicais, desses jovens, para definirem a experiência nas ruas, configuram a maneira como eles avaliam a própria realidade, o que nos permite adiantar o seguinte resultado: se as ruas são definidas como lugar de medo, insegurança e fragilidade para o convívio social e esses adolescentes estão inseridos nesse lugar, significa que a realidade da adolescência, sob a ótica dos próprios adolescentes, constitui uma condição de risco. Palavras-chave: Representação.Transitividade.Avaliação.Condição de Risco.Adolescência

AVALIATIVIDADE NOS PROCESSOS: O SUBSISTEMA DO JULGA MENTO

Milena Fernandes da Rocha (UnB) milenafdarocha@hotmail.com

Os estudos sobre Linguística Sistêmico-Funcional (LSF) (HALLIDAY; MATTHIESSEN, 2014) e avaliatividade (MARTIN; WHITE, 2005) foram criados originalmente para a descrição da língua inglesa. Este trabalho se insere na perspectiva de ampliação e transposição desses estudos para o português brasileiro (VIAN JR., 2012). Os textos que compõem o corpus são transcrições dos debates dos presidenciáveis das eleições brasileiras de 2014, especificamente das declarações do candidato pastor Everaldo (PSC). Trabalhar com discursos ligados a esse candidato é importante, dado que ele é uma aposta do Partido Social

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Cristão (PSC) para angariar votos dos evangélicos, que têm pautado, em certa medida, os principais temas das últimas eleições. Esta investigação partiu da pergunta sobre qual a relação entre os processos — que se localizam no sistema de transitividade, ligado à metafunção ideacional da linguagem — e as marcas de avaliatividade presentes no texto — que se localizam na metafunção interpessoal da linguagem. Este trabalho trata das relações entre processos e o subsistema de Atitude, mais especificamente o subsistema de Julgamento. A metodologia partiu da observação de duas categorias gerais de análise: os processos que têm marcas de sanção ou estima social, já em si portando significado de julgamento, e os processos aos quais estão ligadas marcas de julgamento diversas. Este trabalho é uma amostra de uma pesquisa mais ampla sobre a relação entre os processos e a avaliatividade, que está em fase de desenvolvimento e de ampliação. Como resultados, pretende-se identificar no corpus regularidade entre tipos de processos e tipos de marcas de julgamento.

ANÁLISE MULTIMODAL E FUNCIONAL DA PUBLICIDADE AMBIE NTAL- NATURA EKOS

Neiva Maria Machado Soares (UEA)

nemsoa@hotmail.com

A Multimodalidade, alicerçada também na teoria Sistêmico-Funcional, vem ganhando cada vez mais espaço nos estudos da linguagem, pois podemos pensar ótica visual, da seguinte maneira: “o que é expresso na linguagem através da escolha entre diferentes classes de palavras e estruturas semânticas, na comunicação visual é expresso pela escolha entre diferentes usos de cores e de estruturas composicionais”(KRESS; van LEEUWEN, 2006,p.2). Conjugando interesses convergentes, este trabalho realiza uma análise de cunho multimodal, com alicerce na Linguística Sistêmico-Funcional. Tomamos como material de análise duas publicidades de cunho ambiental da marca Natura Ekos, efetivadas com base nas metafunções de Halliday (1994), ideacional, interpessoal e textual, por sua vez, denominadas por Kress & van Leeuwen (2006) de representacional, interativa e composicional. Objetiva investigar como a marca constrói identidade frente ao público e estabelece relações interpessoais em textos multimodais. Por meio da análise, verificamos que a marca busca se aproximar de valores ambientais mais nobres para assim construir uma identidade de empresa comprometida com as questões ambientais; entre os participantes e o público não há nenhum tipo de interação visto que nas imagens um deles não interage com os demais participantes e outro está de costas proporcionando interação zero. A utilização de atributos relacionados com a origem das espécies sugere um elo entre participantes, Terra e produtos. Assim, a conexão imagem e texto permite uma visão panorâmica do como o produtor do texto representa a realidade e interage com os participantes a fim de concretizar nas interações sociais esta imagem.

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O SIM, O NÃO E O TALVEZ EM PARECERES DE REVISTA ACA DÊMICA:

INSTANCIAÇÕES DE CONTRAÇÃO E EXPANSÃO DIALÓGICA SOB A PERSPECTIVA SISTÊMICO-FUNCIONAL

Osilene Maria de Sá e Silva da Cruz (MEC/ UNIRIO)

osilenecruz@bol.com.br

Este trabalho traz resultados de uma análise de pareceres de artigos de revista acadêmica da área de conhecimento de Linguística, com suporte teórico-metodológico da Linguística Sistêmico-Funcional (HALLIDAY, 1994; HALLIDAY e MATHIESSEN, 2004; e seguidores), sobretudo no que se refere às instanciações da metafunção interpessoal e ao Sistema de Avaliatividade (consubstanciado em MARTIN e WHITE, 2005). Realizou-se uma pesquisa qualitativa em um corpus constituído por 67 pareceres, divididos em três grupos: Pareceres de Artigos Aprovados sem Restrições (A), Artigos Aprovados com Restrições (AR) e Artigos Reprovados (R). Instanciações típicas do Subsistema Engajamento, foco desta apresentação, revelam predomínio de posicionamentos heteroglóssicos nos três grupos de pareceres, embora se tenha observado um índice maior de posicionamentos monoglóssicos no grupo de pareceres A. O grupo de pareceres AR apresenta mais ocorrências de Expansão Dialógica, sobretudo por significados típicos da categoria Acolhimento. O grupo de pareceres R apresenta maior frequência de Contração Dialógica, predominantemente por recursos da categoria Negação. A partir dos dados obtidos e discutidos, pretende-se que esta pesquisa seja uma contribuição para a área de análise do discurso e de gêneros textuais, na perspectiva sistêmico-funcional, mostrando resultados acerca de uma descrição do gênero parecer de artigo de revista acadêmica, especificamente, quanto aos elementos avaliativos.

CONSTRUÇÕES DISCURSIVAS EM ENTREVISTAS COM PRESIDENCIÁVEIS: UMA ANÁLISE DA METAFUNÇÃO INTERPESSOAL

Maria Felícia Romeiro Mota Silva (UnB/UFOB)

clarafelicia@yahoo.com.br Pedro Henrique Holanda da Costa (UnB/ CMB)

pedro_costa_bsb@yahoo.com.br Regysane Botelho CutrimAlves (UnB/UFMA)

regysane@gmail.com

Na corrida para as eleições presidenciais de 2014, os principais candidatos ao cargo participaram de entrevistas de aproximadamente quinze minutos em jornal de rede nacional da principal emissora de televisão aberta no Brasil. Como esse é um espaço de grande visibilidade, a proposta deste trabalho é analisar as construções discursivas e as estratégias argumentativas dos entrevistadores e de cada candidato durante a interação ocorrida nas entrevistas. Para a construção do corpus deste estudo exploratório, foram selecionadas as

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entrevistas dos três candidatos melhor colocados nas pesquisas de intenção de votos em realizadas em setembro de 2014. A análise empreendida buscou embasamento nos construtos teóricos da Análise de Discurso Crítica (Fairclough, 1989; 1992; 1995; 2003) e utilizou como metodologia as ferramentas de análise textual da Linguística-Sistêmico Funcional, centrando-se nos elementos da Metafunção Interpessoal (Halliday; Matthiessen, 2014) para analisar os textos resultantes da transcrição das entrevistas. Além de verificar como se apresentam os elementos gramaticais dessa metafunção nos textos, a análise centrou-se nas categorias de polaridade e modalidade, especialmente na maneira como elas foram usadas nas trocas ocorridas na entrevista para construir posicionamentos. Nos dados, foi percebida a forte presença da polaridade e de metáforas interpessoais de modo, principalmente nas falas dos entrevistadores ao buscarem direcionar os tópicos da entrevista. Palavras-chave: Construções discursivas. Metafunção Interpessoal. Entrevista. Presidenciáveis.

ALÉM DA LÓGICA DAS APARÊNCIAS: UMA ANÁLISE DA CONST RUÇÃO DE REPORTAGENS

Risalva Bernardino Neves (UnB)

risalvabernardino@hotmail.com A construção de uma reportagem pode representar de uma maneira favorável ou não o evento sociodiscursivo. Isso implica que os textos que lemos em jornais e revistas podem trazer um ponto de vista de um determinado grupo uma vez que o discurso é um meio de representação, identificação ou inter-ação e condutor potencial de ideologias. Este trabalho é um recorte de minha pesquisa de mestrado, concluída em 2013 junto à Universidade de Brasília(UnB), e tem o intuito de analisar, a partir dos construtos da ADC, as reportagens publicadas pelo Jornal Correio Braziliense sobre as manifestações grevistas dos/as professores/as da Secretaria de Estado de Educação do Governo do Distrito Federal que ocorreram em 2012. Tal investigação revelou-se uma tentativa de responder a uma de minhas indagações: quais são as representações/identificaçõessobre a mobilização grevista de 2012 e sobre professores/asnos textos docorpusdocumentalprincipal,constituídoporreportagenspublicadasem2012pelo JornalCorreioBraziliense? Dessa forma, debrucei-me sobre as reportagens para investigar a predominância das relações semânticas (paratáticas ou hipotáticas) uma vez que elas podem construir a lógica das aparências ou a lógica explanatória. Foi possível perceber que os textos analisados apenas listaram as ações dos/as docentes, segundo a lógica das aparências, o que não contribui para informar bem e fomentar uma discussão entre os leitores acerca das causas e objetivos do evento.

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METÁFORAS IDEACIONAIS: UMA ESTRATÉGIA FUNCIONAL

Fabiana Aparecida de Assis (FACETEN) fabianaibiapina1@gmail.com

Kelly Cristina Nunes de Oliveira (UnB) kellyney1@hotmail.com

Rosana Muniz Soares (UnB) zanamunizporto@gmail.com

Este estudo busca realizar uma análise de discurso linguisticamente orientada. Tal concepção significa eleger categorias linguísticas que elucidem a interface entre a semântica e a léxico-gramática, possibilitando acessar, desse modo, o discurso. Com o objetivo de perceber como são apresentadas as propostas de governo dos quatro candidatos mais cotados à Presidência da República do Brasil, nas eleições que serão realizadas em outubro de 2014, foram utilizados na análise linguística dos textos os pressupostos da Linguística Sistêmico- Funcional (Ghadessy, 1993; Halliday e Mathiessen, 2004, 2014; Thompson, 2009, 2012; Eggins, 2004). Nesta etapa inicial do estudo, foi privilegiada a metafunção ideacional da linguagem. A análise dos textos mostrou que há uma grande ocorrência de metáforas gramaticais do sistema de transitividade, conhecidas como metáforas ideacionais, em sua elaboração. Os dados revelaram que a metáfora ideacional presente nos textos se apresenta quase sempre por meio de nominalizações, as quais, pelas escolhas lexicais, constroem uma escala de abstração que desvincula as ocorrências sociais do mundo da vida. Outra importante constatação da presença das metáforas ideacionais nesses textos é o fato de que elas cumprem o papel de escamotear os atores das ações e, consequentemente, a sua agência. Conclui-se que tais metáforas têm grande importância nas formas do (como) dizer orações/textos, de forma estratégica, para o alcance de determinados efeitos de sentido. Palavras-chave: Metáforas Ideacionais. Linguística Sistêmico-Funcional. Léxico-gramática. Semântica. Efeitos de sentido.

IMIGRAÇÃO HISPANO-AMERICANA EM SÃO PAULO: UM OLHAR DA LINGUÍSTICA SISTÊMICO-FUNCIONAL SOBRE A (DES)CONSTR UÇÃO

IDENTITÁRIAE A INCLUSÃO DOS (IN)VISÍVEIS.

Rubens Lacerda de Sá(UnB) rubens.ladesa@gmail.com

O fluxo de imigrantes latinos para São Paulo, sua diversidade, complexidade de inclusão e a manutenção de sua identidade (bi)nacional constituem a força motriz desta pesquisa que pretende enfeixar o diálogo entre os construtos identidade e inclusão à luz da linguística sistêmico-funcional visto ser esta uma teoria social que permite descrever práticas discursivas nas sociedade por meio da organização da língua. Esta pesquisa converge com Halliday (2004) no que que tange a organização da linguagem em linhas funcionais e sua relação com

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asnecessidades que lhe impomos como meio de organizar pessoas e comportamentos (HALLIDAY, 1970); vale-se da função interpessoal para codificar interações, atitudes, relações sociais e (des)construção de identidades (GOUVEIA, 2009; HALLIDAY e MATHIESSEN, 2004); e, percebe a composição identitária dos imigrantes envolvidos nessa diáspora internacional (FIGUEIREDO e MASTRELLA-DE- ANDADRE, 2013) como devendo ser despojada de paradigmas excludentes para que não ocorra a exclusão dos legalmente incluídos (SILVA e ARAÚJO, 2014). É uma pesquisa essencialmente qualitativa (FLICK, 2004) e de cunho etnográfico (ANDRÉ, 1995) com dados coletados a partir de entrevistas e narrativas orais e visuais de dois grupos de imigrantes, um já há alguns anos no Brazil e outros recém chegados (GIL, 2012). Já foi constatado que os imigrantes com razoável poder aquisitivo ou conhecimentos especializados encontram invariavelmente espaços sociais inclusivos enquanto os em desvantagem social são invisibilizados e deixados à mercê duma estrutura social, econômica e cultural segregacionista que marca profundamente a (des)construção de sua identidade (bi)nacional. Almeja-se a proposição de ações afirmativas que contribuirão para a inversão desse quadro através de políticas públicas de inclusão social e manutenção da identidade (bi) nacional dos imigrantes desfavorecidos em São Paulo, qual sociedade plurilíngue e pluricultural.

DISCURSO POLÍTICO X DISCURSO AMBIENTALISTA: UMA QUE STÃO DE MODALIDADE

Amanda Canterle Bochett (UFSM)

amandacanterle@yahoo.com.br Sara Regina Scotta Cabral (UFSM)

sara.scotta.cabral@gmail.com Meio ambiente e sustentabilidade têm sido temas de grande relevância, especialmente no Brasil, um dos países de maior biodiversidade do mundo. Tanto na esfera política quanto na esfera ambientalista, os discursos proferidos esforçam-se por buscarem soluções quanto ao manejo da flora, fauna, petróleo, águas, poluição, segurança ambiental, dentre outros. As Audiências Públicas, sessões organizadas pela Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável e que ocorrem nos plenários do Congresso Nacional, em Brasília, constituem um espaço de discussão, onde esses temas são apresentados e debatidos por políticos e convidados especialistas. O objetivo a que este trabalho se propõe atingir é a exploração dos recursos de modalidade utilizados nos embates verbais, quando são discutidos os procedimentos para promover a sustentabilidade e a preservação do meio ambiente brasileiro. Um corpus constituído de seis Audiênciasfoi coletado e submetido a processamento pela ferramenta computacional WordSmith (SCOTT, 2009). Posteriormente, foi feita a separação entre proposições e propostas constantes no corpus, de modo a se buscarem as regularidades no uso dos recursos de modalidade. Os resultados iniciais, obtidos a partir da primeira amostragem, indicam dois polos entre os quais oscilam as falas nas Audiências Públicas: o polo do poder e o polo do dever, claramente distribuídos entre os dois grupos participantes. Por meio desse resultado, pode-se dizer que, na amostra analisada, o

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discurso político apresenta-se menos assertivo que o discurso dos especialistas em meio ambiente. Palavras-Chave: Meio Ambiente.Sustentabilidade.Linguística Sistêmico-Funcional.Proposição.Proposta

ANÁLISE CRÍTICA DE NARRATIVAS MULTIMODAIS DA NAÇÃO BRASILEIRA

Simone Maria Abrahão Scafuto(UnB)

simonescafuto@hotmail.com O presente estudo qualitativo analisa narrativas midiáticas de natureza multimodal, difundidas por revista e por jornal de ampla circulação que têm como contexto o Aniversário da Capital do Brasil. Fundamenta-se na Teoria do Contexto (VAN DIJK, 2009), na Análise de Discurso Crítica (FAIRCLOUGH, 2003, 2006) e na Teoria Semiótica Social da Multimodalidade (KRESS E VAN LEEUWEN, 1996, 2006), perspectivas teóricas desenvolvidas no âmbito dos estudos do discurso contemporâneo, as quais dialogam com ciências sociais críticas (THOMPSON, 2011, 2012) preocupadas com as mudanças aceleradas na sociedade pós-moderna. Tem como objetivo revelar os modos de construção de sentidos ideológicos operacionalizados em narrativas multimodais da mídia impressa e on-line. O estudo utiliza o gênero como categoria de análise sistematizada pela Análise de Discurso Crítica, para investigar significados discursivos acionados e as categorias da Multimodalidade: gênero global, representação narrativa e modalidade, para explanar os sentidos ideológicos produzidos pelos recursos dos modos semióticos que compõem os textos publicados na capa e em página de edição especial da Veja, e em páginas de exemplar do jornal Correio Braziliense. As análises concluem que as representações narrativas sobre o evento de domínio público produzem significados que legitimam o poder do Estado-Nação no presente; mas são estrategicamente recontextualizadas com o propósito de difundir sentidos ideológicos que satisfazem interesses econômicos particulares. Palavras-chave: Contextos. Representações Narrativas Midiáticas. Multimodalidade. JULGAMENTO E ENGAJAMENTO NA REPRESENTAÇÃO DISCURSIV A SOBRE

PROTESTOS DE RODOVIÁRIOS DE BRASÍLIA

Sinara Bertholdo de Andrade(UnB) sinarabertholdo@gmail.com

Neste trabalho, trataremos como se manifestam o julgamento e o engajamento na representação discursiva de três reportagens do Jornal de Brasília sobre as paralisações de rodoviários de Brasília, percebendo, assim, as estratégias empregadas na avaliação do comportamento de outrem. Para isso, baseamos no aporte teórico o Sistema de Avaliatividade

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(MARTIN & WHITE, 2005), especialmente a categoria semântica de julgamento e de engajamento. O método empregado incluiu coleta de dados, seleção das reportagens e Análise de Discurso Textualmente Orientada (Adto). Os resultados obtidos nesta pesquisa indicam discursos representativos da precarização da luta desses/as trabalhadores/as e a necessidade de se discutir o assunto para a mudança de práticas sociais. Assinalamos, ainda, as ocorrências de gradação do tipo força, recurso que, muitas vezes, é empregado pelo/a jornalista para intensificar as suas avaliações.

RESULTADOS PRELIMINARES DE UMA DESCRIÇÃO DO GÊNERO ARTIGO CIENTÍFICO VIA TEORIA DA AVALIATIVIDADE

Sônia Margarida Ribeiro Guedes (UnB)

Son.ninha@hotmail.com

Este trabalho é um estudo piloto que tem por objetivo investigar a Avaliatividade em artigos científicos da área de Física, Engenharia Civil, Antropologia e Linguística para identificar e mapear os recursos léxico-gramaticais e semânticos avaliativos segundo os sistemas de Atitude, Engajamento e Gradação da Teoria da Avaliatividade, até o último nível de delicadeza. Quanto à metodologia, esta pesquisa apresenta-se como exploratória, descritiva e quanti-qualitativa (LAKATOS, 1999) e segue os princípios da Linguística de Corpus (Sardinha, 2004). Os artigos analisados são oriundos da base de dados Capes-ScIELO publicados no decorrer de 2005. A identificação das formas linguísticas e o tratamento dos dados foram realizados com o auxílio da ferramenta computacional WordSmith Tools 5.0 (SCOTT, 2008). O corpus é constituído por três artigos de cada área, totalizando doze textos. O embasamento teórico se fundamenta nos preceitos da Linguística Sistêmico-Funcional (HALLIDAY, 1994; HALLIDAY E MATTHIESSEN, 2004; EGGINS, 1995) e na Teoria da Avaliatividade (MARTIN e WHITE, 2005). Os resultados preliminares mostram que os recursos avaliativos de Atitude, Engajamento e Gradação permeiam os doze textos, preponderando, porém, o subsistema de Engajamento. É plausível concluir, embora ainda precariamente, que a Avaliatividade é um fenômeno constitutivo do gênero artigo científico a despeito da área do conhecimento, da temática e da autoria do artigo, de forma que parece ser tão avaliativo e interpretativo como qualquer outro tipo de texto. Resta saber se os fatos se comprovam e o porquê do privilégio facultado ao Engajamento em detrimento à Atitude e à Gradação. A SEQUÊNCIA ARGUMENTATIVA E A ORGANIZAÇÃO COMPOSICI ONAL DO

TEXTO DISSERTATIVO

Telma Cristina da Silva Frasca Castelhano (PUC-SP) tcc.telma@gmail.com

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O gênero dissertativo é comumente solicitado como proposta textual em diversos vestibulares.O vestibular é o momento em que o estudante inicia o uso de uma linguagem mais precisa, exata, similar à linguagem científica. O ingresso à academia é, justamente, o início da vida científica e, por isso, justifica-se a pesquisa.Os objetivos traçados foram: verificar o plano composicional de um texto dissertativo considerado “bem formado” pela banca examinadora da Fundação para o Vestibular, a FUVEST; analisar as sequências argumentativas presentes no texto para assegurar a progressão temática e a construção da opinião.Este trabalho fundamenta-se na Análise Textual dos Discursos postulada por Jean Michel Adam (2011) e apresenta as seguintes categorias de análise: a teoria das sequências e o plano de texto.Após a análise, foi possível verificar que um texto considerado “bem formado” pela banca examinadora da FUVEST apresentou sequências argumentativas que mantiveram a estrutura: premissa – apoio – asserção conclusiva. Sendo assim, nem sempre a antítese deve se fazer presente para que o texto seja avaliado como bom.A organização composicional também manteve a estrutura supracitada, uma vez que o gênero dissertativo (solicitado nos vestibulares) possui uma estrutura convencional, podendo sofrer mínimas alterações (com ou sem a antítese).

LENDO A NATUREZA: MAPEANDO GÊNEROS PRESENTES EM LIV ROS DIDÁTICOS DE BIOLOGIA

Thiago Santos da Silva (UFSM)

thiago.letras@gmail.com Profa. Dra. Cristiane Fuzer (UFSM)

cristianefuzer@gmail.com

De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Fundamental (BRASIL, 1998), o desenvolvimento de uma competência leitora permite ao estudante se tornar proficiente em todas as disciplinas escolares, pois, geralmente, o acesso ao conhecimento curricular se dá por meio da leitura. Desse modo, o ensino dessa competência, como uma estratégia de aprendizagem dos conhecimentos específicos de cada área que compõe o quadro curricular educação básica, torna-se tarefa não só do professor de linguagens, mas de todo o corpo docente. Considerando essa noção, o presente trabalho, filiando-se aos pressupostos da Pedagogia de Gêneros da Escola de Sydney (MARTIN, 1992; MARTIN e ROSE, 2008; ROSE e MARTIN, 2012), busca apresentar os resultados encontrados em nossa pesquisa de doutoramento, cujo objetivo é mapear os gêneros escolares, segundo a perspectiva da Escola Australiana, presentes em um livro didático de 6º ano da disciplina de Biologia. Para isso, os textos dos livros são analisados considerando seus propósitos sociais, seus estágios composicionais e léxico-gramaticais a fim de verificar quais os tipos de texto que predominantemente são usados, nessa etapa escolar, para construir o conhecimento sobre os fenômenos naturais. Por se tratar de uma pesquisa ainda em andamento, os resultados ainda

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são preliminares. A partir da análise de uma parte do corpus, foi possível mapear dois gêneros: Explicação Sequencial e Relatório Classificativo.

A METAFUNÇÃO INTERPESSOAL NOS GÊNEROS RELATO E SENT ENÇA: UM ESTUDO INICIAL

Tiago de Aguiar Rodrigues (UnB)

tiagoar@unb.br Este trabalho analisa as estratégias empregadas por estudantes do curso de Direito de uma faculdade particular de Brasília, para construir o sistema do modo oracional (GOUVEIA, 2009) em dois gêneros discursivos atrelados ao universo jurídico: o relato e a sentença. Em um primeiro momento, justifica-se a escolha da Linguística Sistêmico-funcional (HALLIDAY & MATTHIESSEN, 2014; FUZER & CABRAL, 2010; MOURA NEVES, 2007; VIAN JR, 2009; e SILVA, 2010) como aporte teórico da pesquisa. Em seguida, definem-se, segundo essa teoria, o sistema MODO, bem como os elementos que o constituem (modo (finito + Sujeito) e resíduo (predicador + complemento + adjunto)), e se relaciona brevemente a discussão de modalidade a gêneros discursivos (SILVA, 2010). Na metodologia, apresentam-se como os dados deste trabalho foram levantados. Na seção de análise de resultados, cruzam-se as análises com os pressupostos teóricos. Os dados mostraram que os alunos, mesmo antes de terem explicações teóricas sobre os gêneros em questão, possuem conhecimento prévio sobre as relações interpessoais nesses gêneros, principalmente na sentença, em que é possível definir melhor o actante principal: o juiz. Esses resultados comprovam a necessidade de se trabalhar, em sala de aula e de maneira mais sistemática, aspectos léxico-gramaticais vinculados às condições de produção dos gêneros.

ARTICULAÇÃO DE LSF E GDV NA ANÁLISE DE UM TEXTO MUL TIMODAL: ANÁLISE DISCURSIVA CRÍTICA DE UMA CHARGE SOBRE SITU AÇÃO DE RUA

Viviane de Melo Resende (UnB) Renata C. Sant’Ana (UFV – Coluni)

Este exercício analítico tem como objetivo investigar os processos de construção de sentidos em uma charge de Angeli, publicada (não por acaso) no livro Cidadão de papel (Dimenstein, 2002, p. 19), um livro que aborda questões relacionadas aos Direitos Humanos no Brasil. Nossa análise atenta para a representação da situação de rua no texto, pela articulação multimodal entre as linguagens verbal e visual. Tiramos proveito de pressupostos teóricos da Análise de Discurso Crítica (ADC), em sua perspectiva situada do funcionamento social da linguagem (Fairclough, 2010; Ramalho e Resende, 2011), abordagem que possibilita o rompimento dos limites entre a Linguística e as Ciências Sociais, uma vez que a proposta é

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abordar problemas sociais por meio da análise de mecanismos linguístico-discursivos concretizados em textos e de sua relação com práticas e redes de práticas sociais (Resende, 2009). Como referencial analítico, pomos em funcionamento ferramentas da Linguística Sistêmico-Funcional (LSF; Halliday, 2004) e da Gramática do Design Visual (GDV; Kress e van Leeuwen, 2006) para a análise das interfaces textuais e imagéticas no texto multimodal que nos serve de objeto.A articulação metodológica nos permitiu explorar o potencial desses arcabouçoscomo ferramentas úteis à análise discursiva crítica de textos multimodais. Nossa análise resulta uma explanação crítica do texto, apontandouma abordagem da apartação que amplificaa ausência de (re)conhecimento entre classes separadas pela fronteira social.

PRÁTICAS DE ENSINO E ANÁLISE DE DISCURSO CRÍTICA

Viviane Vieira(UnB) vivi@unb.br

Neste trabalho apresentamos reflexões sobre uma experiência de pesquisa-ação, com estudantes de Estágio Supervisionado em Português na Universidade de Brasília, cujo objetivo foi estudar teorias sociais críticas da linguagem, sobretudo a análise de discurso crítica (ADC) de vertente britânica, planejar e ministrar um curso de extensão de leitura-escrita em língua materna para estudantes de Ensino Médio da comunidade. A ADC, como uma abordagem científica transdisciplinar para estudos críticos da linguagem, pode trazer contribuições relevantes para práticas de ensino, já que possibilita uma abordagem mais crítica sobre o papel do discurso nas dinâmicas sociais de inter-ação, de representação e de auto-identificação (Chouliaraki & Fairclough, 1999; Fairclough, 2001, 2003; Resende & Ramalho, 2006; Ramalho & Resende, 2011). Os resultados da pesquisa-ação apontam alguns (des)caminhos no processo de formação de educadores/as críticos, capazes de analisar criticamente discursos que circulam em nossa sociedade, de promover práticas de conscientização linguística crítica e, principalmente, de analisar reflexivamente suas próprias práticas (Fairclough, 1995; Rogers, 2011).