Caderno Do Prof TEXTO 12

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5/25/2018 CadernoDoProfTEXTO12-slidepdf.com http://slidepdf.com/reader/full/caderno-do-prof-texto-12 1/97 Planificações sequência a sequência Propostas de correção de exercícios Grelhas de avaliação CADERNO DE APOIO AO PROFESSOR INTERAÇÕES – 12. o ANO Português FÁTIMA AZÓIA • FÁTIMA SANTOS Revisão científico-pedagógica CONCEIÇÃO COELHO

Transcript of Caderno Do Prof TEXTO 12

  • Planificaes sequncia a sequncia

    Propostas de correo de exerccios

    Grelhas de avaliao

    CADERNODE APOIO

    AO PROFESSOR

    INTERAES 12.o ANOPortugus

    FTIMA AZIA FTIMA SANTOSReviso cientfico-pedaggica CONCEIO COELHO

  • N D I C E

    INTRODUO.......................................................................................................................................................... 2

    MATERIAIS AUXILIARES Documentos digitais para projeo .............................................................................................. 3 CD udio ....................................................................................................................................... 3 Documentrios vdeo .................................................................................................................... 4

    SUGESTES DE TRABALHO Avaliao de diagnstico (fotocopivel) ....................................................................................... 5

    Proposta de correo ............................................................................................................... 8

    Sequncia 1................................................................................................................................... 101. Planificao ............................................................................................................................ 102. Correo dos exerccios da Sequncia 1 ............................................................................... 113. Utilizao dos documentos digitais para projeo 1, 2 e 3 ................................................... 184. Utilizao de documentrios vdeo ........................................................................................ 205. Materiais fotocopiveis ......................................................................................................... 21

    Sequncia 2................................................................................................................................... 251. Planificao ............................................................................................................................ 252. Correo dos exerccios da Sequncia 2 ............................................................................... 263. Utilizao dos documentos digitais para projeo 4, 5 e 6 ................................................... 394. Utilizao de documentrios vdeo ........................................................................................ 405. Materiais fotocopiveis ......................................................................................................... 41

    Sequncia 3................................................................................................................................... 471. Planificao ............................................................................................................................ 472. Correo dos exerccios da Sequncia 3 ............................................................................... 483. Utilizao dos documentos digitais para projeo 7, 8 e 9 ................................................... 514. Materiais fotocopiveis ......................................................................................................... 53

    Sequncia 4................................................................................................................................... 611. Planificao ............................................................................................................................ 612. Correo dos exerccios da Sequncia 4 ............................................................................... 623. Utilizao dos documentos digitais para projeo 10, 11 e 12 ............................................. 684. Utilizao de documentrios vdeo ........................................................................................ 695. Materiais fotocopiveis ......................................................................................................... 70

    DOSSI DE AVALIAO Modalidades / Instrumentos / Critrios de avaliao.................................................................. 71 Competncias nucleares............................................................................................................... 73 Grelhas de avaliao (fotocopiveis)............................................................................................ 79

    Nota: Este caderno encontra-se atualizado conforme o novo Acordo Ortogrfico.

  • 2Caros/as Colegas,

    Chegados ao final de um ciclo, professores e alunos respiram a ternura das palavras num horizonte de expectativas.Ecoam vozes, trazidas aqui pelos poetas, numa polifonia de arco-ris, espera do compromisso da prosa.Do fundo de todos, o gesto inicial da partilha move-se e caminha em direo a um rumo construdo no dia a dia da

    descoberta.Aprendizes de poetas, professores e alunos transformam os seus sonhos em poemas inacabados, sugeridos em

    olhares semeados na ternura dos dias e na ventania dos afetos.Interaes transporta as palavras, os gestos, a persistncia e a alegria da descoberta, da partilha, do convvio com

    os textos, da lngua trao de unio, do abrao em portugus que nos torna diferentes e melhores.Chegados ao final de um ciclo, professores e alunos desvendam palavras em fogos-ftuos de energia e abrem as

    portas do futuro, construdo aqui e agora, em interao.E a aula de Portugus, testemunho de vida(s), acontece

    Conceio Coelho

    Interaes 12. um projeto que se enquadra nas propostas atuais de implementao do ensino-aprendizagem dalngua materna para o Ensino Secundrio. Segue rigorosamente os contedos e as orientaes metodolgicas consagrados no Programa de Portugus homologado em maro de 2002 e contempla as indicaes do Gabinete deAvaliao Educacional respeitantes a testes intermdios e a exames nacionais.

    A edio que agora se apresenta inclui a atualizao de contedos de funcionamento da lngua, em concordnciacom o Dicionrio Terminolgico, publicado em 2008, e est conforme o Acordo Ortogrfico. Ao longo de cada uma dassequncias, os alunos podem desenvolver todas as competncias nucleares, numa perspetiva de aprendizagem signifi-cativa e contextualizada. Por outro lado, fomenta-se a sua autonomia, possibilitando-lhes a consulta das solues dostestes de avaliao de competncias e dos contedos de funcionamento da lngua, que devero ser consolidados no12. ano.

    O Caderno de Apoio ao Professor do Interaes 12. constitui-se como um apoio atividade docente, apresentandouma viso geral dos contedos programticos do 12. ano, sugestes de correo / tpicos das atividades de leitura,escrita, oralidade e funcionamento da lngua, bem como indicaes sobre o material multimdia de apoio ao projeto,disponibilizado na Aula Digital. Para alm destes subsdios de apoio ao Manual, integramos, ainda, um Dossi deAvaliao que poder ser til na construo do processo formativo dos alunos.

    As autoras

  • 3 N D I C EM A T E R I A I S A U X I L I A R E S

    Documentos digitais para projeo

    1. Leitura de imagem: Pablo Picasso, Trs Msicos, 19212. Heteronmia3. Escrita: Mecanismos de coeso e coerncia textual

    4. Mensagem, de Fernando Pessoa (1934): 44 poemas5. DOs Lusadas Mensagem: Mitificao do Heri6. Leitura de imagem: Maria Joo Borralho, A Onda, 1997

    7. Felizmente H Luar!, de Lus de Sttau Monteiro: Paralelismo entre o tempo da histria e o tempo da escrita8. Leitura de imagem: A Liberdade/Democracia (desfile do 1.o de Maio de 1974)9. Funcionamento da lngua/expresso oral: Prottipo textual dialogal-conversacional

    10. Memorial do Convento, de Jos Saramago: Baltasar Sete-Sis11. Memorial do Convento, de Jos Saramago: Blimunda Sete-Luas12. Memorial do Convento, de Jos Saramago: A temtica da construo

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    Contedos Sequncia

    CD udio

    1 Abertura 014

    2 Fernando Pessoa, Autopsicografia 026 143 Fernando Pessoa, Viajar! Perder pases! 023 204 Fernando Pessoa, No sei, ama, onde era 054 245 Alberto Caeiro, Eu nunca guardei rebanhos 227 326 Alberto Caeiro, H metafsica bastante em no pensar em nada. 255 367 Alberto Caeiro, Da mais alta janela da minha casa 105 428 Ricardo Reis, Vem sentar-te comigo, Ldia, beira do rio. 142 489 lvaro de Campos, Ode Triunfal (excerto) 505 54

    10 lvaro de Campos, Lisbon Revisited (1926) 258 6011 Ricardo Reis, Ouvi contar que outrora, quando a Prsia 335 66

    12 Lus de Cames, Os Lusadas, II, ests. 33, 39/40 (interveno de Vnus) 118 11013 Lus de Cames, Os Lusadas, VI, ests. 95-99 (reflexes do Poeta) 139 14214 Rui Veloso, M Fortuna 346 14515 Lus de Cames, Os Lusadas, X, est. 145 (lamentaes do Poeta) 028 14716 Rui Veloso, Memorial 437 15617 Lus de Cames, Os Lusadas, IX, ests. 92-95 (reflexes do Poeta) 131 *18 Fernando Pessoa, Mensagem, O Infante 041 17819 Lus de Cames, Os Lusadas, IV, ests. 89-91 112 19720 Fernando Pessoa, Mensagem, Mar Portugus 030 19721 Fernando Pessoa, Mensagem, O Mostrengo 117 198

    22 Srgio Godinho, Co Raivoso 334 23223 Alegria sem sono (entrevista) 1653 23224 Fernando Lopes-Graa, Cantemos um Novo Dia 129 *25 Srgio Godinho, Liberdade 321 23426 Lus de Sttau Monteiro, Felizmente H Luar! 2.o Ato (excerto) 408 23627 Fernando Lopes-Graa, Acordai 206 236

    28 Manuel Freire, Pedra Filosofal 508 295

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    Faixa SequnciaPginaDurao

    * Material a explorar pelo professor.

  • Documentrios vdeo

    Documentrio 1: A Grande Viagem (Os Lusadas)

    A Grande Viagem um documentrio que poder ser utilizado como estratgia para lecionao dos contedos pro-cessuais da compreenso oral (Sequncia 2), podendo tambm funcionar como pr-leitura a Os Lusadas.

    Sugere-se a apresentao do documento em quatro partes:

    1.a parte: sntese dos objetivos da grande viagem e do patrimnio cultural portugus no Oriente Todas ashistrias tm um princpio e um fim porque h um fim e um princpio.

    2.a parte: de Quando, em 1960 at a viagem podia comear.

    3.a parte: o incio da viagem at costa oriental, onde j tinha ido Bartolomeu Dias: De que modo podemosacompanhar a viagem de Vasco da Gama ndia? [] o relato annimo de um homem que, esse sim, viveu ointerior da viagem. [] quase um dirio [de viagem] atribudo por alguns [] a lvaro Velho, setenta e novefolhas de descries, factos, apontamentos documento vivo do que se passa em terra e no mar, na rota deVasco da Gama. Uma escrita que se interessa pelos povos e seus costumes este o guia principal da nossagrande viagem. Assim partimos do Restelo, um sbado que era 8 dias do ms de Julho de 1497.

    4.a parte: o ndico desconhecido; a chegada ndia; a influncia da cultura portuguesa nas comunidades locais.

    O guio de visionamento dA Grande Viagem encontra-se nas pginas 41 a 46 deste Caderno, como material foto-copivel.

    Documentrio 2: Saramago, Documentos

    O documentrio sobre Jos Saramago est organizado em duas grandes partes:

    1.a parte: Jos Saramago, um autor a descobrir.

    2.a parte: a heteronmia pessoana e O Ano da Morte de Ricardo Reis.

    O documentrio enquadra-se, sobretudo, na Sequncia 4. Pode, no entanto, ser parcialmente utilizado naSequncia 1. Assim, a sua explorao pode ser feita em trs momentos:

    a) Sequncia um visionamento do incio da segunda parte do documentrio.

    b) Sequncia quatro visionamento da primeira parte do documentrio (at ao momento em que Saramagoexplica que os seus livros nascem como nasce uma planta, pelo que incapaz de escrever o captulo catorzeantes de escrever o captulo doze. Realizao do teste de compreenso oral que se encontra na pgina 312 domanual.

    c) Sequncia quatro visionamento dos ltimos quinze minutos da segunda parte do documentrio.

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  • A V A L I A O D E D I A G N S T I C O

    E s c o l a __________________________________________________________________________________

    N o m e ________________________________________________ T u r m a __________ N.o ___________

    Que pois necessrio para readquirirmos o nosso lugar na civilizao? Para entrarmos outra vez na comunho daEuropa culta? necessrio um esforo viril, um esforo supremo: quebrar resolutamente com o passado. Respeitemos a memria dos nossos avs: memoremos piedosamente os atos deles: mas no os imitemos. No sejamos, luz dosculo XIX, espetros a que d uma vida emprestada o esprito do sculo XVI. A esse esprito mortal oponhamos franca-mente o esprito moderno. Oponhamos ao catolicismo, no a indiferena ou uma fria negao, mas a ardente afirmaoda alma nova, a conscincia livre, a contemplao direta do divino pelo humano (isto , a fuso do divino pelohumano), a filosofia, a cincia, e a crena no progresso, na renovao incessante da humanidade pelos recursos inesgo-tveis do seu pensamento, sempre inspirado. Oponhamos monarquia centralizada, uniforme e impotente, a federaorepublicana de todos os grupos autonmicos, de todas as vontades soberanas, alargando e renovando a vida municipal,dando-lhe um carter radicalmente democrtico, porque s ela a base e o instrumento natural de todas as reformasprticas, populares, niveladoras. Finalmente, inrcia industrial oponhamos a iniciativa do trabalho livre, a indstriado povo, pelo povo, e para o povo, no dirigida e protegida pelo Estado, mas espontnea, no entregue anarquiacega da concorrncia, mas organizada duma maneira solidria equitativa, operando assim gradualmente a transiopara o novo mundo industrial do socialismo, a quem pertence o futuro. Esta a tendncia do sculo: esta deve tambmser a nossa. Somos uma raa decada por ter rejeitado o esprito moderno: regenerar-nos-emos abraando franca-mente esse esprito. O seu nome Revoluo: revoluo no quer dizer guerra, mas sim paz: no quer dizer licena,mas sim ordem, ordem verdadeira pela verdadeira liberdade. Longe de apelar para a insurreio, pretende preveni-la,torn-la impossvel: s os seus inimigos, desesperando-a, a podem obrigar a lanar mo das armas. Em si, um verbode paz, porque o verbo humano por excelncia.

    Antero de Quental, Causas da Decadncia dos Povos Peninsulares

    I

    O texto reflete sobre a necessidade de mudar, para que Portugal adquira um lugar na civilizao.

    1. Identifique a sua proposta global de mudana.

    2. Enumere, pela ordem constante do texto, as propostas concretas que contribuiro para essa mudana.

    3. Aponte a razo ou razes que motivaram a nossa decadncia.

    4. Defina, por palavras suas, e segundo o esprito do texto, o termo revoluo.

    5. Destaque o modo como os argumentos so articulados.

    6. Antero persegue os objetivos da retrica clssica: docere, delectare e movere.

    6.1. Indique o objetivo que visvel neste excerto.

    7. Atribua um ttulo adequado ao excerto.

    8. Ainda hoje, os Portugueses procuram reencontrar a grandeza da Ptria. Apresente uma proposta, numa reaconcreta, para que tal se realize.

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  • II

    1. Atente no excerto de Causas da Decadncia dos Povos Peninsulares, de Antero de Quental.

    1.1. Determine a sua tipologia textual. 1.2. Justifique a sua resposta.

    2. Considere as formas verbais respeitemos, memoremos, imitemos, no sejamos e oponhamos.

    2.1. Identifique o modo a que pertencem.2.2. Explicite o valor deste modo verbal.

    3. Os conectores asseguram a coerncia interfrsica.

    3.1. Identifique o conector que mais se repete no texto.3.1.1. Assinale a relao interfrsica, de entre as opes seguintes.

    a) Adio b) Sequncia temporal c) Oposio/contraste d) Explicitao

    4. Atente na seguinte frase: Possivelmente, o Antnio chega amanh. 4.1. Reescreva a frase, iniciando-a com as seguintes expresses:

    a) Admito a possibilidade b) Penso que c) bastante provvel d) evidente

    4.2. Organize as frases de modo a obter quatro graus de certeza distintos (de menos para mais certeza).

    5. Tendo por base o conceito de pressuposio, indique a informao pressuposta nos seguintes enunciados:

    a) Respeitemos a memria dos nossos avs.b) De noite todos os gatos so pardos.c) Como deixmos de ir comer fora, j nem sei que restaurantes h por a.d) Tertlias literrias j no se veem em lado nenhum.

    6. Atente na seguinte frase: Vende-se muita laranja no mercado.

    6.1. Desfaa a ambiguidade desta frase, construindo duas frases.6.1.1. Classifique o vocbulo se quanto classe de palavras, tendo em ateno as frases que construiu.6.1.2. Reescreva as frases no plural.

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  • Na manh de 11 de janeiro de 1890, uma nota inglesa exigiu do Governo de Lisboa que, at tarde desse dia,mandasse retirar as tropas portuguesas que se encontravam no vale do Chire. Um cruzador esperava a resposta. O Governo cedeu.

    Este ultimato foi dos factos verdadeiramente importantes da histria portuguesa dos finais do sculo XIX. O desenvolvimento da poltica portuguesa em frica, feito em constante desafio a pases poderosos, apaixonara a opiniopblica. Era uma poltica oficial que conseguira uma enorme base de adeso nacional. Ningum a contestava e a oposioconsistia em dizer que, nesse sentido, no se fazia tanto quanto era necessrio. Por isso, o ultimato teve em Portugaluma repercusso dolorosa e profunda. Alcanou uma enorme audincia a Ode Inglaterra, de Junqueiro, na qual sefazia o contraste entre os objetivos das colonizaes inglesa e portuguesa. []

    Nessa mesma altura, o teatro da Alegria esgotou as lotaes com um apropsito (uma revista poltica) que tinhapor ttulo A Torpeza; a torpeza era o ultimato e toda a poltica da monarquia, considerada responsvel pelo malogro dagrande quimera africana. Para fim de ato, Alfredo Keil comps uma marcha guerreira e patritica e Lopes deMendona, autor de comdias, oficial de marinha e membro da Academia, escreveu a letra: Levantai hoje de novo o esplendor de Portugal! A msica, que lembrava A Marselhesa, ficava no ouvido, dava coragem, e o pblico saapara a rua a cant-la. O caminho para levantar de novo o esplendor era muito mais claro para a pequena burguesia doque para o cnsul em Paris: chamava-se Repblica.

    Jos Hermano Saraiva, Histria Concisa de Portugal, 11.a ed., Publicaes Europa-Amrica, Lisboa, 1987, pp. 343-344

    B. Ea de Queirs foi um companheiro de Antero na chamada Gerao de 70. Num texto expositivo-argumentativobem estruturado, saliente um aspeto que considere relevante no romance queirosiano que leu.

    III

    Faa a leitura da imagem, atendendo aos seguintes tpicos: assunto; relao entre o ttulo e a imagem; funo da imagem.

    Picasso, D. Quixote e Sancho Pana, 1955

    IV

    Das opes que lhe so apresentadas, escolha apenas uma.

    A. Resuma o excerto transcrito, constitudo por duzentas e sessenta e seis palavras, num texto de oitenta e cincoa noventa e cinco palavras.

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  • P R O G R A M A D E L N G U A P O R T U G U E S AP R O P O S T A D E C O R R E O D A A V A L I A O D E D I A G N S T I C O

    I

    1. O texto apresenta a proposta de uma mudana de mentalidades que possibilite um lugar de prestgio na civili-zao e na Europa culta. Para tal, necessria a agudeza da razo, a ao e a crena no progresso cientficoe filosfico que caracteriza o esprito moderno.

    2. O excerto transcrito prope o respeito pelos nossos antepassados, mas a conscincia de que o tempo mudou,pelo que no se pode agir no sculo XIX em conformidade com ideologias retrgradas (Respeitemos a mem-ria dos nossos avs [] mas no os imitemos. No sejamos, luz do sculo XIX, espetros a que d uma vidaemprestada o esprito do sculo XVI); a conscincia da decadncia de alguns valores do catolicismo e a crenano progresso cientfico e filosfico (Oponhamos ao catolicismo, no a indiferena ou uma fria negao, mas aardente afirmao da alma nova, a conscincia livre, a contemplao direta do divino pelo humano, a filosofia,a cincia, e a crena no progresso, na renovao incessante da humanidade pelos recursos inesgotveis do seupensamento); a mudana poltico-ideolgica da monarquia para a repblica (Oponhamos monarquia centra-lizada, uniforme e impotente, a federao republicana); a defesa do trabalho livre e dos direitos do povo(Finalmente, inrcia industrial oponhamos a iniciativa do trabalho livre, a indstria do povo, pelo povo, epara o povo).

    3. A recusa do esprito moderno e a defesa de valores retrgrados do catolicismo e da monarquia centralizada.

    4. Segundo o autor, revoluo significa a defesa da liberdade, a paz e a ordem na sociedade. (O aluno deveracrescentar o seu conceito de revoluo.)

    5. Os argumentos so articulados atravs de conectores interfrsicos, recorrendo-se, por exemplo, ao advrbio denegao no e conjuno coordenativa adversativa mas.

    6.1. O autor pretende sensibilizar o leitor, levando-o ao e mudana (movere).

    7. Resposta pessoal.

    8. Resposta pessoal.

    II

    1.1. Texto argumentativo.

    1.2. O texto argumentativo consiste em justificar ou refutar opinies. Neste caso, o locutor visa convencer ointerlocutor da veracidade da sua tese, exprimindo, por um lado, uma opinio que, sendo controversa,abre um espao de discusso, e, por outro, apresentando argumentos a favor dessa determinada tese.

    2.1. As formas verbais pertencem ao modo conjuntivo com valor de imperativo1.

    2.2. Este modo exprime a vontade do locutor, exortando ao enunciada pelo verbo.

    3.1. O conector que mais se repete mas.

    3.1.1. c) Relao de oposio/contraste.

    4.1. a) Admito a possibilidade de o Antnio chegar amanh.b) Penso que ele chega amanh.c) bastante provvel que ele chegue amanh.d) evidente que ele chega amanh.

    4.2. a); b); c); d) (de menos certeza para mais certeza).

    1 Quando se trata da 1.a pessoa do plural, o imperativo suprido pelo presente do conjuntivo.

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  • 5.a) Respeitemos a memria dos nossos avs. (Os nossos avs tm uma memria que respeitvel e ns no a

    estamos a respeitar.)b) De noite todos os gatos so pardos. (De noite tudo se parece.)c) Como deixmos de ir comer fora, j nem sei que restaurantes h por a. (Antes comamos fora e deixmos

    de ir e h restaurantes no espao em que me situo.)d) Tertlias literrias j no se veem em lado nenhum. (Dantes existiam tertlias literrias e eram visveis.)

    6.1. A. H quem venda muita laranja no mercado.B. Muita laranja vendida no mercado. 6.1.1. A. Pronome pessoal se impessoal.

    B. Pronome pessoal se passivo.6.1.2. A. Vende-se laranjas no mercado.

    B. Vendem-se laranjas no mercado.

    III

    Picasso transporta para a tela as imagens de Sancho Pana, smbolo do materialismo social, e de D. Quixote, oeterno idealista. A dicotomia social apresentada em traos a preto e branco, aparentemente ingnuos. Apesar dasubjetividade da leitura, parece-nos que h algumas figuras humanas que se agarram ao cavalo de D. Quixote. Paraalm das personagens mencionadas, a imagem apresenta alguns moinhos de vento e o sol.

    IV

    A.Em janeiro de 1890, Portugal recebeu de Inglaterra um ultimato para a retirada de tropas do vale do Chire, ao qual

    obedeceu.A poltica portuguesa em frica desafiava as grandes potncias e tinha alcanado uma grande adeso da opinio

    pblica. O ultimato teve repercusses assinalveis no pas, surgindo diversos textos de forte crtica poltica e interven-o, nomeadamente uma marcha guerreira, da autoria de Alfredo Keil e Lopes de Mendona, parecida com A Marselhesa, que levantava o nimo pela sua fora combativa e abria caminho Repblica, tal como o entendeu apequena burguesia. (93 palavras)

    B.Resposta pessoal.

    9

  • 10

    Sequncia 1

    Planificao (18 aulas de 90 minutos)

    COM

    PET

    NCIA

    S TR

    ANSV

    ERSA

    IS

    AVA-

    LIA

    OCO

    MPE

    TN

    CIA

    S N

    UCL

    EARE

    S

    De comunicao: componentes lingustica, discursiva/textual, sociolingustica, estratgica. Estratgica: estratgias de leitura e de escuta adequadas ao tipo de texto e finalidade; seleo e organizao da informao; operaes

    de planificao, execuo e avaliao da escrita e da oralidade; pesquisa em vrios suportes; conceo e utilizao de instrumentos de an-lise; elaborao de ficheiros; utilizao das TIC.

    Formao para a cidadania: construo de uma identidade cultural, desenvolvimento de formas plurais de relacionamento com a criao cultu-ral; desenvolvimento de capacidades para utilizar e avaliar informaes de modo crtico e autnomo; apresentao e defesa de opinies; desenvol-vimento do esprito crtico.

    COMPREENSO ORAL(Estruturao da atividade: pr-escuta/visionamento, escuta/visiona-mento e ps-escuta/visionamento.)

    Escuta: Ricardo Reis, Ouvi contar que outrora,

    quando a Prsia. Outros poemas do CD udio.Escuta/Visionamento: Excerto do documentrio Saramago,

    Documentos. Outros poemas e/ou documentrios sele-

    cionados pelo professor e pelos alunos.

    Exerccios de compreenso oral do poemade Ricardo Reis Ouvi contar que outrora,quando a Prsia (CD udio / Manual).

    Exerccios de compreenso oral do docu-mentrio sobre O Ano da Morte de RicardoReis (vdeo).

    Outros exerccios realizados pelo profes-sor (selecionar, por exemplo, poemas doCD udio.)

    Leitura de textos informativosLeitura funcional/seletiva Contextos (histrico-sociais e literrios);

    pesquisa de dados.

    Leitura literriaFernando PessoaORTNIMO: o fingimento artstico; a dor de pensar; a nostalgia de um bem perdido.

    HETERNIMOS: Alberto Caeiro

    a poesia das sensaes; a poesia da Natureza.

    Ricardo Reis o Estoi cismo e o Epicurismo; o Neopaganismo.

    lvaro de Campos a Vanguarda e o Sensacionismo; a abulia e o tdio.

    Leitura analtica e crtica Autopsicografia; Isto; Ela canta, pobre

    ceifeira; No sei, ama, onde era; O meninoda sua me; Eu nunca guardei rebanhos; Omeu olhar ntido como um girassol; Souum guardador de rebanhos; E h poetasque so artistas; Segue o teu destino;Vem sentar-te comigo, Ldia, beira do rio;Bocas roxas de vinho; Ode Triunfal;Datilografia; Aniversrio.

    Leitura global Outros poemas selecionados pelo professor

    e pelos alunos.

    Leitura recreativa Contrato de Leitura.

    LEITURA(Estruturao da atividade: pr-leitura, leitura e ps-leitura.)

    Exposio oral. Apresentao dos trabalhos de grupo sobre poemas do ortnimo e dos heternimos. Apresentao/resposta s leituras contratuais.

    Texto de reflexo.

    TIPOS DE TEXTO: Textos lricos, textos de reflexo, exposio

    Leitura de imagem

    Picasso, Guernica; Amadeo de SouzaCardoso, Trou de la Serrure Parto da ViolaBon Mnage; Almada Negreiros, Retrato deFernando Pessoa; Fernand Lger, NaturezaMorta com uma Caneca de Cerveja

    Excerto do documentrio sobre Saramago OAno da Morte de Ricardo Reis (documento vdeo).

    FUNCIONAMENTO DA LNGUA

    Pragmtica e lingustica textual Texto (continuidade; progresso; coeso). Tipologia textual:

    prottipos textuais. Consolidao dos contedos dos 10.o e 11.o anos: noes de versificao; recursos estilsti-

    cos / valor semntico dos recursos estilsticos; classes de palavras; relaes semnticasentre palavras; estruturas lexicais

    AVALIAO DAS COMPETNCIAS E AVALIAO DO PORTEFLIO

    S U G E S T E S D E T R A B A L H O

    EXPRESSO ORAL(Estruturao da atividade: planificao, execuo, avaliao.)

    EXPRESSO ESCRITA(Estruturao da atividade: planificao, textualizao, reviso.)

  • 11

    Correo dos exerccios da Sequncia 1

    LEITURA

    Pessoa ortnimo

    Ela canta, pobre ceifeira (p. 16)

    1.1. A ceifeira canta despreocupadamente, julgando-se feliz talvez. A sua voz reflete a vida simples docampo, a alegria e o anonimato dos que vivem em comunho com a Natureza. Por isso, o seu canto moderado, suave, ondula como um canto de ave e reflete-se no ar limpo.

    2. O canto da ceifeira produz efeitos contraditrios naqueles que a ouvem, nomeadamente no sujeito potico:ouvi-la alegra e entristece; a sua voz evoca o campo e a lida.

    3. Transporte ou encavalgamento: a sua voz, cheia / De alegre e annima viuvez; dupla adjetivao pr--nominal: alegre e annima viuvez; comparao: Ondula como um canto de ave / No ar limpo como umlimiar; metfora: E h curvas no enredo suave; aliterao: E h curvas no enredo suave / Do som que elatem a cantar

    3.1. Neste contexto, os recursos estilsticos valorizam a voz da ceifeira e a melodia do seu canto.

    4.1. O sujeito potico exprime o desejo de ter a alegre inconscincia da ceifeira e a conscincia disso Ah,poder ser tu, sendo eu!, aspetos que no se podem conciliar.

    4.1.1. O sujeito potico lcido, consciente, logo incapaz de ser feliz. A ceifeira alegre e feliz, por serinconsciente.

    5. pobre ceifeira; alegre e annima viuvez; incerta voz; alegre inconscincia.

    5.1. Os adjetivos em posio pr-nominal veiculam a subjetividade inerente descrio da figura da ceifeira edo seu canto, evidenciando as suas caractersticas.

    6. O poema estrutura-se em duas partes lgicas. A primeira abrange as trs estrofes iniciais, onde encontramos aapresentao da ceifeira, a descrio da melodia do seu canto e a referncia s consequncias que a audio davoz da ceifeira provoca em quem a ouve. O segundo momento da composio potica corresponde s trs lti-mas quadras, marcadas por frases do tipo exclamativo, nas quais est patente uma introspeo do sujeito po-tico, marcada pela interiorizao do smbolo (a ceifeira) e por uma reflexo emocionada. O sujeito refere que osseus sentimentos so intelectualizados O que em mim sente st pensando manifesta o anseio de ter ainconscincia da ceifeira e a conscincia disso. Este desejo do impossvel leva-o a invocar o cu, o campo, acano e, perante a conscincia do peso da cincia e da efemeridade da vida, pede que o seu sofrimento sejaanulado pela morte: Tornai / Minha alma a vossa sombra leve! / Depois, levando-me, passai!

    7. O que em mim sente st pensando. (v. 14)

    Tudo que fao ou medito e Entre o sono e o sonho (p. 21)

    1.1. O sujeito potico manifesta o desejo de absoluto, a vontade de realizao da totalidade (Querendo, queroo infinito.), mas nada concretiza (Fazendo, nada verdade.).

    2. O sujeito lrico evidencia sentimentos de nostalgia, insatisfao, deceo e frustrao (Que nojo de mim mefica / Ao olhar para o que fao!).

    3.1. A dupla adjetivao que caracteriza a alma do eu mostra-nos que o seu interior rico, tem uma criativaimaginao, mas no consegue realizar o que idealiza e, por isso, apresenta-se metaforicamente comoum mar de sargao, um ser estagnado na sua incapacidade de viver.

    3.2. Dupla adjetivao (lcida e rica) e metfora (mar de sargao).

    3.3. Neste contexto, a dupla adjetivao valoriza o interior do eu, a sua capacidade de criar, por oposio sua capacidade de realizar, a qual sugerida pela metfora sou um mar de sargao.

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    4. A ltima quadra do poema traduz a dicotomia sonho/realidade. Os dois primeiros versos remetem-nos para o sonho, metaforicamente apresentado com a expresso Um mar onde boiam lentos / Fragmentos de um marde alm, o que pode significar que o sonho ainda permanece no eu. Contudo, a realidade marcada peloceticismo, evidenciado pela interrogao retrica e pela expresso antittica final.

    5. O poema Entre o sono e o sonho desenvolve igualmente a temtica do sonho/realidade, sugerindo a diferenaabismal entre o sonhado e o vivido/realizado. Assim, o sujeito potico refere que entre o que se supe e a rea-lidade corre um rio sem fim.

    6. Neste contexto, o rio poder simbolizar as viagens e divagaes que o sonho permite, bem como a imagem davida, um rio sem fim; a casa poder simbolizar o lugar do eu, a casa do ser, o ponto de partida da sua relaocom o mundo, que se consubstancia na reflexo Passa, se eu me medito; / Se desperto, passou.

    O Menino da Sua Me e Tommos a Vila Depois de um Intenso Bombardeamento (p. 26)

    I

    1.1. O sujeito lrico centra a sua ateno no menino da sua me, um jovem soldado que morrera na guerra eque se encontrava abandonado e trespassado de duas balas. A farda mostra, por isso, vestgios desangue e o jovem est prostrado no cho, De braos estendidos, exangue. alvo e louro, e portadorde dois objetos: a cigarreira e um leno branco.

    1.2. No incio do poema, o sujeito lrico diz que o corpo do jovem arrefece, subentendendo-se que a morte forarecente. Contudo, a ideia de progresso e de passagem do tempo est explcita na ltima estrofe, no penl-timo verso, onde temos a perceo de que o corpo do jovem j estava em decomposio: Jaz morto, e apo-drece

    1.3. As frases exclamativas traduzem a emotividade do sujeito potico.

    1.4. A expresso A brancura embainhada / Do leno poder conotar a pureza, a infncia, idade de ouro,bem como a afetividade, a ternura e o carinho que se ligam a esse passado do menino da sua me. Acigarreira breve poder-se- relacionar com a efemeridade, a brevidade da vida do jovem. O verso (Malhasque o Imprio tece!) surge sob a forma de discurso parenttico, uma espcie de aparte, que denuncia iro-nica e metaforicamente a ambio humana e o sofrimento daqueles que perdem vidas para que seja pos-svel a construo de imprios.

    1.5. A repetio deste verso acentua: a singularidade do jovem; o confronto de uma imagem brutal a sua morte na guerra com a emotividade das suas relaes familiares; o facto de aquele ser humano ter tido uma histria, uma vida que no foi de desprezar.

    2.1. O ttulo do poema sugere uma situao de guerra violenta, um intenso bombardeamento, temticadesenvolvida no poema atravs da referncia morte de uma criana, vtima inocente, cuja vida sacrifi-cada pela criao do futuro. O vocabulrio disfrico e de conotaes negativas (jaz, tripas de fora,A cara est um feixe / De sangue, escuro) evoca a dor, o sofrimento e o horror, consequncias inevit-veis da guerra.

    2.2. As ideias antitticas prximo/distante, escuro/claro, presente/futuro traduzem a reflexo de que a morteprovocada pela guerra um mal necessrio para a construo do futuro. Contudo, a interrogao finaldemonstra claramente que o egosmo humano no respeita o futuro de seres inocentes.

    II

    Guernica, de Pablo Picasso, denuncia os horrores e o sofrimento provocados pela guerra, em 1937, quando a cidade espanhola, Guernica, foi atingida pelas foras fascistas do regime de Franco, apoiadas pelas tropas alems. O quadro composto por diferentes elementos (uma mulher com o filho nos braos, a cabea do touro, o cavalo, umalmpada, um gnio, um soldado morto com a espada na mo...), conjugando-se homem e animal no mesmo grito de dor. A ttulo de exemplo, observemos, no canto esquerdo, uma mulher angustiada com o filho morto nos braos.

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    A expressividade do rosto traduz o desespero e a aflio da figura feminina. Numa posio horizontal, est um corpo nocho, cuja mo segura uma espada, que poder ser interpretado como um soldado que mantm consigo o smbolo daheroicidade. O touro poder simbolizar a bestialidade da guerra, apresentando uma atitude de indiferena e de ferocidadeque contrasta com a expresso agonizada do cavalo, representando, ainda, um trao distintivo da identidade espanhola.

    Os fragmentos que constituem a tela formam um quadro de guerra que suscita sentimentos de medo, horror e piedade.

    GUERNICA O painel, executado para o pavilho da Repblica Espanhola na Exposio Internacional de Paris, foiinspirado no terrvel bombardeamento de Guernica, a antiga capital dos Bascos. No representa o prprio aconteci-mento, mas evoca, por uma srie de poderosas imagens, a agonia da guerra total.

    A destruio de Guernica foi a primeira demonstrao da tcnica de bombardeamentos de saturao, mais tardeempregada, em grande escala, na Segunda Guerra Mundial. O mural constitui assim uma viso proftica de desgraa adesgraa que nos ameaa ainda hoje, nesta era da guerra nuclear. O simbolismo da cena resiste a uma interpretaoprecisa, apesar de vrios elementos tradicionais: a me e o filho morto so os descendentes da Piet, a mulher com a lmpada lembra a Esttua da Liberdade, e a mo do cadver a empunhar ainda uma espada partida um emblemabem conhecido da resistncia heroica. Tambm sentimos o contraste entre o ameaador touro de cabea humana, quecertamente representa as foras do mal, e o cavalo agonizante.

    Estas figuras devem a sua terrvel eloquncia quilo que so e no quilo que representam. As distores, fragmentaes e metamorfoses anatmicas [] exprimem uma crua realidade a realidade da dor insuportvel. A prova final da validade da colagem (aqui em recortes planos e justapostos, em preto, branco e cinzento) a suacapacidade de transmitir emoes to avassaladoras.

    H. W. Janson, Histria da Arte, 6.a ed., Servio de Educao, Fundao Calouste Gulbenkian, Lisboa, 1998, pp. 685-686

    Alberto Caeiro

    O meu olhar ntido como um girassol. (p. 34)

    1.1. O sujeito potico compara a nitidez do seu olhar a um girassol, flor que acompanha a trajetria do Sol,evidenciando, assim, a sua atitude contemplativa, a sua ateno ao mundo que o rodeia e a sua proximi-dade Natureza.

    2. Caeiro o poeta que deambula pela Natureza, procurando viver em harmonia com ela, observando os mais nfi-mos pormenores, como podemos observar no incio da primeira estrofe: Tenho o costume de andar pelasestradas / Olhando para a direita e para a esquerda / E de vez em quando olhando para trs

    3. O sujeito potico sente-se extasiado perante a eterna novidade da Natureza, apreendendo-a atravs das suassensaes, sobretudo visuais. Assim, compara a nitidez do seu olhar a um girassol e deambula pelos campos,atento a tudo o que v (E o que vejo a cada momento / aquilo que nunca antes eu tinha visto.).

    4.1. porque: conjuno subordinativa causal; nem: conjuno coordenativa copulativa.

    4.1.1. A conjuno subordinativa causal porque permite a justificao da relao do eu com a Natureza eacentua a sua relao de amor, ainda que a no saiba explicar; a conjuno coordenativa disjuntivanem reitera o ceticismo relativamente ao amor e suas contradies.

    5. Deambulismo e recusa da metafsica. Estes dois traos tm vindo a ser analisados nas questes anteriores edefinem o sujeito potico e a sua relao com a Natureza: em harmonia com ela, procura intensamente viv-lae no pensar nela.

    E h poetas que so artistas (p. 41)

    1.1. O sujeito potico refere-se, inicialmente, aos poetas/artfices, queles que se preocupam excessivamentecom os aspetos formais dos seus textos e que, por isso, trabalham nos seus versos / Como um carpinteironas tbuas!, pondo verso sobre verso, como quem constri um muro. Por oposio, apresenta a suaconceo de poesia/poeta, salientando que o importante fruir a Natureza, atravs das sensaes, sem queo pensamento perturbe a espontaneidade do ato da escrita, que deve ser to natural como florir ou respirar.

    5

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    1.2. O sujeito lrico evidencia uma atitude crtica e uma certa tristeza perante os que fazem da poesia um tra-balho elaborado e pensado (Que triste no saber florir!), expressando a sua adeso espontaneidadedo ato da escrita.

    2. Nas duas primeiras estrofes, encontramos uma sucesso de metforas (E h poetas que so artistas; Quetriste no saber florir!; a nica casa artstica a Terra toda) e de comparaes (E trabalham nos seus ver-sos / Como um carpinteiro nas tbuas!; pr verso sobre verso, como quem constri um muro).

    2.1. Os referidos recursos estilsticos traduzem dois conceitos de poesia, temtica desenvolvida ao longo dacomposio potica, evidenciando a importncia de escrever naturalmente, porque a variedade e belezaso parte da Natureza, sendo a Terra a nica casa artstica.

    3. Na ltima estrofe, o sujeito potico recusa o pensamento, evidenciando o seu pantesmo sensual e a suacomunho com a Natureza. A personificao das Estaes e do vento reiteram a sua proximidade ao ambientenatural. Por fim, patenteia o desejo de que nem o sono seja perturbado pelo sonho/pensamento.

    4. A composio potica constituda por dezoito versos, organizados em quatro estrofes com diferente nmerode versos. Assim, verificamos que existe irregularidade estrfica, bem como irregularidade mtrica e rimtica.A construo do poema est de acordo com as ideias nele expressas, verificando-se uma aparente despreocu-pao com a organizao sinttica, o uso de um vocabulrio simples, um ritmo de acordo com a espontanei-dade e o versilibrismo.

    Da mais alta janela da minha casa (p. 42)

    1.1. Com um leno branco digo adeus / Aos meus versos que partem para a humanidade. (vv. 1/2); Ide, idede mim! (v. 21)

    2./2.1. O sujeito potico est conformado, aceitando que os seus versos estejam naturalmente destinados humanidade. Assim, despede-se deles, resignado e consciente de que eles so parte de um todo e noum bem pessoal: Submeto-me e sinto-me quase alegre, / Quase alegre como quem se cansa de estartriste

    3. Os versos do sujeito potico foram escritos para que toda a gente os possa ler ( Escrevi-os e devo mostr-los atodos), do mesmo modo que a Natureza est exposta a todos os olhares: a flor no pode esconder a cor, /Nem o rio esconder que corre, / Nem a rvore esconder que d fruto. Tambm os versos so qualquer coisanatural, cujo destino partir para a humanidade, explicitando-se a ideia de que o determinismo das leis daNatureza extensivo aos versos do Poeta da Natureza.

    4. Nas duas ltimas estrofes da composio potica, o sujeito potico incita os seus versos a partirem para o seu destino e espelha a ideia de que a Natureza cclica e renovvel. Assim, tambm o eu passa, mas ficarcomo o Universo, perpetuando a sua passagem pela vida atravs dos seus versos.

    5. Resposta pessoal.

    Ricardo Reis

    Vem sentar-te comigo, Ldia, beira do rio. (p. 48)

    1.1. Consultar o glossrio de Mitos e Smbolos do Manual.

    2. 1.a parte: duas primeiras estrofes o sujeito potico exorta Ldia a observar o rio, de mos enlaadas, porque avida transitria, passa como o rio e tudo est determinado pelo Fado; 2.a parte: estrofes trs, quatro, cinco eseis o sujeito lrico convida a amada a desenlaarem as mos, porque no vale a pena grandes dios, nemgrandes paixes. Devero ter a inocncia das crianas e o autodomnio dos adultos, porque tudo fugaz e, por

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    isso, o melhor frurem o momento presente, deixando que o perfume das flores o suavize (carpe diem hora-ciano); 3.a parte: duas ltimas estrofes justificao da tese defendida ao longo do texto: perante a antevisoda morte implacvel, o melhor que nenhum dos dois amados recorde emoes fortes, para que nenhum delespossa vir a sofrer.

    3. O sujeito potico dirige-se a Ldia, aconselhando que observem o curso do rio, de mos enlaadas, e que apren-dam que a vida passa inevitavelmente. Inocentemente, mas com o autodomnio dos adultos, devero ter aconscincia de que tudo transitrio, estando as leis do destino acima dos prprios deuses. Seguidamente, osujeito potico convida a sua amada a desenlaarem as mos, porque prefervel olhar o rio tranquilamente, sem grandes paixes nem grandes dios. Para suavizar o momento presente, incentivaLdia a colher flores, alertando-a de que podero evitar a dor se no tiverem lembranas marcadas por emoesfortes. Assim, no momento da morte de qualquer um deles, a recordao ser suave e no haver sofrimentopara nenhuma das partes.

    4. Modo imperativo vem; pega; deixa-as. Modo conjuntivo presente fitemos; aprendamos;pensemos; desenlacemos; gozemos; amemo-nos; colhamos; arda; fira; mova; pretritoimperfeito tivesse; quisssemos; futuro imperfeito for; levares. Modo indicativo presente passa; estamos; fica; deixa; vai; passamos; levantam; cremos; pretrito imperfeito poda-mos; futuro lembrar-te-s; ser-me-s. Modo condicional correria; iria. Modo Infinitivo sofrer.

    4.1. O recurso ao modo imperativo serve claramente as intenes do sujeito potico: converter a sua amadaLdia sua filosofia de vida. O conjuntivo traduz, igualmente, a vontade do sujeito potico, apresentandoum valor exortativo, sobretudo nas formas verbais que se encontram no tempo presente. O indicativodemonstra-nos que o facto real e inevitavelmente passamos como o rio, porque a vida fugaz (ideiaque tambm se evidencia pelo recurso ao gerndio ouvindo e vendo). interessante observar quetudo gira, essencialmente, em torno dos tempos presente, pretrito imperfeito e futuro, quer nas formasverbais do modo conjuntivo, quer nas do indicativo, com o objetivo de acautelar uma situao traduzidapelo verbo no infinitivo: sofrer.

    5. Apstrofe: Vem sentar-te comigo, Ldia, beira do rio. (v. 1) Comparao: passamos como o rio (v. 10)Enumerao: Sem amores, nem dios, nem paixes [], / Nem invejas [], / Nem cuidados (vv. 13-15)Eufemismo: se for sombra antes (v. 25) Perfrase: E se antes do que eu levares o bolo ao barqueiro som-brio (v. 29)

    6.1. Estoicismo: Depois pensemos, crianas adultas, que a vida / Passa e no fica, nada deixa e nuncaregressa, / Vai para um mar muito longe, para ao p do Fado, / Mais longe que os deuses. (vv. 5-8)Apologia da indiferena face aos bens materiais e defesa do seguimento de virtudes como o autodomniopara que se aceite o fatum e a morte inexorvel. Epicurismo: Sem amores, nem dios, nem paixes quelevantam a voz, / Nem invejas que do movimento demais aos olhos, / Nem cuidados, porque se ostivesse o rio sempre correria, / E sempre iria ter ao mar. (vv. 13-16) O ser humano deve procurar a ausn-cia de dor e de sofrimento e aceitar a morte, sem receio. Defesa da procura do prazer moderado, dacalma, da ataraxia, do carpe diem horaciano.

    Bocas roxas de vinho (p. 50)

    1.1. Na primeira quadra, identificamos a referncia s cores roxa (Bocas roxas de vinho) e branca ( testasbrancas; brancos antebraos). Esta harmonia cromtica contrasta com a quarta estrofe, onde mencio-nada a cor negra (negra poeira).

    1.2. As cores roxa, branca e rosa associam-se aos deuses, ideal de perfeio, de serenidade e de harmonia.Por oposio, os homens vivem na intranquilidade, na agitao, erguendo a negra poeira das estradas.

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    2. Os deuses so o exemplo de uma vida feliz e calma, o ideal de ataraxia que caracteriza o Epicurismo. Os brancosantebraos / Deixados sobre a mesa simbolizam a pureza e a eternidade dos deuses. Contrariamente, os homensvivem na agitao e no bulcio, erguendo a negra poeira das estradas. Contudo, os deuses so exemplo para oshomens, que devem aprender com eles a ataraxia e a aponia.

    3. O sujeito potico, atravs do vocativo, faz um apelo a Ldia, tentando convert-la sua filosofia de vida: o carpe diem e a ataraxia epicurista (fiquemos, mudos, Eternamente inscritos/ Na conscincia dos deuses).

    3.1. As formas verbais seja e fiquemos, no presente do conjuntivo, reforam o anseio e a vontade dosujeito lrico e, consequentemente, a veemncia do seu apelo.

    4. O advrbio de excluso s refora a singularidade dos deuses, exemplo de felicidade e de vida a seguir peloshomens.

    5. Trabalho de pesquisa.

    As rosas amo dos jardins de Adnis (p. 51)1.1. Consultar o glossrio de Mitos e Smbolos do Manual.

    2. O carpe diem epicurista / a efemeridade da vida.

    3. O poema poder dividir-se em duas partes lgicas. A primeira compreende os primeiros oito versos, nos quais osujeito potico explicita o motivo do seu amor pelas rosas dos jardins de Adnis, referindo que essas volu-cres nascem e morrem no mesmo dia e, por isso, a luz para elas eterna. A segunda parte corresponde aosltimos quatro versos. Atravs do conector assim, o eu lrico conclui que a vida breve, exortando Ldia aque vivam o momento presente.

    4. A efemeridade da vida, o carpe diem epicurista e o recurso Natureza.

    lvaro de Campos

    Ode Triunfal (p. 54)1.1. O ttulo apresenta dois vocbulos muito sugestivos. O nome ode, como vimos aquando do estudo de Ricardo

    Reis, associa-se tambm a hino, porque este, pela sua composio rtmica, uma ode que enaltece umideal cvico, religioso ou patritico. Neste caso, o sujeito faz um cntico de louvor s mquinas, aos gran-des rudos modernos, desejando cant-los com um excesso / De expresso de todas as suas sensaes(vv. 12/ /13). Este cntico laudatrio um enaltecimento civilizao moderna, e, por isso, o sujeito lricorecorre ao adjetivo triunfal para reforar a ideia apotetica do seu cntico e o triunfo da modernidade.

    2. O sujeito potico canta o progresso e a modernidade, revelando entusiasmo e, simultaneamente, sofrimento(Tenho os lbios secos, grandes rudos modernos, v. 10; E arde-me a cabea de vos querer cantar com umexcesso, v. 12; Em febre e olhando os motores como a uma Natureza tropical, v. 15). Assim, verificamos queo seu estado de esprito denuncia sentimentos contraditrios: euforia (Canto, e canto o presente, e tambm o pas-sado e o futuro, v. 17), mas tambm nervosismo, inquietao, agitao, ansiedade e angstia ( dolorosa luzdas grandes lmpadas eltricas da fbrica / Tenho febre e escrevo., vv. 1/2).

    3. rodas, engrenagens, r-r-r-r-r-r-r- eterno!; Rugindo, rangendo, ciciando, estrugindo, ferreando.

    4. Futurismo/Sensacionimo: poeta da vertigem das sensaes modernas, da volpia da imaginao, da energiaexplosiva ( rodas, engrenagens, r-r-r-r-r-r-r eterno! / Forte espasmo retido dos maquinismos em fria!/ Em friafora e dentro de mim, vv. 5-7); manifestao de entusiasmo por uma poesia que espelhe a civilizao industrialda poca (Grandes trpicos humanos de ferro e fogo e fora, v. 16); recurso a uma linguagem arrojada, marcadapor onomatopeias, interjeies, apstrofes, frases exclamativas, neologismos, estrangeirismos, influenciada porWhitman e por Marinetti; defesa de uma esttica no aristotlica baseada no j na ideia de beleza, mas sim naideia de fora, na emotividade individual; o poema apresenta-nos um cntico delirante da energia e do progresso;estilo esfuziante, torrencial, marcado pelo verso predominantemente longo e livre.

    5. Resposta pessoal.

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    Lisbon Revisited (1926) (p. 60)

    1.1. Angstia (Anseio com uma angstia de fome de carne, v. 3); ceticismo (O que no sei que seja, v. 4);inquietao (Durmo irrequieto, e vivo num sonhar irrequieto / De quem dorme irrequieto, metade asonhar., vv. 6/7); frustrao e desnimo (At os meus sonhos se sentiram falsos ao serem sonhados. /At a vida s desejada me farta at essa vida, vv. 13/14), cansao, tdio (Escrevo por lapsos decansao; / E um tdio que at do tdio arroja-me praia, vv. 16/17)

    2.1. Os aspetos assinalados podem ser encontrados ao longo do poema, podendo delimitar-se os seguintesmomentos: 1.o momento abrange os primeiros trinta versos: o sujeito potico, ablico e frustrado,manifesta o seu desencanto pela vida (Nada me prende a nada; At a vida s desejada me farta atessa vida) e sente que todos os seus sonhos fracassaram; 2.o momento corresponde aos restantesvinte e oito versos da composio potica, onde encontramos uma estreita relao entre o ttulo dopoema e o desenvolvimento do tema. O sujeito potico rev a cidade da sua infncia pavorosamente per-dida, evidenciando a dvida sobre a sua identidade, aludindo multiplicidade de eus que o habitam.Porm, rev Lisboa e Tejo e tudo, sentindo-se um transeunte intil, um estrangeiro, um fantasma aerrar em salas de recordaes, que j no se rev a si prprio no espelho mgico.

    2.2. Os verbos no presente do indicativo denunciam o estado de esprito do sujeito potico, a sua frustraoface ao fracasso dos seus projetos/sonhos do passado.

    3. Poema da terceira fase de lvaro de Campos: regresso abulia, ao tdio, nostalgia de um bem perdido.Melanclico, devaneador, desiludido, cosmopolita, Campos aproxima-se da potica de Pessoa ortnimo no ceti-cismo, nas saudades da infncia, na dvida quanto sua identidade, na fragmentao do eu.

    4. Resposta pessoal.

    COMPREENSO ORAL (pp. 66-67)1. b); 2. a); 3. c); 4. b); 5. a); 6. a); 7. b); 8. a); 9. c); 10. b).

    FUNCIONAMENTO DA LNGUA (p. 70)

    1. a) incluso; b) hierarquia; c) oposio; d) oposio; e) equivalncia.

    2. Competncias nucleares de Portugus.

    2.1. Avio, comboio, bilhete, alojamento, frias, lazer, praia

    3. Lisboa a capital de Portugal. Foi feito um estudo de importncia capital para a cincia.No tenho capital para adquirir um carro.

    EXPRESSO ESCRITA (p. 75)

    1. a) F; b) F; c) F; d) V; e) V; f) V; g) V; h) F; i) V; j) F.

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    O quadro, um leo sobre tela, apresenta personagens e objetos que, apesar da suaabstrao, permitem identificar o desenvolvimento do tema da msica, um dos privi-legiados pelos artistas do Cubismo. Assim, observamos trs figuras da Comdia daArte Italiana, um pierrot, um arlequim e um monge, que so portadores de objetosmusicais. A tela composta por fragmentos abstratos, mas podemos reconhecer ascaras que se escondem atrs das mscaras, as mos muito pequenas, que seguramos instrumentos musicais, e os ps na parte inferior da tela. Neste cenrio destaca--se, ainda, um animal, provavelmente um co. Observamos as patas, uma parte docorpo coberto de pelo, o rabo e a sombra da cabea na parede.

    Quadro retangular que se inscreve nas principais caractersticas do Cubismo na pin-tura: geometrizao das formas e interseo e sobreposio dos planos.

    As cores possibilitam a materializao da forma/plano da tela: alternncia de coresfrias (azul) e cores quentes (vermelho e amarelo), apesar de todas elas serem coresprimrias. A imagem construda pela distribuio das cores: branco pierrot; verme-lho e amarelo arlequim; preto monge. O tom castanho acentua a profundidade doquadro, permite a alternncia de sombra/luz e projeta a imagem de um animal (co).

    O ttulo Trs Msicos relaciona-se com as trs figuras da tela: um pierrot, um arle-quim e um monge, que tocam juntos.

    Esttica.

    Composio da imagem

    Elementos cromticos

    Relao entre o ttulo da obra e a imagem

    Funo da imagem

    Tipo de imagem/assunto

    Utilizao dos documentos digitais para projeo 1, 2 e 3

    Documento 1

    Leitura de imagem

    Pablo Picasso, Trs Msicos, 1921 um dos contedos de leitura que serepete ao longo dos trs anos do Programa de Portugus do Ensino Secundrio a leitura de imagem fixa e em movimento e a anlise das suas funes. Assim,na sequncia das propostas de atividades neste mbito, os alunos podero reali-zar o exerccio de leitura da imagem de uma das estticas de vanguarda queesto associadas literatura e apresentar as suas sugestes. As concluses dogrupo/turma registar-se-o nos espaos em branco. Contudo, deixamos tambmuma possvel sugesto de leitura, que poder ser utilizada pelo professor:

    1INTERAES PORTUGUS 12.o ano

    Leitura de imagem

    Tipo de imagem/assunto

    Composio da imagem

    Funo da imagem

    Elementos cromticos

    Relao entre o ttulo daobra e a imagem

    Pablo Picasso, Trs Msicos, 1921

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    Documento 2

    Heteronmia

    A heteronmia ou drama em gente um dos aspetos fundamentais da obrapessoana. Aps a leitura da Carta de Fernando Pessoa a Adolfo CasaisMonteiro, os alunos podero refletir sobre a gnese da heteronmia e a frag-mentao de um eu que manifesta estranheza de si prprio. O poema No seiquantas almas tenho um excelente ponto de partida para a leitura dos poemasdos heternimos. Com este acetato poder-se- problematizar a questo dadiversidade e unidade em Fernando Pessoa e encaminhar os alunos para umaleitura mais atenta e mais profcua.

    Documento 3

    Mecanismos de coeso textual

    1. Chama-se coeso de um texto aos mecanismos que fazem com queas frases que os compem sejam ligadas umas s outras. A coesodo texto constri-se graas retoma de alguns elementos de umafrase e progride porque se vai acrescentando novas informaes /consideraes / reflexes. Chama-se coerncia de um texto aofacto de as informaes serem ligadas de maneira lgica.

    2. Retoma/referncia:

    Retoma exata (o mesmo nome, mudando apenas o determinante). Retoma pronominal. Um substituto lexical (retoma-se por sinnimo, por perfrase ou por

    hiperonmia/meronmia); uma proposio inteira pode ser retomadapor uma expresso nominal / pronome pessoal / advrbio.

    Valor dos modos de retoma (pressupostos e conotaes os valo-res de retoma podem ter um valor argumentativo).

    2INTERAES PORTUGUS 12.o ano

    Heteronmia

    Dvida/fragmentao. Estranheza de si prprio. Um ser perdido no seu prprio labirinto.

    Multiplicidades de eus. Perda de identidade.

    Atitude introspetiva. Futuro imprevisvel / passado para esquecer.

    Um estranho de si mesmo. Um ser fragmentado em mltiplos eus. Um eu ctico e angustiado.

    Fernando Pessoa

    No sei quantas almas tenho.Cada momento mudei.Continuamente me estranho.Nunca me vi nem achei.

    Atento ao que sou e vejo.Torno-me eles e no eu.

    Por isso, alheio, vou lendoComo pginas, meu ser.O que segue no prevendo,O que passou a esquecer.

    Sinto-me mltiplo. Sou como um quarto com inmeros espelhos fantsticos que torcem para reflexes falsas uma nica anterior realidade que no est em nenhuma e est em todas.

    3INTERAES PORTUGUS 12.o ano

    EscritaMecanismos de coeso e coerncia textual

    Coesofrsica

    Ordenaodas palavrase das oraes

    Concordncia Regncias

    Coesointerfrsica

    Repetio de palavras Relaes semnticas

    de natureza hierrquicae no hierrquica

    Coesolexical

    Coesotemporo-aspetual

    Utilizao correlativados tempos verbais

    Compatibilidade entreos advrbiosde localizaotemporal e os temposverbais selecionados

    Continuidade/Progresso

    Cadeias de referncia:

    Anfora Catfora Elipse Correferncia no anafrica

    Enunciao

    Coernciapragmtico-funcional

    Conjunes e locues coordenativas

    Conjunes e locues subordinativas

    Preposies Advrbios e respetivas

    locues

    Pontuao

    Produo de sentido, tendoem conta os aspetos lingusticos, sociais, culturais e outros,que determinam e regulama comunicao.

    Coerncialgico-conceptual

    No contradio No tautologia Relevncia

    3. Modos de progresso temtica: progride-se de uma frase para outra, baseando-se no tema ou assunto queconstitui objeto da produo escrita.

    Progresso constante do tema tipo de progresso utilizado sobretudo nos gneros narrativos, eviden-ciando um aspeto, uma personagem, etc.

    Progresso linear o tema desenvolve-se em crescendo, progredindo, assim, regularmente. o tipo deprogresso utilizado para o texto expositivo-argumentativo e no discurso narrativo.

    Progresso derivada o tema de uma primeira frase decomposto em subtemas (temas derivados). Este tipo de progresso utilizado em textos descritivos.

    Rutura de progresso temtica quando se quer mudar de assunto, j no se respeita a progressotemtica, partindo para um novo tema.

    Geralmente, um mesmo texto utiliza vrios tipos de progresso temtica. O estudo da progresso temtica permite compreender melhor a construo e os efeitos de um discurso narrativo/descritivo e entender melhor aestratgia de um texto argumentativo.

  • 4. Os conectores da coeso e da coerncia so as palavras de ligao entre frases e pargrafos. Entre duasfrases, os conectores indicam de modo explcito o significado da progresso temtica temporal e lgica.

    Conectores temporais exprimem uma relao de tempo:

    simultaneidade: enquanto, ao mesmo tempo, simultaneamente, em simultneo; anterioridade: antigamente, dantes, outrora, naquele tempo, ento; posterioridade: mais tarde, depois, ; sucesso: em primeiro lugar, em seguida, seguidamente, enfim, ; rutura: de repente,

    Conectores lgicos exprimem uma relao lgica:

    adio: e, alm disso, e ainda, tambm, igualmente, do mesmo modo, no s mas tambm, comoainda, bem como, assim como, por um lado por outro lado, nem nem (negativa), inclusive, incluindo,de novo;

    alternativa: ou ou, ora ora, quer quer, seja seja, fosse fosse, em alternativa; causa: visto que, porque, de facto, uma vez que, devido a, pois, j que, ; consequncia: por tudo isto, de modo que, de sorte que, da que, por isso que; oposio, concesso: no entanto, pelo contrrio, mas, ora, contudo, embora, no obstante, se bem que,

    Alguns conectores podem indicar uma etapa da argumentao:

    Exemplo, ilustrao: por exemplo, assim, nomeadamente. Reformulao, resumo: em sntese, numa palavra, em resumo, por assim dizer, fundamentalmente. Concluso: concluindo, por fim, assim.

    Utilizao de documentrio vdeo

    Documentrio 2: Saramago, Documentos

    2.a parte: A heteronmia pessoana e O Ano da Morte de Ricardo Reis

    Explorao dos primeiros dez minutos da 2.a parte do documentrio sobre Jos Saramago.

    Pr-visionamento: brainstorming sobre a mxima de Reis: Para ser grande, s inteiro

    Visionamento: Neste excerto do documentrio, Saramago faz referncia ao nascimento do ttulo da sua narra-tiva, O Ano da Morte de Ricardo Reis, e heteronmia pessoana.

    Ps-visionamento:

    Elaborao de um dilogo imaginrio entre Fernando Pessoa e Jos Saramago; Reflexo conjunta sobre o excerto do documento vdeo para consolidao de aspetos histrico-polticos rele-

    vantes, nomeadamente sobre o Estado Novo e os princpios ideolgicos da ditadura fascista.

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  • F E R N A N D O P E S S O A 1 8 8 8 - 1 9 3 5

    Quem era, porm, o jovem Fernando Pessoa? De onde vinha? Onde aprendera a manejar a inteligncia de formato pouco em harmonia com as tradies nacionais? []

    Fernando Antnio Nogueira Pessoa, que tal era o seu nome completo, embora filho de pai e me portugueses,tivera, realmente, uma infncia estrangeira, digamos: fora inteiramente educado na frica do Sul. A sua lngua deinfncia era a lngua inglesa. Em ingls fizera os seus primeiros estudos e numa universidade britnica apurara as suasfaculdades intelectuais. Nascera em Lisboa, a 13 de junho de 1888, o poeta de Pauis. E nascera no bairro mais lis-boeta da cidade: em pleno Chiado, no Largo de S. Carlos, em frente ao teatro do mesmo nome. Fernando Antnio Antnio em homenagem ao santo em cujo dia veio a este mundo: o dia de Santo Antnio de Lisboa nascera s trs evinte da tarde. Em 1888 ainda viviam grandes figuras da literatura portuguesa do sculo XIX Ea de Queirs, o maiorromancista da lngua, Oliveira Martins, um dos seus maiores polgrafos, Fialho de Almeida, esfuziante panfletrio,Guerra Junqueiro, altissonante poeta realista. Nascendo junto igreja dos Mrtires, ao Chiado, ouvia o poeta os sinosda torre que celebravam festivamente o santo padroeiro. E por isso mesmo pde escrever mais tarde essa quadra porele exibida como exemplo da sua capacidade de transposio potica. Evocando nela o sino da sua aldeia, apenas sedava ao caprichoso trabalho inerente a todo o ato potico: mentira.

    sino da minha aldeia,Dolente na tarde calma,Cada tua badaladaSoa dentro da minhalma.

    Embora modesto empregado na Secretaria de Estado, o pai do poeta, Joaquim de Seabra Pessoa, era filho de umgeneral e criatura de reconhecido gosto. Trabalhador, inteligente, culto, fino, se bem que no tivesse cursado qualquerescola superior, desde muito novo se afeioara ao estudo, consagrando-se, especialmente e com aprecivel brilho, musicologia. Eram suas as pequeninas crticas musicais que o Dirio de Notcias, ento o mais lido jornal de Lisboa,inseria nas suas colunas. De delicada sade, no tarda, porm, que a morte afaste de vez do destino do poeta a pre-sena de seu pai. Cinco anos depois falecia Joaquim de Seabra Pessoa, e o jovem poeta conhecia a primeira orfan-dade. A segunda no tardava. Em 1895, dois anos aps o falecimento do primeiro marido, casava em segundas np-cias D. Maria Madalena Pinheiro Nogueira Pessoa, a me do pequeno Fernando Antnio, e este casamento no podiater deixado de impressionar vivamente a sensibilidade da precoce criana. Casando por procurao, pois o segundomarido, Joo Miguel Rosa, oficial da Marinha, entretanto nomeado cnsul de Portugal em Durban, na frica do Sul, jse encontrava no seu posto, faz as malas a viva e abala com o filho para a distante cidade. Estvamos em 1896;nesse mesmo ano entra o jovem Fernando Antnio para o convento de West Street, em Durban, onde aprende as pri-meiras noes de ingls e faz a sua primeira comunho. Tinha oito anos incompletos.

    Comeam ento a nascer os filhos do segundo matrimnio da me do poeta primeiro nasce HenriquetaMadalena, depois Madalena Henriqueta, que morre com trs anos de idade, em seguida Lus Manuel e ainda outrosfilhos que preenchem completamente os interesses maternais da esposa de Joo Miguel Rosa. J ento o poeta sematriculara na High School e passara a Cape School High Examination (1901).

    Escrevendo diretamente em ingls, em ingls que compe as suas poesias, posto j em Lisboa, antes de partirpara frica, se desse inveno de nomes literrios sob cujo patrocnio escrevia composies infantis. Em 1901 vempela primeira vez de visita a Portugal, e quando regressa a Durban entra na Forum VI da High School, concluindo em1904 a sua Intermediate Examination em Artes, na Universidade do Cabo. Nesse mesmo ano -lhe conferido o prmioRainha Vitria de estilo ingls, na prova de admisso a essa mesma universidade.

    L muito l Milton, l Byron, l Shelley, l Tennyson e Poe. Conhece Pope e a sua escola. Escreve poesia e prosaem ingls. E em agosto desse mesmo ano parte sozinho para Lisboa []. Vem matricular-se no Curso Superior deLetras, instalando-se em casa da sua av Dionsia. Efetivamente, em setembro de 1906 est o poeta matriculado

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  • nesse curso. Principia, agora, a sua terceira adolescncia, como ele designa o perodo que vai de 1906 a 1912, datados seus primeiros artigos dA guia. Durante esses seis anos procede o jovem Fernando Antnio a uma espcie denaturalizao rebours. Ingls que era por formao escolar, tenta, agora, tornar-se Portugus pela leitura e o conv-vio com a sua Lisbon revisited. Conhece, nessa altura, alguns companheiros com quem ir proceder transformaoda literatura portuguesa pelas vias dos vrios ismos de que ele prprio inventor. Principia a ler autores franceses eportugueses. Toma contacto com a poesia de Baudelaire. Recebe a revelao da obra de Cesrio Verde, o mais diretorepresentante do baudelairianismo em Portugal.

    No se conserva por muito tempo no Curso Superior de Letras. Em 1907, aquando de uma greve de estudantes,durante a ditadura de Joo Franco, o ministro de D. Carlos I que apressa o fim da monarquia e d origem ao regicdio,abandona o curso de uma vez para sempre. Decide dedicar-se ao comrcio. Monta uma tipografia em Lisboa, a que do nome de Empresa bis Tipografia Editora Oficinas a Vapor, a qual no chega sequer a funcionar. E em 1908 estdefinitivamente instalado na profisso que vai ser a sua at ao fim dos seus dias: correspondente estrangeiro emescritrios comerciais.

    A falncia da Empresa bis acorda, por certo, no poeta o sentimento de fracasso. [] muito novo, porm. Poucomais conta que vinte anos. E o seu esprito ainda em completa disponibilidade, sobrepujava, orgulhoso, todos os fra-cassos retumbantes da vida prtica, confiante na estrela do seu destino literrio. A escolha do nome avirio de bispara batizar a falida empresa tipogrfica dir-se-ia simblica. De resto, pela vida fora, conservar-se- fiel a este sm-bolo. Deixa que as crianas o tratem por bis enquanto, de perna alada, lhes vai recitando os versos que especial-mente compusera para esse feito: O bis, a ave do Egito, / Pousa sempre sobre um p / O que esquisito. / uma avesossegada, / Porque assim no anda nada.

    Ter-se-ia proposto deciso do poeta, por esta altura, o problema do qual dependeria o seu futuro como escritor: aescolha da lngua portuguesa como instrumento de comunicao literria, ou manter-se-ia esse problema informuladoat ao instante em que o envolvimento do meio ptrio toma conta da sua inspirao, dia a dia mais impetuosa? dif-cil sab-lo. No h dvida, porm, que o prprio poeta escreveu que num impulso sbito comeou a escrever versosportugueses, embora tenha pensado, de comeo, isto , depois do seu regresso a Portugal, escrever s poesias ingle-sas. E, de facto, em 1908, ele o confessa, escreve os seus primeiros versos em portugus. Est decidida a sua orien-tao. Embora venha a compor poesias em ingls, em portugus resolve ser poeta.

    Joo Gaspar Simes, Fernando Pessoa, Obra Potica, 1.o vol., Crculo de Leitores, Lisboa, 1987, pp. 12-16

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  • C O M P R E E N S O O R A L R I C A R D O R E I S

    Ouvi contar que outrora, quando a Prsia Tinha no sei qual guerra, Quando a invaso ardia na Cidade E as mulheres gritavam, Dois jogadores de xadrez jogavam O seu jogo contnuo.

    sombra de ampla rvore fitavam O tabuleiro antigo, E, ao lado de cada um, esperando os seus Momentos mais folgados, Quando havia movido a pedra, e agora Esperava o adversrio. Um pcaro com vinho refrescava Sobriamente a sua sede.

    Ardiam casas, saqueadas eram As arcas e as paredes, Violadas, as mulheres eram postas Contra os muros cados, Trespassadas de lanas, as crianas Eram sangue nas ruas... Mas onde estavam, perto da cidade, E longe do seu rudo, Os jogadores de xadrez jogavam O jogo do xadrez.

    Inda que nas mensagens do ermo vento Lhes viessem os gritos, E, ao refletir, soubessem desde a alma Que por certo as mulheres E as tenras filhas violadas eram Nessa distncia prxima, Inda que, no momento que o pensavam, Uma sombra ligeira Lhes passasse na fronte alheada e vaga, Breve seus olhos calmos Volviam sua atenta confiana Ao tabuleiro velho.

    Quando o rei de marfim est em perigo, Que importa a carne e o osso Das irms e das mes e das crianas? Quando a torre no cobre A retirada da rainha branca, O saque pouco importa. E quando a mo confiada leva o xeque Ao rei do adversrio, Pouco pesa na alma que l longe Estejam morrendo filhos.

    Mesmo que, de repente, sobre o muro Surja a sanhuda face Dum guerreiro invasor, e breve deva Em sangue ali cair O jogador solene de xadrez, O momento antes desse ( ainda dado ao clculo dum lance Pra a efeito horas depois) ainda entregue ao jogo predileto Dos grandes indiferentes.

    Caiam cidades, sofram povos, cesse A liberdade e a vida. Os haveres tranquilos e avitos Ardem e que se arranquem, Mas quando a guerra os jogos interrompa, Esteja o rei sem xeque, E o de marfim peo mais avanado Pronto a comprar a torre.

    Meus irmos em amarmos Epicuro E o entendermos mais De acordo com ns-prprios que com ele, Aprendamos na histria Dos calmos jogadores de xadrez Como passar a vida.

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  • Tudo o que srio pouco nos importe, O grave pouco pese, O natural impulso dos instintos Que ceda ao intil gozo (Sob a sombra tranquila do arvoredo) De jogar um bom jogo.

    O que levamos desta vida intil Tanto vale se A glria, a fama, o amor, a cincia, a vida, Como se fosse apenas A memria de um jogo bem jogado E uma partida ganha A um jogador melhor. A glria pesa como um fardo rico,A fama como a febre, O amor cansa, porque a srio e busca, A cincia nunca encontra, E a vida passa e di porque o conhece... O jogo do xadrez Prende a alma toda, mas, perdido, pouco Pesa, pois no nada.

    Ah! sob as sombras que sem qu'rer nos amam, Com um pcaro de vinho Ao lado, e atentos s intil faina Do jogo do xadrez Mesmo que o jogo seja apenas sonho E no haja parceiro, Imitemos os persas desta histria, E, enquanto l fora, Ou perto ou longe, a guerra e a ptria e a vida Chamam por ns, deixemos Que em vo nos chamem, cada um de ns Sob as sombras amigas Sonhando, ele os parceiros, e o xadrez A sua indiferena.

    Ricardo Reis, Poesia, Assrio & Alvim, Lisboa, 2000, p. 59

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    Sequncia 2

    Planificao (20 aulas de 90 minutos) De comunicao: componentes lingustica, discursiva/textual, sociolingustica, estratgica. Estratgica: estratgias de leitura e de escuta adequadas ao tipo de texto e finalidade; seleo e organizao da informao; operaes

    de planificao, execuo e avaliao da escrita e da oralidade; pesquisa em vrios suportes; conceo e utilizao de instrumentos de an-lise; elaborao de ficheiros; utilizao das TIC.

    Formao para a cidadania: apresentao e defesa de opinies; reconhecimento do processo dialtico na transmisso dos valores daherana cultural; aquisio de um saber integrado e desenvolvimento do esprito de iniciativa e de hbitos de organizao e autonomia.

    COMPREENSO ORAL

    (Estruturao da atividade:

    pr-escuta/visionamento, escuta/visio-

    namento e ps-escuta/visionamento.)

    EXPRESSO ORAL

    (Estruturao da atividade:

    planificao, execuo, avaliao.)

    EXPRESSO ESCRITA

    (Estruturao da atividade:

    planificao, textualizao, reviso.)

    LEITURA

    (Estruturao da atividade:

    pr-leitura, leitura e ps-leitura.)

    FUNCIONAMENTO DA LNGUA

    Exerccios de compreen-so oral Manual (excer-tos do documentrio AGrande Viagem).

    Outros exerccios de com-preenso oral realizadospelo professor.

    Apresentao dos trabalhos de grupo: Os Oceanos, um Patrimnio a Preservar (pg. 133) Exposio: Europa, presente e futuro (pg. 157) Recitao, dramatizao. Mesa-redonda.

    Oficina de escrita: Texto expressivo e criativo. Texto narrativo/descritivo. Texto dos media : pgina de jornal. Resumo. Texto de reflexo.

    Leitura funcional/seletiva

    Contextos (histrico-sociais e literrios).

    Leitura analtica e crtica Os Lusadas, de Lus de Cames (excertos do

    Manual). Mensagem, de Fernando Pessoa (poemas do

    Manual).

    Leitura global Outros textos/estrofes e poemas selecionados

    pelo professor e pelos alunos.

    Leitura recreativa Contrato de Leitura.

    Pragmtica e lingustica textual Texto (continuidade; progresso; coeso). Tipologia textual:

    prottipos textuais. Consolidao dos contedos dos 10.o e 11.o anos: a argumentao; o vocativo; recursos esti-

    lsticos

    Imagens do Manual ou outras selecionadaspelo professor e pelos alunos.

    Excertos do documentrio A Grande Viagem(vdeo).

    Filmes de carter pico.

    Leitura literriaOs Lusadas, de Lus de Cames viso global; mitificao do heri; reflexes do Poeta, crticas e conselhos

    aos Portugueses.

    Mensagem, de Fernando Pessoa estrutura e valores simblicos; o sebastianismo e o mito do Quinto

    Imprio; relao intertextual com Os Lusadas.

    Escuta: Interveno de Vnus (II); reflexes do Poeta (VI e IX); lamen-

    taes do Poeta (X); despedida (IV) Os Lusadas. O Infante; O Mostrengo Mensagem. Memorial e M Fortuna, de Rui Veloso.

    Escuta/Visionamento: Excertos do vdeo A Grande Viagem. Outros poemas/estrofes e/ou documentrios selecionados

    pelo professor e pelos alunos.

    AVALIAO DAS COMPETNCIAS E AVALIAO DO PORTEFLIO

    TIPOS DE TEXTO: Textos picos e pico-lricos, textos de reflexo

    Leitura de textos informativos

    Leitura de imagem

    AVA-

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    Correo dos exerccios da Sequncia 2

    Os Lusadas, de Lus de Cames

    LEITURA

    Dedicatria (p. 108)

    1.1. Vs; poderoso Rei; ouvi; vereis; Sublime Rei.

    2. A Histria de Portugal verdadeira, contrariamente s histrias das antigas epopeias, qualificadas como vsfaanhas, / Fantsticas, fingidas e mentirosas.

    3. A relao que se estabelece de oposio, pois que o amor da ptria movido por altos valores e no porvalores ou interesses pessoais.

    4.1. O Poeta s pode cantar o que se conhece (os heris da Histria), embora advirta o Rei que, se este gover-nar bem, dar matria a um canto grandioso e nunca visto, que causar espanto pelo mundo.

    5.1. Se o Rei souber conduzir os destinos do pas, ter um lugar de destaque na Histria.

    5.2. Se cada um tiver capacidade de tomar as rdeas da sua vida, enunciando objetivos e traando estratgiasadequadas para os atingir de forma honesta e sustentada, poder orgulhar-se do seu projeto de vida (res-posta pessoal).

    5.3. Resposta pessoal.

    Os cus tecem o destino dos Portugueses (p. 111)

    1.1. De acordo com o Renascimento e o Classicismo, onde Os Lusadas se integram, um dos ingredientes das epopeias clssicas a presena do maravilhoso pago. No entanto, ao incluir o maravilhoso cristo, oPoeta prope-se fazer a sntese destes dois aspetos de uma forma perfeita, superando os prprios mode-los e adequando a epopeia ao seu tempo e ao seu pas.

    2.1. Vnus interpela Jpiter para saber as razes da sua no proteo a um povo que ela ama, dizendo-se prete-rida e derramando lgrimas em vo, sentindo-se infeliz.

    2.2. Resposta pessoal.

    3.1. Fermosa filha minha, no temais / Perigo algum nos vossos Lusitanos (est. 44); eu vos prometo, filha,que vejais / Esquecerem-se Gregos e Romanos / Pelos ilustres feitos que esta gente / H-de fazer naspartes do Oriente (est. 44).

    4.1. Tal como as navegaes que se fazem hoje para desvendar os mistrios do Espao Sideral e daquilo que ocompe, tambm os nautas portugueses desvendaram terras e oceanos ainda desconhecidos do mundode ento.

    5.1. A expresso o destino! compara-se com os versos transcritos porque, no imaginrio coletivo cristo,se Deus no quiser, pouco vale a nossa determinao; afinal, no dizer do povo, s o que tem de ser,estava escrito, o destino est marcado, etc.

    5.2. Pesquisa de fatum (consultar o glossrio de Mitos e Smbolos do Manual).

    Funcionamento da lngua (p. 119)

    1.1. Quer Vasco da Gama quer o Rei de Melinde agem discursivamente de acordo com os princpios de coope-rao e de cortesia, que definem a boa formao conversacional, pois a conversa que mantm decorre de

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    forma diplomtica, cordial e respeitosa, sendo eficaz o modo como conduzem essa conversao: Mas tu,em quem mui certo confiamos / [], Rei benino; s de peito sincero, humano e raro. (est. 82)

    2.1. O registo formal o registo utilizado entre o Capito Vasco da Gama e o Rei de Melinde. A interao dis-cursiva entre os dois interlocutores processa-se de acordo com o princpio de cortesia que se verifica nasfrmulas verbais ritualizadas e nas expresses sublime Rei, valeroso Capito, a revelar a grande defe-rncia com que ambos dialogam entre si.

    3.1. As estratgias discursivas devem ser escolhidas face situao comunicativa formas de tratamento eregisto formal.

    D. Afonso Henriques (p. 121)

    1.1. Essa formao -nos apresentada de acordo com a viso histrica, uma guerra de interesses entre me efilho. O nome de Guimares, tido como o bero da nacionalidade, aqui referenciado duas vezes.

    2.1. Na opinio do Poeta, o pecado de D. Teresa maior do que os de Progne, Medeia e Cila, porque atentacontra o prprio filho, o que a seus olhos inconcebvel, colocando esse pecado acima de todos os outrosreferenciados como os mais horrveis da Antiguidade Clssica.

    3.1. D. Afonso Henriques representa a exaltao do indivduo e D. Teresa representa a mentalidade medieval.

    4.1. O Poeta, logo na Proposio, sublima os ditosos reis que dilataram a f crist contra os Mouros, sendo D. Afonso Henriques o primeiro dos bares assinalados que, com a sua determinao, fundou umanao.

    5.1. A sociedade feudal organizava-se de acordo com os direitos e deveres do suserano e dos vassalos. O pri-meiro devia auxlio e proteo aos seus vassalos dentro do territrio em que exercia o seu domnio,enquanto o vassalo devia obedincia e fidelidade ao suserano.

    5.2. Egas Moniz comporta-se como um verdadeiro vassalo, respeitando as leis de obedincia e de fidelidade.Na impossibilidade de cumprir a sua palavra, oferece a sua vida e a dos seus como forma de resgatar asua honra.

    6. Hoje em dia, a noo que temos de honra e de palavra de honra muito mais fluida e retrica, contraria-mente ao tempo de Egas Moniz, em que a honra tinha o mesmo valor que a vida.

    7.1. Exemplos: honestidade; inteligncia; talento, coragem, generosidade, etc.

    7.2. Resposta pessoal.

    Nuno lvares (p. 122)

    1.1. Nuno lvares dirige-se aos seus pares em tom irado, questionando como possvel haver gente capaz derecusar combater pela ptria, capaz de negar a F, o amor, o esforo e arte / De Portugus (est. 15), semrespeito pelo Reino nem por quem o fundou, sem ser digna dos seus antepassados.

    2. Os ltimos versos confirmam a determinao de Nuno lvares e a sua prontido de defender sempre, e emqualquer circunstncia, os inimigos e adversrios de Portugal.

    2.1. Nuno lvares representa a figura do heri solitrio e solidrio, capaz das maiores proezas e dos maioresfeitos, incarnando a coragem, a fora e a virtude, qualidades de um verdadeiro cavaleiro.

    Leitura de imagem mvel (pg. 123)

    1. Destacar o protagonista de um dos filmes, referindo-se ao seu desgnio e causa pela qual lutou.

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    D. Joo II (p. 124)

    1.1. Manda seus mensageiros, que passaram Espanha, Frana, Itlia celebrada; Polo mar alto Sculo nave-gam; Vo-se s praias de Rodes arenosas; Vo a Mnfis; Sobem Etipia, sobre Egipto; Passamtambm as ondas Eritreias; Entram no Estreito Prsico

    2.2. Resposta pessoal.

    3. O tratado de Tordesilhas, celebrado entre Portugal e Espanha em 7 de junho de 1494, fixou a linha de demarca-o entre as futuras possesses dos dois pases a 370 lguas a oeste das ilhas de Cabo Verde. D. Joo II jteria indicaes da costa do Atlntico Sul?

    3.1. Dilogo estruturado de acordo com o modo argumentativo, respeitando os princpios de cooperao e decortesia, adequando as estratgias discursivas situao de comunicao.

    O barco vai de sada (p. 129)1.1. Metaforicamente, abrir as asas sinal de voo, e quem voa sonha. As naus desfraldaram as velas, que

    tomam o valor de asas para navegar/sonhar, pois que se tratava de sonho e de utopia fazer o que aquelesnautas iam fazer, rumo ao desconhecido.

    2.1. J a vista, pouco e pouco, se desterra, Daqueles ptrios montes, que ficavam, ficava o caro Tejo ea fresca serra / De Sintra, e nela os olhos se alongavam, E j despois que toda se escondeu [a serra].

    3.1. Ficava-nos tambm na amada terra / O corao, que as mgoas l deixavam

    4.1. O verso da cano de Fausto e os versos dOs Lusadas traduzem a saudade de quem parte, transportandona memria passagens e afetos. No entanto, a procura de outros mundos e de outros meios pode consti-tuir motivo de alegria.

    5.1. Resposta pessoal.

    As cousas do mar (p. 130)

    1.1. Descrio dinmica: sbitas trovoadas temerosas; Relmpados que o ar em fogo acendem, / Negroschuveiros, noites tenebrosas, / Bramidos de troves, que o mundo fendem.

    Recursos expressivos diversos: vi claramente visto pleonasmo; vento esquivo, tempestadeescura, triste pranto adjetivao.

    Rigor e densidade vocabular: lume vivo; Ver as nuvens, do mar com largo cano, / Sorver as altasguas do Oceano.

    Verbos abundantes e expressivos (acendem, fendem, sorver, engrossava, chupava, se enchee se alarga).

    Importncia do movimento / viso cinematogrfica: estncias 19 e 20.

    Todas as referncias que denotam experincia e testemunho como, por exemplo, as formas do verbo ver(vi claramente visto; Os casos vi; ver as nuvens; eu o vi certamente).

    2.2. Lus de Cames, um verdadeiro humanista, conhecedor de toda a cultura greco-romana, ter lido o que demais avanado existia na poca em termos cientficos e dever ter usado tambm a sua vasta experincia deviajante martimo. Segundo o texto Cames e Coprnico, o Poeta no poder ter usado apenas a sua expe-rincia para descrever minuciosamente os fenmenos com grande rigor cientfico. O professor LucianoPereira da Silva mostra que Cames tinha um conhecimento claro e seguro dos princpios fundamentais daastronomia e de como ela se professava no seu tempo. Nuno Crato acrescenta que impossvel ler e com-preender Cames sem perceber um pouco da astronomia antiga, sendo impossvel a Cames escrever o queescreveu se no dominasse o que se sabia na poca sobre cosmologia.

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    A ndia sonhada (p. 132)

    1.1. Vosso trabalho longo aqui fenece, Sofrer aqui no pde o Gama mais, A merc grande a Deusagardeceu, Que, com tanto temor, buscando vinha, Por quem tanto trabalho exprimentava, O ventoduro, frvido e medonho, Como quem despertou de horrendo sonho.

    2. Trabalho de grupo.

    A recompensa dos heris (p. 134)

    1.1. Vasco da Gama decide partir rumo a Portugal, levando os produtos caractersticos da ndia que serviriamde prova de que tinha cumprido a misso de chegar ndia por mar. Leva alguns Malabares, leva pimenta,noz-moscada, cravo-da-ndia e canela.

    2.1. Estes versos refletem a grande euforia dos nautas portugueses que desejavam contar a peregrina e raraNavegao em que participaram e os longos trabalhos e acidentes que tinham passado at chegarem ptria cara.

    (p. 137)

    1.1. Vnus decide ter preparada a nsula divina, / Ornada d'esmaltado e verde arreio (est. 21), quer que asninfas mais belas esperem os nautas portugueses com mil refrescos e manjares, / Com vinhos odorferose rosas, com mil deleites no vulgares.

    2.1. Eleva os humanos dimenso de deuses e, fazendo descer os deuses, refora ainda mais a importncia con-ferida aos valentes bares portugueses.

    3.1. A gua fertiliza e fecunda a terra, dando origem vida.

    3.2. Estes so os bares assinalados cujas obras valerosas o Poeta se props cantar, libertando-se parasempre, desde modo, da lei da Morte.

    4.1. Viso: trs fermosos outeiros, gramneo esmalte, fermosa Ilha, claras fontes e lmpidas (est. 54);audio: a sonorosa linfa (est. 54); doces ctaras tocavam, harpas e sonoras frautas (est. 64);mimoso choro que soava, risinhos alegres (est. 83); olfato: pomos odorferos, os fermosos limesali cheirando (est. 56); paladar: famintos beijos na floresta (est. 83).

    5.1. Era de tal forma inacreditvel e belo o que viam que duvidavam dos seus prprios olhos, da a exclamaode Veloso.

    6.1. Esta recompensa mitificada com a Ilha dos Amores, sendo o amor sublime, aos olhos do Poeta, a maiorrecompensa a que se pode aspirar.

    7.1. A msica de Rui Veloso uma interpretao da Ilha dos Amores.

    8.1. Resposta pessoal.

    Reflexes do Poeta (p. 141)

    1.1. O Poeta reflete sobre a fragilidade da vida humana rodeada de tantos perigos quer no mar, quer em terra,interrogando-se sobre a possibilidade de um bicho to pequeno encontrar um porto de abrigo sem aten-tar contra a ira divina.

    2.1. Csar, que, nua mo a pena e noutra a lana / Igualava de Ccero a eloquncia (Canto V, est. 96).

    3.1. O Poeta sente vergonha pelo facto de a nao portuguesa no ter capites letrados, pois quem no sabe oque arte tambm a no pode apreciar.

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    4.1. Se a nao portuguesa prosseguir no costume da ignorncia no teremos nem homens ilustres nem corajosos.

    5.1. Os exemplos da Antiguidade Clssica acentuam comparativamente a pobreza do que temos em Portugal.

    5.2. A concluso do Poeta que a ventura fez dos portugueses gente spera, austera e rude, sendo que poucosou nenhuns h com engenho.

    6.1. O Poeta pretende, com os seus argumentos, alertar as conscincias para a necessidade e para a urgnciade se alterar o panorama do Reino no que respeita cultura e instruo dos seus sbditos.

    7.1. Resposta pessoal (a importncia de modelos e de elites culturais que sejam pontos de referncia e/ouexemplos a seguir).

    (p. 144)

    1.1. Apesar de os Portugueses ocuparem um pequeno territrio, so grandes em coragem e ousadia para lutarpela f crist, contrariamente aos restantes povos europeus, como o alemo, que tem muito territrio,mas est embrenhado em lutas internas sem se preocupar em lutar com o povo otomano (turco), o ingls,que estabeleceu a Igreja Anglicana, dividindo a Igreja, e o italiano, cheio de vcios e males dentro do seuprprio territrio.

    1.2. A concluso defendida pelo Poeta refere-se ao facto de os Portugueses serem em menor nmero mas,pelos seus feitos, poderem ser um exemplo a seguir pelos outros povos.

    2.1. Apstrofe: A vs, gerao do Luso (est. 2); interrogaes retricas: Quem viu honra to longe da ver-dade? (est. 5)

    3.1. A Reforma de Lutero (contra a prtica das indulgncias, o celibato dos padres, os votos monsticos, oculto dos santos, etc.).

    4.1. Resposta pessoal.

    4.2. Resposta pessoal.

    (p. 147)

    1.1. O Poeta recusa continuar a cantar por considerar que canta para gente surda e endurecida, ou seja, genteque no tem capacidade para apreciar a excelncia do seu canto pico, referindo no entender o motivopelo qual a ptria no sente orgulho nem reconhece o valor dos seus filhos mais ilustres e letrados.

    2.1. A tripla adjetivao, na sua posio pr-nominal, qualifica o nome, destacando e reforando as suas carac-tersticas, atribuindo-lhe um valor subjetivo. Assim, a tristeza austera porque severa, apagada porqueinerte e vil porque imoral. A tripla adjetivao caracteriza todo o comportamento generalizado das hierar-quias que detinham o poder em Portugal e faziam do povo portugus um povo austero, apagado, vil e triste.

    3.1. O Poeta dirige-se ao Rei, lembrando-lhe que tem ao seu servio vassalos excelentes, que demonstramgrande fora e coragem ao lutar pela ptria, que enfrentam grandes perigos e que, apesar de estarem longe,obedecem s suas ordens com prontido e alegria, fazendo dele um vencedor e nunca um vencido.

    4.1. Resposta pessoal.

    COMPREENSO ORAL (p. 154)

    1. 1.a pa