Caderno iii

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Anexo SEEDUC RJ - PNFEM

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Formação de Professores do Ensino

MédioO CURRÍCULO DO ENSINO MÉDIO, SEUS SUJEITOS E O DESAFIO DA FORMAÇÃO HUMANA INTEGRAL

CADERNO COMPLEMENTAR III

SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

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COMISSÃO ORGANIZADORA SEEDUC-RJ

Subsecretaria de Gestão de Ensino

Superintendência de Gestão das Regionais Pedagógicas (SUPGE)Ana Valéria da Silva Dantas

Superintendência Pedagógica (SUPED)Daniela Carvalho de Paulo Silva, Fabiano Farias de Souza e

Cintia Aparecida Garcia Rodrigues

Superintendência de Avaliação e Acompanhamento (SUPAA)Jaqueline Antunes Farias

Subsecretaria de Gestão de Pessoas

Superintendência de Desenvolvimento de Pessoas (SUPDP)Elizabeth de Lima Gil Vieira

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O presente anexo apresenta duas nalidades principais. A primeira consiste em expor a proposta de Currículo Mínimo para o Ensino Médio articulado ao eixo trabalho, ciência, tecnologia e cultura, orientado para um conjunto de conhecimentos e saberes cientícos, éticos e estéticos a partir da diversidade dos seus sujeitos.

A segunda nalidade está em divulgar e apresentar sugestões de ferramentas pedagógicas de apoio ao currículo e diferentes formas de contribuição para a prática pedagógica, com base em uma perspectiva que considere as experiências dos alunos, bem como suas pluralidades, no intuito de fornecermos subsídios para o processo de desenvolvimento intelectual, emocional e social dos alunos.

Dessa forma, propomos uma reexão a reexão deste texto, considerando os sujeitos do Ensino Médio diante da perspectiva da formação humana integral, buscando superar um dos grandes desaos do Ensino Médio que é abolir a distância entre a escola e os jovens. Assim, busca-se demonstrar a importância de um alinhamento pedagógico que contribua para o cumprimento destes objetivos, ou seja, reetir sobre temas pertinentes ao crescimento intelectual dos alunos, e, igualmente, sobre temáticas próximas de suas realidades e que os tornem cidadãos capazes de enfrentar os novos desaos do mundo contemporâneo.

Introdução

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Desde 2011, a Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro adota o Currículo Mínimo em que se consideram os aspectos intelectivo, físico, psicoemocional-comportamental e losóco-social, para se alcançar a formação humana integral. Tais documentos denem um conjunto de competências e habilidades mínimas a serem desenvolvidas pelos alunos da rede estadual, estabelecendo um padrão básico, com o que é essencial e que deve ser ensinado-aprendido em cada componente curricular. Este documento pode ser encontrado no portal .www.conexaoprofessor.rj.gov.br

Compreendendo que não há neutralidade nesse processo e que todo o fazer pedagógico, do planejamento à avaliação, é um fazer político e é um processo eminentemente coletivo, de forma intencionalmente denida, a construção do Currículo Mínimo cumpriu o requisito primordial de participação coletiva na elaboração deste instrumento de apoio pedagógico aos docentes.

A implementação do Currículo Mínimo visa estabelecer harmonia em uma rede de ensino múltipla e diversa, uma vez que propõe um ponto básico de partida, em que cada professor tem a possibilidade de contribuir com o que é especíco, peculiar ou apropriado em cada escola.

O currículo mínimo na rede estadual: constituição e desenvolvimento da proposta

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A concepção, a redação, a revisão e a consolidação do Currículo Mínimo foram conduzidas por equipes disciplinares de professores das escolas estaduais, com coordenação de professores universitários a m de promover um documento que atendesse às diversas necessidades especícas do ensino da rede. Este documento também foi disponibilizado para consulta virtual e debate presencial aberto à participação dos docentes.

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O referencial pedagógico a ser seguido orienta uma formação do educando por competências e habilidades para a progressão no trabalho, bem como em estudos posteriores que, fundamentalmente, vise a assegurar-lhe a formação comum indispensável ao exercício da cidadania. Na rede pública estadual de ensino do Rio de Janeiro, o Ensino Regular, o Curso Normal em Nível Médio e a Educação de Jovens e Adultos (EJA) contam com seus respectivos currículos, visando promover o alinhamento pedagógico esperado.

Citando o pensamento de Lucius Sêneca: “Nenhum vento sopra a favor de quem não sabe para onde ir”. Compreendemos a necessidade da adoção de um documento que estabeleça um norte para a prática pedagógica e que seja comum a toda rede de ensino, com base em uma proposta pedagógica do “aprender a aprender” de modo contextualizado, que estimule a relação do que é ensinado ao cotidiano do aluno.

De tal modo, atendendo as legislações vigentes, Diretrizes e Parâmetros Curriculares Nacionais, como também as matrizes de referência dos principais exames nacionais e estaduais, apresentam-se as competências e habilidades que devem guiar os planos de curso e nas aulas do docente, sem ferir sua autonomia.

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O Currículo Mínimo – em consonância com uma tendência mundial na educação – organiza-se de acordo com a necessidade de cent rar o processo de ens ino -aprendizagem no desenvolvimento de competências e habilidades por parte do aluno, em diálogo com conceitos centrais. More t to (1999) cons ide ra que as habilidades estão associadas ao saber-fazer: ação física ou mental que indica a capacidade adquirida. Assim, identicar variáveis, compreender fenômenos, relacionar informações, analisar situações-problema, sintetizar, julgar, correlacionar e manipular são exemplos de habilidades. Já as competências são compreendida como a capacidade de mobilizar, articular e colocar em ação valores, conhecimentos e habilidades, visando ao desempenho eciente e ecaz de atividades ligadas ao mundo do trabalho.

Ao optar por um currículo voltado para a construção de competências, afasta-se a ideia de transmissão de conteúdos sem que se promovam s i tuações em que o conhecimento adquirido seja mobilizado. Perrenoud (1999) defende que o ensino se baseie em uma construção de competências apoiada em uma análise prospectiva e realista das situações da vida, que prepare para a diversidade do mundo. Sob essa perspectiva, constitui-se uma organização curricular que possa edicar competências que o aluno compreenda como indispensáveis e que agreguem valor para a sua formação como cidadão. Portanto, deve ser objeto permanente de avaliação as competências

Currículo mínimo baseado em competências e habilidades

As competências/habilidades são inseparáveis da ação, mas exigem domínio de conhecimentos.

- Competências se constituem num conjunto de conhecimentos, atitudes, capacidades e aptidões que habilitam alguém para vários desempenhos da vida. - Habilidades se ligam a atributos relacionados não apenas ao saber-conhecer, mas ao saber-fazer, saber-conviver e ao saber-ser.

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a serem desenvolvidas pelos alunos e não pura e simplesmente os conhecimentos transmitidos, pois isso limita a atuação do professor e a formação do aluno. Assim, o professor rompe a visão clássica de currículo enquanto tabela de conteúdos e pode servir-se de diversos instrumentais pedagógicos para a construção das competências junto aos alunos.

A produção teórica de Dewey (1936, 1978) também reforça a importância das competências na organização curricular, na medida em que o ensino viabilize a utilização dos conhecimentos apreendidos em situações reais de aplicação. Dessa forma, os saberes escolares podem ser relacionados ao seu universo de atuação e os conhecimentos contextualizados em suas experiências de vida na sociedade.

Retomando a ideia presente neste caderno, os saberes do cotidiano devem ser valorizados e o conhecimento escolar necess i ta u l t rapassar a d imensão estr i tamente local, instrumental ou particularizada. Entretanto, a consecução deste m implica uma mudança da postura didático-pedagógica do professor, não mais como o tradic ional t ransmissor de informações, mas que, paute sua atuação com elevado grau de capacitação e comprometimento e que possam considerar alguns caminhos como: contextualização, po s t u ra i n t e r d i s c i p l i na r, f o co na aprendizagem do aluno e conceito de conteúdo ampliado.

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Entendemos que o estabelecimento de um Currículo Mínimo é uma ação norteadora que não soluciona todas as diculdades da Educação Básica hoje, mas que cria um solo rme para o desenvolvimento de um conjunto de boas práticas educacionais como o ensino interdisciplinar e contextualizado, o respeito à diversidade, amparado na oferta de formação continuada aos professores.

Pretende-se a transformação de um currículo que, em passado recente, já primou pelo tecnicismo ou apreensão de conhecimentos baseado em mera repetição de conteúdos para um caminho que se dirija e favoreça cada vez mais para um diálogo entre os componentes curriculares. Para apoiar aplicação e desenvolvimento empírico desta proposta, a SEEDUC-RJ disponibiliza um conjunto de ferramentas pedagógicas de apoio ao currículo, de forma a contribuir com a prática docente.

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Material de apoio pedagógico: ferramentas para auxiliar o trabalho docente

Os principais questionamentos com relação às perspectivas tradicionais do currículo são insinuações de que se reduzem exclusivamente à dimensão técnica, distanciando-se da dimensão política que faz o aluno enquadrar-se à ordem social estabelecida, sem espaço para o despertar de uma visão crítica. Entretanto, percebe-se no Currículo Mínimo uma dimensão explicativa que nos ajuda a compreender “o que” e “por que” fazemos de uma maneira e não de outra, além de uma dimensão prescritiva que nos coloca a necessidade de denirmos antecipadamente nossas metas e nossas possibilidades de alcance. Dessa forma, promover essa iniciativa para a rede teve como nalidade oferecer um conjunto de ferramentas pedagógicas que servissem de suporte ao trabalho do professor.

Juntamente com o Currículo Mínimo, foram disponibilizados diversos recursos pedagógicos digitais no portal Conexão Professor ( ), em que podem www.conexãoprofessor.com.brser encontradas as Orientações Pedagógicas, documento complementar que tem por objetivos aperfeiçoar sua utilização, oferecer sugestões de atividades, pontos de interdisciplinaridade, indicações bibliográcas, inclusive dos livros do PNLD (Programa Nacional do Livro Didático), recursos digitais, entre outros. Em complemento a essas ferramentas, também estão à disposição dos docentes um banco de objetos pedagógicos digitais e materiais de apoio pedagógico como Atividades Autorreguladas, material Mais Educação e Orientações Metodológicas para uso das teleaulas do Programa Autonomia no Ensino Regular, totalmente alinhados ao Currículo Mínimo, oferecendo recursos para tornar as aulas mais dinâmicas e próximas da atual sociedade digital.

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1) Clique no link ”Currículo Mínimo” 2) Insira a sua matrícula e seu CPF

3) Clique no ícone da disciplina desejada

4) Selecione a modalidade de ensino e em seguida a série/ano desejada

A seguir, um passo-a-passo de como o Currículo Mínimo e outros materiais de apoio pedagógicos também podem ser acessados. No portal , www.conexaoprofessor.rj.gov.bracessando as seguintes telas:

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Esperamos que os materiais disponibilizados possam contribuir para o enriquecimento das aulas e, efetivamente, forneçam subsídios que viabilizem a elaboração de instrumentos pedagógicos para a sua própria utilização.

Ainda, segundo o Art. 2º da Resolução SEEDUC nº 4.866 de 14 de fevereiro de 2013, que dispõe sobre a implantação do Currículo Mínimo, “o cumprimento do Currículo Mínimo é obrigatório em sua totalidade no ano letivo vigente, respeitando a autonomia do professor para possíveis ajustes, no interior do Currículo Mínimo xado para o ano/série de sua atuação, que melhorem a progressão do ensino das competências e habilidades desse Currículo de acordo com as necessidades da unidade/turma.”

Ou seja, o Currículo Mínimo não tem a pretensão de apontar uma estrada já pronta e pavimentada, pois, tal como o navegante, é na lida diária que os educadores vão descobrindo e inventando rotas, desvios e pontes que fazem do percurso e da chegada um todo interligado e indissociável. Ele indica, sim, um ponto de partida e alguns caminhos possíveis para que cada um possa construir sua própria trajetória. Na sua bagagem, teorias que embasam a prática, planejamento, avaliação, competências a desenvolver e atividades a realizar, de acordo com uma base comum para o seu planejamento anual, em que todo professor tem liberdade metodológica assim como de inclusão de outros conteúdos que considerar adequados de acordo com a realidade em questão, considerando uma perspectiva integral na formação do aluno.

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Após a implementação do Currículo Mínimo pela Secretaria de Estado de Educação (SEEDUC-RJ), surgiu a necessidade de intensicar a capacitação e a formação do professor para o uso do Currículo Mínimo no cotidiano da sala de aula, através de diferentes ações, dentre elas, a elaboração de Planos de Trabalho, que busquem, cada vez mais, a autonomia autoral.

Além de recursos da Tecnologia da Informação e Comunicação, a capacitação também conta com encontros presenciais englobando um conjunto de atividades diversas, tais como: trabalho coletivo, reuniões pedagógicas, trocas cotidianas com os pares, participação na gestão escolar, congressos, seminários; enm, um conjunto de elementos que possam oferecer ocasião de informação, reexão, discussão e trocas que favoreçam o aprimoramento prossional. O curso, de 160 horas (um ano), é oferecido pela Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado (Cecierj)/Consórcio Cederj, vinculada à Secretaria de Ciência e Tecnologia, e dividido em quatro módulos. Os professores que part ic ipam do Aperfeiçoamento recebem um auxílio mensal durante o curso e, após a conclusão, podem, ainda, fazer uma complementação de estudos para receber certicado de Especialização Lato Sensu no componente curricular de formação.

O objetivo é que o processo se traduza, de fato, em uma mudança nos procedimentos de ensino e aprendizagem na sala de aula,

Programa de formação continuada de professores

Anualmente, são disponibilizadas mais de 7 mil vagas para formação continuada de professores da rede, visando à capacitação com novas metodologias de ensino e em conteúdos vinculados ao Currículo Mínimo.

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ou seja, deseja-se que a formação continuada possa, ao mesmo tempo, contribuir para elevar o nível de conhecimento da área especíca e da prática pedagógica.

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A inuência das novas diretrizes curriculares nacionais para o ensino médio na área curricular da rede estadual

As Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio, através do Parecer CNE/CEB 05/2011 e da Resolução CNE/CEB 02/2012, elegem as dimensões do trabalho, da ciência, da tecnologia e da cultura como base da proposta e do desenvolvimento curricular, que devem se articular como um eixo a partir do qual se pode atribuir sentido a cada componente curricular.

Sendo assim, a implementação do Currículo Mínimo na rede de ensino deve ser considerada dentro da perspectiva do projeto pedagógico adotado na unidade escolar, visando a integrar-se às práticas pedagógicas do corpo docente.

Portanto, deve ser constante a busca pela unidade entre o que se planeja e o que se realiza, em que o planejamento pedagógico deve partir de uma realidade concreta para a realização de objetivos e metas denidos para a educação no estado do Rio de Janeiro. Assim cumprimos a proposta de zelo pela educação brasileira, considerando-se a formação dos alunos nas dimensões intelectual, afetiva e social, visando à formação integral do indivíduo na sua plenitude.

Os agentes de leitura têm como algumas de suas atribuições a realização de atividades de incentivo à leitura e de formação de leitores, bem como o acompanhamento de programas e projetos de leitura. Estes prossionais recebem apoio dos mediadores de leitura, que atuam no âmbito de um grupo de escolas das Diretorias Regionais, com a função de garantir a realização das ações dos agentes de leitura.

A rede estadual possui mediadores de Tecnologia Educacional, prossionais que atuam em itinerância nas unidades escolares da rede e auxiliam os professores na utilização dos equipamentos disponíveis em sua escola, no planejamento de suas aulas com a utilização de softwares especícos, dos objetos de aprendizagem e orientações pedagógicas existentes em nossos Portais “Conexão Professor“ e “Conexão Aluno”.

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REFLEXÃO E AÇÃO

- Entre no Conexão Professor e faça a leitura das Orientações Pedagógicas do atual bimestre.

- Organize uma roda de conversa com os professores sobre as possibilidades de utilização do material, especicamente no que tange aos pontos de interdiciplinalidade.

- Reúna as ferramentas presentes nas Orientações Pedagógicas escolhidas que podem contribuir para o seu planejamento de aula.

Referências bibliográcas

DEWEY, John, (1938). Democratização e educação. São Paulo: Companhia Editora Nacional.______, (1978). Vida e educação. 10ª ed. São Paulo: Malhoramentos.MORETTO, V. P. Reexões construtivistas sobre habilidades e competências. Dois Pontos: Teoria & Prática em Gestão. Belo Horizonte, v. 5, n. 42, p. 50-54, Maio/junho 1999.P E R R E N O U D, ( 1 9 9 9 ) . C o n s t r u i r competências desde a escola. Porto Alegre: Artmed.

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