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    ps sub

    anti

    a cidade

    temporria,mas apontao uturo

    tg auusp 2010

    julio mariutti

    pro. dr. lus antonio jorge

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    Segundo o meu modo de pensar,principiei, orma-se uma cidade quandonenhum de ns se basta a si mesmo enecessita de muitas coisas. Ou admitesoutra causa para o nascimento dascidades?

    De orma alguma, disse.

    Assim, quando um indivduo chama outropara ajud-lo nalgum empreendimento,

    e mais um terceiro para outra preciso,desse modo, por serem mltiplasas necessidades de cada um, vriosindivduos se renem no mesmo local,para reciprocamente se auxiliarem.Damos o nome de cidade a semelhanteajuntamento, no verdade?

    Pereitamente.

    Mas, algum s entrega alguma coisa aquem quer que seja, no caso de ter o quedar ou de receber tambm algo, de que

    espera auerir alguma vantagem.

    Isso mesmo.

    Muito bem, lhe disse; aamos, ento,surgir em pensamento uma cidade desdeo seu comeo. Em sua origem, ao queparece, esto nossas necessidades.

    (PLATO.A Repblica. 369b.)

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    O projeto desenvolvido nesse Trabalho Final de Graduaoconsiste em quatro cartazes que expressam uma interpretaoconceitual e visual da cidade.

    O trabalho em grande parte continuidade e sntese do meupercurso na FAU, percurso que oi construdo acima de tudoora das ou at em oposio s salas de aula, na ocupaocotidiana do edicio sem portas de Vilanova Artigas pelasmltiplas atividades estudantis livres que (inelizmente cadavez menos) caracterizam a aculdade. Por isso arei uma brevesntese dessa vivncia, como introduo ao TFG propriamente

    dito.

    O trabalho envolveu tambm duas pesquisas que semantiveram relativamente separadas. Durante o primeirosemestre de 2010, cursando a disciplina TFG 1, z algumasleituras sobre poesia e linguagem, procurando os paralelosentre a relao orma-contedo na poesia escrita e naarquitetura. No segundo semestre, no TFG 2, para desenvolvero roteiro dos cartazes, liA Repblica de Plato e procureiapoio na interpretao do conjunto dos Dilogos elaboradapelo proessor Hector Benoit, da Filosoa da Unicamp.

    Embora ambas bastante iniciais, e em parte interrompidas para

    que o projeto osse desenvolvido, apresento aqui tambm umasntese dessas leituras.

    Por m, comentarei a parte grca propriamente dita, dosprimeiros ensaios at a impresso dos cartazes.

    Introduo

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    Entre outras incontveis atividades e projetos experimentaisextra-curriculares que absorveram a maior parte do meu tempoe energia nesses nove anos, destaco pelo prprio contedo,que a coloca como atividade determinante e como o condutorda minha ormao na FAU a revista Contravento, publicaodo Grmio dos estudantes da FAU.

    Desde meu primeiro ano na FAU (2002) participei doLaboratrio de Habitao do Grmio e no segundo me integreiao comit editorial da Contravento, inicialmente vinculada aoLabhabgau, mas que segue em atividade at hoje (nmero 5

    em produo), apesar da extino do Laboratrio em 2004.

    Desde o nmerohum, a revista-lme luta por uma nova cidadeatravs de textos e imagens desenhos e dilogos, comodizamos no editorial do nmerohum citando Lewis Carroll, articulados em uno de um roteiro, que amarra cadanmero da revista e situa cada texto, entrevista, ou mesmoprojeto arquitetnico, em uma narrativa verbo-visual que assimamplia o prprio contedo de cada elemento isolado. Desde2004, o comit editorial promove tambm inmeras aesparalelas publicao, aes investigativas e agitativas queapiam a abricao da revista e divulgam seu contedo:visitas a projetos construdos, grupos de estudo, debates,

    exibies de lmes, instalaes, mini-publicaes, maniestose maniestas1.

    Para entender a cidade contempornea, a Contravento usaas anlises do arquiteto holands Rem Koolhas e do HarvardProject on the City (grupo de pesquisa coordenado porKoolhas), que apontam como nico uturo para as cidadesmundiais os paradigmas deshopping erunas, sintetizados nosexemplos de Houston (EUA) e Lagos (Nigria).

    luz de Marx, essa constatao de Koolhas identicadapela Contravento como um esgotamento extremo da cidade

    capitalista, que no pode mais se desenvolver sem destruir.

    A revista busca, ento, nas mais audazes concepes daarte e da arquitetura modernas, e na movimentao poltico-cultural, elementos de negao da cidade presente e delibertao das potencialidades nela contidas.

    FAU 2002-2010

    1. Destaco o debate Cumbica 68-05,sobre o CECAP Zezinho Magalhes, comparticipao de Pedro Arantes, JosLira e lvaro Puntoni; e o lanamentoda Contravento hum! na Maniesta em2004 um ato-cortejo de maracatu,que saiu do Anhangaba e oi at oTeat(r)o Ocina, em apoio a Z Celsonum momento em que Silvio Santoscomeava as demolies no entorno doedicio de Lina Bo Bardi para construir

    seu shopping.

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    Retomo tambm dois trabalhos que, embora eitos paradisciplinas da FAU, so desdobramentos diretos da pesquisada Contravento.

    No primeiro semestre de 2005 participei da elaborao de umvdeo como trabalho para o exerccio inicial das disciplinas deprojeto de edicaes2.

    O tema proposto pelos proessores oi a Cratera de Colnia,uma cratera prxima do extremo sul do municpio de SoPaulo, entre as represas Billings e Guarapiranga, e que por

    suas peculiaridades geolgicas no pode ser urbanizada.

    No lme apresentado como produto do trabalho, ProgramaSP 1,5 mi (o lme e um roteiro publicado na poca estodisponveis no link:http://gallery.me.com/juliomariutti#100023),expnhamos com base nos princpios racionais e socializantesda arquitetura moderna a construo de uma cidade-linearpara 1,5 milho de habitantes ligando So Paulo e Santos.Ao nal do lme, a proposta era reundada e as relaes detrabalho eram colocadas como determinao undamental dacidade armvamos como confito essencial o 1,5 milho dedesempregados na cidade, e no a alta de habitao.

    Alm de inverter o pensamento sobre a cidade, deslocando oproblema da questo da habitao para a questo do trabalho,o vdeo oi uma negao rontal do tema proposto para oexerccio, a Cratera de Colnia como uma situao extica deprojeto, e uma rearmao da urgncia dos problemas urbanosundamentais.

    Cito ainda, pela semelhana de suporte e temtica com oTFG, o trabalho individual realizado em 2008 para a disciplinaAUP 343, Desenho grco experimental, sob orientao doproessor Vicente Gil.

    O tema proposto pela disciplina oi Sprawling, e tinha comoundo uma leitura pessimista da alncia das metrpolescontemporneas. Nesse sentido, meu trabalho procurouarmar a cidade, no a partir do que hoje mas apontando asperspectivas e possibilidades nela contidas.

    Para isso em conjunto com imagens do Parthenon, daCatedral de Braslia e da Serra do Mar oi usado um trechodo textoArte revolucionria e arte socialista de Leon Trotsky,em que ele vislumbra as possibilidades de uma nova arte emuma sociedade socialista livre, em que cairiam as barreirasentre arte e indstria, assim como entre arte e natureza. Otrecho selecionado, particularmente, ala da possibilidade

    de uma arte e uma cidade construdas em harmonia coma natureza. A ltima das 5 pranchas sintetiza o discurso deTrotsky: A cidade temporria, mas indica o uturo e mostra ocaminho.

    2. De 2002 a 2005 o Grupo dedisciplinas de projeto de edicaesdo Departamento de projeto da FAUpromoveu nas primeiras semanas decada semestre um exerccio nico paratodas as disciplinas. Eram ormadosgrupos de trabalho compostos porestudantes de anos dierentes e todaa aculdade refetia sobre um mesmoproblema. A iniciativa oi abandonadaporque a mdia dos resultados

    envergonhava os proessores. Ao menosem 2005, dicil negar que a qualidadedos trabalhos osse um refexo do temaproposto.

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    TFG 1:de Braslia aoideograma

    O ponto de partida da pesquisa realizada no primeirosemestre oi a cidade como projeto, a arquitetura moderna, eparticularmente uma questo que tem total pertinncia para odesign grco: a relao orma-contedo, ou orma-programa,e a busca por um partido projetual construtivo e ao mesmotempo livre, no-dogmtico.

    A inquietao que impulsionou a pesquisa partiaparticularmente da enorme coincidncia entre dois textossobre Braslia: um de Oscar Niemeyer sobre a arquitetura dospalcios e um de Matheus Gorovitz sobre o Plano Piloto de

    Lucio Costa.

    Em mais de um texto da poca Niemeyer explica, azendoinclusive uma autocrtica em relao ao perodo anterior aosprojetos do Museu de Caracas e de Braslia, como abandonouuma liberdade plstica excessiva3 em busca de umaarquitetura livre e inventiva, mas ao mesmo tempo voltada parao programa e para a estrutura. E, respondendo aos crticos quecondenam a liberdade ormal de sua obra, ataca a monotoniae a alta de criatividade da obra daqueles que deendemintransigentemente o uncionalismo, as razes construtivas, asconvenincias de padronizao4.

    Exigem, por exemplo, que as solues se contenham emplantas simples e compactas, visando a volumes puros egeomtricos soluo que s vezes adoto, mas que noaceito como um dogma e para isso acomodam, dentrodessas ormas pr-estabelecidas, programas complexos queexigiriam, justamente para atender as razes uncionais quetanto deendem, partidos dierentes e recortados. E assim,para manter o purismo desejado, o purismo aparente, criam umverdadeiro ormalismo, o ormalismo mais grave e inconteste,porque no se resume na especulao plstica de elementosestruturais da arquitetura, mas no seu prprio desvirtuamento,no que ela apresenta de bsico e uncional por excelncia. E,

    sem sentir, xam detalhes arquitetnicos que se repetem, e seimpem como caractersticas de uma nova escola, escola quetende para o ormalismo e a monotonia, azendo com que osprdios percam o carter indispensvel que sua nalidade esuas convenincias programticas deveriam sugerir. E assim,edicios pblicos, escolas, teatros, museus, residncias, etc.,passam a ter aspectos idnticos, apesar de seus programas todiversos, programas que, bem aproveitados, deveriam conduzirs solues de maior interesse, com a utilizao da tcnicamoderna em toda sua plenitude. (2004, p. 102)

    E, deendendo uma arquitetura mais livre e criadora,continua:

    Dentro dessa arquitetura procuro orientar meus projetos,caracterizando-os sempre que possvel pela prpria estrutura.Nunca baseada nas imposies radicais do uncionalismo,mas sim, na procura de solues novas e variadas, se possvel

    3. C. NIEMEYER, Oscar. Depoimento.In: Depoimento de uma gerao arquitetura moderna brasileira, p. 238.So Paulo: Cosac & Naiy, 2003.

    4. NIEMEYER, Oscar. Forma e unona arquitetura. In: Contravento 2, p. 102.So Paulo: GFAU, 2004.

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    lgicas dentro do sistema esttico. E isso, sem temer ascontradies de orma com a tcnica e a uno, certo de quepermanecem, unicamente, as solues belas, inesperadase harmoniosas. Com esse objetivo aceito todos os articios,convicto de que a arquitetura no constitui uma simplesquesto de engenharia, mas uma maniestao do esprito, daimaginao e da poesia. (2004, p. 103)

    De orma muito semelhante, na leitura de Matheus Gorovitzdo Plano Piloto de Braslia, a obra-sntese da arquiteturamoderna brasileira paradoxalmente contraposta nica

    cidade construda pelo maior inspirador dessa arquitetura, LeCorbusier. Chandigarh e Braslia aparecem para Gorovitz comoexpresses de duas ormas dierentes (ou mesmo contrrias)de pensar a relao orma-contedo na cidade e na arte5.

    Gorovitz analisa a relao entre a estrutura ormal e as unesurbanas em Braslia e Chandigarh, e mostra como, em Braslia,a estrutura da orma urbana (eixo monumental, eixo rodovirio-residencial e a plataorma no encontro dos dois eixos) inseparvel das prprias unes; enquanto em Chandigarh,ao contrrio, uma orma pr-concebida (malha ortogonal dequarteires de 800 por 1200 m) enquadra todos os usos. Adierena reorada pelo centro poltico de Chandigarh, que

    ca margem da cidade e da malha; para no se enquadrarna malha, o monumental est ora da cidade, e assim a cidadeno monumental.

    Como diz Gorovitz (1985, p. 23):

    Em contraposio a Chandigarh, onde as unes ousubordinam-se ao sistema estrutural representado pela malhaou so tratadas margem dele, em Braslia as diversas unesdeterminam estruturas sico-espaciais correspondentes.

    Assim como Niemeyer se contrape aos que acomodam,

    dentro dessas ormas pr-estabelecidas, programascomplexos Gorovitz (1985, p. 25) aponta que em Chandigarhunes de naturezas dierentes adaptam-se a um arcabouo[estrutural] pr-determinado.

    A pesquisa comeou a partir desses textos, e da intuio deque tanto Oscar Niemeyer quanto Lucio Costa teriam chegado,em Braslia, a uma relao dialtica entre orma e contedo em que a orma no mera portadora de um contedoanterior a ela, nem ela prpria livre e autnoma, mas umarelao em que orma e contedo se determinam mutuamenteem uma unidade superior inseparvel.

    5. GOROVITZ, Matheus. Braslia, umaquesto de escala. So Paulo: Projeto,1985.

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    Alm disso, esse ponto de partida pressupunha tambmalguma relao com a prpria linguagem que eu me propunhaa desenvolver no trabalho: o design grco e, particularmente,o cartaz.

    Da mesma orma que na arquitetura e no urbanismo, parecia-me que tambm no campo do design grco a relao orma-contedo podia ser mais arbitrria ou mais precisa.

    Nesse sentido, a mesma inquietao causada pelos textoscitados acima era reorada por um depoimento6 sobre o

    grid no design grco. Explicando a orma como usam ogrid e notando precisamente uma dierena entre essa ormae a orma tradicional da escola sua o estdio holandsExperimental Jetset usa como exemplo o cartaz produzidopara uma exposio com o tema discursos.

    Eles escolheram usar no cartaz o seguinte poema de SteanThemerson:

    My lord archbishop; your excellencies, your graces; my lords,ladies and gentlemen, men and women, children; embryos, iany; spermatozoa reclining at the edge o your chairs; all livingcells; bacteria; viruses; molecules o air, and dust, and water...

    I eel much honoured in being asked to address you all, and torecite poetry - but I have no poetry to recite.

    Enquanto muitas vezes a escola sua abstrai o contedo ecria grids genricos ou ao menos relativamente arbitrrios, oExperimental Jetset comenta que cada projeto gera um griddierente. No caso do cartaz citado, o poema escolhido para ocartaz acaba determinando o grid: para enatizar a hierarquiaentre os substantivos criada pelo poema, as palavras soorganizadas em trs colunas de acordo com suas unes,e cada coluna tem sua largura determinada em uno dapalavra mais longa. Ou seja, as colunas no tm larguras

    iguais. Dessa orma, ao mesmo tempo que o cartaz reora ahierarquia do poema, uma nica palavra dierente no poemapoderia mudar o grid e a orma do cartaz. A altura das linhas,por sua vez, determinada pelo simples critrio de que asletras no se toquem (o caso mais crtico graces comlords).

    Uma comparao com os amosos cartazes de Jose MllerBrockmann deixa clara a dierena. Por mais brilhantes quesejam os cartazes de Brockmann, tanto nos ilustrados comormas geomtricas quanto nos puramente tipogrcos, aorma muito mais autnoma, tem uma estrutura determinadapor seus prprios critrios, no to diretamente vinculada ao

    contedo do cartaz.

    6. Depoimento disponvel emhttp://www.aisleone.net/2008/intervista/intervista-experimental-jetset/acessado em 16.11.2010.

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    As reunies de orientao e a busca por uma relao no-arbitrria e no simplesmente representativa-imitativa entreorma e contedo levaram a pesquisa para a linguagem emgeral, e particularmente para a linguagem verbal atravs deRoman Jakobson e Haroldo de Campos.

    Em Lingustica e potica, a partir da relao entre esses doiscampos, Jakobson investiga o que caracteriza a poesia, ou,que que az de uma mensagem verbal uma obra de arte?.

    O autor comea delimitando a uno potica em relao

    s demais unes da linguagem verbal, justamente comoa uno que pe em evidncia a prpria mensagem e amaterialidade dos signos, o signicante. A uno poticaseria a uno dominante na poesia, enquanto nas outrasmaniestaes verbais ocuparia papel secundrio.

    Jakobson mostra que a poesia cria equivalncias no signicanteque ecoam equivalncias no signicado, que todo paralelismoormal implica uma relao semntica, seja por semelhana(metora, parbola, etc.) ou por dessemelhana (anttese,contraste, etc.). Na expresso de Edgar Allan Poe citadapor Jakobson, o jogo ontico da poesia cria uma correntesubjacente de signicado, amplia o prprio signicado.

    Essa anlise de Jakobson sobre a relao entre som e sentidona potica reora seus argumentos de procura da essnciada linguagem. A polmica do dilogo Crtilo de Plato sea linguagem liga orma e contedo por natureza ou porconveno citada por Jakobson nesse texto, que mostra,em grande parte contra Ferdinand de Saussure, que o signoverbal no apenas convencional e arbitrrio ou seja, no apenas um portador alheio ao signicado.

    Para encontrar essa no-arbitrariedade dos signos verbais,Jakobson se apia na classicao, proposta por Charles

    Sanders Peirce, dos signos segundo a relao entre suasqualidades materiais (signicante) e seu interpretante direto(signicado). Essa classicao, no excludente, resulta numahierarquia que se aplica a cada signo conorme ele operapor semelhana entre signicante e signicado (cone), porcontiguidade entre signicante e signicado (ndice) ou pormera contiguidade instituda, conveno (smbolo).

    A partir dessa classicao, nesse texto Jakobson detm-seno aspecto icnico da linguagem verbal, evidenciando comnumerosos exemplos como a ordem das palavras em oraese a combinao dos moremas dentro das palavras tmrelao direta com as coisas e processos que essas palavras e

    oraes representam. Jakobson explica que essa semelhanade relao entre as partes no signicante e no signicado o que caracteriza o diagrama (para Peirce, um tipo de conedierente da imagem, que representa no relaes, mas asqualidades simples do signicado).

    Alm desse carter diagramtico da linguagem verbal nonvel morolgico e sinttico (ormao de rases e palavrascompostas), no simples nvel lxico dos radicais e das palavrasindissociveis Jakobson encontra ainda uma srie de relaesentre o som e o sentido, que mostram que mesmo a ovnculo signicante-signicado, embora h muito esquecido eapagado, existe.

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    7. Ernest Francisco Fenollosa (1853-1908), lsoo norte-americano, oi parao Japo aos 25 anos como proessorde economia poltica e losoa naUniversidade de Tquio. Passou aestudar e colecionar arte tradicionaloriental e tornou-se reerncia nacional apartir de 1882 por recuperar a histria daarte japonesa e condenar as tendnciasocidentalizantes, reormulando o ensinodas artes no Japo. De 1896 a 1900

    dedicou-se ao estudo da poesia elosoa chinesas e do N.

    Aps sua morte, sua viva MaryFenollosa conou seus manuscritos aopoeta ingls Ezra Pound, responsvelpela publicao em 1919 do texto deFenollosa Os caracteres da escritachinesa como instrumento para a poesia.

    8. FENOLLOSA, Ernest. Os caracteres daescrita chinesa como instrumento paraa poesia. In: CAMPOS, Haroldo de (org).

    Ideograma: lgica, poesia, linguagem.So Paulo: Cultix, 1977. p. 148

    9. Idem, Ibidem, p. 141

    Como transio de volta da linguagem escrita linguagemgrca e arquitetura, encontrei os textos de Haroldo deCampos, Ernest Fenollosa7 e Siergui Eisenstein sobre oscaracteres e a poesia chineses.

    Em Ideograma, anagrama, diagrama: uma leitura de FenollosaHaroldo destaca justamente como a anlise de Jakobsonem relao ao som muito prxima dos apontamentosque Fenollosa az em relao ao aspecto visual da poesia.Fenollosa chama ateno para duas questes na poesiachinesa: a no-arbitrariedade dos caracteres (escrita

    pictogrca, icnica) e o aspecto cintico, a leitura nolinear, resultado da repetio dos graemas criando umsimultanesmo similar ao da pintura.

    Da mesma orma que Jakobson ala que o carter palpvelda mensagem est em destaque na uno potica, eparticularmente o som, Fenollosa, alando do chins, dierenciaa poesia da linguagem comum pelo carter plstico daprimeira, ou seja, pelas qualidades ormais visuais do texto.Da mesma orma que para Jakobson as guras onticasindicam relaes entre os signicados, Fenollosa apontaharmnicos visuais, guras grcas, que se repetem e ressoamnos caracteres ideogrcos da poesia chinesa reorando

    e ampliando o contedo da mensagem: A poesia supera aprosa porque o poeta escolhe, para justap-las, palavras cujosmatizes se misturam em clara e delicada harmonia8.

    Essa linguagem plstica deendida como superior, j que aspalavras reverberariam as prprias coisas. Haroldo aponta ainfuncia sobre Fenollosa do lsoo e etimlogo R. WaldoEmerson, para quem o poeta traduz o mundo em palavras eassim cria linguagem: linguagem poesia ssil. No mesmosentido, diz Fenollosa: os poetas pr-histricos que criarama linguagem descobriram toda a harmoniosa estrutura daNatureza e entoaram seus hinos a seus processos(1977,

    p.148)

    . Assim ele deende a superioridade do chins, pois suaetimologia ca constantemente visvel9 nos pictogramas, cujaorigem ainda hoje podemos traar na relao evidente entresignicante e signicado.

    Haroldo esclarece a questo rebatendo uma crtica de Yu-Kuang Chu a Fenollosa. O sinlogo chins argumenta que hquatro princpios geradores na escrita chinesa, e que Fenollosaexageraria o papel da representao pictrica. No entanto,Haroldo mostra que, mesmo que Fenollosa exagere o aspectopictogrco, todos os quatro princpios descritos por Yu-Kuang Chu tm um orte aspecto icnico.

    O primeiro princpio ormador dos caracteres chineses seria arepresentao pictrica, e o pictograma evidentemente umcone, um signo cujo signicante remete ao signicado porsemelhana de ato. O segundo princpio apresentado porYu-Kuang Chu a diagramao da idia (Haroldo lembra que

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    o diagrama , para Peirce, um cone de relaes inteligveis),de orma que a relao entre as partes do signicante semelhante relao signicada (por exemplo, um ponto sobreum trao quer dizer sobre). O terceiro princpio, ilustrado naimagem direita, a combinao de caracteres pictogrcos,e justamente o mtodo ideogrmico de compor exaltadopor Fenollosa, que o equipara metora (tambm uma ormade cone): a combinao de pictogramas para expressarconceitos que no poderiam ser representados por imagens,imagens materiais para sugerir relaes imateriais. Por m,o quarto princpio gerador a combinao que usa caracteres

    pictogrcos e tambm onogrcos. Se os onemas podemser admitidos como em grande parte arbitrrios, o radicalcontinua pictogrco, e portanto icnico.

    Alm do aspecto visual dos caracteres, Fenollosa comentaainda que a escrita chinesa no tem gramtica, porquea Natureza, ela prpria, no tem gramtica. A posio eas unes das palavras seriam regidas por uma sintaxeposicional, que espelharia os prprios processos da natureza,com o verbo ocupando sempre o lugar principal: a uno dapalavra na rase determinada pela sua posio.

    Apesar de enatizar a representao pictrica, Fenollosa

    recusa o pictograma como simples imitao servil da natureza.Ao contrrio da simples cpia, ele deende tratar-se de umaanalogia estrutural, um processo sinttico-criativo que captaas linhas de ora da natureza e representa gracamente essasrelaes. A escrita chinesa, para ele, representaria muito maisprocessos e relaes do que coisas em si.

    Em O princpio cinematogrco e o ideograma, Eisenstein seope ainda mais enaticamente mera representao imitativa.Ele ala da desproporo expressiva e psicolgica, mtodoundamental para o ideograma e tambm para o cinema,interpretada por Haroldo como metonimizao da metora.

    Particularmente interessante a interpretao de Eisensteinque associa a combinao metarica que orma o ideogramaao princpio da montagem cinematogrca: ele d relaoentre as imagens combinadas um carter de confito dialtico,cuja sntese ser produzida pelo espectador. Nas palavras deEisenstein, extremamente prximas s de Fenollosa, a d-sea passagem do pensamento por imagens ao pensamentoconceitual.

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    Essas leituras coincidiram de orma surpreendente com oponto de partida da pesquisa, ornecendo um repertrioconceitual e uma srie de reerncias poticas e interpretaessobre diversos tipos de relao orma-contedo, sempreprocurando uma ligao ao mesmo tempo natural e criativa dalinguagem com o mundo, uma relao signicante-signicadono-arbitrria e no-imitativa.

    A prpria leitura inicial da arquitetura e do design grco seconrmou a partir dessas reerncias. Por exemplo, luz deJakobson-Haroldo pudemos olhar novamente para o plano

    piloto de Braslia e dizer que a organizao da cidade porsuas unes tem carter diagramtico: as partes da orma dacidade (seus tamanhos, posies, tipos de urbanizao) sevinculam s partes de seu contedo (as unes propriamenteditas, o seu uso). Em Chandigarh, ao contrrio, Le Corbusierteria em parte usado uma nica orma (a mesma malha de800 x 1.200 m) para comportar dierentes contedos, e a ormaseria por isso mais articial, mais arbitrria.

    O edicio do Congresso Nacional, por sua vez, alm dascaractersticas diagramticas e indicativas descritas porNiemeyer (ormas dierenciadas que correspondem a unesdierenciadas), tem ainda um evidente aspecto icnico, um

    quase-ideograma que signica o conceito de justia com arepresentao da balana assimtrica das duas cpulas.

    Outros exemplos similares, em que a orma arquitetnicatraduz iconicamente seu programa, podem ser encontradosna obra de Niemeyer: a alvorada do amanh da sede doPCF (explorada pelo Experimental Jetset no cartaz direita), opssaro do conhecimento da Universidade de Constantine, ede orma menos direta a Catedral de Braslia.

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    Terminei o TFG 1 retomando a proposta inicial do trabalho,que era azer uma leitura da cidade em cartazes, e naquelemomento propus uma srie de 10 cartazes:

    Como apontado na proposta inicial, minha inteno desenvolver no TFG 2 uma srie de cerca de 10 cartazes sobrea cidade, pensada como realidade hoje e como possibilidadede projeto uturo.

    Por um lado, a cidade atual, seus confitos e contradies avelas, muros, desperdcio, trnsito, destruio da natureza

    e do prprio homem a cidade dolorosa cujo paradigma ,segundo Rem Koolhas, Lagos (runas) ou Houston (shopping).Por outro lado, a cidade como projeto de uma sociedade livrena qual os homens dominam conscientemente seu destino, acidade como morada comum dos homens, livre da exploraoe das guerras, obra criativa e potica em harmonia com anatureza. Esses dois plos, barbrie e socialismo, seriamsintetizados como imagens pela So Paulo de hoje e pelaBraslia dos anos 60.

    Quanto ao cartaz como meio, embora isso no estivesse toexplcito no incio, a proposta vinha de uma leitura do cartazcomo pea grca essencial, de certo modo uma sntese do

    prprio design grco. Absolutamente urbano, o cartaz talveza orma grca mais diretamente social, uma interveno diretado design na cidade e na sociedade.

    A partir de algumas ormas ancestrais milenares como asinscries em pedra e as pinturas nas paredes, o cartaz teveseu grande impulso com a revoluo industrial, a urbanizaoe as convulses sociais do sculo XIX; oi pea chave para asvanguardas culturais do incio do sculo XX que se propunhama mudar a vida com a arte sobretudo para o construitivismorusso e desempenhou papel esttico-poltico central tambmno levante estudantil de maio de 1968 na Frana.

    Apesar dessa importncia histrica, o cartaz uma ormamuito pouco usada no Brasil, principalmente em grandesormatos, que praticamente no so produzidos. Ao contrrioda tradio europia, em que os cartazes tm grandeimportncia na paisagem urbana, inclusive com grandesmurais para a sua xao, parece que aqui a negao extremada cidade, totalmente privatizada e reduzida a espao decirculao (motorizada), aniquila o espao do cartaz.

    Assim, a opo pela orma cartaz continha j um contedo,uma deesa da cidade e da transormao da cidade, umanegao da condio brbara de cidades como So Paulo,

    barbrie que se expressa at na alta de cartazes.

    Evidentemente, essa realidade do cartaz no Brasil oi umgrande entrave no momento da produo propriamentedita. O mercado grco brasileiro trabalha com ormatos

    TFG 2:a cidade em cartazes

    extremamente limitados, e as tareas aparentemente maissimples tornaram-se desaos; desde a compra do papel at aimpresso.

    Meu objetivo para o TFG 2 em agosto era iniciar o quantoantes o trabalho diretamente grco, mas a concepo doroteiro dos cartazes prolongou mais um pouco o tempo depesquisa.

    Me propus a usar como texto-base de reerncia para oscartazesA Repblica de Plato, texto estudado na graduao

    e que gira em grande parte em torno da construo empensamento de uma cidade ideal.

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    A partir da primeira leitura dA Repblica, meu interessevoltou-se para a teoria do conhecimento exposta por Scratesno Livro VI e ilustrada no Livro VII com a amosa alegoria dacaverna.

    No Livro VI, Scrates descreve quatro momentos na ascensoem direo ao saber, que so aproximadamente os seguintes:1. o conhecimento ilusrio de imagens; 2. o conhecimentodas prprias coisas sensveis e no mais de suas imagens;3. o conhecimento discursivo, primeiro momento do saberintelgivel ainda apoiado no sensvel a nas hipteses; 4. o saber

    puramente inteligvel que supera as hipteses e chega a umprincpio, a dialtica.

    Na alegoria da caverna, esses quatro momentos sorepresentados assim: 1. a contemplao das sombras naparede da caverna pelo prisioneiro; 2. a viso das prpriascoisas iluminadas pelo ogo no interior da caverna; 3. apercepo das coisas iluminadas pelo Sol, j ora da caverna;4. o olhar para o prprio Sol, origem de tudo que se v naTerra.

    Esses quatro momentos me pareciam extremamenteinteressantes para desenvolver uma srie de discursos grcos

    sobre a cidade que tivessem entre si um encadeamento, umdesenvolvimento que produzisse um desvelar da cidade,partindo de sua aparncia mais ilusria como imagem etentando chegar ao prprio conceito de cidade.

    Destaco que essa noo do roteiro conceitual comoundamento do produto grco e de um desenvolvimentodialtico que parte da aparncia e produz um desvelamentovem tambm da Contravento, e do movimento que sempreprocuramos dar a cada nmero da revista como um mesmodiscurso, com suas partes dialeticamente encadeadas.

    Apesar desse interesse, a exposio de Scrates me pareciamuito obscura e sobretudo o quarto momento cava aindamuito vago, requentemente vinculado idia do Bem, sobre aqual ele recusa-se a alar.

    Decidi estudar um pouco mais o texto, principalmente a partirda interpretao do proessor Hector Benoit, da Filosoa daUnicamp.

    Sua tese de livre-docncia Tetralogia dramtica do pensar procura re-encontrar o sentido dos Dilogos de Plato ao

    coloc-los em sua ordem dramtica, e percorrer assim toda aodissia dialgica de Scrates e Plato.

    Apesar da tese percorrer todos os Dilogos de Plato e boaparte da tradio interpretativa, limitei minha leitura aoslivros reerentes aos Dilogos Socrticos, ou seja, no tempodramtico ui apenas at a morte de Scrates.

    Benoit mostra como essa teoria da linha do Livro VI dARepblica na verdade perpassa toda a trajetria individual deScrates ao longo dos Dilogos anteriores, assim como todaA Repblica (e no s a teoria do conhecimento) desde aprocura pela justia, passando pela busca da cidade ideal,

    pelo projeto educacional dos guardies e pela teoria doconhecimento, at chegar alegoria da caverna.

    A Repblica teria, assim, cinco linhas de desenvolvimentoconceitual intercruzadas, que percorrem aproximadamente osmesmos quatro momentos-chave da teoria do conhecimento eda alegoria da caverna.

    Porm, to reveladora quanto essa anlise de que todasas questes deA Repblica percorrem os mesmos quatromomentos que s so enunciados na teoria do conhecimento, aquela de que Scrates, em todos esses percursos, manter

    o quarto momento na indeterminao extrema.

    Assim, comeando pela denio de justia, que o pontode partida do dilogo, Scrates chegar ao quarto momentodizendo que o undamento da justia o Bem. Mas o Bempermanece apenas enunciado como algo absolutamentetranscendente, sobre o qual nada se pode dizer. Da mesmaorma, todos os outros percursos sero de algum modoestancados no terceiro momento, pois tero o quarto momentoindeterminado.

    Por exemplo, Benoit comenta que a cidade ideal descritapor Scrates no vai alm do terceiro momento, em que um

    projeto de unidade extrema

    construdo somente a partir de um processo hierrquico,do qual participam de maneira claramente marginal esuboordinada as raas de bronze e de erro, estamentos

    Roteiros. Roteiros.Roteiros.

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    voltados para o processo produtivo, os artesos e agricultores(415a). A prpria necessidade desse mito das raas, tpicomito ideolgico de undao, uma mentira necessria (414b),expressa a orma externa e sobreposta, sem devir interno,atravs da qual se instaura a unidade projetada para estaterceira cidade10.

    Sobre a quarta cidade, Scrates s diz que o poder poltico ea Filosoa devem coincidir na mesma pessoa. Mas, como dizBenoit,

    a cidade propriamente losca, onde o poder poltico devercoincidir com a Filosoa, exigiria uma undao do poder queno osse mtica, mas sim, conceitual, isto , uma undaoque tivesse superado dialeticamente, a partir do prprio devirinterno das partes, todo o contedo sensvel arbitrrio. Desteprocesso surgiria assim uma comunidade poltica enquantosntese dialtica, uma koinonia [estar-em-comum] na qual asdiversas partes se perpassariam mutuamente constituindo-secomo e enquanto participantes de algo comum, ainda quecontraditrio. Na verdade, nada disto se desenvolve quanto quarta cidade que permanece totalmente indeterminada eirrealizvel, como as outras dimenses da nesis [puro pensar,dialtica](2004, p. 117).

    Sobretudo a partir do comentrio de Benoit sobre o Sosta eda posies do personagem Estrangeiro, bastante contrriass de Scrates, cou claro que a indeterminao do quartomomento vem justamente da noo de Scrates de que oBem e as idias so to pereitos, transcendentes e imutveisque no se relacionam com o ser, com o movimento e com ascoisas impereitas do mundo do devir.

    Assim, para superar a indeterminao do quarto momento,para dar ser quarta cidade, e no caso do roteiro doscartazes para pensar o conceito de cidade, seria preciso

    abandonar as idias inatingveis, partir do presente e aceitar ocontraditrio. Mais importante que a cidade ideal a transioa partir da cidade presente.

    Por mais limitada e inicial que tenha sido essa pesquisa(no cheguei a estudar os outros dilogos de Plato oumesmo outros comentrios sobre A Repblica), depois decompreender essas limitaes do quarto momento socrtico,oi possvel sintetizar essa leitura de Benoit os diversospercursos de Scrates pelos quatro momentos da linha noesquema a seguir, e a partir dele nalmente construir uma novalinha, aquela do roteiro dos cartazes.

    10. BENOIT, Hector. Tetralogia dramticado pensar. Campinas: Unicamp, 2004.4 v. Tese (Livre-docncia em Filosoa) Instituto de losoa e cincias humanas,Universidade estadual de Campinas,Campinas, 2004. Livro II, p. 116.

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    1.1

    Intermedirio entre saber e no-saber,saber-que-no-se-sabe.

    topos (sem-lugar, absurdo) entre orepouso e o movimento, onde termina ono-saber e comea o saber.

    Sada da aporia de Parmnides emdireo ao novo caminho (lembranasde Scrates no dilogoApologia de

    Scrates).

    Revelao de Diotima: dialtica de Eros,inquietude. Leva do amor pelos beloscorpos sensveis ao amor pela belezaem si, s idias: 1. belos corpos, 2. belasaes, 3. belas cincias, 4. o belo em si(lembrana de Scrates no dilogo Obanquete).

    Reutao de alsos sbios e seduo debelos jovens.

    2.1

    Imagens da justia: pagar o devido;interesse do mais orte; praticara injustia vantagem, a justia,desvantagem.

    Discursos de Calo, Polemarco eTrasmaco no Livro I.

    3.1

    Cidade austera undada nasnecessidades bsicas.

    Linha 1:

    caminho subjetivo de Scrates

    Linha 2:

    busca pela justia

    Linha 3:

    poltica, cidade

    Linha 4:

    educao dos guardies

    4.1

    Mitos e poesia (controlados), imagenssubmetidas s regras do projeto comoum todo.

    1.2

    Amor como espelhamento, amor alma(amor ao ser em si) como conhece-te ati mesmo.

    O saber-de-si ultrapassa o sabermeramente negativo, Scrates engendraum saber na alma de Alcibades (dilogoAlcibades 1).

    Scrates no mais apenas reuta

    sostas e seduz jovens, mas conquistaseguidores.

    2.2

    Sistematizao enomenolgica daaparncia da justia por Adimanto eGlauco.

    3.2

    Cidade entregue aos desejos e prazeres,mltiplas mercadorias e unes.

    4.2

    Ginstica.

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    1.3

    Saber dogmtico do dever-ser, deesa daretido moral, da prtica das virtudes.

    Reutao de sostas, mas agora nona orma simplesmente negativa dosaber que no se sabe (que consistiaem mostrar que nem o Sosta nem elesabem), e sim como negao veementeda posio dos sostas e como deesada moralidade e da virtude (dilogo

    Grgias).

    1.4

    Deesa de que o conhecimento da idia possvel como reminiscncia, como no-esquecimento.

    A alma imortal, e aprendeu as idiasno Hades; encontrar as idias s selembrar delas (dilogo Mnon).

    2.3

    Justia como correta diviso do trabalhona cidade, e a correta diviso entre aspartes da alma no indivduo: a parteracional governa a colrica, e as duasjuntas dominam a parte desejante.

    2.4

    O undamento da justia a idia deBem, objeto do saber supremo.

    3.3

    Puricao da segunda cidade:cidade hierarquizada e controlada pelosguardies, rgida diviso do trabalho eregras sobre tudo.

    3.4

    Cidade losca, poder poltico elosoa devem coincidir no mesmosujeito.

    4.3

    Matemticas.4.4

    Dialtica.

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    5.1

    Eikasia, intermedirio entre saber eno-saber.

    Conhecimento das imagens.

    6.1

    Vio das sombras dos homens e objetosprojetada na parede da caverna.

    ... para semelhante gente a verdadeconsistiria apenas na sombra dos objetosabricados.

    Linha 5:

    teoria do conhecimento

    Linha 6:

    alegoria da caverna

    Linha 7:

    leitura da cidade, cartazes

    7.1

    Imagens, aparncia das coisas, olharmais supercial e aprisionado.

    Cena dramtica dA Repblica: porto,mercado, esta deusa estrangeira, casado rico comerciante Calo, luxo.

    Para Marx em O capital, a imensacoleo de mercadorias e a mercadoriaindividual como sua expresso maissimples.

    Na arquitetura: a achada desconectadado programa, o edicio meramente

    cenogrco.

    No urbanismo: a cidade comomercadoria e como pea publicitria,empreendimentos comerciaise programas governamentaisdemaggicos.

    Reerncia visual: pop, cones visuais docotidiano, autonomia da imagem, coresberrantes, imagem sedutora.

    5.2

    Pstis, ou crena.

    Conhecimento das coisas sensveis:animais, homens, objetos.

    6.2

    Viso dos prprios homens e objetosreais, iluminados pelo ogo dentro da

    caverna.

    ... vindo a ser um deles libertado eobrigado imadiatamente a (...) olhar nadireo da luz (...). Como achas queresponderia a quem lhe armasse quetudo o que ele vira at ali no passava debrinquedo...?

    7.2

    Coisas sensveis, voltar o olhar sprprias coisas, primeiro passo do

    prisioneiro libertado das correntes.

    Negao do ponto 1, negao dasalegrias ilusrias e exposio dasprimeiras contradies da cidadecapitalista.

    Olhar mais atento multiplicidade deobjetos e sujeitos contraditrios quecompem a cidade.

    Olhar otogrco: trnsito, poluio,

    shopping centers, avelas, runas,trabalhadores, patres, (policiais,camels), mendigos, prostitutas...

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    5.3

    Dinoia, raciocnio analtico, cincias.

    Conhecimento inteligvel ainda apoiadoem hipteses extradas do mundosensvel.

    5.4

    Nesis, puro inteligvel, dialtica.

    Hipteses usadas como trampolins atserem superadas, atinge-se um princpio.

    6.3

    Mundo externo iluminado pelo sol.

    De incio perceberia mais acilmente assombras; ao depois, as imagens doshomens e dos outros objetos refetidosna gua; por ltimo, os objetos e, norasto deles, o que se encontra no cu e oprprio cu...

    6.4

    O prprio sol.

    Finalmente, segundo penso, tambm osol, no na gua ou sua imagem refetidaem qualquer parte, mas no lugar certo,poderia ver tal como mesmo.

    7.3

    Cincias, anlise quantitativa,estatsticas, grcos.

    Aproundamento do ponto 2, a cidadehoje como um caldeiro de contradies beira do colapso.

    Nesse momento o discurso mostra umasituao aparentemente sem sada, aalncia das cidades mundiais, beirandoa negao da cidade.

    7.4

    Conceito de cidade.

    Negao dos pontos 1, 2 e 3. Negaoda cidade atual, mas tambm negaoda negao da cidade: cidade comocasa comum dos homens.

    Possibilidade de uma nova cidade almda luta de classes e da destruio danatureza, m da contradio cidade-campo, uma nova harmonia arte-indstria-natureza.

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    Desde o incio considerei que o primeiro momento devia serexplorado usando a publicidade mundo da imagem porexcelncia, e que o segundo devia usar como matria primaum trabalho otogrco autoral, um outro ensaio visual sobreSo Paulo. Essas duas leituras das cidade a da publicidade,que v a cidade como mercadoria e o leitor como consumidor,e a do otgrao-artista com seu olhar crtico e potico seriam deglutidas e re-montadas para construir o discursovisual estabelecido no roteiro.

    Assim estava pressuposto o uso da otomontagem, tcnica

    do dad e do construtivismo russo (e amplamente usada narevista Contravento), que permite criar imagens absurdas apartir da re-montagem da realidade (a imagem otogrca,aparentemente neutra e objetiva), tcnica por isso mesmomuitas vezes mais impactante que a prpria ilustrao.

    Para alar da alsa-imagem da cidade, procurei sobretudoanncios de jornal sobre empreendimentos imobilirios ecarros, alm de algumas experincias com classicados deimveis. Esse primeiro momento devia incorporar do universoda linguagem publicitria vulgar a saturao, o excesso decores e elementos, o brilho. Outro elemento importante nasexperincias oram as pessoas sorrindo, em geral usadas em

    fagrante contradio com os objetos que as acompanham.

    Reno aqui digitalizaes das colagens originais sem nenhumtratamento, embora a inteno no osse usar essas imagensbrutas para o produto nal.

    Desenho

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    Nas experincias para o segundo momento, predominou ouso da otograa da prpria cidade como paisagem (des)construda.

    Elegi como matria-prima a otograa de Cristiano Mascaro,pelo tema de seu trabalho (So Paulo, muitas vezes s asconstrues) e pelo olhar de otgrao-arquiteto, que escolheo ponto de vista da oto e a posio do sol (horrio) de orma acriar conuses entre plano e espao, sombra e realidade.

    Minha interveno nas colagens muitas vezes se resumia

    a desmontar a perspectiva de uma otograa e remont-lainvertendo orientaes e posies dos edicios apenasacentuando o absurdo do real.

    Fiz algumas experincias com pessoas isoladas vagandonessa paisagem melanclica, mas a entrada em cena dapopulao da cidade ez mais sentido com imagens de jornalde um dia de caos no metr: massas compactas de homens emulheres, nibus, trens.

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    O terceiro e o quarto cartazes s se desenvolveram depois dosdois primeiros. Pela prpria analogia com a linha de Scrates,considerei que eles deviam ser mais abstratos.

    Antes de denir os dois ltimos cartazes, no entanto, voltei viso do conjunto para pensar o texto dos cartazes. Voltandoaos quatro pontos do roteiro, z alguns estudos de chamadas-sntese para cada um dos cartazes. Ao mesmo tempo,selecionei trechos dA Repblica para entrar nos cartazes eamarrar conceitualmente o conjunto.

    Para o terceiro cartaz, pesquisei algumas estatsticassobre So Paulo e mesmo sobre as cidades mundiais, econsiderei que a imagem mais orte seria simplesmente umademonstrao do crescimento assustador da cidade nosculo XX. Enquanto no tinha essa imagem, trabalhei aschamadas usando simplesmente uma mancha da cidade.

    Inicialmente considerei que o quarto cartaz como expressodo conceito, nvel do puro pensar devia ser apenastipogrco.

    Ainda em dvida sobre as chamadas qual delas, se vriasou se uma, etc. tomei a deciso sobre a tcnica e o ormato:

    os cartazes teriam ormato A0 (841 x 1189 mm) e seriamimpressos em serigraa.

    O ormato A0, origem de todos os ormatos DIN A, tem escalaapropriada para o ambiente urbano. um ormato bastantetradicional de cartaz na Europa, mas quase no visto noBrasil. Assim, imprimindo os cartazes no A0, o prprio ormatoseria coerente com a deesa do cartaz e da cidade.

    Apesar da resoluo limitada (que no um problema noormato A0), a serigraa produz um resultado excelente e vivel para baixas tiragens como a desse projeto. Caso se

    tratasse de uma tiragem maior, a opo provavelmente seriapela impresso em oset, que se tornaria mais econmica.

    O ormato, porm, causou uma srie de diculdadesadicionais: o mercado brasileiro no trabalha com papel emgrande ormato, os otolitos so menores que o A0 e a maioriados impressores de serigraa no tm mesas to grandes.Depois de estudar uma srie de possibilidades (inclusiveconstruir eu mesmo uma mesa de vcuo para imprimirserigraa em grande ormato), resolvi conar a impresso auma grca prossional.

    Decidi dierenciar os cartazes pelo uso da cor, mas ao mesmo

    tempo simplicar a produo (j bastante complexa peloormato), reduzindo cada cartaz a duas cores/telas, e depoisa uma nica tela. Para controlar o desenho do ponto, asimagens oram transormadas em 3 tons de cinza e depoistransormadas em bitmap.

    CHEIA DEALEGRIAS

    pscidade

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    DOLOROSA

    sub

    cidade

    anticidade

    QUASE

    MORTA

    casacomumdoshomens

    A CASACOMUM

    DOSHOMENS

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    Aqui (ltima verso antes da verso executada) remetendo scores das vanguardas construtivistas e do cinema de Jean-Luc Godard, o momento das alegrias ilusrias est em azul,o momento da dor em amarelo e a crise das cidades emvermelho. O momento do conceito puro est em branco, sesobrepondo soma dos trs cartazes anteriores.

    A essa altura, revi o texto do ltimo cartaz. Ao invs desimplesmente armar a casa comum dos homens conceitode cidade que vem diretamente dA Repblica, mas queparece quase utpico diante dos trs cartazes anteriores

    optei por comear com um texto mais transitrio/negativo, quepartisse da situao atual. Usei a sntese do ponto 71 da Cartade Atenas, de Le Corbusier: a cidade no responde mais sua uno, que abrigar os homens e abrig-los bem.

    Assim, o ltimo cartaz e o conceito de cidade exposto pelotrabalho acabou composto pela montagem de trs ontesdierentes: Le Corbusier, Plato e Trotsky.

    Na ltima verso dos cartazes (pp. 41-44), restringi aschamadas dos trs primeiros momentos cidade e aosprexos ps, sub e anti, sempre na mesma posio. Essasoluo sinttica avoreceu uma unidade ormal entre os

    trs primeiros cartazes, e exprime de orma clara o roteiroestabelecido.

    Ps-cidade tem a ambiguidade desejada, uma aparnciade alm da cidade, que depois se torna aqum: diluiops-moderna da cidade no mundo ilusrio das mercadorias.Sub-cidade remete claramente privao, a uma cidadeque no satisaz s necessidades dos homens, e anti-cidadeaparece como negao extrema da cidade, como uma cidadeque no mais cidade (o slogan tambm pode ser lido comocontra a cidade, ou abaixo a cidade, que tambm era umainterpretao desejada do terceiro momento).

    O primeiro cartaz voltou imagem da planta sobreposta amlia eliz, que havia sido abandonada nos ltimos ensaiospela imagem do brinde. A imagem nal se vincula mais aodiscurso sobre a cidade, ocando, dentro do prprio universodo mercado e da publicidade, na construo e na habitao.

    O segundo cartaz oi a re-montagem de um dos ensaios,de orma a saturar mais a pgina, diminuir a quantidade debranco, e tirar o cho da cidade, deixando-a duplamenteorientada, sem p nem cabea.

    No terceiro cartaz, a eetividade da leitura da mancha chapada

    como cidade vem do destaque dado aos rios Tiet, Pinheirose Tamanduate como estruturadores da cidade de So Paulo.No momento da morte da cidade, um anncio do prximomomento, uma homenagem aos arquitetos e aos seus belosdesgnios.

    O grid que recebe todos os textos nos quatro cartazes oidenido em uno do ltimo cartaz, puramente tipogrco,dividido em 11 linhas posicionadas na pgina de orma aigualar a distncia visual da primeira e da ltima linhas smargens.

    A opo pela onte Helvetica com entre-letras condensado(a tipograa tpica do design grco moderno) e pelo usosomente das minsculas (um ideal ecnomico e anti-autoritriooriginado na Bauhaus) remete ao modernismo como reernciaundamental do trabalho, e contrape a limpeza extrema da

    tipograa s imagens, mais ruidosas.

    Os trs tamanhos de onte utilizados oram denidos comcritrios semelhantes ao do cartaz do Experimental Jetsetmostrado na pgina 13: o tipo devia ser o maior possveldentro dos limites impostos pelo ormato. Isso signicou levara palavra cidade at a margem da direita nos trs primeiroscartazes, e azer o mesmo com a linha no responde noltimo.

    O uso das cores para dierenciar os cartazes oi mantido,mas as cores oram revistas para dar mais signicado a essadierena. Para o primeiro momento oi escolhido o prata, pelo

    brilho e pela conotao luxuosa. O segundo momento couem cinza, um apagar do brilho na rotina dolorosa da cidade emrunas. O terceiro momento, momento da anlise quantitativado caos urbano aparentemente sem sada, cou como umagrande mancha negra. O quarto momento negao danegao da cidade, deesa da casa comum dos homens eolhar para o uturo vermelho.

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    pscidade

    shopping

    cheia deale rias

    sub cidade

    runas

    dolorosa

    anti cidade

    runas+shopping

    quase morta

    anti cidade

    runas+shopping

    quase morta

    casa

    comumdoshomens

    no respondemais suafuno

    a casacomum doshomens

    temporriamas apontao futuro

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    Pela pesquisa sobre a linguagem, como refexo crtica sobrea cidade e como experimentao grca, esse trabalho uma continuidade da minha trajetria na FAU, particularmenteda Contravento e dos desdobramentos da pesquisa e daproduo da revista nos trabalhos diretamente acadmicos.

    Pelo seu prprio contedo um desvelamento dialtico doconceito de cidade a partir da imagem da cidade presente epelo resultado potico, o trabalho pode ser compreendidocomo sntese e concluso dessa trajetria na graduao.

    No entanto, as questes aqui levantadas permanecem emgrande parte em aberto.

    A pesquisa sobre a linguagem no TFG 1 permaneceu muitoincompleta e poderia ser desenvolvida em vrias direes.A obra de Roman Jackobson poderia ser estudada maisextensamente, compreendendo desde suas posies iniciaiscomo membro da escola ormalista russa at a relao como estruturalismo e seus ltimos trabalhos nos EUA. Outrapossibilidade de desenvolvimento, mais ligada linguagemvisual, seria a partir de Ernest Fenollosa, Ezra Pound e daescrita chinesa.

    O mais interessante, no entanto, talvez osse aproximar asduas pesquisas realizadas, que permaneceram ainda distantesuma da outra. Nesse sentido, caberia uma investigao sobreo dilogo Crtilo de Plato, citado por Jakobson por tratarjustamente da linguagem. Fica tambm a lacuna de umarefexo sobre a prpria orma dilogo usada por Plato esobre sua relao com a exposio dos conceitos loscos questo tratada no Livro I da Tetralogia de Benoit.

    Compreendo, dessa orma, que embora tenha cumprido seuobjetivo como produto grco e concluso da graduao,o trabalho deixa abertas algumas perspectivas de

    desenvolvimento terico, que poderiam ser exploradas nouturo prximo.

    Concluso temporria

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    Bibliografa

    BENOIT, Hector. Tetralogia dramtica do pensar. Campinas:Unicamp, 2004. 4 v. Tese (Livre-docncia em Filosoa) Instituto de losoa e cincias humanas, Universidade estadualde Campinas, Campinas, 2004.

    BROCKMANN, Jose Mller; BROCKMANN, Shizuko Mller.History o the poster. Londres: Phaidon, 2004.

    CAMPOS, Haroldo de. Ideograma, anagrama, diagrama: umaleitura de Fenollosa. In: Ideograma: lgica, poesia, linguagem.So Paulo: Cultrix, 1977. pp. 9114.

    CONTRAVENTO. So Paulo: GFAU, 2004-2010.

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    para semelhantegente a verdadeconsistiriaapenas nasombra dosobjetos

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    vindo a ser umdeles libertadoe obrigado aolhar na direoda luz, comoachas queresponderia a

    quem afirmasseque tudo o queele vira at alino passava debrinquedo?

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    19002000

    de incioperceberia maisfacilmente assombras; depoisas imagensrefletidas nagua; por ltimo,os objetos e, norasto deles, oque se encontrano cu e oprprio cu.

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