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Programa de Inovao TecnolgicaCmara Brasileira da Indstria da Construo - CBIC Paulo Safady Simo (Presidente da CBIC) Jos Carlos Martins (Vice Presidente da CBIC) Sarkis Nabi Curi (Presidente da COMAT/CBIC) Gergia Grace Bernardes (Assessora Tcnica da CBIC)

Projeto Capacitao para a InovaoSindicato da Indstria da Construo do Estado da Bahia - SINDUSCON-BA Carlos Alberto Vieira Lima (Presidente do SINDUSCON-BA) Vicente Mrio Visco Mattos (Coordenador do Projeto de Capacitao para a Inovao) Dayana Bastos Costa (Assessora Tcnica) Membros Integrantes Alexandre Pedral Alexandre Landim Ana Gabriela Saraiva Andr Basto Armando Neto Eliomar Matos Francisco Braga Hugo Santos Igo Alves Conceio Litelton Pires Lcia Mascarenhas Luiz Augusto Oliveira Madalena Seixas Marcelo Rios Marcos Galindo Nelson Mesquita Patrcia Evangelista Reinaldo Ramos Sandra Valente Sande Tatiana Dumet Tatiana Ferraz

Elaborao de Casos de Inovao na Construo CivilUniversidade Federal da Bahia-UFBA Prof. Dayana Bastos Costa (Coordenao) Alunos Participantes rtano Silva Santos Fernando Nunes Carneiro Rios Karla Rodrigues Duarte Victor Benevides Schirmer

SALVADOR/BA - AGOSTO 2011

Apresentao

Programa de Inovao Tecnolgica - PITO setor de construo civil vem passando por significativas transformaes nos ltimos anos. O ingresso de construtoras e incorporadoras no mercado financeiro, com elevado aporte de recursos no setor, a facilidade de acesso ao crdito, o Programa de Acelerao do Crescimento, o Programa Minha Casa Minha Vida do Governo Federal deram um novo flego para o setor que experimenta um crescimento significativo. Este crescimento vem acompanhado de uma mudana de caracterstica no setor de edificaes. O aumento de escala levou concepo de empreendimentos de maior porte. A necessidade de construir em prazos mais curtos para viabilizar custos dos segmentos econmicos levou mudana nas tecnologias construtivas. Esse contexto tem conduzido as empresas ao desenvolvimento de inovaes ou incorporao das inovaes propostas por outros agentes da cadeia produtiva como projetistas e a indstria de materiais.

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Projeto de Capacitao para a Inovao CADERNO DE CASOS DE INOVAO NA CONSTRUO CIVIL

ApresentaoNeste contexto, a CBIC - Cmara Brasileira da Indstria da Construo, atenta necessidade de incorporao de inovaes tecnolgicas no setor, est coordenando o PIT - Programa Inovao Tecnolgica cujo objetivo estudar, analisar e definir diretrizes para o desenvolvimento, difuso e avaliao de inovaes tecnolgicas na construo civil brasileira. Este programa composto por nove projetos com a responsabilidade de diferentes entidades setoriais e universidade, conforme listados a seguir: Tributao compatvel com a Industrializao e Inovao Viablizao do SiNAT/PBQP-H Viabilizao da Inovao em Obras Pblicas Cdigo de Obras Nacional Difuso da Inovao Capacitao para a Inovao Cincia & Tecnologia para a Inovao na Construo Conhecimento para a Inovao Coordenao Modular Este programa entende que inovaes tecnolgicas compreendem as implantaes de produtos e processos tecnologicamente novos e substanciais melhorias tecnolgicas em produtos e processos (OECD - Organizao para Cooperao Econmica e Desenvolvimento, 20041). Segundo a OECD (2004), uma inovao considerada implantada se tiver sido introduzida no mercado (inovao de produto) ou usada no processo de produo (inovao de processo).

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Organizao para Cooperao Econmica e Desenvolvimento - OECD. Manual de Oslo: Proposta de Diretrizes para Coleta e Interpretao de Dados sobre Inovao Tecnolgica. Rio de Janeiro: FINEP, 2004

CADERNO DE CASOS DE INOVAO NA CONSTRUO CIVIL Projeto de Capacitao para a Inovao

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Capacitao para a Inovao TecnolgicaDentre os projetos do PIT um deles est voltado capacitao para a inovao, sendo coordenado pelo Sindicato da Indstria da Construo do Estado da Bahia (SINDUSCON-BA). Este projeto visa capacitar o setor da construo civil para uma maior efetividade na implementao de produtos, processos, mtodos e prticas novos e significativamente melhorados, tendo os seguintes objetivos especficos: coletar e divulgar casos de sucessos na adoo de prticas inovadoras nos nveis empresarial, gerencial e tcnico, visando explicitar os potenciais ganhos decorrentes da inovao; catalogar e analisar cursos e treinamentos em gesto da inovao na construo civil e desenvolver programas especficos para atender necessidades no cobertas pelos cursos e treinamentos existentes; firmar parceria com indstrias e/ou associaes de fabricantes de materiais e equipamentos para a capacitao tcnica-operacional dos profissionais no uso de materiais e prticas inovadoras; sensibilizar e, eventualmente, capacitar empresrios, projetistas, contratantes, incorporadores, fornecedores e formadores de opinio com a finalidade de valorizar a inovao na construo. Para o seu desenvolvimento e execuo, o SINDUSCON-BA articulou parcerias com empresas construtoras do Estado da Bahia (Concreta, Odebrecht, Chroma, Conie, OAS e Sertenge), universidades (Universidade Federal da Bahia - UFBA e Universidade do Estado da Bahia - UNEB) e entidades fomentadoras de aprendizagem (Servio Nacional de Aprendizagem Industrial da Bahia SENAI-BA, Servio Brasileiro de Apoio a Micro e Pequenas Empresas - SEBRAE, Instituto Euvaldo Lodi - IEL), representantes de fabricantes (ABCP-BA) e a Comunidade da Construo-Bahia.

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Apresentao

Casos de Inovao na Construo CivilBuscando contribuir para a capacitao dos profissionais da construo civil, assim como estimular o uso de prticas inovadoras pelo setor, o Departamento de Construo e Estrutura da Escola Politcnica da UFBA ficou responsvel por catalogar e estruturar casos de sucesso inovadores na construo civil nos nveis empresarial, gerencial e tcnico, visando ampla disseminao destas inovaes para as empresas de construo e seus agentes intervenientes. A pesquisa envolveu o levantamento de boas prticas inovadoras; a definio da estrutura de coleta de casos inovadores; a coleta e estruturao de casos inovadores; bem como, validao e disponibilizao dos casos. Ao longo da pesquisa foram identificadas inovaes de produto, de processo, organizacionais e de marketing, conforme as definies estabelecidas no Relatrio do Programa de Inovao Tecnolgica2 , seguindo os conceitos do Manual de Oslo3: inovaes de produto: inovaes no produto do edifcio ou em um ou mais de seus subsistemas, componentes ou materiais; inovaes de processo: inovaes no processo de produo dos edifcios, que podem ser obtidas a partir de inovaes em produtos intermedirios como tipos de subsistemas, componentes ou materiais que tem impacto no processo; inovaes organizacionais: afetam a organizao das empresas do setor e seus processos no diretamente relacionados produo como implementao de softwares, criao de novos mtodos para processos como planejamento, oramento e projeto. inovaes de marketing: se referem a novas formas de relacionamento com os clientes, promoo dos produtos e comunicao com o mercado.

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Relatrio de pesquisa Programa de Inovao Tecnolgica, 2008. Disponvel em: Acesso: 12 abr. 2011. Organizao para Cooperao Econmica e Desenvolvimento - OECD. Manual de Oslo: Proposta de Diretrizes para Coleta e Interpretao de Dados sobre Inovao Tecnolgica. Rio de Janeiro: FINEP, 2004.

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Em 2010 foram elaborados sete casos de inovao, coletados em nvel nacional, conforme mostra a figura abaixo, e que esto disponibilizados no site www.pit.org.br.

CASoS elABorADoSCaso Construo enxuta - C. Rolim Caso Andon e Kanban - Fibra Engenharia

Caso Argamassa Projetada - OAS Caso Certificao AQUA - Syene Caso Paredes de Concreto - Sertenge Caso Formas metlicas - SH Formas Caso Bim - Matec Engenharia

mapa com os Casos elaborados

A principal contribuio desse trabalho consistiu no estabelecimento de uma rede para coleta de informaes sobre as prticas inovadoras, dando incio criao de um banco de dados de casos inovadores. Isto vem possibilitando a disponibilizao das informaes coletadas e desenvolvimento do aprendizado sobre a inovao no setor da construo civil, principalmente nesse momento em que as empresas se deparam com a necessidade de desenvolver ou incorporar essas prticas, na busca por melhores resultados. indispensvel, no entanto, que essa coleta apresente uma continuidade, em nvel nacional, atravs do incentivo aos estudantes de universidades para a identificao e cadastramento de novos casos por meio, por exemplo, de atividades como trabalhos de concluso de cursos e de disciplinas voltadas construo civil. importante tambm que as empresas do setor se disponham a participar na ampliao da base de dados por meio da divulgao e validao das prticas adotadas, cadastrando novos casos, alm de proporem sugestes de melhorias das inovaes, no prprio site do Programa Inovao Tecnolgica. Neste sentido, espera-se que esta publicao possa estimular o conhecimento de processos e produtos inovadores na construo, estimulando o seu futuro uso.

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ndice ndice

Apresentao

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10 Paredes de ConcretoFrmas de Alumnio

18 Argamassa ProjetadaConstruo Enxuta

26 Andon e KanbanBuilding Information Modelling - BIM

38 Certificao AQUA

Programa de Inovao Tecnolgica - PIT

Casos de Inovao

Paredes de Concreto

FICHA TCNICA

Data da implementao: Agosto/2010 Abril/2011 empresa: Sertenge gerente de obras: Rubens Castro Planejamento e oramento: Francisco Braga Produo: Carlos Vincius Seixas

IntroduoO processo construtivo de paredes de concreto um mtodo de construo racionalizado que oferece produtividade, qualidade e economia de escala. O sistema possibilita a construo de casas trreas, assobradadas, edifcios de at cinco pavimentos padro, edifcios de oito pavimentos padro com esforos de compresso de at 30 pavimentos padro e com mais de 30 pavimentos considerados casos especiais e especficos.

O EmpreendimentoA Sertenge procurou fazer pesquisas para escolha do sistema construtivo que melhor atendesse s suas necessidades. A seguir so apresentados os principais motivos para escolha deste sistema construtivo: processo racionalizado, permitindo a reduo de desperdcios de materiais, mantendo ainda uma condio adequada de trabalho no canteiro; por ser mono portvel, no h a necessidade de gruas ou guindastes, reduzindo custos com equipamentos; as paredes de concreto devido ao seu acabamento no necessitam de camada de revestimento de argamassa, ou apenas um revestimento de pequena espessura.

Fonte: Sertenge

Posicionamento das telas

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Paredes de ConcretoProcesso ConstrutivoO sistema com Paredes de Concreto tem como principal caracterstica a moldagem in loco dos elementos estruturais (a estrutura e a vedao), sendo os mesmos concretados em uma nica etapa. Os eletrodutos e, em alguns casos, as tubulaes hidrulicas j esto embutidas nas paredes e lajes. Com relao s caractersticas dos materiais, as frmas adotadas so metlicas com alkus, tendo sido projetadas Frmas e instalaes eltricas montadas e desenvolvidas por fabricante nacional para metade de um pavimento tipo. Alm disso, os materiais utilizados apresentam as caractersticas a seguir. Alta resistncia inicial, permitindo a desforma. Nas paredes: 3 MPa. Nas lajes: 3 MPa. Fibras de polipropileno no concreto das paredes para evitar fissuras por retrao (300 g/m) e uso de aditivo plastificante polifuncional. Tela eletrosoldada como armadura. Necessidade de uso das formas em pelo menos 2.000 unidades com prazo superior a 3 anos para viabilidade econmica. Uso de desmoldante a base de leo vegetal.Fonte: Sertenge

Fonte: Sertenge

Resultados QuantitativosCom relao produtividade do sistema, o mtodo construtivo permite que a modulao de 2 apartamentos a cada 2 dias. A Sertenge poderia aumentar essa produtividade para 2 apartamento por dia, no entanto o nmero da equipe aumentaria em 50%. Sendo assim, segue a seqncia construtiva utilizada no pavimento para ilustrar o tempo de ciclo de produo. 1 dia: armaes, instalaes eltricas e hidrulicas das paredes e colocao das frmas e escoramento da laje de paredes em 50% do pavimento, correspondendo a dois apartamentos.Concretagem geral do pavimento

2 dia: reviso geral, fixao de grampos, conferncia de ferragens, espaadores, instalaes eltricas e hidrulicas das lajes e concretagem.

No dia seguinte aps a concretagem, realizada a desforma, raspagem e lixamento manual ou mecanizado e cura qumica.CADERNO DE CASOS DE INOVAO NA CONSTRUO CIVIL Projeto de Capacitao para a Inovao

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Com relao produtividade por servios, os resultados alcanados so: ndice mdio de forma: 0,35Hh/m; ndice mdio de armao: 0,03Hh/kg; ndice mdio de concretagem: 0,20Hh/m. Com relao ao prazo: construo de 100 unidades e infraestrutura completa em 9 meses.operrio realizando cura qumica

Resultados QualitativosProcesso racionalizado, o que permitiu a reduo de desperdcios de materiais, mantendo ainda uma condio adequada de trabalho no canteiro. Pelo fato de ser mono portvel, no h necessidade de gruas ou guindastes, reduzindo custos com equipamentos. As paredes de concreto devido ao seu acabamento no necessitam de camada de revestimento de argamassa, ou apenas um revestimento de pequena espessura. Melhores condies de conforto trmico quando comparado com o sistema com blocos de concreto para o clima quente.

Cuidados no UsoNecessidade de foco na logstica, planejamento e controle da produo, devido aos ciclos de produo pr-estabelecidos e para o cumprimento de prazos. A viabilidade do processo depende da reutilizao continuada das formas, devido ao alto investimento inicial, e da velocidade de execuo. Reduo na flexibilidade de layout arquitetnico devido padronizao das frmas utilizadas.

OUTRAS FONTES DE INFORMAOColetnea de ativos da Associao Brasileira de Cimento Portland www.comunidadedaconstruo.com. br

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Fonte: Sertenge

Frmas de Alumnio

FICHA TCNICA

Data da implementao: Janeiro/2010 empresa: SH Frmas lder: Gustavo Marin Sandoval

IntroduoA necessidade de produzir unidades habitacionais em menos tempo, com mais qualidade e menor custo desencadeou o movimento de industrializao dos processos construtivos em obra.

Fonte: Sh FrmAS

Armazenamento de frmas de alumnio para paredes de concreto

Para tornar vivel o processo, houve uma busca por alternativas construtivas que favorecessem um maior nmero de repeties das unidades, o que garantiu uma maior produtividade e qualidade pela aprendizagem do processo construtivo, reduzindo custos. Uma das alternativas encontradas foi a execuo da estrutura em paredes de concreto com o uso de frmas de alumnio. As frmas so responsveis pela geometria das estruturas de concreto e a qualidade de sua execuo tais como o prumo, o nvel, o esquadro e o alinhamento das paredes. A utilizao de frmas de alumnio para paredes de concreto propicia ao construtor a possibilidade de executar empreendimentos de grande porte com menores prazos de entrega, competitividade, desempenho tcnico adequado e uma boa qualidade final.

Sistema ConstrutivoAs frmas de alumnio da SH formam um sistema composto por painis fabricados com perfis especiais de alumnio e forrados com placas de alumnio. So durveis (em mdia 1.000 utilizaes), leves e no possuem rebites, emendas ou marcas na face que faz contato com o concreto, o que garante um acabamento adequado.

VANTAGENSAs construtoras podem absorver um maior volume de obras. Possibilita maior produtividade na execuo das paredes. Mantm a obra mais limpa e o estoque mais organizado e fcil de ser controlado. A mo de obra no precisa ser especializada.

DESVANTAGENSO uso das frmas de alumnio s viabilizado em empreendimentos com muitas unidades a serem executadas repetitivamente.

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Frmas de AlumnioResultados QuantitativosConsumo de concreto de 0,275 m por m de rea construda, enquanto que no sistema convencional (pilar viga) o consumo de concreto de 0,3m por m de rea construda. Reduo no custo de produo da superestrutura em 10%, em relao ao sistema de alvenaria estrutural, quando construdas grandes quantidades de unidades repetitivas. Devido ao uso das frmas de alumnio a mo de obra: ter produtividade entre 0,30 e 0,40 hh/m na execuo da frma, a depender da tipologia; ter uma reduo no custo em aproximadamente 50% em relao ao sistema convencional.Fonte: Sh FrmAS

Resultados QualitativosLajes e paredes so concretadas simultaneamente, resultando em uma nica concretagem a cada ciclo. Reduo do consumo de madeira em obra. Reduo na quantidade de entulho produzido em obra. Menores custos financeiros, em funo da diminuio do tempo de entrega dos empreendimentos. Reduo do consumo de prego e arame na execuo das frmas, em funo das peas de fixao das frmas serem especficas e reaproveitveis pelo nmero de reutilizaes da frma. Oferecem entre 500 a 1.500 reutilizaes, em funo da manuteno. Reduo dos custos indiretos, em funo da reduo do tempo de execuo da obra. O tempo de execuo da obra reduzido para menos da metade, em comparao com o sistema tradicional

As frmas de alumnio da Sh vm com suporte para guarda-corpo

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Fonte: Sh FrmAS

A aplicao do desmoldante deve ocorrer antes de cada concretagem As frmas para laje so preparadas para encaixe das escoras

Cuidados no UsoPara evitar retrabalhos, deve-se ter ateno montagem das frmas. Necessidade de foco na logstica, planejamento e controle da produo, para um melhor aproveitamento do sistema e cumprimento de prazos. A viabilidade do processo depende da reutilizao continuada das frmas e da velocidade de execuo. Os locais de armazenamento das frmas devem ser seguros e iluminados para evitar perdas ou roubo de peas, devido ao custo de fabricao das frmas. Os desmoldantes devem ser aplicados a cada concretagem para garantir a durabilidade das frmas. Deve ser feito um inventrio das peas assim que as frmas cheguem obra.

OUTRAS FONTES DE INFORMAORevista Tchne. Acesso em: 23/03/2011 - Disponvel em: http://www.revistatechne.com.br/engenharia-civil/96/imprime32877.asp http://www.revistatechne.com.br/engenharia-civil/118/artigo40292-1.asp http://www.revistatechne.com.br/engenharia-civil/118/artigo40297-1.asp

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Fonte: Sh FrmAS

Argamassa Projetada

FICHA TCNICA

Projeto / obra: Citt Itapoan rea construda: 14.793,58 m Data de implementao: 12/2007 empresa: OAS e FIT Residencial engenheiro de Produo: Mrcio Furtado e Filipe Lopes gerentes de Contrato: Fbio do Vale / Rodrigo Farias

IntroduoA argamassa projetada um sistema que consiste na aplicao de argamassa atravs de projetores. Por proporcionar maior produtividade e menor variabilidade do revestimento, a utilizao de equipamentos de projeo tem sido bem aceita pelas construtoras. No mercado brasileiro existem dois tipos de projetores: por bombas e por spray de ar comprimido com recipiente acoplado, popularmente conhecido como canequinha. A projeo por bomba uma tecnologia, que permite um fluxo continuo de projeo, garantindo maior qualidade e produtividade por aplicao. Entretanto, este mtodo necessita de argamassas especiais. J a projeo por canequinha um mtodo mais simples. Tem como vantagens um menor custo, a facilidade de uso e o treinamento mais rpido da mo de obra. Alm disso, apresenta riscos menores de entupimento e dispensa o uso de argamassas especiais. importante ressaltar que a implementao e uso dos conceitos e resultados apresentados dependem do contexto de cada empresa.Fonte: oAS

O EmpreendimentoO empreendimento tem um conceito de criao de um Condomnioclube localizado em Itapoan, composto por 3 torres com 16 pavimentos e uma torre com 15 pavimentos. Buscando reduzir custos e prazos, a OAS FIT Residencial pesquisou um sistema construtivo que melhor atendesse s suas necessidades.empreendimento

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Argamassa ProjetadaSistema ConstrutivoUma das solues estudadas a argamassa projetada por sistema de bombeamento, que foi selecionada pelos seguintes motivos: diminuio da interferncia humana; processo racionalizado, permitindo a reduo de desperdcios de materiais, mantendo ainda uma condio adequada de trabalho no canteiro; reduo de prazo para execuo do revestimento interno e externo.Aparelho de ProjeoFonte: oAS

Resultados QuantitativosA seguir so apresentados alguns dados da obra estudada. rea revestida: revestimento interno: 61.740 m. revestimento externo: 22.000 m. Com relao produtividade No empreendimento estudado, foi utilizada uma equipe de cinco pedreiros e um operador na projeo executando de 160 a 180 m de revestimento por dia (tanto interno quanto externo), contabilizando uma produtividade entre 32 e 36 m / pedreiro por dia. No lanamento manual, a produtividade varia entre 10 e 15 m / pedreiro por dia. Com relao ao consumo de materiais: Argamassa de cimento industrializada: 18,00 kg /m2 /cm de espessura. Argamassa de cimento produzida na obra: 18,95 kg / m / cm de espessura Com relao s caractersticas dos materiais: Resistncia da argamassa compresso: Interna:7MPa. Externa:9a10MPa Composio da argamassa produzida na obra: Cimento,areiaeaditivoincorporadordear.

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Resultados QualitativosDevido ao seu processo mecnico fornece uma melhor qualidade de revestimento, uma vez que a energia de lanamento da massa uniforme. A projeo reduz a quantidade de ar no processo, diminuindo a sua porosidade.Fonte: oAS

Projeo externa

Fonte: ePUFBA

Projeo interna

Cuidados no UsoAlta rotatividade de mo de obra, provocando descontinuidade do aprendizado. Necessidade de treinamento intensivo para a formao da mo de obra. Dependendo do tamanho do equipamento, existe dificuldade no deslocamento da mquina entre pavimentos. Necessidade de foco na logstica, planejamento e controle da produo para um melhor aproveitamento do sistema e cumprimento de prazos. Manuteno peridica do equipamento evitando paradas por entupimento, atrasando o servio.

OUTRAS FONTES DE INFORMAORevista Tchne. Acesso em: 29/09/2010 - Disponvel em: www.revistatechne.com.br/engenharia-civil/158/revestimento-174087-1.asp www.revistatechne.com.br/engenharia-civil/145/artigo-producao-de-revestimento-deargamassa-com-bombas-de-131696-1.asp

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Construo Enxuta

FICHA TCNICA

empresa: C. Rolim Engenharia Data de implementao das prticas: Desde 01/2004 Responsvel: Engenheiro Marcos Novaes - Diretor Tcnico Contato: [email protected]

Fonte: ePUFBA

estoque tipo supermercado

IntroduoO termo Construo Enxuta vem sendo usado, desde 1993, pelo International Group for Lean Construction, referindo-se aplicao de tticas do sistema de Produo Enxuta no setor da construo civil. A produo enxuta pode ser entendida como um termo genrico para definir o Sistema Toyota de Produo, o qual se baseia no Total Quality Management e Just in Time. A construo enxuta tem trs objetivos principais: a entrega do produto, a maximizao do valor e a reduo do desperdcio. Assim, prope uma melhor organizao do processo, eliminando a mo de obra ociosa e otimizando os recursos disponveis. Essa nova filosofia de produo entende os processos como a interao de atividades de converso e de fluxo, devendo as primeiras serem otimizadas e as de fluxo minimizadas, ou eliminadas, quando possvel. A introduo dos princpios da construo enxuta na C. Rolim se deu atravs da atualizao e da inovao nos seguintes passos: anlise de viabilidade dos empreendimentos; gerao de valor para o cliente; desenvolvimento do produto; planejamento e controle da produo; produo; entrega da obra / retroalimentao (Feedback).

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Construo EnxutaPrticas Lean na EmpresaANDONDispositivo para sinalizar e permitir a interrupo do trabalho quando no existirem condies propcias para sua realizao.Fonte: ePUFBA

KANBANCartes que sinalizam ordens de produo ou de fornecimento de insumos para a produo.Fonte: ePUFBA

Andon

KAIZENMelhoria contnua de produtos e processos, geralmente envolvendo pequenos investimentos em termos de mo de obra e recursos de capital, mas executada de forma permanente ao longo do tempo.

TRANSPARNCIA DOS PROCESSOSHabilidade que um processo de produo possui em comunicar informao til ao ser humano.

ESTOQUE TIPO SUPERMERCADOLocal fsico onde so depositados os materiais ou produtos em processo, proporcionando ampla viso e acesso aos mesmos.

VALORIZAO HUMANA indispensvel para que um sistema de produo seja considerado enxuto e que a mo de obra possa expressar seu conforto com as condies de trabalho, as relaes trabalhistas e suas perspectivas como empregados da empresa.Kanban

Fonte: ePUFBA

Quadro Percentual de Planejamento Cumprido

Fonte: C. rolim

Programa de Alfabetizao nos canteiros

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Resultados QuantitativosReduo de 4% do custo direto. Aumento de 20% do lucro. Reduo do custo com manuteno de 1% para cada 0,75% do custo direto. Minimizao de distncias entre armazenamento de materiais e locais de aplicao (fluxos fsicos) em cerca de 70%. Reduo do efetivo em obra em 25%. Reduo de retrabalhos e desperdcios de materiais Ex: Indicador de resduos (reduo na altura de resduos de 13 para 7,5 cm/m). Terminalidade (melhorias no controle dos processos) Ex: PPC MDIO: 80%.

Resultados QualitativosEvoluo da era das ferramentas lean para a era da cultura lean consolidada e dos sistemas lean de gesto (Lean Office). O papel central da liderana lean em todos os nveis de organizao, desde a alta gerncia at os nveis de equipes de trabalho. A importncia da definio clara do propsito e da viso futura da empresa (hoskin) e da articulao da transformao lean com os requisitos do negcio. Evoluo tecnolgica atravs de intercmbio contnuo e crescente com a Academia e Instituies de Pesquisa e Ensino. Implementao de dispositivos simples (andon e kanban) para melhoria do processo. Mensurao de indicadores relacionados Filosofia Lean. Aumento da capacidade do sistema produtivo Ex: Ed. Tragaluz. Aumento da eficincia dos processos Ex: Lean Office. Reduo das interrupes no fluxo dos processos (andon). Definio da melhor seqncia dos processos. Melhorias na coordenao das etapas em obra. Reduo dos custos com mo de obra X aumento dos salrios.

OUTRAS FONTES DE INFORMAOISATTO, E.L.; et al. Lean Construction: diretrizes e ferramentas para o controle de perdas na construo civil. Porto Alegre, SEBRAE/RS, 2000.

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Andon e Kanban

FICHA TCNICA

empresa: Fibra Engenharia Data de implementao das prticas: Desde Dezembro de 2003 responsvel: Eng Francisco Eugnio Montenegro da Rocha Diretor-Presidente da Empresa Contato: [email protected]

Fonte: ePUFBA

Detalhe do dispositivo

Fonte: ePUFBA

Porta Kanban

IntroduoOs dois pilares do Sistema Toyota de Produo so o just-in-time e a automao com toque humano, ou autonomao. Assim, duas importantes ferramentas nesse novo modo de produo so o Andon e o Kanban. Sendo a Construo Enxuta a aplicao de tticas da Produo Enxuta (termo genrico que se refere ao modo de produo do Sistema Toyota de Produo) na construo civil, esses dispositivos tambm so relevantes na busca pela reduo dos desperdcios na construo. Tradicionalmente utilizado na indstria manufatureira, o Andon um dispositivo de controle visual sob a forma de um quadro, que possibilita acompanhar o andamento dos processos de trabalho, informando sobre possveis problemas e pedidos de interveno. O Andon, termo em japons que significa lmpada, ao identificar as falhas ocorridas, permite que as devidas providncias sejam tomadas, evitando-se novos erros e otimizando o processo produtivo (melhoria contnua). O Kanban, cujo significado carto, pode ser entendido como um intercmbio de informaes sobre a produo e o transporte de itens, atravs de cartes preenchidos com dados sobre essas aes. importante ressaltar que a implementao e uso dos conceitos e resultados apresentados dependem do contexto de cada empresa.

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Andon e KanbanO Andon na EmpresaFonte: FiBrA engenhAriA

Nas obras da Fibra Engenharia, o Andon funciona atravs do controle, por parte dos operrios, de um interruptor de trs sees que acendem lmpadas em um quadro localizado na sala da administrao da obra. Cada seo do interruptor apresenta uma cor diferente a qual representa o andamento do trabalho que est sendo realizado por uma determinada equipe.Acionamento do Andon

A cor verde indica que o servio est sendo realizado normalmente. A cor amarela indica a existncia de algum problema que pode ocasionar a parada da produo e a vermelha representa a parada da equipe por falta de condies de realizar o trabalho. Esses interruptores so localizados em cada pavimento da obra, possibilitando administrao fcil comunicao com as equipes de trabalho e identificao das falhas ocorridas, proporcionando agilidade na busca por solues. Cada equipe ao iniciar seu trabalho deve acionar a seo do interruptor correspondente ao seu status e toda vez que houver alguma mudana de cor, uma campainha (localizada prxima ao Andon) deve ser tocada, chamando a ateno para o ocorrido. No caso do acionamento da luz amarela o engenheiro ou mestre de obras tem at 30 minutos para solucionar o problema, caso contrrio, a luz amarela substituda pela vermelha. Alm dos Andons dispostos em cada pavimento, a Fibra utiliza os Andons de sinalizao para controlar visualmente a quantidade dos principais materiais da obra. Os Andons de sinalizao tambm empregam a variao de cores para identificar as diferentes disponibilidades dos materiais. A cor verde identifica os materiais Quadro localizado na administrao que apresentam quantidade da obra superior mnima necessria. A amarela indica quantidade igual ou inferior quantidade mnima. A cor vermelha informa a falta do material.Andons de sinalizaoFonte: ePUFBA Fonte: ePUFBA

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O Kanban na EmpresaAplicados construo civil, os Kanbans podem ser divididos em: Kanbans de produo e transporte e os de transporte propriamente dito. Os primeiros se relacionam aos traos da argamassa; e os de transporte, aos materiais que no so produzidos na obra, como tijolos, vergas e cermica.Fonte: FiBrA engenhAriA

Fonte: ePUFBA

Caixa de Kanbans na administrao da obra

Distribuio dos Kanbans para as equipes de trabalho

Kanbans de ArgamassaConfeccionados em papel duplex de diversas cores e plastificados para garantir sua durabilidade, neles constam as informaes: quantidade do trao, nome do tipo de argamassa (que est relacionado cor do papel), etiqueta com o pavimento de destino e etiqueta com o horrio de entrega.Kanbans de argamassaFonte: ePUFBA

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Andon e KanbanKanbans de TransporteConfeccionados com papel sulfite, eles tambm so plastificados, mas sem diferenciao de cores, sendo todos na cor branca. Neles constam a quantidade, material e unidade, etiqueta com o pavimento de destino e desenho do material correspondente. Os operrios so divididos em equipes de trabalho, as quais no incio de cada etapa recebem seus respectivos Kanbans. O nmero de Kanbans por equipe se baseia na quantidade de material necessria para a realizao do trabalho, sendo de responsabilidade da mo de obra o seu controle, de modo que no haja desperdcio nem falta de insumos durante todo o servio. Para a aquisio dos materiais, os Kanbans devem ser colocados no porta-kanban, segundo os prazos estabelecidos pela empresa. No caso da argamassa fica estabelecido que os pedidos para o perodo da manh devem ser feitos na tarde do dia anterior e os pedidos para o perodo da tarde, solicitados no intervalo do almoo.Fonte: ePUFBA

Kanbans de transporte

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Resultados Qualitativos com AndonMelhoria na comunicao da obra. Preveno de paradas na produo. Promoo da autonomao (automao com toque humano). Identificao das falhas e alerta rapidamente sobre sua ocorrncia. Garante a estabilidade de produo (trabalho num ritmo constante e cadenciado). Ganho de produtividade. Auxilio na descoberta da causa-raiz dos problemas, uma vez que o acionamento das luzes amarelas e vermelhas propicia a busca de resposta aos 5 Porqus.

Resultados Qualitativos com KanbanReduo dos desperdcios, chegando a zerar as sobras de argamassa. Aumento da capacidade de resposta aos clientes. Maior participao e engajamento das pessoas, devido descentralizao do processo de decises. Autonomia da obra em termos de distribuio de material e argamassa. Reduo dos chamados em voz alta para a entrega dos suprimentos nos pavimentos. Eliminao da movimentao de pessoal pelas escadas para solicitar material. Ajuste dos estoques flutuao regular da demanda.

OUTRAS FONTES DE INFORMAOHEINECK, L. F. M. et al. Coletnea Edificar Lean construindo com o lean management. Fortaleza; Editora Expresso Grfica; 2009. V.1 101p. HEINECK, L. F. M. et al. Coletnea Edificar Lean construindo com o lean management. Fortaleza; Editora Expresso Grfica; 2009. V.2 55p.

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Building Information Modelling - BIM

FICHA TCNICA

empresa: Matec Engenharia Projeto: Data Center rea Construda: 8.000,00 m Data de implementao: Desde 2009 responsvel: Verena Arantes Balas Contato: [email protected]

Fonte: mAteC engenhAriA

Construo real

IntroduoBuilding Information Modeling (BIM) ou Modelagem de Informao da Construo a tecnologia que permite a representao de um projeto, atravs de um modelo virtual da edificao, utilizando objetos que simulam em forma e comportamento os elementos construtivos a serem empregados no ciclo de vida real da construo. Enquanto nos sistemas CAD (Computer Aided Design Desenho Assistido por Computador) os projetos so representados por objetos geomtricos, que nada informam sobre as reais caractersticas dos elementos desenhados, com a tecnologia BIM, as paredes, por exemplo, deixam de ser apenas duas linhas paralelas e passam a apresentar as informaes da parede real desejada, como: dimenses, materiais, finalidades, fabricantes, podendo ser agregadas at informaes sobre custos. O BIM uma nova forma de desenvolver e gerenciar projetos e as diversas disciplinas e interfaces. Essa nova maneira de projetar pressupe que todos os projetistas envolvidos trabalhem em um banco de dados nico, composto por informaes geomtricas (posio e dimenses) e atributos parametrizveis (materiais, finalidade, especificaes, fabricantes e preo), o que possibilita a identificao de interferncias entre os diversos projetos ainda na fase de concepo dos mesmos. Esta tecnologia possibilita uma anlise profunda do empreendimento, uma vez que o mesmo construdo virtualmente antes de sua execuo no canteiro; proporcionando reduo de custos e prazos, alm de melhoria da qualidade do produto final.

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Building Information Modelling - BIMFonte: mAteC engenhAriA

Construo virtual

O Processo de Projeto com o BIMUm projeto desenvolvido com softwares que suportam a tecnologia BIM iniciado com a modelagem virtual, ocorrendo a gerao simultnea de um banco de dados com as informaes referentes ao modelo, as quais so apresentadas em forma de tabelas, que podem ser exportadas para outros softwares. A partir do modelo 3D possvel obter automaticamente todos os desenhos 2D, perspectivas e quantitativos para oramento e planejamento da obra. A gerao de cortes, por exemplo, realizada pela simples indicao, pelo projetista, do exato posicionamento da linha do corte. O prprio software j identifica a espessura necessria ao traado em corte e vista e altera a altura de ao traado em corte e vista e altera a altura de textos, cotas e smbolos conforme a mudana de escala. Quando se trabalha com o modelo nico de informao (BIM) todas as informaes esto agrupadas em nico local, o que possibilita o efeito cascata, ou seja, a alterao em um objeto acarreta a automaticamente a modificao de toda a documentao associada a ele, tal como: cortes, vistas, fachadas e quantitativos. Um projeto executado com essa tecnologia na verdade um projeto 5D, pois alm das 3 dimenses, esto integrados o tempo e o custo.

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Implementao do BIM na EmpresaA implantao da tecnologia BIM nos projetos da Matec se deu atravs dos seguintes passos: visita da Matec Carnegie Mellon University, nos Estados Unidos; pesquisa e testes das ferramentas disponveis no mercado, tais como os softwares: Archicad (Graphisoft), Microstation (Bentley) e Revit (Autodesk); assinatura com a Bentley Systems Microstation Architectural / Electrical / Mechanical, para aquisio da licena do software; cursos para capacitao de pessoal para o uso do software; implantao bsica do software, incluindo biblioteca; desenvolvimento de modelos de projeto piloto; modelagem completa de algumas obras.

Atualmente, a matec se encontra nos estgios de:treinamento de microstation para toda a equipe de projetos. implantao avanada: integrao aos demais setores da empresa.

modelo virtual do Data Center

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Fonte: mAteC engenhAriA

Building Information Modelling - BIMO BIM na EmpresaFonte: mAteC engenhAriA

Na Matec, o BIM um conceito de trabalho aplicado nos processos de projeto, oramento e planejamento. A empresa recebe de seus clientes projetos que ainda no esto desenvolvidos com a tecnologia BIM. O primeiro passo a modelagem do projeto para compatibilizao das diversas disciplinas envolvidas e deteco de interferncias. A modelagem realizada pela Matec permite a realizao de novos estudos, os quais so enviados para o projetista externo para anlise e aprovao. O projetista externo realiza o projeto executivo, que ao retornar a Matec verificado e validado para a execuo da obra.

No caso do Data Center, a Matec recebeu do cliente o projeto executivo completo, que contemplava estrutura com laje cubeta e fechamento em alvenaria. Nas primeiras reunies, contudo, foi manifestada pelo cliente a necessidade de aumentar as sobrecargas previstas no projeto. Seguindo o processo utilizado pela empresa foi desenvolvido um modelo BIM do projeto para a realizao de estudos, o que deu mais segurana para a sugesto de mudana do partido estrutural, uma vez que essa deciso acarretou a necessidade de compatibilizao de quase 100% do projeto original. A Matec sugeriu, ento, a substituio do partido estrutural para laje plana, novas premissas de fundaes para aliviar o prdio e a utilizao de paredes de concreto para as fachadas, visando maior estanqueidade, dado o uso do edifcio (Data Center Centro de Processamento de Dados).

modelagem do Data Center

Fonte: mAteC engenhAriA

modelo recebido do projetista de estrutura via iFC

Fonte: mAteC engenhAriA

modelo da estrutura com aplicao das partes e famlias da matec

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Resultados QuantitativosReduo de 30% da tubulao de fibra tica. Devido existncia de rvores, que pela norma no poderiam ser retiradas, a caixa de retardo de guas pluviais precisou ser re-locada. O BIM possibilitou prever a passagem das tubulaes de fibra tica, por baixo da caixa, respeitando as inclinaes e curvaturas permitidas para a rede. 1/3 das 400 furaes previstas na estrutura necessrias para a passagem da rede de combate a incndio foram eliminadas pela substituio do sistema, o que proporcionou uma economia de R$ 12.000,00. Reduo de 40% do tempo da equipe tcnica da obra, que ficaria aguardando as solues para as interferncias detectadas, em campo, paralisando a execuo dos servios, o que foi estimado em uma economia de R$ 65.200,00 nas despesas com engenheiros.

Fonte: mAteC engenhAriA

identificao de furaes na estrutura

Resultados QualitativosMelhor desenvolvimento do produto. Obteno de solues tcnicas mais elaboradas. Maior entendimento do projeto por parte dos projetistas, gestores e equipe da obra, agilizando o processo de execuo da obra. Prvia identificao das interferncias entre sistemas de instalaes, redes de fibra tica e rvores existentes, evitando retrabalhos. Deteco de todas as furaes necessrias na estrutura evitando necessidade de possveis reforos estruturais aps o trmino de toda a estrutura. Realizao de estudos rpidos e eficientes.interferncias rvores e instalaes

OUTRAS FONTES DE INFORMAOCrespo, C. C.; Ruschel, R. C.. Ferramentas BIM: um desafio para a melhoria no ciclo de vida do projeto. Disponvel em: http://www6.ufrgs.br/norie/tic2007/artigos/A1085.pdf Acesso em: 29/09/2010 Revista Tchne. Disponvel em: www.revistatechne.com.br/engenharia-civil/127/artigo64516-1.asp Acesso em: 29/09/2010

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Fonte: mAteC engenhAriA

Certificao AQUA

FICHA TCNICA

empresa: Syene Empreendimentos Projeto: Syene Corporate rea Construda: 77.725,45 m Data de implementao: responsvel: Jealva Fonseca Contato: [email protected]

IntroduoA certificao de Construo Sustentvel consiste no reconhecimento, por parte de uma entidade independente e acreditada para tanto, que uma edificao se baseia no conceito de sustentabilidade: ecologicamente correto, socialmente justo e economicamente vivel.

Concedida pela Fundao Vanzolini, a Certificao AQUA (Alta Qualidade Ambiental) a primeira a levar em considerao as especificidades do Perspectiva do entorno Brasil para a elaborao dos critrios de avaliao, sendo o seu Referencial Tcnico uma adaptao da certificao francesa Dmarche HQE realidade brasileira. Esse Referencial Tcnico constitudo pelos requisitos para o Sistema de Gesto do Empreendimento (SGE) e os critrios de desempenho nas categorias da Qualidade Ambiental do Edifcio (QAE). Os critrios de qualidade ambiental se dividem em 4 categorias: eco-construo, eco-gesto, conforto e sade, sendo seus desempenhos classificados em: bom (nvel mnimo aceitvel), superior (nvel correspondente ao das boas prticas) e excelente (calibrado em funo dos desempenhos mximos encontrados em empreendimentos de Alta Qualidade Ambiental e que sejam atingveis). Para obter a certificao, um empreendimento deve ter, nas 14 categorias avaliadas, pelo menos 3 com desempenho excelente e no mximo 7 categorias com nvel bom. A certificao AQUA concedida ao final de cada fase (Programa, Concepo e Realizao) aps a verificao, atravs de auditorias, de que o empreendedor, por meio do Sistema de Gesto do Empreendimento, atendeu os critrios de desempenho da Qualidade Ambiental do Edifcio.

O Empreendimento Syene Corporate e a Certificao AQUAProjeto do escritrio Caramelo Arquitetos Associados, o Syene Corporate o primeiro edifcio comercial a receber uma certificao sustentvel no Norte e Nordeste. Com 32 pavimentos tipos e 8 pavimentos de embasamento, o em-preendimento conta com 207 salas comerciais (de 93m a 180m), 27 lojas, 6 salas de reunio, 1373 vagas para carros, 58 para motocicletas e 40 vagas para bicicletas. Localizado na Avenida Tancredo Neves, em Salvador, o projeto se desenvolve em um terreno de 8.106,42 m, oferecendo tambm mall service, health fitness e heliponto. O selo de Alta Qualidade Ambiental (AQUA) obtido pelo Syene Corporate, na fase Programa, avaliou o comprometimento do empreendedor com as questes ambientais, o sistema de gesto da empresa e a definio do programa com solues tcnicas que diminuem o impacto ambiental tanto quanto possvel, privilegiando o bem-estar dos usurios. Nas 14 categorias avaliadas, o projeto alcanou desempenho excelente em 7 categorias e superior nas outras 7. Nesse caso sero aprofundadas as categorias: gesto da energia, gesto da gua, gesto dos resduos de uso e operao do edifcio e conforto higrotrmico, todos avaliados com desempenho excelente.

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Fonte: Syene emPreenDimentoS

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Certificao AQUAAs Categorias e as Solues Sustentveis em ProjetoGESTO DA ENERGIAAvalia, entre outras coisas, a reduo do consumo de energia por meio da concepo arquitetnica, o uso de energias renovveis locais, a reduo do consumo de energia primria no renovvel e a produo de gua quente. As medidas de projeto que colaboraram na obteno do desempenho excelente nessa categoria foram: utilizao de vidros de alta performance; aproveitamento mximo da iluminao natural; incorrendo na modificao do pavimento tipo original que no proporcionava iluminao natural no hall de elevadores. isolamento da cobertura (telhas termoacsticas) a fim de reduzir a carga trmica do edifcio; adoo de sistema de Ar Condicionado eficiente VRF; circuitos alternados nas salas; utilizao de barramento blindado tipo bus-way, diminuindo a perda de tenso pela distncia; utilizao de recuperadores entlpicos de energia.

GESTO DA GUAEnvolve a reduo do consumo de gua potvel e a gesto de guas pluviais. As solues adotadas no empreendimento foram: utilizao de sistema de esgoto vcuo, reduzindo em cerca de 54% o consumo de gua anual do edifcio; utilizao de redutores de presso para evitar gastos desnecessrios; aproveitamento de guas pluviais para usos que no exijam potabilidade, como irrigao de jardins e ar condicionado; utilizao de gua de poo artesiano durante a obra e para usos que no exijam potabilidade.

GESTO DOS RESDUOS DE USO E OPERAO DO EDIFCIOEssa categoria se relaciona adequao entre a coleta interna e externa, ao controle da triagem dos resduos e otimizao do sistema de coleta interna, considerando os locais de produo, armazenamento, coleta e retirada dos mesmos. O projeto do Syene Corporate prev: espaos reservados para armazenamento de resduos em todos os pavimentos da torre; classificao dos resduos por sua natureza; gesto dos efluentes de limpeza; estudo do fluxo adequado para transporte dos resduos.

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CONFORTO HIGROTRMICOPara a avaliao do conforto higrotrmico analisada a implementao de medidas arquitetnicas para otimizao do conforto higrotrmico de vero e inverno. As solues encontradas, algumas j relacionadas anteriormente em outras categorias, so: ventilao natural em todas as reas de circulao; utilizao de materiais de maior inrcia; utilizao de vidros de alta performance; instalao de protees solares automatizadas; isolamento na cobertura; utilizao de sistema eficiente de Ar Condicionado.

Reduo de 54% do consumo de gua anual do edifcio; Reduo dos rudos externos em funo do tratamento acstico das esquadrias; Reduo do consumo de energia em funo do sistema de ar adotado; Reduo da carga trmica em funo do isolamento da cobertura e do uso de vidro de alto desempenho.

Resultados QualitativosReduo dos custos operacionais da edificao; Maior avaliao do imvel; Atendimento ao interesse de empresas preocupadas com a sustentabilidade; Maior conforto trmico e acstico; Maior bem-estar dos usurios.Perspectiva do edifcio

OUTRAS FONTES DE INFORMAOProcesso Aqua. Certificao Susntentvel. Site Institucional. . Acesso em 19/11/2010. Syene Empreendimentos. Site Institucional.