Cadernos Tecnicos de Conservacao Fotografica Vol 7

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Prticas de montagem de fotografias contemporneas

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Presidente da Repblica Dilma Rousseff Ministra da Cultura Ana de Hollanda

Fundao naCional de aRtes FunaRte Presidente Antonio Grassi diretora executiva Myriam Lewin diretora do Centro de Programas integrados Ana Claudia Souza Coordenadora do Centro de Conservao e Preservao Fotogrfica Sandra Baruki Gerente de edies Oswaldo Carvalho

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Prticas de montagem de fotografias contemporneasSylvie Pnichon Martin Jrgens Alison Murray

Traduo Louise Motta

Cadernos Tcnicos de Conservao Fotogrfica Volume 7

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Prticas de montagem de fotografias contemporneas / Cadernos Tcnicos de Conservao Fotogrfica Volume 7

2010 sylvie Pnichon, Martin Jrgens e alison Murray Mounting substrates for Contemporary Photographs, de sylvie Pnichon e light and dark stability of laminated and face-mounted photographs: a preliminary investigation, de sylvie Pnichon, Martin Jrgens e alison Murray international institute for Conservation of Historic and artistic Works iiC, (6 Buckingham street, london WC2n 6Ba, uK, iic@iiconservation. org, www.iiconservation.org). Proibida a reproduo da obra sem a devida autorizao. Plastic lamination and Face Mounting of Contemporary Photographs, de sylvie Pnichon e Martin Jrgens american institute for Conservation of Historic & artistic Works (1156 15th st., nW, suite 320, Washington, d.C. 20005; [email protected], www.conservation-us. org). Reproduzido com permisso do american institute for Conservation of Historic & artistic Works, 1156 15th st., nW, suite 320, Washington, d.C. 2005; [email protected]. todos os diReitos ReseRVados Fundao nacional de artes Funarte / Rua da imprensa, 16, Centro / 20030-120 Rio de Janeiro RJ / tel. (21) 2279-8053 / (21) 2262-8070

capa projeto grfico produo grfica produo editorial assistentes editoriais reviso tcnica reviso produo executiva fotos imagem de capa

eliane Moreira Fernanda lemos Joo Carlos Guimares Jaqueline lavr Ronca simone Muniz, suelen Barboza teixeira sandra Baruki, Maria Julia Faissal Cardoso, Clara Mosciaro (colaborao) e Cristiane arago de souza (colaborao) Raquel Bahiense e obra Completa Comunicao sandra Baruki e isabel Mendes acervo sylvie Pnichon, Martin Jrgens e alison Murray (exceto na p. 36, fig.1 e na p. 50, fig. 10) Formao de bolhas em forma de floco de neve em amostra envelhecida por 20 dias a 55C

dados internacionais de Catalogao na Publicao (CiP) FunaRte / Coordenao de documentao e informao Pnichon, sylvie. Prticas de montagem de fotografias contemporneas / sylvie Pnichon, Martin Jrgens e alison Murray ; trad. louise Motta. Rio de Janeiro : Funarte, 2011. 58 p. : il. fotos ; 21 cm. (Cadernos tcnicos de Conservao Fotogrfica ; Volume 7) isBn 978-85-7507-136-6 1. Fotografia tcnica. 2. Fotografia Conservao e preservao. i. Jrgens, Martin. ii. Pnichon, sylvie. iii. Motta, louise. iV. ttulo. Cdd 771.46

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montagem frontal Diasec foi um trabalho pioneiro iniciado h mais de dez anos. Ele foi motivado pela proliferao de fotografias montadas desta maneira e pelo fato de que, apesar de ter sido introduzida e praticada desde o incio dos anos 1980, muito pouco se sabia sobre esta tcnica de montagem e os materiais envolvidos. O estudo proporcionou uma melhor compreenso das obras e permitiu o estabelecimento de novas regras de exposio e guarda nas colees. O levantamento dos substratos de montagem seguiu a mesma linha de pensamento (fornecer ao profissional do patrimnio dados bsicos sobre os materiais), examinando e classificando os diferentes suportes rgidos disposio do fotgrafo de hoje. Muitas questes acerca da preservao em longo prazo das obras fotogrficas contemporneas ainda permanecem sem respostas. As prticas fotogrficas continuam evoluindo e so um desafio sempre crescente para os conservadores. Os autores esperam que a traduo dos presentes textos seja til aos profissionais brasileiros encarregados de preservar colees de fotografias contemporneas e inspirem-nos a realizar novas pesquisas e a contribuir no campo da conservao de fotografias. sylVie PniCHon

Desde sua inveno, em meados do sculo XIX, a fotografia tem sido considerada um meio de expresso artstica secundrio; essa situao mudou no final do sculo XX. Hoje, ela representa uma parte importante da produo artstica contempornea. Fotografias so colecionadas e exibidas ativamente em museus e galerias; recordes de vendas so quebrados a cada ano. Este fenmeno pode ser associado, em parte, com o advento da tecnologia digital que propiciou avanos, no s com novas tcnicas de impresso, mas tambm com a fcil manipulao de imagens e ampliaes cada vez maiores. Estas novas possibilidades tm levado os artistas a procurar novos meios de apresentao e montagem. So essas tcnicas e os materiais empregados para montar fotografias que so discutidos nos trs artigos includos nesta nova edio dos Cadernos Tcnicos de Conservao Fotogrfica. Conhecer bem os materiais que entram na fabricao das obras e entender as influncias que podem ter na preservao em longo prazo uma parte importante do trabalho dos conservadores do patrimnio cultural. O estudo da tcnica de

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Substratos de suporte para fotografias contemporneas sylvie Pnichon

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A estabilidade na luz e no escuro de fotografias laminadas e face-mounted (com montagem frontal): uma investigao preliminar sylvie Pnichon, Martin Jrgens e alison Murray

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Laminao plstica e montagem frontal (face mounting) de fotografias contemporneas sylvie Pnichon e Martin Jrgens

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Substratos de suporte para fotografias contemporneassylvie Pnichon

resumo so

descritos os substratos para montagem de fotografias contemporneas de grande formato, incluindo placas de madeira, placas de espuma, placas plsticas, alumnio, materiais compostos de alumnio e painis em formato de colmeia. Processos de fabricao, caractersticas fsicas e propriedades de envelhecimento so discutidos. um quadro comparativo demonstra as caractersticas de alguns materiais descritos.

Sylvie Pnichon mestre em Conservao de arte pela universidade de nova york e conservadora de fotografias do Museu amon Carter em Fort Worth, texas. endereo: 3501, Camp Bowie Blvd Fort Worth, tX 761072695, usa. e-mail: sylvie [email protected]. Publicado originalmente em: Roy, ashok e smith, Perry. Modern art, new Museums: Contributions to the Bilbao Congress 13-17 september 2004, londres, The international institute for Conservation of Historic and artistic Works, 2004, p. 114-118.

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Introduodesde o incio dos anos 1980, fotgrafos contemporneos vm produzindo trabalhos cada vez maiores. avanos tcnicos recentes na indstria da fotografia que permitem a fabricao e a impresso de grandes papis fotogrficos por exemplo, o lanamento em 2002 do papel Kodak endura em rolos de 72 polegadas (180 cm) de largura reforaram esta tendncia. Com impresses medidas por metro quadrado, a montagem se tornou uma necessidade para oferecer proteo fsica e facilitar o manuseio e a exposio. devido ao nmero cada vez maior de fotografias montadas de grande formato nas colees dos museus e grande variedade de materiais disponveis, os materiais de suporte para as obras de arte contemporneas foram listados como um tpico prioritrio de pesquisa para a comunidade da rea de conservao [iCoM-CC, 2002; Hansen & Reedy, 1994]. esta pesquisa sobre substratos de montagem uma tentativa de fornecer informaes relevantes sobre os diferentes materiais mais utilizados para montar fotografias grandes atualmente. os dados apresentados aqui foram recolhidos da literatura dos fabricantes e dos arquivos de pesquisa sobre conservao.

Qualidades desejveis de substratosPara garantir a preservao de longo prazo das fotografias montadas, essencial selecionar materiais de suporte de alta qualidade que tenham, ao menos, uma similar e duradoura estabilidade fsica. o substrato ideal deve ter fora e rigidez suficientes para suportar adequadamente uma impresso durante sua vida til [Wilhelm, 1993].1 no deve causar manchas ou o esmaecimento da impresso; no deve acelerar a velocidade de deteriorao inerente impresso atravs da liberao de gases nocivos,2 e deve tambm passar no teste iso de atividade fotogrfica (taF, do ingls Photographic activity test Pat) [iso 14523, 1999]. a impresso e o substrato devem tambm ter o mesmo coeficiente de expanso. se um material se expande muito mais do que o outro, esta diferena pode causar uma tenso na liga adesiva ou na prpria fotografia, causando a delaminao da impresso de seu suporte [ilford Photo Corporation,1988] ou rachaduras na emulso [Kodak Publication n F-40, 1985]. o adesivo selecionado deve ter elasticidade suficiente para acomodar a diferena e limitar a tenso. os substratos devem ter uma superfcie lisa para evitar o efeito casca de laranja, apesar de o adesivo utilizado tambm poder afetar a aparncia final da superfcie. isto especialmente importante para impresses com superfcie brilhosa. o peso do substrato tambm uma preocupao pois aumenta os custos com frete e torna o manuseio mais difcil. nesta pesquisa, os substratos de montagem foram divididos em cinco categorias abrangentes definidas por sua composio ou construo: placas de madeira,

1 A Kodak divulga a longevidade de 100 anos numa exposio domstica tpica e de 200 anos em armazenagem escura para seus papis Endura (folha de informao do fabricante). 2 Compostos como os cidos, formaldedo, cloro, enxofre, perxido, lignina, plastificantes e outros aditivos de plsticos.

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placas de espuma, placas plsticas, alumnio e materiais compostos de alumnio e painis em formato de favo.

Placas de madeiraas placas de madeira foram amplamente utilizadas para dar suporte a fotografias grandes no passado e ainda so utilizadas pelos laboratrios de montagem. os produtos de madeira so inerentemente cidos e podem liberar cidos orgnicos nocivos com o tempo. se as placas de madeira forem laminadas com recobrimentos inertes ou seladas, as extremidades da placa devem tambm ser seladas para evitar a liberao de compostos volteis. as placas de madeira so as mais utilizadas pela indstria de retratos e muitos produtos diferentes esto disponveis. elas no devem ser postas em contato direto com obras de arte e so indicadas somente para o uso em curto prazo.

Placas de espumaesta categoria abrange uma ampla gama de materiais que podem ser divididos em dois grupos: regulares e resistentes (duros). ambos so feitos de poliuretano extrudado rgido de clula fechada ou ncleo de poliestireno imprensado entre duas camadas de material de revestimento. as espumas do tipo poliuretano so muito suscetveis degradao qumica provocada pela oxidao, o que resulta numa descolorao seguida da perda de propriedades mecnicas [Quye & Williamson,1999]. Por este motivo, placas com o ncleo de espuma de poliuretano (como Kapa-Bloc) no so recomendadas para uso em conservao [ttreault, 1993]e se deve evitar sua utilizao como substratos de montagem. as espumas de poliestireno se apresentam de duas maneiras: expandidas e extrudadas. o poliestireno comum em formato de gotas uma espuma expandida num molde e o mais barato do mercado. a grande maioria das placas de espuma, no entanto, possui ncleo de espumas extrudadas. o poliestireno extrudado pressionado para dentro de uma matriz e a espuma fica com uma estrutura celular fechada. as espumas so criadas em milissegundos na medida em que gases dissolvidos so liberados do polmero derretido na sada da matriz de extruso; eles so estruturas complexas formadas por polmero, gs e aditivos. a densidade da espuma e a espessura da placa determinam sua rigidez. existem dois processos de extruso utilizados na fabricao de placas de espuma: espumagem livre e espumagem interna ou processo Celuka. na espumagem livre, o processo de extruso mais comum para placas de espuma, o extrudado livremente expandido pelo gs contido no plstico derretido quando este sai da matriz. o material, em seguida, calibrado entre mangas de dimensiona-

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mento e resfria enquanto passa entre uma srie de rolos, resultando numa superfcie ligeiramente texturizada. na espumagem interna, a matriz e a unidade de calibragem tm o mesmo tamanho. o extrudado transferido para as paredes da unidade de calibragem atravs de um mandril inserido na matriz [Bayer Chemicals, 2003]. este processo produz placas espessas de alto brilho cuja superfcie geralmente bastante riscada. a densidade da espuma varia dentro da placa, com a densidade maior na direo das superfcies [alcan Composites, 2002].

Placas de espuma regularesintroduzidas em 1959 pela companhia Monsanto em substituio ao material corrugado utilizado para confeco de caixas, as placas de espuma regulares possuem o revestimento de papel encobertos com argila. a espessura das placas varia de 3 a 13 mm e folhas de 150 240 cm esto disponveis. algumas placas especiais so produzidas livres de cido, com o pH variando entre 7.5 e 9.5 ou com revestimentos que contm carvo e zelitas ativados3 (artcare Foam Board). outros tipos so oferecidos com um lado pr-revestido com um adesivo sensvel presso ou termoativado (Fome-Cor, CodaFoam). Placas de espuma regulares oferecem boa rigidez, so baratas, leves e possuem certa resistncia presso. elas so, porm, frgeis e suscetveis a dano nas extremidades. alteraes de umidade e temperatura podem causar uma distoro mecnica. o uso de adesivos de montagem midos nestas placas pode causar um arqueamento e um reforo recomendado neste caso. Porque o ncleo da espuma vai amarelar e esfarelar com o tempo, as placas de espuma regulares devem somente ser utilizadas no caso de uma exposio de curta durao. Marcas comuns para placas de espuma regulares nos estados unidos so Fome-Cor, da alcan Composite inc., seal Foam Board e Bienfang Foam Board.

Placas de espuma resistentesestas placas se tornaram padro de suporte de montagem na indstria de artes grficas e so geralmente chamadas de placas Gator, em referncia linha de placas resistentes introduzidas em 1967 pela international Paper Company. eles apresentaram superfcies rgidas que seriam resistentes presso e perfurao, mais durveis e mais caras do que as placas de papel de espuma. o ncleo de algumas placas resistentes composto por poliestireno expandido (RynoBoard ii, Gilman C-iii, duraplast ii) em vez de espuma extrudada. o ncleo de espuma pode ser imprensado entre lminas de revestimento de papel impregnado de melamina 4 (Gatorlite), compensado de fibra de madeira (Gatorfoam), folhas plsticas de alta densidade (duraplast, Gatorplast, ultra Board) ou folhas de alumnio (ultra aluminum). a espessura destas placas varia de 5 a 76 mm e folhas de at 120 240 cm

3 Tecnologia MicroChamber

4 Resinas melaminaformaldedo (MF) so utilizadas para conferir propriedades de fora molhada a papis exclusivos.

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esto disponveis. alguns fabricantes oferecem variantes livres de cido de suas placas resistentes, assim como placas tratadas com inibidores de raios ultravioleta (uV) para minimizar o amarelamento e o esmaecimento (RynoBoard). Placas especialmente elaboradas para ser impressas diretamente a jato de tinta foram introduzidas no mercado recentemente (JetPrint Board, Gatorfoam) enquanto outras foram desenvolvidas como suporte de montagem para impresses digitais (JetMount, MightyCore). as placas de espuma resistentes so mais fortes e menos propensas a entortar ou amassar do que as placas regulares. elas so resistentes umidade e sua rigidez varia desde aquelas que podem ser cortadas mo quelas que exigem ferramentas potentes para tal. as placas com faces de folheado de madeira podem liberar formaldedo quando do envelhecimento [Williams, 1987]. de acordo com informaes do fabricante, o Gatorfoam branco e o natural passaram no taF.

Placas plsticasas placas plsticas se tornaram um substrato de montagem popular nos ltimos anos por causa de seu baixo preo, boa proporo fora-peso e versatilidade. elas oferecem superfcies lisas de montagem e excelente resistncia umidade, mas no suportam altas temperaturas.

Placas de PVCas mais comuns das placas plsticas so as com espuma rgida de cloreto de polivinila (PVC) expandido, com clulas fechadas como Celtec, Forex, Gatorcel, intefoam, Kmacel, sintra e Versacel. estas placas so relativamente novas na indstria de montagem e foram produzidas primeiramente na europa na dcada de 1970, antes de serem introduzidas nos estados unidos nos anos 1980. as placas de PVC oferecem uma alta relao fora-peso, so resistentes umidade e a produtos qumicos e so termoformveis. o acabamento e as estruturas celulares variam de acordo com o fabricante. alguns produtos (sintatrop) possuem folhas de revestimento lustrosas de PVC slido que oferece uma superfcie extrapolida para a montagem. a espessura das placas de espuma de PVC varia de 1 a 25 mm; elas so vendidas em folhas de at 150 300 cm. Placas com uma face pr-revestida com adesivo tambm esto disponveis (sintrafix). apesar de as placas de PVC no conterem plastificantes e portanto no liberarem ftalatos, elas contm cloro e vo liberar cido clordrico (HCl) ao envelhecerem. elas iro amarelar aps exposio prolongada aos raios uV e as placas coloridas iro desbotar. o PVC exposto luz pode descolorir em temperatura ambiente e o processo acelerado com o contato com o HCl gasoso derivado do colapso do polmero [Quye & Williamson, 1999]. as placas de PVC tendem a entortar em

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temperaturas acima dos 65oC; elas se tornam quebradias e ficam menos resistentes a impactos em temperaturas extremamente frias, especialmente as placas mais finas5. Vrias marcas de placas de PVC no passaram no taF [Rasmussen, 2002; test 2000-14, 2000] e algumas podem conter pequenas quantidades de chumbo utilizado como agente estabilizante (recomenda-se a verificao da Ficha de informaes de segurana de Produto Qumico (FisPQ)). as placas de PVC no so recomendadas para o uso em conservao.

Chapas acrlicasas folhas de polimetilmetacrilato (PMMa) so frequentemente usadas para montar transparncias em caixas de luz, mas tambm so utilizadas para dar suporte frontal [Pnichon & Jrgens] ou suporte posterior em impresses vistas com luz refletida. o PMMa foi desenvolvido e vendido comercialmente pela primeira vez no incio dos anos 1930. as folhas podem ser formadas por extruso, fundidas ou por clula de fundio. as folhas extrudadas podem apresentar mais mudanas dimensionais do que as fundidas. o acrlico fundido fabricado atravs de um processo contnuo entre correias de ao inoxidvel que conferem ao material uma espessura mais uniforme. o acrlico de clula fundida moldado entre lminas de vidro e possui propriedades ticas e qualidades de superfcie melhores. a fundio produz folhas praticamente sem defeitos de fabricao e que possuem maior resistncia rachadura e dano fsico em comparao com as folhas extrudadas [Willcocks, 2002]. as folhas de PMMa esto disponveis nas espessuras que variam de 3 a 25 mm e em tamanhos de at 305 203 cm. elas oferecem uma superfcie bem lisa para montagem e boa resistncia dobra e presso. Mas so, no entanto, muito mais pesadas que os materiais de espuma e o arqueamento pode ser um problema com os tamanhos maiores. os fabricantes de papel fotogrfico e de adesivos acrlicos recomendam que as folhas de PMMa sejam preaquecidas antes da montagem para reduzir a poro de gua presente no acrlico e para evitar a futura formao de bolhas no adesivo devido liberao de vapor pelo PMMa [ilford Photo Corporation, 1988; Morgan adhesive Company, s.d.]. esta prtica, no entanto, raramente seguida pelos laboratrios. as marcas comuns de PMMa so Plexiglas, acrylite e Perspex.5 A resistncia ao impacto de uma placa Sintra de 3 mm cai 40% quando a temperatura varia de 210C a -10C. Nas mesmas condies, a resistncia ao impacto de uma placa de 6 mm vai cair 22% (dados fornecidos pelo fabricante).

Folhas de policarbonatoo policarbonato um polmero termoplstico amorfo que foi descoberto simultaneamente por engenheiros da Bayer e da General electric em 1953. Foi introduzido comercialmente em 1958 e amplamente utilizado hoje em dia em envidraamento. as folhas de policarbonato so fabricadas atravs de moldagem ou extruso e a disponibilidade de espessura varia de 2 a 12 mm em folhas de at 305 203 cm. elas oferecem uma excelente resistncia a impactos e ao calor, peso

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leve e durabilidade, mas muito pouca proteo contra os raios uV, a menos que tratados. neste caso, elas apresentam uma tendncia reduzida ao amarelecimento [Brydson, 2000]. o material no muito resistente a solventes e mais caro e mais quebradio que o PMMa. as marcas mais conhecidas de folhas de policarbonato so lexan, Cyrolon e Makrolon.

Alumnio e materiais compostos de alumnioPainis de alumnioos painis so formados atravs de repetidas passagens de enormes lingotes de folha de alumnio entre rolos sob presso at atingirem a espessura ou dimenso desejadas. o ponto em que o processo de prensagem suspenso vai determinar se o produto final vai ser uma chapa (6 mm de espessura ou mais), uma folha (0,060,0015 mm) ou lmina (menos de 0,0015 mm). as folhas de alumnio vm com acabamentos de superfcie diferentes: laminado, escovado e anodizado. a folha de metal com acabamento laminado pode ter pequenas imperfeies ou arranhes em sua superfcie porque no foi tratada aps sua sada da linha de produo. o acabamento escovado tambm chamado de acabamento acetinado e padro. a anodizao um processo por meio do qual uma camada protetora de xido de alumnio aplicada ao metal subjacente, utilizando a eletrlise. artistas como irving Penn e Richard avedon comearam a utilizar os painis de alumnio como substrato de montagem para suas fotografias durante os anos 1970. Painis de alumnio esto disponveis em folhas de at 122 305 cm. eles so resistentes, estveis e oferecem uma resistncia moderada abraso. sua superfcie lisa, com uma estabilidade muito boa e preo moderado, torna-os substratos ideais para fotografias. sua maior desvantagem o peso: os painis de alumnio so os mais pesados dentre os substratos descritos aqui.

Materiais compostos de alumnio (ACM)alucobond e dibond so os painis compostos de alumnio mais conhecidos e so fabricados pela alusuisse Corporation. o alucobond foi desenvolvido na europa h 30 anos para aplicaes arquitetnicas e foi introduzido no mercado norte-americano em 1977. o dibond uma variao do alucobond e foi elaborado especificamente para a montagem de arte grfica no incio dos anos 1990. ambos so compostos de um ncleo de polietileno patenteado imprensado entre duas folhas de alumnio, de 0,5 e 0,3 mm respectivamente, com diferentes cores de revestimento e vrios acabamentos. a espessura do dibond varia de 2 a 4 mm e o tamanho-padro das folhas vai at 152 304 cm. leves e rgidos, os aCMs so

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resistentes gua e no amassam ou dobram. eles combinam a rigidez e a estabilidade do alumnio com a leveza de produtos com ncleo de espuma, o que os torna os substratos ideais. Por causa do seu ncleo de polietileno, os aCMs no podem ser expostos a temperaturas maiores que 800C. alguns acabamentos podem dificultar a adeso. outras marcas de aCM so alpolic, architecks e Reynobond.

Painis em formato de favodesde sua introduo na dcada de 1940 como material de preenchimento na construo em sanduche das estruturas de avies, o painel de favo se tornou um produto importante no ramo aeroespacial e no design industrial. os painis em favo so resistentes, leves e feitos de alumnio ou de materiais no metlicos. so unidades em sanduche que possuem grande fora e extrema rigidez. os dois mtodos de fabricao mais comuns para a favo so o expandido e o corrugado. o mtodo expandido une os materiais nos ns com uma liga adesiva antes de expandir para seu formato caracterstico. o mtodo corrugado une materiais de base pr-constituda nos ns [advanced Honeycomb technologies, 2003]. a espessura, densidade e tipo de ncleo da favo, a espessura e o tipo de materiais de revestimento podem variar grandemente para produzir uma ampla gama de produtos em favo.

Placas de papel em favonestas placas, uma camada central de clulas de papel em favo imprensada entre duas placas de papel. tycore uma placa em favo fabricada pela archivart muito conhecida na comunidade de conservao, mas raramente proposta como um substrato por laboratrios de montagem comerciais. este produto foi criado no incio dos anos 1980 e originalmente desenvolvido para Jasper Johns [Museum services Corporation, 2003]. uma verso do painel para uso em conservao foi concebida posteriormente. os revestimentos de tycore so painis Bristol texturizados compostos de polpa de madeira alfa-celulose. o ncleo de favo possui uma clula de 111 mm e se apresenta em duas espessuras: 12,7 mm e 19 mm. o adesivo utilizado em todo painel de polivinil acetato (PVa).

Painis de alumnio em favoos painis em favo com ncleo de alumnio constituem um material de apoio rgido, leve e quimicamente inerte. o tamanho da clula, a profundidade do material, a espessura das paredes celulares so variveis. Quanto menor o tamanho da clula de alumnio, maior a resistncia do painel, e maior sua resistncia ao impacto. o ncleo expandido ligado s camadas externas. o processo final de ligao feito numa prensa aquecida e hidraulicamente controlada para garantir16

Placas de espuma

Placas plsticas

Alumnio ou composto de alumnio Painis em favoPolicarbonato Ncleo de polieteno com 0.012 pol (ou 0.3 mm) de folhas de alumnio Anos 1990 60 x 120 pol Alumnio ACM Dibond Favo de alumnio Favo de alumnio entre placas de alumnio Anos 1940 48 x 96 pol

Placas de espuma regular Placas de PVC Amlgama padro Espuma rgida Polimetilmetacrilato Polimetilmetacrilato Polmero de PVC de termoplstico amorfo clula fechada (close-cell) 1980 79 x 120 pol 100 x 138 pol 79 x 120 pol 48 x 96 pol 48 x 120 pol 1934 1956 1958 no aplicvel PMMA fundido PMMA extrudado Revestimento de papelespuma de poliestireno de clula fechada (close-cell) 1976 60 x 120 pol

Placas de espuma resistente

Favo de papel Tycore Favo de papel entre placas de papel

Construo da placa

Revestimento de papelespuma de poliestireno de clula fechada (close-cell)

Ano de introduo

1957

Incio dos anos 1980 48 x 96 pol

Tamanho mximo 60 x 96 pol largura x comprimento 48 x 120 pol 152 x 305 cm 0.187-2 pol 5-51 mm Varivel Varivel Varivel no aplicvel 4.2 - 7.5 x 10-5 3.39-7.22 x 10-5 0.018 lb.pol-3 0.043 lb.pol-3 0.50-0.75.g.cm-3 1.19 g.cm -3 1.15 -1.19 g.cm-3 0.041-0.043 lb.pol-3 3.6-5 x 10-5 D52-66 90-94 (Rigidez Shore) 93-97 65-75 1.15-1.26g.cm -3 1-19 mm 1-25 mm 1.5 -25 mm 1.5 -12 mm 0.039-0.748 pol 0.039-0.984 pol 0.059-0.984 pol 0.030-0.5 pol 205 x 305 cm 254 x 351 cm 205 x 305 cm 122 x 244 cm 122 x 305 pol

152 x 244 cm

122 x 152 cm

122 x 244 cm

122 x 244 cm 0.562, 0.5, 0.75 pol

122 x 305 cm acima de 0.125 pol 0. 078, 0.118, 0.157 pol 0.5, 0.625, 1 pol acima de 3 mm 23 2.7 g.m-3 0.041-0.045 lb.pol-3 0.098 lb.pol 3.7-3.9 x10-5 1.3 - 1.6 x 10-5 2, 3, 4 mm no aplicvel 1.11 g.cm -3 (4 mm) 12.7, 15.8, 25.4 mm no aplicvel 0.43 g.cm -3

Espessura / Calibre

0.125-0.5 pol

3-13 mm

19. 12,7 .15 mm no aplicvel 0.07 g.cm -3 0.043 lb.pol -3 (4 mm) 0.016 lb.pol -3 (0,5pol) 0.003 lb.pol -3 (0,5 pol) 1.56 x 10-5 (3 mm) no aplicvel no aplicvel

Rigidez Rockwell Escala M

70-74

Densidade relativa

1.04-1.07 g.cm-3 Poliestireno

0.037-0.038 lb. pol-3

Coeficiente de expanso no aplicvel trmica linear (ASTM D-696)* (pol. pol-1 0 F-1) 50 60 108

Preo mdio 48 x 96 x 3/16 in ($US em 12/2003)

27

67

112

55

125 (3mm)

840 (0,5 pol)

100 (0,5 pol)

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* Para termos de comparao: papel foto com base de polister (Ilfochrome) = 1.25 x 10-5 pol.pol-1 0F-1; Papel foto com base RC=3.9 at 7.8 x 10-5 pol.pol -1 0F -1 Observao: os nmeros desta tabela so uma mdia e no refletem nenhum produto especfico a no ser que esteja indicado.

a uniformidade de cada painel. o painel permanece na prensa durante o processo de cura do adesivo. as empresas que oferecem painis de alumnio em favo so a Hexcel Corporation (Favo HexWeb aCG) e smallCorp (Photo Mounting Panel). a principal desvantagem dos painis de alumnio em favo , provavelmente, seu preo proibitivo.

ConclusesMuitos materiais diferentes esto disponveis em se tratando da escolha de substrato de montagem para a aplicao de fotografias. a composio do substrato, associada ao adesivo escolhido e ao ambiente em que a fotografia ser exibida e armazenada, afetar a estabilidade a longo prazo da mesma. Materiais de suporte que liberam gases nocivos afetaro a estabilidade a longo prazo das fotografias montadas sobre eles e das obras de arte armazenadas na proximidade. superfcies de montagem lisas vo apresentar as impresses mais brilhosas da maneira mais eficiente, eliminando o efeito casca de laranja. dentre todos os materiais descritos aqui, o alumnio o mais estvel, mas tambm o mais custoso e o mais pesado. os materiais compostos de alumnio e painis em favo representam uma boa alternativa e combinam rigidez com leveza.

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Materiais e fornecedoresalucobond , dibond , FomeCor , Gatorfoam , Gatorlite , Gatorplast , JetMount , JetPrint Board tM, Kapa -Bloc, sintra , sintra top e sintra Fix so marcas registradas da alcan inc. (www.alcancompositeusa.com)

Celtec uma marca registrada da Vycom (www.cpg-vycom.com) GatorceltM uma marca registrada da ilford imaging usa (www.ilford.com) intecel e inteFoam so marcas registradas da inteplast (www.inteplast.com) Kmacel marca registrada da Kmmerling Kunststoffe GmbH (http://koemmerling.de) Versacel (anteriormente conhecida como trovicel) uma marca registrada da HPG international (www.hpg-intl.com) acrylite e Cyrolon so marcas registradas da Cyro industries (www.cyro.com) PerspextM uma marca registrada da lucite international ltd (www.luciteinternacional.com) Plexiglas uma marca registrada da Rhm & Haas deutchland GmbH (www.roehm.com)

lexan uma marca registrada da General electric Company (www.ge.com) Makrolon uma marca registrada da Bayer aG (www.bayer.com) alpolic uma marca registrada da Mitsubishi Chemical Functional Products (www.alpolic.com) architecks uma marca registrada da Hong seong international Co. ltd (www.architeks.com) Reynobond uma marca registrada da alcoa inc. (www.alcoa.com) tycore uma marca registrada da archivart Products for Conservation and Restoration, uma diviso da Heller & usdan, inc. (www.archivart.com)

artcaretM Foam Board uma marca registrada de nielsenBainbridge GmbH & Co. KG (www.artcare.info) CodaFoam uma marca registrada da Coda inc. (www.codamount.com) Bienfang Foam Board, MightyCoretM e seal Foam Board so marcas registradas da Hunt Corporation (www.hunt-corp.com)

duraplast , Ryno Board e Gilman C-iii so marcas registradas da Gilman Brothers Company (www.gilmanbrothers.com)

ultra aluminium e ultra Board so marcas registradas da united industries (www.ultraboard.com)

HexWeb aCG Honey-comb uma marca registrada da Hexcel Corporation (www.hexcelcomposites.com)

Agradecimentosa autora gostaria de agradecer a doug nishimura por sua ajuda na converso das unidades de medida americanas para as da mtrica padro; gostaria de agradecer tambm a lee ann daffner e a Helen Plummer por suas sugestes editoriais.

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BibliografiaadVanCed HoneyCoMB teCHnoloGies. http://www.ahtinc.com, 29/set./2003. alCan CoMPosites usa, inc. The art science of Choosing a display Board. Benton, Ky, 2002. BayeR CHeMiCals. http://www.experts4additives.com/applications/pvc/manufacturing_process/index.asp, 28/ set./2003. BRydson, J. Plastics Materials, 7 ed. oxford, Butterworth-Heinemann, 2000, p.564. Hansen, e.F. & Reedy, C.l. (editores). Research Priorities in art and architectural Conservation. Washington dC, american institute for Conservation, 1994. iCoM-CC PHotoGRaPHiC WoRKinG GRouP neWsletteR. Wish list for future research. abr/2002, p.11. ilFoRd PHoto CoRPoRation. Mounting and laminating Cibachrome display Print Materials and Films, Cat. 7929. Paramus, nova Jersey, 1988, p.14-15. (informao tcnica) iso 14523: Photography Processed photographic materials Photographic activity test for enclosure materials. Geneva, international organization for standardization, 1999. KodaK PuBliCation no F-40. Conservation of Photographs. Rochester, nova york, eastman Kodak Company, 1985, p.107. MoRGan adHesiVe CoMPany. MaCtac. Plastic sheet Pre-treating. stow, ohio, s.d. MuseuM seRViCes CoRPoRation, comunicao privada, set./2003. PniCHon, s. & JRGens, M. two finishing techniques for contemporary photographs in topics in Photographic Preservation 9. Washington dC, american institute for Conservation/Photographic Materials Group, 2001, p.85-96. Quye, a. & WilliaMson, C. (editores). Plastics Photographic Working Group newslater. abr/2002, p.1, Collecting and Conserving. edinburgh, nMs Publishing ltd, 1999, p.127, 130. RasMussen, l.H. Mounting materials for black and white contemporary art photography in iCoM-CC Photographic Working Group newsletter. abr/2002, p.10. test 200014. Washington dC, naRa Research and testing laboratory, 2000. ttReault, J. Guidelines for selecting Materials for exhibit, storage and transportation. ottawa, Canadian Conservation institute, 1993. WilHelM, H. The Permanence and Care of Color Photographs. Grinnell, iowa, Preservation Publishing Company, 1993, p.451.WillCoCKs, s. transparent tubes by William turnbull: the degradation of a polymethyl methacrylate sculpture in iCoMCC 13th triennial Meeting, Rio de Janeiro, 22-27 september 2002, Preprints. londres, James & James, 2002, p.935-939. WilliaMs, s. Report CCi-aRs #2572. ottawa, Canadian Conservation institute, 1987.

20

A estabilidade na luz e no escuro de fotografias laminadas e face-mounted (com montagem frontal): uma investigao preliminarsylvie Pnichon, Martin Jrgens e alison Murray

Sylvie Pnichon mestre em Conservao de arte pela universidade de nova york e conservadora de fotografias do Museu amon Carter em Fort Worth, texas. endereo: 3501, Camp Bowie Blvd Fort Worth, tX 761072695, usa. e-mail: sylvie [email protected]. Martin Jrgens mestre pelo art Conservation Program da Queens university em Kingston, ontrio e Conservador particular de fotografia em Hamburgo. endereo: schmilinskystr. 19, 20099, Hamburg, Germany. Alison Murray professora de Cincia dos Materiais do art Conservation Program na Queens university em Kingston, ontrio. endereo: art Centre extension, Kingston, ontrio, Canada K7l 3n6.

Publicado originalmente em daniels, Vincent (org.) Works of art on Paper, Books, documents and Photographs: Contributions to the Baltimore Congress, 26 september 2002, londres, The international institute for Conservation, 2002, 154159.

com montagem frontal e laminao ainda no tiveram seu efeito extensivamente estudado a longo prazo na estabilidade das impresses. numa investigao preliminar, submeteram-se as fotografias coloridas no montadas, laminadas e face-mounted a testes de envelhecimento acelerado na luz e no escuro. alm disso, amostras de impresses no montadas e face-mounted resistiram evaporao do cido actico. as fotografias face-mounted se mostraram mais sensveis luz que as no montadas, porm demonstraram mais estabilidade no escuro. laminados com inibidores de ultravioleta retardaram o esmaecimento das impresses, pela ao da luz. cido actico liberado por borrachas de silicone acetoxi utilizadas no face mounting (na montagem frontal) e escapa das bordas das impresses numa proporo que parcialmente comandada pela temperatura de armazenamento.21

resumo as tcnicas de finalizao de fotografias

Introduoa laminao plstica e o face mounting * so duas tcnicas de finalizao para impresso de fotografias coloridas utilizadas nos ltimos anos por artistas contemporneos. a laminao consiste na adio de uma camada protetora feita de um filme plstico superfcie da impresso. o face mounting envolve a adeso irreversvel da uma folha de polimetilmetacrilato (PMMa) superfcie da impresso tanto com filme dupla-face sensvel presso quanto com uma borracha de silicone e um sistema primer, o mais utilizado, e conhecido como o procedimento diasec, um mtodo suo licenciado. a histria, a tecnologia, a estrutura e os materiais destas tcnicas de finalizao foram descritos num estudo conjunto realizado no art institute of Chicago e na Queens university em Kingston, ontrio [Pnichon & Jrgens, 2001]. as duas tcnicas vm sendo utilizadas h aproximadamente 20 anos. a delaminao nas extremidades, o amarelamento global e a deformao do filme plstico so os principais problemas observados nas fotografias laminadas. alm da suscetibilidade da superfcie do PMMa a abraso e a arranhes e da sua tendncia em formar carga esttica e atrair poeira, nenhum grande problema foi encontrado nas impresses face-mounted. no entanto, algumas questes sobre a estabilidade de longo prazo destas impresses so levantadas quando se faz um exame mais aprofundado da natureza dos materiais utilizados em sua produo [Pnichon & Jrgens, 2001]. o adesivo de borracha de silicone produz cido actico (etanoico) na medida em que endurece (figura 1), mas no est claro em que quantidade est presente, se depositado e onde, e at que ponto nocivo ao PMMa ou fotografia. o PMMa no s capaz de absorver vapores orgnicos, como aqueles do cido actico, mas tambm subsequentemente de evapor-los por um longo perodo de tempo [Fenn, 1995]. alm disso, o efeito do primer base de solvente sobre o material desconhecido, apesar de o PMMa poder inchar, dissolver, rachar ou se tornar opaco quando em contato com alguns solventes na forma lquida [sale, 1988]. Pouco se sabe sobre os efeitos de longo prazo da laminao plstica sobre as fotografias e no houve nenhum estudo publicado sobre face mounting de borracha de silicone. [Wilhelm & Brower, 1993] e [Monni, 1997] estudaram as propriedades de envelhecimento de diversos laminados plsticos. alm de um teste encomendado por sovilla-Brulhart [swiss Federal laboratories for Material testing and Research, 1987], somente testes espordicos de resistncia luz de papis e filmes face-mounted e laminados foram realizados na ilford switzerland [ilford Photo Corporation, 1988; Gex, 2000]. Comparaes com o desempenho das fotografias face-mounted foram tambm publicadas em requisies de patente [Pnichon, 2000]. selantes de silicone e primers encontraram aplicaes versteis na construo e na tecnologia, assim como na conservao. o espectroscpio de infravermelho indicou como sendo

em ingls facemounted, facemount e face mounting no sero traduzidos. Inserimos uma explicao entre parnteses como montagem frontal. Trata-se de processo patenteado com detalhamento no corpo do texto Laminao plstica e face-mounting de fotografias contemporneas.

* Os termos

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um grupo acetil agente de ligao cruzada do metiltriacetoxisiloxano hidrolisado pela gua na atmosfera. um grupo hidroxi formado e cido actico liberado.

a hidroxila terminal do polidimetilsiloxano reage com o acetoxisilano para formar uma ligao siloxano e liberar a gua, que ento disponibilizada para hidrolisar um grupo acetil e formar vapor de cido actico. o grupo acetil tambm pode ter sido hidrolisado pela gua mais livre.

a molcula metiltriacetoxisilano pode servir como um centro para a reticulao de trs cadeias de polidimetilsiloxano.

legenda:

Figura 1 Sequncia de reao proposta na cura mida do selante RTV acetoxi

o selante mais comum o polidimetil siloxano PDMS, um tpico polmero de borracha de silicone [Canadian Conservation institute, 1989]. em outra aplicao, uma resina organosilano foi utilizada para readerir as emulses negativas delaminadas aos seus suportes de lmina de vidro [Wagner, 1989]. num estudo na Queens university, os ingredientes orgnicos de quatro selantes e cinco primers mais utilizados por estdios de montagem foram comparados por meio da realizao da anlise Fourier de transformao no infravermelho [Jrgens, 2001]. todos os selantes tinham uma composio similar, variando basicamente na proporo e em pequenas quantidades de aditivos. os selantes eram borrachas de silicone com base em PdMs curadas com acetoxi, monocomponentes e RtV (vulcanizao em temperatura ambiente). os primers mais examinados consistiram em organosilanos ou siloxanos num veculo de mistura de solventes. Como o nmero de fotografias que so laminadas ou face-mounted aumentou, a necessidade de pesquisa sobre a estabilidade de longo prazo destas impresses cresceu. neste estudo, as impresses laminadas e face-mounted foram envelhecidas em ambientes claros e escuros, juntamente com as impresses no montadas para se estabelecer uma comparao.

23

Experincia1 Uma pesquisa (feita em janeiro e fevereiro de 2000) em 12 laboratrios de acabamento de fotos norteamericanos demonstrou que os filmes com adesivo sensvel presso (PSA) so utilizados extensivamente em obras de arte laminadas. A MACtac foi a marca mais frequentemente citada. 2 CU o controle no montado e no laminado para amostras dos lotes C, D, E e F. 3 Equipamento para testes de envelhecimento rpido luz.

Materiaislotes de impresses fotogrficas de teste com quatro conjuntos de tiras de controle de cor foram impressos no Papel Colorido Kodak Professional digital ii, um papel cromognico RC com uma emulso especialmente sensibilizada para a exposio em uma impressora a laser digital ou a led (light emitting diode). uma metade do lote foi face-mounted (amostras a, B, C e d) ou laminada (amostras e e F)1 (quadro 1) e a outra metade permaneceu no montada (amostras au, Bu e Cu)2. em mdia, os testes comearam dois meses aps a produo das amostras. isto permitiu arejar as amostras, de forma que parte de seu gs fosse liberada.

Estabilidade na luza experincia foi realizada no image Permanence institute (iPi) em Rochester, nova york, e seguiu as recomendaes da norma ansi it9.91996 [american national standards institute, 1996]. as amostras foram reforadas por um carto com 100% de algodo e alocadas em um fadeometer 3 feito sob medida e equipado com 21 tubos fluorescentes brancos frios.4 as amostras foram expostas a uma intensidade de luz de 50klux a 18-24C entre 45 e 55% umidade Relativa uR por um perodo de 77 dias.5 as densidades ticas das tiras de cores foram medidas com um densitmetro (GretagMacbeth spectroscan/Spectrolino) antes, depois e em intervalos regulares durante a experincia.6

4 GE F72T12CW-15000. Para especificaes completas, veja http://catalog. gelighting.com/ 5 A iluminao regular de um escritrio de aproximadamente 450 lux para 12 horas por dia. A iluminao regular de um museu de aproximadamente 300 lux para 12 horas por dia [Wilhelm and Brower, 1993].

Estabilidade no escuroa experincia realizada no iPi seguiu o mtodo de suspenso descrito na ansi it9.9 1996 [american national standards institute, 1996]. Pares de amostras de teste foram colocadas em cmaras de envelhecimento a 40o, 50o e 60oC em 50% uR. alteraes da densidade tica foram medidas da mesma maneira que na experincia sobre a estabilidade na luz. Como um teste complementar, o mtodo de desbotameto em bolsa escura selada [american national standards institute,1996] foi escolhido para as amostras testadas na Queens university (a, B e C). as amostras foram condicionadas a 55% uR por sete dias e em seguida termosseladas individualmente em bolsas laminadas de polietileno-nylon-alumnio. as amostras de controle seladas foram mantidas a -15oC durante todo o perodo dos testes. as amostras restantes foram envelhecidas em fornos a temperaturas constantes de 55o,

6 Para impresses fotogrficas, a medida de profundidade do tom em uma superfcie visualizada em luz refletida a densidade refletida D, definida como um logaritmo da proporo de luz incidente e refletida. A densidade neutra descreve a profundidade do tom independentemente de sua cor, enquanto as medidas de trs cores podem ser feitas com luz monocromtica utilizando-se filtros vermelhos, verdes e azuis.

24

65o e 75oC at atingirem seu ponto final de alterao de densidade designado.7 leituras densitomtricas das tiras de controle de cor foram feitas com o auxlio do densitmetro 810 X-Rite. amostras envelhecidas foram tambm comparadas visualmente com uma amostra de controle. uma vez removidas das bolsas seladas, as amostras no foram recolocadas na bolsa para mais envelhecimento.AmostraA

ProcessamentoProcessador Sitte Constamat com processo Agfa AP 94 Processador Hostert Pro

Acabamento Laminao Face MountingNo aplicvel Primer licenciado Diasec + selante de silicone (marca no revelada) Primer (marca no revelada) + Selante 1201 de Silicone Brilhante Estrutural MACtac Permacolor PermaTrans IP2100, filme adesivo dupla-face

PMMAFolha moldada de 4mm (marca no revelada) com barreira UV incorporada Rhm Plexiglas XT extrudado de 4 mm Acrylite FF extrudado com absorvente de raios UV de 1/8 polegadas de Cyro Industries (sem transmisso de radiao inferior a 345 nm Idem C

B

No aplicvel

C

Processador Colenta RA-4 com qumicas Kodak Ektacolor RA para processos RA-4

No aplicvel

7 Os parmetros de vida til da imagem (image-life) seguintes foram utilizados: para as tiras cinza neutro e as tiras de cor: 30% de modificao, com correo de manchas; para o equilbrio da cor nas tiras: cinza neutro 13% de modificao; para a tira de densidade mnima: 0.10 de modificao de densidade; e para o equilbrio da cor na tira de densidade mnima: 0.06 de modificao nas unidades de densidade. Wilhelm [1993] tem parmetros mais rigorosos. 8 AD-Strips so pequenas tiras de papel revestidas com um verde bromocresol, que varia do azulescuro at o verde e o laranja quando exposto a nveis crescentes de vapores cidos.

D

Idem C

No aplicvel

E

Idem C

MACtac Permacolor PermaGuard IP-7300 (filme de vinil com acrlico PSA) MACtac Permacolor PermaGuard IP-7000 (filme de polister com acrlico PSA)

Primer SS4179 de Silicone GE + Selantes SCS 1000 de Silicone Contractors GE No aplicvel

No aplicvel

F

Idem C

No aplicvel

No aplicvel

Quadro 1 Descrio das amostras

Evaporao do cido acticoPara determinar a presena da evaporao do cido actico do silicone durante o armazenamento e envelhecimento, ad-strips 8 foram colocadas em bolsas seladas juntamente com amostras de impresses face-mounted. as amostras foram envelhecidas por 38 dias a -15, 20, 55, 65 e 85C.9 uma ad-strip foi envelhecida isoladamente numa bolsa selada para cada uma das temperaturas citadas, para se verificar a estabilidade do indicador em temperaturas mais altas. Para detectar a quantidade de cido actico liberado mais precisamente, o ar contido nas bolsas seladas foi analisado por um cromatgrafo a gs com ionizador de chama (GCFid)10 (Hewlett Packard 5890 series ii) [national institute for occupational safety and Health, 1994]. depois do envelhecimento completo, cerca de 70ml de ar foram removidos do interior da bolsa por suco atravs de um tubo de vidro slido absorvente, anasorb CsC, contendo carvo ativado da casca do coco. a bolsa foi ento purificada com ar durante cinco minutos. o protocolo de niosH (national institute

10 A coluna utilizada foi a de 1m por 4 mm de vidro ID, Carbopack B rede de 60/80. 3% Carbowax 20M/0.5% H3PO4, a uma temperatura de 1300C, pelo tempo corrido de 10 minutos.

9 Devido a dificuldades tcnicas com os fornos, aps 25 dias as amostras a 85oC foram envelhecidas por 13 dias a 75oC.

25

for ocupational safety and Health) [national institute for occupational safety and Health, 1994] especifica o tamanho da amostra de 20 a 300 litros, mas se descobriu que trs litros utilizados como amostra foram suficientes para remover a maior parte do cido actico das bolsas. o ad-strip foi removido e sua cor foi lida imediatamente. trs amostras de controle em branco para uma anlise GCFid foram feitas por meio da amostragem de bolsas vazias no incio, meio e fim da sesso de amostragem. o cido actico em cada amostra foi removido do carvo e foi transformado em um eluente cido frmico (metanoico), que foi processado atravs do GC-Fid.

Resultados e discussoEstabilidade luza degradao fotoqumica (esmaecimento pela luz) dos corantes cromognicos se apresenta como uma mudana no equilbrio da cor e perda de cor e detalhes nas altas luzes [Wilhelm & Brower, 1993]. Corantes magenta possuem uma estabilidade luz limitada e so destrudos por um mecanismo oxidativo. os corantes cianos so geralmente os mais estveis luz, enquanto os corantes amarelos so os mais sensveis ao pH [tuite, 1979]. Com quase todos os tipos de impresso colorida, espera-se que testes de esmaecimento luz de alta intensidade produzam menos esmaecimento global e menos manchas amareladas do que a equivalente exposio luz distribuda pelos anos em situao normal de exibio [Wilhelm & Brower, 1993]. aps 77 dias de exposio no instrumento medidor de esmaecimento (fadeometer), todas as amostras tinham esmaecido dramaticamente. Pares de amostras apresentaram o mesmo comportamento, indicando consistncia nos resultados. Como era esperado, as perdas de densidade foram maiores nas tiras de controle de cor pura (figura 2) do que nas tiras cinza neutras (figura 3). o magenta foi o corante mais sensvel luz e o que desbotou mais rapidamente. em geral, as amostras face-mounted esmaeceram em um grau ligeiramente maior do que aquelas que permaneceram no montadas. o face mounting pareceu tornar os corantes magenta e amarelo menos resistentes ao mesmo tempo que melhorou a performance do corante ciano. o aumento dramtico no esmaecimento do corante amarelo pode ser atribudo presena de cido actico emitido pela borracha de silicone. o esmaecimento mais significativo foi observado na amostra B, que tambm apresentava um forte odor de cido actico e uma camada de silicone mais espessa do que os outros sistemas de silicone a e d [Pnichon & Jrgens, 2001]. o esmaecimento do corante amarelo tambm aumentou nas amostras face-mounted com um adesivo dupla-face sensvel presso (Psa) (amostra C). apesar de o fabri-

26

0 - 0.1

au

a

Bu

B

Cu

C

d

e

F

Perdas de densidade

-0.2 -0.3 -0.4 -0.5 -0.6 -0.7 -0.8 -0.9 -1

dC(R)t

dM(G)t

dy(B)t

Figura 2 Perdas de densidade das tiras ciano, magenta e amarelo com densidade inicial de 1.0 (correo de mancha) aps 77 dias no fadeometer. DC (R)t: densidade vermelha na tira de controle ciano, DM(G)t: densidade verde na tira de controle magenta, DY(B) t: densidade azul na tira de controle amarelo.

0 -0.1 -0.2 -0.3 -0.4 -0.5 -0.6 -0.7 -0.8 -0.9 -1

au

a

Bu

B

Cu

C

d

e

F

Perdas de densidade

dn(R)t

dn(G)t

dn(B)t

Figura 3 Perdas de densidade das tiras cinza neutro com densidade inicial de 1.0 (correo de mancha) aps 77 dias no fadeometer. DC (R)t: densidade vermelha na tira de controle neutro, DM(G)t: densidade verde na tira de controle neutro, DN(B)t: densidade azul na tira de controle neutro.

au a Bu B Cu C d e F0 5 10 15 20 25 30 35

dias

Figura 4 Nmeros de dias para atingir 30% da perda do corante magenta nas tiras cinza neutro de densidade inicial 1.0 (correo de mancha)

27

cante indicar que o pH do adesivo neutro [Morgan adhesive Company, s.d.], ele pode se tornar cido com o tempo. a performance melhorada do corante ciano foi inesperada por causa de sua notria tendncia deteriorao quando em contato com cido actico e/ou quando desprovido de oxignio [Kodak Publication, 1998]. explicaes possveis incluem a menor sensibilidade dos corantes cianos ao cido actico em comparao com os corantes amarelos, ou a penetrao de molculas de oxignio atravs da base da impresso quando somente a face emulsionada da impresso est isolada do ar [aono, nakamura & Furutachi, 1982]. os resultados dos testes podem variar se as impresses face-mounted tiverem um suporte rgido aderido ao verso. as amostras laminadas desbotam menos que quaisquer outras impresses face-mounted. a performance dos dois laminados foi muito similar, independentemente da composio do seu filme ou adesivo. de todas as amostras, a B foi a primeira a atingir o ponto final de 30% de perda do corante magenta na tira de controle neutro (figura 4). as amostras no montadas au, Bu e Cu atingiram o ponto final aproximadamente no mesmo tempo e se mostraram mais resistentes ao esmaecimento pela luz do que as amostras face-mounted a, B, C e d. as amostras laminadas e e F se mostraram mais resistentes ao esmaecimento pela luz.

Estabilidade no escuroCorantes cromognicos possuem pouca estabilidade no escuro a menos que sejam mantidos em temperaturas de refrigerao. Mudanas que ocorrem em armazenamentos escuros so geralmente caracterizadas por uma mudana generalizada de cor, perda do contraste e a formao de uma mancha amarelada atribuda descolorao dos acopladores de cor magenta residuais na emulso [Wilhelm & Brower, 1993]. em 15 de janeiro de 2002, nenhuma das amostras envelhecidas no iPi tinha atingido ainda os valores de ponto final. no entanto, os resultados parciais parecem corroborar com os resultados obtidos no outro teste de estabilidade escura descrito a seguir. nas amostras colocadas em bolsas na Queens university, os ndices finais que foram atingidos mais rapidamente foram uma alterao para cores vermelho ou violeta nas tiras de controle cinza neutro, causada pelo esmaecimento do corante ciano. no lote B, que gerou a maior quantidade de cido actico, as impresses face-mounted atingiram seus ndices finais antes das amostras no montadas (figura 5). nos lotes a e C, as amostras no montadas atingiram seus ndices finais mais rapidamente. o esmaecimento dos corantes individuais nas tiras de controle de cor amarelo, magenta e ciano foi a mudana menos bvia. a base das impresses no montadas de todos os lotes amarelaram em um grau maior do que a base das impresses face-mounted (figura 6).

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au a Bu B aprox. 35 dias Cu aprox. 45 dias C 0 10 20 30 40 50 aprox. 82 dias 60 70 80 90 100 110 aprox. 52 dias aprox. 50 dias excedido: aprox. 110 dias

Figura 5 Nmero de dias para atingir 13% de mudana de cor para vermelho ou violeta nas tiras cinza neutro com densidade inicial de 1.0 (correo de mancha) a 65C em bolsa escura seladaau a Bu B Cu C 0 0.02 0.04 0.06 0.08 aumento de densidade

Figura 6 Formao de uma mancha amarelada durante o envelhecimento em bolsa escura selada em amostras no montadas e facemounted: aumento em dmin (mancha amarela) aps 58 dias a 65C

a velocidade de envelhecimento (figura 5) variou suficientemente para demonstrar que os materiais de montagem podem ter um efeito na estabilidade das fotografias a longo prazo. a oxidao uma das causas mais conhecidas de degradao das impresses cromognicas. os resultados das amostras a e C sugerem que possivelmente a excluso de ar da rea da emulso desacelerou o esmaecimento dos corantes. no entanto, o completo isolamento do oxignio da emulso colorida pode aumentar o esmaecimento do corante ciano [aono, nakamura & Furutachi, 1982]. deteriorao estrutural foi observada em alguns casos. amostras face-mounted com adesivo Psa (aps presso) dupla-face sensvel presso e envelhecido de 50oC para cima disso demonstraram uma delaminao ocasional da impresso na forma de bolhas com formato de flocos de neve (figura 7) depois de 20 dias. ilford [ilford, 1988] e MaCtac [Morgan adhesive Company, 1986a; b; s.d.] atribuem este problema umidade presa na folha de PMMa no momento da montagem. a exposio subsequente a uma alta temperatura faz com que essa umidade se expanda dentro da camada adesiva

Figura 7 Formao de bolhas em forma de floco de neve na amostra C, envelhecida por 20 dias a 55C

29

onde adquire a aparncia de floco de neve. a migrao do corante amarelo ficou aparente na amostra B, envelhecida de 65oC para cima. estas amostras, face-mounted a um PMMa extrudado, que conhecido por possuir uma tenso interna advinda do processo de fabricao [Fenn, 1995], sofreram tambm uma curvatura convexa horizontal.

Evaporao do cido acticoas ad-strips indicam o aumento da concentrao cida numa escala de zero a trs [image Permanence institute, 1998]. Como algumas sofriam mudanas de cor que eram mais fortes que o valor mximo da escala, esta foi estendida at o valor de quatro. as ad-strips de controle demonstraram somente ligeiras mudanas de cor a 65o e 85oC. os dados do cromatgrafo a gs com ionizador de chama4 3 amostra C 2 1 0 amostra B amostra a

nmero ad-strip

-20

-10

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

temperatura em C

Figura 8 Evaporao do cido actico medida com AD Strips aps 38 dias de envelhecimento

amostra Bg de cid-o actico por bolsa

10000 1000 100 10 1 0.1 -20 747.6 123.3 389.9

1095.4

1442.8

20 8.8 28.3 17.8

23.4 amostra a amostra C

0.4

2.3

6.5

-10

0

10

20

30

40

50

60

70

80 90 temperatura em C

Figura 9 Evaporao do cido actico medida com cromatgrafo a gs com detector de ionizador de chama aps 38 dias de envelhecimento, com valores medidos indicados

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GC-Fid foram calculados para resultarem num valor correspondente quantidade de cido actico presente no contedo total de ar (g.ml-1) de cada bolsa selada. Para cada lote, um aumento na temperatura ocasionou um aumento da evaporao de cido actico das amostras (figuras 8 e 9). uma correlao entre os grficos pode ser observada. as amostras montadas com filme adesivo dupla-face (C) apresentaram valores baixos de cido actico. as impresses diasec (a) tinham nveis moderados de cido actico em todas as temperaturas, com uma maior leitura a 20oC em comparao s temperaturas mais altas. a amostra B produziu grandes quantidades de cido actico. isto foi possivelmente em funo da espessura da borracha de silicone, trs vezes maior que as amostras diasec [Jrgens, 2001], ou de uma possvel tendncia deste material de liberar uma maior quantidade de cido actico enquanto est curando. os resultados indicam que a quantidade de cido emitida parece ser diretamente proporcional temperatura, mas o cido actico liberado mesmo num ambiente de baixa temperatura, como a de -15oC. no entanto, o cido detectado aqui pode ter sido produzido durante as poucas horas em que as amostras vedadas no se encontravam num ambiente de -15oC, antes e depois da armazenagem num compartimento frigorfico. os resultados mostrados aqui esto alinhados com as observaes iniciais feitas quando do recebimento das amostras vindas dos estdios de montagem. Quando as novas amostras foram desembrulhadas, o lote B liberou um odor muito forte de cido actico, a liberou somente um ligeiro odor e C, contendo amostras montadas com Psa, no liberou nenhum odor perceptvel. Como o cido actico produzido somente durante o processo de cura, apenas uma quantidade finita est presente no selante, que est sendo constantemente liberada [ttreault, 1992] para atingir um estado livre de cido. no processo de montagem, o selante imprensado fortemente entre dois materiais relativamente impermeveis, cada um capaz de absorver o cido actico [Fenn, 1995]. nesta circunstncia, presume-se que a proporo de cido actico liberado das impresses face-mounted lenta e que as impresses vo liberar vapores corrosivos por um longo tempo. amostras adicionais examinadas quatro meses aps sua produo retiveram o odor distinto de cido actico que se apresentou mais forte nas extremidades. uma ad-strip foi atada extremidade de uma amostra do lote B que foi envelhecida anteriormente por 59 dias a 55oC. depois de um dia na armazenagem escura, uma mudana de cor indicando vapores cidos foi observada, que se originava na rea em contato com a camada exposta de borracha de silicone e difundia para fora. Porque o cido escapa principalmente pelas extremidades, razovel presumir que as impresses maiores atingiro o ponto final de evaporao mais vagarosamente do que as impresses menores, j que o cido deve percorrer uma distncia maior para atingir uma extremidade.

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ConclusesComo esperado, diferentes borrachas de silicone produzem resultados diversos. a baixa performance da amostra B em todos os testes parece indicar que sistemas que liberam cido actico em grandes quantidades devem ser evitados. no entanto, esta concluso convida a pesquisas futuras. seria interessante examinar o uso dos selantes ditos neutros ou selantes de cura no corrosivos como uma alternativa para aqueles que liberam cido actico. os selantes de silicone acetoxi liberam quantidades significativas de cido actico durante a cura, o qual escapa primeiramente onde o selante est exposto ao ar nas extremidades das impresses face-mounted. a quantidade de evaporao determinada pela temperatura e pelo tipo de selante utilizado. devido emisso de vapores corrosivos, as impresses montadas com borracha de silicone acetoxicurador devem ser mantidas numa rea bem ventilada at que tenham perdido o odor de cido actico. somente depois disso podem ser embrulhadas ou estocadas em envoltrios impermeveis. devido ao limite mnimo (baixo) do odor do cido actico (0.48ppm [Hill Brothers Chemical Company, 1999]), cheirar a frente, o verso e as extremidades de uma impresso face-mounted podem dar uma indicao do grau de evaporao. ao contrrio do que foi dito [swiss Federal laboratories for Material testing and Research, 1987; ilford Photo Corporation, 1988], o face mounting de uma fotografia numa folha de PMMa no parece melhorar sua resistncia luz, mesmo quando a PMMa foi tratada com inibidores de raios uV. isto deve ser lembrado quando se estabelecer os nveis de luz para uma exposio de fotografias face-mounted. as impresses com suporte diasec no se mostraram mais resistentes ao esmaecimento provocado pela luz do que aquelas produzidas por no licenciados ou montados com adesivo acrlico. laminados com inibidores de uV adicionais ofereceram melhor proteo contra a ao da luz visvel e raios uV do que os face-mounted. o face mounting diminuiu significativamente as mudanas de cor na armazenagem escura em alguns casos; em outros, acelerou ligeiramente estas alteraes. em geral, comparadas com as impresses no montadas , a mancha amarelada da base durante o envelhecimento no escuro diminuiu em todas as impresses face-mounted. nenhuma diferena significativa foi encontrada entre as caractersticas do envelhecimento no escuro das impresses face-mounted com borracha de silicone e aquelas montadas com um filme adesivo dupla-face. as ltimas podem sofrer uma formao de floco de neve na camada adesiva a uma temperatura acima dos 50oC. o uso do PMMa extrudado para face mounting pode levar distoro no armazenamento em temperaturas acima de 55oC.

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Porque os laboratrios de montagem utilizam materiais diferentes, o resultados podem variar grandemente de uma impresso para outra. as concluses a que chegamos aqui so somente vlidas para as combinaes examinadas e testadas nas experincias descritas. os testes de estabilidade no claro e escuro devem ser repetidos para confirmar os dados.

Materiais e fornecedoresacrylite FF: Cyro industries. 25 executive Bd, orange Ct 06477 estados unidos ad-strips: image Permanence institute, Rochester institute of technology, 70 lomb Memorial drive Rochester ny 146235604 estados unidos diasec sovilla sa. Chemin des terrailles 2. 1304 Cossonayville sua Psa dupla-face e laminados: MaCtac usa 4560 darrow Road stow oH 44224 estados unidos Papel Colorido Kodak Professional digital iii: eastman Kodak Company Rochester ny 14650 estados unidos Bolsas laminadas de polietileno-nylonalumnio: Maco Bag Corporation 711 Rowley Road Victor, ny usa estados unidos Plexiglas: Rhm and Haas deutschland GmbH. in der Kron 4 60489 Frankfurt alemanha selantes de silicone e primer: Ge silicones, General electric Company Waterford ny 12188 estados unidos

Agradecimentosos autores gostariam de agradecer andrew W. Mellon Foundation e ao German academic exchange service (daad) por seu apoio a este projeto de pesquisa, ao art institute of Chicago, ao image Permanence institute, a douglas nishimura, dan Bruge, tamara luzeckyj, Kate Jennings e sarah arnold (image Permanence institute, Rochester, ny), Photobition Chicago, doug severson e John Mancini (art institute of Chicago), dra. allison Rutter, dr. Graham Caims e dra. sandra Graham (analytical services unit, environmental studies, Queens university, Kingston, ontrio), scott Williams (Canadian Conservation institute) e Rob McCallum (Camera Kingston, Kingston, ontrio).

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Laminao plstica e montagem fontal (face mounting) de fotografias contemporneassylvie Pnichon e Martin Jrgens

Publicado originalmente em McCabe, Constance. Coatings on Photographs: Materials, techniques, and Conservation. Washington, dC: the american institute for Conservation of Historic and artistic Works (aiC), 2005, p. 218233. * os termos em ingls face-mounted, facemount e face- mounting no sero traduzidos. trata-se de processo patenteado com detalhamento no corpo do texto laminao plstica e face mounting de fotografias contemporneas. nota da reviso tcnica.

desde meados dos anos 1980, artistas vm explorando os limites da fotografia e novas formas de exibio dos seus trabalhos. os trabalhos atuais so geralmente muito grandes e por isso seu manuseio, sua exibio e preservao podem representar um desafio. Por razes estticas e funcionais, os artistas comearam a, cada vez mais, privilegiar duas tcnicas de acabamento para suas fotografias: laminao plstica e face mounting.*a laminao consiste em aderir permanentemente um filme plstico superfcie de uma impresso, enquanto o face mounting consiste em aderir permanentemente uma folha rgida de acrlico transparente, como o Plexiglas, superfcie da impresso.

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Figura 1 reas desta impresso em gelatina que aderiram localmente ao vidro apresentam um aumento da saturao. Cortesia Grant Romer, Rochester, Nova York

Figura 2 Impresso face-mounted vista de lado, mostrando a profundidade da cor

tanto a tcnica de laminao quanto a de face mounting do s impresses uma planeza que no pode ser atingida por meio de alas tradicionais ou cantoneiras fotogrficas. estas tcnicas de acabamento tambm conferem rigidez s peas e eliminam a necessidade de um revestimento pesado, facilitam o manuseio e diminuem o custo da produo. outra vantagem est na proteo contra raios ultravioletas, marcas de dedo, mofo e poluentes do ar. Juntamente com a proteo, a qualidade esttica destas tcnicas de acabamento importante para os fotgrafos. os laminados oferecem muitos acabamentos para superfcie que podem alterar as caractersticas originais da fotografia, inclusive a remoo do brilho da superfcie. os filmes laminados brilhantes realam as cores de uma imagem e tornam-na brilhosa. Filmes com um acabamento lustroso ou acetinado no possuem o brilho dos filmes brilhantes porm aumentam a saturao. os filmes foscos so utilizados para imagens que necessitam de proteo, mas no necessariamente realce da cor; eles eliminam reflexos, tm um efeito suavizante sobre a imagem, o que torna arranhes, emendas e outras imperfeies menos perceptveis. alm destes acabamentos bsicos, muitas outras texturas, desde o couro sinttico at a lona, podem ser obtidos com laminados plsticos. o face mounting, que consiste na aplicao de uma superfcie rgida, espessa, transparente e geralmente muito brilhosa a uma impresso fotogrfica, um processo que resulta num efeito molhado, similar ao efeito obtido atravs da aplicao de verniz pintura. edward Curtis percebeu o mesmo efeito visual com os seus orotones, que eram positivos sobre vidro com tinta dourada aplicada no fundo.1 uma fotografia com emulso em gelatina que tenha aderido localmente ao vidro vai apresentar aparncia similar (figura 1). Face mounting e laminao atingem a saturao ou efeito molhado ao eliminar o ar entre a impresso e o vidro de proteo ou o filme e ao igualar os ndices de refrao das emulses, adesivos e filmes ou folhas plsticas utilizadas neste processo.2, 3 o espectro de luz que estaria presente numa camada de ar entre a superfcie da impresso e o vidro de proteo de uma moldura convencional eliminado. a superfcie da foto-

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grafia no pode ser distinguida dos demais componentes, independente do ngulo de viso ou da distncia. em vez disso, a luz reflete a partir da superfcie do acrlico, atrs da qual est o espao profundo da cor, ou seja, a espessura do revestimento acrlico (figura 2). Com efeito, o contraste da imagem se altera tanto para as impresses laminadas com filme brilhante (glossy) quanto para as face-mounted; as cores parecem mais escuras e a saturao observada realada. Foram estas caractersticas que aumentaram a popularidade, entre os artistas, da laminao plstica e do face mounting das impresses coloridas cromognicas. numa crtica do trabalho do fotgrafo alemo Matthias Hoch, Hans dieter Huber indica que a superfcie de uma impresso que determina sua recepo como uma obra de arte:o mtodo tradicional de emoldurar uma fotografia com passepartout e vidro comum estabelece uma maior distncia para os olhos do observador, que no somente percebida espacialmente, mas que tambm pode ser apreendida como uma distncia emocional, intuitiva ou semntica. a forma com que a fotografia apresentada sua superfcie, materialidade e distncia tica tem um importante papel na forma especfica do significado que advm de uma imagem.4

entrevistas com vrios artistas que atualmente utilizam estas tcnicas de acabamento confirmaram este ponto de vista.5 apesar disso, quando perguntados sobre suas impresses sobre a estabilidade a longo prazo de tais tcnicas, todos os entrevistados responderam que suspeitavam que as duas tcnicas no eram boas para suas fotografias. Finalmente, alguns artistas admitiram que sentem-se pressionados por suas galerias a adotarem o mtodo de apresentao que esteja na moda e venda bem.

Filmes e folhas plsticos usados para laminar e face-mount fotografiasuma variedade de produtos plsticos vem sendo utilizada tanto para laminar quanto para face mounting fotografias. dependendo das caractersticas fsicas e qumicas do polmero, estes materiais tm sido utilizados para ambos os mtodos de acabamento.

1 edward Curtis escreveu: a impresso fotogrfica comum, embora boa, no possui profundidade nem transparncia, ou mais especificamente, translucncia. ns todos conhecemos a beleza das pedras e cascalhos no riacho lmpido da floresta, de onde a gua absorve o azul do cu e o verde da folhagem, mas quando retiramos os cascalhos iridescentes da gua e os secamos, eles esto opacos e sem vida. assim ocorre com a impresso fotogrfica ortodoxa, mas nos Curt-tones toda a transparncia retida e elas esto to cheias de vida e cintilantes quanto uma opala. Barbara a. davis, edward s. Curtis: The life and times of a shadow Catcher, so Francisco,1985, p. 66. 2 Polimetil metacrilato (PMMa) (1.49), adesivo de borracha de silicone (1.43), e emulso fotogrfica (aprox. 1.54). J. C. seferis, Refractive indices of Polymers, in Polymer Handbook, 3 ed. nova york, eds. J. Brandup e e. H. immergut, 1989, v. Vi, p. 454455.

Policloreto de vinilao policloreto de vinila 6 (PVC) foi descoberto em 1838, mas foi comercializado somente a partir de 1926, quando o qumico Waldo semon descobriu um mtodo de plastificar o PVC num material macio e flexvel. os filmes de PVC so resistentes umidade, mas possuem estabilidade trmica e estabilidade luz limitadas e potencialmente produzem cido hidroclrico quando envelhecem. Consequentemente, so necessrios estabilizadores para evitar a descolorao

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3 Permatrans iP2100 filme adesivo de presso: direo da mquina (1.54), direo perpendicular mquina (1.55), espessura (1.49). MaCtac Performance Guide - Permatrans iP2100. Mai/2000. 4 Hans dieter Huber, Matthias Hoch - to the Beat of the techno-systems, in Matthias Hoch - speicher. leipzig, alemanha, dogenhaus Galeric, 1998. Catlogo de exibio. 5 entrevistas telefnicas conduzidas com artistas ou por meio de assistentes deles e de pessoal da galeria, jan. mar./2000. 6 Museum of Fine arts, Boston, Conservation and art Materials encyclopedia online. disponvel em http://www. mfa.org/_cameo. acessado em 6/ jul./2004. 7 Museum of Fine arts, Boston, Conservation and art Materials encyclopedia online. disponvel em http://www. mfa.org/_cameo. acessado em 6/ jul./2004. 8 John Brydson, Plastics Materials, 7 ed. oxford, 1999, p. 556583.

causada pela luz e pelo calor. Plastificantes ftalatos eram comumente utilizados em meados do sculo XX para a produo de plsticos de PVC; no entanto, estes plastificantes oleosos tendem a se deslocar e a se separar com o tempo, produzindo uma superfcie oleosa e tornando o substrato quebradio. as formulaes de PVC mais recentes usam tcnicas de copolimerizao, em substituio aos plastificantes, para a modificao do filme. os plastificantes e estabilizantes podem continuamente se esvair do polmero resultando num filme oleoso ou deixando uma camada esbranquiada na superfcie. o PVC solvel em hidrocarbonetos clorados e solventes aromticos e insolvel em gua, alcois, cidos concentrados e lcalis. o filme de PVC muito utilizado como laminado.

Polistero qumico sueco Jns Jacob Berzelius descobriu as resinas de polister 7 em 1847. as resinas so termoplsticas ou termofixas e so produzidas por meio da reao de um ster do lcool dihdrico e cido tereftlico. os polisteres termoplsticos so compostos lineares utilizados em fibras e filmes. um tipo, o polietileno tereftalato (Pet), foi desenvolvido em 1941 e utilizado na manufatura do Mylar e outros filmes resistentes umidade. os filmes de polister so tipicamente rgidos, porm flexveis e altamente transparentes. eles so estveis dimensionalmente e quimicamente e resistentes a cidos fracos, lcalis fracos, descolorantes e a maioria dos solventes orgnicos, mas se degradam em lcalis resistentes, cidos fortes e cresol. o polister muito utilizado como um material para laminao.

Policarbonatoo policarbonato8 um polmero termoplstico amorfo, que foi simultaneamente descoberto por engenheiros da Bayer e da General electric em 1953. Foi utilizado como produto industrial em 1958. atualmente, estas duas empresas, com seus respectivos produtos Makrolon e lexan, dominam aproximadamente 75% do mercado. a gama de policarbonatos disponveis comercialmente aumentou consideravelmente nos ltimos anos. o polmero transparente, com transmisso de luz de aproximadamente 90% a 1 mm de espessura. Copolmeros de bis-fenol s com bis-fenol a so algumas vezes adicionados para realar o ndice de refrao (1.61 vs 1.59). o policarbonato oferece maior resistncia a arranhes que o vidro. rgido, duro e transparente com inrcia fisiolgica, mas oferece resistncia limitada radiao uV e a produtos qumicos. a menos que sejam tratados para a exposio uV, os filmes de policarbonato podem se tornar muito quebradios, o que pode resultar num processo de opacidade devido a rachaduras microscpicas na superfcie da resina. o policarbonato possui

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muito pouca absoro de gua, o que contribui para um alto nvel de estabilidade dimensional. no entanto, ele se dissolve em cetonas e em solventes aromticos e clorados (por exemplo, acetona, benzeno, e carbono tetracloreto) e afetado por lcalis, amnias e aminas. Por causa de sua durabilidade e resistncia abraso, os filmes de policarbonato so comumente utilizados para laminar adesivos de cho.

Polipropilenoo polipropileno um polmero duro, translcido e termoplstico obtido por meio da catalizao do propileno. Foi primeiramente polimerizado em 1954 por Giulio natta de Milo e foi disponibilizado comercialmente em 1957. as propriedades do polmero so fortemente dependentes de sua composio catalisadora e do tamanho e formato de sua partcula. Houve mudanas substanciais nos mtodos de polimerizao ao longo dos anos, o que levou continuidade do desenvolvimento dos materiais hoje disponveis. o polipropileno um polmero linear do hidrocarboneto que completamente ou quase completamente saturado. ele se torna quebradio quando sua temperatura se aproxima dos 32oF (0oC).9 o polipropileno possui uma resistncia razovel abraso e boa resistncia ao calor e eletricidade. solvel em alguns hidrocarbonetos e em lcool isoamil e insolvel em acetona, ter dietil, alcois baixos, etil acetato, cidos e lcalis. Como pode ser degradado pelos raios uV, pode conter absorventes de uV ou antioxidantes.10 os filmes de polipropileno so usados algumas vezes para a laminao.

9 Brydson, 1999, p. 247268. 10 Museum of Fine arts, Boston, Conservation and art Materials encyclopedia online. disponvel em http://www. mfa.org/_cameo. acessado em 5/ jul/2004. 11 tedlar Protective Film. disponvel em http://www. dupont.com/tedlar/ products. acessado em 19/jul/2004. 12 Museum of Fine arts, Boston, Conservation and art Materials encyclopedia online. disponvel em http://www. mfa.org/_cameo. acessado em 6/ jul./2004.

Polifluoreto de vinilao polifluoreto de vinila (PVF) foi introduzido como um filme nos anos 1960 pela duPont com o nome comercial de tedlar. os produtos de PVF possuem propriedades nicas que incluem excelente resistncia a fatores ambientais, propriedades mecnicas magnficas e inrcia face a uma variedade de produtos qumicos, solventes e agentes causadores de manchas. os filmes tedlar esto disponveis em verses transparentes que protegem da radiao uV, assim como os filmes pigmentados translcidos e opacos. estes filmes no contm plastificantes, portanto resistem ao desbotamento, frico e a mudanas de cor.11 o PVF solvel em ciclohexanona e dimetilformamida e insolvel em hidrocarbonetos alifticos, metanol, cidos, lcalis e descolorantes. degrada-se com calor e luz, produzindo o cido hidroflurico.12 os filmes de PVF so geralmente utilizados como laminados para artes grficas que requerem resistncia ao grafite.

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13 anita Quye and Colin Williamson, Plastics: Collecting and Conserving. edinburgh, 1999, p. 21. 14 teflon Graphic Protection. disponvel em http://wvw.dupont. com/teflon/ graphics. acessado em 19/jul./ 2004. 15 sheldon Hochheiser, Rohm and Haas - History of a Chemical Company. Philadelphia, 1986, p. 59. 16 Julia Fenn, secret sabotage: Reassessing Museum Plastics in display and storage, in Resins: ancient and Modern. aberdeen esccia: ed. M. Wright and J. townsend, 1995, p. 3841. 17 Thea van oosten, Crystals and Crazes: degradation in Plastics due to Microclimates, in Plastics in art: History, technology, Preservation. Munich, 2002, p. 8088. 18 o. Fuchs, solvents and non-solvents for Polymers, in Brandup and immergut, 1989, v. Vii, p.382.

Politetrafluoretilenoo politetrafluoretileno (PtFe) foi descoberto por acidente em 1938 e comercializado como teflon pela duPont em 1943. o teflon um material suave, opaco, que resistente ao calor, oxidao, luz e a produtos qumicos. no afetado por cidos, lcalis e solventes orgnicos e apresenta uma das maiores tenses dentre os materiais produzidos pelo homem.13 os filmes de teflon so conhecidos por seu baixo coeficiente de frico, sua inrcia qumica, suas excepcionais propriedades dieltricas. so resistentes a fatores ambientais e raios uV, possuem excelentes propriedades ticas, insignificante absoro de umidade e performance magnfica em temperaturas extremas.14 os filmes de teflon so uma outra boa escolha para impresses laminadas que estejam sujeitas ao grafite.

PolimetilmetacrilatoFolhas fundidas de polimetilmetacrilato (PMMa) foram comercialmente introduzidas em larga escala por Rohm e Haas de darmstadt, na alemanha, em 1936, com o nome comercial de Plexiglas.15 o plstico rgido e transparente encontrou uso imediato na indstria blica, especificamente para o revestimento das cabines de piloto de avies. desde ento vem sendo utilizado em diversos aspectos da vida moderna. outros nomes comerciais posteriores so Perspex, oroglas, acrylite e lucite. o PMMa o material mais comumente utilizado em fotografias face-mounted. o PMMa fabricado por meio da polimerizao do metilmetacrilato. extremamente transparente e transmite aproximadamente 92% da luz visvel. Com uma temperatura de transio do vidro (tg) de 230F (110C), o PMMa um material duro, mas quebradio, e consideravelmente rgido em temperatura ambiente. as folhas de PMMa so produzidas por meio de fundio ou por extruso, sendo que a ltima incorpora altos nveis de tenso durante a fabricao. o PMMa extrudado pode estar sujeito a rachaduras relacionadas tenso durante o envelhecimento,16 o que pode ser acentuado pela presena de solventes como os alcois na forma lquida ou vapor. o PMMa fundido est menos suscetvel a este tipo de degradao. o PMMa j mostrou que pode rachar em clima de umidade oscilante.17 ele moderadamente resistente maioria dos produtos qumicos, luz e oznio e altamente resistente degradao biolgica. os solventes para o PMMa incluem o cido actico, o benzeno, clorofrmio, etanol/gua, etil acetato, cido frmico, metil etil cetona e xilenos.18

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Adesivos usados para laminar e face-mount fotografiasum grande nmero de adesivos vem sendo utilizado para laminar e em face mounting de fotografias. os acrlicos sensveis presso so os adesivos mais escolhidos para a laminao e podem ser utilizados para face mounting. os adesivos base de silicone so mais comumente utilizados para face mounting.

Adesivos acrlicosPolisteres acrlicos normalmente chamados de acrlicos, foram introduzidos pela primeira vez em meados dos anos 1950 e cresceram at atingirem um quarto do mercado norte-americano de adesivos sensveis presso (Psa).19 os polmeros do adesivo acrlico so sintetizados a partir de uma ampla seleo de steres monomricos de acrlico e metacrlico. Mais especificamente, os adesivos acrlicos so baseados em etil, butil, monmeros de 2-etilhexil acrilato, alm de pequenas quantidades de metilmetacrilato e cidos acrlicos e/ou metacrlicos, e outros monmeros acrlicos exclusivos. os acrlicos, pela vantagem da sua estrutura saturada, ultrapassam de longe os adesivos base de borracha em estabilidade no envelhecimento e oferecem uma boa resistncia ao calor e radiao uV. uma outra caracterstica interessante dos acrlicos que, em geral, substncias promotoras de aderncia ou tackifiers no so necessrios porque uma adeso pode ser formada dentro do polmero por meio da escolha adequada de monmeros acrlicos.20 no entanto, se uma adeso muito forte necessria, adesivos como a resina de poliestireno ster e outros materiais podem ser acrescidos ao adesivo acrlico, apesar de isso promover certa instabilidade qumica. os adesivos acrlicos podem ser plastificados com fosfato, ftalatos e plastificantes sulfonamida.21 tradicionalmente, os adesivos acrlicos tm sido fornecidos com solventes orgnicos, mas por causa do aumento do custo e de restries regulatrias com relao s emisses nos anos 1970, a indstria optou pelas formas base dgua.22 os adesivos acrlicos podem ser utilizados tanto para a laminao quanto para face mounting.

19 samuel C. temin, Pressuresensitive adhesives for tapes and labels, in Handbook of adhesives, 3 ed. nova york, ed. irving skeist, 1990, p. 641663. 20 david R. Gehman, acrylic adhesives, in Handbook of adhesives, 1990, p. 437450. 21 elissa oloughlin and linda s. stiber, a Closer look at Pressuresensitive adhesive tapes: update on Conservation strategies, Conference Papers. Manchester 14/abr/1992, londres, The institute of Paper Conservation, p.280287. 22 Gehman, 1990.

Selantes de silicone e camada de base (primers)os selantes de silicone, tambm conhecidos como borracha, mastique, rejunte, goma ou elastmero, so materiais com base principalmente de silicone, carbono e oxignio na forma de polisiloxanos. estes polmeros so irreversivelmente transformados de seu estado plstico por meio da ligao cruzada ou por secagem, para um estado mais elstico. o material completamente curado elstico, per-

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Figura 3 Polidimetilsiloxano

23 Fuchs, 1989, v.Vii, p.391. 24 Walter noll, Chemistry and technology of silicones. orlando, Florida, 1968, p. 512514. 25 Charles Velson Horie, Materials for Conservation. oxford, 1997, p. 220. 26 F. M. lewis, The science and technology of silicone Rubber, Rubber Chemistry and technology 35, no. 5, 1962, p.1262. 27 noll, 1968, p.514. 28 Horie, 1997, p.159 e 185. 29 noll, 1968, p.495 e 501. 30 Horie, 1997, p. 161162. 31 Ge silicones, Material safety data sheet: tse397 silicone electronics adhesive, 1997. 32 os percentuais dados aqui se relacionam com a composio do selante sCs 1200, como descrito em Ge silicones, Material safety data sheet: sCs1201 RtV silicone Rubber Compound (1998).

manentemente flexvel e muito inerte quimicamente. o principal componente da borracha de silicone o polmero linear polidimetilsiloxano (PdMs) (figura 3). utilizado em algumas aplicaes da construo porque apropriado para a selagem de juntas externas entre painis de metal e de concreto assim como para a juno de metal com vidro. os silicones podem resistir a algumas condies ambientais como ao ataque de oxignio e do oznio, radiao uV, a muitos elementos qumicos e solventes e gua. os solventes para PdMs podem incluir: amil acetato, clorofrmio, etil acetato, isopropil acetato, metil etil cetona (maior que 68oF, 20oC), e tricloroetileno.23 o PdMs pode inchar por ao do benzeno, carbono tetracloro, dietil ter, etil acetato, gasolina, metil etil cetona, tricloroetileno e xilenos. cidos fortes e lcalis destroem as borrachas de silicone. 24, 25 a degradao qumica interna das borrachas de silicone parece ocorrer somente em altas temperaturas. apesar de sua resistncia qumica, as borrachas de silicone metil so muito mais permeveis aos gases do que borrachas orgnicas, possivelmente devido sua estrutura microporosa.26 elas tambm so permeveis aos lquidos, mas num grau bem menor.27 os silicones possuem uma baixa tg de -193oF (-125oC) e portanto, tendem a aderir e reter poeira e sujeira.28 dependendo de seus ingredientes, as bo