Caerno de resumos I elis 2014

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS – UFAL (Campus do Sertão) DELMIRO GOUVEIA-AL Caderno de Resumos Sertão I Estudos em Linguagem ELIS Sertão Discurso, Espaço, Cultura CEZAR ALEXANDRE NERI SANTOS FÁBIA FULNI-Ô MARCOS ALEXANDRE DE MORAIS CUNHA MÁRCIO FERREIRA DA SILVA THAYSA OLIVEIRA THIAGO TRINDADE ISMAR INÁCIO DOS SANTOS FILHO (Organizadores)

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O I ELIS – I ESTUDOS EM LINGUAGEM DO SERTÃO – é um evento científico-cultural do Curso de Letras, da Universidade Federal de Alagoas-UFAL-Campus Sertão, que objetiva discutir o encontro entre linguagens, isto é, o entrelaçamento entre os diversos recursos semióticos, nas mais diversas esferas comunicativas e mídias, destacando o Sertão como o espaço plural dessa discussão, ao mesmo tempo em que é aqui o referente. Neste momento de reflexão, entendemos língua(gem) como sistemas de atividades interlocutivas que constroem um mundo de significados, os discursos (bem como os espaços discursivos), espraiando efeitos sociais, imbricando-se, dessa maneira, aos diversos modos de compreensão do real, forjando-o, em toda sua diversidade, sempre em dialogo com a tradição, em seus aspectos históricos e de poder. Dessa teia, pensou-se o tema do encontro: Discurso, Espaço, Cultura como fios da linguagem em interação com os processos das culturais locais e global.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS – UFAL(Campus do Sertão)

DELMIRO GOUVEIA-ALCad

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SertãoI Estudos em Linguagem

1º ELIS

SertãoDiscurso, Espaço, Cultura

CEZAR ALEXANDRE NERI SANTOSFÁBIA FULNI-ÔMARCOS ALEXANDRE DE MORAIS CUNHAMÁRCIO FERREIRA DA SILVATHAYSA OLIVEIRATHIAGO TRINDADEISMAR INÁCIO DOS SANTOS FILHO(Organizadores)

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS – UFAL(Campus do Sertão)

DELMIRO GOUVEIA-ALCad

erno

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SertãoI Estudos em Linguagem

1º ELIS

SertãoDiscurso, Espaço, Cultura

CEZAR ALEXANDRE NERI SANTOSFÁBIA FULNI-ÔMARCOS ALEXANDRE DE MORAIS CUNHAMÁRCIO FERREIRA DA SILVATHAYSA OLIVEIRATHIAGO TRINDADEISMAR INÁCIO DOS SANTOS FILHO(Organizadores)

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Comissão OrganizadoraProf. Msc. Cezar Alexandre Neri SantosProfa. Msc. Fábia Fulni-ôProf. Dr. Ismar Inácio dos Santos FilhoProf. Dr. Marcos Alexandre de Morais CunhaProf. Dr. Márcio Ferreira da SilvaProfa. Msc. Thaysa Oliveira BarbosaProf. Msc. Thiago Trindade

Comissão CientíficaProf. Msc. Cezar Alexandre Neri SantosProfa. Msc. Fábia Fulni-ôProf. Dr. Ismar Inácio dos Santos FilhoProf. Dr. Marcos Alexandre de Morais CunhaProf. Dr. Márcio Ferreira da SilvaProfa. Msc. Thaysa Oliveira BarbosaProf. Msc. Thiago Trindade

RealizaçãoCurso de Letras (UFAL-Campus do Sertão)

ColaboraçãoNEPED – NELA – GELASAL – GEDD - EPS

ApoioDireção Administrativa – UFAL-Campus do SertãoDireção Acadêmica – UFAL-Campus do Sertão

Capa e DiagramaçãoProf. Dr. Ismar Inácio dos Santos Filho

I Estudos em Linguagem do Sertão - discurso, espaço,cultura (1. : 2014: Delmiro Gouveia, AL)

Caderno de Resumos [do] I Estudos em Linguagem do Sertão –discurso, espaço, cultura. / Universidade Federal de Alagoas; [organizado por Cezar Alexandre Neri Santos et al]. – Delmiro Gouveia: UFAL – Campus do Sertão, 2014.

65p.ISSN 2319-071X

1. Discurso. 2. Espaço 3. Cultura I. Universidade Federal de Alagoas. II. Santos, Cezar Alexandre Neri et al. III. Título.

CDU: 82-5Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca do Campus Sertão

UFAL - Campus do Sertão – Delmiro Gouveia

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SUMÁRIO

Temática ________________________________________________________04

Conferências_____________________________________________________05

Palestra_________________________________________________________06

Mesas-redondas__________________________________________________07

Minicursos______________________________________________________12

Linguística – Estudos em Discussão __________________________________19

Educação – Estudos em Discussão ___________________________________42

Literatura – Estudos em Discussão ___________________________________47

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TEMÁTICA

I ELIS – I ESTUDOS EM LINGUAGEM DO SERTÃO – é um evento científico-

cultural do Curso de Letras, da Universidade Federal de Alagoas-UFAL-Campus Sertão, que objetiva

discutir o encontro entre linguagens, isto é, o entrelaçamento entre os diversos recursos semióticos,

nas mais diversas esferas comunicativas e mídias, destacando o Sertão como o espaço plural dessa

discussão, ao mesmo tempo em que é aqui o referente. Neste momento de reflexão, entendemos

língua(gem) como sistemas de atividades interlocutivas que constroem um mundo de significados,

os discursos (bem como os espaços discursivos), espraiando efeitos sociais, imbricando-se, dessa

maneira, aos diversos modos de compreensão do real, forjando-o, em toda sua diversidade, sempre

em dialogo com a tradição, em seus aspectos históricos e de poder. Dessa teia, pensou-se o tema do

encontro: Discurso, Espaço, Cultura, como fios da linguagem em interação com os processos das

culturais locais e global. Assim, o I ELIS busca discutir cientificamente o panorama linguístico-

enunciativo, discursivo, literário e/ou sociocultural da região, com o intuito de conectar-se (e

possibilitar essa conexão) com os diferentes estudos acadêmico-científicos relativos à linguagem e a

sua diversidade.Prof. Dr. Ismar Inácio dos Santos Filho

Prof. Dr. Márcio Ferreira da Silva

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Conferência de abertura

SENTIDOS PLURAIS DE UM QUADRILÁTERO SERTANEJO

Stela Lameiras (UFAL)

Conferência de encerramento

DIVERSIDADE LINGUÍSTICA: ENTRE O LOCAL E O GLOBAL

Leilane Ramos

Raquel Meister Ko Freitag

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PALESTRA

PROVINHA BRASIL: FORMAÇÃO DO PROFESSOR ALFABETIZADOR,

CONCEPÇÃO E APLICAÇÃOMônica Maria Soares (UFS)

Resumo: A Provinha Brasil representa a concepção de que se problemas forem diagnosticados já nos primórdios daalfabetização, com a efetiva ação docente, os sistemas de avaliação do Brasil poderão, num futuro próximo, divulgarmelhores resultados no que tange à leitura destes jovens. Observamos que essa avaliação ocorre no período queintermedeia o 1º e o 3º ano. Ou seja, este instrumento é aplicado para alunos que, levando-se somente emconsideração a idade escolar, têm sete anos de idade, o que significa que já obtiveram as primeiras noções dealfabetização no 1º ano. No 2° ano, o professor submete o aluno à avaliação diagnóstica, a chamada prova de entrada,para mensurar o que aprendeu na série anterior e, em seguida, organizar o seu planejamento. Se seu nível dealfabetização/letramento for precário, o aluno ainda dispõe de mais um ano, vez que no ano seguinte, no 3º ano,contará com a idade de oito anos. Considerando que, de acordo com Oliveira (2004), decodificar é ler, ler parcialmente,pois a leitura, em sua completude, demanda compreensão e ler e compreender envolvem habilidades e competênciasdiferentes, objetivamos, nesta apresentação, demonstrar as implicações dos processos de leitura e compreensão queenvolvem edificação/aplicação/resolução da Provinha Brasil. Para isso, apresentaremos i) as concepções linguísticasque alicerçam a construção deste instrumento, confrontando-as com os processos de alfabetização e letramentopropostos pela Ciência Cognitiva da Leitura; ii) o perfil de alfabetização dos cursos de Pedagogia em Sergipe frente àformação dos professores que aplicam o instrumento; iii) um relato e uma análise as aplicações da Provinha Brasilnuma escola da rede municipal de Aracaju/SE, contrapondo as observações e a postura do professor com ospressupostos linguísticos de Alfabetização, Letramento, Consciência Fonológica, Gêneros Textuais e Sociolinguística.Para que a Provinha Brasil realmente seja um mecanismo para avaliar o nível de leitura dos alunos, é necessário que oprofessor entenda que este instrumento não mede o seu desempenho docente, que as teorias psicogenéticas,imperantes há mais de duas décadas, não estão trazendo resultados satisfatórios ao processo de ensino e aprendizagemem leitura e que a análise antecipada do instrumento resulta numa boa aplicação e consequente veracidade dosresultados.

Palavras-Chave: Provinha Brasil. Concepções linguísticas. Alfabetizador.Estudos em Linguagem do Sertão - UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS (UFAL) - Campus Sertão © Elis20141ºELIS

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MESA-REDONDA

A TEMÁTICA INDÍGENA EM QUESTÃO: LÍNGUA, CULTURA EEDUCAÇÃO

Mediadora: Profa. Msc. Fábia Fulni-ô (UFAL-Campus Sertão)

LÍNGUA INDÍGENA: CULTURA E IDENTIDADEProfa. Dra. Januacele da Costa (UFAL-Campus AC Simões)

A PROPOSTA DA EDUCAÇÃO INTERCULTURAL NA ESCOLA INDÍGENA PANKARÁProf. Dr. José Ivamilson Silva Barbalho (UFAL-Campus do Sertão)

Resumo: Esta mesa trata de alguns aspectos relacionados ao conhecimento e reconhecimento da diversidadelinguística no Brasil, focalizando a questão indígena, em duas perspectivas diferentes e relacionadas. De um lado, doponto de vista da linguística, com um viés antropológico, busca-se discutir e refletir sobre a existência das línguasindígenas brasileiras, refletindo sobre o seu papel de marcador de identidade étnico-cultural, de acordo com Duranti(2002), que, por sua vez, apresenta pontos de vista de diferentes autores, como Boas (1911), Goodenough (1956), Lévi-Strauss (1963), Geertz (1973) e outros, ilustrando-se com dados da língua Yaathe (Fulni-ô). Sob outro ponto de vista,ou seja, por um viés histórico, discute-se a Lei 10. 639/2003, modificada pela Lei nº 11.645/2008, que instituiu aobrigatoriedade do ensino da história e cultura afro-brasileira e indígena, através de um relato de experiência com esseensino no IFAL.

Palavras-chave: Diversidade linguística; Línguas Indígenas; Identidade; Ensino; História; Cultura.

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MESA-REDONDA

LÍNGUA, TEXTOS E HISTÓRIA

Mediador: Prof. Msc. Thiago Trindade (UFAL-Campus Sertão)

A INTEGRAÇÃO DOS ESTUDOS DA HISTÓRIA DOS TEXTOS COM A MUDANÇA LINGÜÍSTICA: OCASO DO MAS EM EDITORIAIS PERNAMBUCANOS DO SÉCULO XIX

Prof. Dr. Cleber Ataíde (UFRPE-UAST)

Resumo: Este trabalho parte da relevância de considerar os estudos da história dos textos para a descrição e mudançalinguística. Para considerar a integração desses estudos, parto da hipótese de que a mudança da língua está atrelada aevolução/mudança dos textos. Sendo assim, é possível considerar que as regras mais gerais que emergem a partir deoperações do sistema são ativadas em combinação com eventos específicos de uso e cada uso tem um aspectoindividual e único, sugerindo que não podemos decidir sobre como utilizar as estruturas que o sistema nos fornecesem adaptá-las a esse contexto singular. Isso garante, portanto, que as regras sejam concebidas não como absolutas,mas como contextualmente dependentes, refletindo a atuação de um organismo biológico em um ambiente cultural.Essa perspectiva de integração pode-nos oferecer evidências de que “certos usos linguísticos podem estar fortementecorrelacionados ao tipo de texto, uma vez que existem fórmulas fixas, estruturas relativamente estáveis oupropriedades convencionalizadas que se repetem em determinado gênero particular” (OESTERREICHER, 1997;LOUREDA LAMAS, 2006). Como exemplo dessa abordagem, apresento a aplicação do modelo de análise dasTradições Discursivas em editoriais pernambucanos pertencentes ao corpus do Projeto “Para a História do PortuguêsBrasileiro a um fenômeno linguístico, o item linguístico mas.

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MESA-REDONDA

LÍNGUA, TEXTOS E HISTÓRIA

Mediador: Prof. Msc. Thiago Trindade (UFAL-Campus Sertão)

AS FORMAS TRATAMENTAIS TU-VOCÊ EM CARTAS PESSOAIS PERNAMBUCANAS DOS SÉCULOSXIX E XX: QUESTÕES DE PESQUISA E ENSINO

Prof. Dra. Valéria Severina Gomes (UFRPE/UFRJ/PDJ-CNPq)[email protected]

Resumo: A presente comunicação consiste em um estudo sócio-histórico dos casos do sistema tratamental tu-você emcartas pessoais pernambucanas dos séculos XIX e XX. Neste tipo de análise, “os textos não são mais o objeto final danossa investigação, mas o meio para distinguir as gramáticas dos falantes de português que os escrevem.” (GALVES,2012, p. 66). O presente estudo segue o mesmo propósito de Lopes (2011, 2012), ao investigar o sistema pronominal detratamento no português brasileiro, ou seja, verificar se há variação entre as formas relacionadas ao paradigmade você e tu numa mesma carta. Nesse sentido, a análise parte de três eixos: a mudança gramatical; a história social; e astradições discursivas. As cartas entre outros gêneros estão submetidas aos padrões pragmáticos como: a quantidade deinterlocutores, o grau de familiaridade, o conhecimento partilhado, o grau de espontaneidade etc. (Jacob, 2001). As cartaspessoais apresentam alguns elementos constitutivos que se encarregam de evidenciar traços prototípicos do texto, masque estão sujeitos a variações na estrutura composicional, são eles: data e local; saudação; contato inicial (captação debenevolência); núcleo da carta; seção de despedida; e assinatura. São encontrados nesses documentos temas daintimidade cotidiana das famílias e políticos, o que evidencia o elo entre o tema abordado nesses documentos e a relaçãoque se estabelecia entre os interlocutores: se são amigos, familiares, amantes etc. Essa relação estabelecida entre osinterlocutores interfere na escolha tratamental. Essas reflexões na perspectiva sócio-histórica de estudo da língua incitamoutras discussões do ponto de vista do ensino: Qual o espaço para a inserção dos estudos sócio-históricos da língua(gem)nos livros didáticos? A formação na graduação ou a formação contínua dos professores tem contribuído para que elesutilizem as informações históricas sobre a língua e sobre os textos/discursos em suas práticas na sala de aula? Como, porque e para que o professor pode inserir, em suas ações didáticas, componentes sócio-históricos que auxiliem odesenvolvimento da competência comunicativa dos alunos? Essas questões culminaram com a produção da cartilha“Identidade e Memória em Manuscritos e Impressos Pernambucanos: língua, história e cultura através dos textos”,visando à pesquisa e ao ensino da historicidade da língua e do texto.Palavras-chave: historicidade; cartas pessoais; tradição discursiva; sistema pronominal.

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Trabalho realizado com o

apoio do Conselho

Nacional de Desenvolvimento

Científico e Tecnológico

(CNPq).

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MESA-REDONDA

DISCURSO E COMUNICAÇÃO: CIRCULAÇÃO DE SENTIDOS NAPUBLICIDADE

Mediador: Prof. Dr. Heder Rangel (UFAL-Campus Sertão)Profa. Dra. Lídia Ramires (UFAL-Campus Sertão/Polo Santana do Ipanema)

Profa. Dra. Maria Stela Torres Barros Lameiras (UFAL-PPGLL/FALE)

Resumo: A proposta contempla uma análise discursiva sobre a linguagem publicitária cuja ancoragem epistemológica sedá pela teoria da Análise de Discurso (AD) de origem francesa, com interlocuções teóricas no campo da comunicação, dapublicidade e do marketing, buscando analisar os sentidos do discurso publicitário, a partir de corpora de anúncios depublicidade. O procedimento de análise está ancorado por intermédio de leituras críticas sobre a circulação de sentidosno discurso publicitário, nas interlocuções sociais e no exercício de um poder que utiliza uma linguagem opaca, focalizadaem conflitos e contradições. Nessa perspectiva, a linguagem e seu funcionamento nos interessam porque estãoarticulados dentro de um construto teórico de movimento, o da linguagem que se dá em (dis)curso ou o (dis)curso que sematerializa em linguagem. Dessa forma, entendemos que se ampliam as possibilidades de estudarmos a linguagempublicitária sob aspectos sociais, que se (re)configuram diferentemente do viés informacional. Procuramos, portanto, iralém das aparências, perscrutamos os efeitos de sentidos que advêm das condições objetivas de produção dos discursos enos colocamos com a intenção de desvelar o que acontece em termos de raciocínio / interpretação / intermediação dodiscurso publicitário. Até onde as formas de apresentar tais discursos interferem em escolhas e opções? Como essediscurso significa? Qual é seu raio de ação? Como trabalha sua força de persuasão? Assim, trazemos exemplos – osanúncios – que perfazem distintos percursos analíticos, porém com uma complementaridade imbricada pela tessitura deuma linguagem socialmente disponível em diversos tipos de mídia.

Palavras-chave: Publicidade, Discurso, Circulação de Sentidos.

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MESA-REDONDA

PÔSTERES E DIVULGAÇÃO/CIRCULAÇÃO DE SABERES(comentários sobre as apresentações de pôsteres)

Prof. Dr. Márcio Ferreira (UFAL-Campus Sertão)

Prof. Dr. Ismar Inácio dos Santos Filho (UFAL-Campus Sertão)

Prof. Dr. Marcos Paulo Sobral (UFAL-Campus Sertão)

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MINICURSO

AQUISIÇÃO DA LÍNGUA MATERNA - VISÕES MÚLTIPLAS

Profa. MsC. Thaysa Oliveira Barbosa (Curso de Letras UFAL Campus do sertão)[email protected]

Prof. MsC. Jomson Teixeira (PPGLL/UFAL)[email protected]

Profa. MsC. Julia Mayra Duarte Alves (Curso de Pedagogia UFAL Campus A. C. SImmões)[email protected]

Resumo: A língua(gem) é algo intrínseco a espécie humana, de forma que é inconcebível homem sem língua, nemtampouco língua sem homem. A partir desse pressuposto, pretendemos nesse trabalho apresentar, por diversos viesesteóricos como o ser humano adquire uma ou mais línguas, tendo em vista que independente da explicação e da correnteteórica que fundamenta tal explicação, tem-se a fala da criança, como objeto de estudo. Logo, esse trabalho visa analisar arelação do sujeito ainda infante com a sua língua materna, para então, tornar-se falante. Diante disso, aqui retomaremos,ainda que de modo sucinto as perspectivas teóricas já consolidadas dentro do campo da aquisição da linguagem,buscando demonstrar, tanto teórico quanto metodologicamente, quais as explicações que cada uma dessas correntesapresentam para o processo de aquisição de linguagem. Essa descrição nos permitirá, além de uma incursão históricasobre como se tem entendido a aquisição de uma língua, mostrar como cada umas das teorias se relacionam ou seexcluem dentro do campo e ainda colocar em pauta os diferentes rótulos e metodologias de análise que se consolidaramnas diferentes abordagens teóricas. As teorias que servirão de base para nosso trabalho serão: a corrente Inatista(Chomsky), Interacionista (De Lemos), Behaviorista (Skinner), Enunciativa (Flores & Teixeira), Cognitivista (Piaget),Social (Vigotsky) dentre outras.

Palavras-chave: Aquisição de linguagem. Língua materna. Teorias de aquisição de linguagem.

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MINICURSO

INTRODUÇÃO ÀS LÍNGUAS INDÍGENAS BRASILEIRAS

Profa. MsC. Fábia Fulni-ô (UFAL- Campus do Sertão)Profa. Dra. Januacele da Costa (UFAL - Campus AC Simões)

Resumo: Há hoje em dia no Brasil cerca de 200 línguas indígenas ainda faladas, a maior parte delas por númerosbastante reduzidos de pessoas. Sabemos que a perda de línguas indígenas está intrinsecamente ligada à usurpação dasterras indígenas, à destruição de habitats indígenas e à incorporação involuntária de povos indígenas na sociedademajoritária – geralmente nas classes marginais mais baixas dessa sociedade – e por isso a morte de uma língua indígena étambém parte da luta por direitos humanos (Nettle and Romaine, 2000). Para Hinton (2001, p. 4), “Language choice ispart of the right of indigenous people to their land, to autonomy, and to cultural and economic self-determination”. Esteminicurso pretende introduzir o conhecimento sobre as línguas indígenas brasileiras, traçando um panorama histórico econduzindo a discussão para o quadro atualmente existente, de modo a refletir sobre a questão e promover oconhecimento das línguas indígenas brasileiras e o reconhecimento da importância histórica, social, cultural e científicado estudo dessas línguas, trazendo novamente para primeiro plano o chamado de Rodrigues (1966), que estabeleceucomo uma das tarefas prioritárias da linguística no Brasil o estudo das línguas indígenas brasileiras.

Palavras-chave: Línguas indígenas brasileiras; História; Direitos Humanos; Situação atual; Papel da Linguística.

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MINICURSOENSINO/APRENDIZAGEM DE LÍNGUA PORTUGUESA: LETRAMENTO EM DIREITOS HUMANOS (uma cena morfológica; questões de gênero e sexualidade)

Prof. Dr. Ismar Inácio dos Santos Filho - Curso de Letras / GELASAL / UFAL (Campus Sertão)

Resumo: Considerando que a atual sociedade se configura pela superdiversidade e, em virtude disso, pelas constantes vertigens daquelesque veem ainda a vida por um viés biologizante e essencialista, desconsiderando o “outro”, e que a ideologia linguística dominante aindaé a de língua como norma a ser seguida, esse minicurso, na intenção de problematizar o antes exposto em sua relação com a disciplinalíngua portuguesa, visa descortinar algumas questões que “devem” ser consideradas quando focalizamos o ensino e a aprendizagem danossa língua materna: i) o entendimento de que a língua não pode ser simplesmente pensada como forma ou estrutura, mas, além disso,como enunciação-discurso – aspecto que implica considerar as práticas linguístico-discursivas, o que acarreta na consideração dos sujeitosem interação, a situação de uso, o contexto sócio-histórico e os efeitos de sentidos e sociais forjados (performances?) pelas seleções ecombinações linguísticas; nesse sentido, ii) a ideia de que ensinar/aprender a língua portuguesa perpassa pela seleção de enunciações(gêneros discursivos), textos que servem de unidade de uso/ensino, e, sendo assim, iii) a noção de que os textos sempre estão atrelados adeterminadas práticas sociais. Seguindo esse raciocínio, objetivamos fazer compreender que a língua não pode ser dissociada docomplexo do qual participa, pois seria uma língua morta/abstrata, fazendo-se necessário, então, ver a língua como partícipe da vidasocial. Essa ideia de língua se sustenta em arcabouços acadêmicos atuais, bem como nos atuais discursos oficiais, que enfatizam o ensinoe a aprendizagem de língua fundados no “uso-reflexão-uso”, que se sustenta nos conceitos de análise linguística, temas transversais,competência/habilidade e direito de aprendizagem, podendo ser inserida a compreensão de direitos humanos (no sentido decompreender a conjuntura, a cidadania, defender a democracia e respeitar as pessoas na condição em que estão). Nessa direção,abordamos o ensino e a aprendizagem de língua portuguesa em sua perspectiva de letramento em direitos humanos, no sentido de queletramento é o uso linguístico-enunciativo considerado válido no contexto de uso, e de que essa compreensão certamentepossibilita/provoca o aprender a conviver, a respeitar o outro; lidar com a diferença, na atual superdiversidade. As discussões tomamcomo objeto de reflexão o sintagma nominal “os menines”, situado no título do post “Com vocês: os menines”, de Liliam Pacce, a partirdo qual focalizamos esse arranjo linguístico ao nível da palavra, como uma cena morfológica, e evidenciamos as questões de gênero e desexualidade, vistas pela lente da desessencialização social. A questão que mobiliza a discussão é: “Que saberes/competências sãonecessários para que o ensino/aprendizagem de língua portuguesa assuma o caráter de letramento em direitos humanos?”. A reflexão sesitua na Linguística Aplicada e toma como fundamentos conceitos de Bakhtin (2004), Brait (2005), Brasil (1997), Hoffnagel (2009),Moehleche (2008), Moita Lopes (1996, 2005, 2010, 2013a, 2013b), Porto e Dias (2013), Rojo (2010), Santos Filho (2010, 2012a, 2012b) eZenaide (2013).Palavras-chave: Língua Portuguesa, Letramento, Direitos humanos.

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MINICURSO

LITERATURA E CANÇÃO - UM ESTUDO DA POÉTICA NAS LETRAS DAMÚSICA POPULAR BRASILEIRA MODERNA

Prof. Dr. Marcos Alexandre de Morais CunhaCurso de Letras/ Grupo de Estudos Poéticos do Sertão / UFAL (Campus Sertão)

[email protected]

Resumo: A partir da segunda metade da década de 60, a música popular brasileira e o formato canção atraíram uma novageração de poetas-letristas que encontrou nos recursos visuais, táteis e auditivos do LP o suporte ideal para expressar a suaarte poética. Desta forma, passou a publicar sistematicamente suas letras, algumas com a elaboração e a arte de composiçãode poemas, nos encartes dos discos, sendo responsável por uma renovação no panorama literário brasileiro.Esta geraçãopercebeu que a canção estava alcançando protagonismo na cultura nacional, através das ondas da rádio, das trilhas sonorasde cinema, das telenovelas, e que, consequentemente, a poesia dos livros de poemas tornava-se cada vez mais uma arte parainiciados. Nomes como Chico Buarque de Hollanda, Caetano Veloso, inegavelmente, impuseram à MPB a supremacia dapoesia, do texto e do conceitual sobre a arte do canto. Em torno das canções da MPB, também foi se estabelecendo umimportante corpo teórico e crítico, a partir de nomes como Augusto de Campos, consubstanciado em inúmeros ensaios,teses e dissertações, tendo-se alguns tornado referências: Semiótica da canção: melodia e letra (1994), Análise semiótica através dasletras (2001), O século da canção (2004), de Luiz Tatit (1951); e O som e o sentido (1989), Sem receita: ensaios e canções (2004), de JoséMiguel Wisnik. Alguns dos principais estudiosos deste campo semiótico-literário, a exemplo de Luiz Tatit e Miguel Wisnik,são docentes da USP, Universidade que vem formando especialistas na análise das canções.Enfim, qualquer estudopanorâmico da literatura brasileira contemporânea, notadamente na poética, tem que levar em consideração a produção daMPB moderna, sob risco de se tornar obtuso.O mini-curso propõe uma leitura poética de algumas das letras maisemblemáticas da MPB, numa relação dialógica com o cânone da poesia em língua portuguesa.Palavras-chave: poesia brasileira; MPB; capas/encartes dos vinis e cds; teoria geracional

Palavras-chave: Língua Portuguesa, Letramento, Direitos humanos

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MINICURSO

ENSAIANDO EM TORNO DE GUIMARÃES ROSA

Prof. Dr. David Lopes da Silva Curso de Letras / UFAL-Campus Arapiraca)

Resumo: Dentro da área de Literatura Brasileira, o minicurso explorará, basicamente, dois textos deGuimarães Rosa: o último livro que publicou em vida, Tutameia – Terceiras Estórias, apresentando-o a partir deuma lógica desconstrutiva inspirada em Jacques Derrida; e o conto ‘Meu Tio o Iauaretê’, incluído no livropóstumo Estas Estórias. Para tanto, será feito um breve panorama da obra rosiana, utilizando recursos dediversas correntes da crítica literária, como a formalista, a psicanalítica e a sociocrítica, por exemplo, traçandotambém um pouco da história da diversidade de recepções que Guimarães Rosa mereceu no decorrer dasdécadas. Algumas análises e interpretações constam do livro Enciclopédia Jagunça (Maceió: EDUFAL, 2011), edeverão ter por propósito também incentivar possibilidades mais inventivas, ensaísticas (Th. Adorno, ‘OEnsaio como Forma’), para a produção de textos acadêmicos e trabalhos de conclusão de curso.

Palavras-chave: Literatura Brasileira. Guimarães Rosa. Desconstrução. Ensaio.

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MINICURSO

TRÊS CONTOS DE BRENO ACCIOLY: ESPAÇOS E SERTÕES

Prof. Dr. Márcio Ferreira da Silva (UFAL-Campus do Sertão)[email protected]

Resumo: A proposta deste minicurso é analisar a ficção do escritor alagoano Breno Accioly. O estudoobjetiva recortar as estruturas espaciais que tomam os espaços do Sertão como lugar de enfrentamento tantoquanto as adversidades geográficas quanto as questões relacionadas à violência, como a presença do jagunço,do matador. Nesse sentido, a imagem espacial do Sertão em Breno Accioly propõe um diálogo com o lugar eo não-lugar, que se estabelece, por exemplo, na presença de personagens femininas, como no conto Márcia,apresentadas como mulheres deslocadas desses espaços ou instauradas no descentramento (HALL, 2001).Dessa forma, os estudos metodológicos serão tomados a partir da apresentação do autor de João Urso,reconhecendo, a partir dos Estudos Culturais, a linguagem literária acciolyana como forma de diálogo entre adescontinuidade do homem moderno e o mundo em que ele se apresenta; discussão sobre a forma narrativa,evidenciada no processo de narratividade (SILVA, 1998), que toma a escrita como elemento descritivo. Essaescolha se apresenta como intenção do autor em retratar o lugar e dilatá-lo artisticamente. Por fim, espera-seque os alunos discutam as categorias do espaço e do ambiente (DIMAS, 1987; LINS, 1989) em percepçãocom outras categorias literárias, como o narrador e/ou as personagens, construindo, assim, um recorte daobra de Breno Accioly a partir do olhar que ele manteve para o homem e o espaço árido do Sertão.

Palavras-chave: Espaço. Sertão. Ficção. Breno Accioly.

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MINICURSO

A LEITURA: O QUE É E COMO SE FAZ

Profa. Dra. Camila Leite (UFAL-Campus Arapiraca)

Resumo: A leitura, apesar de ser uma atividade realizada frequentemente após a alfabetização, não seapresenta como uma tarefa simples. O ato de ler é uma atividade intelectual complexa, feita porprocessamento bottom-up, top-down e interativo. Tal atividade exige a integração de diferentes processoscognitivos, tais como a identificação das letras, o reconhecimento de palavras e seus significados, bem comoa integração sintática e semântica. O certo é que a leitura não se limita à decodificação do texto; ler implicacompreender o material lido (GOUGH; JUEL; GRIFFITH, 1992). Shreiber (1991), Kuhn (2003) e Breznitz(2006) sugerem que aspectos prosódicos fariam parte do processo de desempenho da leitura, pois sãonecessários para que haja uma eficiente compreensão do texto lido. O minicurso abordará os conceitos deleitura, do ponto de vista de processamento, levando em consideração seus aspectos prosódicos. O quefazemos quando lemos? Essa será a pergunta norteadora de nossas discussões.

Palavras-chave: Leitura, Processamento, Prosódia.

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LINGUÍSTICAESTUDOS EM DISCUSSÃO

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ANÁLISE DO DISCURSO: REFLEXÕES PARA UM OLHAR MENOSINGÊNUO COM A LINGUAGEM

Ana Lúcia de Andrade Rodrigues*UFAL-Campus Sertão

[email protected] Cícera dos Santos Correia*

UFAL-Campus Sertã[email protected]

Resumo: As palavras “água”, “produção” e “emprego” estabelecem uma associação nova quando pensadasem relação ao sertão alagoano. A este lugar, a palavra “água”, ligada profundamente à ideia de “vida” e de“fertilidade”, é paradoxal, assim como os vocábulos “produção” e “emprego”, comumente empregados emdiscursos capitalistas ou neoliberais. Assim, podemos nos remeter ao fordismo, época em que essa palavraera empregada em diferentes situações, mas sempre com o sentido que marca o significado em contexto deprodutividade, e em discursos econômicos, o que nos leva a questionar se tal discurso está atrelado a umaideologia neoliberal propagada, nesse caso, por aqueles que pensam o Canal do Sertão como a obraindispensável a essa “produção”. Objetivamos, com essa reflexão, analisar a linguagem visual e escrita sobreo Canal do Sertão, no discurso materializado em dois outdoors postos à margem da BR 423, e o contrasteentre tal discurso sobre o sertão/seca e os efeitos de sentido que esses provocam, a partir do arcabouçoteórico da Análise do Discurso (AD). Essa área do saber nega a ideia de língua transparente doestruturalismo, e pensa que o signo não traz em si o significado, ou seja, entende que o sentido nunca estáclaro, e no qual o sujeito é visto como “assujeitado” e atrelado a uma “maquinaria discursiva” e a instituiçõessociais e ideológicas, com as quais se filia. Nessa compreensão, o discurso contemporâneo, tal como é dito, éo discurso anterior, que, segundo Gregolin (2003), a partir de leitura de Pêcheux, esse é “apenas um efeito doajustamento ideológico” (GREGOLIN, 2003). Tomamos como fundamentação teórica Gregolin (2003),Orlandi (1999), Discini (2005) e Santos Filho (2012), que discutem a ideia de interdiscurso e o conceito deformação discursiva, oriundo de Foucault, e em Fernandes (2007), assim como o diálogo com a psicanálise,entre Pêcheux e Lacan, presentes em Teixeira (2005).

Palavras-Chave: Análise do Discurso. Sertão. Canal do Sertão. Efeitos de sentido. Interdiscurso.

Estudo realizado sob a orientação do professor

Doutor Ismar Inácio Santos Filho, na disciplina

Análise do Discurso, em 2012.02, no Curso de

Letras (UFAL-Campus Sertão)

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O ESTUDO DA MORFOLOGIA EM LIVROS DIDÁTICOS

Fernanda Alves Sousa UFAL- Campus sertão

[email protected] da Conceição F. Mariano

UFAL- Campus sertã[email protected]

Resumo: Como se sabe, a língua é heterogênea e, por isso, deve ser estudada/vista como tal, não devendoser restringida à gramática normativa, como, aliás, se tem feito no ensino de língua portuguesa. A línguatambém pode e deve ser estudada por um viés discursivo. De acordo com Orlandi (2000), o discurso épalavra em movimento, prática de linguagem. Assim, com o estudo do discurso, procura-se compreender alíngua fazendo sentido, enquanto trabalho simbólico, constitutivo do homem e da sua história, por esse viés alíngua jamais pode ser vista como transparente. A morfologia, como parte dos estudos da língua, também édiversa, também sofre mudanças e variações e provoca nos discursos e contextos sentidos diversos. Assim,buscamos analisar recortes de livros didáticos de língua portuguesa, a partir de obras publicadas entre 1986 e2011, para entendermos como o estudo da morfologia está firmado nesses livros – se direta ou indiretamente– qual a concepção de língua adotada – língua como expressão do pensamento, que preza as formas dagramática tradicional, tomando-as como certas e únicas, ou se é vista pelo viés discursivo e interacional, queleva em conta os diversos fenômenos linguísticos e os diversos sentidos com que são empregados, abrindocaminho à análise linguística. Para tanto, nos embasamos, dentre outros, em Batista (2011); Kock e Silva(2009) Santos Filho (2012) e Orlandi (2000). Nas análises, não constatamos uma análise mórfica que leve àreflexão e ao senso crítico acerca dos usos da língua. Ao contrário, percebemos que o estudo morfológico(nos recortes estudados) não é mencionado de forma direta e tem a finalidade de ensinar, por meio de regras,a escrita de palavras de maior prestígio. Assim, vimos que os recortes dos livros didáticos têm umaperspectiva de língua ideal, pois não mostram a língua em suas várias formas de uso.

Palavras-chave: Discurso. Interação. Morfologia. Didática em língua portuguesa.

Estudo realizado sob a orientação do professor

Doutor Ismar Inácio Santos Filho, na disciplina Morfologia, em 2012301,

no Curso de Letras (UFAL-Campus Sertão)

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O ESTUDO DA MORFOLOGIA NO LIVRO DIDÁTICO DE PORTUGUÊS: APALAVRA E SUA RELAÇÃO COM O MUNDO

Ana Lúcia de Andrade Rodrigues – [email protected]

Maria Cícera dos Santos Correia – [email protected]

Resumo: Considerando a linguagem humana como uma atividade interativa e seu caráter heterogêneo, nos estudosmorfológicos, perpassa a necessidade de estudar a palavra numa perspectiva dialógica, seguindo também o princípio dacomutação, pois, sem compará-las, não é possível fazer análise mórfica. Esta pesquisa se dá no âmbito da Linguística, comênfase em Morfologia. Nessa perspectiva, nega-se a ideia de língua como “código” e de um sujeito passivo, como receptor deuma mensagem, pois, o sujeito é visto como aquele que também “produz” os sentidos daquilo que fala, ouve, escreve e lê.Nesse sentido, pensamos ser necessário observar não só o contexto linguístico, mas o uso da língua, pois, para segmentar eanalisar uma língua, se faz necessário observar também fatores históricos, sociais e ideológicos, que são fatoresextralinguísticos essenciais à compreensão das significações propostas no texto (BATISTA, 2011). Aqui assumimos a palavracomo um lexema, o que significa pensá-la como base lexical e carregada de sentido. Tomamos como suporte teórico para“palavra” o conceito de vocábulo formal, cunhado por Câmara Jr., a partir de Bloomfield (1933:160), presentes em Silva eKoch (2009), assim como o de texto, em Koch (2011), como “construído na interação texto-sujeito e não algo que preexistaa essa interação”. O objetivo desse trabalho é analisar numa perspectiva linguístico-discursiva, de vezo bahktiniano, como oestudo morfológico está situado em alguns recortes de livros didáticos de Língua Portuguesa, publicados entre 1986 e 2011,observando o que postulam os PCNs (BRASIL, 1997) para essa disciplina e a sua transposição à prática em sala de aula, apartir do suporte teórico em Rojo (2000) e em Silva (2007), que pontuam que, no estudo morfológico, a palavra, ao ser ditaou usada, deve ser compreendida em um determinado contexto de uso, pois o sentido “nasce” a partir desse uso, ou seja,sempre estará inoculada pelo gênero textual/discursivo. Como considerações, podemos afirmar que o ensino da morfologiaproposto nos recortes dos livros didáticos analisados está imbricado a uma concepção de língua transparente, caracterizandoum estudo abstrato, que desconsidera o sujeito. Logo, tais estudos aparecem apenas como estudos de ordem estrutural,portanto, raramente acontecem em um contexto de uso. Podemos ainda dizer que as palavras são estudadas de formaisolada, com exceção de atividades em Buranello (2008) e em Puntel e Oliveira (2001), pois, apesar de não haver menção aoestudo morfológico, mas sim “atividades de leitura” e de “estudo do texto”, seria(é) possível um estudo morfofonêmico,mesmo que os autores não tragam explícitos esse tipo de estudo/conceito.Palavras-Chave: Análise mórfica. Livros didáticos de Língua Portuguesa. PCNs de Língua Portuguesa.

Trabalho realizado sob a

orientação do prof. Dr. Ismar

Inácio dos Santos Filho, na

disciplina Morfologia,

2013.1.

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A LINGUAGEM EM INTERAÇÕES FACE A FACE: CONTROLE ESUBVERSÃO DA IDENTIDADE DA MULHER EM CENAS DEGABRIELA

Erinaldo da Silva santos - UNEAL- Campus Arapiraca [email protected]

Josefa Mendes da Silva - UNEAL- Campus Arapiraca [email protected]

Ismar Inácio Santos Filho - UFAL- Campus Sertã[email protected]

Resumo: Em nossa sociedade, durante muito tempo, as mulheres foram privadas de diversos direitos, tendoque assumir certos comportamentos de modo a atender padrões ditados por ideologias machistas. Emdiversos momentos, tiveram negada sua voz, a participação nas decisões, sendo reduzidas a “objeto”. Emmeio às tentativas de subversão a certos valores construídos acerca do universo feminino, a linguagemcertamente desempenhou papel decisivo, visto que, quando falam, os indivíduos se constroem e constroem ooutro. Sendo assim, neste estudo, a língua passa a ser vista como uma forma de ação (AUSTIN, 1990) econtrole social imediato (MARCUSCHI, 2003). A partir dessa perspectiva, objetivamos analisar como, emcenas da telenovela “Gabriela”, veiculada na Rede Globo, os recursos linguísticos e paralinguísticos utilizadospela personagem Malvina contribuem para subverter certos padrões de submissão que foram/são impostosàs mulheres, bem como observar como esses elementos (verbais e não verbais) influenciam no processo decontrole da submissão da mulher. A referida telenovela é uma adaptação do romance “Gabriela cravo ecanela”, de Jorge Amado, que “constrói” a vida na cidade de Ilhéus (Bahia), no início da década de 1920,quando a mulher ainda não dispunha de direitos. Para a realização deste trabalho, optou-se pelo métodoqualitativo, uma vez que este permite interpretar fenômenos sociais inseridos em um dado contexto(BORTONI-RICARDO, 2008). Para fundamentar este estudo, tomamos por base estudos desenvolvidos porGoffman (1964), Marcuschi (2003), Austin (1990), Hoffnagel, (2010) Van Dijk (2010), e outros. As reflexõesrealizadas possibilitaram-nos verificar que em suas performances comunicativas, Malvina utiliza enunciados,gestos faciais, entoações de voz, pausas e silêncios que contribuem para que sua intenção seja bem sucedida erealize a ação pretendida, a de subversão, atuando, assim, na construção de um novo discurso acerca do papeldas mulheres naquela estrutura social.

Palavras-chave: Linguagem. Controle. Subversão. Mulher. Identidades Sociais.

Reflexão desenvolvida a partir dos estudos na disciplina Análise da

Conversação (Curso de Letras) e da monitoria na

disciplina Antropologia Jurídica (Curso de Direito), na Universidade Estadual

de Alagoas (UNEAL) em 2012.1, sob a

orientação do professor Doutor Ismar Inácio dos

Santos Filho.

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REFLEXÕES ACERCA DA LINGUAGEM COTIDIANA E SUASCONTRIBUIÇÕES PARA O DESENVOLVIMENTO INTEGRAL DOSALUNOS

Lucréssia Santos Silva – UAB/UFAL [email protected]

Resumo: Este trabalho faz algumas reflexões acerca da linguagem cotidiana usada por alunos na segundaetapa da Educação Básica e na modalidade da Educação de Jovens e Adultos (EJA), destacando suascontribuições para o desenvolvimento integral dos alunos. É parte de um projeto de pesquisa maior realizadodurante participação no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID), em turmas da 1ªa 3ª fases da EJA, e com alunos de duas turmas de 5º ano do Ensino Fundamental I, onde, através deobservações sistemáticas, atividades orais e escritas realizadas com os discentes em sala de aula, percebeu-seo quanto a linguagem do dia a dia (as variedades linguísticas), pode influenciar o processo de aquisição daleitura e da escrita, e no desenvolvimento social dos alunos. Na maioria dos casos, os preconceitos existentesem torno da linguagem são decorrentes do mito de que existe uma língua única e correta. Abordamos essasreflexões fazendo uma ponte com as represálias impostas pelo nosso sistema no intuito de preservar o uso“adequado” de uma língua tão rica e variável quanto a nossa. Para isso, tivemos como base autores comoBagno (2001), Freire (1996), Morais 1996), Saviane (2007) dentre outros, os quais nos ajudaram a concluirque a linguagem cotidiana influencia no desenvolvimento dos alunos, sobretudo na aquisição da leitura e daescrita. Diante disso, entendemos que o estudo da variação linguistica deveria ser trabalhado de formasistemática com os professores da Educação Básica, para que as regras que o sistema impõe possam andarem comum acordo com as reais necessidades de nossos alunos.

Palavras-chave: Linguagem cotidiana, desenvolvimento, alunos.

Trabalho fruto do TCC elaborado durante a

participação no PIBID, no Curso de Pedagogia ( UAB/UFAL) em

2012/2013, o qual teve como campo de atuação a Escola Municipal Elisa Abreu, no Município de

Olho d’ Água das Flores (AL), com bolsa da

CAPES, sob a orientação da professora Doutora

Maria Auxiliadora da Silva Cavalcante (UFAL),

Coordenadora de área do PIBIB-

Pedagogia/UAB/UFAL.

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O TRABALHO COM A LINGUAGEM EM SALA DE AULA: LEITURAE PRODUÇÃO DE TEXTO NO ENSINO FUNDAMENTAL MAIOR

Roseane Leite MachadoUFAL

[email protected]

Resumo: O ensino de língua é um tema bastante discutido por pesquisadores e professores de várias áreasde estudo e a cada ano surgem novas pesquisas sobre a prática dos docentes no ensino de língua materna(doravante LM) e sobre o que pode ser feito para repensar essa prática em sala de aula, como é visto emleituras de Geraldi (2006), Possenti (2006), Bunzen ( 2006), entre outros. Nesse contexto, nosso trabalhoapresenta como objeto de reflexão a sala de aula, a partir de registros e gravações das aulas de LM de umaturma do 8º ano de uma instituição localizada em Maceió- AL, com o objetivo geral de refletir sobre a práticadocente em relação às concepções de língua e linguagem envolvidas nas leituras e produções textuais destaturma do ensino fundamental maior. A pesquisa está inserida na área da linguística aplicada e aborda a partirde uma pesquisa qualitativa Triviños (2006) e Lüdke (1986) os gêneros textuais lidos e produzidos peladocente de LM. Em termos metodológicos, o trabalho envolveu gravações de 60 horas de aulas, registros emdiários de campo e teve como instrumentos de coleta de dados, entrevistas com os alunos e a docente, alémde um questionário de sondagem realizado com a turma logo no início da pesquisa. A fundamentação teóricade nosso trabalho teve como base a perspectiva dialógica da linguagem proposta por Bakhtin (2003, 2005),de modo que o dialogismo foi discutido em nosso trabalho a partir dos textos lidos e produzidos em sala deaula. Este trabalho contribuiu não apenas para analisar a prática docente nas aulas de LM, como tambémrepensar minha prática de ensino nas aulas que envolvem leitura e produção textual. Foi importante tambémno sentido de rever conceitos e teorias associadas ao estudo de gêneros textuais, além de ter contribuído paraavaliar melhor a interação entre professor e aluno em sala de aula.

Palavras-chave: Leitura. Produção textual. Língua Materna. Ensino.

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LINGUAGEM E GESTÃO: PARA ALÉM DO MODUS OPERANDI DODISCURSO

Zoroastro Pereira de Araújo NetoIFPE-Campus Afogados da [email protected]

Resumo: Este trabalho – Linguagem e Gestão: para além do modus operandi do Discurso – estuda os efeitos desentido do discurso da qualidade de vida no trabalho, pelo viés metodológico da Análise Crítica do Discurso,e como corpus tem-se a publicidade da campanha institucional da AmBev, elaborada pela agência MPMPropaganda, em 2010: AmBev. Feita por gente e sonhos, detendo-se não somente na estrutura da construção dapeça, mas, também, nos não-ditos dos fios (in)visíveis que fazem parte daquela tessitura. O objetivo édesvelar o(s) efeito(s) de sentido produzido(s) pelos anúncios publicitários motivacionais dos programas dequalidade de vida no trabalho nas organizações contemporâneas. Para essa análise crítico-textual, aporta-seem Bakhtin (1992, 2006), Bronckart (2008), Carvalho (2007), Fairclough (1989, 1995, 2001), Marcuschi(2008), Mészáros (1996, 2002) e Van Dijk (2010), entre outros. A sua relevância está em propiciar umareflexão acerca dos meandros da intencionalidade do discurso, em destaque no contexto de relações depoder, podendo as suas contribuições extrapolar o ambiente da empresa para outros cenários discursivos nacontemporaneidade. Observou-se, assim, que a tessitura dos fios (in)visíveis do discurso dessa qualidadepode desencadear o estresse, sintomatizado pela síndrome de Bournout e silenciado pelas “novas” formas deextração da mais-valia, nas quais as organizações contemporâneas tendem, cada vez mais, a “valorizar” osseus recursos humanos = talentos = colaboradores = parceiros = associados, em busca de maiorprodutividade.

Palavras-chave: Discurso, Publicidade, Qualidade de Vida no Trabalho.

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LINGUAGEM E GESTÃO: PARA ALÉM DO MODUS OPERANDI DODISCURSO

Zoroastro Pereira de Araújo NetoIFPE-Campus Afogados da [email protected]

Resumo: Este trabalho – Linguagem e Gestão: para além do modus operandi do Discurso – estuda os efeitos desentido do discurso da qualidade de vida no trabalho, pelo viés metodológico da Análise Crítica do Discurso,e como corpus tem-se a publicidade da campanha institucional da AmBev, elaborada pela agência MPMPropaganda, em 2010: AmBev. Feita por gente e sonhos, detendo-se não somente na estrutura da construção dapeça, mas, também, nos não-ditos dos fios (in)visíveis que fazem parte daquela tessitura. O objetivo édesvelar o(s) efeito(s) de sentido produzido(s) pelos anúncios publicitários motivacionais dos programas dequalidade de vida no trabalho nas organizações contemporâneas. Para essa análise crítico-textual, aporta-seem Bakhtin (1992, 2006), Bronckart (2008), Carvalho (2007), Fairclough (1989, 1995, 2001), Marcuschi(2008), Mészáros (1996, 2002) e Van Dijk (2010), entre outros. A sua relevância está em propiciar umareflexão acerca dos meandros da intencionalidade do discurso, em destaque no contexto de relações depoder, podendo as suas contribuições extrapolar o ambiente da empresa para outros cenários discursivos nacontemporaneidade. Observou-se, assim, que a tessitura dos fios (in)visíveis do discurso dessa qualidadepode desencadear o estresse, sintomatizado pela síndrome de Bournout e silenciado pelas “novas” formas deextração da mais-valia, nas quais as organizações contemporâneas tendem, cada vez mais, a “valorizar” osseus recursos humanos = talentos = colaboradores = parceiros = associados, em busca de maiorprodutividade.

Palavras-chave: Discurso, Publicidade, Qualidade de Vida no Trabalho.

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PROJETO LEITURA VIVA: INCURSÕES E INTERAÇÕES NA SALADE LEITURA

Goretti FerreiraLídia Fabiana V. Cavalcante

Escola Municipal Dr. José Carneiro/SEMED-Maceió[email protected]

Resumo: Este trabalho publiciza o Projeto Leitura Viva que está sendo desenvolvido na Escola Municipal Dr.José Carneiro, em Maceió, desde 2011, ratificando a sala de leitura como espaço pedagógico e interrelacional.A contribuição está na possibilidade de dialogar com outras unidades educacionais e compartilhar açõespedagógicas que estimulam a leitura, a produção de texto e a interpretação de diversos gêneros textuais. Oobjetivo é estimular o hábito pela leitura literária no cotidiano do estudante nos diversos ambientes que essesatores estão inseridos. Ou seja, adota-se a concepção de sujeito da perspectiva da Análise Crítica do Discurso,que entende o sujeito a partir de suas práticas discursivas, cujo viés é sempre a mudança social, isto é, aemancipação humana, pois, o sujeito é agente ativo em interação constante, e a mediação é integranteteórico-prático no plano emocional, cognitivo e estético, unindo o mundo sensível e o mundo inteligível emconteúdo-forma-processo. Os autores que fundamentam este estudo são: Koch (2007), Koch & Elias (2010),Foucault (2004) e Solé (2003), entre outros. Contribui, dessa forma, para desenvolver a habilidade de leitorescríticos a partir de um espaço/ambiente prazeroso e acolhedor, no qual os estudantes sintam-se à vontadepara participar ativamente das atividades propostas e experienciem as perspectivas da emancipação humana.Chega-se à conclusão de que a provocação com a leitura é o ponto de partida para a compreensão desseprocesso de ir além do texto e entrar nos meandros da discursividade, da intertextualidade e daintencionalidade, entendendo as determinações ideológicas das formações discursivas.

Palavras-chave: Leitura crítica, Produção textual, Estratégia pedagógica.

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ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA: CONCEPÇÃO DE LÍNGUAATRAVÉS DOS DISCURSOS QUE CIRCULAM NO AMBIENTE ESCOLARNO SERTÃO ALAGOANO

Cícera Damiana Correia da Silva - UFAL – Campus do sertã[email protected]

Marta dos Santos - UFAL – Campus do sertã[email protected]

Resumo: A partir dos estudos sobre a língua(gem) realizados na disciplina de Linguística Aplicada, ministrada peloprofessor doutor Ismar Inácio dos Santos Filho, ofertada ao quinto período de Letras da UFAL – Campus do Sertão,no ano de 2013, sentiu-se a necessidade de compreender como está sendo realizado o ensino de língua portuguesa naatualidade, nas salas de aula de língua portuguesa, em uma escola municipal no sertão alagoano. Para tanto, nesteestudo, compreende-se que a língua não deve ser vista somente como um sistema de signos, como defendia Saussure(1997), mas como ação, como enunciado que, nas práticas discursivas socialmente contextualizadas, produz efeitos desentido. Além disso, compreende-se que o discurso é o uso da linguagem que se constitui numa prática social,produzindo efeitos que constroem as relações sociais, a vida social e as identidades sociais dos sujeitos (MOITALOPES e FABRICIO, 2002). Aqui o foco de análise foram as aulas de língua portuguesa de uma sala de aula de umaescola situada num município sertanejo alagoano, a partir da seguinte problematização: “Qual a concepção de línguadifundida na sala de aula de língua portuguesa? Que efeitos de sentido são produzidos com os usos discursivos quecirculam nesta sala?. Dessa forma, este estudo implicou na observação em sala de aula durante dois dias, numa turmado sétimo ano do ensino fundamental-II. Tais observações foram analisadas sob a perspectiva enunciativo-discursiva,tendo como subsídio autores como Santos Filho(2007, 2012), abordando o discurso na perspectiva da enunciação,Moita Lopes (2003), tratando do socioconstrucionismo, Trindade (1999), abordando recomendações de observação naescola e Tadeu da Silva (2000), que discute a produção social da identidade. Além desses autores, tem-se comofundamentação teórica os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1997) de língua portuguesa, documentos queorientam a prática do(a) professor(a) de língua portuguesa, mas que, como foi possível constatar durante a realizaçãodeste estudo, não está sendo consultado. A conclusão que obtivemos foi a de que a concepção de língua difundida éconivente com a concepção de língua como sistema e, no que se refere aos discursos, foi notável perceber que, na salade aula observada e na escola onde essa se situa, circulam diversos discursos, não acolhidos pelas referidas aulas.

Palavras-chave: Língua(gem), Discurso, Língua portuguesa.Estudos em Linguagem do Sertão - UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS (UFAL) - Campus Sertão © Elis20141ºELIS

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Page 31: Caerno de resumos I elis 2014

PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO: DE UMA CIÊNCIA DISCIPLINAR AUMA NOVA PROPOSTA INTERDISCIPLINAR

Taís da Silva Lima - UFAL – Campus Sertã[email protected]

Heloísa Silva Ferreira - UFAL – Campus Sertã[email protected]

Resumo: Desde tempos remotos até a atualidade, o homem como ser pensante sentiu a necessidade de respostas paraseus questionamentos, ora sobre o mundo em que habitava, ora sobre sua espécie. As respostas, na AntiguidadeOcidental, eram dadas por meio de mitos; na Idade Média, pela fé cristã, por meio das divindades. Contudo, em buscade uma prova, uma “verdade concreta”, surgiu, no século XVII, a Ciência, com René Descartes, priorizando a razãocomo forma de produzir conhecimento, no propósito de dominar a natureza. No século XIX, esse paradigmacartesiano, matemático, foi “aperfeiçoado” por August Comte, com o positivismo. Esse modelo cartesiano-positivistafuncionava com as ciências exatas, fragmentando seu objeto de estudo, estudando-o por um viés disciplinar. Noentanto, esse estudo não “funcionou” (?) com as ciências humanas, por causa da complexidade de seu objeto deestudo, o ser humano. Para compreendê-lo, é preciso levar em consideração todos os fatores que o compõem, meiosocial, familiar, individual, cognitivo etc. E, então, na tentativa/necessidade de dar conta dessa complexidade, surge oparadigma interpretativista na Pós-modernidade, rompendo com o estudo das partes, e atentando para um estudointerdisciplinar, que não se propõe a explicar, mas compreender o seu objeto de estudo como um todo, pois “não hácomo observar o mundo independentemente das práticas sociais e significados vigentes” (BORTONI-RICARDO,2008, p. 32). Nos estudos em linguagem, não podemos analisar as práticas discursivas sem levar em consideração aspráticas sociais. Por isso, surgiu a Linguística Aplicada, um campo do saber, que se configura pelo agenciamento desaberes de diversas áreas do conhecimento fazendo emergir novos. Nesse contexto, tomamos para análise umapropaganda do Instituto TIM (TIM faz ciência), publicada na Revista Nova Escola, periódico destinado a professoresdo Ensino Fundamental, e questionamos: “Que ideia de conhecimento é emitida no enunciado do Instituto TIM?”Com esse questionamento, objetivamos entender, por meio da Linguística Aplicada (LA), o discurso apresentado sobrea produção do conhecimento exposto nessa revista para professores, tendo como base teórica Bortoni-Ricardo (2008),Moita Lopes (2010) e Morin (2005). A conclusão é que, em tempos atuais, continua sendo priorizado o modelocartesiano-positivista, com base nas disciplinas e fragmentação do conhecimento, não dando possibilidade ao aluno deintegrar seus conhecimentos e ampliar a sua visão diante do mundo que o circunda, como o modo de se fazer ciência.Palavras-Chave: Discurso, Disciplinaridade, Interdisciplinaridade, Conhecimento.

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Estudo feito na disciplina Linguística Aplicada, 5º período do Curso de Letras,

2013.2, sob a orientação do

professor Doutor Ismar Inácio dos

Santos Filho.

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O ITEM LEXICAL “MENINES”: UM MIX DE GÊNERO E DESEXUALIDADE

Maria Izânjila da Silva – UFAL – Campus do Sertã[email protected]

Resumo: O interesse pelos estudos da palavra não data dos dias contemporâneos, mas acontecem desde Platão, na“República”, e desde Aristóteles, na “Retórica” e na “Poética”, perpassando por várias perspectivas norteadorasdesses estudos, tais como: a palavra como expressão do pensamento, o estudo nocional da palavra, a palavra comouma composição de unidades significativas menores (MARÇALO, 2008/2009). Atualmente, os estudos emmorfologia devem entendê-la como um item lexical, um termo com significados situados. Assim, passa a ser vistacomo um construto social derivado de conhecimentos linguísticos também construídos socialmente, para construiro mundo, atribuindo-lhe significados dentro de um contexto sócio-histórico e ideológico, com base nas intenções dousuário da língua (SANTOS FILHO, 2012). Dentro dessa perspectiva, apresentamos o sintagma “os menines”(parte do título de um post que se refere a uma turma de garotos que se caracteriza usando roupas e acessóriosfemininos e masculinos, além de compreender sua sexualidade como uma questão aberta quanto à definição), comonosso objeto de análise, compreendendo-o como uma nova construção linguística, e, por isso, questionamos: “Porque a preferência do ‘-e’, em vez de ‘-a’ ou ‘-o’ ?” A partir desse questionamento, pretendemos compreender quaissentidos foram propostos com essa escolha. Essa análise baseia-se na leitura enunciativo-discursiva, a qualcompreende o objeto como uma enunciação, em que um “eu” fala em direção a um “outro”, intencionandoprovocar determinados sentidos (SANTOS FILHO, 2012). A pesquisa está fundamentada também em Batista(2001) e Silva e Kock (2009). Conclui-se que o “eu” do enunciado prefere a marca “-e” na tentativa de evitar, e, aomesmo tempo, definir a identidade de sexualidade e de gênero. Sendo assim, constrói a ideia de hibridez, mostrandoo quanto os sujeitos agem sobre/pela língua, alterando-a quando necessário em função de uma intenção sócio-comunicativa.

Palavras-chave: Morfologia. Menines. Gênero e Sexualidade.

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Estudo realizado a partir de uma

atividade nas aulas da disciplina

Morfologia, no Curso de Letras (UFAL-

Campus Sertão), sob a orientação do prof.

Dr. Ismar Inácio Santos Filho, em

2013.2.

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Page 33: Caerno de resumos I elis 2014

OS DISCURSOS SOBRE O SERTÃO NO RISO E NA POLÍTICA

Lirane dos Santos Barbosa – UFAL – Campus Sertã[email protected]

Cristiana Soares de Oliveira – UFAL – Campus Sertã[email protected]

Resumo: Este trabalho está sendo desenvolvido no Grupo de Estudos em Linguística Aplicada em Questões do SertãoAlagoano (GELASAL), tendo por objetivo entender a concepção de sertão nos gêneros charge e propagandaspolíticas. A ideia é compreender, por meio dos estudos transversais, através da leitura enunciativo-discursiva, osdiscursos que aparecem sobre o sertão, o semiárido e o nordeste. Desse modo, busca-se, por meio dos estudos daLinguística Aplicada (LA), entender esses enunciados construídos em torno do sertão, entender qual a privaçãosofrida, defendida por Rojo (2006), relacionando essa abordagem com a “etnolinguística da fala viva”, estudada porBakhtin (1929). Assim, os textos políticos e o gênero charge formam o corpus do trabalho. Esses serão analisados deforma que se identifique quem é o “eu” que enuncia e o “outro” para quem se direciona o enunciado, e qual osefeitos de sentidos acerca do sertão construídos ali, procurando entender com quais enunciados anteriores dialogam,pois, como sabemos, toda enunciação concreta, segundo Bakhtin (1929), é resposta a uma anterior, e, desse modo,espera uma resposta, forjando uma cadeia discursiva. Diante disso, espera-se que a questão do riso e dos discursospolíticos seja entendida como enunciação, apresentando um panorama do sertão construído discursivamente erelacionado com a questão do poder. Estamos utilizando como base os estudos sobre a pesquisa cientifica, comRicardo-Bortoni (2008), esta dando ênfase sobre o que é fazer uma pesquisa interpretativista, em comparação com omodo positivista, assim como Moita Lopes (2002), falando sobre a linguística aplicada indisciplinar, entre outros,que aparecerão no decorrer da pesquisa, pois esta ainda se trata de um estudo em andamento.

Palavras-chave: Sertão, Enunciação, Riso, Discursos-políticos.

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Estudo a partir do Plano de estudo em

desenvolvimento dentro do Grupo de

Estudos em Linguística Aplicada em Questão do sertão Alagoano, orientado pelo Prof. Dr. Ismar

Inácio dos Santos Filho.

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Page 34: Caerno de resumos I elis 2014

A MEMÓRIA TOPONÍMICA DE DELMIRO GOUVEIA – AL: UM ESTUDODE CASO COM OS BAIRROS CAMPO GRANDE, CHÁCARA SÃOVICENTE E PALMEIRÃO

Lucas Vagner de Araújo – Letras - UFAL – Campus do Sertão (Delmiro Gouveia)[email protected]

Roseane Feitosa de Barros – História - UFAL – Campus do Sertão (Delmiro Gouveia)[email protected]

RESUMO: Esta pesquisa, vinculada ao projeto “Memória toponímica de Delmiro Gouveia-AL: estudosinterdisciplinares”, vinculada ao PAINTER- Programa de Ações Interdisciplinares, orientada pelo prof. Msc. CézarAlexandre Neri Santos, tem por objetivo realizar um mapeamento dos nomes geográficos da cidade a fim de quehaja uma catalogação e compreensão das motivações de nomeação, por meio de documentos oficiais e de entrevistascom nativos permitindo a classificação e análise das motivações toponímicas delmirenses, relatando tais informaçõesem fichas lexicográfico-toponímicas (DICK, 2004). Os nomes obtidos tanto no corpus de documentos oficiaisquanto nas entrevistas, numa perspectiva histórica, permitem a obtenção de grande parte dos topônimos queconstituem o município de Delmiro Gouveia, a fim de compreender por meio do material coletado como anomeação de lugares expõem valores sociais, étnicos e geográficos, construindo uma identidade específica domunicípio. É um estudo interdisciplinar, que se vale de discussões históricas, geográficas e linguísticas. Assim, acatalogação tem como objetivo sanar as lacunas e imprecisões presentes no mapa geopolítico da cidade de DelmiroGouveia-AL, para as quais nos valemos de trabalhos de grandes pesquisadores na área de estudos toponímicoscomo Dick (1990, 1992), Couto de Magalhães (1975), Sapir (1968) e Dauzat (1934), que nos auxiliam nasclassificações de cada nome de rua, bairro e da cidade de Delmiro Gouveia. As conclusões parciais aquiapresentadas dizem respeito aos signos toponímicos de três bairros delmirenses: Campo Grande, Chácara SãoVicente e Palmeirão.

Palavras chave: Toponímia, Linguística, Memória local, Delmiro Gouveia.

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A MEMÓRIA TOPONÍMICA DE DELMIRO GOUVEIA-AL:INTERDISCIPLINARES

Luiz Henrique dos [email protected]

Jucileide [email protected]

Resumo: Este trabalho é um recorte do projeto “Memória Toponímica de Delmiro Gouveia-AL: estudosinterdisciplinares”, vinculado ao PAINTER- Programa de Ações Interdisciplinares, orientado pelo prof. Msc. CézarAlexandre Neri Santos, que tem por objetivo realizar um mapeamento dos nomes geográficos desta cidade, a fim deque haja uma compreensão sobre o que motivou a nomeação destes locais. A pesquisa se vale de documentosoficiais e de entrevistas com moradores, e classifica e analisa elementos morfolexicais, sociohistóricos e geográficos,relatando tais informações em fichas lexicográfico-toponímicas. Este estudo tem o suporte teórico de Dick (1990),sendo esta, a maior pesquisadora do país em estudos toponímicos, assim como Seabra (2006). Os nomes obtidostanto no corpus de documentos oficiais quanto nas entrevistas, numa perspectiva histórica, permitem a obtenção degrande parte dos topônimos que constituem o município de Delmiro Gouveia, a fim de compreender por meio domaterial coletado, como a nomeação de lugares expõem valores sociais, étnicos e geográficos, construindo umaidentidade específica do município. É um estudo interdisciplinar, que se vale de discussões históricas, geográficas elinguísticas, visando à catalogação e preenchimento de lacunas e imprecisões presentes no mapa geopolítico dacidade de Delmiro Gouveia-AL. Como é um estudo coletivo, neste trabalho, apresentam-se os resultados obtidosnos bairros Pedra Velha, Ponto Chique 1 e 2, Desvio, Eldorado, Cohab nova, Cohab Velha e Área Verde. Pretende-se, assim, contribuir para a compreensão da memória que, muitas vezes, é deixada de lado, fazendo com que cadanome pesquisado represente uma pequena parte de um feixe que compõe a história do município.

Palavras-chave: Toponímia, Delmiro Gouveia, Motivação, Memória local.

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Graduandos, respectivamente, dos cursos de Geografia

e de Letras da Universidade

Federal de Alagoas-UFAL - Campus do

Sertão. Trabalho orientado pelo prof.

MSc. Cezar Alexandre Neri

Santos, do curso de Letras.

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SAUDAÇÕES! O GÊNERO CARTA PESSOAL NA SALA DE AULA: POR UMRELATO DE EXPERIÊNCIA

Maria da Conceição de Aquino Batista – UFAL – Campus do Sertã[email protected]

Marta Maria Norberto Pereira – UFAL – Campus do Sertã[email protected]

Resumo: O presente trabalho descreve, como relato de experiência, parte de atividades do Projeto Oficinas delingua(gem): produção artística e textual, promovidas pelo subprojeto do PIBID Letras UFAL – Campus do Sertão,na Escola Estadual Watson Clementino de Gusmão e Silva – Delmiro Gouveia (AL). Tais atividades, baseadas naproposta dos letramentos múltiplos (ROJO, 2009), tiveram como objetivo proporcionar a entrada e a permanênciana escola de um trabalho voltado aos gêneros discursivos das mais diversas esferas de atividade humana: escolar,científica, artística, política, jornalística, cotidiana, publicitária a fim de tornar o ensino de língua materna maissituado e significativo, levando os alunos a um melhor desempenho nas práticas de leitura e escrita. Dentre asatividades desenvolvidas, na Oficina de n. 7 - “Notícia da terra de cá!”, foi produzido o gênero carta pessoal, com ointuito de levar os discentes da escola a refletirem sobre a produção escrita desse gênero discursivo. Dentre osobjetivos da atividade, estava o reconhecimento da função social do gênero e de seus elementos composicionais,apesar de concebermos que um gênero é mais função do que forma, pois, como afirmar Marcuschi (2008, p. 150),os gêneros “têm uma forma e uma função, bem como um estilo e um conteúdo, mas sua determinação se dábasicamente pela função e não pela forma”. Diante dessa atividade, foi possível perceber que, embora a carta pessoalesteja em “desuso”, devido à emergência de outros gêneros, por exemplo, os de suporte digital, percebemos que osalunos atenderam, satisfatoriamente, aos critérios de produção. Assimilaram as características funcionais ecomposicionais, usando-as na produção do gênero. Identificamos, ainda, na escrita das cartas dos alunos, o uso dealguns recursos linguístico-textuais típicos da escrita no suporte digital, como, por exemplo, o uso de palavrasabreviadas. Apesar da utilização de tais elementos linguísticos, os participantes da oficina conseguiram atender aoque foi proposto. Com a atividade, pudemos resgatar e recuperar uma tradição de escrita do gênero carta pessoal ecompreender a funcionalidade que o gênero ainda desempenha em nossa sociedade contemporânea.

Palavras-chave: Gênero Discursivo, Carta pessoal, Letramento(s). Ensino.

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“NÃO BASTA SER QUALIFICADO, É PRECISO SER COMPETENTE”: OS VELHOSE NOVOS SENTIDOS PARA O TERMO COMPETÊNCIA NA EDUCAÇÃOBRASILEIRA.

Denson André Pereira da Silva Sobral (Pedagogia e Letras/UFAL/Campus Sertão)[email protected]

RESUMO: Este trabalho tem como objetivo, a partir do levantamento das condições sócio-históricas e ideológicas da década de1990, investigar os ‘velhos’/’novos’ sentidos atribuídos ao termo competência no ideário educacional brasileiro. Análisespreliminares do termo competência na educação têm nos apontado para uma mudança de paradigma para os processoseducacionais, sobretudo no que concerne à passagem do discurso tradicional sobre educação para o discurso ‘moderno’ dascompetências. O debate sobre a noção de competência está diretamente relacionado às transformações do mundo do trabalho apóso surgimento de novos modelos produtivos do capital em decorrência do esgotamento do Fordismo. Esses novos modelos vêmgerando uma série de discussões sobre as categorias tradicionais. Uma dessas categorias é justamente o conceito de qualificação esua pretensa substituta, as competências (COSTA, 2007). Ainda segundo esse autor, é nesse contexto de mudanças e de elevadosíndices de desemprego que as discussões sobre a noção de competência ganham visibilidade, asseguradas pelo mercado, o qualdefende a ideia de que “não basta ser qualificado, é preciso ser competente”. Para esclarecer os velhos e novos sentidos atribuídos aotermo competência no espaço educacional brasileiro, selecionamos sequências discursivas de alguns documentos que fundamentama legislação educacional brasileira, entre eles: a Lei de Diretrizes e Bases (LDB), de 1996, os Parâmetro Curriculares Nacionais(PCN), de 1997, o Plano Nacional de Educação (PNE), de 2001, o Documento Básico do ENEM, de 2000, e as DiretrizesCurriculares do Ensino Médio (DCNEM), de 1998, de modo que o conjunto dessas sequências constitui nosso corpus de análise.Tomados pela noção de discurso, entendido como práxis, uma vez que é produzido socialmente em determinado momentohistórico, para responder às necessidades postas nas relações entre os homens para a produção e reprodução de sua existência e quecarrega em seu bojo o histórico, o social e o ideológico dessas relações, elegemos, para a análise de nosso corpus, a Análise doDiscurso (AD) de linha francesa, na figura de seu fundador Michel Pêcheux, tendo como referência sua obra máxima Semântica eDiscurso: uma crítica à afirmação do óbvio, escrita em 1975, pois entendemos que essa perspectiva teórica nos possibilita desvelar ofuncionamento discursivo das materialidades linguísticas que tomamos para análise, utilizando-nos das categorias clássicas da AD:condições de produção do discurso, interdiscurso, intradiscurso, ideologia, formação social, formação discursiva e formaçãoideológica. Esse arcabouço teórico nos possibilitou desvelar o funcionamento discursivo presente nos documentos supracitados,demonstrando que o discurso da competência se filia à formação social neoliberal, representada pela formação ideológica docapitalismo, que dá sustentação ao dizer da formação discursiva do trabalho produtivo, produzindo sentidos que discursivamenteprocuram camuflar os reais sentidos da “necessidade” de uma reforma educacional baseada no ensino por competências.Palavras-chave: Competência; Discurso; Educação.

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COMO A EDUCAÇÃO NÃO FORMAL INCORPORA O AUTO-REGISTROAUDIOVISUAL NO ENSINO E POPULARIZAÇÃO DA CIÊNCIA?

Raquel da Silva Santos – Instituto Nacional do Semiárido (Insa)[email protected]

Resumo: Atualmente, novos sujeitos do discurso surgem e utilizam o vídeo para se autodocumentar, produzir reflexõese experiências singulares (BENTES, 2008). A partir desse contexto, o projeto Semiárido em Tela, idealizado peloInstituto Nacional do Semiárido, incorporou o auto-registro audiovisual em oficinas de formação com objetivo depopularizar a ciência. Através de fundamentos da linguagem cinematográfica e das etapas de produção de um filme,crianças, jovens e educadores, moradores da região semiárida brasileira, aprendem a filmar e paralelamente sãoincentivados a perceberem melhor o lugar onde vivem e quais os saberes populares produzidos ali podem estar emdiálogo com o conhecimento científico. Durante a realização da fase piloto no município de Nova Palmeira, o ProjetoSemiárido em Tela desenvolveu uma metodologia própria para ensinar jovens, educadores e representantes quilombolastécnicas da linguagem cinematográfica. Além de aprenderem a fotografar e a filmar, os participantes puderam conhecermais sobre suas comunidades a partir da pesquisa e investigação sobre os temas que se tornaram vídeos. Os registrosfeitos por eles estimularam olhares sobre o local onde vivem e ainda a discussão sobre a imagem que se tem dosemiárido, o que veio a se tornar a identidade do Semiárido em Tela. A metodologia utilizada é baseada na pesquisa-ação, onde os próprios alunos produzem vídeos de curtas-metragens sobre as suas vivências e experiências dascomunidades onde moram. Na pesquisa-ação desenvolve-se o conhecimento e a compreensão como parte da prática. OProjeto Semiárido em Tela ainda tem como linha referencial a educomunicação. A questão da educomunicação buscaressignificar os movimentos comunicativos inspirados na linguagem do mercado de produção de bens culturais, mas quevão se resolver no âmbito da educação como uma das formas de reprodução de organização de poder da comunidade,como um lugar de cidadania, aquele índice do qual emergem novas esteticidades e eticidades (modos de perceber e estarno mundo) (SHAUN, 2002). A partir deste contexto, a pesquisa investiga como ocorre essa incorporação no ensino epopularização da ciência e como o auto-registro contribui (ou não) para projetos que almejam transformação social. Oestudo tem como base o artigo “O filme: uma contra-análise da sociedade” do historiador Marc Ferro, que sugere uma análiseda produção cinematográfica enquanto fonte e objeto para a história. E a pesquisa ainda se fundamenta em Thiollent(1996), Soares (2000), Bohnsack (2005), Dionne (2007) e Freire (2011). A conclusão é a de que o Projeto promove umainteração entre a ciência, a cultura e a arte, com maior aproximação da Ciência e Tecnologia ao cotidiano das pessoas,valorizando os aspectos culturais e humanísticos da ciência.Palavras-chave: Educação não forma; Auto-registro; Audiovisual; Identidade; Semiárido.

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PROJETO MEMÓRIA TOPONÍMICA DE DELMIRO GOUVEIA-AL:ESTUDOS INTERDISCIPLINARES

Ana Maria Moreno dos [email protected] Renata Nicáscio de Oliveira

[email protected] Simias Aragão

[email protected]

Resumo: O presente trabalho expõe os resultados parciais do projeto Painter: Memória Toponímica De Delmiro Gouveia-Al: Estudos Interdisciplinares, desenvolvido na UFAL- Campus do Sertão, que tem como coordenador o professor Msc.Cezar Alexandre Neri. Nesse são desenvolvidos estudos na área da Toponímia, uma área interdisciplinar, que contacom estudos linguísticos, históricos e geográficos para assim compreender a motivação de nomeação de determinadolugar. Diante da inexistência de estudos toponímicos na região e, especificamente, nesta cidade, surge a necessidadede investigar a história dos bairros e ruas de Delmiro Gouveia, compreender quais aspectos históricos, geográficose/ou antropoculturais influenciaram para determinada denominação do local, pois segundo Dick (1990), a“toponímia reflete de perto a vivência do homem, enquanto entidade individual e enquanto membro de um grupoque o acolhe.” Utilizamos como bases teóricas nas nossas pesquisas toponimistas como Dick (1990), Seabra (2006),Carvalhinhos (2007), entre outros. Dessa forma, apresentamos aqui os estudos realizados nos bairros Bom Sossego eNovo, suas respectivas ruas, e assim pretendemos investigar e discutir acerca da motivação de nomeação do lugar,assim como buscar dados históricos que vêm se perdendo com o passar das gerações, buscando também conservar atradição, a história e os costumes de um povo, pois essa é a função da toponímia, segundo Dick (1990). Para tanto,contamos em um primeiro momento com o mapeamento das regiões, seguido da pesquisa tanto em fontes oficiaiscomo IBGE, prefeitura e outros, quanto nas fontes orais a partir da pesquisa in loco, com entrevistas aos moradores. Ataxionomia proposta por Dick (1990) também é fundamental em nossa pesquisa, pois permite classificar ostopônimos catalogados nos bairros Bom Sossego e Novo e suas respectivas ruas. A confecção de fichas lexicográfico-toponímicas é um passo crucial para a pesquisa toponímica, pois a partir dessas fichas é que realizamos a análise e adescrição dos barros citados. Nas conclusões parciais percebemos que a nomeação dos lugares pesquisados não éfeita de modo arbitrário, mas todos têm uma motivação, seja de cunho social, como em Bom Sossego, que recebeuesse nome por ser um lugar tranquilo, sem violência, no início de sua povoação, ou histórico, como osantropotopônimos, quando o lugar recebe o nome de uma personalidade histórica, ou mesmo de um morador antigo.Palavras-Chave: Signo toponímico; Memória toponímica; Motivação.

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As proponentes são, respectivamente,

alunas dos cursos de História, Geografia e

Letras da UFAL-Campus do Sertão, e

bolsistas do Projeto Painter.

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CARACTERÍSTICAS PROSÓDICAS DA LEITURA EM VOZ ALTA DEFALANTES DA REGIÃO DE ARAPIRACA – AL

Lisandra Paola Santos de Oliveira – UFAL – Campus [email protected]

Tamara Xavier de Lima – UFAL – Campus [email protected]

Resumo: A leitura em voz alta é uma atividade complexa, pois durante a sua realização ocorrem diferentesprocessos (PERFETTI, 1985), os quais envolvem, por exemplo, atividades neuromusculares relacionadas àprópria produção oral e atividades cognitivas relacionadas à compreensão do material lido (MASSINI;CAGLIARI, 2008). A fluência na leitura em voz alta, além de considerar os processos mencionados acima,considera a prosódia como um processo importante para a caracterização da leitura como realmente fluente(ALVES, 2007; LEITE, 2012). O presente trabalho tem como objetivo analisar a leitura em voz alta de falantesda cidade de Arapiraca – AL, pretendendo contribuir para o ensino e a aprendizagem da leitura em voz alta deindivíduos em diferentes fases de escolarização e colaborar para a caracterização prosódica dos dialetos faladosno Brasil, principalmente os da região Nordeste. Este estudo apresenta parte de nossa pesquisa de PIBIC.Foram selecionados 30 sujeitos, divididos em três grupos de 10 indivíduos, sendo o primeiro grupo de 11 anos,o segundo de 15 anos e o terceiro de 20. Os dados coletados até o momento dizem respeito aos sujeitos de 20anos, do primeiro ano de graduação. Os sujeitos realizaram duas leituras de cada um dos dois textos escolhidospara análise. Nossa análise considera apenas a segunda leitura, já que na primeira, o leitor não está familiarizadocom o texto. Os dados foram gravados em formato .wav e analisados através do programa de análise acústicaPraat, considerando as características prosódicas da leitura em voz alta, tais como pausa e tempo de leitura. Sãopoucos os trabalhos referentes a esta questão. Por isso, esperamos que as informações que serão apresentadaspossam contribuir para as discussões a respeito do processo de leitura em voz alta.

Palavras-Chave: Leitura em voz alta, Prosódia, Fluência.

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A PRÁTICA DA LEITURA NO ENSINO MÉDIO

João Oliveira de Lima Lopes – [email protected]

Resumo: A leitura, com o passar dos anos, vem se tornando um valioso bem social, mas tambémpercebemos que a habilidade de ler tem sido uma das principais dificuldades de aprendizagemapresentada por alunos, tornando, assim, dificultosa a compreensão daquilo que se lê. Com issosurgem questionamentos por parte de pesquisadores e o interesse de como repensar a forma doensino da língua portuguesa e da prática da leitura em sala de aula. Segundo Bamberger (1988),servindo de fundamento para esta pesquisa, a leitura favorece a remoção das barreiras educacionais,concedendo oportunidades mais justas de educação, principalmente através da promoção dodesenvolvimento da linguagem e do exercício intelectual, e aumenta a possibilidade denormalização da situação pessoal de um indivíduo. Este trabalho está inserido na área da linguísticaaplicada e consistiu na conscientização e investimento da melhoria das dificuldades com relação aonível de leitura e interpretação apresentado por alunos do ensino médio de uma instituiçãolocalizada em Canapi-AL. Nesta pesquisa, analisamos algumas considerações relacionadas ao papelda escola, a prática da leitura em na sala de aula, o papel dos educandos e as metodologias deensino que são utilizadas para o desenvolvimento deste hábito nos discentes. Nesse contexto, oobjetivo principal foi o de promover, a partir desta pesquisa, a formação do leitor cidadão,despertar e incentivar um novo olhar nos jovens sobre a leitura no âmbito escolar, despertando ogosto pela leitura e, além disso, apresentar aos mesmos, diversos textos e obras literárias,estimulando e contribuindo para que alunos venham a desenvolver sua capacidade de leitura demodo a superar suas dificuldades, tendo como meta final que todos consigam compreender o queleem.

Palavras-chave: Aluno, Ensino, Leitura.

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MARIA BONITA NA LITERATURA: UM OLHARBAKHTINIANO

Luana Rafaela dos Santos de Souza – UFAL Campus Sertã[email protected]

Resumo: Maria Gomes de Oliveira, vulgo Maria bonita, é uma das primeiras mulheres a integrarum grupo formado por homens – o cangaço. Ela inaugurou, assim, um novo ciclo na trajetória devida das mulheres, pois foi por meio dela que outras mulheres passaram a integrar o cangaço. Foiuma mulher dona do seu destino que rompeu parâmetros sociais presentes na época (1929). Nessadiscussão, não podemos esquecer que a questão de gênero permeia as relações sociais e,consequentemente, a relação de poder marcada pela dominação masculina (SCOTT, 1996). Assim,pensar Maria bonita como uma mulher que quebrou esta construção é quase um ato revolucionáriopara a história das mulheres (LIMA, 2011). Como proposta de estudo busca-se analisar, através deuma leitura enunciativo-discursiva, como o sujeito, neste caso o cordelista, por meio dos recursoslinguísticos constrói/retrata a imagem dessa mulher chamada de Maria Bonita. Fundamentado nateoria de Mikhail Bakhtin, que traz uma nova visão de língua, a enunciação, ou seja, o discursoescrito ou oral do “eu” está sempre vinculada a sentidos e ideologias (SANTOS FILHO, 2011). Aliteratura também merece destaque no tocante aos gêneros, uma vez que uma gama de gêneros sãointernalizados pelo “eu” para compreender/retratar sua visão de mundo (MEDVIÉDEV, 2012).Nessa perspectiva, torna-se importante compreender o gênero, neste caso o cordel, como sendouma categoria discursiva, enunciativa, que procede de um “eu” em direção ao “outro”, mantendosempre uma relação de diálogo/interação. Sobre esse gênero, devemosconsdierar que o gênero semodifica no tempo e no espaço, dependendo da função social que ele desempenha no meio.Quanto ao cordel, este perdeu sua função social, pois ocupava, principalmente no Nordeste, umlugar de destaque como principal veículo de informação. Esse gênero apresenta-se na atualidadecomo livro didático, utilizado na escola para alfabetização. Analisar a construção do cordelenquanto uma categoria enunciativo-discursiva também é uma proposta de estudo pensada comouma possível temática a ser desenvolvida no trabalho de conclusão de curso, por isso, ainda não háconclusões.

Palavras-chave: Literatura de cordel. Feminino. Enunciação. Gênero.

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EDUCAÇÃOESTUDOS EM DISCUSSÃO

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CORPOS MOLDADOS E VIGIADOS: TRANSVERSALIZANDOGÊNERO SEXUALIDADES E QUESTÕES ÉTNICO-RACIAIS NAEDUCAÇÃO BÁSICA

Camila Faustina Santos Pereira Ramos (UFAL-Campus do Sertão)

Resumo: Nos últimos anos, devido ao aumento da violência, tem havido uma tendência crescente da chamadacultura de paz (modelo de intervenção pautado no não confronto diante de situações onde ocorramadversidades; não incentivo à cultura de guerra, onde se busca a invalidação dos poderes defensivos daqueleindivíduo considerado adversário, o outro) e uma tentativa de educação dos indivíduos pautada no“politicamente correto”, que traz à tona diferentes discursos relativos à reprovação dos vários tipos deviolência, porém tratados ainda de forma fragmentada, não contextualizada e/ou problematizada. Assim, éobservando esse cenário social que este trabalho objetiva analisar discursos que possam influenciar direta e/ouindiretamente na educação de indivíduos, e simultaneamente criar uma atmosfera (constante) de discussãorelativa às identidade sexual e de gênero, intercruzando-a com questões étnico-raciais, no meio escolar, tratandocomo essas questões/discussões vem sendo construídas historicamente – do senso comum à concepção dotema abordado – , para compreender como essas ideias influenciam na formação e policiamento dosindivíduos, com foco na educação básica, explicando-se assim os seus conceitos contemporâneos, e incluindo ode identidades LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais). Visamos identificar e repensaracerca das práticas discursivas da constituição identitária hegemônica, as quais validam pensamentos e açõesque atingem ofensivamente esses indivíduos outros – que são por consequência postos às margens. O trabalhoé baseado em estudos teóricos e relatos de experiência, sendo a perspectiva científica fundamentada nosestudos das ideias bakhtinianas, que regem a constituição do sujeito situado, aquele que é influenciado por umprocesso interacional, alem dos estudos de Simone de Beauvoir (1970 e 1967); Guacira Lopes Louro (2000);Robenilton dos Santos Luz (2013), Ismar Inácio dos Santos Filho (2010), Suely Aldir Messeder (2009), StuartHall (1992) e a Lei de nº 9394/96, que estabelece as diretrizes e bases da educação em âmbito nacional, juntocom a orientação política do MEC relativa ao trabalho com as diversidades no âmbito escolar.

Palavras-chave: Educação; Discriminação; Heteronormatividade; Sexualidade; Gênero e Etnicidade.

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TRAJETÓRIA HISTÓRICA DA EDUCAÇÃO DOS SURDOS: A LÍNGUAGESTO-VISUAL – DA ANTIGUIDADE AO PROCESSO DE INCLUSÃONAS ESCOLAS BRASILEIRAS

Laíse Soares Lima – UFAL – Campus do Sertã[email protected]

Cristiano Neves Vilela – UFAL – Campus do Sertã[email protected]

Resumo: Para almejar o reconhecimento e a afirmação de sua identidade, os surdos passaram ao longo dahistória por grandes dificuldades, que podem ser percebidas desde a Antiguidade até nossos tempos atuais. Foinegado a esses sujeitos o direito de conviver coletivamente, de receber educação adequada, de manifestar seuspensamentos e de produzir cultura e por ela serem construídos. Do mesmo modo, no processo educacional, demodo equivocado, procurou-se negar as manifestações culturais surdas através de sua língua natural, a Línguade Sinais, e procurou-se impor a oralidade. Nessa perspectiva, o presente trabalho tem por objetivo expor eanalisar a trajetória histórica da educação dos surdos na busca de um modelo educacional que respeite a línguana modalidade gesto-visual, resgatando as lutas para a efetivação do uso da língua de sinais na escola e nouniverso acadêmico, destacando os desafios vivenciados por esses sujeitos, com vistas que esta análise permitauma maior compreensão das questões, dúvidas e equívocos que ainda permeiam as relações entre surdos eouvintes, principalmente no processo educacional. Com base em uma revisão bibliográfica, utilizamos autoresque tratam sobre a percepção e concepção tomada pela sociedade sobre os surdos desde a Antiguidade até osdias atuais, bem como aqueles que têm se debruçado sobre o estudo do processo de inclusão nos sistemaseducacionais brasileiros. Assim, buscamos estabelecer um diálogo com Cavalin (2010), Silva (2003), Skliar(1997), Lacerda (1998), Meserlian (2009), Reily (2007), dentre outros, que contribuíram para a construção dasanálises realizadas. Por fim, as análises nos permitem compreender a importância de uma educação inclusivaque considere os alunos com surdez como sujeitos singulares, sócio-históricos e culturais, que possuem umalíngua natural, com sistemas linguísticos independentes e específicos.

Palavras-Chave: Língua de Sinais. História. Educação. Surdos. Inclusão.

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A CRIANÇA COMO NARRADORA EM UMA CIDADE DO SERTÃOPERNAMBUCANO: SIGNIFICAÇÕES DA VIDA URBANA.

Elton André Silva de Castro – IFPE – campus Afogados da [email protected]

Resumo: Com este trabalho, pretende-se refletir sobre a experiência de viver a infância no contexto de uma cidade do sertãopernambucano, considerando os sentidos atribuídos por crianças aos seus diferentes espaços, funcionalidades e suas dinâmicas desociabilidade. Compreende-se a criança como narradora (BENJAMIN, 1996) que nos fala como pode ser possível viver a infâncianessa cidade de lugares; sujeito capaz de produzir uma perspectiva estética do cotidiano, capaz de representar suas imagens dosertão, porque prenhe de valores sobre sua condição de sujeito. Realizou-se um recorte dos dados de uma pesquisa empíricadesenvolvida em uma escola pública de ensino fundamental da rede municipal de Afogados da Ingazeira (PE). Foram propostasatividades com os sujeitos circunscritas em oficinas temáticas, totalizando 25 crianças, de ambos os sexos e com idades entre 08 e 11anos. Foram adotadas algumas técnicas nas oficinas, concebidas como lugar e momento para o encontro dialógico (BAHKTIN,1995), que objetivaram a produção de sentidos para a relação sujeito-cidade através de desenho, pintura, fotografia, vídeo erepresentação topográfica/topológica, onde os sujeitos elaboraram discursos sobre os materiais produzidos. A análise desenvolvidarefere-se a uma das oficinas onde um pequeno grupo de crianças e o pesquisador dialogaram sobre a representaçãotopográfica/topológica da cidade. Para a compreensão das informações, inicialmente, elegeu-se a análise temática de Bardin (2010),estabelecendo ênfase para a compreensão do subtexto das palavras, conforme propõe Vygotsky (1994), bem como para reconhecere catalogar elementos/temas emergentes nos discursos produzidos. Nas representações, a cidade foi sendo configurada em múltiplasimagens, lugares e dinâmicas, onde os elementos de significação EU-OUTRO constituíram sujeitos e alteridades, definiram lugaresde ocupação e denunciaram estereotipias; fizeram surgir no relevo do cotidiano tanto os lugares para o encontro público e aconvivência comunitária quanto para a suspeição social. Outros elementos como PRAÇA e QUADRA foram significados em suapotencialidade para o lazer, os encontros com os amigos e a convivência comunitária. A RUA surgiu tanto em sua finalidade decirculação quanto em sua natureza de risco. Um bairro desvalorizado foi nomeado como FAVELA e suas CASAS foram evocadascomo a dos morros cariocas. Assim, defende-se que a criança produz discursos sobre sua condição cotidiana que, uma vezproblematizados, podem conduzir “o mundo dos adultos” ao reconhecimento de seu protagonismo na leitura de mundo, suacapacidade de significar a cidade e configurar demandas, oferecendo elementos que subsidiem a formulação de políticas públicaspara as cidades, particularmente voltadas à infância.

Palavras-chave: Cidade; Significação; Criança.

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A ESCOLA DO CAMPO SOB A ÓTICA DO EDUCANDO: UMAEXPERIÊNCIA SOCIOESPACIAL NA ESCOLA MUNICIPAL DR.RICARDO VITÓRIO, GIRAU DO PONCIANO /AL

Manoel Valquer Oliveira Melo (UFAL-Campus Sertão; UNEAL-Campus Arapiraca)[email protected]

Resumo: Descrevemos neste trabalho uma experiência do Tempo Comunidade¹ no âmbito doPROCAMPO/UNEAL. Relato vivenciado no Assentamento Paraná, município de Girau do Ponciano/AL; naEscola Municipal Dr. Ricardo Vitório. As diretrizes norteadoras da abordagem apontam o olhar ontológico do alunocomo instrumento mediador e discursivo para a busca ou percepção do real. O objetivo geral é analisar a escola sob aótica do educando, a partir de uma experiência socioespacial e midiática na Escola Municipal Dr. Ricardo Vitório. Osobjetivos específicos são: a) identificar o agente socioespacial na experiência didática e participativa; b) caracterizaraspectos discursivos encontrados nas representações sociais; detectadas através das imagens captadas do local; e c)identificar a linguagem usual do senso comum, como proposta de entendimento da escola do campo. A investigaçãometodológica partiu da Pesquisa-Participante, utilizando bases teóricas relacionadas com as representações sociais, nasobservações da psicologia social do pensamento de Serge Moscovici e Sandra Jovchelovitch, contextualizada nosprocessos de construção estética da existência. Entre os resultados desta pesquisa, destacamos os avanços nacompreensão da liberdade política e democrática das escolas do campo no Brasil, mas há muito a ser feitoespecificamente no Agreste e Semiárido do Estado das Alagoas.

Palavras-chaves: Escola do Campo. Educando. Representações Sociais.

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1 Tempo comunidade -

Conhecida como pedagogia da

alternância (metodologia que

considera relevante o tempo e o espaço no

âmbito do aprendizado).

18 integrantes (entre professores, técnico e

alunos) do PROCAMPO foram

responsáveis pelas atividades aqui

referidas e planejadas.

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LITERATURAESTUDOS EM DISCUSSÃO

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A POESIA E A MÚSICA ARMORIAL NORDESTINA

Suzi Mariana Bezerra Gomes([email protected])

Marcos Alexandre Morais Cunha([email protected])

RESUMO: A estética Armorial tem se manifestado como um dos movimentos mais profusos da cena intelectualbrasileira contemporânea. Tendo como teórico o poeta, romancista e teatrólogo paraíbano Ariano Suassuna, oMovimento Armorial deseja a realização de uma arte erudita a partir da cultura popular nordestina. Possuindo a suamatriz na literatura de cordel, com suas xilogravuras e cantares que acompanham o romanceiro popular, oMovimento Armorial fez-se representar em vários gêneros estéticos: literatura, artes visuais, arquitetura, escultura,teatro, cinema e dança, mas é possivelmente com a música que o movimento alcançou a sua maior repercussão emartistas que vão de Cussy Almeida da Orquestra Armorial, passando por Zoca Madureira e Antônio Carlos daNóbrega, chegando à Orquestra Armorial de Piranhas. Assim, esse trabalho direciona-se à música armorial, estilo quese caracterizou pela investigação e recuperação de melodias barrocas preservadas pelo romanceiro popular, dosaboios e das rebecas dos cantadores e dos sons de viola, em sua relação com a poética do cancioneiro popular. Dessemodo, sabemos da relevância que o movimento armorial possui para a formação da cultura brasileira, uma vez quebusca refletir uma cultura autêntica com base na cultura popular nordestina. Portanto, utilizamos como base teóricaautores que possuem intimidade com o Movimento Armorial, designadamente Ariano Suassuna (1974) e MariaThereza Didier (2000).

Palavras-Chave: Arte, música armorial, cordel, cultura, nordeste.

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Graduanda do curso de Letras da

Universidade Federal de Alagoas – UFAL

Campus do SertãoProfessor da

Universidade Federal de Alagoas – UFAL

Campus do Sertão

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MENTINDO EM SILÊNCIO:MIMESE E REPRESENTAÇÃO NA POESIA DE JORGE COOPER

Elton Jônathas Gomes de Araújo – UFAL – Campus Sertã[email protected]

Resumo: Este artigo pretende abordar os poemas: Poema Terceiro; Poema Décimo Oitavo e PoemaTrigésimo, de Jorge Cooper, analisando as relações de mimese e representação poética assim tambémcomo a rediscussão do fazer poético, a metapoesia, trazendo para discussão outro poeta, João Cabral deMelo Neto, e o poema Poema da Desintoxicação. Ambos têm fortes traços líricos que questionam opróprio fazer, assim o que podemos dizer é que essa é uma relação moderna da poesia e dos grandespoetas da modernidade. Diante disso, a metodologia abordada para falar do assunto terá uma luz comAristóteles em A Poética Clássica, pois compreendemos a mimese aristotélica como um cerne norteadorque é onde ganha uma tentava de definição dessa problemática. Teóricos como: Octávio Paes (1987),Alfredo Bosi (2001), Fernando Fiuza (2011), entre outros, comporão o rol dos estudos que se fazemnecessários para elucidar os questionamentos apresentados sobre a poesia de Cooper. A conclusão parcialé a da beleza estética da poesia presente nesse grande poeta alagoano e sua representação para literatura, aimportância que a obra traz à sociedade e os questionamentos que ela mesma faz sobre si e como issopossivelmente reflete de forma impactante e única, os efeitos que esse eu-lírico é capaz de provocar àpartir de suas provocações inquietantes.

Palavras-Chave: Poesia; Mimese; Literatura.

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JORGE COOPER: UM POETA E UM METAPOEMA

Barbara Caroline dos Santos - UFAL- Campus sertão Maria da Conceição Feitosa Mariano - UFAL- Campus sertão

Resumo: Desde quando começou a ser produzido ao som da lira na antiguidade clássica, o poema nãodeixou mais de existir, sempre houve poetas necessitados de criá-lo e leitores necessitados ouvi-lo.Seguindo regras convencionadas ou individuais, exaltando um povo, um lugar, um eu ou falando de si, ofato é que por essas escolhas as obras não perdem a sua essência. Essa pesquisa busca discutir o poema efalar de sua própria linguagem, constituindo, assim, a metalinguagem, esta se trata basicamente de umalinguagem que diz sobre si própria, recurso muito utilizado nos textos literários, estes que sempretranscendem ao dizer sobre si, criando e recriando ,assim, os mais envolventes e diversos efeitos desentidos. Por enxergamos o poema “poesia-poema”, do alagoano Jorge Cooper, como sendo ummetapoema buscaremos analisá-lo levando em conta a linguagem poética contemporânea, a formaconstituinte do poema e seus sentidos. Por ser ainda um poeta não muito estudado e/ou reconhecidofaremos também uma breve abordagem sobre a vida de Cooper. Para tanto nos embasaremos em autorescomo Adorno, Goldstein, Fiuza (2011) e Oiticica (2011) Paz (1982). Ao tratarmos de algo tão complexocomo a poesia e ao mesmo tempo fascinante, entendemos que ela representa o signo do mundodinâmico/literário, que se mostra claramente como parte de um processo de análise a partir da linguageme sobre a linguagem.

Palavras-chave: metalinguagem, Jorge Cooper, metapoema.

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O NINHO DE METÁFORAS NEGATIVAS: UMA LEITURA DOROMANCE NINHO DE COBRAS DE LÊDO IVO

Meirielle Gomes dos Santos - UFAL - Campus Do Sertã[email protected]

Resumo: Não há dúvidas que a literatura alagoana é formada por escritores geniais, alguns deles jáconsagrados pela crítica brasileira por meio de suas notáveis obras. Entre eles encontra-se o escritor Lêdo Ivo,autor da do romance Ninho de cobras, considerada obra prima não apenas de Ivo, mas da própria literaturaalagoana. Em meio a espaços e personagens descritos com tanta degradação, desfigurados ao ponto de causar oefeito terror e perturbador no leitor, atentamos a seguinte questão: é possível afirmar que a apropriação demetáforas negativas seria elemento singular para o objetivo do autor em seu romance Ninho de cobras? Comeste questionamento, objetivamos analisar a construção metafórica carregada de negatividades, seja na descriçãodo espaço ou das personagens, que aparecem no enredo do romance Ninho de cobras. Para isso desenvolvemosuma análise do uso de metáforas e os efeitos estéticos-literários construídos por meio destas. Fundamentamosnosso trabalho com base na perspectiva dos espaços em Silva (2002), assim como na teoria de Dimas (1987), aqual discuti um novo olhar para o elemento narrativo espaço no romance. O trabalho nos permite concluir, atéaqui, que a narrativa lediana possui originalidade literária pelas significativas presenças de tropos, ornatos bemsituados; pelo jogo de imagens carregadas de negatividades, as quais criam a ideia de terror, do inesperado, dodramático no romance. Descrição precisa de personagens e dos espaços, que num primeiro momento ilude oleitor que se precipita em julgá-la local, quando na verdade o romance atinge o universal, como nos esclareceSilva (2002) quando nos diz, por exemplo, que Ivo “representa o espaço local (cidade de Maceió) com intençãode relacioná-lo ao contexto mundial”.

Palavras-chave: Metáforas negativas, Espaço, Ninho de cobras.

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O ESTILO NA OBRA FANTASIA E AVESSO

Nathália Pereira Silva - UFAL -Campus Sertã[email protected]

Resumo: O texto visa analisar a forma como o estilo é expresso na obra “Fantasia e Avesso” da autora ArrieteVilela, a partir do que a autora do livro deixa transparecer da sua individualidade na construção da obra. Apalavra poética embasando a essência da escrita faz com que a leitura torne-se enigmática e desperte no leitoruma curiosidade de entender o real motivo da utilização de determinados termos e busca analisar a suapoeticidade, pois em sua construção contém elementos poéticos marcantes que são essenciais para a magia daobra. Inovações linguísticas e epifanias estão presentes, além de neologismos literários. Considerando aimportância do estilo em sua obra, essencialmente há a necessidade de entender o objetivo do autor emescolher determinados termos em sua obra, e que qual o tipo de escrita foi publicado, o público atingido e qualo conhecimento que se faz necessário para que seja efetiva e compreendida a leitura. A análise busca comparara obra da Arriete com uma obra bastante conceituada no meio literário, cuja escritora possui bastante prestígio,a Clarice Lispector e sua obra em comparação “A hora da Estrela”. Ambas possuem uma estilística semelhantee dispõem de grande riqueza poética e a intromissão do autor bastante explícita, causando essa autoidentificação do escritor.

Palavras-chave: Estilo, narrador, poética.

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A RELIGIOSIDADE NORDESTINA NO CORDEL “O FIM DOMUNDO” DE VIRGÍLIO GONÇALVES DE FREITAS

Maria José da Silva Santos - UFAL - Campus do Sertão([email protected])

Resumo: Com um espaço-tempo propício à produção e valorização da cultura popular, o nordeste, em especialo sertão, contempla o papel de guardião de exuberantes manifestações, permitindo preservar um profusopatrimônio estético de um modelo de desenvolvimento simbolizado pela globalização e pela cultura de massa.Dessa forma, o nordeste interiorano tem inspirado escritores, músicos, intelectuais, enfim, inúmeros criadoresque perceberam a profunda originalidade e diversidade do imaginário sertanejo. Com origens que remontam aoromanceiro luso-medievo, a Literatura de Cordel aborda temas que enfocam aspectos sociais diversos, areligiosidade, aventuras, casos de amor, entre outros. Há ainda as narrativas de animais, que representam amaneira como a população de determinada região considera o animal. (DIÉGUES JÚNIOR, 2012) Areligiosidade como um dos motivos mais antigos das manifestações culturais apropria-se dos enredos dashistórias bíblicas ou que se referem a santos. Nesse contexto, tomamos como proposta de análise o cordel “OFim do Mundo”, de Virgílio Gonçalves de Freitas, buscando mostrar como os versos, materializados nofolhetim, evidenciam a proposta, tanto da literatura de cordel quanto da literatura oral, de preservar e transmitirnarrativas através dos tempos. Para tal, partimos dos apontamentos de Farias (2006) a respeito de questõesmessianistas, destacando que os textos religiosos funcionam, ao lado do universo ficcional cavalheiresco, comomodelos dramatizadores que compõem a matéria prima para a construção dos folhetins. A pesquisa centra-setambém nas leituras de Diégues Júnior (2012), Morais (2000), da Academia Brasileira de Cordel, e de Suassuna(1974). Contudo, as reflexões apontam para uma conservação e divulgação das tradições religiosas –identificando também a veracidade da função do folhetim - com o intuito de propagar a profecia descrita nostextos bíblicos.

Palavras-chave: Cancioneiro popular; Religiosidade; Messianismo; Sertão.

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Graduanda do curso de Letras – Licenciatura em Língua Portuguesa

pela Universidade Federal de Alagoas –

UFAL Campus do Sertão; Bolsista de

Iniciação Científica –CNPq UFAL.

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A METÁFORA E A FLOR: UMA ANÁLISE DO POEMA “A FLOR E ANÁUSEA”, DO LIVRO “A ROSA DO POVO” DE CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE

Maria Ailma Ferreira Lopes - UFAL - Campus Sertã[email protected]

Resumo: No poema “A flor e a náusea”, do livro “A Rosa do Povo”, o eu-lírico vive o momento da ditadura eda repressão. E que a flor simboliza a libertação e a resistência do sofrimento da época em que não se podiaexpressar com opiniões opostas a dos opressores. A flor nasce desbotada, mas representa ainda assim omomento da época. A náusea é o que incomoda como o sofrimento e as guerras. Há marcas no poema que sãodos poetas modernistas, como Carlos Drummond de Andrade, caracterizado por versos livres ou brancos.Observa-se a angústia que o eu-lírico vive, pois está numa condição em que é impedido de se expressar, masresiste a todo o momento da época vivenciada por ele. Marca-se a individualidade da forma de ver o tempo e osacontecimentos no período sombrio e de tristezas. Assim sendo a partir da análise o leitor poderá ter umsubsídio para melhor compreender o poema da mesma forma em que pode instigá-lo a procurar sua leitura eter prazer em refletir sobre a mensagem do poema entendendo, também, o sentido metafórico que se utiliza apalavra flor. Ao longo da leitura das estrofes pode o leitor ter o seu olhar ampliado para querer tirarinformações que passam sem serem percebidas durante uma primeira leitura.

Palavras-chave: Flor, Náusea, Resistência, Metafórico

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A QUEBRA DO COCO NO SINCOPADO DE JACINTO SILVA

Luciano José - Universidade Estadual de Alagoas (UNEAL-Campus III), Palmeira dos Í[email protected]

Resumo: A obra artístico-musical de Jacinto Silva continua sendo uma referência importante quando o assuntoé repensar as raízes da música produzida no Nordeste, tão massificada atualmente pelo forró estilizado, o qualprocura vulgarizar o gênero para atender a fins meramente comerciais. Vários compositores da música popularbrasileira já tiveram suas canções reunidas em livro, mas percebemos uma lacuna em se tratando dos grandesícones do baião, do xote, do xaxado, do arrasta-pé e do coco. Nossa reflexão revisita a qualidade da criaçãodesse cantor e compositor palmeirense que, após viver seu período áureo nos anos 60-70, somente nos últimosanos de vida teve sua produção acolhida por artistas interessados em manter vivas as raízes da música populardo Nordeste. Sua obra musical nos reporta as mais autênticas tradições pertencentes à cultura nordestina: osfestejos juninos, a sanfona de oito baixos, a vaquejada, o pandeiro, o forró de raiz, as rodas de coco e a alegriados brincantes. Portanto, nossa intenção é tentar contribuir para que as novas gerações percebam a perenidadeda obra do mestre do coco sincopado e ao mesmo tempo revitalizar e criar as condições necessárias para que a obrade Jacinto Silva seja a pedra de toque para ajudar a construir a identidade cultural brasileira.

Palavras-chave: Forró, coco, síncope, tradição musical nordestina.

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ELEMENTOS INTERTEXTUAIS NOS POEMAS CANÇÃO DO EXILIODE MURILO MENDES E GONÇALVES DIAS

Bárbara Caroline dos santos- UFAL- Campus SertãoJessica Aparecida Barreto-UFAL- Campus Sertão

[email protected][email protected]

RESUMO: É comum encontrarmos elementos relacionados à intertextualidade aplicada a obras literárias, estavem acompanhada de diversos valores que são incorporados e contribuem para a Literatura e outras obras dearte, provando, assim, que muitos autores buscam em suas leituras, sejam de mundo ou de escrituras de outremuma desconstrução, seguida de recriação e estruturação da obra de arte, tornando-a una e transfigurada do“real”. Diversas são as concepções relacionadas ao processo intertextual, pode-se afirmar que aintertextualidade é equivalente a uma alvorada sem fim. Seja através do plágio, paráfrase, paródia, citação,epígrafe, alusão e referência. Entre outras definições a intertextualidade é a relação estabelecida entre textos naatividade de leitura e produção de sentido, mas especificamente constitui-se como uma “resposta” ao que foidito ou, em termos de potencialidade, ao que ainda será dito, considerando que a intertextualidade encontra-sena base de constituição de todo e qualquer dizer como coloca a autora Ingedore Koch (2012). Portanto tudoque escrevemos vem de algo que ouvimos ou lemos para construir nossas opiniões. Sendo assim, todo texto fazremissões a outros textos já produzidos e que fazem parte da memória social dos leitores, ou seja, um textofonte (KOCH 2012).A partir do supracitado, o objetivo do estudo é analisar sob a ótica da intertextualidade,os poemas “Canção do Exilio” de Gonçalves Dias e “Canção do Exilio” de Murilo Mendes, com base nostextos de Ingedore Koch (2012), Claudimécia Brito Trancoso (2012) e Willian Roberto Cereja (1998), o que seconflui, como determinante, nesse contexto, são os diálogos propostos entre os textos. Uma produção queretoma outra, com sua finalidade peculiar. Por fim considerando que a manipulação que o produtor do textoopera sobre o texto alheio é um recurso muito usado, ele revela na composição do intertexto um viésargumentativo que se situa na mesma direção ou em direção contraria ao texto fonte, que é o caso dos poemasanalisados.

Palavras-chave: Intertextualidade, recriação, Gonçalves Dias.

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“TUDO É SEGREDO”: UMA ANÁLISE DE FORMA E CONTEÚDO DO“SONETO ANTIGO”, DE CECÍLIA MEIRELES

Ana Cristina dos Santos- Universidade Federal de Alagoas – Campus Sertão¹[email protected]

Raquel Alves Queiroz - Universidade Federal de Alagoas - Campus Sertão²[email protected]

Resumo: Essa pesquisa objetiva fazer uma análise da forma e do conteúdo do poema “Soneto Antigo”, deCecília Meireles. Diante disso, observa-se que o eu lírico do soneto de Cecília Meireles instaura a linguagempoética entre o revelar e o revelar-se. Para tanto, nota-se que a forma dialoga com o estilo clássico, impondo umretorno às discussões sobre a beleza artística. Tomando o modernismo como escola literária, a autora toma aliberdade de criação como elemento construtivo da poesia. Nesse sentido, acredita-se que os aspectos da formapoética em Cecília Meireles instaura no poema o diálogo com a tradição, como forma de estabelecer umvínculo com a ruptura implementada pelos primeiros modernistas. Acredita-se, por isso, que o poema aquiestudado trilha a singularidade poética e traduz a forma moderna de discutir o fazer poético. Seguindo essatrilha, o soneto abarca os aspectos universais da lírica moderna como quando se propõe o poema ao segredomantido entre o antigo e o moderno. Para relacionar as formas teóricas, essa pesquisa baseou-se nos estudos deAdorno (1975), Paz (1982) e Rocha (2013).

Palavras-chave: Poesia. Forma. Soneto. Conteúdo. Cecília Meireles.

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1 Aluna do curso de Letras-Português, da Universidade

Federal de Alagoas-UFAL-Campus do Sertão;

participante do Núcleo de Estudos em Literatura

Alagoana-NELA, sob a orientação do prof. Dr.

Márcio Ferreira da Silva.2 Aluna do curso de Letras-Português, da Universidade

Federal de Alagoas-UFAL-Campus do Sertão;

participante do Grupo de Estudos em Análise de Discurso-GEDI, sob a

orientação do prof. HederRangel.

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DESPERDIÇADA PAISAGEM: A INDELÉVEL RELAÇÃO ENTRE ALINGUAGEM LÍRICA E O FAZER POÉTICO ROMARIANO

Maria Cícera dos Santos CorreiaUniversidade Federal de Alagoas – UFAL – Campus do Sertão

[email protected]

Resumo: Partindo do princípio de que nenhuma análise literária prescinde de uma conceituação do estatutoessencialmente lírico da linguagem poética, a presente pesquisa tem como objetivo analisar a relação entre o lirismo e ofazer poético presente no poema Desperdiçada Paisagem, presente em Película (2008), livro da poeta Vera Romariz. A pesquisasegue a linha de estudos em poesia alagoana, no âmbito dos Estudos Culturais, com ênfase em destacar a forma e oconteúdo poéticos. Acreditando que essa relação traz marcas líricas e subjetivas, tão necessárias ao poema, evidenciandoque a linguagem não apenas reproduz a realidade, mas a recria a partir dela e dos sentidos que emergem da palavranascente, como se os acontecimentos e os fatos exteriores fossem necessários à expressão da poeta. Dessa forma alinguagem lírica se sobressai quando uma imagem exterior faz vir à tona o sujeito lírico, revelando-se através da palavra.Nessa pesquisa, a perspectiva de olharmos a linguagem poética da autora de Quase pássaro se dá pela necessidade deobservar as palavras, e como estas se apresentam de forma imprecisa, individual e subjetiva, difícil de ser aprisionada aum determinado significado. Para isso tomamos o pensamento de Octávio Paz (1982) sobre a linguagem e em C. Segre(1989) sobre a necessária subjetividade na tessitura do poema, assim como o conceito de lirismo em Hegel, presente noensaio de Silva (2007) e a construção formal do verso moderno em Chamie (1997) e em Bandeira (1997).

Palavras-Chave: Linguagem.Lirismo. Poesia alagoana. Vera Romariz.

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ENSINO DE LITERATURA NA ESCOLA: UMA ANÁLISE DASMETODOLOGIAS APLICADAS NUMA ESCOLA DO ALTO SERTÃOALAGOANO

Maria da Conceição de Aquino Batista – UFAL – Campus do Sertã[email protected]

Resumo: Sabe-se que ao longo da trajetória escolar, da educação infantil ao ensino médio, a prática da leitura e escritaliterária deveria ser mais valorizada como meio do educando desenvolver as competências que o PCNEM (ParâmetroCurricular Nacional do Ensino Médio, 2000) prega: a capacidade de “analisar, interpretar e aplicar os recursos expressivosda linguagem, relacionando textos com seus contextos, mediante a natureza, função, organização das manifestações [...]”.Mas o que se pode observar, é que, o ensino de literatura, acaba se tornando um ensino fragmentado, da qual as primeirasaulas voltam-se “para a construção de alguns conceitos básicos relativos à teoria literária e à teoria da comunicação,considerados ferramentas indispensáveis para lidar com o texto literário” (CEREJA 2005, p. 55), em que o texto literárioserve-se muitas vezes de objeto para ensinar o aluno a maneira certa de escrever e falar. Deste modo, as competênciasque o PCNEM salienta serão difíceis de ser concretizadas, se a escola ainda continuar com uma visão de literaturaconsiderada como um conjunto de textos a ser admirado, caracterizada por um ‘bom estilo’ (ROUXEL apud MARTINS,2006, p. 85). Levando em conta tal problemática é interessante se questionar: Por que o ensino de literatura é visto comoum pretexto para se trabalhar outros assuntos? Será que na Escola Estadual Monsenhor Sebastião Alves Bezerra o ensinode literatura é trabalhado dessa forma? Para responder tal problemática, este trabalho se baseará em uma pesquisa decampo, especificamente, em uma aplicação de questionários com uma turma do ensino médio, um professor de LínguaPortuguesa e a gestão pedagógica da escola, para verificar se o ensino de literatura está servindo de pretexto ou estratégiapara o estudo de outros objetos.

Palavras-chaves: ensino, literatura, ensino médio.

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O POEMA, O HIBRIDISMO E A QUESTÃO SOCIAL: UMA ANALISE DOPOEMA "MORTE DO LEITEIRO" DE CARLOS DRUMMOND DEANDRADE

Fernanda Alves-UFAL-Campus Sertã[email protected]

Mércia Delgado-UFAL-Campus Sertã[email protected]

.Resumo: Com a frequente discussão referente ao hibridismo de gêneros contrapondo-se a “pureza” das obras, e comisso, a sua valorização e superioridade em relação as que não obedecem às leis fixas do gênero ao produzir poesia, épossível perceber que tratando-se de um estudo antigo surgido desde a Antiguidade Greco-romana, ainda hoje continuaum assunto gerador de polêmicas pois muitos acreditam e defendem a imutabilidade dos gêneros como via única deprodução artística literária . Além disso, cabe também ressaltar que é a partir da ruptura das normas que o poeta seencontra mais livre, ele passa a ser tomado unicamente pela sensibilidade da arte como via única de sua manifestaçãoartística enquanto símbolo e comunicação, pois este não preso a regras desvinculará uma “relação entre artista, obra epúblico” (CANDIDO, 2000). Sendo assim, objetivamos no presente artigo expor as diferentes vertentes de análisepossíveis ao poema “Morte do leiteiro” de Carlos Drummond de Andrade, desde o hibridismo dos gêneros à possíveldenúncia as injustiças sociais articuladas ao conteúdo do poema em análise. O estudo tem leituras relevantes como oestilo literário da época em que o poema e o seu autor fez parte, o Modernismo, escola que rompeu com a “pureza” eproduziu uma “poesia impura” anunciou a liberdade artística. O estudo tem como base autores como Angélica Soares(2007), Alfredo Bosi (2002) Adorno (2003), Antonio Candido (2000), entre outros. A conclusão é que através das análisesrealizadas, podemos abordar a partir do poema o hibridismo dos gêneros literários, acreditando que o autor Drummondusou o hibridismo (Lírico, Drama e Narrativa) para quebrar com as regras inflexíveis, provando que o poeta pode muitomais quando o mesmo encontra-se liberto de regras e normas e a partir dessa liberdade de produzir arte, passar tambéma denunciar por meio da arte as injustiças sociais presente em nossa sociedade.

Palavras-chave: Gêneros literários; poesia, hibridismo; Carlos Drummond

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O INVERNO E A LINGUAGEM MODERNISTA DE JORGE DELIMA

Ana Lúcia de Andrade Rodrigues – UFAL – Campus do Sertã[email protected]

Resumo: A poesia é uma das formas de expressão há muito usada pelos poetas. A partir delas é possívelexternar sentimentos, tais como: admiração, declarar amor, engrandecer algo, declarar sua religiosidade ouainda tecer críticas. E pensando nas cargas semânticas que um poema possui, a pesquisa busca analisaraqui o poema Inverno, do modernista Jorge de Lima, considerando a forma e a linguagem presentes naconstrução poética. Essa última que transborda a partir de elementos diversos que o poema contempla,tais como o social, a religiosidade e a natureza, traços característicos do período moderno. Estes que vêmtratar de uma temática muito discutida nos dias atuais, como a chuva/inverno em algumas regiões, ouausência desses em outras, sobretudo nas regiões áridas do Nordeste brasileiro. Assim, objetivamoscompreender como esses elementos marcam e como denunciam as relações de traços verossímeis do eulírico com o externo, possíveis quando nos referimos ao fazer poético. Assim faz o poeta através dapoesia. Para tanto nos apoiaremos no pensamento teórico de Goldstein (2002), de Paz (1982), deWilliams (2006), de Moisés (2013) e de Bosi (2006).

Palavras-chave. Poesia; verossimilhança; sociocultural; Jorge de Lima.

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Aluna do curso de Letras-Português da Universidade

Federal de Alagoas- UFAL-Campus do Sertão. Trabalho

apresentado à disciplina Projetos Integradores 5 –Estudo do poema – sob a

orientação do prof. Dr. Márcio Ferreira da Silva.

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DA LITERATURA AO CINEMA: UMA ANÁLISE DA ADAPTAÇÃO DOS ASPECTOS LITERÁRIOS EM “FARPA”

Mayara Adriely Lima de Souza – UFAL – Campus Sertã[email protected]

Aline de Souza Amaral – UFAL – Campus Sertã[email protected]

Resumo: Com o advento do cinema muitas obras literárias passam a ser adaptadas de forma que acabam perdendo,muitas vezes, características que se distanciam ou não das ideias originais. O conceito de adaptação é, na maioria dasvezes, associado a ideia de fidelidade e equivalência ao texto literário. Nesse sentido, entende-se que não há adaptaçãoliteral, mas adaptações que buscam, ao menos, trazer uma nova forma de enxergar a obra literária. Com isso, nas diversasadaptações de obras literárias muitos aspectos se perdem e outros são acrescentados: personagens, tempo, espaço sãoadaptados fazendo com que a adaptação cinematográfica fique coerente, entendendo que se trata de signos diferentes.Neste sentido, este estudo pretende analisar o filme Farpa, de Henrique Oliveira, em relação à obra Maria Flor etc., deArriete Vilela. Diante disso, surge a seguinte problemática: como ocorreu a adaptação dos aspectos literários de MariaFlor etc. no filme Farpa? Para responder a tal indagação, pretende-se utilizar a teoria da adaptação de Linda Hutheon(2013), baseando-se no que ela define de transcodificação ou transposição intersemiótica, que ganha sentidos específicos,diferentemente da anunciada e extensiva. O estudo se baseará, também, em Stam (2006), Pellegrini (2003) e Silva (2013).A conclusão é de que quando acontece a adaptação através da transposição intersemiótica os aspectos literários ganhamnovos moldes, e por se tratar de um livro de contos, muitos personagens se perderam e outros sobressaíram, de acordocom o objetivo pretendido pelo adaptador.

Palavras-chave: Adaptação, Fidelidade, Farpa.

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RECITA SERTÃOUMA INICIAÇÃO À TRADIÇÃO POÉTICA NORDESTINA

Deuzânia Alves dos Santos SilvaHeloísa Cecilia de Araújo SilvaMarcos Alexandre de Morais

No Nordeste, a cantoria e a Literatura de Cordel, com matrizes que remontam ao romanceiro luso-espanholmedievo, permanecem profundas manifestações estéticas do imaginário popular. Povoada por factos doquotidiano, bem como por acontecimentos históricos, a narrativa popular em versos do cordel possui uma ricasérie temática. Heróis ou anti-heróis do Sertão, os mitos do cangaceiro Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, edo líder António Conselheiro já serviram como tema a várias gerações de cordelistas. A cantoria e a Literatura deCordel, com matrizes que remontam ao romanceiro luso-espanhol medievo, permanecem profundasmanifestações estéticas do imaginário popular. Povoada por factos do quotidiano, bem como poracontecimentos históricos, a narrativa popular em versos do cordel possui uma rica série temática. Heróis ouanti-heróis do Sertão, os mitos do cangaceiro Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, e do líder AntónioConselheiro já serviram como tema a várias gerações de cordelistas. Também as lendas locais e a complexareligiosidade nordestina são motivos recorrentes para os impressos artesanais. Pertencente a uma plêiade depoetas e músicos, o crítico Ezra Pound indica-nos que, para uma verdadeira compreensão da natureza poética, émister uma sensibilização musical e, consequentemente, o culto da oralidade poética. A poesia, como nopassado, remontando à arte de Orpheu, precisa ser cantada, recitada. Pound enfatiza a necessidade do exercícioda audição para uma melhor compreensão filológica. Como o poeta norte americano Ezra Pound, pensamos queo cultivo da oralidade estética é fundamental para formarmos apreciadores da linguagem poética. Parece-nos,por isso, que um CAMPUS implantado no Sertão, espaço simbólico de grandes artistas e do imaginário popular,deve fomentar este gosto pela oralidade poética. Assim, o projeto possui um grupo de recital, composto poralunos declamadores, cujo repertório integra composições da literatura brasileira com temáticas ou cenáriosreportando, fundamentalmente, ao imaginário nordestino. O grupo, além das atuações no próprio CAMPUS daUFAL, faz digressões pelas escolas públicas da região.

Palavras-chave: Literatura. Identidade. Oralidade. Sertão.

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Este estudo foi também desenvolvido por Fernanda Alves de Souza, Heloísa

Maria José da Silva Santos e Suzi Mariana Bezerra

Gomes

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INSÍGNIAS DO SERTÃO: LITERATURA, CULTURA E IDENTIDADE NO CANCIONEIRO POPULAR

Maria José da Silva Santos¹([email protected])

Suzi Mariana Bezerra [email protected]

Prof. Dr. Marcos Alexandre de Morais Cunha²([email protected])

Resumo: O Nordeste brasileiro, fundamentalmente o seu interior, o Sertão, mantém-se, apesar do embate face àglobalização e à cultura de massa, como um pólo indiscutível de movimentos de cultura popular. Um espaço simbólico deuma tradição que tem sido guardiã de valores, inspirando intelectuais e artistas das mais diversas expressões na busca deuma mítica identidade nacional. Assim, na sua senda primitiva, o Nordeste interiorano contemplaria um espaço-tempopreservado do grande desenvolvimento, uma reserva das autênticas manifestações populares artesanais, antagônicas àimplacabilidade de uma indústria cultural multifacetada. Não é por acaso que, pela sua aura originária, pela sua belezaaustera, pela riqueza da sua cultura popular povoada por mitos, bem como pelo seu realismo épico, o Sertão nordestino temsido o motivo de algumas das principais obras artísticas realizadas no Brasil. Ariano Suassuna, há muito defensor dosvalores nordestinos, registaria assim, em expressão poética, a vocação épica da região: “O sertão, ao mesmo tempodesértico, grandioso e épico na seca, belo gracioso e fértil quando fecundado pelas chuvas de Inverno”3. Tendo o Sertãocomo imaginário, Ariano, a 18 de Outubro de 1970, na Concatedral de São Pedro dos Clérigos ─ arquitetada e elevada noséculo XVIII, com direito a acordes barrocos ─ lança no Recife o Manifesto Armorial. A proposta armorial ─ a fusão doerudito e do popular a partir do imaginário nordestino vertido na literatura de cordel ─ apresenta-se particularmentepertinente para o Grupo de Estudos Poéticos do Sertão que, trabalhando em linhas de pesquisa como poética, cultura eidentidade, busca preservar a memória, ao mesmo tempo em que visa resgatar a produção cultural poética nordestina,sobretudo do entorno do Campus da UFAL do Sertão, tendo como base o cancioneiro popular, sem esquecer o patrimôniopoético de poetas mais canônicos que também têm parte de sua obra visitada pelo imaginário sertanejo.

Palavras-chave: Literatura; Sertão; Cordel; Cultura Popular; Identidade.

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Comissão OrganizadoraProf. Msc. Cezar Alexandre Neri SantosProfa. Msc. Fábia Fulni-ôProf. Dr. Ismar Inácio dos Santos FilhoProf. Dr. Marcos Alexandre de Morais CunhaProf. Dr. Márcio Ferreira da SilvaProfa. Msc. Thaysa Oliveira BarbosaProf. Msc. Thiago Trindade

Comissão CientíficaProf. Msc. Cezar Alexandre Neri SantosProfa. Msc. Fábia Fulni-ôProf. Dr. Ismar Inácio dos Santos FilhoProf. Dr. Marcos Alexandre de Morais CunhaProf. Dr. Márcio Ferreira da SilvaProfa. Msc. Thaysa Oliveira BarbosaProf. Msc. Thiago Trindade