Cães de guarda - entre jornalistas e censores

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REIS, Daniel Aarão; RIDENTI, Marcelo; MOTTA, Rodrigo Patto Sá. O golpe e a ditadura militar 40 anos depois (1964-2004). Bauru (SP). Edusc. 2004.

Parte IV: Repressão, Censura e Exílio.Cap. 15.

Fichamento: “Cães de guarda: entre jornalistas e censores”

(Beatriz Kushnir)

(p. 250) As empresas jornalísticas censuravam mais do que o estado (usavam a censura prévia). Daí, a comparação dessas empresas com clãs, feudos, oligarquias.- Verificar se os jornalistas paraenses concordam com essa afirmação- Verificar se as empresas jornalísticas se identificam com essas denominações. Ou com quais denominações afirmam sua identidade?

São elencados o Jornal do Brasil, O Globo, Folha de S. Paulo, e O Estado de S. Paulo... mas elege o Folha da Tarde como objeto principal- Essa estratégia pode ser utilizada nesta dissertação?

Os homens e mulheres que lá trabalharam, seu corpo de jornalistas, são um corpo diverso e múltiplo.- referindo-se ao fato de que havia opiniões favoráveis e contrárias ao governo militar. - Sobre os termos usados por Kushnir notei o uso corrente e contínuo da palavra REPRESSÃO. Surgiu a pergunta se posso usar repressão e como definir essa categoria. - quando a autora usa o termo repressão se deixa ver em sua posição política quanto aos governos militares. Como devo me posicionar? Quais termos devo usar na dissertação: revolução, golpe, 31 de março? Vc fará um balanço historiográfico e a partir daí surpreenderá com quais conceitos as produções históricas operam.- Ocorreu-me que devo mapear os sujeitos que compunham as linhas editoriais dos jornais paraenses: jornalistas, ou não, favoráveis e contrários ao 31 de março que faziam parte do universo das redações. Isso mesmo, deve fazer isso.

(p. 252)B. Kushnir faz uma cartografia do Folha. Levantamento dos editores que fizeram parte do jornal desde sua fundação até o 31 de março, compra de equipamentos para impressão, aumento da frota para aumentar a circulação, ampliação do público leitor como conseqüência dessas medidas administrativas.- como agir nesta dissertação? Não precisa

(p. 253)O AI-5 foi um divisor de águas no corpo de redação. Os jornalistas mais combativos foram demitidos. Ficaram aqueles que não representavam ameaça para a empresa.

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- essa estratégia foi usada no Pará? Como se deu o processo? Quanto tempo durou? Quais os discursos justificadores? Quem são os jornalistas que ficam nos editoriais da imprensa?

(254)A Folha da Tarde que renasceu naquele outubro de 1967 era um jornal completamente diferente do que existira entre 1949-59.A linha editorial era de oposição ao governo, até quando este permitiu. [por conta do AI-5]Como o AI-5 muitos proprietários de empresas de jornais criam alternativas para se adaptarem aos novos tempos. - já mencionado acima: os jornalistas mais combativos foram demitidos.

(p. 255)Afora as demissões do jornal, a repressão pós AI-5 os surpreendeu com máxima violência, com invasões de domicílio e prisões ou forçando-os à clandestinidade, como ocorreu com Paulo Sandroni.- quais são as ruminações dos jornalistas paraenses ref. ao mesmo período? Como se auto definem? Como vêem o “pós AI-5”?- a autora cita uma caça às bruxas. Como os grupos opositores são nominados? Com quais adjetivações procuram desqualificar esses grupos? Como esse processo se deu no Pará?

(p. 256)A partir de julho de 1969, (...) o jornal, torna-se (...) sórdido.A imprensa censurava aqui e ali, não oferecia resistência mais séria ao governo.- no Pará, quais eram as estratégias para burlar essa censura? Ocorriam tais estratégias (burlar) nos jornais paraenses? E além dos jornais, havia resistência de burlas? Quais?

(p. 257)Policiais assumem a função de jornalistas: O Horley (jornalista) vinha armado de uma automáticaEra chamado de “jornal de maior tiragem” porque tinha tiras no lugar de jornalistas. Essa era uma brincadeira criada na época para essa “substituição” aconteceu no Pará? Quem eram esses novos jornalistas? Traçar suas identidades. Já mostrou essa preocupação anteriormente.

(p. 258)B. Kushnir percebe, na pesquisa, que a maior parte dos jornais omite, na prisão de Frei Betto, a participação deste na frente da redação do “Folha”.- O silêncio revela a auto censura que é mencionada pelas fontes orais.

B. Kushnir elenca manchetes com “tom agressivo” para ilustrar o padrão da “Folha” até o ano de 1984 (votação da emenda Dante de Oliveira – PMDB/MT)

(p. 261)“A tradição da conciliação”: após 84 (anistia e redemocratização), as elites não perderam o controle apesar de saírem das linhas editoriais. Todos os tiras/jornalistas conseguiram acomodar-se em lugares estratégicos na sociedade democrática.

CONSIDERAÇÕES FINAISB. Kushnir usa tom acusador ao chamar os novos jornalistas de cães de guarda:

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“Fieis ao seus donos, esses cães de guarda farejaram uma brecha, protegeram uma suposta morada e, principalmente, ao defender o castelo, venderam à sociedade uma imagem errônea. Quando o tabuleiro do poder modificou-se, muitos desses servidores, foram aposentados, outros construíram para si uma imagem positiva e até heróica distanciando-se do que haviam feito.”- creio salutar, no momento da minha escrita da dissertação, fugir das paixões políticas que os contemporâneos do período têm: esquerda e direita cometeram erros e acertos naquele duelo maniqueísta (mataram, roubaram, seqüestraram, etc.)

- em comunidades virtuais (Orkut), simpatizantes de direita e esquerda acreditam sinceramente nas boas intenções das partes.

- Tomé-Açu pode ser foco de entrevistas? Sanseis, nisseis, migrantes nordestinos compõem o universo de habitantes. Em pesquisa anterior (TCC), constato que o auge econômico da cidade coincide com este período estudado.