CAFÉ SEMIOLÓGICO...bombando e sem parar um segundo, como também não dá para fazer uma consulta...

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A Liga Acadêmica de Semiologia Médica - LASM do ITPAC- PORTO NACIONAL - TO deu início aos seus trabalhos há 9 anos, com o intuito de trazer aos acadêmicos uma maior e melhor experiência da base clínica e geral que é necessária para a construção de um bom médico generalista, bem como um especialista. Durante esses anos foram muitos projetos realizados internos e externamente que preparam os acadêmicos para a sua prática clínica. Diante disso, é com enorme satisfação que apresentamos o “Café Semiológico”. O jornal nasce como uma extensão do trabalho realizado pelo grupo LASM e busca compartilhar com a comunidade acadêmica a relevância das discussões realizadas para o contemporâneo da prática médica. Nosso objetivo neste espaço é trazer para a pauta o valor da semiologia, do raciocínio e do exame clínico, além do que há de mais relevante e inovador. Almejamos, dessa forma, levar conteúdos transformadores e úteis, que sejam construtivos para formação acadêmica, empoderando e ressignificando nosso principal instrumento de trabalho: o ser médico. Esperamos, de coração, que vocês gostem. Até a próxima, LASM PORTO. Dra. Larissa Brito Pereira CAFÉ SEMIOLÓGICO Médica Graduada no Instituto Tocantinense Pre- sidente Antônio Carlos - ITPAC - Porto Nacional (TO). Ex-Presidente da Liga de Semiologia Médica do ITPAC - Porto. PAPO COM QUEM ENTENDE------------ Pág. 2 VAMOS FALAR SOBRE --------------------- Pág. 3 PÍLULA DO HUMOR ------------------------ Pág. 4 VOCÊ SABIA? --------------------------------- Pág. 4 CHECK LIST SEMIOLÓGICO -------------- Pág. 4

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SOBRE NÓS

A Liga Acadêmica de Semiologia Médica - LASM do ITPAC- PORTO NACIONAL - TO deu início aos seus trabalhos há 9 anos,com o intuito de trazer aos acadêmicos uma maior e melhor experiência da base clínica e geral que é necessária para aconstrução de um bom médico generalista, bem como um especialista. Durante esses anos foram muitos projetos realizadosinternos e externamente que preparam os acadêmicos para a sua prática clínica. Diante disso, é com enorme satisfação que apresentamos o “Café Semiológico”. O jornal nasce como uma extensão dotrabalho realizado pelo grupo LASM e busca compartilhar com a comunidade acadêmica a relevância das discussõesrealizadas para o contemporâneo da prática médica. Nosso objetivo neste espaço é trazer para a pauta o valor da semiologia,do raciocínio e do exame clínico, além do que há de mais relevante e  inovador. Almejamos, dessa forma, levar conteúdos transformadores e úteis, que sejam construtivos para formação acadêmica,empoderando e ressignificando nosso principal instrumento de trabalho: o ser médico.

Esperamos, de coração, que vocês gostem.Até a próxima,

LASM PORTO.

Dra. LarissaBrito Pereira

CAFÉ SEMIOLÓGICOUMA DO S E D E CONH E C I M EN TO

S E T - 2 0 2 0   E D I Ç Ã O 1 - V O L 1

Médica Graduada noInstituto Tocantinense Pre-sidente Antônio Carlos -ITPAC - Porto Nacional (TO).Ex-Presidente da Liga deSemiologia Médica do ITPAC- Porto.

UM PAPO COM

Índice

PAPO COM QUEM ENTENDE------------ Pág. 2VAMOS FALAR SOBRE --------------------- Pág. 3PÍLULA DO HUMOR ------------------------ Pág. 4VOCÊ SABIA? --------------------------------- Pág. 4CHECK LIST SEMIOLÓGICO -------------- Pág. 4

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PAPO COM QUEM ENTENDED R A . L A R I S S A B R I T O P E R E I R A

L: Conseguimos ser muito proveitosos em todos osaspectos e momentos da graduação. Acredito queo querer e fazer acontecer, demande muito do seucompromisso com aquilo e com o resultado do quese pretende. O estudo nunca vai ser demais enunca vai ser algo perdido, aprendo coisas novasaté hoje. Desde que iniciei o curso, me dediquei aconstruir meu currículo dentro dos meusprimeiros quatro anos, para vivenciar meuinternato de forma integral. Em alguns momentoseu falhei, mas tentar não deixar as atribuiçõesextras atrapalharem meu desempenho comointerna, acredito que foi fundamental.  Fui atleta,fui para Intermed fora de Porto, fui diretora daAtlética, presidente de liga, representante de sala,do internato, dei monitoria, escrevi artigos e viajeipara congressos fora. Posso dizer que vivi minhamelhor época também. Aproveitava mesmo da boavontade de alguns profes-sores e do meio para ofim, estava virando “piolho de hospital”, e eles meadotando (literalmente). Eu fiz faculdade na minhacidade natal, e isso de que alguns conheciam meuspais acabava me ajudando também, mas de nadame adiantaria se não apresentasse pelo menosinteresse. Então, eu passava minhas fériasacompanhando as visitas de enfermaria na ClínicaMédica, acompanhava minha irmã na residênciaquando dava, acompanhava minha outra irmã nosplantões de pediatria, e lá na maternidade jáaproveitava: colava na obstetra e fazíamos ummonte de cesáreas! Chegava em casa e ia estudar,revisar ou aprender algo novo que tinha visto nodia, e tenho isso como a minha melhor experiênciadentro do curso. Não sei de tudo, mas nunca tivevergonha de perguntar o que não sabia e issoalgumas vezes acontece até atualmente. Até hoje,de vez em quando, conto com ajuda de alguns“anjos” que ganhei na graduação. Aprendi quehumildade e humanidade sempre cabem emqualquer lugar. Então, se posso deixar uma dica atodos é: estudem! Tenham interesse e sejamhumildes. Essa receita nunca falha.

E: Na fala livre de um paciente poliqueixoso,como direcionar para a queixa principal elidar com as outras queixas?L: Escutar o paciente sendo ele poliqueixosoou não é fundamental em qualquer ocasião.De qualquer maneira o paciente vai teentregar alguma dica daquilo que sente eesse é o “feeling” do bom médico clínico.Existem algumas formas de direcionar a falado paciente, mas primeiramente deve-sedescobrir entre tantas queixas, qual é de fato,a maior causadora dos transtornos atuais.Indagar “o que mais te incomoda?”, “ o quemais dói entre a dor de tal lugar comparadocom outro?”, “se você pudesse escolher, qualseria o maior problema?”, “como anda seusono, apetite?”, “como anda sua relação comfulano?”, “respira fundo e me conta tudo,bem devagarinho”, são expressões quequando usadas corretamente, de forma gentile educada, após a fala do paciente, geramrespostas mais direcionadas e focadas. Àsvezes, o paciente só está ali para desabafar, evê o médico como sua única opção.

O conhecimento da Semiologia Médica éprimordial para a formação dos médicos, tendoela um papel fundamental para odesenvolvimento da relação médico-paciente,visto que, através dela é feito um compilado deinformações que levarão a um diagnóstico maispreciso e principalmente a compreensão dasangústias que afligem o paciente. Dessa forma,sabendo da importância da Semiologia Médicapara os médicos entrevistamos a Dra. LarissaBrito Pereira  para uma discussão de como asemiologia deve ser abordada no contextoteórico-prático e como sua compreensão fazdiferença no dia-dia dos profissionais médicos.

L: Acredito que essa teoria já esteja caindo porterra. Não que se tenha um tempo limitemínimo ou máximo, vai depender muito dotipo de paciente e do local do seu atendimento.Não dá para fazer uma anamnesecompletíssima em um PS (Pronto Socorro)bombando e sem parar um segundo, comotambém não dá para fazer uma consulta derotina de UBS (Unidade Básica de Saúde) emdia de hipertenso e diabético e não auscultar,verificar pulsos, conferir medicações erotina/evoluções das últimas consultas. Foraque vivemos em uma era que as alteraçõespsicológicas afetam por demais os pacientesem geral, o que gera uma certa demanda detempo, seja no PS (Pronto Socorro) ou na UBS(Unidade Básica de Saúde). Masindependentemente do tempo ideal, seconstruir uma relação médico – paciente aindaé a chave de qualquer manejo, e você podeconstruí-la em 5 minutos ou 60 minutos. Denada adianta ter todas as ferramentas e nãosaber usá-las.

É muito importante ter uma anamnese completa ereal, seguindo o que taxamos como “guia doatendimento”. Saber a queixa principal,desenvolver uma HDA de forma guiada, gradativae organizando os acontecimentos, acrescentandohistórias regres-sas importantes, medicações emuso e observações identificadas durante aconversa. Adicionada a um exame físico geral maisfocado na queixa principal (não esquecendo dealterações casuais) é um bom meio de se chegar efechar o diagnóstico. Outro meio que nos ajudamuito, são os exames complementares. Porém,saber qual e quando pedir, certamente é tambémde extrema importância. Eles são meioscomplementares, não substituem os bons e velhosanamnese e exame físico. O sistema atual nosproporciona essas "ferramentas", então é só seguir.

L: Às vezes, penso que o sistema nos torna umpouco dependentes de produtividade,números e obrigações. Digo isso pois arealidade nos obriga a mudar de forma rápida.Há um período de insegurança, e demora certotempo para nos adaptarmos: somosmodelados ao meio! Mas isso não pode mudara essência de ser um bom médico.

L: Sempre acreditei que a semiologia fosse adisciplina chave para a formação de um bommédico, assim como aprendemosprimeiramente as vogais, para depois evoluircom o alfabeto completo na nossa formaçãoinicial. Não se alcança o topo pulando osprimeiros degraus. Então a semiologia é a baseda pirâmide, é o marco inicial e essencial para amedicina, é a partir dela que o conhecimentoclínico se expande, nos direcionamos para ashipóteses e até mesmo conseguimos chegar aum diagnóstico, apenas com uma boaanamnese e um bom exame físico. Logo, aSemiologia para mim, não é só uma disciplina amais, e sim o pilar do conhecimento clínico emgeral.

L: A anamnese é complementada por um bomexame físico, essa é a equação quase perfeitapara grande parte dos casos. Se falando emdiagnóstico, acredito que se ambos foremfeitos de forma completa, você chega commaior acurácia e facilidade ao diagnóstico. Àsvezes algo que você esquece de perguntardurante a anamnese pode ser a real respostadaquilo que você procura, assim como, umaanamnese bem detalhada com um examefísico incompleto também dificulta a definiçãodo quadro clínico. Nunca esquecendo, maspodemos ser surpreendidos com as variadasexceções, então o “nunca e o sempre” tambémpodem atrapalhar. Então, quanto maisinformações sobre o paciente você tiver,melhor será o resultado final. p

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E: Dra, que dicas daria para nossos leitores que sãoestudantes? O que podemos realizar na nossa rotinapara que todos os dias sejam proveitosos? Como foisua experiência quando era acadêmica demedicina?

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E: Na sua concepção o que a semiologiarepresenta para a formação médica ?

E: A semiologia por si só configura-se como umcopilado de detalhes intrínsecos e inesgotáveis.Haveria, portanto, um limite mínimo de tempopara que uma consulta seja satisfatória eeficaz?

E: Por uma anamnese bem colhidaconseguimos fechar diagnóstico ou énecessário a combinação com o exame físico ?

E: Quais os passos para uma boa anamnese eexame físico na realidade atual? (Ex: no SUS, oque não podemos deixar de dar importância?

A melhor dica queposso dar é: estudem!Tenham interesse esejam humildes! Essareceita nunca falha.

POR: RODOLFO MACEDO E IASMIM COELHO

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AUSCULTA PULMONAR Conceito:  A ausculta constitui o método semióticopor excelência da exploração clínica do tórax para oexame dos pulmões. Percorrer todo o tórax anterior eposterior, sempre comparando regiões homólogas. ERRO GROSSEIRO:  auscultar o tórax POR CIMA deroupas e posicionar o estetoscópio em cima de umosso.  Avaliar presença e a característica dos:1. SONS NORMAIS. Tipos: Som traqueal, respiração brônquica, respiração bronco-vesicular, murmúrio vesicular. Podem ser: fisiológicos; aumentados; diminuídos;abolidos. 2. SONS ANORMAIS.  Tipos: estertores finos (antiga crepitação) e estertoresgrossos - ronco, sibilo, estridor - atrito pleural Podem ser: a) presentes ou ausentesb) inspiratórios ou expiratórios (proto, meso, tele,holo)c) raros, poucos ou leves; moderados; muitosd) móveis ou não com a tosse Podem estar:  - difusosou localizados em uma determinada região do pulmãoPodem evoluir: - aumentando, diminuindo,inalterados Podem cursar ou não com esforçorespiratório. Material: Estetoscópio Procedimentos: O paciente deve estar em posiçãoassentada. Posicionar corretamente as olivas doestetoscópio nas orelhas. Solicitar ao paciente querespire lenta e profundamente, com a boca aberta.   Iniciar o exame pelos ápices e ir deslocando oestetoscópio em direção às bases. Compara-se umlado com o outro, observando os sons pulmonaresfisiológicos e a presença de ruídos adventícios (extras,anormais).Observam-se também as fases de inspiração ou deexpiração e se há prolongamentos dela.     REGISTRO DO EXAME NORMAL: Murmúrio vesicularfisiológico sem ruídos adventícios.

AVALIAÇÃO DA EXPANSIBILIDADE TORÁCICA Conceito:  A parede torácica inclui pele, tecidosubcutâneo, músculos, cartilagens e ossos. Procedimento:  O examinador deve se colocaratrás do paciente. Iniciar o exame pelos ápices eir deslocando as mãos em direção às basespulmonares. Pousar as mãos espalmadas sobreas regiões a serem examinadas, de tal modo queos polegares se toquem levemente, em ânguloquase reto. Os demais dedos encostamlevemente no tórax, levemente fletidos. Nasbases, aderir bem os dedos e o examinador devese postar assentado, de preferência. Solicite aopaciente para espirar mais fundo e ir observandoa movimentação de suas mãos, particularmenteo distanciamento dos polegares da linha médio-espinhal. A expansibilidade pode ser normal oudiminuída (unilateral ou bilateralmente).REGISTRO DO EXAME NORMAL: Expansibilidade normal e simétrica.

PERCUSSÃO TORÁCICAProcedimento:  Para a percussão das faces anterior elaterais, o paciente pode estar deitado ou assentado.Na percussão das faces laterais o paciente devecolocar a mão na cabeça.  Já a percussão da paredeposterior deve ser feita com o paciente sentado.Utiliza-se a percussão dígito-digital, indo de cimapara baixo em cada face. Ir golpeando os espaçosintercostais ora de um lado, ora do outro, e ircomparando os sons obtidos.  Manter a força do golpeconstante.  Identificar os 3 sons (hipersonoridade,submacicez e macicez) à percussão e as áreas em queocorrem. Comparar o exame com pessoas magras,musculosas e obesas. REGISTRO DO EXAME NORMAL:  Sons pulmonaresnormais e sem sinais de cardiomegalia.

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A pandemia do COVID-19 despertouolhares para o manejo da dispneia, vistoque um dos sintomas frequentes dainstalação desse vírus é provocar na vítima desconforto respiratório. Entretanto, essetermo designa diversas outras doenças, ouseja, sentir incômodo respiratório não épatognomônico de nenhuma moléstiaespecífica.

Definição É a presença de uma desagradávelsensação ao respirar, que pode ser descritade maneira subjetiva, a depender daexperiência vivenciada pelo indivíduo.Pode variar de intensidade e interage commúltiplos fatores fisiológicos, psicológicos,sociais e ambientais nos quais induzemrespostas fisiológicas comportamentaissecundárias, segundo a “American ThoracicSociety“.

Classificação Pode ser classificada em aguda quando oepisódio se desenvolve em dias e duramenos de quatro semanas. Ela é ditacrônica, quando estende-se de quatro a oitosemanas. A pessoa pode ter uma dispneiacrônica porém, com episódios deagravamento: uma exacerbação aguda dafalta de ar crônica.

FisiopatologiaComo são interligados, o sistemarespiratório e cardiovascular,  ambos podemocasionar a dispneia.

Dispneia de causa respiratóriaPode ocorrer  devido à falência de um oumais dos seus componentes constituintes,como uma interferência nos centrosrespiratórios do tronco cerebral, barreiramecânica que impossibilite o transporte edifusão de gases, intoxicação a gasesatmosféricos, reações alérgicas amedicamentos e/ou drogas, exercício físico,falência da bomba ventilatória (músculosventilatórios, nervos periféricos, ossos daparede torácica, pleura visceral e parietaldos pulmões).

Dispneia de causa cardiovascular Como o sistema cardiovascular é projetadopara impulsionar o sangue oxigenado dospulmões para os tecidos metabólicos abomba cardíaca  deve gerar pressõessatisfatórias para abastecer toda a rede devasos sanguíneos incluindo os capilaresmais longínquos. As hemoglobinas tambémdevem estar em quantidade satisfatóriaspara tal.

Doenças  respiratórias que causamdispneia:

Asma, DPOC, Pneumonia, EnfisemaPulmonar e Bronquite.

Doenças cardiovasculares que causamdispneia: Insuficiência Cardíaca (IC), Valvulo-patias, Angina, Derrame Pericárdico.

EXAME FÍSICO PULMONAR

IMPORTANTE: Sempre lavar as mãos antes e depoisde examinar o paciente.

INSPEÇÃO E PALPAÇÃO Ectoscopia: Observar a coloração das mucosas,baqueteamento, forma do tórax. Padrão respiratório:  Observar o tipo, ritmo eamplitude da respiração, sinais de esforço eutilização de musculatura acessória: batimentode aletas nasais, musculatura cervical, tiragemintercostal, musculatura abdominal.      Posições: Em decúbito dorsal, lateral, sentado eortostatismo.Observar: Abaulamentos; Impulsões de bordaester-nal;  Retrações; Malformações torácicas; Batimentos ou Movimentos;  Frêmitos; Pontosdolorosos; Enfisema subcutâneo.

AVALIAÇÃO DO FRÊMITO TÓRACO-VOCAL (FTV)Conceito:  é o exame das vibrações percebidaspela mão do examinador, encostada na paredetorácica, quando o paciente emite algum som.Procedimento: O examinador deve se colocaratrás do paciente. Iniciar o exame pelo alto e irdeslocando a mão em direção às bases, em cadauma das faces torácicas. Pousar a mãoespalmada, ora de um lado, ora do outro, com osdedos levemente estendidos, sobre as regiões dotórax a serem examinadas ao mesmo tempo emque o paciente vai falando em voz alta "trinta etrês". Compara-se um lado com o outro e observao aumento, a diminuição e o desaparecimento doFTV, (unilateral ou bilateralmente).REGISTRO DO EXAME NORMAL:FTV normal e simétrico.

FONTE: ASCHER, Kori et al.Lung Disease of the Elderly:cellular mechanisms. Clin Geriatr Med, 2007.TEIXEIRA,  Adherbal Victor Rodrigues et al. O sistemaRespiratório e o envelhecimento. Universidade Federal deGóiais, 2018. Nadler PL, Gonzales R. Commom symptoms inCurrent Dianosis and Treatment.20016

POR: ANA LUIZA ROSA DE ARAUJO E GEOVANNA  MOREIRA

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Pois bem, apesar de perpassada de geração para geração como abreviatura da expressão “SegundoInformações Colhidas” ou “Segundo Informa Consulente” para ratificar uma determinada inexatidãosemântica durante o processo de criação de uma anamnese; SIC é a contração de um termo do latim,o “sicut” que significa “assim como é, exatamente desta forma”. Os relatos literários demonstramque o termo é internacional e com significado oposto ao utilizado pelos latinos. Isso justifica -se, poisa língua latina clássica passou a aderir o advérbio SIC com a finalidade de eximir a responsabilidaderelacionada a idade, exatidão de certas transcrições, ou seja, o ilustríssimo jeitinho brasileiro porta-se novamente e faz jus ao memorável ditado “Se não tem tu, vai tu mesmo” . Portanto, é possíveldispensar o “SIC” das nossas redações ao aderirmos a simples aposição de aspas nas informaçõesincoerentes ou com sentido literal. Tornando, assim, a leitura isenta de ambiguidades.

VOCÊ SABIA?

Do que é composto um bom médico? Em primeiro lugar, tadinho dos nossos professores. Em segundo lugar, já pararam para refletir em todos os momentos constrangedores que já fizemos elespassarem às custas das nossas inexperiências? É bem simples: basta fecharmos os olhos por alguns instantes e com certeza você vai encontrar uma cômica históriarelacionada a algum “vexame” passado no débito. Paralelamente a isso, enquanto eles nos enviam artigos em inglês para lermos e nos perguntam se a ''onda p'' estápositiva em D1, D2 e aVF, mal sabemos onde se encontra o nosso próprio estetoscópio. Jalecos perdidos na própria casa, nem se fala. Ao passo que eles carimbam asreceitas, os mesmos precisam nos avisar “não esqueçam as luvas!”. Espero que pela manutenção da integridade espiritual do finado Hipócrates, você não estejaidentificando-se com essas mal traçadas linhas, meu caro leitor. No entanto, a exigência, apesar de ameaçadora, é apenas a descoberta para um singelo e obsoletoenigma: qual é a queixa principal da paciente? - Então doutor, a dona Brigulina queixa-se de dor de cabeça há 07 dias. - “Oxe, não é não doutor! Eu tô é com dor debarriga!” (Dona Brigulina, 2020). Diante disso, aquele indivíduo que nunca presenciou uma situação semelhante, que atire a primeira pedra. Atrevo-me até ser oalvo sem medo. A arte de ser desmentido na frente do seu orientador é milenar, é clássica. Submersos em um rearranjo de axiomas, nos quais o “ auscultou a base?”“Verificou o pulso?” “Tem histórico de neoplasias na família?” e “esqueci de perguntar a DUM da paciente, que interrogamos: será se algum dia seremos pelomenos parecidos com nossos heróis? Vulgo preceptores? Dessa maneira, frente a um estalar de dedos nós nos tornaremos eles e caberá ao esforço semeado, o papelde nortear os desorientadinhos, ou melhor, aluninhos. Portanto, uma vez acadêmico, sempre estaremos imersos nesse ciclo vicioso. Esse por sua vez, composto pordiversas desventuras que lhe trará o título vitalício de “ bom e velho aluno típico de medicina” com uma boa dose de gargalhadas!

CHECK LIST

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9. Revisão dos Sistemas: Geral: febre; astenia; alteraçõesdo peso; sudorese; calafrios; cãibras.•Pele: alterações na pele, cabelo, unhas, coceiras, dor,nódulos; rashes.•Crânio/Face: dor; alterações dos movimentos;tumorações; pulsações anormais.• Olhos: dor ocular e cefaleia; sensação de corpoestranho;queimação ou ardência; lacrimejamento;sensação de olho seco; xantopsia, iantopsia, cloropsia;diminuição ou perda da visão; diplopia; fotofobia;nistagmo; escotomas; secreção; alucinações visuais.•Ouvidos: dor; otorragia; acuidade auditiva; zumbidos;vertigem.•Nariz e Cavidades paranasais: dor; espirros; obstruçãonasal; epistaxe; dispneia; diminuição/aumento/ alte-ração do olfato;cacosmia; parosmia; alterações da fonação.• Boca, garganta e pescoço: sialose; halitose; dor; dor degarganta;disfagia; tosse; pigarro; alterações da voz; sangramento;inchaço.•Parede torácica; mamas; traqueia; coração; TGI;Geniturinário; musculoesquelético etc.

5. Histórico familiar: doenças e mortalidade depais, irmãos. Se falecidos: qual a causa da morte ea idade? Questionar: enxaqueca, diabetes,tuberculose, hipertensão, câncer, doençasalérgicas, doença arterial coronariana, acidentevascular cerebral, dislipidemias, Caráterhereditário → Hemofilia, Doenças mentais;sintomas em familiares também presentes naqueixa atual do paciente.

Anamnese SEMIOLÓGICO

1 .Identificação: Nome; idade; sexo; cor; estado civil;profissão; naturalidade; residência; religião.

2. Queixa principal: Motivo que trouxe o paciente ao médico naspalavras dele; evitar escrever "rótulosdiagnósticos’’.

3. História da doença atual:Começar com uma pergunta aberta e depoisfocar para obter: início; duração; frequência;fatores precipitantes; sintomas associados;fatores de melhora e piora; episódiosprévios; progressão dos sintomas; situaçãono momento atual.

4.História médica passada (antecedentesfisiológicos): história obstétrica; gestação e nascimento;imunizações; desenvolvimento sexual;história menstrual; métodos contracep-tivos; história sexual e hábitos fisiológicos.Investigar doenças preexistentes dopaciente, que existiam antes da doençaatual que motivou a consulta médica.

Antecedente patológicos: doenças comuns dainfância e da vida adulta; alergias; cirurgiasprévias; traumatismos; transfusões sanguíneas;internações hospitalares eletivas ou emergen-ciais.

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AGRADECIMENTOS REALIZAÇÃO CONTATO

@lasmporto

[email protected]

APOIO

Liga Acadêmica de Semiologia Médica - ITPAC Porto

Nacional - TO

6. Histórico social: alimentação; habitação; ocupa-ção atual e anterior; atividades físicas; con-diçõessocioeconômicas; condições culturais;vida conjugal e familiar.

7.Medicações: nome, dose, frequência, duração,motivo, assiduidade à prescrição e disponibili-dade para obtê-la.8. Tabaco/Álcool/Drogas: tipo, quantidade,frequência, duração, reações e tratamento.

Fonte: Sanar (adaptado)

Você sabe o real significado da expressão ''SIC''?

Então, se liga!

Você pode substituir, por exemplo,informações que não puderam sercomprovadas, como: "exames normais"(SIC) por:  “Paciente relata ter sidosubmetido a exame radiológico do tórax,que foi normal, cujo laudo ou imagem nãoforam entregues.”

Fonte: MAIA, J A; PALOMO, L M. ''SIC''. São Paulo. 2012. (Adaptado).

PÍLULA DO HUMOR! P O R : A N A L U I Z A R O S A D E A R A U J O

Dra. Larissa Brito