Cafés especiais: vai um europeu aí?

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MARA LUIZA GONÇALVES FREITAS* A expansão geográfica da fron- teira da União Européia (UE) para o lado o oriental, formalizada em 22 de dezembro de 2007, região onde estão concentradas plantas industriais de algumas das princi- pais marcas mundiais de café, po- de, em breve, contribuir para ace- leração da modificação gradativa do perfil das prateleiras nos super- mercados brasileiros. Aparente- mente tímidos, os números da participação européia nas gôndo- las brasileiras, se comparados iso- ladamente ao consumo registrado de cafés especiais no Brasil em 2007, estimados em 1,5 milhões de sacas, podem corresponder a 22,47 edições do Concurso Nacional ABIC de Qualidade do Café, pois sua quarta edição negociou 4,2 to- neladas do produto. Se os indus- trializados importados, observan- do apenas os dados do ano passa- do, respondem por 11,07% do mercado de especiais brasileiros, a UE representa 60,25% dele. Se comparados ao volume to- tal do consumo nacional a partici- pação da UE é tímida, também é certo que a presença européia au- menta gradativamente, sem qual- quer tipo de salvaguarda comer- cial. Os países europeus têm papel determinante no equilíbrio da ba- lança comercial brasileira, quando se configura como mercado alvo para os cafés in natura. Em 2006, fo- ram exportadas 14.546.383 sacas de 60 kg e no ano passado, 13.405.635, de acordo com dados do Ministério do Desenvolvimen- to, Indústria e Comércio. Ainda que o ano passado tenha registrado retração de 0,92% em re- lação a 2006 na exportação para a Europa, esse mercado mantém a li- derança como comprador. Contu- do, na construção das relações de comércio entre Brasil e UE no agro- negócio do café, verifica a criação de um paradoxo importante na agregação de valor, que envolve o velho dilema da exportação da ma- téria-prima e importação do pro- duto acabado. O Brasil desponta há alguns anos como importante mercado mundial no consumo per capita. Afinal, ocupa a vice-liderança, atrás dos Estados Unidos. Essa ala- vancagem do consumo, registra- da ao longo das décadas de 1990 e de 2000, se fundamenta num conjunto de aportes em marke- ting que custaram ao setor alguns milhões de dólares, conjugado com investimento em incremen- to técnico e pesquisa, que custa- ram alguns milhões de reais, e principalmente tempo (bem in- tangível não-recuperável). Abrir os flancos, a princípio, para a valo- rização da pluralidade do consu- mo no país envolvendo importa- dos na pauta, no médio prazo, portanto, pode se configurar num Cavalo de Tróia: depois do filme produzido pelo IFA National Li- vestock Committee, da Irlanda, para depauperar a imagem da pe- cuária brasileira, percebe-se que a UE é uma shakesperiana caixinha de surpresas na área comercial. O recente caso do segmento pecuário brasileiro, nesse sentido, tem muito a ensinar. Depois da cri- se da vaca louca, que gerou a des- confiança do consumidor europeu em relação à carne local, o produto do Brasil foi estratégico para a ma- nutenção do consumo naqueles países, em razão do sistema de en- gorda dos bovinos nacionais, fun- damentado numa dieta vegetaria- na. O Brasil se tornou o principal fornecedor de carnes para a UE, tendo atendido demandas impor- tantes quanto à rastreabilidade e certificação de forma prioritária, sem gozar dos tais subsídios agrí- colas que fazem toda a diferença para a competitividade da agricul- tura dos países desenvolvidos. Es- sas demandas de subsídios, combi- nadas com um perfil preservacio- nista arraigado ao modelo euro- peu, recentemente, impuseram barreiras ao segmento pecuário. Es- ses subsídios, ao que parece, em pleno ápice da crise econômica americana, tendem a ruir, gradati- vamente, com a retomada das ne- gociações da Rodada de Doha. Voltando ao setor de café, ob- serva-se que a vantagem estratégi- ca do torrado nacional centra na proximidade da produção à indús- tria e ao consumidor (nesta or- dem). Contudo, ante a inexistência de barreiras no Brasil, a franquia à importação poderá vir a ser otimi- zada com a capitação de recursos a baixo custo pela indústria interna- cional, que certamente interessa pela detenção de espaços cativos no coração e no paladar do consu- midor brasileiro. A diferença é que esse café estrangeiro, aqui negocia- do, é elaborado com grandes pro- porções de grãos nacionais, expor- tados para aquele mercado, do qual, sem dúvida, o produtor na- cional não pode se dar ao luxo de abrir mão, em razão da rentabilida- de mensurada em dólares. O problema é que o mundo es- tá começando a dizer que, se o Bra- sil não se inserir de fato no merca- do internacional de café, ficará de fora. Crescem as produções de paí- sesafricanosesul-americanos,com capacidade similar a nossa e com custos mais atrativos. Empresas co- mo a Starbucks, tradicional cliente dogrupobrasileiroIpanemaCoffes, já iniciam a trajetória de modifica- ção das origens dos grãos que com- põem suas mesclas, com a implan- tação de lavouras no Leste africano. Isso significa que, se nada for feito, como no Brasil não há barrei- ras ao torrado importado, veremos de fato, uma verdadeira revolução no consumo por aqui. É o que já ocorre no setor de têxteis, brinque- dos e informática. Tal ambiente competitivo para a indústria de ca- fé nacional alicerça a concentração de empresas em razão da compe- tição global que se instala dentro de uma realidade local, ainda em processo de alinhamento com a lógica internacional de gestão de produtos industrializados: de- manda de alta qualidade por ma- térias-primas diferenciadas, tecno- logia, qualidade, marketing, gestão profissional, certificação, plantas industriais e fornecedores e des- vinculação do preço do produto industrializado da sazonalidade de preço da matéria-prima. * Mestre em administração, especialista em cafeicultura empresarial e gerente de negócios da CBM Agroenergia. www.maracafe.adm.br. ARTIGO Cafés especiais: vai um europeu aí? O PROBLEMA É QUE O MUNDO ESTÁ COMEÇANDO A DIZER QUE, SE O BRASIL NÃO SE INSERIR DE FATO NO MERCADO INTERNACIONAL DE CAFÉ, FICARÁ DE FORA KIMBERLY WHITE/REUTERS – 16/11/07 AGRO PECUÁRIO ESTADO DE MINAS S E G U N D A - F E I R A , 1 1 D E F E V E R E I R O D E 2 0 0 8 2 AGRO PECUÁRIO ESTADO DE MINAS S E G U N D A - F E I R A , 1 1 D E F E V E R E I R O D E 2 0 0 8 15 AGRO OPORTUNIDADES FILÉ MUDAS SEMENTES NUTRIÇÃO ANIMAL Das folhas e ramos do maracujá-doce, espécie nativa do Brasil, se extrai a passiflorina, utilizada na indústria farmacêuti- ca. As flores coloridas e atrativas são usadas para fins ornamentais. Mas o principal obje- tivo do seu cultivo é a obtenção dos frutos, que, ao contrário do ma- racujá-amarelo, são des- tinados exclusivamente ao mercado de frutas frescas, no qual têm os melhores preços. O potencial do mara- cujá-doce, que atende di- ferentes nichos de mer- cado como visto, é trata- do neste lançamento da Editora Unesp, Maracujá- doce – Aspectos técnicos e econômicos. Sarita Leonel e Aloísio Costa Sampaio organiza- ram no livro informações que abrangem diversos aspectos relacionados à cultura do maracujá, como a caracterização botânica, técnicas de plantio e identificação de pragas e doenças. Maracujá-doce vem preencher a relativa ca- rência de informações téc- nicas na cultura dessa fru- ta tropical, contribuindo para a promoção de práti- cas que concorram para elevar a sua produtivida- de no Brasil. A obra da Unesp tem 136 folhas e custa R$ 28. A compra pode ser feita pelo telefone (11) 3242-7171. BIBLIOTECA DO CAMPO Potencial do maracujá-doce MERCADO EXTERNO Brasil ampliou em 920 mil toneladas os embarques Frutas tipo exportação O Brasil ocupa o terceiro lugar como produtor mundial de frutas e exportou 920 mil toneladas no ano passado, cerca de 35,88% a mais do que em 2006, o que repre- sentou US$ 644 milhões em vendas. O Pro- grama de Produção Integrada de Frutas (PIF), coordenado pelo Ministério da Agri- cultura, Pecuária e Abastecimento, reúne atualmente 21 culturas frutíferas, das quais 14 em condições de certificação e formar pólos de produção integrada instituciona- lizados com selos de conformidade. As uvas de mesa, exportadas principal- mente para a União Européia, Estados Uni- dos e Canadá, ocupam o primeiro lugar, com a marca de 79 mil toneladas, rendendo US$ 169 milhões, sendo 43,29% acima do regis- trado em 2006. O segundo lugar é ocupado pelo melão, com mais de 204 mil toneladas embarcadas ou US$ 128 milhões em vendas, o que significou aumento de 45,30%. O Japão e os países europeus foram os principais compradores de mangas, consumindo 116 mil toneladas (US$ 89 milhões). O exigente mercado europeu contri- buiu para o crescimento da exportação de maçãs no ano passado, quando comprou 112 mil toneladas da fruta, investindo mais de US$ 68 milhões, sendo 115% a mais do que em 2006. Para o coordenador-geral de Sistemas de Produção Integrada do minis- tério, Luiz Carlos Bhering Nasser, o aumen- to nas vendas externas se deve à qualidade das frutas brasileiras, como é o caso da ma- çã. “Em 2005, uma missão oficial da União Européia realizou uma auditoria nessas plantações no Brasil e ficou satisfeita com o que encontrou”, afirmou. A Argentina é o maior importador de bananas do Brasil. Fo- ram mais de 185 mil toneladas só no ano passado. O produto foi o quinta colocado no ranking de exportação brasileira de fru- tas no ano passado. De acordo com Nasser, diversas ações serão implementadas nessa área este ano. “Vamos melhorar a gestão ambiental e so- cial dos sistemas de produção de frutas, a logística de pós-colheita e comercialização, para que haja maior valor agregado”, disse. O objetivo do sistema de produção in- tegrada (Sapi) é substituir as práticas con- vencionais por um processo que possibili- te a diminuição nos custos, melhoria da qualidade, redução dos danos ambientais e o aumento da credibilidade do consumi- dor em relação às frutas brasileiras. Atual- mente, a Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo (SDC) coordena 46 projetos, em 18 estados, e terá mais 10 até o fim deste ano. Melão foi o segundo produto mais vendido pelo setor no ano passado, com alta de 45% EDITORA UNESP/REPRODUÇÃO MARIA TEREZA CORREA/EM-21/12/00

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Artigo publicado no Jornal O Estado de Minas em 11 de fevereiro de 2008.

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MARA LUIZA GONÇALVES FREITAS*

Aexpansãogeográficadafron-teira da União Européia (UE) parao lado o oriental, formalizada em22 de dezembro de 2007, regiãoonde estão concentradas plantasindustriais de algumas das princi-pais marcas mundiais de café, po-de, em breve, contribuir para ace-leração da modificação gradativadoperfildasprateleirasnossuper-mercados brasileiros. Aparente-mente tímidos, os números daparticipação européia nas gôndo-las brasileiras, se comparados iso-ladamenteaoconsumoregistradode cafés especiais no Brasil em2007,estimadosem1,5milhõesdesacas,podemcorrespondera22,47edições do Concurso NacionalABIC de Qualidade do Café, poissua quarta edição negociou 4,2 to-neladas do produto. Se os indus-trializados importados, observan-do apenas os dados do ano passa-do, respondem por 11,07% domercado de especiais brasileiros, aUE representa 60,25% dele.

Se comparados ao volume to-tal do consumo nacional a partici-pação da UE é tímida, também écerto que a presença européia au-menta gradativamente, sem qual-quer tipo de salvaguarda comer-cial. Os países europeus têm papeldeterminante no equilíbrio da ba-lança comercial brasileira, quandose configura como mercado alvo

paraoscafésinnatura.Em2006, fo-ram exportadas 14.546.383 sacasde 60 kg e no ano passado,13.405.635, de acordo com dadosdo Ministério do Desenvolvimen-to, Indústria e Comércio.

Aindaqueoanopassadotenharegistradoretraçãode0,92%emre-lação a 2006 na exportação para aEuropa,essemercadomantéma li-derança como comprador. Contu-do, na construção das relações decomércioentreBrasileUEnoagro-negócio do café, verifica a criaçãode um paradoxo importante naagregação de valor, que envolve ovelhodilemadaexportaçãodama-téria-prima e importação do pro-duto acabado.

O Brasil desponta há algunsanos como importante mercadomundial no consumo per capita.

Afinal, ocupa a vice-liderança,atrás dos Estados Unidos. Essa ala-vancagem do consumo, registra-da ao longo das décadas de 1990 ede 2000, se fundamenta numconjunto de aportes em marke-ting que custaram ao setor algunsmilhões de dólares, conjugadocom investimento em incremen-to técnico e pesquisa, que custa-ram alguns milhões de reais, eprincipalmente tempo (bem in-tangível não-recuperável). Abriros flancos, a princípio, para a valo-rização da pluralidade do consu-mo no país envolvendo importa-dos na pauta, no médio prazo,portanto, pode se configurar numCavalo de Tróia: depois do filmeproduzido pelo IFA National Li-vestock Committee, da Irlanda,para depauperar a imagem da pe-cuária brasileira, percebe-se que aUE é uma shakesperiana caixinhade surpresas na área comercial.

O recente caso do segmentopecuário brasileiro, nesse sentido,temmuitoaensinar.Depoisdacri-se da vaca louca, que gerou a des-confiançadoconsumidoreuropeuemrelaçãoàcarnelocal,oprodutodo Brasil foi estratégico para a ma-nutenção do consumo naquelespaíses, em razão do sistema de en-gorda dos bovinos nacionais, fun-damentado numa dieta vegetaria-na. O Brasil se tornou o principalfornecedor de carnes para a UE,tendo atendido demandas impor-tantes quanto à rastreabilidade ecertificação de forma prioritária,sem gozar dos tais subsídios agrí-colas que fazem toda a diferençapara a competitividade da agricul-tura dos países desenvolvidos. Es-sasdemandasdesubsídios,combi-nadas com um perfil preservacio-nista arraigado ao modelo euro-peu, recentemente, impuserambarreirasaosegmentopecuário.Es-ses subsídios, ao que parece, empleno ápice da crise econômicaamericana, tendem a ruir, gradati-vamente, com a retomada das ne-gociações da Rodada de Doha.

Voltando ao setor de café, ob-serva-sequeavantagemestratégi-ca do torrado nacional centra naproximidadedaproduçãoàindús-tria e ao consumidor (nesta or-dem).Contudo,antea inexistênciade barreiras no Brasil, a franquia àimportação poderá vir a ser otimi-zadacomacapitaçãoderecursosabaixocustopela indústria interna-cional, que certamente interessa

pela detenção de espaços cativosno coração e no paladar do consu-midor brasileiro. A diferença é queessecaféestrangeiro,aquinegocia-do, é elaborado com grandes pro-porções de grãos nacionais, expor-tados para aquele mercado, doqual, sem dúvida, o produtor na-cional não pode se dar ao luxo deabrirmão,emrazãodarentabilida-de mensurada em dólares.

Oproblemaéqueomundoes-tá começando a dizer que, se o Bra-sil não se inserir de fato no merca-do internacional de café, ficará defora. Crescem as produções de paí-sesafricanosesul-americanos,comcapacidade similar a nossa e comcustosmaisatrativos.Empresasco-mo a Starbucks, tradicional clientedogrupobrasileiroIpanemaCoffes,já iniciam a trajetória de modifica-çãodasorigensdosgrãosquecom-põemsuasmesclas,coma implan-taçãodelavourasnoLesteafricano.

Isso significa que, se nada forfeito,comonoBrasilnãohábarrei-rasaotorradoimportado,veremosde fato, uma verdadeira revoluçãono consumo por aqui. É o que jáocorrenosetordetêxteis,brinque-dos e informática. Tal ambientecompetitivoparaa indústriadeca-fénacionalalicerçaaconcentraçãode empresas em razão da compe-tição global que se instala dentrode uma realidade local, ainda emprocesso de alinhamento com alógica internacional de gestão deprodutos industrializados: de-manda de alta qualidade por ma-térias-primasdiferenciadas,tecno-logia,qualidade,marketing,gestãoprofissional, certificação, plantasindustriais e fornecedores e des-vinculação do preço do produtoindustrializadodasazonalidadedepreço da matéria-prima.

* Mestre em administração, especialista

em cafeicultura empresarial e gerente

de negócios da CBM Agroenergia.

www.maracafe.adm.br.

AARRTTIIGGOO

Cafés especiais: vai um europeu aí?O PROBLEMA É QUE O

MUNDO ESTÁ COMEÇANDO

A DIZER QUE, SE O BRASIL

NÃO SE INSERIR DE FATO

NO MERCADO INTERNACIONAL

DE CAFÉ, FICARÁ DE FORA

KIMBERLY WHITE/REUTERS – 16/11/07

A G R O P E C U Á R I O

E S T A D O D E M I N A S ● S E G U N D A - F E I R A , 1 1 D E F E V E R E I R O D E 2 0 0 8

2 A G R O P E C U Á R I O

E S T A D O D E M I N A S ● S E G U N D A - F E I R A , 1 1 D E F E V E R E I R O D E 2 0 0 8

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A G R O O P O R T U N I D A D E SS Ó F I L É

MUDAS

SEMENTES

NUTRIÇÃO ANIMAL

Das folhas e ramos domaracujá-doce, espécienativa do Brasil, se extraia passiflorina, utilizadana indústria farmacêuti-ca. As flores coloridas eatrativas são usadas parafins ornamentais.

Mas o principal obje-tivo do seu cultivo é aobtenção dos frutos,que, ao contrário do ma-racujá-amarelo, são des-tinados exclusivamenteao mercado de frutasfrescas, no qual têm osmelhores preços.

O potencial do mara-cujá-doce, que atende di-ferentes nichos de mer-cado como visto, é trata-do neste lançamento daEditora Unesp, Maracujá-doce – Aspectos técnicose econômicos.

Sarita Leonel e AloísioCosta Sampaio organiza-ram no livro informaçõesque abrangem diversosaspectos relacionados àcultura do maracujá,como a caracterizaçãobotânica, técnicas deplantio e identificação depragas e doenças.

Maracujá-doce vempreencher a relativa ca-rência de informações téc-nicas na cultura dessa fru-ta tropical, contribuindopara a promoção de práti-cas que concorram paraelevar a sua produtivida-de no Brasil.

●● A obra da Unesp tem 136

folhas e custa R$ 28. A compra

pode ser feita pelo telefone

(11) 3242-7171.

BIBLIOTECADO CAMPO

Potencial domaracujá-doce

MMEERRCCAADDOO EEXXTTEERRNNOO Brasil ampliou em 920 mil toneladas os embarques

Frutas tipo exportaçãoO Brasil ocupa o terceiro lugar como

produtor mundial de frutas e exportou 920mil toneladas no ano passado, cerca de35,88% a mais do que em 2006, o que repre-sentou US$ 644 milhões em vendas. O Pro-grama de Produção Integrada de Frutas(PIF), coordenado pelo Ministério da Agri-cultura, Pecuária e Abastecimento, reúneatualmente 21 culturas frutíferas, das quais14 em condições de certificação e formarpólos de produção integrada instituciona-lizados com selos de conformidade.

As uvas de mesa, exportadas principal-mente para a União Européia, Estados Uni-doseCanadá,ocupamoprimeirolugar, coma marca de 79 mil toneladas, rendendo US$169 milhões, sendo 43,29% acima do regis-trado em 2006. O segundo lugar é ocupadopelo melão, com mais de 204 mil toneladasembarcadas ou US$ 128 milhões em vendas,oquesignificouaumentode45,30%.OJapãoe os países europeus foram os principaiscompradores de mangas, consumindo 116mil toneladas (US$ 89 milhões).

O exigente mercado europeu contri-buiu para o crescimento da exportação demaçãs no ano passado, quando comprou112 mil toneladas da fruta, investindo maisde US$ 68 milhões, sendo 115% a mais doque em 2006. Para o coordenador-geral deSistemas de Produção Integrada do minis-tério, Luiz Carlos Bhering Nasser, o aumen-to nas vendas externas se deve à qualidadedas frutas brasileiras, como é o caso da ma-çã. “Em 2005, uma missão oficial da UniãoEuropéia realizou uma auditoria nessasplantações no Brasil e ficou satisfeita com oque encontrou”, afirmou. A Argentina é o

maior importador de bananas do Brasil. Fo-ram mais de 185 mil toneladas só no anopassado. O produto foi o quinta colocadono ranking de exportação brasileira de fru-tas no ano passado.

De acordo com Nasser, diversas açõesserão implementadas nessa área este ano.“Vamos melhorar a gestão ambiental e so-cial dos sistemas de produção de frutas, alogística de pós-colheita e comercialização,para que haja maior valor agregado”, disse.

O objetivo do sistema de produção in-tegrada (Sapi) é substituir as práticas con-vencionais por um processo que possibili-te a diminuição nos custos, melhoria daqualidade, redução dos danos ambientaise o aumento da credibilidade do consumi-dor em relação às frutas brasileiras. Atual-mente, a Secretaria de DesenvolvimentoAgropecuário e Cooperativismo (SDC)coordena 46 projetos, em 18 estados, e terámais 10 até o fim deste ano.

Melão foi o segundo produto mais vendido pelo setor no ano passado, com alta de 45%

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