calculo diferencial I

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Cálculo Diferencial e Integral Regina Maria Sigolo Bernardinelli Sandra Regina Leme Forster

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Cálculo Diferencial e Integral

Regina Maria Sigolo Bernardinelli Sandra Regina Leme Forster

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Regina Maria Sigolo Bernardinelli e

Sandra Regina Leme Forster

CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I Ensino a Distância — E a D

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO..................................................................................... 5

1 CONJUNTOS NUMÉRICOS............................................................ 6 1.1 CONJUNTO DOS NÚMEROS NATURAIS............................................. 6 1.2 CONJUNTO DOS NÚMEROS INTEIROS............................................... 7 1.2.1 Subconjuntos de Z................................................................................. 8 1.2.1.1 Exercícios............................................................................................... 4 1.3 CONJUNTO DOS NÚMEROS RACIONAIS........................................... 9 1.3.1 Exercícios……………………………………………………………………. 10 1.4 NÚMEROS IRRACIONAIS...................................................................... 11 1.4.1 Exercícios............................................................................................... 11 1.5 CONJUNTO DOS NÚMEROS REAIS.................................................... 11 1.5.1 Subconjuntos de R - Intervalos........................................................... 12 1.5.1.1 Exercícios............................................................................................... 15 1.6 Desigualdade.......................................................................................... 15

1.7 Aplicações............................................................................................. 16

1.7.1 Exemplo............................................................................................... 16 1.8 Exercícios do capítulo........................................................................... 16

2 FUNÇÃO............................................................................................... 192.1 PAR ORDENADO................................................................................... 19 2.2 PRODUTO CARTESIANO...................................................................... 20 2.2.1 Exercícios............................................................................................... 21 2.3 RELAÇÃO............................................................................................... 21 2.4 FUNÇÃO................................................................................................. 25 2.4.1 Definição................................................................................................. 25 2.4.2 Observações.......................................................................................... 25 2.4.3. Notação................................................................................................... 26 2.4.4 Exercícios............................................................................................... 29 2.4.5 Funções do 1º Grau............................................................................... 29 2.4.5.1 Função Afim.......................................................................................... 29 2.4.5.1.1 Exercícios.............................................................................................. 31 2.4.5.1.2 Exercícios............................................................................................... 35 2.4.5.2 Função Linear........................................................................................ 35 2.4.5.2.1 Exemplo.................................................................................................. 36 2.4.5.3 Função Identidade................................................................................. 36 2.4.5.3.1 Exercício................................................................................................. 37 2.4.5.4 Função Constante.................................................................................. 38 2.4.5.4.1 Exercício................................................................................................. 38 2.4.5.5 Declividade............................................................................................. 39

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3

2.4.6 Função Quadrática................................................................................ 41 2.4.6.1 Exercícios............................................................................................... 43 2.4.6.2 Exercícios............................................................................................... 48 2.4.7 Função Exponencial.............................................................................. 48 2.4.8 Função Logarítmica............................................................................... 51 2.4.9 Função Modular..................................................................................... 57 2.5 APLICAÇÕES DAS FUNÇÕES.............................................................. 63 2.5.1 Aplicação da função polinomial do 1º grau........................................ 63 2.5.2 Aplicação da função polinomial do 2º grau........................................ 66 2.5.3 Aplicação da função exponencial........................................................ 70 2.5.4 Aplicação da função logarítmica.......................................................... 71 2.6 EXERCÍCIOS DO CAPÍTULO................................................................. 72 3 INTRODUÇÃO AO LIMITE 82 3.1 INTRODUÇÃO.......................................................................................... 82 3.2 SÍMBOLO MATEMÁTICO PARA LIMITE DE FUNÇÃO.......................... 833.3 O CONCEITO DE LIMITE......................................................................... 84 3.3.1 Exercícios.............................................................................................. 86 3.4 PROPRIEDADES DOS LIMITES............................................................. 88

3.4.1 Exercícios................................................................................................. 88 3.5 LIMITES LATERAIS................................................................................. 88 3.6 LIMITES INFINITOS................................................................................. 89 3.6.1 Exercícios................................................................................................ 89 3.7 LIMITE NO INFINITO............................................................................... 90 3.8 EXERCÍCIOS............................................................................................ 92 3.9 LIMITE DA FUNÇÃO RACIONAL............................................................ 92

3.9.1 Exercícios................................................................................................ 93 3.9.2 Exercícios................................................................................................ 93

CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................... 98 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................. 99

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2

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2

APRESENTAÇÃO

É com satisfação que a Unisa Digital oferece a você, aluno, esta apostila de

Cálculo Diferencial e Integral I, parte integrante de um conjunto de materiais de

pesquisa voltados ao aprendizado dinâmico e autônomo que a educação a distância

exige. O principal objetivo desta apostila é propiciar aos alunos uma apresentação do

conteúdo básico da disciplina.

A Unisa Digital oferece outros meios de solidificar seu aprendizado, por meio

de recursos multidisciplinares como chats, fóruns, Aulas web, Material de Apoio e e-

mail.

Para enriquecer o seu aprendizado, você ainda pode contar com a Biblioteca

Virtual: www.unisa.br, a Biblioteca Central da Unisa, juntamente com as bibliotecas

setoriais, que fornecem acervo digital e impresso, bem como acesso a redes de

informação e documentação.

Nesse contexto, os recursos disponíveis e necessários para apoiá-lo no seu

estudo são o suplemento que a Unisa Digital oferece, tornando seu aprendizado

eficiente e prazeroso, concorrendo para uma formação completa, na qual o conteúdo

aprendido influencia sua vida profissional e pessoal.

A Unisa Digital é assim para você: Universidade a qualquer hora e em

qualquer lugar!

Unisa Digital

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INTRODUÇÃO

Esta apostila destina-se aos alunos dos cursos de Engenharia de

Ambiental e Engenharia de Produção com a finalidade de servir de orientação aos

estudos da disciplina de Cálculo Diferencial e Integral I. Ela foi elaborada com o

objetivo de fornecer ferramentas para ampliar os conhecimentos e de auxiliar o aluno

do ENSINO A DISTÂNCIA (EaD). Em sua elaboração, procurou-se criar uma linguagem diferenciada

daquela que normalmente aparece nos livros a fim de proporcionar uma melhor

compreensão para os alunos do ENSINO A DISTÂNCIA.

A apresentação dos conteúdos está estruturada em partes teóricas,

aplicações em forma de exercícios resolvidos que aparecem como exemplos,

exercícios de aprendizagem para melhor compreensão dos assuntos abordados.

Espera-se com este material, contribuir de forma expressiva no

aprendizado dos alunos, porém sua participação nas aulas ao vivo, realização das

atividades e interação no correio, fóruns de discussões e chats são fundamentais

para o seu sucesso.

Embora a apostila seja um pouco extensa, ela se divide em apenas três

capítulos. No capítulo 1, estudaremos os conjuntos numéricos, pois é necessário

que se entenda com clareza o número real, já que em todas as disciplinas a

referência será esse conjunto. No capítulo 2, será tratado com detalhes o estudo de

algumas funções, tais como a função polinomial do 1º grau, do 2º grau, exponencial,

logarítmica e modular. A função racional, tão importante como as anteriormente

citadas não está presente nessa apostila, mas será apresentada em aula Web, junto

ao limite de uma função. No capítulo 3, Introdução aos limites, será apresentada

apenas uma ideia do limite de uma função, o qual será estudado com mais detalhes

na disciplina de Cálculo Diferencial e Integral II. O capítulo 3 será utilizado com fonte

de estudos para efeito de atividades e avaliações, tanto no módulo 4, como no

módulo 5, deste curso.

Caso discorde de algo apresentado nessa apostila, comunique ao

professor da disciplina, pois desejamos ouvi-los para que possamos melhorar o

curso a cada trimestre.

Sandra Regina Leme Forster

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6

1 CONJUNTOS NUMÉRICOS

A disciplina de Cálculo, a qual será desenvolvida ao longo

desse curso, está dividida em quatro grandes tópicos, pois cada um

deles tratará um conteúdo específico, com aprofundamentos por meio

de poucas demonstrações de algumas propriedades e por aplicações

diversas pertinentes a cada uma delas. O que todos esses tópicos terão

em comum é que serão desenvolvidos tendo como base os números reais. Dessa

forma, este primeiro capítulo apresentará uma revisão acerca dos conjuntos

numéricos, já que não teria lógica iniciarmos pelos números reais, pois estes estão

formados por elementos pertencentes aos números naturais, inteiros, racionais e

irracionais.

1.1 CONJUNTO DOS NÚMEROS NATURAIS

Indicado pela letra N, é o seguinte conjunto: N = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, ... }.

Vejam sua representação na reta: Quando excluímos o zero, obtemos o conjunto dos naturais não nulos,

que é indicado por: N* = {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, ... }.

Sejam m e n dois números naturais. Então podemos ter:

m = n ou m > n ou m < n

sendo que: m > n ∗∈−⇔ Νn)(m e m < n Νn)(m ∉−⇔

Observação

Ao justificar as afirmações acima, temos que m > n ∗∈−⇔ Νn)(m , pois

como o m > n, o resultado m – n, obrigatoriamente será um número positivo, já que

0 1 3 2 4 5 ∙∙∙

Web

Conjuntos Numéricos

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7

está sendo realizada a subtração de um número menor em relação a um número

maior.

E ainda temos que m < n Νn)(m ∉−⇔ , pois nessa operação o resultado

será negativo e vimos na pág. 2, o conjunto N é constituído de números positivos e o

zero.

Exemplos Leitura

1) 7 > 2 (7 – 2 = 5 e 5 ∗Ν∈ ) Sete é maior do que dois. Sete menos dois é igual a 5 e 5 é um número natural diferente de zero.

2) 3 < 10 ((3 – 10) Ν∉ ) Três é menor do que dez. Três menos dez é um número negativo, logo esse resultado não será um número natural.

3){x Ν∈ | x > 6} = {7, 8, 9, 10, ... } “x” pertence ao conjunto dos números naturais tal que “x” é maior do que seis.

4){x Ν∈ | x ≥ 6} = { 6, 7, 8, 9, ... } “x” pertence ao conjunto dos números naturais tal que “x” é maior ou igual a seis.

5){x Ν∈ | x < 6} = {0, 1, 2, 3, 4, 5} “x” pertence ao conjunto dos números naturais tal que “x” é menor do que seis.

6){x Ν∈ | x ≤ 6} = {0, 1, 2, 3, 4, 5,6} “x” pertence ao conjunto dos números naturais tal que “x” é menor ou igual a seis.

7) {x Ν∈ | 3 < x < 7} = { 4, 5, 6} “x” pertence aos números naturais tal que “x” está entre três e sete.

8) {x Ν∈ | 3≤ x ≤ 7} = {3, 4, 5, 6, 7} “x” pertence aos números naturais tal que “x” está entre três e sete, incluindo o três e o sete.

9) {x Ν∈ | 11 < x ≤ 16} =

{12, 13, 14, 15, 16} “x” pertence aos números naturais tal que “x” está entre onze e dezesseis, incluindo o dezesseis..

10) {x Ν∈ | 11 ≤ x < 16} =

{11, 12, 13, 14, 15} “x” pertence aos números naturais tal que “x” está entre onze e dezesseis, incluindo o onze.

1.2 CONJUNTO DOS NÚMEROS INTEIROS

Indicado pela letra Z, é o seguinte conjunto:

Z = {..., -4, -3, -2, -1, 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, ... }

Vejam sua representação na reta:

0 1 3 2 4 5 ∙∙∙ ∙∙∙ -1 -2 -3 -4

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8

1.2.1 Subconjuntos de Z

a) Conjunto dos inteiros não nulos: ∗Ζ = {..., -3, -2, -1, 1, 2, 3, 4, ... }

b) Conjunto dos inteiros positivos: ∗+Ζ = {1, 2, 3, 4, 5, ... }

c) Conjunto dos inteiros negativos: ∗−Ζ = {..., -5, -4, -3, -2, -1}

d) Conjunto dos inteiros não negativos: +Ζ = {0, 1, 2, 3, 4, 5, ... }

e) Conjunto dos inteiros não positivos: −Ζ = {..., -5, -4, -3, -2, -1, 0}

Note que o número zero não é positivo e nem negativo e que também

N⊂ Z, ou seja, N está contido em Z e além disso o N = +Ζ

Sejam m e n dois números inteiros. Então podemos ter:

m = n ou m > n ou m < n

sendo que: m > n ∗+Ζ∈−⇔ n)(m e m < n ∗Ζ∈−⇔ -n)(m

e ainda: m > 0 )Ζ(mpositivoém ∗+∈⇔ e m < 0 )Ζ(mnegativoém ∗

−∈⇔

Exemplos

1) 6 > -8 (6 – (-8) = 6 + 8 = 14 > 0)

2) -3 > -7 (-3 – (-7) = -3 + 7 = 4 >0)

3) -6 < -2 (-6 – (-2) = -6 + 2 = -4 < 0)

4) {x 2}1,0,1,2,3,4,{...,3}x|Ζ −−−−=<∈

5) { 6}5,4,3,2,1,0,1,2,{6}x2|Ζx −−=≤≤−∈

1.2.1.1 Exercícios

1) Explique detalhadamente as afirmações contidas em cada retângulo.

Sejam m e n dois números inteiros. Então podemos ter: m = n ou m > n ou m < n

sendo que:

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9

m > n ∗+Ζ∈−⇔ n)(m e m < n ∗Ζ∈−⇔ -n)(m

e ainda:

m > 0 )Ζ(mpositivoém ∗+∈⇔ e m < 0 )Ζ(mnegativoém ∗

−∈⇔

2) Escreva como se lê cada um dos exemplos acima.

1.3. CONJUNTO DOS NÚMEROS RACIONAIS

Indicado pela letra Q, é o seguinte conjunto:

Q = {x | x = }ΖneΖm,nm ∗∈∈ , ou seja, é todo número obtido pela divisão de dois

inteiros.

Exemplos

1) 0,8 Q∈ , pois 0,8 = 54

=108

2) -2,32 Q∈ , pois -2,32 = 2558

50116

−=−=−100232

3) 5 Q∈ , pois 5 = 15

4) – 8 Q∈ , pois - 8 =18

5) 0,333... Q∈ , pois 0,333... = 31

6) -1,2333... Q∈ , pois -1,2333... = -90111

Observando os exemplos acima, convém notar que quando escrevemos

um número racional na forma decimal, este pode apresentar um número finito de

casas decimais (decimal exato, como nos exemplos “1” e “2’ ) ou um número infinito

Page 12: calculo diferencial I

10

de casas decimais (dízimas periódicas simples e composta, como nos exemplos “5”

e “6” ). É conveniente observar também que todo número inteiro é racional, pois

pode ser escrito na forma }ΖneΖm,nm ∗∈∈ . Logo Z Q⊂ .

É importante saber que o número racional não representa apenas uma

“divisão”, mas também pode representar “parte e todo”, uma “razão” e um

“operador”.

Observação: o estudo sobre os tipos de representações de números

racionais e dízimas periódicas poderá ser estudado com mais profundidade em

disciplinas que envolvem a didática do ensino da matemática.

Sejam x e y dois números racionais. Então podemos ter:

x = y ou x > y ou x < y sendo que: x = y 0yx =−⇔ ; x < y 0yx <−⇔ ; x > y 0yx >−⇔ .

Exemplos

1) comparar x = 73 e y =

115

x – y = yx077

277

3533115

73

<⇒<−

=−

=−

2) comparar x = 47

− e y = 59

x – y = yx0201

203635)

59()

47( >⇒>=

+−=−−−

1.3.1 Exercícios

1) Dê dois exemplos de números racionais nas formas decimal finita, decimal infinita

periódica simples e na decimal infinita periódica composta. Justifique o porquê de

cada exemplo dado ser um número racional.

Page 13: calculo diferencial I

11

2) Compare os números racionais e apresente o caminho utilizado para fazer essa

comparação.

a) x = 76 e y =

97 b) x =

710

− e y = 811

− c) x = 8 e y = 8

66

1.4 NÚMEROS IRRACIONAIS

São números não periódicos que podem ser escritos na forma decimal

com infinitas casas decimais. Esses números não são racionais (não podem ser

obtidos pela divisão de dois inteiros) e será indicado por Q (não racionais).

Exemplos

1) ..1,4142135.2 = 2) 653...0,836660020,7 = 3) ..1,6680095.216 −=−

4) ..3,1415926.π = 5) e = 2,7182818284... 6) -13, 1231123111231...

1.4.1 Exercícios

Classifique cada número abaixo como racional ou irracional e em seguida explique a

sua resposta.

a) =12181 b) =0,256 c) =

9036 d) =0,328

1.5 CONJUNTO DOS NÚMEROS REAIS

É todo número racional ou irracional.

Desse modo, indicado pela letra R, é a reunião do conjunto

dos números racionais (Q) com o conjunto dos números irracionais

(Q ).

Web

Aula 1 A reta real e o

subconjunto de R

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12

QQ∪=ℜ

Convém notar que os números reais podem ser representados numa reta

de tal modo que a todo número real corresponde um ponto da reta e a todo ponto da

reta corresponde um número real, e ainda que N ⊂ Z ⊂ Q ⊂ ℜ .

Uma propriedade dos números reais é que eles se apresentam

ordenados: 0 é menor do que 1, -2 é menor do - 1,8, π é maior do 1,45327..., e

assim por diante. Na reta real podemos observar que a é menor do que b, se e

somente se a está à esquerda de b.

Sejam a e b dois números reais. Então podemos ter:

a = b ou a > b ou a < b sendo que: a = b 0ba =−⇔

a < b 0ba <−⇔

a > b 0ba >−⇔

1.5.1 Subconjuntos de R - Intervalos

Sejam a e b dois números reais com a < b. Temos:

0 1 3 2 4 5 ∙∙∙ ∙∙∙ -1 -2 -3 -4 21

21

− -3,2 2

31 4,6

N Z Q

Q

Page 15: calculo diferencial I

13

Tipos de Intervalos Representação na

Reta Numérica Representação

Simbólica Representação

Algébrica

1) Intervalo aberto

(a, b) = ]a, b[

b}xa|{x <<ℜ∈

2) Intervalo fechado

[a, b]

b}xa|{x ≤≤ℜ∈

3) Intervalo aberto à

esquerda e fechado à

direita

(a, b] = ]a, b]

b}xa|{x ≤<ℜ∈

4) Intervalo fechado à

esquerda e aberto à

direita

[a, b) = [a, b[

b}xa|{x <≤ℜ∈

5) Intervalo infinito à

esquerda

a[,]a),( ∞−=−∞

a}x|{x <ℜ∈

a],]a],( ∞−=−∞

a}x|{x ≤ℜ∈

6) Intervalo infinito à

direita

( []a,),a +∞=+∞

x|{x ℜ∈ > a}

[[a,)[a, +∞=+∞

a}x|{x ≥ℜ∈

Exemplos

a b

a b

a b

a b

a

a

a

a

Page 16: calculo diferencial I

14

1) Dados os intervalos: I = [2, 7] e J = ]5, 9[, determine I∩ J .

I ∩ J = 7] ]5,7}x5|x =≤<ℜ∈

2) Sendo I = [-1, 6] e J = ]3, 8[, determine I∪ J.

I∪ J = [-1, 8[ = 8}x1|{x <≤−ℜ∈

3) Sendo I = ]0, 2] e J = [5, +∞ [, determine: a) I∩ J; b) I∪ J.

a I∩ J = ∅

2 7

5 9

I

J

I ∩ J

5 7

-1 6 I

J 3 8

-1 8

I∪ J

0 2

5

I

J

I∩ J

Page 17: calculo diferencial I

15

b)

I∪ J = ]0, 2] ∪ [5, +∞ [ = 5}xou2x0|{x ≥≤<ℜ∈

1.5.1.1 Exercícios

1) Explique as respostas de cada um dos exemplos acima.

2) Em cada um dos itens abaixo, complete com V (verdadeiro) ou F (falso) e

justifique as alternativas falsas.

a) ( ) A = [2,10[ é um intervalo semi-aberto em que o extremo esquerdo pertence

ao conjunto A e o extremo direito não pertence.

b) ( ) B = (2,3) é um conjunto com um número infinito de elementos.

c) ( ) C = [2,4] = {2, 3, 4}

d) ( ) Sejam A, B e C os conjuntos dos itens anteriores, pode-se afirmar que

A ∪ B ∪ C = A

e) ( ) Sejam A, B e C os conjuntos dos itens anteriores, pode-se afirmar que

(A ∩ B ) ∪ C = {2, 3, 4}

1.6 DESIGUALDADES

Muitas vezes devemos resolver desigualdades que envolvem expressões

como 2x – 5 < 9. O número a é uma solução de uma desigualdade se esta é

verdadeira quando substituímos x por a. O conjunto de todos os valores de x que

satisfazem uma desigualdade é chamado conjunto solução da desigualdade. Na

0 2

5

I

J

I∪ J 0 2 5

Page 18: calculo diferencial I

16

resolução da desigualdade aplicam-se as propriedades apresentadas na tabela

abaixo:

Nome Propriedade

Propriedade transitiva a < b e b < c ⇒ a < c

Adição de desigualdades a < b e c < d ⇒ a + c < b + d

Multiplicação por uma constante positiva a < b ⇒ a.c < b.c, c > 0

Multiplicação por uma constante negativa a < b ⇒ a.c > b.c, c < 0

Adição de uma constante a < b e ⇒ a + c < b + c

Subtração de uma constante a < b e ⇒ a - c < b - c

1.7 APLICAÇÕES

As desigualdades têm aplicação freqüente para definir condições que

ocorrem em diversas áreas, um exemplo disso está em analisarmos os níveis de

produção.

1.7.1 Exemplo Além do custo administrativo fixo, de R$ 720,00, o custo da produção de x

unidades de certo item é de R$ 3,00 por unidade. Durante o mês de outubro, o custo

total da produção variou entre o máximo de R$ 1.155,00 e no mínimo de 1.120,00

por dia. Determine os níveis de produção máximo e mínimo durante o mês.

Resolução

Como o custo de produção de uma unidade é de R$ 3,00, a produção de x unidades

é de 3.x. Além disso, como o custo fixo diário é de R$ 720,00, o custo total da

produção de x unidades é C = 3.x + 720.

Ora, como o custo variou de R$ 1.120 a R$ 1.155, podemos escrever que:

1.120 ≤ 3.x + 720 ≤ 1.155

1.120 - 720 ≤ 3.x + 720 – 720 ≤ 1.155 – 720

400 ≤ 3.x ≤ 435

Page 19: calculo diferencial I

17

3435

33

3400

≤⋅

≤x

133,33 ≤ x ≤ 145

Assim, os níveis de produção diária durante o mês variam entre um mínimo

de 133 unidades e um máximo de 145 unidades.

1.8 EXERCÍCIOS GERAIS DO CAPÍTULO

1) Forme os seguintes subconjuntos de Z:

a) A = 3}x|Ζ{x −>∈ b) B = 2}x|Ζ{x −≤∈ c) C = 5}x|Ζ{x <∈

d) D = 3}x-8|Ζ{x −<<∈ e) E = 0}x-6|Ζ{x ≤≤∈ f) F = 3}x-3|Ζ{x ≤≤∈

2) Determine os elementos de cada conjunto:

a) A = 0}4)(2x.1)(2x.1)(x.x|Q{x =−−+∈

b) B = 0}4)(2x.1)(2x.1)(x.x|{x =−−+Ζ∈

c) C = 0}4)(2x.1)(2x.1)(x.x|{x =−−+Ν∈

d) D = 0}4)(2x.1)(2x.1)(x.x|{x =−−+Ν∈ ∗

3) Represente na reta os seguintes subconjuntos de ℜ :

a) {0}0}x|{x −ℜ=≠ℜ∈=ℜ∗ b) [[0,0}x|{x ∞+=≥ℜ∈=ℜ+

c) []0,0}x|{x ∞+=>ℜ∈=ℜ∗+ d) 0],]0}x|{x ∞−=≤ℜ∈=ℜ−

e) 0[,]0}x|{x ∞−=<ℜ∈=ℜ∗−

4) Determine I∩ J e I∪ J nos casos:

a) I = [-3, 3] e J = [0, 6] b) I = ]1, 7[ e J =]2, 5[

Produção diária máxima

Produção diária mínima

Produção de cada dia durante o mês recaiu nesse intervalo

0 100 150 200

133 145

Page 20: calculo diferencial I

18

c) I = ]- [2,[Je3], ∞+−=∞ d) I = [1, 4] e J = [4, 9]

5) Uma loja de chocolates em um Shoping Center vende o quilo de um determinado

chocolate a R$ 23,00. Além do custo fixo (aluguel, tarifas públicas e seguro) de R$

150,00 por dia, a matéria prima e mão de obra custam R$ 14,00 por quilo desse

chocolate. Se o lucro diário varia entre R$550,00 e R$ 671,00, entre que níveis em

quilo variam as vendas diárias?

6) A receita da venda de x unidades de um produto é R = 120,20x e o custo da

produção de x unidades é C = 98x +800. Para que haja lucro, a receita de venda há

de ser maior do que o custo. Para que valores de x este produto dará lucro?

7) Investem-se R reais à taxa anula r de juros (simples). Após t anos, o montante na

conta é dado por A = R + Rrt, onde a taxa de juros é expressa em forma decimal.

Par que um investimento de R$ 5.000 ultrapasse R$ 6.000 em 2 anos, qual deve ser

a taxa de juros?

8) Uma grande empresa tem uma frota de motos cujo o custo operacional aual

unitário é C = 0,15q + 800, onde qu é o número de quilometragem percorridas por

uma moto em um ano. Qual quilometragem proporcionará um custo operacional

anual, por moto, inferior a R$ 5.000? Respostas da Lista de Exercícios (1.8) 1) a) {-2, -1, 0, 1, 2, 3, ... }; b) {..., -4, -3, -2}; c) {..., -3, -2, -1, 0, 1, 2, 3, 4};

d) {-7, -6, -5, -4}; e) {-6, -5, -4, -3, -2, -1, 0}; f) {-3, -2, -1, 0, 1, 2, 3}; 2) a) {-1, 0, 21 , 2};

b) {-1, 0, 2}; c) {0, 2}; d) {2}; 4) a) [0, 3]; [-3, 6]; b) ]2, 5[; ]1, 7[; c) [-2, 3]; ℜ ;d){4};[1,9]

5) 77,8 < x < 91,3; 6) x > 36,04; 7) 10%; 8) 28.000 km.

Page 21: calculo diferencial I

19

2 FUNÇÃO

Neste capítulo serão discutidos vários tipos de funções

que aparecem no Cálculo. As funções são as melhores

ferramentas para descrever o mundo real em termos matemáticos.

Este capítulo apresenta as idéias básicas das funções,

seus gráficos, seus métodos para transladá-los, mas, ao contrário

do que normalmente se apresenta, existirá uma preocupação em

apresentar a função em suas diversas representações, ou seja, a partir de uma

função representada algebricamente, será solicitado seu gráfico, a partir do gráfico

de uma função será pedida a sua representação numérica ou a partir de sua

representação numérica será solicitada a sua representação algébrica.

Iniciaremos este capítulo com algumas definições que irão nos auxiliar na

compreensão do conceito de função.

2.1 PAR ORDENADO

Imaginem a seguinte situação: “para formar a equipe de basquete de um

colégio, vamos selecionar 5 alunos dentre os da 3ª série A e da 3ª série B, indicando

as quantidades de alunos escolhidos em cada classe do seguinte modo: anotamos

entre parênteses primeiro o número de selecionados da 3ª série A e depois o da 3ª

série B”.

Então, (3, 2) indicará que foram selecionados 3 alunos da 3ª A e 2 alunos

da 3ª B, enquanto (2, 3) indicará que foram selecionados 2 alunos da 3ª A e 3 alunos

da 3ª B. Assim, em (3, 2) e (2, 3) temos as mesmas quantidades, 3 e 2, porém

dispostas em ordens diferentes. Por isso, dizemos que (3, 2) e (2, 3) são dois pares

ordenados diferentes. No nosso exemplo, podem ocorrer os seguintes pares

ordenados: (5, 0), (4, 1), (3, 2), (2, 3), (1, 4) e (0, 5).

Com esse exemplo, podemos formar a idéia de par ordenado, como

sendo um conjunto de dois elementos considerados numa dada ordem. Para lembrar

que na representação de um par ordenado a ordem é importante, usamos

parênteses ao invés de chaves como nos conjuntos em geral. Assim, (x, y) é o par

Web

Aula 2

Introdução à Função Par ordenado,

Produto cartesiano e Relação

Page 22: calculo diferencial I

20

ordenado de 1º termo x e 2º termo y, enquanto que (y, x) é o par ordenado de 1º

termo y e 2º termo x.

Podemos representar os pares ordenados de números reais por pontos de

um plano.

Consideremos duas retas orientadas (eixos) x e y, perpendiculares e que

se cortam num ponto O. Então, essas duas retas concorrentes determinam um único

plano α cujos pontos serão associados aos pares ordenados (a, b) de números

reais do seguinte modo:

1º) Marcamos em x o ponto P1 correspondente ao número a e por ele traçamos a

reta y’ paralela a y;

2º) Marcamos em y o ponto P2 correspondente ao número b e por ele traçamos a

reta x’ paralela a x.

Desse modo, as retas x’ e y’ interceptam-se num ponto P, que é associado

ao par (a, b).

Temos então:

• P é o ponto de coordenadas (a, b);

• O número a é a abscissa de P;

• O número b é a ordenada de P;

• O eixo x é o eixo das abscissas;

• O eixo y é o eixo das ordenadas;

• O ponto O é a origem e tem

coordenadas (0, 0).

A cada par de números reais fazemos corresponder um ponto do plano α

e também a cada ponto do plano corresponde um par de números reais. Essa

correspondência é denominada sistema de coordenadas cartesianas ortogonais (ou

sistema cartesiano ortogonal). O plano α é chamado plano cartesiano.

2.2 PRODUTO CARTESIANO

x

y

P1

P2 P (a, b)

a

b

O

x’

y’

∙ ∙

∙ α

Page 23: calculo diferencial I

21

Sejam A e B dois conjuntos não vazios. Denominamos produto cartesiano de A por B o conjunto A x B cujos elementos são todos pares ordenados

(x, y), onde o primeiro elemento pertence a A e o segundo elemento pertence a B.

B}yeAx/y){(x,BA ∈∈=×

O símbolo A x B lê-se: “A cartesiano B” ou “produto cartesiano de A por B”

Quando A = ∅ ou B = ∅, temos que A x B = ∅.

Quando B = A, temos A x A = A2 e lê-se, “A dois”.

Exemplos 1) Se A = {1, 2} e B = {2, 3, 4}, o produto cartesiano:

Representação Simbólica

Representação Numérica

Representação Gráfica

a) A x B

{(1, 2), (1, 3), (1, 4), (2, 2), (2, 3), (2,

4)}

b) B x A

{(2, 1), (2, 2), (3, 1), (3, 2), (4, 1), (4,

2)}

c) A x A = A2

{(1, 1), (1, 2), (2, 1), (2, 2)}

y

x 1 2

2 3 4

∙ ∙

∙ ∙ ∙

∙ ∙ ∙ ∙ ∙

x

y

1

2

2

3 4

∙ ∙

∙ ∙

x

y

1 2

2 1

Page 24: calculo diferencial I

22

2) Se A = 4}x/2{x <≤ℜ∈ e B = {3}, apresente em diferentes representações:

Representação Simbólica

Representação Algébrica Representação Gráfica

A X B

4}x2/3){(x,A}x/3){(x, <≤=∈

3) Se A = 4}x/2{x ≤<ℜ∈ e 6}x/2{xB <≤ℜ∈= , apresente em diferentes

representações:

Representação Simbólica

Representação Algébrica Representação Gráfica

A X B

6}y2e4x2/y){(x, <≤≤<ℜ×ℜ∈

B X A

4}y2e6x2/y){(x, 2 <≤≤<ℜ∈

x

y

2

3

4

x

y

2

6

4

2

4

6

x

y

2 6

4

2

4

6

Page 25: calculo diferencial I

23

2.2.1 Exercícios

1) Observando o exemplo (1), o que se pode concluir em relação à quantidade de

elementos de um produto cartesiano, ou seja, se o conjunto A tem m elementos e o

conjunto B tem n elementos, então o conjunto A x B será formado por quantos pares

ordenados?

2) Se o conjunto A é diferente do conjunto B, então A X B e B X A são diferentes?

Explique detalhadamente a sua resposta.

3) Se o conjunto A está composto por 3 elementos e o conjunto B por 4 elementos,

então a quantidade de elementos, ou seja, de pares ordenados de A X B e de B x A

são diferentes? Justifique a sua resposta.

4) Explique o porquê do gráfico do exemplo (2) ser um segmento de reta a, além

disso, o fato de conter a extremidade esquerda e não conter a extremidade direita.

5) Justifique o fato dos gráficos do exemplo (3) serem representados pela área de

uma região retangular. Explique ainda, as linhas tracejadas em cada retângulo.

2.3 RELAÇÃO

Denominamos relação de A em B a todo subconjunto R de A x B.

R é uma relação de A em B BAR ×⊂⇔

Exemplos

1) Se A = {1, 2} e B = {2, 3, 4}, determine a R = y}x/BAy){(x, <×∈ a qual está

sendo apresentada em uma linguagem simbólica, nas representações numéricas e

gráficas

Page 26: calculo diferencial I

24

A x B = {(1, 2), (1, 3), (1, 4), (2, 2), (2, 3), (2, 4)}.

Representação Numérica Representação Gráfica

Cartesina Diagrama de Flechas

R = {(1, 2), (1, 3), (1, 4), (2, 3), (2, 4)}

2) Dados A = {1, 2, 3, 4} e B = {1, 3, 5, 7}, represente numericamente e em forma de

diagramas de flechas as relações de A em B:

a) R = 8}yx/BAy){(x, =+×∈

b) S = 10}xy/BAy){(x, ≤×∈

a) A relação R é formada pelos pares (x, y), Ax∈ e By∈ , com a soma dos termos

x + y = 8. Estes pares são: (1, 7) e (3, 5). Logo, R = {(1, 7), (3, 5)}.

b) A relação S é formada pelos pares (x, y), Ax∈ e By∈ , com o produto dos

termos 10≤ . Estes pares são: (1, 1), (1, 3), (1, 5), (1, 7), (2, 1), (2, 3), (2, 5), (3, 1),

(3, 3) e (4, 1) Logo,

S = {(1, 1), (1, 3), (1, 5), (1, 7), (2, 1), (2, 3), (2, 5), (3, 1), (3, 3), (4, 1)}

Diagrama de Flechas Diagrama de Flechas

A B

1 1

2

3

4

3

5

7

R

A B

1 1

2

3

4

3

5

7

S

A B

1

23

4

2R

x

y

1 2

234

∙ ∙ ∙ ∙

Page 27: calculo diferencial I

25

2.3.1 Exercício

Observando o exemplo (1), explique qual é a diferença do produto cartesiano e da

relação.

2.4 FUNÇÃO

2.4.1 Definição

Sejam dois conjuntos A e B, com ØBeØA ≠≠ .

Uma função ou aplicação de A em B é uma relação que a todo

elemento x de A faz corresponder um único elemento y de B.

Exemplo

“O perímetro (y) de um quadrado é função do lado (x) desse quadrado. Se o lado

medir 2 cm, o perímetro será 8 cm; se o lado medir 10 cm, o perímetro será 40 cm;

para cada x, o perímetro será y = 4x, onde x pode ser qualquer número real

positivo”.

2.4.2 Observações

1) Em relação ao diagrama de flechas, uma relação de A em B é uma função se:

a) Todo elemento de A é ponto de partida de flecha;

b) Cada elemento de A é ponto de partida de uma única flecha.

2) Em relação à representação cartesiana, uma relação de A em B é uma função se:

“A reta paralela ao eixo y conduzida pelo ponto (x, 0), onde Ax∈ , encontra sempre

o gráfico da função em um só ponto”.

3) A seguinte linguagem é utilizada:

a) O conjunto A é o domínio da função;

Web

Aula 3 Função

Page 28: calculo diferencial I

26

b) O conjunto B é o contradomínio da função;

c) O elemento y de B, associado ao elemento x de A, é denominado imagem de x;

d) O subconjunto de B formado pelos elementos que são imagens dos elementos de

A é denominado conjunto-imagem (ou apenas imagem) da função.

2.4.3. Notação

Função: em geral, usamos as letras f, g, h e outras para designarmos as funções.

Também podemos escrever:

BA:f → (leia: f de A em B), para indicar uma função f de A em B;

y = f (x) (leia: y = f de x), para indicar que y é a imagem de x.

Domínio: utilizamos D ou D (f) (leia: D de f) para indicarmos o domínio da função f.

Imagem: utilizamos Im ou Im (f) (leia: imagem de f), para indicarmos a imagem da

função f.

Assim, para uma função BA:f → , temos:

D (f) = A e Im (f) = {y y)}(x)f/Ax(/B =∈∃∈

Para uma função f ficar bem definida, devemos dizer quem é o domínio

(A), o contradomínio (B) e a lei (ou regra) pela qual a cada x de A corresponde o

elemento y = f (x) de B.

Diagrama de Flechas

A = D (f) B

Im (f) ∙

x y

f

Page 29: calculo diferencial I

27

Observem ainda que quando temos uma função BA:f → , tal que

y = f (x), x e y recebem o nome de variáveis, com x como variável independente e

y, variável dependente. (Vejam o exemplo dado na definição 2.4.1)

Exemplos

1) Dados os conjuntos A = {0, 1, 2, 3} e B = {-1, 0, 1, 2, 3}, verifique pelo diagrama

de flechas, quais das seguintes relações definidas abaixo,são funções.

a) R = 2}xy/BAy){(x, +=×∈

b) S = { }xy/BAy)(x, 22 =×∈

c) T = x}y/BAy){(x, =×∈

d) V = 2x}xy/BAy){(x, 2 −=×∈

e) W = 3}y/BAy){(x, =×∈

Resolução

a) R = {(0, 2), (1, 3)} a)

b) S = {(0, 0), (1, -1), (1, 1), (2, 2), (3, 3)}

c) T = {(0, 0), (1, 1), (2, 2), (3, 3)}

d) V = {(0, 0), (1, -1), (2, 0), (3, 3)}

e) W = {(0, 3), (1, 3), (2, 3), (3, 3)}

b) c)

A B 0

0

1 1

-1

2 2

3 3

não é função

R

B A 0

0 1

1

-1

2 2

3 3

Não é função

S A B 0

0 1 1

-1

2 2 3 3

É função

T

Page 30: calculo diferencial I

28

d) e)

2) Dadas as representações cartesianas das relações f de A em ℜ , verifique quais

são funções:

a) A = 2}x1/{x ≤≤−ℜ∈ b) A = 1}x1/{x ≤≤−ℜ∈

c) A = 3}x0/{x ≤≤ℜ∈

A B 0 0 1

1

-1

2

2 3

3

É função

V A B 0

0 1 1

-1

2 2 3 3

É função

W

-1 2 x

y

x

y

-1 1

2 x

y

3 0

Page 31: calculo diferencial I

29

Observem que o item (a) representa uma função, pois qualquer reta

traçada paralelamente a y por pontos do intervalo [-1, 2] intercepta o gráfico

cartesiano num único ponto. O item (b) não representa uma função, pois se

traçarmos retas paralelas a y, por pontos do intervalo [-1, 1], estas interceptam o

gráfico cartesiano em dois pontos. O item (c) também não representa uma função,

pois retas traçadas paralelamente a y por pontos do intervalo [0, 2[ não interceptam

o gráfico cartesiano em ponto algum. Se no item (c) tivéssemos A =

{ 3}x2/x ≤≤ℜ∈ , daí teríamos uma função.

3) Dado A = {-1, -2, -3, -4}, consideremos a função ℜ→A:f definida por f (x) = 2 x.

Qual a imagem dessa função?

Atribuindo a x os valores do D (f) = A, temos:

Para x = -1, f (-1) = 2 . (-1) = -2

Para x = -2, f (-2) = 2 . (-2) = -4

Para x = -3, f (-3) = 2 . (-3) = -6

Para x = -4, f (-4) = 2 . (-4) = -8

Portanto, Im (f) = {-2, -4, -6, -8}

2.4.4 Exercícios

1) Com base nas observações do tópico 2.4.2, justifique as respostas do exemplo

(1).

2) Qual é a diferença de uma relação e de uma função? Toda função é uma

relação? E toda relação é uma função?

2.4.5. Funções do 1º Grau

2.4.5.1. Função Afim

A = D (f) ℜ -1

-2 -2

-3

-4

-4

-6

-8

Im (f)

f

-4

Web

Aulas 4 e 5 Função

do 1º grau

Page 32: calculo diferencial I

30

Definição: uma aplicação de ℜ em ℜ recebe o nome de função afim quando a

cada x ℜ∈ estiver associado o elemento (ax +b) ℜ∈ com a≠ 0, isto é:

0ab,ax(x)fyx:f

≠+==ℜ→ℜ

a

Exemplos

Apresente as funções dos itens (a), (b) e (c) nas representações algébrica, numérica

e gráfica.

Representação Algébrica

Representação Numérica

Representação Gráfica

a) y = 2 x + 3

com

a = 2 e b = 3

x y

0 3

-1 1

b) y = 3 x – 1

com

a = 3 e b = -1

x y

0 -1

1 2

c) y = - x + 3

com

a = -1 e b = 3

x y

0 3

1 2

Page 33: calculo diferencial I

31

2.4.5.1.1 Exercício

Observando os exemplos anteriores, podemos notar que para

representar essa função por meio de um gráfico apenas dois pontos foram utilizados.

O que ocorreria se utilizássemos mais de 2 pontos? O que garante que apenas dois

pontos sejam necessários para o esboço do gráfico da função polinomial do 1° grau?

Domínio e Imagem: D (f) = ℜ e Im (f) = ℜ .

Coeficientes da Função Afim: f (x) = ax + b

a: coeficiente angular ou declividade da reta representada no plano cartesiano.

b: coeficiente linear (ordenada do ponto onde a reta corta o eixo y).

Exemplos

1) Obter a equação da reta que passa pelos pontos (1, 2) e (3, -2).

Resolução

A equação da reta é da forma: y = ax + b

(1, 2) pertence à reta ⇒ 2 = a + b

(3, -2) pertence à reta ⇒ -2 = 3a + b

⎩⎨⎧

−=+=+

2b3a2ba

(-)

2a = -4 ⇒ a = -2 ⇒ b = 4. Portanto, a equação da reta é: y = -2x + 4

b) Obter a equação da reta que passa pelo ponto (1,3) e tem coeficiente angular

igual a 2.

Resolução

A equação da reta é da forma: y = ax + b

Se o coeficiente angular é igual a 2, temos que a = 2

Portanto a equação fica: y = 2x + b

Page 34: calculo diferencial I

32

Como o ponto (1, 3) pertence à reta, vem: 3 = 2 . 1 + b ⇒ b = 1

Portanto, a equação da reta é: y = 2x + 1

c) Obter a equação da reta que passa pelo ponto (-2, 1) e tem coeficiente linear igual

a 4.

Resolução

A equação da reta é da forma: y = ax + b

Se o coeficiente linear é igual a 4, temos que b = 4

Portanto, a equação fica: y = ax + 4

Como o ponto (-2, 1) pertence à reta, vem: 1 = -2a + 4 ⇒ -2a = -3 ⇒ a = 23

Portanto, a equação da reta é: y = 23 x + 4

Zero da Função Afim: é todo número x cuja imagem é nula, isto é, f (x) = 0.

x é zero de y = f (x) ⇔ f (x) = 0

Exemplo

y = f (x) = 2x – 2

f (x) = 0 ⇒ 2x – 2 = 0 ⇒ 2x = 2 ⇒ x = 1

Graficamente, o zero da função afim é a abscissa do ponto onde a reta corta o eixo

x.

Funções Crescentes ou Decrescentes

Função Crescente: a função f: A → B definida por y = f (x) é crescente no conjunto

A1 ⊂ A se, para dois valores quaisquer x1 e x2 de A1, com x1 < x2, tivermos f (x1) < f

(x2).

Page 35: calculo diferencial I

33

Função Decrescente: a função f: A → B definida por y = f (x) é decrescente no

conjunto A1 ⊂ A se, para dois valores quaisquer x1 e x2 de A1, com x1 < x2, tivermos f

(x1) > f (x2).

Teorema: “a função afim é crescente ou decrescente se, e somente se, o coeficiente

angular é respectivamente positivo ou negativo”.

Exemplos

a) y = 2x – 3; a = 2 > 0 ⇒ y é crescente.

b) y = -3x +3; a = -3 < 0 ⇒ y é decrescente.

Sinal da Função Afim: seja y = f (x) = ax + b

f (x) = 0 ⇒ ax + b = 0 ⇒ x = ab

− (zero ou raiz da função afim)

a) Se a > 0 :

Se a < 0 :

Portanto, podemos resumir os dois casos acima em um único caso:

ab

− x

+ _

ab

− + _

c/a m/a 0

x

ab

− x

+ _

ab

− + _

c/a m/a 0

x

ab

c/a m/a y = 0

x

Page 36: calculo diferencial I

34

Exemplos

Estude as funções:

a) y = f (x) = 2x – 2

b) y = f (x) = -3x +6

Resolução

a) y = f (x) = 2x – 2 a = 2 > 0 ⇒ f é crescente

f (x) = 0 ⇒ 2x – 2 = 0

2x = 2 ⇒ x = 1 (zero ou raiz)

b) y = f (x) = -3x + 6 a = -3 < 0 ⇒ f é decrescente

f (x) = 0 ⇒ -3x + 6 = 0

-3x = -6 ⇒ x = 2 (zero ou raiz)

Atenção

Quando igualamos a zero a função y = f (x) para determinar sua raiz

(intersecção da reta com o eixo x), passamos a ter uma equação do 1º grau na

incógnita x, a qual queremos determinar.

2.4.5.1.2 Exercício

Dados os gráficos das funções dos itens (a) e (b):

1 x _ +

1

_ +

m/a c/a f (x) = 0

f (x) > 0 f (x) < 0

2 x _

+

2

+ _ m/a c/a f (x) = 0

f (x) < 0 f (x) > 0

Page 37: calculo diferencial I

35

1) Represente a função algebricamente.

2) Determine os coeficientes (angular e linear).

3) Determine o zero de cada uma das funções.

4) As funções são crescentes ou decrescentes? Por quê?

a) b)

2.4.5.2 Função Linear

Definição: se na função afim y = f (x) = ax + b, a ≠ 0 tivermos b = 0, teremos a

função linear que é uma aplicação de ℜ em ℜ e que associa a cada elemento

x ℜ∈ o elemento ax ℜ∈ , a ≠ 0.

0aax,(x)fyx:f

≠==ℜ→ℜ

a

Domínio e Imagem: D (f) = ℜ e Im (f) = ℜ .

Exemplos

Represente as funções abaixo, numérica e graficamente:

a) y = 2x

−4 −2 2 4

8

−6

−4

−2

xy

f

−4 −2 2 4

8

−6

−4

−2

xy

f

Page 38: calculo diferencial I

36

b) y = -2x

2.4.5.2.1 Exemplo

Como pode ser observado nos exemplos acima, o gráfico da função

linear também é representado por uma reta, mas esse gráfico apresenta uma

particularidade em relação à função afim. Qual é essa particularidade?

2.4.5.3 Função Identidade

Definição: se na função afim y = f (x) = ax + b, a ≠ 0 tivermos b = 0 e a = 1, teremos

a função identidade, que é uma aplicação de ℜ em ℜ e que associa a cada

elemento x ℜ∈ o próprio x.

x(x)fyx:f

==ℜ→ℜ

a

Gráfico: o gráfico da função identidade também é uma reta que contém as

bissetrizes do 1º e 3º quadrantes e que passa pela origem.

Domínio e Imagem: D (f) = ℜ e Im (f) = ℜ .

x y

0 0

1 2

x y

0 0

1 -2

Page 39: calculo diferencial I

37

Exemplos Construir o gráfico das funções: a) y = x b) y = -x

Para cada item, vamos atribuir valores a x.

a) b)

2.4.5.3.1 Exercício 1) Existe diferença entre as funções linear e identidade? Em caso afirmativo, quais?

2) Toda função linear é identidade? E toda função identidade é linear? Por quê?

3) Por que o domínio de uma função linear são todos os números reais?

4) Se uma função linear estiver definida para x ∈ ℜ/ 3 < x < 10, a sua imagem estará

composta por todos os números reais? Por quê?

5) Se uma função linear estiver definida para x ∈ ℜ/ 3 < x < 5, a sua imagem estará

composta por um número finito de elementos? Por quê?

x y

0 0

1 1

x y

0 0

1 -1

Page 40: calculo diferencial I

38

2.4.5.4 Função Constante

1) Definição: se na função afim y = f (x) = ax + b, tivermos a = 0, teremos a função constante, que é uma aplicação de ℜ em ℜ e que associa a cada elemento x ℜ∈ ,

sempre o mesmo elemento b ℜ∈ .

)(constante b(x)fyx:f

==ℜ→ℜ

a

Gráfico: o gráfico da função constante é uma reta paralela ao eixo x, passando pelo

ponto (0, b).

Domínio e Imagem: D (f) = ℜ e Im (f) = {b}

Exemplos

Construir os gráficos das funções:

a) y = 4 b) y = -2

Observem que as duas funções não dependem de x, isto é, para qualquer x ℜ∈ , em

(a), o y vale sempre 4 e em (b) vale sempre -2.

a) b)

2.4.5.4.1 Exercício

A função constante é uma função polinomial do 1° grau? Por quê?

Page 41: calculo diferencial I

39

2.4.5.5 Declividade

Declividade da reta é à tangente do ângulo que a reta forma com o eixo Ox.

Na função polinomial do primeiro grau, esta tangente coincide com a própria reta do

gráfico da função e tem valor igual ao coeficiente angular “a”.

A partir do gráfico da função do 1º grau é possível determinar o valor do coeficiente

angular. Para isso, tomamos dois pontos A e B da função; ou da reta.

Para determinar a declividade ou coeficiente angular de uma reta

prosseguimos conforme pode ser lido abaixo.

Seja “a” o coeficiente angular da reta, então

12

12

xxyya

−−

= , onde A = (x1,y1) e B = (x2,y2)

Note que o triângulo ABC destacado da

figura é um triângulo retângulo. Assim,

temos:

αtagaαaadjacentecateto

αaopostocatetoACBCa

xxyya

12

12 =⇒==⇒−−

=

Exemplos

1) Determine a inclinação da reta apresentada no gráfico abaixo.

Resolução

Uma das forma de determinar a inclinação de uma reta é

aplicar a fórmula 12

12

xxyya

−−

= . Para isso devemos conhecer

ao menos dois dos pontos da reta. Note, que no gráfico

apresentado, temos bem definidos dois de seus pontos,

que são as intersecções da reta com os eixos coordenados. No eixo Ox, vamos

−4 −2 2 4

−4

−2

2

4

Page 42: calculo diferencial I

40

denominar o ponto de A, então A = (-2,0) e no eixo Ou, vamos denominar de B,

então B = (0,4). Seja então, x1 = -2, x2 = 0, y1 = 0 e y2 = 4, substituindo em

12

12

xxyya

−−

= , teremos 224

)2(004a ==−−−

= . Logo, o coeficiente angular dessa reta, ou

a declividade é igual a 2.

2) Determine a equação da reta do exemplo anterior.

Resolução

Uma das formas de determinar a equação de uma reta é usar a

equação reduzida da reta, dada por: y – y0 = m(x – x0), onde m é o coeficiente

angular da reta, também conhecido por “a” e as coordenadas (x0,y0) representam as

coordenadas de qualquer ponto conhecido da reta. Para o exemplo em questão,

conhecemos as coordenadas dos pontos A e B, portanto pode-se usar qualquer um

dos dois pontos. Ainda temos o coeficiente angular m = a = 2. Substituindo o 2 e o

ponto A, por exemplo, teremos: y – y0 = m(x – x0), ⇒ y – (0) = 2(x – (-2)) ⇒ y = 2x +

4.

Portanto, a equação da reta é dada por: y = 2x + 4.

2.4.6. Função Quadrática

Definição: uma aplicação f de R em R recebe o nome de função quadrática ou do 2º grau quando associa a cada x R∈ o elemento

(ax2 + bx + c) R∈ , onde a ≠ 0.

0ac,bxax(x)fyx

:f2 ≠++==

ℜ→ℜ

a

Exemplos

a) f (x) = x2 – 2x + 3; a = 1; b = -2; c = 3

b) f (x) = -2x2 + 5x – 1; a = -2; b = 5; c = -1

c) f (x) = x2 – 4; a = 1; b = 0; c = -4

Web

Aula 6 Função

do 2º grau

Page 43: calculo diferencial I

41

d) f (x) = -2x2 + 3x; a = -2; b = 3; c = 0

e) f (x) = -4x2; a = -4; b = 0; c = 0

Gráfico: o gráfico da função quadrática f (x) = ax2 + bx + c, a ≠ 0, é uma parábola.

Concavidade a) a > 0 ⇒ concavidade voltada para cima (boca pra cima)

b) a < 0 ⇒ concavidade voltada para baixo (boca pra baixo)

Zeros da função do 2° grau

Os zeros ou raízes da função quadrática y = f (x) = ax2 + bx + c, a ≠ 0 são

os valores de x reais tais que f (x) = 0 e, portanto, as soluções da equação do 2º

grau

ax2 + bx + c = 0 na incógnita x.

Discussão: ax2 + bx + c = 0; Δ = b2 – 4ac (discriminante da equação do 2º grau)

1º) Δ > 0, a equação apresenta duas raízes reais e distintas

⎪⎪⎩

⎪⎪⎨

−−=

+−=

2aΔbx

2aΔbx

2

1

(a parábola corta o eixo dos x em dois pontos)

2º) Δ = 0, a equação apresenta duas raízes reais e iguais ⎩⎨⎧ −==

2abxx 21

(a parábola tangencia o eixo dos x)

3º) Δ < 0, a equação não apresenta raízes reais, pois ℜ∉Δ .

(a parábola não corta o eixo dos x)

x

y

y

x

Page 44: calculo diferencial I

42

Exemplo

Determine os valores de m para que a função quadrática

f (x) = mx2 + (2m – 1)x + (m – 2) tenha dois zeros reais e distintos.

Resolução

Para a função ser quadrática, devemos ter a = m ≠ 0.

Para que a função tenha dois zeros reais e distintos, devemos ter Δ > 0.

Δ > 0 ⇒ (2m – 1)2 – 4m (m – 2) > 0

4m2 – 4m + 1 – 4m2 + 8m > 0

4m + 1 > 0

4m > -1

m > 41

Portanto, devemos ter: m ≠ 0 e m > 41

Vértice da Parábola: o ponto V = (4aΔ,

2ab

−− ) é chamado vértice da parábola

representativa da função quadrática.

Máximo e Mínimo: dizemos que o número yM ∈ Im (f) (ou ym ∈ Im (f)) é o valor de

máximo (ou mínimo) da função y = f (x) se, e somente se, yM ≥ y (ou ym ≤ y) para

qualquer y ∈ Im (f) e o valor xM ∈ D (f) (ou xm ∈ D (f)) tal que yM = f (xM) (ou ym = f

(xm)) é chamado ponto de máximo (ou mínimo) da função. Teorema:

A função quadrática y = ax2 + bx + c, a ≠ 0 admite um valor máximo (ou mínimo)

y = 4aΔ

− em x = 2ab

− se, e somente se, a < 0 (ou a > 0).

Exemplos

Page 45: calculo diferencial I

43

1) Determine o valor máximo ou o valor mínimo e o ponto de máximo ou o ponto de

mínimo das funções abaixo, definidas em ℜ .

a) y = 4x2 – 8x + 4

Resolução:

a) y = 4x2 – 8x + 4; a = 4 > 0 ⇒ y = 4aΔ

− é o valor mínimo da função, no ponto de

mínimo x = 2ab

− .

Δ = b2 – 4ac

Δ = (-8)2 – 4 . 4 . 4

Δ = 64 – 64 = 0

Portanto, o valor mínimo da função é ym = 0 e o ponto de mínimo da função é:

xm = 2ab

− = 188=

−− . Logo, o vértice é o ponto V = (1, 0).

2.4.6.1 Exercícios

1) Determine o valor máximo ou o valor mínimo e o ponto de máximo ou o ponto de

mínimo das funções abaixo, definidas em ℜ .

y = -3x2 + 12x

2) Determine o valor de m na função real f (x) = (m – 1)x2 + (m + 1)x - m para que o

valor mínimo seja 1.

Domínio e Imagem: D (f) = ℜ . Para determinarmos a Im (f), fazemos:

f (x) = ax2 + bx + c, a ≠ 0

a) a > 0 ⇒ y }4aΔy/{y(f)Imx,

4aΔ

−≥ℜ∈=∴ℜ∈∀−≥

b) a < 0 ⇒ y }4aΔy/{y(f)Imx,

4aΔ

−≤ℜ∈=∴ℜ∈∀−≤

Exemplos

Page 46: calculo diferencial I

44

1) Obter a imagem da função f de ℜ em ℜ definida por: f (x) = 2 x2 – 8x + 6.

a = 2 > 0 ⇒ }4aΔy/{y(f)Im −≥ℜ∈=

Vamos determinar Δ :

Δ = b2 – 4ac

Δ = (-8)2 – 4 . 2 . 6

Δ = 64 – 48 = 16

Portanto, }4aΔy/{y(f)Im −≥ℜ∈= = 2}y/{y(f)Im}

816y/{y −≥ℜ∈=⇒−≥ℜ∈

2) Determinar m na função f (x) = 3x2 – 4x + m definida em ℜ para que a imagem

seja Im (f) = { 2}y/y ≥ℜ∈

a = 3 > 0 ⇒ }4aΔy/{y(f)Im −≥ℜ∈=

Vamos determinar Δ :

Δ = b2 – 4ac

Δ = (-4)2 – 4 . 3 . m

Δ = 16 – 12m

}1212m-16-y/{y}

4aΔy/{y(f)Im ≥ℜ∈=−≥ℜ∈=∴

Como queremos que Im (f) = { 2}y/y ≥ℜ∈ , fazemos:

310

1240m4012m2412m162

1212m16

==⇒=⇒=+−⇒=−

Sinal da Função Quadrática: f (x) = ax2 + bx + c, a ≠ 0

1º caso: Δ < 0 ⇒ a equação ax2 + bx + c = 0 não apresenta raízes reais ⇒ a

parábola não corta o eixo dos x.

a) a > 0

x

y

f (x) > 0

+ + + + + + + + + + m/a

x

Page 47: calculo diferencial I

45

b) a < 0

2º caso: Δ = 0 ⇒ a equação ax2 + bx + c = 0 apresenta duas raízes reais e iguais:

x1 = x2 = 2ab

− ⇒ a parábola tangencia o eixo dos x.

a) a > 0

b) a < 0

3º caso: Δ > 0 ⇒ a equação ax2 + bx + c = 0 apresenta duas raízes reais e

distintas

⎪⎪⎩

⎪⎪⎨

−−=

+−=

2aΔbx

2aΔbx

2

1 ⇒ a parábola corta o eixo dos x em dois pontos.

y

x

f (x) < 0

_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ m/a

x

x

y

f (x) > 0 f (x) > 0

f (x) = 0 + +

m/a

x

m/a f (x) = 0

x1 = x2

_ _ m/a

x

m/a f (x) = 0

x1 = x2

x

y

f (x) < 0 f (x) < 0

f (x) = 0

Page 48: calculo diferencial I

46

a) a > 0

b) a < 0

Exemplos

Faça o estudo completo das funções:

1) f (x) = x2 – 2x + 1

2) f (x) = x2 – x – 6

Resolução:

1) f (x) = x2 – 2x + 1; a = 1 > 0 ⇒ a parábola tem a concavidade voltada para cima.

Vamos achar as raízes da função. Para isso, fazemos f (x) = 0 e obtemos a seguinte

equação na incógnita x:

x2 – 2x + 1 = 0

Δ = b2 – 4ac

Δ = (-2)2 – 4 . 1 . 1

x

y

f (x) > 0 f (x) > 0

f (x) = 0 f (x) = 0

f (x) < 0

m/a

x

m/a f (x) = 0

x1 x2

f (x) = 0 + + _ c/a

f (x) < 0

x

y

f (x) < 0 f (x) = 0 f (x) = 0

f (x) > 0 + _ _

m/a

x

m/a f (x) = 0

x1 x2 f (x) = 0

c/a

Page 49: calculo diferencial I

47

Δ = 4 – 4 = 0, temos, portanto, duas raízes reais e iguais: x1 = x2 = 122

2ab

=−

−=−

Portanto, a parábola tangencia o eixo x.

Sinal: Para x < 1⇒ f (x) > 0

Para x = 1 ⇒ f (x) = 0

Para x > 1 ⇒ f (x) > 0

Vértice: V = (4aΔ,

2ab

−− ) = (1, 0) ⇒ ponto de mínimo da função

Imagem: Im (f) = 0}y/{y}4aΔy/{y ≥ℜ∈=−≥ℜ∈

2) f (x) = x2 – x – 6; a = 1 > 0 ⇒ a parábola tem a concavidade voltada para cima.

Vamos achar as raízes da função. Para isso, fazemos f (x) = 0 e obtemos a seguinte

equação na incógnita x:

x2 – x – 6 = 0

Δ = b2 – 4ac

Δ = (-1)2 – 4 . 1 . (-6)

Δ = 1 + 24 = 25 > 0, temos, portanto, duas raízes reais e distintas

⎪⎪

⎪⎪

−=−=

==

⇒±

=±−

=

224x

ou

326x

251

2aΔbx

2

1

Portanto, a parábola intercepta o eixo x em dois pontos.

-2

f (x) = 0 + +

x

m/a m/a

3

f (x) = 0 _ c/a

1

f (x) = 0 + +

x

m/a m/a

Page 50: calculo diferencial I

48

Sinal: Para x < -2 ⇒ f (x) > 0 Para x = -2 ⇒ f (x) = 0

Para -2 < x < 3 ⇒ f (x) < 0 Para x = 3 ⇒ f (x) = 0

Para x > 3 ⇒ f (x) > 0

Vértice: V = (4aΔ,

2ab

−− ) = )4

25,21( − ⇒ ponto de mínimo da função

Imagem: Im (f) = }4

25y/{y}4aΔy/{y −≥ℜ∈=−≥ℜ∈

2.4.6.1.2 Exercício

Faça o estudo completo da função definida por: f (x) = -2x2 + 3x - 2

2.4.7 Função Exponencial

Definição: chama-se função exponencial de base a, com { }1a −ℜ∈ ∗+ ,a função f de

∗+ℜ→ℜ definida por xaf(x) = .

Exemplos

1) Construa os o gráficos das funções exponenciais ∗+ℜ→ℜ:f definidas por

x2f(x) = e x)21(g(x) = e em seguida, comparando-os escreva algumas

conclusões.

x -3 -2 -1 0 1 2 3

x2f(x)y == 81

212 3

3 ==− 41

212 2

2 ==−

212 1 =− 120 = 221 = 422 = 823 =

Page 51: calculo diferencial I

49

Conclusões

a) O gráfico da função exponencial está sempre acima do eixo Ox, pois

ℜ∈∀> x,0ax .

b) O gráfico da função exponencial sempre intercepta o eixo Oy no ponto (0,1), pois

{ }1a,1a0 −ℜ∈∀= ∗+ .

c) Se a > 1 a função exponencial é estritamente crescente.

d) Se 0 < a < 1 a função exponencial é estritamente decrescente.

e) A função exponencial é sobrejetora, pois o contradomínio e o conjunto imagem

são, ambos, iguais a ∗+ℜ .

f) A função exponencial é injetora, pois qualquer reta horizontal intercepta seu

gráfico no máximo uma vez.

g) A função exponencial é, pois, bijetora.

x -3 -2 -1 0 1 2 3

x

21(g(x)y )== 82)

21( 33 ==− 42)

21( 22 ==− 22)

21( 11 ==− 1)

21( 0 =

21)

21( 1 = 4

1)21( 2 = 8

1)21( 3 =

−4 −3 −2 −1 1 2 3

2

−1

1

2

3

4

5

6

7

x

y

f(x)

−4 −3 −2 −1 1 2 3

2

−1

1

2

3

4

5

6

7

x

y

g(x)

Page 52: calculo diferencial I

50

h) 21xx xxaa 21 =⇔= , pois a função exponencial é injetora.

i) Se a > 1, então 21xx xxaa 21 ≥⇔≥ , pois a função exponencial é estritamente

crescente.

j) Se 0 < a < 1, então 212x1x xxaa ≤⇔≥ , pois a função exponencial é estritamente

decrescente.

2) Determine m ℜ∈ para que a função f (x) = (2m – 1)x seja crescente em ℜ.

Resolução

Vimos que a função exponencial f (x) = ax é estritamente crescente quando a > 1.

Na função dada, a = 2m – 1. Logo, fazemos:

2m – 1 > 1 ⇒ 2m > 2 ⇒ m > 1

3) Esboce o gráfico e determine o conjunto imagem da função de domínio ℜ :

f (x) = 2x – 2

x -3 -2 -1 0 1 2 3

2-2f(x)y x== 2-3 – 2 =

815

81

−=− 2

2-2 – 2 =

47

41

−=− 2

2-1 – 2 =

23

21

−=− 2

20 – 2

= 1 –

2 = -1

21 – 2

= 2 –

2 = 0

22 – 2

= 4 –

2 = 2

23 – 2 = 8 – 2 = 6

2}y/{y(f)Im −>ℜ∈=

−4 −3 −2 −1 1 2 3 4 5

−2

−1

1

2

3

4

x

y

Page 53: calculo diferencial I

51

2.4.8 Função Logarítmica

Definição: chama-se função logarítmica de base a, com a > 0 e 1a ≠ , a função

ℜ→ℜ∗+:f definida por xlog(x)f a= .

Definição de Logaritmo: se 010,, >≠<ℜ∈ beaba , então

baxb xa =⇔=log . (lê-se: “logaritmo de b na base a” balog→ ), onde: b é o

logaritmando; a é a base do logaritmo; x é o logaritmo.

Exemplos de Gráficos

1º) Construa os gráficos das funções ℜ→ℜ∗+:f definida por xlog(x)f 2= e

xlog(x)21=g e em seguida, comparando-os, escreva algumas conclusões.

x 81

41

21 1 2 4

xlog(x)fy 2==

3)(2log

l)81(log

32

2

−=

=

− 2

)(2log

)41(log

2-2

2

−=

=

1

)(2log

)21(log

1-2

2

−=

= 0

1log 2

=

12log 2

=

22log4log

22

2

=

=

x 81

41

21 1 2 4

xlog(x)fy 2==

3

)21(log

)81(log

3

21

21

=

=

2

)21(log

)41(log

2

21

21

=

=

1

)21(log

21

=

0

1log21

=

1

)21(log

2log

1

21

21

−=

=

2

)21(log

4log

2-

21

21

−=

=

Page 54: calculo diferencial I

52

Conclusões

a) O gráfico da função logarítmica está sempre “à direita do eixo Oy”, pois seu

domínio é ∗+ℜ .

b) O gráfico da função logarítmica sempre intercepta o eixo Ox no ponto (1,0), pois

{ }1a,01log a −ℜ∈∀= ∗+ .

c) Se a > 1 a função logarítmica é estritamente crescente.

d) Se 0 < a < 1 a função logarítmica é estritamente decrescente.

e) A função logarítmica é sobrejetora, pois o contradomínio e o conjunto imagem são

ambos iguais a ℜ .

Page 55: calculo diferencial I

53

f) A função logarítmica é injetora, pois qualquer reta horizontal intercepta o seu

gráfico no máximo uma vez.

g) A função logarítmica é, pois, bijetora.

h) A função exponencial de ℜ em ∗+ℜ e a função logarítmica de ∗

+ℜ em ℜ são

inversas uma da outra.

De fato: xx aya(x)f =⇒= .

Trocando-se x por y e vice versa, vem: yax = . Isolando-se y, temos: xlogy a= .

xlog(x)fa(x)f a1x =⇔=∴ −

i) Por serem inversas uma da outra, o gráfico da função exponencial e o

gráfico da função logarítmica são simétricos em relação à bissetriz dos

quadrantes ímpares que é a reta de equação y = x.

Exemplos

1º) xlog(x)f)21(f(x)

21

1x =⇔= −

Page 56: calculo diferencial I

54

2º) xlog(x)f2f(x) 21x =⇔= −

j) 0xxxlogxlog 212a1a >=⇔= , pois a função logarítmica é injetora.

l) Se a > 1, então 0xxxlogxlog 212a1a >>⇔> , pois a função logarítmica é

estritamente crescente.

m) Se 0< a < 1, então 212a1a xx0xlogxlog <<⇔> , pois a função logarítmica é

estritamente decrescente.

Condições de Existência

blogy a= , C.E.⎪⎩

⎪⎨

≠<

>

1a0e

0b

Exemplo

Page 57: calculo diferencial I

55

Qual é o domínio da função 6)x(xlogy 2x −+= ?

Resolução

Para determinarmos o domínio da função devemos aplicar as condições de

existência para a função blogy a= , que são: ⎪⎩

⎪⎨

≠<

>

1a0e

0b

Observem que a = x e b = x2 + x – 6. Então fica:

x2 + x – 6 > 0. Devemos, portanto, fazer o estudo do sinal de uma função quadrática.

a = 1 > 0, a parábola tem a concavidade voltada para cima (boca pra cima).

Igualando a zero para achar as raízes, temos:

x2 + x – 6 = 0

4acbΔ 2 −=

Δ = 12 – 4 . 1 . (-6)

Δ = 1 + 24 = 25

e x > 0 e x ≠ 1

2}x/{x(f)D >ℜ∈=∴

Exemplos

⎪⎪

⎪⎪

==

−=−=

⇒±−

=±−

=

224x

ou

326x

251

2aΔbx

-3 2

+ + _

-3 0 1 2

Page 58: calculo diferencial I

56

a) Construa o gráfico da função: f (x) = 22 xlog . C.E.: x ≠ 0

x y = f (x) = 22 xlog x y = f (x) = 2

2 xlog

-8

62log(8)log8)(log

62

22

22

==

=− 2

1

2)(2og

l)21(log

212

22

−=

=

-4

42log(4)log4)(log

42

22

22

==

=−

1 0(1)log 22 =

-2 2(2)log2)(log 22

22 ==− 2 2(2)log 2

2 =

-1 0(1)log1)(log 22

22 ==− 4 42log(4)log 4

22

2 ==

21

2)(2log

)21(log)

21(log

212

22

22

−==

=−

8 62log(8)log 6

22

2 ==

b) Seja f (x) = )(2xlog 2 . Determine:

1º) o domínio de f;

2º) os valores de x, tais que f (x) = 1

Observação: quando a base do logaritmo não é especificada, vale 10. Por exemplo,

3log3log 10= .

Também usamos a seguinte notação:

Page 59: calculo diferencial I

57

5ln5log e = , onde e = 2,7182818284590453..., chamado número de Nepper, é um

número real irracional para o qual usamos a seguinte aproximação: 2,718e ≅ .

Resolução

1º) blogy a= , C.E.⎪⎩

⎪⎨

≠<

>

1a0e

0b

Em y = f (x) = )(2xlog 2 , a = 10. Vamos, portanto, impor a condição: b = 2x2 > 0.

Temos então, uma função quadrática cujas raízes são reais e iguais: x1 = x2 = 0.

∗ℜ=≠ℜ∈=∴ 0}x/{xD

2º) f (x) = 1 ⇒ )(2xlog 2 = 1, pela definição de logaritmo, x = xa abblog =⇔ , vem:

101 = 2x2 ⇒ x2 = 5 ⇒ x = 5±

c) Dada f (x) = 2x

xlog2

2 +, calcule se existir:

1º) f (0)

f (0) = ∴==+

0log20log

2xxlog 22

2

2 não existe.

2º) f (-1)

f (-1) = 01log11log

21-(-1)log

2xxlog 22

2

2

2

2 ===+

=+

3º) f (-4)

f (-4) = ∴−==+

=+

8)(log2-

16log24-

(-4)log2x

xlog 22

2

2

2

2 não existe

2.4.9 Função Modular

Definição: uma aplicação de ℜ em ℜ recebe o nome de função módulo ou

modular quando a cada x ℜ∈ associa o elemento ℜ∈x .

0

+ +

Page 60: calculo diferencial I

58

xx:f

a

ℜ→ℜ

Utilizando o conceito de módulo de um número real, a função modular

pode ser definida da seguinte forma:

⎩⎨⎧

≥<−

=0xsex,0xsex,

(x)f

Gráfico: o gráfico da função modular é a reunião de duas semi-retas de origem O,

que são as bissetrizes do 1º e 2º quadrantes.

Domínio e Imagem: Domínio: D (f) = ℜ .

Imagem: Im (f) = +ℜ

Exemplos

a) Construir o gráfico da função real definida por: 2x(x)f +=

Resolução

⎩⎨⎧

−<⇒<+−−−≥⇒≥++

=⇒+=2x02xse2,x

2x02xse2,x(x)f2x(x)f

Portanto, a função f (x) será a reta x +2, para valores de x ≥ -2 e a função f (x) será

a reta –x – 2, para valores de x < -2.

f (x) = -x f (x) = x

Page 61: calculo diferencial I

59

b) Construir o gráfico da função definida em ℜ por: f (x) = |x – 1| + 1.

Resolução

Seja ⎩⎨⎧

<⇒<−+−≥⇒≥−−

=⇒−=1x01xse1,x

1x01xse1,x(x)g1x(x)g

Portanto, a função g (x) será a reta x – 1, para valores de x ≥ 1 e a função g (x) será

a função –x + 1, para valores de x < 1.

Logo, a função f (x) será dada por g (x) + 1, ficando f (x) = x, para valores de x ≥ 1 e

f (x) = -x + 2, para valores de x < 1.

c) Construir o gráfico da função definida em ℜ por: f (x) = |x + 2| + x – 1.

Resolução

⎩⎨⎧

−<⇒<+−−−≥⇒≥++

=+2x02xse2,x

2x02xse2,x2x

Portanto, a função f (x) será :

f (x) = x + 2 f (x) = -x - 2

g (x) = x - 1 g (x) = -x + 1

f (x) = x f (x) = -x + 2

Page 62: calculo diferencial I

60

a) para 2x −≥

f (x) = x + 2 + x – 1

f (x) = 2x + 1

b) para x < -2

f (x) = -x – 2 + x – 1

f (x) = -3

Logo, ⎩⎨⎧

−<−−≥+

=2xse3,

2xse1,2x(x)f

d) Construir o gráfico da função definida em ℜ por: f (x) = |2x + 1| + |x – 1|

Resolução

⎪⎪⎩

⎪⎪⎨

−<⇒−<⇒<+−−

−≥⇒−≥⇒≥++=+

21x12x012xse1,2x

21x12x012xse1,2x

12x

⎩⎨⎧

<⇒<−+−≥⇒≥−−

=−1x01xse1,x

1x01xse1,x1x

Os intervalos de x, ficam:

Portanto, a função f (x) será:

a) para 21x −< (todo

21x −< , será < 1)

f (x) = -2x – 1 – x + 1

f (x) = 2x + 1

f (x)

21

− 1 21x −< 1x

21

<≤− 1x ≥

Page 63: calculo diferencial I

61

f (x) = -3x

b) para 1x21

<≤−

f (x) = 2x + 1 – x + 1

f (x) = x + 2

c) para 1x ≥ (todo x ≥ 1, será > 21

− )

f (x) = x – 1 + 2x + 1

f (x) = 3x

Logo,

⎪⎪⎪

⎪⎪⎪

<≤−+

−<−

=

1xse3x,

1x21se2,x

21xse3x,

(x)f

e) Construir o gráfico da função definida em ℜ por: f (x) = ||2x – 2| - 6|

Resolução

Inicialmente vamos chamar de h (x) a função: |2x – 2|. Teremos então:

f (x) = -3x f (x) = x + 2

f (x) = 3x

Page 64: calculo diferencial I

62

⎩⎨⎧

<⇒<⇒<−+−≥⇒≥⇒≥−−

=−=1x22x022xse2,2x

1x22x022xse2,2x22x(x)h

Chamando de g (x) a função h (x) – 6, teremos:

a) para 1x ≥

g (x) = 2x – 2 – 6

g (x) = 2x – 8

b) para x < 1

g (x) = -2x + 2 – 6

g (x) = -2x –4

Finalmente, temos que f (x) = |g (x)|.

f (x) = |g (x)|⎪⎩

⎪⎨

<−−=

≥−=

(2)1xpara,42x(x)fou

(1)1xpara,82x(x)f

Analisando (1):

⎩⎨⎧

<≤+−≥−

=∴4x1se8,2x

4xse8,2x(x)f (3)

Analisando (2):

⎩⎨⎧

<−>⇒<−⇒<−−+<−≤⇒≥−⇒≥−−−−

=⇒−−=1xe2x42x042xse4,2x

1xe2x42x042xse4,2x(x)f42x(x)f

⎩⎨⎧

<<−+−≤−−

=∴1x2se4,2x

2xse4,2x(x)f (4)

De (3) e (4), temos que a função f (x) é dada por:

1 4

-2 1

Page 65: calculo diferencial I

63

⎪⎪⎩

⎪⎪⎨

≥−<≤+−<<−+

−≤−−

=∴

4xse8,2x4x1se8,2x1x2se4,2x

2xse4,2x

(x)f

2.5 APLICAÇÕES DAS FUNÇÕES

As funções são os principais instrumentos para descrever

matematicamente o mundo real. Com as funções pode-se estudar, por exemplo, as

alterações na freqüência cardíaca, o crescimento populacional de uma bactéria, o

movimento dos planetas e muito mais. Muitas funções são importantes devido ao

comportamento que descrevem, as funções exponenciais e logarítmicas, por

exemplo, descrevem o crescimento e declínio, e as funções polinomiais, podem

aproximar estas e muitas outras funções.

2.5.1 Aplicação da função polinomial do 1º grau

Exemplos

f (x) = 2x - 8

f (x) = -2x - 4 f (x) = 2x + 4 f (x) = -2x +8

f (x) = 2x -8

Page 66: calculo diferencial I

64

1) Uma pessoa vai escolher um plano de saúde entre duas opções: A e B.

Condições dos planos:

Plano A: cobra um valor fixo mensal de R$ 150,00 e R$ 22,00 por consulta num

certo período.

Plano B: cobra um valor fixo mensal de R$ 128,00 e R$ 27,00 por consulta num

certo período.

Temos que o gasto total de cada plano é dado em função do número de consultas x

dentro do período pré – estabelecido.

Vamos determinar:

a) A função correspondente a cada plano.

b) Em qual situação o plano A é mais econômico; o plano B é mais econômico; os

dois se equivalem.

c) Esboce um gráfico de comparação das duas funções dos dois planos.

d) Para uma pessoa que tem certeza que usará no máximo 3 consultas por mês,

qual é a melhor opção de plano?

Resolução

a) Para determinar a função correspondente a cada plano, vamos adotar a função

do plano A como PA(x) e função correspondente ao plano B, como PB(x). Então

teremos:

Plano A: PA(x) = Valor fixo mensal + Valor de uma consulta X a quantidade de

consultas realizadas, ou seja, PA(x) = 22x + 150

Plano B: Valor fixo mensal + Valor de uma consulta X a quantidade de consultas

realizadas, ou seja, PB(X)= 27x + 128

b) Para que o plano A seja mais econômico:

PB(x) > PA(x)

27x + 128 > 22x + 150

27x – 22x > 150 – 128

5x > 22

x > 22/5

x > 4,4

Page 67: calculo diferencial I

65

Como o “x” corresponde a um número de consulta e essas admitem apenas valores

inteiros (ninguém marca ½ consulta!), então devemos considerar o x > 4. Logo, o

plano A será mais econômico, para um número de consultas igual ou superior a 5.

Para que o Plano B seja mais econômico, como podemos notar na resolução

anterior, o número de consultas tem de ser igual ou inferior a 4.

Para que eles sejam equivalentes, devemos ter um número de consulta que faça

que o pagamento dos dois planos sejam idênticos. Para isso devemos resolver:

PB(x) = PA(x)

27x + 128 = 22x + 150

o que resultará em x = 4,4. Logo, não existirá um número de consulta que torne

esses planos equivalentes, pois 4,4, como já vimos, não é um número admissível

para consultas, ou seja, não faz parte do domínio dessas funções.

c) Para esboçar o gráfico de cada uma dessas funções, são suficientes dois pontos,

pois são funções do 1º grau, e desta forma, seus gráficos são representados por

retas. Então, dê dois valores inteiros para o x de cada questão e determine o valor

do plano para cada x. Esboce o gráfico. Como o objetivo é comparar as duas

funções, então os gráficos serão esboçados em um mesmo plano cartesiano.

Observações sobre o gráfico:

Os dois gráficos tem um ponto I de encontro. Esse

ponto é o suposto ponto de equilíbrio, ou seja, o ponto

que torna os dois planos médicos equivalentes. Mas

como vimos, esse ponto está para x = 4,4, logo ele é

“fictício”.

Também é importante observar que essas retas não

deveriam ser traçadas com essas linhas contínuas, já que a função não está definida

para todos os números reais, e sim para os valores inteiros de x ≥ 0. Logo, os

gráficos dessas funções estão representados apenas pelos pontos sobre a linha.

Note ainda, que as retas não estão traçadas à esquerda do eixo y, pois não existe

quantidade de consulta negativa.

−2 2 4 6−40

40

80

120

160

200

240

280

n.consultas

Valor a ser pagoI

Page 68: calculo diferencial I

66

d) Para uma pessoa que usará apenas 3 vezes por mês o plano de saúde, ou seja,

passará por consulta no máximo 3 vezes por mês, o melhor plano é o B.

2) (Vunesp) Apresentamos a seguir o gráfico do volume

do álcool em função de sua massa, a uma temperatura

fixa de 0ºC.

Com base nos dados do gráfico, determine:

a) a lei da função apresentada no gráfico.

b) a massa (em gramas) de 30 cm³ de álcool.

Resolução

a) A lei de formação dessa reta é dada pela equação da reta. Já vimos que das

formas de determinar a equação de uma reta é usar a equação reduzida da reta,

dada por: y – y0 = m(x – x0), onde m é o coeficiente angular da reta. As coordenadas

(x0,y0) representam as coordenadas de qualquer ponto conhecido da reta. Para o

exemplo em questão, conhecemos as coordenadas dos pontos O(0,0) e A,(40,50),

portanto pode-se usar qualquer um dos dois pontos.

O coeficiente angular m, será determinado por: 12

12

xxyym

−−

= , logo

45

4050

040050m ==

−−

=

Substituindo o “m” e o ponto “O”, na equação reduzida da reta, teremos:

y – y0 = m(x – x0), ⇒ y – (0) = 45 (x-0) ⇒ y =

45 x .

Portanto, alei da função apresentada no gráfico é V(x) = 45 x .

b) O “x representa a massa e V o volume. Logo, para V = 30 cm³, teremos que

30 = 45 x ⇒ 30x4 = 5x ⇒ 120 = 5x ⇒ x = 120/5 ⇒ x = 24. Logo a massa é de 24g.

2.5.2 Aplicação da função polinomial do 2º grau

40

50

Volume(m^3)

Massa(g)(0,0)

Page 69: calculo diferencial I

67

Exemplos

1) (Faap-SP) Suponha que no dia 5 de dezembro de 1995 o Serviço de Meteorologia

do Estado de São Paulo tenha informado que a temperatura na cidade de São Paulo

atingiu o seu valor máximo às 14h00, e que nesse dia a temperatura f(t) em graus é

uma função do tempo t medido em horas, dada por f(t) = -t² + bt – 156, quando 8 < t

< 20. Obtenha o valor do b.

Resolução

Os dados fornecidos no problema são:

- A função f(t) = -t² + bt – 156 (1)

- A abscissa do ponto de máximo dessa função, ou seja xv = 14 (2)

O problema pede:

Determinar o valor do “b”.

Sabemos que para determinar o xv da função do 2º grau, pode-se usar a fórmula:

a2bxv −= (3)

Na função dada em (1), tem-se que a = -1 e “b” é desconhecido. Em (2) tem-se que

o xv = 14 .

Substituído (1) e (2) em (3), vem que:

28bb28)1.(2

b14a2

bxv =⇒−=−⇒−

−=⇒−= .

Logo, b = 28.

2) (UFPE) Num vôo com capacidade para 100 pessoas, uma companhia aérea

cobra R$ 200,00 por pessoa quando todos os lugares estão ocupados. Se existirem

lugares não ocupados, o preço de cada passagem será acrescido a importância de

R$ 4,00 para cada lugar não ocupado (por exemplo, se existirem 10 lugares não

ocupados o preço de cada passagem será de R$ 240,00). Quantos devem ser os

lugares não ocupados para que a companhia obtenha o faturamento máximo?

Resolução

Page 70: calculo diferencial I

68

Vamos, inicialmente, fazer uma simulação da relação existente entre números de

cadeiras não ocupadas, valor a ser acrescido no pagamento por pessoa e valor que

a empresa receberá pelo total de pessoas no avião.

Nº de lugar vazio Nº de pessoas no avião Valor acrescido por

passageiro (R$)

Receberá pelo total de

pessoas no avião

1 (100 – 1) = 99 4 (100-1) x (200 +4.1)

2 (100 – 2) = 98 8 = 4.2 (100-2) x (200 +4.2)

3 (100 – 3) = 97 12 = 4.3 (100-3) x (200 +4.3)

4 (100 – 4) = 96 16 = 4.4 (100-4) x (200 +4.4) . . .

......

. . . 10 (100-10) = 90 40 = 4 . 10 (100-10) x (200 + 4.10). . .

......

. . . n (100 – n) 4n (100-n) x (200 + 4.n)

Então, a função que expressa o valor a ser acrescido é uma função de variável

independente “n”, em que n é o número de cadeiras vazias, tal que

f(n) = (100-n) x (200 + 4.n)

o desenvolvimento dessa função, nos leva a uma função do 2º grau, observe:

f(n) = 20.000 + 400n – 200n – 4n²

f(n) = 20.000 + 200n – 4n²

O problema pede o número de lugares para a empresa obter faturamento máximo.

Como se trata de uma função do 2º grau e com concavidade para baixo, então o

número de pessoas para que o faturamento seja máximo está representado no

vértice dessa função, ou seja:

25b8

200)4.(2

200xa2

bx vv =⇒⇒−

−=⇒−= .

Para empresa obter o faturamento máximo o número máximo de acentos não

ocupados deve ser 25.

3) A quantidade demandada de bolas de futebol da marca “Esporte Máximo” é dada

pela lei qd = 900 – p², onde qd é a quantidade demandada e p é o preço.

a) Esboce o gráfico.

Page 71: calculo diferencial I

69

b) Qual a demanda se o preço for R$ 12,00 a unidade?

Resolução

a) para esboçar o gráfico de uma função do 2º grau podemos usar uma tabela de

valores ou determinar os pontos principais (raízes, vértice, intercepto em Oy e

concavidade). Também sabemos que a função do 2º grau tem como gráfico uma

parábola, e com referência nisso já fica mais fácil termos uma ideia em como ficará

esse gráfico.

Como a função dada se refere a uma aplicação, em que a variável independente é o

preço de uma bola, então essa variável deverá ser um valor positivo, ou seja, o

domínio dessa função são valores reais e positivos. Além disso, esses valores

deverão garantir que a quantidade demandada seja positiva ou nula, pois não existe

quantidade demandada negativa. Logo, qd ≥ 0, ou seja, 900 – p² ≥ 0, então 0< p ≤

30. Esse é o domínio dessa função, ou seja, essa função existe para 0< p ≤ 30.

- Ao determinarmos o zeros da função, teremos que 900 – p² = 0 ⇒ p = ±30. Como

p > 0, então o único zero dessa função é o p = 30.

- O vértice dessa função pode ser determinado pela fórmula

9000900)0(f)p(fqde0p)1.(2

0pa2

bx 2vvvvv =−====⇒

−−=⇒−=

Logo, o vértice dessa função está no ponto de máximo

dessa função e será V(0,900).

Observações sobre o gráfico: note que a parte da parábola que representa essa

função está destacada em negrito. Não é correto desenhar parte da parábola para x

< 0, pois para esses valores essa função na está definida. Também não é possível

desenhar a parábola abaixo do eixo Ox, pois para quantidades negativas essa

função também não tem lógica.

b) Para o preço de R$ 12,00 a demanda é de qd = 900 – 12² = 900 – 144 = 756

unidades.

4) (GV) O preço de ingresso numa peça de teatro (p) relaciona-se com a quantidade

de freqüentadores (x) por sessão através da relação: p = - 0,2x + 100

10 20 30 40 50

300

600

900

Preço

Quantidade demandada

Page 72: calculo diferencial I

70

a) Qual a receita arrecadada por sessão, se o preço do ingresso for R$60,00?

b) Qual o preço que deve ser cobrado para dar a máxima receita por sessão?

Resolução

a) A receita arrecadada é dada pela fórmula R = preço x quantidade de

freqüentadores, ou seja, R = (-0,2x + 100).x.

Primeiro, devemos determinar a quantidade de freqüentadores se o preço for de R$

60,00.

Então, como P = 60 ⇒ -0,2x + 100 = 60 ⇒ -0,2x = 60 – 100 ⇒ x = 40 : 0,2 ⇒ x =

200.

Logo, para o preço de R$ 60,00, haverá 200 freqüentadores, ou seja, x = 200.

Agora, é possível determinar a Receita arrecadada para o valor do ingresso de R$

60,00, pois faremos R = (-0,2x + 100).x ⇒ R = 60.200 = 1.200,00.

Logo a receita será de R$ 1.200,00.

b) A receita por sessão é dada por R = (-0,2x + 100).x ⇒ R = -0,2x² + 100x. Então,

a receita máxima será encontrada para a quantidade que dará a receita máxima, ou

seja, na abscissa do vértice (xv).

250x4,0

100x)2,0.(2

100xa2

bx vvvv =⇒=⇒−

−=⇒−=

Então, o preço a ser cobrado para dar a máxima receita por sessão será

determinado por p = - 0,2x + 100 ⇒ p = - 0,2.250 + 100 ⇒ p = - 50 + 100 ⇒ p = 50

Logo, o preço será de R$ 50,00.

2.5.3 Aplicação da função exponencial

Exemplo

1) O montante M é quantia que uma pessoa deve receber Após aplicar um capital

C, a juros compostos, a uma taxa i durante um tempo t. O montante pode ser

calculado pela fórmula M = C(1 + i)t. Supondo que o capital aplicado é de R$

Page 73: calculo diferencial I

71

500.000,00 a uma taxa de 12% ao ano durante 5 anos, qual o montante no final da

aplicação?

Resolução

C = 500.000

I = 12% ao não (0,12)

t = 5

M = 500.000(1 + 0,12)5 = 500.000(1,12)5 = 500.000 x 1,762 = 8881.170,84

2.5.4 Aplicação da função logarítmica

Exemplo

1) (Dante – 2005) O número de bactérias numa cultura, depois de um tempo t, é

dado por N = N0ert, em que N0 é o número inicial (quando t = 0) e r é a taxa de

crescimento relativo. Em quanto tempo o número de bactérias dobrará se a taxa de

crescimento contínuo é de 5% ao minuto?

Resolução

Pelos dados do problema, a questão é: em quanto tempo N = 2N0?

Assim, temos:

N = N0ert, então como N = 2N0, faremos

2N0 = N0ert (simplificando N0 com N0) e substituindo os dados do problema,

2 = e0,05t (como no 2º membro tem uma exponencial de base “e”, ajuda escrever os dois membros como “ln”)

ln2 = lne0,05t (por propriedade de logaritmo, o expoente do logaritmando, multiplica o logaritmo)

ln2 = 0,05t.lne (sabemos que lne = 1)

ln2 = 0,05t.1

ln2 = 0,05t ⇒ 05,02lnt = (usando a calculdora, verifique que ln2 ≅ 0,6931), portanto,

s48emin13min108emin13min8,13

05,06931,0t ====

Logo, o número de bactérias dobrará em 13 minutos e 48 segundos.

Page 74: calculo diferencial I

72

2.6 EXERCÍCIOS DO CAPÍTULO

1) Dados os conjuntos A = {1, 3, 4} e B = {-2, 1}, representar pelos elementos e pelo

gráfico cartesiano os seguintes produtos:

a) A x B b) B x A c) B2

2) Dados os conjuntos: B = {x 2}x2/ ≤≤−ℜ∈ e C = {x 1}x4/ ≤<−ℜ∈ ,

represente graficamente os seguintes produtos:

a) B x C b) C x B c) C2

3) Estabelecer se cada um dos esquemas das relações abaixo define ou não uma

função de A = {-1, 0, 1, 2} em B = {-2, -1, 0, 1, 2, 3}. Justificar.

a) b)

c) d) 4) Quais das relações de ℜ em ℜ cujos gráficos aparecem abaixo, são funções? Justificar.

-1 -1 0 0

1 1 2

2

-2

3

A B

-1 -1 0

0

1 1

2 2

-2

3

A B

-1 -1

0 0

1 1

2 2

-2

3

A B

-1 -1 0

0

1 1

2 2

-2

3

A B

Page 75: calculo diferencial I

73

a) b)

c) d)

e) f)

5) Seja f a função de R em R assim definida: ⎩⎨⎧

∉+∈

=Qxse1x

Qxse1(x)f . Calcule:

a) f (3) b) f (73

− ) c) f ( 2 )

6) Quais são os valores do domínio da função real definida por f (x) = x2 – 5x + 9 que

produzem imagem igual a 3?

Page 76: calculo diferencial I

74

Dos exercícios 7 ao 44, determine o domínio das funções reais:

7) y = 7x + 12 8) y = x² +5x + 10 9) y = – x³ - 9x² -2x +23 10) y = 6x

1+

11) y =

3x1−

12) y = x12

6−

− 13) y = x

3x − 14) y = 16²x3x2

−− 15) y =

81²x9²x

−− 16) y =

4²xx9+

17) y = 27x.12²x

6+−

18) y = 10x7²x

12x4−+−

+− 19) y = 49x14²x6x.7²x

+−+− 20) y =

1x²x5²x7++

21) y = 6x − 22) y = x12 − 23) y = ²x16 − 24) y = x2²x +− 25) y =

6²x +

26) y = 4x8²x5 ++ 27) y = 1x1x

−+ 28) y =

4².3+xx 29) y =

9x9−

− 30) y =

36²xx4−

31) y = 94

−−

xx 32) y = 3 7x + 33) y = 3 ²x3 − 34) y =

3 ³x81−

35) y = 4x +

8x1−

36) y = 8xx ++ 37) y = 8x

12x

1−

+−

38) y = x

x²4 − 39) y =

9²x1

4²xx7

−−

+−

40) y = 21.10²

1

+− xxx 41) y = 1+

x62

x11

+ 42) f (x) =

4x1x

2 −− 43) f (x) =

3x2x3

−+

44) f (x) = 2x2x

−+

45) Para que valores de m a função f (x) = (2m + 1)x + (m – 1) é crescente?

Page 77: calculo diferencial I

75

46) Para que valores de m a função f (x) = 1 – (3 – m)x é decrescente?

Nos exercícios 47 a 59, esboce o gráfico e facão estudo completo de cada uma das

funções.

47) f(x) = -2 48)f(x) = -3x + 1 49) f (x) = 22x+− 50) f (x) = 5 – 2x 51) f (x) = 3x -

9 52) f (x) = 2x2 + x + 1 53) f (x) = -x2 – 2x + 3 54) f (x) = 6x2 +10x – 4 55)f(x) = 0

56) y = -x² + 4 57)f(x) = x³ 58) y = x² - 4x + 3 59) y = - 2x² + 4x + 6 Nos exercícios 50 a 66 resolva os problemas de aplicações sobre funções

polinomiais do 1º grau.

60) Certa agência locadora de automóveis cobra R$ 55,00 por dia, mais R$ 1,30 por

quilômetro percorrido.

a) Exprima o custo diário da locação de um automóvel desta agência, em função do

número de quilômetros(x) percorridos. Construa o gráfico correspondente.

b) Quanto custa o aluguel diário de um automóvel, sabendo-se que se pretende

realizar uma viagem de 120 km?

c) Quantos km foram percorridos se o custo diário do aluguel foi de R$ 198,00?

61) Certa escola permite que a matrícula para um de seus cursos seja feita

antecipadamente (durante o verão) via correio, ou pessoalmente, no decorrer da

primeira semana de aulas. Nesta última hipótese, o funcionário encarregado de

efetuar as matrículas consegue registrar 25 alunos por hora. Suponhamos que,

após 5 horas de trabalho na semana em questão, haja 300 alunos registrados

(incluindo os que se matricularam com antecedência).

a) Qual é o número de alunos matriculados anteriormente, durante o verão?

b) Expresse o número de alunos em função do tempo e construa o gráfico

correspondente

c) Qual é o número de alunos matriculados após 4 horas?

62) A taxa de inscrição num clube de natação é de R$ 240,00 para o curso de 12

semanas. Se uma pessoa se inscreve após o início das aulas, a taxa é reduzida

linearmente.

Page 78: calculo diferencial I

76

a) Expresse a taxa de inscrição em função do número de semanas transcorridas

desde o início do curso e construa o gráfico correspondente.

b) Calcule: quanto uma pessoa pagou ao se inscrever 4 semanas após o início do

curso.

63) Um engenheiro possui livros técnicos no valor de R$ 45.000,00, valor que, para

efeito do Imposto de Renda, sofre uma depreciação linear até zero, num período de

10 anos. Expresse o valor dos livros como função do tempo e construa o gráfico

correspondente.

64) Desde o início do mês, um reservatório de água de determinado local tem sofrido

um vazamento numa razão constante. No dia 12, o reservatório possuía 200

milhões de litros de água e , no dia 21, possuía somente 164 milhões de litros.

a) Expresse a quantidade de água como função do tempo e construa o gráfico

correspondente.

b) Quantos litros de água havia no reservatório, no dia 5?

c) Se este vazamento permanecer, quanto de água haverá no dia 29?

65) Que quantidade de mercadoria deve vender uma empresa, se pretende ter um

lucro diário de R$ 1.800,00 sabendo-se que o preço de venda é de R$ 19,00, o

custo fixo de R$ 1400,00 e que o custo unitário de produção é de R$ 13,00.

66) Estamos estabelecendo um negócio de tempo parcial com investimento inicial de

R$ 6.000,00. O custo unitário do produto é R$ 10,20, e o preço de venda é R$

21,99.

a) determine a equação do custo total C e a receita total R para x unidades.

b) Determine o ponto de equilíbrio, determinando o ponto de intersecção das

equações de custo e da receita.

c) Quantas unidades proporcionarão um lucro de R$ 150,00?

Nos exercícios 67 a 70, determine a venda necessária para equilibrar as equações

dadas de custo e receita. (arredonde a sua resposta para o inteiro mais próximo).

67) C = 0,90x + 38.000; R = 1,7x 68) C = 7x + 400.000; R = 40x

Page 79: calculo diferencial I

77

69) C = 7890x + 280.000; R = 8870x 70) C = 5,5x + 10.000; R =

8,29x

71) Para que valores de m a função f (x) = (-3m + 1)x é decrescente em R?

72) Construa os gráficos cartesianos das seguintes funções exponenciais e faça o

estudo completo:

a) f (x) = 3x b) f (x) = x)31( c) f (x) = -3x + 2

73) Construa os gráficos cartesianos das seguintes funções logarítmicas e faça o

estudo completo:

a) f (x) = xlog 3 b) f (x) = xlog31 c) f(x) = 2 + xlog 3

74) Determine o domínio das funções logarítmicas:

a) f (x) = 2)(xlog x)(3 +− b) f (x) = 2)-x(xlog 2x + c) f (x) = )

x11x(log 5 −

+

75) Construir os gráficos das funções definidas em R e faça o estudo completo: a) f (x) = |3x| b) f (x) = |x – 1| c) f (x) = |2x – 1| - 2 d) f (x) = |x + 1| - x + 3

e) f (x) = |3x + 3| - |2x – 3| f) f (x) = ||2x + 3| - 2| g) f (x) = |x2 + 4x|

h) f (x) = |x2 + 4x + 3| - 1 i)y = x1 j)y =

x1 + 1 k) y = 2x - 4 l) y = 2-x - 4

m) f(x) = | x² - 4x + 3| + 1 n) f(x) = |- 2x² + 4x + 6| - 4 o) 3x1)x(f −=

p) 5x1)x(f += q)

6x1)x(f−

= r) 43x

1)x(f −+

= s) ⎩⎨⎧

>≤

=0xsex2

0xse2)x(f

t) ⎩⎨⎧

≥−<≤

=2xse2x22x0sex

)x(f u) ⎪⎩

⎪⎨⎧

≥−<≤<≤−−

=4xsex

4x2xse32x2sex

)x(f

2

Nos exercícios 76 a 86 resolva os problemas de aplicações sobre funções

polinomiais do 1º grau.

Page 80: calculo diferencial I

78

76) (UFRN-01) O Sr. José dispõe de 180 metros de tela, para fazer um cercado

retangular, aproveitando, como um dos lados, parte de um extenso muro reto.

O cercado compõe-se de uma parte paralela ao muro e três outras perpendiculares

a ele (ver figura).

Para cercar a maior área possível, com a

tela disponível, os valores de x e y são,

respectivamente:

a) 45m e 45m b) 30m e 90m c) 36m e 72m d) 40m e 60m e) 32m e 55m

77) (VUNESP) Num terreno, na forma de um triângulo retângulo com catetos com

medidas 20 e 30 metros, deseja-se construir uma casa retangular de dimensões x e

y, como indicado na figura adiante.

a) Exprima y em função de x.

b) Para que valores de x e de y a área ocupada pela

casa será máxima?

Uma partícula se move sobre o eixo das abscissas, de

modo que sua velocidade no instante t segundos é v=t£

metros por segundo.

78) (UFPE) O custo C, em reais, para se produzir n unidades de determinado

produto é dado por: C = 2510 - 100n + n².

Quantas unidades deverão ser produzidas para se obter o custo mínimo?

79) (FEI) Durante o processo de tratamento uma peça de metal sofre uma variação

de temperatura descrita pela função: f(t) = 2 + 4t – t² , 0 < t < 5.

Em que instante t a temperatura atinge seu valor máximo?

a) 1 b) 1,5 c) 2 d) 2,5 e) 3

80)(GV) O lucro mensal de uma empresa é dado por L = -x² +30x-5, onde x é a

quantidade mensal vendida.

a) Qual o lucro mensal máximo possível?

Page 81: calculo diferencial I

79

b) Entre que valores deve variar x para que o lucro mensal seja no mínimo igual a

195?

81) (PUCMG) A temperatura, em graus centígrados, no interior de uma câmara, é

dada por f(t) = t² - 7t + A, onde t é medido em minutos e A é constante. Se, no

instante t = 0 , a temperatura é de 10°C, o tempo gasto para que a temperatura seja

mínima, em minutos, é:

a) 3,5 b) 4,0 c) 4,5 d) 6,5 e) 7,5

82) (UFMG) Um certo reservatório, contendo 72 m³ de água, deve ser drenado para

limpeza. Decorridas t horas após o início da drenagem, o volume de água que saiu

do reservatório, em m¤, é dado por V(t) = 24t - 2t² . Sabendo-se que a drenagem

teve início às 10 horas, o reservatório estará completamente vazio às:

a) 14 horas. b) 16 horas. c) 19 horas. d) 22 horas.

83) (VUNESP) Considere um retângulo cujo perímetro é 10 cm e onde x é a medida

de um dos lados. Determine:

a) a área do retângulo em função de x;

b) o valor de x para o qual a área do retângulo seja máxima.

84) (UFRJ) Um fabricante está lançando a série de mesas "Super 4". Os tampos das

mesas dessa série são retangulares e

têm 4 metros de perímetro. A fórmica

usada para revestir o tampo custa

R$10,00 por metro quadrado. Cada metro

de ripa usada para revestir as cabeceiras

custa R$25,00 e as ripas para as outras

duas laterais custam R$30,00 por metro.

a) Determine o gasto do fabricante para

revestir uma mesa dessa série com

cabeceira de medida x.

b) Determine as dimensões da mesa da série "Super 4" para a qual o gasto com

revestimento é o maior possível.

Page 82: calculo diferencial I

80

85) (UERJ) No interior de uma floresta, foi encontrada uma área em forma de

retângulo, de 2km de largura por 5km de comprimento, completamente desmatada.

Os ecologistas começaram imediatamente o replantio, com o intento de restaurar

toda a área em 5 anos. Ao mesmo tempo, madeireiras clandestinas continuavam o

desmatamento, de modo que, a cada ano, a área retangular desmatada era

transformada em outra área também retangular. Veja as figuras:

A largura (h) diminuía com o replantio e

o comprimento (b) aumentava devido

aos novos desmatamentos.

Admita que essas modificações foram

observadas e representadas através

das funções: h(t)=-(2t/5)+2 e b(t)=5t+5

(t = tempo em anos; h = largura em km

e b = comprimento em km).

a) Determine a expressão da área A do retângulo desmatado, em função do tempo t

(0≤t≤5), e represente A(t) no plano cartesiano.

b) Calcule a área máxima desmatada e o tempo gasto para este desmatamento,

após o início do replantio.

86) (UERJ-02) Um fruticultor, no primeiro dia da colheita de sua safra anual, vende

cada fruta por R$2,00.

A partir daí, o preço de cada fruta decresce R$0,02 por dia.

Considere que esse fruticultor colheu 80 frutas no primeiro dia e a colheita aumenta

uma fruta por dia.

a) Expresse o ganho do fruticultor com a venda das frutas como função do dia de

colheita.

b) Determine o dia da colheita de maior ganho para o fruticultor.

Respostas de Alguns Exercícios do Tópico 2.6 1) a) {(1, -2), (1, 1), (3, -2), (3, 1), (4, -2), (4, 1)}

b) {(-2, 1), (-2, 3), (-2, 4), (1, 1), (1, 3), (1, 4)}; c) {(-2, -2), (-2, 1), (1, -2), (1, 1)};

3) São funções: c, d; 4) São funções: a, d, e; 5) a) 1; b) 1; c) 12 + ; 6) 2 ou 3;

Page 83: calculo diferencial I

81

7) D = R 8) D = R 9) D = R 10) D = {x ∈ R / x ≠ -6 } 11) D = {x ∈ R / x ≠ 3 } 12) D = {x ∈ R / x ≠ 12 } 13) D = {x ∈ R / x ≠ 0 } 14) D = {x ∈ R / x ≠ ± 4 } 15) D = {x ∈ R / x ≠ ± 9 } 16) D = R 17) D = {x ∈ R / x ≠ 3 ∧ x ≠ 9 } 18) D = {x ∈ R / x ≠ 2 ∧ x ≠ 5 } 19) D = {x ∈ R / x ≠ 7 } 20) D = R 21) D = {x ∈ R / x ≥ 6 } 22) D = {x ∈ R / x ≤ 12 } 23) D = {x ∈ R / -4 ≤ x ≤ 4 } 24) D = {x ∈ R / 0 ≤ x ≤ 2 } 25) D = R 26) D = R 27) D = {x ∈ R / x > 1 ou x ≤ -1

} 28) D = {x ∈ R / 0 ≤ x } 29) D = {x ∈ R / x >9 } 30) D = {x ∈ R / x < -6 ou x > 6 } 31) D = {x ∈ R / x > 9 } 32) D = R 33) D = R 34) D = {x ∈ R / x ≠ 8 } 35) D = {x ∈ R / x ≠ 4 } 36) D = {x ∈ R / 0 ≤ x } 37) D = {x ∈ R / x > 2 e x ≠ 8 } 38) D = {x ∈ R / -2 ≤ x ≤ 2 ∧ x ≠ 0 } 39) D = {x ∈ R / x ≠ ± 3 } 40) D = {x ∈ R / x ≠ 0, x ≠ 3, x ≠ 7 } 41) D = {x ∈ R / x ≠ 0 ∧ x ≠ 3 } 42) 2}{RD ±−= ; 43) {3}RD −= ; 44) 2}xe2x|R{xD ≠−≥∈= ;

45) 21m −> ; 45) m < 3; 47 ao 59 (sem resposta); 60) a) Cd = 55 + 1,3 b) 211,00

c) 110 km 61) a) 475 b) 475 + 25x c) 575 62) a) 20x b) 160 63) a) 30.000 –

2.700 b) 13.800 64) a) (-4x + 248)milhões b) 228 milhões c) 132 milhões 65) aprox. 534 peças

66) b) 508,9 c) 521,6 67) 47.500 68) 12.121,21 69) 285,7 70) 3.703,7

71) 0 < m < 31 ; 72 e 73) sem resposta 74) a) x > 3 b) x > 1 c) -1 < x < 1

75) sem resposta 76)B 77) a) y = 2/3(30-x) b) Para x = 15 metros, y = 10

metros. 78) 50 79)C 80) a) 220 b) 10≤x ≤20 81) A 82) B 83) a) – x² + 5x (0< x

< 5) b) 2,5 cm 84) a)Gasto = 120 + 10x - 10x² b) 1/2 m 85) a) A(t) =[(-2t/5) + 2] .

(5t + 5) OU SEJA A(t) = -2t² + 8t + 10. b) Área máxima: 18 km². Ocorreu dois anos

após o início do replantio. 86) a)160 + 0,4n - 002 n² b)10° dia.

Page 84: calculo diferencial I

82

3 INTRODUÇÃO AO LIMITE

3.1 INTRODUÇÃO

A definição de limite foi obtida no decorrer de um caminho muito longo

que teve início com preocupações acerca do problema do movimento, onde foi

necessário encontrar uma explicação usando uma teoria quantitativa que nos

permite por meio do cálculo a obter resultados. Para isso foi criado o conceito de

infinitésimo, para responder a questão do que se passa em um ponto, se passa em

pontos vizinhos. Com base nesse conceito, estabelece-se o de limite, o qual foi

escrito no decorrer desse capítulo tendo como fonte as referências apontadas no

final desta apostila.

Na linguagem cotidiana, referimo-nos ao limite de uma velocidade, ao

limite do peso de um lutador, ao limite da resistência humana ou ao limite de um

desconto que pode ser oferecido na venda de uma mercadoria, ao limite de material

que pode ser usado ao produzir uma embalagem etc. Todas essas expressões

sugerem que limite é uma cota, que em certas ocasiões pode não ser atingida, mas

em outras pode.

Então, todas as vezes que no estudo de um fenômeno de qualquer

natureza – físico, biológico, econômico, geométrico, - para a determinação

quantitativa de seu estado, nos apareça como indispensável considerar a aparência

desse estado com os estados vizinhos, essa determinação será feita por meio do

limite – limite que é a resultante da infinidade de possibilidades dos estados

vizinhos.

Então, este limite, é um número, que por meio de uma operação reside

no fato de construir um resultado à custa de uma infinidade de possibilidades,

tomando o infinito como um elemento ativo de construção.

O matemático moderno, adotando em relação ao conceito de limite

uma atitude dinâmica tomando-o audazmente, como elemento de construção, obtém

o resultado que a ciência confirma e constrói o elemento matemático que permita

integrar o movimento no mundo da continuidade.

Page 85: calculo diferencial I

83

3.2 SÍMBOLO MATEMÁTICO PARA LIMITE DE FUNÇÃO

O símbolo de limite para apresentarmos matematicamente a operação

solicitada só foi utilizado pela primeira vez por Cauchy, no século XIX. Vamos ver

então, um exemplo, de como é este símbolo, que representa este número real,

denominado de limite.

Para a função 5x25xy

2

−−

= , é possível achar o valor de y, menos quando

x = 5. No entanto, é possível fazer y ficar tão próximo de 10 quanto se queira,

bastando tomar x a uma distância conveniente de 5, quer pela sua esquerda, como

em 4,99, quer pela direita, como em 5,01.

A comunicação dos fatos descritos no parágrafo acima é feita em matemática,

escrevendo-se:

Porém, x² - 25, pode ser fatorado, ou seja, escrito em forma de produto.

Desta forma, vamos ter:

5x)5x()5x(lim

5x25xlim

5x

2

5x −−⋅+

=−−

→→

Simplificando

Vamos ter que:

1055)5x(lim5x25xlim

5x

2

5x=+=+=

−−

→→

A expressão pode ser interpretada assim: é possível fazer o valor

5x25xy

2

−−

= tornar-se tão próximo de 10 quanto se queira, bastando para isso tomar

valores de x, a uma distância suficientemente próxima a 5. No ponto x = 5, o limite é

10. Observar também que, para qualquer x ≠ 5, nunca y será 10. De todos os

números reais fica faltando apenas o par (5,10). Veja (na figura 4.1) o gráfico e a

tabela que representam essa situação, com eles podemos observar que a medida

5x)5x()5x(

−−⋅+

5x25xlim

2

5x −−

Page 86: calculo diferencial I

84

que nos aproximamos de 5, ou seja, a medida que a diferença do x para 5 se

aproxima de zero o f(x) se aproxima de 10, ou seja, o limite é 10

3.3 O CONCEITO DE LIMITE Tendo ainda como exemplo a função do tópico 2.2, poderíamos fazer diversos

questionamentos, como por exemplo:

Sendo f definida de ℜ→ℜ, para x ≠ 5, com 5x25x)x(f

2

−−

=

a) Quando x = 3, y vale ? Resposta: 8. Isto pode ser observado no gráfico desta função, assim como pelo cálculo do

valor da função no ponto 3.

b) Quando x se aproxima de 3, de qual valor y se aproxima?

Resolução: podemos responder esta questão que foi apresentada em linguagem

natural, usando registros de representações diferentes, por exemplo: registro gráfico,

registro numérico e registro algébrico.

b1) Por meio do registro gráfico esboçamos o gráfico desta função e passamos a

observar qual é o comportamento dela quando x se aproxima de 3, ou seja,

devemos observar para quais valores de y a função se aproxima, quando x se

aproxima de 3.

x y

4.00 9.00

4.20 9.20

4.40 9.40

4.60 9.60

4.80 9.80 5.00 indeter. 5.20 10.20

5.40 10.40

5.60 10.60

5.80 10.80

6.00 11.00

x y 4.988 9.988 4.990 9.990 4.992 9.992 4.994 9.994 4.996 9.996 4.998 9.998 5.000 indeter. 5.002 10.002 5.004 10.004 5.006 10.006 5.008 10.008 5.010 10.010 5.012 10.012

Gráf .3.1 - função y = (x² -25)/(x-5) ou y = x + 5 para x ≠ 5

−8 −7 −6 −5 −4 −3 −2 −1 1 2 3 4 5 6 7 8

2

−1

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

x

y

Page 87: calculo diferencial I

85

Devemos lembrar que quando x se aproxima de 3, ele se aproxima pelos

valores menores, ou seja, 2,8; 2,9; 2,99 etc e também pelos valores maiores que 3,

porém bem próximos, por exemplo, 3,1; 3,01, 3,001 etc. Observando os gráficos 4.2,

podemos notar que o y está se aproximando de 8.

Observação. Nem sempre a utilização do gráfico será indicada, pois muitas vezes é muito mais

demorado esboçar o gráfico de determinadas funções do que determinar esses valores por outros

procedimentos.

b2) Por meio de registro numérico, ou seja, vamos obter numericamente a resposta

deste exercício. Para tanto, costuma-se fazer uma tabela, tendo como “x” valores

bem próximos de 3 e com o y os valores da função nos pontos “x”. Observe as

tabelas abaixo.

x y 3.00 8.00 3.10 8.10 3.20 8.20 3.30 8.30 3.40 8.40 3.50 8.50 3.60 8.60 3.70 8.70 3.80 8.80 3.90 8.90 4.00 9.00

x y 2.00 7.00 2.10 7.10 2.20 7.20 2.30 7.30 2.40 7.40 2.50 7.50 2.60 7.60 2.70 7.70 2.80 7.80 2.90 7.90 3.00 8.00

Na 1ª. Parte da tabela podemos observar que a medida que os valores de x se aproximam do 3 a valores menores do que 3, o y se aproxima de 8.

Na 2ª. Parte da tabela podemos observar que a medida que os valores de x se aproximam do 3 a valores maiores do que 3, o y se aproxima de 8.

−5−4−3 −2−1 1 2 3 4 5 6 7 8−2−1

123456789

1011

x

y

−5−4−3−2−1 1 2 3 4 5 6 7 8−2−1

123456789

1011

x

y

−5−4−3−2−1 1 2 3 4 5 6 7 8−2−1

123456789

1011

x

y

X se aproximando de 3, pelos valores menores que 3 X se aproximando de 3, pelos valores maiores que 3 X se aproximando de 3,

Graf. 3.2 – Aproximações do “x” ao 3 e do “y” ao 8

Page 88: calculo diferencial I

86

b3) Por meio do registro algébrico, resolvemos o limite da seguinte maneira:

82

162259

53253

5x25xlim

22

3x=

−−

=−−

=−−

=−−

Esta forma de resolução é bastante rápida, mas é aconselhável apenas após

o entendimento de o porquê ela pode ser feita desta maneira!

O limite de f(x), quando x tende a a, é igual a L, e escrevemos L)x(flimax

=→

, se é

possível tomar valores de f(x) arbitrariamente próximos de L (tão próximos quanto

quisermos), tomando x suficientemente próximo de a, mas não igual a a.

3.3.1 Exercícios 1) O gráfico abaixo representa a função real definida por y

= x² - 4x + 3. Complete:

a) Quando x = 4, y vale ______

b) Quando x se aproxima de 4, y se aproxima de ______.

(use a tabela para resolver este exercício).

c) Quando x se aproxima de 2, y se aproxima de ______.

d) Quando x tende para 1, f(x) tende para ____________.

e) Quando x se aproxima de ½, f(x) se aproxima de ____.

f) x se aproximando de –2 faz y se aproximar de ______.

2)Dada a função y = x – 2

a) Esboce o gráfico desta função

b) f(4) = _______. c) Quando x se aproxima de 4, y se aproxima de ______.

d) Quando x tende a 1, f(x) tende a ______. e) Quando x se aproxima de 17, f(x) se

aproxima de ____. f) Se x tende a –8, f(x) tende a

____.

−2 −1 1 2 3 4 5 6 7 8

2

−1

1

2

3

4

5

6

7

x

y

−4 −3 −2 −1 1 2 3 4 5

−4

−3

−2

−1

1

2

3

4

x

y

Page 89: calculo diferencial I

87

3) Observe o gráfico da função definida por ⎪⎩

⎪⎨

>=<−

=1xsex1xse3

1xse1xy

2

a) Se x tende a 0, y tende a ______.

b) Se x é maior que 1, mas tende a 1, y tende a ____.

c) Se x é menor que 1, mas tende a 1, y tende a ____.

d) Se x = 1, y = ____. e) Se x tende a 3, f(x) tende a ____.

4) Considere o gráfico da função ⎩⎨⎧

≥+<+−

=02

022

xsexxsex

y

a)Esboce o gráfico dessa função.

b)Determine o domínio e a imagem de f.

c)Qual o comportamento de f, quanto ao crescimento e decrescimento?

d)Calcule; f(-1); f(0); f(1/2) e f(1)

e)Complete a tabela acima e responda as seguintes perguntas:

f) Quando nos aproximamos de x = 0 pelo lado esquerdo, o valor de f(x) aproxima-

se de qual valor?.

g) Quando nos aproximamos de x = 0 pelo lado direito, o que acontece com o f(x)?

h) Assim, escrevemos que o limite pela esquerda: =−→

)x(flim0x

____ e que o limite pela

direita: =+→

)x(flim0x

___ e =→

)x(flim0x

_____.

x f(x) x f(x)

- 0,5 0,5

-0,25 0,25

- 0,1 0,1

-0,01 0,01

-0,001 0,001

Neste caso temos: ⇔=→

L)x(flimax

==−→

L)x(flimax

)x(flimax +→

−4 −3 −2 −1 1 2 3 4 5

−4

−3

−2

−1

1

2

3

4

x

y

Page 90: calculo diferencial I

88

A leitura do quadro anterior é: O limite de f(x) para x tendendo a a é igual a L se, e somente se, o limite lateral de

f(x) para x tendendo a a pela esquerda for igual ao limite lateral de f(x) para x

tendendo a a pela direita e estes forem iguais a L.

3.4 PROPRIEDADES DOS LIMITES

Se existe os limite )x(flimax→

e )x(glimax→

e “K” é uma constante, então:

Nome Propriedade Leitura

Soma [ ] )x(glim)x(flim)x(g)x(flimaxaxax →→→

+=+ Limite da soma é igual a

soma dos limites.

Diferença [ ] )x(glim)x(flim)x(g)x(flimaxaxax →→→

−=− Limite da diferença é igual a

diferença dos limites.

Produto [ ] )x(glim).x(flim)x(g).x(flimaxaxax →→→

= Limite do produto é igual ao

produto dos limites.

Múltiplo constante [ ] )x(flimK)x(fKlimaxax →→

=⋅ Limite da constante que

multiplica a função é igual a

constante que multiplica o

limite da função.

Quociente =⎥⎦

⎤⎢⎣

⎡→ )x(g

)x(flimax )x(glim

)x(flim

ax

ax

→ se 0)x(glimax

≠→

Limite do quociente é igual

ao quociente dos limites,

para o denominador diferente

de zero

3.4.1 Exercícios

Determine os limites

a) =−−→

)3x(lim1x

b) =+−→

3xlim 2

2x c) =−

2

1x)3x2(lim d) =−

−→3xlim 3

2x

e) =+−

→ 2x7xlim

7x f) =

−−→ x

)3x(lim1x

g) =−−→ 2xxlim

2

1x h) =

−→18lim

2x

3.5 LIMITES LATERAIS

Page 91: calculo diferencial I

89

Nesse capítulo já estudamos um pouco sobre os limites laterais, porém, não

comentamos algo importante sobre a sua utilização.

Quando consideramos a x

lim→

f(x), estamos interessados em valores no intervalo

aberto contendo "a", mas não no próprio "a", isto é, em valores de "x" próximos a "a",

maiores ou menores do que "a". Mas, suponha que tenhamos a função f como por

exemplo, f(x) = 2x − . Como f(x) não existe para x < 2, f não está definida em

nenhum intervalo aberto contendo 2. Logo, 2

lim→x

2x − não tem significado. No

entanto, se "x" estiver restrito a valores maiores do que 2, o valor de 2x − poderá

se tornar tão próximo de zero quanto desejarmos, tomando "x" suficientemente

próximo de 2, mas, maior do que 2. Em tal caso, deixamos "x" aproximar-se de 2

pela direita e consideramos o limite lateral direito.

Agora, para qualquer valor de x > 2, verifica-se que os limites laterais existem e

são iguais e por este motivo podemos afirmar que para qualquer x > 2 a f(x) tem

limite.

3.6 LIMITES INFINITOS

Nos limites infinitos os valores das funções aumentam ou diminuem sem

limitações quando a variável aproxima-se cada vez mais de um número fixo. Vamos

ver nos gráficos 4.3 da próxima folha o que isto quer dizer.

4.6.1 Exercícios

Responda:

a)No gráfico 4.3(a) o comportamento da função é o mesmo se x tende a 2 pela

esquerda e pela direita? Por que?

b) No gráfico 4.3 (b) o comportamento da função é o mesmo se x tende a 1 pela

direita e pela esquerda? Por que?

c) No gráfico 4.3 (c) o comportamento da função é o mesmo se x tende a zero

Page 92: calculo diferencial I

90

(a)

(b)

(c)

Quando x tende ao número 2 a

2)2x(1

)x(f−

= aumenta sem limitações, ou

seja

Quando x tende ao número 1 o

2)1(2

- )(−

=x

xf diminui sem limitações, ou

seja

Quando x tende ao número 0 pela

direita o x1

)x(f =aumenta sem limitações

e quando o x tende a zero pela

esquerda o f(x) diminui sem limitações,

ou seja

∞=−→ 22x )2x(1lim

−∞=−→ 21x )1x(2 - lim

±∞=

→ x1lim

2x

Graf. 3.3 – Limite infinito

3.7 LIMITE NO INFINITO

Nos limites no infinito é a variável independente que cresce ou diminui

indefinidamente. Vamos ver os gráficos 4.4 da próxima folha o que isto quer dizer.

No gráfico 4.4(a), podemos observar que quando x cresce ou decresce

arbitrariamente, ou seja, quando ±∞→x , o (x – 2)² cresce arbitrariamente; logo

2)2x(1−

se aproxima de zero. (Se você não entendeu esta última afirmação, veja:

000001,01000

1)1002(f;0001,0)100(

1)102(f;01,010

1)12(f 222 ===−

=−== ; etc.) e indica-

se: 0)2x(

1lim 2x=

−±∞→.

2 x

y

1

x

y

x

y

Page 93: calculo diferencial I

91

(a)

(b)

(c)

Quando x aumenta e diminui

indefinidamente a

2)2x(1)x(f−

=

tende a zero, ou seja,

Quando x aumenta e diminui

indefinidamente a

2)1x(2 - )x(f−

= tende a zero, ou

seja,

Quando x aumenta e diminui

indefinidamente a 2

x1)x(f +=

tende a 2 , ou

seja

0)2x(

1lim 2x=

−±∞→ 0

)1x(2 - lim 2x

=−±→

22x1lim

x=+

±∞→

Graf.3.4 – Limites no infinito

3.8 EXERCÍCIOS

1)Considere a função f dada por 2x1)x(f = .

a) Construa a tabela abaixo: b) Esboce o gráfico de f

x x² 1/x²

±1

±0,1

±0,05

±0,001

±10-7 x

y

1

x

y

x

y

x

y

f(x) → 2

f(x) → 2

Page 94: calculo diferencial I

92

c) Determine o domínio e a imagem de f. d) A medida que x aproxima-se de 0, x² aproxima-se de __ e 1/x² aproxima-se de ____

Pelo gráfico, pode-se concluir que: +∞→⇒→ +2x

10x e também,

+∞→⇒→ −2x

10x

e) Nesse caso, escrevemos que ∞=→ 20x x

1lim e dizemos que o eixo y é uma assíntota

vertical de 2x1)x(f = .

f) Pelo gráfico, vemos que à medida que x aproxima-se de ∞± , 2x1 aproxima-se

de____. O eixo x é uma assíntota horizontal de 2x1)x(f = .

A reta x = a denomina-se assíntota vertical da curva y = f(x) se pelo menos uma das seguintes condições valem:

;)x(flimax

∞=+→

;)x(flimax

∞=−→

∞=→

)x(flimax

;)x(flimax

−∞=+→

;)x(flimax

−∞=−→

−∞=→

)x(flimax

A reta y = L denomina-se assíntota horizontal da curva y = f(x) se pelo menos uma das seguintes condições valem:

L)x(flimx

=+∞→

ou L)x(flimx

=−∞→

2) Considere 4

2)(−

=x

xf . Calcule:

a) =+→

)x(flim4x

_____e =−→

)x(flim4x

_____

Portanto, podemos concluir que =→

)x(flim4x

___. Assim, a assíntota vertical é x =

___e a assíntota horizontal é y = ___, pois __________________.

3.9 LIMITE DA FUNÇÃO RACIONAL

Uma função racional é aquela que pode ser escrita como quociente de

polinômios. Ela se diz imprópria se o grau do polinômio do numerador é maior ou

igual ao do polinômio do denominador; caso contrário ela se diz própria.

Page 95: calculo diferencial I

93

3.9.1 Exercícios

Calcule os limites das funções racionais:

a) =+−

−→ 8x6x

9xlim 2

2

0x b) =

+−−

→ 8x6x9xlim 2

2

3x

c) =+++

→ 1x2xxlim 2

2

0x d) =

−−

→ 4x2xlim 23x

e) =−−

→ 64x8xlim 23x

f) =++−+++++−

→ 7x5xx8x1321x7xx2x4x5lim 235

2457

0x

No início deste capítulo vocês tiveram a oportunidade de ler um exemplo

no qual a função que o representa é uma função racional (caso você ainda não o tenha lido, agora

é um excelente momento para fazê-lo). Trata-se de um exemplo, em que para resolver o seu

limite não basta fazê-lo da forma em que acabamos de proceder no exercício

anterior. Isto ocorre, pois pelo procedimento acima, vamos “encontrar” que o

5x25xlim

2

5x −−

→é igual a

00 e

00 não possui significado numérico. No entanto, o exemplo

mostra que ao fatorarmos o numerador, vamos poder simplificar os fatores que

anulam o numerador e o denominador, ou seja, 5x

)5x()5x(lim5x25xlim

5x

2

5x −−⋅+

=−−

→→, de

onde vamos obter que 1055)5x(lim5x25xlim

5x

2

5x=+=+=

−−

→→.

3.9.2 Exercícios

1) Calcule os limites

a) =−−

→ 5xx5xlim

2

5x b) =

−−+

→ 3x18x3xlim

2

3x c) =

+++

−→ 2x4x4xlim

2

2x

d) =++

−→ 3xx3xlim

2

3x e) =

+→ x

x3xlim2

0x f) =

+−+−

→ 14x9x10x7xlim 2

2

5x

2) Faça os gráficos de :

Page 96: calculo diferencial I

94

a) f:-{3}→ℜ /3x9x)x(f

2

−−

= b) g:ℜ→ℜ / 3x)x(g +=

a) f(x) e g(x) são funções iguais para todos os x reais? Por que?

b) Qual é o valor do limite da f(x) para x tendendo a 3?

c) Qual é o valor da função g(x) para x = 3?

Leia com atenção a observação abaixo e continue a resolução dos exercícios

dessa unidade.

Seja )()()(

xQxPxf = uma função racional. Pode ocorrer de P(a) = Q(a) = 0, ficando

00

)()(=

aQaP . Nestes casos, fatoramos e simplificamos (x-a) em cada termo, se

possível:

.0)a(Qse,)a(Q)a(P

)x(Q)ax()x(P)ax(lim

)x(Q)x(Plim 1

1

1

1

1

axax≠=

−−

=→→

“Reescrevemos” as funções, como no exercício 1 de 2.9.1 para calcular o

limite.

Mas pode decorrer de 0)a(P ≠ , e aí teremos como resposta +∞, - ∞ ou ∞± .

Vamos tentar entender o que está escrito na última linha do quadro

acima. Seja por exemplo, o 2x1xlim

2

2x −+

→. Para determinar o limite desta função,

podemos inicialmente calcular o valor da função do numerador no ponto “2”, ou seja,

−3 −2 −1 1 2 3 4 5

−4

−3

−2

−1

1

2

3

4

5

6

x

y

−3 −2 −1 1 2 3 4 5

−4

−3

−2

−1

1

2

3

4

5

6

x

yx f(x) g(x)

-2

-1

0

+1

+2

+3

-3

+0,5

Page 97: calculo diferencial I

95

P(2) = 5 e o valor da função do denominador no ponto 2, ou seja Q(2) = 0. Neste

caso, temos que P(2) ≠ 0 e Q(2) = 0. Aí conforme as informações do quadro acima,

vamos ter uma das três respostas, ou seja +∞, - ∞ ou ∞± . Para decidir por uma

dessas respostas, não é necessário representar a função por meio de um gráfico (a

não ser que você queira fazer utilizando este recurso). Então, devemos estudar o

sinal da função racional, para x próximo do ponto 2, lateralmente se necessário. Se

este sinal for positivo, o limite é +∞, se negativo é - ∞. Neste caso, ao estudarmos

lateralmente vamos ter que quando x se aproxima de 2 pela esquerda o sinal da

função nestes pontos será negativo, ou seja, 2x1xlim

2

2x −+

−→ terá um resultado negativo,

pois o numerador será sempre positivo e o denominador negativo (pois vamos

operar com x-2, para valores sempre menores que 2). Daí recorre o resultado

negativo, já que na divisão “positivo” com “negativo” é negativo. De maneira análoga

podemos estudar quando o x está se aproximando de 2 pela direita e desta forma

observar que esta função é positiva. Mas os nossos cálculos ainda não estão

terminados, pois até agora encontramos apenas os sinais dos limites laterais desta

função. Para finalizarmos, devemos notar, por exemplo, que no 2x1xlim

2

2x −+

−→, a medida

que nos aproximamos de x pela esquerda, o denominador irá se aproximar de 5 e o

denominador de “zero”, o quociente desses dois números será um número muito

grande, porém negativo. Para você entender este resultado pense no seguinte:

(5/(1,9 –2) = -50; 5/(1,99 –2) = - 500; 5/ (1,999-2) = -5000; etc). Como trata-se de

uma operação que estamos fazendo o x tender a 2 pela direita indefinidamente,

quanto mais próximo deste valor estivermos mais o resultado desta função estará

indo para a esquerda, ou seja, para o - ∞. De maneira análoga vamos concluir que

quando x tende a 2 pela direita a função estará tendendo a + ∞. Logo, nesta questão

vamos ter que ±∞=−+

→ 2x1xlim

2

2x.

3) Leia com atenção o texto acima e em seguida resolva os limites propostos.

a) =−

+−→ 25x

5x6xlim 2

2

5x b) =

−−−

−→ 49x30x2xlim 2

2

7x c) =

+−−

→ 14x9x7xlim 2

2

7x

d) =−−

→ x29xx18xlim 2

2

0x e) =

−−

→ 3x3xlim

3x

Page 98: calculo diferencial I

96

4) Observe a resolução dos três exemplos abaixo e em seguida responda as

questões:

a) =∞→ 3

7

x x4x5lim

Resolução

Ao iniciarmos a resolução deste exercício, devemos nos lembrar que “∞” não é número e

que portanto ∞∞

é uma indeterminação. O significado de x tender ao infinito é que x está

assumindo valores cada vez maiores, mas quais valores são estes? O fato de não sabermos

apontar quais valores são estes faz com que pensemos: “quanto vale o infinito do

numerador e quanto vale o infinito do denominador?” e é esta dúvida que torna esta

representação, ou seja, o ∞∞

uma indeterminação.

Para esta questão em que o grau do polinômio do numerador é maior que o grau do

polinômio do denominador, basta dividirmos o numerador pelo denominador, usando a

propriedade de potência (quociente de mesma base). Então vamos ter:

b) 45

45lim

x4x5lim

x7

7

x==

∞→∞→

c) 0045

x1lim

45

x1

45lim

x4x5lim 4x4x7

3

x=⋅==⋅=

∞→∞→∞→

d)Na resolução do limite de funções racionais, quando o expoente do numerador é

maior que o expoente do denominador e o x tende ao infinito, o que acontece com o

resultado?

e)Na resolução do limite de funções racionais, quando o expoente do numerador é

igual ao expoente do denominador e o x tende ao infinito, o que acontece com o

resultado?

∞=∞⋅==∞→∞→

443

7

45

45lim

45lim x

xx

xxRecomendo não registrar esta passagem, podendo

ir direto ao resultado.

Page 99: calculo diferencial I

97

f)Na resolução do limite de funções racionais, quando o expoente do numerador é

menor que o expoente do denominador e o x tende ao infinito, o que acontece com o

resultado?

5) Calcule os limites:

a) =+++−

∞→ 13x3x43x8x5lim 23

7

x

Resolução

Uma das formas de iniciarmos a resolução deste tipo de limites é dividindo o numerador e o denominador desta função pelo termo de maior expoente de cada um deles, ou seja:

⎟⎟⎠

⎞⎜⎜⎝

⎛++

⎟⎟⎠

⎞⎜⎜⎝

⎛+−

=++

+−

=+++−

∞→∞→∞→

33

2

3

33

777

77

x

3

233

7

77

x23

7

x

x13

xx3

xx4x

x3

xx8

xx5x

lim

x)13x3x4(x

x)3x8x5(x

lim13x3x43x8x5lim =

=++

⎟⎠⎞

⎜⎝⎛ +−

∞→

3

764

x

x13

x34

x3

x85x

lim mas como já vimos anteriormente, 0x8lim 6x

=∞→

e de maneira

análoga vamos ter que o limite de outras parcelas desta função é zero. Sendo assim:

=++

⎟⎠⎞

⎜⎝⎛ +−

∞→

3

764

x

x13

x34

x3

x85x

lim ( )=

+++−

∞→ 004005xlim

4

x∞=

∞→ 4x5lim

4

x. Que é igual a 3

7

x x4x5lim

∞→.

b) =+++−

∞→ 13x3x43x8x5lim 27

7

x c) =

+++−

∞→ 13x3x43x8x5lim 27

3

x

Page 100: calculo diferencial I

98

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esta apostila é o ponto de partida para seus estudos nas disciplinas de

Cálculo Diferencial e Integral.

Ela é necessária e também suficiente para o seu bom desempenho na

disciplina de Cálculo Diferencial e Integral I, mas deverá ser complementada para a

sua formação mais ampla como engenheiro.

A lista oferecida nas Referências Bibliográficas e na Bibliografia

Complementar traz desde obras com abordagens voltadas ao Ensino Médio, outras

com variadas aplicações, chegando a obras com um trato mais formal e rigoroso do

tema. É importante conhecer ao menos algumas destas referências.

Toda a leitura poderá ser orientada, usando a ferramenta Correios,

disponível em nosso portal e também discutida com os colegas, ou simplesmente

comentada como contribuição ao bom desempenho de todos, usando os Fóruns

outra ferramenta do portal UNISA.

Complemente esta leitura também com as aulas WEB, que visam trazer

um pouco da discussão em outra abordagem, incluindo exemplos resolvidos.

Esteja presente às aulas-satélite, anotando apenas suas dúvidas, uma

vez que as projeções de aula serão disponibilizadas no Material de Apoio.

Um bom aproveitamento conceitual dos temas aqui abordados o

capacitará a futuros aprofundamentos e aplicações em diversas áreas.

Page 101: calculo diferencial I

99

REFERÊNCIAS

ÁVILA, G. Introdução à análise matemática. São Paulo: Edgar Blucher, 1993.

BOULOS, P. Cálculo Diferencial e integral. Vol 1. São Paulo: Makron Books do

Brasil, 1999.

DANTE, L.R. Matemática. Volume Único. São Paulo: Ática, 2005. CARAÇA, B.J. Conceitos fundamentais da matemática. Lisboa: [s.d.], 1975.

COURANT, R. e ROBBINS, H. O que é matemática. Rio de Janeiro: Ciência

Moderna, 2000.

FLORIANI, J.V. Limites: cálculo fácil. Blumenau: Editora da FURB, 1999. FORSTER, S. R. L. Ensino a distância: uma análise do design de um curso de Cálculo com um olhar no conteúdo de limites e continuidade. DISSERTAÇÃO DE MESTRADO. PUC-SP, 2007. HARIKI, Seiji e ABDOUNUR, Oscar João. Matemática aplicada: administração, economia, contabilidade. São Paulo: Saraiva, 1999.

IEZZI, G. e MURAKAMI, C. Fundamentos da matemática elementar, 1: conjuntos e funções. São Paulo: Atual, 2004.

IEZZI, G; DOLCE, O. e MURAKAMI C. Fundamentos da matemática elementar, 2: logaritmos. São Paulo: Atual, 2004.

KIYUKAWA, R. S.; SHIGEKIYO, C. T. e YAMAMOTO, K. Os elos da Matemática, 1.

2 ed. São Paulo: Saraiva, 1992.

LARSON, R.E. e outros. Cálculo com aplicações. Rio de Janeiro: LTC, 1995.

LEITHOLD, L. O cálculo com geometria analítica. Trad. Cyro de Carvalho Patarra.

3.ed.São Paulo: Harbra, 1994.

Page 102: calculo diferencial I

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MACHADO, A. dos S. Matemática – Temas e Metas, 1: conjuntos numéricos e funções. São Paulo: Atual, 1986.

SWOKOWISKI, E. W. Cálculo com geometria analítica. Trad. Alfredo Alves de

Farias. São Paulo: Makron Books do Brasil, 1994.

THOMAS, G.B. Cálculo. V.1. São Paulo: Addison Wesley, 2002.