Cambio Seco - Novembro de 2013

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Devido à falta de uma política de aplicação da grade salarial nos últi- mos dois anos, os metalúrgicos da ZF do Brasil, em Sorocaba, podem parar a produção a qualquer mo- mento. O Sindicato da categoria, por meio do comitê sindical de empresa (CSE), já deu um ultimato à empre- sa. Se uma proposta transparente e com datas de implantação não for apresentada nos próximos dias, ha- verá protestos e paralisações na fá- brica. Além da falta de grade salarial, os trabalhadores estão insatisfeitos com o não cumprimento de nor- mas de segurança, o desrespeito à cláusula da Convenção Coletiva que trata da compensação de horas, o problema permanente no convênio médico e a falta de investimentos no ambulatório médico e no refeitório da empresa. Dirigentes sindicais das ZFs de Sorocaba, São Bernardo do Cam- po e Betim-MG participaram de um encontro da rede sindical em Sorocaba nesta quarta e quinta- feira, dias 6 e 7, onde debateram os problemas dos trabalhadores nas fábricas do grupo e definiram planos de ação conjunta. O 6º Encontro Nacional da Rede Sindical de Trabalhadores na ZF foi organizado pela Confe- deração Nacional dos Metalúrgi- cos da CUT (CNM) e teve apoio da federação alemã FES, que pa- trocina o intercâmbio entre traba- lhadores. Economistas do Dieese apre- sentaram um balanço do fatu- ramento da ZF e do mercado de autopeças. FALTA DE GRADE SALARIAL PODE INICIAR GREVE Rede sindical debate temas estratégicos para trabalhadores do Grupo ZF Coordenadores da rede no Brasil e assessoria da CNM/CUT durante reunião no início deste ano, quando já cobravam da empresa reconhecimento ao acordo internacional Pág. 3 Pág. 4 ACESSE NOSSA PÁGINA! WWW.FACEBOOK.COM/COMITENACIONALZF Foguinho

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Informativo específico para os trabalhadores do Grupo ZF em Sorocaba

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Devido à falta de uma política de aplicação da grade salarial nos últi-mos dois anos, os metalúrgicos da ZF do Brasil, em Sorocaba, podem parar a produção a qualquer mo-mento.

O Sindicato da categoria, por meio do comitê sindical de empresa (CSE), já deu um ultimato à empre-sa. Se uma proposta transparente e com datas de implantação não for apresentada nos próximos dias, ha-

verá protestos e paralisações na fá-brica.

Além da falta de grade salarial, os trabalhadores estão insatisfeitos com o não cumprimento de nor-mas de segurança, o desrespeito à

cláusula da Convenção Coletiva que trata da compensação de horas, o problema permanente no convênio médico e a falta de investimentos no ambulatório médico e no refeitório da empresa.

Dirigentes sindicais das ZFs de Sorocaba, São Bernardo do Cam-po e Betim-MG participaram de um encontro da rede sindical em Sorocaba nesta quarta e quinta- feira, dias 6 e 7, onde debateram os problemas dos trabalhadores nas fábricas do grupo e definiram planos de ação conjunta.

O 6º Encontro Nacional da Rede Sindical de Trabalhadores na ZF foi organizado pela Confe-deração Nacional dos Metalúrgi-cos da CUT (CNM) e teve apoio da federação alemã FES, que pa-trocina o intercâmbio entre traba-lhadores.

Economistas do Dieese apre-sentaram um balanço do fatu-ramento da ZF e do mercado de autopeças.

FALTA DE GRADE SALARIAL PODE INICIAR GREVE

Rede sindical debate temas estratégicos para trabalhadores do Grupo ZF

Coordenadores da rede no Brasil e assessoria da CNM/CUT durante reunião no início deste ano, quando já cobravam da empresa reconhecimento ao acordo internacional

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Fogu

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CÂMBIO SECO NOVEMBRO DE 2013PÁG. 2

Exigimos Respeito à Rede de Trabalhadores da ZF !

Os membros do CSE em Soroca-ba exigem o reconhecimento urgente, pela empresa local, das redes nacional e mundial dos trabalhadores da ZF.

Junto com a rede, a empresa deve-rá respeitar também as normas de re-lacionamento entre ZF, trabalhadores e representação sindical contidas em um documento de abrangência inter-nacional, chamado acordo-marco.

Tanto a rede quanto as normas de relacionamento foram negociadas e

assinadas por trabalhadores da ZF junto à matriz na Alemanha. É uma afronta muito grave o fato de a direção da empresa em Sorocaba ainda não ter reconhecido formalmente esses nossos direitos mundiais.

A diretora de RH da ZF do Brasil, Kellen Reis, havia prometido formali-zar o reconhecimento da rede durante um encontro nacional de trabalhado-res, mas recuou da promessa.

Ela deveria ter feito a assinatura

juntamente com o presidente da ZF na América Latina, Wilson Brício. Mas foi mais uma promessa não cumprida pela ZF e mais uma atitude de desres-peito aos trabalhadores.

O desrespeito à Rede de Trabalha-dores pela ZF em Sorocaba foi, inclu-sive, um dos assuntos do 6º Encontro Nacional da Rede, realizado nesta quarta e quinta-feira, dias 6 e 7, em Sorocaba (Leia sobre o encontro na página 4).

Embora a ZF do Brasil e a ZF Siste-mas sejam do mesmo grupo empresarial, compartilhem a mesma área na zona in-dustrial de Sorocaba, tenham os mesmos portões de entrada, o mesmo refeitório e o mesmo ambulatório médico, parecem ser duas empresas totalmente diferentes.

A ZF do Brasil não parece capaz de ter um diálogo maduro, respeitoso e produ-tivo com os representantes dos funcioná-rios. Por isso, os problemas internos se acumulam e a fábrica pode parar a qual-quer momento.

Além de não implantar a grade sala-rial, a ZF do Brasil também não cumpre as normas de segurança. Os serviços es-pecializados em engenharia de segurança e medicina no trabalho (Sesmt) estão re-gulamentados pelo Ministério do Traba-

lho e pela Previdência Social (NR4), mas a direção local da ZF do Brasil, diferente da ZF Sistemas, acha-se no direito de não cumprir as normas, colocando seus fun-cionários em risco.

Outro direito trabalhista que vem sendo descumprido pela ZF do Brasil é a cláusula 22 da Convenção Coletiva dos Metalúrgicos do Grupo 3, que regula-menta a compensação de horas em feria-dos.

A cláusula 22 diz o seguinte:Quando o feriado coincidir com sá-

bado, a empresa que trabalha sob regime de Compensação de Horas de Trabalho, poderá, alternativamente:

A) Reduzir a jornada diária de tra-balho, subtraindo os minutos relativos à compensação;

B) Pagar o excedente como horas ex-traordinárias, nos termos desta Norma Coletiva de Trabalho;

C) Incluir essas horas no sistema de compensação anual de dias pontes;

D) Fica garantido aos empregados (as), na semana, a redução de uma jor-nada diária normal de trabalho;

As empresas comunicação aos empregados(as), com 15 (quinze) dias de antecedência do feriado, a alternativa que será adotada.

Para o Sindicato e os membros do Co-mitê Sindical de Empresa (CSE) na ZF, somente a mobilização do pessoal, inclu-sive realizando paralisações do trabalho quando necessário, fará a ZF do Brasil respeitar essas e outras normas e leis tra-balhistas.

Problemas em comum

Empresa terceirizada

acumula irregularidades

Embora a ZF Sistemas tenha o mérito de dialogar melhor com o CSE e os traba-lhadores, há pelo menos dois problemas atuais sérios que ela tem em comum com a ZF do Brasil: a estrutura do ambula-tório e do refeitório.

Essas reivindicações me-recem ser atendidas imedia-tamente, pois são serviços básicos e essenciais aos traba-lhadores.

Os membros do CSE co-bram da empresa melhorias urgentes tanto no refeitório quanto no ambulatório, de uso comum aos trabalhadores da ZF do Brasil e da ZF Sistemas.

A prestadora de ser-viços Magnum, que atende a ZF do Brasil, tem negado diretos e be-nefícios aos trabalhado-res. O Grupo ZF, como contratante, é corres-ponsável pelas atitudes da terceirizada. Por isso, em caso de possível pa-ralisação na fábrica, esse assunto também será colocado em pauta.

Diferente de outras prestadoras de serviços, que atenderam às rei-vindicações do Sindica-to, a Magnum se recusa a pagar participação nos resultados aos funcio-nários, criando um am-biente desigual e revol-tante na ZF.

Este ano, a Magnum também demitiu um trabalhador lesionado, o que é um abuso tra-balhista imperdoável. O Sindicato dos Meta-lúrgicos cobrou provi-dências por parte da ZF, que prometeu exigir da terceirizada a reintegra-ção ou recontratação do trabalhador. A promes-sa, no entanto, não foi cumprida.

Fogu

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Coordenadores da rede no Brasil e assessoria da CNM/CUT durante reunião no início deste ano, quando já cobravam da empresa reconhecimento ao acordo internacional

CÂMBIO SECONOVEMBRO DE 2013 PÁG. 3

Os trabalhadores da ZF do Brasil estão, com razão, revoltados com a falta de grade salarial que valorize a dedicação dos funcionários. O Sindica-to, por sua vez, compartilha da insatisfação dos trabalhadores e há meses tenta negociar uma nova política salarial com a empresa. Como a direção da ZF do Brasil não respeita a reivindicação dos metalúrgicos, a produção pode parar a qualquer momento.

A grade salarial na ZF do Brasil está defasada há anos. Desde 2012 o Sindicato dos Metalúrgicos,

por meio dos comitês sindicais de empresa (CSE), negocia essa mesma pauta dos trabalhadores com a ZF do Brasil e a ZF Sistemas.

Na ZF Sistemas, as negociações evoluíram e a empresa aplicou uma nova grade salarial em 2012 e 2013, que contemplou a maioria dos trabalhadores. Na ZF do Brasil, a enrolação parece não ter fim.

Não que a ZF Sistemas seja um mar de rosas, mas na questão da grade salarial, os negociadores da empresa apresentaram uma proposta de política salarial para o CSE e para o Sindicato. A propos-

ta foi aprovada pelos trabalhadores e não há mais risco de paralisação por conta dessa reivindicação específica.

Já na ZF do Brasil, a única saída para os traba-lhadores serem atendidos parece ser mesmo a pa-ralisação.

O Sindicato orienta os trabalhadores da ZF do Brasil a reforçarem a união e a mobilização entre os companheiros de fábrica. Caso a empresa não apresente uma proposta séria de grade salarial nos próximos dias, devemos iniciar uma greve.

Sem grade salarial definida,

ZF DO BRASIL PODE PARAR

Há dois anos a ZF do Brasil não aplica grade salarial; Sindicato já deu ultimato à empresa e trabalhadores se preparam para a paralisação

Convênio médico continua muito ruimUm problema em comum dos trabalhadores da

ZF do Brasil, Sistemas e Lemforder é a qualidade do convênio médico fornecido aos funcionários. As re-clamações sobre falhas graves no atendimento, falta de especialistas e longos prazos para consultas são generalizadas.

Muito se tem falado sobre problemas na saúde

pública. Mas, quem trabalha na ZF sabe que o plano de saúde particular oferecido pela empresa apresen-ta quase os mesmos problemas que o atendimento da rede pública.

O descaso da ZF com o atendimento à saúde dos trabalhadores é tão sério que o assunto acaba de se transformar em uma pauta geral da Rede Sindical de

Trabalhadores da ZF, que se reuniu em Sorocaba esta semana, nos dias 6 e 7.

Como não soube resolver o problema nas nego-ciações com os sindicalistas na fábrica, agora a em-presa vai ter que tratar do assunto em âmbito na-cional, sem deixar de enfrentar também as possíveis manifestações locais do Sindicato.

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Rede sindical dos trabalhadores da ZF debate pautas estratégicas em Sorocaba

Trabalhadores de fábricas ZF de três cidades brasileiras, Sorocaba-SP, São Bernardo do Campo-SP e Betim-MG, reuniram-se em Sorocaba esta semana, dias 6 e 7, para trocar informações, debater os problemas na empresa e definir propostas de atuação conjunta. O evento foi o 6º Encontro Nacional da Rede Sindical de Trabalhadores na ZF, organizado pela Confe-deração Nacional dos Meta-lúrgicos da CUT (CNM).

Além de dirigentes sin-dicais das plantas da ZF nas três cidades, o Encontro em Sorocaba contou também com a participação de traba-lhadores de Córdoba, Argen-tina, onde a ZF também tem uma unidade; de membros da CNM; de economistas do Dieese e da Friedrich Ebert Stiftung (FES), fundação alemã que ajuda a patroci-nar eventos sindicais de in-tercâmbio e organização dos trabalhadores.

A rede nacional de traba-lhadores da ZF faz parte da rede Internacional dos traba-lhadores do grupo. No Bra-sil, o coordenador da rede é João Evangelista de Oliveira, secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos de Soroca-ba e Região e funcionário da ZF do Brasil.

Um dos organizadores do encontro desta semana tam-bém foi um metalúrgico de Sorocaba, Marcos Roberto Coelho, o Latino, diretor do Sindicato da categoria e fun-cionário da ZF Lemforder.

Nos dois dias do Encontro em So-rocaba, os participantes debateram assuntos estratégicos para avançar nas reivindicações dos trabalhadores, como o faturamento global e de cada unidade da ZF, a evolução dos negó-cios da fabricante de autopeças, os in-vestimentos da empresa em cada plan-ta, as pautas sindicais de cada região e o andamento do programa Inovar-Au-to, do governo federal, que pode trazer benefícios aos metalúrgicos, caso seja respeitado pelo Grupo ZF.

“Daqui vão sair propostas para en-frentarmos desafios comuns no gru-po ZF. Temos que uniformizar nossas ações e criar uma sinergia entre nós para avançar nas conquistas coletivas”,

afirmou Ademilson Terto da Silva, presidente do Sindicato dos Metalúr-gicos de Sorocaba na abertura do En-contro.

João Evangelista, coordenador da rede, lembrou que a direção da ZF do Brasil em Sorocaba tem se recusado a dialogar. “Ela até agora não reconhe-ceu a rede de trabalhadores nem o Acordo Marco Internacional, que re-gulamenta as relações de trabalho na empresa. Temos que lutar juntos para que esse mau exemplo não seja repeti-do em outras plantas do Grupo”.

A resistência da ZF do Brasil local em reconhecer a rede e o acordo inter-nacional entraram para a pauta estra-tégica do Encontro.

Para Ubirajara Freitas, Secre-tário de Organização da CNM, presente ao Encontro, a forma-ção de redes de trabalhadores é fundamental para diminuir as diferenças de salários e direitos entre trabalhadores de diferentes plantas de uma mesma empresa. “A organização e os encontros, como este em Sorocaba, con-tribuem para diminuir o desni-velamento de conquistas entre metalúrgicos no Brasil e até in-ternacionalmente”, afirmou.

“Hoje, uma das prioridades da CNM é a luta pela implanta-ção do Contrato Coletivo Na-cional, que pretende nivelar os

direitos da categoria no país. Os bancários e os petroleiros já têm esse avanço na legislação. Para os metalúrgicos, as redes sindicais são um passo importante nessa direção”, ressaltou Ubirajara, ou Bira, como é conhecido.

Bira também lembrou que foi a rede sindical mundial que garantiu que os trabalhadores da ZF conquistassem um assen-to no Conselho Diretor da Em-presa, na Alemanha. “Hoje, os metalúrgicos do Grupo têm voz nas decisões na administração do Grupo; e foram o intercâmbio e a organização sindical que ga-rantiram isso”.

Encontro foi realizado na sala de conferências de um hotel na Rodovia João Leme dos Santos, em Sorocaba

Dirigentes sindicais e militantes conheceram os resultados financeiros da ZF, trocaram informações sobre as reivindicações em cada fábrica e formularam estratégias conjuntas

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