Camboriú 129 anos

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SER É... CAMBORIUENSE Caderno Especial Camboriú 129 anos Jornal Linha Popular - 5 de abril de 2013 Jéssica Grizão, Rainha da Festa Rural 2013

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Caderno de 129 anos de Camboriú intitulado "Ser camboriuense é..."

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SER É...

CAMBORIUENSE

Caderno Especial Camboriú 129 anosJornal Linha Popular - 5 de abril de 2013

Jéssica Grizão,Rainha da Festa Rural 2013

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Gustavo Zonta - Mtb/SC 3428 JPFernando Assanti - Mtb/SC 3424 JPJoel Minusculi - Mtb/SC 3728 JPStefani Ceolla

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CAMBORIÚ 129 ANOS

Certas expressões, lu-gares e costumes fazem do camboriuense um povo es-pecial. Em busca destas ati-tudes que nos diferenciam, a equipe do Linha Popular, com a ajuda de alguns leito-res, apresenta 129 atitudes do que é ser camboriuense. Tudo para comemorar, com bom humor, os 129 anos de nossa cidade.

Há, claro, o gosto do camboriuense por lembrar sua história. Como recordar a época em que Balneário

Camboriú ainda pertencia a Camboriú e lamentar a der-rubada da antiga Prefeitu-ra. Nossa listagem tem ainda questões gastronômicas: o cachorro-quente do Batata, o pastel do Carlão, os pro-dutos do interior do municí-pio.

A política não poderia ficar de fora. Tem os papos sobre política na Praça, os fakes das redes sociais para comentar política e os jingles de campanha. A religiosida-de da população também

está presente – seja pela participação na Festa do Di-vino ou no Congresso dos Gi-deões Missionários da Última Hora.

Este caderno traz ain-da (obviamente) o jeito de falar do camboriuense. Aí entram, além do sotaque, o hábito de dar apelidos a pessoas e lugares. Nossa in-tenção é mostrar o jeitinho camboriuense de ser. Espe-ramos que vocês gostem. Um Feliz Aniversário para todos nós!

129 expressões, atitudes e hábitos que nos fazem camboriuenses

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Ser camboriuense é...

3...jogar dominó na Praça das Figueiras 1

...recordar o tempo em que Camboriú e Balneário eram uma coisa só: Somente em 1964 as duas cidades foram desmembradas, mas muitos camboriuenses ainda lembram do tempo em que eram um único município.

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...comer cachorro quente do Batata: Todo morador de Camboriú, pelo menos uma vez, saboreou os lanches do Batata’s Dog, lanchonete que fica no centro da cidade, em frente à Praça das Figueiras.

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...criar curió:Camboriú inclusive tem uma Associação de Criadores de Curió. A paixão pelo pássaro é tradicional entre os camboriuenses.

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...ter orgulho de morar na capital das missõesTodos os anos é realizado em Camboriú o Con-gresso dos Gideões Missionários da Última Hora. É o maior evento evangélico do mundo.

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Há seis anos, Abdon Pereira mantém a tradição. Todas as tardes, coloca a caixa com as pedras de dominó em uma sacola e, de bicicleta, segue para a Praça das Figueiras. Ape-sar dos anos dedicados à prática, não se considera um bom jogador. “Sou mais ou menos. Tem gente muito melhor”, revela. Para ele, o dominó exige estratégia. “É um jogo complicado, mais difícil até que o xadrez,

puxa muito a mente”, opina. Aos 67 anos, Abdon

adotou o jogo como hobby depois que se aposentou. Na-tural de Camboriú, ele morou durante muitos anos em Ron-dônia, onde mantinha uma fa-zenda. Quando decidiu que era hora de descansar, vol-tou para a cidade natal. Em Camboriú, encontrou o sosse-go que procurava. E as tardes de dominó sob as figueiras do centro da cidade se tornaram uma obrigação.

“É um vício, uma tra-dição”, afirma. Ele con-ta que, desde criança, já tinha o costume de jogar dominó, mas foi nos últimos anos que o hábito ganhou mais força. Chega cedo à Praça para garantir que uma das mesas será sua e vai vendo as turmas se formarem.

Logo chegam três parceiros e a jogatina co-meça. Só termina quando o sol ameaça se pôr.

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Nossa maior alegria é poder participar com vocês do crescimento desta linda

cidade.

Parabéns CAMBORIÚ!

...fazer compras nos Gideões: Mais que uma festa religiosa, o Congresso dos Gideões movimenta a economia da cida-de. Um verdadeiro shopping a céu aberto é montado nas principais ruas do centro.

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...torcer para o Camboriú Futebol Clube 6

...tomar banho na Cachoeira Seca: Na localidade dos Macacos, a Cachoeira Seca é um ponto turístico do interior de Camboriú.

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...subir no Pico da Pedra: Um dos pontos mais altos da região, o Pico da Pedra fica no interior da cidade e é visitado por camboriuenses e turistas. A vista do Pico da Pedra é incrível.

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...pescar no rio Camboriú: Quem não pescou, ainda vai pescar. O rio Cam-boriú cruza a cidade e desemboca no mar. Dos que fazem da pesca uma profissão aos pesca-dores de fim de semana, todo camboriuense já pescou ou vai pescar no rio Camboriú.

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Lucas André Martins, de 18 anos, já perdeu namorada, deixou de passar a Páscoa em família, guarda dinheiro do salário para poder ir aos jo-gos e pintou na parede de seu quarto o escudo do Camboriú Futebol Clube. A cortina é a bandeira do time e recortes de jornais com notícias sobre o tricolor estão espalhados pelo local. Ao apresentar o quarto, que ainda pretende pintar de verde, laranja e branco – as-sim como toda a casa – ele

afirma: “Esse aqui é meu patri-mônio”.

O jovem, que faz parte da Máfia Tricolor, torcida orga-nizada do Camboriú FC, sabe que exagera. Escuta isso todos os dias dos pais, mas não se importa. “Eu amo o Cambura. Tudo que eu faço pelo time é pouco”, opina.

Mesmo nesse momento difícil, em que o Camboriú FC está quase rebaixado no Cam-peonato Catarinense, Lucas não deixa de acreditar. “Ainda não

caiu minha ficha de que estamos quase caindo”, afirma. Na par-tida do último domingo, dia 31, em Blumenau, quando o tricolor perdeu de 4 a 0 para o Metro-politano, Lucas consolou Mon-ga, seu ídolo. “Se eu pudesse jogar futebol, meu sonho seria ser como ele. Como não posso, não tenho fôlego para isso, eu faço minha parte na torcida”, afirma. E ainda acreditando numa reviravolta, promete: “Se o Camboriú escapar dessa, vou tatuar o escudo do time”.

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...ter orgulho de morar na cidade-mãe de Balneário Camboriú: Há 129 anos, Camboriú abrangia a região que compreendia Balneário Camboriú. Em 1964, as duas cidades foram desmembradas. Mas os moradores mais antigos de Camboriú guardam o orgulho de saber que a praia já foi nossa.

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...ter comido pastel do Carlão 11

...se ofender quando a cidade é chamada de vila: O centro de Camboriú já foi conhecido como “Vila dos Garcia” no passado, mas hoje, essa deno-minação não agrada a mais ninguém. Camboriú cresceu e já tem mais de 60 mil habitantes.

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...ter orgulho de trabalhar duro: O povo camboriuense é trabalhador, e isso está compro-vado em sua origem. Os que não deram duro no interior trabalharam na pesca ou na extração de pedras.

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A Pastelaria Camboriú, que ficava na casa histórica derrubada em junho do ano passado, no centro da cida-de, deixou saudades. Foram muitos os camboriuenses que provaram o pastel de Carlos Vailati, o Carlão. Quando a casa foi derrubada, ele deci-diu que não levaria o estabe-lecimento comercial adiante.

Carlão é famoso por sua personalidade e, ape-

sar de diversas tentativas, não quis conversar com a reporta-gem do Linha Popular. Mesmo assim, foi lembrado neste ca-derno que trata dos hábitos dos camboriuenses. E comer o pastel do Carlão era um des-ses.

Além do pastel, a casa em que a pastelaria funciona-va também deixou saudades. Há registros fotográficos de 1940 que já mostram o casa-

rão localizado no início da rua Coronel Benjamin Viei-ra. A ampla casa abrigou o primeiro banco da cidade, o Inco, em uma Camboriú que vivia basicamente da agricultura, em que todos se conheciam. A casa guardou parte da história do municí-pio. Foi adquirida por Joa-quim Garcia e, durante anos, abrigou a Pastelaria Cam-boriú.

...falar “Né, Doco?!”: A expressão é muito usada em Camboriú sempre que algo é “demais”. A moradora Nelsa Santos deu um exemplo prático disso: “Ser camboriuense é nascer e morar há 40 anos aqui e ser muito feliz, né Doco?!”

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...fazer caminhada no IFC: Nos fins de tarde, o pátio do Instituto Federal Catarinense – IFC campus Camboriú vira um espaço de prática de exercícios físicos para a comunidade camboriuense.

16...lembrar das festas da Disco Laser: Quem não lembra das animadas festas na boate que era o point da juventude de Camboriú 20 anos atrás? A Disco Laser foi a responsável pela formação de muitos casais camboriuenses.

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Arquivo/LP

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7...comentar a política local 18

...ser feliz por natureza: Essa é uma das principais características de quem mora aqui. Anna Karine Vieira afirma que “ser camboriuense é ter orgu-lho de morar em uma cidade feliz por natureza. É saber que temos polos de turismo, que temos eventos maravilhosos acontecendo, e que nessa cidade teremos um grande futuro”.

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...pegar Praiana: Para chegar ou sair de Camboriú, para ir trabalhar no Balneário, ou para ir às cidades vizinhas. Os ônibus da Praiana são usados por grande parte dos camboriuenses que precisam atravessar a cidade e se locomover pela região.

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Alcioni Dalago, 65 anos, passa o dia comentando políti-ca. Para ele, “falar de política 24 horas por dia” faz parte da cultura do povo cambo-riuense. Filho de Amadio Dala-go, prefeito de Camboriú em três ocasiões, se arriscou nes-ta área apenas uma vez, em 1988, quando foi candidato a prefeito. Não se elegeu. “Tive muita decepção e não quis mais me candidatar”, explica.

No entanto, não deixou de se envolver na política. Além de assessorar vereador, ele estuda e guarda na me-mória histórias que marcaram esta área em Camboriú. Re-corda, por exemplo, o impe-achment do prefeito Acácio Bittencourt, em 1959, e outros fatos da política local sem es-forço algum.

Sentado em um ban-co da Cafeteria da Praça, local escolhido por muitos para os debates políticos, Alcioni conta histórias e ana-lisa o momento atual. Ele explica que o camboriuense tem interesse específico na política local. “Estadual e nacional, ninguém comenta”. Afirma, ainda, sentir sau-dades do tempo em que os políticos seguiam um ideal: “Hoje, só lutam pelo interes-se próprio”.

...comer tortéi com galinha: De festas de igreja a encontros de família, o tórtei com galinha é prato típico em Camboriú. Reflete a descendência italiana de parte da comunidade.

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... participar da Festa do Divino: Fundada por colonos portugueses e açorianos, Camboriú tem, na sua cultura, a herança desses povoadores. Um exemplo disso é a Festa do Divino Espírito Santo, realizada entre maio e junho.

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...ter orgulho de ter a melhor casa noturna do mundo: A Green Valley, que fica no Rio Pequeno, em Camboriú, foi eleita pela revista DJ Mag a melhor casa de música eletrônica do mundo.

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...pegar água no Parque da Bica 23

...viver sem internet e telefonia no interior: A reclamação é frequente dos moradores e empresários do turismo no interior da cidade. Agora, a Prefeitura batalha para que estes recursos cheguem à área rural.

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...ter que explicar que Balneário e Camboriú são cidades diferentes: Chega a irritar, não é mesmo? Todo camboriuense, em algum momento, já teve que explicar que Camboriú e Balneário Camboriú não são a mesma cidade.

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O gaúcho Celso Lunardi, de 73 anos, mantém o hábito de tomar chimarrão todos os dias, apesar de morar em Cam-boriú há dez anos. A água utili-zada no preparo da tradicional bebida gaúcha não é qualquer uma. Ele enche garrafas dia-riamente no Parque da Bica, no bairro Taboleiro. É aquela água que utiliza não apenas no chi-marrão, mas também em todas

as refeições feitas em casa.“A água aqui é muito boa.

No verão, sempre gelada. No in-verno, morna”, afirma o mecânico. Como o parque fica perto de sua casa, Celso vai todos os dias, com uma garrafa embaixo do braço, até o local. Mas, na sexta-feira, prefere encher um estoque maior. “No fim de semana não tem como vir, é muita gente”, explica.

Segundo Celso, morado-

res de toda a cidade e região pegam água no Parque da Bica. “É especial de boa”, afir-ma, com forte sotaque gaúcho. Ele salienta que a estrutura do local melhorou nos últimos anos e o parque tem sido bem cui-dado. Aconselha, ainda, que mais que o espaço, as pessoas preservem aquilo que encon-tram ali: “Precisamos cuidar da água”.

...reclamar do estado das ruas: Quem não reclama? Das estradas de chão batido às ruas com asfalto danificado, muitas das vias de Camboriú têm problemas que revoltam os moradores.

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...ser mais conhecido pelo apelido que pelo nome: Você sabe o nome do Doco? Muitos já estiveram no bar do Chirom, mas alguém sabe o nome dele?

28 ...dar nome às coisas de acordo com quem fez ou com a vizinhança: A ponte que atravessa o rio Camboriú per-to do antigo Colégio Agrícola é a ponte do Rolinha. No Barranco, tem a ponte do Be-nassi. No Rio Pequeno, o trevo do Minela.

29...pular Carnaval no Salão do Gustavo: Há mais de 60 anos, o salão que fica na localidade do Braço, é o palco do Carnaval mais famoso de Camboriú.

30...fazer trilha de moto e jipe no interior: As trilhas do interior da cidade agradam os praticantes destes esportes.

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...tomar banho no rio Camboriú: A poluição atrapalha essa prática, mas no passa-do, tomar banho no rio Camboriú era obrigatório para quem queria se refrescar no verão.

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...ter saudade do Colégio Agrícola 32

...conhecer o Gutoso e a Eva: Gutoso e Eva são personagens conhecidos dos mora-dores na cidade. Eva está sempre na Prefeitura e seus arredores. Gutoso é tão famoso que é convidado de honra da Fanfarra Municipal nos desfiles.

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... lamentar a derrubada da antiga Prefeitura: Uma casa histórica abrigou a Prefeitura de Camboriú até a década de 1990, quando foi derrubada para dar espaço à atual. Os camboriuenses, no entanto, ainda hoje lamentam a derrubada da antiga Prefeitura.

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Hélio Marcos Benvenutti, ad-vogado de 47 anos, guarda um álbum de fotografias da época em que estudou no Colégio Agrícola de Camboriú - CAC, hoje Instituto Federal Catarinense – IFC. Entrou em janeiro de 1980, aos 14 anos de idade, e concluiu os estudos na unidade em 1983, como técnico em agropecuária. Mais que a dis-ciplina, o trabalho e a educação, aprendeu no colégio a fazer gran-des amizades, que ainda carrega.

Lembra que a turma com

a qual ingressou na escola tinha pouco mais de 20 alunos – ape-nas três eram mulheres. Daquele grupo, somente seis se formaram. “O ensino era muito forte, muito rí-gido”, explica.

Como morava em Cam-boriú, Hélio Marcos estudava no regime de semi-internato. Havia também os estudantes de outras cidades, que eram internos da es-cola. Houve uma época, conforme ele conta, em que havia muita ri-validade entre os moradores de

fora e os camboriuenses. “Mas quando eu estudei, isso já não era mais tão comum”, avalia.

As fotos que guarda mos-tram o time de basquete em que jogava, a fanfarra do Colégio Agrícola, as viagens da turma e a formatura. Ele recorda boas histó-rias e atribuiu ao CAC o profissional e cidadão que é hoje. “Foi essencial na minha formação. Se eu não tives-se passado pelo Colégio Agrícola, jamais teria conseguido entrar na faculdade de Direito”, afirma.

...consumir produtos do interior: Cuca, empadão, salame, caldo de cana, bala de banana. Muitos produtos feitos por moradores do interior são consumidos por aqueles que moram na cidade.

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...conhecer as famílias pelo sobrenome: Garcia, Pereira, Bernardes, Dalago, Gervásio são algumas das famílias tradicionais de Camboriú.

37 ...participar do Terno de Reis: No mês de janeiro, é realizado o tradicional Encontro de Terno de Reis. O evento ocorre normalmen-te na Praça das Figueiras e reúne antigos músicos e suas violas.

38...frequentar pesque-pague: São muitas as opções de pesque-pague no interior de Camboriú. Em alguns, é possível encontrar ainda piscinas, tobo-gãs e espaço para eventos.

39...valorizar a história da cidade: Camboriuense que se preze tem que valorizar a história da cidade. Como lembrar dos tempos em que o interior era mais movimentado que o centro.

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11...fazer caminhada à Santa Paulina 41

...cumprimentar as pessoas na rua mes-mo sem conhecer: Você está parado na rua esperando alguém e passa um desconhecido. Ele vai te cumprimentar. Ser camboriuense é assim.

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...ficar preso no congestionamento da avenida Santa Catarina: Quem nunca passou por isso nos horários de pico? A principal via de acesso à Camboriú já não suporta mais o grande fluxo de veículo e os congestionamentos já se tornaram comuns.

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...monitorar o rio Camboriú em dia de chuva:Não existe melhor forma de saber como agir quando começa a chover forte do que monitorar o nível do rio. Em períodos de chuva constante e forte, é comum observar cidadãos nas proximida-des do rio analisando se o nível subiu ou baixou.

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...tentar chegar em casa com as mudanças no trânsi-to durante os Gideões:O trânsito muda tanto na cidade nos dias do evento que a Prefeitura se obriga a divulgar um mapa de como ficam as ruas para auxiliar os moradores.

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Há 15 anos, para acompanhar uma vizinha que havia feito uma promessa à então Madre Paulina, Mau-ra Corrêa Nazário foi ca-minhando até Nova Trento. Foi a primeira caminhada à Santa Paulina organizada por ela. Na primeira, havia apenas três pessoas. Na últi-ma, 150. “Teve um ano que conseguimos reunir 280 pes-soas”, conta Maura.

Hoje, aos 53 anos e com problemas de saúde, ela já não caminha mais todo o

trecho, que leva dois dias e meio para ser percorrido. Mas continua organizando o evento, que este ano será re-alizado no dia 31 de maio. O trajeto é feito pelo inte-rior da cidade e as paradas são salões de igrejas. Mau-ra sabe que é difícil e que a caminhada é uma penitência. “Tem que ir pela fé, não pela competição”, orienta.

Devota da santa há mais de 30 anos, ela conta que a maioria das pessoas que participa vai até Nova

Trento motivada pela reli-giosidade. “Mas sempre tem aqueles que não levam tão a sério”, afirma. Para estes, a mulher sem papas na língua dá um conselho: “Quem qui-ser luxo, que vá para um spa ou fique em casa”.

Além dos camboriuen-ses, a caminhada reúne tam-bém moradores de outras cidades e estados. Para Mau-ra, os dias juntos, seguindo o caminho até a santa, resultam em três coisas: fé, companhei-rismo e compreensão.

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...ligar para a rádio para reclamar: Programadas como o Bote a Boca no Trombone, da Rádio Menina, e outros de emissoras locais são o principal canal da comunidade camboriuense para fazer reclamações.

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...estragar o carro no calçamento 46

...acompanhar perfis falsos nas redes sociais: Todo camboriuense gosta de comentar política e reclamar dos problemas da cidade. No entanto, muitos deles temem represálias e se escondem atrás de perfis falsos nas redes sociais.

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...conviver com cachorros de rua: Esta é uma reclamação constante dos camboriuenses. É grande o número de cachorros espalhados nas ruas da cidade, principalmente no bairro Santa Regina.

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Muitas das ruas de Cam-boriú ainda são de chão batido ou de calçamento. As pedras predominam inclusive nas princi-pais vias da cidade. E em muitas delas, se tornam um problema para os motoristas.

Adriano Pereira, de 35 anos, não reclama porque traba-lha diretamente com isso. Proprie-tário da Kiko Autopeças, Adria-no atende muitos motoristas que chegam até a oficina reclaman-

do dos danos que o calçamento causa nos carros.

“Não é a principal causa dos problemas dos veículos que nós consertamos, mas é uma das prin-cipais”, explica. Segundo Adriano, o calçamento causa danos na sus-pensão dos carros que exigem que o reparo seja feito por um mecâ-nico. “Geralmente é coisa simples. A troca de peças, do amortecedor, resolve. Mas, para isso, os carros precisam ser levados para uma

oficina”, afirma.O estabelecimento, que

existe desde 1966, conta com nove funcionários. “É bastante procurado”, conta Adriano. Ele observa que, atualmente, a maio-ria dos motoristas que leva o carro ao local com problemas de sus-pensão transita pelo bairro Santa Regina. Para ele, a situação é ga-rantia de trabalho. Mas solidário aos motoristas, ele não comemora o problema.

...ter orgulho de morar na cidade que abriga o Centro de Treinamento de Larri Passos: Larri Passos, que foi técnico no tenista Gustavo Kuerten, o Guga, mantém o seu centro de treinamento na localidade do Japão, no Rio Pequeno.

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...ter estudado no José Arantes: É a escola mais antiga da cidade. Foi lá que estudaram os moradores que podiam deixar o interior.

51...ter acesso às cidades vizinhas pelo interior: A BR-101 não é a única forma de sair de Cambo-riú. Pelo Rio Pequeno, Braço, Limeira, é possível ir para Brusque e Itajaí. Pelo Morro do Encano, no Rio Pequeno, pode-se seguir até Itapema.

52...matar porco: É fim de semana e os ho-mens se reúnem no interior para matar porco. O ritual faz parte da tradição da cidade.

53...fazer apostas: Todo camboriuense, pelo menos uma vez, já apostou que algo aconteceria.

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...falar com sotaque típico: O historiador Isaque de Borba Corrêa dá um belo exemplo disso: “Camboriuense tem que achar que Camboriú é o nome mais bonito do mundo. Saber onde fica os ‘Quei-té’, o ‘Loro’, Braço e Macaco. Ter o ‘Bico da Pedra’ como referência. Saber onde é a Rua do Fogo. Tem que conhecer o Kau e a Lídia Duarte. Tem parente ‘arigó’, passear na praça e ter ‘pegado algum serviço na praia’. É coisa, né Doco”. Além das expressões tradicionais, camboriuense fala rápido, cantadinho, e não se preocupa se está se fazendo entender.

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...comprar jornal na Banca da Renate 55

A Banca da Renate, que fica na rua Coronel Benjamim Vieira, no centro de Camboriú, é tão tradicio-nal que a maioria dos frequentado-res chama a proprietária de Rena-te, sem nunca perguntar seu nome. Na verdade, a dona da banca é Maria de Aguiar, de 60 anos. Re-nate é sua filha, que nasceu um ano e meio antes do estabelecimento ser aberto, 28 anos atrás. “Todos me chamam de Renate, mas eu nem corrijo mais”, ela conta, brincando.

A criação do estabelecimen-

to surgiu por uma necessidade de Maria. Ela trabalhava em uma ban-ca de revistas em Balneário Cam-boriú quando engravidou. Sabia que o nascimento da filha exigiria que estivesse mais perto de casa, e foi aí que decidiu abrir seu pró-prio negócio. Contou com o apoio do ex-patrão, João Coragem, e se instalou na frente da Praça das Fi-gueiras.

Há 11 anos, mudou a ban-ca para o local em que hoje está instalada, e a freguesia não para

de crescer. “As mulheres compram muita revista de fofoca, também sai muito jornal”, conta Maria. Além disso, ela vende no estabelecimento presentes e produtos de papelaria.

Conta que, no decorrer dos anos em que trabalha na área, já viu muitas pessoas tentando abrir bancas em Camboriú. “Mas não vingaram, a minha ficou”, comemo-ra. Maria afirma que gosta de ler e o contato com revistas e jornais torna o trabalho agradável. Além disso, garante que ama o que faz.

...chamar o Jardim Paraíso de Inferninho: Este é o nome popular do loteamento, que fica no bairro Cedro.

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...comer costela em fogo de chão: Nas festas ou encontros de família, a costela presa a espetos no chão, que leva horas para ficar pronta e desmancha na boca quando está pronta é uma opção frequente dos camboriuenses.

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...sentir saudade de como a cidade era: Muitos moradores lembram a Camboriú de antigamente. Há os que têm saudades daquele tempo e guardam na memória as histórias da cidade.

59...não conhecer mais os moradores: Camboriú cresceu muito na última década. Antes, todos se conheciam. Agora, é normal que os moradores mais antigos reclamem de já não reconhecerem as pessoas nas ruas.

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15...jogar bocha no bar 61

...morar no Monte Alegre e dizer que vai para Camboriú quando vai para o centro: Para os camboriuenses que vivem no Monte Alegre, é quase como se o centro de Camboriú fosse outra cidade.

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...ser picado por borrachudo: Não existe camboriuense que nunca tenha passado por isso. O mosquitinho ataca a todos e deixa suas marcas. Os borrachudos são ainda mais comuns na área rural.

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...não saber como escreve o nome do bairro Taboleiro:É Taboleiro ou Tabuleiro? A confusão é comum entre os camboriuenses. Para esclarecer, recor-remos à lei municipal que denomina o bairro. Pela lei, a grafia correta é Taboleiro.

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...conviver com a falta de água na temporada:O camboriuense chega em casa, no verão, disposto à limpar a casa, lavar roupa e precisando tomar banho. Quando abre a torneira, percebe que não tem água. O problema vem de anos, mas em toda temporada, revolta os moradores.

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Bar camboriuense de verdade tem que ter can-cha de bocha. É ali que os moradores – geralmente ho-mens – se reúnem para pra-ticar o esporte. Na noite de terça-feira, dia 2, ocorreu um torneio de bocha no Bar do Chirom, no centro da cidade. Como em todos os dias, Ar-naldo César Policarpo, de 49 anos, estava lá.

“São 20 anos frequen-tando o bar para jogar bocha. Desde que abriu, venho sem-pre”, conta. Foi ali, naquela cancha, que aprendeu a prati-car o esporte. “É uma tradição forte em Camboriú”, avalia.

Para Arnaldo, a bocha é um hobby. O bar, ele conta, é como um clube fechado. “É sem-pre a mesma turma, aqui a gen-te se diverte, esquece de tudo”,

afirma. O morador do centro da cidade trabalha no ramo imobi-liário e divide com muitos ami-gos a paixão pelo esporte.

Apesar de ser tratado como brincadeira, Arnaldo avalia que não é para qual-quer um. “Tem que ter muita precisão ao jogar”, afirma o camboriuense, que é apontado pelos amigos como um bom jo-gador.

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...ter o descascador de arroz como ponto de referência: O terreno que fica na rua José Francisco Bernardes, na esquina com a Presidente Costa e Silva, abrigou o antigo descascador. Até hoje, é citado como ponto de referência.

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...gostar de contar causos 66

...ter visto as olarias que funcionavam: Camboriú já se destacou pela produção de tijolos e telhas através das olarias. Hoje, algumas ainda existem, mas já não são mais tão comuns por aqui.

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Para Marcides Jacob, o Tito, contar causos é uma tradi-ção dos camboriuenses “nativos”. Ele explica que muitas das his-tórias repassadas, geralmente baseadas em fatos reais, carre-gam algo de exagero. “Às vezes são coisas que acontecem, mas o pessoal tem a capacidade de enfeitar”, afirma. “O cambo-riuense nativo é meio ator”, ele completa, rindo.

Tito é um deles. Não gos-

ta de ter seus casos divulgados assim, no jornal, porque teme ofender alguém. “Tem algu-mas histórias que mexem na reputação, e às vezes a fa-mília da pessoa não gosta”, explica. Mas ao pé do ouvido, geralmente quando o envolvi-do está perto e o causo é mais uma forma de relembrar um fato do que fazer fofoca, a história vem à tona. Quando recorda uma, Tito logo emen-

da mais duas ou três.Explica que começou a

contar causos ainda na infân-cia, quando ouvia muitas histó-rias do pai, Osmarino, e outras pessoas que trabalhavam na extração de pedras, profissão tradicional em Camboriú. “Mas todo mundo conta, faz parte da nossa rotina”, explica. Para Tito, qualquer encontro na rua, na praça, em casa, é oportuni-dade para contar um causo.

...ter visto os engenhos: Nas propriedades rurais da cidade, os agricultores planta-vam e mantinham engenhos. Em muitos locais, as estrutu-ras ainda existem, apesar de não serem mais utilizadas.

69

...comprar no Pereira: O Comercial Pereira, que começou como agropecuá-ria e fica na rua José Francisco Bernardes, é bastante frequentado pelos camboriuenses. De panelas, rações a ferragens, tudo pode ser encontrado no local.

71

...fazer cavalgada: A cidade conta com centro de treinamento em hipismo, que forma atletas de toda a região, e também é famosa pelas cavalgadas realizadas.

72...participar do Encontro dos Amigos: Geralmente no mês de setembro, a Praça das Figueiras se transforma para receber o evento.

73...pedir mais segurança: A cidade figura em primeiro lugar no ranking estadual de homicídios. Por isso, todos querem mais segurança.

74

70...ter sido registrado pela Teté do cartório: Quem não foi registrado quando nasceu, foi quando casou. Marister Rocha, a Teté, é juíza de paz no cartório de registro civil de Camboriú.

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Camboriú 129 anos

Ser camboriuense é...

17...ter o maior acervo do Brasil sobre Ayrton Senna 75

...não identificar ruas pelo nome nem casas pelo número: Rua do Fogo, Rua da Palha. Estes são al-guns dos exemplos de vias da cidade que dispensam nomes específicos. Além disso, faltam placas de identificação em muitas ruas de Camboriú.

76

...ter orgulho de a cidade ter sido a capital do mármore: As jazidas de granito e mármore, que já foram abundantes, concederam a Cam-boriú o título de “Capital do Mármore”.

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...conhecer o motódromo Lua Cheia:Corridas de motocross de âmbito local, estadual e nacional, são realizadas no mo-tódromo Lua Cheia, que também é usado para treinamento dos pilotos locais.

78

...passar pelo Morro do Encano quando a BR-101 está parada:O Morro do Encano é a principal rota de fuga da cidade, em direção ao sul do estado, quando a BR-101 está parada..

79

São quadros, fotos, capa-cetes, roupas, livros, recortes de jornais e de revistas. O acer-vo Tributo A Um Campeão, que fica na Kadiz Esporte e Lazer, no bairro Taboleiro, é a maior cole-ção sobre Ayrton Senna do país. Iniciativa de Altair dos Santos, o conjunto que reúne toda a traje-tória do piloto falecido em 1994 é visitado por turistas do Brasil e do mundo.

Para Altair, o legado de Ayrton Senna serve como inspi-ração. “Eu nunca fui fã de auto-mobilismo, sou fã de futebol. Mas

o Ayrton Senna foi diferente, ele resgatou nosso patriotismo em um momento em que a autoestima do brasileiro era baixa”, reflete.

Foi nesta época, mais de 20 anos atrás, que Altair come-çou a colecionar recortes de re-vistas e jornais. Nunca viu o piloto pessoalmente. “Nunca fui a uma corrida enquanto ele era vivo”, conta.

Depois que o ídolo fale-ceu, no entanto, estreitou laços com a família Senna, de quem ganhou muitos materiais que fa-zem parte da coleção. Mais que

o acervo, procura levar adianta o exemplo do piloto. “Quanto maior a dificuldade, mais ele se superava. A superação é o que procuro passar”, afirma Altair, que mantém um projeto social.

O acervo está sempre pronto para visitação, orien-tada pelo proprietário. Altair recorda a frase que escuta da maioria dos visitantes e mostra o quanto Ayrton Senna marcou a todos. “As pessoas que che-gam aqui sempre comentam: os domingos nunca mais foram os mesmos”.

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Camboriú 129 anos

Ser camboriuense é...

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...chamar o Jardim Bela Vista de Bacia: Não se sabe ao certo se é pelo formato do bairro que fica entre o centro da cidade e o Monte Alegre, mas o Jardim Bela Vista é popularmente conhecido como Bacia.

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...ser sócio do clube Brejeiros 80

As festas que ocorreram na Associação Atlética Brejei-ros entre os anos de 1996 e 2002 marcaram a fase de ouro do local. Na opinião do atual presidente, José Henrique Bol-da, o Montanha, de 44 anos, o Brejeiros nunca mais será como foi naquela época. “Era muito tradicional. Na Festa Junina, por exemplo, tinha que colocar barracas do lado de fora por-que não cabiam todas as pes-

soas dentro do clube”, conta.Em seu auge, o Brejei-

ros reuniu mais de 200 as-sociados. A maioria era de Camboriú, mas também havia os que vinham de Balneário e de Itajaí. Hoje, muita coi-sa mudou, mas a associação mantém os campeonatos de futebol e a piscina aberta durante o verão.

Atualmente, o Brejeiros tem cerca de cem associa-

dos, mas poucos participam efetivamente das atividades. A associação foi criada em junho de 1988 e entre outros acontecimentos que marcaram a história da cidade, foi cená-rio da criação do Camboriú Futebol Clube. “Muita gente comenta que tem saudade”, conta Montanha. Para não deixar a associação morrer, ele estuda outras formas de aproveitar o espaço.

...chamar o São Francisco de Assis de Barranco: O bairro que fica entre o centro da cidade e Balneário Camboriú é mais conhecido como Barranco do que pelo seu nome oficial.

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...ter visto o nascimento do bairro Santa Regina: Os loteamentos que hoje formam um único e grande bairro foram surgindo aos poucos, nas proximidades do rio Camboriú.

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...xingar usando a expressão “sua uva” em jogo de futebol: Isso acontece com frequência nos jogos do Camboriú FC, no estádio Robertão. “Sua uva” é uma forma “sutil” de xingar o mal jogador, que comete erros em campo.

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...ter participado do Jecam: Os Jogos Escolares de Camboriú são tradi-cionais na cidade. Não ocorreram no ano passado, mas sempre reúnem centenas de atletas nas mais diversas modalidades.

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...ter jogado no Guri Bom de Bola: A tradicional escolinha de futebol foi responsável pelo surgimento de muitos atletas locais, que hoje brilham no Camboriú FC e pelo Brasil.

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Ser camboriuense é...

20 ...fazer o bemNa opinião de Jurandir

Largura, de 65 anos, “Cam-boriú é feita de pessoas de bom coração”. Ele é uma de-las. Chegou à cidade na déca-da de 60 e desde 1993, faz trabalhos voluntários. Começou na Associação de Pais e Ami-gos dos Excepcionais – Apae e, atualmente, atua na ação social Cristo Rei, ligada à igre-ja católica.

A ação conta com 12 pessoas na diretoria, todas voluntárias, e atende a 30 fa-

mílias. “Não olhamos religião, cor, partido político de quem ajudamos. Seguimos um pro-jeto pessoal, sem interesses”, afirma Jurandir. Na presidên-cia da ação social, ele conta que recebe apoio constante da comunidade. “Se você fi-zer um pedido, será atendi-do”, afirma. “Muitas pessoas não fazem um trabalho volun-tário por falta de tempo, por não saber como participar. Mas se você faz um trabalho voluntário sério e pede aju-

da, sempre tem quem aju-de”, afirma.

Este ano, a ação so-cial, que realiza cursos, dis-tribui roupas e alimentos, vai atuar na reinserção de dependentes químicos. Ju-randir não ganha incentivo financeiro nenhum para ir atrás das conquistas, mas garante que é recompen-sado. “Não sei por que co-mecei, acho que foi um cha-mamento divino. É obra de Deus”.

...ver jogo do Robertão no Bar do Hélio: Nos jogos do Campeonato Catarinense fica difícil, mas muitas vezes o Bar do Hélio ficou tão cheio quanto as arquibancadas do Robertão. Hélio da Silva, proprietário do bar, faleceu no dia 15 de janeiro deste ano. Naquela semana, foi homenageado por torcedores do Camboriú FC.

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... fazer compras nos bairros nos domingos de manhã: Encontrar algum estabelecimento comercial aberto no centro da cidade nos domingos de manhã é raro. Já nos bairros, o cenário é diferente. Mercados e lojas abrem e o movimento é intenso.

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... decorar as casas para a Festa do Divino: Faixas e fitas em vermelho, branco e dourado, decoram as casas da cidade durante a Festa do Divino Espírito Santo.

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...amar Camboriú: Para Soni Webber, “ser camboriuense é amar e respeitar esta cidade acolhedora e aconchegante, mesmo que não seja sua cidade natal”.

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Ser camboriuense é...

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...ter dificuldades para atravessar a rua na faixa de pedestre: Os camboriuenses que andam a pé têm dificuldades para atravessar na faixa de pedestre. Os motoristas, para parar.

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...casar no Portal das Pedras 92

...ter sido atendido pelo Zé da Farmácia: José Luiz da Cruz trabalhou com medicamentos durante 38 anos, o que lhe rendeu o apelido de Zé da Farmácia. Muito camboriuense foi atendido por ele.

94

...conhecer a região da avenida Minas Gerais por “Rally”: Antes da construção da avenida Minas Gerais e do cres-cimento daquela região da cidade, a área era conhecida como “rally”.

96

Casamentos são realiza-dos no Portal das Pedras todos os fins de semana. O espaço para eventos fica na estrada geral dos Macacos, interior de Camboriú, e comporta quase 500 pessoas. O contato com a natureza, o amplo espaço e a preferência dos cambo-riuenses pelo local são a garantia de que o centro de eventos sempre será procurado, inclusive por pesso-as de cidades vizinhas. É nisso que acredita um dos responsáveis pelo

Portal das Pedras, Péricles Testoni.Segundo ele, 80% dos

eventos realizados no local são casamentos. “Depois vêm forma-turas e festas de 15 anos”, conta. Péricles participa ativamente da organização dos eventos e conta casos curiosos, principalmente dos casamentos. “Tem noivo que entra de moto, de cavalo, de charrete. Já teve até noivo que entrou com a noiva em um carrinho de mão”, conta, rindo.

Ele explica que a maioria dos frequentadores ressalta que os atrativos do local são a tranqui-lidade e o contato com o meio am-biente. Já as reclamações são em relação ao acesso, por estrada de chão, e ausência de sinal de celular e internet.

Péricles acredita, porém, que estes problemas serão resolvidos, e que o estabelecimento, que começou como pesque-pague até virar centro de eventos, vai crescer ainda mais.

...marcar o tempo pelo prefeito da época: A Apae de Camboriú foi construída na época do Ainor. A Prefeitura nova na época do Rolinha. O asfalto no centro da cidade na época do Edinho.

95

...participar de bingos beneficentes: Os bingos são uma tradição de Camboriú. Igrejas, escolas e entidades recorrem a eles para adquirir verba para melhorias. E todo camboriuense frequenta.

97

... fazer foto com Seu Nivaldo, Papai Noel: O Papai Noel camboriuense é Nivaldo Evaristo, que todos os anos atende as crianças na Praça das Figueiras. Ele tem 62 anos e há quase 15 encarna o personagem do bom velhinho.

98...ter conhecido a Cofran: A antiga fábrica de roupas ficava na rua José Francisco Bernardes, onde hoje está localizado o mercado Schmit.

99...ter conhecido o padre Alcides: Alcides Albony Amaral foi pároco de Camboriú durante quase dez anos. Entre seus feitos está o res-gate da Festa do Divino.

100

...ter trabalhado cortando pedra

Camboriú carrega o título de Capital do Mármo-re e já teve na extração de pedras sua principal fonte de renda. Hoje, a estimativa é de que cerca de 300 pessoas ainda trabalhem como bro-queiros. Eliseu Vignoli, de 61 anos, é um deles.

Desde os 16 anos de idade ele trabalha no corte de pedras. Hoje, é funcioná-

rio da empresa de pedras Tes-toni, onde continua o trabalho tradicional que aprendeu na adolescência. “Saí um tempo para trabalhar na construção civil, mas acabei voltando”, ele conta.

Para Eliseu, mais que uma tradição econômica de Camboriú, o corte de pedras é reflexo de seu povo. “É um trabalho muito pesado. Quan-

do a gente não tem estudo, acaba fazendo isso”, diz o senhor, que nasceu no interior da cidade mais ainda criança mudou-se com a família para a área central.

Apesar das dificuldades, Eliseu comemora o fato de ter criado os cinco filhos com esta profissão, que deve abando-nar dentro de três anos, quan-do pretende se aposentar.

101

...ver a decoração de Natal da Praça das Figueiras : O Natal Luz se tornou tradicional entre os moradores de Camboriú. Com as figuei-ras iluminadas, moradores passeiam pela praça durante as noites de dezembro.

105

...gostar de soltar foguete: Não há festa do município, eleição e comício sem foguetório em Camboriú.

102

...alugar a casa e comércio para os Gideões:Mais um exemplo de como o evento movi-menta economicamente a cidade. Moradores e comerciantes do centro alugam casas e estabelecimentos para quem vem de fora participar do congresso.

103

... lembrar do antigo Rondão Lanches:A lanchonete ficava atrás da Igreja Matriz e tinha o formato redondo.

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Ser camboriuense é...

24 ...participar do rodeio da Festa Rural 106

Jéssica Grizão estava acostumada a observar o ro-deio da Festa Rural da arqui-bancada. Sempre gostou do ambiente country, do contato com as tradições da área rural. Nascida em Cuiabá, ela mora em Camboriú desde os 7 anos de idade. Agora, aos 16, vai ver a Festa Rural de um jeito diferente. Jéssica será o centro das atenções.

A jovem que mora no Monte Alegre foi eleita rainha da Festa Rural este ano. Ain-da visivelmente surpresa com

a escolha e com a reação da comunidade camboriuense, ela vai participar ainda com mais intensidade das festividades este ano. “Já trabalhava como modelo, mas agora é diferente. É meu primeiro concurso”, conta a jovem.

Nesta semana, ela par-ticipou de um ensaio de fotos para o Linha Popular. Segu-rando a bandeira do municí-pio, Jéssica foi reconhecida por crianças nas ruas. “Isso é muito novo para mim, estou gostando bastante”, revelou.

Ela será presença ga-rantida na Festa Rural e no rodeio de César Paraná, que já acompanhava muito an-tes da fama e que promete que continuará frequentan-do. Aproveita para convidar toda a comunidade. “Gosta-ria de convidar a todos para participar deste presente que é a Festa Rural. É um evento lindo, preparado com muita dedicação”, diz a jovem, que demonstra muita desenvoltura e garante que quer orgulhar Camboriú.

...frequentar o Robertão: Para Ryan Silva, “o melhor local da nossa cidade é o estádio Roberto Santos Garcia, pois todo camboriuense gosta de ver jogo, principalmente se for do nosso Cambura”.

107

...ter a sensação de que se conhece todo mundo : Para Maria Olandina, “ser camboriuense é um sentimento de pertencimento. É ter a sensação de que se conhece todo mundo. É andar pela cidade e achar que cada um ali, em algum momento, em algum tempo, tem uma ligação com você”.

108

...conviver com carros de som: Eles incomodam, muitos moradores reclamam, mas os carros de som circulam com frequência., seja para fazer propaganda de lojas, seja nas campanhas políticas.

109

...ter tirado foto no Cine Foto Bete: A empresa de fotografia ficava na rua Gustavo Richard, nas proximidades da igreja, no centro da cidade.

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Ser camboriuense é...

...ter visto o crescimento do Monte Alegre 111

Metade da vida de José Isone Medeiros, o Zé Barbeiro, foi passada no distrito do Monte Alegre. Nascido no interior de Cam-boriú, mudou-se para a lo-calidade há 36 anos. Re-corda que, naquela época, o Monte Alegre tinha 1.800 eleitores. Hoje, são mais de 30 mil habitantes. Lembra que, quando chegou, não havia nada. “Hoje, é uma ci-dade”, opina.

É essa independência o que mais gosta no distrito. “O Monte Alegre tem vida própria, não precisa de nin-guém”, afirma. Assim como os moradores do bairro, que encontram ali tudo que pre-cisam, Zé se firmou no local. “Eu amo esse lugar”, garan-te.

O barbeiro gosta do desenvolvimento, mas acre-dita que o crescimento pre-cisa ser melhor avaliado.

“O Monte Alegre cresceu muito, até desordenadamen-te”, afirma o morador, em uma das padarias do distri-to. Entre um café e outro, é reconhecido pela comunida-de, que viu se transformar “principalmente nos últimos dez anos”. Apesar do cres-cimento, é o exemplo de que personagens ilustres da his-tória da localidade, como ele, ainda são reconhecidos por todos.

...participar de comício: O camboriuense gosta de participar de comício. Todos têm muita participação da comunidade.

112

...ter frequentado baile do Clube Palmeiras: O Clube Palmeiras, no centro da cidade, realizou bailes e festas marcantes. Hoje, ainda é utilizado para encontros de partidos, de sindicato, entre outros.

113

...saber jingles de campanhas políticas de cor: Não importa quanto tempo faz, os jingles mais mar-cantes de cada eleição continuam na cabeça dos cam-boriuenses. “É o Ainor, que veio como o homem certo nessa eleição”, “Outubro já está chegando, é o Rolinha de novo, pra mais uma eleição”, “Campeão, vencedor”, “45 é ela”, entre outros, jamais serão esquecidos.

114

...se emocionar com a apresentação do Latarte: O grupo socioeducacional e cultural Latarte faz apre-sentações de percussão emocionantes, que tocam todos os camboriuenses.

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Ser camboriuense é...

26 ...usar internet de graça na Praça das FigueirasA Praça das Figueiras é o

principal cartão postal de Cam-boriú. Além dos aposentados que jogam dominó e dos mora-dores que passeiam por ali, tem sido bastante visitada por aque-les que gostam de navegar na internet.

Desde 2009, a Prefeitu-ra disponibiliza internet sem fio gratuita na Praça das Figuei-ras. O serviço atrai muita gente,

principalmente jovens como Luiz Ribeiro Vieira, de 17 anos, que diariamente vai até a Praça para acessar a rede.

Luiz mora no centro da cidade e gosta de ter essa op-ção. Conta que costuma acessar a internet através do celular. “Uso mais para redes sociais, como o Facebook, e para pes-quisas”, conta o adolescente. “Uso com bastante frequência,

e a internet é boa aqui”, opina. Luiz estuda no 2° ano

do ensino médio no colégio José Arantes e explica que não tem internet em casa. Por isso, o serviço gratuito disponibiliza-do na Praça o auxilia inclusive nos trabalhos escolares. Luiz é natural de Camboriú e dá ain-da uma sugestão: “Seria bom se tivesse internet gratuita em mais locais da cidade”.

116

...insistir em chamar o IFC de Colégio Agrícola:O CAC transformou-se em Instituto Fede-ral – IFC há quatro anos. Mas muitos ainda se referem ao local pelo antigo nome.

122...temer que a luz caia sempre que chove:Choveu, a energia pode cair. Isso é comum em Camboriú.

123...viver em um lugar tranquilo:Raquel Wegner é um exemplo de camboriuense que ama o sossego da cidade.

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Ser camboriuense é...

...acompanhar a Fanfarra Municipal no Sete de Setembro: A Fanfarra Municipal trabalha muito na data. No ano passado, foi realizado um desfile no centro e um no Monte Alegre.

121

...ver prédios sendo construídos em áreas que eram cobertas pelo mato: Os moradores mais antigos sempre comentam: “ali, onde é o Taboleiro, era só mato”, “onde agora é o Santa Regina, não tinha nada”.

118

...chamar de “graxaim” quem é de partido contrário:Não chega a ser um xingamento, mas em época de elei-ções, não tem qualificação melhor para definir o cambo-riuense de partido oposto do que “graxaim”.

119

...chamar de “agricolino” quem estudou no Colégio Agrícola:O antigo Colégio Agrícola, hoje Instituto Federal, formou muitos camboriuenses. Se você estudou lá, é um agricolino.

120

...participar do jantar da Apae:Todos os anos, a Associação de Pais e Amigos dos Excep-cionais realiza um jantar para celebrar seu aniversário.

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...ler o Linha Popular 125

O jornal Linha Popular foi criado há quatro anos por três jornalistas que acreditam que ser camboriuense é se manter bem informado. Desde que a primeira edição foi para as ruas, Rafaela Dalago, que na época tinha 14 anos, acom-panha o jornal. Para ela, ficar por dentro das notícias e saber mais da história do povo cam-boriuense são um exercício de cidadania.

“Leio o Linha Popular por-que o jornal sempre mostrou os dois lados e porque mantém uma periodicidade que não falha”, explica a leitora, hoje com 18 anos e cursando o 3° período da faculdade de jornalismo.

Rafaela cita ainda a pro-dução online do Linha Popular. “Pela internet, fico sabendo das notícias no momento em que elas acontecem. É tudo muito rápido e de fácil acesso”, opina.

Ela conta que observa mudanças no jornal. “Quando começou, era mais tímido. Hoje as pessoas esperam a sexta-fei-ra chegar para ler”, afirma. Ra-faela ainda cita a publicação de reportagens que mostram os bastidores da Prefeitura e denúncias que interessam a toda a comunidade como os atrativos do jornal. “Além disso, destaco a busca pela transparência e a voz do povo”, completa.

...protestar pelos seus direitos: Mais do que reclamar do que está erra-do, muito camboriuense protesta para que seus diretos sejam atendidos.

126

... ter fé, independente da religião: Tanto os católicos quanto os evangélicos demonstram sua fé em Camboriú. Para Rosangela Aparecida Benassi a fé é uma característica do camboriuense.

127

...ter orgulho de morar em um lugar com caracterís-ticas de cidade pequena: Para Joana Gall, “ser camboriuense é saber que a cidade cresce, evolui, e ainda manter o sentimento de quem mora em um lugar pequeno e acolhedor. É poder confiar nos vizinhos, é ver antigos amigos pela rua. É parar para conversar na farmácia, na padaria, na praça, e encontrar conhecidos em todos os lugares”.

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...ter visto o rápido crescimento da cidade: Camboriú cresceu muito nos últimos anos.Em uma década, a população aumentou 50%.

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129 anos 62.361 habitantes 212 km2 59.231 pessoas moram na cidade

3.130 moradores estão no interior 10 bairros 18.301 domicílios

174 estrangeiros moram aqui 7.500 toneladas de arroz produzidas

13 mil alunos na rede municipal 12 escolas municipais 4 escolas de campo

14 CEIs 5 escolas estaduais 3 escolas particulares 1 Instituto Federal 15 vereadores 2.525 leis ordinárias 51 leis complementares 1.616 de-

cretos 31.159 homens 31.202 mulheres 3,4 é a média de moradores por domicílio ocupado 39.180 veículos 17.483 automóveis 1.068 ca-

minhões 11.256 motocicletas 5.640 motonetas 200 tratores 1.904

caminhonetes 47 micro-ônibus 30 ônibus 1 hospital 10 postos de Saúde

55 táxis 32.919 católicos 23.588 evangélicos 317 espíritas 5 agên-cias bancárias 550 ruas 1 biblioteca 30 policiais civis 50 policiais militares 38 contabilidades 30 estabelecimentos com serviços de beleza 8 lojas de aluguel de vestuário 9 casas de festas e eventos 11

chaveiros 58 mercados ou mercearias 16 lojas de acessórios para ve-

ículos 35 lojas de cama, mesa e banho 8 papelarias 6 relojoarias 3 lojas de artigos esportivos 32 lojas de móveis 18 floriculturas 40 fac-ções de roupas 2 autoescolas 4 hotéis 10 peixarias 50 oficinas de lanternagem e funilaria de veículos 6 postos de combustíveis

Camboriú em números

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