Caminho da Luz: A Manifestação de Deus na História

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LEIALDO PULZ

CAMINHO DA LUZ

A manifestação de Deus na História

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SUMÁRIO

1 PREFÁCIO.................................................................7

2 INTRODUÇÃO..........................................................9

3 HAJA LUZ...............................................................11

4 QUEDA...................................................................19

5 ERA DAS TREVAS - I .............................................27

6 ERA DAS TREVAS - II.............................................35

7 ABRAÃO E PATRIARCAS........................................46

8 MOISÉS E AS LEIS ................................................53

9 A CONQUISTA .......................................................61

10..............................UM MENINO REI É ILUMINADO70

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11............................................................CASA DE LUZ 77

12............................A CHAMA QUE QUASE SE APAGA84

13............................................MENSAGEIROS DA LUZ90

14...........................................RESTAURADA A CHAMA95

15................ÀS PORTAS DA PENUMBRA SILENCIOSA99

16..............................................SILÊNCIO NO MUNDO105

17..............................................................A ALVORADA110

18.....................................................A LUZ DO MUNDO115

19.....................................................O FRUTO DA LUZ 120

20..........................................ILUMINANDO O MUNDO

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124

21...............................................................ERA DA LUZ129

22.................................................................MIL LUZES133

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PREFÁCIO

Vivemos num mundo globalizado, tecnológico, dinâmico e cheio de novidades. Mas não seria o “novo” apenas o “velho” que foi esquecido? Tantos ramos do conhecimento humano que despontam nestes dias diante de nossos olhos apenas são recapitulações que foram reestruturadas e apresentadas a todos como “descobertas”. Nossa arrogância nos leva a crer que o que temos atualmente é o mais apurado, mais perfeito, mais primoroso. Por isto, ao estudarmos a sabedoria do passado nos deparamos com um mundo “novo”, mas que está ali ha alguns milênios. Isto ocorre de forma especialmente surpreendente ao examinarmos os textos bíblicos. Muito antes de se tornarem obsoletos, eles estão diante da sociedade, apontando seu testemunho de nossa insensatez, orgulho e arrogância. Debruçar-se sobre os textos e ensinamentos da Palavra é muito mais do que um exercício para pessoas desconexas com o mundo real.

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O seu estudo ultrapassa as fronteiras e nos descortina um mundo que até então estava desapercebido. Embarcar nesta História através das páginas deste livro sagrado é conhecer a História humana, é conhecer a sua própria história.

Queremos neste livro demonstrar que a velha e antiquada sabedoria ainda é o farol na experiência humana. Nossa existência está ligada tanto ao plano material quanto ao não-material. Desconsiderar, portanto, este lado metafísico é nos tolher de parte de nossa essência.

A jornada humana pela trilha do mundo espiritual e religioso é uma das nossas maiores aventuras. Muitos acabam sucumbindo neste caminho, desviando-se dele e perdendo-se nas trevas que estão ao longo dele. Mas há aqueles que não se perturbam ou deixam envolver pelas sombras, prosseguindo firmes para o verdadeiro alvo, um encontro com o Criador.

Esperamos que este livro possa orientar o leitor neste caminhar, mostrando quais os perigos do caminho das trevas, revelando todo o fluir da História que leva ao Criador, o Senhor da Luz!

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INTRODUÇÃO

Teologia é uma área da ciência humana que tem muitas nuances, elementos e dinâmicas.

Um dos principais pontos de discussões entre os especialistas nos textos bíblicos é: qual o elemento unificador de toda a narrativa bíblica? Muitos autores se lançaram nesta busca, e um dos mais importantes teólogos do século XX, Walter C. Kaiser levanta algumas perguntas:

Existe uma chave para uma organização metódica e progressiva de assuntos, temas e ensinos do Antigo Testamento?

Os escritores do AT tinham consciência dessa organização quando acrescentavam algo a essa corrente histórica da revelação?

Seria o Reino, a Aliança, o Mediador, o Messias, ou outro fator que seria o fio que unificaria toda a narrativa?

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A questão ainda está aberta. Nossa proposta não é, neste livro, apresentar

uma nova perspectiva. Deixemos toda a discussão para os especialistas. Nossa intenção aqui é propor uma temática que seja bíblica e que ao mesmo tempo possa ajudar os leitores a tirar do estudo algo prático e que possibilite sua reprodução em qualquer meio, quer seja num grupo de estudos, quer numa conversa informal com alguém.

Por ser bíblica, a ideia de contraposição entre Luz e trevas, permeando literalmente desde o relato inicial de Gênesis e adentrando Apocalipse, cremos que esta metáfora é adequada para representar toda a História humana. Este conceito não diz respeito exclusivamente ao mundo dos escritos bíblicos, sendo compreensível a qualquer pessoa, o que torna a ideia universal, como é a mensagem do texto sagrado.

Ao longo dos estudos, o leitor perceberá que serão incluídas as contribuições da busca humana ao longo de toda o transcorrer histórico. Faremos, quando possível, paralelos entre o que acontecia na Palestina e o resto do mundo. Queremos com isto provar que a mente humana sempre esteve voltada para o resgate da Era de Ouro, perdida no Jardim.

Nossa busca aqui partirá de onde nossa linha tempo-espaço se inicia e acabará quando a presente

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Era tocar a Era da Luz, a partir de onde não temos informações concretas.

Participar desta jornada é estar vivendo a epopeia humana no processo de retorno ao Criador.

Bom proveito a todos!Leialdo Pulz

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Lição 1

HAJA LUZ...

Leitura: Gênesis 1-2

No princípio Deus criou os céus e a terra.Era a terra sem forma e vazia; trevas

cobriam a face do abismo, e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas.

Disse Deus: "Haja luz", e houve luz.Gênesis 1.1-3

Com estas palavras começa o texto bíblico. Parece-nos muito apropriado que assim seja, pois uma das grandes perguntas humanas é sobre a origem de tudo. Segundo este texto, podemos perceber que este livro, a Bíblia, traz como o arquiteto maior a pessoa de Deus. Ela se ocupará por toda sua extensão de demonstrar quem é este Deus. O versículo 1 é um resumo de tudo, pois descreve que Deus criou tudo o que existe, mesmo aquilo que não é perceptível a nós faz parte de sua criação.

Se temos no versículo 1 o resumo e a exclamação mais profunda sobre a origem de tudo, o verso 2

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começa focando num pequeno ponto azul suspenso na imensidão escura do espaço que chamamos “Terra”. De todo o universo criado (e aqui não nos cabe discutir o processo e o tempo necessário para que isto ocorresse), o foco muda rapidamente para nosso planeta, pois é neste mundo que vivemos e é o único lugar que podemos chamar de lar.

Muito se pode discutir sobre a posição atual da ciência e o relato de Gênesis, contudo, quanto mais os cientistas se aprofundam no tema, mais perto do texto bíblico vão ficando as respostas obtidas. Precisamos entender que as palavras de Gênesis 1 não esboçam um tratado científico como o entendemos atualmente. O desejo do autor é transmitir de forma simples e harmonizada um conceito, e para isto lança mão de seus recursos a fim de entregar a ideia da forma mais clara possível.

Deus já está com o Universo formado, mas a partir do verso 2 modela o planeta para colocar nele o maior presente de seu ser, a vida. Tudo ordenado, lógico, preparado para a chegada do ápice da criação deste mundo, o ser humano. Neste ser, Ele colocaria o seu espírito, o fôlego de vida, e o homem passaria a existir como ser vivente. O homem aparece na face do planeta.

Mas antes de nossa chegada, o início da criação

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no planeta se dá com a inserção de um elemento essencial à própria vida, a luz. Ela já existia, pois na formação do universo (v.1) já se pressupõe a sua presença (nas estrelas, por exemplo). Mas este elemento passa a aparecer num mundo caótico, sem forma, em cuja superfície reinava o vazio (v.2). O processo de instauração da vida se dá exatamente pela introdução de raios de luz, que quebram as trevas e inauguram uma nova era no planeta.

Neste sentido, podemos afirmar que a luz é um símbolo de vida, começo, ato divino contrário ao caos. Foi a luz o primeiro ato de Deus na proposta de mudança do quadro vigente!

Os atos posteriores são uma sequencia para estabelecer as condições ideais para sistemas de vida mais complexas. E o ponto culminante seria a formação do ser humano.

Mas quando ocorreu a chegada do homem? A Resposta mais uma vez não é fácil. Segundo a

teoria evolucionista, o primeiro hominídeo teria aparecido por este planeta por volta de 4 milhões de anos atrás, mas as datas têm sido revistas com frequência. O ser humano como o conhecemos hoje, segundo esta teoria, teria aparecido após um processo evolutivo a cerca de 100 mil anos (mesmo aqui as datas são altamente discutidas entre os defensores da

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teoria darwiniana). A civilização, com estruturas ainda em forma rudimentares, teria seu início por volta de 7 mil anos atrás.

Segundo a Bíblia, usando os dados fornecidos em Gênesis, nossa raça teria “nascido” por volta de 6-7 mil anos atrás. Estes números são obtidos a partir de uma leitura muito literal do texto. Contudo, fica claro, pela análise mais detalhada do texto, que as genealogias apresentadas são seletivas, ou seja, tem propósito didático (os números muitas vezes arredondados nas genealogias são um indício disto). Mas mesmo que apliquemos algumas possíveis complementações nas listas genealógicas, dificilmente ultrapassaremos a barreira de uns 12 mil anos para o primeiro casal descrito em Gênesis.

Importante notar que os sistemas de datação atuais (como o Carbono 14), são “precisos” até cerca de 5 mil anos. Além desta faixa, a incerteza é muito grande. Entretanto, uma olhada rápida nos números, nos coloca frente a uma data muito interessante, o surgimento dos primeiros grupos civilizatórios e a criação do homem segundo Gênesis são muito semelhantes para serem desconsiderados. Os números que operam acima desta faixa de 7 mil anos são frutos de especulações e interpretações, e muitas vezes regados de predisposições ideológicas de

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evolucionistas. Estabelecido isto, passemos para os pontos

importantes da descrição sobre a criação humana. Qual o objetivo da formação de nossa raça? Quando Deus os forma, nossos primeiros representantes são colocados num jardim com o objetivo de cuidar dele (1.26-30). Portanto, a função primária era zelar e proteger a criação. Fomos formados para gerenciar aquilo que Deus fez. Segundo algumas tradições antigas, o primeiro casal estava envolto por um manto de luz que irradiava deles, mostrando sua natureza divina e o sopro que sobre ele foi dado (2.7). Lenda ou realidade, não podemos dizer a esta distância temporal, mas mesmo que seja em forma simbólica, este conceito é muito expressivo. Fomos criados para a luz, com luz. Nossa natureza humana clama pela luz, verdade, amor, vida.

Podemos perceber pelo restante do relato de Gênesis que esta foi uma Era de Ouro para a humanidade. Muitos contos, lendas e mitos de vários povos ao redor do mundo fazem alusões a esta época de luzes, quando tudo estava em harmonia.

Outro objetivo para o qual estávamos predestinados era participar de uma disputa de proporções além de nosso plano puramente material. E logo esta luta bateria à nossa porta!

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○ ○ ○

Fixação de material:1. As duas principais teorias sobre a origem do

Universo e da vida são a Teoria da __________________, que basicamente apregoa a espontaneidade do surgimento de tudo, e o ________________________ que acredita num agente primário criador, comumente denominado Deus.

2. As hipóteses sobre a formação das primeiras sociedades organizadas humanas (Civilização) geralmente colocam o início civilizatório em aproximadamente 7 mil anos atrás. Esta datação está muito próxima dos dados fornecidos pela Bíblia sobre a criação do ser humano. Qual a relação que você vê neste aspecto entre o que afirma a ciência e a Bíblia?________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

3. Em sua opinião, e lembre-se que neste caso não existe certo ou errado, o universo e o mundo foi criado em 6 dias literais? Seria isto um arranjo poético que reflete uma verdade, mas não na sua literalidade? (Reforçamos aqui que o texto requer nossa fé no sentido que foi Deus o autor de todas as coisas, por isto sinta-se à vontade para expressar sua opinião!) _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

4. Após a constatação do estado caótico em que se

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encontrava o planeta, o texto nos oferece a primeira ação concreta de Deus para tirá-lo desta situação. Foi neste momento que ele traz a _________, fazendo com que o processo de vivificação da Terra se torne possível.

○ ○ ○

Perguntas para reflexão:

1. Deus nos criou para a luz, e não para as trevas. O que isto pode representar em sua vida pessoal?

2. Neste processo de criação, ele nos colocou (raça humana) como administradores deste planeta. Qual a diferença entre administrado e explorador?

3. Aquele que crê em Deus deve ter uma consciência ecológica? Por que?

4. O caos e as trevas tem algum poder final sobre a luz? O que podemos aprender com esta verdade “física”?

5. Existe tensão entre a ciência bem feita e uma Bíblia bem interpretada?

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Lição 2

QUEDA O Apagão

Leitura: Gênesis 3-4

Não temos como identificar quanto tempo se passa entre os capítulos 1 e 2 de Gênesis e o capítulo 3. Pode-se inclusive supor que houve tempo suficiente para que o casal tivesse filho(s) naquela Era de Ouro, pois a fala de Deus em 3.16 indica esta possibilidade, já que anunciou a inclusão da dor na hora do parto, e para isto seria preciso uma noção de como era antes. Mas, seja qual o número de habitantes no planeta naquela época do capítulo 3, o fato é que ventos de mudanças estavam por varrer o Jardim.

O protagonista de uma rebelião que ocorreu em algum tempo e local a nós desconhecidos, acaba de chegar a cena no capítulo 3. Não somos informados de sua procedência ou mesmo história, pois Deus não está intencionado a contar a história dele, mas a nossa. O fato é que a presença deste indesejado traz consigo desequilíbrio na harmonia da Era das Luzes.

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O objetivo daquele intruso era clara desde o início, apesar de nossos primeiros antepassados desconhecerem-na. O intento do sagaz adversário era roubar, matar e destruir a criação. A incapacidade dele em tirar de Deus algo estava novamente sendo provada no Jardim, e o seu esforço seria recompensado.

Buscando sombrear a mente de mulher, ele busca suas armas em meio a distorções, sofismas e mentiras. A engenhosidade com que trama as palavras da verdade com suas mortíferas interpretações e insinuações levam a vítima a enrolar-se no pensamento. Como uma jiboia que se enrola em sua presa, esmagando-a pela força de seus músculos, de forma lenta e agonizante, ele trabalha com a mulher a necessidade de provar sua independência do mandamento do Criador.

Não, nada no texto nos leva a crer que isto seja apenas uma fábula, conto ou mito. Ao tomar o fruto (e aqui cabe sempre uma reflexão sobre o que e qual seria este fruto!?), ela deseja tornar-se igual a Deus (lit. aos deuses). Mas o ato precisava ser consumado pelo parceiro, para que tudo estivesse plenamente nas mãos do intruso. Ao chegar para seu cônjuge e dar-lhe de comer, sem que este tivesse oferecido resistência, mostra que ambos estavam ludibriados e com suas

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mentes em processo de escurecimento.Pode-se dizer que foi neste momento crucial que

temos o grande apagão da humanidade! Como que de forma mágica e inesperada, a mente deles concebe o conhecimento do bem e do mal, mas da forma mais trágica possível, pois eles eram os agentes introdutórios do mal na criação neste planeta. Sim, os administradores trouxeram desgraça e morte não apenas para si, mas para tudo o que estava sobre o seu domínio... eles eram os responsáveis pela desgraça que se abatia sobre o mundo!

As lendas dizem que neste momento a luz de ambos se apagou... Era o blackout de toda a criação. Quando percebem que estão nus (por não terem mais luz radiando?), procuram um abrigo para fugir desta situação inusitada e totalmente nova.

As trevas haviam baixado sobre o mundo. Qual seria a reação do Criador? Não eram as ordens claras e a sentença evidente caso desobedecessem? Suas palavras foram: “No dia em que dela comer, certamente você morrerá". (2.17)

Ao perceberem a voz do Criador que se aproximava, por medo, buscam esconder-se, mas ninguém escapa de Deus. Ao serem inqueridos sobre os fatos, eles reconhecem que cometeram o erro de dar ouvidos ao intruso, sendo enganados por ele. Mas

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os argumentos não revogam a sentença pré-determinada. As consequências do ato de desobediência são duras para nossos antepassados: teriam que abandonar o Jardim, teriam seus privilégios revogados e acima de tudo, perderiam o contato direto com seu Criador, e por fim, a morte. Em outras palavras, a luz estava sendo apagada em suas vidas!

Mas espere um pouco. Deus ainda tem algumas palavras para dirigir a eles. Nem tudo estava perdido, pois haveria um dia no futuro, quando um descendente da mulher restauraria as coisas ("Porei inimizade entre você e a mulher, entre a sua descendência e o descendente dela; este lhe ferirá a cabeça, e você lhe ferirá o calcanhar" – Ge 3.15). Sim, ele viria e reconduziria a raça de volta para o estado original, para a Era de Ouro e Luz. Eles haviam sido enganados, não o fizeram por sua própria iniciativa, e isto levou o Criador a colocar uma clausula remissiva nesta História. Um dia, o descendente da mulher restabeleceria a luz perdida.

Simbolicamente, o próprio Deus ofereceu um sacrifício para indicar o processo restaurador (3.21). Um animal foi morto para que o casal desnudo pudesse enfrentar as atrocidades e os desafios de um novo mundo, que agora estava entrando em sua noite,

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uma noite polar espiritual que duraria alguns milênios. Morte e trevas fariam parte de nossa História...

○ ○ ○

Fixação de material:

1. A primeira fase da História humana podemos denominar de Era de __________ ou Era da ____________ .

2. Este período foi marcado: Pela ausência de:

_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Pela presença de:_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

3. Deus criou o ser humano para: ( ) se divertir com o ser humano.

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( ) cuidar de sua criação como administradores.( ) trabalhar como escravos a fim de suprir os caprichos dEle( ) aplacar o seu sentimento de solidão.( ) outro: ___________________________________

4. Marque V ou F:( ) o intruso no Jardim mentiu deliberadamente para Eva, ou seja, tudo era mentira.( ) Deus foi pego de surpresa pela ação do homem.( ) O fato de um animal ser morto para tapar a vergonha do casal já indicava o que viria no futuro para propiciar a redenção humana.( ) O fato de serem enganados deu aos nossos pais (Adão e Eva) a possibilidade de terem sua condição final mudada, ao contrário da situação do intruso.( ) As trevas tiraram a luz, mas não apagaram a chama no coração humano, que espera por redenção.

Perguntas para reflexão:

1. A Era de Ouro (ou Era da Luz) durou algum tempo, pois houve tempo para reflexão (como a “solidão de Adão), para nomear todos os animais, o casal se conhecer, habituar-se ao “caminhar” de Deus pelo Jardim (3.8), e até mesmo hipoteticamente ter

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filhos. Como poderiam ter sido estes tempos anteriores ao apagão? Como você imagina o dia a dia deles? Como era administrar a criação? Seria isto um indício do que espera os resgatados no futuro Reino de Deus?_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

2. Quando olhamos para o quadro descrito no capítulo 3, percebemos a gravidade da situação. Mas o que tudo aquilo tem a ver conosco hoje? Por que devemos pagar pelo erro deles?____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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3. Quando continuamos a ler o texto (capítulos 4-5), percebemos que Adão e Eva não morreram no mesmo dia conforme havia sido predito por Deus (2.17). Teria Deus se enganado? Confira o texto de Salmo 90.4 com Gênesis 5.4-5, e como isto se encaixa em sua opinião?___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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Lição 3

ERA DAS TREVAS - I

A MÃE TERRA

Leitura: Gênesis 4-6

Os primeiros passos fora do Jardim certamente

foram muito difíceis. Tudo era novo, mas um novo que

trazia ares áspero, rugoso, tenebroso. Lutar pela

sobrevivência era algo totalmente inédito para eles, e

as coisas iriam piorar conforme a falta daquela luz do

Jardim fosse ficando cada vez mais longe. O

banimento, que provocou o exílio ao leste do Jardim

trouxe consigo o suor, a dor e o desespero. A natureza

que antes os servia, agora se torna numa ameaça

constante.

Logo nos deparamos com o casal tendo dois

filhos homens (não se considerava a prole feminina,

mas certamente ela estava presente). Como

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precisavam buscar o sustento da terra agora

amaldiçoada, cada um dos filhos enfrentou o

problema de forma prática. Caim, o mais velho,

buscou sua fonte de sobrevivência na terra, tornando-

se agricultor. Abel, o mais novo, encaminhou-se pela

pecuária, domesticando animais e provendo-se assim

dos recursos que estes ofereciam.

Neste ponto percebemos que os historiadores

são unânimes em afirmar que tanto a agricultura

quanto a pecuária foram fatores que precederam a

civilização! Muitos mitos e lendas antigas entre

muitos povos contam histórias sobre a tensão entre

irmãos que buscaram estas duas atividades

econômicas como forma de subsistência, evocando

talvez os ecos desta primeira história pós-Éden.

Caim afunda-se em sua ira contra o irmão após

sua oferta ser rejeitada por Deus, e mata-o num

acesso de ira. O assassinato acaba por introduzir mais

um degrau na descida humana rumo às trevas. Agora

já não haveria mais limites para a maldade. Com Abel

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morto e Caim banido por Deus como um assassino,

poucas eram as esperanças do casal Adão e Eva, pois

ambos os filhos estavam perdidos! Mas ainda não era

o fim da História...

No outro lado, Caim havia buscado refúgio mais

ao leste, indo para as bandas do que seria hoje o vale

do Rio Indo. Lá, segundo o texto bíblico, nasceriam as

primeiras cidades, evidências primeiras do processo

civilizatório. Por muitos anos creu-se que as primeiras

cidades foram erguidas na Mesopotâmia, mas

descobertas mais recentes dão conta que foi justa-

mente no vale do rio Indo que elas teriam sido

erguidas.

Uma das primeiras formas religiosas registradas

pelos estudiosos no assunto é a invocação de uma

divindade relacionada com a Mãe-Terra. A adoração

parece proliferar por todos os lados daquelas

primeiras civilizações, o que nos indicaria a tendência

dos descendentes de Caim em se relacionar com a

terra (agricultura). Se Deus está longe, obscurecido

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pelas faltas e pecados do povo, o altar religioso fica

vago. Mas não por muito tempo! A candidata mais

próxima e natural ao pedestal era a terra, que

oferecia o sustento para os humanos. Se o Deus-Pai

criador estava longe, num distante céu, a sua consorte

Mãe-Terra estava perto, ali mesmo, aos pés dos

adoradores. A troca de Deus-Pai (sistema patriarcal)

para a adoração da Mãe-Terra (sistema matriarcal) foi

apenas uma questão de tempo, e parece que não de

muito tempo. A escuridão lançava suas garras ainda

mais profundamente sobre a raça humana.

Enquanto a linhagem de Caim se afundava em

ritos cada vez mais distorcidos, do outro lado Adão e

Eva tinham um outro filho que levaria a promessa

redentora de Deus adiante. Eles tiveram um filho,

chamado Sete.

Não temos conhecimento de quanto tempo

tiveram que esperar, mas isto aconteceu quando Adão

tinha 130 anos (5.3). A evidente alegria e esperança

se acendeu novamente no coração de ambos, pois por

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meio de Sete poderia Deus cumprir sua promessa

(4.25). Os registros históricos e arqueológicos desta

linhagem se encontram praticamente perdidos, pois

aparentemente eles não se dedicaram a construção de

cidades, devotando-se praticamente à vida pastoril,

nômade ou semi-nômade.

A frase enigmática de Gênesis 4.26 tem causado

problemas em sua interpretação. Ao que parece,

foram necessários cerca de 105 anos (ou um pouco

mais) até que o nome de Deus fosse invocado

novamente sobre a Terra. Por este tempo tivemos um

período de “luto” e dormência espiritual, provocado

pela culpa e dor dos pais de nossa raça pela perda do

Éden. É de se esperar, entretanto, que o nome de

Deus nunca tenha caído completamente no

esquecimento, já que as suas histórias e narrativas

preservaram a ideia de um Criador. Vemos que o

nome de Deus chega a Enos, neto de Adão, quando

este ainda era vivo. Neste sentido, a palavra invocar

está relacionada à atividades litúrgicas e cerimoniais

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por parte de Enos, e não uma “redescoberta” de um

nome oculto ou esquecido.

Ainda que timidamente, a linhagem de Sete

carrega o pouco de luz que restou de nossos

antepassados, e estava por repassar às gerações

vindouras o testemunho do Criador, o Deus-Pai.

○ ○ ○

Fixação de material:

1. Somos informados em Ge 4 que: (A)bel e (C)aim se dedicaram à: ( ) Agricultura( ) Extrativismo ( ) Pecuária( ) Pescaria

2. Qual teria sido o motivo da ação de Caim contra seu irmão?____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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______________________________________

3. Uma das primeiras formas de manifestação

religiosas diz respeito à invocação de uma divindade

relacionada com:

( ) Terra.

( ) Ar

( ) Água

( ) Fogo

4. (V)erdadeiro ou (F)also:

( ) Adão e Eva tiveram apenas mais um filho homem

chamado Sete.

( ) Os descendentes de Sete permaneceram puros e

distantes do pecado.

( ) Enos, neto de Adão, começou novamente a

invocar o nome de Deus.

Perguntas para reflexão:

1. Deus abandonou a raça humana após a

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expulsão do Jardim? Justifique.

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2. A linhagem de Sete acaba por se

corromper totalmente, possivelmente pelo contato

que começa a ter com a de Caim. O que isto nos

ensina em relação a nossa vida?

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3. Quando notamos os deslocamentos em

Gênesis 3-4, percebemos que os primeiros humanos

ao cometerem atos pecaminosos dirigem-se para o

leste, cada vez se afastando mais do Jardim. O que

isto significa? Coincidência ou uma atitude de fuga

dos problemas? Que paralelos podemos traçar em

relação a nossas vidas?

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Lição 4

ERA DAS TREVAS - IIAprofundando-se nas trevas

Leitura: Gênesis 10-11

Conforme a população foi aumentando, o nível de

degradação moral também veio crescendo.

Paralelamente, o afastamento da luz foi um fator que

contribuiu para este quadro. O homem, agora

sentindo-se órfão num mundo permeado de di-

ficuldades, busca na natureza algum tipo de refúgio

para sua carência espiritual. O culto à Mãe-Terra vai

tomando conta da mente desta raça e os valores do

Eterno vão se perdendo.

A multiplicação da iniquidade chega a um grau

irreversível, como constatamos em Gênesis 6.1. Toda

a Terra estava corrompida! Não apenas o homem, mas

a natureza toda estava sofrendo com as sequelas

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deixadas pelo afastamento dos princípios norteadores

de seu Criador. Podemos apenas fazer um exercício de

imaginação a respeito do quadro geral que dominava

o mundo, pois suas especificidades (felizmente) nos

escapam nas sombras do tempo. O fato é que tudo

estava absolutamente permeado pelas trevas, e até

mesmo a descendência de Sete havia buscado o

caminho de Caim, deixando-se levar pela fascinação

da escuridão.

Não havia mais solução, a não ser reverter todo o

processo. A solução era radical, mas não poderia ser

procrastinada, pois Deus sempre tratou o pecado de

forma séria.

Contudo, em meio a tanta desgraça e

depravação, o texto de Gênesis nos relata que Noé, e

apenas ele com sua família, acharam graça diante de

Deus (6.7). Um recomeço foi proposto por Deus, tendo

como base a sua misericórdia, pois os planos de

redenção daquela pobre e desgraçada raça ainda

estava por se concretizar. Deus não abandonaria o

Page 40: Caminho da Luz: A Manifestação de Deus na História

homem, assim como nunca o fez. O rompimento do

homem com Deus foi que O força a deixar-nos num

“exílio”, até que sejamos totalmente recuperados. O

Santo não pode habitar com o pecador, a Luz não

convive com as trevas. Desta forma, Ele resolve traçar

seu plano de salvação, para que possamos voltar para

a luz. E este plano passa pela continuidade da raça,

por uma arca e por 8 pessoas dentro dela.

O mundo corrompido é totalmente sepultado com

o dilúvio e uma nova realidade aparece. Quando

entram na arca, Noé e sua família avistam o seu

mundo agonizante pela última vez. Quando a porta

novamente se abre, 1 ano depois, eles saem numa

Terra completamente transformada.

O enredo desta narrativa bíblica, por muitos anos

desacreditada nos círculos acadêmicos, vem sendo

encontrado universalmente nos relatos de povos de

todo o mundo. O renomado antropólogo escocês

James George Frazer, em seu livro Folclore do Antigo

Testamento, catalogou mais de 250 narrativas de

Page 41: Caminho da Luz: A Manifestação de Deus na História

povos sobre o Dilúvio em todos os continentes. Desde

então, com algumas variações, esta história já foi

catalogada em outras centenas contos e lendas, o que

alguns antropólogos chegam a contabilizar cerca de

10.000 narrativas sobre este ocorrido. As evidências

geológicas vem apontando cada vez mais para uma

catástrofe global em tempos bem recentes.

Voltando para nossa narrativa, ao saírem da

arca, aqueles humanos trazem consigo o vírus da

rebelião enraizado, encubado em seus corações.

Pouco tempo depois da saída da arca, percebemos

seus descendentes se envolvendo em práticas

perniciosas e levianas novamente. O culto à Deusa-

Mãe desembarca neste novo mundo, agora ainda mais

inóspito do que o anterior.

Os fenômenos naturais são mais intensos e

devastadores. Secas, inundações, terremotos,

mortalidade e clima, acabam trazendo sobre as

pessoas uma sensação cada vez maior de abandono. A

justiça (luz) de Noé não consegue se projetar muito

Page 42: Caminho da Luz: A Manifestação de Deus na História

além de seus dias de vida. Ao se multiplicarem, os

homens amplificam seus desejos pelas trevas outra

vez.

Estes elementos acabam gerando um apego ao obscuro, transcendental e desconhecido mundo dos espíritos. Tudo que há na natureza ganha contornos místicos. O caminho para o animismo, magismo, espiritualismo, feiticismo, idolatria estava aberto.

Animismo é a crença de acordo com a qual todas as formas identificáveis da natureza (animais, pessoas, plantas, fenômenos naturais, etc.) possuem uma alma, que pode ser invocada e mesmo cultuada.

Fetichismo é o culto de objetos que se supõe representarem entidades espirituais e possuírem poderes de magia.

A busca eterna do ser humano pelo Criador, que agora está eclipsado de sua mente e do cotidiano, leva-o a tatear na escuridão a procura de alguma esperança. Mas quanto mais se aprofundava em sua escuridão, mais Deus trabalhava no silêncio de Sua soberania sobre a História.

A necessidade de espantar o medo da solidão e o trauma do Dilúvio, leva-os a ajuntarem-se na planície de Sinear (Ge 11.1), atual Iraque, para construir uma torre que chegue aos céus. Um projeto aparentemente

Page 43: Caminho da Luz: A Manifestação de Deus na História

ridículo e irrealizável, mas que mostra o quanto o homem buscava secretamente no seu coração o recontato com o céu (não necessariamente com o Criador, mas com os benefícios que poderiam ter com o estado perdido). Além disto, mostra a arrogância que se preservava na alma humana, pois fazem isto sem sentirem a necessidade de reconciliação com Deus! Eles não queriam Deus, mas o céu.

A frustrante tentativa acaba, através de uma intervenção divina, por dispersar os malfadados descendentes de Noé pela face da Terra, que cada vez mais se mostra inamistosa para com eles. E quanto mais se enredam pelos confins da Terra, mais se enrolam nas superstições e crendices sobre as forças da natureza. O homem se torna presa fácil das enganações daquele intruso lá do Jardim, camufladas pro uma piedade religiosa e promessas de “vocês se tornaram como deuses” (Ge 3.5).

O sol, que dá o calor; a Lua que clareia a negra noite; as estrelas no céu que vagueiam pelo firmamento; as tempestades e os relâmpagos que destroem plantações e afugentam os animais; os animais, que são fonte de sobrevivência e em outros casos de morte; os rios (água), que são divinizados por suas propriedades essenciais à vida. Tudo vira divindade na mentalidade da humanidade imersa nas

Page 44: Caminho da Luz: A Manifestação de Deus na História

trevas. E é exatamente neste contexto que vemos nascer

uma forte expressão religiosa que irá caracterizar-nos ao longo dos milênios que viriam. Foi aqui que nasceu a magia, que nada mais é do que o impulso humano de tentar controlar, por meio de encantamentos, as forças da natureza e do mundo espiritual.

Mas ao contrário do monoteísmo inicial e a posterior deturpação deste que resultou no politeísmo, a magia não tenta contatar o mundo espiritual para restabelecer a conexão com o divino Criador (criadores, no caso do politeísmo). Não! Através da magia se tentará manipular, usar o sobrenatural em benefício próprio. No lugar da oração, fé e amor, a magia propõe o uso de adivinhação, encantamento e coação. E isto aprofunda a ligação com o estado espiritual cada vez mais corruptível dos humanos.

Entretanto, não seria este o fim da História. Ao longo desta jornada, Deus deixou-se ser percebido por pessoas que o buscavam verdadeiramente, ainda que de forma inadequada. O testemunho de Sua presença não desapareceu do coração e aos olhos de todos. O verdadeiro Deus estava sendo buscado por pessoas como Jó e Melquisedeque, e por tantos outros nomes que agora se perderam pelas areias do tempo.

Page 45: Caminho da Luz: A Manifestação de Deus na História

Mas a História preservou o nome de um homem que um dia ouviu uma voz divina que lhe falou. Seu nome era Abrão, da cidade de Ur...

○ ○ ○

Fixação de material:

1. Qual foi a causa imediata para a destruição do mundo antigo?

( ) o pecado e sua proliferação incontrolada por toda a criação( ) um meteoro que atingiu a terra( ) as chuvas( ) a Era do Gelo

2. Cite nomes de outros personagens da época de Abraão que serviam a Deus:

__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

3. A ____________ é o impulso humano de tentar controlar, por meio de encantamentos, as forças

Page 46: Caminho da Luz: A Manifestação de Deus na História

da natureza e do mundo espiritual.

4. __________________ é a crença de acordo com a qual todas as formas identificáveis da natureza (animais, pessoas, plantas, fenômenos naturais etc) possuem alma.

5. ___________________ é o culto de objetos que se supõe representarem entidades espirituais e possuírem poderes de magia.

6. O que teria vindo primeiro: Monoteísmo (crença num único Deus) ou Politeísmo (crença em vários deuses)? Como você explica este processo da transição de um sistema para outro?

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Page 47: Caminho da Luz: A Manifestação de Deus na História

Perguntas para reflexão:

1. O homem é bom por natureza e a sociedade é

que o corrompe, ou ele já vem ao mundo com esta natureza pecaminosa? Isto pode ser verificável no comportamento de bebês, por exemplo?

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_________________________________

2. Pode o homem, sem intervenção revelatória divina, chegar ao conhecimento profundo do seu Criador?

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Page 48: Caminho da Luz: A Manifestação de Deus na História

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_________________________________

3. Leia Romanos 3.23. Ao lermos a palavra TODOS, entendemos que:

( ) alguns pecaram( ) os maus pecam( ) ninguém é culpado( ) não há pessoa que não peque

4. A condição atual da humanidade está pior,

melhor ou igual ao período estudado nesta

lição? Por que? A situação pode piorar?

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Page 49: Caminho da Luz: A Manifestação de Deus na História

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5. Toda a forma de manifestação religiosa tem a

capacidade de levar uma pessoa a Deus? Por

que?

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__________________________

Page 50: Caminho da Luz: A Manifestação de Deus na História

Lição 5

ABRAÃO E PATRIARCASA chama é preservada

Leitura: Gênesis 12

Ur era uma cidade cosmopolita e rica ao sul da

Mesopotâmia. Caravanas vinham de lugares tão

longínquos quanto Índia, China, Egito. Era um centro

religioso, sendo a deusa da Lua, Nun, a principal

divindade cultuada. Mas a padroeira da cidade não

estava sozinha no pedestal das divindades, sendo

cercada por uma infinidade de outros deuses e deusas

dos povos da Mesopotâmia e de outros pontos do

mundo conhecido. A cidade de Ur era uma ótima

representante de toda a idolatria, fetichismo e

espiritualismo nos quais os humanos haviam se

envolvidos. Mesmo o constante sol do sul da

Mesopotâmia não podia dissipar as trevas espirituais

Page 51: Caminho da Luz: A Manifestação de Deus na História

em que estavam mergulhados!

Mas algo estava para mudar. Certo dia, ha cerca

de 4 mil anos atrás, um homem olhou para os céus e

ouviu a voz de um “deus desconhecido” lhe chamando

para a luz. A voz estava dizendo-lhe para sair de Ur e

ir para um lugar ainda desconhecido para ele. E mais,

dizia que abençoaria toda a humanidade um dia

através dele (Ge 12.1-4). Assim, partiu Abrão para o

desconhecido, crendo que as promessas se

cumpririam.

Ao longo dos anos que se seguiram, Abrão

aprendeu a ouvir e obedecer àquela voz de forma

irrestrita. Seu nome foi mudado pelo “Desconhecido”.

Abrão acaba por virar Abraão, pois ele se tornaria o

“pai de uma nação” (significado em hebraico do nome

Abraão). E não apenas Abraão seguiu aquele Deus,

mas seus descendentes fizeram o mesmo. Cada um de

seu jeito, às vezes caindo, às vezes levantando; às

vezes duvidando, em outras horas crendo. Contudo,

sempre sendo tratados pessoalmente pelo Deus que

Page 52: Caminho da Luz: A Manifestação de Deus na História

havia os tirado de Ur.

Abraão, Isaque e Jacó foram aqueles que

preservaram a chama viva na crença de um Deus

Criador. Mas percebemos que Deus não apenas se

revelara aos membros do clã de Abraão. Havia ainda

outros pontos de fogueiras na escuridão da noite

espiritual humana. Vemos, por exemplo, que “havia

um homem na terra de Uz, cujo nome era Jó; e era

este homem íntegro, reto e temente a Deus e

desviava-se do mal” (Jó 1.1). É de comum acordo que

a história de Jó se passa aproximadamente nos tempos

de Abraão. Vemos ainda outro personagem nos

tempos de Abraão que aparece misteriosamente no

texto bíblico, cujo nome é Melquisedeque, cujo nome

significa “rei de justiça”, sendo ele rei de Salém

(Jerusalém) e sacerdote do Deus Altíssimo (Gênesis

14:18-20).

Com isto percebemos que a luz, apesar de toda

as trevas que cercavam a humanidade, não se

extinguiu. Deus havia preservado uma chama que

Page 53: Caminho da Luz: A Manifestação de Deus na História

teimosamente continuava a existir.

Um dia, os descendentes de Abraão (mais

precisamente a 3ª geração depois deste) precisaram

deixar a terra de Canaã para a qual haviam sido

levados por Deus e seguir para o Egito, devido a uma

fome que se abateu por toda a região. Lá

permaneceram por quatro séculos, até que Deus

intervem novamente na História...

○ ○ ○

Fixação de material:

1. Com o passar do tempo, o ser humano ficou

mais próximo ou afastado da luz divina?

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_______________________________________________________

___________________

2. Esta situação leva a raça humana a:

( ) constante procura para um substituto para Deus.

( ) eleger outros deuses, geralmente tirados de

Page 54: Caminho da Luz: A Manifestação de Deus na História

fenômenos naturais.

( ) insistir numa perigosa aventura pelo

desconhecido, pois não tinham o controle sobre as

forças com as quais estava lidando

( ) além da idolatria, caímos nas práticas mágicas,

que tentam controlar e manipular estas “forças”

desconhecidas.

3. Em meio a todo este deteriorante cenário,

Deus escolhe algumas pessoas para garantir o

cumprimento de sua promessa feita no Jardim. Vemos

então Ele chamando a _____________ da cidade de Ur,

na Mesopotâmia, ha cerca de 4 mil anos atrás (2000

a.C.). Contudo, este não foi o único que teve algum

conhecimento de Deus, sendo que __________ de Uz e

_________________ rei de Salém, segundo o texto

bíblico, também tiveram contato com o Criador, o

Deus Altíssimo.

4. Ao deixar Ur, Abrão deixa para sempre a

idolatria que o cercava para nunca mais tornar a vê-

Page 55: Caminho da Luz: A Manifestação de Deus na História

la? Estaria ele cercado em Canaã e Egito pela mesma

idolatria? O que isto vem a nos mostrar?

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Perguntas para reflexão:

1. Deus usou de misericórdia e amor ao

chamar Abrão e outros para um contato mais direto

com Ele. Estaria Ele usando estes atributos divinos

para com nossas vidas ao chamar-nos para seu Reino

da luz? Como você encara este chamado?

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Page 56: Caminho da Luz: A Manifestação de Deus na História

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2. A busca humana pelas condições

perdidas do Jardim e a Era de Ouro demonstram sua

necessidade de um reencontro:

( ) consigo mesmo

( ) com Deus

( ) com a felicidade

( ) com a satisfação de seus prazeres

( ) com nada, pois isto é apenas uma carência vinda

de eras primitivas

3. Reflita: Poderíamos dizer que Deus tem outros

Page 57: Caminho da Luz: A Manifestação de Deus na História

Melquisedeques, Jós e Abraãos ao redor do mundo aos

quais ele pode estar chamando nestes dias?

4. Deus estabeleceu uma norma para que pessoas

o conheçam, que seria:

( ) fé em Deus.

( ) conhecimento espiritual.

( ) qualquer forma de crença religiosa, pois o que

vale é ter fé.

( ) não há norma, pois todos irão para Deus no fim.

Page 58: Caminho da Luz: A Manifestação de Deus na História

Lição 6

MOISÉS E AS LEIS

Alimentando a chama

Leitura: Êxodo 1-4; Êxodo 20

Depois de 4 séculos, aproximadamente no século

XVI a.C., o povo hebreu estava ainda no Egito. A

situação política lá havia mudado muito, e depois de

séculos de convívio tranquilo, os hebreus estavam

num estado de escravidão.

Os descendentes de Abraão acabaram por

assimilar muito da cultura egípcia, e em algum grau, a

sua visão religiosa do mundo. Nesta época, a visão

religiosa dos egípcios estava totalmente eclipsada por

um panteão repleto de infinitas divindades. Animais,

aves, fenômenos naturais, reis, corpos celestes, e o

próprio rio Nilo eram divinizados.

Contudo, apesar de ser conhecida pelo seu

Page 59: Caminho da Luz: A Manifestação de Deus na História

excêntrico politeísmo, estudos modernos demonstram

que, quanto mais nos aprofundamos no passado

egípcio, mais claro se torna um pulsante monoteísmo

que se encontra por debaixo de camadas politeístas. E

este fenômeno monoteísta em outras culturas antigas

se repete. Isto vem demonstrar que em seus

primórdios, não apenas os egípcios, mas toda a

humanidade, baseava sua fé num único Deus, e que

por causa de seu rompimento com esta divindade,

acabam por buscar alternativas para recompor o seu

quadro religioso. É expressivo ainda o fato de que

culturas antigas tendem a preservar o nome divino em

segredo, evitando pronunciá-lo, pois entendiam que

não eram dignos de fazerem-no abertamente,

reservando esta atitude apenas em cerimônias cada

vez mais fechadas. Com o tempo, as castas

sacerdotais seriam as únicas detentoras do

conhecimento deste nome, enquanto para o populacho

ficava apenas à sombra sacerdotal, sem ao menos

entenderem as profundidades teológicas dos ritos.

Page 60: Caminho da Luz: A Manifestação de Deus na História

Desta forma, as expressões religiosas acabam se

deteriorando, e a religião popular se afunda em

superstições. Deus ia sendo desconstruído das mentes

das pessoas.

O século XVI a.C., entretanto, parece iniciar uma

Era de apogeu para o politeísmo no Egito. E como

regra, quanto mais escuras as trevas, mais brilhante

se torna a ação divina. Era tempo de intervenção na

História humana novamente, e Deus agiu!

Em uma casa hebreia situada no delta do rio Nilo

nasceu uma criança que mudaria o curso da história

religiosa da humanidade. Ele ficaria conhecido no

mundo como Moisés. Após ser adotado pela princesa

egípcia, Moisés passa 40 anos recebendo a educação

palaciana e preparando-se para se tornar um faraó.

Neste processo, envolve-se passionalmente com a

situação do povo de seus pais, e acaba por ter que

fugir para o exílio. Aproximadamente 40 anos depois,

Deus o acha pastoreando ovelhas no deserto, e de

forma figurativa lhe aparece numa chama em uma

Page 61: Caminho da Luz: A Manifestação de Deus na História

sarça. Começaria a maior aventura religiosa que o

mundo conheceria até a chegada da plenitude dos

tempos.

Comissionado por Ele, Moisés acaba voltando

para o Egito a fim de levar o povo hebreu para fora do

Egito e de volta para a Terra que há 4 séculos haviam

deixado para trás. O resultado da intensa luta entre

Moisés e o faraó ficou conhecida como as “10 pragas”,

o que na verdade esconde o fato deste embate de

poder ser um ato de demonstração do poder do Deus

de Moisés sobre os deuses egípcios, pois cada uma

das pragas mostrava que o controle do curso da vida

humana está nas mãos unicamente de Deus, e não de

outros “deuses” fabricados pela imaginação e mãos

humanas.

Ao final desta batalha, o povo acaba partindo do

Egito, e aventurando-se pelo deserto, sendo guiados

pelo próprio Moisés. Após serem salvos

sobrenaturalmente no episódio do Mar Vermelho, os

hebreus se encontram diante do monte Sinai, onde

Page 62: Caminho da Luz: A Manifestação de Deus na História

receberam das mãos de Deus os Mandamentos e

firmaram uma aliança com Ele. A chama que por

pouco não se apagou no Egito, estava sendo

alimentada e cada vez mais se tornava evidente o

meio pelo qual Ele cumpriria a sua promessa.

Enquanto os outros povos esperariam um

enviado por Deus, que chegaria ao mundo para salvar,

os hebreus recebiam a incumbência de carregar

consigo as Leis, e a promessa futura de um redentor

que viria através deles. Os povos tateavam no escuro

à procura da salvação, enquanto no Sinai ela estava

sendo preparada.

○ ○ ○

Fixação de material:

1. O povo hebreu passa ________ séculos no Egito.

2. Nos primeiros séculos, o povo usufrui de uma

liberdade consideravelmente ampla. Contudo, nos

últimos 100 anos este processo é revertido. O período

Page 63: Caminho da Luz: A Manifestação de Deus na História

de escravidão é caracterizado por:

( ) trabalhos forçados

( ) controle da natalidade (especialmente

masculina)

( ) genocídio nos guetos onde moravam os

judeus

( ) boicotes econômicos contra o comércio dos

hebreus

( ) de fato não houve um período de escravidão

3. Marque Verdadeiro ou Falso:

( ) A religião egípcia era desde seus primórdios

politeísta.

( ) Ao longo do processo de afastamento das

ideias monoteístas iniciais, os egípcios e outros povos

caem no politeísmo.

( ) As 10 pragas tinham como um dos objetivos

demonstrar o controle que Deus tinha sobre questões

físicas e naturais

( ) O povo no deserto foi liderado por um

Page 64: Caminho da Luz: A Manifestação de Deus na História

conselho de anciões

4. No pacto feito por Deus com os hebreus no

monte Sinai, eles receberam os

__________________________ ou também chamado de

decálogo. Este sistema de Leis iriam nortear todo o

sistema jurídico do mundo ocidental.

Perguntas para reflexão:

1. Deus escolheu o povo hebreu para ser o

veículo pelo qual viria a salvação. Em sua opinião, isto

é uma indicação de superioridade dos hebreus ou uma

responsabilidade que Deus estava delegando, sendo

que não haveria nada de “especial” naquela etnia?

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Page 65: Caminho da Luz: A Manifestação de Deus na História

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2. A experiência de Moisés nos 40 anos iniciais

nos palácios do Egito, depois os próximos 40 anos no

deserto cuidando dos rebanhos de seu sogro teriam

sido usados por Deus nos próximos 40 anos quando

Moisés iria liderar o povo pelo deserto até a Terra

Prometida? Deus pode usar as suas experiências no

passado para ajudá-lo na sua vida cristã?

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3. Faça uma análise e aliste experiências

(positivas e negativas) de sua vida que podem ser

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úteis em sua vida cristã.

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4. Reflita: Como temos observado, Deus nunca

está ausente, especialmente nos momentos das

maiores dificuldades das pessoas. Isto se aplica para

sua vida?

Page 67: Caminho da Luz: A Manifestação de Deus na História

Lição 7

A CONQUISTA

Estabelecendo a tocha

Leitura: Josué 1

A geração que havia saído do Egito demonstrou o

quanto estava influenciada pela religiosidade egípcia

quando constrói o bezerro de ouro, apesar da

expressa proibição divina já no primeiro item dos 10

Mandamentos. Este momento e outros fatores de falta

de confiança na palavra de Deus, além da imaturidade

com que encaravam os desafios no deserto, os

levaram a peregrinarem pelos espaços ermos por um

longo tempo.

Passaram-se 40 anos desde a saída do Egito, e

agora aquela geração adulta que havia vivenciado o

Êxodo estava sepultada nas areias. Uma nova

Page 68: Caminho da Luz: A Manifestação de Deus na História

mentalidade cresceu e se firmou com a nova geração.

Entretanto, não haveria mais tempo para Moisés

liderar o povo na entrada em Canaã. Ele havia

chegado ao limite de 120 anos, e apenas pôde

contemplar a terra prometida de longe, enquanto

passava a autoridade e responsabilidade de liderança

para Josué.

O general que contava com mais de 80 anos de

idade tinha o desafio de introduzir o povo israelita

numa terra repleta de habitantes, que tinham cidades

fortalecidas e bem guardadas. Ele escolhe a

estratégica cidade de Jericó para iniciar sua

conquista. Após uma intervenção divina, a cidade é

tomada e incendiada e sua população morta. A ordem

era de não poupar nenhuma vida cananeia. Mas por

que?

Ao olharmos para as descobertas arqueológicas e

os relatos preservados de antigos escritores, veremos

que a depravação religiosa e moral atingira seu ápice

exatamente naquela região. Os cananeus não apenas

Page 69: Caminho da Luz: A Manifestação de Deus na História

praticavam o sacrifício humano, mas acabaram

ficando conhecidos pelos seus rituais de queimarem

os próprios filhos infantes ainda vivos em honra aos

deuses locais! Os cultos da fertilidade nos templos

eram verdadeiras orgias desenfreadas, onde a

promiscuidade eram encaradas como adoração aos

deuses. A depravação sexual era tamanha, que não

apenas relações homo e heterossexuais ocorriam, mas

bestialidade eram comuns. Era o ponto mais escuro

que se poderia chegar. A epidemia de depravações se

alastravam por toda a parte. A terra toda estava

corrompida novamente, numa volta ao estado pré-

diluviano.

Este era o contexto das ordens dadas a Josué em

relação à conquista. Não podemos nos surpreender

que para Israel se estabelecer na Terra Prometida, ela

precisava ser purificada. Precisamos ainda olhar para

aquele momento histórico segundo o ponto de vista

daquela sociedade.

A conquista durou sete anos. Nos primeiros três

Page 70: Caminho da Luz: A Manifestação de Deus na História

anos e meio, Josué dedicou-se a tomar as terras do sul

de Canaã. Na segunda fase da conquista, seus

exércitos se voltam para o norte. Apesar de todo o

esforço do velho general, a terra não fica

completamente livre dos cananeus, sendo que alguns

redutos se mostram fortes o suficiente para resistirem

e mesmo oferecer perigo para Israel. Este fato de não

se livrarem dos cananeus iria cobrar um preço muito

alto de Israel no futuro.

As insistentes advertências divinas para que o

povo israelita não se contaminasse com as

depravações canaanitas não tiveram um efeito muito

longo. Após a morte de Josué, os israelitas vão se

acostumando com as práticas religiosas dos

habitantes da terra, e acabam por sucumbir a um

sincretismo, onde práticas pagãs envolveram-se com a

adoração ao Deus da Aliança do monte Sinai.

Ao entrarem numa espécie de penumbra

espiritual, os israelitas sofrem a consequência de suas

decisões. Os povos vizinhos começam a oprimi-los,

Page 71: Caminho da Luz: A Manifestação de Deus na História

causando muito sofrimento. Neste contexto, temos a

entrada dos filisteus em cena, povo vindo da região da

ilha de Creta e adjacências. A partir do século XII a.C.

eles entram no horizonte de Israel, tornando-se os

seus maiores adversários.

A religião dos filisteus traz traços das ilhas do

Mediterrâneo, que se diferenciam da cananeia por ser

menos sanguinária, ainda que com o tempo elementos

cananeus começem a se infiltrar na visão espiritual

deles também. Neste estado de luta constante pela

soberania de seus territórios e de sua religião, vemos

Israel iniciar um novo ciclo em sua vida, o período

monárquico.

○ ○ ○

Fixação de material:

1.O que provocou a peregrinação dos hebreus

pelo deserto por 40 anos?

( ) A falta de confiança em Deus.

( ) A incapacidade militar.

Page 72: Caminho da Luz: A Manifestação de Deus na História

( ) A desordem social das tribos no deserto.

( ) A falta de uma liderança forte para direcionar

o povo.

( ) A incapacidade de se localizar

geograficamente no deserto.

2.Quais as principais características da religião

cananeia?

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3.Os filisteus são povos que chegaram a Canaã

vindos da região:

Page 73: Caminho da Luz: A Manifestação de Deus na História

( ) Ilha de Creta e adjacências

( ) Egito

( ) Europa

( ) Mesopotâmia

4. Marque V ou F:

( ) A religião cananeia se caracterizava por atos de

imoralidade e infanticídio.

( ) Assim como os hebreus, os filisteus não sofreram

a influência da religião cananeia.

( ) Após a morte de Josué o povo se corrompe

espiritualmente.

( ) A ordem para o extermínio dos cananeus tem a

ver com o ódio do Deus dos hebreus para com aquele

povo pagão.

( ) Moisés e Josué foram os grandes líderes dos

israelitas neste período.

Perguntas para reflexão:

1. O que teria provocado a ira divina em relação

Page 74: Caminho da Luz: A Manifestação de Deus na História

aos cananeus?

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2. Por que esta ira não é demonstrada para com

os filisteus e outros povos com quem Israel tinha

contato?

_______________________________________________________

_______________________________________________________

_______________________________________________________

_______________________________________________________

_______________________________________________________

_______________________________________________________

_______________________________________________________

Page 75: Caminho da Luz: A Manifestação de Deus na História

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3. Qual o perigo que corremos ao nos deixar

influenciar pelo profano?

_______________________________________________________

_______________________________________________________

_______________________________________________________

_______________________________________________________

_______________________________________________________

_______________________________________________________

______________

4. Ao percebermos o ciclo visto no período após a

morte de Josué (conhecido como período dos Juízes),

quando o povo se desviava do propósito, Deus

mandava opressão sobre o povo a fim de reorientá-los.

Seria possível identificar o cuidado de Deus nestes

casos? Como isto ocorre em sua vida?

_______________________________________________________

_______________________________________________________

_______________________________________________________

Page 76: Caminho da Luz: A Manifestação de Deus na História

_______________________________________________________

_______________________________________________________

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Page 77: Caminho da Luz: A Manifestação de Deus na História

Lição 8

UM MENINO REI É ILUMINADO

Leitura: I Samuel 16

Ameaçados por todos os lados pelos inimigos,

Israel pede um rei. Naquela ocasião, o juiz que

julgava o povo era Samuel, que já era avançado em

idade.

Os israelitas viviam sob uma forma distinta de

governo, pois baseavam-no numa teocracia. Segundo

este modelo, Deus era considerado o único Rei da

nação, e os juízes acabavam por formar uma espécie

de representantes ligados diretamente com Ele. Um

juiz não tinha corte, palácio, coroa ou qualquer poder

sobre decisões que afetassem toda a nação. Esta era a

prerrogativa exclusiva de Deus. Contudo, o Estado

Teocrático passava por momentos de dificuldades. A

Page 78: Caminho da Luz: A Manifestação de Deus na História

falta da centralização provocava uma desunião entre

as tribos de Israel. Cada um vivia segundo o seu

entendimento.

Com o aumento da tensão e dos partidários em

favor da monarquia expressando-se cada vez mais

fortemente, Samuel acaba ungindo o primeiro rei

humano israelita. Tentativas anteriores de alguns

pretendentes haviam sido frustradas, pois a escolha

do rei era uma prerrogativa do próprio Deus.

Saul era um homem rude e duro, familiarizado

com a vida do campo. Era uma peça que precisaria ser

lapidada, polida e preparada. Mas o tempo era pouco,

o rei precisava ser coroado e colocado em seu ofício,

ainda que nem ele ou os outros soubessem bem ao

certo o que isto significaria. E o despreparo cobrou

seu preço. Em pouco tempo o “novo rei” transgride al-

gumas linhas de seu ofício que não poderia, e isto veio

a custar sua coroa. Fora destituído pelo próprio Rei!

Davi era um garoto quando foi ungido rei. Longe

do palácio de Saul, ele cresceu num anonimato, sendo

Page 79: Caminho da Luz: A Manifestação de Deus na História

preparado pela vida para ocupar o lugar do primeiro

rei. Sua aproximação de Saul e ascensão no meio

palaciano ocorreu por circunstâncias guiadas pelo

próprio Deus. O rei, há muito prometido, estava

pronto para tomar o lugar no trono. Os anos de

dificuldades sofridas pelo jovem Davi, especialmente

na perseguição realizada por Saul, foram formando o

caráter dele. Após a morte de Saul, que suicidou-se

num campo de batalha, Davi ainda esperou alguns

anos para tomar conta de todo Israel.

Davi era o rei prometido por Deus, conforme

vemos em Dt 17.15a: “porá certamente sobre ti como

rei aquele que o Senhor teu Deus escolher... ・ Mas

por que tanta atenção com este rei? O que havia de

especial neste caso?

Davi em si não era um super-homem, ou um semi-deus, como geralmente identificavam as mitologias dos povos ao falarem de seus heróis. Não! Fica bem claro desde o início que ele era um homem comum. Contudo, o destaque estava na fé que ele tinha em Deus, o seu relacionamento com o Criador.

Page 80: Caminho da Luz: A Manifestação de Deus na História

Aquele rei era um homem “segundo o coração de Deus”, e isto quer dizer que a vida de Davi era agradável a Deus. Davi não era infalível, pelo contrário, os relatos de seus pecados demonstram bem claramente o ser humano “normal” que era.

Ele não era para ser endeusado, como muitos reis na Antiguidade o eram. Aliás, este era um dos costumes que levaram muitos panteões a se tornarem volumosos, ao ponto de não mais se poder conhecer todos os “deuses”. Este fenômeno da deificação humana dos reis e antepassados é relatado por vários povos ao longo dos tempos. E isto, na contramão da História humana, não ocorreria em Israel.

Davi foi chamado certa vez por Deus para uma aliança. O rei iluminado serviria de canal para a chegada do Prometido lá no Jardim.

“Farei levantar depois de ti o teu descendente, que será dos teus filhos, e estabelecerei o seu reino... O confirmarei na minha casa e no meu reino para sempre, e o seu trono será estabelecido para sempre" (1 Crônicas 17:4-14)

O mundo precisaria esperar por mais mil anos até que este descendente viesse. Por enquanto, o rei Davi se consolaria ao saber que o Prometido viria de sua prole, e um dia seria conhecido como o “Filho de Davi”! (Mateus 1.1)

Page 81: Caminho da Luz: A Manifestação de Deus na História

A tocha da esperança continuava acessa!

○ ○ ○

Fixação de material:

1. O que teria levado os israelitas a pedir um rei?

_______________________________________________________

_______________________________________________________

_______________________________________________________

_______________________________________________________

_______________________________________________________

_______________________________________________________

______________

2. O sistema de governo ____________________ é

quando Deus é o soberano. O sistema

___________________ é quando um rei é colocado como o

cabeça de toda a nação.

3. Diferente de um rei, o juiz em Israel tinha:

( ) corte

( ) palácio

Page 82: Caminho da Luz: A Manifestação de Deus na História

( ) coroa

( ) poder

( ) harém

( ) esposa e filhos

4. Os dois primeiros reis de Israel foram _____ e

_____.

5. Ao contrário dos outros povos, o __________ não

era endeusado ou tido como um filho de Deus, ou

mesmo um herói sem erros.

6. Davi foi um “homem segundo o coração de

Deus, pois:

_______________________________________________________

_______________________________________________________

_______________________________________________________

_______________________________________________________

_______________________________________________________

__________________________

Page 83: Caminho da Luz: A Manifestação de Deus na História

7. Deus fez uma _______________ com Davi, prome-

tendo que seu descendente teria um reino eterno.

Perguntas para reflexão:

1. Poderíamos dizer que, segundo a

experiência do Israel pré-monárquico, toda a

instituição precisa de um líder humano que se

responsabilize e responda por ela?

_______________________________________________________

_______________________________________________________

_______________________________________________________

_______________________________________________________

______________________________________

2. O pedido insistente e prematuro de um

rei pode ter “atrapalhado” o curso natural da História

para Israel? Qual a lição para a vida que podemos

tirar deste episódio?

_______________________________________________________

_______________________________________________________

_______________________________________________________

Page 84: Caminho da Luz: A Manifestação de Deus na História

_______________________________________________________

______________________________________

3. Ao que podemos ver neste ponto e em

outros momentos da História, Deus trabalha num

plano que foje dos imediatismos humanos, numa

escala à longo prazo, como foi o caso de Davi. Você

pode identificar algo neste sentido em sua própria

vida?

_______________________________________________________

_______________________________________________________

_______________________________________________________

_______________________________________________________

______________________________________

Page 85: Caminho da Luz: A Manifestação de Deus na História

Lição 9

CASA DE LUZ O fulgor que habitou o mundo

Leitura: I Re 6

O grande rei Davi havia descido ao sepulcro. Em

seu lugar ficou o seu jovem filho Salomão, que teve a

incumbência de levantar o magnífico Templo que seu

pai havia planejado e se dedicado a construir, mas que

fora impedido por Deus.

Por sete anos materiais vindos de Israel e outras

localidades, especialmente da Fenícia, foram

utilizados para erigir o centro de culto israelita. Os

marceneiros e outros operários foram importados da

Fenícia, e o Templo seguiu as linhas gerais do

Tabernáculo que fora usado até a chegada do novo

Templo. Mas a construção teve igualmente influência

dos seus arquitetos estrangeiros, e em muito acabou

Page 86: Caminho da Luz: A Manifestação de Deus na História

se assemelhando com outros templos fenícios e até

mesmo egípcios. As divisões e orientação pelos pontos

cardeais são exemplo disto.

No dia de sua inauguração, o próprio Salomão

oficializou a cerimônia. Fez uma das orações mais

expressivas da Antiguidade, reforçando o fato que

aquele local seria onde o Deus verdadeiro iria habitar

e ouvir os homens, e se pecadores entrassem naquele

Templo arrependidos e expressando isto em suas

orações, o Senhor os ouviria e perdoaria.

Ao fim de suas palavras, um fenômeno

importante teve lugar, pois a Glória de Deus encheu o

Templo. Esta Glória (conhecida pelos hebreus como

Shekinah) era a manifestação da presença divina. Isto

ocorreu na inauguração do Tabernáculo que fora

erigido no deserto nos tempos de Moisés. Não

sabemos muito ao certo o que seria esta Shekinah e

como se manifestava. Aparentemente era uma fumaça

estonteantemente luminosa que enchia o local. O fato

é que o Templo foi aceito como habitação divina, mas

Page 87: Caminho da Luz: A Manifestação de Deus na História

não num sentido literal de habitação das divindades

que outros povos davam aos locais sagrados. Deus

não podia ser comportado numa construção humana,

e isto é reconhecido imediatamente pelo próprio

Salomão. O Templo seria mais um símbolo para o

povo, um memorial de sua ligação pela Aliança

firmada no passado.

As outras nações sempre erigiram monumentos e

templos para suas diversas divindades. Mas quanto

mais antiga a cultura, mais próximo encontramos

nelas o conceito de Salomão: Deus não se limita a um

local, mas é o Senhor dos Céus. Conforme foram se

passando os tempos, tais povos foram se afastando da

verdade luminosa sobre um Deus único e Criador, e

consequentemente, mais monumentos eram

levantados para divindades eleitas por homens. Tudo

isto foi um caminho que levou todos à idolatria.

Com o decorrer dos anos, fica evidente que o

local não era sagrado por si só. O que o tornava

especial era o seu Dono. Cerca de 4 séculos depois,

Page 88: Caminho da Luz: A Manifestação de Deus na História

quando veio abaixo pelas mãos dos babilônios, isto

serviu de aviso ao povo. Quando os judeus começaram

a depositar sua fé na impossibilidade do Templo ser

violado e destruído pelos inimigos de Israel,

apegaram-se a ele, como a um amuleto da sorte. A

salvação não estava no Templo, mas no seu Dono.

Com o passar dos anos, igualmente o próprio

Salomão acaba se entregando à possibilidade de

render culto e sacrifícios a outras divindades. O

abismo em que se enredou o rei acabou por levar o

povo à promiscuidade espiritual. Altares foram

levantados em Israel. As trevas estavam sufocando a

luz novamente. O Templo virou local de cerimônias

vazias e rotineiras. Enquanto o povo se desviava e

seguia os deuses das outras nações, a justiça foi se

esvaziando.

Depois da morte de Salomão, o reino acaba por

se dividir entre sul e norte. A parte sul fica nas mãos

de 2 tribos (Judá e Benjamim), e o norte abarga as

restantes 10 tribos. Foi o fim do período de ouro de

Page 89: Caminho da Luz: A Manifestação de Deus na História

Israel. Nuvens de tempestade e trevas se agigantavam

no horizonte daquela nação.

○ ○ ○

Fixação de material:

1. Depois de anos de um reinado bem

sucedido, o grande rei ___________ deixa seu trono

para o seu filho ______________, que terá a incumbência

de construir o ______________.

2. A grande construção levantada pelo novo

rei teve como modelo o __________________ , contudo

sofreu forte influência dos:

( ) Gregos

( ) Persas

( ) Fenícios

( ) Filisteus

3. Com o passar dos anos o Templo se torna

um verdadeiro _____________ nas mãos do povo que

acabou interpretando-o como sendo a morada de

Deus.

Page 90: Caminho da Luz: A Manifestação de Deus na História

4. A Glória (conhecida pelos hebreus como

Shekinah) era a manifestação da _____________ divina.

Esta manifestação ocorre no tabernáculo na sua

inauguração (Êxodo 40) e após a oração dedicatória

feita por Salomão. O que isto pode nos dizer?

_______________________________________________________

_______________________________________________________

_______________________________________________________

_______________________________________________________

_______________________________________________________

_______________________________________________________

______________

Perguntas para reflexão:

1. Quais os perigos que corremos quando

trocamos o Criador pela criação?

_______________________________________________________

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_______________________________________________________

_______________________________________________________

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_______________________________________________________

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2. Salomão era conhecido como o homem

mais sábio de sua época, entretanto, isto não o

impediu de se desviar da luz. Qual o caminho então

para permanecermos na luz? Fé, conhecimento,

obras? Qual sua opinião a respeito?

_______________________________________________________

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_______________________________________________________

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3. Existe algo de sagrado, santo nos ambientes de adoração como templos, igrejas, monastérios? ( ) Sim, pois são lugares dedicados à busca do espiritualismo.

Page 92: Caminho da Luz: A Manifestação de Deus na História

( ) Não, pois o que importa é a quem estamos adorando.( ) Não sei, pois ainda não pensei no assunto.

4. O que é o sagrado e o profano? Existem coisas que são totalmente sagradas e outras totalmente profanas?

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_______________________________________________________

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Lição 10

A CHAMA QUE QUASE SE APAGA

Leitura: 2 Cr 36.15-21

Os anos que se seguiram à divisão entre as tribos do sul e do norte foram de muita confusão. Apesar de serem conectados por laços familiares, ao longo dos próximos 200 anos os dois lados irão opor-se um ao outro, tanto no campo político, social e econômico, quanto no religioso. As diferenças acabaram, por determinados momentos, colocando ambos até mesmo em lados opostos no campo de batalha.

Não apenas a deterioração das relações interpessoais foram se agravando, mas o quadro religioso foi vítima constantes de golpes por parte das trevas, especialmente no norte. Lá, já nos primeiros anos de reinado, o novo rei inicia a construção de lugares sagrados pelo território, buscando oferecer uma alternativa ao Templo de Salomão como centro cúltico, que havia ficado nas mãos dos sulistas. Esta medida foi tomada, pois além de seus súditos ainda manterem os laços religiosos com as suas tribos co-

Page 94: Caminho da Luz: A Manifestação de Deus na História

irmãs, o fluxo de adoradores continuava a atravessar a fronteira em direção ao sul para fazerem seus sacrifícios e ritos no templo do vizinho Judá.

O estado se agrava com os altares que se multiplicaram pelo reino, e com o tempo, as perversidades pagãs dos cananeus vão se incorporando nos rituais celebrados nestes lugares. A mistura com o paganismo cananeu, conforme advertiu Moisés, acabariam por cobrar o preço costumeiro. Dos 19 reis, desde a separação até o cativeiro assírio (722 a.C.), todos foram classificados como “maus”. Este julgamento não está vinculado com questões político-sociais, nem mesmo com a economia ou outro aspecto, mas é uma constatação sob o prisma da moralidade e lealdade ao Deus de seus antepassados. Com o tempo, e com algumas exceções, a chama foi se apagando no Reino do Norte. As esperanças ficaram por conta do sul, mas mesmo lá, a situação era instável.

A maioria dos reis do sul foi da mesma forma considerada má. O reino cambaleia em meio a imoralidades, desunião, desestruturação da malha social, forte oposição dos inimigos ao redor, etc. A falta de observância das Leis Mosaicas foi levando o reino à ruína total.

Apesar de toda esta situação, havia alguns

Page 95: Caminho da Luz: A Manifestação de Deus na História

flashes de luz em meio a uma tenebrosidade exponencial. Nomes como Ezequias, Josias, Urias e outros poucos reis, foram conceituados positivamente, sendo que “fizeram o que era reto diante do Senhor”. Entretanto, mesmo estes lampejos não foram suficientes para desconstruir o quadro geral formado pelo povo. Quando tais reis mandaram derrubar os altares profanos, isto não foi capaz de retirar dos judeus a religião pagã já fortemente enraizada em seus corações.

E este quadro era agravado pela falsa sensação de isenção de julgamento e reprovação divina que pairava sobre o povo. Afinal, segundo suas crenças, eram o povo escolhido, tinham o Templo, as promessas e as Leis. Contudo, toda esta soberba acabava por ocultar o estado eminentemente catastrófico que estava por se instalar.

Em 587 a.C., após muitas indas e vindas dos conturbados processos políticos e bélicos, a capital Jerusalém sucumbe aos exércitos babilônios. O sagrado Templo é profanado, pilhado e incendiado. A fumaça e a morte se espalham pelas ruas da cidade.

O símbolo mais evidente da dor dos judeus foi expressa pelo maior profeta da época, Jeremias, em seu livro intitulado Lamentações. O fato do Estado judeu deixar de existir, o Templo estar arruinado e o

Page 96: Caminho da Luz: A Manifestação de Deus na História

povo cativo, levou muitos a uma reflexão mais profunda de suas vidas pessoais, especialmente no que se referia a relação com o Deus que cultuavam desde a antiguidade. Pequenos pontos de luz se acendiam na escuridão!

○ ○ ○

Fixação de material:

1. Verdadeiro ou Falso:

( ) O Reino do Norte teve poucos reis maus

( ) Quando a Bíblia fala de rei bom ou mau está se

referendo à sua relação com Deus e atos.

( ) Apenas os reis eram maus, a sociedade vivia de

forma correta e piedosa.

( ) Deus envia o povo para os cativeiros numa forma

de correção e não punição.

2. Logo após a divisão dos dois reinos,

começamos a perceber uma rápida tendência de

oposição nos campos ______________ , ________________ ,

_________ e _______________

Page 97: Caminho da Luz: A Manifestação de Deus na História

3. Foram aproximadamente ____ anos de

inimizade quase que contínua entre os reinos:

( ) 100

( ) 200

( ) 250

( ) 300

4. Qual a solução do primeiro rei do Reino do

Norte para evitar o fluxo de seus súditos em direção à

Jerusalém para adorar?

_______________________________________________________

_______________________________________________________

___________________

Perguntas para reflexão:

1. O que podemos aprender com este

período? Qual a relação entre nossa atitude para com

Deus e para com o próximo?

_______________________________________________________

_______________________________________________________

_______________________________________________________

Page 98: Caminho da Luz: A Manifestação de Deus na História

_______________________________________________________

______________________________________

2. Como a ação do primeiro rei do norte

influenciou na subsequente deterioração do quadro

religioso?

_______________________________________________________

_______________________________________________________

_______________________________________________________

_______________________________________________________

______________________________________

3. Qual, em sua opinião, a maior lição que

podemos tirar deste período?

___________________________________________

4. Instituições religiosas, amuletos,

talismãs, líderes religiosos, etc. , tem algum poder

para proteger as pessoas? Por que?

_______________________________________________________

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Lição 11

MENSAGEIROS DA LUZ

Leitura: Amós 3

Precisamos dar uma atenção especial para um fenômeno de grande importância que ocorreu no período dos reinos divididos.

Neste momento sombrio da desunida nação israelita, surgem os vultos de personalidades que ditariam para os descendentes de Jacó as diretrizes divinas. Foram vozes que se elevaram em meio ao caos instalado na Palestina. Eles foram conhecidos como os profetas.

Os profetas eram pessoas comuns, não tendo necessariamente um vínculo com o sistema religioso israelita. Eles muitas vezes aparecem repentinamente no cenário urbano (ou rural) e da mesma forma desaparecem sem deixar ao menos algum registro de suas vidas pessoais.

Apesar de sempre estarem presentes desde tempos imemoráveis na história do povo, seja

Page 101: Caminho da Luz: A Manifestação de Deus na História

andando solitários pelas paisagens áridas, ou em bandos, foi com Elias (IX a.C.) que o movimento profético teve seu alavancamento. Ele acaba por se tornar um ícone nesta forma de transmissão da orientação divina para os homens. Diferentemente do sacerdócio, que era vitalício e passado hereditariamente, o profetismo não tem vínculos com instituições. Sua continuidade dependia exclusivamente do Senhor, que elegia e convocava o profeta.

A partir da metade do século VIII a.C., uma onda cada vez maior destes profetas começa a ampliar a visão teológica dos seus contemporâneos em ambos os lados da fronteira dos Reinos do Sul e do Norte. Aparentemente, Jonas inaugura este momento que perdurará até aproximadamente o período de Jesus (que teria considerado João Batista o último dos grandes profetas).

As revoluções teológicas propostas por aqueles homens se davam no âmbito social, onde os profetas denunciam as desigualdades na sociedade e a exploração humana, passam por questões cúlticas, onde Deus assegura seu total repúdio a rituais desvinculados com uma atitude interna, e especialmente, o grande e total (e até então desconhecido pelos judeus) interesse de Deus por

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todos os povos. Sim, Deus controlava a História das nações, amava-os de forma irrevogável, e isto foi expresso maravilhosamente no caso de Jonas, enviado para Nínive (inimigos de Israel) para pregar arrependimento e salvação.

Uma década depois, aparece Amós, deliberadamente se comprometendo com estas “novas” perspectivas teológicas. Segundo suas pregações, Deus controlava todo o curso histórico, e o Universo inteiro (inclusive os povos), Lhe pertenciam. Em seu encalço, vemos uma série de homens-profetas se levantarem, sendo que invariavelmente o mais conhecido de todos foi Isaías, que inicia sua atuação neste palco cerca de 15 anos após o conterrâneo Amós.

O despreparo do povo e da elite em receber estas “inovações”, em muitos casos, causaram o desprezo, ridicularização e até mesmo o assassinato desses mensageiros inspirados pelo próprio Deus.

Eles falavam em nome do Senhor quando afirmavam “Assim diz o Senhor...”. Foram pessoas das quais o autor da carta aos Hebreus no Novo Testamento dirá: “o mundo não era digno deles. (Hb 11.38)

Mas estas e outras inovações na compreensão religiosa e teológica não estavam ocorrendo apenas

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com os israelitas na Palestina. No mundo inteiro mestres religiosos (e até não-religiosos) estavam saindo de uma sonolência provocada pela escuridão espiritual que de longo tempo se abatia sobre todos. O processo parece ter-se iniciado nas áridas paisagens da Palestina, com os profetas, mas aos poucos, fracos raios de luz começaram a penetrar as densas trevas. Em outras localidades que estavam tão distantes quanto a China e a Grécia, alguns questionamentos de cunho mais metafísico estavam sendo levantados, e com o tempo, começaram a ser denunciadas a ineficácia dos ritos externos, a religião estéril, o sistema de magias e a idolatria.

Questionamentos de cunho filosófico, religioso e moral rondavam as mentes dos homens, e isto serviria muito, depois, como fundo para a chegada do Eleito de Deus, pois se estava preparando o cenário para a plenitude dos tempos. Podemos afirmar que as palavras do profeta Isaías se encaixam exatamente neste contexto: “O povo que andava nas trevas viu uma grande luz; sobre os que habitavam na terra da sombra da morte resplandeceu a luz”. (9.2)

É bem verdade que Buda, LaoTsé, Confúcio, os filósofos gregos, as escrituras dos Vedas e todas as outras manifestações desta busca pela verdade não eram suficientes para tirar os povos de toda a sua

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cegueira espiritual, mas eles apontavam para a vinda de um Salvador, o que futuramente se tornará conhecido em Israel pela designação de “o Messias”. Todos estes mestres, invariavelmente, apontaram para o Eleito que viria, e jamais requisitaram para si mesmos tal título!

Enquanto isto, na perdida Palestina, o povo israelita passava pela situação mais febril de sua História. Em poucos anos, precisamente 722 a.C., devido à compulsiva obsessão pelas trevas e as práticas religiosas indevidas, os habitantes do Reino do Norte foram levados cativos pelos assírios, e a volta até hoje está envolta em mistério.

A lição infringida ao reino irmão não abriu os olhos dos sulistas, e mesmo com o contínuo fluxo de profetas que pregavam uma mudança nas bases da religiosidade do povo, um século e meio depois, chegou a vez do Reino do Sul ir para o cativeiro, mas desta vez levados pelos babilônios. O Templo foi destruído pelo invasor e o orgulho do povo foi jogado por terra. Parecia que as esperanças de um prometido vindouro Rei oriundo da tribo sulista de Judá estavam sendo destruídas.

Entretanto, como em outros momentos, Deus reservou para si a demonstração que detinha as rédeas da História. O Cativeiro da Babilônia serviria

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para, de forma inesperada, preservar a fé. O remédio para a cura tinha um gosto amargo.

Ainda neste período longe de seus lares, na Babilônia, os judeus ouviram as vozes de outros profetas como Daniel e Ezequiel, clamando como mensageiros, indicando que o fim da história ainda não havia chegado.

Os cerca de 70 anos de Exílio dos sulistas curariam a idolatria de Judá. A chama que quase apagou, reacendeu! Eles voltaram para sua terra, graças a mão poderosa de seu Deus, que usou um rei persa, Ciro, o ungido do Senhor...

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Lição 12

RESTAURADA A CHAMA

Leitura: Salmos 92-100

O período do Cativeiro judeu na Babilônia não apenas curou o povo de sua crônica idolatria, como abriu os olhos deles para o que acontecia na criação de Deus. Com o orgulho rasgado pela humilhação que estavam sofrendo, eles começam a reconhecer a ação do Deus, conhecido em Israel, no mundo ao redor.

Os Salmos compostos (alguns foram indicados na Leitura acima) neste tempo começam a convocar os povos de toda a Terra para adorar Aquele que anteriormente era, segundo a concepção judaica, o Deus exclusivo deles. A percepção das maravilhas divinas se manifestando no meio dos gentios (os não-judeus) provocou um conflito interno na visão de mundo e teologia judaicas. O Senhor Deus (conhecido por eles por YHVH, cuja pronuncia do Nome está perdida) era, na verdade, o Deus da humanidade e zelava por toda ela! (Salmo 33,13)

Page 107: Caminho da Luz: A Manifestação de Deus na História

Mas como eles estavam chegando a estas conclusões? Quais eram as evidências da atuação divina fora do âmbito judaico?

Ao entrarem em contado com o mundo religioso-espiritual dos persas, por exemplo, os judeus percebem que Deus não estava de todo oculto de outros povos como imaginavam. Os persas haviam substituído os babilônios no cenário internacional quando em 539 a.C. o rei Ciro conquistou a capital dos babilônios. A mescla das tradições religiosas da Mesopotâmia com o universo persa faz uma efervescente busca pelo Criador se acender nos corações de muitos povos. Perguntas tais como: “Onde está a verdade? Qual o deus verdadeiro?” acabam por levantar questionamentos profundos. E é exatamente neste contexto em que temos os judeus sendo inseridos no seu tempo de Exílio.

Os persas naquele momento viviam sob a influência das reformas religiosas promovidas por Zoroastro. O clamor daquele líder espiritual persa ia ao encontro dos profetas israelitas, e conclamava a todos a buscaram o único Deus verdadeiro, o qual os persas denominavam Ahura-Mazda (Sábio Senhor). Os inúmeros pontos de contato entre a fé zoroastrística e os ensinos do Antigo Testamento levam muitos estudiosos a se questionarem qual das duas correntes

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influenciou a outra em seus conceitos mais primários. Nada impede, entretanto, que ambos os sistemas tenham se desenvolvido de forma independente uma da outra e vindo a se complementar posteriormente.

Um exemplo concreto desta intercambialidade está expressa na oração de Neemias, um dos heróis do período pós-cativeiro. Em sua oração (Neemias 1.4-11), ele se refere ao Deus de seus antepassados como o “Deus dos Céus”, designação pela qual era conhecido Ahura-Mazda. A descoberta de atributos de Deus ocorre na mente judaica neste período, e este processo enriquecerá a visão dos judeus nos próximos séculos. Os aprofundamentos se dão especialmente em relação às questões sobre a vida após a morte, seres celestes, e os últimos acontecimentos da nossa História (vulgarmente conhecido como Apocalipse).

Contudo, todas estas similaridades e incrementos na compreensão teológica apontam invariavelmente para uma manifestação revelatória mais aguda de Deus para os judeus e nas culturas fora de Israel. Deus não se deixara sem testemunho entre as nações. Podemos ver esta verdade estampada nas palavras de Paulo, cerca de 500 anos mais tarde quando afirma: No passado ele permitiu que todas as nações seguissem os seus próprios caminhos. Contudo, não ficou sem testemunho... (Atos 14.16-17).

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E foi com esta realidade que os judeus estavam se deparando no Exílio.

Quando voltaram para suas casas, o mundo havia ficado maior em suas mentes, o próprio conceito de Deus havia crescido em suas concepções. Isto fez com que precisassem reavaliar toda as bases teóricas de sua religião.

Com a chama restaurada e a visão ampliada, os judeus voltam para reconstruir o Templo. A tarefa era árdua e perigosa, pois muitos inimigos ao redor estavam interessados no fracasso da empreitada judaica.

Neste momento, temos pessoas levantadas por Deus, como Neemias e Esdras, que colocam o povo para trabalhar na restauração dos muros de Jerusalém, no erguimento das paredes do Templo, enfim, na restauração do que havia sido destruído pelos babilônios.

Podemos notar neste contexto que Esdras foi o responsável pela estruturação e organização do movimento religioso judaico, o que viria a se tornar ao longo dos próximos séculos, o judaísmo. O zelo dos judeus agora pela Lei e as Escrituras Sagradas acabam por tomarem conta de todos. Haviam aprendido a dramática lição de qual era a situação do homem entregue à idolatria.

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Após este tempo de Esdras e os profetas do pós exílio (como Zacarias, Ageu, Malaquias), inicia-se o silêncio intertestamentário, que é um período de aproximadamente 400 anos em que não temos uma atividade profética expressiva em Israel.

Mas isto não significa que Deus não estava agindo em outros cantos do mundo ou mesmo em Judá. Pelo contrário, a Sua ação vai se intensificando por todo o planeta. A hora do Eleito vir ao mundo estava chegando.

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Lição 13

ÀS PORTAS DA PENUMBRA SILENCIOSA

Deus fez isso para que os homens o buscassem e talvez, tateando, pudessem encontrá-lo, embora não esteja longe de cada um de nós. At 17.27

Leitura: Atos 17.22-31

Enquanto Israel estava em sua luta pela sobrevivência no período pré e pós-cativeiro, no mundo externo, os povos ainda estavam imersos nas trevas, com alguns pontos fracamente iluminados na vastidão das trevas e sombras. Mas o processo de busca pelo estado ideal inicial, no Jardim, nunca cessou.

Por esses tempos, na China o culto a Shang-Ti estava fadado a um plano secundário. O Senhor dos Céus (Shang-Ti) fora reverenciado desde a mais remota antiguidade, recebendo sacrifícios realizados 1 vez ao ano pelo Imperador, num templo especial ao

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norte da capital imperial. Neste e nos outros lugares dedicados a Shang-Ti, a representação da divindade era proibida, seja por desenhos ou estátuas.

Se a memória do Senhor dos Céus estava eclipsada, o que teria ocupado a mente religiosa inquisitiva dos chineses? Bem, Confucio se dedicava a pensamentos que buscavam solucionar o dilema humano do bom convívio social, sem descartar entretanto ideias e conceitos metafísicos, como o Tao, amplamente conhecido por aqueles lados do mundo. Algum tempo antes, Lao Tsé se dedicara ao tema do Tao, que seria a origem criadora de todas as coisas, mas que estava totalmente oculto aos olhos humanos, sendo portanto, inatingível.

Na Grécia, a filosofia estava se debruçando sobre questões mais profundas, metafísicas, e encontrou no Logos algo que equivaleria ao Tao chinês. Platão dedica muito esforço à procura de respostas para todas as questões do plano material e não-material. Este esforço platônico posteriormente será a base para a introdução da pregação do Eleito no mundo helênico, o que influenciou o conceito do Logos conforme vemos na teologia do apóstolo João (João 1).

Além de chineses e gregos, desde os mais antigos tempos, os povos indo-arianos conheciam o Logos-Tao pelo nome de Dharma ou Rita. Os egípcios,

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de longa data, chamavam este princípio criador e ordenador do mundo por Maat. Os sumérios já o conheciam pelo nome de Me.

A busca por estes conceitos, o desejo de se conhecer e pensar sobre assuntos desassociados com o plano material, indicam que a ânsia humana pelo metafísico e o transcendente havia sido despertada, especialmente nestes séculos que antecediam a plenitude dos tempos.

Os filósofos gregos estavam abandonando a concepção de Homero e de Hesíodo de um panteão de deuses e semi-deuses, e buscavam agora a fonte primária da vida. O repúdio dos filósofos gregos ao politeísmo geraria um vácuo na mente religiosa do mundo helenizado que está por se iniciar com a chegada de Alexandre, o Grande, e suas conquistas que atravessariam o mundo antigo. A própria Escola das Tragédias gregas que ocupam os anfiteatros, é um reflexo do desespero que toma conta do mundo enquanto a crise espiritual se instalava e agravava por todo o Mar Mediterrâneo.

A ampliação do mundo grego com as conquistas de Alexandre, abrem uma porta para as culturas e manifestações religiosas dos povos conquistados. O sincretismo que se segue é uma característica da religiosidade dos gregos daquele período. No ritmo

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destas novas "descobertas", o mundo helênico toma conhecimento das tradições judaicas, mais especificamente de Moisés. Aliado a esta ânsia por conhecimento religioso, os judeus de cidades distantes da Palestina, como os de Alexandria no Egito, começam a clamar por uma tradução de seus livros sagrados para a língua já predominante no mundo, o grego. Assim surge a Septuaginta, que é a tradução dos escritos sagrados hebraicos para o grego, e que será vital nos primeiros anos do, ainda por vir, Cristianismo.

Neste período em que estamos às portas da chegada do Eleito, vemos o ímpeto pela busca religiosa se acender no norte da Índia com o aparecimento de Sidarta Gautama, que veio a ser conhecido como Buda. Apesar de nunca ter se desvincilhado dos conceitos religiosos dominantes em sua época e local, ele foca sua busca na questão do sofrimento humano, passando sua vida à procura das respostas. Buda, portanto, foi um inquiridor, um buscador de soluções para o grande dilema da existência humana. Importante notar que Buda jamais reivindicou para si o status de salvador ou messias. Na realidade, vemos que ele apontava para a chegada de um salvador para cerca de 500 anos depois dele mesmo, conhecido como Maitreya. Buda viveu no séc.

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V a.C.! No Extremo Oriente, a chegada do Maitreya

estava associada ao início de uma nova era na qual o mundo seria transformado num paraíso.

Segundo alguns estudiosos, esta ideia no budismo se coaduna com concepções similares encontradas em outros sistemas religiosos, como a antiga concepção indiana do Cakravartin, um monarca que unificará todo o mundo.

No planalto iraniano, o Zoroastrismo desenvolveu a ideia de um futuro salvador, denominado Saoshyant, que nasceria de uma virgem e que iniciaria uma renovação total do mundo. A expectativa “messiânica” estava espalhada pelo mundo na Antiguidade, e o fervor pela chegada de um Salvador se acumulava com o passar do tempo.

O brahmanismo na Índia, no contrapé destas buscas pela origem pessoal da vida, aventurou-se pela despersonificação da fonte primária da vida. O Criador pessoal é lentamente substituído por uma força universal impessoal. Contudo, em suas camadas mais profundas, parece que o vedismo e o hinduísmo contam com o conceito de um Deus Criador.

A leitura cuidadosa dos envelhecidos textos dos grandes movimentos religiosos deste período nos mostram a preocupação em se encontrar a origem ou

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o originador de tudo. Foi este período entre os séculos VIII- IV a.C. que vemos nascer as bases filosóficas e doutrinárias do Budismo, Hinduísmo, Taoismo, além de toda a Filosofia Grega clássica. Aqui também nascia o Judaísmo, que lançaria a base para o Cristianismo e quase mil anos depois desta época embrionária de conceitos metafísicos e religiosos, ainda daria À luz ao Islamismo. Esta efervescência religiosa e espiritual é conhecida como a “Era Axial”, termo cunhado por Karl Jaspers, um filósofo alemão nascido no final do século XIX. Segundo este conceito, entre os séculos VIII e IV a.C., o mundo experimentou uma explosão de conceitos de espiritualidade que nunca mais verá.

Mas na realidade, este período histórico apenas é um impulso, uma retomada de uma ânsia interna humana que ficou anestesiada pela religião ritualista e mágica que surgiu após o Dilúvio. Assim como os profetas israelitas, os precursores destes movimentos buscavam desvincular os ritos e a exteriorização dos atos religiosos da verdadeira Religião. A busca pelo Criador tinha ganhado uma nova força.

O mundo estava Às portas da chegada do Eleito...

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Lição 14

SILÊNCIO NO MUNDOEntre a noite e o dia

Leitura: Isaías 60

O mundo está sendo preparado para algo totalmente novo. O clima nas regiões que estão envoltas pelas trevas desde o dia fatídico lá no Jardim, agora estão em estado de espera. A luz está por raiar, e ela aparecerá num ponto específico no tempo e no espaço.

Aqueles que estavam inundados nestas escuridões ainda não conseguiam entender como isto se daria, apenas esperavam pelo Eleito prometido, escolhido. Mas em Israel, a expectativa ia aumentando conforme os anos passavam, pois o local e a época estavam indicados pelos profetas (Miqueias 2.5; Daniel 9.24-27).

Enquanto o tempo determinado não chegava, os judeus passavam por momentos de preparação em sua

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trajetória. Após a volta do Cativeiro da Babilônia e a restauração dos muros de Jerusalém e do Templo, a preocupação era com a questão da fixação e sobrevivência dos repatriados. A oposição dos inimigos ao redor era intensa, e mesmo ainda sob o domínio do Império Persa, os judeus precisaram se defender dos perigosos inimigos que os rodeavam.

O cenário político mundial estava por mudar com a chegada de Alexandre, o Grande. O jovem macedônio de cultura helênica chegaria no séc. IV a.C. para mudar o quadro político do mundo, colocando em evidência toda a cultura grega. Suas conquistas se estendem por toda a região da Grécia e adjacências até a longínqua Índia, ao sul estendendo-se até o Egito. Era o maior império que o mundo veio a conhecer na Antiguidade.

A morte repentina de Alexandre fez com que o Império fosse dividido em quatro partes entre os generais de Alexandre. A Palestina fica sendo disputada por 2 deles.

A forte helenização de todo o mundo sob o domínio destes generais provoca um efeito muito negativo entre os judeus, pois eles se negavam a incorporar em sua cultura os elementos gregos, especialmente em sua religião. O Templo construído após o Cativeiro se tornou lugar de disputa e

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frequentes problemas. A situação atinge um ponto crítico com a

proibição em 167 a.C. da prática do judaísmo, segundo o decreto de Antíoco IV, e com a introdução do culto do Zeus Olímpico no Templo. Estas medidas desagradam muitos judeus que decidem resistir a esta assimilação religiosa e acabam sendo perseguidos e mortos.

Em reação a esta perseguição e assassinatos em massa por todo o país, estoura a revolta dos macabeus, que no princípio tinha caráter de guerrilha, mas que com o tempo foi tomando forma, e acabou por conseguir uma certa autonomia dos judeus em relação aos gregos. Alianças com países estratégicos levam a consolidação deste poder judaico autônomo. Entre estes países, estava Roma, que posteriormente tomaria o acordo como pretexto para a invasão e ocupação militar da Palestina.

Foi neste período de efervescência política que se fixam os partidos políticos judeus de maior expressão: saduceus, fariseus e essênios.

Os fariseus acabam por se tornar o grupo mais proeminente no cenário político-religioso. O zelo com que observavam as Leis Mosaicas e o desejo de cumpri-las rigorosamente acaba por levá-los a uma religiosidade árida e muito ritualista. Por causa deste

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zelo, iniciam um processo de rápida volta aos patamares pré-exílicos no que diz respeito aos conceitos teológicos, onde Israel era visto como o povo exclusivo de Deus, o moralismo e ritualismo ficando acima do homem. Os rituais retornam ao centro da atenção, e as práticas internas da espiritualidade são desconsideradas.

Os saduceus eram judeus “secularizados”, que não criam na vida após a morte, no mundo espiritual, e etc. Estavam compromissados apenas com este presente mundo, numa visão basicamente materialista de realidade, quase assumindo uma posição onde o divino não tinha lugar nos negócios humanos.

Os essênios formavam um grupo separado, do qual temos poucas informações sobre suas crenças e atividades. Aparentemente, lá pelo século II a.C., certo setor deste agrupamento se desvinculou da vida cotidiana da cidade e buscou no deserto um refúgio contra as apostasias vigentes na sociedade judaica, que cambaleava entre a paganização da helenização, os fanáticos fariseus e os desespiritualizados saduceus.

O ermo do deserto da Judeia tornou-se o bastião para aqueles que esperavam pela instauração do reino divino na Terra, que segundo os profetas, deveria despontar a qualquer momento no horizonte histórico.

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Neste tempo, tais grupos criam, a sociedade judaica seria limpa de toda a impureza e o rei da justiça reinaria para sempre. A sociedade, segundo as crenças amplamente enraizadas na visão popular, estaria dividida entre os filhos das trevas e os filhos da luz, e seria a manifestação do Prometido que instauraria o Reino de Deus na Terra, fazendo com que os filhos da luz triunfassem sobre seus inimigos. As comunidades do deserto se intitulavam os arautos que clamavam no deserto, eram a voz de Deus para todo o Israel em pecado. A chegada do Reino de Deus passaria, portanto, pela liquidação das forças inimigas, que eram prefiguradas pelos opressores gregos, e posteriormente pelos romanos.

Foi justamente a chegada dos romanos que traria os anos de muito sofrimento para os judeus. Mas a alvorada para a humanidade estava chegando!

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Lição 15

A ALVORADAJoão, o Batista

“Ele próprio não era a luz, mas veio como testemunha da luz.” João 1.8

Leitura: Mateus 3

Em meio a um turbilhão político-religioso, aparece uma das figuras mais enigmáticas da história judaica. Nascido na região montanhosa de Israel, filho de um sacerdote oficiante no Templo, João teria tudo para seguir os passos do já envelhecido pai. Mas a presciência divina o havia predestinado a um caminho mais nobre.

A corrupção nas fileiras religiosas atingiam até aos mais altos escalões, e que de alguma forma estavam ligados ao poder político dominado por Roma. Além de manterem seus privilégios adquiridos por acordos com os representantes de César, os líderes religiosos dedicavam-se a todo custo a evitar

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uma revolta contra o poder central, pois isto significaria, segundo eles, um massacre da população.

Este clima de desconforto e a agitação na espera da chegada do Messias levam muitos a abandonarem as cidades em busca de uma forma alternativa de sociedade, onde a pureza ritual e a espera do despontar do Reino de Deus seria esperado. O grupo mais notório neste sentido novamente, como foi 2 séculos antes, era uma dissensão dos essênios.

As similaridades entre os ensinos essênios e os de João, e mais especificamente o seu aparecimento repentino vindo do deserto, levam muitos a crer numa associação de alguma espécie entre eles. Mas a distância temporal e falta de material mais específico não nos permitem ser incisivos nesta correlação. O fato é que, repentinamente, João apareceu na planície do Jordão pregando o arrependimento, e como sinal desta nova vida, o batismo se tornou sua marca. Esta característica importante de João, que cunhou inclusive o seu apelido, João, o batista, será a base da identificação posterior daqueles que seguiriam o Messias.

João está no limiar de duas eras da humanidade. O tempo de efervescência à espera do Eleito e o Salvador estavam no seu auge. Pregando de forma enfática, no mesmo espírito dos profetas do Antigo

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Testamento, João arrasta multidões para ouvi-lo às margens barrentas do rio Jordão. Ele acaba por se tornar um fenômeno de audiência e popularidade, incluindo até mesmo o clero sacerdotal de Jerusalém. Seria ele o Messias? Seria o predito Elias, que viria anunciar a chegada do Messias? Ou seria mais um dos loucos religiosos que despontavam por toda a região?

Candidatos a messias neste período era o que não faltavam. A grande maioria destes autoproclamados messias era formada por homens que, por zelo religioso, bradavam por uma guerra santa contra os opressores romanos. Desde a Galileia, através do deserto e até à região montanhosa da Judeia, os propensos libertadores impunham suas espadas e conclamavam o povo para a revolta armada. Evidentemente, Roma agia nos seus moldes, reprimindo as insurreições e crucificando os líderes e seus seguidores. Mas este João era diferente em seu discurso, ao ponto de até mesmo soldados romanos irem buscar nele palavras de salvação.

Mas seria ele o esperado Messias? Afinal, o que era o Messias?

Não é tarefa fácil descrever toda a expectativa que se acumulou ao redor da figura do Messias, mas alguns traços se salientam. Primeiramente, segundo crença popular, o Messias seria um libertador judeu

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que romperia com a opressão romana. Esta identificação política é muito forte, ao ponto de todos os candidatos ao título sempre se identificarem com alguma revolta armada. A expectativa geral do povo, alimentado pela forte carga de impostos e restrições da autonomia dos judeus, era que logo surgiria o descendente de Davi, e ele tomaria o trono iniciando o reinado cujas origens evocavam à época de ouro do grande rei Davi.

Em segundo lugar, como consequência lógica do dito acima, o Messias era de propriedade exclusiva de Israel, ou seja, não se concebia um salvador de âmbito universal. Os outros povos não estavam incluídos na conta dos judeus para esta “salvação”. A sensação de exclusividade e eleição (já recorrentes como temos visto), fora encarada pelos judeus mais como privilégio do que como uma tarefa. Para o judeu, portanto, Israel existia para ser abençoado por Deus, e não para ser veículo através do qual outros teriam acesso a Deus.

Em terceiro, o Messias estava vinculado apenas com questões relacionadas ao mundo físico, ou seja, o Messias seria o rei que disponibilizaria aos seus súditos (judeus) um benefício material e de justiça. Não se esperava um Salvador que transcenderia a realidade física beneficiando os homens com questões

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espirituais e remissivas. Quando aquelas pessoas reunidas às margens do

rio Jordão se perguntavam sobre João ser o Messias ou não, eram estas algumas das concepções que tinham em mente. Contudo, aparentemente, as palavras dele estavam indo na contramão das expectativas. A autoridade com que proclamava a mensagem deixava seus ouvintes ainda mais confusos, pois ele pregava com veemência e autoridade, sem entretanto, apelar para os esteriótipos populares sobre o Messias.

Esta angústia chega a um ponto de tensão tão forte que acaba levando os líderes religiosos de Jerusalém a mandar uma comissão para questionar abertamente João. A pergunta foi clara e objetiva: “Quem é você?” (João 1.19). A resposta foi taxativa: “ Não sou o Messias (Cristo)!” (João 1.20). Se ele não era o tão esperado messias, então quem afinal era?

João ficaria conhecido na História como aquela voz vinda do deserto que clamava, e que veio preparar a chegada, como um arauto, da maravilhosa luz que estava finalmente por raiar!

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Lição 16

A LUZ DO MUNDO

Leitura: João 1

A expectativa messiânica era justificável. O livro de Daniel dava indicações precisas sobre a época em que o Eleito deveria trazer a luz para a Terra, conforme lemos em Daniel 9.27 e seguintes.

Todos os estudiosos concordam com o fato de que dentro da tradição judaica 1 semana representa um período de 7 anos (cada dia da semana é igual a 1 ano). Assim, seriam 69 semanas (69x7=483 anos) desde a restauração de Jerusalém até a vinda do Messias (Ungido) e a purificação.

O decreto para a restauração de Jerusalém ocorre na época de Neemias (Ne 1.3), o que ocorre em 453 a.C. Ao somarmos as datas, temos que o pecado e a purificação deveria ocorrer em algo ao redor do ano 30 d.C. Desta forma, o Messias precisava nascer algumas décadas antes para poder fazer o sacrifício purificador. Isto fez com que a geração de João, o

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batista, estivesse constantemente na expectativa da aparição do Prometido e Eleito do Senhor.

Mas onde ele nasceria? Miqueias 2.5 nos dá a resposta: Belém. Eles tinham um local e uma data aproximada, bastava esperar pela revelação do tão esperado Messias.

O evento do nascimento do Messias passou desapercebido pelos judeus e romanos. Não houveram anúncios suntuosos ou festas palacianas, e seu nascimento praticamente fica oculto de todos, exceto por alguns pastores que cuidavam dos rebanhos nas pastagens e pelos magos que saem do Oriente para encontrar o menino Salvador.

Figuras misteriosas aqueles magos. Quem eram, afinal de contas? Os magos eram uma casta de sacerdotes do Zoroastrismo, religião persa. Teriam eles lido nos céus a chegada do esperado Saoshyant, o Messias do Zoroastrismo, que estava marcado para aparecer por aqueles tempos, conforme preanunciou Zoroastro? Não temos como responder ao certo, mas podemos conjecturar com alta probabilidade de acerto que foi o que aconteceu, pois Deus não havia se deixado sem testemunho entre os povos, como vimos nas lições anteriores.

Fato é que pouco, ou quase nada, sabemos sobre a infância do Eleito, pois naqueles tempos estas

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informações não eram relevantes. Os detalhes das infâncias nas biografias dos grandes vultos da História da Antiguidade sempre são omitidos. O Messias não seria uma exceção!

Mas inesperadamente o tão aguardado personagem sai do anonimato e aparece junto às margens do rio Jordão. O encontro com João, o batista, é descrito de forma sucinta nos Evangelhos. Após algumas trocas de palavras, o homem da Galileia acaba por ser batizado, e é levado para o deserto a fim de ter um encontro com um antigo conhecido, o intruso do Jardim. O encontro entre os dois acaba por demonstrar a superioridade de Jesus, o nazareno. Mas a disputa aqui na Terra entre eles estava apenas inicializando.

Ao longo dos três anos que se seguiram, o nazareno está envolto em controvérsias com os líderes religiosos, curando os enfermos, ressuscitando mortos, pregando as boas novas da chegada da luz que fora amplamente esperada. As realizações dele causavam espanto no povo, traziam furor e descrença dos elitizados líderes religiosos dos judeus, chamavam a atenção de Roma, mas acima de tudo, inauguravam o tempo da salvação. Aquele era Jesus, a alegria dos homens.

Ao olharmos para todas grandes figuras da

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história de nossa raça humana, nenhum foi como Jesus. As palavras do sermão do monte (Mateus 5-8) são consideradas o ápice da moral e da espiritualidade, servindo inclusive de inspiração para outros líderes religiosos posteriores. Não há como negar o impacto daquele pregador. Mas seria ele apenas um mestre e pregador de moral elevada? Quem era Jesus, o homem da cidade de Nazaré na Galileia?

Inicialmente podemos dizer que ele se identifica como cumpridor (Mateus 4.16-21) da profecia de Isaías logo no início de seu ministério, e a profecia era uma enfática referência ao papel do Messias. Pouco mais adiante em sua caminhada, ele se identifica como o Messias (João 4.25-26). Não existem dúvidas de que ele reivindicou para si este título, apesar de não o fazer publicamente entre as multidões.

Contudo, apesar da reivindicação messiânica, sua pregação destoava do senso comum sobre o Messias. Sua mensagem estava baseada no amor, aceitação, inclusão dos desmerecidos. Ele se misturava com pecadores, comia na casa de cobradores de impostos e, talvez a mais desagradável de suas atitudes, não se negava a atender não-judeus, especialmente romanos. O messias era muito mais serviçal do que rei, e isto não ia ao encontro das

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expectativas populares. Mesmo assim, sua popularidade vai crescendo, ao ponto do povo exaltado pelo milagre da multiplicação dos pães e peixes decidir arrebatá-lo e proclamá-lo rei. Neste momento, Jesus foge, não por incapacidade ou medo, mas porque sua missão era outra: ser a luz, salvador do mundo, como havia sido prometido a Adão lá no Jardim.

Além de sua identificação com o Messias esperado pelos judeus (e os povos), um fator foi determinante para sua morte depois de 3 anos e meio de ministério. Ele passaria a linha limite da religiosidade dos líderes judeus. O Filho do homem também se identificou como o Filho de Deus, e isto era demais para ouvidos humanos!

As repetidas declarações de Jesus sobre sua filiação (por exemplo em João 10), levam-no a sentença de morte (João 19.7). A validação, entretanto, de sua reivindicação era atestada pelos milagres que realizava em abundância. Mesmo os contrários ao Nazareno, reconheciam a dificuldade de condená-lo, tendo em vista que a própria multidão estava do lado dele devido aos sinais que aconteciam por onde passava Jesus. Afinal, ele era a luz do mundo (João 8.12). Estas maravilhas operadas por ele eram o diferencial em relação a todos os outros grandes

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mestres religiosos de todos os tempos. Enquanto aqueles operavam através de pensamentos e palavras, Jesus proclamava o Reino de Deus, e o fazia também com milagres, curas, perdões de pecados, demonstrações de poder, controlando até mesmo as forças da natureza.

E não poderia ser diferente, pois como vimos, todo a História humana foi levada ao ápice neste momento do surgimento do Eleito!

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Lição 17

O FRUTO DA LUZ

"Eu sou a luz do mundo. Quem me segue, nunca andará em trevas, mas terá a luz da vida". (João 8.12)

Eu vim ao mundo como luz, para que todo aquele que crê em mim não permaneça nas trevas. (João 12.46)

Leitura: Isaías 53

Não restam dúvidas de que Jesus se identificava como o Messias, o Eleito de Deus. Mas sua missão estava relacionada exclusivamente à orientação espiritual, moral e ética da humanidade?

Umas das primeiras falas do Novo Testamento, pronunciada por João Batista, diz muito do objetivo da vinda de Jesus: "Vejam! É o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!” ( Jo 1.29). Este era o diferencial mais sublime da missão do Messias, tirar o pecado. A busca de Buda, por exemplo, foi orientada para a

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eliminação do sofrimento, mas o sofrimento é uma decorrência do estado adquirido no Jardim. Neutralizar o efeito deste veneno chamado pecado só poderia ser feito pelo enviado divino. Esta era a promessa (Gênesis 3.15). O dilema de Confucio, Lao Tsé, Zoroastro, e todos os outros só poderia ser resolvido diante da ação do tão esperado messias deles. Foi na morte da cruz que Jesus abraçou a fé dos profetas do Antigo Testamento, a sede de salvação de Buda, o dinamismo de Zoroastro e a humanidade de Confucio. Ele foi o ápice de toda a ética da filosofia grega e da mística dos sábios indianos. Em Cristo, com sua morte expiatória, foram unidas as duas esferas separadas no Jardim, ou seja, a terrena e a celeste. Este ato teve efeito atemporal, ou seja, foi retroativa até Adão, e tem ação até o último humano que nascer neste mundo. Este é o marco zero, a partir do qual se traça nossa História. Antes dele, o ser humano olhava para o futuro à espera do resgate; depois dele, olhamos para a cruz de Cristo como a concretização de todas as nossas esperanças redentoras.

A substituição que o Cordeiro de Deus precisava efetuar era em favor de toda nossa raça. Seria oferecido o puro pelo impuro, o santo pelo pecador. Cristo veio abrir a possibilidade do homem se voltar

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para o Criador novamente. O castigo que nos traz a paz deveria recair sobre ele, pois toda a transgressão precisa ser paga. A dívida que tínhamos com o Criador era tão volumosa, que apenas o Filho de Deu poderia nos substituir diante do Supremo Juiz. Ele tomou o lugar de Adão, e foi morto, conforme a promessa dada ao que comece do fruto da árvore do conhecimento do Bem e do Mal.

Com Cristo, a luz do dia começa a raiar sobre os pontos em trevas onde se encontra toda a humanidade. Não é uma questão de budismo, islamismo, hinduísmo, judaísmo, cristianismo ou qualquer outra religião, mas um plano divino de restauração. Não é magia, dogma, doutrina, ritual, liturgia ou proselitismo, mas um ato de Deus na História humana. Cristo não veio inaugurar uma religião, ensinar uma filosofia espiritual, nem mesmo para dar uma vida satisfatória aos seus seguidores. Não! A questão ia muito além das futilidades religiosas que inventamos ao longo da nossa História. O que precisava ser resolvido estava entre Deus e o Cordeiro, e nós seríamos apenas os beneficiados.

Era um dia normal na empoeirada Jerusalém. A

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agitação da festa da Páscoa havia trazido milhares de pessoas para a cidade, mas o assunto daquela semana era a entrada de Jesus de Nazaré pelo portal leste que dava acesso ao monte do Templo. O regozijo da multidão que saudava o Messias-Rei era ouvido através de uma vasta distância. Contudo, no decorrer daquela semana, o clima revolucionário favorável imposto pela turba acabou se esvaindo, pois o nazareno não tomou qualquer atitude messiânica de insurreição contra o opressor romano. As autoridades religiosas, porém, mostraram sua agilidade ao elaborarem um plano meticulosamente para remover a ameaça do galileu Jesus.

Preso após ser traído e delatado por um dos discípulos (Judas Iscariotes), Jesus foi julgado e condenado por traição, apesar de não ter sido encontrada nenhuma falta nele pelas autoridades romanas. A crucificação ocorre no dia seguinte a sua prisão, sendo por volta das 15:00 hs que a História do resgate foi concluído quando Jesus diz: “Está consumado!”. O plano traçado no Jardim, milhares de anos antes, finalmente estava concluído. A reconciliação entre a criatura e o Criador estava estabelecida.

O caminho de volta para o Jardim estava sendo aberto! E crer na restauração estabelecida pelo

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mediador entre Deus e os homens é o pré-requisito para a salvação...

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Lição 18

ILUMINANDO O MUNDO

Leitura: Mateus 28

As pregações daquele homem da Galileia teriam se silenciado e os seus atos cairiam no esquecimento se tudo terminasse assim, com ele morto numa cruz romana. Mas a desolação e frustração de seus discípulos não ultrapassaria três dias.

Após a escuridão que se abateu sobre o mundo espiritual durante aqueles 3 dias de suspense em que parecia que a façanha do nazareno teria chegado ao fim, na aurora do domingo, o poder da morte não foi capaz de segurá-lo no sepulcro. A maior e mais fascinante de todas as histórias estava acontecendo. A ressurreição é a marca maior do cristianismo, a fé que nasceria de uma sepultura vazia. Todas as outras filosofias, doutrinas, religiões e movimentos espiritualistas tinham e têm em seu fundador ou mestre um humano que viveu e morreu, e que não

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voltou à vida; menos a fé que aquele pregador galileu iniciou.

A Ressurreição foi algo tão avassalador nas vidas de seus discípulos e seguidores, que transformou aquele grupo desacreditado em proclamadores fieis e intrépidos, e esta pregação veio a mudar o rumo da História de nosso mundo. Sem a ressurreição não há fé, não há vida, não há salvação; a luz teria se extinguido por completo e morreríamos nas trevas. O selo divino de aprovação sobre as obras e o sacrifício único de Jesus na cruz está posto no fato de seu túmulo estar vazio.

A mensagem de sua volta dos mortos percorreu toda Jerusalém, chega aos sacerdotes, políticos, ao mercado, às casas e ao palácio. O assunto passou de boca em boca e as autoridades não tiveram como desmenti-la, por isto subornaram os soldados que cuidavam do sepulcro onde Jesus estava, intimando-os a mentirem sobre um hipotético furto de cadáver. Mas todas as evidências apontavam na direção contrária, ou seja, a luz da vida raiou sobre as trevas da morte.

O próprio Cristo ressurreto apareceu aos discípulos ainda consternados e preocupados. Ele lhes mostrou a veracidade de sua volta e convocou-os para passarem com ele mais algumas semanas antes que deixasse este mundo. Foi o tempo necessário para

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restaurar a fé deles, comissioná-los a uma grande tarefa e lhes dar o poder que precisariam para pregar as Boas Novas até os confins da Terra.

Após subir aos céus para assentar-se à direita de Deus e oferecer seu sacrifício pleno, agora o Senhor Jesus enviaria o Espírito Santo para guiá-los e fortalecê-los no caminho que precisariam andar.

Saindo de Jerusalém, os discípulos começaram a pregar aos judeus que encontravam pelos caminhos, cidades, aldeias. A fé daqueles seguidores do nazareno se espalhou rapidamente pela região. Em pouco tempo, a Judeia e regiões adjacentes estavam sendo atingidas pelos raios de esperança e pela luz da vida eterna agora disponível ao homem.

Esta mensagem acaba por transbordar e poucos anos depois, comunidades são fundadas entre os não-judeus. Esses novos convertidos vinham de várias camadas sociais, de lugares localizados por todo o Império Romano. Alguns levaram a palavra por onde iam, espalhando-a rapidamente para a Pérsia, Índia, China, Egito e Europa. Em cada lugar aonde chegava, a luz denunciava as mazelas provocadas pelas sombras e os filhos das trevas, no longo período que ali reinaram. Mas o poder desta luz era capaz de transformar vidas, abrir os olhos espirituais, trazer vida e a certeza da eternidade. Tudo isto, entretanto,

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não ocorre sem forte oposição. Desacostumados com a luz, devido ao longo período que habitaram nas trevas, as pessoas reagiam de forma a rechaçar a luz. E muitos decidiram continuar na penumbra ou nas densas escuridões.

As perseguições aos portadores da mensagem da luz decorrentes desta falta de interesse por muitos filhos das trevas acabava fazendo dos seguidores de Jesus verdadeiros mártires. Muitos foram mortos em fogueiras, cruzes, espancados, mortos à flechadas, afogados, fuzilados, comidos por animais em espetáculos, etc.

Contudo, a Palavra nunca deixou de ser anunciada. E jamais poderia, pois ela é a mensagem mais importante de nossa História: Tudo isso provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo (2Co5.18).

Em 3 séculos o Império Romano estava tomado pelas palavras do nazareno. A sociedade começou a mudar em suas bases não apenas religiosas, mas de vida prática diária. Com o tempo, os infanticídios, abortos, lutas de gladiadores, prostituição, sacrifícios e outras fontes de trevas são abolidos, e uma nova época de moralidade vai se estabelecendo no mundo. A chegada das hordas bárbaras nos limites do Império levam missionários cristãos a entrarem em seus

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redutos e levar a Palavra para aqueles que ainda vagavam na escuridão espiritual. Quando o Império Romano cai, muitos dos que entram pelas antigas fronteiras são convertidos ao cristianismo, e a destruição completa de Roma e os abusos só não foram maiores por causa da ação dos missionários junto a estes “bárbaros” anteriormente.

Nas outras regiões, o cristianismo avança de forma variada. No norte do Oriente Médio, a chegada de missionários encontra campo fértil para a pregação. No leste, a Pérsia recebe os missionários que conseguem grande penetração territorial, especialmente por encontrarem camadas de zoroastrismo, que aproximava a mensagem do povo. Na China, apesar de uma rápida aceitação, a perseguição contra os cristãos acaba por prorrogar por muitos séculos a penetração da luz naquele local.

Com o tempo, o cristianismo tem impulsos rápidos e um avanço considerável, mas em outros locais a entrada praticamente enfrentou enorme resistência.

Hoje podemos perceber que o mundo vem recebendo cada vez mais a notícia daquele Eleito de Deus. Isto não significa que pessoas estão sendo transferidas das trevas para a luz, mas que a possibilidade delas tomarem uma decisão em relação

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ao estado espiritual delas está ao alcance de um número cada vez maior de seres humanos.

Novamente, não falamos de uma mudança de religião, mas de esferas espirituais que estão acima das tênues linhas religiosas. E a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus...

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Lição 19

ERA DA LUZ

Leitura: Apocalipse 21 e 22

No decorrer de nosso estudo, demonstramos o caminho que a luz fez ao passar pelas camadas da História humana, desde os primórdios até a presente Era. Mas a Bíblia, assim como outras sagradas Escrituras dos povos apontam para uma conclusão da luta entre as trevas e a luz.

Segundo o ensinamento geral destas religiões, vivemos um período onde trevas e luz disputam o espaço neste mundo. Sabemos o quanto imperfeita é a situação da humanidade e parece que o mal sempre prevalece contra o bem. Na realidade, quanto mais avançamos na linha do tempo, mais estaremos sujeitos a estas trevas, sem contudo, estarmos desprovidos do auxílio da luz. A garantia é que as trevas nunca prevalecerão completamente, e sempre haverá defensores da luz divina neste planeta.

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Contudo, vemos que, segundo os escritos da literatura apocalíptica da Bíblia (Daniel, Zacarias, Apocalipse e discursos de Jesus sobre o tema nos Evangelhos), o mundo entrará numa era de grande evolução em muitas áreas, especialmente científica e tecnológica, o conhecimento atingirá níveis impressionantes, mas tudo isto não evitará que as desigualdades diminuam. A exploração do homem pelo homem se acirrará, e a perversidade se multiplicará. No campo político, o mundo passará por uma crise que será solucionada com a chegada de uma figura enigmática que passará a controlar não apenas a política internacional, como toda a base da economia do planeta.

Na esfera religiosa, a unificação das correntes religiosas formará a plataforma para a chegada de um articulador internacional que se imporá como o bastião da religiosidade humana, o que o texto bíblico chama do “falso profeta”. A centralização será a palavra de ordem num mundo envolto em crise.

Cada vez mais Israel será o foco da atenção do mundo e Jerusalém será o cálice de tontear as nações (Zacarias 12.2-3). O ódio com que os novos dominadores do mundo se lançarão contra Israel e os cristãos será motivo de muita dor. Apagar da Terra toda e qualquer fonte de luz, esta será a tarefa dos

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filhos das trevas. Perseguições e mortes se estenderão por todos os cantos e muitos irão renunciar a sua luz. O amor e as relações afetivas entre as pessoas serão abolidas, tudo em nome de um bem coletivo.

O cerco contra os filhos da luz e o povo pelo qual veio o Eleito estará se fechando cada vez mais. Nas relações internacionais, exércitos ameaçarão o Estado de Israel, entrarão em seu território, buscarão aniquilar o povo escolhido. A grande batalha, segundo Apocalipse, ocorrerá num vale conhecido como Megido, ao norte de Jerusalém. É deste episódio que temos a palavra Armagedom, pois ela significa em hebraico, “Monte Megido”, que é uma fortaleza natural no vale. Lá se travará a esperada luta entre os filhos da luz e os filhos das trevas.

Resumidamente, a luta será vencida pelas forças da luz, com a intervenção divina. Esta interferência se dará especialmente pela ação de corpos celestes. A descrição de Apocalipse (capítulo 16) mostra a colisão de tais corpos celestes de imensa proporção, causando a ruína de grande parte do planeta, acabando com as forças do inimigo. Estes eventos cataclísmicos são mencionados por todo o livro, e parece indicar que no futuro do planeta será amplamente castigado por estes intrusos vindo do espaço. Aliás, este é um dos grandes problemas que

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está chamando a atenção das potencias mundiais atualmente, a eminente e potencial aniquilação de nossa raça devido a uma colisão cósmica.

As colisões arrastarão para a morte quase toda a humanidade, segundo Apocalipse. Os que sobrarem sobre a Terra, verão a volta triunfal daquele que foi morto numa cruz rude na empoeirada Judeia. Mas desta vez, sua vinda terá outro caráter. Não mais será o cordeiro de Deus, mas o Rei dos reis e Senhor dos senhores.

Ele inaugurará o reinado milenar da Luz do mundo. Se restaurará a Era dourada das luzes, perdida desde o Jardim. Os justos serão trazidos novamente à vida, e o reino será de justiça e paz. Será a Era da Luz. O seu reino perdurará por mil anos, de forma a impor sua justiça. O intruso do Jardim será preso e ficará lá por todo este período.

Após este tempo, será solto. Virá para a Terra com sede de vingança, e conseguirá arregimentar as nações numa luta pela retomada do poder. Em suas fileiras estarão os sobreviventes do colapso armagedônico, e aqueles que não se submeteram à regência do Messias-Rei.

Mas não haverá muito tempo para regozijo, pois as forças do mal serão novamente destruídas, desta vez pela intervenção direta de Deus. Com os inimigos

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desta vez impotentes de qualquer reação, o julgamento final de todos os filhos das trevas terá lugar.

Após ápice histórico, poucas informações temos. Apenas nos é informado que surgirão novos céus e nova Terra. O que está além desta fronteira é um enigma, mas será uma Era de triunfo da Luz,

conforme Apocalipse 21 e 22 descreve...

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Lição 20

MIL LUZES

Assim acabamos nossa aventura pelo Caminho da Luz! Esperamos que este material tenha sido útil para entendermos toda a nossa caminhada como raça humana em busca do reencontro com o Criador.

Vimos que a jornada foi sempre entrecortada por inúmeras possibilidades de insucesso por parte do plano expresso por Deus no Jardim. Muitas das gerações praticamente ficaram longe dos raios de luz que eram lançados sobre a Terra, mas isto não impediu que o plano fosse levado a frente.

No que nos diz respeito, estamos exatamente agora nesta batalha entre trevas e luz. O mundo que nos cerca está envolto nesta disputa, que já tem hora e local marcados para acabar. O lado vencedor, igualmente, já está pré-estabelecido, e não haverão surpresas.

A grande pergunta que fica para cada indivíduo é: de que lado você está? Qual seu destino?

E esta pergunta só poderá ser respondida

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individualmente!

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Jó 3.9 Fiquem escuras as suas estrelas matutinas, e espere ele em vão pela luz do sol e não veja os primeiros raios da alvorada,

Jó 12.22 Revela coisas profundas das trevas, e traz à luz densas sombras.

Jó 12. 25 Andam tateando nas trevas, sem nenhuma luz; ele os faz cambalear como bêbados.

Sl 27. 1 O Senhor é a minha luz e a minha salvação; de quem terei temor? O Senhor é o meu forte refúgio; de quem terei medo?