Caminho Do Louco O Roberto Caldeira

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    Capa e DiagramaoAndres Z. Fatoretto

    Tel.: (11) 6919-1707

    E-Mail: [email protected]

    Rua Dr. Afonso Splendore, 287 - So Matheus - SP

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    Um breve testemunho

    Era uma bela tarde de quinta-feira _ isso h uma

    dcada e meia atrs_ em que me foi posto s mos umbaralho de Tarot da americana Barbara G. Walker e aminha vida acabou! Iniciava ento uma outra vida, agorauma vida simbitica; eu-Tarot, Tarot-eu, ns, ele-eu,eu: Tarot-vivo e o Tarot um ente vivo. No sei explicarbem o porqu, mas fui arrebatado ao mundo dos arcanossagrados com tanta intensidade que pouco e mal me lem-bro da minha vida anterior.

    Com certeza, apenas os tocados por essa incrvelexperincia havero de entender o que digo, mas ne-cessrio para a boa compreenso dessa obra, que o meuamor pelo Tarot, sua filosofia, energia e poder sejam aexplcita razo da confeco dessas futuras linhas; pois,mais que um manual (mais outro de tantos), sejam estaspginas a descrio fiel de um amor e uma relao pro-dutiva e formativa de algum que se descobriu a partirde 78 lminas desenhadas em papel, que em seu bojocarregam o Universo e a Graa do Divino, presentes nosomente em mim, mas em voc e em tudo o mais.

    Comecei a escrita desse trabalho em 1994; sendo

    inicialmente anotaes de aula, dvidas de alunos a se-rem pesquisadas e s posteriormente _uns seis mesesaps_, o esqueleto do livro comeou a delinear-se. Fo-ram cinco meses para eu atingir o formato final da pri-meira edio do O Caminho do Louco.

    Inicialmente eu achei que um livro de Tarot _ e, opior _ que no fosse um manual para jogos com cartas,

    no fosse obter sucesso algum; pois como idia base,pretendi falar da filosofia dos arcanos e no de tcni-cas de jogo. Foi grata a minha surpresa ao ver meu pri-meiro filho fazer um sucesso admirvel.

    Agora estou partindo para a segunda edio ou ver-

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    so, e a minha emoo grande ao ver a evoluo dessetrabalho; hoje mais amadurecido e conciso ampliado emais abrangente; onde o mundo arcnico se apresentamais acessvel, por isso, seja meu convidado nessaindescritvel viagem pelo mundo extraordinrio do Tarot.

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    Porque em verdade vos digo que, setiverdes f como a um gro de mostarda,direis a este monte: passa daqui para aco-l, e ele passar, e nada vos ser imposs-

    vel.Matheus 17: 20-21

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    Esta obra uma homenagem aos antigos tarlogosque, com sua coragem e poder, permitiram a sobrevivn-

    cia deste maravilhoso sistema de sabedoria que o Tarot.

    Na primeira edio dessa obra, foi com muitoprazer e emoo que a dediquei a minha ento compa-nheira Edleuza Ferreira da Silva; passados sete bonsanos e no havendo mais a nossa unio, volto a dedicar-lhe esse trabalho, porm, na figura do maior fruto da

    nossa bela relao: Marina...Nossa filha, tesouro e or-gulho em comum...Minha eterna gratido a ambas!

    Estas pginas foram escritas em prol da evo-luo dos homens.

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    Prlogo da Segunda Edio

    Muitos, assim como eu, acreditei que o ofcio daescrita mera redao ou organizao de idias numpapel, mas aps meses na labuta para o trmino da pri-meira verso desta obra, descobri o quo arrogante euera. A arte de escrever requer tino, sapincia e muitoconhecimento da lngua para tal faanha; que aos dota-dos pelo dom torna-se fcil, mas que aos simples mor-

    tais, como eu, empreender tarefa to herclea consti-tui-se num parto difcil, demorado e por vezes sofrido.Hoje, sete bons anos depois, um pouco mais madu-

    ros e experientes, perderam a iluso do escritor; emparte graas a Machado, Ea, Camus e Pessoa, e porgolpe da misericrdia do talento, minhas pretenses en-terraram-se numa nica lida no Fausto, pois Goethe, im-

    placvel, mostrou-me o dom das boas letras. Hoje, con-sidero-me recuperado do trauma, mas em muitas noites,suas frases requintadas, suas idias bordadas num ta-lento mpar e suas capacidades de sntese e narrativa,destruram fibra-a-fibra minhas intenses literrias;portanto, hoje me vejo um redator tcnico, que sem lisu-ra literria e baseando-se apenas no rigor tcnico, tra-

    o linhas como numa redao escolar; mas quase sempre,sinto ao escrever o impulso benevolente e doce dos ina-tingveis.

    E em homenagem a eles que resolvi tentar umasegunda edio; talvez agora, mais enxuta e ampla, me-lhor descrita e bem colocada. Como diria Socrates:

    __Meu Daimon me obriga a continuar. Com certeza,h em mim, seja por loucura ou obsesso, um Daimon queme obriga a tentar...E tentar. Que assim seja!

    A voc que me l, meus agradecimentos profundose sentidos, pois voc tambm deve ter o seu Daimon que

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    o obriga, igualmente, a tentar me ler. Minha honra eemoo em t-lo comigo; mas que esse no lhe seja ummanual de jogos de cartas, porm, uma introduo pueril filosofia, magia e poder do Tarot.

    So Paulo, cinco de agosto de 200117:45hs.

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    NOTA PRELIMINAR

    O entendimento dos smbolos e dos rituais exige

    do intrprete que possua cinco qualidades ou considera-es, sem as quais os smbolos sero para eles mortos.A primeira a simpatia; no direi a primeira em

    tempo, mas a primeira conforme vou citando, e cito porgraus de simplicidade. Tem o intrprete que sentir asimpatia pelo smbolo que pretende interpretar. A ati-tude cauta, a irnica, a deslocada todas elas privam ointrprete da primeira condio para poder interpre-tar.

    A segunda a intuio; a simpatia pode auxilia-la, se ela j existe; porm no cri-la. Por intuio seentende aquela espcie de entendimento com que se sen-te o que est alm do smbolo, sem que veja.

    A terceira a inteligncia. A inteligncia anali-sa, decompe, reconstri noutro nvel do smbolo; tem,porm, que faz-lo depois que, no fundo tudo o mesmo.No direi erudio, como poderia no exame dos smbo-los, o de relacionar no alto o que est de acordo emrelao do que est em baixo. No poder fazer isto sea simpatia no lembrar esta relao, se a intuio notiver se estabelecido. Ento a inteligncia, de discursivaque naturalmente , se tornar analgica, e o smbolopoder ser interpretado.

    A quarta a compreenso, entendendo por estapalavra o conhecimento de outras matrias, que permi-tam que o smbolo seja iluminado por vrias luzes, rela-cionado com vrios outros smbolos, pois que, no fundo,

    tudo o mesmo. No direi erudio, como poderia terdito, pois a erudio uma soma; nem direi cultura, poissmbolos no podem ser entendidos se no houver antes,ou no mesmo tempo, o entendimento dos smbolos dife-rentes.

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    A quinta menos definvel. Direi talvez falandoa uns, que a graa, falando a outros, que a mo doSuperior Incgnito, falando a terceiros, que o Conhe-

    cimento do Santo Anjo da Guarda, entendendo cada umadestas coisas, que so a mesma da maneira como as en-tendem aqueles que delas usam, falando ou escrevendo.

    Fernando Pessoa, Apontamento sem data, do li-vro Mensagem, XVII ed., Portugal.

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    PRIMEIRA PARTE

    INTRODUO AO CONHECIMENTO

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    O importante estar pronto, aqualquer momento, a sacrificar aquilo que so-mos a favor do que podemos vir a ser . .

    Charles Dubois

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    INTRODUO DVIDA

    Aqui falarei exclusivamente de Tarot, no na for-ma e intenso de um manual de aprendizagem ou apenascomo mais um dos inmeros sistemas interpretativos oude formato de jogos. Fique-se claro que a grande artedo Tarot no simplesmente ensinvel pela didtica con-vencional ou pelos mtodos, sistemas e esquemas conce-bidos pela experincia individual; Tarot uma arte, umacincia, uma filosofia e, principalmente, uma forma devida.

    Instaura-se ento uma primeira dvida: como seh de aprender os mistrios dos arcanos? Responderiaa esta primeira incgnita aludindo a nota preliminar des-te livro, mas acredito ser a afirmao a seguir a maiselucidativa para o leitor:

    Tarot no se aprende, se desperta!Devemos con-siderar que o Tarot est em estado latente dentro decada um de ns e, ao menor estmulo, interno ou externo,ativar-se- em nosso ser a incrvel capacidade de domi-nar a prpria vida, porque Tarot significa o domnio doprprio destino.

    Faa agora uma pausa para tranqilamente poder

    assimilar as eventuais dvidas surgidas anteriormente edeixe-se vontade para poder formular novas obje-es.

    Com certeza o amigo (a) deve estar conjecturandosobre a utilidade da dvida, e seguramente posso afir-mar que a dvida, no nosso caso, fundamental. Para nsa dvida se caracterizar como fator de reciclagem no

    que se refere as nossas crenas mais arraigadas e anti-gas, fazendo com que haja um reescalonamento em nos-sos conceitos, forando-nos a um novo dimensionamentodo que acreditvamos por definitivo.

    comum termos dvidas do tipo:

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    - Existe realmente a predio do futuro?- correto fazer isto?- Como possvel se fazer isto?- Eu tambm posso fazer?- De onde veio o Tarot?- Como se aprende?- Quem ensina?- Eu devo acreditar?- Quem vai esclarecer minhas dvidas? para isso que foi escrito esse livro: descerrar as

    brumas que envolvem o Tarot, para que todos possamformalizar suas prprias opinies e tomar para si o po-der de deciso em relao aos segredos da grande artetarolgica. Tenha dvidas, sero elas que geraro osquestionamentos, so esses questionamentos que traroas respostas...Suas respostas!

    Afirmei pargrafos atrs que o Tarot, uma vez des-

    pertado, traz o domnio da prpria vida. Isso significaque a melhor traduo para a palavra Tarot Senhorada prpria vida ou, melhor, simplificaramos se disss-semos: Senhor do prprio Caminho! Esta, sem dvida, amais pura forma de se definir o sistema tarolstico.

    Nestas poucas linhas j fomos arremetidos a vriasindagaes e a apenas uma afirmao, e ela nos diz que o

    Tarot no s uma forma de controle de nossa existn-cia, como , principalmente, uma maneira de vida. Por-tanto, para se saber Tarot fundamental se viver oTarot.

    E como possvel viver um baralho? Respondo comoutra pergunta: e quem disse que se trata de um baralhode cartas? E pergunto mais: voc acha que o Tarot um

    simples jogo adivinhatrio ou divinatrio? Responden-do s minhas prprias proposies, digo que o Tarot uma tcnica de controle dos atos da sua vida, em quequem a usa no o faz de maneira racional, restando uni-camente a via emprica do vivenciamento a cada passo,

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    usando como bssola o intuir, como combustvel vonta-de e como meta felicidade. Sem esses requisitos noexiste o Tarot, apenas existir uma srie de lminas dequalquer espcie de material com significados pr-de-finidos o que muitos dizem que certo -, por isso voltoa insistir e repetir: o Tarot somente Tarot atravs dasua intuio, que movida pela sua vontade para umnico fim: a felicidade.

    No mundo dos arcanos tudo amor, e saibam, pois,que o real veculo do amor a felicidade. Deus felici-

    dade eternizada; portanto, envolver-se com o Tarot manusear o divino.Assim, na abertura desse livro, sinto-me vontade

    para estimul-lo dvida sadia e honesta; questione atudo e ache as suas verdades tanto como encontre oseu Tarot, fruto da sua descoberta, procura e capaci-dade. Eu no quero lhe apresentar um Tarot, pretendo

    instig-lo construo de um seu prprio Tarot; porisso, alimente a vida do seu Tarot com a sua vida... Alis,ele voc!

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    A Viso

    Cegos podem ler Tarot? Alguns diro sim e outros

    no, mas entendam que Tarot no um processo visual(dos olhos), a arte dos arcanos depende de uma visointerior apurada e ampla. E o que vem a ser essa visointerior?

    Segundo Carlos Castneda, ver diferente de en-xergar. No Universo arcnico, ver significa apenassaber...Compreender...Em suma: ver a arte da sabedo-

    ria. Se formos parte do Universo, ser impossvel ver-mos universalmente?O Tarolismo uma forma avanada de viso, onde

    as cartas no so importantes, o elo fundamental para aviso plena voc. Entenda que o tarot no o baralho,Tarot o ser que o usa... Um Tarot-vivo!

    Na abertura dos captulos que viro a seguir, de

    nada adiantar se voc apenas observar o conhecimentotarolstico; ser-lhe- imprescindvel ser o Tarot; sejacada momento desse livro; cada arcano linha e letra;seja cada mensagem e ensinamento... Seja-se maior doque s! Assim voc descobrir facilmente um dos siste-mas mais desenvolvidos e completos de viso do Univer-so: o bem amado Tarot.

    Ningum descobriu o tarot, pois o ver acompanhaos seres desde o comeo, mas eu acredito que os antigossbios (anteriores a essa era), desenvolveram sua formade ver o infinito a um tal ponto surpreendente, que oTarot a materializao desse ato de poder maravilho-so. Particularmente, eu acredito que pesquisar a sua ori-gem historicamente seja tempo perdido, bastando umasimples pesquisa para encontrar traos da presena dosistema arcnico j na pr-histria. Quando ainda ra-mos homindeos, j buscvamos informaes em sistemasde vaticnios, como bem comprova a cincia moderna,

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    ns sempre fomos fascinados pelo ver alm da forma,aparncia e tempo.

    Antes dos Egpcios j havia Tarot, porm no ha-via sistema de documentao histrica; o que leva-nos acrer que h a uma limitao cientifica para a devida econsciente pesquisa; de certo, temos a presena dotarolismo em quase todas as sociedades desde a antigui-dade e, que obstante as perseguies e preconceitos,at hoje e, mais que nunca, o Tarot vem se expandindode maneira avassaladora mundo afora.

    Tentarei nos prximos captulos dirimir as dvi-das mais frequentes antes de entrarmos no estudo dire-to do conhecimento arcnico, e se possvel, pretendotir-lo dos pontos cristalizados que impedem uma visomais ampla do Tarot; mas no se esquea que o Tarot uma sistematizao, e como tal, um Caminho... Um Cami-nho de vida!

    Bem vindo ao Caminho do Tarot..O Caminho do Louco...

    Tudo vale a pena se a Alma no pequena....

    F.Pessoa

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    Para ouvir o inexprimvel voc ter de calar aspalavras, porque apenas os iguais podem se ouvir, ape-nas os iguais podem se relacionar.

    Sentado ao lado de uma flor, no seja um homem,seja uma flor. Sentado ao p de uma rvore, no seja umhomem, seja uma rvore. Banhando-se num rio, no sejaum homem, seja um rio. E ento milhares de sinais lhesero dados.

    E no uma comunicao - uma comunho. A na-tureza fala, fala milhares de lnguas, mas no uma lin-guagem.

    Algum fez uma visita a Picasso, um homem muitoerudito, um crtico; viu os quadros de Picasso e disse:Parecem bonitos, mas o que significam? Por exemplo,este - o quadro estava bem diante dele - o que signifi-ca?

    Picasso sacudiu os ombros e disse: Olhe para fora

    da janela - o que significam as rvores? E o pssaro queest cantando? E qual o significado do sol nascente? Ese tudo isso existe sem significado, por que meus qua-dros no poderiam existir sem nada significar?

    O significado existencial. Olhe, observe, sinta,penetre, mas no faa perguntas. Se voc quer pergun-tar, entre para uma universidade - voc no pode en-

    trar no universo. Se quiser entrar no universo, no per-gunte... no h ningum para lhe responder.Conta-se que um Mestre Zen estava fazendo uma

    pintura no palcio do Rei, e o Rei estava sempre per-guntando: Est pronta?.

    E ele dizia: Espere mais um pouco, espere mais umpouco.

    Passaram-se anos e o Rei disse: Est levando mui-to tempo. E voc no permite que eu entre na sala -porque ele se trancava na sala para pintar - e eu estouenvelhecendo. Minha curiosidade em saber o que vocest fazendo nessa sala aumenta cada vez mais. A pin-

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    tura ainda no est pronta?.O mestre disse: A pintura est pronta h muito

    tempo. Mas esse no o ponto. Voc no est pronto. Euo estou observando, e, ao menos que voc esteja pronto,a quem mais eu a mostrarei?.

    A existncia est a, sempre esperando, semprepronta. uma pacincia infinita, esperando - mas vocno est pronto.

    Conta-se que o rei ficou pronto e o pintor disse:Muito bem, chegou hora.

    Entraram na sala. Ningum mais podia entrar. Apintura era realmente maravilhosa. Era difcil dizer queera uma pintura - parecia real. Ele pintara montanhas,vales que pareciam tridimensionais, como se existissem.E ao p das montanhas havia um pequeno caminho quelevava a algum lugar interior. Agora vem a parte maisdifcil da histria.

    O rei perguntou: Aonde leva essa estrada?.O pintor disse: Eu mesmo no viajei por essa es-trada, mas espere, eu vou ver.E entrou pelo caminho,desapareceu por entre as montanhas e nunca mais vol-tou.

    isso que significa um mistrio. Diz muitas coi-sas sem dizer nada. Se voc entrar na natureza para

    ver onde ela leva, no fique do lado de fora fazendoperguntas, porque nada pode ser feito - voc precisaentrar nela. Se entrar, nunca voltar, porque no pr-prio movimento de entrada em existncia... Voc estarperdendo o seu ego, estar desaparendo. Voc alcana-r seu objetivo, mas nunca voltar para contar a hist-ria. O pintor jamais voltou. Ningum jamais volta. Nin-

    gum pode voltar, porque quanto mais existencial vocse torna, mais se perde.A existncia abre milhares de portas para voc,

    mas voc fica de fora e quer saber coisas a respeito

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    dela pelo lado de fora. No h nada do lado de fora nanatureza - tudo est dentro. O todo interior. E amente est tentando o impossvel - est tentando ficardo lado de fora, para observar, ver o que significa.

    No, voc tem de participar. Tem de entrar den-tro dela, se unificar, e dispersar-se como uma nuvem aparadeiros desconhecidos.

    Texto sem autoria definido coletado na Internet

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    O TEMPO SEM O ESPAO

    A primeira idia que nos vm a cabea simplesmeno da palavra Tarot adivinhar presente, passadoe futuro, o que considero normal se levarmos em contaque este nada mais do que um dos inmeros folcloresimplementados filosofia dos arcanos por sculos se-guidos. Digo folclore porque quando o Homem se relaci-ona com o desconhecido, o medo, a ignorncia e quase

    sempre a esperteza de alguns que trabalham no intui-to de deturpar o sentido real deste sistema de informa-o em proveito prprio, implementam conceitos fict-cios e imagens distorcidas da verdade. So muitos osconceitos errneos que a maioria de ns tem em relaoao Tarot, e esta obra tem por funo primeira, trazer luz da verdade o que realmente esta maravilhosa ma-

    neira de viver.Em nosso universo existem dois sistemas de medi-das principais: o tempo e o espao. O ser humano medesua vida em tempo gasto e espao percorrido. Da onosso apego ao conceito de presente, passado e futuro.O Tarot tem uma outra leitura do princpio tempo-es-pao. Esta leitura passa a ser conseqncia do viver

    pessoal. Cientificamente, o tempo uma condio psico-lgica, pois o mesmo no pode ser provado; ento vemosque somente h espao percorrido e, o que chamamostempo, a velocidade utilizada para percorrer tal es-pao, dando-nos a impresso mental de tempo. Portanto,o tempo a relao direta entre velocidade e espaopercorrido, sendo o tempo, a reao mental a eles; por

    isso o Tarot enfoca as ocorrncias da vida e no sualocalizao temporal. Podemos _ com isso _ dizer que oTarot num primeiro momento factual e, num segundomomento, postural.

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    Se realmente voc j assimilou a tica do domnioda vida, entender que no se adivinha o futuro. O futu-ro no existe (e nunca existir) e o passado j no vigo-ra mais enquanto fator decisivo; temos por certo ape-nas o presente, e deste presente que faremos o nossofuturo (que ento ser presente), o nosso destino.

    Com toda a certeza voc h de pensar: mas o fu-turo no pr-determinado? Digo-lhe que no, seu des-tino gerido por uma fora chamada livre-arbtrio. Olivre-arbtrio uma atribuio Divina, portanto pode-

    mos e devemos ser os verdadeiros comandantes de nossaexistncia, usando o passado como referncia, o presen-te como suporte e, o futuro por meta.

    A esta altura creio que j houve a compreenso danecessidade imperiosa do sentimento de controle da pr-pria vida para se entender a fundo o Tarot. O Universolhe diz: Seja seu prprio mestre.

    Ser o seu prprio mestre significa ser tambm,senhor da sua atualidade. Ao domin-la, domina-se o Uni-verso.

    A vida um infinito nmero de Caminhos e o quedetermina qual deles o melhor sempre fora docorao. O uso desta premissa o ato de controle dodestino, que pessoal e intransfervel; e se ele seu,

    use-o de forma sbia e corajosa.Pelo simples fato de estarmos vivos precisamos daao como fator da realizao, e tudo ser melhor sehouver uma atitude positiva e clara da nossa parte. OsCaminhos da vida se ramificam a todo instante e nestemomento que as escolhas so feitas. Das escolhas vem afelicidade, e desta mesma felicidade surgiro novos e

    melhores Caminhos, Caminhos de evoluo, Caminhos davida.No devemos entender por tempo a viso cientfi-

    ca de cronologia, a qual nos faz sentir como se fssemos

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    escravos de relgios e cronmetros. A vida moderna nosobriga a estarmos atados a uma viso de que o tempoest restrito s 24 horas de um dia. Ao nos referirmosnesta obra a tempo, estaremos nos referindo direta-mente evoluo dentro de um determinado espao tem-poral, ou seja, tempo a estreita relao entre o quevivemos e ainda o que nos falta viver. Esta relao estcondicionada qualidade de vida, e esta qualidade s hde existir atravs do controle do nosso universo pesso-al.

    Por estas explicaes, acredito no ser necessriogrande aluses a teorias como a da relatividade ou doespao-tempo. O importante termos clareza sobre adisponibilidade do tempo (filosfico) a nosso favor, eque o bom uso dele ser fundamental em todo o desenro-lar da nossa existncia.

    Agora precisamos dar um passo importante no con-

    ceito do tempo pela viso do Tarot; falaremos de pre-sente, passados e futuro. fundamental que compreen-damos que o nico tempo absoluto o presente, e queeste presente seja reconhecido como o momento atualou, digamos, que este momento seja o j, o agora! Nes-te presente que definido o futuro. Embora o presen-te esteja sempre em evidncia em nossas vidas, o passa-

    do e futuro so de suma importncia para a continuida-de do tempo psicolgico, visto que necessitamos ter aesperana de que o amanh sempre vir e tudo tambm,sempre ser melhor que o j passado... Essa uma dasnossas principais foras motrizes.

    Devemos considerar o passado como um dos gran-des motivos para tudo o que nos acontece; dos fatos

    vividos que tiramos as experincias, motivaes e de-terminaes para o que estamos vivendo no agora. Opassado uma realidade em nossas vidas, desde que en-tendamos que ele s pode e deve ser usado como

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    referencial dos ocorridos, e no como a regra mater denossas vidas. Muitas pessoas insistem em se prender aocorrncias passadas para se privar de novas, e comtoda a certeza, melhores experincias no presente. Lem-bre-se de que feridas do passado so cicatrizes hoje(portanto: no doem!), e assim deve ser.

    Quanto ao futuro, imprenscidvel sabermos queele no existe ainda, e por conseqncia deve ser sonha-do, planejado e desejado com antecedncia bvia, sem-pre respaldado no presente.

    H uma dvida que atormenta a maioria das pesso-as: o futuro j est escrito? Digo ento, sem medo,que para que ele esteja escrito precisamos ns mesmosescrev-lo, e est vem a ser a nica forma de se pr-determinar o que vai ocorrer em nossa caminhada. difcil vincular esse tipo de conceituao nossa edu-cao, que se preza por expor-nos passividade no vi-

    ver. O tempo dinmico tanto quanto nossa existncia.E no Tarot isso se apresenta como requisito preponde-rante para o progredir consciente e lcido. Se voc nodominar o seu tempo, em nada poder lhe ajudar o Tarotou o Universo.

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    A METODOLOGIA DO INTUIR

    Como j foi dito antes, a adivinhao nada mais do que a intuio usada de forma consciente. Torna-seimportante frisar que o ato de intuir de maneira des-controlada pura cegueira, como uma aeronave semradar: pode voar, mas no sabe para onde.

    A intuio a forma mais lmpida de comunicaodo nosso Eu com o Universo, porque a percepo no uma prerrogativa dos humanos, e sim de tudo o que con-tm a vida. Concluiremos com isso que o Tarot pode secomunicar, entender e decifrar qualquer espcie de serou forma vivente; entendamos por vivo pedras, plantas,planetas e o que mais existir. Visto pelo Tarot, at umcopo ou um carro tem uma essncia de vida.

    Nos moldes em que estamos acostumados a viver

    extremamente complicado assimilar essa verdade, masvivendo pelo cdigo do Tarot isso passa a ser coloquial,voc se torna ntimo dos seus eletrodomsticos, do seucozinho de estimao, da sua casa e de tudo o mais quea sua realidade conseguir codificar.

    Para que esta maneira de ver seja possvel, al-guns conhecimentos bsicos so necessrios. A princpio

    precisamos lembrar de que no Cosmo tudo energia e,essas infinitas formas de energias so interligadas en-tre si pelo que chamamos de vida.

    Existem formas sutis e condensadas do fenmenoenergia. Pensemos na matria; a matria um aglomera-do de energias densas e perceptveis, que comparadass energias mentais e espirituais, as formulaes org-

    nicas e inorgnicas so infinitamente mais comprovveispela sua densidade e nunca pela sua realidade. O fatode no vermos algo, em nada significa que ela no exista;tome, por exemplo, o mundo sub-atmico, que comprovvel matematicamente, porm, totalmente invi-

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    svel a nossos sentidos e instrumentos atuais. comum, ao analisarmos as inmeras qualidades

    energticas, tendermos a crer que existem energias cha-madas boas ou ruins; explanaramos melhor dizendo po-sitivas ou negativas, quando na realidade qualquer fora desprovida dessas quimeras, que em sua dinmica, soexclusividades humanas... No Universo, no h o concei-to infantil de bem e mal!

    Retornando intuio propriamente dita, devemospartir do ponto em que intuir capacidade nata de todo

    ser, visto que todos os seres so parte do infinito, tudoo que ocorrer nesse mesmo infinito acontecer conoscoe, o contrrio __ por extenso __ ocorrer com o Uni-verso: o todo influncia a unidade, e essa mesma unida-de, sendo parte do todo, influir no conjunto por simbiosesimples (vide o nosso organismo). Podemos comparar oexerccio da intuio ao ato de respirar, fato que pode-

    mos sintetizar como natural e involuntrio, no preci-sando de aprendizagem ou treinamento. Sub-entende-mos ento que no h sistema abalizado para o desper-tar do lado intuitivo, apenas sua posse e uso.

    Se a intuio 90% do jogo de Tarot, a confiananas prprias sensaes 100% da intuio. Sabendodisso, s pr em prtica a sua percepo.

    Resumindo, intuio Autoconfiana... F em simesmo!

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    APRENDENDO A APRENDER

    Diferente da dialtica usual, o aprendizado do

    Tarot um processo de conscientizao, nada tendo ha-ver com as formas de ensinamento usadas em cursos eescolas regulares, onde o decorar mais importante queo compreender. Diramos que na Tarologia tudo com-preendido na essncia, sem necessitar obrigatoriamentede uma razo plausvel ou explicao acadmica; o seusentir j em si uma boa razo.

    Partiremos do princpio que somos instrudos aaprender com a mente. O verdadeiro aprender vem datotalidade do ser, mente, corpo e esprito atuando jun-tos.

    Diz a moderna psicologia que a mente seletiva edecodificadora, dentre as informaes recebidas, o quelhe conveniente assimilado, do contrrio no. Quan-do participamos de um processo de aprendizagem nosdefrontamos com esse fenmeno, entrando automatica-mente num vai-e-vem de informao e julgamento desteaprendizado em comparao a outros j existentes. Comisso, principiamos a armazenagem de parte do que apren-demos, abandonando o resto por acharmos ser desne-

    cessrio aos nossos intuitos; ou seja, dificilmente apren-demos algo novo, apenas novas formas de ver o que j velho.

    Partindo deste princpio, veremos que quandoestamos aprendendo algo, julgamos e pressupomos o quenos est sendo passado, ou seja, s aprenderemos o quequisermos ou achar necessrios; mais como aprendere-

    mos algo novo se no tivermos noo de sua existncia?Se no momento de aprendermos algo estivermosconcomitantemente pensando, estaremos na verdade ge-rando uma contra-informao (julgamento arbitrrio),em reao ao que nos est sendo ensinado. Engana-se

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    quem pensa que para o saber preciso pensar, bastaassimilar.

    Estou cnscio que gero com isso muita polmica,mas isso essencial para a nossa discusso. Digo que ofato do no julgar previamente em nada se relacionacom inaptido ou burrice, apenas o deixa exposto aoreal aprendizado (a informao e formao), pois, umavez aberto ao conhecimento sem as barreiras do racio-nalizar, voc ser tomado pelo esprito do saber, comoquando ramos crianas e no perdamos tempo em an-

    lises pr-estabelecidas e sim a uma aplicao benficado que acabvamos de aprender.Fiz toda essa preleo inicial para dizer que no

    exerccio do aprendizado Tarolstico cabal que este-jamos abertos a um novo mundo de conhecimentos, masque fiquemos com esses novos contatos, sagazes e sequi-osos por um novo e maravilhoso saber que nos acompa-

    nha desde os primrdios dos tempos.Aprenda vivendo, use a teoria e a prtica, deixe que seucorao lhe indique a melhor opo, mais nunca se es-quea de sua prpria intuio, esta nunca o abandona oudesilude, porque ela e sempre ser sua grande arma nabusca do bom viver e nunca poder ser moldada.

    Seja feliz... Vivendo! O que se precisa saber j

    est em voc... E s carece ser relembrado. Esta afuno desta obra: expor o que est incrustado muitofundo na sua alma. Liberte-se! A, voc poder beberda fonte abundante da sua espiritualidade.

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    A TICA DA NO TICA

    Entende-se por tica um cdigo que geralmente feito por um grupo de pessoas que buscam aautoproteo, acercando-se de um sistema deliberativode regras e leis, em que os iguais cuidaro deles mesmos.Em suma, tica um conjunto de cdigos morais, tcni-cos, intelectuais e sociais, que na sua forma maisabrangente chega a tornar-se lei. Confunde-se tica comum sentimento, quando na realidade somente um condi-cionamento.

    Relaciona-se tica com tipos de comportamento,na maioria das vezes associadas a grupos profissionaise entidades, embora no coletivo haja somente os proces-sos morais, posto que a tica s pode ser individual,mesmo sendo um resumo condicionado da moral coletiva.

    Por isso de se supor que na gran arte do Tarologismohaja uma tica regendo aos que dela se utilizam. Consi-dero isso extremamente normal, porque esperado sem-pre um direcionamento comum por parte de um grupo.Voc deve estar indagando sobre a existncia de ticano Tarot. Estar certo quem presumir que no h, e noh por um simples motivo: se houver uma forma pr-

    estabelecida (moral), haver conseqentemente umenquadramento das pessoas nesses tpicos, impossibili-tando o contato livre com o incogniscvel. Outra razopara a ausncia dessas leis que o Tarot mexe em pro-cessos de vida, e sabemos, h muito, que cada um dessesprocessos ocorrem de maneira, ritmos e tempo diferen-tes, e nunca poderamos obrigar, seja quem for, a um

    julgamento preliminar moldado numa moral ou ticas ar-bitrrias. O Universo amoral e atico!Continuando com o assunto, darei um exemplo dire-

    to dos benefcios da no tica tarolgica: vamos suporque voc, que agora me l, seja terminantemente contra

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    o aborto e que algum resolva consult-lo. Nessa con-sulta lhe inquirido sobre a possibilidade de a pessoavir a concretizar esse ato que tanto o abomina. O quvoc dir a ela? Se existir nesse momento uma tica emoral pessoal, profissional ou religiosa, dirs aoconsulente que errado essa prtica, sem ao menos le-var em conta as informaes contidas no Tarot. Esse oporque da no tica pessoal e institucional nesta ativi-dade. Nossa funo dar informaes e no julg-lascerta ou errada, e muito menos decidir se a pessoa deve

    saber ou no.Nunca se esquea que a nica e sagrada funo dotarlogo dar a maior gama possvel de referenciais. Oque a pessoa far com eles no de nosso respeito. Aesta altura muita j estaro desiludidos com esta obra,pois acreditavam piamente que iriam fazer previsesfantsticas e tornar-se-iam super poderosos, porque po-

    deriam antes de viver saber o que iria acontecer e, omais importante, saber da vida alheia seus segredos e,com isso, comandar a vida de todos... Voc acha issocorreto?

    No somos super seres que dominam o desenrolarda vida de outros. Pergunto: Por que Deus daria poderde ver o futuro somente a ns, tarlogos? Os que pen-

    sam assim nada mais so do que hipcritas e convenci-dos.Ns falamos sobre os inmeros caminhos que a pes-

    soa tm a seu dispor, mas sempre ela quem tem queescolher qual deles ser mais aprazvel. Relembrando:no se esquea do livre-arbtrio que cada um tem (mes-mo que ele no tenha tomado posse), indiferentemente

    de sua vontade ou interesses, cabe a cada um de ns,de4cidir e dirigir sua vida como bem o desejar.Com certeza todos entenderam que a tica pr-

    estabelecida de nada nos ajuda. No julgamos, no pr-

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    concebemos, no decidimos e no escolhemos nada porningum, simplesmente somos neutros quanto vida dosoutros, apenas dizemos o que preciso e pronto, estterminando nosso trabalho.

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    VOU ACERTAR?

    A preocupao mais profunda em relao ao Tarot

    a margem de acerto no jogo. Normalmente questiona-se no s a veracidade como tambm a margem de acer-to e abrangncia das informaes prestadas, imputandoao jogo uma responsabilidade utpica, ou seja, dandouma conotao de perfeio. Essa perfeio existe, oTarotgrama demonstra e informa tudo e a todos no Uni-verso, porm no podemos confundir informao dadacom mensagem recebida. comuns o Tarot mostrar e otarlogo no compreender, porque ele est preocupadocom o errar e o acertar.

    Erro ou acerto no existe no mundo do Tarot; ali-s, no existem em todo o Universo, pois a fsica quntica

    j provou que se um nico tomo vibrar errado, todo oCosmo se desintegra; portanto, o conceito de erro ouacerto no existem; chamamos de erro o que no est deacordo com nossa vontade, e acerto, tudo aquilo que con-cordamos.

    O tarlogo tem que se preocupar com o processode esclarecimento ao consulente, informando e elucidandoos melhores caminhos para a sua vida e, acima de tudo,conclamando e incentivando quele que nos consulta procura da felicidade.

    fundamental um lembrete: o responsvel pela lei-tura o tarlogo nunca pode se ater preocupaoinfantil de entender o que cada mensagem posta signifi-ca. Cabe-nos informar; quem nos houve que precisadecodificar o transmitido e entend-la, pois a mesma

    direcionada exclusivamente a ele.Ficou ainda no ar uma pergunta: h 100% de acer-to ou no no Tarot? Como j disse anteriormente, o Tarot perfeito, ento h 100% de eficincia; s que essaeficcia est ligada conscincia e postura dos tarlogos,

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    no sendo nunca uma preocupao imperiosa. Em verda-de, atenha-se ao seu dever de postular a verdade, noimportando qual verdade seja ela. Alis, o Tarot somen-te existe na verdade, essa fora poderosa! Por isso imprescindvel viver-se a prpria verdade (a pessoal),para que se respeite e valorize a verdade alheia. Comisso conclumos que o Tarot nada mais do que um imen-so transmissor de posturas individuais, que juntas for-ma a incomensurvel verdade csmica.

    As verdades no so para serem meramente enten-

    didas e sim vividas em suas abrangncias. Respeite a suae saber respeitar a dos outros.

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    Os Limites

    Os nicos limites que se pode considerar

    haver no Tarot so o livre-arbtrio e a sagrada respon-sabilidade sobre a prpria vida. A gerncia do viver uma prerrogativa humana que deve ser tratada comotarefa individual, cabendo a cada um de ns o compro-misso de conduzi-la, seja l de que forma for. Portanto,fica aqui o primeiro limite do Tarot cada um devecomandar os rumos de sua prpria vida, ficando vetado

    ao tarlogo a interferncia sobre quaisquer decises.Em nenhum momento diga a ningum o que deve ser feito.Sugira, aconselhe, oriente, mas no opine; ao invs dissooferea opes, e to-somente opes.

    O Tarot tem a capacidade de romper as barreirasda desconfiana e estabelecer um vnculo de cumplici-dade com o interlocutor, formando como conseqncia

    disso um elo inquebrantvel e profundo. Esse elo temque ser honrado a qualquer custo, criando-se assim osegundo grande limite o que for confiado, a ttulosecreto ao tarlogo, jamais deve ser contado aos outros,levando-se em conta que no existe realmente razo paratal. A confiana do consulente beira o sagrado, e essagraa ns nunca podemos perder, macular ou arranhar

    por qualquer razo.No momento do jogo, quem o manuseia conta comgrande poder e energia, porque, alm da sua (energiaprpria), ele aglutina a fora negativa ou positiva do consulente. Geralmente, o ouvinte fica merc dequem est conduzindo a sesso, constituindo-se nesseinstante o momento mais delicado, porque a pessoa est

    em posio de fragilidade em diversos sentidos, deven-do ser protegida, reequilibrada e orientada para a bus-ca do que venha a ser bom para ela fica a o terceiroe ltimo limite. O limite do poder. Em nenhuma hiptesevoc poder usufruir o poder do Tarot para tirar pro-

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    veitos sobre o consulente, que nessa hora se entrega aosseus cuidados.

    So poucos os requisitos para jogar-se Tarot; des-ses poucos, a sobriedade, a responsabilidade, a verda-deira pureza so condies mpares para o desenvolvi-mento do talento para as cartas.

    Seu nico e verdadeiro limite realmente , e sem-pre ser, sua prpria conscincia. Ao ouvir o coraoser impossvel errar.

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    Estria ou Histria doTarot?

    Em centenas de obras que versam sobre

    o Tarot, tecem-se inmeras histrias sobre a origem, osignificado e a utilidade das cartas, tentando estabele-cer uma origem e localidade para o nascimento do jogoadvinhatrio mais famoso do mundo. Os especialistas narea no conseguem chegar a um consenso sobre o prin-cpio e origem do Tarot, e no h uma histria que con-gregue a maioria das opinies. Ento, podemos concluir

    que o Tarot muitssimo mais velho que os perodoshistricos oficiais que conhecemos. Quando isso acon-tece necessrio que recorramos a um outro sistema deperpetuao das origens, muito utilizado na antiguida-de, e que praticamente foi o nico responsvel pela trans-misso de todas as tradies ocultas existentes hoje;este veculo a lenda. Muito da nossa cultura fruto de

    lendas... Lendas que no raro so sustentculos da ver-dade. Contarei a lenda de criao do Tarot passada porum bom e querido mestre, que em sua bondade, dividiucomigo tal tesouro; e atravs dela voc entender a gran-deza e profundidade deste sistema adivinhatrio fan-tstico.

    No nos importa o local, o ano, o criador deste

    sistema informativo; nos importa o porqu da sua cria-o e o que faremos com ele quando dominarmos seuverdadeiro sentido.

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    A Lenda do surgimento doTarot.

    Num tempo em que ainda no se contava a passa-gem dos dias como agora, um povo de profundo conheci-mento de si e do que os rodeava previu sua prpriaextinso. Como gosavam de imenso avano espiritual, sa-biam, pois que todo o fim h de vir; portanto, tal fatopouco os abalou. Sua maior preocupao era a transmis-so de todo o seu imenso conhecimento acumulado pelas

    eras afora.Iniciou-se um grande e demorado debate envol-vendo a todos aqueles sbios. Primeiramente houve a su-gesto de gravar-se seu conhecimento em forma de sm-bolos em grandes e resistentes monumentos; assim, aodesaparecerem, as futuras formas de vida do planetahaveriam de aos poucos decifrar e dominar tal ddivaconforme sua evoluo. Eis que algum se lembra quemonumentos podem ser destruidos de vrias maneiras, eessa idia foi abandonada.

    Uma segunda sugesto propunha o aregimentamentode habitantes de povos menos esclarecidos __ mas quefossem sobreviver __ para serem treinados oralmen-te e, no devido tempo, repassarem os conhecimentossagrados a seus povos, pois seriam eles verdadeiros fi-

    lhos dos Deuses. Mas, tambm algum alertou sobre anatureza subversiva humana e, correria-se o risco deter o conhecimento adulterado e corrompido pelos inte-resses individuais; o que geraria seitas, credos e movi-mentos aprisionantes da caminhada humana. Essa idiatambm foi descartada.

    Depois de intenso trabalho, os grandes seres

    obtiveram o resultado esperado. Estudando aspectosvariados da natureza dos Homens, notou-se que pelainfantilidade espiritual, os habitantes desse planotinham uma vertente competitiva e uma imensa propen-so a vcios __como da natureza dos atrazados __;

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    ento porque no se codificar o conhecimento em sm-bolos ldicos,porm, com a aparncia cotidiana dos seus afazeres eque tenha a forma de um jogo, e enquanto a humanidadeexercitar sua compulso competitiva aprender intui-tivamente os segredos da vida e, conseqentemente,desvendar os mistrios de sua existncia no devidotempo, emboras muitas eras se passaro para issoacontecer. Que eles chamem a esse jogo de Tarot: aarte dos Caminhos da vida. Que assim seja!

    Em essncia, a criao do Tarot est ligada a mais

    avanada evoluo espiritual desde os primrdios dostempos. Se prestarmos ateno ao que foi contado, en-tenderemos que o Tarot um livro com as pginas soltasperfazendo 78 elevado setuagsima oitava potnciade combinaes diferentes, conforme a necessidade e omomento.

    No estaramos errados se dissssemos que o Tarot

    , e sempre ser, a descrio fiel do Universo que vive.Domine-o e dominar o Universo, tanto o Universo ex-terior quanto o interior.

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    A Perspectiva dos Captulos

    Mesmo j tendo dito outras vezes, bomrepetir: As cartas do Tarot no tm significado fixo. E

    por qu? Pela simples razo que cada ser diferente dooutro, portanto, para cada pessoa a lmina apresenta umsignificado prrio. Explicarei melhor: vamos supor que umadas 78 cartas significasse nica e exclusivamente gravi-dez. Ento toda vez que a mesma carta sasse para umapessoa estaria dizendo que ela teria um filho? Mas e seessa pessoa fosse uma senhora de 80 anos? Ou um homem

    estril? Ou mesmo uma criana? Ento o Tarot teria umgrande erro nas mos, e isso no so verdade.Cada carta tem seu fundamento vinculado ao

    consulente durante o jogo. Mudando-se a pessoa a ser con-sultada, automaticamente as cartas assumem novo signifi-cado, que especfico daquele ser. No se prenda aos tofamosos arqutipos do Tarot, porque os arqutipos no so

    o fundamento do jogo e sim um dos aspectos, que isoladopouco nos serve. Tarot , e sempre ser, um sistema intuiti-vo, a funo das cartas despertar a fonte intuitiva detodo ser. Use a intuio e confie nela, esquea os eternossignificados pr-concebidos; fosse assim, no seria neces-sria a existncia dos tarlogos, seria o caso de qualquerum pegar as cartas, coloc-las e ler o seu suposto signifi-

    cado num desses livros que explicam o Tarot como uma ques-to de simples decorar.Apresentarei agora carta-a-carta do sistema base do

    Tarot; insisto, no o seu significado e sim sua filosofia.Entendendo essa filosofia, voc compreender a arte daTarologia como uma forma de vida que, se utilizada, serum passo mais rpido em direo felicidade.

    No Tarot tudo funciona de forma circular e evolutiva,e a melhor maneira de absorver esses conceitos conhe-cendo a viagem do Louco, uma lenda pessoal como o de cadaum de ns. Cada estgio da viagem ser um captulo do li-vro; acompanhe a viagem e integre-se ao mundo mgico doTarot.

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    Advertncia

    Essa histria pertence ao sistema didtico

    do autor no fazendo parte da tradiode aprendizado de outras escolas detarologia.

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    Lembra-te, amigo, quando por aqui passares,Que eu tambm tive um dia os teus ares

    O que hoje sou, vai-te sobrevir.

    Prepara-te, pois, para me seguir..

    (do livro A Jornada Sagrada do Guerreiro Pacfico,de

    Dan Millman)

    Segunda Parte

    O Conhecimento

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    Importante

    Esta obra vem ilustrada com desenhos de cartasde alguns baralhos da preferncia do autor, mas exis-tem atualmente mais de 400 tipos de baralhos diferen-tes, no que em sua maioria so de boa qualidade; noestando as explicaes aqui contidas ligadas unicamentea esses Tarots. Acompanhe a saga do Louco se possvel

    com um Tarot de sua escolha em mos. Tire suas prpri-as concluses, explore o Universo tarolstico e aprendapela sua experincia pessoal...

    (...)Se no estiver disposto a seguir sua verdadeinterior e sua intuio, no v em frente, caso contr-rio, apenas deixe fluir o que h de sagrado em voc e,em sua frente, o Infinito se descortinar.

    Acompanhe a explanao dos arcanos com um bara-lho nas mos e o entendimento ser mais fcil, produtivoe divertido. Boa viagem!

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    O Louco

    Das 78 cartas do Tarot esta a primeira, inau-

    gurando o primeiro dos dois grupos que compem o sis-tema de jogo; so esses grupos chamados de ArcanosMaiores e Menores. A palavra arcano derivada daexpresso latina arcanum provinda do grego, que signi-fica segredo. O Tarot se compe ento de segredos mai-ores e segredos menores. Os maiores testificam as ocor-rncias celestes e csmicas, e os menores a rotina e o

    cotidiano.O Louco tambm chamado de O Bobo ou Bobo daCorte. Tem como nmero o zero e principia por issotoda a estrutura do Tarot. Na realidade todas as ou-tras cartas so derivaes desta nica, portanto, se com-preendermos o processo evolutrio do Louco, entende-remos o Tarot na sua plenitude e com isso dominaremos

    o prprio sentido do ser. Ento vamos a ela...

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    A Viagem do Louco

    Desde os tempos mais remotos, os Bobos(da Cor-

    te) exercem o papel de questionadores da realidade sua volta, tendo por preocupao mostrar sociedadeseus erros e acertos. errado pensar que a funo de-les se restringia a gracejos e palhaadas humilhantes.Geralmente, os Boboseram inteligentes e perspicazes,preocupados constantemente com a parte sociolgica dosreinos que serviam.

    O nosso Louco em questo fazia o mesmo papel so-cial e poltico junto a um determinado rei, porm, vtimade intrigas e inimizades, foi expulso do reino e exiladoao ermo, razo esta que o deixou numa situao de gran-de perigo, pois, naquela poca, quem no fizesse partede uma comunidade ou grupo corria imenso risco de vidae tinha a sobrevivncia ameaada por diversos perigos.

    Trazendo s costas uma vara com uma trouxa amarrada,na pressa de fugir, ele no tinha idia do que nela con-tinha, deixando-o ainda mais inseguro por no saber como que contar nesse momento.

    A situao estava ainda mais complexa devido aperseguio de um co que foi atiado contra ele, obri-gando-o mais uma vez a uma deciso radical. Ele deveria para salvar a prpria vida aventurar-se em rumoincerto e contar com a Providncia divina? nesta horaque o desespero o assola to avassaladoramente que oabismo sua frente mostra-se atraente como alvio dospesos de sua vida.

    Agora, estando beira do suicdio e, conseqente-mente, com o findar da sua insignificante existncia,optou por um breve balano final. nesse momento demeditao que o instinto bsico de sobrevivncia o as-salta, trazendo-o a uma nova realidade; ele sabia que oCaminho no era aquele, ele deveria, sim, mudar os ru-mos da sua vida em direo ao novo e evoluo do seu

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    prprio Caminho. E como ele faria isso?Aps muitos e grandes questionamentos, concluiu

    ser necessrio empreender uma viagem em busca de umnovo lugar para viver, mas no mais como palhao e simocupando funes outras. O problema era como ele fa-ria essa transio de estgios. Era preciso buscar novascapacidades para viabilizar essa nova empreita.

    No instante em que ele toma essa deciso, ocorreuma metamorfose, transformando-se ele no Mago, a cartanmero um.

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    O Mago

    O Mago se apresenta vestido com o manto da

    conscincia, um chapu pontiagudo com uma base que seassemelha aum oito na horizontal (a leminiscata), que o smbolomatemtico do infinito, mostrando ele com isso que amente livre to vasta quanto o Universo. A sua frenteh uma mesa composta com quatro objetos: uma moedade ouro, um clice, uma adaga e um basto de madeira

    que o Mago porta numa das mos. Os objetos so amaterializao simblica dos quatro elementos. A moe-da: elemento Terra; a taa: elemento gua; a espada:elemento Ar; o basto: elemento Fogo.

    Esses elementos constituem o nosso planeta, fal-tando ainda o elemento etrico que est representadona figura do prprio Mago na sua essncia espiritual.

    A fuso da mente infinita, conscincia, os elemen-tos e a fora da figura do Mestre da magia nos arreme-tem ao conceito daquele que procura suas verdadeirascapacitaes, sua verdade e o seu real Caminho. Temostambm na figura do arcano 1 o princpio masculino, ecom esse princpio a intelectualidade, o racionalismo, apraticidade e a objetividade inerentes da polaridade

    yang/masculina/positiva.O Mago o homem nascente, que procura e neces-sita achar o seu Caminho, o Caminho do Homem total.Cnscio disso, ele inicia sua viagem/cruzada e imediata-mente transforma-se na carta dois.

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    A SacerdotisaConhecida tambm pelos nomes de Papisa e Suma

    Sacerdotisa, a carta dois, ao contrrio da anterior, mos-tra-nos o princpio feminino, em que a intuio, sensibi-lidade e pureza da polaridade yin/feminina/negativa acoplada masculina, ao intelectual e ao positivo.

    A Papisa est sentada no trono do corao, tendona cabea um chapu com uma lua representando a fer-tilidade, no colo um livro o livro da vida , e s suas

    costas as duas colunas do Templo de Salomo: Juakim eBoaz, as colunas do bem e do mal, do princpio e fim...acoluna negra e branca.

    A Sacerdotisa a mulher consciente do seu papelde unificadora dos princpios sagrados na Terra. Elarepresenta a verdadeira intuio que fruto da purezae sensibilidade.

    Sendo a primeira mulher, ela a grande criadora,a matriarca, a veneranda jovem, a fora delicada damulher que, com carinho e amor, atinge os confins doUniverso.

    Agora que o Louco descobriu suas facetas intelec-tuais e sensitivas, ele passa ao prximo estgio da cami-nhada tomando-se o arcano de nmero trs.

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    A Imperatriz

    A carta trs tem descrita na sua figura

    uma linda mulher em trajes reais, sentada num tronosimples, no meio de um bosque; ao seu lado um escudoque representa a proteo fsica e espiritual.

    Em tese, diramos que a Imperatriz, estando ca-sada com o Imperador, no tem o poder real nas mos;ela pode unicamente influenciar o seu esposo para queeste realize o seu desejo. Para conseguir o seu intento, a

    Imperatriz utiliza duas grandes qualidades humanas: ini-ciativa e criatividade. Sua fora provm justamente daagilidade em assumir a postura adequada ao objetivoque quer atingir, usando acima de tudo sua inventividadee diplomacia no interesse dos seus ideais. Para tal indispensvel a conscincia dos seus potenciais somada sensibilidade aguada, direcionada a um objetivo ni-

    co. De nada adianta a inteligncia e a intuio se nohouver a iniciativa e criatividade para nortear o Cami-nho, enriquecendo-o a cada minuto com o novo e o inusi-tado.

    A Imperatriz a carta da descoberta do poderembutido em cada ser, e o seu uso vinculado a uma cora-gem inabalvel de se assumir como realmente se .

    Ao ter claro esse princpio, mais uma pea acres-centada ao imenso mosaico csmico e a transmutaoocorre novamente. E incrivelmente nossa Imperatriztoma o formato da carta de nmero quatro.

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    O Imperador

    Homem garboso e imponente, sentado num ma-

    ravilhoso trono imperial, tendo numa das mos um cetromajestoso que representa o basto da inteligncia.Sua figura magistral completa-se com o mesmo escudoque porta a Imperatriz.

    O Imperador representa, sobretudo, a vontade so-berana de todo e qualquer ser que seja consciente desua verdade, que funciona como elemento aglutinador de

    todo propsito; e a caminhada do Louco no teria senti-do se no fosse por sua prpria vontade. Consideramoscom isso a vontade como a manifestao da gentica di-vina em nossas vidas.

    Esse dignatrio tudo pode e o seu querer lei, leide sobrevivncia, lei de felicidade. Aquele que no senhor de sua prpria vida est inevitavelmente fadado

    ao fracasso.No momento em que o Louco torna-se o senhor desua jornada, tudo muda e ele assume a forma da cartacinco.

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    O Papa

    Conhecido tambm pelos nomes de

    Hierofante ou Sumo Sacerdote, a figura altiva do Papavem caracterizada por toda a indumentria pertinente posio, tendo como destaque o cetro papal maiscomprido que o do Imperador, mostra-nos a intelignciaconvertida em sabedoria atravs da interiorizao e,postado num ponto superior em destaque, tem aos psdois monges ajoelhados frente-a-frente em postura

    humilde e dedicada, denotando o quanto se pode apren-der com este venerando.O Papa aquele que conhece todos os Caminhos e

    sabe as suas implicaes; ele conta com a inteligncia doMago, a intuio da Sacerdotisa, a criatividade da Im-peratriz e a vontade do Imperador e somando a tudoisso sua vivncia, est apto a seguir todo e qualquer

    Caminho.A figura dos dois monges significa o bem e o mal, eaquele que escolhe o Caminho deve decidir como trilh-lo.

    O Sumo Pontfice poderoso na sua verdade, e deposse dela ele avalia por onde seguir.

    Agora que o nosso Louco concentra os requisitos

    fundamentais para a grande jornada, ele deve comple-tar-se, modificando-se e tomando-se o arcano seis. Agorao Louco sbio, sbio na sua verdade, experincia esofrimento; ele tem a viso.., ele sabe que nada sabe, eisso lhe basta.

    O Hierofante mudou e dessa mudana nascer osEnamorados, a prxima carta.

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    O Carro

    Um poderoso rei conduzindo uma imponente car-

    ruagem com ar triunfante e expresso orgulhosa, indoem direo a mais uma vitria gloriosa, mesmo no tendohavido ainda a grande batalha, ele sabe que triunfar.Esta certeza vem do seupropsito inflexvel e do seu intento inabalvel de vencer. Este o arcano sete do Tarot, o Carro, a carta dopropsito.

    Agora o nosso Louco sabe que sem planos de vida, apoi-ado somente nos sonhos, sua viagem v.Com esta descoberta abrem-se novos horizontes

    ao nosso amigo, pois ele agora tem a chave do futuro, eessa chave projetar o que vir a seguir; ter pla-nos e p-los em prtica. Significa queo sonhar no um ato hipottico ou ldico apenas ,

    a inteno imutvel do conseguir.H dois cavalos puxando a carruagem indo em sen-tidos opostos. Esta significao a certeza de que noh certeza, a confiana no seu estgio mais puro eeficaz, o confiar resoluto sem a certeza absoluta.

    O Carro o prprio Caminho, os cavalos a vida, evoc a conduzi-la de forma magistral.

    O Louco dominou a sua opo de vida atravs dosseus propsitos grandiosos, sofrendo com isso outrametamorfose, tornando-se o arcano oito: A Justia.

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    A Justia

    Altiva, uma bela mulher est sentada num tro-

    no de grande e incomensurvel poder, tendo numa dasmos uma espada e noutra uma balana pendular. Elaolha fixa e irredutivelmente frente, como se tudo fi-zesse parte dos seus domnios. E faz!

    Esta incrvel mulher a Justia, no da forma queestamos acostumados como instituio. Esta Justia interna e pessoal, individual e nica.., a nossa Justi-

    a inata. Existem inmeros adjetivos para explic-la,como: senso de julgamento, autocrtica, auto-avaliao,respeito prprio e aos outros; ou seja, o senso puro deliberdade.

    Para o Tarot, a nica justia o viver livre e odeixar o outro livre. Portanto, livre quem justo e aliberdade pressupe justia no s-lo.

    Na Justia encontramos nossa auto-avaliao, jul-gamos apenas a ns mesmos, nunca ao outro. De que adi-anta optar e planejar o Caminho se no sabemos avali-lo?

    A balana pesa e mede nossos progressos, a espa-da destri os obstculos; a linda mulher a liberdade, eo trono significa o futuro que nos pertence.

    Pronto! O Louco assume agora outra forma, a figu-ra nove do Tarot. Na liberdade ele encontrou o Caminhoe o trilha sabendo posicionar-se no seu equilbrio.

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    O Eremita

    Um velho, muito velho, sobrecarregado pelas

    experincias da vida, anda resoluto e solitrio pelos Ca-minhos da existncia; carrega consigo o cajado davivncia e a lanterna da fora interior, trafegando li-vre pelos meandros do viver.

    O Eremita precisa apenas de si mesmo, porque eletem sempre por companhia o prprio Eu, e isso lhebasta, ele se basta!

    Ser um Ermito significa dominar a essncia dapersonalidade no sentido mais profundo e sagrado doser. O Eremita a forma mais sublime da personalida-de, porque sem a mesma somos cascas ocas de verdadesindividuais e superficiais.

    Aquele que caminha com os prprios ps sabe aon-de vai, e, o mais importante, quando e como, pelo seu

    arbtrio.Lembre-se, meu amigo(a), de que voc s ser al-gum se souber o qu e como ser. A personalidade amatriz de todos os atos.

    Na figura do velho, voc nota uma lanterna em suasmas; a lanterna a luz vibrante de cada um, nicaforma de clarear a estrada da vida. Sem a personalida-

    de, essa luz ser difana e intil.Seja tudo o que quiser ser... ento... a caminho!Entendendo tudo isso, o Louco incorpora um novo

    padro: a Roda da Fortuna carta dez.

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    A Roda da Fortuna

    Tambm conhecida por roda das iluses, este

    arcano de suma importncia, porque, atravs da suasimbologia, em que um anjo est sobre uma grande role-ta, na qual, um demnio desce e um homem sobe, enten-demos que na vida tudo , e sempre ser, uma fase.

    No Universo tudo absolutamente mutvel etransformvel, sendo que ns, os seres humanos, somos opice desta interminvel cadeia mutatria de verdades

    e mentiras.H fases boas e ruins, fases ascendentes e descen-dentes, momentos piores e melhores. A Roda mostra-nosque momentos difceis so precedidos e continuados poroutros bons.

    Quando estiver na descendente, anime-se; e, aoestar na ascendente, mantenha-se o mximo possvel nela.

    O sbio no est, ele ! Seja aquele que caminhapor si mesmo e com isso conquiste o mrito da vitria dobem viver.

    Ao assumir sua verdadeira caracterstica, o nossoamigo aprende que tudo uma fase e automaticamente atranscende, indo diretamente para o prximo estgio: AFora.

    Ao ir ao encontro da Fora, o Louco no ser maiso mesmo, a roda virou no sentido que ele quis pela vonta-de dele. Vamos Fora.

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    O Enforcado

    Antagnica na sua imagem de homem iado, de

    cabea para baixo, o Enforcado pssa-nos a ntida im-presso de ser o pendurado. Ele no demonstra sofri-mento ou dor, pelo contrrio, parece estar numa posiocmoda com ps e braos cruzados.

    Aps todos os estgios passados pelo Louco, a car-ta doze do Tarot lembra-nos da falta de esprito emnosso viajante ele j possui quase todos os atributos

    fsicos e mentais, mas lhe falta uma condio imprescin-dvel: o Esprito.Esta lmina o primeiro grande divisor de guas

    da trilha sagrada, porque agora o momento da desco-berta fundamental, ele entende que o esprito eterno,no morre, portanto, toda a vontade vm e vir do ma-go do seu ser.

    Compreendendo isso, sua jornada sofre uma revi-ravolta total, em que o medo do desconhecido substi-tudo pela descoberta de um poder acima do que podeconceber a mente comum.

    H um grande rompimento... a integrao, o encon-tro, a fuso, e finalmente o Louco fecha o ciclo, entran-do em contato direto com o seu esprito. Desse momento

    em diante, ele uno, o de dentro parte do de fora evice-versa.Flui do nosso amigo o mpeto de modificar-se e

    para isso ter de dar um passo importantssimo: ele de-ver morrer.

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    A Morte

    Com o nmero treze, a carta da Morte traz a es-

    tampa clssica da caveira com uma foice nas mos, ten-do aos ps vrias cabeas de elementos de diversas clas-ses sociais, sexos, raas, idades e credos.

    A ceifadora a grande democracia csmica, por-que a todos ela iguala. Todos morrem da mesma forma,fechando o grande ciclo transformatrio. Comes um diaa planta, sers comida dela e novamente a comers e de

    novo virars alimento. O sistema de transformao perptuo e perene, mostrando-nos a eterna inter-dependncia de tudo com tudo.

    O Louco est pronto e vai morrer para renascerreciclado e melhorado, parafraseando o sbio GilbertoGil, na sua msica Dro: a semente nasce e vive trigo,vive e morre po.

    A Morte no Tarot no mera transformao sim-blica, o fim para o princpio, o comeo-terminado eo comeo-do-fim. Morrer viver no crculo que princi-pia e acaba no mesmo lugar.

    Est rompido o passado, a morte o presente qued lugar ao futuro. O Louco morreu e est renascendomuito, muito mais Louco.

    E voc, vai morrer?Finalmente, o Louco renascido dar o primeiro pas-

    so para a sua viagem; ele tornar-se- a Temperana.

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    A Temperana

    Portando dois vasos e passando gua de um para

    o outro, a bela mulher mostra-nos o Louco em sua novapostura. Os vasos so o interno e o externo; a menteagora una com o esprito e o seu domnio pleno. Des-sa unio advm a segurana total. Sou o que sou.

    A mulher nesta carta tem um p ngua e outro naterra firme, demonstrando a perfeita harmonia entreracional e emocional.

    A Temperana uma carta luminosa pelo seu equi-lbrio simples e pela sua beleza suave, dando-nos a en-tender que a interseco entre nossas dualidades lmpida e leve; no h trumas nem discrdias. Todo aqueleque se encontra nos seus extremos possui o controle daspolaridades e segue o Caminho do meio.

    Para se atingir tal ponto evolutivo preciso uma

    qualidade nica: a f.J era de esperar que aps a juno do etreo aoeterno houvesse uma reao espontnea de proporesgigantescas, gerando com isso a f inabalvel. Muitosacreditam que a f s deve ser direcionada a Deus, ledoengano, s se chega ao Pai atravs do filho. Para crer-se no Criador necessrio e indispensvel acreditar na

    sua criao. A f em si mesmo o Caminho da grandedescoberta, e ungido de f o viajante segue a sua cruza-da, cnscio da sua condio de divindade encarnada everdade manifestada.

    A f remove montanhas, diz o dito popular; mon-tanhas de apegos e iluses, montanhas de autolimitaese imperfeies... o Louco termina sua formao comoHomem.

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    O Diabo

    O ser mais temido e odiado do nosso e de outros

    tempos o Diabo, que recebe vrios nomes. Associado atoda sorte de maldades, este personagem mestre natraio, inveja, cobia, magia negra e outras atrocida-des. Belial, segundo a crena popular, o senhor do in-ferno e o rei das trevas.

    Os adjetivos acima atestam apenas as crenasinseridas pelas mais variadas religies; no Tarot esses

    dogmas perdem a validade, pois, acredite ou no, esta a nossa carta representativa no universo do Tarot. Ohomem a prpria carta quinze do baralho, numa claraaluso ao estgio terreno em que vivemos e ao quantosomos apegados materialidade passageira e ao status geralmente transtrios da vida.

    Neste ponto da sua caminhada, o Louco descobre

    que o dinheiro o grande regente deste planeta, e o seubom uso toma-se bno, e o mal uso uma desgraa.O Diabo tambm nos arremete lembrana da se-

    xualidade, a qual responsvel pela nossa existnciacomo seres encarnados.

    O Diabo poderoso na sua sagacidade, flexibili-dade, senso de oportunidade, seduo e

    comunicabilidade... o Diabo velho.No estgio quinze, o Louco/Homem/Diaboarregimenta um lastro financeiro para suprir suas ne-cessidades na viagem; conscientiza-se da preciso decompanhia e toma-se malevel para poder sobreviver.

    To logo ele toma tento dessa nova realidade, semmais devanear parte rumo ao desconhecido.

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    A Torre de Deus

    A figura da Torre, fulminada por um raio vindo

    dos cus, demonstra que aps a descoberta pelo Loucodo dinheiro sobreveio uma ambio atroz chegar aDeus construindo uma torre que atingiria os confins doUniverso. Ao chegar no seu objetivo, o viajante destro-naria o Criador e assumiria o Seu lugar; sabedor dessavertente do Homem, Deus, em sua magnnima sabedoria,resolve dar-lhe uma lio: manda um raio destruidor e

    pulveriza a obra nefanda.Humildade a lio primordial recebida pelo Lou-co, que agora compreende que sem humildade nada seconsegue.

    A Torre so os erros do passado convertidos emacertos do presente, reconstruindo das cinzas agrandiosidade do futuro.

    Dizem que a Torre significa rompimento e ruptu-ra, mas o Louco sabe que o inverso, unio indissolvelcom o Poderoso.

    Portando, na sua humildade, segue adiante o cruza-do da verdade em busca de si mesmo, indo em direo prxima carta: A Estrela.

    O passado no mais existe, foi liberto pelos pr-

    prios erros do Louco... ele agora vai brilhar.., ele agora uma estrela, a Estrela do arcano dezessete do Tarot.

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    A Estrela

    Uma mulher beira de um lago. Meio menina, meio

    mulher, ela tem o corpo belssimo desnudo. A nudez nolhe traz inconvenientes ou desconforto, ela tem um cuforrado de estrelas sobre si, por testemunha de todasua pureza.

    A Estrela a carta da pureza, porque somentepela pureza esta mulher pode se expor sem constrangi-mentos. A sua beleza completa na unio da radincia

    interna com a luminosidade externa.O Louco, aps a descoberta da humildade, refletenesta carta o uso do novo atributo, livrando-se das ms-caras do dia-a-dia dentro das convenincias sociais,mostrando ao Universo seu novo estgio: eu sou o quesou, porque quero ser.

    A presena do cu estrelado denota a grandeza

    daquele que se libertou dos limites auto-impostos e, prin-cipalmente, transcendeu toda e qualquer cobrana quepudesse fazer a si mesmo impedindo o surgimento dosseus reais valores, dos seus melhores talentos. Agora oLouco a Estrela de pura luz, que vive o sonho da liber-dade plena de ser consciente, e o quanto antes se por aCaminho na sua esplndida viagem.

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    A Lua

    Ao olharmos a carta da Lua, notamos no ser ne-

    cessrio grandes descries, ou quase nenhuma. A Lua o grande satlite do nosso planeta, dando apoio Terrana sua trajetria pelo espao afora. Ela influencia asmars, as menstruaes, as colheitas, os partos e tantasoutras coisas, por isso associamos esta carta s forasda natureza.

    Quanto mais empreende esta viagem, o nosso ami-

    go, o Louco, nota que sozinho a vida praticamente im-possvel. A natureza o derradeiro suporte e suas for-as nos do a energia que usamos em nosso cotidiano.

    Quando o Louco aprende a usar foras inerentes Terra, ele toma-se poderoso, pois tem o apoio da nossagrande Me...a Gaia encantada. O uso regulamentado einteligente dessas energias, o Louco chama de magia.

    Possuindo esse novo instrumento, o viajante tem acerteza da concluso do seu Caminho. Ele usa no s oseu potencial, mas o de tudo o que o cerca, como formade progresso mais rpida na sua vida.

    Poderoso, ele torna-se consciente dos grandes mis-trios, sofrendo com isso uma importante mutao: elevislumbra a eternidade.

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    O Sol

    O Sol, fonte de toda vida em nosso sistema solar,aparece na carta/arcano dezenove como uma imagemestilizada do prprio astro. Majestoso, o Sol ilumina umcasal de crianas de mos entrelaadas, numa posturamuito feliz.

    O Astro-Rei nos mostra a grandiosidade e vasti-do da vida nos seus aspectos mais profundos e verda-deiros.

    Sol vida, luz, calor e, acima de tudo, o centroconvergente da nossa regio universal, tendo sua voltaum squito de planetas que so conduzidos por ele numarbita eterna.

    J temos conscincia de todas as qualidades sola-res e seus inmeros benefcios, bem como de nossa de-pendncia dele; no Tarot sua representao to pro-

    funda quanto na cincia... o Sol a carta do amor emtodas as vertentes. Se esta a carta do amor, por con-seqncia a carta de Deus, fonte e centro de tudo e detodos.

    Ao ter cincia disso, o Louco cai em profunda con-templao e chega a uma crucial descoberta:

    Havendo Ser to completo, no teria Ele um

    plano para toda a sua Obra?Mal terminada sua indagao, h o transporte parao arcano vinte, O Julgamento.

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    O Julgamento

    Um anjo apocalptico toca sua trombeta derradei-ra chamando do tmulo todos os mortos, para que sedeparem com o dia do juzo final.

    Essa imagem forte causa no Louco a verdadeiracompreenso do seu papel em toda esta jornada. O Lou-co vislumbra uma frao do poder Divino, entendendoque tudo tm um papel definido dentro do intrincadoPlano Csmico, e que ele nada mais do que uma das

    peas dessa engrenagem fabulosa e complicada da exis-tncia.Tomado por uma admirao sem precedentes, o vi-

    ajante analisa todos os fatos ocorridos em sua vida econstata, aturdido, o quo pequeno e importante elenesse esquema de propores indizveis.

    Sua viagem assume uma outra importncia. Nosso

    amigo sente a urgncia de cumprir seu papel sagrado, eungido de toda a santidade, ele pergunta a Deus: O qu queres de mim?E como num passe de mgica um novo mundo se apre-

    senta na prxima carta.

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    O Mundo

    E moldurada por uma guirlanda de flores, a mag-

    nfica mulher, nua, tem nos quatro cantos da carta: umanjo, uma guia, um leo e um touro.O arcano vinte e um do Tarot completa a seqn-

    cia de cartas principais que do a base filosfica etergica do baralho.

    Neste estgio o Louco atinge o pice da sua grandeviagem, ele entra em contato com a divindade, tanto a

    interior quanto a exterior, manifestando no s o seupoder, mas tambm o poder supremo. Nesta manifesta-o o Louco encontra a grande resposta da sua procura.

    A interminvel procura de todo ser humano estno seu prprio mago, na sua essncia, no seu centro. Defronte grande pergunta inevitavelmente vir a mara-vilhosa resposta; e postado perante ele mesmo e o Todo

    Poderoso h o inenarrvel despertar: o encontro!Aps a pergunta na carta do Julgamento, a res-posta dada pessoalmente pelo mandatrio da misso,que perguntado sobre qual o sentido da viagem, respon-de:

    A felicidade! Estais neste plano para descobri-la e ser pleno!

    Ouvindo isso o Louco sofre a derradeira metamor-fose, fechando o ciclo da procura. O Louco agora ovigsimo terceiro arcano maior : O Louco. Um Loucotransmutado, livre, lmpido e renovado.

    Agora ele sabe que nada . E, com isso, ele assumea sua plena sabedoria e completa a sua primeira voltana roda da vida. Como j foi dito antes no Caminho doTarot, tudo segue uma forma circular, comeando e ter-minando no mesmo ponto e automaticamente reiniciandouma nova volta.

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    Melhorado, o Louco sabe que no pode parar, ele preci-sa continuar at atingir o ponto supremo... o maximo... oDivino. E assim comea tudo novamente, por todo o sem-

    pre...Que Assim Seja!!!

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    Reflexes sobre a Jornada

    O sublime viajor, na sua magnfica andana pelospavimentos inexplorados da vida, d-nos o entendimentopleno dos arcanos maiores e, por conseqncia, o signi-ficado global da sistemtica do Tarot.

    A cada estao desta viagem, que podemos chamarde metamrfica, o Louco desvenda um dos pontos de evo-luo do Homem. Digamos que os vinte e dois arcanosso os estgios necessrios e fundamentais para o pro-gresso existencial de qualquer criatura.Fica claro, a cada passo dado por ele, que as an-gstias e incertezas so pertinentes e cruciais ao Cami-nho, porque, posto que o Louco partiu de um momento denulidade de sua vida, no poderia ele fazer esse trajetosem as dores das mudanas, que so comuns queles quebuscam o desconhecido.

    Se nos reportarmos para a nossa histria, notare-mos claramente que cada um de ns est transitando porum dos arcanos, seja de forma construtiva ou destrutiva.Desse conceito nasce a operao de leitura do Tarot emsua sntese mais primria. Ao detectar em qual estgiodo Caminho se encontra a pessoa, inicia-se o processode conscincia e, por conseguinte, o rastreamento da

    sua real posio na vida. Nunca demais lembrar quesem a noo exata de como estamos, muito pouco se podefazer pela vida.

    Acompanhando o Louco em sua busca frentica porsi mesmo, vimos tambm os porqus dos desenhos nascartas serem dessa forma. O importante na carta oelemento simblico e no o estilo em que esto retrata-

    das as figuras. Quero deixar claro que cores so desuma necessidade para o entendimento do processodivinatrio.

    A cada transformao o Bobo assumia uma das po-laridades (masculino/feminino; yin/yang; positivo/ne-

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    Os Arcanos Menores

    Os arcanos menores completam o incrvel e com-

    plexo sistema tarolgico, com as suas 56cartas dividi-das em quatro grupos que so chamados de naipes (sen-tidos), e comumente identificados com o baralho comum,com o qual jogamos pquer, bacar e outros jogos desalo. Tambm o instrumento usado pelas to popula-res cartomantes e ciganas que, de uma forma diferen-te, utilizam o Tarot ou melhor, parte dele como

    ferramenta de predio. O baralho comum nasceu dosarcanos menores.Como j dissemos anteriormente, os quatro naipes

    so as quatro foras naturais, ento falaremos mais pro-fundamente sobre elas neste captulo.

    O primeiro naipe Ouros. Ouros est associadoao elemento Terra. Temos em seguida o elemento gua

    representado por Copas. O prximo Espadas: o Ar.Por ltimo vem o naipe de Paus, simbolizando o Fogo.A simples significao dos elementos com os naipes

    no nos esclarece, mas, se olharmos pela tica de que oselementos esto ligados intimamente com os humores hu-manos, teremos uma nova concepo da formao dosarcanos menores.

    Vejamos, se Ouros a Terra, ento este grupo falados valores do nosso carter, ou seja, dos valores desustentao emocional, tanto como a Terra a nossasustentao no planeta.

    Em Copas, a Agua forma um paralelo com os nossossentimentos, pois, como a gua, os nossos sentimentosso fludos, mutveis e transparentes.

    Em Espadas encontraremos o Ar... os instintos. Damesma forma que todo ser vivo precisa do oxignio paraviver, o instinto inerente aos primeiros instantes davida de qualquer criatura. Os instintos so nossa pri-meira base slida e segura neste mundo, eles nos do as

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    noes bsicas para a sobrevivncia e nos localizam pe-rante o meio ambiente.

    Finalmente, em Paus, surge o intelecto associado aoFogo, porque tanto nos quatro elementos como nos qua-tro humores, fogo e intelecto so os grandes transfor-madores. O fogo transmuta a matria, a inteligncia aao. Quando a captulos atrs lemos sobre o incio daviagem do Louco, vimos na carta do Mago o smbolo doinfinito sobre a sua cabea, portanto ouso dizer que amente o grande modificador do Universo.

    Agora que conhecemos mais a fundo os

    posicionamentos dos arcanos menores, podemos estudarmais a fundo a sua constituio e forma.Cada naipe formado por catorze cartas, sendo

    estas subdivididas em dez cartas numeradas de um (ous) a dez, e as outras quatro chamadas Corte, contendoo desenho de um Rei, uma Rainha, um Prncipe e umaPrincesa (em alguns baralhos, prncipe e princesa so

    substituidos por cavaleiro e pagem). Evidentemente,soma-se ao componente da Corte o nome do naipe ao qualele faz parte, ex.: Rainha de Ouros, Rei de Paus etc...

    Sabendo como so constitudos os arcanos meno-res, podemos passar imediatamente sua forma de fun-cionamento. Os segredos menores so os ocorridos nocotidiano, so a nossa rotina e o nosso dia-a-dia. Tendo

    em mos as mensagens do Cosmo, colocamo-as em prticagraas ao auxlio dessas cartas, que nos do a adaptaoem nossas vidas corriqueiras do que o Universo nos fala.

    Para a interpretao dos arcanos menores a siste-mtica a mesma dos maiores: A Intuio!

    Embora a intuio seja a mola mestra da leitura doTarot, primordial compreendermos os aspectos usa-

    dos para .a formao dos mecanismos de funcionamentodos pequenos arcanos. Aprofundemo-nos no conceito trinoque d senso a estas cartas. Esta trindade a fuso de:

    1 - o campo ao que o naipe se refere (carter, senti-mento, instinto ou inteligncia);

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    2-o significado do nmero;3 - a Corte.Como j dominamos os humores dos naipes, passe-

    mos ento ao significado dos nmeros. Os nmeros nopodem ser vistos apenas como expresses matemticas,eles tambm se compem de uma personalidade, expres-sando vertentes da psiqu humana atravs de um siste-ma analgico. Explicarei melhor por meio de uma peque-na estria:

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    No princpio existia apenas o grande Nada, e oNada era Tudo. Este Ente Supremo, melhor, chamemoseste Ser Todo Poderoso de Zero, aquele que contm

    tudo e nada em si mesmo, tambm sentia necessidade deexpanso promovendo uma grande obra.Dito isto, Ele inicia a criao modelando do barro

    o primeiro ser feito sua imagem e semelhana... o n-mero Um. O Um o indivduo, o princpio masculino, opositivo o comeo de tudo.

    Aps a criao, o Um seguia sua vida normalmente

    at que num dado dia comeou a sentir-se solitrio, poisao Um somente h individualidade. Indo diretamente aoPai, o Um expressou todo o seu pesar e amargura. Con-dodo, o Zero forjou, de uma costela do Um, uma parcei-ra para lhe fazer companhia, ela se chamaria Dois.

    O Dois o princpio feminino, a parceria, adualidade e a parte negativa. Vendo como era formosa ,

    o Um se enamora dela imediatamente e, passados novemeses, nasce o primeiro filho deles: o Trs.O Trs o nmero da criatividade, do esprito, da

    unio. Tendo uma famlia, o Um precisou procurar umacasa para alojar os seus. O Quarto, o nmero dadisciplina, do lar e da luta pela sobrevivncia.

    E assim passou a ser o cotidiano do Um: levantars cinco horas da manh, pegar o nibus lotado, sair sdezoito horas, pegar o nibus lotado, ir para casa, as-sistir novela e dormir para acordar cedo no outro dia,dia aps dia.

    No se sabe quando, no final de um dos intermin-veis expedientes ele foi convidado por amigos para to-mar um chope, ao ele aceitou feliz. Esse o Cinco, onmero da alegria, da festa e da descontrao.

    Depois de alguns chopes a mais, ele notou uma ga-rota pela qual despertou uma grande atrao e, aps umbreve bate-papo, resolveram sair dali e ir a um lugarmais tranqilo e reservado. Nessa noite ele no voltoupara casa, e em muitas outras tambm no.

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    No bastando a situao quase insuportvel comsua esposa, o Um comeou a faltar demasiadamente noemprego, sendo ameaado de demisso e tendo altos des-contos de salrio, piorando a situao em sua casa.

    Sentindo que a vida deles estava se desintegrando,sua esposa convoca tanto seus pais quanto os dele paramediarem uma conversa definitiva do casal, e assim foifeito.

    A conversa durou horas, com muito choro, discus-ses e acusaes que terminaram num reatamento e ar-rependimento do Um. Este o nmero Seis: o amor, a

    famlia, a comunicao e o entendimento.Compreendendo seus erros, o Um arrependeu-se e,aconselhado por sua me, converteu-se a uma seita reli-giosa.

    Sete, o nmero da espiritualidade, da religiosida-de e das artes ocultas.

    Seguindo os ritos de sua igreja, passou a compor-

    tar-se exemplarmente em todos os lugares. Vendo essamudana, o gerente da sua empresa promoveu-o a encar-regado do seu setor de trabalho. Este o Oito, o nme-ro da prosperidade e do crescimento em todos os nveis.

    A comunidade, vendo o nosso amigo Um em francaascenso em vrios campos diferentes, o elegeu paraser o prximo dirigente espiritual. Nove, o nmero do

    poder.Agora como sacerdote ele adquiriu destaque pe-rante os outros e atraiu para si, e os seus, grande feli-cidade. Este o Dez, o nmero da realizao e da vit-ria.

    Na realidade o Dez o 1 + O = 1; o super Um.Conhecendo a estorinha dos nmeros, passamos a

    ter um enfoque mais amplo dos arcanos menores, porque juntaremos naipe e nmero, dando um conjunto dereferenciais. Quero deixar claro que o nosso intuitofundamental o sistema regido pela intuio, a soma dosnmeros com os tipos de naipe apenas facilita a leitura,

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    Terceira Parte

    O Uso do Conhecimento

    O pssaro voa porque pssaro, ele no precisa deoutros motivos.

    (da sabedoria indgena)

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    aquele que segueo Caminho do Louco livre e no precisapreocupar-se em ser til; o fato de ele viver um atoconstante de utilizao natural da sua sabedoria,transformando-a em benefcio a tudo e a todos.

    Ao jogar Tarot, no se arme da onipotncia idiotado fazer previses, procure informar, orientar e escla-recer aquele que precisar inclusive voc e tente, medida do possvel, propagar os Caminhos da felicidade.

    O Tarot a arte do bem viver e para tanto noprecisamos de manuais ou regras, temos sim que seguiras orientaes do nosso corao, de forma a assumirmos

    o controle do ser e do viver.Utilizar o Tarot simples como a vida, no requerdom especial, muito menos aprendizado secreto e her-mtico; o Tarot sobretudo evoluo na ao e felici-dade na sua mais pura concepo.

    No sinto que seja necessrio a descrio de m-todos de jogos ou formulaes especiais de leituras. Ao

    escutar a prpria essncia divina impossvel errar. Ofuturo no para ser visto, e sim feito, por sua nicavontade.

    Sugiro a voc, que acredita na divindade do Ho-mem, que compre um baralho e coloque sua frente umaou mais cartas, e o que lhe vier cabea, como impulsoou pensamento, dizei!

    Aprendemos desde cedo que devemos estar em constan-te estado de insegurana, cogitando se estamos certosou errados, procurando uma certeza absoluta para cadapasso e ato na vida, quase sempre dependendo da apro-vao geral e da aceitao dos outros. Tudo isso associ-ado a traumas, complexos e sofrimentos aos quais somospraticamente obrigados a no esquecer, fazendo com

    que fiquemos presos a um racional escravizante e cruel,que nos fora a atitudes estilizadas e com padres de-finidos por gruposou comunidades. Se continuarmos aferrados a essas nor-mas de conduta, nunca dominaremos a real dimenso do

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    maior sistema de informao que j existiu sobre a Ter-ra.

    Para que nos libertemos de todas as amarras auto-impostas e cresamos uma oitava acima na evoluo, pre-cisamos de coragem para sucumbir aos apelos do cora-o e, liberando nossa herana maior, voltemos a procu-rar o Divino.

    Portanto, para o uso consciente do Tarot, necessi-tamos apenas da vontade, da coragem e da intuio sim-ples.

    Repito, se voc alcanou este ponto no livro, por-

    que h sensibilidade transbordante em seu ser para queneste momento voc tome nas mos um Tarot e comece acolocar as cartas do seu prprio jeito e maneira, acre-ditando na fora do livre-arbtrio. No mais, uma ques-to de tempo para que, com a experincia, voc se tornentimo do jogo.

    De resto, havendo essa opo, desejo-lhe a felici-

    dade dos sbios.

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    Consideraes FinaisNo confunda simplicid